Ipen na Mídia
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- 06/08/2024 - Teses e Dissertações - Doutorado (Videoconferência) - Aluno: Anderson Mariano"Comissionamento da técnica de irradiação de toda pele com elétrons e elaboração de procedimento operacional padrão".
"Comissionamento da técnica de irradiação de toda pele com elétrons e elaboração de procedimento operacional padrão".
Aluno: Anderson MarianoOrientador: Profº. Dr. Orlando Rodriguez JuniorData: 06 de Agosto de 2024, terça-feira, às 09hLocal: Auditório Prof. Dr. Rui Ribeiro Franco, sala 143, prédio de Ensino e Informática -
- 17/07/2024 - Segurança nuclear: riscos em evidência e oportunidades (enquanto é tempo)País precisa de ações rápidas e decisivas para fortalecer as capacidades institucionais Artigo de Francisco Rondinelli Júnior, presidente da CNEN publicado na seção "Opinião" da Folha de S. Paulo, edição online de 17/07/2024
País precisa de ações rápidas e decisivas para fortalecer as capacidades institucionais Artigo de Francisco Rondinelli Júnior, presidente da CNEN publicado na seção "Opinião" da Folha de S. Paulo, edição online de 17/07/2024
Fonte: Folha de S. Paulo (online)
Francisco Rondinelli Júnior
Presidente da CNENEm um momento em que a tecnologia nuclear está se expandindo globalmente em diversas áreas – saúde, meio ambiente, agricultura, indústria, cultura e geração de energia–, o setor nuclear brasileiro enfrenta desafios críticos. A capacidade do país para atender a essas demandas é questionada, especialmente nas áreas de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I), controle regulatório e fornecimento de produtos e serviços. Essa responsabilidade recai principalmente sobre as instituições públicas, com predominância da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen).
Enquanto a necessária Autoridade Nacional de Segurança Nuclear (ANSN) não é implementada, a Cnen é a agência regulatória e tem mostrado competência, eficiência e transparência no atendimento a emergências radiológicas, como a que ocorreu recentemente em São Paulo.
Na ocasião, a rápida atuação da Cnen garantiu o resgate do material radioativo extraviado e a implementação das medidas necessárias para proteger a população e o meio ambiente. Entretanto, essa eficiência está ameaçada, com um quadro de pessoal significativamente reduzido ao longo da última década.
As condições de trabalho em todas as atividades que a Cnen desenvolve são um sinal de alerta que não pode mais ser ignorado. Para dar um exemplo, a autarquia conta hoje com cerca de 150 servidores para atender as atividades de licenciamento e fiscalização, que abrangem cerca de 4.000 instalações nucleares e radiativas no país. Desses, 50% têm abono permanência, ou seja, condições de aposentadoria, trabalhando no limite de suas capacidades. Essa sobrecarga de jornada, responsabilidades e atribuições é insustentável a longo prazo, colocando em risco a continuidade dos serviços essenciais prestados.
A produção de radiofármacos, essencial para a realização de mais de dois milhões de exames anuais para detecção de neoplasias e diagnósticos de outras doenças na rede pública (SUS) e privada, é outra área crítica. A Cnen, por meio do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), opera a única radiofarmácia pública do Brasil, um serviço vital que também carece de pessoal e recursos. Imaginem o que seria interromper milhares de procedimentos de medicina nuclear?
A área de pesquisa, desenvolvimento e capacitação de recursos humanos no setor nuclear também enfrenta desafios. A perda de competência e a crescente dependência externa em conhecimento científico e tecnológico são preocupantes. O setor nuclear, regido por normas e orientações da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), precisa urgentemente de reforços para manter sua relevância e autonomia. Até agora não foi anunciado concurso público para a Cnen, essencial para reverter essa situação, além da garantia de um aporte adequado de recursos orçamentários.
Investimentos em projetos prioritários, como o reator multipropósito brasileiro (RMB), o Centro Tecnológico Nuclear e Ambiental (Centena) e a criação da ANSN, são indispensáveis. Vinculada ao Ministério de Minas e Energia, a ANSN tem como missão aprimorar a implementação dos requisitos de segurança nuclear no país, mas ainda aguarda a nomeação da diretoria colegiada, a aprovação pelo Senado. E, apesar de não ter saído do papel, já enfrenta a mesma realidade das instituições públicas brasileiras: a escassez de recursos orçamentários e humanos para cumprir suas funções regulatórias de forma eficaz.
O futuro da segurança nuclear no Brasil depende de ações rápidas e decisivas para fortalecer as capacidades institucionais e garantir a continuidade dos serviços essenciais à sociedade. A eficiência no atendimento às ocorrências atuais é louvável, mas sem os recursos e o pessoal necessários essa competência pode estar em risco.
Essas ações não só garantem a soberania nacional, mas também consolidam o papel do Brasil como um ator importante nas discussões internacionais sobre geopolítica nuclear.
TENDÊNCIAS / DEBATES
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Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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- 16/07/2024 - Projeto do Reator para Medicina Nuclear ainda na dependência da liberação de recursosFonte: Tania Malheiros Blog
O projeto de construção do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), destinado à produção de radioisótopos para a medicina nuclear, foi tema de debate durante a 76ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Belém do Pará, encerrada esta semana. Participaram o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Wilson Calvo; a especialista em medicina nuclear e membro da atual diretoria da Associação Nacional de Empresas de Medicina Nuclear (ANAEMN), Daniela Oda; e o consultor técnico do RMB no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), José Augusto Perrotta.
"A ideia é que nos próximos meses seja construída uma ponte e abertas e pavimentadas as vias de acesso a área do futuro reator e demais prédios auxiliares a serem construídos, mas isso depende da liberação de recursos para a obra que deve ficar pronta em 2030”, revelou Perrotta, um dos pioneiros no projeto estratégico para a CNEN e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).O RMB continua orçado em US$ 500 milhões e está em fase de retomada após quatro anos parado. O RMB, como tem sido divulgado, será construído num terreno de 2 milhões de metros quadrados próximo ao município de Iperó, no interior de São Paulo; está com os licenciamentos exigidos para sua construção concluídos. O projeto do RMB recebeu uma injeção de ânimo por ter sido incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), como prioridade no financiamento através do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).
"Estamos desenvolvendo um diálogo tanto no MCTI quanto na Casa Civil, quem coordena o PAC, para juntos verificarmos como fazer a implantação tendo em vista os números grandiosos do projeto”, comentou Perrotta. A especialista em medicina nuclear, Daniela Oda, apresentou um panorama sobre a aplicação da medicina nuclear teranóstica (para fins de diagnóstico e tratamento) e os desafios do mercado que envolve a medicina nuclear brasileira em clínicas particulares. Ela chamou a atenção para a necessidade da modernização e ampliação da produção de radiofármacos e o papel do IPEN, da CNEN e do RMB no futuro deste processo. Também apresentou números que indicam uma diminuição de tratamentos, principalmente de câncer no Brasil, enquanto a doença cresce em muitos países.
Para o diretor de pesquisa e desenvolvimento da CNEN, Wilson Calvo, que apresentou as questões legais e normativas que envolvem o setor nuclear brasileiro, o RMB é essencial para propiciar custos mais baixos aos insumos, e consequentemente, aos tratamentos da população, conseguindo assim atingir um número maior pessoas que não podem esperar muito tempo pelos procedimentos médicos envolvidos. "Vimos aqui que os radiofármacos são um insumo extremamente estratégico e nós precisamos deles para que um número maior de pacientes seja atendido e ainda para que possamos evitar os riscos de desabastecimentos, como ocorreu no passado devido a uma série de fatores”, ressaltou.
(FONTE: IPEN-CNEN)
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- 16/07/2024 - Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação informa os valores destinados ao Reator para Medicina NuclearSite: Tania Malheiros Blog
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) acaba de informar os valores já liberados e previstos para o projeto do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), destinado à Medicina Nuclear. O total do projeto RMB até 2030 é de R$ 2,7 bilhões. Os recursos no valor de R$ 306 milhões para este ano foram autorizados e serão liberados até o final do ano.Seguem os valores investidos do Novo PAC (via Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / FNDCT) no projeto doRMB, informou o MCTI:
2023: R$ 158 milhões (já realizados); 2024: R$ 306 milhões (já autorizado, que será liberado até o final do ano); 2025: R$ 300 milhões (previstos); 2026: R$ 300 milhões (previstos); e 2027: R$ 220 milhões (previstos). De 2023 até 2025. O valor é de R$ 764 milhões. O total do projeto RMB até 2030: 2,7 bilhões. Os resultados do estágio atual são: fase de reformulação de projetos em conclusão, início da fase de compras e importação de insumos e equipamentos.
Leia no BLOG: Em 16/07/2024 – Projeto do Reator para a Medicina Nuclear ainda na dependência de recursos.
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- 11/07/2024 - Saneamento precário facilita a dispersão de plástico e microplástico na AmazôniaPoluente já está presente em diversos ambientes e espécies no bioma e tem sido utilizado como material para aves construírem ninhos, apontam estudos apresentados durante a 76ª Reunião Anual da SBPC
Poluente já está presente em diversos ambientes e espécies no bioma e tem sido utilizado como material para aves construírem ninhos, apontam estudos apresentados durante a 76ª Reunião Anual da SBPC
Fonte: Agência FAPESPElton AlissonOs plásticos e microplásticos já estão presentes em diversos ambientes e espécies na Amazônia, como em peixes e plantas aquáticas, e têm sido até mesmo usados por uma ave da floresta para construir seu ninho. Um dos principais fatores que têm contribuído para o bioma estar se tornando um potencial hotspot desses contaminantes é a falta de condições adequadas de saneamento básico em grande parte das cidades da região.A avaliação foi feita por pesquisadores participantes de uma mesa-redonda sobre plásticos e microplásticos em águas brasileiras realizada na segunda-feira (08/07), durante a 76ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). O evento vai até sábado (13/07) no campus Guamá da Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém."A falta de condições adequadas de saneamento encontradas na maior parte da Amazônia representa uma importante fonte de entrada de plásticos e microplásticos nos rios do bioma, que compõem o maior sistema fluvial do mundo”, disse José Eduardo Martinelli Filho, professor da UFPA.De acordo com dados apresentados pelo pesquisador, 70% das cidades da Amazônia brasileira não possuem tratamento de água, por exemplo.A fim de avaliar a variação das condições de saneamento básico em 313 municípios amazônicos, os pesquisadores da UFPA criaram um índice com base em dados sobre o percentual de áreas urbanas cobertas por coleta pública de esgoto, sistemas de drenagem de águas pluviais e de disposição de resíduos sólidos, obtidos da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS).Os resultados das análises indicaram que, dos 313 municípios avaliados, apenas 2,6% apresentam condições adequadas de saneamento básico. Por outro lado, 35% foram classificados como em condições baixas e 15% como precários.Os sistemas de disposição de resíduos sólidos foram o serviço urbano classificado como o mais satisfatório, com disponibilidade média de 76% nas cidades avaliadas. Já a coleta de águas residuais e o sistema de drenagem de águas fluviais foram classificados como ruins na maioria das cidades amazônicas."É difícil encontrar situações de saneamento adequado na Amazônia. Altamira [no Pará], por exemplo, tem só uma estação de tratamento de água, que não está recebendo todo o esgoto produzido pela cidade”, ponderou Martinelli.Outro exemplo de falta de condições adequadas de saneamento na Amazônia é o da região metropolitana de Manaus, no Amazonas, cuja população é composta por mais de 2 milhões de habitantes. No total, 32% das residências utilizam esgoto sanitário público, exemplificou o pesquisador."Geralmente, a principal fonte de microplásticos em ambientes aquáticos brasileiros são as cidades. E, no caso da Amazônia, a população nas cidades aumentou 11 vezes em um século. Há cem anos existiam 1,5 milhão de habitantes na Amazônia e agora há 16 milhões de pessoas morando na região”, comparou.Atualmente a Amazônia também possui metrópoles com mais de 1 milhão de habitantes, como Belém e Manaus, além de cidades de médio porte, com 150 mil a 999 mil habitantes, como Altamira, Castanhal, Marabá, Parauapebas, Santarém, Porto Velho, Macapá, Boa Vista e Rio Branco."São crescimentos populacionais recentes na história da Amazônia”, avaliou Martinelli.Substrato para ninhosDe acordo com Martinelli, estima-se que sejam lançadas por ano 182 mil toneladas de plástico na Amazônia brasileira, o que a torna a segunda bacia hidrográfica mais poluída do mundo.Além do plástico descartado pelas cidades da região, o bioma amazônico também recebe o resíduo gerado por países com rios a montante, como a Colômbia e o Peru. Dessa forma, o resíduo tem sido encontrado em todos os lugares no bioma e atingido diversas espécies, sublinhou o pesquisador."Costumamos ver muitos trabalhos científicos que mostram espécies de peixes ingerindo microplásticos. Mas em qualquer lugar da biota onde for procurado plástico, em diferentes escalas de tamanho, é possível encontrar esses poluentes”, avaliou.Estudo publicado recentemente por pesquisadores do grupo identificou a retenção de plásticos por macrófitas aquáticas no rio Amazonas. "Os bancos de macrófitas retêm plásticos de diferentes dimensões, do macro, passando pelo meso e chegando aos microplásticos”, afirmou Martinelli.Outro trabalho feito por uma estudante de mestrado do grupo, em vias de publicação, mostrou que o japu (Psarocolius decumanus) – uma espécie de ave que habita boa parte das matas da América do Sul – tem incorporado detritos plásticos para a construção de seus ninhos.Os pesquisadores encontraram principalmente fibras emaranhadas e cordas em 66,67% dos ninhos do pássaro."O plástico usado por essa espécie de ave para construir seus ninhos é proveniente de material de descarte da pesca”, explicou Martinelli.Falta de estudosOs pesquisadores enfatizaram que, apesar do aumento exponencial das pesquisas sobre microplásticos em todo o mundo, sobretudo nos últimos dez anos, ainda há poucos estudos com foco no bioma amazônico.A pesquisa limitada, as restrições metodológicas, as falhas e a falta de padronização, combinadas com as dimensões continentais da Amazônia, dificultam a coleta do conhecimento fundamental necessário para avaliar com segurança os impactos e implementar medidas de mitigação eficazes.Também há a necessidade urgente de expandir os dados científicos disponíveis para a região, melhorando a infraestrutura de investigação local e formando pesquisadores, além de realizar estudos de acompanhamento de longo prazo, apontaram os pesquisadores."Os estudos sobre plástico ou microplástico vão trazer, na verdade, subestimativas, porque a escala do problema é tão grande que a gente sempre esbarra em um inimigo fatal quando estamos fazendo nossos projetos, que é a questão do tempo. A gente nunca consegue fazer estudos de longo prazo”, disse Monica Ferreira da Costa, professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).Também não há um consenso sobre o que são os microplásticos, apontou Décio Luis Semensatto Junior, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). A definição genérica comumente aceita é a de que os microplásticos são partículas plásticas com tamanho entre 1 e 5 micrômetros – ou 1 milésimo de milímetro."Há artigos científicos que falam sobre microplástico que nem sempre seguem a mesma definição. Também é difícil identificar qual o artigo publicado no Brasil que reportou a maior quantidade de microplásticos porque os trabalhos não são, em sua maioria, comparáveis entre si”, avaliou.O rio dos Bugres, no estuário de Santos, no litoral paulista, pode ser a região onde foi constatado o maior nível de poluição por microplásticos no mundo, afirmou Niklaus Ursus Wetter, pesquisador do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen)."Encontramos 100 mil microplásticos por quilo de peso seco de sedimento extraído daquele rio, localizado no meio de São Vicente, e que tem uma velocidade de água muito baixa. Ele fica estagnado e, dessa forma, o plástico pode sedimentar”, afirmou. -
- 08/07/2024 - Técnicos do Ipen localizam num ferro-velho 5 blindagens de material radioativo furtadoFonte: Vitória News
Os técnicos do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), unidade da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), localizaram, em Itaquera, na Zona Leste da capital paulista, cinco blindagens de chumbo utilizadas para isolar colunas de material radioativo. As colunas, no entanto, não foram localizadas.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, as blindagens encontradas estavam em um comércio de ferro-velho e baterias. Três envolvidos, de 21, 25 e 53 anos, foram presos por porte de material nuclear e receptação. A ocorrência foi registrada no 53º DP (Parque do Carmo).
De acordo com a Cnen "pelas características e pelo peso, parecem corresponder” aos cinco conjuntos radioativos furtados na capital no último dia 30. Na tarde de ontem, a Cnen já havia informado que, no local, em Itaquera, havia sido localizada uma blindagem. Neste domingo, a comissão confirmou que mais quatro blindagens estavam no mesmo local. Nenhuma das cinco colunas radioativas, porém, foram localizadas.
Ontem, no endereço em que as blindagens foram encontradas, os bombeiros fizeram uma medição de radioatividade com um detector Geiger, mas não foi observada nenhuma taxa anormal.
No furto, ocorrido no último dia 30, foram levados cinco recipientes similares a baldes tampados. No interior deles, havia blindagens, dentro das quais colunas geradoras de radioatividade. O material de quatro recipientes era de colunas de 99Mo/99mTc (Molibdênio/Tecnécio) exaurido, ou seja, já utilizadas e inativas. A manipulação dessas colunas apresenta risco muito baixo para a saúde.
O quinto recipiente continha, no entanto, uma coluna de gerador 68Ge/68Ga (Germânio/Gálio) ativo, "contendo uma dose de 27,9 mCi [ milicurie, medida de radioatividade ] de atividade do gerador de 68Ge/68Ga, que seria utilizada para um único exame de cintilografia, ou seja, é uma dose muito baixa e um volume muito pequeno”, disse a Cnen, em nota.
O Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD), unidade da Cnen no Rio de Janeiro, está finalizando um relatório para ser entregue ainda neste domingo sobre riscos potenciais para a saúde em caso de manipulação do gerador ativo desaparecido, mas já adiantaram que os resultados não são preocupantes.
Furto
O material radioativo estava em uma picape Volkswagen Saveiro que foi furtada na madrugada do último dia 30, na Rua Félix Bernardelli, Zona Leste da capital.
"Segundo o Código de Conduta em Segurança de Fontes Radioativas da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA), a fonte, por sua baixa atividade, se enquadra na categoria 4, representando risco radiológico muito baixo para a população e o meio ambiente”, disse em nota a CNEN.
De acordo com a Comissão, apesar da baixa atividade da fonte, a manipulação inadequada e de forma constante pode causar danos à saúde da pessoa que manusear os objetos.
No momento em que foram furtados, o veículo e o material radioativo estavam sinalizados com o símbolo internacional de radiação ionizante. "Alertamos a população para, caso encontre o material radioativo, mantenha distância segura e contacte imediatamente a Cnen pelos telefones (21) 98368-0734 ou (21) 98368-0763 e também a polícia”.
FONTE: ABR
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- 08/07/2024 - URGENTE - CNEN encontra material radioativo perdido intacto e encerra ocorrência no âmbito de sua competênciaFonte: CNEN
A CNEN informa que localizou, há pouco, a coluna de Ge-68 que havia sido furtada, com atividade de 30 mCi. A coluna foi encontrada íntegra em um ferro-velho, que teria sido responsável pela venda das peças de chumbo para uma loja de baterias em Itaquera.
Com isso, a CNEN encerra essa ocorrência no âmbito de sua competência. É importante ressaltar que não houve rompimento do material, dispersão ou contaminação, sendo recuperado intacto.
A CNEN destaca o papel fundamental de toda a sua estrutura de emergência, comprometida com a segurança dos cidadãos e com a transparência das informações.
A direção da CNEN agradece à imprensa séria e comprometida, que divulgou informações corretas e sem alarmismo, o que possibilitou denúncias que auxiliaram a atender prontamente a emergência e recuperar o material.
Brevemente, a CNEN soltará um boletim contendo a descrição completa da ocorrência e as ações que foram adotadas, inclusive detalhes técnicos de interesse público.
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- 08/07/2024 - Blindagem de material radioativo furtado em SP é localizadaGerador continua desaparecido
Gerador continua desaparecido
Fonte: agência Brasil
Mais uma parte dos objetos radioativos furtados em São Paulo foi localizada na tarde deste sábado (6) na capital paulista. Desta vez, foi encontrada, no bairro de Itaquera, na zona leste, uma blindagem de um dos geradores radioativos. O gerador, no entanto, não estava dentro da blindagem e continua desaparecido. As informações são da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
Os bombeiros fizeram uma medição de radioatividade no local com um detetor Geiger, mas não foi observada nenhuma taxa, o que indica que o material radioativo não está presente na área. O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) foi acionado para averiguar o local.
No furto, ocorrido no dia 30 de junho, foram levados cinco recipientes similares a baldes tampados. No interior deles, havia blindagens, dentro das quais colunas geradoras de radioatividade. O material de quatro recipientes era de colunas de 99Mo/99mTc (Molibdênio/Tecnécio) exaurido, ou seja, já utilizados e inativos. O quinto recipiente continha, no entanto, uma coluna de gerador 68Ge/68Ga (Germânio/Gálio) ativo.
A blindagem encontrada em Itaquera era de uma das colunas inativas. Nesta sexta-feira (5), um dos baldes furtados foi localizado em Cidade Tiradentes, na zona leste da capital paulista. No entanto, nem a blindagem e nem a coluna estavam no local. A área foi liberada na manhã deste sábado por não estar contaminada.
O material radioativo estava em uma picape Volkswagen Saveiro que foi furtada na madrugada do dia 30, na Rua Félix Bernardelli, zona leste da capital.
"Segundo o Código de Conduta em Segurança de Fontes Radioativas da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA), a fonte [os geradores], por sua baixa atividade, se enquadra na categoria 4, representando risco radiológico muito baixo para a população e o meio ambiente”, disse em nota a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
De acordo com a comissão, apesar da baixa atividade da fonte, a manipulação inadequada e de forma constante pode causar danos à saúde da pessoa que manusear os objetos.
No momento em que foram furtados, o veículo e o material radioativo estavam sinalizados com o símbolo internacional de radiação ionizante.
"Alertamos a população para, caso encontre o material radioativo, mantenha distância segura e contacte imediatamente a CNEN pelos telefones (21) 98368-0734 ou (21) 98368-0763 e também à polícia”, informa a CNEN.
Edição: Fernando Fraga
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- 07/07/2024 - Cnen localiza cinco blindagens de material radioativo em Itaquera, SPConjuntos foram furtados no último dia 30 de junho
Conjuntos foram furtados no último dia 30 de junho
Fonte: Agência Brasil
Os técnicos do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), unidade da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), localizaram, em Itaquera, na Zona Leste da capital paulista, cinco blindagens de chumbo utilizadas para isolar colunas de material radioativo. As colunas, no entanto, não foram localizadas.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, as blindagens encontradas estavam em um comércio de ferro-velho e baterias. Três envolvidos, de 21, 25 e 53 anos, foram presos por porte de material nuclear e receptação. A ocorrência foi registrada no 53º DP (Parque do Carmo).
De acordo com a Cnen "pelas características e pelo peso, parecem corresponder” aos cinco conjuntos radioativos furtados na capital no último dia 30. Na tarde de ontem, a Cnen já havia informado que, no local, em Itaquera, havia sido localizada uma blindagem. Neste domingo (7), a comissão confirmou que mais quatro blindagens estavam no mesmo local. Nenhuma das cinco colunas radioativas, porém, foram localizadas.
Ontem, no endereço em que as blindagens foram encontradas, os bombeiros fizeram uma medição de radioatividade com um detector Geiger, mas não foi observada nenhuma taxa anormal.
No furto, ocorrido no último dia 30, foram levados cinco recipientes similares a baldes tampados. No interior deles, havia blindagens, dentro das quais colunas geradoras de radioatividade. O material de quatro recipientes era de colunas de 99Mo/99mTc (Molibdênio/Tecnécio) exaurido, ou seja, já utilizadas e inativas. A manipulação dessas colunas apresenta risco muito baixo para a saúde.
O quinto recipiente continha, no entanto, uma coluna de gerador 68Ge/68Ga (Germânio/Gálio) ativo, "contendo uma dose de 27,9 mCi [milicurie, medida de radioatividade] de atividade do gerador de 68Ge/68Ga, que seria utilizada para um único exame de cintilografia, ou seja, é uma dose muito baixa e um volume muito pequeno”, disse a Cnen, em nota.
O Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD), unidade da Cnen no Rio de Janeiro, está finalizando um relatório para ser entregue ainda neste domingo sobre riscos potenciais para a saúde em caso de manipulação do gerador ativo desaparecido, mas já adiantaram que os resultados não são preocupantes.
Furto
O material radioativo estava em uma picape Volkswagen Saveiro que foi furtada na madrugada do último dia 30, na Rua Félix Bernardelli, Zona Leste da capital.
"Segundo o Código de Conduta em Segurança de Fontes Radioativas da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA), a fonte, por sua baixa atividade, se enquadra na categoria 4, representando risco radiológico muito baixo para a população e o meio ambiente”, disse em nota a CNEN.
De acordo com a Comissão, apesar da baixa atividade da fonte, a manipulação inadequada e de forma constante pode causar danos à saúde da pessoa que manusear os objetos.
No momento em que foram furtados, o veículo e o material radioativo estavam sinalizados com o símbolo internacional de radiação ionizante. "Alertamos a população para, caso encontre o material radioativo, mantenha distância segura e contacte imediatamente a Cnen pelos telefones (21) 98368-0734 ou (21) 98368-0763 e também a polícia”.
Matéria ampliada às 13h35 para incluir segundo parágrafo
Edição: Denise Griesinger
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- 06/07/2024 - Terreno em SP onde balde de material radioativo foi encontrado é liberado pelo IpenMaterial radioativo estava em uma picape Volkswagen Saveiro furtada na madrugada do dia 30 de junho
Material radioativo estava em uma picape Volkswagen Saveiro furtada na madrugada do dia 30 de junho
Fonte: Carta CapitalO terreno onde foi localizada, nesta sexta-feira 5, a embalagem de parte do material radioativo furtado em São Paulo não foi contaminado. O local, um desmanche abandonado de carros, fica na Cidade Tiradentes, bairro da zona leste da capital paulista.Por não apresentar risco à população, a área já foi liberada pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), que examinou o local na sexta-feira e na manhã deste sábado 6. O Corpo de Bombeiros, que auxiliou no exame do local, chegou a utilizar roupas especiais de proteção (Tyvek).No terreno foi encontrado apenas o balde aberto e a tampa. O conteúdo, a blindagem de um gerador de 99Mo/99mTc (molibdênio/tecnécio) exaurido, não foi localizado. Ainda estão desaparecidos outros três baldes com blindagens de geradores 99Mo/99mTc exauridos, e um quinto balde onde há um gerador 68Ge/68Ga (germânio/gálio) ativo. O balde e a tampa encontrados foram levados para o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen).De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), as investigações permanecem na 49º DP, que realiza diligências visando à identificação da autoria do furto e recuperação total da carga.O material radioativo estava em uma picape Volkswagen Saveiro furtada na madrugada do dia 30 de junho."Segundo o Código de Conduta em Segurança de Fontes Radioativas da Agência Internacional de Energia Atômica (Iaea), a fonte [os geradores], por sua baixa atividade, se enquadra na categoria 4, representando risco radiológico muito baixo para a população e o meio ambiente”, esclareceu em nota a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).De acordo com a comissão, apesar da baixa atividade da fonte, a manipulação inadequada e de forma constante pode causar danos à saúde da pessoa que manusear os objetos.Segundo a CNEN, o veículo furtado estava sendo utilizado pela empresa de transporte Medical Ald, que tem Plano de Proteção Radiológica para Transporte aprovado pela Comissão. A empresa de transporte estava à serviço da R2pharma Radiofarmácia Centralizada Ltda."Segundo relatos, o veículo transportava a fonte geradora de radiofármacos rumo às cidades de Curitiba e Blumenau (SC) para uso médico. A fonte de Germânio/Gálio (68Ge/68Ga) foi fabricada pela empresa Eckert & Ziegler”, disse a CNEN."Consta que, por imprudência do motorista, que decidiu levar o automóvel para local diverso do pátio seguro onde o veículo deveria ficar abrigado durante à noite, o veículo foi furtado”, acrescentou a comissão.No momento em que foram furtados, o veículo e o material radioativo estavam sinalizados com o símbolo internacional de radiação ionizante."Alertamos a população para, caso encontre o material radioativo, mantenha distância segura e contacte imediatamente a CNEN pelos telefones (21) 98368-0734 ou (21) 98368-0763 e também a polícia”, informa a CNEN. -
- 06/07/2024 - Após 13 horas de interdição, Ipen não detecta risco de contaminação e libera terreno em SP onde polícia achou balde de material radioativoLocal fica na Zona Leste onde funcionava desmanche de carros roubados. Ele liberado neste sábado (6). Segundo técnicos não há riscos para a saúde. Balde encontrado havia sido furtado com outros quatro recipientes que estavam em carro. Buscas continuam para encontrar outros itens e veículo.
Local fica na Zona Leste onde funcionava desmanche de carros roubados. Ele liberado neste sábado (6). Segundo técnicos não há riscos para a saúde. Balde encontrado havia sido furtado com outros quatro recipientes que estavam em carro. Buscas continuam para encontrar outros itens e veículo.
Fonte: G1O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) não detectou risco de contaminação no terreno do Jardim Iguatemi, na Zona Leste de São Paulo, onde a Polícia Civil encontrou na tarde desta sexta-feira (5) um dos cinco recipientes de material radioativo furtados, no início da semana, na capital paulista.Os produtos estavam dentro de um carro de uma empresa especializada em transporte radioativo, que também foi furtado. O crime aconteceu no domingo (30).Até a última atualização desta reportagem, policiais do 49º Distrito Policial (DP), em São Mateus, prosseguiam nas buscas para tentar localizar os outros quatro baldes e latões de material radioativo. O veículo ainda não tinha sido localizado. Nenhum suspeito pelo crime foi identificado ou detido também.O local onde o balde de continha material radioativo foi achado é um desmanche de carros roubados. Ele foi liberado na manhã deste sábado (6) após ficar 13 horas interditado para que técnicos do Ipen pudessem medir os níveis de radiação no lugar. A interdição começou por volta das 20h30 de sexta e terminou às 9h30 deste sábado.O Ipen é uma das unidades em São Paulo da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), do Ministério da Ciência Tecnologia e Inovações, que fica em Brasília.Segundo a CNEN informou neste sábado ao g1, por meio de sua assessoria de imprensa, o balde encontrado pelos policiais foi apreendido e encaminhado para o Ipen em São Paulo, onde será analisado.Ainda de acordo com a Comissão Nacional de Energia Nuclear, o balde estava vazio, sem o gerador de material radioativo dentro dele. Técnicos do Ipen não detectaram radiação do produto no ambiente. Segundo a CNEN, como não houve vazamento do material, também não há riscos para a saúde humana, animal e para o meio ambiente.Apesar disso, como os outros quatro recipientes de material radioativo ainda não foram encontrados, ainda existe um risco mínimo, apesar de improvável, de contaminação deles, segundo a CNEN.A Comissão Nacional de Energia Nuclear divulgou nesta quinta-feira (4) nota em seu site oficial para informar que o gerador Germânio/Gálio que estavam nos galões têm "risco radiológico muito baixo para a população e o meio ambiente". De acordo com a CNEN, só há risco numa manipulação inadequada com retirada do chumbo que protege o produto. O que seria pouco provável para quem não trabalha com esse tipo de material radioativo.Ainda segundo a CNEN, todos os cinco galões tinham geradores (ou de Tecnécio molibidênio 99 ou de Germanio 68/Galio 68). Quatro desses galões tinham material radioativo, mas inoperantes por já terem sido usados. Um desses galões tinha material com produto radioativo com Ge 68/Ga 68 ativo.O gálio, que está nas peças roubadas, é um metal usado na medicina nuclear, que trabalha com materiais radioativos. Ele é usado em geradores para a realização de exames.O g1 entrou em contato com a Medical Armazenagem Logística e Distribuição Ltda, com sede em São Paulo, para comentar o assunto. Ela é proprietária do veículo furtado com o material radioativo.O produto foi retirado de carro no Rio de Janeiro, chegou a São Paulo e seguiria para Curitiba, no Paraná, e Blumenau, Santa Catarina.A Medical confirmou que o furto do seu veículo com o material radioativo ocorreu por uma falha operacional do motorista. Ele deveria ter levado o carro com o produto para uma das unidades da empresa antes de seguir para o Sul, mas do invés disso decidiu deixá-lo na frente de sua residência, onde foi furtado."A MEDICAL é uma empresa regulamentada pela CNEN e ANVISA e o material que nos transportamos é um material de cunho Oncológico para diagnostico e tratamento do câncer. Ao ano transportamos mais de 5.000 Radiofármacos para todo o país, com segurança e rastreabilidade", informa nota transportadora. -
- 05/07/2024 - CNEN realiza operação em São Paulo, onde foi encontrada embalagem de 99Mo/99Tc, e não detecta risco de contaminaçãoFonte: CNEN
Publicado em 05/07/2024 - 13h23
Atualizado em 06/07/2024 - 13h55CNEN realizou operação para monitoramento de radiação no Jardim Iguatemi, Zona Leste de São Paulo, na manhã deste sábado, 6, onde foi encontrada uma embalagem com geradores de 99Mo/99Tc, e não detectou risco de contaminação. Do ponto de vista radiológico, a área está liberada, após 13 horas de interdição. O trabalho foi realizado com apoio da equipe de Produtos Perigosos do Corpo de Bombeiros, que ajudou na remoção de material pesado, o que possibilitou uma varredura mais precisa.
De acordo com a equipe técnica da CNEN, o nível de radiação detectado no local foi considerado seguro, proveniente da radiação ambiente, que é a radiação natural, e não oferece risco algum para a população do entorno, liberado por volta das 9h30. A embalagem continha blindagem de gerador de 99Mo/99mTc exaurido (já utilizado), que, no entanto, não foi encontrada.
Também não foram ainda localizadas outras três embalagens com o mesmo material (também já exauridos) e uma quarta contendo uma dose de 27,9 mCi de atividade do gerador de 68Ge/68Ga, que seria utilizada para um único exame de cintilografia, ou seja, é uma dose muito baixa e um volume muito pequeno.
O balde vazio de gerador de 99Mo/99Tec e a tampa foram apreendidos e levados para o IPEN/CNEN. A área, que esteve isoladas das 20h de sexta-feira, 5, até às 9h40 deste sábado, 6, já foi liberada. As investigações do caso permanecem pelo 49º DP, que realiza diligências visando à identificação da autoria e recuperação total da carga. Caso seja encontrado o restante do material ou parte dele, a CNEN deverá ser acionada, para nova operação de monitoramento.
Nota de Esclarecimento
No dia 5 (sexta-feira), a Diretoria de Radioproteção e Segurança Nuclear (DRS/CNEN), publicou a nota de esclarecimento:
Esclarecimento à sociedadeA empresa de Transporte MEDICAL ALD por meio de e-mail à Diretoria de Radioproteção e Segurança (DRS) da CNEN, às 21h57 do dia 30/06/2024, comunicou o furto do veículo de transporte de material radioativo de marca/modelo VW saveiro, placa RFI873 que continha um gerador de 68Ge/68Ga e 4 unidades de blindagens de geradores de 99Mo/99mTc exauridos. A referida empresa, que possui Supervisor de Proteção Radiológica em Transporte e Plano de Proteção Radiológica para Transporte aprovado pela CNEN, estava a serviço da R2PHARMA - Radiofarmácia Centralizada LTDA, que por sua vez, também enviou comunicação à DRS dia 01/07 comunicando o ocorrido.
Segundo relatos, o veículo transportava a fonte geradora de radiofármacos rumo às cidades de Curitiba/PR e Blumenau/SC para uso médico. Essa fonte de Germânio/Gálio (68Ge/68Ga) foi fabricada pela empresa Eckert & Ziegler e possui uma atividade corrigida de 29,73mCi, segundo sua última calibração realizada em 11/12/2023.
Segundo o Código de Conduta em Segurança de Fontes Radioativas da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA) essa fonte, por sua baixa atividade, se enquadra na categoria 4, representando risco radiológico muito baixo para a população e o meio ambiente.
Um boletim de ocorrência foi aberto pelo representante da empresa na MEDICAL ALD junto à 49º D.P. SÃO MATEUS, no dia 01/07/2014 às 12h22, relatando o ocorrido. Consta que, por imprudência do motorista, que decidiu levar o automóvel para local diverso do pátio seguro onde o veículo deveria ficar abrigado durante à noite, o veículo foi furtado.
Desde então, o corpo técnico da CNEN está agindo no sentido de levantar informações sobre a fonte roubada e já apurou que o cadastro da empresa transportadora está regular junto ao órgão regulador, estando autorizada a realizar operações de transporte de materiais radioativos.
Ao mesmo tempo, preparou-se uma divulgação para imprensa informando a população sobre o furto e que, apesar da baixa atividade da fonte e de não se esperar efeitos determinísticos imediatos, a manipulação inadequada e de forma constante, ainda pode vir a causar danos à saúde do manipulante.
Solicitou-se que caso a fonte seja encontrada/localizada, imediatamente seja informada a CNEN pelos telefones (21) 98368-0734 ou (21) 98368-0763, e também, a Polícia. Apesar da pouca relevância em termos de risco radiológico à população, a CNEN, de forma protocolar e atendendo aos acordos internacionais firmados, fez um informe ao Programa ITDB (Incident and Trafficking Data Bank) da IAEA e também ao Grupo de Trabalho de Combate ao Tráfico Ilícito de material nuclear radioativo do MERCOSUL.
Alessandro Facure,
Diretor de Radioproteção e Segurança Nuclear(DRS/CNEN)Ciência e Tecnologia
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- 03/07/2024 - Laboratório do IPEN/CNEN contribui para a atualização da Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TBCA)Fonte: CNENO projeto de pesquisa intitulado "Determinação de contaminantes inorgânicos (minerais) em alimentos” que vem sendo desenvolvido por meio de um convênio firmado em 2023 entre o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares – IPEN, unidade técnico-científica da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e a Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP) está contribuindo para atualizar a Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TBCA).O objetivo principal do convênio consiste em aprimorar e aplicar as metodologias analíticas em alimentos, cujos dados obtidos serão disponibilizados na Tabela Brasileira de Composição de Alimentos, sendo as análises realizadas no Laboratório de Análises Química e Ambiental (LAQA) do Centro de Química e Meio Ambiente (CEQMA/IPEN).O coordenador do projeto no IPEN, pesquisador João Cristiano Ulrich, explica que na prática o IPEN está recebendo o material encaminhado pela USP para análise, como temperos, carnes, plantas comestíveis, entre outros alimentos, por meio das metodologias e equipamentos disponíveis no laboratório do IPEN. As análises identificam e medem as quantidades de alguns minerais como Cálcio, Ferro, Sódio, Magnésio, Fósforo, Potássio, Manganês, Zinco, Cobre, Selênio, presentes nas amostras."Nós já recebemos dois lotes de amostras para tratamento e processamento para identificarmos a existência e as quantidades destes minerais. Após as análises elaboramos um relatório e repassamos os dados ao Centro de Pesquisa em Alimentos (Food Research Center/FoRC) na USP e estes disponibilizam as informações nas atualizações da Tabela Brasileira de Composição de Alimentos – TBCA”, destacou João Ulrich.O pesquisador, que é o responsável direto pelas análises, destaca que o laboratório de análises Química e Ambiental do IPEN é um dos poucos em São Paulo que se dispôs e tem condições de executar todo o processo de identificação de minerais em um único local, desde o processamento das amostras, o que requer uma digestão por sistema de micro-ondas com a ajuda de ácidos, até a leitura dos minerais a partir da amostra líquida que é pulverizada em um espectrômetro de emissão ótica que identifica e quantifica os minerais presentes em cada amostra.O diferencial deste estudo é o nível de detalhamento das informações geradas sobre cada amostra que é analisada, em duas ou mais versões: in natura, cozida, refogada ou frita dependendo do material. Desta forma é possível conhecer a presença dos minerais em diferentes situações.Segundo a nutricionista e pesquisadora do FoRC, Eliana Bistriche Giuntini, que trabalha com avaliação e compilação de dados de composição de alimentos e gerencia a Tabela Brasileira de Composição de Alimentos da USP, sendo uma das pesquisadoras envolvidas na parceria com o IPEN para a realização de análise de minerais em alimentos, as informações obtidas a partir deste convênio servirão como referência no Brasil para compor os rótulos de produtos que necessitam apresentar as composições por miligrama (mg) nas tabelas de informações nutricionais de todo alimento embalado e comercializado."Dados de composição química de alimentos, e sua apresentação em Tabelas de Composição de Alimentos, são importantes porque permitem fazer avaliação de consumo alimentar de populações e esses dados fornecem subsídios para estudos relacionando nutrientes, saúde e doença, para determinar recomendações de ingestão de nutrientes, propor políticas públicas visando a segurança alimentar, além da prescrição de dietas. Esses dados também são usados como base no desenvolvimento de produtos, avaliação de novas formas de plantio, cruzamento de variedades e espécies, por exemplo, porque a composição depende de vários fatores, incluindo, variedade solo e clima”, esclarece Eliana Giuntini.A pesquisadora ainda explica que os dados obtidos a partir das análises são inseridos na TBCA na forma bruta, como ingrediente, e podem ser usados pela população e por profissionais da área de Nutrição e ainda das áreas de Saúde e Engenharia. "Os dados desses ingredientes são utilizados para estimar a presença dos minerais nas preparações consumidas pela população brasileira, que em sua maioria são calculadas a partir de receitas com dados analíticos de seus ingredientes”, concluiu a pesquisadora.Para João Cristiano participar desse projeto de pesquisa é muito importante tanto para ele enquanto pesquisador quanto para o CEQMA e o IPEN. "Além de realizar pesquisas nosso objetivo aqui no IPEN é gerar benfeitorias para a sociedade, exatamente como os resultados deste trabalho com a TBCA”, finaliza.Sobre o CEQMAO Centro de Química e Meio Ambiente (CEQMA) do Ipen promoveu nos últimos anos a união de três fatores primordiais para colaborar na segurança e com pesquisas na área de alimentos, a aquisição e manutenção de equipamentos de ensaio, treinamento de seus colaboradores e a implementação do sistema de gestão da qualidade em laboratórios baseado na norma ABNT NBR ISO/IEC 17025.Com estas ações garante o desenvolvimento, validação e implantação de metodologias analíticas direcionadas para a determinação de contaminantes inorgânicos em alimentos, bem como de minerais em geral. Além de contribuir de modo inequívoco para o aprimoramento da TBCA, o projeto está colaborando para a formação de profissionais e ampliação de serviços analíticos oferecidos pela Instituição.Centro de Pesquisa em Alimentos – FoRCA missão do Centro de Pesquisa de Alimentos é melhorar e promover a saúde e o bem-estar através da pesquisa, educação e inovação em ciência dos alimentos. Os objetivos são realizar pesquisas básicas avançadas e aplicação interdisciplinar da ciência dos alimentos; estabelecer e fortalecer alianças com organizações profissionais que possuam objetivos compatíveis; educar comunidades diversas com relação à ciência dos alimentos, nutrição e saúde; promover o crescimento profissional e desenvolvimento de professores, estudantes e profissionais nessas áreas.A criação do FoRC foi uma iniciativa dos pesquisadores da USP no sentido de serem pioneiros na concepção do primeiro centro de pesquisa focado em alimentos e nutrição no Brasil. Além disso, ele explora o fato da nutrição e saúde apresentarem um caráter multidisciplinar, empreendendo diferentes contextualizações que os vários perfis de profissionais podem elaborar acerca de um mesmo tema.A Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TBCA) é um produto do trabalho conjunto dos pesquisadores do FoRC, que permeia a ciência, a inovação e a disseminação do conhecimento.O projeto, iniciado em 1998 na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo, passou a ser coordenado pelo FoRC e foi totalmente reformulado. Atualmente, a versão 7.2 contém dados de mais de 5.700 alimentos, sendo mais de 4000 preparações, dos diferentes tipos de alimentos (preparação com alteração de textura, sem glúten, sem lactose e/ou vegana e vegetariana), com o objetivo de permitir a avaliação da ingestão de nutrientes e facilitar a avaliação do consumo alimentar, além da elaboração de planos alimentares da população brasileira.Saiba mais sobre o Centro de Pesquisa em Alimentos - FoRC, aquiSaiba mais sobre a TBCA, aquiUlysses Varela - Jornalista Científico - Bolsista BGE-DA/IPEN-CNEN -
- 03/07/2024 - Governo de SP prepara criação do primeiro Distrito de Inovação de São PauloFelicio Ramuth autorizou a assinatura de um protocolo de intenções para implementação do primeiro Distrito de Inovação da capital paulista
Felicio Ramuth autorizou a assinatura de um protocolo de intenções para implementação do primeiro Distrito de Inovação da capital paulista
Fonte: Perfil
O governador em exercício Felicio Ramuth autorizou nesta terça-feira (2) a assinatura de um protocolo de intenções para implementação do primeiro Distrito de Inovação da capital paulista. A ação formaliza a iniciativa de criação de um ambiente de troca de experiência entre universidades, empresas, institutos de pesquisa, instituições de fomento, startupse outros órgãos para impulsionar o desenvolvimento de projetos de inovação e tecnologia em São Paulo.
"Estou muito feliz por esse momento, pois aqui a gente abre o caminho para aproveitar a expertise e o esforço que a união de todos os institutos referência para o Estado de São Paulo e para a América Latina podem gerar. E o resultado só pode ser um: o avanço exponencial em ciência, em ciência aplicada e, consequentemente, em inovação. É nisso que a gente acredita”, afirmou Felicio."Então começamos com esse grupo de trabalho, fazendo um trabalho interno, para que a gente possa tão logo implementar uma infraestrutura física para complementar as outras estruturas que já existem e produzem inovação e tecnologia em São Paulo”, acrescentou.
A cerimônia no Palácio dos Bandeirant esteve a presença do secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Vahan Agopyan, do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, parlamentares estaduais e municipais, reitores de universidades estaduais, gestores de institutos de pesquisa e representantes do ecossistema de inovação e tecnologia de São Paulo, que vão integrar o projeto.
O Distrito de Inovação na capital conta com a participação de grandes nomes da inovação paulista, como USP (Universidade de São Paulo), IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares) e Instituto Butantã. A iniciativa traz como parceiros também a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), que apoia o trabalho de pesquisadores dessas instituições, e a Prefeitura de São Paulo, que assina o documento em conjunto com os demais fundadores e participa de várias etapas, do projeto à implantação.
"São centenas de laboratórios e toda uma estrutura grande e valiosa, com profissionais que vão interagir para benefício mútuo das organizações participantes e da sociedade, com a finalidade de solucionar entraves relacionados à competitividade e à produtividade, por exemplo. O Governo do Estado está apoiando a iniciativa para que o distrito venha a ser um catalisador de inovações, um importante ponto de encontro colaborativo”, afirma Vahan Agopyan, secretário da pasta de Ciência, Tecnologia e Inovação.
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- 24/06/2024 - Treinamento técnico em análise por ativação neutrônicaBolsista irá trabalhar com a avaliação da influência de diferentes procedimentos nas concentrações elementares da carne bovina
Bolsista irá trabalhar com a avaliação da influência de diferentes procedimentos nas concentrações elementares da carne bovina
Fonte: Agência FAPESP
O Projeto Temático "Transparência nas cadeias produtivas brasileiras de commodities agrícolas de exportação: estudo holístico de marcadores elementares e isotópicos” dispõe de uma vaga de treinamento técnico nível quatro (TT-4) em análise por ativação neutrônica com bolsa da FAPESP. O prazo de inscrição termina na quarta-feira (26/06).
As atividades serão exercidas no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen). O bolsista irá trabalhar com a avaliação da influência de diferentes procedimentos de pré-tratamento nas concentrações elementares da carne bovina de acordo com os processos de armazenamento, secagem, moagem e homogeneização por diferentes técnicas de análise de ativação com nêutrons.
Os candidatos devem ter experiência na área de análise por ativação neutrônica instrumental (INAA, na sigla em inglês) e no preparo de amostras biológicas para análise por INAA, além de capacidade de utilização de ferramentas de informática para cálculos e estatística e de produção demonstradas por publicação recente de artigos em periódicos internacionais.
Mais informações sobre a vaga e as inscrições em: www.fapesp.br/oportunidades/7144/.
O bolsista selecionado de TT-4 receberá Bolsa FAPESP para treinamento técnico no valor de R$ 3.924,80, por dois anos com dedicação de 40 horas semanais às atividades de apoio ao projeto de pesquisa. Aceita-se um período de dedicação semanal em home office.
Mais informações sobre as bolsas de Treinamento Técnico da FAPESP: www.fapesp.br/bolsas/tt.
Outras vagas de bolsas, em diversas áreas do conhecimento, estão no site FAPESP-Oportunidades, em www.fapesp.br/oportunidades.
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- 21/06/2024 - Insper e Ipen firmam acordo para fomentar o desenvolvimento tecnológicoFonte: Site Insper
Tiago Cordeiro
De um lado, o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), uma autarquia gerenciada pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Ocupa uma área de 500 mil metros quadrados dentro do campus da Universidade de São Paulo (USP), onde desenvolve pesquisas em biotecnologia, física nuclear, radioquímica, materiais avançados, nanotecnologia e na obtenção e preparação de cerâmicas especiais, biomateriais e crescimento de monocristais para o uso em lasers.
De outro, o Insper, uma instituição sem fins lucrativos, dedicada ao ensino e à pesquisa, que oferece cursos de graduação, pós-graduação lato e stricto sensu, além de educação executiva e programas customizados. É reconhecido pela formação de líderes inovadores, com foco em pesquisa aplicada e um olhar dedicado às demandas da sociedade e das organizações, do Brasil e do exterior.
A partir de agora, as duas instituições vão atuar em parceria. O acordo foi formalizado em um evento realizado no dia 18 de junho, ocasião em que pesquisadores de ambos os espaços reforçaram os laços — um esforço iniciado ao longo dos últimos meses e que incluiu uma visita do Insper ao Ipen, em fevereiro. Naquela ocasião, já ficou claro que uma série de pesquisas desenvolvidas ali tem grandes aplicações práticas, incluindo, por exemplo, um estudo que envolve o uso de laser na agricultura; ele pode ser acoplado a um drone e, assim, auxiliar no controle de pragas.
Desenvolvimento tecnológico aplicado
Em abril, uma nova visita consolidou a parceria e já coletou algumas das assinaturas necessárias. Agora, durante o encontro do dia 18, foi a vez de o Insper receber representantes do Ipen, que conheceram alguns dos Projetos Finais de Engenharia (PFEs) da instituição. Trata-se de um dos marcos de conclusão do processo de formação da graduação na área, na medida em que coloca os alunos para desenvolver soluções voltadas para demandas reais de empresas e instituições. Também foram realizadas as assinaturas finais, formalizando o acordo de maneira definitiva."Para nós, é uma satisfação celebrar [neste evento] o que iniciamos há alguns meses, uma parceria que será muito proveitosa para todos. Acreditamos que daqui vão surgir muitas inovações, muitos trabalhos de tecnologia que acreditamos que poderão ser transferidos à sociedade para o seu próprio benefício”, diz Isolda Costa, pesquisadora e superintendente do Ipen.
Para Guilherme Martins, presidente do Insper, o acordo de cooperação com o Ipen é um marco que vem ao encontro dos objetivos da escola em ampliar as atividades de pesquisa voltadas para inovação. "Acordos como esse são essenciais para que o Insper possa cada vez mais continuar contribuindo com o país, assim como o Ipen faz tão bem. O nosso compromisso é fazer muito investimento nos próximos anos para expandir o nosso impacto do desenvolvimento tecnológico aplicado.”
Expertises complementares
Como afirma Arnaldo Silva, que já foi subsecretário de Ciência, Tecnologia e Inovação da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo e atua como consultor para o Ipen, a aproximação entre as instituições visa aproveitar a expertise do Insper em transformar resultados de pesquisas em produtos de inovação para a sociedade"Pela natureza das atividades que desenvolve, o Ipen protege seu patrimônio intelectual, valoriza a produção de patentes. Da porta para dentro, está muito bem estruturado. A parceria com o Insper vai ajudar a dar maior visibilidade para essas pesquisas, da porta para fora, com o apoio de pesquisadores e alunos acostumados a desenvolver trabalhos com foco em inovação e na aplicabilidade dos projetos.”
Para Cristine Pinto, professora titular do Insper, diretora de pesquisa e coordenadora do Centro de Ciência de Dados (CCD) da instituição, além de impulsionar as pesquisas já desenvolvidas pelo Ipen, a proposta da parceria é fomentar trabalhos em conjunto com os professores das graduações em Engenharia do Insper.
"As duas instituições têm expertises que se complementam. O Ipen tem dificuldade em levar ao mercado as pesquisas de ponta que desenvolve e o Insper tem esse olhar para a inovação e as demandas da sociedade”, afirma. "Além disso, para nossos docentes e alunos, o contato com os pesquisadores e os laboratórios de uma instituição de referência como o Ipen representa uma grande oportunidade.”
Para Niklaus Wetter, diretor de pesquisa, desenvolvimento e ensino do Ipen, a complementaridade entre as duas instituições traz fluidez para esse acordo. "Muita gente pode achar que há uma grande diferença entre essas duas instituições, mas não é bem assim. Há fluidez em termos de ensino e pesquisa. As instituições têm muito em comum e há muitas possibilidades a serem exploradas, o que beneficiará os dois lados.”
Foco na interdisciplinaridade
A proposta, a partir de agora, é reforçar os contatos entre os pesquisadores para, de forma orgânica, começar a desenvolver projetos em conjunto, diz Joice Miagava, professora do Insper em tempo integral desde 2015 e coordenadora do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI). "Creio que a parceria pode ser bastante benéfica para ambos os lados. O Ipen é uma instituição bastante consolidada na pesquisa, com infraestrutura de ponta e equipe muito especializada. O Insper tem como um dos pilares a inovação e um corpo docente e discente que entende que a interdisciplinaridade é muito importante para o sucesso de um projeto”.Ao mesmo tempo, a Engenharia do Insper ainda está dando seus primeiros passos na pesquisa, aponta ela. "Está buscando se estruturar nessa frente. Isso ocorre depois de a maioria do corpo docente ter ficado focado no desenvolvimento e consolidação do curso de graduação. Assim, para os professores da Engenharia, pode ser uma forma de voltar a estar mais próximo da pesquisa, de se atualizar e retomar essa carreira.” Com a vantagem adicional de contar com o compartilhamento de infraestrutura de pesquisa, que tem custos elevados.
"Não faz sentido cada equipe de pesquisa ter o seu próprio equipamento e não compartilhar com outros. Isso porque, de alguma forma, os custos podem ser ‘distribuídos’ e porque equipamentos, quando ficam muito ociosos, têm uma tendência maior a dar problemas”, diz Miagava.
Já para o Ipen, entre os benefícios imediatos, estão a capacidade de contar com alunos do Insper para acelerar o desenvolvimento de projetos. "Além disso, algumas das expertises de nossos professores podem ser complementares às deles e agregar no desenvolvimento das ideias e soluções. Alguns exemplos de nossas áreas que podem ter interface e podem gerar bons projetos em conjunto é a inteligência artificial, a manufatura avançada e a bioengenharia”, afirma ela.
Oportunidades para empreender
A capacidade de inovar do Insper vai se mostrar crucial para o sucesso deste acordo, como afirma Rodrigo Amantea, head do Hub de Inovação e Empreendedorismo Paulo Cunha. "Para o Hub, esta é uma oportunidade muito interessante. Existe uma competência de pesquisa instalada no Ipen que pode ser complementar à nossa capacidade de formar empreendedores. Temos diante de nós um amplo leque de oportunidades de projetos que podem ser desenhados em conjunto, construindo em cima de competências complementares do Ipen e do Insper. Podemos transformar tecnologias incríveis em negócios.”
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- 20/06/2024 - São Paulo e Itália planejam aumentar a interação bilateral entre universidades e empresasAtualmente, 15% da pesquisa colaborativa realizada por cientistas paulistas e italianos envolve empresas, indicam dados apresentados em evento promovido pela FAPESP
Atualmente, 15% da pesquisa colaborativa realizada por cientistas paulistas e italianos envolve empresas, indicam dados apresentados em evento promovido pela FAPESP
Fonte: Agência FAPESPAtualmente, 15% da pesquisa colaborativa realizada por pesquisadores do Estado de São Paulo e da Itália envolve empresas. A fim de fortalecer e promover o aumento dessa interação entre pesquisadores paulistas e empresas italianas presentes em São Paulo, a FAPESP realizou no dia 14 de junho o seminário "Dia da Itália: universidade, empresa, governo – a criação de um ecossistema”. O evento integrou as celebrações dos 150 anos de imigração italiana no Brasil."A ideia é celebrar a data não somente comemorando o que construímos no passado e as nossas raízes comuns, que naturalmente são muito importantes, mas também discutir o que precisamos fazer para investir mais nas nossas trocas bilaterais. Nesse sentido, a pesquisa e a inovação em parceria com empresas são essenciais”, disse à Agência FAPESP Domenico Fornara, cônsul-geral da Itália em São Paulo.De acordo com dados apresentados no evento por Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP, a cooperação científica e tecnológica entre universidades e instituições de pesquisa sediadas no Estado de São Paulo e empresas de origem italiana gerou, nos últimos três anos, a publicação anual de mais de 200 artigos científicos."O impacto dessa produção é de altíssima qualidade. É equivalente a 11 vezes a média mundial e 19% dessa produção é citada em documentos de políticas de referências, publicados por instituições como a ONU [Organização das Nações Unidas], a Organização Mundial da Saúde [OMS] e a FAO [agência da ONU para a alimentação e a agricultura]”, sublinhou.As áreas de atuação das empresas italianas com maior nível de cooperação com pesquisadores do Estado de São Paulo são saúde, energia e agrícola. A meta, contudo, é extrapolar a colaboração com empresas de outros setores, afirmou Zago."Estamos tomando providências para ampliar a cooperação com empresas de áreas tecnológicas, de engenharia e do setor automotivo, entre outros.”No rol das áreas com maior potencial de aumento na interação estão transporte sustentável, transição energética, inteligência artificial, tecnologia da informação, ciências da vida, engenharia de materiais e aeroespacial, elencou Fornara.Segundo ele, das mais de mil empresas italianas presentes no Brasil, 60% delas estão localizadas no Estado de São Paulo. Entre elas, está a fabricante de pneus Pirelli.Há 94 anos no Brasil, a empresa possui em Campinas uma de suas maiores fábricas no mundo. "Acabamos de inaugurar dois laboratórios de pesquisa, sendo um voltado a materiais e outro para inovação indoor. Além disso, temos um centro de pesquisa aberto sobre asfalto, onde são realizados ensaios em parceria com as montadoras”, disse Mário Batista, vice-presidente da empresa no Brasil.Alguns temas de pesquisa de interesse atual da empresa são pneus para carros elétricos, que são diferentes dos de carros a combustível, além de borracha natural e reciclagem de pneus inservíveis. Hoje esse resíduo é incinerado. A ideia, contudo, é que possa ser empregado em asfalto e para geração de energia."Esse é um campo, acredito, que a aproximação com a FAPESP, que já existe, tem de ser aumentada. Há um potencial muito grande de aproximação”, avaliou o executivo.Já a transição energética e a previsão de eventos climáticos extremos são alguns dos principais focos de parceria em pesquisa da Enel Brasil (controlada pelo grupo italiano Enel) com universidades e instituições de pesquisa, afirmou o presidente da empresa, Guilherme Lencastre."Temos de olhar para os eventos climáticos, tentar ter maior previsibilidade e entender melhor como estão acontecendo, o que está mudando, quais são nossas infraestruturas mais críticas e como protegê-las. Esse é um caminho que podemos construir com a academia, que tem os melhores conhecimentos nessa área. Pretendemos unir forças”, acrescentou o executivo.Instrumentos de apoioAlguns instrumentos disponibilizados pela FAPESP que podem ser empregados para fomentar a colaboração em pesquisa com empresas italianas são os programas Centro de Pesquisa Aplicada (CPA), de Apoio à Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica (PITE) e de Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), apontou Eduardo Zancul, membro da Coordenação Adjunta de Pesquisa para Inovação da FAPESP."A FAPESP apoia a pesquisa em parceria entre universidade e empresa e também a pesquisa aplicada, na qual o projeto é desenvolvido visando uma aplicação prática e definida, de médio e longo prazos. Esses projetos preveem a transferência de resultados para as empresas. A FAPESP não participa da propriedade intelectual”, explicou.O programa CPA, por exemplo, apoia a pesquisa em parceria entre universidades e empresas em que essas últimas apresentam um desafio tecnológico e é constituído um centro de pesquisa com perspectiva de longo prazo voltado a desenvolver soluções para o problema proposto."Esses centros são orientados por problemas complexos e, por isso, a perspectiva precisa ser de longo prazo, com vigência de dez anos. A empresa e a FAPESP cofinanciam a pesquisa”, disse Zancul.Atualmente, há 27 CPAs vigentes, que receberam investimentos de mais de R$ 570 milhões. Entre eles está o Centro de Inovação em Novas Energias (CINE), lançado pela FAPESP, Shell Brasil, as universidades Estadual de Campinas (Unicamp) e de São Paulo (USP) e o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) em 2018.A missão do centro é produzir conhecimento na fronteira da pesquisa e, paralelamente, transferir tecnologia para o setor empresarial. As pesquisas poderão gerar resultados que serão usados pela Shell para criar startups ou firmar parcerias com outras empresas."Temos um parceiro recente, que é o Itaú. A primeira fase do centro resultou em quase 500 publicações científicas, que obtiveram mais de 5 mil citações, além de diversas propriedades intelectuais e algumas startups”, disse Marcos Gonçalves Quiles, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e pesquisador associado do CINE.Já do lado da Itália, está sendo negociado um novo protocolo executivo bilateral que é estratégico para o objetivo de expandir a colaboração em pesquisa entre os dois países para outras áreas, avaliou Fornara.O protocolo prevê a realização de um programa trienal que apoia projetos em colaboração propostos por dois centros de pesquisa, sendo um no Brasil e o outro na Itália. Na última edição do programa, que abrangeu os anos de 2021 a 2024, foram apoiados oito projetos de pesquisa sobre temas como produção de eletricidade e hidrogênio verde e nanotecnologia de polímeros para o tratamento de doenças transmitidas por vetores."Esse é um instrumento muito útil, que temos com os mais importantes parceiros internacionais no setor de inovação sob o guarda-chuva do protocolo executivo bilateral em discussão para os anos de 2025 a 2027. Estamos no processo de escolha dos setores”, disse o cônsul.O Brasil é o quinto parceiro acadêmico da Itália no mundo, apontou Fabio Naro, adido científico da embaixada da Itália. "As universidades italianas têm mais parcerias com o Brasil do que com muitos outros países europeus”, comparou.O país europeu tem feito esforços para promover a imagem de uma nação também inovadora. "A Itália é conhecida pelas artes, a moda, a comida, os carros, mas não é suficientemente reconhecida e percebida como um país que é o coração da inovação. Fomos o terceiro país a colocar um satélite em órbita [depois dos Estados Unidos e da extinta URSS] e onde surgiram muitas empresas e inovações nos últimos 2 mil anos”, sublinhou Fornara.Também participaram do evento o secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Vahan Agopyan; Carlos Gilberto Carlotti Junior, reitor da USP; Raiane Patrícia Severino Assumpção, reitora da Unifesp; Ana Beatriz Oliveira, reitora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar); Dácio Matheus, reitor da Universidade Federal do ABC (UFABC); Marco Túlio Vasconcelos, reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie; Anderson Correia, diretor-executivo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT); Marcio de Castro Silva Filho, diretor científico da FAPESP; Fernando Menezes, diretor administrativo da FAPESP; e Carmino Antonio de Souza, membro do Conselho Superior da FAPESP. -
- 20/06/2024 - Caldo de cana é usado para produzir energia elétricaFonte: Engenharia Hoje
Pesquisadores do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), vinculado à USP, realizaram uma descoberta inovadora: a utilização do caldo de cana para gerar energia elétrica em células a combustível.Diferente do processo tradicional que transforma o caldo em etanol, essa nova técnica evita a formação de resíduos nocivos ao meio ambiente, como a vinhaça. Após o sucesso dos experimentos em laboratório, o próximo passo dos cientistas é desenvolver essa técnica em escala industrial.
Funcionamento das células a combustível
O pesquisador Almir Oliveira Neto, que coordenou a pesquisa, explica que a célula a combustível opera de maneira semelhante a uma pilha, mas com o combustível sendo consumido para gerar eletricidade. A célula possui dois eletrodos: o ânodo, onde ocorre a oxidação do combustível, e o cátodo, onde o oxigênio é reduzido.
Entre os dois eletrodos, há uma membrana que age como eletrólito, conduzindo eletricidade e formando um sistema que gera energia elétrica. No caso do dispositivo desenvolvido, a oxidação do caldo de cana acontece no ânodo e a redução de oxigênio no cátodo.
Uma das grandes vantagens do uso do caldo de cana direto é a ausência de resíduos ambientais perigosos, como a vinhaça, que é um subproduto da produção de etanol. Isso contribui significativamente para a preservação ambiental. Além disso, a energia gerada pode ser direcionada para a fabricação de produtos de maior valor agregado, como ácidos glucônico, sacárico, lático, levulínico e furfural, que têm diversas aplicações nas indústrias alimentícia, de cosméticos, farmacêutica e de polímeros.
Segundo Oliveira Neto, a célula a combustível pode utilizar o caldo de cana obtido diretamente da moagem, similar ao vendido em feiras livres. No entanto, é necessário padronizar esse caldo devido às variações sazonais da cana. Para a pesquisa, foi produzido um caldo de cana sintético para comparação de resultados, mas também foi utilizado caldo de cana in natura em estudos anteriores.
Escalabilidade da tecnologia
O protótipo desenvolvido pelos pesquisadores demonstrou que é possível aumentar a escala em laboratório. Para se trabalhar com maiores quantidades de caldo de cana e obter mais energia, será necessário aumentar a área dos eletrodos e desenvolver a tecnologia para uma escala maior. Além disso, serão necessários mais recursos públicos e privados para concretizar o uso do dispositivo em escala industrial.
O estudo contou com a participação dos pesquisadores Bruno Villardi, Júlio Nadenha, Victória Maia, Priscila Zambiazi e Rodrigo Souza, todos vinculados ao Ipen e ao Programa de Tecnologia Nuclear e Materiais da USP. A supervisão foi de Almir Oliveira Neto, com co-orientação de Rodrigo Souza. Os resultados dessa pesquisa foram publicados em artigos na Revista Virtual de Química e na revista científica Sugar Tech, demonstrando o desempenho eletrocatalítico de diferentes composições de metais para a geração de energia a partir do caldo de cana.
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- 14/06/2024 - Feridos, cavalos resgatados de inundações no RS são tratados com tecnologia nuclearPesquisadores testam curativos em lesões causadas pelo longo período que animais ficaram na água
Pesquisadores testam curativos em lesões causadas pelo longo período que animais ficaram na água
Fonte: Folha de São Paulo
Felipe Prestes
Porto Alegre -
Quinze cavalos atingidos pelas recentes chuvas no Rio Grande Sul sofreram lesões graves na pele, alguns deles com quase metade de todo o órgão atingido. Três deles não resistiram e morreram. Para tratar os demais, veterinários testam um curativo em forma de gel, com nanopartículas de prata, produzidas por radiação.
O material, inicialmente projetado para aplicação em humanos, foi enviado nesta semana pelo Laboratório Nacional de Nanotecnologia Aplicada às áreas Nuclear e Correlatas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Nuclear-Nano/CNEN) para a cidade de Nova Santa Rita, na região metropolitana de Porto Alegre.
O lote teve como destino a Clínica Guadalupe, que recebeu os 15 cavalos retirados de uma área atingida no município de Eldorado do Sul. "A imersão durante um longo período provoca uma diminuição no fluxo do sangue. Sem sangue, o tecido necrosa e a pele cai", relata o veterinário Guilherme Alberto Machado, proprietário do local.
O coordenador do NuclearNano, Ademar Benévolo Lugão, diz que a forma de gel é um dos diferenciais do curativo em relação a modelos comuns, como a gaze, que grudam na pele e provocam novas feridas.
"Você tipicamente lava as feridas e coloca uma gaze seca por cima", explica ele. "Só que isso é uma técnica muito antiga. Se a ferida, por exemplo, tem sangue, fluidos, essa gaze gruda na ferida e você cria uma nova ferida cada vez que for trocar o curativo. Então, há algumas décadas se descobriu que uma superfície úmida, que não adere à ferida, propicia uma cura mais rápida."
Além de oferecer os benefícios da umidade, o curativo desenvolvido pelo NuclearNano tem nanopartículas de prata, que atuam como antisséptico e anti-inflamatório. A radiação serve ainda para esterilizar os curativos. Todos os três processos (transformação de líquido em gel, produção de nanopartículas de prata e esterilização) são feitos com a mesma irradiação. "Um processo que teria várias etapas, fazemos tudo isso em uma operação só. Então, o custo é muito baixo", afirma Lugão.
O curativo será utilizado pela primeira vez em cavalos e está em fase de testes clínicos para aplicação em humanos. O coordenador do NuclearNano afirma acreditar que, quando for produzido em escala industrial, poderá ter baixíssimo custo. "A gente pensou em um curativo que o SUS possa se interessar e possa ser amplamente distribuído."
Os hidrogéis são irradiados nas instalações do irradiador multipropósito de cobalto-60 no Centro de Tecnologia das Radiações do Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares), unidade da CNEN na Cidade Universitária, na zona oeste paulistana. O processo é como se fosse o de fazer uma gelatina, afirma Lugão. "A gelatina é líquida e quando esfria gelatiniza. No nosso caso, temos um líquido (formado por 90% de água, cerca de 9% de PVP (polivinilpirrolidona) e o restante por ágar-ágar, uma substância gelatinosa) que gelatiniza após irradiação, pois a radiação promove a reticulação molecular, ou seja gelatinização."
Um médico veterinário gaúcho que atua na USP foi quem entrou em contato com os colegas da Clínica Guadalupe, sugerindo a utilização. Veterinários de Nova Santa Rita e os vo se torne o mais adequado possível para os equinos.
"Neste momento enviamos cem placas, de 100 cm² cada, para saber o resultado, se vão, de fato, ajudar. A gente tem condições de modificar a placa de hidrogel para configurações mais adequadas, os veterinários darão o retorno, se precisam que seja mais forte, mais grossa, que tenha mais prata, o PH mais neutro ou mais ácido", exemplifica Lugão. "Os testes clínicos são feitos dentro de protocolos de ética, que envolvem o consentimento esclarecido dos pacientes. Nesse caso, dos tutores."
"Estou com uma esperança muito grande nesse curativo, por ser úmido, à base de água, e permitir que eu coloque outras medicações junto com ele. E não vai colar na pele, diminuindo a dor nos animais", afirma Machado.
Lugão diz que poder ajudar os animais atingidos pela tragédia climática motiva todos os pesquisadores do laboratório. "É realmente um prazer enorme quando a gente vê que contribui para o bem-estar da sociedade. Isso mostra a importância do trabalho, motiva os estudantes, motiva que trabalhem com mais afinco, é estimulante. O grupo já está propondo novos curativos, é um círculo virtuoso."
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- 12/06/2024 - Medicina Nuclear salva cavalos com ´Síndrome de Imersão` vítimas da tragédia no Rio Grande SulFonte: Blog Tania Malheiros
Na segunda-feira, 10/06, lotes de curativos produzidos por irradiação gama ou feixe de elétrons, parte da medicina nuclear, desenvolvidos no Laboratório do SisNANO do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN-CNEN) – NuclearNano, foram enviados ao Rio Grande do Sul para auxiliar no tratamento de cavalos resgatados de uma hotelaria em Eldorado do Sul (RS).Um grupo de veterinários voluntários do Rio Grande do Sul contatou a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) em busca de colaboração da Medicina Nuclear para recuperar a saúde dos cavalos, alguns com quase 50% da pele lesionada, correndo sérios riscos de morte.Nos últimos anos, com o desenvolvimento de hidrogéis com nanopartículas de prata irradiados, produzidos por irradiação gama ou feixe de elétrons, a medicina nuclear vem dando passos significativos, informou o IPEN-CNEN. Vítimas de "síndrome de imersão" – o popular "choque térmico", os cavalos apresentam lesões graves na pele, o maior órgão do corpo desses equinos. Em alguns casos, até 50% da pele apresentam lesões, comprometendo a parte sistêmica e exigindo cuidados especiais para prevenir infecções e promover a cicatrização com segurança.Reconhecendo a gravidade da situação, um grupo de veterinários da Clinvet Guadalupe, responsáveis pelo tratamento dos animais, procurou os pesquisadores do NuclearNano em busca de colaboração para tentar salvar os cavalos. Ademar Benévolo Lugão, coordenador do NuclearNano, explica que os curativos à base de hidrogéis com nanopartículas de prata passam pelo processo de irradiação, ocorrendo a gelificação de forma simultânea à esterilização do curativo.
O pesquisador ressalta que a irradiação também colabora para a formação e a estabilidade das nanopartículas de prata. "Como o o processo utiliza apenas uma etapa de esterilização por radiação, permite que os curativos sejam produzidos com custos baixíssimos, em torno de R$ 1 por curativo de 100cm2”, acrescenta Lugão. Os hidrogeis são irradiados no Centro de Tecnologia das Radiações do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), unidade da CNEN em São Paulo, localizada na Cidade Universitária. Compostos por 90% de água, propiciam um ambiente úmido que, de acordo com Lugão, estimula a recuperação das lesões.
"Além disso, é totalmente transparente, permeável ao oxigênio, não aderente à ferida, resistente à manipulação por enfermeiros, porém, extremamente macio, de forma a se constituir numa segunda pele, diminuindo ou mesmo eliminando a dor das feridas”, afirma o pesquisador. Totalmente estéreis, os curativos já foram usados em testes clínicos com queimados, testes clínicos com feridas crônicas de hanseníase e leishmaniose, e testes clínicos em feridas de bebes recém-nascidos em tratamento em UTIs. Lugão vem trabalhando há mais de uma década no desenvolvimento de hidrogeis e tem a expectativa de uso em larga escala no Sistema Único de Saúde (SUS).
O Laboratório SisNano NuclearNano/CNEN fica sediado no Centro de Química e Meio Ambiente (CEQMA) do IPEN. De acordo com Lugão, os curativos serão aplicados nos equinos com o auxílio de pastas veterinárias específicas para essas feridas, que demandam um pH bem ácido. O pesquisador adianta estudos para desenvolver, a curto prazo, soluções mais adequadas das lesões por síndrome de imersão em equinos.
"A intenção do IPEN/CNEN é desenvolver rapidamente um novo curativo processado por radiação com o pH e dimensões ajustadas às necessidades específicas desse caso”.
O grupo de veterinários voluntários é coordenado por Guilherme Machado e Paula Bernardo, proprietários da Clínica Guadalupe, local onde estão internados os equinos. Também integram esta equipe Juliana Osório, proprietária da Clínica de Fisioterapia Equina, que leva o seu nome, e Maria Inês Allgayer, CEO da Therapy4horses, empresa de fisioterapia e reabilitação equina, com ênfase em animais de alta performance, situada em Purcell, Oklahoma (EUA), cidade conhecida como a "Capital do Cavalo Quarto de Milha no Mundo”.
A equipe também inclui voluntários que trabalham na Clínica Guadalupe. O grupo conta, ainda, com a colaboração do pesquisador Julio David Spagnolo, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP, e colaboradores da CNEN, dedicados à produção dos curativos. Para saber como ajudar, basta acessar a conta @clinvet_guadalupe na rede social Instagram.