Clipping de Notícias
-
- 15/06/2022 - Brasil passa a contar com relatório de ameaças à segurança física nuclearABIN apresentou documento a grupo de trabalho, fornecendo os insumos necessários para as etapas posteriores da Ameaça Base de Projeto (ABP), processo jamais concluído na América Latina
ABIN apresentou documento a grupo de trabalho, fornecendo os insumos necessários para as etapas posteriores da Ameaça Base de Projeto (ABP), processo jamais concluído na América Latina
Fonte: ABINA ABIN apresentou nesta terça-feira – 14 de junho – o Relatório Nacional das Ameaças à Segurança Física Nuclear (Renasf), primeiro levantamento nacional sobre o tema e documento fundamental para o país elaborar a Ameaça Base de Projeto (ABP) de suas instalações nucleares e, assim, cumprir as recomendações e boas práticas preconizadas pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
O diretor-adjunto da ABIN, Victor Felismino Carneiro, presidiu a cerimônia de apresentação do Renasf, que contou com a presença de autoridades integrantes do Grupo de Trabalho de Avaliação de Ameaças ao Programa Nuclear Brasileiro – colegiado instituído pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
"O Renasf apresenta, sob a ótica da Inteligência de Estado, a descrição dos atributos e características das ameaças a instalações nucleares selecionadas do Brasil. O documento insere-se na atividade principal da Inteligência, que é a produção e difusão de conhecimentos relativos a fatos ou situações que possam resultar em ameaças ou riscos à salvaguarda da sociedade e do Estado”, comentou o diretor-adjunto, Victor Carneiro, durante a cerimônia.
Fazem parte do GT a ABIN, o GSI, a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), os Ministérios da Defesa e da Justiça e Segurança Pública, a Eletronuclear, as Indústrias Nucleares do Brasil (INB), a Comissão Nacional de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis e os Governos dos Estados do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e de São Paulo.
"A elaboração do Renasf é fruto do empenho e cooperação das instituições aqui presentes”, afirmou o diretor-adjunto da ABIN.
Relatório
O Renasf constitui um marco na área de proteção física nuclear do Brasil. Trata-se da primeira vez que o Brasil dá início a processo de avaliação nacional de ameaças às instalações nucleares. Sua grandiosidade e complexidade são reveladas pelo fato de nenhum país da América Latina tê-lo concluído.
"A ABIN realiza o acompanhamento de grupos ou indivíduos com capacidade e intenção de cometer ações maliciosas contra instalações nucleares selecionadas, como sabotagem e obtenção ilegal de agentes selecionados. Essas ameaças encontram-se descritas no Renasf”, explicou Victor Carneiro.
"A iniciativa atesta o compromisso do Brasil em adotar as recomendações e boas práticas internacionais na área de segurança física nuclear, e é condizente com o avançado estágio de desenvolvimento do Programa Nuclear Brasileiro (PNB), principal beneficiado do projeto”, complementou o diretor-adjunto.
-
- 13/06/2022 - Comunicado da FAPESP sobre a emissão de Aditivo ratificatório de Auxílios e BolsasFonte: Agência FAPESP
No início da pandemia de COVID-19, em março de 2020, a FAPESP passou a aceitar, para todos os processos de Auxílios e Bolsas, o envio de Termos de Outorga e Aditivos ao Termo de Outorga via Converse com a FAPESP, com assinaturas feitas de forma manuscrita e a posterior digitalização do documento.
Conforme § 3º do artigo 10 da Portaria CTA nº 15/2020 (redação dada pela Portaria CTA nº 36/2021), os Termos de Outorga e Aditivos originais, encaminhados digitalizados via Converse com a FAPESP, deveriam ser mantidos em poder dos outorgados, no aguardo de sua ratificação por meio da formalização de Aditivo ao Termo de Outorga inteiramente eletrônico via Sistema de Apoio à Gestão (SAGe).
Em 10 de fevereiro deste ano, a FAPESP implementou a assinatura eletrônica de Termos de Outorga e Aditivos, no SAGe. Desde essa data, os Termos de Outorga e Aditivos de processos que tramitam via SAGe são emitidos e assinados eletronicamente, no próprio sistema, dispensando a impressão dos documentos para assinatura manuscrita e posterior envio digitalizado via Converse com a FAPESP. Apenas Termos de Outorga emitidos antes dessa data ou de processos que tramitam em papel continuam sendo enviados digitalizados, via Converse com a FAPESP.
Considerando a implementação da assinatura eletrônica via SAGe, a FAPESP emitirá, no próximo dia 20 de junho, os Aditivos ao Termo de Outorga ratificatórios de que trata a Portaria CTA nº 15/2020.
Por ocasião da emissão desses Aditivos ratificatórios, os outorgados em processos de Auxílios e Bolsas que tramitam pelo SAGe receberão mensagem automática por e-mail, enviada pelo sistema, com as orientações para a sua assinatura eletrônica.
Após a assinatura do Aditivo ratificatório, os Termos de Outorga e Aditivos originais de processos que tramitam pelo SAGe, que deveriam ser mantidos em poder dos outorgados, poderão ser descartados, não sendo necessário seu envio em formato físico à FAPESP.
Para processos que tramitam em papel, os Aditivos ratificatórios serão enviados pela FAPESP por e-mail aos outorgados. O outorgado deverá imprimir o Aditivo e enviá-lo à FAPESP por correspondência, devidamente assinado. As orientações para a assinatura serão detalhadas no próprio e-mail. Para esses processos, os Termos de Outorga e Aditivos originais anteriormente enviados à FAPESP em formato digitalizado devem permanecer em poder dos outorgados, para fins de consulta.
Para mais informações e esclarecimento de dúvidas consulte as FAQs disponíveis na página fapesp.br/15527.
-
- 07/06/2022 - Agência de Energia Atômica vai analisar pedido de produção de combustível para o Submarino Nuclear BrasileiroFonte: PetronotíciasO Brasil iniciou as conversações com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) com o objetivo de permitir o uso de combustível nuclear no primeiro submarino movido por energia atômica do país. O projeto será construído em Itaguaí (RJ), nas dependências da Marinha, e também na NUCLEP. Os outros submarinos da Classe Riachuelo, movidos a diesel, comprado aos franceses, já estão em pleno desenvolvimento. Há dois prontos (Riachuelo e Humaitá) e outros dois ainda em construção (Tonelero e Angostura). O chefe da agência da ONU, Rafael Grossi, já tomou conhecimento das reivindicações brasileiras. O Brasil planeja um submarino de propulsão nuclear sob um contrato com a empresa de defesa francesa Naval Group. A unidade será batizada de SN Álvaro Alberto (SN-BR).Até agora, nenhuma parte do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, como o Brasil, adquiriu um submarino nuclear, além dos cinco membros permanentes (P5) do Conselho de Segurança da ONU, também conhecidos como Estados com armas nucleares: Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido. Os submarinos movidos a energia nuclear, que podem permanecer submersos e no mar por muito mais tempo do que outros submarinos, representam um desafio particular de proliferação, porque operam fora do alcance dos inspetores da AIEA."Outro desenvolvimento importante está relacionado à comunicação formal do Brasil para iniciar discussões com a Secretaria da (AIEA) sobre um arranjo de Procedimentos Especiais para o uso de material nuclear sob salvaguardas na propulsão nuclear e na operação de submarinos e protótipos”, disse Grossi em declaração para uma reunião trimestral do Conselho de Governadores da AIEA.A medida segue um movimento semelhante no ano passado pelos Estados Unidos, Reino Unido e Austrália, conhecidos como Aukus, em planos para a Austrália de adquirir submarinos nucleares. Austrália e Brasil não têm armas nucleares. O único país fora do chamado P5 a ter um submarino nuclear é a Índia. Possui armas nucleares, mas não é signatária do TNP e, portanto, não está sujeita a verificações e inspeções abrangentes da AIEA. "Mais reuniões estão agendadas para os próximos meses e pretendo apresentar um relatório ao Conselho de Setembro. Gostaria de expressar minha satisfação com o engajamento e transparência demonstrados pelos três países até agora", finalizou Grossi. -
- 07/06/2022 - Usina de extração de urânio prevista para ser instalada no Ceará não terá barragem de rejeitos, conforme projetoDe acordo com Raphael Turri, gerente de Saúde, Segurança e Meio Ambiente da Galvani Fertilizantes, o material que antes ia para uma barragem, agora vai para uma pilha de fosfogesso e cal, evitando o descarte de água para o meio ambiente.
De acordo com Raphael Turri, gerente de Saúde, Segurança e Meio Ambiente da Galvani Fertilizantes, o material que antes ia para uma barragem, agora vai para uma pilha de fosfogesso e cal, evitando o descarte de água para o meio ambiente.
Fonte: Portal G! - CE
A usina de extração de urânio prevista para ser instalada no Ceará não terá barragem de rejeitos, foi o que garantiu Raphael Turri, gerente de Saúde, Segurança e Meio Ambiente da Galvani Fertilizantes durante primeira audiência pública sobre o estudo e relatório de impacto ambientaldo Projeto Santa Quitéria realizada na noite desta terça-feira (7).
"Houve uma grande mudança tecnológica e hoje o beneficiamento do minério é feito a seco. Isso trouxe melhorias tanto no processo como na gestão de riscos ao meio ambiente e às pessoas. Além da redução de 17% no consumo de água, essa mudança elimina a barragem de rejeitos, ou seja, isso traz um sistema de água totalmente fechado, isso significa que nós não temos descarte de água para o meio ambiente. O material que antes ia para uma barragem, agora vai para uma pilha de fosfogesso e cal", explicou.
A Galvani, em parceria com a Indústrias Nucleares do Brasil (INB), ganhou a licitação e ficou responsável pelos investimentos e por desenvolver os processos, a engenharia, os estudos para o licenciamento ambiental, a construção e a montagem do empreendimento do Projeto Santa Quitéria.
Defensores do projeto argumentam que o empreendimento vai gerar empregos, aumentar a renda e oportunidades de negócios em toda a região. Moradores da região temem efeitos nocivos com a manipulação do material radioativo. Durante a primeira audiência pública, inclusive, grupos de ambientalistas e moradores da região contrários ao projeto se manifestaram com faixas e cartazes.
As barragens de rejeitos de minério de ferro são estruturas construídas para armazenar resíduos resultantes do beneficiamento, que é quando ocorre a separação do material rico, com valor econômico, do rejeito, que é o material sem demanda de mercado e tóxico. A barragem de Brumadinho é um exemplo desse tipo de estrutura. O
rompimento da barragem de rejeitos de minério da Mina Córrego do Feijão, em 25 de janeiro de 2019, deixou 270 mortos.
Raphael Turri esclareceu ainda que a redução da área ocupada e de supressão vegetal vão ter impactos direto na fauna e flora local. Os investimentos maiores resultaram em um melhor aproveitamento dos recursos naturais na usina de Santa Quitéria, que deve ser construída na Fazenda Itataia.
"Um ponto importante em termos de sustentabilidade e energia limpa é que o projeto é capaz de autoproduzir 90% da sua energia a partir da unidade de ácido sulfúrico. A capacidade de produção é muito maior", disse.Geração de empregos
O projeto encontra-se em fase de licenciamento ambiental e nuclear pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnem), após essa fase, inicia-se o ciclo de obras que devem durar dois anos. A previsão é que sejam gerados 2.800 empregos diretos nesse período.
Ainda conforme Raphael Turri, durante os 20 anos de operação da usina, baseado na quantidade de minério na jazida, há previsão de geração de mais 538 postos de trabalho.
"Na etapa de plano de fechamento que deve durar sete anos também são gerados empregos diretos e indiretos. Algumas estruturas como a pilha de gesso, a própria mina vão sendo fechadas gradualmente gerando também empregos", concluiu.
Outras audiências
Além da reunião ocorrida nesta terça-feira, outros dois encontros estão marcados para os municípios de Itatira (Lagoa do Mato) e Canindé, na Região Central do Ceará, nesta quarta-feira (8) e quinta-feira (9), respectivamente. As reuniões foram convocadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
O Projeto Santa Quitéria terá investimento de R$ 2,3 bilhões e vai produzir anualmente 1,05 milhão de toneladas de fertilizantes fosfatados e 220 mil toneladas de fosfato bicálcico para atendimento da agropecuária das regiões Norte e Nordeste. Além de 2,3 mil toneladas de concentrado de urânio, que será utilizado como matéria-prima para fabricação de combustível para geração de energia termonuclear.
-
- 07/06/2022 - Implantação de usina de urânio no Ceará começa a ser discutida em audiências públicas nesta terça-feiraProjeto Santa Quitéria vai produzir, além do urânio, fertilizantes para atendimento da agropecuária do Norte e Nordeste.
Projeto Santa Quitéria vai produzir, além do urânio, fertilizantes para atendimento da agropecuária do Norte e Nordeste.
Fonte: G1-CE
A primeira audiência pública sobre o estudo e relatório de impacto ambiental do Projeto Santa Quitéria, de extração de urânio no Ceará, começa nesta terça-feira (7). A reunião vai ocorrer no município de Santa Quitéria.
Outros dois encontros estão marcados para os municípios de Itatira (Lagoa do Mato) e Canindé, na Região Central do Ceará, nesta quarta-feira (8) e quinta-feira (9), respectivamente. As reuniões foram convocadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
O Projeto Santa Quitéria terá investimento de R$ 2,3 bilhões e vai produzir anualmente 1,05 milhão de toneladas de fertilizantes fosfatados e 220 mil toneladas de fosfato bicálcico para atendimento da agropecuária das regiões Norte e Nordeste. Além de 2,3 mil toneladas de concentrado de urânio, que será utilizado como matéria-prima para fabricação de combustível para geração de energia termonuclear.
Durante o evento, os participantes poderão fazer perguntas, críticas e sugestões que serão respondidas depois das apresentações da audiência. Após o término da AP os interessados terão 20 dias para enviar questionamentos, arquivos ou documentos que possam auxiliar as análises do licenciamento ambiental sobre o empreendimento.
Fosfato e urânio no CearáApós a realização de pesquisas e estudos que confirmaram a presença de fosfato (predominante) e urânio na Fazenda Itataia, no Ceará, a Indústrias Nucleares do Brasil (INB) formalizou uma parceria com uma empresa privada do setor de fertilizantes.
A Galvani ganhou a licitação e ficou responsável pelos investimentos e por desenvolver os processos, a engenharia, os estudos para o licenciamento ambiental, a construção e a montagem do empreendimento do Projeto Santa Quitéria.
Defensores do projeto argumentam que o empreendimento vai gerar empregos, aumentar a renda e oportunidades de negócios em toda a região. Moradores da região temem efeitos nocivos com a manipulação do material radioativo. -
- 06/06/2022 - Rios na Terra Yanomami têm 8600% de contaminação por mercúrio, revela laudo da PFPerícia analisou amostras de água corrente dos rios Couto de Magalhães, Catrimani, Paríma e Uraricoera. Danos da poluição podem afetar saúde dos indígenas que vivem próximo a garimpos ilegais.
Perícia analisou amostras de água corrente dos rios Couto de Magalhães, Catrimani, Paríma e Uraricoera. Danos da poluição podem afetar saúde dos indígenas que vivem próximo a garimpos ilegais.
Forte: Portal G1 - Roraima
Por Yara Ramalho, Valéria Oliveira, Marcelo Marques e Luciano Abreu, g1 RR e Rede Amazônica — Boa Vista
Um laudo da Polícia Federal sobre contaminação dos rios na Terra Indígena Yanomami, maior reserva do Brasil, revelou que quatros rios da região tem alta contaminação por mercúrio:8600%superiorao estipulado como máximo para águas deconsumo humano.
Foram analisadas amostras das águas correntes dos rios Couto de Magalhães, Catrimani, Parima e Uraricoera, próximos a garimpos ilegais onde os invasores usam produtos nocivos à natureza, principalmente o mercúrio, durante a extração de minérios.
Em relação às águas que podem ser destinadas para irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas, forrageiras, a pesca amadora e a navegação, as amostras apresentaram um teor de mercúrio de 860% nas amostras.
O objetivo da perícia, obtida com exclusividade pela Rede Amazônica, era identificar e quantificar a presença e concentração de contaminantes relacionados a atividade de extração do ouro nos garimpos ilegais dentro da Terra Indígena Yanomami.
Altamente tóxico, o mercúrio é usado pelos garimpeiros para separar o ouro de outros sedimentos e, assim, deixá-lo "limpo"(entenda mais abaixo). Após isso, a substância é jogada nos rios, causando poluição ambiental e impactando na saúde dos indígenas. Semana passada, foi apreendido 1Kg do metal na operação Xapiri, de combate ao garimpo na Terra Yanomami.
Uma pesquisada Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado em 2016, revelou que indígenas de comunidades próximas ao Uraricoera tinham alto nível de mercúrio o organismo, com 9 2,3% de contaminação.
O estudo deste ano da PF também mencionou um aumento das áreas afetadas pelo garimpo. Entre 2018 e 2021, os peritos identificaram que na região do rio Uraricoera, um dos mais afetados pelo garimpo, houve um aumento de 505% da área garimpada. Em 30 anos, a Terra Yanomami vive a pior devastação da história, com aumento de 46% de degradação da floresta em um ano.
'Potencial destrutivo', diz procurador
Na avaliação do procurador da República que atua no Ministério Público Federal (MPF) em Roraima, Matheus de Andrade Bueno, como a Terra Yanomami é uma das mais afetadas pelo garimpo, a única alternativa é retirar os garimpeiros que exploram ilegalmente a reserva.
"Ela têm sido atingida de forma gravíssima pelo garimpo. E, coincidentemente, nessas áreas estão sendo detectadas presenças superiores de mercúrio, que a gente sabe que tem o potencial destrutivo muito grande e também de causar vários problemas de saúde", disse.
Ele disse que a destruição de maquinários usados no garimpo, como já ocorreram em operações deflagradas pela PF e outros órgãos de fiscalização, é importante para a contenção dos crimes ambientais, mas a retirada dos garimpeiros é uma medida emergencial. "Não há para o Ministério Público Federal nenhuma medida de saúde pública mais emergencial, mais importante para a garantia da saúde dos indígenas do que a retirada dos garimpeiros da área", pontuou.
Em maio deste ano, a Justiça Federal determinou o retorno das operações para retirada de garimpeiros da Terra Indígena Yanomami. O pedido foi feito MPF.
Contaminação no corpo humano
O mercúrio é o único metal líquido em temperatura ambiente que se une facilmente ao ouro, formando uma liga metálica. Esse material, então, é aquecido, o mercúrio se evapora e o ouro se funde sozinho. O excesso de mercúrio restante desse processo é lançado diretamente nos rios e entra na cadeia alimentar, por meio da ingestão de água e peixes.
Segundo o laudo da PF, todas as amostras analisadas apresentam teores anormais do metal. O doutor em geologia e pesquisador da Universidade Federal de Roraima (UFRR), Vladimir de Souza, explica que, no corpo humano, a contaminação é acumulativa e ocorre de médio a longo prazo.
"Quem está em contato direto, já está contaminado e isso tende a aumentar porque é acumulativo e lento. Você não vai ter contato com o mercúrio e se contaminar logo em seguida, é uma questão de médio a longo prazo."
Na avaliação do pesquisador, os números do relatório são "gravíssimos" porque os rios contaminados formam o rio Branco, o principal do estado, e, com isso, o mercúrio usado nos garimpos chega até a capital Boa Vista.
"A gente sabe que o mercúrio está dissolvido na água e ele não vai, na verdade, depurar. Ele vai chegar até Boa Vista e vai vir contaminando ao longo do caminho. Não há como depurar isso ao longo do caminho mais próximo, essa contaminação está chegando até a nossa capital", disse.
A ingestão de alimentos contaminados não é a única forma de transmissão. Segundo Vladimir de Souza, o metal entra no corpo humano pelo tecido adiposo, fazendo com que a gordura se torne o abrigo ideal.
"O mercúrio entra no nosso tecido adiposo, na nossa gordura e não sai mais. Antigamente, se pensava que era só consumindo peixes que você se contaminava, mas já se sabe que o mercúrio fica na água em suspensão. Então, até no ar e no contato você já está se contaminando com o mercúrio, ele é muito volátil", destacou.
O mercúrio tem a venda controlada no Brasil, mas toneladas chegam ilegalmente aos garimpos todos os anos. O Fantástico mostrou no passado como toneladas do metal entram clandestinamente no país.
A fronteira com a Guiana é uma das duas portas de entrada de mercúrio ilegal no país mapeadas pela reportagem. A outra é Guajará-mirim, na fronteira da Bolívia com Rondônia. O contrabando da Guiana entra por Bonfim, em Roraima, e acaba na Terra Yanomami, onde houve uma disparada no número de garimpos ilegais nos últimos anos.
Maior reserva indígena do pais, a Terra Yanomami tem quase 10 milhões de hectares distribuídos no Amazonas e em Roraima, onde fica a maior parte. A região é formada por 371 comunidades de difícil acesso. Mais de 28 mil indígenas vivem na reserva.
A área é alvo do garimpo ilegal de ouro desde a década de 1980. Mas, nos últimos anos, essa busca pelo minério se intensificou, causando além de conflitos armados, a degradação da floresta e ameaça a saúde dos indígenas. -
- 01/06/2022 - Reatores nucleares de próxima geração produzirão ainda mais lixo nuclearFonte: Site Inovação Tecnológica
Com informações da New Scientist-01/06/2022
Pequenos Reatores Modulares
Uma muito divulgada tecnologia de mini usinas nucleares pode produzir resíduos radioativos em quantidades drasticamente maiores do que as tradicionais usinas nucleares de grande porte existentes hoje ao gerar a mesma quantidade de energia.
Os chamados "Pequenos Reatores Modulares" (PRMs) têm sido anunciados por seus desenvolvedores e proponentes como uma maneira mais barata e rápida de aumentar a capacidade de energia nuclear.
Também conhecidos como "reatores nucleares avançados", eles têm sido fortemente promovidos nos últimos anos, inclusive nos países em desenvolvimento. Seu tamanho menor significa que esses PRMs (Pequenos Reatores Modulares) podem ser totalmente feitos em fábricas e depois enviados para o local de instalação, o que tem potencial para reduzir os custos.
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, defendeu recentemente que a tecnologia poderia gerar eletricidade até 2030 e liberou financiamento para a Rolls-Royce desenvolver sua própria versão desses reatores, enquanto o governo dos EUA forneceu apoio financeiro à empresa NuScale Power para desenvolver sua versão.
Avaliação independente
A professora Lindsay Krall e seus colegas da Universidade de Stanford, nos EUA, fizeram agora uma avaliação independente de como os resíduos radioativos produzidos por PRMs se comparariam com o lixo nuclear de seus equivalentes maiores, que vários países, como Alemanha e Japão, estão tentando desativar.
Usando dados que a empresa NuScale Power compartilhou publicamente com as autoridades dos EUA, a equipe avaliou a tecnologia e modelou os resíduos de três tecnologias PRM diferentes - eles compararam a tecnologia PRM com um reator nuclear convencional de 1,1 gigawatt.
Os dados mostraram que, considerando o lixo nuclear produzido por unidade de eletricidade gerada, os PRMs podem aumentar o volume de resíduos de nível baixo e intermediário de curta duração - os dois mais baixos de três categorias - em até 35 vezes em comparação com um grande reator convencional.
Para os resíduos equivalentes de longa duração, os PRMs produziriam até 30 vezes mais; e, para o combustível nuclear usado, até 5 vezes mais. A variação nesses números reflete a variação esperada nos projetos que estão sendo desenvolvidos.
"[A tecnologia] PRM teve um desempenho pior em quase todas as nossas métricas em comparação com reatores comerciais padrão," disse Krall. Essas métricas incluíram o calor do decaimento radioativo e a radioquímica do combustível irradiado.Ineficiência dos pequenos reatores
O estudo sugere que os PRMs produzem maiores volumes e maior complexidade de resíduos por serem naturalmente menos eficientes.
A geração de energia nuclear envolve uma reação nuclear em cadeia, na qual uma única reação nuclear no núcleo do reator cria nêutrons que então causam uma média de uma ou mais reações nucleares subsequentes.
No entanto, de acordo com a equipe de Krall, os PRMs vazam mais nêutrons de seu núcleo do que um reator maior, o que significa que eles não podem manter a reação autossustentável por tanto tempo. Mesmo uma pequena diferença no vazamento de nêutrons resulta em um impacto substancial na composição dos resíduos.
Bibliografia:
Artigo: Nuclear waste from small modular reactors
Autores: Lindsay M. Krall, Allison M. Macfarlane, Rodney C. Ewing
Revista: Proceedings of the National Academy of Sciences
Vol.: 119 (23) e2111833119
DOI: 10.1073/pnas.2111833119
-
- 23/05/2022 - FAPESP completa hoje 60 anosDecreto assinado pelo governador Carvalho Pinto, em 23 de maio de 1962, possibilitou o início do funcionamento da Fundação
Decreto assinado pelo governador Carvalho Pinto, em 23 de maio de 1962, possibilitou o início do funcionamento da Fundação
Fonte: Agência FAPESP
Em 23 de maio de 1962, há exatos 60 anos, o então governador Carlos Alberto de Carvalho Pinto assinou o decreto 40.132, que aprovou os Estatutos da FAPESP e possibilitou seu imediato funcionamento. "A criação de uma agência paulista de amparo à pesquisa foi resultado da ação coordenada de cientistas, acadêmicos, políticos, intelectuais e jornalistas, que teve como objetivo promover o desenvolvimento científico e tecnológico do Estado de São Paulo”, sublinha Marco Antonio Zago, presidente da Fundação.Os 60 anos da FAPESP serão comemorados nesta quarta-feira (25/05), em solenidade que contará com a presença do governador de São Paulo, Rodrigo Garcia; do presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), Carlão Pignatari; da secretária de Desenvolvimento Econômico, Zeina Latif; do presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva; da presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Helena Nader; de reitores, pró-reitores, dirigentes de instituições de pesquisa e de empresas e pesquisadores, entre outros. A cerimônia será transmitida pelo canal da Agência FAPESP no YouTube.Ao longo do último ano, diversas iniciativas marcaram o início das comemorações. Em 27 de maio de 2021, foi lançado o site A FAPESP e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que indexa o portfólio de programas e projetos apoiados pela Fundação a cada um dos 17 ODS, com o intuito de facilitar o acesso às pesquisas relacionadas e subsidiar políticas públicas nas diferentes áreas.Em junho do ano passado, tiveram início as Conferências FAPESP 60 anos que, mensalmente, reúnem especialistas do Brasil e do exterior para debater temas estratégicos – como mudanças climáticas, biodiversidade, violência e educação, entre outros –, contribuindo para uma reflexão mais acurada sobre o futuro.Já foram realizadas dez conferências e, até dezembro de 2022, estão programadas mais oito, além de duas Escolas FAPESP 60 anos – uma em Ciências Exatas, Naturais e da Vida e outra voltada às áreas de Humanidades, Ciências Sociais e Artes – com inscrições até 10 de junho.Em julho de 2021, foi lançado o primeiro dos dez fascículos digitais que compõem o livro FAPESP 60 anos – Ciência, Cultura e Desenvolvimento. Coordenado por Carlos Vogt, ex-presidente da FAPESP e ex-reitor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o livro oferece ao leitor um panorama da atuação da Fundação ao longo de seis décadas e do avanço da pesquisa no Estado de São Paulo.Também em comemoração aos 60 anos da FAPESP, a Academia de Ciências do Estado de São Paulo (Aciesp) tem reunido, desde o final de 2021, pesquisadores paulistas para uma análise crítica do estado da arte da ciência no Estado de São Paulo, com um olhar especial para as próximas duas décadas. O conjunto de temas analisados foi debatido com a comunidade científica da área e sintetizados em sete capítulos do livro O estado da arte da ciência em São Paulo em sintonia com o desenvolvimento brasileiro e mundial, que será lançado este ano. A partir de junho, cada capítulo finalizado será lançado on-line, com um seminário de apresentação.Ainda no âmbito das comemorações dos 60 anos da Fundação, será realizada, em novembro, a Conferência Genoma 20 + 2, que analisará os avanços da pesquisa desde o ano 2000, data da publicação do sequenciamento do genoma da bactéria Xylella fastidiosa, o primeiro do Programa Genoma FAPESP.Mais informações sobre essas iniciativas estão disponíveis na home page FAPESP 60 anos, acessível pelo portal da Fundação, junto com biografias de dirigentes, vídeos e entrevistas.
-
- 18/05/2022 - CDTN recebe mais de sete mil litros de rejeitos radioativosFonte: Defesa em FocoO Serviço de Gerência de Rejeitos (SEGRE), do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), já recebeu 7.400 litros de rejeitos radioativos e de fontes radioativas fora de uso para armazenamento desde o início de 2022. Os rejeitos radioativos são derivados de diversas aplicações da energia nuclear.Mais recentemente, em abril, o CDTN recebeu 14 tambores de 200 litros de rejeitos radioativos derivados de um navio da década de 1950 que foi descomissionado. O material, enviado pela Marinha do Brasil, continha tinta de trítio, um elemento radioativo, e está armazenado de forma segura nas instalações do CDTN.Outros quatro tambores de 200 litros também foram recebidos pelo CDTN. Enviados pelo Centro Regional de Ciências Nucleares do Centro-Oeste (CRCN-CO/CNEN), os tambores continham detectores de fumaça e pára-raios radioativos. O CDTN também recebeu 19 tambores de 200 litros de rejeitos radioativos sólidos provenientes do Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD/CNEN).O recebimento de rejeitos radioativos no CDTN é uma das atribuições legais da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e também envolve atividades de tratamento e acondicionamento dos materiais, posteriormente armazenados de forma segura nas instalações do Centro, aguardando alternativas para deposição final no país.Fonte: CDTN
-
- 16/05/2022 - Ipen inaugura laboratório com microscópio a laser de uso raro no mundoMicroscópio a laser de novo laboratório do Ipen só tem em outras duas instituições no mundo
Microscópio a laser de novo laboratório do Ipen só tem em outras duas instituições no mundo
Fonte: CIMM
O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) inaugurou no fim de abril um laboratório multiusuário com o que há de mais avançado em microscopia: o Snom (sigla em inglês para microscopia óptica de varredura de campo próximo), microscópio subnano a laser cujo método óptico com super-resolução permite resolver o interior de uma molécula com acuidade nanométrica.Adquirido com apoio da FAPESP, o equipamento será fundamental para o avanço em vários campos de pesquisa, entre eles plasmônica, guias de ondas fotônicas, micro e nanolasers, fotovoltaicos, fotocondutores, fenômenos biológicos celulares, fluorescência de zeptólitros e espectroscopia de correlação. Uma das possibilidades é mapear o interior de células vivas de forma não invasiva.
Apenas duas instituições no mundo dispunham de microscópio equivalente – o Ipen agora é a terceira. Para operar o equipamento, os pesquisadores Anderson Zanardi de Freitas e Niklaus Ursus Wetter, do Centro de Lasers e Aplicações (Celap), passaram por um treinamento em Lille, na França, onde está sediada a empresa fabricante.
"Na realidade, um sistema igual ao nosso não existe em outro lugar. O Snom adquirido pelo Ipen é o único capaz de evitar interferências climáticas nas amostras devido, por exemplo, a aparelhos de ar-condicionado”, conta Wetter.
O Snom é capaz de realizar medidas em amostras líquidas e de controlar a temperatura da amostra, características que lhe garantem o acesso a células vivas.
"Além disso, como o Snom captura a distribuição de luz do campo próximo, as imagens não apresentam nenhuma contribuição de luz fora de foco, como ocorre em outros métodos de imagem óptica. Um Snom correlaciona a topografia da amostra com uma análise espectral de luz”, acrescenta Zanardi.
O pesquisador Marcelo Linardi destaca que os grupos de pesquisa que fazem uso de microscópios semelhantes publicam com relativa frequência na Nature, uma das mais prestigiadas revistas científicas do mundo. "Isso significa que nós estaremos com instrumentação para publicar em revistas de alto impacto. Agora, é trabalhar e apresentar resultados”, afirma.
Wilson Calvo, superintendente do Ipen, enfatiza a possibilidade de novas parcerias que o novo microscópio deve fomentar. "Há um potencial de colaborações que o uso do Snom pode gerar, visto que é um laboratório multiusuário”, avalia.
-
- 14/05/2022 - O que é a medicina nuclear e quais as suas aplicações?Fonte: TV BrasilO programa "Ciência é Tudo" exibido pela TV Brasil no dia 14 de maio, teve como uma de suas pautas a Medicina Nuclear e os avanços desenvolvidos no setor. Foi destacada a participação do IPEN-CNEN nos desenvolvimentos e serviços prestados há mais de 60 anos na área. A pesquisadora do Centro de Radiofarmácia, Regina Célia Carneiro, comentou sobre as aplicações de radiofármacos no diagnóstico e terapia.Nesta edição também foi apresentado o laboratório multiusuário com o equipamento SNOM (do inglês Scanning Near Field Optical Microscopy), um microscópio sub-nano a laser adquirido com apoio da FAPESP e o terceiro instalado no mundo. Os pesquisadores do Centro de Lasers e Aplicações, Anderson Zanardi e Niklaus Wetter, destacaram as características e o potencial de pesquisas que poderão ser realizadas com o novo equipamento.O programa "Ciência é Tudo" é resultado de uma parceria entre a TV Brasil e o MCTI.Assista aqui -
- 11/05/2022 - O que é a medicina nuclear e quais as suas aplicações?Fonte: TV BrasilNeste episódio do Ciência é Tudo, entenda o que é a medicina nuclear, quais as suas aplicações e como o Brasil está posicionado neste setor. O IPEN - Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares - produz 85% dos radiofármacos consumidos no país.
Conheça uma pesquisa realizada por cientistas da USP que pode ajudar no tratamento da doença de Parkinson. A doença causa a morte ou degeneração de células do cérebro, diminuindo a produção de dopamina e afetando o sistema nervoso central. Uma substância identificada pelos pesquisadores preveniu 60% da morte de células cerebrais em testes realizados em camundongos.
Veja algumas ações inovadoras voltadas para o desenvolvimento de veículos elétricos. A EMBRAPII - Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial - organização social do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações - une empresas e startups em projetos inovadores em eletromobilidade.
E tem ainda uma matéria especial mostrando como é a vida e o trabalho dos pesquisadores brasileiros na Antártica.
O Ciência é Tudo é uma parceria da TV Brasil com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações - MCTI.
Clique aqui para saber como sintonizar a programação da TV Brasil.
-
- 11/05/2022 - FAPESP reunirá bolsistas de pós-doutorado e pesquisadores de destaque em diferentes áreas da ciênciaEm comemoração aos seus 60 anos, a FAPESP promoverá encontros entre bolsistas de pós-doutorado da Fundação e de outras agências de fomento do país e pesquisadores com destacada atuação em suas respectivas áreas de conhecimento no Brasil e no exterior. As inscrições estão abertas até 10 de junho.
Em comemoração aos seus 60 anos, a FAPESP promoverá encontros entre bolsistas de pós-doutorado da Fundação e de outras agências de fomento do país e pesquisadores com destacada atuação em suas respectivas áreas de conhecimento no Brasil e no exterior. As inscrições estão abertas até 10 de junho.
Fonte: Agência FapespDuas "Escolas FAPESP 60 Anos” estão agendadas para o mês de agosto – uma na área de Ciências Exatas, Naturais e da Vida, a ser realizada entre os dias 7 e 10, e outra na área de Humanidades, Ciências Sociais e Artes, entre os dias 21 e 24."Esses encontros oferecem a pesquisadores em formação uma oportunidade de interagir com cientistas mais experientes, bem-sucedidos em diferentes campos do conhecimento, para discutir problemas científicos concretos e examinar o panorama mundial e as políticas de ciência e tecnologia. É também uma oportunidade de conviver com colegas que têm interesses comuns, de outras instituições e de outros Estados do país. É uma contribuição à formação de nossas futuras lideranças”, diz Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP.Durante quatro dias, os bolsistas selecionados ficarão hospedados em um hotel-fazenda no interior de São Paulo, onde terão a oportunidade de conhecer investigações de fronteira e lideranças científicas, debater os desafios para o avanço da pesquisa, apresentar os projetos em desenvolvimento e estabelecer colaborações nacionais e internacionais."A FAPESP, neste ano de comemoração de seu 60º aniversário, dá continuidade à sua tradição de formar novas gerações de pesquisadores ao organizar um encontro em que pós-doutores conhecerão as experiências e contribuições de um conjunto de cientistas reconhecidos internacionalmente, ao mesmo tempo em que serão expostos a ideias de outras áreas, além daquela em que atuam, propiciando assim um ambiente de fertilização cruzada que abrirá possibilidades para solução de problemas que exigem uma abordagem integrada de saberes”, diz Ronaldo Pilli, vice-presidente da FAPESP e coordenador das Escolas FAPESP 60 anos.A programação inclui conferências, sessões de debate com os pesquisadores convidados e de pôsteres, além de espaços para conversas informais.Cada uma das Escolas FAPESP 60 anos reunirá 60 bolsistas de pós-doutorado de todo o país, financiados pela FAPESP e por agências brasileiras de fomento, com pesquisas nas respectivas áreas de conhecimento – Ciências Exatas, Naturais e da Vida e Humanidades, Ciências Sociais e Artes.Participarão como convidados da Escola FAPESP 60 Anos – Ciências Exatas, Naturais e da Vida o físico Osvaldo Novais de Oliveira Jr., professor do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC-USP) com atuação nas áreas de filmes orgânicos nanoestruturados e processamento de línguas naturais; Virgílio A. F. Almeida, professor do Departamento de Ciências da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e especialista na avaliação de performance e modelagem em larga escala de sistemas distribuídos; o físico Guy Brasseur, do Max Planck Institute for Meteorology, de Hamburgo, com pesquisa em mudanças e variabilidade climáticas, relação entre química e o clima, interações entre biosfera e atmosfera, esgotamento do ozônio na estratosfera, poluição atmosférica, entre outros; José Nelson Onuchic, da Rice University, nos Estados Unidos, que desenvolve estudos sobre transferência de elétrons em sistemas biológicos e sobre fenômenos relacionados ao enovelamento e função de proteína; Barry O’Keefe, do National Cancer Institute, também dos Estados Unidos, estudioso de produtos naturais como fontes de novos agentes bioativos e medicamentos; e Ana Domingos, da Universidade de Oxford, que trabalha na área de neuroimunometabolismo e busca elucidar os mecanismos neuroimunes que regulam a função autonômica e suas implicações na obesidade.Da Escola FAPESP 60 Anos – Humanidades, Ciências Sociais e Artes participarão o historiador Serge Gruzinski, professor da École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS) e diretor de pesquisa do Centre Nacional de la Recherche Scientifique (CNRS), da França, especialista em questões latino-americanas; Elisa Reis, do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), pesquisadora de temas como estados nacionais, cidadania, elites e desigualdade social e políticas públicas; Agnes van Zanten, da Sciences Po, na França, doutora honoris causa de várias universidades europeias (Turku, Genebra, e Bruxelas) e membro correspondente da British Academy, especialista em temas como segregação educacional e desigualdades, dinâmicas interna e externa das escolas, entre outros; Lucia Nagib, professora titular de cinema na Universidade de Reading, no Reino Unido, especialista em teoria, história e geografia do cinema mundial (world cinema) e em realismo cinematográfico; e Marta Arretche, professora do Departamento de Ciência Política da USP, com estudos sobre desigualdade, e especialista em análises comparadas dos Estados federativos e dos sistemas de proteção social.Para mais informações sobre a Escola FAPESP 60 anos – Ciências Exatas, Naturais e da Vida acesse: https://60anos.fapesp.br/escola-exatas.Para mais informações sobre a Escola FAPESP 60 anos – Humanidades, Ciências Sociais e Artes acesse: 60anos.fapesp.br/escola-humanidades. -
- 10/05/2022 - Caso nuclear iraniano preocupa 'muito' diretor da AIEAFonte: UOLViena, 10 Mai 2022 (AFP) - O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, declarou-se, nesta terça-feira (10), "muito preocupado" com a situação no Irã e denunciou uma falta de cooperação em meio ao bloqueio das negociações para salvar o acordo de 2015.A AIEA "tenta esclarecer alguns assuntos que se encontram pendentes", declarou Grossi, perante uma comissão do Parlamento europeu."Eu me refiro ao fato de, nos últimos meses, termos conseguido identificar rastros de urânio enriquecido em lugares nunca declarados pelo Irã, como se tivessem abrigado qualquer atividade nuclear", ressaltou."Estamos extremamente preocupados (...). A situação não parece muito favorável. Por enquanto, o Irã não se mostrou disposto a fornecer as informações de que precisamos", criticou o chefe do órgão de monitoramento da ONU.Vários sítios são alvo de interrogatórios por parte da AIEA.No início de março, Grossi viajou para o Irã para revisar este assunto, quando a República Islâmica solicitou o encerramento do caso. Por fim, acertou-se que ambas as partes troquem seus documento.Estas declarações surgem no momento em que o negociador da União Europeia encarregado de coordenar o diálogo sobre a questão nuclear iraniana, Enrique Mora, é esperado no Irã nesta terça-feira para tentar reiniciar o processo.Há mais de um ano, Irã e Estados Unidos mantêm negociações indiretas em Viena para ressuscitar o acordo de 2015, de modo a impedir a República Islâmica de fabricar uma bomba atômica, o que aquele país nega. Os outros participantes são Alemanha, China, França, Grã-Bretanha e Rússia.Os diplomatas deixaram Viena em 11 de março para fazer uma "pausa" e, desde então, Irã e Estados Unidos se acusam mutuamente de serem responsáveis pelo bloqueio nas discussões. -
- 10/05/2022 - Instituto de Engenharia Nuclear faz 60 anosFonte: IEN
A instalação de um reator nuclear de pesquisa no Rio de Janeiro foi o marco inicial do Instituto de Engenharia Nuclear (IEN/CNEN), fundado em 1962. Na última semana, o IEN celebrou os 60 anos dessa história, que se expandiu por diversas áreas da tecnologia nuclear.
As comemorações tiveram início no dia 5, com a realização do workshop "Reatores de Pesquisa e de Potência no Brasil e no Mundo e as Perspectivas da Energia Nuclear no País”. Especialistas de instituições públicas e privadas da área nuclear apresentaram as mais recentes resoluções e inovações do uso da energia nuclear para uma plateia de profissionais e estudantes do setor vindos de vários estados do país.
No dia 6, foi realizada, para servidores e convidados, uma cerimônia no auditório do Instituto, com a presença do presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Paulo Roberto Pertusi, do diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da CNEN, Madison Coelho de Almeida, e de representantes de outras instituições.
Na abertura, o diretor do IEN, Fábio Staude, falou brevemente da história da criação e expansão do Instituto e apresentou seus projetos estruturantes, em oito áreas, abrangendo desde engenharia de reatores a nanorradiofármacos, radiotraçadores, capacitação e divulgação científica. "Apostamos no aprimoramento das instalações pra fortalecer e ampliar nossas parcerias com outras instituições”, resumiu. "Essa premissa”, lembra Staude, "estava presente já na criação do IEN: promover colaboração com instituições facultando-lhes o uso das instalações e cooperação técnico-científica.”
Próximo a falar, o diretor de P&D destacou o atual papel do IEN, "um hub acolhedor de instituições com muitas possibilidades de entregas à sociedade.” Já o presidente da CNEN observou que o auditório lotado de servidores, colaboradores e representantes de centros de pesquisa e de ensino demonstra a importância do trabalho do IEN: "Mesmo com restrições de pessoal e recursos, o IEN se reposicionou com ideias, criatividade e empenho.” O ministro de Ciência, Tecnologia e Inovações, Paulo Alvim, enviou mensagem de vídeo.
Em seguida foi entregue a dez personalidades e instituições o Prêmio Luiz Aghina, criado em reconhecimento à sua contribuição para o desenvolvimento e aprimoramento do IEN e do setor nuclear brasileiro. (Leia mais no site do IEN).
Houve também o lançamento de três projetos: o curso de especialização em Direito Nuclear, inédito na América Latina, a ser oferecido a partir do próximo ano pelo Setor de Capacitação da Divisão de Ensino (Secap/Diens), a Casa da Ciência Nuclear, um espaço a ser criado no IEN para exposição permanente e mostras interativas de divulgação das aplicações da energia nuclear, e o Programa de Estágios do IEN.
Por fim foram apresentados os resultados do projeto de adequação e modernização das instalações do reator Argonauta e de seus laboratórios associados.
O projeto incluiu a aquisição de uma nova carga de elementos combustíveis, fabricados pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN/CNEN), em São Paulo, com tecnologia 100% nacional.
-
- 09/05/2022 - Ipen inaugura laboratório com equipamento que só existe em outras duas instituições no mundoFonte: Agência FapespAgência FAPESP* – O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) inaugurou no fim de abril um laboratório multiusuário com o que há de mais avançado em microscopia: o Snom (sigla em inglês para microscopia óptica de varredura de campo próximo), microscópio subnano a laser cujo método óptico com super-resolução permite resolver o interior de uma molécula com acuidade nanométrica.
Adquirido com apoio da FAPESP, o equipamento será fundamental para o avanço em vários campos de pesquisa, entre eles plasmônica, guias de ondas fotônicas, micro e nanolasers, fotovoltaicos, fotocondutores, fenômenos biológicos celulares, fluorescência de zeptólitros e espectroscopia de correlação. Uma das possibilidades é mapear o interior de células vivas de forma não invasiva.
Apenas duas instituições no mundo dispunham de microscópio equivalente – o Ipen agora é a terceira. Para operar o equipamento, os pesquisadores Anderson Zanardi de Freitas e Niklaus Ursus Wetter, do Centro de Lasers e Aplicações (Celap), passaram por um treinamento em Lille, na França, onde está sediada a empresa fabricante.
"Na realidade, um sistema igual ao nosso não existe em outro lugar. O Snom adquirido pelo Ipen é o único capaz de evitar interferências climáticas nas amostras devido, por exemplo, a aparelhos de ar-condicionado”, conta Wetter.
O Snom é capaz de realizar medidas em amostras líquidas e de controlar a temperatura da amostra, características que lhe garantem o acesso a células vivas.
"Além disso, como o Snom captura a distribuição de luz do campo próximo, as imagens não apresentam nenhuma contribuição de luz fora de foco, como ocorre em outros métodos de imagem óptica. Um Snom correlaciona a topografia da amostra com uma análise espectral de luz”, acrescenta Zanardi.
O pesquisador Marcelo Linardi destaca que os grupos de pesquisa que fazem uso de microscópios semelhantes publicam com relativa frequência na Nature, uma das mais prestigiadas revistas científicas do mundo. "Isso significa que nós estaremos com instrumentação para publicar em revistas de alto impacto. Agora, é trabalhar e apresentar resultados”, afirma.
Wilson Calvo, superintendente do Ipen, enfatiza a possibilidade de novas parcerias que o novo microscópio deve fomentar. "Há um potencial de colaborações que o uso do Snom pode gerar, visto que é um laboratório multiusuário”, avalia.
*Com informações da Assessoria de Comunicação Social do Ipen.
-
- 05/05/2022 - IEN promove em 5 de maio workshop sobre reatores nuclearesO evento faz parte das comemorações dos 60 anos do IEN, será composto de três mesas-redondas e é aberto ao público.
O evento faz parte das comemorações dos 60 anos do IEN, será composto de três mesas-redondas e é aberto ao público.
Fonte: IEN
Reatores nucleares para pesquisa e para produção de eletricidade serão o tema do workshop "Reatores de Pesquisa e de Potência no Brasil e no mundo e as Perspectivas da Energia Nuclear no Brasil”, a ser oferecido pelo Instituto de Engenharia Nuclear (IEN/CNEN), presencialmente, em seu auditório, próximo dia 5 de maio.
O evento faz parte das comemorações dos 60 anos do IEN e será composto de três mesas-redondas. Pela manhã o assunto será "Reatores de pesquisa no Brasil e no mundo: principais utilizações e perspectivas”. À tarde haverá duas mesas: "Reatores de potência no cenário atual mundial” e "Novos Projetos e perspectivas da energia nuclear no Brasil”. As apresentações terão a participação de especialistas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Eletronuclear, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Associação Brasileira de Energia Nuclear (ABEN), Westinghouse, entre outros que serão brevemente divulgados.
O evento é aberto ao público, especialmente pesquisadores, estudantes, professores, jornalistas e profissionais da área nuclear.
Para se inscrever preencha o Formulário de inscrição ou entre em contato o Setor de Comunicação do IEN/CNEN pelo tel.: 21 3865-3718. (INSCRIÇÕES ENCERRADAS)
Endereço do IEN: Rua Hélio de Almeida, 75 – Ilha do Fundão – Rio de Janeiro.
Mais informações: ascom@ien.gov.br
-
- 05/05/2022 - Aos 60 anos, IEN/CNEN homenageia profissionais e instituições com o Prêmio Luiz Aghina 2022Criado para comemorar o 60º aniversário do IEN/CNEN, o Prêmio Luiz Aghina é um gesto de reconhecimento e agradecimento a personalidades e instituições que têm dado contribuições relevantes ao Instituto e ao setor nuclear brasileiro.
Criado para comemorar o 60º aniversário do IEN/CNEN, o Prêmio Luiz Aghina é um gesto de reconhecimento e agradecimento a personalidades e instituições que têm dado contribuições relevantes ao Instituto e ao setor nuclear brasileiro.
Fonte: IEN
Criado para comemorar o 60º aniversário do IEN/CNEN, o Prêmio Luiz Aghina é um gesto de reconhecimento e agradecimento a personalidades e instituições que têm dado contribuições relevantes ao Instituto e ao setor nuclear brasileiro. O prêmio foi instituído pelo Conselho de Gestão do IEN (CGIEN), composto por nove integrantes, responsáveis também pelas indicações. Pretende-se que seja anual, concedido sempre na celebração do aniversário do Instituto.
O nome do prêmio homenageia Luiz Osório de Brito Aghina, que fez parte do grupo de engenheiros fundadores do IEN, em 1962, e foi por muitos anos o responsável pela operação do reator Argonauta, marco inicial do Instituto. Aghina foi também diretor do IEN entre 1973 e 1977, orientou dezenas de profissionais da área nuclear e dedicou sua vida ao estudo e defesa do uso da energia nuclear em aplicações pacíficas, em particular na geração de eletricidade.
A premiação tem quatro categorias: Honra ao Mérito, Pesquisador Emérito do IEN, Menção Especial de Agradecimento (Profissional) e Menção Especial de Agradecimento (Institucional). Em 2022 serão dez agraciados, que receberão seus diplomas durante a cerimônia de comemoração dos 60 anos no auditório do IEN, no dia 6 de maio, a partir das 10h.
O Diploma de Honra ao Mérito é concedido aos servidores do Instituto de Engenharia Nuclear (IEN/CNEN), ativos ou aposentados, em reconhecimento aos significativos serviços prestados para o crescimento, desenvolvimento, aprimoramento e divulgação do IEN. Nesta ocasião serão contemplados: Isaac José Antonio Luquetti dos Santos, engenheiro, precursor dos estudos de Engenharia de Fatores Humanos no IEN, atuando decisivamente na implantação do Laboratório de Interfaces Humano-Sistema (LABIHS) e na criação do Serviço de Engenharia de Sistemas Complexos do Instituto; Valdeci Maurilio Sobrinho, servidor desde 1979 e atualmente à frente do Núcleo de Apoio Administrativo do IEN; e Valéria da Fonseca e Silva Pastura, física nuclear, que implementou e é responsável pelo Programa de Capacitação Técnico-Científica do IEN, para profissionais da área nuclear.
O prêmio Pesquisador Emérito do IEN é concedido aos pesquisadores da área nuclear, ativos ou aposentados, da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) ou de outras instituições, pelo conjunto de sua obra científico-tecnológica e renome junto à comunidade científica - vertente acadêmica. O prêmio será concedido a:Celso Marcelo Franklin Lapa, físico, foi um dos idealizadores e fundadores da primeira pós-graduação stricto sensu do IEN, que posteriormente se tornou o Curso de Mestrado Acadêmico em Ciência e Tecnologia Nucleares, e um dos principais redatores do projeto que veio a se transformar na grande rede de colaboração Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Reatores Nucleares Inovadores; e Su Jian, engenheiro mecânico e professor titular do Programa de Engenharia Nuclear da COPPE/UFRJ.
O prêmio Menção Especial de Agradecimento (Profissional) é concedido a pessoas físicas em reconhecimento aos significativos serviços prestados ao crescimento, desenvolvimento, aprimoramento e divulgação da área nuclear, nos últimos anos. Este ano serão contemplados: Aquilino Senra Martinez, físico com doutorado em Engenharia Nuclear e professor titular do PEN-COPPE/UFRJ; e José Augusto Perrotta, atualmente Inspetor de Salvaguardas da Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Material Nuclear (ABACC) e coordenador técnico do empreendimento Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), um grande projeto integrador da área nuclear, que conta a participação de todos os institutos da CNEN.
O prêmio Aghina de Menção Especial de Agradecimento (Instituição) é concedido a pessoas jurídicas em reconhecimento aos significativos serviços prestados ao crescimento, desenvolvimento, aprimoramento e divulgação da área nuclear, nos últimos anos. Os premiados de 2022 são: Instituto Militar de Engenharia - IME, instituição de ensino do Exército Brasileiro, o mais antigo parceiro do IEN; Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares - IPEN, unidade da CNEN localizada em São Paulo, responsável pela pioneira fabricação da primeira carga de combustíveis do Reator Argonauta do IEN (1965); e o Programa de Engenharia Nuclear do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro - PEN/COPPE/UFRJ, que, para além do papel decisivo na formação de grande parte dos pesquisadores do Instituto, tem contribuído no doutoramento de muitos egressos do curso de mestrado do IEN.
-
- 02/05/2022 - Terapias baseadas em luz apresentam bons resultados na recuperação de sequelas pós-COVIDFonte: Agência FAPESP
Terapias à base de luz, como fotobiomodulação e fotodinâmica, aliadas a técnicas como laser e pressão negativaestão apresentando bons resultados na reabilitação de pacientes com sequelas pós-COVID-19, incluindo os que tiveram lesões musculares, articulares, neurológicas, dermatológicas e pulmonares. Os dados promissores foram apresentados em artigo publicado na revista Laser Physics Letters.
A pesquisa vem sendo conduzida por grupos do Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica(CEPOF) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) de Óptica Básica e Aplicada às Ciências da Vida – ambos coordenados por Vanderlei Bagnato, professor do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC-USP).
Os pesquisadores têm buscado criar diretrizes para o desenvolvimento da infraestrutura necessária para o tratamento de sequelas da COVID-19, assim como estabelecer novos protocolos de atendimento adequados a equipes multidisciplinares. No estudo publicado em Laser Physics Letters, em particular, são apresentados protocolos para tratamento de pacientes que ficaram acamados por longos períodos, precisaram ser intubados ou tiveram infecções secundárias no trato respiratório (como pneumonia bacteriana) – fatores que elevam o risco de mortalidade.
"O pós-COVID afeta várias partes do corpo. Há sequelas sensoriais (alteração de paladar e olfato), musculares (fadiga), circulatórias e inflamatórias, principalmente no sistema respiratório. Há ainda outras sequelas comuns a várias infecções, como zumbido no ouvido e parestesia (dormência) facial, além de lesões na pelepara pacientes acamados por longos períodos. Nosso objetivo é contribuir com técnicas que melhorem todo esse quadro”, destaca Bagnato.
Parceria entre empresas e universidade
De acordo com o coordenador do CEPOF – um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP sediado no IFSC-USP –, entre os benefícios que vêm sendo observados com a combinação de terapias à base de luz e técnicas híbridas de regeneração destaca-se a melhora no sintoma auditivo, que vem acometendo muitos pacientes curados da COVID-19.
"Trata-se de uma junção de tecnologias. São usados mais ou menos seis aparelhos para reabilitar os pacientes – entre eles um que criamos para tratar o zumbido de ouvido, problema que aumentou muito após a pandemia. Esse protocolo ainda está em pesquisa”, conta Bagnato.
Outro avanço relevante, segundo o pesquisador, é a criação de uma bota para recuperar o sistema circulatório que utiliza a tecnologia do laser. "Esses aparelhos, entre eles a bota, combinados com a fotobioestimulação estão dando um resultado excelente, inclusive para quem não teve COVID-19, mas sente dores ao praticar esportes. É um produto novo, desenvolvido em parceria com empresas. Esse é o grande mérito da pesquisa, a criação de novos equipamentos e protocolos que atendem muitas pessoas e doenças diferentes”, ressalta.
Alguns produtos já estão aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), iniciando a fase de comercialização. Outros ainda estão em pesquisa, mas apresentam bons resultados, como os relatados no artigo em pauta. "O aparelho que combina ultrassom e laser é uma novidade em nível mundial, estamos tendo procura da Europa e dos Estados Unidos”, destaca o professor da USP.
Tecnologias inovadoras
"Nossa equipe vem trabalhando há bastante tempo com técnicas híbridas de regeneração para doenças crônicas e feridas que não se reabilitam, por exemplo. Todas as metodologias envolvem laserterapia combinada com pressão negativa (aparelho que promove sucção) e ultrassom”, relata Bagnato à Agência FAPESP.
Na fotobiomodulação, a luz é aplicada para estimular o metabolismo, contribuindo para a proliferação de células e a cicatrização das feridas. Outro benefício importante é o alívio da dor. O comprimento da onda, o tipo da fonte de luz, a estrutura do pulso e o tempo de uso do laser são fatores relevantes para esse processo. O artigo mostra, por exemplo, como o uso da luz infravermelha próxima (que é de 810-1064 nm) pode ativar canais iônicos sensíveis à luz presentes nas células, aumentando processos bioquímicos que aceleram a proliferação e a migração celular, entre outros mecanismos.
Já a terapia fotodinâmica envolve moléculas fotossensibilizadoras e uma fonte de luz com comprimento de onda adequado, tendo como resultado a produção de espécies reativas de oxigênio – entre elas íon superóxido, peróxido de hidrogênio, radical hidroxila e oxigênio singlete –, que são capazes de inativar microrganismos patogênicos.
Com a chegada da pandemia de COVID-19, essas metodologias foram adaptadas. Grupos de pesquisa em odontologia, fisioterapia e biomedicina que já colaboravam com a USP de São Carlos buscaram, sob a coordenação do CEPOF, desenvolver novas tecnologias e protocolos para a recuperação dos pacientes que estavam internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) ou que tinham alta e sofriam com inúmeras sequelas.
Como explica Bagnato, as técnicas desenvolvidas pelo grupo podem ajudar a suprimir a reação inflamatória no pulmão – um dos órgãos mais comprometidos no pós-COVID-19. O método não invasivo tem se mostrado capaz de melhorar tanto as trocas gasosas como também aliviar dores e contraturas musculares na região torácica.
"O poder anti-inflamatório da radiação infravermelha tem ajudado muito nessas aplicações. Porém, mais do que isso, estamos desenvolvendo as ações fotodinâmicas para tratamento de pneumonias, principalmente as resistentes aos antibióticos. Desenvolvemos uma técnica que permite inalar uma molécula e tratar com iluminação extracorpórea a infecção, eliminando as colônias bacterianas”, conta o pesquisador.
Próximos passos
Além do centro de reabilitação biofotônico criado para pacientes pós-COVID em São Carlos, em funcionamento desde 2021, outros 20 centros aproximadamente estão sendo montados por meio de um consórcio em outros municípios do país. Os protocolos elaborados até o momento foram publicados no e-book Fotobiomodulação e terapias combinadas: protocolos de tratamento para as sequelas da COVID-19 e estão sendo divulgados gratuitamente pela empresa MMO, parceira no projeto.
Em São Carlos, o grupo continua levantando dados sobre fototerapia entre os pacientes atendidos no centro de reabilitação biofotônico, observando também os desdobramentos dessas terapias em doenças como Parkinson, câncer e fibromialgia, além de outras que já vinham sendo estudadas.
"Ainda não temos ideia de quanto tempo as sequelas da COVID-19 vão permanecer, agora é que vamos saber o que esses milhões de pessoas contaminadas vão enfrentar. E estamos observando, tentando verificar de que forma poderemos colaborar para tratar as complicações de médio e longo prazo. E isso tudo em parceria com o pessoal da saúde. Todas as UPAs [Unidades de Pronto Atendimento da rede pública] e ambulatórios encaminham as pessoas e nós as tratamos. Já começamos a publicar alguns artigos, mas a pesquisa continua.”
O artigo Perspectives on photobiomodulation and combined light-based therapies for rehabilitation of patients after COVID-19 recoverypode ser lido em: https://iopscience.iop.org/article/10.1088/1612-202X/ac52f5. Entre os autores também estão os professores do IFSC-USP Cristina Kurachi e Sebastião Pratavieira, além dos pós-doutorandos Lucas Danilo Dias e Kate Cristina Blanco. Ao todo, mais de 20 profissionais de diversas áreas da saúde e localidades do Estado de São Paulo participam das pesquisas lideradas pelo CEPOF.
-
- 27/04/2022 - Congresso aprova fim de monopólio estatal na produção de radiofármacosFonte: Defesa em focoO Presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco, promulgou hoje (26) a Emenda Constitucional 118, que trata da quebra de monopólio na produção de todos os tipos de radioisótopos de uso médico. Até então, o monopólio pertencia à União. A emenda teve a última etapa de aprovação no dia 5 de abril, na Câmara.
Entre no canal do Defesa em Foco no Whatsapp e fique por dentro de todas as notícias do dia
"A emenda à Constituição que promulgamos é de vital importância para garantir a universalização da oferta de procedimentos de medicina nuclear a todo território nacional, por meio da autorização de entes privados para, sob regime de permissão, produzir, comercializar e utilizar para pesquisa e uso médicos radioisótopos de meia-vida superior à duas horas”, disse Pacheco durante solenidade de promulgação, ocorrida no plenário do Senado.
Atualmente, a produção e a comercialização desses fármacos são realizadas por intermédio da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) e seus institutos, como o de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em São Paulo. A quebra do monopólio se dá apenas aos materiais radioativos de uso médico. O monopólio estatal continua para a produção de radioisótopos necessários à agricultura e indústria.
Radioisótopos
Radioisótopos ou radiofármacos são substâncias que emitem radiação e são usadas no diagnóstico e no tratamento de diversas doenças, principalmente o câncer. Um exemplo é o iodo-131, que emite raios gama e permite diagnosticar doenças na glândula tireoide.
"O radiofármaco é uma substância radioativa. Quando ela é injetada no paciente para fazer o exame, ela permite uma qualidade do exame muito mais precisa. Possibilita que diagnósticos e tratamento do câncer, diagnósticos cardíacos, diagnósticos da tireoide e outros possam ser analisados e verificados com uma atividade muito mais precoce”, afirmou o deputado General Peternelli (União Brasil-SP), relator da matéria na Câmara.
Na agricultura, os isótopos radioativos são aplicados aos adubos e fertilizantes a fim de se estudar a capacidade de absorção desses compostos pelas plantas. Na indústria, esses elementos são utilizados na conservação de alimentos, no estudo da depreciação de materiais, na esterilização de objetos cirúrgicos e na detecção de vazamentos em oleodutos.
| 01 | 02 | 03 | 04 | 05 | 06 | 07 | 08 | 09 | 10 | 11 | 12 |
| 13 | 14 | 15 | 16 | 17 | 18 | 19 | 20 | 21 | 22 | 23 | 24 |
| 25 | 26 | 27 | 28 | 29 | 30 | 31 | 32 | 33 | 34 | 35 | 36 |
| 37 | 38 | 39 | 40 | 41 | 42 | 43 | 44 | 45 | 46 | 47 | 48 |
| 49 | 50 | 51 | 52 | 53 | 54 | 55 | 56 | 57 | 58 | 59 | 60 |
| 61 | 62 | 63 | 64 | 65 | 66 | 67 | 68 | 69 | 70 | 71 | 72 |
| 73 | 74 | 75 | 76 | 77 | 78 | 79 | 80 | 81 | 82 | 83 | 84 |
| 85 | 86 | 87 | 88 | 89 | 90 | 91 | 92 | 93 | 94 | 95 | 96 |
| 97 | 98 | 99 | 100 | 101 | 102 | 103 | 104 | 105 | 106 | 107 |
Primeira página | Total de 2.122 registros. | Última página