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IPEN firma parceria com Instituto Federal de RO

A capacitação e principalmente a fixação de recursos humanos ainda são os principais desafios para as instituições de ensino e pesquisa da Região Norte do Brasil

Uma das saídas de médio prazo tem sido os acordos de cooperação técnico-científica com centros de excelência nacionais e internacionais. Nessa perspectiva, o Instituto Federal de Rondônia (IFRO) está se associando ao IPEN para oferecer, já em 2015, 40 vagas de pós-graduação aos seus professores e pesquisadores. O protocolo de intenções foi assinado nesta sexta-feira, 5, pelo superintendente do IPEN, José Carlos Bressiani, e o reitor do IFRO, Écio Naves Duarte.
A princípio, serão 20 vagas para doutorado e 20 para mestrado. Os termos do convênio ainda em fase final de elaboração pelas respectivas áreas jurídicas, mas, de acordo com Bressiani, "está tudo encaminhado para uma frutífera parceria”. Ele destacou a atuação multidisciplinar do IPEN e a excelência de seu Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear, associado à Universidade de São Paulo (USP), que obteve conceito 6 na avaliação da Capes para o triênio 2010-2012. "Uma das nossas principais missões e que tem sido cumprida com bastante eficiência é a formação de recursos humanos. Por isso, acredito na boa sinergia com vocês”.

A expectativa de Bressiani é compartilhada por Écio Duarte e pelo pró-reitor de Pesquisa, Uberlando Leite. Ambos ressaltaram as competências locais, mas reconheceram a dificuldade de capacitar e de fixar profissionais qualificados. "Há uma expressiva assimetria regional entre o Sudeste e o Norte, no que diz respeito à formação de pessoal e à infraestrutura de ensino e pesquisa. Mas nós temos muita gente boa, e acreditamos que esse convênio com o IPEN vai nos ajudar a burilar as pedras da riqueza de Rondônia para que, num futuro não muito distante, possamos criar os nossos programas e evitar o êxodo que hoje é comum”, afirmou Duarte.

O reitor se refere aos profissionais que migram para outras regiões em busca de melhores condições de trabalho. Com exceção de Amazonas e Pará, onde houve considerável crescimento do número de mestres e doutores na última década, nos demais estados da região Norte, professores e pesquisadores sequer conseguem concorrer em editais nacionais devido ao número ínfimo de titulações e à consequente baixa produção científica e tecnológica. "A infraestrutura local para a pesquisa e para o ensino de pós-graduação é muito incipiente e faz com que as pessoas não se interessem em permanecer lá”, explicou o pró-reitor Uberlando.

Outro fator que dificulta a fixação, segundo ele, são as condições socioeconômicas da região. "A verdade é que, na maioria das cidades, não há infraestrutura de saúde e educação. É compreensível que as pessoas procurem qualidade de vida, sobretudo quem tem filhos em idade escolar. Mas nós precisamos agir para minimizar essa assimetria regional e futuramente mudar esse cenário”, acrescentou Uberlando. Coube a ele uma breve apresentação do IFRO aos dirigentes do IPEN. Um dado que chamou a atenção foi o total de recursos captados pelo instituto no último ano: R$ 950 mil. "É quase nada”, lamentou.

Compromisso –Para o coordenador da pós-graduação do IPEN, Delvonei Alves de Andrade, o convênio com o IFRO é uma demonstração do compromisso do instituto com as futuras gerações de pesquisadores do país. "Capacitar recursos humanos nas regiões onde ainda não há programas de pós-graduação consolidados é uma das diretivas da Capes. Nós, do IPEN, somos considerados um centro de excelência, portanto, dar essa contribuição ao país é até uma obrigação ética”, afirmou.

Para o reitor do IFRO, a parceria é também uma oportunidade de troca de expertises. "As pessoas, quando chegam em Rondônia e se depara com as potencialidades locais, ficam impressionadas. O Brasil não conhece o Brasil”, ressaltou Duarte, que é doutor em engenharia mecânica pela Universidade Federal de Uberlândia (MG), com estágio na Universidade Politécnica da Catalunha (UPC), Espanha. Para ele, a articulação de acordos promove "a costura de um tecido mais amplo, mais bonito e mais plural, sendo essa a principal vantagem das cooperações, que têm repercussão principalmente social e humana”.

José Carlos Bressiani (superintendente do IPEN), Écio Naves Duarte (reitor do IFRO) e Uberlando Leite (pró-reitor de Pesquisa do IFRO)

Atualmente, o IFRO possui 32 polos de ensino (oito são para aulas presenciais e 24, para atividades à distância), com 159 cursos – a maioria nível médio – e quase 14 mil alunos. Mais sobre a instituição no site http://www.ifro.edu.br/index1.php

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