Ipen na Mídia
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- 07/01/2022 - José Carlos, renomado pesquisador capivariano, da roça para doutorado em Stuttgart Universität, AlemanhaDr. José Carlos Bressiani, segundo filho do saudoso casal Otília Veronez Bressiani/Éttore Bressiani, o carismático Telê, trabalhou na roça, no armazem da família, na Fazenda Bressiani, onde morava, cursando até o 3º ano escolar primário, na Escola do Bairro Barnabé. Depois veio para Capivari cursar o 4º ano, morando com o avô Carlos Bressiani. Completado o primeiro ciclo escolar, parou de estudar, voltou para o trabalho no sítio por três anos.
Dr. José Carlos Bressiani, segundo filho do saudoso casal Otília Veronez Bressiani/Éttore Bressiani, o carismático Telê, trabalhou na roça, no armazem da família, na Fazenda Bressiani, onde morava, cursando até o 3º ano escolar primário, na Escola do Bairro Barnabé. Depois veio para Capivari cursar o 4º ano, morando com o avô Carlos Bressiani. Completado o primeiro ciclo escolar, parou de estudar, voltou para o trabalho no sítio por três anos.
Fonte: Correio de Capivari
Ávido por conhecimento, fez um cursinho de três meses com a profª Dorilda, prestou exame de admissão, sendo aprovado para cursar o Científico no Ginásio Padre Fabiano.
No término do Científico, sem cursinho, prestou vestibular e foi aprovado na Universidade Federal de São Carlos (1974), para a Faculdade de Engenharia de Materiais.
Tornou-se um dos pesquisadores mais respeitado na área, no Brasil e no mundo.
Continuou estudando, con cluindo seu mestrado em Tecnologia Nuclear pela Universidade de São Paulo (1980) e doutorado (Dr. rer. nat.) na área de Materiais – Stuttgart Universität (1984), Alemanha.Aposentou-se após 44 anos de trabalho no IPEN.
Foi agraciado com o título de Pesquisador Emérito do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares – IPEN em 30/08/2021 durante as comemorações de 65 anos do IPEN e 45 anos do Programa de Pós-Graduação do Instituto junto a USP.Vamos registrar aqui um pouco da vida acadêmica deste extraordinário capivariano, dr José Carlos Bressiani, que saiu da roça, estudou com fervor e extrema dedicação, ganhou os degraus do conhecimento, sendo reconhecido nacionalmente pelos seus trabalhos e pesquisas no IPEN – Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares.
Formou-se Engenheiro de Materiais pela Universidade Federal de São Carlos (1974), conquistou o mestrado em Tecnologia Nuclear pela Universidade de São Paulo (1980) e doutorado (Dr. rer. nat.) na área de Materiais – Stuttgart Universität (1984), Alemanha.
Pesquisador do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares – IPEN/CNEN-SP de 01/1975 até 09/2019 e professor de pós-graduação no Programa de Tecnologia Nuclear do IPEN, curso vinculado à Universidade de São Paulo até 2015.
Especialista na área de Engenharia de Materiais, com ênfase em Materiais Cerâmicos e Biomateriais. Chefe da Divisão de Materiais Cerâmicos de 1988 a 04/2004, Diretor de Pesquisa, Desenvolvimento e Ensino de 06/2004 a 12/2012 e Superintendente do IPEN de 12/2012 a 12/2016. Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear – RJ) de 07/2017 até 05/2019.
Foi membro da comissão setorial do RHAE-MCT (1988 a 1990); coordenador, vice-coordenador e membro do Grupo Técnico do Sub-programa de Novos Materiais do PADCT-MCT (08/1990 a 04/1995); membro da comissão organizadora de mais 40 congressos nacionais e internacionais; duas vezes Presidente da Associação Brasileira de Cerâmica (05/1991 a 06/1992 e 06/1998 a 06/2000) e Diretor da mesma de 1987 até 07/2014. Membro da Comissão de Pós-Graduação do IPEN a partir de 1997, Vice-Presidente a partir de 05/2000 e Presidente a partir de 01/2005 até 06/2013.
Diretor do Centro Franco-Brasileiro de Documentação Técnica e Científica, CenDoTeC de 05/2004 até 09/2013. Membro do Conselho de Administração das Indústrias Nucleares do Brasil – INB, de 01/2010 até 03/2014. Membro do Conselho Superior do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo de 02/2010 a 01/2014. Fundador e editor adjunto da revista Materials Research de 10/1998 até 2015;
Foi membro da comissão Editorial das revistas Cerâmica, Tile & Brick International e "Interceran – International Ceramic Review; ex-membro dos Comitês Assessores do CNPq e da do Conselho Técnico CAPES. Membro do Conselho Fiscal das Indústrias Nucleares do Brasil – INB, de 04/2014 a 03/2015.
Membro – Científico do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas – CBPF de 10/2014 a 10/2016.
Orientou mais de trinta mestrados e doutorados e publicou mais de 300 artigos científicos em revistas e anais de congressos.
Aposentou-se em 09/2019 após 44 anos de trabalho no IPEN.
Foi agraciado com o título de Pesquisador Emérito do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares – IPEN em 30/08/2021 durante as comemorações de 65 anos do IPEN e 45 anos do Programa de Pós-Graduação do Instituto junto a USP. -
- 05/01/2022 - FAPESP e Shell lançam chamada para constituir Centro de Inovação OffshoreNovo centro visa incorporar tecnologias e processos sustentáveis e de baixa emissão de carbono à produção de energia offshore
Novo centro visa incorporar tecnologias e processos sustentáveis e de baixa emissão de carbono à produção de energia offshore
Fonte: Agência FAPESP
A FAPESP e a Shell anunciaram a abertura de uma chamada de propostas para constituição do Centro de Inovação Offshore Shell Brasil-FAPESP (OIC). Propostas serão recebidas até 29 de março de 2022."Há mais de cinco anos a Shell e a FAPESP vêm investindo conjuntamente em pesquisa. Este modelo de parceria, com investimentos públicos e privados, potencializa exponencialmente a capacidade de geração de respostas. Esperamos que os pesquisadores do Estado de São Paulo apresentem propostas com perguntas científicas que valorizem ainda mais estes investimentos. O acordo propicia que o aporte de R$ 35 milhões pela FAPESP viabilize o aporte de R$ 52 milhões por parte da Shell nas diferentes instituições acadêmicas lideradas pela USP", afirmou Luiz Eugênio Mello, diretor científico da FAPESP.O OIC será o terceiro Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) constituído em parceria entre a FAPESP e a Shell. Já estão em operação o Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI), com sede na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e o Centro de Inovação em Novas Energias (CINE), com sedes na USP, na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen).No segundo semestre de 2022, após anúncio dos resultados, o OIC se juntará ao portfólio de núcleos mantidos pelos dez CPEs da FAPESP, que viabiliza sinergias entre a iniciativa privada e o setor acadêmico visando produzir e disseminar pesquisa de nível mundial, bem como gerar alto impacto econômico e social por meio da inovação.O novo centro se concentrará em pesquisas e tecnologias com potencial de impactar positivamente a forma como a indústria de energia offshore é construída e operada – iniciando a transição para a esperada produção de energia com redução de emissões e sustentabilidade.O edital define cinco áreas tecnológicas que devem ser abordadas pelo novo centro: processos inovadores; baixa emissão de gás carbônico offshore; saúde segurança e meio ambiente; materiais inovadores e nanotecnologia; e ciências computacionais e digitais.As propostas para a constituição do OIC devem prever no plano de pesquisa o desenvolvimento de um ou mais projetos para cada área tecnológica, com objetivos e metas específicos.O Centro de Inovação Offshore deverá ter sede em uma instituição de ensino superior e pesquisa no Estado de São Paulo, que será responsável pela coordenação científica dos projetos do centro e pela gestão e custeio das atividades administrativas ali desempenhadas.A instituição-sede também gerenciará, no âmbito da execução dos projetos, a participação de instituições parceiras, ou seja, outras empresas, instituições credenciadas, universidades ou startups que irão compor o seu ecossistema de pesquisa.Caberá também à instituição-sede apoiar o pesquisador responsável que responderá pela iniciativa do OIC e que liderará o comitê executivo do centro, órgão encarregado da supervisão de todas suas operações diárias. O pesquisador responsável terá como pares membros das instituições de pesquisa envolvidas, como os coordenadores de inovação e difusão, bem como da Shell (à qual cabem as posições do diretor-adjunto e do representante de inovação).FAPESP e Shell financiarão o novo centro por até cinco anos, renováveis por outros cinco, mediante aportes anuais de até R$ 17,5 milhões. Ao final de sua vigência, o OIC captará um volume total de recursos da ordem de R$ 87,5 milhões, divididos entre FAPESP e Shell na proporção de 40% e 60%, respectivamente.Propostas devem ser submetidas por meio do SAGe (https://fapesp.br/sage). Após o recebimento de todas as avaliações, revisores nomeados em conjunto por FAPESP e Shell enviarão um feedback aos proponentes.A chamada de propostas está disponível em: fapesp.br/15247. -
- 29/12/2021 - Esvaziar IPEN “põe em risco a vida de 2 milhões de pessoas” que se tratam de câncer, alerta diretor do institutoGoverno cortou verbas do Instituto que fabrica radiofármacos usados no tratamento e no diagnóstico de câncer. Ao mesmo tempo, parlamentares ligados ao Planalto iniciaram tramitação da PEC para esvaziar instituto e privatizar o setor
Governo cortou verbas do Instituto que fabrica radiofármacos usados no tratamento e no diagnóstico de câncer. Ao mesmo tempo, parlamentares ligados ao Planalto iniciaram tramitação da PEC para esvaziar instituto e privatizar o setor
Fonte: Hora do Povo
O governo Bolsonaro cortou 44,8% dos recursos destinados à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), na Lei Orçamentária Anual 2021. O corte levou à paralisação, pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), da produção de radiofármacos e radioisótopos usados para o tratamento de câncer no Brasil. Em 2020, a verba repassada ao IPEN pelo governo federal foi de R$ 165 milhões. Neste ano, até agosto, o instituto recebeu pouco mais de R$ 91 milhões.Corte de Verbas
Este corte abrupto de verbas colocou em risco a vida de cerca de 2 milhões de pessoas em todo o país, segundo a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN). O IPEN é responsável pelo fornecimento de 25 tipos de radiofármacos aos laboratórios e hospitais de todo o Brasil. Cerca de 85% de toda a produção nacional desse tipo de medicamento, com material radioativo, sai de lá.
Os radiofármacos produzidos pelo IPEN têm duas funções. Uma é o tratamento em si que, no caso de alguns tipos de câncer, são a única opção. Outra é o diagnóstico por imagem – exames que ajudam a detectar a presença do câncer e de outras doenças. Com a falta de verbas, hospitais chegaram a cancelar tratamentos por causa do desabastecimento.
Paralelo aos cortes de verbas do governo que ameaçaram a vida das pessoas, avançou no Congresso Nacional a tramitação de uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que tem o objetivo de esvaziar a atuação do IPEN e transferir para grupos privados a responsabilidade pela importação e fabricação dos radiofármacos.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 517/10, do Senado, de autoria do senador Álvaro Dias (Podemos-PR), prevê a quebra do monopólio governamental para a produção dos radioisótopos. Hoje, a produção e a comercialização desses fármacos no Brasil são realizadas por intermédio da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e seus institutos, como o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), em São Paulo.
Segurança Nacional
A Constituição já autoriza, sob regime de permissão, a comercialização e a utilização de radioisótopos para pesquisa e uso médico. A produção por empresas privadas é permitida no caso de radiofármacos de curta duração (meia-vida igual ou inferior a duas horas). Ao defender a aprovação do texto da PEC, o General Peternelli, relator do projeto na Câmara, argumentou que a produção pela iniciativa privada "resultará em menores custos para a pesquisa, a produção e o uso de radiofármacos, pois eliminará gastos relacionados com o processo de importação, frete, seguros e câmbio”.
O superintendente do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, da Comissão Nacional de Energia Nuclear (IPEN-CNEN), Wilson Calvo, enviou carta aos parlamentares da Comissão Especial da Câmara dos Deputados e contestou as afirmações do relator. "Atualmente, o preço do gerador de 2.000mCi (radiofármaco) produzido pelo IPEN-CNEN é de R$ 6.835,00 e o praticado pela iniciativa privada é de R$17.200,00. Mesmo com a correção pela variação cambial do radioisótopo (99Mo), o preço desse gerador praticado pelo instituto passaria a R$8.885,50. Além disso, tratam-se de produtos injetáveis e o rigor da ANVISA e a saúde dos pacientes são prioritários”, informa Wilson Calvo.
Em entrevista ao HP, o superintendente do IPEN alertou que a PEC-517/2010, que abre caminho para a quebra do monopólio da União, não garante o investimento do Estado, imprescindível à modernização das instalações de produção do Centro de Radiofarmácia do IPEN/CNEN.
Calvo informou que, depois de ter sido adiada a votação algumas vezes e terem sido canceladas em duas ocasiões audiências públicas com entidades representativas da comunidade científica, a Proposta de Emenda à Constituição que autoriza a iniciativa privada a produzir e comercializar todos os radioisótopos de uso na medicina foi aprovada, no último dia 15 de dezembro, e deverá seguir para apreciação do Plenário da Câmara dos Deputados.
O especialista explicou que radioisótopos são os insumos necessários para a obtenção de radiofármacos (medicamentos que emitem radiação) utilizados no diagnóstico e tratamento de doenças, principalmente contra o câncer, cuja produção, atualmente, é monopólio da União, sob a responsabilidade do IPEN/CNEN.
50 Milhões de Procedimentos
"Nós não somos contra a iniciativa privada, mas o texto da PEC não garante, por exemplo, os recursos para a obtenção das boas práticas de fabricação (BPF) no IPEN/CNEN e o consequente registro definitivo dos produtos junto à Anvisa”, afirmou Calvo. Entre os 24 radiofármacos produzidos pelo IPEN/CNEN, atualmente, estão os geradores de 99mTc, responsáveis por 85% dos diagnósticos de doenças em Medicina Nuclear, e 21 produtos possuem registro na Anvisa "por meio de uso consagrado, com mais de 50 milhões de procedimentos realizados no País”.
Para produzir os geradores de 99mTc, o IPEN/CNEN depende 100% da importação do insumo, o radioisótopo 99Mo, fornecido pela Rússia, África do Sul e Holanda. Em mais de seis décadas de atuação, o Instituto só teve a produção comprometida em três situações: em 2009, com a paralisação do então principal produtor mundial de radioisótopos, o Reator Nuclear NRU, do Canadá; no auge da pandemia de Covid-19, em 2020, que comprometeu a logística de voos internacionais; e este ano, após o corte de 44,8% nos recursos destinados à CNEN, na Lei Orçamentária Anual 2021.
"E mesmo em 2020, com a pandemia, o IPEN/CNEN não deixou de abastecer as clínicas e os hospitais. Inclusive, na ocasião, nossos esforços foram reconhecidos pela própria SBMN [Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear] e pela Casa Civil [pronunciamento em cadeia nacional do ministro Braga Neto]”, ressalta Calvo. Em carta enviada ao superintendente, a diretoria da SBMN agradeceu ao Instituto "pela sua atuação, que possibilitou a chegada de insumos vindos da África do Sul até o Instituto de forma segura, em operação de repatriação de brasileiros e ação integrada com a CNEN, Casa Civil e os Ministérios da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e das Relações Exteriores (MRE)”.
Reator Multipropósito Brasileiro
Para o superintendente do IPEN, a principal saída para o Brasil é a consolidação do Projeto Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), a ser instalado em Iperó (SP), que vai garantir ao País autossuficiência na produção de radioisótopos, principalmente do 99Mo. "Além disso, o RMB pode ser também um potencial exportador desse radioisótopo, saindo o Brasil da condição de dependência total para a de fornecedor mundial. Mas isso deveria estar contemplado no texto da PEC-517/2010, e não está”, adverte Calvo.
Um dos pontos levantados por Calvo, em todas as suas manifestações sobre a PEC-517/2010, é justamente a necessidade de adoção de uma matriz autossustentável para o Instituto, de maneira que não dependa exclusivamente do Estado e que, no futuro, venha a ser praticado no RMB. Ou seja, um modelo em que os recursos da comercialização dos itens a serem produzidos e dos futuros serviços tecnológicos prestados sejam revertidos ao próprio produtor.
Essas medidas, segundo o superintendente do IPEN/CNEN, possibilitarão ampliar a oferta de diagnósticos e terapias a preços mais acessíveis ao Sistema Único de Saúde (SUS), expandindo e democratizando o atendimento aos usuários da rede pública. "Atualmente, dos 2 milhões de procedimentos realizados por ano, somente 25% são destinados à população que depende da rede pública de saúde. Entretanto, esta proposta de ampliação encontra-se em risco, da forma como está o texto da PEC-517/2010”.
Os países com maior número de procedimentos (diagnósticos e terapias) em Medicina Nuclear possuem seus próprios reatores nucleares de pesquisa, para produção dos radioisótopos localmente, tais como, Estados Unidos e Argentina, dentre outros. A entrega da comercialização dos radiofármacos para a iniciativa privada retirará do IPEN uma de suas principais fontes de receitas exatamente no momento em que está sendo construído o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) que tornará o Brasil, não só autossuficiente em produção de radiosótopos, mas também exportador do produto.
O IPEN-CNEN possui um Plano de Ação firmado com a ANVISA até 2025 e vem trabalhando na modernização de suas instalações de produção dos radiofármacos e geradores de 99Mo/99mTc no Centro de Radiofarmácia. Dessa forma, produzirá no conceito de Boas Práticas de Fabricação (BPF), e registrará seus 24 produtos atuais não mais na RDC 263/2019 (radiofármacos de uso consagrado) e sim na RDC 451/2020, a qual dispõe sobre o registro, notificação, importação e controle de qualidade de radiofármacos e substitui a RDC 64/2009, que criou esta classe de medicamentos no Brasil. O Centro de Radiofarmácia terá capacidade para duplicar sua produção, preparando-se, principalmente, para a entrada em operação do RMB.
Investimentos em Tecnologia Nacional"É uma pena que todo o investimento de R$ 14 milhões que está sendo feito para modernizar a Radiofarmácia do IPEN, por meio do nosso projeto aprovado na FAPESP, corra o risco de se perder com a entrada da iniciativa privada no mercado, se passar essa PEC do jeito que está sendo proposta. Lamentavelmente, nem mesmo a mídia está interessada nessa discussão, que pode significar um retrocesso na medicina nuclear do Brasil, no sentido de desfavorecer a população usuária do Sistema público de saúde”, comentou Marcelo Linardi, pesquisador aposentado e coordenador do Projeto "Capacitação científica, tecnológica e em infraestrutura em radiofármacos, radiações e empreendedorismo a serviço da saúde (PDIp)”.
Os geradores de 99Mo/99mTc são responsáveis por 85% dos diagnósticos de doenças em Medicina Nuclear. Principalmente, representam 72,8% do faturamento/arrecadação anual no Instituto, no total de R$ 120 milhões em 2019. Os radiofármacos de iodo-131 (131I), lutécio-177(177Lu) e gálio-67 (67Ga) respondem, respectivamente, por 13,18%, 4,38% e 2,71%. Assim, dos 24 produtos distribuídos pelo IPEN-CNEN apenas esses 4 (quatro) têm grande interesse comercial pelo setor privado.
O novo Modelo de Gestão ao Centro de Radiofarmácia do IPEN-CNEN, juntamente com a produção nacional de radioisótopos no RMB, possibilitará ampliar os procedimentos de diagnósticos e terapias, a preços muito mais acessíveis aos pacientes do SUS, democratizando-se a Medicina Nuclear no País. Atualmente, dos próximos 2 milhões de procedimentos por ano, somente 25% são destinados à população mais carente, a qual mais necessita de Política Pública do Estado.
O deputado Alexandre Padilha (PT-SP), vem tentando impedir a aprovação da PEC, afirmando que a produção de radiofármacos é questão de "soberania nacional” e será equacionada com a construção do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), em São Paulo. "A falta de recursos para a aquisição de insumos necessários para a produção de radiofármacos não pode servir de justificativa para a privatização de produtos que envolvem a segurança e soberania do País”, disse o deputado.
O reator poderá produzir os radioisótopos importados pelo IPEN. O tratamento é feito em cerca de 440 clinicas privadas e do Sistema Único de Saúde (SUS).
Na avaliação da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), a proposta de emenda à Constituição, se aprovada, vai retirar recursos do setor nuclear público brasileiro e prejudicar pacientes do Sistema Único de Saúde, com um possível encarecimento da produção. "Não podemos entregar a produção de insumos para a rede privada, sucatear o IPEN e encarecer produtos para o SUS”, afirmou a deputada.
Convocada duas vezes a se manifestar em audiência pública, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) foi comunicada do cancelamento poucas horas do início previsto para sua participação. Entretanto, em Carta Aberta divulgada em 18 de novembro, o presidente Renato Janine Ribeiro alertou que a "quebra do monopólio causará danos gravíssimos”, podendo trazer irremediáveis prejuízos à saúde da população brasileira”.
Segundo Janine, a aprovação da PEC-517/2010 também vai "afetar o desenvolvimento cientifico e tecnológico nesta área tão estratégica da medicina nuclear”. O presidente da SBPC lamentou o "cancelamento em cima da hora” e solicitou que a comunidade cientifica fosse ouvida para que pudesse "apresentar seus argumentos contrários a aprovação desta PEC”. De acordo com o presidente da SBPC, a entidade não obteve resposta da Comissão.
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- 21/12/2021 - Gabryele Moreira estuda desigualdade de gênero na física nuclearEssa #MulherCientista é a primeira brasileira negra a receber o Prêmio Marie Curie da Agência Internacional de Energia Atômica – graças a suas pesquisas em desigualdade de gênero e em física médica.
Essa #MulherCientista é a primeira brasileira negra a receber o Prêmio Marie Curie da Agência Internacional de Energia Atômica – graças a suas pesquisas em desigualdade de gênero e em física médica.
Fonte: Super InteressanteNatural da periferia de Salvador (BA), Gabryele Moreira teve um choque quando foi realizar seu mestrado em tecnologia nuclear no Instituto de Pesquisas Energéticas Nucleares (IPEN), em São Paulo. "Eu conseguia me reconhecer nas pessoas quando estava na Bahia. Mas, quando cheguei ao IPEN, percebi que as pessoas pretas como eu eram minoria”, conta à Super.A pesquisadora da área nuclear teve muita influência de professoras negras quando estudava em uma escola pública próxima a uma unidade da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Foram essas mulheres que mostraram à Gabryele a importância do ensino superior, e a possibilidade de ingressar em universidades públicas a partir do sistema de cotas. Em São Paulo, por outro lado, ela não encontrava pessoas de sua cor à frente das salas de aula.Gabryele conta que começou a perceber, a partir do cotidiano do instituto, como o mundo da energia nuclear é dominado por homens brancos. Foi então que ela conheceu a WiN (Women in Nuclear), organização sem fins lucrativos que trabalha para que mais mulheres participem do setor nuclear, ocupando espaços de liderança."Às vezes, você precisa ter um choque para transformá-lo, em algum momento, em uma revolução”, afirma Gabryele. "Não dá para cruzar os braços.” Então, a pesquisadora decidiu investigar a desigualdade de gênero na área nuclear, partindo do IPEN – que é vinculado à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e localizado na Universidade de São Paulo (USP).
Junto às pesquisadoras Priscila Rodrigues, Karoline Suzart e Nelida Mastro, ela desenvolveu um estudo do perfil sociocultural das mulheres do instituto. Elas responderam perguntas sobre sua cor, naturalidade, áreas que atuam e se ocupam cargos de chefia. O formulário também questionava se elas eram orientadas, em seus estudos, por homens ou mulheres. A pesquisa ouviu também mulheres das áreas técnica e administrativa do IPEN.
Um total de 105 mulheres responderam ao questionário. Cerca de 84% delas se declararam brancas; 9,6% negras e 6,7% amarelas. "A maioria das mulheres são orientadas por homens brancos e há poucas mulheres em cargos de chefia. A gente também percebeu que a maioria das mulheres estavam na área de física médica”, explica Gabryele.
A física médica é uma área da física nuclear aplicada à saúde, que envolve a produção de medicamentos para tratamento de câncer – dos quais 85% produzidos no Brasil são feitos no IPEN. Pesquisadores da área são responsáveis por equipamentos usados na radiologia, além do planejamento e cálculo de doses para tratamentos de câncer.
Gabryele, que se formou em Física Médica pela Universidade Federal de Sergipe (UFS) em 2018, indica que as descobertas do estudo demonstram a feminilização da área de saúde – fenômeno que acontece porque as mulheres tradicionalmente estão envolvidas em tarefas relacionadas a cuidar, educar e servir.
A investigação e a pesquisa de mestrado – sobre análise de amostras biológicas, geológicas e ambientais em reator nuclear – renderam à Gabryele o Prêmio Marie Curie da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA, em inglês), ligada à Organização das Nações Unidas (ONU). Ela é a primeira mulher preta brasileira a receber a premiação.
O prêmio oferece uma bolsa de 10 mil a 40 mil euros para que pesquisadoras se mantenham na área nuclear. Gabryele também terá a possibilidade de estudar no exterior, fazendo um estágio na IAEA – na sede em Viena (Áustria) ou em instituições vinculadas.
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- 16/12/2021 - Proposta macabra. Facada no projeto do reator multipropósito.Fonte: Blog Tania MalheirosEm mais um ano marcado pelo sofrimento dos brasileiros com a pandemia da Covid-19, a alta do desemprego e a crise econômica sanitária que o governo Bolsonaro colocou o país, temos sofrido também a descontinuidade de políticas e serviços públicos, como forma primária de justificar a redução dos investimentos e sua posterior privatização. Um dos principais exemplos desta agenda nefasta é o desfinanciamento do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), que por mais de uma vez, interrompeu a produção de radiofármacos devido a suspensão de repasses do governo federal.O IPEN é uma das principais instituições de pesquisa técnico-científica e de desenvolvimento tecnológico do nosso país. Administrado pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), autarquia do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), o órgão é fundamental na garantia do direito à saúde, através da produção de radiofármacos.
É uma indústria radiofarmacêutica de excelência e, além de sofrer com a ausência de recursos, foi golpeada com a PEC 517/2010, de autoria do Senador Álvaro Dias, que busca determinar que, sob regime de permissão, serão autorizadas a comercialização e a utilização de radioisótopos para a pesquisa e usos agrícolas e industriais, e a produção, a comercialização e a utilização de radioisótopos para a pesquisa e uso médicos.
Discutimos a PEC por mais de um mês e meio na Comissão Especial criada para analisar a proposta e junto com outros parlamentares da oposição, após muitas obstruções, impedimos que o texto original fosse aprovado pelo que ele significa de ataques ao direito à saúde dos brasileiros e a soberania nacional. Um projeto macabro de concentração e abandono da maioria da população brasileira no acesso a esses serviços.
A quebra do monopólio para os radioisótopos de meia-vida curta não proporciona a democratização do acesso, pelo contrário. A atuação da iniciativa privada se concentrou nas capitais do Sul e Sudeste, onde evidentemente há retorno dos investimentos. Desta forma, a expansão do acesso e dos serviços não se deu pela quebra do monopólio, ação que fica evidente ao identificarmos que o IPEN continua responsável pela quase totalidade da oferta dos radiofármacos usados no SUS e na saúde suplementar no Brasil.
Com destaques, o texto foi aprovado na Comissão e caso também seja no plenário da Câmara dos Deputados vai significar que: o governo federal vai se sentir desobrigado a manter investimentos no IPEN; uma empresa que registrar qualquer produto na Anvisa, o IPEN estará impedido de o produzir; medicamentos que já são caros ficarão ainda mais e aumento de lobbies para pressão no orçamento do SUS e aumento na mensalidade dos planos de saúde.
Além da área da saúde, a proposta dá uma facada no projeto do reator multipropósito, que garante soberania de produção do insumo para que o Brasil não precise mais importar.
Esse relatório vai asfixiar o IPEN, aumentar o valor dos insumos, tirar mais dinheiro do SUS e dos usuários dos planos de saúde, concentrar os serviços para um mercado menos aquecido e inviabilizar o projeto do reator multipropósito.
Todas as audiências públicas da Comissão foram acompanhadas pelos trabalhadores do IPEN que, durante mais de 60 anos de atividade, exerceu o seu papel de principal fornecedor de radiofármacos para clínicas e hospitais instalados por todo o país e nunca faltou com o que a Constituição brasileira estabelece como obrigação do Estado. Inclusive, em conjunturas extremamente adversas, como a atual de pandemia, com o atendimento de 100% da demanda.
A tramitação da PEC segue no Congresso e qualquer marco legal em relação aos radioisótopos deveria ter como ponto central o direito à saúde e à vida, estabelecidos com a nossa Constituição, que determina que o direito à saúde da população não deve ser algo movido aos interesses do mercado. Pode haver parceria privada no desenvolvimento e tecnologia, mas desde que liderada pelo interesse público, pelo SUS. Vamos permanecer na luta para que o direito seja garantido.
Alexandre Padilha - Médico, professor universitário, deputado federal (PT-SP), ministro da Coordenação Política de Lula e da Saúde de Dilma e Secretário de Saúde na gestão Fernando Haddad na cidade de SP.
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- 15/12/2021 - Medicina nuclear: produção de medicamentos para combater o câncer nas mãos da iniciativa privadaFonte: Blog Tania MalheirosA comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa a possibilidade de produção de radioisótopos de uso médico pela iniciativa privada concluiu na noite desta quarta-feira (15) a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 517/10, de autoria do senador Álvaro Dias (PSDB-PR). O último destaque ao relatório do deputado General Peternelli (PSL-SP) foi rejeitado. O texto poderá seguir para análise do Plenário da Câmara.A proposta aprovada quebra o monopólio do governo para a fabricação de radioisótopos. Atualmente, a produção e a comercialização desses fármacos no Brasil são realizadas pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares da Comissão Nacional de Energia Nuclear (IPEN-CNEN). O General defende que a privatização reduzirá os custos da produção. A direção do IPEN afirma que é o contrário.
A Constituição autoriza hoje, sob regime de permissão, a comercialização e a utilização de radioisótopos para pesquisa e uso médico. A produção por empresas privadas, no entanto, só é aceita no caso de radiofármacos de curta duração (meia-vida igual ou inferior a duas horas).
Radioisótopos ou radiofármacos são substâncias que emitem radiação usadas no diagnóstico e no tratamento de diversas doenças, principalmente o câncer. Um exemplo é o iodo-131, que emite raios gama e permite diagnosticar doenças na glândula tireoide.
Os deputados Alexandre Padilha (PT-SP), Jorge Solla (PT-BA) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ), entre outros, criticaram a matéria. Na avaliação dos parlamentares, a PEC 517/10, se aprovada, vai retirar recursos do setor nuclear público brasileiro e prejudicar pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), com um possível encarecimento da produção.
São dois milhões de procedimentos por ano por clinicas privadas e do SUS. "Apenas reivindicamos que a regulação desse processo fosse pública, pelo SUS. A lógica do preço cobrado desse radiofármaco tem que ser a da regulação pública. Não pode ser a lógica da iniciativa privada, que pratica hoje um preço quase três vezes maior que o do País”, afirmou o deputado Alexandre Padilha.
Fonte: Agência Câmara de Notícias – Foto: General Peternelli. Leia diversas matérias sobre o assunto, entre elas, a carta do presidente do IPEN, na semana passada.
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- 11/12/2021 - Estudante da USP é primeira brasileira preta premiada com bolsa de agência nuclear internacionalAna Gabryele Moreira, natural de Salvador (BA), é mestranda na capital paulista e terá incentivo após analisar a participação das mulheres na área nuclear do IPEN. Ela recebeu o Prêmio Marie Curie da Agência Internacional de Energia Atômica.
Ana Gabryele Moreira, natural de Salvador (BA), é mestranda na capital paulista e terá incentivo após analisar a participação das mulheres na área nuclear do IPEN. Ela recebeu o Prêmio Marie Curie da Agência Internacional de Energia Atômica.
Fonte: G1
Estudante de física médica na Universidade de São Paulo (USP), Ana Gabryele Moreira, de 29 anos, seguirá o mestrado fora do país em 2022. Isso porque ela se tornou a primeira mulher preta brasileira a receber o Prêmio Marie Curie da Agência Internacional de Energia Atômica (de sigla IAEA, em inglês), ligada à Organização das Nações Unidas (ONU).
Nascida no bairro de Cajazeiras, área periférica da capital baiana Salvador, a jovem contou com uma série de mulheres a incentivando em sua trajetória escolar. Ela levou o prêmio justamente através de uma análise sobre a participação delas na área nuclear.
Com a conquista do prêmio, a jovem preta terá uma bolsa de 10 mil a 40 mil euros para estudar no exterior a partir do ano que vem. Ainda não está definido o local, podendo ser a sede da Agência, que fica em Viena, na Áustria.
Em 2020, a IAEA iniciou um trabalho para incentivar mulheres a ingressarem no mundo da energia nuclear. Como explica Gabryele, contemplada nesta segunda edição do prêmio, a área é praticamente toda dominada por homens brancos.
"Desenvolvi uma pesquisa junto ao instituto e a WiN Brasil para entender o perfil sociocultural dessas mulheres. Foi perguntado cor, naturalidade, se são orientadas por homens ou mulheres, áreas que mais atuam, mulheres que são referências no instituto pra elas, se tem cargo de chefia", conta, sobre a pesquisa "Estudo do perfil sociocultural de mulheres que atuam em um instituto nuclear brasileiro", feito por ela, Priscila Rodrigues, Karoline Suzart e Nelida Mastro.
Resultados da pesquisa
Ana Gabryele traçou o perfil sociocultural dessas mulheres. Nos resultados, com base em respostas voluntárias, as raras mulheres que ocupam espaços são divididas em 84% brancas e apenas 10% pretas. "Não há nenhuma indígena e há poucas mulheres ocupando cargos de chefia", completa.
O estudo da física nuclear contempla, além do estudo na área nuclear em reatores e usinas, a produção de medicamentos para tratamento de câncer, utilizados hoje pelo SUS. São calibrados equipamentos utilizados na radiologia, detectores de radiação e é feito o planejamento e cálculo de doses corretas para tratamentos de câncer, como em Física Médica, por exemplo.
São funções, como conta a estudante preta, mais voltadas para a saúde. E é onde as mulheres aparecem mais. "Escolher áreas da biomédica sugere feminilização da ocupação. A profissionalização feminina, há séculos, estava relacionada a funções que mulheres desempenham tradicionalmente, atividades como cuidar, educar, servir, que eram entendidas como dom ou vocação".
Apesar de estudar tecnologia nuclear, Ana também segue como estudante de física médica. Paralelamente, busca mostrar os trabalhos dessas mulheres, entre elas Linda Caldas, Constância Pagano, Mitiko Saiki, Denise Furgaro e Maria Elisa Rostelato. "São as mais citadas e reconhecidas entre as mulheres do instituto", pontua.
"Teve o trabalho de um homem, aqui no Brasil, em que ele cita 16 homens na física nuclear, nenhuma mulher. E trazemos justamente essa crítica, que tem mulheres muito boas trabalhando na física nuclear do Brasil, reconhecidas internacionalmente, e mulheres não são citas", exemplifica, ao citar o livro "O Programa Nuclear Brasileiro", de Carlo Patti, analisado em uma dissertação de Camila Faiçal Cruz.
Trajetória até o estudo internacional
Desde a formação em escola que ficava próximo a uma unidade da Universidade Federal da Bahia, onde explicavam a importância do ensino superior, foram as mulheres responsáveis por instigar Ana Gabryele. Ela é a primeira pessoa da família a ingressar na universidade pública graças, como ela conta, ao sistema de cotas.
Filha de um trabalhador de transporte coletivo e uma dona de casa, ela tentou por cinco anos entrar na UFBA, até passar na Universidade Federal de Sergipe, depois de ter feito um curso tecnológico em radiologia. Ali, recebeu o conselho de ir para a física médica. Deu certo.
"A partir disso, durante toda a minha graduação, dependi de auxílio permanência e moradia estudantil, como o Reuni. Sem todos esses auxílios não seria possível para mim permanecer na universidade", relembra. "Eu sou apenas uma dos milhares de jovens com origens e trajetórias semelhantes: periféricas e pretas, que precisam desta oportunidade e condições para poder sonhar com o que estou vivendo agora. Esses auxílios sofrem cortes orçamentários, devido a ações do governo federal no atual momento", critica.
As professoras do ensino básico deram lugar às orientadoras Divanizia Nascimento, Ana Maia, Susana Lalic, Marcia Attie e Laélia Campos, do curso de Física Médica da Universidade Federal do Sergipe, onde Ana se formou. Elas incentivam as estudantes durante a graduação a conquistarem novas possibilidades no meio acadêmico. Foram elas as responsáveis por provocarem Ana a se mudar e estudar em São Paulo, no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), dentro da USP – onde fica o primeiro reator nuclear do Brasil e onde algumas delas se formaram.
É nele que são produzidos 25 medicamentos diferentes para o tratamento de câncer, os chamados radiofármacos. Cerca de 85% destes medicamentos no país são feitas no instituto.
O IPEN é vinculado à Comissão Nacional de Energia Nuclear, a CNEN, que fiscaliza e regulamenta o uso da energia nuclear em todo o país. Internacionalmente, o CNEN se reporta à Agência Internacional de Energia Atômica. Estava feito o elo para Ana Gabryele tentar - e conseguir - sua bolsa.
"A área nuclear é muito voltada para homens brancos e a agência está com projeto de equidade de gênero", diz Ana. Para alterar a situação atual, surgiu o WiN (Mulheres na área nuclear, em tradução livre do inglês) – entre eles Win Brasil (Mulheres do Setor Nuclear Brasil), entidade presidida por Danila Dias.
"O propósito é fazer análise quantitativa, promover ações, eventos científicos, desmistificar e incentivar meninas e mulheres a entrarem na área, além de garantir que se tenha um espaço para elas se sentirem acolhidas", afirma a estudante.
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- 08/12/2021 - Medicina Nuclear: adiada votação visando privatizar a produção de medicamentos contra o câncerFonte: Blog Tania MalheirosA Comissão Especial da Câmara dos Deputados adiou a votação da proposta que prevê a possibilidade de produção de radioisótopos de uso médico pela iniciativa privada, que estava marcada para esta quarta-feira (8). A nova data da votação ainda não foi marcada. A produção de radiofármacos (medicamentos que emitem radiação para o combate ao câncer), a partir de radioisótopos (insumos) é de responsabilidade do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares da Comissão Nacional de Energia Nuclear (IPEN-CNEN), com mais de 60 anos de existência.Os destaques apresentados pelo PT estavam previstos para serem votados pelo colegiado hoje, mas a reunião foi encerrada em razão do início das votações no Plenário. O deputado Alexandre Padilha (PT-SP), que apresentou os destaques, pediu para que cada um dos três tópicos da proposta seja votado separadamente. O texto-base do relator, deputado General Peternelli (PSL-SP) já foi aprovado na semana passada.
A quebra do monopólio para a produção desses fármacos está prevista na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 517/10, do senador Álvaro Dias (PSDB-PR), que tem sido condenada por entidades como a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). O presidente da SBPC, Renato Janine Ribeiro, vem denunciando que sua presença tem sido vetada nas audiências e alerta que a quebra do monopólio causará danos gravíssimos.
"Entendemos que poderá trazer irremediáveis prejuízos à saúde da população brasileira, além de afetar o desenvolvimento cientifico e tecnológico nesta área tão estratégica da medicina nuclear, a comunidade cientifica gostaria de ser ouvida para que possa apresentar seus argumentos contrários a aprovação desta PEC.”
A Constituição autoriza hoje, sob regime de permissão, a comercialização e a utilização de radioisótopos para pesquisa e uso médico. A produção por empresas privadas, no entanto, só é permitida no caso de radiofármacos de curta duração (meia-vida igual ou inferior a duas horas). Radioisótopos ou radiofármacos são substâncias que emitem radiação e que são usadas no diagnóstico e no tratamento de diversas doenças, principalmente o câncer. Um exemplo é o iodo-131, que emite raios gama e permite diagnosticar doenças na glândula tireoide.
SOBERANIA DO PAÍS
Autor dos destaques que ainda podem alterar a proposta, o deputado Alexandre Padilha (PT-SP) discorda dos argumentos do relator de que a abertura para o setor privado seja a solução. "A falta de recursos para a aquisição de insumos necessários para a produção de radiofármacos, bem como os limites fiscais, não podem servir de justificativa para a privatização de produtos que envolvem a segurança e soberania do País”, disse.
Alexandre Padilha destaca ainda que está em construção no País o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), em Iperó, São Paulo. Entre os objetivos do RMB está a produção de radioisótopos e de radiofármacos a fim de suprir toda a demanda nacional, incluindo a de molibdênio-99, gerador do tecnécio-99m, que é o radioisótopo mais utilizado na medicina nuclear.
Fonte: Agência Câmara de Notícias - SBPC
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- 03/12/2021 - CNEN participa da 18ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) em Brasília - 3 a 10 de dezembroFonte: site da CNEN
A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) participa, de 3 a 10 de dezembro, da 18ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), promovida pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). Em um estande montado no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, em Brasília, a Comissão apresenta aplicações da energia nuclear realizadas em diferentes áreas e que beneficiam a sociedade brasileira. A instituição também mostra suas atividades no licenciamento e controle do uso das radiações ionizantes no Brasil e os principais projetos que desenvolve na atualidade, como o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB).
No Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade estão reunidas diversas instituições brasileiras que atuam na área de pesquisa, desenvolvimento e inovação. A abertura oficial do evento ocorreu na tarde da última sexta-feira (3/12). Na ocasião, estiveram presentes o presidente da CNEN, Paulo Roberto Pertusi, e o titular da Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento (DPD) da instituição, Madison Coelho de Almeida. Após a solenidade de abertura, ambos estiveram no estande da CNEN e conversaram com os expositores e com o público. Na tarde de quarta-feira (8/12), o ministro Marcos Pontes, do MCTI, foi conhecer o estande da CNEN, onde foi recebido pelos expositores e pelo presidente da instituição.
Este ano, o estande da CNEN conta com cerca de 20 expositores vindos de diferentes unidades da instituição. Há servidores do Instituto de Engenharia Nuclear (IEN/CNEN), do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN/CNEN), do Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD/CNEN), do Centro Regional de Ciências Nucleares do Nordeste (CRCN-NE/CNEN), do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN/CNEN) e do Escritório de Brasília (ESBRA/CNEN). Em suas diferentes áreas de atuação, os profissionais explicam como a tecnologia nuclear beneficia os brasileiros através de diversas e diversificadas aplicações.
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- 02/12/2021 - Comissão especial aprova texto-base da PEC que autoriza empresas privadas a produzir radiofármacosAinda restam votar destaques apresentados pelo PT, que é contra a quebra do monopólio estatal
Ainda restam votar destaques apresentados pelo PT, que é contra a quebra do monopólio estatal
Fonte: Agência Câmara de NotíciasA comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa a possibilidade de produção de radioisótopos de uso médico pela iniciativa privada aprovou na quarta-feira (1º) o texto-base do relator, deputado General Peternelli (PSL-SP). O colegiado marcou para 8 de dezembro a votação dos três destaques apresentados pelo PT.
A quebra do monopólio governamental para a produção desses fármacos está prevista na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 517/10, do Senado.
Atualmente, a Constituição já autoriza, sob regime de permissão, a comercialização e a utilização de radioisótopos para pesquisa e uso médico. A produção por empresas privadas, no entanto, só é permitida no caso de radiofármacos de curta duração (meia-vida igual ou inferior a duas horas).
Radioisótopos ou radiofármacos são substâncias que emitem radiação usadas no diagnóstico e no tratamento de diversas doenças, principalmente o câncer. Um exemplo é o iodo-131, que emite raios gama e permite diagnosticar doenças na glândula tireóide.
Redução de custos
Ao defender a aprovação do texto, Peternelli argumentou que a produção pela iniciativa privada "resultará em menores custos para a pesquisa, a produção e o uso de radiofármacos, pois eliminará gastos relacionados com o processo de importação, frete, seguros e câmbio”.
O Sistema Único de Saúde (SUS) possui 65 procedimentos incorporados que utilizam radiofármacos, sendo 54 para diagnóstico e 11 terapêuticos.
Hoje, a produção e a comercialização de radioisótopos no Brasil são realizadas por intermédio da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) e seus institutos, como o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em São Paulo.
Destaques
Autor dos destaques que ainda podem alterar a proposta, o deputado Alexandre Padilha (PT-SP) discorda que a abertura para o setor privado seja a solução. "A falta de recursos para a aquisição de insumos necessários para a produção de radiofármacos, bem como os limites fiscais, não podem servir de justificativa para a privatização de produtos que envolvem a segurança e soberania do País”, disse.
Alexandre Padilha destaca ainda que está em construção no País o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), em Iperó, São Paulo. Entre os objetivos do RMB está a produção de radioisótopos e de radiofármacos a fim de suprir toda a demanda nacional, incluindo a de molibdênio-99, gerador do tecnécio-99m, que é o radioisótopo mais utilizado na medicina nuclear.
Saiba mais sobre a tramitação de PECs
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- 02/12/2021 - CNS recomenda ao governo investimento de R$ 89,7 milhões para que SUS continue produção de radiofármacos até o final do anoFonte: Conselho Nacional da SaúdeO Conselho Nacional de Saúde (CNS) recomendou nesta quarta (1/12) a regularização imediata da produção e fornecimento de radiofármacos e a retomada do Complexo Econômico e Industrial da Saúde para a produção de medicamentos. A área vem passando por processo de desfinanciamento que tem prejudicado a população brasileira, especialmente quem depende de tratamentos radiofarmacológicos via Sistema Único de Saúde (SUS).
O documento é direcionado ao Governo Federal e ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. Segundo a recomendação, diante dos cortes recentes no orçamento, o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) teve que suspender a compra dos insumos, o que prejudicou toda a cadeia de produção e distribuição de radiofármacos e radioisótopos usados para o tratamento de câncer no Brasil.
O Ipen é responsável pelo fornecimento de 25 radiofármacos aos laboratórios e hospitais de todo o Brasil, que corresponde cerca de 85% de toda a produção nacional. Em 2020, a verba repassada ao Ipen, pelo Governo Federal, foi de R$ 165 milhões e até agosto de 2021, o instituto recebeu pouco mais de R$ 91 milhões, o que significa um corte de 46% dos recursos.
Segundo o CNS, o Ipen precisa de R$ 89,7 milhões em créditos suplementares para reforçar o caixa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e continuar com produção de radiofármacos até dezembro do corrente ano.
O documento informa ainda que o desabastecimento causado pela paralisação no Ipen pode afetar cerca de 2 milhões de pessoas em todo o país, segundo a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN).
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- 01/12/2021 - Câmara vota quebra do monopólio da produção de medicamentos contra o câncer. SBPC alerta sobre irremediáveis prejuízos para a população e ciênciaFonte: Blog Tania Malheiros
Todo o sistema de atendimento público e privado a pacientes que dependem de tratamento e diagnóstico contra o câncer pode estar ameaçado a partir desta quarta-feira (01/12). É que a comissão especial da Câmara dos Deputados vota hoje a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 517/2010, visando à quebra do monopólio da produção de radioisótopos (insumos com radiação) capazes de produzir radiofármacos (medicamentos) para salvar vidas de milhares de brasileiros.O presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Renato Janine Ribeiro, denunciou que sua presença tem sido vetada nas audiências e alerta que a quebra do monopólio causará danos gravíssimos. "Entendemos que poderá trazer irremediáveis prejuízos à saúde da população brasileira, além de afetar o desenvolvimento científico e tecnológico nesta área tão estratégica da medicina nuclear, a comunidade científica gostaria de ser ouvida para que possa apresentar seus argumentos contrários à aprovação desta PEC.”
A produção nacional dos radiofármacos é de responsabilidade do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, da Comissão Nacional de Energia Nuclear (IPEN-CNEN-SP), o maior da América Latina, com mais de 60 anos de existência. O IPEN-CNEN-SP importa os insumos da África do Sul, Holanda e Rússia, com os quais fabrica os radiofármacos para as clínicas privadas e o Sistema Único de Saúde (SUS). O desabastecimento ocorreu em agosto porque o governo não liberou recursos para a importação, gerando uma crise sem precedentes.
Segundo técnicos do setor, a produção de radioisótopos é regulada pela Constituição Federal e há restrições aos que possuem duração (meia-vida) superior a duas horas. A produção, nesses casos, é realizada exclusivamente pelo IPEN-CNEN-SP, instituto de pesquisa de reconhecida excelência.
O projeto visando a quebra do monopólio da produção é de autoria do senador Álvaro Dias (Podemos-PR) e relatado pelo deputado, general Peternelli (PSL-SP). A intenção é permitir que a iniciativa privada explore radioisótopos de meia-vida superior a duas horas.
Peternelli defende a aprovação da PEC afirmando que a permissão de atuação pela iniciativa privada poderia reduzir custos, em um argumento bastante corriqueiro entre os defensores da privatização das responsabilidades do Estado. Mas segundo fontes do setor, é exatamente o contrário. Haverá um aumento substancial dos insumos, se o setor for entregue à iniciativa privada, garantiram especialistas da área pública. Segundo eles, o governo quer também esvaziar outras entidades, como o Centro Nacional de Tecnologia Avançada (CEITEC), empresa pública que é a única fabricante de semicondutores na América Latina.
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- 01/12/2021 - Comissão vota proposta que pode dificultar tratamento contra o câncer no BrasilPEC relatada por deputado bolsonarista muda a política de produção de radioisótopos e pode afetar o tratamento contra o câncer, em especial no SUS
PEC relatada por deputado bolsonarista muda a política de produção de radioisótopos e pode afetar o tratamento contra o câncer, em especial no SUS
Fonte: Revista FórumUm projeto que pode ter consequências graves para o atendimento de câncer no Brasil pode ser aprovado em comissão especial da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (1º). A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 517/2010, que quebra o monopólio da produção de radioisótopos, ou radiofármacos, de duração prolongada (mais de duas horas), preocupa especialistas.
A produção de radioisótopos é regulada pela Constituição Federal e há restrições aos que possuem duração (maia-vida) superior a duas horas. Nesses casos, a produção é realizada exclusivamente pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) e seus institutos, como o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen). Ou seja, apenas instituições públicas de pesquisa.
O projeto, apresentado pelo senador Álvaro Dias (Podemos-PR) e relatado pelo deputado bolsonarista General Peternelli (PSL-SP), busca justamente permitir que a iniciativa privada explore radioisótopos de meia-vida superior a duas horas. Peternelli defende a aprovação da PEC afirmando que a permissão de atuação pela iniciativa privada poderia reduzir custos, em um argumento bastante corriqueiro entre os defensores da privatização das responsabilidades do Estado.
Essa mesma posição tem sido utilizada pelo governo de Jair Bolsonaro para esvaziar outras entidades, como o Centro Nacional de Tecnologia Avançada (CEITEC), empresa pública que é a única fabricante de semicondutores na América Latina.
Entidades científicas reagem à PEC 517
Essa quebra de monopólio é criticada pela Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência (SBPC), que foi impedida participar de audiência pública promovida pela comissão. Para a SBPC, a PEC afeta diretamente pacientes em tratamento de câncer, principalmente no Sistema Único de Saúde (SUS), e a pesquisa científica em medicina nuclear.
A presença da entidade foi cobrada por parlamentares de oposição que queriam ouvir o presidente da SBPC, Renato Janine Ribeiro, em audiência antes da votação do parecer do relator.
O Ipen vê o projeto com bastante preocupação. Em parecer enviado ao deputado Alexandre Padilha (PT-SP), o superintendente da instituição, Wilson Calvo, apontou que a aprovação da PEC pode provocar a interrupção na produção dos radiofármacos pelos pesquisadores do Ipen, impactando diretamente nos setores mais vulneráveis da sociedade.
Em parecer, Calvo destacou que o Ipen busca a autonomia em radioisótopos com o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), que está em fase de construção, em Iperó (SP). "Com o novo Modelo de Gestão ao Centro de Radiofarmácia do IPEN-CNEN, juntamente com a produção nacional de radioisótopos no RMB, possibilitará ampliar os procedimentos de diagnósticos e terapias, a preços muito mais acessíveis aos pacientes do SUS, democratizando-se a Medicina Nuclear no País. Atualmente, dos próximos de 2 milhões de procedimentos por ano, somente 25% são destinados à população mais carente, a qual mais necessita de Política Pública do Estado”, afirma.
A PEC vai na contramão desse processo.
Além disso, Calvo aponta para a "necessidade de manutenção da infraestrutura de produção, pesquisa, desenvolvimento, ensino e inovação com recursos orçamentários do governo federal. Destaca-se ainda a obrigação premente de recomposição no quadro de servidores”.
Oposição barra relatório
O relatório de Peternelli foi apresentado no dia 10 de novembro, mas ainda não foi apreciado pela comissão em razão de um pedido de vista coletivo apresentado por parlamentares do campo da oposição. Alexandre Padilha (PT-SP), Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Jorge Solla (PT-BA) pressionam contra a aprovação do texto e têm feito de tudo para obstruir a proposta que consideram danosa para a saúde pública.
"A quebra do monopólio, ao contrário que é afirmado no parecer do Relator, irá enfraquecer a principal instituição formadora de profissionais para operar os serviços de medicina nuclear, além dos profissionais médicos. Irá também dificultar a oferta para as regiões mais remotas que não têm mercado suficiente para atrair investimentos privados de produção, comercialização e distribuição, o que afetará ainda mais a possibilidade de expansão. Além disso, se considerarmos os preços praticados atualmente pelo IPEN e pelo mercado privado, fica nítido que a quebra do monopólio, levará ao enfraquecimento da produção publica, com sérios riscos de elevação do preço dos produtos, constituindo-se em obstáculo adicional para a sua expansão para o SUS, sobretudo para as regiões menos favorecidas”, apontam Padilha, Feghali e Solla em voto separado apresentado à comissão.
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- 01/12/2021 - Aplicações da Inteligência artificial no INAC - 2021: da análise radiológica de exames de Covid-19 à utilização na segurança de usinas nuclearesFonte: ABEN
Os diversos usos, aplicações e os dilemas éticos e sociais da inteligência artificial (AI) foram apresentados na mesa "Artificial Intelligence” dentro da décima edição da Conferência Internacional Nuclear do Atlântico - International Nuclear Atlantic Conference (INAC 2021), promovida pela Associação Brasileira de Energia Nuclear (ABEN).
Participaram da apresentação Lamartine Guimarães, físico do Instituto de Estudos Avançados (IEAV) da Aeronáutica; Marcos Machado, médico e físico da Universidade Federal da Bahia (UFBA); Roberto Schirru, físico do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPE/UFRJ); e Roberto N. Mesquita, físico do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN).
Na abertura da mesa, Lamartine Guimarães falou sobre a atualização e aplicação da AI em paradigmas em ciência e pesquisa nuclear com foco em dois tipos de utilização: aplicação em núcleo naturais, por meio da classificação inteligente de supernovas; e como ferramenta para contribuir na área de segurança nuclear na verificação de falhas e prevenção de acidentes.
O físico e médico da UFBA, Marcos Machado, falou sobre a utilização da AI na área médica com a articulação de exames radiológicos para fazer um diagnóstico de pacientes com Covid-19. A iniciativa, segundo Machado, ajuda o médico a prever e diagnosticar exames de imagens com mais assertividade, relacionando processos químicos, físicos e anatômicos.
Já Roberto Schirru, da UFRJ, problematizou a aplicação da AI dentro no desenvolvimento de ferramentas de segurança na engenharia nuclear e como sistema decisivo de apoio para prevenção de acidentes nas usinas de Angra 1 e Angra 2.
Por fim, Roberto Mesquita, físico do IPEN, apontou os dilemas éticos e sociais envolvendo a utilização da inteligência artificial em áreas como assistência médica, aplicação nuclear, motorização e em atividades que implicam risco de vida.
A programação completa está no site www.inac2021.com.br
Contato imprensa whatsapp 21.979368737 - Gloria Alvarez
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- 01/12/2021 - Por que viabilizar um reator multipropósito brasileiro - palestra durante a INAC 2021A palestra Multipurpose Research Reactor – Past, Presente and Future, do coordenador técnico do Reator de Multipropósito Brasileiro (RMP), José Augusto Perrota, no dia 01/12 às 17h 20, em formato digital (www.inac2021.com.br), dentro do programa da Internacional Nuclear Atlantic Conference INAC 2021, promete ser agitada.
A palestra Multipurpose Research Reactor – Past, Presente and Future, do coordenador técnico do Reator de Multipropósito Brasileiro (RMP), José Augusto Perrota, no dia 01/12 às 17h 20, em formato digital (www.inac2021.com.br), dentro do programa da Internacional Nuclear Atlantic Conference INAC 2021, promete ser agitada.
Fonte: ABEN
Isso porque a discussão em torno da PEC 517, da Câmara dos Deputados, que propõe a flexibilização do monopólio da União na fabricação de radiofármacos (medicamentos compostos por substâncias radioativas, usados para diagnóstico e tratamento de doenças, em especial, diferentes tipos de câncer) jogou holofotes, nos últimos dias, sobre a importância da criação do RMB para produção de radioisótopos e radiofármacos dentro do país.
O que justifica viabilizar esse empreendimento da ordem de U$ 500 milhões? Ser o principal empreendimento de base científica e tecnológica da área nuclear do país e permitir dobrar imediatamente o número de procedimentos anuais realizados em medicina nuclear; garantir a estabilidade no fornecimento de radioisótopos; contribuir para ampliação do número de clínicas e hospitais que oferecem serviços de medicina nuclear; e promover economia de mais de U$15 milhões/ano com custos de importação de insumos.
Hoje, o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares- IPEN/CNEN-SP produz mais de 30 diferentes tipos de radiofármacos. Cerca de 2 milhões de procedimentos são realizados, por ano, para atender a mais de 400 clínicas atuando em medicina nuclear, sendo 1,5 milhão para a área privada e somente 500 mil para o SUS.
"A medicina nuclear per capita oferecida no SUS é 1/10 do que é disponibilizado na área privada” – calcula Perrotta.
O IPEN/CNEN-SP arrecada, com essa venda, cerca de R$ 120 milhões/ ano, que são depositados no caixa único do Governo Federal.
Perrotta aponta que a situação atual do setor é de muita preocupação: "O IPEN/CNEN-SP já teve mais de 1600 funcionários e hoje são menos que 600 por falta de reposição das vagas. Os laboratórios estão encerrando atividades e a manutenção e transferência do conhecimento estão comprometidas. O desenvolvimento do RMB sente por demais essa perda das equipes técnicas. Por sua vez, o interesse do setor privado é comercial. Não vai se interessar na pesquisa ampla”.
O empreendimento RMB terá, além do reator nuclear de pesquisa, toda uma infraestrutura de laboratórios para realizar as finalidades propostas, localizada em Iperó (SP) em 2 milhões de metros quadrados. Os principais laboratórios associados são: laboratório de processamento e manuseio de radioisótopos; laboratório de feixe de nêutrons; laboratório de análise pós-irradiação; laboratório de radioquímica e análise por ativação, além de instalações suporte para pesquisadores. Na forma concebida, será o catalisador para um grande centro de pesquisa nacional de aplicação de radiações para benefício da sociedade e da manutenção do conhecimento da tecnologia nuclear.
Essa tecnologia está presente em diversas aplicações para a sociedade, com ênfase em aplicações em especialidades médicas como a cardiologia, oncologia, hematologia e a neurologia. Com ela, é possível realizar diagnósticos precisos de doenças e complicações como embolia pulmonar, infecções agudas, infarto do miocárdio, obstruções renais, demências. É uma das melhores e mais eficientes maneiras de detectar o câncer, pois define o tipo e extensão de um tumor no organismo, o que ajuda na decisão sobre qual o tratamento mais adequado para cada caso
O RMB também será usado para testar combustíveis nucleares para os reatores de potência utilizados no Brasil, e promover pesquisas básicas e tecnológicas em aplicações as mais diversas, como na indústria, na agricultura e no meio ambiente, dentre outras.
Hoje o empreendimento possui as condições técnicas de iniciar a construção, mas não dispõe de recursos financeiros e humanos para sua realização.
Acompanhe a programação completa da INAC2021 em www.inac2021.com.br
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- 30/11/2021 - Especialistas debatem irradiação de alimentos como futuro para a agricultura no INAC 2021MAPA idealiza plano de negócio para aumentar exportações
MAPA idealiza plano de negócio para aumentar exportações
Fonte: ABEN
Na tarde desta terça-feira, 30, a aplicação da tecnologia nuclear no setor agrícola foi debatido por pesquisadores e especialista no XV Encontro de Aplicações Nucleares (XV ENAN), realizado dentro da décima edição da Conferência Internacional Nuclear do Atlântico - International Nuclear Atlantic Conference (INAC 2021), promovida pela Associação Brasileira de Energia Nuclear (ABEN).
O encontro promoveu um debate em torno do fomento de planos de negócios e da desmistificação do consumo e do custo para promover a irradiação de alimentos, técnica que expõe os produtos agrícolas a uma quantidade de radiação controlada e que pode colaborar com a conservar alimentos para exportação, o controle biológico e erradicação de pragas e insetos.
Conforme apresentado, a energia nuclear vem sendo utilizada em diversas partes do mundo na desinfestação de larvas em frutas.
A mesa foi coordenada por Anna Lucia Villavicencio, pesquisadora do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) e da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), e Valter Arthur do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA). Entre os debatedores, estiveram Luis Rangel, diretor de Estudos e Prospecção da Secretaria de Política Agrícola, do Ministério da Agricultura (MAPA); Tiago Rusin, Assessor Técnico no Departamento de Coordenação do Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro, do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI); e Roberto Betancourt, diretor titular de Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP).
Luiz Rangel apresentou alguns pontos do plano de negócios para irradiação na agropecuária desenvolvido pelo MAPA. Segundo ele, até 2050 a demanda por alimentos no mundo crescerá 33%, sendo necessário que o Brasil se prepare para superar as barreiras sanitárias envolvendo a exportação de alimentos e atenda à demanda necessária no futuro.
Roberto Betancourt, da Fiesp, destacou a prioridade em se pensar e criar estratégias para implementação da irradiação de alimentos, para ele "essa técnica vai contribuir com redução de perdas e do desperdício de alimentos, reduzindo os custos da operação de produção e transporte”, ressalta. Ao exemplificar a cadeia de produção do amendoim, Betancout, sugere que a adoção da irradiação pode possibilitar uma redução de 15% de perdas e aumentar o dobro das exportações no País.
"O país tem técnicas altamente qualificadas, falta desmistificar a utilização da irradiação e partir para ação. Precisamos deixar de utilizar produtos químicos que deixam resíduos e produzir produtos de valor agregado” revela Betancout.
Por fim, Tiago Rusin fez uma apresentação da estrutura organizacional e das estratégias do governo brasileiro para promover a técnica de irradiação de alimentos no País. Para Rusin, o intuito é ampliar a durabilidade de forma segura, reduzindo o desperdício e expandindo o mercado exportador. "O projeto piloto de irradiação de mangas mostrou que elas duram em médida três vezes mais depois da exposição à energia nuclear. A irradiação elimina parasitas e reduz o brotamento em muitos vegetais” explicou.
A programação completa está no site www.inac2021.com.br
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- 30/11/2021 - Aplicações Nucleares na BiomedicinaO soro terapêutico que reduz o avanço da Covid e a pele “humana” a partir do colágeno de peixe, que sai na impressora 3D
O soro terapêutico que reduz o avanço da Covid e a pele “humana” a partir do colágeno de peixe, que sai na impressora 3D
Fonte: ABEN
Desde abril do ano passado, o Instituto de Pesquisas Energética e Nucleares – IPEN/CNEN, vem promovendo testes de inativação de vírus SARS-COV-2, do Coronavírus, através de radiação ionizante com fonte de cobalto 60. Segundo a farmacêutica-bioquímica Mônica Mathor, "chegaram a um soro terapêutico para ser usado em pacientes com comorbidades, contaminados pela Covid. A Anvisa já aprovou o estudo clínico no Hospital do Rim e para pacientes oncológicos do Hospital das Clínicas”.
"Esses estudos mostraram outra aplicação desse processo de radiação no SARS-CoV-2, um vírus muito sensível à radiação: a esterilização de tecidos biológicos para bancos de tecidos (muito pouco usados por causa da pandemia)”, conta Mônica.
Uma técnica tem sido explorada nessa linha de reposição de tecidos humanos usando a pele de tilápia – desenvolvida no IPEN há cerca de quatro anos e que hoje tem mais de 200 pesquisadores envolvidos no estudo de multicentros em todo o mundo.
Os pesquisadores descobriram que retirando colágeno da pele de tilápia esterilizada por radiação e injetando numa impressora 3D é possível fabricar pele.
O assunto foi um dos temas do Encontro Nacional de Aplicações Nucleares – ENAN, que aconteceu dentro da INAC 2021. Mais especificamente na mesa redonda "New Trends in Radiation Processing”, no dia 30/11/21.
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- 30/11/2021 - MCTI estuda produção de radiofármacos por laboratórios especializadosO ministro do MCTI, Marcos Pontes, se reuniu nesta terça-feira (30) com representantes do Laboratório Cristália e com diretor da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN/MCTI)
O ministro do MCTI, Marcos Pontes, se reuniu nesta terça-feira (30) com representantes do Laboratório Cristália e com diretor da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN/MCTI)
Fonte: Ministério da Ciência, Tecnologia e InovaçõesO ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, astronauta Marcos Pontes, participou nesta terça-feira (30) de uma reunião com representantes do laboratório Cristália e do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), que faz parte da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), autarquia vinculada ao MCTI. O laboratório sugeriu que a produção de radiofármacos, que hoje são produzidos exclusivamente pelo IPEN, pode ser auxiliada pela iniciativa privada e colocou-se à disposição do ministério e do país para estudar uma possível parceria.
O ministro Marcos Pontes demonstrou entusiasmo pela possibilidade. "Se a gente tivesse uma empresa pública, por exemplo, uma fundação, que consiga fazer essas transações sem ter que manejar recursos na caixa do Tesouro o problema estaria resolvido”. Hoje, o recurso gerado pela produção de radiofármacos do IPEN, que são vendidos para hospitais de todo país, não retornam diretamente para o instituto. O dinheiro vai para o Tesouro Nacional e só depois o Governo Federal libera recursos dentro do orçamento para o ministério, que o divide com as diversas vinculadas – entre elas a CNEN/MCTI.
O diretor de Pesquisa de Desenvolvimento da CNEN/MCTI, Madison Almeida, destacou que o Brasil ainda é dependente da importação destes radioisótopos, mas que a produção de radiofármacos no IPEN não está comprometida, e aponta uma solução no futuro. "Nós temos hoje uma dificuldade orçamentária; a dificuldade produtiva inexiste. O fato é que o Brasil ainda é dependente da importação desses radioisótopos, dos quais com o Reator Multipropósito Brasileiro pronto daqui cinco anos, nós seremos independentes”.
Recentemente o País passou por uma descontinuidade na produção de radiofármacos, necessários para milhares de pacientes em tratamento de câncer no país. O MCTI conseguiu de forma emergencial recursos do Governo Federal para a manutenção da produção destes medicamentos. Durante audiência pública na Câmara dos Deputados, o ministro Marcos Pontes, esclareceu que o gargalo na produção dos radiofármacos ainda são entraves orçamentários. "O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações tem tomado uma série de ações desde junho de 2020, há mais de um ano, e chegou nessa situação por causa de fatores contribuintes. O problema não está resolvido, é um problema sério. Nós colocamos R$ 19 milhões no limite da lei orçamentária, mas isso não vai resolver o problema”, declarou o ministro na ocasião.
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- 30/11/2021 - Novos usos da radiação - mesa-redonda da INAC 2021Na International Nuclear Atlantic Conference - INAC 2021, produzida pela Associação Brasileira de Energia Nuclear- ABEN com o tema: “Tecnologia Nuclear: redução da nossa pegada de carbono e aumento da qualidade de vida”, acontecerá a mesa-redonda “New Trends in Radiation Processing" no dia 30/11/21 de 14h às 15h30min.
Na International Nuclear Atlantic Conference - INAC 2021, produzida pela Associação Brasileira de Energia Nuclear- ABEN com o tema: “Tecnologia Nuclear: redução da nossa pegada de carbono e aumento da qualidade de vida”, acontecerá a mesa-redonda “New Trends in Radiation Processing" no dia 30/11/21 de 14h às 15h30min.
Fonte: ABEN
Processamento por radiação é uma técnica que usa radiação gama, feixes de elétrons e de raios-X para irradiar produtos e preservar ou modificar suas características. A grande vantagem dessa técnica reside na obtenção de efeitos físicos, químicos e biológicos reprodutíveis com controle adequado da dose absorvida no material irradiado.
O coordenador do debate será Wilson Calvo, superintendente do IPEN-CNEN/SP. E à mesa estarão três convidados: Bumsoo Han- da Agência Internacional de Energia Atômica; e Wilson Cody diretor de desenvolvimento de negócios da Ion Beam Accelerators/IBA - fabricante de aceleradores; e Florent Kuntz, pesquisador da Aerial.
Bumsoo Han vai abordar as novas tendências de processos relevantes na área de processamento por radiação; Wilson Code vai abordar as características do Rhodotron - um moderno e complexo acelerador de elétrons que permite também a produção de raios X; e Florent Kuntz sobre os novos sistemas dosimétricos adequados para usar nos processos em desenvolvimento.
Atualmente, a esterilização de produtos médicos, tratamento de alimentos e modificação de polímeros são as aplicações mais importantes na indústria de processamento por radiação. Mas o espectro de aplicações é muito amplo: preservação de obras de arte e patrimônio cultural, despoluição de gases e águas com grande contribuição ao meio ambiente e pesquisas na área de biomédica, como irradiação de osso, peles e tecidos.
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- 29/11/2021 - Reator nuclear pode tornar Brasil autossuficiente em radiofármacosEmpreendimento reduzirá riscos de desabastecimento e custos dos medicamentos, além de ampliar o acesso dos brasileiros à medicina nuclear
Empreendimento reduzirá riscos de desabastecimento e custos dos medicamentos, além de ampliar o acesso dos brasileiros à medicina nuclear
Fonte: AmazulSão Paulo, 29 de novembro de 2021 - O Brasil deverá tornar-se autossuficiente na produção de radiofármacos para o diagnóstico por imagens e tratamento de câncer e outras doenças com o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), cujo projeto detalhado acaba de ser concluído pela Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A. (Amazul) e pela empresa argentina Invap, dentro do convênio de parceria técnica com a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen).
O RMB é um reator nuclear de pesquisa que tem como uma de suas finalidades a produção de radioisótopos, que são o insumo para radiofármacos utilizados na medicina nuclear.
"Como a maioria dos radioisótopos é importada, o RMB reduzirá os riscos de desabastecimento e os custos de produção dos radiofármacos e da realização de exames. Com isso, criará condições para investimentos privados na área de medicina nuclear e a ampliação do número de pessoas aos benefícios da medicina nuclear”, afirma o engenheiro Francisco Roberto Portella Deiana, diretor-presidente interino da Amazul.
A tecnologia nuclear é usada na cardiologia, oncologia, hematologia e neurologia, principalmente. Os radiofármacos permitem realizar diagnósticos precisos de doenças e complicações como embolia pulmonar, infecções agudas, infarto do miocárdio, obstruções renais e demências, entre outros. A medicina nuclear é a maneira mais eficiente de detectar o câncer, pois define o tipo e a extensão de tumor no organismo, o que ajuda a decisão sobre qual o tratamento mais indicado para cada caso.
Atualmente, o Brasil compra os insumos da Rússia, África do Sul e Países Baixos. Para atender à demanda anual de cerca de 2 milhões de procedimentos em medicina nuclear, o país gasta cerca de US$ 15 milhões (cerca de R$ 82,6 milhões) em radioisótopos que são processados e enviados a 430 hospitais e clínicas brasileiras.
Orçado em cerca de US$ 500 milhões, o RMB é um empreendimento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, gerido pela Cnen, em parceria técnica da Amazul. Para a construção do complexo do RMB já existe área de 2 milhões de metros quadrados adjacente ao Centro Industrial e Nuclear Aramar, no município de Iperó, no interior de São Paulo. Do total, 1,2 milhão de metros quadrados foram cedidos pela Marinha do Brasil e o restante por meio de desapropriação realizada pelo governo do Estado de São Paulo.
O empreendimento já obteve a aprovação das licenças ambientais para o início das obras e atualmente estão sendo executados planos socioambientais preliminares.
Importância do empreendimento
O projeto de engenharia de detalhamento do RMB inclui, além do reator propriamente dito, as estruturas, sistemas e componentes do complexo que abrange prédios e outras instalações. Devido à complexidade do empreendimento, o trabalho envolveu a elaboração de 3.842 documentos pela Amazul e a verificação de outros 5.348 elaborados pela argentina Invap, responsável pelo projeto relativo ao prédio do reator.
Para a realização do projeto, foi fundamental a expertise da Amazul em 13 áreas de conhecimento de engenharia em geral e sete de tecnologia nuclear, além da alta qualificação de seus profissionais.
Nessa etapa, foram liberados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, por meio da Finep – Financiadora de Estudos e Projetos, recursos da ordem de R$ 150 milhões. Os responsáveis pelo empreendimento estão realizando gestões para a obtenção de recursos para o início das obras de construção.
Com o RMB, o País sairá da condição de importador de radioisótopos para uma maior autonomia e eventual posição de exportador, além de se tornar um polo de desenvolvimento de novos radiofármacos de interesse nacional.
O Brasil tem quatro reatores nucleares de pesquisa dedicados a atividades diversas como pesquisa básica e tecnológica, produção de radioisótopos, testes de combustível nuclear e desenvolvimento de novos materiais, dentre outras aplicações.
Os radioisótopos são produzidos em maior escala apenas pelo reator IEA-R1, com potência máxima de 5 megawatts (MW), instalado no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, localizado no campus da Universidade de São Paulo (USP), na capital paulista. Segundo José Augusto Perrotta, coordenador-técnico do projeto do RMB, esse reator não tem capacidade para produzir em escala o molibdênio-99, radioisótopo que dá origem ao radiofármaco tecnécio-99m, empregado em 80% dos procedimentos de medicina nuclear realizados no país.
O RMB, de 30 MW, é um reator nuclear mais potente e com maior espectro de aplicações que o do Ipen. Além de radioisótopos, produzirá traçadores que são usados em pesquisas em agricultura, indústria, proteção do meio ambiente e biologia. Permitirá, por exemplo, a realização de testes de materiais e combustíveis nucleares para reatores de potência, utilização de feixes de nêutrons para pesquisa científica e tecnológica e em diversos campos da ciência, análise por ativação neutrônica, além de treinamento de pessoal para manutenção e operação de reatores de potência. Essas tecnologias permitem, por exemplo, testar materiais, localizar fissuras em superfícies como asas de avião ou verificar a quantidade de agrotóxicos contida em alimentos.
"É o grande projeto estruturante da ciência e tecnologia nuclear no país", diz Madison Coelho de Almeida, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Cnen.