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- 18/12/2018 - Técnica permite ganho de escala na produção de materiais com grafeno - Agência FapespTrabalho foi apresentado no Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência de Materiais. Pesquisadores apresentaram ainda resultados sobre corrosão de metais e sensores para gases tóxicos, entre outros
Trabalho foi apresentado no Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência de Materiais. Pesquisadores apresentaram ainda resultados sobre corrosão de metais e sensores para gases tóxicos, entre outros
Fonte: Agência Fapesp
André Julião
Um grupo de pesquisadores brasileiros desenvolveu estratégias que permitem produzir nanocompósitos de plástico e grafeno em escala industrial. O isolamento do cristal de grafeno é um dos maiores avanços na ciência e tecnologia desde que foi realizado pela primeira vez em 2004, o que rendeu o prêmio Nobel de Física aos seus criadores em 2010. No entanto, a criação de nanocompósitos do material com o plástico ainda ocorre basicamente em escala laboratorial."Em pequena escala, usam-se solventes e outras técnicas que funcionam bem nos experimentos. No entanto, quando se usa o maquinário existente na indústria transformadora de plástico, o grafeno se reaglomera e perde suas propriedades”, disse o coordenador do estudo, Guilhermino José Macêdo Fechine, pesquisador do Centro de Pesquisas Avançadas em Grafeno, Nanomateriais e Nanotecnologias (MackGraphe) da Universidade Presbiteriana Mackenzie, centro que tem apoio da FAPESP.
Um artigo, publicado naeXPRESS Polymer Letters,foi apresentado no 23º Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência de Materiais (CBECiMat), ocorrido entre os dias 4 e 8 de novembro em Foz do Iguaçu (PR).
Os resultados são novas técnicas para diminuir consideravelmente a aglomeração do grafeno quando inserido nos plásticos usando equipamentos de escala próxima da industrial. As aplicações para os nanocompósitos de plástico com grafeno vão desde equipamentos esportivos com melhor resistência a abrasão, filamentos para impressão 3D ou suportes (scaffolds) para cultura de células.
"O leque de aplicação é grande. O gargalo fica no processo de fabricação, quando nem tudo o que se faz em laboratório é compatível com a indústria transformadora de plástico”, disse Fechine.
Outro trabalho apresentado no congresso mostra os mecanismos de corrosão das chamadas ligas de alumínio de elevada resistência mecânica quando soldadas por fricção e mistura (FSW, na sigla em inglês).
"Na soldagem tradicional, geralmente é introduzido um material diferente, que fica em contato com as partes que estão sendo unidas e que cria uma diferença de comportamento daquela área em termos de corrosão”, disse Hercílio Gomes de Melo, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (EP-USP) e coordenador do estudo.
"Já na FSW, não se acrescenta mais um metal. O alumínio é aquecido próximo à sua temperatura de fusão pela fricção de uma ferramenta com geometria especial que gira e se desloca na região a ser soldada, impondo também uma intensa deformação mecânica, plasticizando-o. O metal amolecido gira em torno do pino da ferramenta e ao esfriar se solidifica, consolidando a junção. Isso faz com que se criem diferenças na microestrutura da área de junção, afetando a suscetibilidade à corrosão na região”, disse.
O estudo é parte de Projeto Temático apoiado pela FAPESP, coordenado por Isolda Costa, professora do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen).
Os resultados obtidos até agora mostram que a área da solda pode ser mais ou menos suscetível à corrosão dependendo do tipo de liga de alumínio que se usa. Em alguns casos, pode-se unir diferentes ligas com bons resultados. "Normalmente a área da junção é mais frágil, mas algumas ligas, ao se combinarem nessa parte, ficam até mais resistentes do que os materiais originais. Cada liga é um universo”, disse Melo.
A solda por fricção e mistura é usada em jatos de pequeno porte e pela agência espacial americana, a Nasa, em tanques de combustível de foguetes. No entanto, há muitos aspectos da corrosão que ainda precisam ser estudados e esclarecidos.
Sensor de gases tóxicos
Um outro campo de estudos contemplado durante o evento foram os materiais para utilização como sensores. Um dos trabalhos foi apresentado por Valmor Roberto Mastelaro, professor do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP.
Mastelaro coordena um dos poucos grupos no Brasil que trabalham no desenvolvimento de sensores de gases tóxicos e é membro do Centro de Pesquisa para o Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) financiados pela FAPESP.
"Há poucas empresas no mundo que fabricam esses sensores. Existe uma demanda para algumas indústrias que realizam processos químicos e físicos que podem gerar gases tóxicos. Além disso, há uma preocupação cada vez maior com gases do efeito estufa e outros que podem prejudicar a população das cidades”, disse Mastelaro. A pesquisa teve apoio da FAPESP.
Os óxidos metálicos nanoestruturados são atualmente os materiais que apresentam as melhores características para serem aplicados como sensores de gás portáteis e de baixo consumo energético. Os sensores atuais precisam ser aquecidos a altas temperaturas para fazerem uma detecção confiável. Isso aumenta consideravelmente o custo com energia.
"Além de sensores que não precisem de temperaturas tão altas, um dos fatores importantes é a seletividade. Existem muitos gases no ar que respiramos e é preciso que os sensores diferenciem com precisão o que interessa”, disse Mastelaro.
CBECiMat
Esta edição do evento, realizado a cada dois anos desde 1974, foi organizada por pesquisadores do Centro de Ciência e Tecnologia de Materiais (CCMAT) do Ipen.
"Nos últimos anos, o CBECiMat cresceu tanto que precisou ser dividido em cinco grandes áreas”, disse Lalgudi Ramanathan, pesquisador do CCMAT e organizador do evento.
Os coordenadores das áreas foram os professores do CCMAT Jesualdo Luiz Rossi (materiais metálicos), Eliana Navarro dos Santos Muccillo (materiais cerâmicos), Gerson Marinucci (materiais compósitos), Leonardo Gondim de Andrade e Silva (materiais poliméricos) e Nelson Batista de Lima (ensino de materiais).
Outras áreas de destaque foram as de nanomateriais e os biomateriais, usados por exemplo para levar medicamentos de forma mais eficiente ao organismo. "Muitos pesquisadores do Ipen, inclusive, têm trabalhado bastante nessa área de suportes (scaffold) para transporte de medicamentos”, disse Ramanathan.
Durante os três dias e meio de evento, foram realizadas seis sessões diárias em paralelo, além da apresentação de 300 pôsteres no total.O congresso teve apoio ainda do CNPq, Capes e da FAPESP, que deu suporte para a participação de 157 doutores.
"Quase metade dos participantes era de alunos, que sempre foram o foco do evento. Apesar de a maioria ser das regiões Sul e Sudeste, houve representantes de todos os estados do Brasil”, disse Muccillo.
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- 18/12/2018 - O CNPq lança a sétima edição do projeto Pioneiras da CiênciaLinda Caldas, do IPEN, entre as pioneiras da Ciência no Brasil, pelo CNPQ
Linda Caldas, do IPEN, entre as pioneiras da Ciência no Brasil, pelo CNPQ
Fonte: CNPqO Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) lança a sétima edição do projeto Pioneiras da Ciência no Brasil com a homenagem a 10 pesquisadoras de diversas áreas do conhecimento. São histórias inspiradoras contadas por meio de verbetes que entrelaçam suas trajetórias pessoais e acadêmicas e permitem observar não somente os resultados do seu sucesso como também os obstáculos enfrentados no seu caminho.
"A importância desta iniciativa está em atribuir visibilidade às mulheres e às suas contribuições para a ciência e tecnologia, nas diversas áreas do conhecimento, principalmente como figuras exemplares e modelos para meninas e jovens", explica a Diretora de Engenharias, Ciências Exatas, Humanas e Sociais do CNPq, Adriana Tonini. Segundo ela, a participação feminina na ciência sempre foi menos reconhecida. "Precisamos, portanto, divulgar essas histórias que tratam da atuação das mulheres como lideranças na docência e na pesquisa", conclui.
As homenageadas são Alda Lima Falcão (Biologia), Beatriz Alvarenga (Física), Beatriz Nascimento (História), Ewa Wanda Cybulska (Física), Leda Bisol (Linguística), Linda Viola Ehlin Caldas (Física), Maria Adélia Aparecida de Souza (Geografia), Paula Beiguelman (Ciência Política), Ruth de Souza Schneider (Física) e Yocie Yoneshigue Valentin (Biologia).
O Pioneiras da Ciência no Brasil foi lançado em 2013 com o objetivo principal de mostrar as histórias das mulheres pesquisadoras e cientistas que contribuíram, de forma relevante, para o avanço do conhecimento científico e para a formação e ampliação do sistema científico e tecnológico no Brasil, principalmente na formação de recursos humanos. O estabelecimento de figuras exemplares femininas é um importante recurso para diminuir os estereótipos de gênero e motivar as meninas e as mulheres para as carreiras científicas e para as ciências em geral, como apontam diversos estudos e relatórios.
Até o momento, foram homenageadas 89 pesquisadoras, com esta nova edição. Muitas dessas histórias são contadas por pesquisadores/as que foram influenciados/as pela atuação e obra das pioneiras e também por nossos/as parceiros/as que atuam no CNPq e em outras instituições de pesquisa e ensino.
O projeto é uma iniciativa realizada no âmbito do Programa Mulher e Ciência, do qual o CNPq faz parte e tem, como um dos objetivos, fomentar a participação das mulheres nas ciências e tecnologias e estimular o protagonismo de jovens em diversas áreas do conhecimento.
Veja aqui a história de cada uma das pioneiras desta edição.
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- 16/12/2018 - Marinha e Comissão Nacional de Energia Nuclear assinam Protocolo de Intenções MútuasFonte: Defesa
A Agência Naval de Segurança Nuclear e Qualidade (AgNSNQ), Organização Militar diretamente subordinada à Diretoria-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha (DGDNTM), e a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) assinaram nesta quarta-feira, 12 de dezembro de 2018, um Protocolo de Intenções Mútuas visando ações conjuntas na área de segurança nuclear. O ato foi realizado nas instalações da AgNSNQ, no Rio de Janeiro-RJ.
O propósito do protocolo, é a articulação de esforços, a formação de parcerias estratégicas e a definição de diretrizes em comum, de forma a contribuir para o processo de licenciamento de instalações e meios navais com planta de propulsão nuclear, da Marinha do Brasil, bem como para a implementação de ações que assegurem a regulação necessária.
Esse acordo abrange a transferência de conhecimento, com a capacitação de técnicos e especialistas da Marinha do Brasil e da Comissão Nacional de Energia Nuclear, a elaboração de normas regulatórias, o aproveitamento de códigos computacionais da área nuclear, racionalizando os recursos disponíveis no País.
Na ocasião, além do Diretor da AgNSNQ e do Presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear, estavam presentes o Assessor de Articulações Institucionais, Chefes de Departamento da Agência e Assessora Jurídica da DGDNTM, bem como o Coordenador-Geral de Planejamento e Avaliação (CGPA), o Diretor-Substituto de Radioproteção e Segurança Nuclear (DRS), e o Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento (DPD) da Comissão Nacional de Energia Nuclear.
Fonte: Marinha do Brasil
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- 16/12/2018 - Futuro ministro de Minas e Energia defende uso da tecnologia nuclearFonte: UOL
O almirante Bento Costa Lima Albuquerque Júnior, escolhido pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) para o Ministério de Minas e Energia, defendeu o uso da tecnologia nuclear no desenvolvimento científico e como parte da matriz energética do país.
A declaração foi dada após o lançamento em Itaguaí (RJ) nesta sexta-feira (14) do submarino Riachuelo, a primeira embarcação produzida pelo programa Prosub, que visa construir quatro submarinos convencionais, movidos a diesel, e um submarino de propulsão nuclear.
O almirante hoje é o chefe do programa de submarinos, Prosub, e do Programa Nuclear da Marinha. Para defender a tecnologia nuclear, ele citou Álvaro Alberto da Mota e Silva, que foi um oficial da Marinha nomeado na década de 1940 para representar o Brasil na Comissão de Energia Atômica do Conselho de Segurança da então recém-criada Organização das Nações Unidas.
Bento disse que Álvaro Alberto (cujo nome será usado para batizar o submarino nuclear brasileiro previsto para ser lançado em 2029) foi o primeiro a perceber que "um país como o nosso não poderia abrir mão da tecnologia nuclear", disse ele.
"Até porque nós temos uma das maiores reservas de urânio do mundo, detemos a tecnologia nuclear e podemos utilizá-la em diversos segmentos em benefício da nossa sociedade", disse.
O urânio é usado como matéria-prima para a produção de combustível nuclear - que possibilita a produção de energia elétrica nas usinas nucleares.
Apesar de se mostrar um defensor da exploração da tecnologia nuclear, o almirante não quis entrar em detalhes sobre seus planos para o setor nuclear quando assumir o Ministério de Minas e Energia.
Atualmente o Brasil possui duas usinas nucleares em funcionamento, Angra 1 e 2. A usina de Angra 3 teve sua construção iniciada nos anos de 1980, mas atualmente suas obras estão paradas.
O interesse de concluir Angra 3 já foi sinalizado por militares da equipe de Bolsonaro. A obra pode custar cerca de R$ 17 bilhões. Mas nem o presidente eleito nem Bento falaram sobre o tema até agora.
O almirante também citou o desenvolvimento que vem ocorrendo no Brasil de um reator nuclear multipropósito, que começou a ser construído neste ano e pode ser usado para pesquisas científicas e para fabricar matéria-prima para a área de medicina nuclear - alimentando, por exemplo, tomógrafos e sensores que usam radiação para realizar exames médicos.
"O reator multipropósito brasileiro vai dar autossuficiência ao país em radioisótopos e em muitas outras aplicações como na agricultura, por exemplo. Assim como também na diversificação da nossa matriz energética, de um país continental como o nosso", disse.
O Programa Nuclear da Marinha deve possibilitar ainda o desenvolvimento de reatores nucleares modulares - semelhantes ao que será usado no submarino - que poderão gerar energia elétrica suficiente para cidades de até 20 mil habitantes.
O almirante ressaltou que o Programa Nuclear da Marinha já está gerando tecnologia para áreas não militares.
"As diversas aplicações duais já são demonstradas na prática, por exemplo: as indústrias nucleares do Brasil já produzem combustível nuclear para as usinas de Angra 1 e Angra 2 com a tecnologia que foi desenvolvida pela Marinha, que nos dominamos desde 1988", disse.
Previsibilidade
O futuro ministro de Minas e Energia também defendeu que o novo governo aperfeiçoe a governança e trabalhe para dar previsibilidade ao mercado em relação aos leilões de concessões de exploração de petróleo e gás.
"Vamos aperfeiçoar como deve ser cada nova administração, aperfeiçoar a governança, a gestão, dando previsibilidade ao mercado. Quem participa de um leilão, ele quer saber se vai ter um leilão hoje se vai ter outro amanhã e outro depois. É isso que a gente precisa, é dar previsibilidade", disse.
Ele disse que dialogará com associações e corporações do setor de energia para aumentar a previsibilidade e aumentar os investimentos no setor.
Venda de submarinos
Em discurso na cerimônia de lançamento do submarino Riachuelo, André Portalis, o presidente da Itaguaí Construções Navais (consórcio que reúne a Odebrecht e a francesa Naval Group), disse que o complexo industrial criado para construir submarinos para o Brasil também pode ser usado para produzir e vender essas embarcações para países aliados.
Estavam presentes na cerimônia delegações de países interessados na tecnologia, como Coreia do Sul e Polônia.
Questionado mais tarde sobre o assunto, Portalis não deu mais detalhes e disse que a pergunta era prematura. "Somente começarmos a pensar com a Marinha", disse.
Já o almirante Bento foi mais enfático ao tratar do assunto. "Hoje passados seis anos da primeira pedra, do primeiro tijolo ser colocado em Itaguaí, a gente visualiza que a vocação desse complexo naval de Itaguaí vai levar ele a muitos outros empreendimentos. Não só para atender às necessidades da defesa nacional, no caso da Marinha do Brasil, como também vai permitir ao país, como foi dito nos discursos, fornecer equipamentos, meio navais [embarcações militares], para países aliados, para países amigos", disse.
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- 14/12/2018 - Inovação e a nova paisagem urbana de São Paulo - Agência FapespEmpresários, pesquisadores e investidores de todo o país conhecem o ecossistema paulistano de inovação. Percurso foi organizado pela CNI com apoio da FAPESP
Empresários, pesquisadores e investidores de todo o país conhecem o ecossistema paulistano de inovação. Percurso foi organizado pela CNI com apoio da FAPESP
Fonte: Agência Fapesp
Claudia IziqueO ecossistema de inovação na cidade de São Paulo cresce rapidamente, nucleado por hubs de empreendedorismo tecnológico, universidades e por corporações que enxergam na parceria com startups oportunidades de negócios.
Essa expansão está constituindo uma paisagem urbana particular, em que prevalecem a mobilidade compartilhada e o uso de aplicativos para solicitação e pagamento de serviços, entre outras inovações baseadas em tecnologias digitais.
Parte dessa nova geografia paulistana foi percorrida por 54 empresários, pesquisadores e investidores de todo o país, a convite da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), entidade vinculada à Confederação Nacional da Indústria (CNI), no âmbito do Programa de Imersões em Ecossistemas de Inovações. A iniciativa teve o apoio da FAPESP.
"É a 14ª edição do programa e a terceira realizada no Brasil. O objetivo é contribuir para fomentar política de investimentos mais eficazes, incentivar a inovação e aprimorar o sistema de financiamento”, disse Gianna Sagazio, diretora de Inovação da CNI e superintendente nacional do Instituto Euvaldo Lodi (IEL).
Ao longo de três dias, o grupo visitou dezenas de empresas, incubadoras, aceleradoras, hubs de empreendedorismo, entre outros, em um percurso entremeado por seminários sobre temas estratégicos para a consolidação do ecossistema.
O ponto de partida foi um encontro na sede da FAPESP, onde participantes foram apresentados às soluções do Sebrae-SP para startups e ao Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), que apoia, com recursos não reembolsáveis, iniciativas de pesquisas inovadoras de pequenas e médias empresas.
"A FAPESP recebe em torno de mil solicitações por ano e seleciona cerca de 250. Impressiona o número crescente de empresas com projetos nas áreas de manufatura avançada e tecnologias digitais”, disse Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da Fundação.
A FAPESP também sediou o primeiro seminário, com o tema "Hubs de Startups”, do qual participaram a 100 Open Startups,Endeavor,Anjos do BrasileBaita Aceleradora.
Operando com o conceito deopen innovation(inovação aberta), a 100 Open Startups articula grandes corporações e startups por meio de metodologia que envolve desafios tecnológicos e ranking das melhores empresas com soluções para 20 áreas temáticas. "Em três anos, 439 startups fecharam acordo com mais de 300 empresas”, disse Bruno Rondani, CEO da 100 Open Startups.
A Endeavor tem foco em iniciativas que promovam o crescimento de startups. "Empreendedores de alto impacto são os grandes protagonistas”, disse Camilla Junqueira, diretora-geral da Endeavor, citando o exemplo da Ebanx – startup de processamento de pagamentos com clientes como Alibaba e Airbnb –, que cresceu mais de 700% nos últimos três anos.
O roteiro no ecossistema paulistano de inovação incluiu o Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), gestor da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de São Paulo USP/Ipen – Cietec, no campus do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), na Cidade Universitária.
Criado há 20 anos, o Cietec tem 112 empresas incubadas, 85 delas residentes, entre as quais Reciclapac e Alchemy, ambas apoiadas pelo PIPE-FAPESP, e a 3D Criar (saiba mais sobre a Reciclapac em pesquisaparainovacao.fapesp.br/725).
"As incubadas faturaram mais de R$ 35 milhões por ano e geraram 557 empregos em 2017”, disse Claudio Rodrigues, diretor-presidente do Cietec. O Centro prepara o início das operações do Cietec II, em área de 20 mil metros quadrados também cedida pelo Ipen. "A meta é chegar a 200 empresas”, disse.
Investimento de risco
A visita ao Cubo, hub de empreendedorismo do Itaú Unibanco em parceria com a Redpoint eventures, foi uma das mais longas. Instalada em um prédio de 12 andares na Vila Olímpia, em São Paulo, a iniciativa conecta 80 startups a 20 empresas mantenedoras, entre elas Accenture, Dasa, TIM, brMalls, Kroton, e investidores.
"As empresas selecionadas têm que apresentar soluções reais para o mundo real com produtos escaláveis”, disse Flavio Pripas, ex-diretor do Cubo e atualcorporate venture officerda Redpoint eventures.
Desde a criação do Cubo, em 2015, startups residentes fecharam 728 contratos com grandes empresas, 65 deles com o Itaú Unibanco. Apesar dos bons resultados, a conexão de grandes empresas com startups não é simples, a começar pelo cumprimento de exigências para a contratação desses fornecedores, na maior parte das vezes recém-chegados ao mercado. "É preciso simplificar esse processo”, disse Pripas.
Para empreendedores, tampouco é simples atrair investimentos deventure capital. "Investir em startup se compara a uma curva em formato de J, longa e profunda. É preciso resiliência”, disse Erich Acher, sócio-fundador da Monashees, fundo de venture capital criado em 2006, durante seminário sobre essa modalidade de investimento, realizado no Cubo.
"Buscamos empreendedores de alto impacto que, com tecnologia e venture capital, revolucionam o mercado e o país. Já investimos em 81 empresas, inclusive na 99 [a primeira "unicórnio” do Brasil, cujo controle foi adquirido em janeiro de 2018 pela chinesa Didi Chuxing ]. Foram 12 anos para o primeiro retorno.” Unicórnios são startups avaliadas em mais de US$ 1 bilhão.
O pragmatismo dos investidores privados fez com que a SP Ventures fosse constituída, em 2007, comoseed fundingdo setor público. "Qualificamo-nos como gestor regional do Fundo Criatec do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)”, disse Francisco Jardim, CEO da SP Ventures. Nesse primeiro fundo, foram apoiadas oito empresas, metade na área de agronegócios.
Em 2013, a SP Ventures deixou o BNDES, compôs o seu segundo fundo com aporte de recursos da Desenvolve SP, Finep, FAPESP, Sebrae-SP, CAF e Jive Investments e priorizou investimentos nas Agtechs – empresas de tecnologias agropecuárias. Apesar das dificuldades na relação com órgãos reguladores e com as universidades, Jardim afirma que a SP Ventures "está conseguindo criar alguns unicórnios”, já que a agricultura brasileira dá escala para grandes negócios.
Andrea Calabi, coordenador do projeto de implantação de ambientes de inovação e criatividade no Estado de São Paulo, implementado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) com o apoio da FAPESP, ponderou que a articulação entre empreendedores, startups, venture capital e as universidades deveria ser provida pelo setor público, citando o exemplo da FAPESP.
Participaram do seminário sobre Venture Capital também a Dgf-Investimentose ae-Bricks Ventures.
A caminho do mercado
O roteiro do programa de imersão no ecossistema paulistano de inovação incluiu visitas à Melicidade, sede do Mercado Livre ; Eretz bio, incubadora de startups da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein; ao Google Campus; ao hub de inovação Wayra, aceleradora de startups criada em 2011 pela Telefônica; à Estação Hack Facebook; e ao InovaBra Habitat, ambiente de coinovação do Bradesco.
O roteiro encerrou noiDexo, instituto sem fins lucrativos mantido pela Totvs, Banco ABC e Salute, para conectar startups, empreendedores e desenvolvedores. "Prestamos serviços para grandes empresas, contratando serviços de startups”, disse Bianca Guimarães, community manager do iDexo. A visita encerrou com um seminário sobre Corporate Ventures.
"O programa foi impactante. Não tínhamos noção do dinamismo e de quão rápido essas empresas estão mudando a cidade de São Paulo”, disse Cândida Oliveira, coordenadora do Programa Imersões em Ecossistemas de Inovações.
Taynara Tenório Cavalcanti Bezerra, engenheira da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), no Amazonas, participou do programa que lhe permitiu conhecer o ecossistema paulista e iniciar contatos que permitissem levar a "cultura de inovação” para Manaus.
O ganês Salomon Kweku Sagoe Amoah, pesquisador do Laboratório CertBio, em Campina Grande, na Paraíba – instituição certificada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e acreditada pelo Inmetro para análise de toxicidade em prótese mamária e em material volátil –, aderiu ao programa com um interesse específico: buscar alternativas para levar ao mercado um biomaterial desenvolvido pelo laboratório e já patenteado.
"A visita ao Eretz bio foi muito importante. Não tínhamos noção da dimensão dessa área. Precisamos mapear grupos, empresas e incubadoras que possam nos ajudar nessa empreitada”, disse Amoah
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- 14/12/2018 - INB volta a beneficiar urânio em CaetitéCNEN concedeu a autorização para realização dos testes operacionais da planta química, nas áreas de Britagem e de Montagem de Pilhas
CNEN concedeu a autorização para realização dos testes operacionais da planta química, nas áreas de Britagem e de Montagem de Pilhas
Fonte: Canal Energia
A última etapa de testes funcionais das áreas de Britagem e de Montagem de Pilhas para operação assistida na Unidade de Concentrado de Urânio da Indústrias Nucleares do Brasil, em Caetité/BA, foi realizada na última quarta-feira, 12 de dezembro. O presidente da empresa, Reinaldo Gonzaga, esclareceu que a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) concedeu a autorização para realização dos testes operacionais da planta química, já beneficiando as rochas de urânio que se encontram no pátio.
Na ocasião, a INB comemorou os 30 anos de atividades, relembrando fatos que marcaram a história da empresa. "Estamos caminhando a passos largos para alcançar a independência do Tesouro Brasileiro. Iniciamos 2018 com 35% de dependência e finalizamos o ano somente com 29% de dependência”, compartilhou o presidente, destacando que o funcionamento da Unidade de Caetité tem papel primordial para a diminuição da dependência do governo.
O diretor de Recursos Minerais, Adauto Seixas, destacou o papel de cada um dos empregados para o alcance dessa meta. Neste ano foram intensificados os trabalhos de manutenção e renovação, principalmente do local conhecido como planta química, onde ocorre o beneficiamento do urânio. "Locais, como o pátio onde o minério é lixiviado, foram totalmente reconstruídos”, explicou o diretor.
Nos meses que antecederam o início dos testes funcionais, todas as equipes de turno, engenheiros e técnicos de segurança, radioproteção, mecânicos, eletricistas e instrumentistas, além dos gestores da Unidade envolvidos na execução, no controle e no acompanhamento dos procedimentos receberam as orientações e treinamentos necessários para a condução desses testes.
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- 13/12/2018 - DPD entrega à DRS Relatório Preliminar de Análise de Segurança (RPAS) do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB)Fonte: CNEN
Relatório Preliminar de Análise de Segurança (RPAS)
A Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento (DPD) da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) entregou na tarde desta quinta-feira (13/12) à Diretoria de Radioproteção e Segurança Nuclear (DRS) da instituição o Relatório Preliminar de Análise de Segurança (RPAS) do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB). Os quatro volumes que compõem o documento foram entregues em uma solenidade realizada na sede da CNEN.
O ato de entrega do Relatório contou com a presença do presidente da CNEN, Paulo Roberto Pertusi, dos diretores José Carlos Bressiani, da DPD, e Alexandre Gromann, da DRS, do coordenador técnico do RMB, José Augusto Perrotta, e do coordenador da elaboração do RPAS, José Francisco Bistulfi. Também estiveram presentes na solenidade servidores da DPD que participaram da elaboração do RPAS e servidores da DRS que farão a análise do documento.
O RPAS é um estudo denso e de alta complexidade, que soma mais de duas mil páginas. Para sua elaboração, que durou quatro anos, foi usado como referência o projeto básico de engenharia do RMB. A equipe envolvida nas análises e preparação do Relatório foi composta por especialistas de diferentes unidades da CNEN, liderados pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN).
O documento é um importante passo no processo de concretização do RMB. O empreendimento já conta com a Licença de Local emitida pela DRS, o que representa uma autorização oficial para que seja sediado na área selecionada em Iperó, no interior de São Paulo. O RPAS entregue nesta quinta à DRS é necessário para solicitação da Licença de Construção. O documento é específico do reator nuclear e não inclui as demais instalações que irão operar com material nuclear e radioativo dentro do Centro Reator Multipropósito Brasileiro, nome dado ao complexo científico e tecnológico que funcionará em torno do reator. Futuramente, com a obra concluída, um Relatório Final de Análise de Segurança (RFAS) será elaborado para solicitação da Licença de Operação do reator nuclear.
O RMB é um empreendimento de alta complexidade, com custo estimado de U$ 500 milhões, que será construído e administrado pela CNEN. Uma de suas finalidades é a produção de radioisótopos, que são a base para os radiofármacos utilizados na medicina nuclear e na produção de fontes radioativas usadas em aplicações na indústria, na agricultura, no meio ambiente, entre outras áreas. O empreendimento está sendo coordenado pela Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento da CNEN com a participação de seus institutos de pesquisa.
Com o RMB, o Brasil estará a caminho de se tornar autossuficiente na produção de radioisótopos. O país possuiquatro reatores de pesquisa em funcionamento. A produção de radioisótopos ocorre principalmente no reator IEA-R1, instalado no Instituto de Pesquisa Energéticas e Nucleares (Ipen), unidade da CNEN em São Paulo. Esse reator, porém, não tem capacidade para produzir em escala o molibdênio-99, radioisótopo que dá origem ao radiofármaco tecnécio-99m, utilizado em mais de 80% dos cerca de 1,5 milhão de procedimentos de medicina nuclear realizados anualmente no país.
A CNEN importa atualmente todo o molibdênio-99 que utiliza para produção de radiofármacos. Em 2009, com a paralisação do reator canadense que era o principal fornecedor do Brasil, juntamente com a interrupção de funcionamento de reatores na Bélgica e na Holanda, houve uma crise mundial no fornecimento deste radioisótopo. O Brasil buscou alternativas de importação na Argentina e na África do Sul, mas a área de medicina nuclear nacional precisou adaptar-se a uma situação de crise no abastecimento.
A situação de desabastecimento criou a expectativa de buscar alternativas para garantir ao Brasil independência na produção dos radioisótopos utilizados na medicina. O RMB tornará isso possível. Além da produção de radioisótopos, o RMB também tem como funções básicas a realização de testes de irradiação de combustíveis nucleares e materiais estruturais utilizados em reatores de potência, bem como a realização de pesquisas científicas com feixes de nêutrons em várias áreas do conhecimento.
Participantes da solenidade
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- 11/12/2018 - Futuro ministro de Minas e Energia diz que concluir Angra 3 é prioridadeAlmirante Bento Costa Lima vê necessidade de concluir usina para que o País não corra o risco de apagão com retomada do crescimento; projeto, que já custou R$ 8 bilhões, está parado e exigiria mais R$ 15 bilhões para ser concluído
Almirante Bento Costa Lima vê necessidade de concluir usina para que o País não corra o risco de apagão com retomada do crescimento; projeto, que já custou R$ 8 bilhões, está parado e exigiria mais R$ 15 bilhões para ser concluído
Fonte: O Estado de S. Paulo
Tânia Monteiro e Anne Warth
BRASÍLIA - O futuro ministro de Minas e Energia, almirante Bento Costa Lima de Albuquerque Júnior, disse aoEstadoque a conclusão da usina nuclear Angra 3 "é uma das prioridades” da sua gestão. Segundo ele,seriam necessários pelo menos R$ 15 bilhõespara concluí-la e isso não aconteceria antes de 2023. Angra 3 já consumiu ao menos R$ 8 bilhões dos cofres públicos. "Mas ela tem de ficar pronta, pela demanda reprimida que temos ou pela demanda reprimida que teremos, com a volta do crescimento do País.”
Para o almirante, mesmo com a retomada do crescimento econômico, não há risco de apagão em um primeiro momento. Mas como o plano é que o País atinja um crescimento continuado, ele vê necessidade de se investir em Angra 3. Reconhece, no entanto, que nem a União nem a Eletrobrás têm recursos suficientes para a conclusão da planta nuclear, que está paralisada e com menos de 60% de execução. O futuro ministro disse também não saber que modelo será desenhado para conclusão da usina. "Mas isso tem de ser definido na maior brevidade possível.”Projeto do período militar, Angra 3 começou a ser erguida em 1984. Suas obras prosseguiram até 1986, mas depois ficariam paralisadas por 25 anos, até serem retomadas em 2009 pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O empreendimento travaria novamente em 2015, por causa de denúncias da Lava Jato. Hoje, o Brasil possui apenas duas usinas nucleares, Angra 1 e 2, que respondem por apenas 1,3% da energia total que é produzida no País.
Angra 3 teria capacidade de 1.405 megawatts. A hidrelétrica de Teles Pires, por exemplo, tem potência de 1.820 megawatts e custou R$ 3,9 bilhões. Com o custo total de Angra 3, portanto, seria possível construir seis hidrelétricas de Teles Pires, com uma geração total de 10.920 megawatts.
Desistir de Angra 3 também teria um custo para os cofres públicos:seriam gastos R$ 12 bilhões para quitar empréstimos bilionários e desmontar a estrutura.
A retomada da usina já estava em estudo pelo governo de Michel Temer, que chegou a dobrar para R$ 480 por megawatt / hora a tarifa que será cobrada dos consumidores quando ela entrar em operação. Com uma tarifa mais alta, o governo pretendia atrair investidores para financiar a conclusão do projeto.
O plano de terminar Angra 3, no entanto, não tem apoio de parte do setor de energia. O presidente da Associação Brasileira de Grandes Consumidores, Edvaldo Alves de Santana, disse que a usina ficou muito cara. "A energia nuclear é uma solução técnica importante, pois substitui as usinas hidrelétricas com grandes reservatórios como uma alternativa de energia firme. Mas é inviável por esse preço.” Segundo ele, a análise da retomada da usina não deve ser feita apenas sob o ponto de vista técnico, mas também financeiro. "Repassar essa conta para o consumidor não me parece razoável.”
Para o presidente da consultoria PSR, Luiz Barroso, não há risco de faltar energia para abastecer o País nos próximos anos, como mostram análises do governo e do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). "Só faz sentido terminar Angra 3 considerando o risco de apagão se não houvesse tempo para investir em outras tecnologias mais competitivas. Mas Angra 3 só ficaria pronta em 2026, portanto, há tempo para isso”, disse.
Um estudo recente da PSR mostra que a energia gerada por Angra 3 poderia ser substituída por usinas solares e ainda assim o custo seria menor.
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- 10/12/2018 - Estado de São Paulo pode ganhar dois distritos de inovaçãoFonte: Agência Fapesp
Elton Alisson
O Estado de São Paulo pode ganhar, nos próximos anos, dois distritos de inovação – como são chamadas as áreas em regiões já consolidadas de cidades que reúnem empresas, universidades, instituições de pesquisa, incubadoras e startups, favorecendo o surgimento de ideias inovadoras e criativas, como no Vale do Silício, nos Estados Unidos.
Um dos distritos deverá ser situado onde hoje está instalada a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), na Vila Leopoldina, e o segundo na Fazenda Argentina – uma área de 1,4 milhão de metros quadrados (m²), em Campinas, adquirida, em 2014, pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
A fim de viabilizar esses projetos, a FAPESP, em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), está desenvolvendo um projeto com o objetivo de estabelecer parâmetros conceituais e operacionais para a instalação desses ambientes de inovação e criatividade em São Paulo e Campinas.
"A FAPESP está comprometida com essas iniciativas, que exigirão agregar nessas áreas diferentes esferas dos governos, atores da sociedade civil, grandes empresas e startups. Também será preciso estabelecer uma governança compartilhada a fim de garantir tempo e estabilidade para a maturação desses projetos”, disse Eduardo Moacyr Krieger, vice-presidente da FAPESP, durante a Conferência Internacional Distritos de Inovação, que ocorreu dia 22/11, na FAPESP.
A oportunidade de criar um distrito de inovação onde hoje está localizada a Ceagesp surgiu com a recente decisão do governo do Estado de São Paulo de transferir o maior entreposto atacadista de alimentos do país para outra área.
A partir dessa decisão, expressa por meio de uma manifestação de interesse público, representantes da Prefeitura Municipal de São Paulo começaram a se mobilizar para iniciar um projeto com o objetivo de estudar novos cenários de ocupação da área da gleba Ceagesp, de 650 mil m², e firmaram uma parceria com a FAPESP.
Em razão da vizinhança da Ceagesp – localizada ao lado da Universidade de São Paulo (USP), do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e do Instituto Butantan –, uma das propostas surgidas foi a de transformá-la em um distrito de inovação.
"O projeto tem um eixo jurídico importante, além de um urbanístico e outro econômico, com o intuito de constituir as base de financiamento das iniciativas de inovação que se pretende realizar naquela área”, disse Andrea Calabi, coordenador do projeto de implantação de ambientes de inovação e criatividade no Estado de São Paulo.
Recentemente, a Unicamp também decidiu transformar a Fazenda Argentina – situada no polo II da Companhia de Desenvolvimento do Polo de Alta Tecnologia de Campinas (Ciatec) – em um hub internacional para o desenvolvimento sustentável.
A Prefeitura Municipal de Campinas concordou em criar ao redor da área um distrito de inovação. O projeto pode ser a semente para a criação de uma smart city (cidade inteligente), disse Marco Aurélio Pinheiro Lima, diretor executivo de planejamento integrado da Unicamp.
"O projeto foi apresentado à FAPESP, que aceitou nos ajudar a viabilizá-lo, uma vez que apresenta grandes desafios de implantação”, disse Lima durante o evento.
A fim de desenvolver as modelagens jurídica, institucional, financeira e urbanística para viabilizar os projetos de construção de distritos de inovação na gleba Ceagesp e na Fazenda Argentina, a FAPESP convidou a Fipe para participar da iniciativa.
"Sabemos que esses dois empreendimentos são de longo prazo. Só a transferência da Ceagesp vai exigir um longo tempo de maturação do projeto, mas ele precisa ser pensado e planejado com muita antecedência”, disse Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo (CTA) da FAPESP, durante o evento.
Concentrados de cidades
De acordo com Danilo Camargo Igliori, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP, há mais de 100 distritos de inovação mapeados no mundo. Entre eles estão o 22@ em Barcelona, na Espanha, o Ruta N, em Medellín, na Colômbia, o Distrito Tecnológico de Buenos Aires, na Argentina, o Porto Digital no Recife, em Pernambuco, e o MaRS, em Toronto, no Canadá.
Em comum, esses distritos de inovação só foram possíveis de serem construídos por meio do apoio público e de parcerias com a iniciativa privada, avaliou.
"Em alguns lugares no mundo, há alguns distritos de inovação que se formaram sem apoio público. Mas isso é muito raro”, afirmou.
"Sabemos que, para viabilizar esses ambientes de inovação, é preciso ter uma articulação entre o setor público e o privado e as universidades e instituições de pesquisa”, disse.
Outra semelhança entre esses distritos de inovação, segundo Igliori, é que são "concentrados de cidade”, no sentido de que potencializam interações formais e informais que acontecem na cidade, mas em um espaço menor.
"As interações que acontecem nos distritos de inovação também ocorrem nas cidades quando elas funcionam bem. A diferença de um distrito de inovação é que ele possibilita multiplicar essas interações”, afirmou.
Os resultados das interações que acontecem nos distritos de inovação acabam transbordando e mudando a paisagem das cidades, como comprovaram os exemplos internacionais.
Um dos primeiros distritos de inovação no mundo, junto com o de Boston, o 22@ em Barcelona, que entrou em operação em 2000, possibilitou transformar a região industrial de Poblenou em um polo pujante de inovação e criatividade.
Conhecida como a "Manchester catalã”, a região começou a entrar em declínio no início da década de 1960. A reconfiguração começou a ser planejada no final da década de 1990, quando Barcelona passou por transformações urbanísticas em razão das Olimpíadas e se começou a pensar no que fazer com aquela área industrial.
Uma das ideias era convertê-la em novos bairros residenciais. Um grupo de intelectuais, economistas e urbanistas defendeu, contudo, que não se devia perder o caráter econômico e produtivo de Poblenou. A proposta foi encampada pelo prefeito da cidade na época, que decidiu criar as bases para transformar a área de um polo de manufatura obsoleto em um polo de economia do conhecimento.
"O 22@ representa uma estratégia urbanística, econômica e social”, disse David Martínez Garcia, diretor do comitê do 22@ na Câmara Municipal de Barcelona, durante o evento.
"A ideia foi atrair para Poblenou empresas de base tecnológica, além de universidades, para ajudar a introduzir novas atividades econômicas na região baseadas, fundamentalmente, na economia do conhecimento, que era algo inédito nos anos 1990”, afirmou.
Segundo Garcia, das 10.308 empresas de Barcelona, 4.342 estão localizadas no 22@. O distrito de inovação catalão é responsável pela geração de 51% dos empregos e 52% do faturamento de Barcelona.
O projeto passa atualmente por um processo de atualização e entrou em uma segunda fase. Participam dessa etapa do projeto todos os envolvidos, como as empresas, universidades, investidores, representantes do governo e a comunidade no entorno.
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- 06/12/2018 - CTMSP participa da celebração dos 30 anos de operação do Reator Nuclear IPEN/MB-01Fonte: Núcleo News - informativo do CTMSP
O Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP) participou, no dia 09 de novembro, dacelebração dos 30 anos do Reator Nuclear IPEN/MB-01 nas dependências do Instituto de PesquisasEnergéticas e Nucleares (IPEN). O evento foi marcado pela entrega do novo núcleo com elementoscombustíveis do tipo placa, idênticos ao que serão utilizados no Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), cujoprojeto está em início de execução pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
O evento foi um misto de reverência ao passado, devido às três décadas de operação do IPEN/MB-01desde a sua primeira criticalidade em 1988 e de otimismo quanto ao futuro, com as perspectivas de simular afísica de nêutrons do núcleo do RMB.
Nos últimos 30 anos, o Reator Ipen/MB-01 vem desempenhando um papel preponderante nodesenvolvimento do Programa Nuclear Brasileiro (PNB), como importante centro de treinamento paraoperadores de reatores, e onde pesquisas relevantes sobre Física de Reatores e Instrumentação Nuclear sãorealizadas.
o Reator Ipen/MB-01 representa um grande marco para a tecnologia nuclear nacional,mostrando a autonomia em enriquecimento de urânio, a fabricação de combustíveis nucleares parareatores de pesquisa, e projeto ao colocar em operação um reator nuclear experimental que éreferência mundial para qualificação de metodologia de física de reatores.
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- 06/12/2018 - Os 100 mais influentes da EnergiaOlga Simbalista, Presidente da Associação Brasileira de Energia Nuclear (ABEN), foi eleita para o prêmio 100 Mais Influentes da Energia, pelo segundo ano consecutivo, em 2018 na categoria Entidades Setoriais e, em 2017, na categoria Referência.
Olga Simbalista, Presidente da Associação Brasileira de Energia Nuclear (ABEN), foi eleita para o prêmio 100 Mais Influentes da Energia, pelo segundo ano consecutivo, em 2018 na categoria Entidades Setoriais e, em 2017, na categoria Referência.
Fonte: ABEN
O evento, promovido pelo Grupo Mídia através de sua revista especializada emEnergia, aF ull Energy, terá a sua terceira edição em2018. A solenidade e o jantar de premiaçãoocorrerão no próximo dia 6 de dezembro, na cidade de São Paulo, no Centro de Convenções Rebouças.
A iniciativa homenageia os executivos, os empresários e as personalidades quemaisse destacaram nasmaisdiferentes áreas do setor energético brasileiro ao longo do último ano. Já conhecido como o "Oscar da Energia”, o evento teve a sua primeira edição em 2016, e se consolidou como um dos principais eventos no setor. Neste ano a premiação ocorre em 10 categorias, que abrangem toda a cadeia energética, como Personalidade Pública, Entidades Setoriais, Inovação, Gente e Gestão, entre outras. Cada categoria traz 10 ganhadores, homenageados igualmente, não havendo ranking entre os eleitos. A lista oficial dos ganhadores será divulgada na edição 34ª da Full Energy, que será distribuída em primeira mão no evento.
A solenidade de premiação será às 19:00h, do dia 06 de dezembro, em São Paulo, no Centro de Convenções Rebouças - Av. Rebouças, 600 - Pinheiros.
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- 04/12/2018 - CNEN divulga o Calendário Final do Comitê de BuscaFonte: CNEN
Com base nos termos do Edital CNEN-PR nº 04 de 26/10/18 e do Comunicado Complementar de 16/10/18, divulgamos a PUBLICAÇÃO do Calendário Final para as apresentações públicas e entrevistas individuais dos candidatos que tenham suas inscrições homologadas pelo Comitê de Busca referente ao processo de seleção para os cargos de Diretor do Instituto de Engenharia Nuclear (IEN), Diretor do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), Diretor do Centro Regional de Ciências Nucleares do Nordeste (CRCN/NE) e Diretor do Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD).
Calendário Final, de 04 de dezembro de 2018
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- 04/12/2018 - Sociedade médica prepara documento para equipe de transição do Governo FederalFonte: Jornal Dia a Dia
Gestores públicos, produtores privados e profissionais de saúde se reúnem para debater a expansão da Medicina Nuclear no país; documento elaborado durante Workshop será entregue à equipe de transição do Governo Federal
Apenas 30% dos procedimentos da especialidade são realizados por meio do Sistema Único de Saúde. Entre os entraves está a dificuldade de acesso aos procedimentos, produção, distribuição e importação dos insumos e atual regulamentação.
A Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN) reuniu, nesta segunda-feira (03), representantes do atual Governo e produtores privados para debater o fornecimento de insumos da especialidade no Brasil. O documento elaborado durante o Workshop "O futuro do fornecimento de radiofármacos no Brasil”, em São Paulo, será entregue à equipe de transição do Governo Federal nos próximos dias.
Entre os desafios apontados está o custo e dificuldade para importação dos radiofármacos. Além disso, para os especialistas, deveria ocorrer maior sinergia entre os órgãos responsáveis pela regulamentação. "Precisamos conversar de forma honesta, clara e objetiva sobre o aperfeiçoamento regulatório que a especialidade necessita. A Medicina Nuclear é super regulada pela CNEN, pelo IBAMA e pela ANVISA. Nós queremos discutir eventuais sobreposições na agenda regulatória do nosso país. Enxergamos que a regulação é, sim, importante e garante a qualidade sanitária, de radioproteção ou ambiental, mas estas agendas precisam ser trabalhadas de forma conjuntapara que não inviabilize o acesso dos pacientes, principalmente os do SUS”, afirma o presidente da SBMN, Juliano Cerci.
Outra questão é o monopólio do Instituto de Pesquisas Energéticas (IPEN) na produção de alguns insumos. O local chegou a ser interditado pela ANVISA em junho deste ano e reaberto em caráter excepcional mediante adequações, entre às quais os Recursos Humanos, já que, nos últimos anos, houve uma série de aposentadorias e exonerações de servidores cujas vagas não foram respostas. De acordo com representantes presentes, o órgão vem trabalhando para sanar as deficiências.
Neste ano, o Brasil deu início à construção do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), o que pode aumentar a autonomia nuclear do país e a produção dos principais insumos para os radiofármacos. No entanto, o presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Paulo Roberto Pertusi, ressalta que o debate é necessário, uma vez que "o RMB proporcionará o insumo fundamental para a produção dos radiofármacos, mas o restante da cadeia também precisa ser contemplado. É uma responsabilidade de todos. O governo pode fazer todo esforço, contratando mais mão de obras e recursos, por exemplo, mas nunca será o suficiente para atender a toda a demanda, que crescerá muito. Por isso, é importante que a iniciativa privada e as próprias clínicas e hospitais encontrem, também, soluções – internas e externas -, para fornecer os radiofármacos aos usuários”.
Ainda no evento, os presentes discutiram as boas práticas para fabricação de radiofármacos e o licenciamento das plantas para produção e instalações da medicina nuclear.
Estiveram presentes no encontro o presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Paulo Roberto Pertusi; o superintendente do Instituto de Pesquisas Energéticas (IPEN), José Carlos Bressiani; representantes do Ministério da Saúde, produtores privados de radiofármacos, além da diretoria da SBMN.
Medicina Nuclear no Brasil
Uma pesquisa da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), realizada em 2015, analisou a medicina nuclear em diversas regiões da América Latina e concluiu que o acesso dos pacientes brasileiros à medicina nuclear é inferior ao de muitos países, como por exemplo, Argentina, Chile e Uruguai. Enquanto estes vizinhos possuem mais de três equipamentos utilizados na especialidade para cada milhão de habitantes, no Brasil esta taxa é de um a dois – o déficit ocorre, principalmente, na região Norte.
A Medicina Nuclear é responsável por exames importantes como a Cintilografia, que avalia casos de metástase, e o PET/CT, um dos recursos mais precisos para detectar a extensão de diversos tumores, entre eles o câncer de próstata – para este exame, a AIEA recomenda de dois a três equipamentos por um milhão de habitantes. No Brasil, em 2015, a taxa era de 0.3. A medicina nuclear além de ser importante no diagnóstico, também é utilizada como tratamento, por exemplo, a iodoterapia para tumores na tiroide. De acordo com a CNEN, atualmente 458 instalações de medicina nuclear estão autorizadas no país, das quais 236 estão localizadas no sudeste. Por ano, a especialidade realiza cerca de dois milhões de exames, dos quais de 70 a 75% ocorrem de forma privada.
Sobre a SBMN
Fundada na década de 60, a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN) é constituída por médicos especialistas em medicina nuclear e outros profissionais de áreas correlatas, como tecnólogos, radiofarmacêuticos, biomédicos, físicos e químicos, contando com quase 1 mil sócios atualmente. Tem por objetivo integrar e favorecer o desenvolvimento da comunidade médica nuclear e demais profissionais envolvidos no emprego de fontes abertas de radionuclídeos com finalidades diagnósticas ou terapêuticas, promovendo atividades científicas e de intercâmbio entre profissionais de todo o País.
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- 04/12/2018 - CNEN participa de wokshop sobre o futuro do fornecimento de radiofármacos no BrasilFonte: Newsletter da Comunicação Social da CNEN
A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) participou, na segunda-feira (3/12), do workshop "O futuro do fornecimento de radiofármacos no Brasil”. O evento foi organizado pela Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN) na cidade de São Paulo. Estiveram presentes autoridades governamentais e representantes dos produtores e importadores privados de radiofá rmacos, que debateram o abastecimento e autonomia do país na produção dos insumos.A abertura do evento contou com a presença do presidente da SBMN, Juliano Julio Cerci, e do presidente da CNEN, Paulo Roberto Pertusi. A CNEN foi representada também pelo Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento, José Carlos Bressiani, e pelos servidores Jair Mengatti, do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), SamiraMarques de Carvalho e Barbara Rodrigues, ambas da sede da CNEN.
Como resultado das discussõ es do workshop, foi formulado um documento amplo para ser enviado ao próximo governo, com propostas que serão encaminhadas e discutidas em um seminário a ser realizado em Brasília, a fim de dar andamento à s soluções propostas no evento.
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- 30/11/2018 - Área nuclear deve ganhar força com novo ministro do MMEAlmirante Bento Costa Lima Leite é um entusiasta da tecnologia nuclear e hoje ocupa o cargo de diretor-geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha
Almirante Bento Costa Lima Leite é um entusiasta da tecnologia nuclear e hoje ocupa o cargo de diretor-geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha
Fonte: O Estado de S. Paulo
André Borges, O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA -A nomeação do almirante Bento Costa Lima Leite para o comando doMinistério de Minas e Energiadeve fortalecer o desenvolvimento da tecnologia nuclear no País, um setor que, atualmente, tem enfrentado dúvidas sobre seu futuro no País.
Bento é um entusiasta da tecnologia nuclear e hoje ocupa o cargo de diretor-geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha. Passou os últimos dois anos integrando áreas de tecnologia que estavam descentralizadas e se concentrou no projeto do submarino de propulsão nuclear que tem sido desenvolvido pelo Brasil, em parceria com a França. O projeto, que já teve seu projeto básico aprovado, é avaliado em cerca de R$ 35 bilhões, a preços atuais. A expectativa é que sua construção se inicie em 2022.
Oficial da Marinha, Bento também coordena as atividades de construção de quatro submarinos convencionais - equipamentos movidos a diesel - e que já estão em andamento. O primeiro deles, que será lançado em 14 de dezembro, faz parte do programa de transferência de tecnologia firmado entre os governos brasileiro e francês.
Ao longo deste ano, o futuro ministro de Minas e Energia realizou diversas palestras sobre o programa nuclear brasileiro, em eventos para clubes de engenharia. Bento também tem conduzido as operações do Centro Experimental de Aramar (CEA), da Marinha, localizado no município de Iperó, região de Sorocaba, a 125 km da capital paulista. A ambição dos militares é transformar a região no maior polo de desenvolvimento nuclear do País.
Uma vez no governo, Bento deverá dar um destino às obras paralisadas da usina nuclear de Angra 3. Projeto do período militar, Angra 3 começou a ser erguida em 1984. Suas obras prosseguiram até 1986, mas depois ficariam paralisadas por 25 anos, até serem retomadas em 2009 pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O empreendimento travaria novamente em 2015, por causa de denúncias da Lava Jato.
A questão de Angra 3 é seu custo: a conclusão da planta nuclear, que chegou a 58% de execução, já foi estimada em R$ 17 bilhões. Desistir dela, porém, custaria R$ 12 bilhões. a cúpula de transição de Bolsonaro já deu sinais de que pretende concluir a usina, a qual aumentaria a conta de luz do consumidor em pelo menos 1,3%, segundo cálculos da Aneel.
A atenção para projetos nucleares poderá até ressuscitar planos antigos, como a proposta de erguer ao menos quatro usinas nucleares no País, inciativa que foi defendida pela ex-presidente Dilma Rousseff e que chegou a ser alvo de estudos, inclusive com apontamento de Estados que receberiam essas novas usinas. Esses projetos estavam em etapas avançadas até meados de 2011, quando o incidente nuclear de Fukushima, no Japão, naquele ano, colocou as propostas na gaveta.
Nascido no Rio de Janeiro (RJ), o almirante Bento iniciou sua carreira na Marinha do Brasil em 1973. Foi encarregado dos Estudos de Planejamento Militar, de Jogos de Guerra, e de Política e Estratégia da Escola de Guerra Naval; vomandante da Base de Submarinos "Almirante Castro e Silva"; chefe de gabinete do Chefe do Estado- Maior da Armada; e assessor-chefe parlamentar do Gabinete do Comandante da Marinha.
É pós- graduado em Ciências Políticas pela Universidade de Brasília, com MBA em gestão internacional pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e MBA em gestão pública pela Fundação Getúlio Vargas.
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- 29/11/2018 - Exemplo a ser seguido - Editorial Estado de S. PauloNo ensino e na tecnologia, País precisa de gestão técnica e eficiente, não de diretrizes morais ou religiosas
No ensino e na tecnologia, País precisa de gestão técnica e eficiente, não de diretrizes morais ou religiosas
Fonte: Estado de S. Paulo
O relatório de 2017 das atividades da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) dá a dimensão exata da revolução que pode ocorrer quando as decisões governamentais em matéria de ensino e pesquisa são pensadas não em termos ideológicos ou eleiçoeiros, mas em nome do interesse público. Divulgado pela revista Pesquisa, o relatório informa que a agência investiu R$ 1,05 bilhão em 26 mil projetos de pesquisa científica e tecnológica no ano passado. Apesar de esse total ter ficado abaixo do que foi investido em 2016, a Fapesp conseguiu em 2017, sem comprometer o apoio às atividades tradicionais, como financiamento de bolsas de estudo, aumentar o apoio às novas propostas apresentadas pela comunidade científica.Uma delas é a Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe), que foi criada para ampliar o grau de inovação das pequenas empresas, com a colaboração das universidades. Criado há 20 anos, o programa teve, em 2017, o maior número de auxílios de sua história. Foram 269 projetos, cerca de 18% a mais do que em 2016. Em suas duas décadas de existência, ele apoiou projetos em 1.244 pequenas empresas sediadas em 132 cidades paulistas, formando empreendedores capazes de criar negócios sustentáveis e competitivos.
Outra iniciativa, também baseada em parcerias entre universidades e empresas, foi a aprovação de dois Centros de Pesquisa em Engenharia, um envolvendo a Unicamp e a Embrapa, no campo de mudanças climáticas, e o outro envolvendo a USP, a Unicamp, o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares e a Shell, no desenvolvimento de fontes renováveis de energia. Ao todo, a agência financia sete centros, que buscam inovações em áreas que vão de estudos sobre alvos moleculares contra doenças respiratórias a engenharia de manufatura avançada. Cada R$ 1 investido pela Fapesp envolve R$ 1 da empresa financiada e R$ 2 das universidades em que os centros estão localizados.
O relatório apresenta um balanço do sistema de ciência e tecnologia do Estado, integrado por 15 mil empresas inovadoras, 6 universidades públicas, 65 faculdades de tecnologia, 34 institutos públicos de pesquisa e 21 institutos privados. Esse sistema, para cujo desenvolvimento o papel da agência foi fundamental, responde por 30% das patentes depositadas no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual.
Nas atividades classificadas como regulares, a Fapesp investiu R$ 429 milhões em 14 mil bolsas de iniciação científica, mestrado, doutorado e pós-doutorado. Desse total, 76% foram destinados a bolsas no País e 24%, a bolsas no exterior. Com o objetivo de estimular a internacionalização das atividades de inovação e pesquisa, a Fapesp também concedeu 904 bolsas de estágio em pesquisa no exterior. Desse total, 480 bolsas financiaram estágios na Europa e 357, nos Estados. Por área do conhecimento, a Fapesp priorizou as ciências da vida, as ciências exatas e engenharia, que receberam 77% dos desembolsos.
Criada em 1960 para financiar a pós-graduação, apoiar o avanço do conhecimento e dar suporte à infraestrutura de pesquisa, a Fapesp recebe 1% da receita tributária do Estado, por determinação da Constituição estadual de 1989, e também pode fazer acordos e convênios com agências e empresas. Mantém, ainda, recursos patrimoniais investidos, cujo retorno financia parte de suas atividades. Por sempre ter privilegiado o princípio do mérito e fechado as portas a pressões políticas e ideológicas, a Fapesp cumpre de modo exemplar o papel para o qual foi criada, o que a tornou uma instituição respeitada mundialmente.
Nesse momento em que o País precisa de educação de qualidade, tecnologia de ponta e capital humano para a passagem a níveis mais sofisticados de produção, os valores institucionais da Fapesp devem servir de exemplo para o governo que assumirá os destinos do Brasil dentro de um mês. O que o País precisa, na área do ensino e tecnologia, é de uma gestão técnica e eficiente, como a que impera na Fapesp, e não de diretrizes morais ou religiosas.
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- 29/11/2018 - Sirius abre janela de oportunidade para atração de parceria em pesquisaFonte: Agência Fapesp
Maria Fernanda Ziegler, de Nova York (EUA)| Agência FAPESP - Duas novidades importantes para a pesquisa brasileira, e que estarão em funcionamento no próximo ano, no Centro de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas, vão impulsionar os estudos em biologia estrutural, ramo da ciência que estuda as estruturas das moléculas envolvidas na vida, entendendo como elas se relacionam entre si e com as atividades biológicas.
O lançamento da primeira etapa do Sirius, a nova fonte brasileira de luz síncrotron, e o funcionamento pleno de dois criomicroscópios eletrônicos – técnica a frio que permite enxergar a estrutura atômica tridimensional das moléculas – devem tornar as pesquisas científicas mais competitivas.
"O próximo ano é para ser um ano de grandes novidades. Pelo menos, para nós da área da biologia estrutural. Em alguns aspectos, teremos ganhos financeiros: vai custar menos para fazer os experimentos. Mas o principal serão os ganhos em competência. Vai ser mais fácil treinar pessoas, ganhar experiência para poder competir ou contribuir com a ciência mundial”, disse Richard Charles Garratt , professor do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da Universidade de São Paulo (USP), durante palestra na FAPESP Week New York.
O encontro, realizado na City University of New York (CUNY) de 26 a 28 de novembro de 2018, reuniu pesquisadores brasileiros e norte-americanos com o objetivo de estreitar parcerias em pesquisa.
Garratt se refere à janela de oportunidade para a atração de parcerias internacionais em pesquisas científicas usando a luz síncroton. "O Brasil tem uma janela de oportunidade, pois o Sirius será o mais avançado, pelo menos por um tempo, até que outros projetos o superem. Isso fará com que cientistas sejam atraídos a colaborar com pesquisadores brasileiros, o que é sempre muito positivo”, disse.
Septinas
Garratt é responsável pelo Projeto Temático "Septinas: estudos comparativos visando correlacionar estrutura e função” , apoiado pela FAPESP, e que tem como objetivo estudar aspectos estruturais e funcionais das septinas (proteínas que atuam no estágio final da divisão celular).
"São perguntas de cunho mais básico. É claro que a complexidade da biologia é incrível e qualquer molécula, quando deixa de funcionar corretamente frequentemente tem, como consequência, uma patologia atrelada a esse funcionamento. Portanto, não é à toa que septinas também são encontradas em alguns contextos de patologia quando estão sendo expressas nos lugares errados, ou quando se tem uma mutação, por exemplo”, disse.
Defeitos de mutação ou expressão ectópica (expressão de gene em localização fora do normal) de septinas têm sido associados a patologias importantes, como infertilidade masculina, amiloidoses e câncer.
Nos últimos anos, o grupo coordenado por Garratt tem feito contribuições para a área da biologia estrutural na determinação das únicas estruturas de septinas humanas cristalinas de alta resolução, mais ricas em informação.
Luz de síncrotron
Os novos equipamentos devem impulsionar ainda mais os estudos do grupo. "A primeira linha de luz do Sirius a ser montada é a linha de cristalografia de proteínas, que é a área mais tradicional dentro da biologia estrutural. Nela, usamos o fenômeno de difração de raios X de cristais das moléculas que nos interessam para desvendar suas estruturas”, disse Garratt.
Em princípio, para determinar a posição de cada átomo dentro da molécula – a chamada estrutura tridimensional da molécula – poderia ser usado um feixe de raios X (como a luz síncrotron) incidente sobre a molécula de interesse. A luz interage com a matéria e é capaz de revelar características de sua estrutura molecular. Ao espalhar os raios X, é possível medir padrões de espalhamento, determinados pela posição dos átomos na molécula.
"Porém, o problema em termos práticos é que as moléculas são tão pequenas que a intensidade dos feixes espalhados seria muito baixa. Por isso, em vez de ter uma única molécula estudada, é mais interessante ter um conjunto delas. Mas elas precisam estar orientadas na forma de um cristal. Por isso são importantes os estudos em cristalografia, que simplificam enormemente a interpretação do padrão” disse.
Criomicroscópios eletrônicos
Já os dois criomicroscópios eletrônicos usam outra abordagem para estudos de biologia estrutural. O novo método foi, inclusive, destaque no prêmio Nobel de Química de 2017. O biólogo estrutural escocês Richard Henderson, de 72 anos, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, e os biofísicos alemão radicado nos Estados Unidos, Joachim Frank, de 77 anos, da Universidade Columbia, e Jacques Dubochet, de 75, da Universidade de Lausanne, na Suíça, dividiram o prêmio.
"Eles são capazes de enxergar as moléculas diretamente em vez de cristalizar a molécula de interesse e fazer o experimento com raios X. O resultado final é igual. Essa é a técnica do momento. Uma coisa que está explodindo no mundo todo”, disse.
A FAPESP contribuiu com a compra dos equipamentos, que estão sendo instalados no CNPEM. "Isso vai mudar significativamente o jeito que fazemos biologia estrutural no Brasil, pois vamos ter acesso, pela primeira vez, a um instrumento capaz de realizar esse trabalho”, disse.
Garratt explica que muitos sistemas, como é o caso das septinas, são extremamente difíceis de cristalizar. "Precisamos fazer simplificações para conseguir os cristais e, ao simplificar o sistema, perdemos informação. Com o criomicroscópio eletrônico, daremos um passo para frente”, disse.
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- 28/11/2018 - Argentina e Rússia devem assinar acordo de parceria para energia nuclear, diz embaixadorRepresentante de Moscou citou a possibilidade da construção de uma usina grande com projeto e financiamento russos. Putin vai a Buenos Aires para reunião do G20.
Representante de Moscou citou a possibilidade da construção de uma usina grande com projeto e financiamento russos. Putin vai a Buenos Aires para reunião do G20.
Fonte: G1
A Argentina e a Rússia planejam assinar um acordo sobre uma parceria estratégica na esfera da geração de energia nuclear durante a visita do presidente russo Vladimir Putin a Buenos Aires, disse o embaixador da Rússia em Buenos Aires, Dmitry Feoktistov, segundo a agência Tass.
"Um acordo sobre parceria estratégica na esfera nuclear está entre os documentos a serem assinados", disse o embaixador a repórteres russos.
Feoktistov afirmou que o documento mencionaria "várias áreas de cooperação neste domínio", incluindo "a possível construção de uma grande usina nuclear (NPP), projetada pela Rússia".
"A Rússia está pronta para trazer um projeto pronto e seu próprio financiamento para a Argentina", disse o diplomata russo. "Podemos construir uma usina desse tipo, operá-la e vender eletricidade a parceiros argentinos a um determinado preço fixo".
Os países também discutem um projeto para construir uma NPP menos potente e a possibilidade de construção conjunta ou venda de uma NPP flutuante, informa a Tass.
"Além desse documento-quadro, um roteiro de cooperação na área também está sendo discutido, mas parece que nossos parceiros argentinos não tiveram tempo suficiente para coordená-lo", disse Feoktistov, acrescentando que "o documento provavelmente mencionaria projetos específicos".
O presidente russo, Vladimir Putin, participará da cúpula do G20 em Buenos Aires entre 30 de novembro e 1º de dezembro. Em 1º de dezembro, o líder russo se encontrará com seu colega argentino, Mauricio Macri.
Em 2014, Vladimir Putin já havia assinado com a então presidente argentina Cristina Kirchner um acordo de cooperação para uso pacífico de energia nuclear.
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- 28/11/2018 - Conta de luz subirá 1,3% para concluir Angra 3Fonte: Estado de Minas
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) afirmou que a decisão de concluir ou não a construção da usina nuclear de Angra 3 tem caráter essencialmente político, mas que o País possui uma série de fontes de energia com tarifas bem inferiores à que o governo pretende cobrar pela conclusão e operação da usina, que está com as obras paralisadas há mais de três anos no Rio de Janeiro.
Os técnicos calcularam os efeitos que a construção da usina teria no bolso do consumidor, caso seja aplicado o aumento da tarifa de Angra 3 aprovado em outubro pelo governo. Se o valor da energia saltar de R$ 240/MWh para R$ 480/MWh, como quer o governo atual, a conta de luz subiria imediatamente 1,35%.A indefinição sobre o futuro de Angra 3, que está com 58% de sua estrutura concluída, é uma das heranças deixadas pelo governo Temer. O custo bilionário para concluir ou desmontar a usina levou o Tribunal de Contas da União (TCU) a abrir uma auditoria na Aneel para apurar a situação do empreendimento controlado pela Eletronuclear, estatal do grupo Eletrobrás.
Em respostas encaminhadas pela Aneel ao TCU, técnicos da agência argumentaram que o País possui hoje uma série de fontes de energia que está sendo contratada em leilão em valores muito inferiores à nova tarifa de R$ 480 o megawatt-hora (MWh) fixada em outubro pelo governo para concluir a usina. "Pontuamos que os últimos leilões realizados demonstram a existência de ofertas de outras fontes de geração de energia com preços inferiores em quantidade compatível com Usina de Angra 3".
Política
A Aneel, no entanto, alegou que não cabe à agência opinar sobre a necessidade ou não de concluir a planta nuclear, item que foi questionado pelo TCU. "A essencialidade da usina nuclear de Angra 3, a nosso ver, envolve aspectos relacionados não somente ao setor elétrico, mas também questões afetas ao setor nuclear brasileiro, portanto, deve ser avaliada no âmbito de uma política pública", diz a agência.
Bolsonaro tem sinalizado que tem a intenção de concluir a usina. A ideia também é defendida por integrantes da cúpula de transição do governo, que veem na área nuclear uma tecnologia estratégica para o País. Angra 3 já consumiu ao menos R$ 8 bilhões dos cofres públicos. Como informou o jornal O Estado de S. Paulo em junho do ano passado, o custo de conclusão da planta nuclear já foi estimado em R$ 17 bilhões. Por outro lado, desistir dela custaria R$ 12 bilhões.
Projeto do período militar, Angra 3 começou a ser erguida em 1984. Suas obras prosseguiram até 1986. O projeto ficou paralisado por 25 anos, até ser retomado em 2009 pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e parou de novo por causa de denúncias da Lava Jato. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. -
- 26/11/2018 - Cerimônia e premiação da ABDAN no Rio refletiu momentos de otimismo do setor nuclear para o próximo anoFonte: Site Petronotícias
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br)
O setor nuclear se reuniu em peso nesta segunda-feira (26) no Rio de Janeiro, durante o "2º Prêmio de Reconhecimento Nuclear 2018”. A cerimônia homenageou quatro importantes figuras do setor: o Almirante Humberto Moraes Ruivo; o pesquisador Rex Nazaré; o diplomata Marcel Biato; e o engenheiro José Augusto Perrota. O evento, organizado pela Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (Abdan), também serviu de termômetro para este novo momento da indústria nuclear brasileira. Nas rodas de conversa, o otimismo quanto ao novo governo e também os avanços conquistados ao longo de 2018 foram os assuntos mais comentados. A expectativa para 2019, portanto, é positiva.
Nesse sentido, o presidente da Abdan, Celso Cunha, destacou em seu discurso que um novo olhar começou a ser desenhado no Brasil sobre o setor nuclear, especialmente após o realinhamento da tarifa de Angra 3. "A conclusão dessa obra provocará uma onda de boas notícias para o setor nuclear e elétrico, como a geração de 9 mil empregos diretos e indiretos, além do aumento na arrecadação dos tributos, ajudando o Rio de Janeiro”, projetou. A construção do empreendimento está paralisada desde 2015.Contudo, ainda na visão de Cunha, ainda existem desafios que demandam certa urgência por parte do novo governo que assumirá o poder em janeiro. Um deles, evidentemente, é a renegociação da dívida da Eletronuclear com instituições financeiras. "Ainda precisamos que o PNDE 2027 e o PNE 2050 demonstrem de forma clara qual o papel que o novo governo reserva para a termo geração nuclear na matriz energética brasileira”, acrescentou.
Apesar do ano já se aproximar de seu fim, a Abdan ainda nutre uma expectativa de que a Modelagem do Estudo de Negócios para término da usina de Angra 3 seja definida peloComitê Gestor de Parceria Público-Privada. "Nós aguardamos ansiosamente a definição de mais este capítulo. Queremos que ele se encerre ainda em 2018”, pontuou o presidente da Abdan.
Ainda que os desafios existam, o sentimento do mercado, no geral, é positivo.Parte também deste otimismo em relação ao desenvolvimento nuclear passa, necessariamente, pelo RMB, que elevará o Brasil a outro patamar. O engenheiro José Augusto Perrota, um dos ganhadores do prêmio da Abdan neste ano, é o coordenador técnico do empreendimento.
Em sua fala, ele destacou a importância do projeto para o país. "Certamente, o RMB vai dar autonomia na produção de radiofármacos e contribuirá bastante no desenvolvimento científico e tecnológico do Brasil”.
O segundo homenageado foi o pesquisador Rex Nazaré, que hoje atua como assessor da presidência da Eletronuclear. Em sua trajetória de contribuição ao mercado nuclear, Nazaréacumula uma passagem de 35 anos na Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), onde foi Chefe de pesquisa da Carreira técnico-científica da instituição.
Em seu discurso, ele destacou também o papel da Abdan dentro do setor, já que a entidade tem colaborado para o debate a respeito dos benefícios da nuclear não apenas em termos de geração, mas também no aspecto social.
O terceiro homenageado do evento foi o diplomata Marcel Biato, que atualmente é Representante Permanente do Brasil junto à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Ele declarou que visão do exterior em relação ao Brasil tem se modificado. Os olhos do mundo para o país já são outros e cabe ao mercado aproveitar o momento de oportunidades. "A AIEA tem tem acesso a cursos, e redes de especialistas. Por isso, devemos trabalhar junto a agência. Meu papel é promover essa articulação. O Brasil está com uma nova perspectiva e a agência pode ser nossa aliada”, afirmou.
Por fim, o diretor da recém-criada Agência Naval de Segurança Nuclear e Qualidade, AlmiranteHumberto Moraes Ruivo, recebeu o prêmio e frisou o papel e contribuição da Abdan no que diz respeito ao desenvolvimento de novos talentos para a indústria nuclear brasileira. "Devemos reconhecer o esforço da Abdan para integrar o setor e também como ela ajuda a capacitar as novas gerações de profissional para vencermos os novos desafios que temos pela frente”, concluiu.