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- 02/10/2024 - Roupa de nanotubos protegerá astronautas contra radiação cósmicaFonte: Inovação Tecnológica
Nanotubos de boro
Com o renascimento da corrida espacial e com o recente recorde de pessoas no espaço - 19 estavam simultaneamente em órbita da Terra no último dia 11 de Setembro - crescem também as preocupações com a saúde dos astronautas.
Embora os riscos sejam muitos e variados, Ki-Hyun Ryu e colegas do Instituto de Ciência e Tecnologia da Coreia do Sul (KIST) estavam preocupados com a radiação espacial porque, além de afetar os seres vivos, ela também afeta a saúde das naves.
Ryu desenvolveu uma nova fibra composta que conseguiu efetivamente bloquear nêutrons na radiação espacial - os nêutrons afetam negativamente a biologia dos seres vivos e causam mau funcionamento dos equipamentos eletrônicos, representando uma grande ameaça para missões espaciais de longo prazo.
O compósito é fruto de uma mistura de nanotubos de nitreto de boro (BNNTs) e polímeros de aramida. Assim como o carbono, o boro também pode formar folhas monoatômicas, como o grafeno- devidamente enroladas, essas folhas dão origem aos nanotubos de boro. A aramida, por sua vez, é uma classe de polímeros à qual pertence materiais muito resistentes, como o conhecido Kevlar®.
Ao controlar a interação entre os dois nanomateriais unidimensionais, a equipe desenvolveu uma técnica para misturar perfeitamente os dois. Com base nessa solução mista estabilizada, eles produziram fibras leves, flexíveis e contínuas que não queimam em temperaturas de até 500 °C.
Usos terrenos
Os nanotubos de boro têm uma estrutura semelhante à dos nanotubos de carbono, mas como eles contêm um grande número de boro na estrutura de rede, sua capacidade de absorção de nêutrons é cerca de 200.000 vezes maior do que a dos seus primos de carbono.
A ideia é que essas fibras compostas sejam transformadas em tecidos do formato e tamanho adequadas para uso em roupas e no revestimento das naves, bloqueando efetivamente a transmissão da radiação de nêutrons.
Além disso, a natureza cerâmica dos nanotubos de boro os torna altamente resistentes ao calor, de modo que podem ser usados em ambientes extremos, como na defesa e combate a incêndios, e não apenas para aplicações espaciais. Além dos bombeiros, profissionais de saúde e trabalhadores de usinas de energia frequentemente ficam expostos à radiação desse tipo.
Esses tecidos também poderão ser aplicados diretamente sobre componentes eletrônicos, como os processadores e demais circuitos integrados de satélites, sondas espaciais e outras naves não tripuladas.
"Ao aplicar os têxteis funcionais que desenvolvemos às roupas que usamos todos os dias, podemos facilmente criar um dispositivo de segurança mínima para exposição a nêutrons," disse o professor Dae-Yoon Kim.
Bibliografia:
Artigo:Spacesuit Textiles from Extreme Fabric Materials
Autores: Ki-Hyun Ryu, Minsung Kang, Jungwon Kim, Nam-Ho You, Se Gyu Jang, Kwang-Un Jeong, Seokhoon Ahn, Dae-Yoon Kim
Revista: Advanced Fiber Materials
DOI: 10.1007/s42765-024-00432-6 -
- 02/10/2024 - Roupa de nanotubos protegerá astronautas contra radiação cósmicaFonte: Inovação Tecnológica
Nanotubos de boro
Com o renascimento da corrida espacial e com o recente recorde de pessoas no espaço - 19 estavam simultaneamente em órbita da Terra no último dia 11 de Setembro - crescem também as preocupações com a saúde dos astronautas.
Embora os riscos sejam muitos e variados, Ki-Hyun Ryu e colegas do Instituto de Ciência e Tecnologia da Coreia do Sul (KIST) estavam preocupados com a radiação espacial porque, além de afetar os seres vivos, ela também afeta a saúde das naves.
Ryu desenvolveu uma nova fibra composta que conseguiu efetivamente bloquear nêutrons na radiação espacial - os nêutrons afetam negativamente a biologia dos seres vivos e causam mau funcionamento dos equipamentos eletrônicos, representando uma grande ameaça para missões espaciais de longo prazo.
O compósito é fruto de uma mistura de nanotubos de nitreto de boro (BNNTs) e polímeros de aramida. Assim como o carbono, o boro também pode formar folhas monoatômicas, como o grafeno- devidamente enroladas, essas folhas dão origem aos nanotubos de boro. A aramida, por sua vez, é uma classe de polímeros à qual pertence materiais muito resistentes, como o conhecido Kevlar®.
Ao controlar a interação entre os dois nanomateriais unidimensionais, a equipe desenvolveu uma técnica para misturar perfeitamente os dois. Com base nessa solução mista estabilizada, eles produziram fibras leves, flexíveis e contínuas que não queimam em temperaturas de até 500 °C.
Usos terrenos
Os nanotubos de boro têm uma estrutura semelhante à dos nanotubos de carbono, mas como eles contêm um grande número de boro na estrutura de rede, sua capacidade de absorção de nêutrons é cerca de 200.000 vezes maior do que a dos seus primos de carbono.
A ideia é que essas fibras compostas sejam transformadas em tecidos do formato e tamanho adequadas para uso em roupas e no revestimento das naves, bloqueando efetivamente a transmissão da radiação de nêutrons.
Além disso, a natureza cerâmica dos nanotubos de boro os torna altamente resistentes ao calor, de modo que podem ser usados em ambientes extremos, como na defesa e combate a incêndios, e não apenas para aplicações espaciais. Além dos bombeiros, profissionais de saúde e trabalhadores de usinas de energia frequentemente ficam expostos à radiação desse tipo.
Esses tecidos também poderão ser aplicados diretamente sobre componentes eletrônicos, como os processadores e demais circuitos integrados de satélites, sondas espaciais e outras naves não tripuladas.
"Ao aplicar os têxteis funcionais que desenvolvemos às roupas que usamos todos os dias, podemos facilmente criar um dispositivo de segurança mínima para exposição a nêutrons," disse o professor Dae-Yoon Kim.
Bibliografia:
Artigo:Spacesuit Textiles from Extreme Fabric Materials
Autores: Ki-Hyun Ryu, Minsung Kang, Jungwon Kim, Nam-Ho You, Se Gyu Jang, Kwang-Un Jeong, Seokhoon Ahn, Dae-Yoon Kim
Revista: Advanced Fiber Materials
DOI: 10.1007/s42765-024-00432-6 -
- 01/10/2024 - Centro de Inovação em Novas Energias abre vaga de pós-doutoradoNo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, bolsista desenvolverá estudo na área de cerâmicas avançadas
No Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, bolsista desenvolverá estudo na área de cerâmicas avançadas
Fonte: Agência FAPESP
Uma Bolsa FAPESP de Pós-Doutorado está disponível pelo projeto "Rota sustentável para a conversão de metano com tecnologias eletroquímicas avançadas”, conduzido no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) . O prazo de inscrição vai até 15 de outubro.
A investigação ocorrerá no âmbito do Centro de Inovação em Novas Energias (CINE), um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) apoiado por FAPESP e Shell.
Os candidatos devem ter doutorado em física, química ou ciência dos materiais, além de excelentes habilidades de comunicação em inglês e experiência em síntese química. Também será valorizada experiência com: SOFCs, sputtering ou deposição por PLD, mecanoquímica e trabalho prático de laboratório com eletrocerâmicas. Outros conhecimentos desejados são: caracterização de materiais por STA, XRD, SEM e TEM, eletroquímica em sólidos e espectrometria de massa.
Mais informações sobre a vaga e as inscrições em: www.fapesp.br/oportunidades/7421/.
A oportunidade de pós-doutorado está aberta a brasileiros e estrangeiros. O selecionado receberá Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP no valor de R$ 12.000,00 mensais e Reserva Técnica equivalente a 10% do valor anual da bolsa para atender a despesas imprevistas e diretamente relacionadas à atividade de pesquisa.
Caso o bolsista de PD resida em domicílio fora da cidade na qual se localiza a instituição-sede da pesquisa e precise se mudar, poderá ter direito a um auxílio-instalação. Mais informações sobre a Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP estão disponíveis em www.fapesp.br/bolsas/pd.
Outras vagas de bolsas, em diversas áreas do conhecimento, estão no site FAPESP-Oportunidades, em www.fapesp.br/oportunidades.
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- 30/09/2024 - Energia nuclear volta a crescer após desastre de Fukushima impulsionar fechamento de usinas na última décadaAnalistas dizem ser impossível atingir as metas de descarbonização sem a fonte, considerada limpa
Analistas dizem ser impossível atingir as metas de descarbonização sem a fonte, considerada limpa
Fonte: O Globo
Em dezembro do ano passado, ao fim da COP28, em Dubai, um grupo de 22 países emitiu uma declaração conjunta em que se comprometia a triplicar até 2050 a participação da energia nuclear em sua matriz energética. Entre os signatários figuravam antigas potências nucleares, como EUA e França, mas também novas, como os Emirados Árabes Unidos e Gana.A declaração marca uma inflexão recente no discurso em torno da energia atômica. A última década, marcada pelo desastre de Fukushima em 2011, trouxe o anúncio de que a Alemanha fecharia todas as suas centrais - promessa cumprida no ano passado. A atual, ao contrário, se caracteriza por projetos de construção de novas usinas e extensão da vida útil das existentes.
- Não é que o humor tenha mudado - acredita Celso Cunha, presidente da Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares (Abdan). - Simplesmente a realidade se impôs. A mudança climática está batendo na nossa porta e não é possível atingir as metas de descarbonização sem energia nuclear.
Embora não seja renovável, pois consome isótopos de urânio, a Agência Internacional de Energia (AIE) inclui a energia atômica entre as fontes limpas, já que a operação não emite carbono como os combustíveis fósseis. Além disso, o principal empecilho para chegar a uma matriz energética plenamente renovável baseando-se apenas em turbinas eólicas e painéis solares é a intermitência dessas fontes.
- Como garantir o fornecimento constante se as solares não geram à noite e as eólicas param quando não tem vento? - questiona Cunha.
Hoje, a energia nuclear responde por pouco menos de 10% da matriz mundial, o que equivale a cerca de 25% do que é produzido por fontes de baixa emissão. Há 415 reatores em operação e 62 em construção. De acordo com a AIE, a capacidade instalada está hoje em 413 gigawatts (GW), operando em 32 países, o que evita 1,5 gigatonelada de emissões de carbono. Em seu relatório "Energia 2024”, a agência estima que a geração atômica crescerá à média de 3% nos próximos anos, contribuindo para a previsão de que todo o crescimento de oferta energética virá de fontes limpas.
Inovação tecnológica
A volta dos investimentos em energia nuclear também se apoia na promessa de uma inovação tecnológica disruptiva. Os pequenos reatores modulares, conhecidos pela sigla em inglês (SMR), são produzidos em fábricas e facilmente transportáveis. Ao contrário dos reatores de primeira, segunda ou terceira geração, que são progressivamente maiores e mais caros, os SMR prometem reduzir o custo de construção e financiamento.
Em abril, o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, sugeriu que usinas térmicas poluentes na Amazônia poderiam ser substituídas por esses reatores de menor tamanho. Segundo Cunha, a proposta é razoável, porque a energia nuclear, uma vez instalada, pode operar durante anos sem novos suprimentos. Entretanto, essa tecnologia ainda não está disponível. Há 83 modelos em estudo, de acordo com a Agência Internacional de Energia Nuclear (AIEA), mas um só reator em funcionamento, na China. Outros projetos, na Rússia, nos EUA e na Argentina, enfrentam atrasos. De acordo com Cunha, a expectativa é de que a possibilidade de uso comercial de SMR ocorra em torno de 2033.
Segundo o físico Julian Shorto, gerente de pesquisa, desenvolvimento e inovação no Centro de Engenharia Nuclear do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), o maior desafio para os pequenos reatores modulares é a falta de um padrão internacional de licenciamento.
- Cada país tem suas normas de segurança e seus procedimentos de aprovação. Isso aumenta custos e atrasa a implantação, porque os fabricantes precisam fazer adaptações e modificações de projeto.
Otimismo exagerado?
Há quem acredite que o atual otimismo com a energia nuclear seja exagerado. Pelas projeções do Relatório do Status do Setor de Energia Nuclear, publicação independente financiada pelo governo alemão, ao considerar aberturas e fechamentos de usinas, construções, anúncios de projetos e atrasos, a quantidade de energia gerada pelas centrais nucleares está em queda, não ascensão. Só no ano passado, foram -4%, com seis fechamentos de reatores e a inauguração de cinco.
- Calculamos se era possível cumprir a expectativa de triplicar a geração nuclear e concluímos que não - afirma o consultor Antony Froggatt, um dos autores do relatório. - Se todas as extensões prometidas ocorrerem e as construções atuais forem completadas, o que seria inédito na história, ainda assim faltariam 270 reatores para manter os números atuais. Triplicar a capacidade atual é fantasioso.
O Brasil é um dos países com reatores em construção: trata-se de Angra 3. Em setembro, o BNDES apresentou um estudo em que calculou os custos de completar a usina em R$ 23 bilhões. Já desistir de vez custaria algo muito semelhante: R$ 21 bilhões.
- Abandonar o projeto significaria perder anos de investimentos e infraestrutura, o que comprometeria a confiança em projetos futuros - afirma Shorto, que acrescenta que a política nuclear brasileira atravessa uma retomada. - O Brasil tem vantagem estratégica por suas significativas reservas de urânio e o domínio do ciclo do combustível nuclear. É um diferencial importante. Poucos países possuem essa capacidade completa.
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- 26/09/2024 - Cientistas buscam revestimento mais seguro contra infiltração em pontes e edifícios Com material grafenoide em teste, estruturas de concreto poderão ter maisCom material grafenoide em teste, estruturas de concreto poderão ter mais uma alternativa para impermeabilização
Com material grafenoide em teste, estruturas de concreto poderão ter mais uma alternativa para impermeabilização
Fonte: Jornal da USP
Texto: Jean Silva*
Arte: Beatriz Haddad**Em 2018, o viaduto da pista expressa da Marginal Pinheiros, que cedeu 500 metros da Ponte do Jaguaré, Zona Oeste de São Paulo, danificou cinco carros e feriu uma pessoa. Esse caso chamou a atenção para o comprometimento e a durabilidade de estruturas de concreto que, por serem permeáveis à água, são prejudicadas pelas chuvas.
Por conta de problemas como esse, um grupo de trabalho do Programa de Pós-Graduação de Tecnologia de Materiais do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) da USP publicou um artigo sobre o desenvolvimento de um recobrimento impermeabilizante que aumentou a resistência do cimento e afetou minimamente a estrutura das amostras testadas, contribuindo para sua durabilidade e longevidade. Embora a permeabilidade seja desejável para o concreto em pavimentação de superfícies como ruas e calçadas, a infiltração de água no concreto estrutural pode comprometer a integridade de construções como pontes e edificações.
Publicado na revista Diamond and Related Materials, o recobrimento desenvolvido pelos pesquisadores do Ipen é um material hidrofóbico (que repele a água), bidimensional (2d), criado a partir de material grafenoide (derivado do grafeno, uma das formas cristalinas do carbono) e obtido por meio de um gerador de plasma frio. Também conhecido como plasma não térmico, este gás ionizado é um estado da matéria que contém íons e elétrons livres, no qual a maioria das partículas (como átomos e moléculas) permanece em temperaturas próximas às do ambiente.
O objetivo desse estudo era desenvolver um produto final de fácil aplicação que "proporciona às alvenarias maior resistência a infiltração, consequentemente diminui os problemas de umidade, como também a manutenção, e, logo, aumenta a vida útil das mesmas”, explica Nivaldo Gomes Pereira, primeiro autor do artigo.
As estruturas concretadas como conhecemos atualmente são datadas de 1756, quando John Smeaton as desenvolveu por meio da mistura de agregado graúdo e cimento. Para contribuir com a evolução delas, os pesquisadores do Ipen levantaram um conjunto de dados paralelamente à pesquisa central da tese de doutorado de Pereira, em que investiga as aplicações do grafeno. Esse levantamento resultou no desenvolvimento dessa sustância carbonosa utilizada para recobrir estruturas de concreto, além de um modelo de aplicação.
Nivaldo Gomes Pereira é doutorando do Ipen e primeiro autor do estudo
Foto: arquivo pessoalGrafeno e seu funcionamento
O grafeno é uma camada bidimensional de átomos de carbono organizados em estruturas hexagonais com uma espessura menor que 1 nanômetro. Ele é um alótropo do carbono, o que significa que se difere de outros compostos cristalinos de estruturas hexagonais de carbonos pelo arranjo geométrico em 2D. O diamante e o grafite, por exemplo, são organizados em três dimensões.
Para a aplicação, precisa-se preparar o produto a ser aplicado. "Pega-se um hidrocarboneto e o atomiza [transforma a substância em partículas]”, explica Rodrigo Fernando Brambilla de Souza, pós-doutorando no Ipen e integrante do trabalho. O processo de atomização consiste em transformar uma molécula em átomos individuais por meio do aquecimento ou por uma descarga elétrica. Nesse caso, a fonte carbonosa, o ciclo hexano descrito no artigo, é vaporizada e introduzida no plasma frio, que a transforma em átomos de carbono e hidrogênio.
Ao sair desse ambiente plasmoso e entrar em contato com a área a ser protegida, os átomos se reconstroem como grafenoides no local aplicado. Essa reconstrução deve-se ao plasma, que não apenas quebra as ligações químicas, mas também fornece a energia necessária para que os átomos de carbono se movam e se reorganizem no substrato. Ele permite a deposição do que foi atomizado de forma controlada e eficiente, resultando em uma camada intrínseca à estrutura. "As partículas se reconstroem como o grafenoide na própria superfície a ser protegida e se aderem a ela”, afirma Souza.
Os pesquisadores contam que não seria possível incorporar a camada de proteção à mistura do cimento, devido à sua característica repelente à água. Nesse modelo, além de poder ser aplicada de forma rápida e direta no local a ser protegido, ela ainda se adere ao concreto, ao invés de protegê-lo apenas superficialmente como a tinta. "Diferente da tinta que sai com facilidade, precisa-se riscar o concreto para retirar o recobrimento”, detalha o pesquisador.
Rodrigo Fernando Brambilla de Souza
Foto: Ivan ConternoDilemas para aplicação
Victoria Maia é doutoranda do Ipen e uma das autoras do estudo
Foto: arquivo pessoalApesar do material ser promissor, há questionamentos sobre os impactos do grafeno, porser um derivado de combustível fóssil. Este recurso é muito criticado por ambientalistas, tanto pelos seus derivados serem poluentes, como por sua extração e uso trazerem riscos graves à saúde e ao meio ambiente, com a contaminação de água, ar e solo. A viabilidade para produção industrial também gera dúvidas, por não haver um modelo prático de aplicação com plasma frio fora dos ambientes laboratoriais controlados.Os pesquisadores afirmam que em vez de depender exclusivamente dessa fonte não-renovável, há alternativas sustentáveis para a produção do grafeno. "Qualquer biomassa pode ser utilizada para a produção desse produto carbonoso”, afirma Victoria Maia, aluna de doutorado do mesmo programa de pós-graduação do Ipen. Dessa maneira, diferentes tipos de matéria orgânica, como resíduos agrícolas, restos de madeira ou mesmo resíduos alimentares, podem ser empregados nos processos de conversão para gerar materiais carbonosos como o utilizado. No entanto, a qualidade final dependerá da qualidade da matéria utilizada.
Além disso, Victoria destaca que o grupo está "procurando investimentos para desenvolver a aplicação em uma pistola”. Essa pistola se encarregaria da produção do plasma com a aplicação do produto no local onde a alvenaria estiver, e qualquer pessoa com o devido preparo poderia aplicar. Esse modelo viabilizaria a produção em massa e a disponibilização no mercado da impermeabilização, por permitir uma situação prática e fora do ambiente laboratorial.
O plasma frio é obtido pela passagem de uma corrente elétrica que possibilita a aplicação do produto rápida e diretamente na estrutura.
Foto: Reprodução/Arquivo pessoal do grupo de pesquisaAcesse o artigo completo clicando aqui
Para mais informações: e-mail aolivei@usp.br, com Almir Oliveira Neto
*Estagiário sob supervisão de Luiza Caires
**Estagiária sob supervisão de Moisés Dorado
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- 23/09/2024 - Iniciativas da FAPESP visam ampliar a colaboração entre pesquisadores de São Paulo e do CanadáFundação firmou acordo de cooperação científica e tecnológica com agência de fomento do Québec e planeja uma nova edição da FAPESP Week na província canadense
Fundação firmou acordo de cooperação científica e tecnológica com agência de fomento do Québec e planeja uma nova edição da FAPESP Week na província canadense
Fonte: Agência FAPESP
A FAPESP assinou em 16 de setembro, no Canadá, um acordo de cooperação científica e tecnológica com o Fonds de Recherche du Québec - Nature et Technologies (FRQ-NT), agência de fomento que tem como missão apoiar o desenvolvimento estratégico da pesquisa em matemática, ciências naturais e engenharia. Válido por cinco anos, o documento possibilita o financiamento conjunto de projetos que contem com a participação de cientistas do Estado de São Paulo e da província do Québec, a segunda mais populosa do país, depois de Ontário, e a maior em território.
"Estou muito orgulhosa de firmar este acordo com nosso novo parceiro no Brasil. A colaboração internacional é crucial para a excelência em pesquisa e esta parceria proporcionará novas oportunidades para viabilizar iniciativas de ciência e tecnologia que beneficiarão tanto Québec quanto São Paulo. Também quero agradecer ao Bureau du Québec em São Paulo por seu papel em reunir nossas organizações para finalizar este acordo”, disse Janice Bailey, diretora científica do FRQ-NT.
De acordo com Marcio de Castro, diretor científico da FAPESP, uma chamada de propostas conjunta será negociada entre as instituições. As áreas de interesse ainda estão sendo definidas.
A assinatura do acordo ocorreu durante a mais recente edição do Regional Leaders Summit (RLS), fórum internacional que reúne representantes políticos e acadêmicos de sete regiões do globo com forte participação no cenário científico: Bavária (Alemanha), Geórgia (Estados Unidos), Québec (Canadá), São Paulo (Brasil), Shandong (China), Alta Áustria (Áustria) e Cabo Ocidental (África do sul).
Entre os integrantes da delegação paulista, além de Castro, estavam Samo Tosatti, chefe da Assessoria Internacional do Governo de São Paulo; Concepta McManus Pimentel, gerente de Colaborações em Pesquisa da Diretoria Científica da FAPESP; e os assessores do diretor científico Niels Olsen Saraiva Câmara e Leandro Colli.
"A palavra central do encontro foi ‘colaboração’. Muitos dos desafios globais demandam articulações que regiões ou países sozinhos não conseguem dar conta. Portanto, intensas atividades de networking e discussões sobre projetos conjuntos entre os membros do RLS foram um ponto central do evento. Um dos focos foi a importância da inovação sustentada por uma forte base de ciência e tecnologia, criando ecossistemas cada vez mais integrados”, disse Castro à Agência FAPESP.
Articulação entre centros de excelência
Ainda como parte dos esforços para ampliar a colaboração com o país norte-americano, a diretoria da FAPESP recebeu em sua sede, no dia 17 de setembro, a visita de Mona Nemer, conselheira-chefe de Ciência do Canadá. Ela veio acompanhada de Caroline Charette, cônsul-geral do Canadá em São Paulo; Gabriel Bastien, vice-cônsul; e Cristina Hori, comissária comercial para Inovação. A delegação foi recebida por Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP, e Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo (CTA).
"Há cerca de 50 centros de excelência que representam a mais robusta estrutura de pesquisa do Estado de São Paulo e contam com financiamento de longo prazo”, destacou Zago referindo-se aos projetos apoiados por meio dos programas Centros de Pesquisa em Engenharia/Centros de Pesquisa Aplicada (CPEs/CPAs) e Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs). "Creio que estes sejam os principais candidatos para uma forte cooperação com o Canadá. Poderíamos buscar por centros canadenses com características semelhantes e tentar colocá-los em contato”, sugeriu.
Outro possível caminho a ser fortalecido, segundo Zago, é a pesquisa conjunta entre universidades paulistas e canadenses. "Isso já foi mais forte no passado e caiu nos últimos anos, em parte por causa da pandemia de COVID-19”, afirmou. Por último o presidente da FAPESP mencionou os planos de realizar uma nova edição da FAPESP Week no Québec em 2025. A primeira edição canadense do evento foi realizada em 2012, na cidade de Toronto.
"Eu realmente vejo muitas áreas em que podemos unir forças e trabalhar juntos. Provavelmente a colaboração mais sustentável e produtiva será entre os centros de pesquisa de excelência de ambos os países. Muitos dos [centros] que apoiamos têm colaboração com a indústria ou outras organizações, como hospitais, por exemplo. Então penso que esse tipo de cooperação realmente pode ser muito interessante”, sublinhou Nemer.
Também participaram da reunião realizada em São Paulo Raul Machado Neto, assessor da Presidência da FAPESP; Rodolfo Azevedo, coordenador-geral de Tecnologias e Parcerias em Inovação da Diretoria Científica; Patricia Tedeschi, gerente de Inovação; Isnard Magnus, assessor da Gerência de Colaborações em Pesquisa; e Rafael Andery, secretário-executivo da Iniciativa Amazônia+10.
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- 19/09/2024 - Técnica de medicina nuclear é usada para estudar a doença de Alzheimer em pessoas com síndrome de DownEquipamento que tornou possível avaliar o avanço desse tipo de demência por meio de imagens cerebrais foi adquirido por grupo da USP com financiamento da FAPESP. Resultados recentes foram apresentados em simpósio que comemorou os dez anos do projeto
Equipamento que tornou possível avaliar o avanço desse tipo de demência por meio de imagens cerebrais foi adquirido por grupo da USP com financiamento da FAPESP. Resultados recentes foram apresentados em simpósio que comemorou os dez anos do projeto
Fonte: Agência FAPESP
Pessoas com síndrome de Down apresentam envelhecimento acelerado e grande incidência da doença de Alzheimer na velhice. Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) mapearam nessa população, por meio de técnicas de medicina nuclear, a presença de neuroinflamação e de um marcador importante desse tipo de demência: a placa beta-amiloide – formada por fragmentos de peptídeo amiloide que se depositam entre os neurônios causando inflamação e interrompendo a comunicação neural.
"Este foi o primeiro estudo no mundo a observar como se dá a neuroinflamação nessa população por meio de tomografia por emissão de pósitrons [PET, na sigla em inglês], com uso de radiofármacos específicos”, contou à Agência FAPESP Daniele de Paula Faria, pesquisadora do Laboratório de Medicina Nuclear (LIM43) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FM-USP).
A investigação foi conduzida no âmbito de um projeto desenvolvido em parceria com o Instituto Jô Clemente, o que possibilitou aos pesquisadores avaliar o cérebro de indivíduos com síndrome de Down de diferentes faixas etárias.
"Já se sabia que o processo de envelhecimento nessa população ocorre cerca de 20 anos adiantado, com menopausa precoce e o diagnóstico de doença de Alzheimer já após os 40 anos, por exemplo. Um aspecto importante é que o gene da proteína precursora amiloide [APP] está localizado no cromossomo 21, que é triplicado na síndrome de Down. Portanto, já era sabido que esses indivíduos produzem mais beta-amiloide que aqueles sem a síndrome. Nosso estudo foi importante, pois ainda não havia um entendimento aprofundado sobre os padrões de neuroinflamação no cérebro vivo de pessoas com síndrome de Down”, explicou a pesquisadora para a Agência FAPESP.
Os pesquisadores também acompanharam, ao longo de dois anos, a progressão da neuroinflamação e das placas beta-amiloide em camundongos modificados geneticamente para desenvolver uma condição semelhante à síndrome de Down. Vale lembrar que o ciclo de vida dos roedores é mais curto que o dos humanos e, portanto, um animal de dois anos equivaleria a um humano de 80.
"Conseguimos avaliar, com um equipamento específico para pequenos animais, toda a progressão da doença nos roedores. O estudo com os camundongos, somado ao feito com o grupo de indivíduos com síndrome de Down, nos trazem respostas importantes sobre o processo de envelhecimento dessa população”, afirmou a pesquisadora.
Por dentro do cérebro
Esses dados ainda não publicados foram apresentados por Faria durante o Simpósio de Imagem Molecular, realizado nos dias 11 e 12 de setembro no Instituto de Radiologia do HC-FM-USP. Um dos objetivos do evento foi comemorar os dez anos da primeira imagem amiloide obtida no Brasil, o que foi possível com a compra dos equipamentos que produzem os radiofármacos (11C-PIB e11C-PK11195) usados para visualizar as placas e a neuroinflamação no cérebro humano vivo. A aquisição ocorreu por meio de um Projeto Temático liderado por Geraldo Busatto Filho, coordenador do LIM21 (leia mais em: agencia.fapesp.br/30540).
Como explica Faria, moléculas marcadas com radioisótopos (chamadas de radiofármacos) são injetadas no cérebro para sinalizar as regiões em que há acúmulo de peptídeo beta-amiloide. Na sequência, é possível visualizar as placas e o avanço da neuroinflamação pela tomografia por emissão de pósitrons, equipamento de imagem parecido com uma ressonância magnética.
A metodologia foi validada no Brasil pelo grupo da USP e, aliada a outras análises, constitui uma ferramenta importante para diferenciar casos de doença de Alzheimer de outros tipos de demências. Também permite estudar como a doença progride em populações específicas, como os indivíduos com síndrome de Down ou com esclerose múltipla.
Na palestra de encerramento do simpósio, Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP, afirmou que o projeto é um exemplo da solidez da ciência produzida no Estado de São Paulo. "Isso se deve a três fatores essencialmente. Um deles é o financiamento estável. Essa estabilidade nos permite fazer programas de pesquisa de dez anos, que podem render avanços, nos diferenciar e dar força ao desenvolvimento do Estado. O segundo ponto é o corpo de pesquisadores capacitados. O terceiro é que temos instituições de excelência, como é o caso das universidades dos institutos de pesquisa que têm um grande papel na história e no desenvolvimento de São Paulo. Tudo isso faz com que a estrutura de suporte à ciência e tecnologia se destaque e possa servir de exemplo para o restante do país”, disse.
O presidente da Fundação também apresentou oportunidades de financiamento de pesquisa, sobretudo para os jovens cientistas que participavam do evento. "Atualmente vivemos uma crise de formação de recursos humanos e uma crise de interesse dos nossos jovens pela vida universitária. Então é muito bom fazermos uma conversa sobre possibilidades de financiamento para atrairmos talentos e novos projetos importantes”, acrescentou.
Além de celebrar os dez anos do início da realização de imagens PET amiloide no Brasil e de apresentar os resultados obtidos no período com o uso da técnica, o simpósio teve o objetivo de discutir os aspectos mais atuais da pesquisa em neuroimagem molecular em doenças neurodegenerativas com especialistas nacionais e internacionais.
Entre os presentes estavam Tharick Pascoal, da University of Pittsburgh School of Medicine (Estados Unidos), que falou sobre o uso de biomarcadores em pesquisa; David Jones, da Mayo Clinic (Estados Unidos), que abordou o uso de inteligência artificial nos estudos com imagem molecular; e Juan Fortea, do Hospital de la Santa Creu i Sant Pau (Espanha), que explicou como a síndrome de Down pode ser um modelo de estudo para doenças neurodegenerativas.
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- 18/09/2024 - Da ideia ao mercado: Brasil diversifica fontes de financiamento para startupsÉ preciso, contudo, que empreendedores saibam pleitear os recursos de forma estratégica, avaliar o momento oportuno e levar em conta seus níveis de maturidade e risco, avaliaram participantes de mesa-redonda promovida por FAPESP e ILP
É preciso, contudo, que empreendedores saibam pleitear os recursos de forma estratégica, avaliar o momento oportuno e levar em conta seus níveis de maturidade e risco, avaliaram participantes de mesa-redonda promovida por FAPESP e ILP
Fonte: Agência FAPESP
As startups de base científica e tecnológica (deeptechs) dispõem hoje, no Brasil, de todas as fontes de financiamento necessárias para apoiar seus projetos de inovação, em diferentes estágios de desenvolvimento. É preciso, contudo, que saibam pleitear os recursos de forma estratégica, avaliar o momento oportuno e levar em conta os níveis de maturidade e risco, além de escolher os melhores parceiros.
A avaliação foi feita pelos participantes da mesa-redonda "Da ideia ao mercado: fontes de financiamento a projetos de inovação tecnológica no Estado de São Paulo”, promovida pela FAPESP e o Instituto do Legislativo Paulista (ILP) no dia 10 de setembro.
O evento fez parte da abertura da Expo PIPE-FAPESP – Inovação, empreendedorismo e impacto –, mostra de soluções inovadoras e de alto impacto tecnológico desenvolvidas por 19 startups apoiadas pelo programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), da FAPESP (leia mais em: agencia.fapesp.br/52750).
Composta por pôsteres e vídeos de outras 20 startups apoiadas, produzidos originalmente para a série Ciência SP, da Agência FAPESP, a exposição ficará em exibição até amanhã (19/09) no Espaço V Centenário da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).
"Se olharmos para o ecossistema de investimento em startups no Brasil há dez, 15 anos, veremos que não era completo. Uma startup que precisasse fazer uma captação de investimentos de série A [a primeira rodada de financiamento após o estágio inicial de investimento, conhecida como série-semente ouseed] ou B [a terceira etapa de financiamento de investidores-anjo] tinha de ir para fora do país e enfrentava muita dificuldade de acessar os instrumentos. Hoje o mercado está supercompleto, ou seja, o ciclo fechou. As startups conseguem inicialmente sair de uma agência de financiamento, como a FAPESP, depois ir para um grupo de anjo, pegar dinheiro de fundos de investimentos e vender a empresa, tudo aqui dentro do Brasil”, avaliou Flavio Levi Moreira, diretor de investimentos da Anjos do Brasil.
Em uma fase inicial, as deeptechs podem buscar fomento de programas como o PIPE, da FAPESP. À medida que forem crescendo, é preciso que passem a diversificar suas fontes de financiamento, ponderou Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo (CTA) da FAPESP.
"Agências de fomento como a FAPESP têm um papel importante nesse sistema [de financiamento dedeeptechs] porque a vida inicial de um empreendedor não é simples e o mercado não tem produto para esse seed money. Mas a gente brinca que o PIPE é o ‘jardim de infância’ das startups. À medida que se tornam grandes, elas têm de ir para a Desenvolve São Paulo ou para o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social], por exemplo”, avaliou Pacheco.
O objetivo da Desenvolve São Paulo, uma agência de fomento paulista, é financiar ideias que não apresentam todas as garantias exigidas tradicionalmente no mercado de crédito, explicou Ricardo Brito, diretor-presidente da instituição.
"Nossa missão é transformar ideias em nota fiscal. Não queremos saber o fluxo de caixa das startups [em estágio inicial], mas a expectativa de receita. Gostaríamos de ver os recursos dos quais dispomos saindo mais para inovação”, afirmou Brito.
Após emitir as primeiras notas fiscais, as startups podem se habilitar a rodadas de investimentos como as organizadas pela Anjos do Brasil, sugeriu Moreira.
A rede de investidores composta por 550 membros, situados em todo o país, que já realizaram mais de 200 investimentos e avaliaram mais de 10 mil startups, foi uma das selecionadas pela FAPESP para operar rodadas de captação de empresas apoiadas pelo PIPE. Por meio da parceria, empresas egressas do programa poderão se habilitar para receber aportes.
"Na cadeia de investimentos de startups, a Anjos é a organização que, normalmente, concede o primeiro cheque ao empreendedor, cujo valor varia de R$ 300 mil a R$ 1 milhão, quando a empresa está emitindo suas primeiras notas fiscais. E somos uma organização agnóstica [sem teses definidas de mercado]. Investimos em govtechs, agritechs, fintechs e editechs, e também estamos fazendo um coinvestimento com a SP Ventures em empresas do agro”, afirmou Moreira.
Vale do Silício do agro
Gestora do Fundo de Inovação Paulista, lançado em 2014, com recursos da ordem de R$ 150 milhões para investir em empresas no Estado de São Paulo, a SP Ventures é a maior investidora em startups do agronegócio da América Latina, afirmou Francisco Jardim, sócio-fundador da empresa.
"Temos mais de meio bilhão de reais de startups nessa área e colocado muitos investimentos na região de Piracicaba, que vem se transformando no vale do Silício do agro”, avaliou Jardim.
Segundo o executivo, tem sido cada vez mais observada uma intersecção de tecnologias voltadas a oferecer soluções para o agronegócio, como a de biotecnologia, aeroespacial e inteligência artificial.
"Dentro do agronegócio, segregamos oportunidades geradas dentro e fora da porteira em áreas como ciências da vida em tecnologias vinculadas ao agro e temos investido em empresas que têm se mostrado vitoriosas nessa cadeia”, disse.
Uma das startups do setor apoiadas pelo Fundo de Inovação Paulista e egressa do PIPE foi a InCeres. Situada em Piracicaba (SP), a agritech, que utiliza inteligência artificial para prever a fertilidade do solo, foi comprada recentemente pela empresa sueca Husqvarna.
"Há várias empresas na carteira do PIPE cuja saída de sucesso foi ser adquirida por uma grande empresa. Isso também possibilita ter um ganho de capital significativo”, avaliou Pacheco.
Novas formas de apoio
A FAPESP já investiu, por meio do PIPE, mais de um R$ 1 bilhão para financiar projetos de inovação de deeptechs paulistas, espalhadas por mais de 160 municípios do Estado de São Paulo, sublinhou Marcio de Castro, diretor científico da FAPESP.
"O PIPE tem o objetivo de apoiar a pesquisa tecnológica e inovativa para promover o desenvolvimento e a competitividade dessas pequenas empresas, gerando renda e empregos no Estado de São Paulo”, explicou o dirigente.
A fim de ajudar as startups apoiadas pelo PIPE a ter acesso a outras fontes de financiamento após passarem pelo programa, a FAPESP lançou nos últimos anos um conjunto de iniciativas, como participação em fundos de investimentos e cadastramento de redes de investidores-anjo (leia mais em: pesquisaparainovacao.fapesp.br/2873).
"Estamos tentando criar instrumentos que acompanham o ciclo de vida das empresas apoiadas pelo PIPE lá na frente, por meio da construção de fundos de investimentos com parceiros privados, a seleção de investidores-anjo que façam rodadas de investimentos em empresas egressas do programa e mecanismos de crowdfunding”, disse Pacheco.
Também participaram da mesa-redonda Agnes Sacilotto, diretora-presidente do ILP, e Leonardo Siqueira, vice-presidente da comissão de ciência, tecnologia e inovação da Alesp.
O evento pode ser assistido na íntegra em: www.youtube.com/watch?v=_oXZC4wCUKU.
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- 17/09/2024 - Doutoranda do IPEN-CNEN participou do programa Negros em Foco, na TV CulturaA física médica e doutoranda do Programa de Pós-Graduação do IPEN-USP Karoline Suzart foi entrevistada no programa "Negros em Foco” exibido em 17 de setembro de 2024. Apresentado pelo reitor da Universidade Zumbi dos Palmares, José Vicente, o programa teve como tema "Ciência do Futuro – Negros Pesquisadores” e contou com a participação do professor Carlos Machado, mestre em História pela Universidade de São Paulo. Suzart é também vice-presidente da Women in Nuclear Brasil (WiN Brasil) e Machado é autor do livro "Gênios da Humanidade – Ciência, Tecnologia e Inovação Africana e Afrodescendente”.
O programa discutiu programas de pós-graduação e a importância que desempenham para a formação de pesquisadores com potencial para liderar processos de inovação e desenvolvimento da sociedade. Os desafios da comunidade negra na área do ensino de pós-graduação, pesquisa e inovação que necessita ampliar a diversidade e representatividade foram levantados.
O programa Negros em Foco é uma parceria entre a TV Cultura e a Universidade Zumbi dos Palmares e vai ao ar todas terças-feiras, às 23h30. Os programas exibidos estão disponíveis no canal do YouTube.
Assista o programa: "Negros em Foco – Ciência do Futuro – Negros Pesquisadores”
Leia matéria sobre Karoline Suzart no site do IPEN: Doutoranda do IPEN-USP conquista Bolsa Atlânticas e inspira futuras cientistas
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- 17/09/2024 - CNEN e Rosatom se reúnem em Viena para discutir novo Memorando de Entendimento e ampliar cooperação em diferentes modalidades de C&TFonte: CNEN
Viena, Áustria – A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e a Rosatom, corporação estatal russa de energia nuclear, realizaram, nesta segunda-feira, 16, uma reunião para explorar a possibilidade de um novo Memorando de Entendimento (MoU). O encontro marca um passo significativo na ampliação da cooperação entre o Brasil e a Rússia no setor nuclear.
Francisco Rondinelli Junior, presidente da CNEN, estava acompanhado dos diretores Wilson Calvo (Pesquisa e Desenvolvimento - DPD), Pedro Maffia (Gestão Institucional - DGI) e Alessandro Facure (Radioproteção e Segurança Nuclear - DRS), da assessora de Relações Internacionais, Viviane Simões, do chefe de Gabinete, Rogério Mamão Gouveia, e da coordenadora de Comunicação Social, Ana Paula Freire Artaxo.
Yuri Olenin, diretor adjunto de Ciência e Estratégia da Rosatom, liderava a comitiva russa. Além dele, participaram Vasily Konstantinov, diretor-geral do Consórcio MBIR e, pela empresa JSC Isotope, estavam Petr Zelenov, diretor executivo adjunto de Desenvolvimento Corporativo e Negócios Internacionais, Ciência e Inovação; Konstantin Panin, chefe de Negócios Internacionais, Ciência e Inovação, e Anastasia Muss, líder de Projeto de Ciência e Inovação.
As delegações de Brasil e Russa estão em Viena, Áustria, para a 68ª Conferência Geral da Agência Internacional de Energia Atômica e do Fórum Científico "Átomos para Alimentos”, que ocorre de 16 a 20 de setembro, na sede da AIEA, vinculada à ONU. Durante a reunião, foram discutidas novas áreas de colaboração e oportunidades para fortalecer ainda mais os laços entre os dois países, no campo da energia nuclear.
CNEN e Rosatom já mantêm relação comercial estabelecida, com destaque para a importação de molibdênio-99, isótopo crucial para a produção de geradores de tecnécio-99m, usados nos diagnósticos em medicina nuclear, no Brasil. Inclusive, recentemente, firmou-se um contrato de 50 milhões de dólares para garantir o fornecimento de molibdênio-99, iodo-131 e lutécio-177, dente outros radioisótopos, por cinco anos.
O dirigente russo enfatizou o interesse em manter essa colaboração e destacou a complexidade na produção de molibdênio-99, que exige um processamento especializado, em consonância a uma necessidade que virá com o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), conforme assinalou o presidente da CNEN. "É fundamental que o Brasil domine essa técnica no RMB”, disse Rondinelli.
Embora o Brasil já tenha um acordo de colaboração com a companhia argentina INVAP, vinculada à Comissão Nacional de Energia Atômica (CNEA), para o processamento de alvos e produção de molibdênio-99, a Rosatom se colocou à disposição para transferir sua tecnologia.
"A parceria com a Argentina no consórcio RMB e o reator nuclear de pesquisa argentino RA-10 visa garantir o sistema debackupna produção e fornecimento de radioisótopos para indústria e saúde, aos dois países", afirmou Wilson Calvo, diretor de P&D da CNEN, acrescentando, contudo, que o Brasil está aberto a outras possibilidades de colaboração nessa área.
Yuri Olenin também ofereceu a perspectiva de a Rosatom fornecer equipamentos, componentes e instrumentação nuclear ao RMB, ressaltando a expertise da Rússia na construção de reatores nucleares.
Fusão Nuclear e novas parcerias
Outro ponto destacado por Yuri Olenin foi a ampla rede de instituições de pesquisa e universidades russas que podem colaborar com o Brasil em áreas como fusão nuclear, reatores de pesquisa e produção de novos radioisótopos e radiofármacos.
A CNEN já tem uma parceria com o Moscow Engineering Physics Institute (MEPhI) desde 2019, envolvendo intercâmbio de alunos e professores do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear do IPEN/USP, além da realização de cursos presenciais no Brasil.
"Temos uma tradição de colaboração com a Rússia na área de ensino, e com a Rosatom, especificamente, no fornecimento de radioisótopos, via empresa subsidiaria JSC Isotope. Acreditamos que um novo MoU com a Rosatom nos permitirá expandir para novas áreas da ciência, ainda não exploradas. Trabalhamos, no momento, na assinatura do MoU com o Joint Institute for Nuclear Research (JINR)”, complementou Calvo.
Segundo ele, com o novo acordo em construção, a CNEN e suas unidades técnico-científicas poderão ampliar as oportunidades, incluindo fusão nuclear e, dentre outras reatores nucleares rápidos de pesquisa. "Isso nos oferece uma vantagem significativa no que diz respeito a acordos bilaterais”, concluiu o diretor de P&D, acrescentando que foi sugerida a criação de grupos bilaterais de pesquisa para discutir temas de interesse comum, o que, segundo Calvo, representa um importante diferencial.
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- 16/09/2024 - Parceria entre Reator Multipropósito e ISIS marca início de uma nova fase na pesquisa com nêutrons no BrasilParceria também prevê intercâmbios entre Brasil e Reino Unido, viabilizando que pesquisadores brasileiros tenham acesso às tecnologias de ponta disponíveis no ISIS
Parceria também prevê intercâmbios entre Brasil e Reino Unido, viabilizando que pesquisadores brasileiros tenham acesso às tecnologias de ponta disponíveis no ISIS
Fonte: MCTI
O Projeto Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) deu um importante passo para o fortalecimento da ciência no país, a partir da iniciativa ISIS-Brasil. O ISIS Neutron and Muon Source possui projeto financiado pelo Science and Technology Facilities Council (STFC), órgão vinculado aoUK Research and Innovation (UKRI), que prevê um investimento de três anos visando desenvolver uma comunidade de usuários de nêutrons no Brasil. Está prevista a assinatura de um memorando de Entendimento (MOU) entre a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e o ISIS para estender essa parceria para além do período de três anos.
Assim como o ISIS, o RMB também terá um laboratório de feixes de nêutrons, proporcionando infraestrutura científica avançada. Segundo José Augusto Perrotta, "a ideia é motivar o uso recíproco de expertises e instalações, e com isso otimizar os investimentos no RMB, quando este começar a operar. A expectativa é que pesquisadores brasileiros usem a infraestrutura no Reino Unido e, ao retornarem, apliquem o conhecimento adquirido aqui".
O STFC, equivalente ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) no Brasil, fomenta colaborações científicas entre instituições de ensino e pesquisa. A parceria também prevê intercâmbios entre Brasil e Reino Unido, viabilizando que pesquisadores brasileiros tenham acesso às tecnologias de ponta disponíveis no ISIS. A expectativa é que esse intercâmbio gere frutos a longo prazo, com o Brasil sendo capaz de replicar e adaptar o que for aprendido no futuro RMB, impulsionando a capacidade nacional de inovação e pesquisa científica.
Para incentivar a formação de uma comunidade científica sólida, o IPEN/CNEN, em parceria com o ISIS, organizou o ISIS-Brazil Neutron School sobre técnicas de nêutrons entre os dias 2 e 11 de setembro, no próprio Instituto, localizado no campus da USP, em São Paulo. O curso, que recebeu 60 inscrições para apenas 25 vagas com bolsa, foi voltado para estudantes de todo o Brasil. Outros dez alunos, da USP e Unicamp, participaram como ouvintes.
Entre os participantes, Dominique Dias, doutoranda em química pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), destacou a qualidade do conteúdo. "O curso tem sido muito abrangente, permitindo que tiremos dúvidas diretamente com os professores. Está sendo uma oportunidade única de rever fundamentos e aplicá-los em tecnologias de ponta", afirmou Dominique. Ela também enfatizou a importância das trocas de experiências com outros estudantes de diversas regiões do país, o que facilita futuras colaborações.
O curso contou com a presença de quatro professores do ISIS, sendo dois ingleses e duas brasileiras que trabalham na instituição. A física brasileira Leide Passos Cavalcanti, com vasta experiência em laboratórios multiusuários, como o síncrotron na França e o reator de nêutrons na Noruega, é atualmente instrument scientist na fonte de nêutrons do ISIS e tem desempenhado um papel fundamental na aproximação entre Brasil e Reino Unido.
"Conheço bem as instituições brasileiras, então fui uma espécie de ponte para viabilizar essa colaboração. Com o RMB em desenvolvimento, essa é uma oportunidade única para unir esforços científicos", comentou Leide.
Há cinco anos trabalhando no Reino Unido, Leide observa o excelente desempenho dos alunos brasileiros no curso, destacando o engajamento e o interesse dos participantes. "O que vemos aqui é um ótimo interesse na troca de técnicas já desenvolvidas no Brasil, como as que são aplicadas no Sirius, o que diferencia as pesquisas com materiais", disse ela.
Além disso, Leide ressalta que o curso é uma ação concreta e significativa dentro do processo de aproximação iniciado por webinars. "No primeiro webinar, apresentamos o que era possível fazer com nêutrons no ISIS. Depois, convidamos professores e estudantes brasileiros para compartilharem seus projetos, e agora, estamos aqui, com uma interação intensa e presencial com os alunos".
Essa colaboração entre RMB e ISIS também representa uma oportunidade estratégica para fortalecer a posição do Brasil no cenário global de pesquisa científica. Segundo Perrotta, "a cooperação com o ISIS não só amplia a capacidade técnica e científica do RMB, como também gera um ambiente propício para a formação de novos talentos no Brasil, integrando-os a redes internacionais de pesquisa”.
Próxima geração no RMB
O químico norueguês Gøran Jan Nilsen coordenador do curso pelo ISIS e um dos professores do curso, disse que sua expectativa é de que os alunos sejam os primeiros usuários do RMB, nas pesquisas com nêutrons. "Esperamos que eles participem desse projeto de colaboração, que possam fazer simulações, utilizar a instrumentalização etc. utilizando nossas facilidades na Inglaterra.
Gøran salientou o orçamento de 3 anos para várias atividades, escolas e conferências, e demonstrou entusiasmo com a diversidade apresentada no curso. "Temos alunos de Pernambuco, do Ceará, do Distrito Federal, e de outros estados representando bem a comunidade brasileira. Esperamos que sejam a próxima geração de cientistas de nêutrons no Brasil, participando ativamente no desenvolvimento do RMB, como desenhadores de instrumentos, por exemplo”, disse.
Para Gøran, "todos os alunos estão fantasticamente motivados”. Estamos muito impressionados com o nível dos alunos. E esperamos que nos mantenhamos em contato no futuro, e que venham para o ISIS como usuários. Esse é outro propósito destes eventos. E que, como eu mencionei antes, eles podem começar a construir a competência em desenhadores de instrumentos e simulações, o que permitirá que eles participem ativamente no projeto do RMB”.
"Massa crítica”
Coordenador do curso pelo IPEN/CNEN, Frederico Genezini, mencionou o objetivo de criação da comunidade de usuários de nêutrons para o RMB e adiantou a realização de mais uma escola. Como o projeto tem financiamento previsto para três anos, ele aventou a possibilidade de buscar apoio na FAPESP, para continuar com o movimento de comunidade.
"É o mesmo movimento que foi feito no LNLS no início, a gente vai fomentar uma comunidade que não existe hoje. É mais uma inovação que o RMB traz. Vamos tentar juntar um usuário aqui, outro ali, espalhado no País, e então começar a fomentar os alunos, que é quem vão ser os usuários lá na frente do RMB. O que a gente quer, depois de três anos, é manter esse grupo coeso e formar massa crítica para a gente, quando tiver o RMB pronto, poder submeter um projeto para um instrumento de espalhamento na FAPESP, porque se não tiver usuários não tem por que fomentar isso”.
Impacto
Com o desenvolvimento do RMB e o fortalecimento das parcerias internacionais, o Brasil se posiciona para ser um importante centro de pesquisa em nêutrons, ampliando suas capacidades científicas e tecnológicas. O impacto desse projeto será sentido tanto no curto prazo, com os intercâmbios e colaborações, quanto no longo prazo, quando o RMB estiver em plena operação, tornando-se um polo de inovação e desenvolvimento científico no hemisfério sul.
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- 16/09/2024 - Marcelo Linardi fala sobre a economia do hidrogênio no CearáFonte: Blog Tânia Malheiros - Jornalista
Um dos mais renomados especialistas em hidrogênio verde no mundo, o engenheiro químico Marcelo Linardi, pós doutorando pela Universidade de Darmstadt, Alemanha, participou do evento "Proenergia Summit2024”, que acaba de ser realizado no Espaço Eletrobras, Centro de Eventos no Ceará. Pesquisador emérito do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), ele divulgou informações importantes como valores sobre os investimentos do setor que devem somar US$ 500 bilhões até 2030."Mais de 30 países possuem estratégias para o hidrogênio e a produção pode ultrapassar 10 milhões de toneladas/ano em 2030”, informou. Segundo ele, até 2050 a demanda por hidrogênio verde deverá chegar de 300 milhões de toneladas (nas previsões mais pessimistas) e a 800 milhões de toneladas (no cenário mais otimista), trazendo, de fato, os benefícios da Economia do Hidrogênio. De acordo com o especialista, a Região Nordeste do Brasil é rica em recursos naturais favoráveis à produção de energia limpa, com grande potencial para protagonizar a transição energética do país.
Em suas considerações sobre a Economia do Hidrogênio, ele apresentou o Relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC): "O mundo atingirá 1,5 °C de aquecimento em duas décadas. Noventa países já estão comprometidos com as metas de zero emissões até 2050. O hidrogênio é o pilar da descarbonização: desde o início de 2021, foram anunciados, em todo o mundo, 400 /projetos, dos quais 140 de grande escala”.
Ao BLOG, Linardi destacou eu, quem pretende entender as prováveis e promissoras mudanças no cenário energético futuro, que incluirão, na matriz energética mundial, parcelas crescentes de renováveis e, neste filão, a energia proveniente do hidrogênio, deve conhecer o seu conversor por excelência, a célula a combustível. "Estas são os dispositivos mais apropriados para a utilização do hidrogênio como vetor energético”, afirmou.
"As tecnologias do binômio hidrogênio/células têm-se desenvolvido bastante nos últimos anos, encontrando aplicações diversas como geradores de energia para meios de transporte (eletrotração para automóveis, caminhões e outros veículos, bem como trens, barcos e outros), para unidades estacionárias (edifícios, condomínios, hospitais, repartições públicas, bancos, torres de comunicação, etc.) e para fins portáteis (laptops, celulares, dispositivos militares, etc.)”, comentou.
Segundo destacou ao BLOG, os grandes diferenciais são o baixo (ou nenhum) impacto ambiental e a alta eficiência. Embora a tecnologia de células a combustível não esteja ainda completamente madura e estabelecida (custos, durabilidade), verifica-se que a sua implementação no mercado já começou. Entretanto, é crescente o desenvolvimento da área de novos materiais para equacionar os desafios finais dessa tecnologia.
"Resumindo, o hidrogênio já está em fase de implantação e testes em diversos setores energéticos, pavimentando uma possível futura Economia do Hidrogênio, como no setores automotivo, marítimo, da aviação, de fertilizantes (amônia a partir de hidrogênio verde), siderurgia verde, mineração verde (que pode ser a resposta para a obtenção de insumos para baterias e células a combustível), cimento verde, combustíveis híbridos, entre outros”. Enfatizando, para finalizar, Linardi pontuou que os obstáculos à introdução da chamada Economia do Hidrogênio não se configuram como dificuldades intransponíveis. O Brasil já possui o seu roteiro para a Economia do Hidrogênio e um programa nacional de pesquisa e desenvolvimento para esta tecnologia.
O livro "O IPEN (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares) e a Economia do Hidrogênio”, de Marcelo Linardi, editora SENAI, de São Paulo, com 288 páginas, também foi autografado para cerca de 100 pessoas durante o evento. A obra é um importante trabalho sobre o tema, que no momento está sendo debatido no Brasil e no mundo.
As mudanças climáticas apontam para a relevância do estudo da utilização do hidrogênio, considerado o pilar da descarbonização e, desde fevereiro de 2021, foram anunciados em todo o mundo 131 projetos de grande escala, em um total de 359, com investimentos estimados em cerca de US$ 500 bilhões até 2050.
De acordo com o Marcelo Linardi, mais de 30 países possuem estratégias para o hidrogênio e a capacidade de sua produção pode ultrapassar 10 milhões de toneladas/ano, em 2030. Até 2050, a demanda por hidrogênio verde (de origem renovável) deverá chegar de 300 milhões de toneladas, segundo as previsões mais pessimistas, e a 800 milhões de toneladas, no cenário mais otimista, promovendo o desenvolvimento socioeconômico, tecnológico, a sustentabilidade e a proteção do meio ambiente.
"Internamente, entre as maiores riquezas do Brasil estão as inúmeras fontes de produção de hidrogênio, em sua maioria renovável, de Norte a Sul, de Leste a Oeste. Temos sol, vento, água, biomassa, energia geotérmica, energia dos oceanos, biocombustíveis, e ainda vários tios de resíduos”, comenta Linardi.
Para a diretora de Relações Institucionais da Associação da Associação Brasileira de Hidrogênio, Monica Saraiva Panik, o hidrogênio já está entre as mais importantes fontes de energia no futuro. "Vislumbramos o sonho do hidrogênio tornando-se realidade, quando tantos pesquisadores e especialistas do IPEN e de outros institutos de ensino e pesquisa têm trabalhado, incansavelmente, durante os últimos 30 anos, nesse tema, no Brasil. De fato, considerando a imensa porta de oportunidades que se abriu em 2021, o que importa que tenha demorado tanto tempo?
As experiências bem sucedidas serviram de legado e as experiências frustradas, de aprendizado. E agora, é preciso aproveitar esse momento do nascer do sol do hidrogênio, pelo qual todos nós espetávamos e que é tão maravilhoso que parece que ainda estamos sonhando. Mas não estamos”, escreveu a diretora da Associação, ao prefaciar o livro. Hoje, segundo os pesquisadores, já está garantido que o hidrogênio passou a ser finalmente considerado veto energético importante e a sua demanda mundial está vinculada às metas de descarbonização. "Não se trata de mais uma onda ou moda, e sim de um processo sem volta”, afirmaram os pesquisadores”.
Em fevereiro de 2021, segundo eles, o governo do Estado do Ceará lançou o primeiro hub de hidrogênio verde, atraindo outros estados. Para a presidente da ABH2, a obra de Marcelo Linardi, além de promover um resgate histórico, tem o mérito de demonstrar o legado cientifico, tecnológico e de formação de recursos humanos especializados que o IPEN deixou em áreas da economia do hidrogênio para o Brasil. Ela espera que o trabalho "estimule instituições de pesquisa e desenvolvimento do País a continuar contribuindo para a realizado do sonho, em parceria com órgãos do governo responsáveis”. No Brasil, segundo ela, o hidrogênio pode combinar a rota da eletrificação com a de biocombustíveis e o sonho brasileiro de ter um veículo a hidrogênio movido a etanol pode virar, finalmente, realidade, conforma descrito no livro, que contou com a coautoria de uma equipe formada por 27 pesquisadores. Entre os temas estão a infraestrutura e ensino, as células a combustível, o programa brasileiro, os resultados institucionais das pesquisas nos últimos 20 anos, publicações de estaque e patentes, os grandes projetos entre outros. Para obter o trabalho, escreva para o endereço: dpde@ipen.br.
MARCELO LINARDI – PERFIL -
Pesquisador emérito do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Marcelo Linardi, é graduado em Engenharia Química pela Universidade Estadual de Campinas (1983), com mestrado em Ciências Nucleares pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (1987), doutorado em Engenharia Química - Universitat Karlsruhe (1992) e Pós-Doc pela Universidade de Darmstadt, Alemanha em 1998.Na área da Química, tem experiência em Eletroquímica, atuando principalmente nos seguintes temas: célula a combustível, eletroquímica, eletrocatálise, hidrogênio e etanol.
Orientou 10 teses de doutorado, 10 dissertações de mestrado, 15 trabalhos de iniciação científica, 7 estágios e 5 pós-doc, na CPG USP/IPEN. Atuou no Programa Brasileiro de Células a Combustível e Hidrogênio do Ministério de Ciência e Tecnologia. Escreveu o primeiro livro em língua portuguesa sobre ciência e tecnologia de células a combustível. Possui atualmente mais de 100 publicações internacionais arbitradas, incluindo uma publicação na Advanced Materials, revista mais prestigiada na área de materiais do mundo. Participou de mais de 100 eventos científicos nacionais e internacionais e ministrou várias palestras e conferências como convidado. Ocupou o cargo de Diretor de P&D e Ensino do IPEN de 2013 a 2019, onde atuou em Inovação, Ensino, Projeto Institucionais e Gestão de Tecnologias. Coordena projetos institucionais na FAPESP, chamada da Secretaria do Estado de SP, na área de radiofarmácia e nanotecnologia; e na FINEP, de equipamentos multiusuários. É responsável por várias ações de Internacionalização do instituto, como o livro sobre o passado, presente e futuro da inovação tecnológica no IPEN; e o livro sobre o IPEN, entre outros.
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- 13/09/2024 - FAPESP lança segunda chamada SPRINT de 2024Objetivo é apoiar a mobilidade de pesquisadores com auxílios vigentes para a colaboração com parceiros no exterior
Objetivo é apoiar a mobilidade de pesquisadores com auxílios vigentes para a colaboração com parceiros no exterior
Fonte: Agência FAPESP
A FAPESP anuncia a segunda chamada de propostas de 2024 da modalidade SPRINT – São Paulo Researchers in International Collaboration.
Essa linha de fomento busca promover o engajamento de pesquisadores vinculados a instituições de ensino superior e pesquisa no Estado de São Paulo com parceiros no exterior para avançarem qualitativamente em projetos de pesquisa em andamento e trabalharem cooperativamente visando à elaboração de projetos de pesquisa conjuntos de médio e longo prazo.
A chamada está aberta a propostas em parceria:
Com pesquisadores de qualquer instituição de pesquisa estrangeira que comprovem o financiamento das missões por parte de sua própria universidade ou de agência de fomento pela qual tenham projeto contemplado.
Com pesquisadores de instituições de pesquisa estrangeiras interessadas que tenham definido condições para recebimento de propostas em colaboração e financiamento das suas equipes em missões científicas nas instituições de pesquisa no Estado de São Paulo.
Podem submeter propostas pesquisadores responsáveis por Auxílios à Pesquisa FAPESP vigentes, nas modalidades: Regular (exceto projetos de mobilidade), Projeto Temático, Jovem Pesquisador, Projeto Inicial (Pi), Projeto Geração, Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs), Centros de Pesquisa em Engenharia/Centros de Pesquisa Aplicada (CPEs/CPAs), Programa Ensino Público, Programa de Pesquisa em Políticas Públicas e Programa de Apoio à Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica (PITE). Pesquisadores principais de Projetos Temáticos, CEPIDs, CPEs, CPAs e PITEs vigentes também são elegíveis para a submissão de propostas.
Caso a proposta submetida à FAPESP tenha mérito, somente poderá ser aprovada se os pesquisadores parceiros apresentarem evidência de que também obtiveram aprovação do adequado financiamento para a sua parte das despesas de colaboração.
O financiamento máximo de contrapartida da FAPESP será equivalente a até US$ 10 mil por ano, para projetos de até no máximo dois anos de duração.
Os recursos deverão ser utilizados em atividades como intercâmbio de pesquisadores, visitas para planejamento de pesquisa, participação em workshops internacionais e atividades iniciais de coleta de dados.
O envio de projetos à FAPESP deve ser feito exclusivamente por meio do Sistema de Apoio à Gestão (SAGe). A data-limite para submissão de propostas é 28 de outubro.
O edital está publicado em: fapesp.br/sprint/chamada22024.
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- 12/09/2024 - Física Linda Caldas recebe título de Pesquisadora Emérita do IPENFonte: SBF
A física Linda Viola Ehlin Caldas recebeu o título de Pesquisadora Emérita do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) durante a sessão solene do 68º aniversário de fundação do Instituto, em 29 de agosto de 2024, no Auditório "Prof. Dr. Rômulo Ribeiro Pieroni”. Para homenageá-la, o IPEN preparou umvídeo com depoimentosde amigos e colegas de trabalho. Linda Caldas é considerada uma das pioneiras da Metrologia das Radiações no País.
"O Laércio Vinhas foi quem fez a saudação (da cerimônia), ganhei flores e um diploma. E um tempo para um discurso rápido. Depois um coquetel no andar da superintendência”, conta Linda sobre a saudação que recebeu do embaixador Laércio Antônio Vinhas, físico, Pesquisador Emérito do IPEN, representante permanente do Brasil junto à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e à Organização do Tratado para a Proibição Completa dos Testes Nucleares. O secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social, Inácio Arruda, representando no evento a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, entregou à Linda Caldas o certificado de Pesquisadora Emérita do IPEN.
Nascida na Suécia, em 1949, Linda Caldas chega ao Brasil em 1957. Formou-se no Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IFUSP) em 1971. Concluiu o mestrado em 1973 e o doutorado em 1980. Ingressou no IPEN em 1975, como bolsista após cursar o Instituto de Física da USP. "Foi orientada pelo Prof. Shigueo Watanabe que norteou sua trajetória valiosa como pesquisadora de produtividade do CNPQ, nível 1A. Considerada uma das pioneiras da área de Metrologia das Radiações no País, foi uma das mais destacadas presidentes da Comissão de Pós-Graduação do IPEN em parceria com a USP. Orientadora de mais de 70 alunos de mestrado e doutorado, além de projetos de pós-doutorado”, informa comunicado do IPEN.
De acordo com a Plataforma Lattes, Linda Caldas tem experiência na área de Engenharia Nuclear, com ênfase em Instrumentação para Medida e Controle da Radiação, atuando principalmente nos seguintes temas: metrologia das radiações X, beta e gama, calibração de detectores de radiações, dosimetria de doses altas e materiais dosimétricos. Ela é também membro titular da Academia de Ciências do Estado de São Paulo desde 2012.
De acordo com comunicado do IPEN, nascido da parceria entre o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Universidade de São Paulo (USP) como Instituto de Energia Atômica (IEA), em 1956, o IPEN homenageou 30 instituições com destacada cooperação que permitiu, ao longo de mais de seis décadas, resultados inquestionáveis em pesquisa científica, ensino acadêmico e inovação tecnológica. As instituições receberam a honraria "Marcello Damy de Souza Santos” em celebração pelos 110 anos de nascimento de um dos pioneiros da Física no Brasil e fundador do Instituto.
A física Linda Caldas discursando durante o 68º aniversário de fundação do Ipen, evento durante o qual foi homenageada. (Foto: Raphaela Oliveira - IPEN-CNEN).
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- 05/09/2024 - ABDAN começa o mês de setembro com intensa agenda de debates sobre o papel da fonte nuclear em vários segmentosFonte: Petronotícias
O mês de setembro começou com uma agenda movimentada na Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (ABDAN). A ideia é destacar, em cada um desses eventos, os benefícios proporcionados pela tecnologia nuclear nos mais variados segmentos da economia e da sociedade. Nesta semana, a gerente de relações institucionais da entidade, Thayana Melo, participa em São Paulo do evento STEAM Day 2024, que está sendo sediado pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN). O objetivo do encontroé debater temas fundamentais para o desenvolvimento nas áreas de Ciência, Meio Ambiente, Saúde, Agro e Alimentos, Transformação Digital e Indústrias.
Ainda nesta semana, a gerente de marketing da ABDAN, Cristiane Pereira (foto abaixo, à direita), participou de um evento promovido pelo Consulado Britânico no Rio de Janeiro. O evento discutiu a transição energética e o caminho até a COP-30, que será realizada em Belém no próximo ano.
Já na próxima semana,de 9 a 12 de setembro, o presidente da ABDAN, Celso Cunha, estará em Minas Gerais para participar da Expo & Congresso Brasileiro de Mineração (EXPOSIBRAM), organizado pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM). Considerado um dos maiores eventos de mineração da América Latina, a EXPOSIBRAM reunirá as principais mineradoras globais e fornecedores de produtos e serviços para o setor. Durante a exposição, serão apresentadas as mais recentes tendências em tecnologia, equipamentos, softwares e outros produtos relacionados à indústria mineral, além de informações atualizadas sobre investimentos e gestão no setor.
"Esses eventos reforçam o compromisso da ABDAN em promover o avanço das atividades nucleares como parte integrante do desenvolvimento econômico e tecnológico do Brasil, além de consolidar a posição da energia nuclear como um componente vital para a inovação e a sustentabilidade em diversas indústrias”, finalizou Cunha.
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- 03/09/2024 - FAPESP é uma das instituições parceiras homenageadas na celebração de 68 anos do IpenFundação recebeu a honraria "Marcello Damy de Souza Santos”, que ressalta a importância das colaborações que permitiram ao instituto se consolidar no cenário de pesquisa científica nacional
Fundação recebeu a honraria "Marcello Damy de Souza Santos”, que ressalta a importância das colaborações que permitiram ao instituto se consolidar no cenário de pesquisa científica nacional
Fonte: Agência FAPESP
A FAPESP foi agraciada na última quinta-feira (29/08) com a honraria "Marcello Damy de Souza Santos”, em cerimônia que comemorou os 68 anos do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen). O objetivo da homenagem foi ressaltar a importância das parcerias para o desenvolvimento de pesquisas científicas.
"O Ipen tem servido ao país da melhor maneira, gerando tecnologia e produtos que atendem a saúde da população brasileira, provendo conhecimento científico e formando recursos humanos para o país. Nas nossas comemorações de 68 anos, gostaríamos de ressaltar a importância das parcerias que permitem que esse serviço seja prestado com excelência”, destacou Isolda Costa, diretora do Ipen.
Atualmente, a autarquia vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (SCTI) do governo estadual é gerida técnica e administrativamente pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), do governo federal.
Localizado na Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira, em São Paulo, o Ipen tem atuação nas áreas de saúde, meio ambiente, aplicações de técnicas nucleares, materiais, segurança radiológica, reatores nucleares e fontes alternativas de energia.
"Tenho excelentes memórias do Ipen, de modo que é uma honra estar aqui”, disse Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP. "Fazendo um balanço da expressão científica do Estado de São Paulo no plano nacional, ela é desproporcionalmente maior que a expressão financeira e populacional. Isso se deve a alguns fatores. Um deles é o financiamento estável ao longo de mais de 60 anos. Não é só o valor, mas a permanência [dos recursos] que possibilita o financiamento de projetos de longo prazo. O segundo ponto é o corpo de pesquisadores. O terceiro é que temos instituições de excelência, como é o caso das universidades – são sete instituições públicas de ensino superior – e dos institutos, entre eles o Ipen, que têm um grande papel na história e no desenvolvimento de São Paulo”, acrescentou.
Além da FAPESP, receberam a honraria: MCTI, SCTI-SP, Universidade de São Paulo (USP), Diretoria Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha (DGDNTM), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A. (Amazul), Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), Instituto de Engenharia (IE), Escola Politécnica da USP, Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), Hospital de Amor, A.C.Camargo Cancer Center, Instituto Butantan, Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), Associação Brasileira de Energia Nuclear (Aben), Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), Instituto de Física da USP, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Academia Brasileira de Ciências (ABC), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Academia de Ciências do Estado de São Paulo (Aciesp), Associação Nacional de Empresas de Medicina Nuclear (Anaemn), Sociedade Brasileira de Proteção Radiológica (SBPR), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Associação Brasileira de Física Médica (ABFM), Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
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- 02/09/2024 - IPEN homenageia Marinha por contribuições ao setor nuclear em cerimônia de 68 anosFonte: Defesa em Foco
por Marcelo Barros
Em uma cerimônia marcante que celebrou os 68 anos do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), a Marinha do Brasil foi homenageada por seu papel crucial no avanço do setor nuclear brasileiro. A honraria "Marcello Damy de Souza Santos” foi entregue ao Diretoria-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha (DGDNTM), representado pelo Almirante de Esquadra Alexandre Rabello de Faria, em reconhecimento à duradoura colaboração com o IPEN.
Durante o evento, o DGDNTM foi agraciado com a honraria "Marcello Damy de Souza Santos”, uma homenagem que leva o nome do primeiro Superintendente do IPEN, responsável pela instalação do primeiro reator nuclear no Brasil. A honraria destacou a sólida e duradoura parceria entre a Marinha do Brasil e o IPEN, uma colaboração que tem sido fundamental para o desenvolvimento do setor nuclear no país.
O reconhecimento abrange marcos importantes, como a parceria no desenvolvimento do ciclo do combustível nuclear, um avanço estratégico que colocou o Brasil em uma posição de destaque internacional. Além disso, o IPEN e a Marinha têm trabalhado juntos em diversos outros projetos, incluindo a formação de operadores de reatores de pesquisa e a implementação de tecnologias de ponta no setor nuclear.
Discursos e Reconhecimento no Setor Nuclear
A cerimônia contou com uma palestra da Diretora-Superintendente do IPEN,Dra. Isolda Costa, intitulada "Parcerias que Impulsionam Jornadas”. Durante seu discurso, a Dra. Isolda ressaltou a importância da colaboração com a Marinha, mencionando marcos históricos como o anúncio do domínio do ciclo do combustível nuclear em 1987 e a inauguração do Irradiador Multipropósito Cobalto-60 em 2004. Esses feitos demonstram a relevância da parceria para o progresso tecnológico do país.
Além disso, a Dra. Isolda enfatizou a formação de operadores de reatores de pesquisa, um campo no qual a cooperação entre o IPEN e a Marinha tem gerado profissionais altamente capacitados, contribuindo para a segurança e eficiência das operações nucleares no Brasil.
Futuro da Colaboração entre Marinha e IPEN
A homenagem reforça o compromisso contínuo entre o IPEN e a Marinha do Brasil em desenvolver e inovar no setor nuclear. Com as bases históricas já estabelecidas, as expectativas para o futuro são de novas iniciativas conjuntas que possam ampliar ainda mais o impacto dessas parcerias. O fortalecimento dessa colaboração é visto como essencial para o progresso tecnológico e a soberania nacional, beneficiando diretamente o povo brasileiro.
AE Rabello recebe homenagem do IPEN, entregue pelo presidente da CNEN
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- 02/09/2024 - SBPC é uma das instituições parceiras homenageadas na celebração de 68 anos do IpenA entidade recebeu a honraria "Marcello Damy de Souza Santos”, que ressalta a importância das colaborações que permitiram ao instituto se consolidar no cenário de pesquisa científica nacional
A entidade recebeu a honraria "Marcello Damy de Souza Santos”, que ressalta a importância das colaborações que permitiram ao instituto se consolidar no cenário de pesquisa científica nacional
Fonte: Jornal da Ciência
A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) foi uma das instituições agraciadas na última quinta-feira (29/08) com a honraria "Marcello Damy de Souza Santos”, em cerimônia que comemorou os 68 anos do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen). O objetivo da homenagem foi ressaltar a importância das parcerias para o desenvolvimento de pesquisas científicas.
Atualmente, a autarquia vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (SCTI) do governo estadual é gerida técnica e administrativamente pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), do governo federal.
Localizado na Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira, em São Paulo, o Ipen tem atuação nas áreas de saúde, meio ambiente, aplicações de técnicas nucleares, materiais, segurança radiológica, reatores nucleares e fontes alternativas de energia.
Além da SBPC, receberam a honraria: o MCTI, a SCTI-SP, a Universidade de São Paulo (USP), a Diretoria Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha (DGDNTM), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), a Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A. (Amazul), o Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), o Instituto de Engenharia (IE), a Escola Politécnica da USP, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), o Hospital de Amor, o A.C.Camargo Cancer Center, o Instituto Butantan, Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), a Associação Brasileira de Energia Nuclear (Aben), a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), o Instituto de Física da USP, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a Academia Brasileira de Ciências (ABC), a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a Academia de Ciências do Estado de São Paulo (Aciesp), a Associação Nacional de Empresas de Medicina Nuclear (Anaemn), a Sociedade Brasileira de Proteção Radiológica (SBPR), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), a Associação Brasileira de Física Médica (ABFM) e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
Jornal da Ciência, com informações da Agência Fapesp
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- 30/08/2024 - USP é homenageada em sessão solene pelos 68 anos de fundação do IpenFundado em 1956, o Ipen é fruto de uma parceria entre o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a USP
Fundado em 1956, o Ipen é fruto de uma parceria entre o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a USP
Fonte: Jornal da USP
Por Julia Queiroz
Nesta quinta-feira, 29 de agosto, o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) comemorou seus 68 anos de existência. A sessão solene, realizada no Auditório Prof. Dr. Rômulo Ribeiro Pieroni, reuniu autoridades da USP, do governo estadual, do governo federal, além de docentes, pesquisadores e alunos.
O reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior, destacou a posição privilegiada na Universidade e sua importância para a produção científica. "Aqui, no campus da Cidade Universitária, nós temos grandes vizinhos, como o Ipen, a Marinha do Brasil, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas e o Instituto Butantan. Isso nos permite ter um ecossistema propício para o desenvolvimento da ciência, transformando a cidade de São Paulo em um grandehubde inovação mundial.”
"Temos diversos projetos de renovação e ampliação de nosso parque tecnológico em andamento, fruto dessa relação longeva e dedicada entre a USP e o Ipen, para que possamos responder aos desafios que a sociedade brasileira enfrenta”, reiterou Carlotti.
A superintendente do Ipen, Isolda Costa, ressaltou que "a USP, o CNPq e a Marinha são nossos grandes parceiros. Sem essas cooperações, não seria possível trabalharmos da melhor maneira para gerar tecnologia, produtos e conhecimentos científicos ao nosso País”.
O presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ricardo Galvão, destacou os principais trabalhos encabeçados pelo Ipen, afirmando que "são projetos desenvolvidos aqui, no nosso País, é uma ciência nossa”. Já o secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social, Inácio Arruda, representando a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, celebrou os 68 anos do instituto, defendendo seu papel crucial no desenvolvimento da ciência brasileira.
Na solenidade, foi anunciado o vencedor do Prêmio Shigueo Watanabe de Melhor Tese do Programa em Tecnologia Nuclear Ipen-USP. O pesquisador Andrey da Silva Barbosa levou o prêmio com a tese Membranas de troca aniônica baseadas em polietileno aplicadas como eletrólito polimérico alcalino em dispositivos eletroquímicos, com a orientação da pesquisadora do Centro de Células a Combustível e Hidrogênio do Ipen, Elizabeth Inácio Santiago.
Também foi revelado o vencedor do 8° Prêmio Ipen de Inovação Tecnológica, o pesquisador Almir Oliveira Neto, e outorgado o título de Pesquisadora Emérita para Linda Ehlin Caldas.
O Instituto
Leia mais:Fundado em 1956 como Instituto de Energia Atômica, por meio de um convênio entre a USP e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o Ipen desenvolve pesquisas em várias áreas da atividade nuclear, proporcionando avanços significativos no domínio de tecnologias, na produção de materiais e na prestação de serviços de valor econômico e estratégico para o País.
Atualmente, é uma autarquia vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (SCTI) do Governo do Estado de São Paulo e gerida técnica e administrativamente pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnem), órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), do governo federal.
Localizado dentro da Cidade Universitária, o Ipen é uma entidade associada à Universidade para fins de ensino, sendo responsável pela condução de programas de pós-graduação em nível de mestrado e doutorado, em parceria com a USP.
Entrega da Honraria Marcello Damy, em celebração aos seus 110 anos – Foto: Marcos Santos/USP Imagens
SBPC é uma das instituições parceiras homenageadas na celebração de 68 anos do Ipen
IPEN homenageia Marinha por contribuições ao setor nuclear em cerimônia de 68 anos
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- 29/08/2024 - CNEN forma comissão para planejamento do concurso que vai destinar 150 novas vagasFonte: CNEN
Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) deu início ao processo para a realização de um novo concurso público destinado ao provimento de cargos em seu quadro de pessoal, conforme autorizado pela Portaria/MGI Nº 5.440/2024 do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos.
Serão, no total 150, vagas. O primeiro passo foi a formação da comissão responsável, encarregada de planejar, organizar e supervisionar todas as etapas do certame, por meio da Portaria nº 44, de 26 de agosto de 2024, que institui a Comissão Especial de Concurso Público.
A comissão encontra-se na fase de planejamento das ações necessárias para o andamento do concurso. O próximo passo será o início das tratativas com as bancas organizadoras, que serão responsáveis pela aplicação das provas. A meta da CNEN é divulgar o edital do concurso dentro de seis meses, com previsão de publicação até o final de janeiro de 2025.
A distribuição das vagas ainda está em avaliação. A CNEN tem unidades técnico-científicas (UTC) no Rio de Janeiro, onde também está a Sede, em São Paulo, em Recife, em Belo Horizonte, Goiânia e em Poços de Caldas (ver lista abaixo).
Os cargos serão definidos conforme as prioridades estabelecidas pela Presidência, pelas Diretorias de Pesquisa e Desenvolvimento (DPD), à qual são vinculadas as UTC, de Gestão Institucional (DGI) e de Radioproteção e Segurança Nuclear (DRS).
- CNEN Sede: Rua General Severiano, 90, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ.
- Centro Regional de Ciências Nucleares do Centro-Oeste - CRCN-CO: BR 060, km 174,5, Abadia de Goiás, GO
- Centro Regional de Ciências Nucleares do Nordeste - CRCN-NE: Av. Prof. Luiz Freire, 200, Cidade Universitária - Recife, PE;
- Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear - CDTN: Av. Presidente Antônio Carlos, 6627 - Campus UFMG, Cidade Universitária - Pampulha, Belo Horizonte, MG;
- Instituto de Engenharia Nuclear - IEN: Rua Hélio de Almeida, 75, Cidade Universitária - Ilha do Fundão , Rio de Janeiro, RJ
- Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares - IPEN: Av. Prof. Lineu Prestes, 2242, Cidade Universitária - Bairro Butantã, São Paulo - SP
- Instituto de Radioproteção e Dosimetria - IRD: Av. Salvador Allende, 3.773, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ
- Laboratório de Poços de Caldas - LAPOC: Rodovia Poços de Caldas, km 13, Andradas, Poços de Caldas, MGA CNEN vai divulgar todas as etapas do concurso em seu site e redes sociais. Informações adicionais pelo e-mail comunicacao@cnen.gov.br