Ipen na Mídia
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- 11/03/2015 - Interrupção no fornecimento Fluor-18 no BrasilEm entrevista à Agência Brasil de Notícias, presidente da SBMN esclarece impacto do desabastecimento no País
Em entrevista à Agência Brasil de Notícias, presidente da SBMN esclarece impacto do desabastecimento no País
Fonte: Portal SBBMN
O fornecimento da substância conhecida como "Fluor-18”, um radioisótopo utilizado como matéria-prima para realização do PET-CT, um dos mais importantes exames diagnósticos empreendidos pela medicina nuclear, está interrompido no Brasil.Isso ocorre devido a paralisação dos funcionários do Instituto de Pesquisas Energéticas Nucleares (IPEN), órgão responsável pela da produção deste material, que teve início nesta semana de 9 de março. Em nota enviada aos serviços de medicina nuclear do País o Centro de Radiofarmácia do IPEN lamentava noticiar o desabastecimento de Fluor-18.
Em entrevista à Agência Brasil de Notícias (Empresa Brasileira de Comunicação), a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), por meio de seu presidente, Claudio Tinoco, esclareceu quanto aos impactos do desabastecimento do Fluor-18. Ele estima que mais de 2 mil exames PET-CT deixaram de ser feitos. "Anualmente, são feitos cerca de 100 mil exames PET-CT. O Flúor-18 dura somente duas horas, é impossível tê-lo armazenado na clínica e o fornecimento precisa ser diário para garantir o serviço”, explicou à Agência Brasil.(LEIA REPORTAGEM NA ÍNTEGRA)
Ainda na matéria, "o responsável pelo Centro de Radiofarmácia do IPEN, Jair Mengatti, disse que os funcionários pararam em protesto pela falta de recursos para pagamento dos insumos importados e nacionais e pela interrupção de gratificação dos trabalhadores”.
Mais informações
Podem ser impactados os exames diagnósticos via PET-CT oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) de câncer de pulmão de células não-pequenas; câncer colorretal com metástase exclusivamente hepática com potencial ressecável e linfomas de Hodgkin e não Hodgkin.
Já por vias da saúde suplementar devem ser impactados as análises via PET de nódulo pulmonar solitário, câncer de mama metastático, câncer de cabeça e pescoço, melanoma e câncer de esôfago.
Entenda o que é o PET-CT
Por meio da fusão de imagens de tomografia computadorizada convencional (CT, do inglês computed tomography) ao PET (do inglês pósitron emission tomography), originou-se o método híbrido ao qual se denomina "PET/CT”.
PET-CT é uma tecnologia que utiliza os radiofármacos e atua como ferramenta de diagnóstico e estadiamento de doenças, podendo também registrar a resposta de um determinado tumor aos tratamentos cirúrgico ou quimio-radioterápico. -
- 11/03/2015 - Trabalhadores do principal fornecedor de radiofármacos do país entram em greveFonte: Agência Brasil
Flavia Villela - Repórter da Agência Brasil
Principal fornecedor de material radioativo médico do país, o Instituto de Pesquisas Energéticas Nucleares (IPEN), com sede em São Paulo, interrompeu há dois dias o fornecimento da matéria-prima fluor-18 por causa da paralisação de funcionários. A substância é utilizada no exame PET-CT, que ajuda a diagnosticar doenças como o câncer de pulmão, câncer colorretal e linfomas de Hodgkin e Não-Hodgkin.
De acordo com o Ministério da Saúde, existem outros fornecedores do fluor-18 e não há risco de desabastecimento do componente para os exames no Sistema Único de Saúde (SUS). O ministério destacou que há outros exames para detectar e diagnosticar cânceres que não utilizam o Fluor-18 como matéria-prima.
O presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear, Cláudio Tinoco, disse que, em apenas dois dias de paralisação, 2 mil exames diagnósticos tipo PET-CT deixaram de ser feitos.
"Anualmente, são feitos cerca de 100 mil exames PET-CT. O Flúor-18 dura somente duas horas, é impossível tê-lo armazenado na clínica e o fornecimento precisa ser diário para garantir o serviço”, explicou. Segundo ele, uma das vantagens dessa tecnologia é indicar com precisão se um tumor já se espalhou pelo corpo, para evitar cirurgia desnecessária.
Para Tinoco, a continuidade da paralisação pode prejudicar o fornecimento de outros radiofármacos essenciais para diagnósticos e terapias e que são exclusivos do IPEN. "Essa é uma atividade de monopólio da União. Quase todos os radiofármacos com meia-vida superior a duas horas são produzidos lá, insumos essenciais, como o tecnécio-99m, que responde por mais de 85% de todos os procedimentos realizados na medicina nuclear, e o iodo 131”, explicou.
O responsável pelo Centro de Radiofarmácia do IPEN, Jair Mengatti, disse que os funcionários pararam em protesto pela falta de recursos para pagamento dos insumos importados e nacionais e pela interrupção de gratificação dos trabalhadores. O Ipen é uma autarquia vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do governo de São Paulo e gerida pela Comissão Nacional de Energia Nuclear, órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
"Dependemos em grande parte dos insumos importados e um dos fornecedores ameaçou suspender insumos na semana que vem por falta de pagamento”, disse Mengatti. Segundo ele, a dívida de US$ 2,2 milhões foi paga, o que evitou a suspensão. A gratificação paga aos trabalhadores existe há cerca de quatro anos e segundo Mengatti varia de R$ 950 a R$ R1,1 mil, mas foi interrompida por não ter sido regulamentada. "Os radiofármacos têm uma logística muito complexa. Independentemente do dia que cheguem, precisamos processá-los e despachá-los imediatamente, em função do decaimento radioativo. Sem a gratificação fica inviável seguir com essa escala e esquema de plantão, pois somos um grupo muito reduzido”, explicou.
Cerca de 180 funcionários trabalham diretamente na produção dos fármacos do instituto, criado na década de 1960. "Mas 500 pessoas contribuem para o resultado final. Não é possível fazer a produção se toda a cadeia, longa e complexa, não estiver trabalhando harmonicamente em prol desse objetivo”, avaliou. "Queremos que o governo regulamente essa gratificação e garanta recursos financeiros para adequação das instalações e manutenção da compra dos insumos para a produção”.
Procurado pela reportagem, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação não se pronunciou sobre a paralisação até o fechamento desta matéria. -
- 10/03/2015 - Programa nuclear já consumiu R$ 2,5 biSão necessários, apenas no PNM, o aporte de mais de R$ 3,6 bilhões para a pesquisa e desenvolvimento
São necessários, apenas no PNM, o aporte de mais de R$ 3,6 bilhões para a pesquisa e desenvolvimento
Fonte: Cruzeiro do Sul - Sorocaba
Carlos Araújo
Desde o seu início, em 1979, foram investidos no Programa Nuclear da Marinha (PNM) do Brasil cerca de R$ 2,5 bilhões. E são necessários, apenas no PNM, o aporte de mais de R$ 3,6 bilhões para a pesquisa e desenvolvimento de todo o programa até a operação do o primeiro Submarino com Propulsão Nuclear (SN-BR) brasileiro. Este programa tem tudo a ver com a Região Metropolitana de Sorocaba (RMS). A principal unidade do PNM é o Centro Experimental Aramar, localizado na cidade de Iperó, a quinze quilômetros do município de Sorocaba.
As informações sobre os valores do PNM foram divulgadas pelo Centro de Comunicação Social (CCS) da Marinha (CCS), que respondeu a perguntas do Cruzeiro do Sul enviadas por e-mail em 6 de janeiro deste ano. As respostas, enviadas em 27 de fevereiro, são assinadas pelo diretor do CCS, contra-almirante José Roberto Bueno Junior.
Uma das questões aborda os cortes do orçamento da União planejados pela presidente Dilma Rousseff (PT) desde o início do seu segundo mandato, em 1º de janeiro passado, e pergunta se o enxugamento de recursos federais atingiu o Programa Nuclear da Marinha.
"De acordo com as informações disponíveis até o momento, a programação de recursos segue o planejamento, não havendo contingenciamentos (cortes)", respondeu o contra-almirante Bueno Junior.
A programação de recursos corresponde à liberação pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2007, de R$ 1,040 bilhão programados para serem repassados à Marinha em oito anos. A autorização dada por Lula previa repasses de R$ 130 milhões ao ano. É esta programação, segundo a Marinha, que segue o planejamento.
A possibilidade de este comportamento em liberação de recursos se manter vai ser confirmada ou não com a votação, no Congresso, da Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2015. A LOA vai dizer quais os setores do governo sofrerão cortes no aporte de recursos.
Conjunto de obras
Até agora, segundo o contra-almirante Bueno Junior, foram realizados em Aramar testes operacionais em turbogeradores; montagem eletromecânica da Unidade Piloto de Hexafluoreto de Urânio (Usexa); mobilização do Laboratório de Materiais Nucleares para produzir o combustível nuclear do Laboratório de Geração de Energia Nucleoelétrica (Labgene), além de obras de infraestrutura. Atualmente, estão em curso os serviços de construção civil do Labgene.
A Usexa e o Labgene estão entre as principais unidades de Aramar. A Usexa é o local onde se trabalha o urânio na forma de gás. O Labgene é a construção onde está prevista a instalação do reator nuclear. Outra unidade de ponta em Aramar é o local onde ficam as ultracentrígugas, máquinas que produzem o urânio enriquecido, no complexo do prédio utilizado para atividades de auditório e recepção de autoridades.
Para o reator nuclear de Aramar ficar pronto, segundo a Marinha, "falta, basicamente, o comissionamento do Labgene, cujo início está previsto para julho de 2017 e que, ainda requer o investimento de cerca de R$ 450 milhões." A Força acrescenta que "com o término das obras civis, ocorrerá a montagem eletromecânica de sistemas e equipamentos do reator".
O termo comissionamento é usado pela Marinha como forma de se referir às condições de operação do reator em conformidade com as normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), no que diz respeito a licença ambiental, e também a características técnicas e de funcionamento do Labgene. Julho de 2017 é, portanto, na programação da Marinha, a previsão para o reator entrar em operação.
Até 2025
De acordo com a Marinha, "o comissionamento do Labgene está previsto para ser concluído até dezembro de 2018". Quanto ao Submarino com Propulsão Nuclear (SN-BR), acrescenta o contra-almirante, "o início da construção está previsto para 2017, a sua prontificação para 2023 e sua operacionalidade plena para 2025".
Lula fez visita oficial a Aramar em 10 de junho de 2007. A presidente Dilma, no seu primeiro mandato, não esteve no centro de pesquisas da Marinha. O contra-almirante Bueno Junior afirma que não há informações acerca da visita programada de Dilma a Aramar, em 2015.
Execução dos projetos sofreu atraso de 10 anos
Quando Lula anunciou a liberação de recursos em 2007, os projetos para Aramar estavam dez anos atrasados em termos de ritmo de andamento. A avaliação foi da Marinha na época, e esse diagnóstico tinha relação com os recursos orçamentários.
Até então, os recursos destinados o Programa Nuclear da Marinha eram da ordem de R$ 40 milhões ao ano. Uma cifra "absolutamente insuficiente", na avaliação da Força, e que dava condições de manter o programa em estado "praticamente vegetativo".
No dia em que visitou Aramar, Lula disse o que os militares da Marinha queriam ouvir: "Se está faltando dinheiro, agora não vai faltar mais dinheiro porque nós vamos colocar o dinheiro necessário." Ele ainda arriscou projeções futuras, sintonizadas com os planos da Marinha: "Por que não sonhar grande e dizer que nós queremos chegar até à possibilidade de ter um submarino nuclear?"
O comandante da Marinha na época, almirante-de-esquadra Júlio Soares de Moura Neto, comemorou: "Com essa injeção de ânimo que o presidente nos deu e com essa promessa de recursos, nós retomamos o ciclo natural de crescimento do programa nuclear."
Naquele dia, Lula também elogiou Aramar: "Esse projeto pode ser embrião para tudo o que precisamos do ponto de vista da produção de energia nuclear e do ponto de vista da produção de energia (elétrica)."
História
Desde o início em 1979, outro período marcante foi a inauguração de Aramar em 1988. Na década de 1980, fontes oficiais mencionaram os anos de 1995, 2000, 2005, 2006 e 2007 para a conclusão do submarino movido a propulsão nuclear.
A época de dificuldades orçamentárias para o programa começou no fim de 1993 e durou até 2007, na visita de Lula. O idealizador do Programa Nuclear da Marinha foi o vice-almirante Othon Luiz Pinheiro da SIlva, atualmente na reserva.
Para o desenvolvimento de pesquisas que resultaram na construção de Aramar, a Marinha teve a colaboração do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e do Centro Tecnológico Aeroespacial (CTA).
Outro episódio marcante: em 1982, Othon e seu grupo de técnicos exibiram a primeira operação de enriquecimento de urânio do Brasil com uma ultracentrífuga. O projeto foi idealizado e executado por ele e sua equipe. Esse é um conhecimento científico de importância estratégica, que um país não transfere a outro.
Protestos
Em 19 de novembro de 1987, 10 mil pessoas protestaram contra Aramar no centro de Sorocaba. Outros protestos ocorreram naquele período em cidades da região de Sorocaba. A mobilização popular foi impulsionada por sentimento antinuclear, reação contra a bomba atômica e preocupação com a segurança na região.
Aquela era uma época em que o debate sobre energia nuclear estava em grande evidência. Um ano antes, em 1986, ocorrera o acidente nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, uma das repúblicas que formavam a antiga União Soviética. E em 1987 um acidente com Césio-137, em Goiânia (GO), no Brasil, completou a rejeição popular a tudo o que dizia respeito a energia nuclear.
Em sintonia com o sentimento popular, o Cruzeiro do Sul liderou a campanha "Aramar não vale a pena". Há três anos, quando o protesto de 1987 no centro de Sorocaba completou 25 anos, o então editor-chefe do jornal, jornalista Cláudio Oliveira, avaliou: "A nossa cobertura foi absolutamente impecável do começou ao fim." Na sua visão, a campanha era na verdade contra a bomba atômica. (C.A.)Notícia publicada na edição de 09/03/15 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 004 do caderno A - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h. -
- 05/03/2015 - Expansão na área da Medicina Nuclear no país é tema de AudiênciaAutoridades se reúnem em audiência para discutirem a ampliação de tratamentos com radiofármacos.
Autoridades se reúnem em audiência para discutirem a ampliação de tratamentos com radiofármacos.
Fonte: Portal Brasil
A necessidade expansão da medicina nuclear no Brasil foi assunto de audiência, nesta quarta-feira (4), entre o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, e dirigentes da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN).Acompanhados do presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen/MCTI), Angelo Padilha, o presidente da entidade, Claudio Tinoco Mesquita, e o médico do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) George Coura Filho, apresentaram ao titular do MCTI a proposta de um plano específico para a área.
Mesquita ressaltou a importância da medicina nuclear como especialidade que usa pequenas quantidades de materiais radioativos para a realização de exames, diagnósticos por imagens e tratamentos médicos, muitos deles em pacientes com câncer. Exemplificou com a tecnologia PET-CT.
"É um exame que consegue detectar lesões cancerígenas muito antes de outros, como tomografia computadorizada e ressonância", disse.
Projeção
Ele explicou que existem no País, 434 serviços aptos a realizar esses procedimentos em todos os estados da federação, tendo a Cnen, por meio de seus órgãos (IEN e IPEN) a responsabilidade pela produção do material radioativo. Segundo o presidente da SBMN, a ideia é que o plano também envolva outras pastas, como o Ministério da Saúde.
"Muitos brasileiros ainda têm dificuldade para encontrar leitos preparados para tratamento radioativo", observou George Coura Filho, do Icesp. "Precisamos colocar um plano em prática para que no futuro consigamos suprir a demanda."O presidente da Cnen, Angelo Padilha, informou que a comissão começou a produzir radiofármacos há mais de 50 anos, atendendo, por ano, mais de 2 milhões de pessoas. "A iniciativa [do plano] é de fato necessária, não só apoiamos como vamos trabalhar juntos, mas a nossa responsabilidade é muito grande para cumprir essas metas", afirmou.
Gargalos
Para Padilha, se por um lado a tecnologia é um orgulho nacional, por outro, é preciso superar gargalos. "À medida que a nossa população aumenta e o nível de vida melhora, esses radiofármacos se tornam cada vez mais necessários e precisaremos produzi-los em maiores quantidades", lembrou o presidente da Cnen.
Angelo ainda apontou o projeto do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), do MCTI, como uma das iniciativas importantes para superar a dependência do Brasil na importação de matéria-prima.
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- 03/03/2015 - Pesquisadores de São Carlos estudam produção de hidrogênio através de recursos naturaisFonte: Portal G1 de Notícias
Matéria divulgada em 3 de março de 2015 na edição do EPTV 1ª edição, São Carlos e região, apresenta de forma didática várias pesquisas realizadas na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e Instituto de Química da USP relacionadas à produção de células a combustível e hidrogênio. No final da matéria o IPEN é citado.
Assista no site original
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- 25/02/2015 - Inovações em radiofarmácia serão debatidas no eventoO simpósio “Radiofarmácia: Produção, Aspectos Regulatórios e Atuação Profissional”, será realizado durante o XVIII Congresso Farmacêutico de São Paulo, evento promovido pelo CRF-SP no período de 10 a 13 de outubro de 2015, em São Paulo
O simpósio “Radiofarmácia: Produção, Aspectos Regulatórios e Atuação Profissional”, será realizado durante o XVIII Congresso Farmacêutico de São Paulo, evento promovido pelo CRF-SP no período de 10 a 13 de outubro de 2015, em São Paulo
Fonte: Portal CRFSP
As novidades sobre radiofármacos também serão debatidas no maior evento farmacêutico da América Latina. O simpósio "Radiofarmácia: Produção, Aspectos Regulatórios e Atuação Profissional”, está confirmado e está na programação do XVIII Congresso Farmacêutico de São Paulo, evento promovido pelo CRF-SP no período de 10 a 13 de outubro de 2015, na cidade de São Paulo, no Centro de Convenções Frei Caneca.A dra. Neuza Fukumori, gerente de controle de qualidade do Centro de Radiofarmácia do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares da USP (IPEN-CNEN) apresentará a palestra "Produção de Radiofármacos e Atuação do Profissional Farmacêutico", abordando aspectos da fabricação desta classe de produtos, com ênfase na importância do trabalho do farmacêutico e infraestrutura necessária, dentre outras particularidades de produção.
Outra palestra do simpósio será apresentada pela dra. Elaine Bortoleti de Araújo, gerente de garantia da qualidade e farmacêutica responsável técnica pela produção de radiofármacos do Centro de Radiofarmácia do IPEN-CNEN. Com o tema "Aspectos Regulatórios da Produção de Radiofármacos no Brasil", a dra. Elaine, que também é membro da Comissão Científica do Congresso, falará sobre requisitos de boas práticas de fabricação, registro e estudos pré-clínicos e clínicos com radiofármacos.
A programação com os minicursos, palestras, simpósios e mesas-redondas está sendo elaborada por um renomado grupo de professores doutores e empresários da área farmacêutica. Não perca a oportunidade de participar deste evento para atualizar seus conhecimentos e ampliar sua rede de relacionamento.
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Assessoria de Comunicação CRF-SP
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- 20/02/2015 - Metano da amazônia vem de rebanhos e queima de biomassa - Agência USPFonte: Agência USPPor Júlio Bernardes - jubern@usp.br
A bacia amazônica é responsável por 4% a 5% das emissões de metano (CH4) — um dos gases do efeito estufa — em todo o mundo. O dado faz parte de pesquisa do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), entidade associada à USP, que determinou a emissão de metano entre os anos de 2010 e 2013, a partir da coleta de amostras de ar em quatro pontos da região, feita em aviões de pequeno porte. O trabalho da bióloga Luana Santamaria Basso aponta também que o manejo de rebanhos é responsável por 19%, em média, das emissões estimadas para cada um dos locais de estudo, enquanto a queima de biomassa contribui com 8% a 10% da emissão estimada para a área da amazônia brasileira.
O estudo, descrito em tese de doutorado apresentada no IPEN, fez parte de um grande projeto de pesquisa que tem como objetivo entender e determinar as emissões dos principais gases do efeito estufa da Amazônia. "Foram realizadas coletas em quatro localidades distribuídas na Amazônia Brasileira, formando um grande quadrante representando toda a Bacia, próximos às cidades de Santarém (Pará), Alta Floresta (Mato Grosso), Rio Branco (Acre) e Tabatinga (Amazonas)”, conta Luana. "Os estudos procuram observar como a amazônia contribui e quais são os processos que interferem nestas emissões, de modo a compreender como a região pode responder às futuras alterações climáticas”. O trabalho foi orientado pela professora Luciana Vanni Gatti, coordenadora do projeto no Laboratório de Química Atmosférica (LQA) do IPEN.
Na pesquisa foram realizados perfis verticais para as coletas de ar, utilizando aviões de pequeno porte, desde aproximadamente 300 metros (m) da superficie até 4,4 quilômetros (km), nos quatro locais de estudo na amazônia. "Foram realizados quatro anos de medidas continuas em escala regional, quinzenalmente, totalizando 293 perfis verticais realizados”, conta a pesquisadora. "Os perfis verticais são realizados tendo como base um plano de voo, preparado previamente, que indica para o piloto a localização e em quais altitudes devem ser feitas as coletas”.
A coleta tem inicio no ponto mais alto e desce em uma trajetória helicoidal de aproximadamente 5 km de diâmetro. "Os quatro anos de estudo mostraram que a Amazônia atua como uma importante fonte de metano, com uma emissão de 25,4 Teragramas (Tg) por ano”, aponta Luana. "Isso representa de 4% a 5% da emissão global, considerando a área da amazônia brasileira, que é de 4,2 milhões de quilômetros quadrados”.
Origem Antrópica"Atualmente existem poucos estudos realizados sobre a emissão de metano na amazônia”, diz a pesquisadora. Para estimar algumas contribuições de atividades humanas nas emissões observadas na pesquisa, realizou-se alguns estudos complementares. "Hoje, cerca de 60% das emissões globais de metano são de origem antrópica, ou seja, relacionada com atividades humanas, como por exemplo a criação de rebanhos de animais que emitem metano a partir da fermentação entérica, as queimadas, o cultivo de arroz, entre outras”.
O monóxido de carbono (CO), que foi quantificado na mesma amostra de ar coletada nos locais estudados, foi usado para estimar qual a contribuição da queima de biomassa nas emissões de metano. "Os resultados mostraram que a queima representara entre 8% e 10% da emissão total estimada para a amazônia brasileira”, ressalta Luana. Também foi realizada uma estimativa das emissões provenientes da fermentação entérica e do manejo dos dejetos dos rebanhos de animais ruminantes. "Elas representam em média 19% da emissão de metano estimada para cada local estudado”.
Durante os quatro anos do estudo, foi possível observar uma variação anual das emissões, indicando uma relação com as variações climáticas, como por exemplo a variação da precipitação e de temperatura. "Os resultados obtidos ressaltam a importância da realização de estudos de longa duração, durante períodos de dez anos, por exemplo”, afirma a pesquisadora. "A comparação destes resultados com dados de temperatura, precipitação, número de focos de queimada, dentre outros, ajudarão a obter um melhor entendimento das fontes de metano e também da variabilidade em suas emissões ao longo dos anos, que atualmente não é completamente compreendida”.
Segundo Luana, os perfis de avião mostram a resultante de todos os processos que ocorreram desde a costa brasileira até o local da coleta, mostrando a região Amazônica como um todo, mas não permitem entender exatamente todas as fontes, sumidouros e os fatores que influenciam nestes processos. "Para isto são necessários estudos complementares que mostrem mais detalhadamente o funcionamento de cada compartimento da floresta, por exemplo das áreas alagáveis, dos rios, etc”, aponta. "Os resultados mostraram variações anuais nas emissões, porém é necessário mais tempo de estudo, em torno de dez anos, para poder considerar estas variações e observar uma tendência de aumento ao longo dos anos”.
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- 23/01/2015 - Nanoarte colabora no ensino e divulgação da área - Agência USPFonte: Agência USP
Cientistas exploram o universo nanométrico buscando inovações na medicina, novas possibilidades para a tecnologia e aplicações em processos industriais. Mas a pesquisa na área também descobriu que as minúsculas partículas podem oferecer ainda um belíssimo espetáculo visual, atraindo a atenção para o mundo em escala nano. Por meio de imagens obtidas em microscópios eletrônicos de alta resolução, estudiosos ligados ao Centro Multidisciplinar para o Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos (CMDMC) e ao Instituto Nacional de Ciência dos Materiais em Nanotecnologia (INCTMN) perceberam que poderiam aliar arte e informação e criaram o Nanoarte.
Óxidos de vários tipos, polímeros e outras substâncias utilizadas nas pesquisas do grupo foram retratados com um toque artístico. Produzidas em branco e preto, as imagens selecionadas foram coloridas no computador e, algumas, escolhidas para compor vídeos, acompanhados de trilha sonora com música erudita. Em alguns casos, a aplicação da técnica acabou tornando as imagens parecidas com objetos do cotidiano – o óxido de prata, por exemplo, se parece com um amontoado de bolas de tênis; o óxido de cobre pode ser confundido com novelos de lã.
Desde 2008, quando teve início o projeto, os trabalhos do Nanoarte já foram expostos em eventos nos Estados Unidos e em Israel, e também em um dos encontros da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. O CMDMC e o INCTMN são formados por grupos de pesquisadores da USP, Universidade Estadual Paulista (Unesp), Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN – autarquia estadual associada à USP). Segundo o vice-coordenador do INCTMN e Pró-Reitor de Graduação da USP, Antonio Carlos Hernandes, no momento não estão sendo produzidos novos vídeos e fotos artísticas, mas a divulgação continua. "O projeto Nanoarte passou para a fase de aplicação de cursos e palestras em escolas com a disseminação de conceitos de física e química associados à questão da nanotecnologia”, afirma.
Outra iniciativa que alia arte e ciência é o Concurso de Imagens em Ciências da Vida, promovido pelo Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP em parceria com a Carl Zeiss desde 2012. O concurso premia imagens produzidas por meio de microscopia eletrônica e o universo nano frequentemente é retratado nas imagens, que buscam despertar o interesse pela pesquisa. O prêmio Nobel de Química de 2014, inclusive, foi destinado a um trio de cientistas que conseguiram elevar a capacidade dos microscópios a um novo patamar, tornando possível observar com mais detalhes a realidade em escala nanométrica.
Do laboratório para a sala de aula
Coordenador de difusão científica do CMDMC, Hernandes conta que o centro promove cursos de curta duração para alunos do ensino médio e ensino fundamental em diferentes temas de ciências. "Já para os professores, a lógica para divulgar o tema da nanociência e nanotecnologia é outra. Em 2014, apresentamos palestras e minicursos a professores do ensino médio das cidades de São Carlos e Mirassol, no interior de São Paulo, focando a História da Ciência e Meio Ambiente. Nos minicursos, tratamos a evolução da tecnologia e as demandas por energia com o respectivo impacto ao meio ambiente”, conta.
Para a docente Miriam Sannomiya, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP, a formação dos professores é um dos principais desafios para a abordagem da nanotecnologia na escola. Pesquisadora na área de química orgânica, Miriam coordenou um projeto sobre materiais didáticos envolvendo o tema. Entre outras constatações, a pesquisa apontou a escassez de materiais, como sites e jogos interativos, que disseminassem conteúdos da área no Brasil. "No exterior existem vários, porém todos em alemão, japonês e inglês”, avalia.
Assim, junto à professora Kathia Honório, também da EACH, Miriam criou um site, o Nanoeach, reunindo jogos, vídeos e conteúdos diversos que abordam as características, desafios e conceitos que envolvem o mundo nano. "Como vários produtos que usufruímos hoje em dia são oriundos da nanotecnologia, é imprescindível que as pessoas tenham um conhecimento mínimo do assunto”, comenta.
Para o professor Antonio Carlos Hernandes, é preciso estimular a abordagem da ciência envolvendo diversas temáticas, de forma ampla, levando o aluno a pensar de maneira aberta – e as aulas práticas, nesse sentido, são sempre motivantes. "O estudante deve ser estimulado a ver a natureza ao redor como um grande laboratório”, acredita. "A nanociência/nanotecnologia pode ser usada para trabalhar conceitos de escala, grandezas, potências de dez em matemática, e por aí vai”, completa. Segundo Hernandes, embora seja grande o desconhecimento dos alunos em temas de ciência e tecnologia, a experiência de apresentar palestras e cursos em escolas mostra que muitos se interessam pelo assunto e depois procuram a universidade, prova de que, assim como as nanopartículas podem fazer avançar muitos passos na ciência, tais iniciativas também podem ter grande impacto na formação dos estudantes.
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- 15/01/2015 - Plataforma online traz dados sobre qualidade de água - Agência USPFonte: Agência USPPor Júlio Bernardes - jubern@usp.br
O projeto Recursos hídricos da Universidade de São Paulo (RHiUSP) monitora há um ano os parâmetros da qualidade da água na região da Cidade Universitária (Zona Oeste de São Paulo) por meio de coletas mensais e análises laboratoriais. Para permitir o acesso público aos resultados das medições, a empresa SALT Ambiental, incubada no Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), instituição ligada à USP, criou uma plataforma web georreferenciada. Os usuários podem acessar a página do RHiUSP e consultar os dados levantados em cada uma das 11 estações de monitoramento. As informações ajudarão a planejar o manejo das águas e envolver a comunidade na discussão sobre recursos hídricos.
Em parceria com a professora Elisabete Braga, do Instituto Oceanográfico da USP (IO), a empresa idealizou o projeto e vem coordenando as atividades de trabalho de campo (coleta e medição). "O RHiUSP monitora mensalmente, por meio de diagnósticos qualitativos e quantitativos, os principais recursos hídricos existentes no interior da Cidade Universitária: Córrego Pirajussara, Córrego Tejo, localizado na Escola Politécnica (Poli) e o lago da Reserva Florestal de Mata Atlântica do Instituto de Biociências (IB) da USP”, diz Vitor Izumi, oceanógrafo e coordenador que integra a equipe do projeto. "Também são monitoradas as águas do Rio Pinheiros, no trecho que abrange toda a extensão do Cidade Universitária em contato com o rio, no trecho entre as pontes Cidade Universitária e do Jaguaré.”
As coletas e medições são mensais e acontecem em 11 estações de monitoramento. Os principais parâmetros levantados nas coletas e medições são o oxigênio dissolvido, coliformes termotolerantes, potencial hidrogeniônico (pH), demanda bioquímica de oxigênio (DBO5,20); temperatura da água; nitrogênio total; fósforo total, turbidez, resíduo total, sólidos totais dissolvidos; nitrogênio amoniacal; fosfato; silício. "Também estão sendo realizadas análises da presença de diversos outros compostos químicos como fármacos, medicamentos, drogas de abuso, totalizando cerca de 50 parâmetros”, conta Izumi.
Monitoramento
As informações obtidas na coleta e nas análises laboratoriais de diversos parâmetros da qualidade da água são reunidas em um banco de dados. "A ideia é conseguir um amplo entendimento destes corpos d’água e prover informações locais mais precisas e detalhadas”, aponta o oceanógrafo. Todos os dados produzidos são disponibilizados e divulgados em uma plataforma web georreferenciada, desenvolvida pela SALT. "Para informar e aproximar a comunidade local do tema, foi criado um portal na internet para permitir o acesso facilitado e contínuo às informações sobre as águas monitoradas, juntamente com informações fundamentais de direito público, apresentadas em uma interface amigável.”
O projeto também inclui indicações sobre a situação destes ambientes em sinalizações públicas, bem visíveis. "Assim, a informação pode ser transformar em uma preocupação diária da comunidade, diz Izumi. A plataforma online, que possui banco de dados e sistema de informações geográficas (WebSIG), que informa sobre a localização e a situação dos pontos de monitoramento, pode ser acessada por meio do link http://rhiusp.saltambiental.com.br/.
Os dados obtidos na pesquisa permitem o monitoramento detalhado e acompanhamento mensal e sazonal das informações, com detalhes relacionados a ocasiões específicas como variações da condição do tempo e flutuações populacionais. "A base de informações possibilita o monitoramento contínuo da qualidade das águas do campus da Cidade Universitária”, explica o oceanógrafo. Os dados também permitirão a colaboração com a rede de monitoramento da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB), ligada à Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo.
O projeto RHiUSP iniciou-se em janeiro de 2014, no âmbito do Programa Sustentabilidade USP, da Superintendência de Gestão Ambiental (SGA) da USP, e inicialmente teria duração de um ano. "Hoje, a principal meta é que a iniciativa tenha continuidade de modo permanente, pois acredita-se que este seja fundamental para uma gestão socioambiental ágil e eficiente. Para isso, o projeto busca novos financiamentos para prosseguir com o monitoramento.”, ressalta Izumi. Participam do projeto o Laboratório de Nutrientes, Micronutrientes e Traços nos Oceanos (LabNut) do Instituto Oceanográfico (IO), o Laboratório de Microbiologia Ambiental (LMA) do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, o Centro de Química e Meio Ambiente (CQMA) do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), a empresa Centro de Espectrometria de Massas Aplicada (CEMSA) e a SALT.
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- 28/07/2014 - Especializou-se em física de reatores nucleares - Silvestre Paiano Sobrinho (1937 - 2014) - Folha de S. PauloCom uns dez anos, Silvestre Paiano Sobrinho deixou o pai um tanto assustado ao "quase colocar fogo" na casa onde viviam, em São Paulo.
Com uns dez anos, Silvestre Paiano Sobrinho deixou o pai um tanto assustado ao "quase colocar fogo" na casa onde viviam, em São Paulo.
Fonte: Folha de S. Paulo
Já mostrando sua habilidade, o garoto construiu sozinho um rádio de galena, como é conhecido um dos mais simples receptores de frequência AM.
Em 1961, formou-se em física pela USP, onde conheceu a mulher, Myrian.
Trabalhou no atual Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares), pelo qual passou quase um ano na França. Desde o começo da carreira, dedicou-se à física de reatores.
Também morou na Flórida (EUA), de onde trouxe os dados para sua tese de doutorado na USP. Lá, teve a filha, Adriana; Fábio, o mais velho, era bebê quando a família saiu do Brasil. Em 1972, mudou-se para Belo Horizonte, de onde não mais sairia.
Até a aposentadoria, fez parte do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear, da CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear), ocupando inclusive o cargo de diretor-superintendente.
Pela sua contribuição ao avanço da área nuclear no país, recebeu a medalha "Carneiro Felippe".
Introspectivo e "ponderadíssimo", era tido como referência para colegas da área.
Apesar de ter viajado ao exterior diversas vezes a trabalho, não gostava de fazer o mesmo nas férias. Lia incessantemente, e filosofia da ciência era um dos seus temas favoritos.
Morreu na quarta (23), aos 76, de problemas no fígado. Deixa Myrian, com quem era casado desde 1965, os filhos e quatro netos.
ANDRESSA TAFFAREL
DE SÃO PAULO
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- 25/07/2014 - Falta de molibdênio-99 no Brasil preocupa especialistas - site MaxpressMaterial utilizado na realização de exames diagnósticos foi parcialmente suspenso no Brasil
Material utilizado na realização de exames diagnósticos foi parcialmente suspenso no Brasil
Fonte: Site Maxpress
A realização de exames para diagnósticos como embolia pulmonar, tumores e infarto do miocárdio, poderá ser em parte comprometida no Brasil. O alerta é da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN). A entidade explica que este fato se deve à falta do molibdênio-99 (Mo-99), um radioisótopo usado como matéria-prima para geração do tecnécio-99m (Tc99m), empregado na medicina nuclear para o diagnóstico de diversas doenças, que incluem câncer, obstruções renais, demências e outras.
O Brasil depende da importação do Mo-99 da Argentina, Canadá e África do Sul, sendo que os dois últimos apresentaram problemas nas respectivas produções, o que afetou o fornecimento do elemento à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), autarquia federal, vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), responsável por executar ações de pesquisa, desenvolvimento, promoção e prestação de serviços na área de tecnologia nuclear e suas aplicações para fins pacíficos.
Devido a este cenário a entrega de geradores do tecnécio-99m fornecidos pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) da CNEN, responsável pela distribuição do gerador de Tc99m, foi parcialmente suspensa. Em comunicado a instituição relatou que a quantidade a ser recebida via Argentina é menos que a metade do necessário. "Apesar dos esforços (...) a quantidade que será embarcada será muito abaixo das nossas necessidades, pois temos uma demanda de 420 Ci e estimamos que iremos receber apenas 160 Ci. Portanto, para atender a todos os nossos clientes de forma equânime, iremos enviar neste final de semana ...(para cada)... Instituição um gerador de tecnécio com atividade máxima de 500 mCi esclarece o IPEN. Segundo a SBMN a atividade máxima normal chega a 2000 mCi, relata a SBMN.
Devido a este cenário a entrega de geradores do tecnécio-99m fornecidos pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) foi parcialmente suspensa. Em comunicado a instituição relatou que a quantidade a ser recebida via Argentina é menosque a metade do necessário. "Apesar dos esforços (...) a quantidade que será embarcada será muito abaixo das nossas necessidades, pois temos uma demanda de 420 Ci e estimamos que iremos receber apenas 160 Ci. Portanto, para atender a todos os nossos clientes de forma equânime, iremos enviar neste final de semana ...(para cada)... Instituição, um gerador de tecnécio com atividade máxima de 500 mCi (a atividade máxima normal chega a 2000 mCi).”, esclarece o Ipen.
De acordo com o presidente da SBMN, Celso Darío Ramos, o frágil cenário ocasionado pela dependência do Brasil pela importação do Mo99 reforça o fato de que o país necessita encontrar outros meios de obter o material e, também de urgentemente implantar um reator, capaz de suprir a demanda nacional.
Apesar de aprovada a implantação de Reator Multipropósito Brasileiro, que permitirá ao Brasil a autossuficência na produção de radioisótopos, ainda levará anos para que o projeto fique pronto.
A SBMN recomenda ainda que os centros brasileiros que dependem do Mo-99 aproveitem a capacidade máxima do gerador entregue na última remessa nesta semana para fins de exames, antecipando, quando possível, o maior número de procedimentos, em especial, para este final de semana.
Sobre a medicina nuclear: Especialidade médica que usa quantidades mínimas de substâncias radioativas (radiofármacos) como ferramenta para acessar o funcionamento dos órgãos e tecidos vivos, realizando imagens, diagnósticos e, também, tratamentos, a medicina nuclear ainda é pouco conhecida pelos brasileiros.
"O nome ‘nuclear’ apesar de assustador na verdade traz inúmeros benefícios à saúde”, conta o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), Celso Darío Ramos. O médico explica que ao contrário do que se pode imaginar, a quantidade de radiação utilizada na medicina nuclear é ínfima, sendo até mais seguro do que tomar uma aspirina. "A MN é capaz de diagnosticar diversas doenças, que incluem embolia pulmonar, infecções agudas e infarto do miocárdio, câncer, obstruções renais, demências e outras”, exemplifica Ramos.
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- 02/07/2014 - Decreto institui gestão do Parque Tecnológico do Estado de São Paulo - Agência FapespO governador Geraldo Alckmin assina nesta quarta-feira (02/07) o decreto que institui a gestão do Parque Tecnológico do Estado de São Paulo. A cerimônia de assinatura terá início às 18h30 no Núcleo do Novo Parque Tecnológico, localizado na Avenida Engenheiro Billings, 526, Jaguaré, na capital paulista.
O governador Geraldo Alckmin assina nesta quarta-feira (02/07) o decreto que institui a gestão do Parque Tecnológico do Estado de São Paulo. A cerimônia de assinatura terá início às 18h30 no Núcleo do Novo Parque Tecnológico, localizado na Avenida Engenheiro Billings, 526, Jaguaré, na capital paulista.
Fonte: Agência Fapesp
Credenciado em 2009 no Sistema Paulista de Parques Tecnológicos (SPTec), que integra o Sistema Paulista de Ambientes de Inovação, o Parque Tecnológico do Estado de São Paulo é voltado aos setores de tecnologia da informação e comunicação, saúde, nanotecnologia, novos fármacos e acessibilidade, usabilidade e comunicabilidade para pessoas com deficiências, entre outros.
O objetivo é promover a pesquisa, o desenvolvimento e a inovação tecnológica nas áreas abrangidas, estimulando e dando suporte à cooperação entre instituições de pesquisas, universidades e empresas.
O empreendimento está instalado na zona Oeste da capital paulista, compondo o maior polo de ciência e tecnologia da América Latina, junto à Universidade de São Paulo (USP), ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), ao Instituto Butantan e ao Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen).
O terreno em que está o núcleo central do parque pertence ao Estado de São Paulo e tem área de aproximadamente 46 mil metros quadrados (m²). O prédio construído tem 6 mil m² e conta com instalações para abrigar empresas, centros de inovação, escritórios de entidades financiadoras de projetos, serviços de administração e de apoio e áreas para eventos, com auditórios e espaços para exposições.
O governo estadual, por meio da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, será o responsável pela gestão inicial do empreendimento, que contou com investimento público de R$ 17 milhões nas obras de implantação.
O Parque Tecnológico do Estado de São Paulo tem apoio da Prefeitura da capital, que firmou em 2012 parceria com o governo estadual para desenvolver ações voltadas à criação, estruturação e implantação do complexo. O novo Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo contempla o perímetro do parque.
Além do governador, também estão previstos para participar da cerimônia de assinatura do decreto o secretário em exercício de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, Nelson Baeta Neves Filho, o subsecretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Marcos Cintra, o presidente da FAPESP, Celso Lafer, e o diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da FAPESP, José Arana Varela, entre outras autoridades.
Segundo Cintra, o Parque Tecnológico poderá reproduzir "as condições que favoreceram a formação do Vale do Silício, que nasceu de um ambiente de convívio da comunidade científica com o meio universitário e empreendedores”, disse no workshop "Relevância Imobiliária/Ambiental do Parque Tecnológico do Estado de São Paulo”, realizado pela Agência USP de Inovação no dia 30 de junho.
Regina Meyer, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP), destacou noworkshopa influência do Parque Tecnológico do Estado de São Paulo para integrar a USP com a cidade.
Mais informações em www.desenvolvimento.sp.gov.br/parques-tecnologicos.
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- 30/06/2014 - Minicurso de Método de RietveldEstão as abertas, até 28 de novembro, as inscrições para o minicurso de método de Rietveld que ocorrerá entre 8 e 12 de dezembro no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em São Paulo.
Estão as abertas, até 28 de novembro, as inscrições para o minicurso de método de Rietveld que ocorrerá entre 8 e 12 de dezembro no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em São Paulo.
Fonte: Site Planeta Universitário
Oferecido desde 1996, o curso conta com uma equipe de excelência em difração de nêutrons e raios X tanto convencional quanto de alta resolução (síncrotron e equipamentos comerciais) e com experiência em mineralogia, fármacos, óxidos e compostos orgânicos.
Este ano, como nos anteriores, serão oferecidas duas vagas sem taxa de inscrição, para alunos matriculados em programas de pós-graduação sem bolsas de estudo.
Entre os instrutores que ministrarão o curso está Carlos de Oliveira Paiva Santos, professor de Física do Instituto de Química da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Araraquara, que trabalha desde 1987 com o método de Rietveld e já publicou 110 artigos em periódicos especializados, 105 deles sobre policristais.
O Ipen fica na Avenida Lineu Prestes, 2242, na Cidade Universitária, em São Paulo.
Mais informações:http://labcacc.iq.unesp.br/Cursos/MR2014/index.html
Agência FAPESP
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- 30/06/2014 - Subsecretário ministra palestra sobre Parque Tecnológico do Estado de SP - Site SDECTIO subsecretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Marcos Cintra, ministrou nesta segunda-feira, 30 de junho, na capital, a palestra “Plano Urbanístico projetado para o Parque Tecnológico do Estado de SP”.
O subsecretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Marcos Cintra, ministrou nesta segunda-feira, 30 de junho, na capital, a palestra “Plano Urbanístico projetado para o Parque Tecnológico do Estado de SP”.
Fonte:Site SDECTI
A apresentação integrou o workshop "Relevância Imobiliária / Ambiental do Parque Tecnológico do Estado de São Paulo”, promovido pela Agência USP de Inovação com o objetivo de debater a importância do empreendimento para a região.
Durante a exposição, o subsecretário explicou ser necessário reproduzir "em proveta” as condições que favoreceram a formação do Vale do Silício, que nasceu de um ambiente de convívio da comunidade científica com o meio universitário e empreendedores. Ele declarou que o atual plano diretor, em votação na câmara municipal, é muito "econômico” em relação ao parque, pois não define nada do ponto de vista normativo. "É preciso uma legislação urbanística para dar suporte ao empreendimento.”, disse.
O público composto por autoridades, professores, empresários e estudantes acompanhou também a conferência "A metrópole contemporânea e os ambientes de inovação”, da professora da FAU/USP Regina Meyer, que acredita na influência do Parque Tecnológico do Estado de SP para integrar a USP com a cidade. "A iniciativa pode corrigir o aspecto de enclave da universidade, que passa a ser uma âncora, isto é, está balizada, mas é aberta, tem mais flexibilidade”, frisou.
Já o professor da PUC/SC Luiz Carlos Spinosa falou sobre sua experiência na área com a discussão "Ecossistemas de Inovação e Meio Urbano”, que retratou o perfil de iniciativas no Brasil e no exterior, além de mostrar alguns dos desafios para implantação dos espaços.
Encerrado o ciclo de palestras, foi composta uma mesa com todos os palestrantes e o pró-reitor de Pesquisa da Universidade de São Paulo (USP), José Eduardo Krieger, para responder as perguntas dos presentes.
Na oportunidade, foi realizada ainda a entrega do prêmio Olímpiadas USP de Inovação, que visa estimular a criatividade, inovação e empreendedorismo no Estado. A competição é destinada a graduandos, pós-graduandos, docentes, pesquisadores, funcionários especializados das instituições de ensino e empresários. É organizada pela Agência USP de Inovação em parceria com a Pró-Reitoria de Pesquisa da universidade.
Sobre o Parque Tecnológico do Estado de São Paulo
Localizado na zona oeste da capital, o Parque Tecnológico do Estado de SP está instalado no entorno da Avenida Engenheiro Billings, junto ao maior polo de Ciência e Tecnologia da América Latina (USP, IPT,Ipene Butantan). O complexo vai ser voltado aos setores de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), Saúde, Nanotecnologia, Novos Fármacos e Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) em acessibilidade, usabilidade e comunicabilidade para pessoas com deficiências e outros.
O terreno onde será alojado o núcleo central do parque tem área de 46 mil m². O prédio vai contar com instalações para abrigar empresas, centros de inovação, escritórios de entidades financiadoras de projetos, serviços de administração, apoio e áreas para eventos, com auditórios e espaços para exposições. -
- 30/06/2014 - Minicurso de Método de Rietveld - Agência FapespEstão as abertas, até 28 de novembro, as inscrições para o minicurso de método de Rietveld que ocorrerá entre 8 e 12 de dezembro no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em São Paulo.
Estão as abertas, até 28 de novembro, as inscrições para o minicurso de método de Rietveld que ocorrerá entre 8 e 12 de dezembro no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em São Paulo.
Fonte: Agência Fapesp
Oferecido desde 1996, o curso conta com uma equipe de excelência em difração de nêutrons e raios X tanto convencional quanto de alta resolução (síncrotron e equipamentos comerciais) e com experiência em mineralogia, fármacos, óxidos e compostos orgânicos.
Este ano, como nos anteriores, serão oferecidas duas vagas sem taxa de inscrição, para alunos matriculados em programas de pós-graduação sem bolsas de estudo.
Entre os instrutores que ministrarão o curso está Carlos de Oliveira Paiva Santos, professor de Física do Instituto de Química da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Araraquara, que trabalha desde 1987 com o método de Rietveld e já publicou 110 artigos em periódicos especializados, 105 deles sobre policristais.
O Ipen fica na Avenida Lineu Prestes, 2242, na Cidade Universitária, em São Paulo.
Mais informações:http://labcacc.iq.unesp.br/Cursos/MR2014/index.html
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- 25/06/2014 - 19º Prêmio Claudia 2014 - Ciências - Revista ClaudiaBom humor é um dos principais atributos de Luciana Vanni Gatti. “Decidi estudar química porque me apaixonei pelo Ciclo de Krebs”, diz, às risadas, referindo-se a um processo de queima da gordura corporal, alvo de preocupação de dez em cada dez mulheres.
Bom humor é um dos principais atributos de Luciana Vanni Gatti. “Decidi estudar química porque me apaixonei pelo Ciclo de Krebs”, diz, às risadas, referindo-se a um processo de queima da gordura corporal, alvo de preocupação de dez em cada dez mulheres.
Fonte: Site Prêmio Claudia
Brincadeiras à parte, a queima que hoje mais interessa a essa paulista de Birigui, interior do estado, é a da Floresta Amazônica.
Subordinada ao Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, uma autarquia do governo de São Paulo, Luciana ganhou notoriedade internacional em fevereiro deste ano, quando um estudo coordenado por ela, em parceria com dois experts estrangeiros, foi tema de capa da prestigiada revista científicaNature. "Os resultados que apresentamos surpreenderam todo mundo”, diz.
"Havia um consenso de que, a cada ano, a Amazônia absorvia cerca de 500 milhões de toneladas de carbono, o principal gás do efeito estufa. Constatamos que, por causa da seca, ela captou apenas 30 milhões em 2010. E, em 2011, ano mais úmido, 250 milhões.” Ocorre que, quando há mais água disponível, as plantas fazem mais fotossíntese e a mortalidade da vegetação não aumenta.
O trabalho de Luciana repercutiu porque é o mais abrangente cálculo de balanço de carbono já realizado no Brasil. Além de revelar taxas de absorção menores do que era esperado, ela descobriu que, devido às queimadas, a floresta lançou 510 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera em 2010 e, em 2011, 300 milhões.
Ou seja: a contabilidade nos dois anos, infelizmente, foi negativa. Chegar a esses números foi uma tarefa árdua e complexa. Com os pesquisadores Emanuel Gloor, da Universidade de Leeds, na Inglaterra, e John Miller, da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, a cientista fez um minucioso planejamento de voos a partir de quatro pontos da Amazônia: Santarém (PA), Alta Floresta (MT), Rio Branco (AC) e Tabatinga (AM). Desde 2010, a cada duas semanas, pequenas aeronaves sobrevoam esses locais com um equipamento acoplado.
E, em espiral, coletam amostras de ar de acordo com os parâmetros e com as altitudes determinadas pelo grupo. Depois disso, o material é enviado para o laboratório. "É a primeira vez que informações sobre a Bacia Amazônica inteira são levantadas e com essa frequência”, garante Luciana. "Estudos anteriores extrapolavam dados locais e faziam uma média para a região.”
O problema, segundo a pesquisadora, é que a floresta não se comporta de maneira uniforme. Para piorar, fenômenos climáticos esporádicos, como El Niño e La Niña, que afetam a temperatura do oceano e têm impacto na vegetação, pesam em análises pontuais e podem gerar visões distorcidas. É por isso que estudos de longo prazo são fundamentais.
O grupo de Luciana, que já tem dados dos últimos quatro anos apurados, pretende estender as coletas até completar ao menos uma década. "A qualidade técnico-científica desse trabalho é fantástica”, ressalta Jean Ometto, engenheiro do Centro de Ciências do Sistema Terrestre do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). "Ele não é algo trivial, representa um importante salto em termos de conhecimento sobre a Amazônia.”
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- 04/06/2014 - Sensores de flúor em transformadores podem prevenir acidentesSensor cerâmico auxiliaria na prevenção de corrosão do sistema elétrico de transformadores
Sensor cerâmico auxiliaria na prevenção de corrosão do sistema elétrico de transformadores
Fonte: Agência Universitária de Notícias
Por Maria Beatriz Gimbo Melero - maria.beatrizgm@gmail.com
Edição Ano: 47 - Número: 19 - Publicada em: 04/06/2014
Materiais cerâmicos possuem grande importância na composição de alguns tipos de sensores. Um tipo de sensor que de extrema importância é o de sensor de flúor, diz Reginaldo Muccillo. O sensor de flúor funcionaria como uma medida preventiva contra a corrosão do fios presentes no sistema elétrico dos transformadores de energia.
Segundo Muccillo, se houver umidade dentro dos transformadores ocorre a produção de ácido fluorídrico (HF), que provoca tal corrosão. Por esse motivo, um sensor foi criado pelo Ipen e embora as pesquisas estejam encerradas, o sensor não se encontra no mercado.
Outros sensores
Professor do Ipen, Muccillo é responsável por inúmeras pesquisas relacionados a materiais cerâmicos que tenham importância tecnológica. Além do sensor de flúor, ele diz que os materiais cerâmicos também podem servir na composição de outros sensores, como os presentes em canos de escapamento de carros e os sensores da indústria siderúrgica.
Os sensores de escapamento, também chamados de lambda, analisam a quantidade de oxigênio nos gases que saem da câmara de exaustão é analisado. Assim, um sinal é mandado para a injeção de combustível, para que haja uma economia na quantidade de combustível injetado e evitar resíduos, como o dióxido de carbono (CO2) e o monóxido de carbono (CO). Seu principal componente é o óxido de zircônio - que tem a propriedade de quebrar a molécula de O2. Dessa maneira,os íons se difundem no material e fornecem um sinal, sendo que o teor do mesmo é proporcional à quantidade de resíduo que sai pelo cano do escapamento. Muccillo conta que dezenas de milhares de carros usam esse sensor, que vem ou da Alemanha ou do Japão. "Aqui, desenvolvemos o material cerâmico que pode ser utilizado nesse sensor”, diz.
O óxido de zircônio também é utilizado em sensores presentes nas usinas siderúrgicas. Este sensor é imerso no aço líquido e detecta qual o teor de oxigênio presente no aço, que deve ser a menor possível para uma liga de alta qualidade. O sensor entra em ação e detecta o oxigênio de maneira bem mais rápida do que antigamente. "As siderúrgicas, antigamente, pegavam tubos de quartzo e jogavam no aço, traziam-no para fora, ele solidificava e levavam-no até um laboratório químico. Mediam o teor de oxigênio e depois voltava [para a siderúrgica] para saber o que fazer com o aço. Isso levava 15 minutos. Agora, com dez segundos você faz isso com esse sensor. Você joga o sensor e instantaneamente ele mede quanto de oxigênio tem lá”.
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- 03/06/2014 - Pesquisa na INB Caldas busca solução para tratamento de solo e águaA primeira mina de urânio do Brasil, localizada em Caldas (MG) e desativada desde 1995, será campo de pesquisa e testes para tratamento de passivos ambientais resultantes de atividades de mineração.
A primeira mina de urânio do Brasil, localizada em Caldas (MG) e desativada desde 1995, será campo de pesquisa e testes para tratamento de passivos ambientais resultantes de atividades de mineração.
Fonte: Portal do MCTI
A primeira mina de urânio do Brasil, localizada em Caldas (MG) e desativada desde 1995, será campo de pesquisa e testes para tratamento de passivos ambientais resultantes de atividades de mineração. A unidade das Indústrias Nucleares do Brasil (INB) recebeu, na terça-feira (27), o primeiro dos seis contêineres com a planta piloto que vai testar uma tecnologia que pretende descontaminar solo e água por meio do uso de gás ozônio.
O projeto, que é desenvolvido pela Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc) e pel a empresa Brasil Ozônio, tem investimento aprovado de R$ 9,8 milhões pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Os estudos buscam comprovar ensaios já realizados em laboratório, testando-os em uma escala maior, e analisar os custos para aplicação da tecnologia. A ideia é que usando o gás ozônio em água ácida seria possível tirar metais pesados como o manganês e o ferro. E ao aplicá-lo nas pilhas de resíduos do solo minerado, micro-organismos que produzem água ácida seriam eliminados.
Além de disponibilizar o terreno, os laboratórios da INB Caldas farão o controle analítico. O projeto conta ainda com a participação de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen/MCTI).
Histórico
A produção brasileira de urânio começou em 1982, em Caldas, sul de Minas Gerais, onde uma reserva foi explorada durante 13 anos, abastecendo a usina de Angra 1. Na unidade, que está em fase de descomissionamento, funciona um laboratório ambiental de análises químicas e radiológicas e um laboratório de desenvolvimento de processo industrial.
Também na INB Caldas já foi montada a usina piloto que testou o processo industrial que será implantado na futura unidade de Santa Quitéria (CE) para separar o fosfato e o urânio presentes no minério daquela região.
Fonte: INB
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- 02/06/2014 - Fiocruz, Embrapa e Inpe lideram pesquisa no país, diz novo rankingA Fiocruz é o melhor instituto de pesquisa do Brasil em termos de qualidade de produção científica, e o A.C.Camargo Cancer Center é o melhor hospital.
A Fiocruz é o melhor instituto de pesquisa do Brasil em termos de qualidade de produção científica, e o A.C.Camargo Cancer Center é o melhor hospital.
Fonte: Folha de S. Paulo
SABINE RIGHETTI
FERNANDO TADEU MORAES
DE SÃO PAULO
As informações são da Universidade de Leiden (Holanda). Pela primeira vez, cientistas da instituição usaram uma metodologia similar a de seus rankings universitários para um levantamento de produção científica. As instituições brasileiras foram as primeiras contempladas.
Entre as universidades, a USP é a primeira colocada.
O principal indicador dos holandeses é o impacto da pesquisa acadêmica produzida em cada instituição, ou seja, o quanto essa pesquisa é citada por trabalhos de outros cientistas.
Ganha mais pontos a instituição que tiver mais produção científica com mais impacto (entre os trabalhos 10% mais citados).
Outros critérios, como quantidade de trabalhos em colaboração internacional, também entram na conta.
A metodologia de Leiden, como ficou conhecida, já vinha sendo aplicada desde 2011 para classificar universidades internacionalmente.
No último ranking internacional de universidades feito por eles, a USP está em 678º lugar no mundo. Os primeiros lugares são todos de escolas dos EUA.
"Agora resolvemos usar a metodologia do ranking internacional de universidades para aplicar em instituições de pesquisa", disse à Folha Everard Noyons, cientista e coordenador do trabalho.
Paulo Gadelha, presidente da Fiocruz, diz que a produção de conhecimento científico é o cerne da instituição, mas ressalta que o projeto da fundação é marcado por uma visão da pesquisa para resolver problemas práticos.
A proposta de ranquear a produção científica especificamente do Brasil, diz Noyons, veio da organização do EBBC (Encontro Brasileiro de Bibliometria e Cienciometria –área que estuda dados de produção científica).
Acabou virando uma espécie de "exercício acadêmico" e os resultados foram apresentados no congresso da EBBC, que ocorreu há duas semanas na UFPE (Universidade Federal de Pernambuco).
Os resultados estão disponíveis no site do trabalho (http://brr.cwts.nl/ranking), em inglês, onde é possível classificar, por exemplo, universidades brasileiras, institutos de pesquisa e hospitais.
A ideia do grupo, diz o especialista, é, a partir desse exercício no Brasil, trabalhar para incluir institutos de pesquisa no próximo ranking internacional do Leiden.
Mas os rankings são medidores confiáveis da qualidade das instituições?
"Nós não somos a favor de rankings. Mas eles existem e nós não podemos ficar de fora criticando", diz Noyons.
Gilberto Câmara, ex-diretor do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) diz que os institutos não podem ser julgados apenas pela sua produção científica.
"Não podemos reduzir instituições como a Embrapa e o Inpe à produção de artigos".
Segundo ele, muitos projetos do Inpe, como os ligados ao monitoramento da Amazônia, dificilmente geram artigos, mas são fundamentais para a instituição.
Instituições campeãs investem na meritocracia entre cientistas
DE SÃO PAULO
No Impa (Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada), nas franjas da floresta da Tijuca, no Rio, a valorização do mérito é o principal fator para o sucesso da instituição, diz o seu diretor, César Camacho.
Pequeno --tem pouco mais de 50 pesquisadores-- e extremamente seletivo, o Impa é, proporcionalmente, o instituto de pesquisa com mais publicações de impacto no país. Quase 13% dos artigos do instituto entre 2003 e 2012 são de alto impacto.
"Procuramos permanentemente pesquisadores muito qualificados dentro de uma política de mérito e da busca pelo melhor que existe no mundo", diz Camacho.
Em 2013, um dos seus pesquisadores, Fernando Codá, junto com colega português, conseguiu provar a conjectura de Willmore, um dos problemas mais importantes em aberto da geometria diferencial, que estabelece qual seria a melhor forma geométrica para uma rosca (ou toro, na linguagem matemática). A conjectura tem aplicações em questões da relatividade geral e da biologia celular.
Na Fiocruz, a primeira colocada em números absolutos, o destaque são os mecanismos internos de fomento à pesquisa, fundos com recursos da própria Fiocruz disputados pelos pesquisadores.
"São estimuladores da excelência e de uma competição saudável entre os pesquisadores", explica Paulo Gadelha, presidente da Fiocruz, que destaca a "relação simbiótica" entre ensino e pesquisa como um dos pontos fortes da instituição.
Na fundação são executados atualmente mais de mil projetos, relacionados sobretudo ao controle de doenças como a Aids e a doença de Chagas, além de outros temas ligados à saúde coletiva.
A Fiocruz participou recentemente de estudo sobre combinação de antirretrovirais ministrados a recém-nascidos para evitar a transmissão do HIV da mãe para o filho. O resultado da pesquisa alterou o padrão de tratamento da doença em todo o mundo e foi incorporada aos manuais da Organização Mundial da Saúde.
(FTM)
No Brasil, universidades concentram pesquisa na área de saúde
SABINE RIGHETTI
DE SÃO PAULO
A maior parte da pesquisa científica na área da saúde no Brasil não está em hospitais, mas em universidades e em institutos de pesquisa.
De acordo com a avaliação feita pelos cientistas da Universidade de Leiden (Holanda) a produção científica brasileira, USP, UFMG e Unicamp lideram as pesquisas na área médica no país.
O primeiro hospital a aparecer na lista brasileira é o A.C. Camargo, em 15º lugar dentre todas as instituições que fazem pesquisa na área médica. Na frente dele há 13 universidades e a Fiocruz.
"No Brasil os hospitais realmente não têm tradição de fazer pesquisa porque é um custo a mais", avalia Vilma Regina Martins, cientista e diretora de Pesquisa do A.C.Camargo Cancer Center.
No A.C.Camargo há 150 pesquisadores envolvidos nas atividades de pesquisa, que consumiram R$ 23,5 milhões em 2013.
A maior parte do dinheiro, diz Martins, vem de agências de financiamento à ciência nacionais e internacionais. Cabe ao hospital pagar o salário dos pesquisadores e de outros profissionais, como técnicos de laboratório.
"Boa parte dos médicos também está envolvida de alguma maneira com as atividades de pesquisa", diz.
No ano passado, os cientistas do hospital publicaram 203 artigos acadêmicos em revistas científicas.
Hoje, o A.C. Camargo tem um banco com cerca de 50 mil amostras de tumores, com dados dos pacientes e do tratamento realizado.
No ranking de hospitais com produção científica há quatro hospitais atrás do A.C.Camargo: três deles ficam em São Paulo e um no Rio (veja a lista no infográfico).
Segundo o ranking, nenhuma outra região do país tem hospitais fazendo pesquisa científica de impacto.
O segundo colocado, o Inca (Instituto Nacional de Câncer), também tem foco no estudos dos tumores.
Nos demais, as linhas de pesquisa são mais variadas. No hospital Albert Einstein, uma das pupilas é a área de neurologia e pesquisa do cérebro.
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- 29/05/2014 - Água da região da Billings apresenta alta concentração de alumínioSem rede de coleta e tratamento de água, moradores recorrem à água subterrânea
Sem rede de coleta e tratamento de água, moradores recorrem à água subterrânea
Fonte: Agência Universitária de Notícias
A falta de saneamento básico leva moradores da ilha do Bororé, situada às margens da represa Billings, a consumir água com elevados níveis de alumínio, considerado um metal tóxico. Sem abastecimento de água tratada, a comunidade pesqueira que vive na região utiliza a água proveniente de poços instalados nas residências, sem que haja qualquer tipo de tratamento prévio ao consumo.
O excesso de alumínio na água consumida pelos moradores da região foi uma das análises feita por Renata Bazante Yamaguishi, em conjunto com pesquisadores do Ipen. Através do uso inovador de irradiação ionizante durante a pré-análise de amostras de água, Renata mostrou que as taxas de alumínio são muito maiores do que se pensava, uma vez que a radiação quebra as moléculas orgânicas e permitem a mineralização do alumínio, permitindo a real noção da quantidade do metal tóxico presente na água. O novo método de análise garantiu a Renata o título de doutora.
Se acumulado em excesso no organismo, o alumínio pode causar doenças crônicas, como o mal de Alzheimer. O limite estabelecido pelo Ministério da Saúde é de 0,2 mg/l de alumínio em água potável, como manda a portaria 2.914/11 (antiga 518). De dez poços analisados, apenas um manteve a concentração de alumínio abaixo do limite estabelecido pelo Ministério da Saúde. Também foram encontrados ferro e manganês em altas concentrações.
Ilha do Bororé
Mesmo não sendo uma ilha - porção de terra cercada por água - a comunidade que vive na Ilha do Bororé possui contato direto com as águas da represa Billings, pois retiram de lá os peixes para seu sustento.
Sem captação das água da Billings para o abastecimento local, os moradores constroem poços para obter água para o consumo. Esses poços podem ser tanto do tipo raso, alimentado pela retenção de água da chuvas em bolha no subsolo - a região possui solo é argiloso - como pelo tipo profundo, que alcança o lençol freático.
As águas dos poços encontram-se em grande parte contaminados por bactérias termotolerantes, sendo encontrados coliformes totais, principalmente a do tipo E. coli - existente em todos os animais de sangue quente - já que não há tratamento de esgoto e os dejetos são direcionados a fossas construídas próximas aos poços. A falta de espaço e desconhecimento dos riscos à saúde são os motivos de muitos moradores não seguirem a distância mínima de 30 metros recomendável entre uma fossa e um poço, além de não haver vedação na maioria das fossas.
Tentando melhorar a condição da água, muitos moradores colocam pedras de cloro (hipoclorito de cálcio) nas caixas d’água abastecidas pelos poços. Entretanto, segundo Renata, essa não é a melhor solução, pois o cloro pode gerar o triclometano, uma substância cancerígena, se combinado com o ácido húmico - presente nos sedimentos carregados até a caixa d’água.