Em Foco
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- 05/03/2015 - Rússia ajudará Brasil a identificar doenças perigosasFonte: Portal Sputnik
A empresa estatal russa Rosatom fechou um contrato com a Comissão Nacional de Energia Nuclear brasileira (CNEN) para o fornecimento dos radioisótopos de molibdênio-99 médicos de fabricação russa.
Usando este radioisótopo, os médicos brasileiros poderão aumentar o número de procedimentos da detecção de câncer e das doenças cardiovasculares.
O molibdênio-99 é o principal isótopo radioativo usado na medicina. O isótopo é utilizdo para gerar o tecnécio-99m, que é usado para a imagiografia médica. Até 30 milhões procedimentos em um ano é feito usando tecnécio-99m, o que constitui 80% do volume total de todos os procedimentos de diagnóstico utilizando radionuclideos.
O contrato entre a CNEN e a Rosatom é o maior em toda a história de fornecimento do molibdênio-99 russo no mercado internacional.
Segundo o acordo, o volume semanal do fornecimento para o Brasil será de 120 até 450 curies (unidade de radioatividade), dependendo da necessidade do cliente.
De acordo com os resultados da cooperação as partes pretendem considerar a celebração de um acordo de longo prazo, de cinco anos, para o fornecimento de molibdênio-99 e da outra produção de isótopos no âmbito do acordo intergovernamental atual entre a Rússia e o Brasil.
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- 02/03/2015 - CCN se adequa para atender demanda do RMBCom um investimento de aproximadamente R$ 15 milhões, o Centro do Combustível Nuclear (CCN) do IPEN está ampliando suas instalações para aumentar a produção de elementos combustíveis e atender à demanda do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB).
Com um investimento de aproximadamente R$ 15 milhões, o Centro do Combustível Nuclear (CCN) do IPEN está ampliando suas instalações para aumentar a produção de elementos combustíveis e atender à demanda do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB).
O Centro do Combustível Nuclear (CCN), responsável pela produção de elemento combustível para o Reator IEA-R1, do IPEN, está ampliando suas instalações com o propósito de se adequar às necessidades do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), a mais importante iniciativa para a pesquisa nuclear no Brasil, na atualidade, que se encontra em processo de licenciamento ambiental. Para tanto, o projeto RMB destinou ao CCN um investimento da ordem de R$ 15 milhões, oriundos da Finep. A previsão é de que a unidade fabril esteja em pleno funcionamento até o final de 2016.
Basicamente, o RMB vai exigir duas ações do CCN: a fabricação de elementos combustíveis para seu funcionamento e de placas para confecção de alvos de irradiação para produzir o molibdênio-99 (99Mo). Em última linha, o 99Mo produz o tecnécio-99m (99mTc), radioisótopo que serve como base para procedimentos de diagnósticos na medicina nuclear.
Apenas o 99Mo, propriamente dito, será produzido nas instalações do RMB. Toda a fabricação de elementos combustíveis e alvos de irradiação será feita no CCN. O
Centro já é, efetivamente, uma parte do RMB, que funcionará fora do complexo físico projetado para instalação em Iperó, na região da Grande Sorocaba (SP).
Atualmente, são fabricados dez elementos combustíveis para o IEA-R1, por ano. Estima-se que com o RMB entrando em operação, o CCN amplie sua produção para 60 elementos/ano e mais de mil alvos de irradiação.
Segundo o pesquisador Adonis M. Saliba Silva, gerente do CCN, os elementos ombustíveis para o RMB são semelhantes aos do IEA-01, com algumas modificações estruturais e espessura das placas. "Mas nada muito diferente do que o que já é produzido, a não ser a introdução de cádmio como elemento queimável”.
Em operação desde 2004, a fábrica do CCN produziu, ao longo desse período, uma série de elementos combustíveis para outros reatores de pesquisa, como, por exemplo, o Argonauta, do Instituto de Engenharia Nuclear-IEN, e o próprio IPEN-MB01. Atualmente, a função do Centro é suprir apenas o IEA-R1, enquanto se adequa para, no futuro, atender o RMB.
"Aqui no CCN, a gente estuda outras áreas do campo nuclear, mas a pesquisa acadêmica é o nosso foco secundário, uma vez temos um produto real a ser fornecido na linha de produção de radiofármacos do IPEN. O nosso grande objetivo com o RMB é a nacionalização da produção do 99Mo, que vai dar autonomia ao Brasil no fornecimento de geradores de 99mTc para aplicação em larga escala na medicina.
O passo a passo na produção
"Em termos de produção, temos três setores distintos: químico, metalúrgico e mecânico-metalúrgico. Todos eles envolvem muita pesquisa tecnológica, que é desenvolvida no Centro por seus pesquisadores e alunos de pós-graduação. O setor mais desafiante, na atualidade, é o desenvolvimento da produção de alvos de irradiação à base de UAlx-Al, que deverá ser o padrão para o RMB.
A matéria-prima para a fabricação de combustível nuclear no CCN é U3Si2. Saliba explica que, para se chegar a essa liga, percorre-se todo um caminho pelos três setores produtivos da fábrica. "No químico, nós recebemos o UF6(hexafluoreto de urânio), que vem da Marinha enriquecido a 20% em 235U. Nessa substância, promove-se a redução do estado de oxidação para UF4, que é um pó verde, curiosamente, da mesma cor do planeta Urano”.
No setor de metalurgia, ocorre o processo de redução do UF4, para urânio metálico, por magnesiotermia. Esse processo usa uma mistura de pó de magnésio com pó de UF4. Compactada, essa mistura, por sua vez, é selada e colocada no reator de grafite para aquecimento. "Quando chega em torno de 620 graus, a reação do magnésio com o urânio é exotérmica e é a nacionalização da produção do 99Mo, que vai dar autonomia ao Brasil no fornecimento de geradores de 99mTc para aplicação em larga escala na medicina para até em torno de 1500 graus, quando todos os produtos dessa reação se tornam líquidos e caem no fundo do cadinho, separando-se, por densidade, o urânio metálico da fluorita”.
Uma vez retirado do cadinho (recipiente resistente a temperaturas elevadas), o urânio e a escória são separados mecanicamente, e o lingote de urânio é decapado e pronto para a próxima fase de confecção da liga U3Si2. Essa liga é feita em forno de indução com adição estequiométrica de silício. Esse processo exige temperaturas em torno de 1800 graus para promover a fusão completa da liga intermetálica e uma atmosfera controlada de argônio.
Já na fase mecânico-metalúrgica, essa liga é transformada em pó na faixa granulométrica de 150 a 44μm, e então é misturada com alumínio super puro e depois prensada em briquetes que são encapsulados em um conjunto de placas de alumínio, soldado e laminado a quente e a frio. É feita a decapagem das placas, seguida de um corte para a confecção dos elementos combustíveis. Esse é o ciclo de produção. Os alvos passam por processo semelhante, mas com dimensões menores, para serem irradiados.
Assessoria de Comunicação IPEN
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- 02/03/2015 - Novo Portal facilita acesso às informaçõesA partir de hoje, o público tem à sua disposição o novo Portal do IPEN, mais moderno e funcional, com várias novidades para facilitar a navegação e o acesso às informações. A principal delas é a ferramenta de busca, agora muito mais simplificada e com maior alcance. De acordo com João Carlos de Alexandria, da Gerência de Rede e Suporte Técnico (GRS), uma palavra é o suficiente para que o usuário consiga acessar qualquer informação ou documento que esteja disponível.
"E também será possível, nessa busca, relacionar à área respectiva e até aos pesquisadores de cada unidade, ou seja, o usuário encontrará mais facilmente o pesquisador, poderá acessar links para o currículo lattes, fazer contato via e-mail, entre outras possibilidades que não estavam disponíveis para o público externo na versão antiga”, acrescentou João Carlos.
Outra novidade é a ênfase na descentralização dos webmasters. Agora, cada Unidade do IPEN terá o seu, assim como a gestão, ficando a cargo da ACI o conteúdo noticioso e as informações institucionais, propriamente ditas. "Desse modo, o portal estará sempre atualizado, uma vez que os próprios setores terão alguém responsável por esse trabalho de manutenção e alimentação do conteúdo”, complementou Silvio Rogerio de Lucia, da Gerência de Desenvolvimento de Sistemas (GDS).
Cartão de visitas
"O site é o nosso cartão de visitas. O antigo estava defasado e não conseguia mais mostrar a magnitude das atividades do IPEN. Além disso, trazia recursos visuais, estéticos e de operacionalidade obsoletos, tendo em vista que havia sido implementado dez anos atrás e desde então não passara por grandes reformulações”, afirmou Afonso Aquino, assessor de Comunicação Institucional (ACI).
Do ponto de vista de layout, o novo Portal IPEN é mais atrativo, dinâmico e, no que diz respeito às cores, obedece rigorosamente aos padrões do Manual de Aplicação da Marca IPEN. "Procuramos aliar uma apresentação visual atraente e ao mesmo tempo observando a marca do Instituto, de modo a fortalecer cada vez mais a nossa imagem para os públicos interno e externo”, explicou Aquino. Além disso, possibilita a inclusão de outras mídias como blog, twitter e YouTube.
Desafio
A ideia de mudar o layout e a funcionalidade do Portal é antiga, mas só começou, de fato, a ser implementada há dois anos. O trabalho foi dividido em duas etapas: conceitual e operacional. A primeira ficou a cargo da Diretoria de Pesquisa, Desenvolvimento e Ensino (DPDE) e a segunda, "bem mais desafiadora”, da Diretoria de Planejamento e Gestão (DPG).
"Inicialmente, nós convidamos os centros de pesquisa, a Diretoria de Ensino, a Biblioteca, e fizemos várias reuniões com os webmasters de cada setor para definir o que gostaríamos de ter no nosso site. Surgiram muitas ideias e nós consolidamos isso num documento que serviu de base para a licitação da empresa executora”, contou Marcelo Linardi, diretor da DPDE.
Na parte operacional, houve certa dificuldade em razão da escassez de servidores na área. Porém, essa questão foi sanada com muito esforço por parte dos poucos que se dispuseram a assumir o desafio. "Mas o nosso pessoal encarou esse desafio e levou com muita seriedade e competência, foi um trabalho em equipe mesmo, e o sucesso se deve a esse esforço coletivo”, salientou Willy Hoppe de Sousa, diretor de Planejamento e Gestão (DPG).
Perspectivas
Willy destacou o trabalho de Franz Arnold, da GDS, que assumiu o comando da operacionalização do novo Portal com muita competência e eficiência. "Integrar o Franz a esse projeto foi um grande acerto, porque, sem deixar de reconhecer o esforço coletivo, é inegável que a liderança e a competência do Franz alavancaram o processo, desde a migração de dados até as correções que foram – e continuarão sendo – feitas”, disse Willy.
O próximo passo, segundo ele, é viabilizar a mudança da Intranet, prevista para entrar no ar até o final de março. "Entre as principais mudanças, que serão muitas, eu destacaria aqui a localização das informações, que será infinitamente superior”, adiantou o diretor da DPG. Para Franz, o sucesso tanto do Portal quanto da Intranet depende muito de cada servidor, no sentido de participar, de comentar, de colaborar.
"O mais importante é somar as competências, agregando o conhecimento acumulado ao que é possível inovar. Ou seja, não podemos simplesmente descartar o que foi feito até aqui para introduzir algo totalmente novo. Temos que aproveitar aquilo que é bom, valorizando o trabalho de colegas mais antigos, e aos poucos oferecer novidades, aproveitando as pessoas que estão chegando ao instituto e que têm muito a acrescentar também”, concluiu Franz, que ingressou no IPEN no concurso mais recente.
Inicialmente, o Portal estará apenas em Português, mas a expectativa é que futuramente esteja disponível em inglês e espanhol, o que facilitará o acesso de pesquisadores estrangeiros, potenciais parceiros do IPEN. -
- 02/03/2015 - Biotério do IPEN apto para produção e manutenção de animaisFornecer animais com qualidade genética e sanitária controladas para os testes de radiofármacos e para as pesquisas. Esse é o principal objetivo do Biotério do IPEN, após a recente obtenção do credenciamento definitivo do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
O biotério é o local onde são criados e mantidos animais vivos de qualquer espécie para estudo laboratorial. É construído numa área física de tamanho, condições e divisões adequadas, material devidamente esterilizado, entre outras exigências. Os animais precisam de alimentação específica e é fundamental que haja temperatura controlada e iluminação artificial apropriada.
No caso do IPEN, o Biotério, que está vinculado ao Centro de Biotecnologia (CB), tem como foco as pesquisas desenvolvidas no próprio instituto, a maioria delas buscando novos fármacos e radiofármacos. De acordo com a pesquisadora Nanci do Nascimento, o processo de credenciamento teve início há dois anos e demandou uma série de procedimentos.
"Foi preciso apresentar a planta física, com todos os fluxos de entrada e saída, e descrever todos os procedimentos realizados rotineiramente, os equipamentos utilizados e os processos de esterilização dos materiais, além de criar a Comissão Ética para Utilização de Animais (Ceua)”, explicou Nanci, coordenadora do Biotério.
Atualmente, são produzidas uma linhagem de ratos Wistar (recebem este nome porque a linhagem foi desenvolvida no Instituto Wistar da Filadélfia, EUA) e 16 de camundongos.
O credenciamento, que é a "licença” para um biotério funcionar, atesta a qualidade do trabalho realizado no IPEN. "Temos a certeza de que estamos trabalhando dentro das normas preconizadas pelo Concea, seguindo a DBCA [Diretriz Brasileira para o Cuidado e a Utilização de Animais para Fins Científicos e Didáticos]”, afirmou Nanci.
O Concea confirmou o credenciamento em dezembro de 2014, mas o Ofício (no229/204-SE/CONCEA) notificando o IPEN da habilitação chegou no início de fevereiro.
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- 25/02/2015 - Pesquisa do IPEN pode simplificar diagnósticos laboratoriaisMicrousinagem desenvolvida no Centro de Lasers e Aplicações (CLA), capaz de processar materiais com lasers de pulsos ultracurtos, viabilizará a produção e utilização de circuitos microfluídicos com aplicações de grande interesse para Brasil. Uma delas é o lab-on-a-chip (LOC), dispositivo que integra funções de laboratório em um único chip e promete revolucionar a instrumentação analítica na medicina.
Microusinagem desenvolvida no Centro de Lasers e Aplicações (CLA), capaz de processar materiais com lasers de pulsos ultracurtos, viabilizará a produção e utilização de circuitos microfluídicos com aplicações de grande interesse para Brasil. Uma delas é o lab-on-a-chip (LOC), dispositivo que integra funções de laboratório em um único chip e promete revolucionar a instrumentação analítica na medicina.
Pesquisadores do Centro de Lasers e Aplicações (CLA/IPEN) estão desenvolvendo uma tecnologia capaz de processar materiais com lasers de pulsos ultracurtos e, a partir dela, viabilizar a produção e a utilização de circuitos microfluídicos com aplicações de grande interesse para o Brasil. Entre as possibilidades, uma promete revolucionar a instrumentação analítica na medicina: é olab-on-a-chip(LOC), dispositivo que integra uma ou várias funções de laboratórios em um único chip.
Operacionalmente, o LOC caracteriza-se pelo manuseio de volumes de fluido extremamente baixos para menos de picolitros (10-15de litros). Os fluidos são transportados e manipulados através de microcanais (circuitos microfluídicos), possibilitando a integração de processos químicos e bioquímicos em microssistemas de análises automatizados, simplificando e agilizando diagnósticos médicos, além de auxiliar no estudo de processos celulares complexos.
O que vai possibilitar essa e outras aplicações é justamente a capacidade de microusinagem a ser desenvolvida no âmbito do projeto Temático Multiusuário "Microusinagem com laser de pulsos ultracurtos aplicada na produção e controle de circuitos optofluídicos”, coordenado pelo pesquisador Wagner de Rossi, do CLA.
De acordo com Wagner, foi aprovado na Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) o custo de aproximadamente R$ 2,8 milhões, além de recursos orçamentários do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), por meio do CNPq e da CNEN.
Parte dos recursos será destinada à aquisição de uma Estação de trabalho para microusinagem com laser de femtossegundos e de um Sistema Microfluídico Completo, dois equipamentos multiusuários, isto é, disponíveis para pesquisadores de outras instituições estaduais que atuem nesse campo, além do próprio IPEN.
"O projeto visa, primeiro, desenvolver a capacidade de microusinagem, isto é, de produzir estruturas da ordem de microns em qualquer tipo de material. Isso já demanda uma pesquisa. Após o processo desenvolvido, vamos construir circuitos microfluídicos, integrar componentes ópticos a eles, e vamos aplicá-los”, explica Wagner.
Segundo ele, a ideia é produzir circuitos opto-microfluídicos dedicados à produção de ensaios imunológicos, à produção de radiofármacos, começando pelo18FDG (2-flúor-2-deoxi-D-glicose), e diversos outros. "Portanto, é um projeto completo, que vai desde a pesquisa básica fundamental até os aplicativos”, acrescenta.
Otimização
O18FDG é a substância fundamental para a tomografia PET (do inglêsPositron Emission Tomography), atualmente o método mais moderno para a detecção de cânceres e outras doenças. O IPEN foi pioneiro na produção desse radiofármaco, mas o processo completo de síntese tal como é feito hoje, envolvendo 16 etapas, poderá ser otimizado se realizado em circuitos microfluídicos, segundo Wagner.
"O que nós estamos propondo é desenvolver um circuito completo para esta finalidade. O Centro de Radiofarmácia vai fornecer todos os insumos e será responsável pelo controle e análise dos resultados obtidos. O objetivo é a produção mais adequada às necessidades da meia-vida do18FDG”, afirma o pesquisador, salientando que a intenção inicial com o18FDG é demonstrar e otimizar o processo usando microfluídica. "A produção em escala comercial ou não é uma questão para o futuro”.
"Será um grande salto para o IPEN. Porque nós vamos construir um circuito microfluídico para produzir18FDG com uma eficiência consideravelmente maior do que temos hoje. Nessa proposta, estamos falando de controle de nanolitros (10-9de litros). Para o IPEN, esse é o foco”, acrescenta o físico Anderson Zanardi de Freitas, também pesquisador do CLA. Ele coordena a parte do projeto que utiliza a técnica de tomografia por coerência óptica (OCT, deOptical Coherence Tomography) para a caracterização dos circuitos.
"Nós utilizamos a OCT para reconstruir o sistema em 3D, de forma tomográfica (não superficial), e então conseguimos medir suas dimensões físicas, calcular o volume, além de caracterizar o tipo de regime do microfluído (capilar ou turbulento), e essas informações são importantes para desenvolvimento do microcircuito, ver quanto de solvente ou quanto de reação teremos ali. Saber medir com a técnica de OCT as dimensões físicas e o volume é importante como feedback no processo de microusinagem”, diz Anderson.
Outra aplicação social importante é o desenvolvimento de uma plataforma ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay) para diagnóstico de toxoplasmose. O princípio do teste padrão consiste em um ensaio imuno-enzimático que usa anticorpos específicos para detectar antígenos/anticorpos em uma amostra. O anticorpo é visualizado pelo acoplamento da enzima, e leva-se horas para o processamento. Um arranjo microfluídico vai reduzir esse tempo e o consumo de reagentes, e ainda fornecerá uma plataforma ELISA de dimensões bastante reduzidas. "O arranjo produzido será validado através do teste ELISA padrão", acrescenta Wagner.
Diagnóstico imediato
O processamento de amostras em chips pode ser adaptado para utilização em conjunto com smartphones, ampliando a gama de aplicações e possibilitando levar testes laboratoriais aos recantos mais remotos do País. Funciona assim: os fluidos (amostra) vão para o microchip, onde ocorre uma reação (tipicamente físico-química) possibilitando um diagnóstico imediato. Para análises mais complexas, o resultado dessa reação gera sinal elétrico, que é enviado por celular conectado à internet a um centro de referência para análise e diagnóstico. Daí é que vem o termolab-on-a-chip.
O projeto tem vigência até 2018 e conta também com estudantes de pós-graduação orientados por pesquisadores do CLA. A ideia é estimular as pesquisas na área e, ao mesmo tempo, formar pessoal.
Você também pode conferir essa e outras matérias no Órbita On-Line:http://issuu.com/anapaula.freire/docs/orbita_nov_dez -
- 03/02/2015 - CNEN emite licença para a produção de radiofármacos no IPENSob novas regras, e após minuciosa inspeção e avaliação dos procedimentos e infra-estrutura, a Diretoria de Radioproteção e Segurança Nuclear (DRS-CNEN) concedeu licença para as operações do Centro de Radiofarmácia (CR) e do Irradiador Multipropósito de Cobalto-60, do Centro de Tecnologia das Radiações (CTR). O próximo passo é obter para os demais laboratórios do IPEN, segundo o superintendente José Carlos Bressiani.
Sob novas regras, e após minuciosa inspeção e avaliação dos procedimentos e infra-estrutura, a Diretoria de Radioproteção e Segurança Nuclear (DRS-CNEN) concedeu licença para as operações do Centro de Radiofarmácia (CR) e do Irradiador Multipropósito de Cobalto-60, do Centro de Tecnologia das Radiações (CTR). O próximo passo é obter para os demais laboratórios do IPEN, segundo o superintendente José Carlos Bressiani.
O Centro de Radiofarmácia (CR) e o Irradiador Multipropósito de Cobalto-60, do Centro de Tecnologia das Radiações (CTR), são as primeiras instalações do IPEN a obter Licença de Operação dentro dos novos padrões de segurança e proteção exigidos pela CNEN. A permissão foi emitida em dezembro, pela Diretoria de Radioproteção e Segurança Nuclear (DRS-CNEN), após minuciosa inspeção e avaliação dos procedimentos e infra-estrutura.
De acordo com Jair Mengatti, gerente do CR, essa licença chancela a competência do IPEN para produzir radiofármacos sem risco radiológico, mantendo conformidade com as características de uma instalação radiativa, de acordo com exigências normativas da CNEN. "Por isso, é motivo de muita alegria para nós, mas também de muita responsabilidade para mantê-la”, afirmou Mengatti. "Particularmente os aspectos radiológicos das operações têm em vista o risco à saúde do trabalhador e do público, bem como a integridade do meio ambiente”, acrescenta.
O IPEN produz radiofármacos desde a década de 50. À medida que as regras e exigências mudam, são necessários adequação das atividades vigentes ou, em alguns casos, novos procedimentos. De acordo com definição da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), o radiofármaco é classificado como "medicamento" e como tal deve ser registrado no órgão. Para obter esse registro, são exigidos o Laudo Técnico de Aprovação (LTA) e as Boas Práticas de Fabricação (BPF), ambos emitidos pela Vigilância Municipal e Estadual.
Mengatti explica que o LTA, por sua vez, só é concedido mediante a apresentação justamente da Licença de Operação, o que, segundo ele, atesta a importância dessa "conquista”, fruto de um esforço coletivo.
As mesmas regras valem para a produção de novos radiofármacos. A Anvisa classifica o radiofármaco como novo ou inovador aquele comercializado após a Resolução nº 64, de 18 de dezembro de 2009, que especifica os radiofármacos de uso consagrado. "Para os novos radiofármacos, o IPEN deverá comprovar à Anvisa a eficácia e a segurança na produção, bem como deverá encaminhar à CNEN a sua capacidade da instalação ao produzi-los”, explicou Maria Tereza Colturato, da Garantia da Qualidade do CR.
Referência internacional
"Basicamente, a aprovação dos procedimentos pela CNEN significa trabalhar com mais segurança", ressalta o pesquisador Pablo Vasquez, do CTR. Segundo ele, periodicamente são realizadas vistorias sem prévio aviso, para verificação dos procedimentos de radioproteção.
O processo de obtenção desse tipo de licença envolve várias etapas, tais como a elaboração e aprovação de documentos administrativos como o plano de radioproteção, o relatório de análise de segurança (RAS), o programa de garantia da qualidade (PGQ), além dos demais procedimentos operacionais. Geralmente, essa autorização da CNEN tem prazo de validade de um ano, assim o processo de licenciamento deverá ser solicitado novamente um mês antes da data de expiração.
O Irradiador de Cobalto-60 é reconhecido como um modelo de referência para o processamento por radiação não apenas no Brasil, mas também em nível mundial, com o apoio da Agência Internacional de Energia Atômica (AEIA, da sigla em inglês), que permite a pesquisadores de diversos países excelente treinamento em operação e segurança radiológica.
‘Força-tarefa’
O próximo passo é buscar a Licença de Operação para os demais laboratórios do IPEN, segundo o superintendente José Carlos Bressiani. "O processo é demorado, será preciso uma ‘força-tarefa’ para que, em um futuro não muito distante, possamos ter todas as nossas instalações chanceladas pela CNEN. É muito importante para garantir segurança e proteção a todos, e a confiança de que realizamos nosso trabalho dentro dos padrões e com excelência”.
Você também pode conferir essa e outras matérias no Órbita On-Line:http://issuu.com/anapaula.freire/docs/orbita_nov_dez -
- 03/02/2015 - IPEN recebe novos servidores administrativosO IPEN acaba de receber oito servidores admitidos em concurso realizado em abril passado. Eles tomaram posse no dia 17 de dezembro e já foram alocados nos respectivos setores, conforme o estabelecido pelo Conselho Técnico Administrativo (CTA).
O IPEN acaba de receber oito servidores admitidos em concurso realizado em abril passado. Eles tomaram posse no dia 17 de dezembro e já foram alocados nos respectivos setores, conforme o estabelecido pelo Conselho Técnico Administrativo (CTA).
Com uma vacância de pelo menos 400 cargos, o IPEN acaba de receber oito servidores admitidos em concurso realizado em abril passado. Eles tomaram posse no dia 17 de dezembro e já foram alocados nos respectivos setores, conforme o estabelecido pelo Conselho Técnico Administrativo (CTA).
No total, foram dez vagas para o IPEN, sendo nove administrativos (assistente em C&T) e um nível superior (analista em C&T). "Mas dois desistiram, e então vamos iniciar o processo para convocar os próximos da lista”, adiantou o superintendente José Carlos Bressiani.
Dentre os cargos administrativos, de acordo com o planejamento do CTA, um servidor vai para a Biblioteca, outro para o Ensino, quatro vão para a administração propriamente dita e dois para ocupar a secretaria de centros, no caso o Centro de Química e Meio Ambiente (CQMA) e o Centro de Células a Combustível e Hidrogênio (CCCH).
"Como era um número pequeno de vagas, e a demanda na pesquisa é mais específica, nós resolvemos, neste primeiro momento, priorizar a gestão, pois muitos se aposentaram e ficou uma enorme carência”, complementou.
Segundo Bressiani, há uma boa expectativa quanto aos novos servidores. "Pelo que vimos nos currículos, ficamos com boa impressão. Todos têm boa formação, inclusive alguns com experiência no serviço público. Esperamos que possam ter um ótimo desempenho. E que venham com muita motivação, porque o IPEN é um local excelente para trabalhar”, afirmou o superintendente.
"O país está perdendo conhecimento”
Para um instituto que já chegou a ter 1,6 mil servidores na segunda metade da década de 80, a redução em quase 50% - hoje são 860 na ativa - é um problema. Somente neste ano de 2014, o IPEN perdeu 53 pessoas, três morreram e 50 aposentaram. "Precisamos de uma recomposição de no mínimo 400 vagas - e logo”, diz Bressiani, para quem o Brasil está perdendo conhecimento.
"Não é só o IPEN que está perdendo, é o país como um todo. O Brasil está perdendo todo o conhecimento na área nuclear, adquirido ao longo de décadas, o que é muito preocupante”, alerta o superintendente.
Bressiani se refere ao programa nuclear brasileiro que estabeleceu acordo com a então Alemanha Ocidental para a formação de pessoas. "Foi muita gente, quase um Ciência Sem Fronteiras só para a área nuclear. Vamos perder isso?”.
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- 29/01/2015 - IPEN recebe visita de alunos da Universidade Federal do Mato Grosso do SulAlunos e professores da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul visitaram o IPEN
Alunos e professores da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul visitaram o IPEN
O IPEN recebeu, em 29 de janeiro, a visita de cerca de 30 alunos e professores da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. Os alunos foram recebidos por servidores da Assessoria de Comunicação Social e pelo doutorando Everton Bonturim que proferiu a palestra "Energia Nuclear e suas Aplicações", do Centro de Química e Meio Ambiente (CQMA).
O diretor de Pesquisa, Desenvolvimento e Ensino, Marcelo Linardi, proferiu algumas palavras aos visitantes vindos de outro Estado.
Após a apresentação, o grupo visitou as instalações do Centro de Radiofarmácia (CR) do IPEN. -
- 14/11/2014 - Doutoranda do Ipen é a única brasileira premiada em congresso internacionalPatricia Ferrini é integrante do Laboratório de Aplicações de Laser em Pesquisa Ambiental do Ipen
O estudo "Hygroscopic behavior of aerosols over Sao Paulo metropolitan area" (Comportamento higroscópico de aerossóis sobre a região metropolitana de São Paulo), desenvolvido pela doutoranda Patricia Ferrini Rodrigues, foi o único trabalho de um autor brasileiro premiado no 13º International Global Atmospheric Chemistry (IGAC), o maior evento de química atmosférica do mundo, este ano realizado em Natal-RN, entre os dias 22 e 26 de setembro. Dentre os 430 participantes, 169 eram jovens cientistas, oriundos de 18 países, que concorreram em seis categorias. Do Brasil, foram apresentados 88 trabalhos.
Ferrini venceu na Seção 3: Interactions between aerosols, clouds and precipitation (Interação entre aerossóis, nuvens e precipitação). Integrante do Laboratório de Aplicações de Laser em Pesquisa Ambiental, do Centro de Laser e Aplicações do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), ela é orientada pelo professor Eduardo Landulfo, no Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear (Ipen/USP). O trabalho foi desenvolvido ao longo de três anos de coleta de dados utilizando a técnica de sensoriamento remoto LIDAR (Light Detection and Ranging).
"Esses dados são capazes de fornecer informação a respeito do material particulado presente na atmosfera da capital paulistana, bem como sobre sua interação com vapor de água, importante para compreender a formação de nuvens e sua relação com o balanço radiativo do planeta. Também ajuda a entender melhor os fenômenos relacionados ao aquecimento global e mudanças climáticas", explicou Ferrini.
Para ela, o prêmio representa o reconhecimento da comunidade científica da importância do desenvolvimento das pesquisas na área ambiental com o uso de lasers, principalmente no estudo da interação entre aerossóis e nuvens. "O uso do LIDAR como ferramenta para estudo destes fenômenos se mostra cada vez mais promissor, pois é possível fazer o sensoriamento da atmosfera em condições não perturbadas. Significa também o reconhecimento da comunidade internacional de um trabalho totalmente realizado no Brasil, e possivelmente abrirá muitas portas para todo o grupo", afirmou.
Segundo Ferrini, esse é um dos muitos trabalhos desenvolvidos pelo laboratório, que desenvolve também pesquisas que incluem climatologia de nuvens cirros, monitoramento de material particulado proveniente de queimadas e erupções vulcânicas, transporte de poeira do Saara, entre outros, tanto na capital como em Natal, Florianópolis e na Amazônia. O laboratório conta ainda com importante parcerias, como o NASA Goddard Space Flight Center, o NASA Langley e também é referência para as atividades da Rede Latino-Americana de LIDAR.
"Ela está escrevendo a tese, que é uma fase bem complicada, e a princípio a ida ao IGAC veio em meio a muitos compromissos e acúmulo de trabalho. Mas eu a incentivei bastante porque era um evento internacional, o maior na área; ela preparou o pôster, e o prêmio com certeza é plus na carreira dela e, claro, agrega valor científico ao nosso grupo, ao trabalho que desenvolvemos no âmbito da FAPESP. A Patrícia tem autonomia intelectual e está de parabéns por essa conquista", concluiu Landulfo.
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- 14/11/2014 - Marcelo Linardi recebe homenagem da UnicampEm reconhecimento a sua relevante contribuição na pesquisa e na formação de pessoal, o professor Marcelo Linardi recebeu homenagem durante o 7º Workshop Internacional sobre Hidrogênio e Células a Combustível e 1º Seminário sobre Energia e Sustentabilidade (WICaC-SES), realizado nos dias 4 e 5 de novembro, na Universidade de Campinas (Unicamp).
Linardi, que atualmente é diretor de Pesquisa, Desenvolvimento e Ensino no IPEN, também tem importante atuação no apoio à elaboração de programas governamentais e projetos visando o desenvolvimento nacional para inserção das tecnologias do hidrogênio e das células a combustível no Brasil.
A homenagem foi uma iniciativa do Centro Nacional de Referência em Energia do Hidrogênio (CENEH) e do Laboratório de Hidrogênio (LH2) da Unicamp. "Sinto-me muito honrado e feliz com essa homenagem", disse Linardi.
Além dele, foram homenageados também o Professor Ennio Peres da Silva e o pesquisador Newton Pimenta Neves Junior, ambos da Unicamp, os professores Martin Schmal e Paulo Emilio Valadão de Miranda, da COPPE/UFRJ, Ernesto Rafael Gonzalez, da USP São Carlos, e Fabio Bellot Noronha, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). A solenidade aconteceu no primeiro dia do evento.
O WICaC-SES atraiu pesquisadores e alunos de graduação e pós-graduação e norteou discussões no âmbito da utilização energética do hidrogênio e das células a combustível associada à eficiência, redução de impactos ambientais e à sustentabilidade no uso racional da energia.
Foram dois dias de palestras com profissionais renomados na área de hidrogênio e mudanças climáticas, sendo que, no segundo dia, foi oferecido um minicurso que tratou exclusivamente do tema mudanças climáticas.
*Com informações da Assessoria do Evento
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- 21/10/2014 - Tese do Ipen ganha Prêmio Capes na área de Engenharias IIA química Maria José Alves de Oliveira acaba de ser outorgada com o Prêmio Capes de Tese 2014 da área de Engenharias II pela tese "Obtenção de membranas de hidrogéis para tratamento alternativo de Leishmaniose Tegumentar", defendida no ano de 2013, no âmbito do Programa de Tecnologia Nuclear do Ipen-USP. A pesquisa resultou em um produto que já está patenteado e futuramente poderá ser utilizado em larga escala, após testes clínicos em humanos, com a vantagem de ter baixo custo de produção.
Orientada pela pesquisadora Duclerc Fernandes Parra, do CQMA, Maria José desenvolveu uma membrana à base de água gelatinizada (hidrogel) usando uma matriz polimérica modificada por radiação ionizante fonte de cobalto (60CO), para a liberação do glucantime (antimoniato). Esse curativo foi indicado para leishmaniose tegumentar, e obteve excelentes resultados nos testes com camundongos da linhagem Balb/c (muito utilizada em pesquisas do sistema imune). A pesquisa foi coorientada por Valdir Sabbaga Amato, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
A vantagem do curativo é que o tratamento é tópico, isto é, no próprio ferimento, a liberação da substância é controlada, não cai diretamente na corrente sanguínea, reduzindo a toxicidade, e o paciente vai poder fazer uso sem correr risco. "A leishmaniose é uma doença crônica, você trata a ferida, ela fecha, mas pode voltar. Quando volta, geralmente é no mesmo lugar. Então, fazer um tratamento que seja eficiente e ao mesmo tempo que não represente risco ao paciente, e a custo baixíssimo, é uma importante contribuição, uma opção para dar qualidade de vida ao paciente", diz Maria José.
Com a conquista na área de concentração, Maria José agora concorre ao Grande Prêmio Capes de Teses 2014. A cerimônia de premiação acontecerá em Brasília, no dia 10 de dezembro. A pesquisadora já garantiu uma bolsa de pós-doc e pretende fechar o ciclo fazendo testes clínicos em humanos. "Quando o produto estiver ajudando a população, melhorando a condição de vida do paciente, eu me darei por satisfeita, missão cumprida nessa área". Maria José recebeu bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
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- 21/10/2014 - Tese do IPEN ganha Prêmio Capes na área de Engenharias IIMaria José (esq.) e sua sua orientadora Duclerc Parra, com amostra de membrana desenvolvida no IPEN. Tese premiada pela Capes
Maria José (esq.) e sua sua orientadora Duclerc Parra, com amostra de membrana desenvolvida no IPEN. Tese premiada pela Capes
A química Maria José Alves de Oliveira acaba de ser outorgada com o Prêmio Capes de Tese 2014 da área de Engenharias II pela tese "Obtenção de membranas de hidrogéis para tratamento alternativo de Leishmaniose Tegumentar”, defendida no ano de 2013, no âmbito do Programa de Tecnologia Nuclear do IPEN-USP. A pesquisa resultou em um produto que já está patenteado e futuramente poderá ser utilizado em larga escala, após testes clínicos em humanos, com a vantagem de ter baixo custo de produção.
Orientada pela pesquisadora Duclerc Fernandes Parra, do Centro de Química e Meio Ambiente (CQMA), Maria José desenvolveu uma membrana à base de água gelatinizada (hidrogel) usando uma matriz polimérica modificada por radiação ionizante fonte de cobalto (60CO), para a liberação do glucantime (antimoniato). Esse curativo foi indicado para leishmaniose tegumentar, e obteve excelentes resultados nos testes com camundongos da linhagem Balb/c (muito utilizada em pesquisas do sistema imune). A pesquisa foi coorientada por Valdir Sabbaga Amato, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
A vantagem do curativo é que o tratamento é tópico, isto é, no próprio ferimento, a liberação da substância é controlada, não cai diretamente na corrente sanguínea, reduzindo a toxicidade, e o paciente vai poder fazer uso sem correr risco. "A leishmaniose é uma doença crônica, você trata a ferida, ela fecha, mas pode voltar. Quando volta, geralmente é no mesmo lugar. Então, fazer um tratamento que seja eficiente e ao mesmo tempo que não represente risco ao paciente, e a custo baixíssimo, é uma importante contribuição, uma opção para dar qualidade de vida ao paciente”, diz Maria José.
Com a conquista na área de concentração, Maria José agora concorre ao Grande Prêmio Capes de Teses 2014. A cerimônia de premiação acontecerá em Brasília, no dia 10 de dezembro. A pesquisadora já garantiu uma bolsa de pós-doc e pretende fechar o ciclo fazendo testes clínicos em humanos. "Quando o produto estiver ajudando a população, melhorando a condição de vida do paciente, eu me darei por satisfeita, missão cumprida nessa área”. Maria José recebeu bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp)
Saiba mais na edição do Órbita IPEN nº 75
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- 07/10/2014 - Trabalhos do Ipen são premiados em congresso internacional de Química NuclearO 4th International Nuclear Chemistry Congress (INCC) realizou-se de 14 a 19 de setembro pela primeira vez no Brasil, em Maresias, litoral de São Paulo. O evento contou com 191 participantes de oriundos 23 países. O evento é trienal e tem por objetivo a troca de conhecimentos científicos entre pesquisadores de várias áreas da ciência, principalmente as relacionadas com a produção de radioisótopos e utilização da radiação para fins pacíficos. Entre os temas que foram abordados durante o evento estão a radioquímica, química radioanalítica, radiofármacos, radioproteção, reatores nucleares, técnicas nucleares entre outras áreas de interesse. Foram apresentados 202 trabalhos técnicos, sendo 46 na forma oral e 156 como pôsteres. Participaram do evento onze palestrantes, sendo oito estrangeiros.
Organização
A responsável pela organização do 4th INCC 2014 foi a pesquisadora Marina Beatriz Agostini Vasconcellos, do Centro do Reator de Pesquisas (CRPq) do Ipen. Participam do comitê local os pesquisadores Ana Maria Graciano Figueiredo, Casimiro Munita, Déborah I. T. Fávaro, Edson Gonçalves Moreira, Maria José Armelin, Mitiko Saiki, Paulo S. Cardoso da Silva, Vera Akiko Maihara, Barbara Mazzilli, todos do Ipen, além de Almir Faria Clain (IRD), Elvis Joacir de França (CRCN) e Maria Ângela de Menezes do CDTN.
O evento contou com o apoio do Ipen, Aben, Capes, Fapesp, CNPq, AIEA, Eletronuclear, INB, NUCLEP, SINC, IUPAC, ANS e Minc.
Premiações
Um comitê formado por renomados cientistas da área avaliou os trabalhos apresentados na forma de pôster por alunos de pós-graduação de instituições nacionais e internacionais. Foram premiados seis pôsteres, sendo cinco de trabalhos realizados no Ipen. A pesquisa desenvolvida pelo doutorando do Ipen Everton Bonturim, intitulada "Crystalline Structure and Oxygen Stoichiometry of the Ba0.50Sr0.50Co0.80Fe0.20O3-d"recebeu o prêmio de melhor trabalho apresentado na classe (First Place in the Student Contest).
O autor do trabalho menciona a importância do estudo de materiais para o desenvolvimento de dispositivos conversores de energia, tal como as Células a Combustível, capazes de converter energia química em energia elétrica de combustíveis livres de carbono como o gás Hidrogênio e o oxigênio presente no ar como forma de contribuir para o desenvolvimento e ampliação da matriz energética nacional.
Everton conta que o estudo desenvolvido durante seu mestrado teve como foco o desenvolvimento de um material com características adequadas para aplicação como cátodo em Células a Combustível de Temperatura Intermediaria (ITSOFCs). O estudo da síntese e caracterização do composto Ba0.50Sr0.50Co0.80Fe0.20O3-d (BSCF) é o passo inicial para o desenvolvimento de um material otimizado para operação em elevadas temperaturas com adequada condutividade eletrônica e iônica. A principal característica deste óxido está nas suas propriedades de condutividade iônica de espécies O2-, o que o torna um excelente eletrodo catódico para ITSOFCs. Neste sentido, como parâmetro fundamental para o entendimento da formação de uma estrutura cristalina adequada para difusão de espécies iônicas como o oxigênio, as pesquisas mais recentes têm se focado no entendimento da formação de defeitos estruturais na rede cristalina, como o caso da formação de vacâncias de oxigênio.
O trabalho apresentado por Everton Bonturim tem como principal objetivo o estudo da formação desses defeitos na estrutura cristalina do composto BSCF por técnicas experimentais fundamentais para caracterização cristalográfica como a difração de raios X e a difração de nêutrons de alta resolução. O autor ainda reforça a ideia de que os dados experimentais são uma primeira abordagem para o estudo de sistemas cristalinos com defeitos, tais como as vacâncias, e que faz-se necessário uma segunda abordagem teórica baseada em simulações atomísticas tipo DFT para o estudo termodinâmico e atomístico da formação desses sistemas. Seu trabalho contou com a participação de pesquisadores do Centro do Reator de Pesquisas (CRPq) e do CCTM no Ipen.
Relação de pôsteres de alunos do IPEN que foram premiados no evento:
Primeiro Lugar - Everton Bonturim-CCTM/CQMA
Título do Trabalho: "CRYSTALLINE STRUCTURE AND OXYGEN STOICHIOMETRY OF THE Ba0.50Sr0.50Co0.80Fe0.20O3-d POWDERS OBTAINED BY EDTA-CITRATE METHOD MEASURED BY X-RAY AND NEUTRON DIFFRACTION"
Orientadora: Dra.Emília S.M.SeoSegundo Lugar - Amanda Cristiana R.Koike - CTR
Título do Trabalho: " ANALYSIS OF PHENOLIC COMPOUNDS IN TROPAEOLUM MAJUS L. PROCESSED BY IONIZING RADIATION"
Orientador: Dra. Ana Lúcia VillavicencioQuarto Lugar - Rogério Ribeiro-CRPQ
Título do Trabalho:"ARCHAEOMETRIC STUDIES OF CERAMICS FROM THE SÃO PAULO II ARCHAEOLOGICAL SITE"
Orientador: Dr.Casimiro J.S.MunitaQuinto Lugar - Liliana Castro-CRPQ
Título do Trabalho: "BOVINE KIDNEY REFERENCE MATERIAL PREPARATION PROPOSAL TO BE USED IN QUALITY ASSURANCE OF CHEMICAL MEASUREMENTS IN MEAT PRODUCTS"
Orientador: Dra.Marina B .A.VasconcellosSexto Lugar - Eliane Santos-CRPQ
Título do Trabalho: "A STUDY ON ELEMENTAL COMPOSITION OF TREE BARKS FOR USING IN ATMOSPHERIC POLLUTION MONITORING"
Orientador: Dra. Mitiko SaikiMais informações podem ser encontradas no site do evento: http://acquacon.com.br/4thincc/
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- 19/09/2014 - Ipen firma acordo de cooperação com a UnilaO Ipen e a Universidade Federal da Integração Latino Americana, Unila, assinaram na manhã de 19 de setembro de 2014, acordo de cooperação técnico-científica.
O Ipen e a Universidade Federal da Integração Latino Americana, Unila, assinaram na manhã de 19 de setembro de 2014, acordo de cooperação técnico-científica.
O acordo tem por objetivo a capacitação de alunos em nível de pós-graduaçãostrictu sensue professores para a formação de grupos de pesquisa no desenvolvimento conjunto de projetos de pesquisa.
Busca-se também o intercâmbio de alunos e a internacionalização das pesquisas.
A Unila situa-se em Foz do Iguaçu, PR, e busca ampliar seus cursos graduação e pós-graduação. O acordo foi assinado pelo reitor da Unila, Josué Modesto dos P. Subrinho, pelo físico Davi da Silva Monteiro, da Unila, pelo diretor de Pesquisa Desenvolvimento e Ensino doIpen, Marcelo Linardi e pelo superintendente José Carlos Bressiani. Participaram do encontro diretores e gerentes do instituto.
Em 2017 pretende-se realizar um workshop para divulgar e avaliar a cooperação técnica. -
- 11/09/2014 - Trabalho do IPEN com elementos combustíveis é destaque em vários paísesExperiência IPEN/CNEN-SP na fabricação de elementos combustíveis tem sido amplamente difundida em diversos países
Experiência IPEN/CNEN-SP na fabricação de elementos combustíveis tem sido amplamente difundida em diversos países
A experiência do Ipen/CNEN-SP na fabricação de elemento combustível utilizado em reatores de pesquisa que produzem radioisótopos e que também são usados para testes de materiais, como é o caso do IEA-R1, tem sido amplamente difundida em diversos países, por meio do artigo "Research Reactor Fuel Fabrication to Produce Radioisotopes”, de autoria dos pesquisadores Adonis M. Saliba-Silva, Elita F. Urano de Carvalho, Humberto G. Riella e Michelangelo Durazzo. O trabalho constitui o capítulo 2 do livro "Radioisotopes - Applications in Physical Sciences”, publicado em 2011 pela InTech Editora, também disponível na versão on-line.
Com 5.325 acessos até o momento*, entre visualizações (2.223) e downloads(3.102), o artigo explica a rota para a produção de combustíveis nucleares utilizados no tipo mais comum de reatores de pesquisa, o Materiais Testing Reactor (MTR), e é de longe o mais acessado entre os 22 capítulos do livro. Um dado curioso é a distribuição dos downloads cumulativos por países: o maior número vem dos Estados Unidos (1.167), seguido de Índia (321), China (186), Reino Unido (177) e Irã (164). "O capítulo é fruto do trabalho que realizamos noIpen, portanto, é o nome do IPEN que divulgamos”, destaca Saliba, do Centro do Combustível Nuclear (CCN).
Uma das razões possíveis para o volume de downloads no exterior é o fato de que, em alguns países, como Irã e Índia, não se conhece essa tecnologia de uma forma mais ilustrativa, tal como foi descrita no trabalho. Segundo Saliba, fazer um combustível nuclear não é uma técnica muito aberta na literatura científica nuclear. Mas, como os reatores de pesquisa têm uma finalidade humanitária, pois envolvem mais pesquisa acadêmica ou produção de radioisótopo para a medicina nuclear, detalhes tecnológicos são considerados "não-comerciais”. "Por isso, podem ser divulgados plenamente. E nós conseguimos fazer um bom resumo, que é importante para quem está utilizando essa técnica de fabricação", disse.
O elemento combustível de base MTR é um dos itens de um conjunto de placas combustíveis de alumínio, espaçadas regularmente para permitir um fluxo corrente de água que serve como refrigerador e como moderador de reação nuclear. "Fisicamente”, essas placas têm um recheio de material físsil inteiramente coberto com alumínio e são fabricadas por meio de uma técnica de montagem de núcleo, moldura e revestimentos, e posterior laminação, conhecida internacionalmente como "técnica de picture-frame”.
No artigo, os autores descrevem o processo de fabricação de elementos combustíveis abordando a evolução dos materiais combustíveis nucleares para MTR e a produção de elementos como hexafluoreto de urânio (UF6), tetrafluoreto de urânio (UF4), urânio metálico, U3Si2, além da produção de briquetes da mistura pós de alumínio e de U3Si2 e de placas de combustível com briquetes de dispersão encapsulados na moldura. O capítulo também explica como são feitos a montagem de elementos combustíveis, a recuperação de urânio, o tratamento de efluentes e o controle de qualidade. "Uma descrição detalhada do nosso trabalho”, diz Saliba.
O resultado impressiona: o número de downloads do capítulo corresponde a mais que o dobro se comparado ao artigo "Natural Occurring Radionuclide Materials”(capítulo 1), o segundo mais consultado do livro, com 1.492 downloads e 1.621 visualizações, e o total de 3.113 acessos, cujos autores são Raad Obid Hussain and Hayder Hamza Hussain, da Universidade Kufa, Iraque. "O que comprova a excelência do Ipen e da CNEN nessa área”, finalizou Saliba.
Sobre o livro:
"Radioisotopes - Applications in Physical Sciences” foi editado por Nirmal Singh, professor Emérito do Departamento de Química Orgânica do Indian Institute Of Science, Bangalore, Índia.
Possui 508 páginas, 22 capítulos e foi publicado pela InTech Editora em 21 de outubro de 2011.
ISBN 978-953-307-510-5 (Link: http://www.intechopen.com/books/radioisotopes-applications-in-physical-sciences)
Sobre os autores do Capítulo 2:
Adonis Saliba: Engenheiro metalúrgico com doutorado em Tecnologia Nuclear pela Universidade de São Paulo (2001), tecnologista Sênior do Ipen/CNEN.
Elita Urano: Química industrial com doutorado em Tecnologia Nuclear pela Universidade de São Paulo (2004), pesquisadora do IPEN/CNEN.
Humberto G. Riella: Engenheiro químico com doutorado em Maschinenbauingenier - Universitat Karlsruhe (1983), Professor Associado III do Departamento de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos da Universidade Federal de Santa Catarina e Professor Participante do Programa Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear do IPEN/ USP.
Michelângelo Durazzo: Engenheiro Metalúrgico com Doutorado em Tecnologia Nuclear pela Universidade de São Paulo (2001), pesquisador do Ipen/CNEN.
(Link para o capítulo: http://www.intechopen.com/books/radioisotopes-applications-in-physical-sciences/research-reactor-fuel-fabrication-to-produce-radioisotopes)
* Consultado em 10/09/2014, às 10h. -
- 05/09/2014 - IPEN firma parceria com Instituto Federal de ROA capacitação e principalmente a fixação de recursos humanos ainda são os principais desafios para as instituições de ensino e pesquisa da Região Norte do Brasil
A capacitação e principalmente a fixação de recursos humanos ainda são os principais desafios para as instituições de ensino e pesquisa da Região Norte do Brasil
Uma das saídas de médio prazo tem sido os acordos de cooperação técnico-científica com centros de excelência nacionais e internacionais. Nessa perspectiva, o Instituto Federal de Rondônia (IFRO) está se associando ao IPEN para oferecer, já em 2015, 40 vagas de pós-graduação aos seus professores e pesquisadores. O protocolo de intenções foi assinado nesta sexta-feira, 5, pelo superintendente do IPEN, José Carlos Bressiani, e o reitor do IFRO, Écio Naves Duarte.A princípio, serão 20 vagas para doutorado e 20 para mestrado. Os termos do convênio ainda em fase final de elaboração pelas respectivas áreas jurídicas, mas, de acordo com Bressiani, "está tudo encaminhado para uma frutífera parceria”. Ele destacou a atuação multidisciplinar do IPEN e a excelência de seu Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear, associado à Universidade de São Paulo (USP), que obteve conceito 6 na avaliação da Capes para o triênio 2010-2012. "Uma das nossas principais missões e que tem sido cumprida com bastante eficiência é a formação de recursos humanos. Por isso, acredito na boa sinergia com vocês”.
A expectativa de Bressiani é compartilhada por Écio Duarte e pelo pró-reitor de Pesquisa, Uberlando Leite. Ambos ressaltaram as competências locais, mas reconheceram a dificuldade de capacitar e de fixar profissionais qualificados. "Há uma expressiva assimetria regional entre o Sudeste e o Norte, no que diz respeito à formação de pessoal e à infraestrutura de ensino e pesquisa. Mas nós temos muita gente boa, e acreditamos que esse convênio com o IPEN vai nos ajudar a burilar as pedras da riqueza de Rondônia para que, num futuro não muito distante, possamos criar os nossos programas e evitar o êxodo que hoje é comum”, afirmou Duarte.
O reitor se refere aos profissionais que migram para outras regiões em busca de melhores condições de trabalho. Com exceção de Amazonas e Pará, onde houve considerável crescimento do número de mestres e doutores na última década, nos demais estados da região Norte, professores e pesquisadores sequer conseguem concorrer em editais nacionais devido ao número ínfimo de titulações e à consequente baixa produção científica e tecnológica. "A infraestrutura local para a pesquisa e para o ensino de pós-graduação é muito incipiente e faz com que as pessoas não se interessem em permanecer lá”, explicou o pró-reitor Uberlando.
Outro fator que dificulta a fixação, segundo ele, são as condições socioeconômicas da região. "A verdade é que, na maioria das cidades, não há infraestrutura de saúde e educação. É compreensível que as pessoas procurem qualidade de vida, sobretudo quem tem filhos em idade escolar. Mas nós precisamos agir para minimizar essa assimetria regional e futuramente mudar esse cenário”, acrescentou Uberlando. Coube a ele uma breve apresentação do IFRO aos dirigentes do IPEN. Um dado que chamou a atenção foi o total de recursos captados pelo instituto no último ano: R$ 950 mil. "É quase nada”, lamentou.
Compromisso –Para o coordenador da pós-graduação do IPEN, Delvonei Alves de Andrade, o convênio com o IFRO é uma demonstração do compromisso do instituto com as futuras gerações de pesquisadores do país. "Capacitar recursos humanos nas regiões onde ainda não há programas de pós-graduação consolidados é uma das diretivas da Capes. Nós, do IPEN, somos considerados um centro de excelência, portanto, dar essa contribuição ao país é até uma obrigação ética”, afirmou.
Para o reitor do IFRO, a parceria é também uma oportunidade de troca de expertises. "As pessoas, quando chegam em Rondônia e se depara com as potencialidades locais, ficam impressionadas. O Brasil não conhece o Brasil”, ressaltou Duarte, que é doutor em engenharia mecânica pela Universidade Federal de Uberlândia (MG), com estágio na Universidade Politécnica da Catalunha (UPC), Espanha. Para ele, a articulação de acordos promove "a costura de um tecido mais amplo, mais bonito e mais plural, sendo essa a principal vantagem das cooperações, que têm repercussão principalmente social e humana”.
José Carlos Bressiani (superintendente do IPEN), Écio Naves Duarte (reitor do IFRO) e Uberlando Leite (pró-reitor de Pesquisa do IFRO)
Atualmente, o IFRO possui 32 polos de ensino (oito são para aulas presenciais e 24, para atividades à distância), com 159 cursos – a maioria nível médio – e quase 14 mil alunos. Mais sobre a instituição no site http://www.ifro.edu.br/index1.php
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- 02/09/2014 - Emoção renovada na festa do IPENA semana de comemorações pelo 58º aniversário do Ipen encerrou-se na sexta-feira, 29, com uma série de apresentações e homenagens que emocionaram os presentes.
A semana de comemorações pelo 58º aniversário do Ipen encerrou-se na sexta-feira, 29, com uma série de apresentações e homenagens que emocionaram os presentes.
Um dos momentos mais comoventes foi a homenagem à Mitiko Saiki, do Centro do Reator de Pesquisa (CRPq), que recebeu o título de Pesquisadora Emérita 2014. Um vídeo com depoimentos de familiares e amigos apresentou um pouco da trajetória dessa engenheira química conhecida por sua disciplina e seu rigor, mas também reconhecida pela sua capacidade de formar pessoas.
Em seu breve discurso, Mitiko relembrou, com bom humor, como foi difícil, na sua época de conclusão de curso, ingressar no mercado de trabalho. "Eu fui selecionada para a Petrobras e até hoje estou esperando ser chamada”, disse, provocando risos da plateia. "Talvez por ser mulher, e a engenharia era uma área de homens, não sei. Mas eu gostei, porque eu pude seguir a minha carreira aqui no Ipen, onde realizei tantas coisas”, acrescentou. Para quem achava que ela fosse parar nos próximos anos, Mitiko deixou claro que pretende "irradiar no RMB”.
A pesquisadora se referiu ao Reator Multipropósito Brasileiro, cujo início da operação não ocorrerá em menos de seis anos. Esse megaprojeto do governo brasileiro foi apresentado pelo engenheiro José Augusto Perrotta, com o objetivo de levar ao conhecimento da plateia o status atual da empreitada. Perrotta explicou que o RMB se encontra em fase de obtenção das licenças nuclear (de local) e ambiental (licença prévia).
O investimento, de cerca de US$ 500 milhões, possibilitará ao Brasil autossuficiência na produção de radioisótopos.
José Augusto Perrotta, coordenador técnico do projeto para construção do RMB
Outra apresentação importante foi a da pesquisadora Luciana Gatti, do Centro de Química e Meio Ambiente (CQMA), que falou de seu estudo sobre o balanço de carbono na Amazônia. Tamanha repercussão resultou no artigo "SINK ou SOURCE? Drought holds key to crucial carbono-sink capacity of Amazonian rainforest”, capa da revista Nature (506, de 06/02/2014). Gatti destacou os parceiros e explicou os motivos para a publicação: o fato de o estudo ser na Amazônia, área de interesse mundial, e suas conclusões terem apontado o papel determinante da chuva na absorção de carbono pela floresta.
Prêmio Ipen de Inovação Tecnológica
A proposta "Desenvolvimento e instalação no Ipen-CNEN/SP de unidade reacional de hidrotratamento, em batelada, com micro-ondas para processamento de petróleos e suas frações”, liderada pela pesquisadora Sumair Gouveia de Araújo, do CQMA, foi a grande vencedora da primeira edição do Prêmio Ipen de Inovação Tecnológica.
Entrega do Prêmio Ipen de Inovação Tecnológica à pesquisadora Sumair Gonçalves de Araújo
O anúncio foi feito pelo diretor de Pesquisa, Desenvolvimento e Ensino, Marcelo Linardi, que falou dos objetivos do prêmio e destacou a multidisciplinariedade das pesquisas do Instituto.
Foram submetidas dez propostas, de "altíssima qualidade”, segundo Linardi, e todas com pré-ingresso garantido na incubadora do IPEN. Os critérios para a escolha foram viabilidade técnica e comercial, originalidade, relevância, clareza e apresentação. "Espero que, nos próximos anos, outros pesquisadores se sintam motivados a participar”, concluiu o diretor. Em seguida, chamou os pesquisadores Ademar Lugão, gerente do CQMA, e Sumair, para a entrega dos troféus e do "cheque” simbólico de R$ 100 mil, valor a ser alocado ao grupo de pesquisa.
Emocionada, a engenheira Sumair fez uma breve explanação do projeto e disse que o resultado foi "uma surpresa”. "Foi uma vitória inesperada, mas que me deixou muito feliz, e quero aqui deixar o meu agradecimento a todos que me apoiaram na casa, bem como aos meus parceiros”, afirmou, referindo-se a Jiro Takahashi, Liliane Landini e Mauro Kioshi Myahira, do IPEN/CNEN, José Carlos de Souza, do Instituto de Física da USP, e Elizabeth Marques Moreira, Maurício Souza de Alencar, Bauer Costa Ferrera e Mauri José Baldini Cardoso, do CENPES/Petrobras (RJ).
Impactos –Sumair fez uma breve caracterização da sua proposta, no âmbito da inovação tecnológica, destacando os impactos econômico (redução de energia elétrica, de tempo de processamento e de materiais), social (melhoria da saúde da população brasileira, evitando doenças respiratórias), ambiental (remoção de poluentes de óleos combustíveis) e científico-tecnológico (otimização do processo de refino de óleos, com temperatura e pressão menores).
Reconhecimento aos servidoresCinquenta cinco servidores que se aposentaram no período de julho de 2013 até agora também foram homenageados neste aniversário do Ipen. Entre eles, Celso Alves dos Santos, da Divisão de Projetos e Fabricação (DPF). Todos receberam Menção Honrosa, entregues pelo superintendente do Ipen, José Carlos Bressiani, e pelo presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Ângelo Padilha.
A perda de pessoal foi um dos pontos levantados por Bressiani, em seu discurso de encerramento. Depois de um breve relato sobre a excelência do instituto em diferentes áreas, Bressiani reafirmou seu receio de que, com o tempo, algumas dessas áreas sejam esvaziadas com a aposentadoria sem reposição de servidores. Padilha reconheceu a dificuldade e anunciou novas vagas em um próximo concurso. "Não serão suficientes, mas já ajudarão a minimizar as perdas”.Dentre os mais de quarenta servidores aposentados, Celso Alves dos Santos recebe sua menção honrosa das mãos do presidente da CNEN, Ângelo Fernando Padilha
De acordo com Padilha, serão destinadas mil vagas para a CNEN, distribuídas em etapas, nos próximos anos. "No primeiro concurso, conseguimos, a muito custo, garantir aproximadamente 500 vagas para os institutos da CNEN”.
Ao final, o secretário executivo para Inclusão Social do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Oswaldo Baptista Duarte Filho, elogiou o trabalho do Ipen e justificou a ausência do ministro Clélio Campolina, a quem representava, afirmando que "em breve ele virá conhecer o instituto”.Na abertura do evento, a Banda da Guarda Municipal de Santana do Parnaíba apresentou um repertório variado antes da execução do Hino Nacional.
Banda da Guarda Municipal de Santana do Parnaíba
A Semana de C&T do IPEN começou na segunda-feira, 25, com o "Brazil - U.S. Workshop on Strengthening the Culture of Nuclear Safety and Security", realizado em parceria entre o Ipen e a Academia de Ciências dos Estados Unidos (NAS). O evento contou com o patrocínio da Eletrobras Elotronuclear, Banco do Brasil e o Grêmio dos Funcionários Ipen-CTMSP.
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- 01/09/2014 - Ipen tem novo diretor de AdministraçãoApós 47 anos de Ipen, considerando o início da sua atuação ainda como bolsista, o engenheiro José Antonio Diaz Dieguez, que atualmente estava como diretor de Administração, anunciou o seu afastamento dessa função.
Após 47 anos de Ipen, considerando o início da sua atuação ainda como bolsista, o engenheiro José Antonio Diaz Dieguez, que atualmente estava como diretor de Administração, anunciou o seu afastamento dessa função.
Em seu lugar, assume o também engenheiro Wilson Calvo, do Centro de Tecnologia das Radiações (CTR). O comunicado oficial aos demais diretores e gerentes de centros foi feito nesta segunda-feira, 1, pelo superintendente José Carlos Bressiani.
Lamentando a perda de vários servidores especialmente nesse último ano, Bressiani destacou a competência e a dedicação de Dieguez ao Ipen, e agradeceu-lhe por tantos anos de trabalho sério e ético nas diversas funções que assumiu. "Estamos perdendo muita gente boa, ‘pessoas-chave’ em alguns setores, sem a devida reposição. A saída do Dieguez é certamente mais uma lacuna que fica no Ipen, mas estou certo de que ele vai continuar por aqui”.
De fato, Dieguez deixa o cargo, mas não se afastará em definitivo doIpen. "Vou ficar por aqui, colaborando com a equipe, fazendo essa transição de maneira tranquila com o Dr. Calvo. Apenas preciso diminuir o ritmo intenso de trabalho. Mas não vou embora, afinal, o Ipen sempre esteve em primeiro lugar na minha vida. Gostaria de agradecer a todos pela confiança, o apoio e a compreensão. E continuem contando comigo”.
Unanimidade –A escolha de Calvo para a Diretoria de Administração foi praticamente unânime entre os demais diretores, destacou Bressiani. "Eu havia pensado no Calvo e, quando consultei os diretores, todos convergiram para o nome dele. Foi uma escolha tranquila, e felizmente ele se dispôs a ajudar a gente. São estilos diferentes, mas tenho certeza de que, com sua experiência, Calvo tem muito a colaborar.
Para o novo diretor, contudo, a escolha foi uma surpresa. "O convite me surpreendeu, e, desde já, agradeço a confiança, pois substituir o Dieguez não é tarefa fácil. Mas, como ele disse, a transição tem sido muito boa. O importante é que o ritmo não seja prejudicado”, afirmou Calvo, acrescentando que o sucesso está em uma gestão integrada. "Temos que dar condições às áreas ‘meio’ para viabilizar com eficiência a atividade fim”.
Um grande desafio na administração de um instituto do porte do Ipen é lidar com a dificuldade de recursos, de acordo com Dieguez. Ele também destaca que é preciso haver respeito e confiança mútua entre os que estão em cargo de direção e os demais servidores, e também dedicação para atender as demandas da comunidade. "Quando eu assumia um compromisso com o servidor, esse compromisso passava a ser meu também”.
A seguir, uma breve entrevista com Dieguez:
Após quase cinco décadas de Ipen, período em que ocupou relevantes cargos, o senhor está se afastando. Como gostaria de ser lembrado?
Dieguez –Como um colega que contribuiu, com muito empenho e dedicação, para o sucesso e para as muitas transformações e realizações positivas doIpennestas quatro décadas, tanto do ponto de vista tecnológico, como acadêmico e administrativo.
Que mensagem o senhor deixa para os que ficam e para os que entrarão no Ipen?
Dieguez –Comprometimento com o permanente sucesso do Instituto onde, muito provavelmente, passarão toda a sua vida profissional (como eu).
E para o novo diretor, que conselho daria?
Dieguez –Trabalhar com dedicação e perseverança nas suas ações, confiança nos subordinados e respeito aos demais colegas do Instituto nas suas demandas, principalmente as administrativas.
Resuma, em uma ou duas palavras, a sensação neste momento de despedida.
Dieguez –Em uma, Feliz. Em duas, dever cumprido. -
- 29/08/2014 - Grupo Trem 205 retoma as Quartas Musicais no IpenO grupo TREM 205 formou-se em abril de 2013 com alunos do Departamento de Música da ECA.
O grupo TREM 205 formou-se em abril de 2013 com alunos do Departamento de Música da ECA.
Seu repertório destaca a música instrumental brasileira mas, para a apresentação no Ipen, no próximo dia 3 de setembro, às 12h30, terá a participação de Guilherme Kafé no canto.
O grupo é formado por Adonias Calebe (viola), Igor Caracas (percussão), Ricardo Bona (acordeon) e Vinícius Bento (violão).
É a segunda oportunidade que os servidores do Ipen têm em se surpreender e se encantar com os arranjos criativos que os rapazes executam em suas apresentações.
As apresentações de música são mensais e a entrada é franca. Os concertos têm a orientação do professor Michael K. Alpert, coordenador do Laboratório de Música de Câmara (LAMUC) da USP.
O evento acontece no auditório Prof. Rômulo Ribeiro Pieroni, anexo ao Bloco A.
Informações: Assessoria de Comunicação Institucional, pergunta@ipen.br, telefone 3133-9092, 9095
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- 26/08/2014 - Anunciada pesquisa vencedora do I Prêmio Ipen de Inovação TecnológicaDiretoria de Pesquisa, Desenvolvimento e Ensino (DPDE) anunciou, na tarde de 25 de agosto, o resultado da proposta vencedora para o I Prêmio Ipen de Inovação Tecnológica.
Diretoria de Pesquisa, Desenvolvimento e Ensino (DPDE) anunciou, na tarde de 25 de agosto, o resultado da proposta vencedora para o I Prêmio Ipen de Inovação Tecnológica.
O trabalho indicado intitula-se "Desenvolvimento de Unidade Reacional de Hidrotratamento, em Batelada de Micro-Ondas para Processamento de Petróleo e suas Frações", de autoria da pesquisadora Sumair Gonçalves de Araújo, do Centro de Química e Meio Ambiente (CQMA).
A entrega da premiação será no dia 29 de agosto, a partir das 14h, no auditório do Ipen, durante cerimônia comemorativa aos 58 anos de fundação do instituto.
Além da pesquisadora, seu gerente de centro, o pesquisador Ademar Benévolo Lugão, também será premiado com a entrega de um troféu. Um bônus de cem mil reais será alocado ao grupo de pesquisa de Sumair com recursos orçamentários do Ipen, para o ano de 2015.
Participaram da comissão julgadora representantes do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), Agência USP, CIETEC, CNEN e Ipen.