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- 15/04/2024 - IRD celebra 52 anos no Dia da Proteção Radiológica, anunciando 'nova fase' e com seminário sobre proteção radiológica, segurança e sustentabilidadeFonte: Comissão Nacional de Energia Nuclear
O Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD), unidade técnico-científica da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), sediado no Rio de Janeiro, completou 52 anos no último dia 21 de março, mas a celebração oficial, com a presença de autoridades e convidados, será nesta segunda-feira, 15, em comemoração ao Dia da Proteção Radiológica, no Auditório Rex Nazaré Alves, campus do IRD, na Av. Salvador Allende, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro
A cerimônia começa às 8h30 horas, com a palavra do presidente da CNEN, Francisco Rondinelli Júnior, que dará as boas-vindas aos convidados. Estarão presentes na abertura os diretores de Pesquisa e Desenvolvimento, Wilson Calvo, de Radioproteção e Segurança Nuclear, Alessandro Facure, e de Gestão Institucional, Pedro Maffia, além do diretor do IRD, André Quadros.
Também integra as comemorações o seminário técnico-científico "Proteção Radiológica, Segurança e Sustentabilidade nas Aplicações de Tecnologias Nucleares”, que abordará vários aspectos da proteção radiológica na área nuclear e suas aplicações, além de temas como uso da energia nuclear na transição energética.
Sob a coordenação de Simone Kodlulovich, o seminário será das 10h às 17h, e é voltado a supervisores de proteção radiológica, operadores, responsáveis e usuários de fontes de radiação, autoridades reguladoras, docentes e alunos de pós-graduação.
A palestra de abertura, sob o tema "Revisão da Norma 3.01: Principais mudanças e possíveis impactos para os usuários finais”, será proferida por Eliana Amaral, ex-diretora do IRD e ex-diretora da Divisão de Radiação, Rejeitos e Transporte do Departamento de Segurança Nuclear da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Também serão discutidos os desafios da proteção radiológica na mineração de urânio, segurança e transição energética, o papel da geração nuclear nos desafios para operar o Sistema Brasileiro na Transição Energética, incluindo os SMRs (Small Modular Reactors) como tecnologia disruptiva, aspectos de segurança e proteção radiológica no projeto do submarino nuclear brasileiro, questões relativas ao submarino de propulsão nuclear brasileiro, dentro outros temas.
Participam do seminário representantes da ARN/Argentina, da AIEA, da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), da Universidade Federal Fluminense (UFF), da Companhia de Desenvolvimento Industrial (CODIN) do Estado do Rio de Janeiro, das Indústrias Nucleares Brasileiras (INB), da Eletronuclear, da Associação Brasileira para Desenvolvimento Atividades Nucleares (ABDAN), da Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares (ABACC), da Marinha e da própria CNEN.
"Nova fase do IRD”
A Direção do IRD considerou "natural” reunir em um único evento a comemoração do Dia da Proteção Radiológica e do Aniversário do Instituto, que tem na proteção radiológica a sua principal área de competência, ao lado da dosimetria e da metrologia das radiações ionizantes.
De acordo com o diretor André Quadros, "esse evento marca uma nova fase do Instituto, que busca reforçar o seu papel histórico como referência na capacitação, na pesquisa e nas ações de proteção radiológica, dosimetria e metrologia das radiações ionizantes, atuando cada vez mais como organização de suporte-técnico científico de instituições e órgãos de Governo, no que se refere a questões envolvendo as radiações ionizantes.”
Para o diretor de Radioproteção e Segurança Nuclear da CNEN, Alessandro Facure, a história do IRD sempre refletiu o compromisso da instituição com a formação de pessoas e acúmulo de conhecimento. "Mas não só isso. O valor social das atividades realizadas pelo IRD, desde a sua criação, seu compromisso com a saúde da população brasileira e com a proteção do meio ambiente, são motivos de muito orgulho para todos nós da CNEN”, afirmou, acrescentando que "o IRD seguirá escrevendo a sua história, alicerçado em bases sólidas e cumprindo brilhantemente os desafios postos. Disso todos temos certeza”.
"Instituto especialista”
Rondinelli destacou a singularidade e a expertise do IRD, ressaltando a sua importância para o setor nuclear brasileiro. "O IRD é um instituto que eu gosto de chamar de instituto especialista, porque só o IRD faz o que o IRD faz. Ele tem competência específica na área de radioproteção e dosimetria, abrangendo o desenvolvimento de processos para avaliação de doses, calibração de instrumentos etc. O IRD é o laboratório nacional de metrologia das radiações ionizantes, atividade fundamental para o setor nuclear do País”, concluiu o presidente da CNEN.
O aniversário do IRD será transmitido pelo canal YouTube do IRD.
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- 05/04/2024 - USP e Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares inauguram nova incubadora de empresasA Unidade II da Incubadora USP-Ipen pretende atrair empreendimentos inovadores para a área da saúde e melhorar o diálogo da USP com a sociedade
A Unidade II da Incubadora USP-Ipen pretende atrair empreendimentos inovadores para a área da saúde e melhorar o diálogo da USP com a sociedade
Fonte: Jornal da USP
No dia 4 de abril, foi inaugurada a Unidade II da Incubadora USP-IPEN no campus USP da Capital. Com 29 instituições públicas e privadas envolvidas, o objetivo do novo espaço é atrair e sediar empreendimentos inovadores relacionados à área de Ciências da Vida, estimulando a participação de startups.
O reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior saudou a iniciativa, que valoriza o empreendedorismo na Universidade: "a USP precisa estar sempre ligada ao desejo da sociedade, às suas necessidades e aos desejos dos nossos jovens. Acredito que, para o ano que vem, teremos muitas possibilidades para os nossos alunos vivenciarem esse momento de inovação aqui na Universidade”.
O projeto tem o apoio do Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec) e da Agência USP de Inovação (Auspin), com auxílio da Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo (Fusp) para a realização das reformas no espaço e financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Sobre a importância da nova unidade da Incubadora, o coordenador da Auspin, Luiz Henrique Catalani, ressaltou que "nós estamos abrindo esse espaço como uma extensão da incubadora USP-Ipen, mas ele vai ter uma atividade ligeiramente diferente. Não serão só atividades de incubação, aqui serão agregadas empresas tecnológicas que são empreendimentos recentes, novos, em um nível mais avançado que o nível de aceleração”.
A nova unidade da Incubadora USP-Ipen possui dois galpões que totalizam 4 mil metros quadrados de área e mais um prédio administrativo, previsto para ter 1.300 metros quadrados. Ainda segundo Catalani, a vantagem do novo espaço é fazer fronteira com a USP. "A Unidade I está dentro do Ipen e sofre de todas as restrições dadas pelas legislações internacionais de acesso. Fazer fronteira com a USP vai ser o grande diferencial da Unidade II”, explica.
A cerimônia de inauguração também contou com a participação da vice-reitora Maria Arminda do Nascimento Arruda; dodiretor-executivo da Fusp, Marcílio Alves; e dadiretora-presidente do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT),Liedi Légi Bariani Bernucci.
"Vários dos nossos representantes tomaram assento em diversos setores e foram muitas as reuniões e oficinas realizadas. O resultado dessa conversa é que decidimos por tornar a Incubadora um hub de Ciências da Saúde, uma referência da área para todo o País, afirmou a diretora de Pesquisa, Desenvolvimento e Ensino do Instituto de Pesquisas Energéticas (IPEN), Isolda Costa”.
A diretora da Incubadora II USP-Ipen, Paula Helena Ortiz Lima, também se manifestou: "temos pensado muito naquilo que o Brasil coloca como prioridade nessa linha temática. Queremos que todos esses parceiros trabalhem juntos, cada um dentro da sua expertise, e consigam produzir tecnologias intensivas voltadas, principalmente, para a área da saúde”.
Texto de Bárbara Bigas, estagiária sob supervisão de Erika Yamamoto
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- 05/04/2024 - FAPESP prepara mudanças em suas modalidades de apoio à pesquisaObjetivo é proporcionar aos pesquisadores, sobretudo aqueles em início de carreira, maior eficácia na gestão de seus projetos
Objetivo é proporcionar aos pesquisadores, sobretudo aqueles em início de carreira, maior eficácia na gestão de seus projetos
Fonte: Agência FAPESP
A FAPESP está dando início a uma série de mudanças em suas modalidades de apoio com o objetivo de proporcionar aos pesquisadores, sobretudo àqueles em início de carreira, mais eficácia na gestão de seus projetos de pesquisa. Avalizadas pelo seu Conselho Superior, as iniciativas se orientam para a melhoria da gestão e do custeio dos projetos de pesquisa.
"Acreditamos que tais mudanças atendam a demanda da comunidade de pesquisa”, afirma Marcio de Castro Silva Filho, diretor científico da Fundação.
A modalidade Auxílio à Pesquisa Regular (APR) passará a ter um teto orçamentário de R$ 600 mil por um período de até três anos, sem considerar os valores da Reserva Técnica e da Reserva Técnica Institucional. Atualmente, esse valor é de R$ 300 mil por um período de até dois anos.
"Esse valor total incluirá bolsas como item orçamentário, de Iniciação Científica a Pós-Doutorado, passando pelo Mestrado, Doutorado, Doutorado Direto, entre outras, o que permitirá ao pesquisador responsável compor sua equipe”, afirma o diretor científico. "Esse apoio funcionará de forma semelhante aos grants oferecidos por agências de fomento internacionais.”
Essas mudanças, tão logo entrem em vigor, valerão para as novas solicitações de auxílios. Os APR em andamento poderão se enquadrar nessa nova regra no momento do pedido de renovação.
As Bolsas de Pós-Doutorado passarão a ser concedidas por um período de até 36 meses – hoje são 24 meses. "O prazo ampliado valerá para os novos pedidos de bolsas, não incidindo sobre os projetos em andamento”, sublinha Castro.
Outra alteração importante será o aumento dos valores de Bolsa de Doutorado Direto, que passarão a ser equiparados aos das Bolsas de Doutorado, sendo o valor equivalente ao DR1 para os dois primeiros anos e o valor equivalente ao DR2 para os anos seguintes. "Eliminaremos as diferenças de valores entre as duas modalidades”, explica o diretor científico.
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- 04/04/2024 - Amenônia Ferreira é nomeada diretora do CDTNÉ a primeira mulher a ocupar o cargo máximo da instituição
É a primeira mulher a ocupar o cargo máximo da instituição
Fonte: CDTN
Amenônia Maria Ferreira Pinto é a nova diretora do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), unidade da Comissão Nacional de Energia Nuclear em Belo Horizonte (MG). Ela é engenheira química e mestre em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos pela Universidade Federal de Minas Gerais. É doutora em Engenharia Química pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).Entrou na instituição em 1977, por meio de concurso público, na então Nuclebrás.
Amenônia é a primeira mulher no cargo máximo da instituição, que contou com 13 diretores desde sua fundação, em 1952. "Por estar há mais de 40 anos no CDTN, conheço a nossa comunidade, sei das nossas dificuldades e de muito do que já passamos. Essa bagagem traz maturidade, principalmente, pelos acertos e os erros que tivemos pelo caminho. Quero que as pessoas estejam bem aqui dentro, atuando como protagonistas da história da nossa instituição. Como servidores, estamos aqui para servir o público”, declara.
A nova diretora ressalta, ainda, o papel emergencial dos concursos públicos para a manutenção e continuidade das atividades do CDTN.
Com experiência na área de Engenharia Sanitária e Engenharia de Petróleo, Amenônia atua na aplicação de traçadores radioativos na indústria, meio ambiente e agricultura. Atualmente, ela coordena quatro projetos em parceria com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e um projeto com a Petrobras. Em 2000, a gestora recebeu uma bolsa financiada pela AIEA para estudar reservatórios de petróleo na Universidade do Texas, nos Estados Unidos.
Foi presidente da Associação dos Servidores da CNEN de Minas Gerais (ASSEC-MG), entre os anos 1991 e 1992. Na gestão do CDTN, exerceu os cargos de chefe da Divisão de Meio Ambiente e Rejeitos (2015-2018) e, mais recentemente, liderou o Serviço de Análise e Meio Ambiente do CDTN (2019-2024).
A gestão sucede a direção do físico Luiz Carlos Duarte Ladeira, diretor do CDTN entre 2019 e março de 2024.
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- 03/04/2024 - Centro de pesquisa brasileiro desenvolve protótipo de bateria nuclearDispositivo poderá gerar energia por centenas de anos sem necessidade de recarga
Dispositivo poderá gerar energia por centenas de anos sem necessidade de recarga
Fonte: UOLTexto: Yuri Vasconcelos/Revista Pesquisa FapespImagine um telefone celular cuja bateria dure anos e não precise ser plugado na tomada para recarregar. Ou um drone capaz de voar indefinidamente sobre a Amazônia, registrando focos de desmatamento e de mineração ilegal. Situações como essas poderão se tornar realidade, em algum tempo, com o início da produção comercial de novos sistemas de armazenamento de energia que usam material radioativo para gerar eletricidade ininterruptamente, por dezenas ou centenas de anos.Uma das inovações foi revelada no começo do ano pela startup chinesa Betavolt. A empresa desenvolveu uma bateria nuclear que poderá gerar energia por 50 anos sem necessidade de recarga. O dispositivo mede 15 milímetros (mm) de comprimento, por 15 mm de largura e 5 mm de espessura e opera a partir da conversão da energia liberada pelo decaimento de isótopos radioativos de níquel (Ni-63). Com 100 microwatts (µW) de potência e 3 volts (V) de tensão elétrica, o módulo é um projeto-piloto. A Betavolt planeja colocar no mercado em 2025 uma versão mais potente da bateria, com 1 watt (W). Ela tem função modular e, de acordo com a startup, poderá ser empregada em série para energizar drones ou celulares.O Brasil tem estudos na área. Uma equipe do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), uma unidade técnico-científica da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), com sede em São Paulo, apresentou no fim de 2023 o primeiro protótipo de uma bateria nuclear termelétrica feito no país. O princípio de funcionamento do dispositivo, também conhecido como gerador termelétrico radioisotópico (RTG), é diferente do sistema da Betavolt: uma corrente elétrica é produzida a partir da conversão do calor gerado pela desintegração de um isótopo de amerício (Am-241). No módulo chinês, partículas beta (elétrons) transformam-se em corrente elétrica por meio de um sistema conversor específico.O processo de decaimento ou desintegração radioativa ocorre quando o núcleo instável de um elemento químico se transforma no núcleo de outro elemento, que tem menos energia. O processo libera radiação eletromagnética e pode emitir partículas. Esse fenômeno é caracterizado pela meia-vida, que é o tempo necessário para que metade dos átomos do isótopo radioativo presente em uma amostra se desintegre."Durante nosso desenvolvimento, tivemos que dimensionar um módulo gerador termelétrico, responsável por converter a energia térmica em elétrica”, explica o engenheiro químico e doutor em tecnologia nuclear Carlos Alberto Zeituni. Ele é o gerente do Centro de Tecnologia das Radiações (Ceter) do Ipen, uma das unidades envolvidas no projeto – a outra é o Centro de Engenharia Nuclear (Ceeng).A principal vantagem das baterias nucleares é a possibilidade de fornecer carga durante um longo período de tempo. "Uma bateria química convencional dura cinco anos, enquanto uma de lítio chega a 10 anos. As nucleares podem ter duração de 50, 100 anos ou mais, dependendo do material radioativo utilizado. A nossa, estimamos que vá durar mais de 200 anos”, diz Zeituni.O Ipen não mediu a potência do módulo, cuja tensão elétrica é de apenas 20 milivolts (mV). O próximo passo, segundo o centro, é construir uma versão com 100 miliwatts (mW) de potência, capaz de controlar uma estação meteorológica remota ‒ a tensão dependerá do termelétrico empregado. A pesquisa, iniciada há dois anos, vem sendo financiada por uma empresa nacional interessada em comercializar a tecnologia. Por contrato, seu nome não pode ser revelado.Para criar o módulo, os pesquisadores do Ipen utilizaram 11 fontes de amerício que eram originalmente empregadas em equipamentos de medição de espessura de chapas. Para eliminar o risco de vazamento do material radioativo, as fontes foram empilhadas e encapsuladas em um tubo de alumínio."O parâmetro inicial de todo o projeto nuclear tem que ser a segurança. A bateria só será comercializada quando houver garantia de que o risco de vazamento é nulo. Por isso, vamos usar um duplo ou triplo encapsulamento do material radioativo e realizaremos testes de impacto e de quebra”, esclarece o engenheiro mecânico Eduardo Lustosa Cabral, pesquisador do Ceeng que participa do projeto.Rovers da NasaBaterias nucleares como as projetadas pelo Ipen e Betavolt começaram a ser estudadas no início do século passado. Não há ainda fabricação comercial desses dispositivos. A produção, limitada, é feita principalmente por governos de países que dominam a tecnologia nuclear ‒ como Estados Unidos, Rússia, França, China e Inglaterra – e centros de pesquisa, geralmente estatais.A tecnologia é empregada em dispositivos situados em lugares de difícil acesso, como faróis em ilhas desertas, cavernas, fundo do mar e laboratórios no Ártico e na Antártida. Na década de 1970, foram utilizadas na área da saúde. "Baterias nucleares de plutônio-238 foram usadas em marcapassos, aparelhos que monitoram e regulam os batimentos do coração, implantados em mais de 300 pessoas. Não houve nenhum relato de vazamento ou falha”, conta a engenheira química e doutora em tecnologia nuclear Maria Alice Morato Ribeiro, pesquisadora do Ceeng e líder do grupo.Os rovers da agência espacial norte-americana Nasa empregam esse tipo de tecnologia, bem como a sonda espacial Voyager, lançada ao espaço em 1977 – suas baterias nucleares são usadas para girar os painéis solares que fornecem energia para a nave. Na mesma linha, o dispositivo desenvolvido no Ipen será destinado a aplicações em locais remotos."O uso dessa tecnologia é restrito por causa do custo de fabricação, da disponibilidade de matéria-prima e da dificuldade de produção, a começar pela manipulação e encapsulamento do material radioativo”, informa Ribeiro. É preciso muito cuidado para evitar vazamento durante a fabricação e a operação do dispositivo. Outra dificuldade diz respeito ao fato de toda a parte elétrica estar exposta à radiação, o que pode acarretar danos ao sistema. Tudo precisa ser muito bem selado.Dura competiçãoPara o físico Hudson Zanin, da Faculdade de Engenharia Elétrica da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e coordenador de uma pesquisa que visa desenvolver uma bateria à base de sódio (ver Pesquisa FAPESP no 329), o trabalho feito no Ipen é promissor, mas terá que superar desafios para resultar em um produto comercial."Em um momento que se discute como passar para uma sociedade 100% elétrica e baseada em fontes renováveis de energia, que irão substituir os combustíveis fósseis, o armazenamento de energia é uma tecnologia-chave. Por isso, o desenvolvimento dos mais diferentes tipos de baterias, inclusive essa do Ipen, é importante”, afirma."O longo tempo de operação sem recarga das baterias nucleares é seu grande diferencial, mas elas precisam evoluir para aumentar a tensão de saída”, ressalva o físico da Unicamp. "Além disso”, destaca, "irão enfrentar uma dura competição com outras tecnologias avançadas, mais baratas e já estabelecidas, como as baterias de lítio-fosfato-ferro (LFP) e de níquel-cobalto-manganês (NCM)”. -
- 02/04/2024 - Universidade de Illinois planeja novo modelo de colaboração em pesquisa com o BrasilPrograma Brasillinois, que será lançado este mês durante a FAPESP Week Illinois, nos Estados Unidos, pretende promover a mobilidade de estudantes e docentes e fomentar conexões em áreas como clima e sustentabilidade, medicina, saúde pública e inclusão social
Programa Brasillinois, que será lançado este mês durante a FAPESP Week Illinois, nos Estados Unidos, pretende promover a mobilidade de estudantes e docentes e fomentar conexões em áreas como clima e sustentabilidade, medicina, saúde pública e inclusão social
Fonte: Agência FAPESP
Será lançado oficialmente durante a FAPESP Week Illinois, que ocorrerá entre os dias 9 e 10 de abril em Chicago, nos Estados Unidos, o programa Brasillinois.
A iniciativa busca criar um novo modelo de colaboração em pesquisa entre o Brasil e o Sistema de Universidades de Illinois (UIS, na sigla em inglês), nos Estados Unidos – formado pelas universidades de Illinois em Urbana-Champaign, em Chicago e em Springfield –, por meio da construção de conexões de pesquisa em áreas como clima e sustentabilidade, medicina e saúde pública e inclusão social.
Outro objetivo do Brasillinois é o de aumentar o intercâmbio entre estudantes de graduação e de doutorado brasileiros com os do UIS e do Consórcio de Educação Superior dos Grandes Lagos – que inclui outras universidades dos Estados Unidos e do Canadá –, além de parceiros institucionais na América do Norte.
De acordo com informações disponíveis no site da iniciativa, a meta do programa de mobilidade estudantil e docente é levar mais de cem estudantes brasileiros de graduação e doutorado às três universidades do UIS nos próximos anos.
Os estudantes de graduação poderão passar um semestre em Illinois e os alunos de doutorado serão classificados como pesquisadores visitantes e poderão permanecer por um período de três a dez meses na instituição anfitriã.
O UIS também pretende apoiar visitas a universidades parceiras brasileiras para docentes que orientarem estudantes no programa de mobilidade para fortalecer a colaboração acadêmica.
"A pesquisa conduzida pelo corpo docente do Sistema de Universidades de Illinois e nossos parceiros no Brasil tem um potencial incrível em áreas como clima, agricultura, medicina, saúde pública e democracia – todas questões críticas para a vida no século 21. Quando docentes de diferentes origens e culturas colaboram, cada um traz os seus próprios pontos fortes e perspectivas, que servem para alimentar inovações e fortalecer soluções. O Brasillinois terá como objetivo capitalizar esse tipo de conexão para produzir resultados potencialmente transformadores”, disse em nota à Agência FAPESP Tim Killeen, reitor do UIS.
Na área de medicina e saúde pública, um dos objetivos do Brasillinois será usar dados e iniciativas comunitárias de Illinois e do Brasil para desenvolver e lançar programas-piloto destinados a aumentar a expectativa de vida em ambientes urbanos e rurais e estabelecer estudos de coorte nas duas regiões.
Já no tema clima, as colaborações entre pesquisadores do UIS também poderão ser feitas no âmbito da iniciativa Amazônia+10, que articula pesquisadores vinculados às Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) de 25 Estados brasileiros em projetos de pesquisa na região da Amazônia Legal.
Liderado pelo Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) e pelo Conselho Nacional de Secretários Estaduais para Assuntos de Ciência, Tecnologia e Inovação (Consecti), com a parceria do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o programa já destinou quase R$ 100 milhões em recursos para projetos científicos.
"Com o amplo alcance da FAPESP em diferentes disciplinas e sua extensa rede de universidades e agências, estamos entusiasmados com a oportunidade de colaborar em interesses compartilhados que beneficiarão tanto o povo do Brasil quanto o de Illinois”, afirmou Killeen.
FAPESP Week Illinois
Durante dois dias, a FAPESP Week Illinois reunirá, na sede do Discovery Partners Institute, em Chicago, pesquisadores vinculados a universidades e instituições de pesquisa no Estado de São Paulo, do UIS, da região dos Grandes Lagos e de instituições parceiras do Canadá e do México.
O objetivo do encontro é estabelecer novas colaborações em pesquisa multidisciplinares para enfrentar os principais desafios em áreas como saúde, cidades sustentáveis, agricultura inteligente, clima, bioenergia e consolidação de instituições democráticas.
"Nossa parceria com o Sistema de Universidades de Illinois para a promoção da FAPESP Week é um importante avanço no nosso relacionamento com os estados centrais da América do Norte, do Canadá ao México”, avaliou Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP. "Os temas que serão discutidos são relevantes para o futuro do nosso planeta – da água às instituições democráticas e da saúde única à agricultura inteligente. Este evento contribuirá para fortalecer os laços entre instituições de ambos os lados, bem como destacar a excelente investigação que será realizada em ambos os continentes”, estimou.
Realizada em parceria com universidades e instituições de pesquisa do exterior, a FAPESP Week visa promover a aproximação entre pesquisadores com produção destacada em suas áreas de atuação com o objetivo de discutir pesquisas em andamento e a elaboração de novos projetos cooperativos. A primeira edição do evento ocorreu em Washington, nos Estados Unidos, em outubro de 2011.
Já foram realizadas outras 19 edições da FAPESP Week. A última aconteceu em novembro de 2019, na França. A série de encontros internacionais foi interrompida em razão da pandemia de COVID-19 e será retomada este ano com a realização da FAPESP Week Illinois.
Mais informações sobre o programa Brasillinois estão disponíveis em: uillinois.edu/brasillinois.
E a programação da FAPESP Week Illinois pode ser acessada em: fapesp.br/week/2024/illinois.
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- 29/03/2024 - Governo faz mudança no comando da diretoria-geral de desenvolvimento nuclear e tecnológico da marinhaFonte: Petronotícias
O governo fez uma série de mudanças no comando da Marinha nesta semana. As novidades mexem também com estruturas internas da Força Naval que lidam diretamente com a tecnologia nuclear. A Diretoria-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha (DGDNTM) passará a ser chefiada pelo Almirante de Esquadra Alexandre Rabello de Faria (foto principal), assumindo a função que era exercida até então pelo Almirante de Esquadra Petronio Augusto Siqueira de Aguiar(foto abaixo, à direita). O ato formal de posse deve acontecer na próxima sexta-feira (5).
ADGDNTM é o órgão que planeja, orienta e controla as atividades nucleares, científicas, tecnológicas e de inovação, atuando como órgão central executivo do Sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação da Marinha (SCTMB). A estrutura também é responsável pelo Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) e o Programa Nuclear da Marinha (PNM).
Depois de deixar a DGDNTM, o Almirante de Esquadra Petronio Augusto Siqueira de Aguiar foi nomeado como Secretário Naval de Segurança Nuclear e Qualidade. Anteriormente conhecida como Agência Naval de Segurança Nuclear e Qualidade, o órgão tem o propósito de assessorar o Comandante da Marinha e contribuir para a segurança dos meios navais com plantas nucleares embarcadas, das instalações nucleares terrestres de apoio e do transporte de seu combustível nuclear.
As novidades foram bem recebidas pelo mercado. Para o presidente da Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN), Celso Cunha, "as mudanças foram bem importantes, pois são pessoas que conhecem o setor nuclear muito bem, o que facilita as ações”. Ele ainda declarou que "a Marinha fez uma grande escolha ao ter o Almirante Rabello à frente da DGDNTM e o Almirante Petronio no comando da Secretaria Naval de Segurança Nuclear e Qualidade”.
Como noticiamos recentemente, o Almirante Rabello foi escolhido como presidente do Conselho Curador da ABDAN, em substituição ao Almirante Petronio. O conselho da ABDAN se reúne periodicamente para pensar e elaborar diretrizes para a associação e propor medidas que incentivem o desenvolvimento do setor nuclear do Brasil.
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- 29/03/2024 - USP e Unicamp desenvolvem projetos de bateria infinitaNovos dispositivos capazes de gerar energia por longos períodos de tempo sem a necessidade de recarga vão transformar a economia mundial
Novos dispositivos capazes de gerar energia por longos períodos de tempo sem a necessidade de recarga vão transformar a economia mundial
Fonte: Isto É
Uma equipe de cientistas do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), vinculado à Universidade de São Paulo (USP), trabalha em um projeto revolucionário: um protótipo de bateria nuclear termoelétrica que pode fornecer energia por mais de dois séculos.
Apresentada à comunidade acadêmica no final do ano passado, essa inovação é capaz de gerar eletricidade sem a necessidade de qualquer forma de recarga, representando um avanço notável na busca por soluções energéticas duradouras. A tecnologia pioneira, baseada na conversão de calor em energia elétrica, promete uma solução de longo prazo para aplicações que requerem fontes de energia confiáveis e praticamente inesgotáveis.
Além da pesquisa do IPEN, outra vertente de bateria infinita está sendo produzida no Brasil. Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) estão desenvolvendo o primeiro protótipo de uma bateria feita à base de sódio.
Seria algo inédito até o momento, uma vez que as baterias geralmente são feitas de lítio, devido à sua maior duração e capacidade de armazenamento de energia.
O físico Hudson Zanin, líder do projeto de pesquisa, argumenta que os módulos de sódio possuem vantagens competitivas futuras."O sódio é um insumo acessível e disponível em qualquer país. Seu refino em larga escala proporcionará maior viabilidade econômica em relação à de lítio, que enfrentará fortes demandas no mercado”.
Made in China
A startup chinesa Betavolt lançou, no início do ano, uma bateria que poderia durar cerca de cinquenta anos. O aparelho é o primeiro dispositivo do mundo a miniaturizar a energia atômica.
Essa bateria contém isótopos de níquel-63 agrupados dentro de um dispositivo de tamanho inferior ao de uma moeda.
Em 2025, a Betavolt pretende lançar no mercado uma versão de maior potência que poderá energizar celulares, drones, marca-passos e corações artificiais.
As baterias nucleares hoje são usadas apenas em lugares remotos, como faróis em ilhas desertas, satélites e rovers da NASA enviados a Marte, como o Curiosity.
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- 28/03/2024 - Finep e FAPESP financiando startupsEvento da Agência USP de Inovação apresentará as linhas de financiamento das duas agências voltadas a pequenas empresas
Evento da Agência USP de Inovação apresentará as linhas de financiamento das duas agências voltadas a pequenas empresas
Fonte: Agência FAPESP
A Agência USP de Inovação (Auspin) promoverá, na próxima quinta-feira (04/04), o encontro "Finep e FAPESP financiando startups”. O evento abordará as linhas de financiamento da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da FAPESP para incentivar as startups.
Os participantes terão a chance de conhecer e se aprofundar nas linhas de financiamento dos órgãos de fomento, com a apresentação dos programas, exigências e formatos para apresentação de projetos de inovação e empreendedorismo.
Além das palestras com as agências financiadoras, haverá a inauguração da Unidade 2 da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de São Paulo, mantida pela Universidade de São Paulo (USP) e o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) sob gestão do Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), que tem como objetivo criar e operacionalizar um ambiente catalisador de inovação, de referência internacional, para colaboração entre instituições públicas, privadas e academia, a fim de desenvolver novos empreendimentos intensivos em conhecimento e tecnologias em ciências da vida.
Na parte da manhã, a partir das 10h30, o encontro será realizado na av. Prof. Ernesto de Moraes Leme, 400, Cidade Universitária, São Paulo.
À tarde, a partir das 13h30, o evento ocorrerá no Auditório da Inova USP, av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 370, Cidade Universitária, São Paulo.
As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pela página do evento na plataforma Sympla.
Mais informações: www.inovacao.usp.br/financiandostartups/.
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- 27/03/2024 - Prêmio Mulheres Brasileiras na Química prorroga nomeações até 31 de marçoNovo prazo aumenta a oportunidade para pesquisadoras, cientistas e executivas participarem da premiação. As vencedoras serão anunciadas em maio
Novo prazo aumenta a oportunidade para pesquisadoras, cientistas e executivas participarem da premiação. As vencedoras serão anunciadas em maio
Fonte: American Chemical Society
O Prêmio Mulheres Brasileiras na Química 2024 prorrogou as nomeações até o próximo domingo, dia 31 de março. A premiação para pesquisadoras, cientistas e executivas é oferecida pela American Chemical Society (ACS) em conjunto com a Sociedade Brasileira de Química (SBQ).
O novo prazo aumenta a oportunidade para um maior número de participantes nesta sétima edição do prêmio que tem como objetivo promover a igualdade de gênero, principalmente na comunidade química brasileira, e reconhecer o impacto da diversidade na pesquisa científica em química.
O prêmio é patrocinado pela CAS e ACS Publications, duas divisões da ACS. As vencedoras serão anunciadas no início de maio. A premiação será feita no Simpósio do Núcleo Mulheres SBQ, no dia 25 de maio, durante a 47ª Reunião Anual da SBQ, em Águas de Lindoia (SP).
Para se candidatar ou fazer uma nomeação, acesse https://www.acs.org/funding/awards/premios-mulheres-brasileiras-em-quimica.html
O Prêmio Mulheres Brasileiras na Química, criado em 2018, tem três categorias:
Líder Emergente
Este prêmio reconhecerá as realizações de uma jovem cientista ou empreendedora notável na química ou em áreas relacionadas. A idade máxima é 40 anos, ou não ter concluído seu doutorado há mais de 10 anos, completados em 2023.Líder na Indústria
Este prêmio reconhecerá uma mulher que trabalhe nas indústrias química, farmacêutica ou de biotecnologia, cujas pesquisas e inovações criativas tenham gerado descobertas que contribuíram para o sucesso comercial e o benefício da sociedade.Líder Acadêmica
Este prêmio reconhecerá uma mulher com uma carreira consolidada na academia e cuja contribuição para a pesquisa científica na química tenha um impacto global e social.Cada vencedora receberá um prêmio em dinheiro no valor equivalente a US$ 2.000; uma ID do SciFinder válida por um ano; uma associação à ACS e à SBQ por um ano; um certificado de premiação em inglês; uma placa de homenagem em português; cobertura jornalística na C&EN e no Boletim da SBQ, bem como nas redes sociais oficiais da SBQ e do Núcleo Mulheres SBQ; e inscrição gratuita em um curso oferecido pelo Instituto ACS.
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- 26/03/2024 - Treinamento técnico em espectroscopia Raman de tecidos biológicos no IpenCandidato deve ter experiência em análises estatísticas descritivas e multivariadas, bem como em programação com linguagem R ou Phyton
Candidato deve ter experiência em análises estatísticas descritivas e multivariadas, bem como em programação com linguagem R ou Phyton
Uma vaga de treinamento técnico nível quatro A (TT-4A) com bolsa da FAPESP está disponível pelo projeto "Caracterização fenotípica por microscopia Raman, ters e snom em fibras musculares esquelética de camundongos”. O prazo de inscrição vai até domingo (31/03).O projeto é conduzido no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen).
O candidato deve ter experiência em técnicas de espectroscopia Raman aplicada a biotônica para tecidos celulares. Além disso, é importante experiência em análises estatísticas descritivas e multivariadas, destacando análise de componente principal e tendo como diferencial análise discriminante por mínimos quadrados parciais.
Deseja-se experiência em programação com linguagem R ou Phyton para desenvolvimento de modelos de classificação supervisionados usando machine learning.
Mais informações sobre a vaga e as inscrições em: www.fapesp.br/oportunidades/6848/.
A vaga em TT-4A tem valor de R$ 6.242,40 mensais. Essa bolsa FAPESP é voltada para especialistas em tecnologia da informação com pelo menos quatro anos de experiência após a graduação, que não tenham vínculo empregatício e possam se dedicar de 16 a 40 horas semanais às atividades de apoio ao projeto de pesquisa.
Mais informações sobre as bolsas de Treinamento Técnico da FAPESP: www.fapesp.br/bolsas/tt.
Outras vagas de bolsas, em diversas áreas do conhecimento, estão no site FAPESP-Oportunidades, em www.fapesp.br/oportunidades.
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- 26/03/2024 - Associação de energia global premia cientista brasileira no Fórum ATOMEXPO na Rússia, com a presença do ex-ministro Bento AlbuquerqueFonte: Petronotícias
Isolda Costa, Diretora do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) do Brasil, foi homenageada ao receber o Diploma Honorário da Associação Global de Energia. A cerimônia ocorreu no 13º Fórum Internacional ATOMEXPO 2024, que está acontecendo em São Petersburgo, na Rússia. O Diploma foi concedido por Sergey Brilev, Presidente da Associação. "Este prêmio não é apenas meu, mas também da Comissão Nacional de Energia Nuclear do Brasil (CNEN) e do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), onde trabalhei por 42 anos. Estou orgulhosa das conquistas no campo da medicina nuclear que alcançamos em cooperação com a Rússia, a Rosatom e a associação inter-regional Isótopo, CNEN e IPEN que fornecem radiotraçadores para mais de 430 hospitais e clínicas no Brasil, atendendo a 85% das necessidades nacionais. Nossa missão é melhorar a qualidade de vida das pessoas, e realmente a cumprimos", disse Isolda Costa.Sergey Brilev disse que "Também gostaríamos de expressar nossa gratidão a ela por participar do projeto especial da Associação que aborda a evolução da energia nuclear na América do Sul. Graças à Dra. Costa, conseguimos organizar filmagens no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), bem como no primeiro reator de pesquisa do Brasil. Outros projetos que destacamos durante este período são o novo sistema de detecção de vibrações na Argentina e o projeto de medicina nuclear realizado pela Agência Boliviana de Energia Nuclear (ABEN) com a participação de cientistas bolivianos, argentinos e russos. O coração deste projeto são as filmagens no Brasil, e somos muito gratos a Isolda por torná-las possíveis".
Quem também está participando de várias conversações e analisando as novidades apresentadas pela Rosatom durante a realização do evento, é o ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Ele também esteve em Bruxelas, na Bélgica, onde participou do Nuclear Energy Summit, organizado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), com o Presidente da Abdan, Celso Cunha. Eles aproveitaram para acertar os detalhes da vinda do Diretor Geral da Agência de Energia Atômica, Rafael Grossi, e do Diretor da Agência Internacional de Energia, Faith Birol, no próximo mês para participarem do evento brasileiro Nuclear Summit, organizado pela ABDAN, com apoio de várias empresas patrocinadoras. Será o mais importante evento nuclear da América Latina e será realizado no próximo mês, no Rio de Janeiro. Grossi e Birol aproveitarão a presença no Brasil para fazer uma visita ao Congresso Nacional.
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- 26/03/2024 - Setor nuclear é debatido em Conferência Temática realizada pela CNEN, no Rio de JaneiroInvestimento em tecnologias nacionais, aumento de investimento em P&D e implantação de políticas de fomento na indústria nacional foram algumas das propostas apresentadas
Investimento em tecnologias nacionais, aumento de investimento em P&D e implantação de políticas de fomento na indústria nacional foram algumas das propostas apresentadas
Fonte: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação
Conferência Temática sobre Tecnologia Nuclear foi realizada, no Rio de Janeiro (RJ), nos dias 20 e 21 de março, pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCT). O debate irá gerar insumos para a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (5CNCTI), que acontecerá de 4 a 6 de junho, em Brasília.
Os debates foram organizados em quatro eixos temáticos: "Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação”, "Usos Socioeconômicos da Tecnologia Nuclear”, "Programas e Projetos Estratégicos Nacionais” e "Ensino, Formação Especializada, Mercado de Trabalho e Comunicação Pública”, e a coordenação do evento foi da Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento da CNEN.Paula Helena Ortiz Lima, diretora-presidente do Centro de Inovação e Empreendedorismo e Tecnologia (CIETEC), comentou que a área nuclear tem um grande potencial de inovação, entretanto, esse potencial está represado, seja pela questão do parque de equipamento instalado, considerado obsoleto para realização de pesquisas de ponta, seja pela falta de recursos humanos especializados.
"É primordial a necessidade da renovação de recursos humanos. Existe o potencial, mas ultimamente o setor enfrenta grandes desafios. Acredito que melhorando a questão da comunicação, fazendo com que a sociedade e o governo entendam a importância da área nuclear brasileira em diferentes áreas de atuação como a medicina nuclear, sustentabilidade e as contribuições na agricultura, o cenário evolua”, pontuou, destacando que, indo ao encontro da descarbonização, a energia nuclear é uma fonte de energia limpa e, é a partir daí, que o potencial do setor pode ser destacado.
Segundo o pesquisador e membro da Diretoria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA), Marcos Toscano, um dos maiores desafios do setor é explicar para a sociedade a sua missão de forma clara, compreensível e concreta, deixando evidente o que entrega hoje é o que pode entregar no futuro."Estamos em um momento crítico para o setor nuclear do Brasil. Isso ocorre por conta do modelo jurídico que foi pensado para ele, no passado”, disse Toscano, sugerindo um novo modelo que poderia "incentivar um florescimento de um ecossistema de empresas nacionais que trabalham com inovação no setor nuclear, tanto na área de mineração quanto no desenvolvimento de novos modelos de reatores, como também em a linha de P&D aplicada ao setor nuclear, como o que está acontecendo nos Estados Unidos e na Europa, por exemplo”.
Maurício Guedes, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado do Rio de Janeiro, mediou o primeiro dia de debates. O evento contou com a participação de especialistas da própria CNEN e de várias instituições do setor nuclear brasileiro, como Indústrias Nucleares Brasileiras (INB), Amazul, Marinha do Brasil, Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene), WiN Brasil, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), Faperj, entre outras.No quesito Fomento e cooperação, a professora Helen Khoury, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), destacou a necessidade de integração entre CNEN, universidades e empresas para promover financiamentos e cooperações eficazes e importância do fortalecimento da CNEN como órgão articulador para distribuir recursos e promover a integração entre os setores público, acadêmico e empresarial, visando difundir a cultura empreendedora e encontrar soluções para os desafios enfrentados.
Já o pesquisador do IFUSP Gustavo Canal, falou sobre a Fusão nuclear como fonte de energia no painel "Geração de energia, SMR [acrônimo do inglês Small modular reactors], fusão nuclear”. O Laboratório de Fusão Nuclear (LFN), um projeto estratégico do MCTI coordenado pela CNEN em colaboração com o INPE, é destacado como fundamental para o Brasil, devido ao potencial da fusão nuclear como uma fonte de energia comercial. No entanto, é ressaltada a necessidade de uma política de formação de recursos humanos e a participação do setor privado nacional para o sucesso do projeto. "O projeto executivo já está pronto, a gente apenas aguarda a liberação dos recursos”.
Francisco Rondinelli, presidente da CNEN, aproveitou para enfatizar a urgência de estabelecer o Programa Nuclear Brasileiro, reconhecido pelo Governo Federal como estratégico para o país. O debate aconteceu no painel "Indústria, saúde, agronegócio, meio ambiente e cultura”, moderado por Aldo Malavasi, ex-diretor-geral adjunto da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
"Uma agenda nuclear consolidada terá amplo impacto no desenvolvimento nacional, gerando empregos, agregando valor aos produtos e serviços e garantindo a sustentabilidade do setor nuclear brasileiro, além de aumentar o acesso da população aos benefícios da tecnologia nuclear”, destacou, lembrando a importância de tornar o programa uma política de Estado de longo prazo, independente de mudanças de governo, para garantir continuidade e estabilidade.
Ainda houve mesa sobre "Ciclo do combustível, minerais estratégicos", com representantes da CNEN, Indústrias Nucleares do Brasil (INB), Marinha do Brasil, Serviço Geológico do Brasil (SGB) e Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI/PR). E apresentação dos projetos estratégicos da CNEN, como o RMB, CENTENA, LABGENE e PROSUB; Formação e Percepção Pública e sobre Transparência e consciência cidadã.
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- 22/03/2024 - Em pronunciamento na Cúpula de Bruxelas, presidente da CNEN defende cooperação internacional e transparência para avanço do setor nuclearFonte: Site da CNEN
Para que a busca por soluções eficazes no âmbito do setor nuclear alcance sucesso em escala global, é imprescindível priorizar a cooperação internacional. Essa foi a tônica do pronunciamento do presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Francisco Rondinelli Júnior, no Primeiro Encontro de Cúpula em Energia Nuclear (Nuclear Energy Summit), no dia 21 de março, em Bruxelas. Segundo ele, estratégias isoladas para impulsionar o setor se revelam limitadas diante da complexidade dos desafios enfrentados.
Promovida pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e pelo governo da Bélgica, a Cúpula é a reunião de mais alto nível, até o momento, focada exclusivamente no tema da energia nuclear. Ela vem na sequência da inclusão histórica da energia nuclear no Balanço Global acordado em Dubai, na Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP-28), em dezembro de 2023, que apelou à aceleração da sua implantação juntamente com outras fontes de energia com baixo teor de carbono.
Em seu pronunciamento oficial, Rondinelli salientou que a Cúpula "atende ao propósito de promover um fórum de alto nível que possibilite identificar necessidades comuns entre os países em relação à geração nucleoelétrica". Ao reforçar que essa avaliação deve abranger toda a cadeia produtiva do ciclo do combustível nuclear, o presidente da CNEN ressaltou, ainda, que isso precisa ser feito "juntamente com a construção, em grande escala, de novas centrais nucleares no mundo".
Desse modo – prosseguiu Rondinelli – elimina-se quaisquer dúvidas quanto à importância do uso da tecnologia nuclear para garantir segurança energética para a população. Ainda em seu pronunciamento, o presidente da CNEN foi categórico ao afirmar que "o tratamento e a destinação segura de rejeitos radioativos, além de um marco regulatório abrangente, que englobe todos os aspectos de segurança, proteção e salvaguardas, já são inerentes a esta fonte de energia".
A participação do primeiro-ministro da Bélgica, Alexander de Croo, e do diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, além de líderes de outros governos da Europa, Ásia, África, América do Norte e América Latina e Caribe, evidencia a dimensão da importância da Cúpula de Bruxelas. Os painéis técnicos trataram de discutir as medidas práticas necessárias para aproveitar todo o potencial da energia nuclear visando ao enfrentamento dos desafios globais, bem como propostas para ampliar a inserção na matriz elétrica mundial.
Os painelistas também discutiram fatores que influenciam a construção de plantas nucleares, perspectivas globais, regionais e nacionais para o setor, avanços e inovações tecnológicas e, o mais importante, segundo Grossi, as finanças. "Esta Cúpula é uma oportunidade para os líderes se apoiarem mutuamente à medida que criam as condições para novos reatores nucleares”, disse o diretor-geral da AIEA.
"Para progredir, precisamos de condições financeiras equitativas. Isso significa que a energia nuclear receberá o tipo de apoio já dado a outras fontes de energia, seja em nível nacional ou por instituições internacionais, como os bancos de desenvolvimento”, complementou.
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- 22/03/2024 - CAPES oferta cerca de 3 mil bolsas de doutorado-sanduíche no exteriorA seleção interna dos candidatos nas instituições de ensino deve ser feita até 30 de abril; inscrição na Fundação vai de 2 a 16 de maio
A seleção interna dos candidatos nas instituições de ensino deve ser feita até 30 de abril; inscrição na Fundação vai de 2 a 16 de maio
Fonte: Site da CAPES
A CAPES abriu nesta quinta-feira, 21 de março, o processo de seleção para edição de 2024 do Programa Institucional de Doutorado-Sanduíche no Exterior (PDSE), que ofertará até 2.976 bolsas. O investimento é destinado ao fomento do intercâmbio científico e à experiência acadêmica de pós-graduandos do Brasil em diferentes países.
Para ser beneficiado com uma bolsa, o candidato deve participar de seleção interna na instituição de ensino superior onde cursa o doutorado. O prazo vai até 30 de abril. Após essa etapa, inicia-se a fase de inscrição no Sistema de Inscrições da CAPES (Sicapes), que vai de 2 a 16 de maio. A publicação da relação dos aprovados está prevista para 19 de julho e o início das atividades no exterior entre setembro e novembro deste ano.
O selecionado receberá a bolsa mensal, auxílios para deslocamento, instalação e seguro-saúde, além do adicional de localidade, quando for o caso. A duração dos benefícios varia de três a seis meses. Para participar, o candidato precisa estar matriculado em um curso de doutorado, comprovar qualificação para o PDSE e ter declaração de reconhecimento de fluência linguística assinada pelo coorientador no exterior e orientador no Brasil.
A condição de brasileiro nato ou naturalizado também é exigida. No caso de estrangeiro, este deve possuir visto de estudante ou autorização de residência no Brasil. Também é necessário ter o identificador Orcid válido no ato da inscrição e não ter recebido bolsa de doutorado-sanduíche anteriormente. Se o candidato for bolsista no doutorado com recursos federais, precisará pedir a suspensão ou o cancelamento do benefício.
Só poderão indicar candidatos os programas de pós-graduação com notas igual ou superior a 4 na Avaliação Quadrienal da CAPES. Os cursos de doutorado novos podem apresentar propostas desde que já tenham sido reconhecidos pelo Conselho Nacional de Educação (CNE).
Os critérios de elegibilidade para o candidato e a instituição e as etapas da seleção estão detalhados no edital nº 06/2024. Dúvidas podem ser encaminhadas para o e-mail pdse@capes.gov.br.
Sobre o PDSE
Criado em 2006, o Programa Institucional de Doutorado-Sanduíche no Exterior -PDSE permite que pós-graduandos matriculados em cursos de doutorado no Brasil façam parte de seus estudos em instituição estrangeira. Ao final da bolsa, que dura entre quatro e seis meses, eles devem retornar ao País para a defesa da tese.O PDSE complementa e aumenta as possibilidades de formação ofertadas no Brasil, expande a colaboração com cientistas do exterior, aumenta a visibilidade da produção científica do País e fortalece os programas de pós-graduação nacionais.
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- 22/03/2024 - Parceria Museu do Ipiranga e IPEN: Tratamento de acervo com raios gamaFonte: Perfis do Museu do Ipiranga no Instagram e Facebook
Cuidar do acervo do Museu do Ipiranga, com mais de 450 mil itens, requer um complexo trabalho que envolve desde ações simples até, ocasionalmente, o uso das mais sofisticadas tecnologias.
Nossas coleções são compostas pelos mais diversos tipos de itens, como objetos tridimensionais, impressos, manuscritos e acervos iconográficos com pinturas, desenhos, fotografia e cartografia.
A maior parte tem como suporte o papel, para o qual a conservação preventiva é a principal estratégia de preservação. Entretanto, há situações nas quais uma ação mais interventiva é necessária.
Um exemplo é a infestação por insetos xilófagos. Papel e madeira servem de alimento para animais como cupins e brocas e o clima quente e úmido favorece o rápido aumento desses insetos.
Para enfrentar tal problema, nosso acervo de jornais e cartografia, com mais de 10 mil itens como encadernados, documentos avulsos e plantas, recebeu o valioso auxílio do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), autarquia vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) do Governo do Estado de São Paulo.
No IPEN, nossos papéis foram submetidos à ionização gama. O processo é feito em uma instalação denominada Irradiador Multipropósito de Cobalto-60, utilizada pelo IPEN há 20 anos em seu Centro de Tecnologia das Radiações – CETER.
Os raios gama utilizados têm uma grande capacidade de penetração nos materiais, percorrendo toda extensão de um objeto em pouco tempo, mesmo de grande porte e se torna uma excelente alternativa rápida e eficaz para tratamentos em massa.
A ionização gama age de forma letal em microrganismos e insetos que provocam a biodeterioração de materiais orgânicos, sendo uma alternativa eficiente quando comparada com outros métodos que podem oferecer riscos tanto para o acervo quanto para a saúde dos colaboradores.
Além de colaborar com mais de 50 instituições de preservação como é o caso do Museu do Ipiranga, o IPEN atua em vários setores da atividade nuclear, cujos resultados vêm proporcionando avanços significativos no domínio de tecnologias, na produção de materiais e na prestação de serviços de valor econômico e estratégico para o país. -
- 21/03/2024 - Líderes mundiais e indústria se reúnem na Bélgica para defender a expansão da energia nuclear na transição energéticaFonte: Petronotícias
Um evento de alto nível acontece hoje (21) na Bélgica, reunindo diversos líderes mundiais e representantes da indústria da energia. Todos com os olhos voltados para o papel da fonte nuclear na jornada mundial da transição energética. O Nuclear Energy Summit, organizado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), em Bruxelas, está recebendo líderes políticos da Europa e de outros continentes, incluindo o presidente da França, Emmanuel Macron, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, o presidente da Romênia, Klaus Werner Iohannis, o presidente da Sérvia, Aleksander Vucic, entre outros. O Brasil também marca presença do evento.O presidente da Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN), Celso Cunha, viajou para a Bélgica para participar da conferência, à convite do presidente da AIEA, Rafael Grossi.Abrindo o evento, Rafael Grossi destacou que as centrais nucleares são investimentos que valem a pena, salvando milhões de vidas devido à poluição atmosférica e oferecendo uma das opções de eletricidade com melhor relação custo-benefício. "Elas são fundamentais para um fornecimento de energia confiável e descarbonizado", afirmou Grossi. "Mas reconhecer a necessidade da energia nuclear não é suficiente. Cabe aos líderes políticos promover ambientes que incentivem o desenvolvimento nuclear. Sem uma ação decisiva, o potencial da energia nuclear para apoiar a transição verde poderá perder-se", acrescentou.
Já o presidente da França, Emmanuel Macron, destacou que é preciso delinear um plano de ação concreto em colaboração com governos, agências e partes interessadas. "É imperativo que trabalhemos juntos para alcançar nosso objetivo de neutralidade de carbono até 2050", disse. Ele destacou que a transição energética e a descarbonização do mundo serão alcançadas baseadas em três pilares: eficiência energética, fontes renováveis e energia nuclear. "A energia nuclear é uma fonte de energia pilotável com baixa emissão de carbono e uma importante fonte de eletricidade. É por isso que, para mim, uma abordagem abrangente para avançar nessa agenda se baseia na eficiência, energias renováveis e energia nuclear", acrescentou.
Durante o evento, a Associação Nuclear Mundial (WNA), juntamente com associações nacionais e regionais da indústria nuclear emitiram uma Declaração da Indústria, que estabelece o compromisso do setor em apoiar os objetivos governamentais de expansão da capacidade de energia nuclear em todo o mundo para alcançaras metas de segurança climática e energética.
Falando no evento, a Diretora Geral da Associação Nuclear Mundial, Sama Bilbao y Leon, disse: "Esta reunião baseia-se no bom trabalho da COP28, onde vimos 25 governos se unirem e prometerem triplicar a capacidade nuclear global. Hoje, damos as boas-vindas ao compromisso dos líderes nacionais aqui em Bruxelas e de todo o mundo, que estão a moldar as políticas energéticas e industriais para acelerar o desenvolvimento e a implantação da energia nuclear – como uma ferramenta vital para a descarbonização e a segurança energética, mas também como um motor para o progresso humano e desenvolvimento económico sustentável. Como indústria, estamos aqui prontos para enfrentar o desafio e transformar políticas em projetos para concretizar a necessária expansão da energia nuclear."
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- 21/03/2024 - IPEN realiza primeiro encontro da parceria britânica que poderá ajudar o projeto RMBAcadêmicos, representantes de órgãos financiadores e cientistas brasileiros debatem termos de colaboração com o Reino Unido para a tecnologia de dispersão de nêutrons, que ajudará o Brasil a produzir radiofármacos e avançar na tecnologia nuclear
Acadêmicos, representantes de órgãos financiadores e cientistas brasileiros debatem termos de colaboração com o Reino Unido para a tecnologia de dispersão de nêutrons, que ajudará o Brasil a produzir radiofármacos e avançar na tecnologia nuclear
Fonte: Sociedade Brasileira de Física
O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), em São Paulo, realizou no último dia 18 de março o "Primeiro Encontro da Colaboração ISIS-Brasil para Nêutrons”. O evento reuniu acadêmicos, representantes de órgãos financiadores e cientistas brasileiros para discutir uma parceria científica entre Brasil e Reino Unido.
O encontro debateu essa abordagem inovadora da dispersão de nêutrons, uma técnica capaz de investigar a estrutura e dinâmica dos materiais em uma ampla gama de escalas, que permite aos cientistas estudar os materiais de forma detalhada, fornecendo insights para diversas áreas, desde a energia até a medicina.
O ISIS Neutron and Muon Source é a entidade que realiza em suas instalações no Reino Unido a dispersão de nêutrons, reunindo uma comunidade internacional de mil cientistas que produz cerca de 600 publicações por ano. O interesse do acordo não é apenas o de o País realizar pesquisas no exterior, mas principalmente desenvolver o projeto Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), comandado pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), que deverá ser construído em Iperó, no interior de São Paulo.
O RMB será capaz de produzir radioisótopos para uso na medicina e na indústria; teste de materiais e combustíveis nucleares para reatores de potência; utilização de feixe de nêutrons para pesquisa científica e tecnológica em diferentes campos da ciência; análise por ativação neutrônica; produção de traçadores para aplicação em pesquisas na agricultura e meio ambiente; formação na área nuclear; e treinamento de pessoal para operação e manutenção de reatores de potência.
Para promover uma colaboração entre o ISIS e instituições brasileiras, e assim construir uma comunidade de usuários sustentável para o RMB, o Fundo de Parcerias Científicas Internacionais do Reino Unido (ISPF) recentemente forneceu financiamento para acesso brasileiro ao ISIS e para atividades conjuntas no período de 2023-2027.
Durante a reunião no IPEN foram discutidos ainda planos de curto e médio prazo para a colaboração, bem como a elaboração de um memorando de entendimento entre as instituições brasileiras e o ISIS, que visa estabelecer um comitê conjunto para avaliar propostas brasileiras de experimentos no ISIS.
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- 20/03/2024 - Centro de pesquisa brasileiro desenvolve protótipo de bateria nuclearDispositivo poderá gerar energia por centenas de anos sem necessidade de recarga
Dispositivo poderá gerar energia por centenas de anos sem necessidade de recarga
Fonte: Revista FAPESP
Imagine um telefone celular cuja bateria dure anos e não precise ser plugado na tomada para recarregar. Ou um drone capaz de voar indefinidamente sobre a Amazônia, registrando focos de desmatamento e de mineração ilegal. Situações como essas poderão se tornar realidade, em algum tempo, com o início da produção comercial de novos sistemas de armazenamento de energia que usam material radioativo para gerar eletricidade ininterruptamente, por dezenas ou centenas de anos.
Uma das inovações foi revelada no começo do ano pela startup chinesa Betavolt. A empresa desenvolveu uma bateria nuclear que poderá gerar energia por 50 anos sem necessidade de recarga. O dispositivo mede 15 milímetros (mm) de comprimento, por 15 mm de largura e 5 mm de espessura e opera a partir da conversão da energia liberada pelo decaimento de isótopos radioativos de níquel (Ni-63). Com 100 microwatts (µW) de potência e 3 volts (V) de tensão elétrica, o módulo é um projeto-piloto. A Betavolt planeja colocar no mercado em 2025 uma versão mais potente da bateria, com 1 watt (W). Ela tem função modular e, de acordo com a startup, poderá ser empregada em série para energizar drones ou celulares.
O Brasil tem estudos na área. Uma equipe do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), uma unidade técnico-científica da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), com sede em São Paulo, apresentou no fim de 2023 o primeiro protótipo de uma bateria nuclear termelétrica feito no país. O princípio de funcionamento do dispositivo, também conhecido como gerador termelétrico radioisotópico (RTG), é diferente do sistema da Betavolt: uma corrente elétrica é produzida a partir da conversão do calor gerado pela desintegração de um isótopo de amerício (Am-241). No módulo chinês, partículas beta (elétrons) transformam-se em corrente elétrica por meio de um sistema conversor específico.
O processo de decaimento ou desintegração radioativa ocorre quando o núcleo instável de um elemento químico se transforma no núcleo de outro elemento, que tem menos energia. O processo libera radiação eletromagnética e pode emitir partículas. Esse fenômeno é caracterizado pela meia-vida, queé o tempo necessário para que metade dos átomos do isótopo radioativo presente em uma amostra se desintegre.
"Durante nosso desenvolvimento, tivemos que dimensionar um módulo gerador termelétrico, responsável por converter a energia térmica em elétrica”, explica o engenheiro químico e doutor em tecnologia nuclear Carlos Alberto Zeituni. Ele é o gerente do Centro de Tecnologia das Radiações (Ceter) do Ipen, uma das unidades envolvidas no projeto – a outra é o Centro de Engenharia Nuclear (Ceeng).
Alexandre Affonso/ Revista Pesquisa FAPESP
A principal vantagem das baterias nucleares é a possibilidade de fornecer carga durante um longo período de tempo. "Uma bateria química convencional dura cinco anos, enquanto uma de lítio chega a 10 anos. As nucleares podem ter duração de 50, 100 anos ou mais, dependendo do material radioativo utilizado. A nossa, estimamos que vá durar mais de 200 anos”, diz Zeituni.
O Ipen não mediu a potência do módulo, cuja tensão elétrica é de apenas 20 milivolts (mV). O próximo passo, segundo o centro, é construir uma versão com 100 miliwatts (mW) de potência, capaz de controlar uma estação meteorológica remota ‒ a tensão dependerá do termelétrico empregado. A pesquisa, iniciada há dois anos, vem sendo financiada por uma empresa nacional interessada em comercializar a tecnologia. Por contrato, seu nome não pode ser revelado.
Para criar o módulo, os pesquisadores do Ipen utilizaram 11 fontes de amerício que eram originalmente empregadas em equipamentos de medição de espessura de chapas. Para eliminar o risco de vazamento do material radioativo, as fontes foram empilhadas e encapsuladas em um tubo de alumínio.
"O parâmetro inicial de todo o projeto nuclear tem que ser a segurança. A bateria só será comercializada quando houver garantia de que o risco de vazamento é nulo. Por isso, vamos usar um duplo ou triplo encapsulamento do material radioativo e realizaremos testes de impacto e de quebra”, esclarece o engenheiro mecânico Eduardo Lustosa Cabral, pesquisador do Ceeng que participa do projeto.
Rovers da Nasa
Baterias nucleares como as projetadas pelo Ipen e Betavolt começaram a ser estudadas no início do século passado. Não há ainda fabricação comercial desses dispositivos. A produção, limitada, é feita principalmente por governos de países que dominam a tecnologia nuclear ‒ como Estados Unidos, Rússia, França, China e Inglaterra – e centros de pesquisa, geralmente estatais.
A tecnologia é empregada em dispositivos situados em lugares de difícil acesso, como faróis em ilhas desertas, cavernas, fundo do mar e laboratórios no Ártico e na Antártida. Na década de 1970, foram utilizadas na área da saúde. "Baterias nucleares de plutônio-238 foram usadas em marcapassos, aparelhos que monitoram e regulam os batimentos do coração, implantados em mais de 300 pessoas. Não houve nenhum relato de vazamento ou falha”, conta a engenheira química e doutora em tecnologia nuclear Maria Alice Morato Ribeiro, pesquisadora do Ceeng e líder do grupo.
Os rovers da agência espacial norte-americana Nasa empregam esse tipo de tecnologia, bem como a sonda espacial Voyager, lançada ao espaço em 1977 – suas baterias nucleares são usadas para girar os painéis solares que fornecem energia para a nave. Na mesma linha, o dispositivo desenvolvido no Ipen será destinado a aplicações em locais remotos.
"O uso dessa tecnologia é restrito por causa do custo de fabricação, da disponibilidade de matéria-prima e da dificuldade de produção, a começar pela manipulação e encapsulamento do material radioativo”, informa Ribeiro. É preciso muito cuidado para evitar vazamento durante a fabricação e a operação do dispositivo. Outra dificuldade diz respeito ao fato de toda a parte elétrica estar exposta à radiação, o que pode acarretar danos ao sistema. Tudo precisa ser muito bem selado.
Dura competição
Para o físico Hudson Zanin, da Faculdade de Engenharia Elétrica da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e coordenador de uma pesquisa que visa desenvolver uma bateria à base de sódio (ver Pesquisa FAPESP no 329), o trabalho feito no Ipen é promissor, mas terá que superar desafios para resultar em um produto comercial.
"Em um momento que se discute como passar para uma sociedade 100% elétrica e baseada em fontes renováveis de energia, que irão substituir os combustíveis fósseis, o armazenamento de energia é uma tecnologia-chave. Por isso, o desenvolvimento dos mais diferentes tipos de baterias, inclusive essa do Ipen, é importante”, afirma.
"O longo tempo de operação sem recarga das baterias nucleares é seu grande diferencial, mas elas precisam evoluir para aumentar a tensão de saída”, ressalva o físico da Unicamp. "Além disso”, destaca, "irão enfrentar uma dura competição com outras tecnologias avançadas, mais baratas e já estabelecidas, como as baterias de lítio-fosfato-ferro (LFP) e de níquel-cobalto-manganês (NCM)”.
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- 20/03/2024 - Primeiras imagens do interior do Reator Nuclear de Fukushima são reveladasEm 2011, após a cidade de Fukushima, no Japão, ser atingida por um terremoto e tsunami, três reatores nucleares derreteram; veja imagens de drone!
Em 2011, após a cidade de Fukushima, no Japão, ser atingida por um terremoto e tsunami, três reatores nucleares derreteram; veja imagens de drone!
Fonte: Aventuras na História
Em 2011, a cidade de Fukushima, no Japão, foi palco de uma sequência de catástrofes extremamente graves. Primeiro, foi atingida por um terremoto, que foi logo seguido por um tsunami; após isso, três reatores da usina nuclear da região foram gravemente danificados, o que acarretou um grave desastre nuclear. Só recentemente foi possível observar imagens do interior do local.
Conforme repercutido pelo UOL, uma investigação de dois dias utilizando pequenos drones comandada pela TEPCO (Tokyo Electric Power Company Holdings), a maior empresa de energia do país, foi responsável pela captação de imagens inéditas do interior do reator 1 da usina nuclear de Fukushima.
Ao todo, estima-se que cerca de 880 toneladas de combustível nuclear derretido, ainda altamente radioativo, permanece dentro dos três reatores. As investigações recentes da TEPCO, por sua vez, pretendem descobrir mais sobre a localização e condição deste combustível, para que seja facilitada sua remoção e a eventual desativação da usina.
Nas imagens, é possível observar vários objetos marrons com formas e tamanhos variados pendurados em vários locais do pedestal. Vale mencionar que partes do mecanismo de acionamento da haste de controle, que controlaria a reação nuclear, além de outros equipamentos, já estavam desligados.
Embora estas imagens sejam de extrema importância para um melhor controle e segurança da região, os funcionários da TEPCO afirmam que ainda não conseguem dizer se os pedaços pendurados expostos era combustível ou equipamento derretido, sem que antes meçam os níveis de radiação. Os drones, no caso, não carregavam aparelhos que realizassem tal medição, pois precisavam ser leves e manobráveis.
As autoridades também destacam que as câmeras dos drones não conseguiram focar no fundo do núcleo do reator devido à escuridão do local. Ainda assim, com as imagens obtidas até o momento, futuras investigações dos detritos podem ser facilitadas, além de isso colaborar com o desenvolvimento de tecnologias e robôs que possam realizar sua remoção.
Acidente nuclear de Fukushima
Em 2011, um tsunami com cerca de 10 metros de altura foi responsável pela morte de quase 19 mil pessoas no Japão. Porém, esse não seria o único desastre que acometeria a cidade de Fukushima: sua usina nuclear foi atingida, o que levou a um grave acidente nuclear na região.
Hoje, mais de uma década após o desastre, a limpeza das águas dos reatores de vestígios nucleares ainda é uma luta constante de autoridades locais. Estima-se que apenas 10% dos resíduos de combustível tenham sido localizados até agora, e que pequenas quantidades de resíduos radioativos ainda vazem para o Oceano Pacífico.