Ipen na Mídia
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- 15/11/2022 - SENAI-SP lança 'O IPEN e a Economia do Hidrogênio' , de Marcelo LinardiFonte: Tania Malheiros - Jornalista
Acaba de sair do forno o livro "O IPEN (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares) e a Economia do Hidrogênio”, do engenheiro químico Marcelo Linardi, pela editora SENAI, de São Paulo, com 288 páginas, um importante trabalho sobre o tema, que no momento está sendo debatido no Brasil e no mundo. As mudanças climáticas apontam para a relevância do estudo da utilização do hidrogênio, considerado o pilar da descarbonização e, desde fevereiro de 2021, foram anunciados em todo o mundo 131 projetos de grande escala, em um total de 359, com investimentos estimados em cerca de US$ 500 bilhões até 2050.De acordo com o Marcelo Linardi, mais de 30 países possuem estratégias para o hidrogênio e a capacidade de sua produção pode ultrapassar 10 milhões de toneladas/ano, em 2030. Até 2050, a demanda por hidrogênio verde (de origem renovável) deverá chegar de 300 milhões de toneladas, segundo as previsões mais pessimistas, e a 800 milhões de toneladas, no cenário mais otimista, promovendo o desenvolvimento socioeconômico, tecnológico, a sustentabilidade e a proteção do meio ambiente.
"Internamente, entre as maiores riquezas do Brasil estão as inúmeras fontes de produção de hidrogênio, em sua maioria renovável, de Norte a Sul, de Leste a Oeste. Temos sol, vento, água, biomassa, energia geotérmica, energia dos oceanos, biocombustíveis, e ainda vários tios de resíduos”, comenta Linardi. Para a diretora de Relações Institucionais da Associação da Associação Brasileira de Hidrogênio (ABH2), Monica Saraiva Panik, o hidrogênio já está entre as mais importantes fontes de energia no futuro.
"Vislumbramos o sonho do hidrogênio tornando-se realidade, quando tantos pesquisadores e especialistas do IPEN e de outros institutos de ensino e pesquisa têm trabalhado, incansavelmente, durante os últimos 30 anos, nesse tema, no Brasil. De fato, considerando a imensa porta de oportunidades que se abriu em 2021, o que importa que tenha demorado tanto tempo? As experiências bem sucedidas serviram de legado e as experiências frustradas, de aprendizado. E agora, é preciso aproveitar esse momento do nascer do sol do hidrogênio, pelo qual todos nós espetávamos e que é tão maravilhoso que parece que ainda estamos sonhando. Mas não estamos”, escreveu a diretora da Associação, ao prefaciar o livro.
Hoje, segundo eles, já está garantido que o hidrogênio passou a ser finalmente considerado veto energético importante e a sua demanda mundial está vinculada às metas de descarbonização. "Não se trata de mais uma onda ou moda, e sim de um processo sem volta”, afirmaram.
Em fevereiro de 2021, segundo eles, o governo do Estado do Ceará lançou o primeiro hub de hidrogênio verde, atraindo outros estados. Para a presidente da ABH2, a obra de Marcelo Linardi, além de promover um resgate histórico, tem o mérito de demonstrar o legado cientifico, tecnológico e de formação de recursos humanos especializados que o IPEN deixou em áreas da economia do hidrogênio para o Brasil. Ela espera que o trabalho "estimule instituições de pesquisa e desenvolvimento do País a continuar contribuindo para a realizado do sonho, em parceria com órgãos do governo responsáveis”.
No Brasil, segundo ela, o hidrogênio pode combinar a rota da eletrificação com a de biocombustíveis e o sonho brasileiro de ter um veiculo a hidrogênio movido a etanol pode virar, finalmente, realidade, conforma descrito no livro, que contou com a coautoria de uma equipe formada por 27 pesquisadores. Entre os temas estão a infraestrutura e ensino, as células a combustível, o programa brasileiro, os resultados institucionais das pesquisas nos últimos 20 anos, publicações de estaque e patentes, os grandes projetos entre outros. Para obter o trabalho, escreva para o endereço: dpde@ipen.br.
Marcelo Linardi - Perfil
Pesquisador emérito do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Marcelo Linardi, é graduado em Engenharia Química pela Universidade Estadual de Campinas (1983), com mestrado em Ciências Nucleares pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (1987), doutorado em Engenharia Química - Universitat Karlsruhe (1992) e Pós-Doc pela Universidade de Darmstadt, Alemanha em 1998. Na área da Química, tem experiência em Eletroquímica, atuando principalmente nos seguintes temas: célula a combustível, eletroquímica, eletrocatálise, hidrogênio e etanol. Orientou 10 teses de doutorado, 10 dissertações de mestrado, 15 trabalhos de iniciação científica, 7 estágios e 5 pós-doc, na CPG USP/IPEN.
Atuou no Programa Brasileiro de Células a Combustível e Hidrogênio do Ministério de Ciência e Tecnologia. Escreveu o primeiro livro em língua portuguesa sobre ciência e tecnologia de células a combustível. Possui atualmente mais de 100 publicações internacionais arbitradas, incluindo uma publicação na Advanced Materials, revista mais prestigiada na área de materiais do mundo.
Participou de mais de 100 eventos científicos nacionais e internacionais e ministrou vária palestras e conferências como convidado. Ocupou o cargo de Diretor de P&D e Ensino do IPEN de 2013 a 2019, onde atuou em Inovação, Ensino, Projeto Institucionais e Gestão de Tecnologias. Coordena projetos institucionais na FAPESP, chamada da Secretaria do Estado de SP, na área de radiofarmácia e nanotecnologia; e na FINEP, de equipamentos multiusuários. É responsável por várias ações de Internacionalização do instituto, como o livro sobre o passado, presente e futuro da inovação tecnológica no IPEN; e o livro sobre o IPEN, entre outros.
**NOTA DO IPEN**
A obra "O IPEN e a Economia do Hidrogênio” pode ser acessada para download no Repositório Digital da Produção Técnico-Científica do Instituto.
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- 10/11/2022 - Novo microscópio do Ipen permite ver interior de célula vivaFonte: Ciência SP
O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) inaugurou um laboratório multiusuário com o que há de mais avançado em microscopia óptica de varredura de campo próximo.
O Snom é um microscópio subnano a laser capaz de realizar medidas em amostras líquidas e de controlar a temperatura da amostra, características que lhe garantem o acesso a células vivas. Adquirido com apoio da FAPESP, o equipamento será fundamental para o avanço em vários campos de pesquisa, entre eles plasmônica, guias de ondas fotônicas, micro e nanolasers, fotovoltaicos, fotocondutores, fenômenos biológicos celulares, fluorescência de zeptólitros e espectroscopia de correlação. Uma das possibilidades é mapear o interior de células vivas de forma não invasiva.
O Ipen é uma das três instituições no mundo que dispõem de um microscópio equivalente.
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- 09/11/2022 - Pesquisadores fazem esclarecimento técnico sobre programas nucleares nacionaisResposta a artigo publicado no Jornal da Ciência na última segunda-feira intitulado 'O que o Brasil real vai apresentar na COP-27'
Resposta a artigo publicado no Jornal da Ciência na última segunda-feira intitulado 'O que o Brasil real vai apresentar na COP-27'
Fonte: Jornal da Ciência
Leia a íntegra:
Prezado Editor,
O Jornal da Ciência publicou em 07/11/2022 o artigo O que o Brasil real vai apresentar na COP27, de autoria do Prof. Heitor Scalambrini Costa. Sem prejuízo de outros, discordarmos do parágrafo intitulado A insistência em programas nucleares, com as indesejáveis usinas e submarinos nucleares. Devido ao alcance desse jornal, julgamos procedente o esclarecimento técnico, visando não perpetuarmos mitos e desinformação, independente de posicionamentos individuais sobre a política nuclear brasileira e/ou prioridades de qualquer governo.
O Brasil é um país que domina a tecnologia nuclear em toda sua extensão. A capacidade nacional instalada percorre desde as mais simples utilizações típicas de monitoração de áreas industriais, procedimentos diagnósticos ou terapias de diversas doenças, até os complexos processos de controle da fissão nuclear para operação de reatores de pesquisa e centrais de geração de energia elétrica. O país é internacionalmente reconhecido neste campo e respeitado, sobretudo, pelo deliberado posicionamento de não reciprocidade às inciativas de desenvolvimento armamentista nuclear. É imprescindível notar que o desenvolvimento de armas de origem nuclear, as bombas atômicas, esbarram nos limites de enriquecimento da matéria fundamental destes projetos, o elemento radioativo base, que pode ser urânio, plutônio ou outro de estrutura semelhante. É importante notar que reatores nucleares não são bombas atômicas sob controle. Considerando-se que o urânio seja o modelo, como o é no Brasil, para haver disponibilização de energia efetiva para qualquer utilização, é necessário que seja operado um procedimento que minera dentro do isótopo mais abundante, o U-238, uma fração mais rara, o U-235 (cerca de 7 átomos a cada 1000), o qual apresenta as condições energéticas necessárias para o processo de fissão nuclear e consequente liberação de energia útil, processo denominado enriquecimento. Entretanto, por um breve equívoco de avaliação se pode admitir equivalência de capacidades entre reatores nucleares e artefatos bélicos, haja vista funcionarem sob os mesmos princípios físicos – a fissão nuclear. A fundamental diferença reside no fato de que para ocorrer processos controlados de fissão o enriquecimento de urânio apresenta baixos índices, em torno de valores máximos próximos a 20%. De outra forma, para haver uma explosão de interesse bélico esses índices são próximos a 100%. Este salto quantitativo no enriquecimento do urânio não é uma tarefa simples de cumprir, exigindo alto investimento e desenvolvimento de um parque industrial que, nos moldes de cobertura geográfica atuais, seria de difícil ocultação, além de um pensionamento político nacional contrário ao que vem adotando o Brasil. A Constituição Brasileira de 1988 afirma no seu artigo 21, parágrafo 23, inciso (a) que toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional. O Brasil possui acordos em vigência sobre controle e contabilidade mútua de todas as instalações e materiais nucleares com a Argentina, através da Agência Brasil-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares (ABACC) e da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Essa contabilidade e controle inclui as instalações e materiais em operação pelas Forças Armadas do Brasil. O Brasil aderiu ao Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) e é signatário do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBT, do inglês). O CTBT foi celebrado em 1996 e hoje conta com mais de 180 países signatários, dentre eles o Brasil. Uma vez signatário e adimplente quanto às suas responsabilidades, que incluem treinamento de pessoal e hospedagem de pontos de monitoramento com dados abertos aos países integrantes do Tratado, o Brasil deixa claro seu posicionamento.
A referência à insistência de programas nucleares leva a um questionamento sobre a responsabilidade do país em aplicar os benefícios da energia nuclear para a sociedade. Os institutos de pesquisas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), participantes do Programa Nuclear Brasileiro (PNB), buscam, de uma forma geral, o conhecimento da ciência nuclear, desenvolvem tecnologias, criam inovações que se convertem em produtos e serviços para aplicação à sociedade e contribuem à formação de pesquisadores e técnicos do setor. Essas atividades são fortemente relacionadas ao desenvolvimento científico e tecnológico do país e devem ser preservadas e incentivadas à despeito da utilização da energia nuclear para geração de eletricidade.
O desenvolvimento de equipamentos que sejam atendidos pela tecnologia de produção de energia nuclear, ainda que seja para utilização no campo da Defesa Nacional, não produz argumentos suficientes para tornar esta aplicação bélica. Fácil referência se faz ao caso do desenvolvimento brasileiro de submarinos propulsados à energia nuclear, cujo estudo é desenvolvido sob coordenação da Marinha do Brasil. Neste caso o submarino porta um motor nuclear, que é um reator e possui nível de enriquecimento incapaz de gerar explosão nuclear, não podendo ser confundido com um artefato bélico nuclear. Deste modo, qualquer tentativa de associar a propulsão nuclear, caso do submarino, com artefatos bélicos nucleares (bombas atômicas) é inconsistente tanto com relação às diferenças na abordagem física dos processos, como também com relação ao posicionamento político internacional do Brasil no campo das salvaguardas e CTBT.
À disposição para esclarecimentos adicionais,
Edson Ramos de Andrade, D.Sc., inspetor delegado do Comprehensive Nuclear-Test-Ban Treaty Organization (CTBTO) e professor dos PPGs em Engenharia Nuclear e Engenharia de Defesa do IME
Frederico Genezini, D.Sc., Gerente do Centro do Reator de Pesquisa do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares
Débora Peres Menezes, D. Phil., Profa. Titular da Universidade Federal
de Santa CatarinaJosé Augusto Perrotta, D.Sc., pesquisador emérito do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares
Silvia Maria Velasques de Oliveira, D.Sc., pesquisadora aposentada da Comissão Nacional de Energia Nuclear
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- 26/10/2022 - Anvisa prorroga por mais 5 meses a importação de radiofármacosFonte: Agência Brasil
Por Lucas Pordeus Leon - Repórter da Rádio Nacional - Brasília
A Anvisa prorrogou, nesta quarta-feira, por mais cinco meses, a resolução que permite a importação de radiofármacos em caráter temporário e excepcional.
o diretor da Anvisa, Daniel Pereira explicou que esses insumos são utilizados para diagnóstico e tratamento de doenças, como a arterial coronariana e vários tipos de câncer. Desde setembro do ano passado, tem sido necessário importar radiofármacos sem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária para evitar a escassez desses medicamentos no Brasil.
O responsável pela produção dos radiofármacos no Brasil é o Ipen, Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, entidade ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia. O órgão suspendeu parte da produção, em setembro de 2021, devido a problemas financeiros e logísticos.
O Ipen informou a Anvisa que só deve regularizar a situação em março do próximo ano. Por isso, a autorização da importação dos radiofármaco sem caráter excepcional foi prorrogada pela Anvisa até o dia 31 do mesmo mês.
Edição: Bianca Paiva / Beatriz Arcoverde
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- 25/10/2022 - Técnica evita a degradação de compostos antioxidantes presentes em alimentosEstratégia criado no Centro de Pesquisa em Alimentos da USP aumenta a estabilidade de moléculas conhecidas como antocianinas e poderá ser usada na produção de suplementos alimentares e corantes naturais
Estratégia criado no Centro de Pesquisa em Alimentos da USP aumenta a estabilidade de moléculas conhecidas como antocianinas e poderá ser usada na produção de suplementos alimentares e corantes naturais
Fonte:Agência Fapesp
Agência FAPESP* – Amora, morango, açaí, uva, acerola, repolho roxo e berinjela são alguns dos alimentos ricos em antocianinas, compostos naturais com poder antioxidante que, aliados a um estilo de vida saudável, reduzem os riscos de doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes e alguns tipos de cânceres. O problema é que menos de 5% das antocianinas mantêm sua estrutura molecular intacta até o fim do processo digestivo. A maior parte dessas moléculas acaba se degradando antes de ser absorvida pelas células.Com o intuito de solucionar esse problema, o Centro de Pesquisa em Alimentos (FoRC) desenvolveu uma estratégia para proporcionar maior estabilidade à estrutura molecular dos compostos. O FoRC é um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP sediado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP)."Para diminuir a degradação das antocianinas, que ocorre durante a digestão, principalmente no pH intestinal e pela ação das bactérias intestinais, desenvolvemos cápsulas em escala nanométrica. Essas nanocápsulas recobrem a estrutura das antocianinas, aumentando a estabilidade química tanto durante o armazenamento quanto na digestão humana”, explica a nutricionista Thiécla Katiane Osvaldt Rosales, autora da pesquisa.Rosales é responsável pelo desenvolvimento da metodologia, que foi patenteada e publicada em três periódicos: Food Hydrocolloids, AntioxidantseColloids and Surfaces B: Biointerfaces.Outros artigos com os resultados da pesquisa estão em fase de revisão. O trabalho é fruto do seu doutorado, feito sob a orientação do farmacêutico-bioquímico João Paulo Fabi, professor da FCF-USP e membro do FoRC.As nanocápsulas são feitas de compostos naturais: pectina, um polissacarídeo extraído de citros, e lisozima, uma proteína encontrada na clara do ovo. Foram realizados testes in vitro, com microscopia eletrônica e de varredura, para avaliar a tecnologia em quatro aspectos: estabilidade, capacidade de proteção física e química, capacidade de absorção pelas células e toxicidade.Proteção sem toxicidadeUm dos testes aplicados foi o InfoGest, um protocolo reconhecido internacionalmente que simula a digestão gastrointestinal humana, levando em consideração diversas variáveis, como temperatura corporal, movimentos peristálticos, ação das enzimas e pH fisiológicos."Nesse teste constatamos que aproximadamente 42% das antocianinas iniciais tinham sido protegidas da degradação no final da digestão simulada ou mantinham suas estruturas moleculares intactas dentro das nanocápsulas ou tinham sido liberadas gradativamente para absorção celular. No grupo-controle, com as antocianinas livres, menos de 13% das moléculas iniciais se encontravam nessas mesmas condições, in vitro”, conta Rosales.Os ensaios foram feitos com o auxílio de marcadores fluorescentes, que evidenciaram não apenas a absorção das nanopartículas como também a não alteração das proporções entre células vivas e mortas: "Quando a célula absorvia a antocianina nanoencapsulada, a cor verde no interior da estrutura celular era visualizada pelo microscópio”, exemplifica. Foram usados tanto o modelo bidimensional, com células aderidas à placa de cultura, quanto tridimensional, com células em esferoides, mimetizando o microambiente intestinal.O próximo passo da pesquisa, já em nível de pós-doutorado, será a realização de testes in vivo. Essa etapa será feita no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em parceria com o FoRC. "Precisamos saber se as nanopartículas continuarão estáveis em um organismo vivo. Além disso, teremos condições de acompanhar in vivo, também com marcadores, como se dá a absorção das nanopartículas e sua biodisponibilidade [aproveitamento no metabolismo]”, acrescenta a pesquisadora.Aplicações promissorasO objetivo final da pesquisa é fazer a transferência da tecnologia para o desenvolvimento de suplementos alimentares com ação antioxidante e usados como adjuvantes no tratamento de doenças. Outra possível aplicação seria a produção de corantes naturais.Segundo Rosales, a tecnologia é acessível por não requerer equipamentos sofisticados ou caros. Além disso, os compostos naturais da matéria-prima ocorrem em abundância. A pectina, por exemplo, é fartamente encontrada em resíduos da indústria alimentícia, como casca de citros e de maçãs.O artigo Nanoencapsulation of anthocyanins from blackberry (Rubus spp.) through pectin and lysozyme self-assemblingpode ser lido em:www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0268005X20329374?via%3Dihub.Já o estudo Nanotechnology as a Tool to Mitigate the Effects of Intestinal Microbiota on Metabolization of Anthocyanins está acessível em:www.mdpi.com/2076-3921/11/3/506.E a pesquisa Nanoencapsulated anthocyanin as a functional ingredient: Technological application and future perspectives pode ser conferida em:www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0927776522003903.* Com informações do FoRC. -
- 24/10/2022 - Equipe do Ipen vence a 1ª edição do HackAtom, competição científica apoiada pela RosatomFonte: site Defesa em Foco
A equipe HackIPEN, do IPEN, foi a vencedora do Brazil HackAtom, competição científica por equipes com a finalidade de desenvolver ideias sobre um tema relacionado à energia nuclear. Promovida pelo Instituto, em parceria com o Instituto de Engenharia Física (MEPhI) de Moscou e Corporação Estadual de Energia Atômica Rosatom, a disputa envolveu nove equipes de até cinco participantes para a realização de duas tarefas e aconteceu de forma híbrida, nos dias 18 e 19.
Noé Gabriel Pinheiro Machado, Sandro Minarrine Cotrim Schott, Priscila Santos Rodrigues e Maria Eduarda Zaganin Rigo, do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear IPEN/USP, eJabison Rafael de Aguiar Bezerra, graduando de engenharia nuclear e bolsista de inicação científica,foram os vencedores. Em segundo lugar, veio a equipe Hackerspace, com estudantes do Instituto de Física da USP (IFUSP) e também do IPEN, e em terceiro, a Nuclear, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
A primeira tarefa foi mais simples. As equipes receberam vários dados brutos de consumo de energia de uma usina nuclear e precisavam analisar esses dados e elaborar um algoritmo que previsse o futuro da usina (em relação ao consumo, não à geração), com escala temporal definida pelos próprios estudantes, desde que coerentes com a proposta. As três primeiras colocadas concluíram o trabalho com êxito, de acordo com Julian Shorto, pesquisador do IPEN e um dos coordenadores do HackAtom.
O desafio maior, segundo Shorto, foi na segunda tarefa, em que as equipes receberam dados brutos de temperatura e pressão uma usina nuclear, durante um período de tempo, e também alguns sinais na instrumentação, como detetores de vibração, e teriam que encontrar a correlação entre esses dados e elaborar uma previsão. "Foi mais difícil, porque, aparentemente, não havia correlação. Eles tentaram, usaram técnicas de inteligência artificial, mas nenhum conseguiu resolver totalmente”.
Shorto atribui a dois fatores: o tempo de 24h para a resolução do desafio – muito curto, na avaliação dele, e o fato de os participantes não terem vivência de uma usina, o que torna missão quase impossível correlacionar dados "sem a prática da vida real”, o que, conforme o pesquisador, "naturalmente indicaria pistas para eles atuarem”. "Para quem não conhece nada de uma usina, ter apenas 24 horas é bem difícil. Eles foram até surpreendentes nos resultados obtidos”, avaliou.
Na reta final, das nove equipes inscritas, apenas quatro se mantiveram na disputa. Shorto acredita que, apesar do pouco tempo para o grau de complexidade dos desafios, o Brazil HackAtom cumpriu seu objetivo, de incentivar o interesse de alunos da física nuclear e de outras ciências exatas e tecnologias pela área nuclear. "O que podemos melhorar, em edições futuras, é o contato com as equipes, talvez oferecendo um tutor para cada uma, por exemplo, e também trabalhar com um pouco mais tempo, antes do evento, sobre questões gerais.
A equipe de professores foi composta por oito membros, sendo três do IPEN – Shorto, Delvonei Andrade e Luis Antonio Albiac Terremoto. Da Rússia, participaram Dmitry Samokhin, Alex Nakhabov, Dmitry Raspopov, Alla Udalova, Dmitry Savkin. Cada avaliador deu duas notas, uma para o resultado em si e outra para a apresentação da equipe. Ao final, a equipe vencedora obteve maior pontuação com sete dos oito avaliadores.
Parceria promissora
Niklaus Ursus Vetter, gerente de Internacionalização do IPEN, comentou sobre "o estreitamento dos laços acadêmicos entre MEPhI e IPEN”, que, por meio de um acordo bilateral, propiciou intercâmbio de vários alunos de pós e de cursos de pós-graduação da USP ministrados por professores russos em colaboração com docentes do IPEN. "Com a realização do evento HackAtom no IPEN, esse acordo chega a outro patamar. Estamos visando, agora, a dupla titulação IPEN – MEPhI, para oferecer aos alunos um mestrado internacional que possa resultar em um aumento de suas oportunidades de carreira”.
"Para nós, o HackAtom não é apenas um evento para promover a tecnologia nuclear, é uma possibilidade de interagir com os jovens talentosos capazes de apresentar soluções realmente interessantes e inovadoras. Estamos realizando este evento no Brasil pela primeira vez em conjunto com nosso parceiro IPEN e esperamos que o HackAtom se torne nosso evento anual comum e atraia o maior número possível de participantes de diferentes universidades e institutos”, disse Valery Karezin, diretor de Projetos do Escritório de Projetos para o Desenvolvimento da Educação e Cooperação Internacional da Rosatom, após o anúncio dos vencedores.
Ruan Nunes, vice-diretor do Centro Regional da Rosatom para a América Latina, falou sobre a "grande satisfação” de poder promover e acompanhar a primeira edição do HackAtom e destacou a disposição e a participação "notáveis” das equipes. "A capacidade de resolver problemas complexos em 24 horas demonstra o quão preparados são os cientistas e estudantes da área. Nada resta além da dar os parabéns aos participantes, ao IPEN e a MEphi. Vamos aguardar ansiosos a próxima edição no ano que vem”.
Wetter, Karezin, Nunes e Dmitry Savkin, vice-reitor de Relações Internacionais do MEPhI participaram do anúncio dos vencedores. Está programada para o final do mês uma cerimônia de premiação. O HackAtom é realizado fora da Rússia desde 2021, a primeira competição foi organizada na Bulgária e depois em outros países, entre eles, Hungria e Argentina.
Equipes
1o. lugar: HackIPEN – Noé Gabriel Pinheiro Machado, Sandro Minarrine Cotrim Schott, Jabison Rafael de Aguiar Bezerra Priscila Santos Rodrigues, Maria Eduarda Zaganin Rigo.
2olugar: Hackerspace (FUSP/IPEN): Victor Keichi Tsutsumiuchi, Cristhian Ferreira Talacimon, Ícaro Vaz Freire, Ricardo Laranjeira Couro Pitta e Júlio de Oliveira Júnior.
3olugar: Nuclear(UFRJ): João Victor Faria de Souza, João Victor Sigaud Andrade Guimarães, Gabriel Faria Beserra, William Luna Salgado e Vinícius Souza Pinheiro Silva
Fonte: site IPEN -
- 13/10/2022 - Livro reúne estudos sobre o uso de nanomateriais na conversão de CO2 em combustíveis e outros químicosObra lançada pela Royal Society of Chemistry conta com capítulo escrito por pesquisadoras brasileiras apoiadas pela FAPESP
Obra lançada pela Royal Society of Chemistry conta com capítulo escrito por pesquisadoras brasileiras apoiadas pela FAPESP
Fonte: Agência FAPESP
Lançado recentemente pela Royal Society of Chemistry, o livro 2D Nanomaterials for CO2 Conversion into Chemicals and Fuels traz em seus 16 capítulos vários estudos que investigam as oportunidades do uso de nanomateriais 2D na redução eletroquímica de CO2, dando ênfase nas suas propriedades únicas e no grande número de aplicações que esses materiais apresentam.A edição atende principalmente ao crescente interesse entre pesquisadores acadêmicos e industriais em entender as funcionalidades dos compósitos nanomateriais 2D.Um dos capítulos, intitulado "Photoelectrochemical CO2 Conversion Through the Utilization of Non-oxide Two-dimensional Nanomaterials”, foi escrito por quatro pesquisadoras brasileiras: Lucia Mascaro, Juliana Ferreira de Brito, Patrícia Gon Corradini e Anelisse Brunca da Silva.As autoras estão ligadas ao Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) – um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) sediado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) – e ao Centro de Inovação em Novas Energias (CINE), um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) constituído em parceria com a Shell na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com a participação de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen).No capítulo são apresentados os avanços do uso de nanomateriais bidimensionais não óxidos para a redução fotoeletrocatalítica de dióxido de carbono em meio aquoso. Esses fotocatalisadores vêm recebendo atenção significativa em reações complexas que envolvem várias etapas, como redução de CO2 e divisão de água, devido às suas características catalíticas.Entre os diversos fotocatalisadores bidimensionais não óxidos relatados na literatura, o capítulo também examina os dicalcogenetos de metais de transição bidimensionais, nitretos, carbonitretos, estruturas metal-orgânicas e heterojunções desses catalisadores.O livro pode ser comprado pelo site da Royal Society of Chemistry.* Com informações da Assessoria de Comunicação do CDMF.
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- 11/10/2022 - Brasil HackAtomEstão prorrogadas até sexta (14/10) as inscrições para o Brasil HackAtom, competição científica por equipes para desenvolver ideias sobre um tema relacionado à energia nuclear. O evento, que ocorrerá nos dias 18 e 19 de outubro, é promovido pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em parceria com o Instituto de Engenharia Física (MEPhI) de Moscou (Rússia), com apoio da Rosatom.
Estão prorrogadas até sexta (14/10) as inscrições para o Brasil HackAtom, competição científica por equipes para desenvolver ideias sobre um tema relacionado à energia nuclear. O evento, que ocorrerá nos dias 18 e 19 de outubro, é promovido pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em parceria com o Instituto de Engenharia Física (MEPhI) de Moscou (Rússia), com apoio da Rosatom.
Fonte: Agência Fapesp
A competição é inspirada em um hackathon, um evento tipo sprint de design, no qual diferentes especialistas em tecnologia da informação colaboram em projetos de software. Nessas competições, o objetivo é criar software ou hardware em funcionamento ao final do evento.
No Brasil HackAtom, a ideia é promover o contato dos alunos com questões práticas da área nuclear de maneira lúdica. Eles terão que demonstrar capacidade de trabalhar em equipe para buscar soluções criativas e inovadoras.
Serão formadas equipes de dois a cinco estudantes, a depender do número de inscritos. Alunos de diferentes especialidades podem compor as equipes, desde que sejam da mesma universidade.
Apesar de o HackAtom ter sido idealizado para a modalidade on-line, as equipes podem optar pelo trabalho off-line, sendo responsáveis pela escolha do local e pelo cumprimento das exigências epidemiológicas. Elas deverão ser formadas antecipadamente e, depois de registradas, indicadas pelas instituições participantes. Não há restrições sobre quais tecnologias serão usadas.
Para cada equipe, haverá um responsável dos organizadores, que auxiliará em eventuais problemas, bem como indicará quanto tempo possuem.
Não há requisitos rígidos para os participantes, que podem ser de qualquer instituição de ensino brasileira, mas é preferível que tenham conhecimentos básicos em matemática, física, análise de dados e ciência da computação. As equipes definem o número de participantes na apresentação do projeto ecada uma dispõe de dez minutos. A língua oficial é o inglês.
As inscrições devem ser feitas por formulário on-line.
Mais informações: https://bit.ly/3RLgGcp.
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- 07/10/2022 - Amazul participa de conferência da AIEAO diretor-presidente da Amazul, Newton de Almeida, o diretor técnico Carlos Alberto Matias e os empregados Rafael Komatsu, Rômulo Hamamoto e Yasser Said participaram da 66ª Conferência Geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), realizada em Viena, na Áustria, de 26 a 30 de setembro. A agência, criada pela ONU, é um centro de cooperação internacional no setor nuclear e busca promover o uso pacífico e seguro das tecnologias nucleares.
A Amazul compôs o estande brasileiro junto com as demais empresas brasileiras do setor nuclear. A comitiva do Brasil foi integrada por representantes do governo federal, Comando da Marinha, órgãos e entidades ligados à energia nuclear e empresas privadas.
Dentre as diversas atividades atendidas, os dirigentes e empregados da Amazul participaram do Fórum Científico, cujo tema central foi "Raios de esperança: cuidados com o câncer para todos”. Esse fórum teve grande relevância para os negócios da Amazul relativos ao programa de modernização do Centro de Radiofarmácia do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), na contribuição para produção de radiofármacos para todo o País, e ao empreendimento do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), que permitirá a independência do país na produção de radioisótopos e radiofármacos, além de pesquisas científicas no campo da saúde, indústria, agroindústria e meio ambiente.
Houve, também, a participação em painéis sobre pequenos reatores modulares (SMR da sigla em inglês) e sobre os novos projetos de reatores avançados, também chamados de reatores de 4ª geração e que são o futuro da tecnologia nuclear para geração de energia. Uma visita técnica ao laboratório de dosimetria da AIEA, em Viena, ampliou o conhecimento sobre a capacidade da agência de oferecer apoio a essa atividade, desenvolvimento de novas tecnologias e treinamento para os países membros.
Na oportunidade, o diretor-presidente e o diretor técnico realizaram importantes reuniões com os representantes das empresas brasileiras e estrangeiras do setor nuclear, com as quais a Amazul mantém projetos em andamento ou em prospecção, e participaram de um encontro de trabalho com representantes da indústria nuclear dos Estados Unidos. Houve, ainda, reuniões com dirigentes da empresa argentina Invap (Investigación Aplicada S.E.), quando foram delineados os possíveis modelos de negócio visando à construção do RMB, cujo projeto detalhado foi concluído e entregue à Comissão Nacional de Energia Nuclear em dezembro de 2021, numa parceria entre a Amazul e a Invap.
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- 26/09/2022 - CINE ConferenceCentro de Inovação em Novas Energias promove conferência científica em Campinas para apresentar avanços recentes em ciência e tecnologia para a transição energética
Centro de Inovação em Novas Energias promove conferência científica em Campinas para apresentar avanços recentes em ciência e tecnologia para a transição energética
Fonte: Agência FAPESP
O Centro de Inovação em Novas Energias (CINE) realizará a sua terceira conferência científica nos dias 18 e 19 de outubro, em Campinas. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até sexta-feira (30/09).
No evento, será discutido o desenvolvimento de novas tecnologias para a transição energética. Os participantes poderão conhecer os resultados mais recentes relacionados ao aprimoramento de materiais e sistemas dedicados a gerar e armazenar energia limpa e a produzir combustíveis e matérias-primas de forma sustentável. Poderão também se atualizar sobre métodos experimentais e computacionais para a pesquisa na área de novas energias.
A programação conta com palestras de cientistas da academia e da indústria do Brasil e do exterior, além de apresentações orais e de pôsteres dos pesquisadores do CINE, com os resultados científicos obtidos e as contribuições para a transição energética.
O CINE é um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) constituído por FAPESP e Shell, com sedes na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), na Universidade de São Paulo (USP) e no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen).
O evento será realizado no hotel Vitória Concept, situado na avenida José de Souza Campos, 425, em Campinas.
Inscrições e informações sobre a conferência podem ser acessadas em: https://www.cine.org.br/conference2022/.
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- 12/09/2022 - Fumaça da Amazônia chega a São PauloUma grande nuvem de materiais particulados, carregados de fuligem das queimadas, parte da região amazônica, avança sobre o Centro-Oeste e chega ao Sudeste e Sul do País; previsão é de que essa situação se prolongue por setembro
Uma grande nuvem de materiais particulados, carregados de fuligem das queimadas, parte da região amazônica, avança sobre o Centro-Oeste e chega ao Sudeste e Sul do País; previsão é de que essa situação se prolongue por setembro
Fonte: Site Amazônia Real
Por Eduardo Nunomura
São Paulo (SP)– Na manhã desta sexta-feira (9), o cientista Eduardo Landulfo, do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), saiu de casa e sentiu um cheiro de queimada. Ao contrário de milhares de paulistanos que tiveram a mesma sensação, ele tinha a certeza da origem daquele odor: era da Amazônia. No início da noite de quinta, ele já tinha coletado dados do Sistema Lidar do Centro de Lasers e Aplicações (Celap), que mostravam que uma imensa "língua” de materiais particulados tinha chegado a São Paulo e baixado a uma altitude de 2 mil metros.
É comum se detectarem as chamadas "plumas de aerossóis” geradas pela poluição normal de uma metrópole. Mas as imagens de satélite revelam que também a fuligem das queimadas da Amazônia estão agora sob as cabeças dos paulistas e também da população dos estados do Sul do Brasil, assim como na dos vizinhos Bolívia, Paraguai e Peru. "Você vê uma ‘língua enorme’ de material particulado e é isso que, com a umidade, cria aquela sensação de quase neblina, um smog, formando um cenário mais desfavorável para a qualidade do ar”, explica Landulfo, que conversou com aAmazônia Real.
Enquanto a entrevista transcorria, Landulfo enviava imagens que mostram claramente essa "língua” se formando e se concentrando nas Amazônias brasileira e boliviana. No lado do Brasil, há uma linha que começa no sul do Amazonas e do Pará, avançando pelo Tocantins e continuando sobre Acre, Rondônia e Mato Grosso. De lá, ela desce afunilando em direção às regiões Sudeste e Sul. "Quando há uma frente fria entrando, há uma diferença de pressão, que cria um duto entre o Centro-Oeste e o Noroeste, quase que sugando a fumaça”, explica o cientista.
No ranking de dez municípios brasileiros com mais focos de incêndio, detectados peloPrograma Queimadasdo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), todos estão nessa região: Lábrea (AM), São Félix do Xingu (PA), Porto Velho (RO), Altamira (PA), Feijó (AC), Boca do Acre (AM), Colniza (MT), Novo Progresso (PA), Tarauacá (AC) e Candeias do Jamari (RO). Os dados se referem ao número de focos acumulados entre 1 e 8 de setembro.
Em condições normais, os materiais particulados ficam em altitudes elevadas, acima de 3 mil a 4 mil metros, o que faz com que as pessoas não sintam a sua presença. Mas os computadores do Celap detectaram que a pluma de partículas aerossóis desceu a uma altitude de 2 mil metros. Do ponto de vista meteorológico, isso se deu por conta das condições climáticas: a frente fria combinada com o dia quente de quinta-feira fez com que os materiais particulados praticamente aterrissassem na direção do solo – o que fez, enfim, as pessoas notassem algo diferente no ar.
Até o meio-dia desta sexta-feira, não ocorreu um fenômeno assustador, de agosto de 2019, quando São Paulo viu o dia se tornar noite por causa da mesma poluição vinda da fumaça da Amazônia. Mas, segundo Landulfo, o sinal de alerta foi dado, uma vez que a circulação desses materiais particulados deverá se estender por todo o mês de setembro.
"Tem muita coisa vindo de fora do Brasil também, da Bolívia”, alerta o cientista, que relaciona com a alta incidência de queimadas detectadas pelos satélites da Nasa. Segundo os dados do Programa Queimadas do Inpe, o Brasil teve em setembro 26.444 focos de incêndio florestal, ante os 7.245 da Bolívia e os 2.174 do Peru. "Quando há queima (da floresta), todo o material particulado é levado para cima, e pelas condições meteorológicas, elas vão atingindo diferentes níveis, podendo subir ou descer. Se você sente o cheiro de fumaça, é porque ele (o material particulado) realmente caiu.”
O mês de agosto registrou 33.116 focos de queimadas na Amazônia, quebrando desastrosos recordes de destruição nos últimos 12 anos. Apenas no dia 22, houve 3.358 focos de incêndios, mais que o dobro do "dia do fogo” de 2019. Em questão de poucos anos, o Brasil viu sua trajetória descendente de desmatamento se tornar novamente ascendente, alcançando em 2021 um recorde em 13 anos, com 12.415 quilômetros quadrados. Mas a lógica da destruição por meio do fogo continua em setembro.
O "dia do fogo”
Eduardo Landulfo trabalha há 25 anos no Ipen, hoje no Laboratório de Aplicações Ambientais de Lasers. Em agosto de 2019, ele foi um dos pesquisadores que notou a presença da incômoda presença da fumaça vinda da Amazônia. Na época, os dados indicavam que uma grande nuvem de aerossóis se formou por São Paulo a altitudes que variavam de 2 mil a 4 mil metros, que chegaram a obstruir a chegada da luz solar. Isso ocorre porque essa nuvem de poluição é carregada de monóxido de carbono, dióxido de carbono, materiais particulados e até metano. Ao ser questionado se poderia comparar com o que aconteceu três anos atrás, ele afirma que "em 2019 foi pior”, mas com a ressalva de que essa impressão valia até a data de 9 de setembro e o mês ainda está só no começo.
AAmazônia Real, em agosto de 2019, relatou que houve um aumento de 300% no número de focos de queimadas na região por conta do "dia do fogo”. Produtores rurais do município de Novo Progresso, no sul do Pará, realizaram uma operação orquestrada para incendiar a floresta amazônica. Na ocasião, funcionários do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) ficaram de mãos atadas, não podendo combater as chamas, já que o próprio governo de Jair Bolsonaro, representado na época pelo ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, negou o envio da Força Nacional de Segurança para apoiar as brigadas de incêndio.
No Twitter, a candidata a deputada federal por São Paulo Sonia Guajajara(Psol), uma das principais lideranças indígenas do País, externou pela manhã sua preocupação a fumaça vinda da floresta.
O que realmente preocupa o cientista do Ipen é que essa queima não parece ser aquela provocada pela cultura tradicional de queimadas que proprietários rurais costumam adotar nessa época do ano. Ou seja, não é tão aleatória quanto se imaginaria. "Quando olhamos os focos de focos, há uma certa organização, não parecem ser pontos pequenos de queimada. É maior e mais organizado, e isso é preocupante”, informa.
"É um sinal de alerta para não pensarmos que o que está na Amazônia não nos afeta. Isso tem consequências para a saúde, (os materiais particulados) vão para o trato respiratório, quem tem asma vai ter uma piora nos próximos dias”, conclui. O sistema do Ipen fica dentro da Cidade Universitária, na zona oeste de São Paulo, e realiza medições diárias das distribuições em altitude do material particulado.
A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) indicava, às 11 horas desta sexta-feira, que a qualidade do ar na região metropolitana de São Paulo estava na faixa N3 – Ruim, uma vez que os níveis de materiais particulados estavam na faixa dos 113 µg /m³, e que para as próximas 24 horas as condições metereológicas são desfavoráveis para a dispersão dos poluentes dióxido de enxofre, partículas inaláveis, dióxido de nitrogênio, monóxido de carbono e ozônio.
Na Amazônia Real, exerce a função de editor de especiais. (nunomura@amazoniareal.com.br). Mestre e doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo, é professor de Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero. Iniciou a carreira jornalística em 1992, no grupo Folha, e teve passagens pelo Estadão e pela revista Veja. Foi repórter especial por quase dez anos no Estadão. -
- 09/09/2022 - Hub de Ciências da Vida é apresentado no HUFonte: site do CIETEC
O Cietec apresentou a proposta do Hub de Ciências da Vida para médicos, professores, pesquisadores, profissionais de saúde e colaboradores do Hospital Universitário da USP (HU). O encontro teve como objetivo avançar na formatação de possibilidades de atuação de cada membro da aliança estratégica formada por Institutos públicos de Ciência, Tecnologia do Estado de São Paulo, startups e indústrias para criar o Hub.
Para José Pinhata Otoch, superintendente do HU, o Hub de Ciências da Vida traz a possibilidade de oferecer melhores serviços à comunidade. "Fazer parte dessa iniciativa para nós é fundamental pois muda nossa inserção na universidade. Temos uma possibilidade de alterar o futuro do hospital, revertendo isso no bem-estar da população”, observou.
Grupos de trabalho do HU
O médico e professor Oscar Fugita, do Núcleo de Inovação e Sustentabilidade do HU, anunciou a criação de grupos de trabalho com foco no Hub de Ciências da Vida. A estrutura abrange cinco eixos: Prevenção e novas tecnologias; Cuidado integral; Rede e automação de serviços; Compartilhamento de informações de saúde e Personalização de cuidado.
"Nossa atuação será focada na aproximação de pesquisadores e investidores, na parceria com mentores para startups, na prospecção de novas oportunidades de pesquisa e na formação de grupos multidisciplinares para solução de problemas reais”, detalhou Fugita.
Aliança estratégica
Em sua apresentação, Paula Lima, diretora-presidente do Cietec, citou como grandes diferenciais do Hub a colaboração entre instituições públicas, empresas e academia para desenvolver novos empreendimentos intensivos em conhecimento e tecnologias em Ciências da Vida.
"O Campus do Butantã tem vocação para esse projeto, a capacidade local está instalada. Aqui temos acesso a unidades Embrapii, centros de pesquisa em engenharia (CPE), institutos e o Hospital Universitário”, lembrou Paula.
Na visão de Wilson Calvo, superintendente do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), o Hub de Ciências da Vida trará benefícios para o país: "Estamos plantando sementes que virarão empresas que ajudarão o Brasil a enfrentar futuras pandemias.”
Distrito USP de inovação
A evolução do ecossistema interno da Universidade de São Paulo foi lembrada por Luiz Henrique Catalani, coordenador da Agência USP de Inovação. "Hoje na USP vemos um salto bastante distinto, com destaque para a criação da Pró-reitoria de Pesquisa e Inovação. Ainda no âmbito interno, vemos a transformação da incubadora USP/Ipen, com a chegada de uma nova equipe e uma nova proposta de trabalho. Isso tudo culmina com o nascimento do Hub de Ciências da Vida”, disse Catalani.
Por sua vez, Raul Gonzalez Lima, pró-reitor ajunto de Inovação, citou os esforços da gestão do reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior para destravar gargalos que impactam os inovadores da USP. " Tudo o que temos feito é no sentido de proteger os agentes da inovação. Estamos reestruturando isso na universidade. Vamos acreditar nesse processo ", reiterou.
O encontro foi realizado em 8 de setembro, no auditório do HU.
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- 09/09/2022 - 200+: A Evolução do Brasil - EducaçãoA capacitação de empreendedores pela Incubadora USP/IPEN, gerida pelo CIETEC é mencionada por sua diretora-presidente, Paula Lima
A capacitação de empreendedores pela Incubadora USP/IPEN, gerida pelo CIETEC é mencionada por sua diretora-presidente, Paula Lima
Fonte: CNN
A série de reportagens 200+: A Evolução do Brasil, produzida pela CNN, destacou o desenvolvimento nacional em vários segmentos desde a independência nacional. No episódio "Educação" que foi ao ar em 28 de agosto, a questão do empreendedorismo e da inovação é apresentada. O trabalho desenvolvido pelo CIETEC e a Incubadora USP/IPEN é mencionado em entrevista com a diretora-presidente Paula Lima (34:43).Link para a reportagem no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=kIDe74ARoBA&list=PL8cUMXM_077ccbHC_GSuftSdQzGEH18oX&index=2
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- 09/09/2022 - IPEN relembra conquistas no aniversário de 66 anosFonte: site do Cietec
O uso da tecnologia nuclear a serviço da vida foi celebrado na cerimônia de comemoração de 66 anos do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen). Isolda Costa, diretora substituta do Ipen, destacou que a missão da entidade é melhorar a qualidade de vida da população brasileira. Nesse sentido, ela apresentou as principais conquistas alcançadas em mais de seis décadas de trabalho.
Entre os marcos destacados está a fundação, em 1998, da incubadora de empresas de base tecnológica – ambiente gerido pelo Cietec. "A criação da incubadora foi resultado da mudança de paradigma na atuação do Ipen, que passou a atuar em outras frentes”, disse Isolda.
Ela também ressaltou a importância do Instituto na área da saúde, citando o pioneirismo na produção de Iodo 131, usado principalmente no tratamento do câncer de tireoide. "Hoje 85% da demanda nacional de radiofármacos é suprida pelo Ipen”, pontuou a gestora.
Para Maria Arminda do Nascimento Arruda, vice-reitora da USP, o Ipen cumpre uma missão que engrandece o país, pela aplicação da pesquisa em prol do bem-estar social. "Não é possível construir uma sociedade mais justa e desenvolvida se a Ciência não for parceira”, afirmou.
Já o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Paulo Alvim, agradeceu o trabalho de pesquisadores e servidores que, juntos, escreveram a história do Ipen: "Nossos heróis da Ciência precisam ser reconhecidos. Não existe Ciência e Tecnologia sem as pessoas.”
Também participaram da cerimônia a secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, Zeina Latif; Newton Costa Neto, diretor-presidente da Amazul; e Sergio Freitas de Almeida, secretário executivo do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações.
O encontro aconteceu em 31 de agosto, no auditório do Ipen.
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- 06/09/2022 - Incubadora USP/IPEN conquista Cerne 3A incubadora de empresas de base tecnológica USP/Ipen, gerida pelo Cietec, conquistou uma importante validação de seu papel no desenvolvimento de negócios inovadores de alto impacto. Nesta terça (6/9), o ambiente recebeu da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) a certificação 3 do Cerne.
A incubadora de empresas de base tecnológica USP/Ipen, gerida pelo Cietec, conquistou uma importante validação de seu papel no desenvolvimento de negócios inovadores de alto impacto. Nesta terça (6/9), o ambiente recebeu da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) a certificação 3 do Cerne.
Fonte: site do Cietec
Com a certificação, a incubadora USP/Ipen passa a ser a primeira não vinculada a parques tecnológicos com nível de maturidade 3. O Cietec, por sua vez, se posiciona entre os cinco melhores gestores de ambiente de inovação do Brasil.
"Um dos nossos diferenciais é ser referência para o desenvolvimento de startups. A certificação Cerne reconhece esse trabalho que vem sendo feito no sentido de liderar a estruturação e escalonamento de negócios com alto impacto positivo para a sociedade, indo ao encontro da missão do próprio Cietec”, avalia Paula Lima, diretora-presidente do Cietec.
Benefícios para startups
Cada nível de maturidade (Cerne 1, 2, 3 e 4) representa um passo em direção à melhoria contínua, ampliando sua capacidade em gerar empreendimentos de sucesso.
O Cerne 3, obtido pela incubadora USP/Ipen, atesta a consolidação de uma rede de parceiros em prol do ecossistema de inovação. Neste nível de maturidade, o ambiente de inovação atua proativamente como um dos "elos” da rede de atores envolvidos no processo de inovação. Como resultado, as startups incubadas têm maior probabilidade de sucesso.
"A obtenção da certificação consolida o esforço para fortalecer e dar dinamismo e transparência às práticas que a incubadora desenvolveu ao longo de sua trajetória pioneira”, reforça José Aluizio Guimarães, gerente da incubadora.
Hoje, cerca de 90 startups fazem parte da comunidade da incubadora USP/Ipen. A maioria (mais de 70%) são empresas das áreas de Ciências da Vida e Tecnologias Verdes. Mais de 180 startups já passaram pela incubação. Entre elas destacam-se empresas que são referência no mercado, como a MagnaMed, especializada em ventilação pulmonar, e a Genera, pioneira em análise genômica.
Além da equipe do Cietec, participaram da banca de efetivação Wilson Calvo, superintendente do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen); Luiz Henrique Catalani, coordenador da Agência USP de Inovação; Carlos Eduardo Bizzotto, coordenador de Projetos da Anprotec; e o auditor Flaviano Gastão Jr. Os empreendedores Lilian Laraia e Fábio Neves representaram as startups incubadas.
Sobre o Cietec
O Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), foi criado há 25 anos em São Paulo e tem como missão mobilizar o sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação brasileiro em prol da promoção do bem-estar social e crescimento econômico sustentável. Por meio da gestão de ambientes e hubs de inovação e empreendedorismo, o Cietec se conecta a uma rede de parceiros do ecossistema público e privado para viabilizar o surgimento de soluções inovadoras que impactem a vida de milhões de brasileiros.
Sob a gestão da nova diretora-presidente, Paula Lima, o Cietec se reposiciona para fortalecer o ecossistema de inovação brasileiro, capitaneando novos projetos, como o recém-lançado Hub de Ciências da Vida.
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- 26/08/2022 - Aditivo melhora as propriedades de eletrólito usado em baterias de lítio-metalEstudo realizado no Centro de Inovação em Novas Energias adicionou um cristal líquido iônico a solvente usado como eletrólito, tornando composto mais estável quimicamente
Estudo realizado no Centro de Inovação em Novas Energias adicionou um cristal líquido iônico a solvente usado como eletrólito, tornando composto mais estável quimicamente
Fonte: Agência FAPESP
Estudo realizado no Centro de Inovação em Novas Energias (CINE) mostrou que a adição de um cristal líquido iônico a um solvente amplamente usado como eletrólito de baterias de lítio-metal torna o composto mais estável quimicamente, além de melhorar a sua condutividade iônica. Com essas propriedades, o eletrólito aditivado se mostra promissor para compor baterias mais duráveis, mais seguras e de melhor desempenho.O CINE é um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) constituído por FAPESP e Shell na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), na Universidade de São Paulo (USP) e no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen).Desenvolver eletrólitos mais estáveis é um dos grandes desafios da pesquisa em baterias, principalmente com relação às baterias de lítio-metal. Ainda em desenvolvimento, essa tecnologia, que inclui, por exemplo, as baterias de lítio-oxigênio, é capaz de superar amplamente a tecnologia de íons de lítio, a mais usada atualmente, quanto à quantidade de energia que consegue armazenar. Porém, ela esbarra na instabilidade do eletrólito.O eletrólito de uma bateria é o componente que está em contato com os dois eletrodos. Muitas vezes, como no caso deste estudo do CINE, trata-se de uma solução líquida formada por um solvente e sais. A sua função principal é fornecer ativamente o caminho para que os íons se desloquem entre os eletrodos transportando cargas elétricas, processo essencial à carga e descarga da bateria. Por isso, os eletrólitos de baterias precisam ser bons condutores iônicos, além de quimicamente estáveis.A baixa estabilidade química torna o eletrólito mais suscetível a formar compostos indesejados e às vezes tóxicos, que podem danificar outros componentes da bateria, vazar ou provocar seu aquecimento ou explosão."Um exemplo de eletrólitos que formam componentes indesejados é quando observamos uma bateria com um certo tempo de uso e ela aparenta estar dilatada ou inchada”, explica Tuanan Lourenço, bolsista de pós-doutorado no Instituto de Química de São Carlos da USP e responsável pela investigação. Os resultados foram publicados no Journal of Materials Chemistry A.No artigo, os autores relatam a investigação das propriedades de um eletrólito baseado no solvente orgânico DMSO, frequentemente usado em baterias de lítio-metal, aditivado com um cristal líquido iônico baseado no composto orgânico imidazol. Cristais líquidos iônicos são sais que se assemelham aos líquidos iônicos por se apresentarem em estado líquido em temperatura ambiente, mas diferem deles por exibirem fases sólidas cristalinas."Com os experimentos, nós observamos o que está acontecendo com o sistema de uma maneira macroscópica e avaliamos as propriedades para a matéria como ela é, já que não estamos utilizando nenhum modelo para representar o sistema”, explica Lourenço. "Já com as simulações computacionais, nós podemos obter as informações mais detalhadas de um ponto de vista atomístico, observando como os átomos estão organizados, como estão interagindo.”O trabalho mostrou que a adição do cristal líquido iônico em determinada medida aumenta tanto a estabilidade química quanto a condutividade do eletrólito. "Em termos práticos, se temos maior estabilidade química e condutividade, temos um eletrólito com uma melhor performance e podemos talvez ter uma bateria com uma performance superior”, resume o pesquisador.O artigo Tuning aprotic solvent properties with long alkyl chain ionic liquid for lithium-based electrolytes pode ser lido em: https://pubs.rsc.org/en/content/articlelanding/2022/TA/D1TA10592B#fn1.* Com informações da Assessoria de Imprensa do CINE. -
- 14/08/2022 - Como aviões que lançaram as bombas atômicas no Japão fugiram da radiação?Fonte: UOLAlexandre Saconi
Colaboração para o UOL, em São PauloNo começo de agosto de 1945, dois bombardeios encerraram a Segunda Guerra Mundial e mudaram para sempre a história dos conflitos armados. Nos dias 6 e 9 daquele mês, as cidades de Hiroshima e Nagasaki, no Japão, foram atacadas com as bombas atômicas.
Apelidadas de Little Boy (Garotinho) e Fat Man (Homem Gordo), foram lançadas de dois bombardeiros B-29 que, apesar da potência dos artefatos, não foram afetados pela explosão.
Como os aviões conseguiram fugir da radiação, já que ela foi fatal para milhares de pessoas imediatamente e se espalhou por dezenas de quilômetros?
Velocidade, manobra e distância
A onda de choque causada com a explosão se moveu a velocidades que atingiam 1.000 km/h, mas, mesmo assim, os aviões não foram afetados pela radiação. Para Carlos Alberto Zeituni, pesquisador do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares e piloto de avião, alguns fatores ajudaram a tripulação a evitar a contaminação.
A radiação se espalhou por dezenas de quilômetros após a explosão, mas isso não aconteceu imediatamente. Ela demorou para se alastrar pelo solo e pela atmosfera, diz Zeituni.
"Esses aviões voavam a cerca de 8 km a 9 km de altitude, e atingiam velocidades por volta de 570 km/h. Com isso, nos poucos segundos após o lançamento, e realizando manobras evasivas para se afastarem das cidades o mais rápido possível, os bombardeiros não eram expostos aos altos índices de radiação das explosões", afirma o pesquisador.
Ainda de acordo com Zeituni, os dois aviões não registraram índices de radiação em sua estrutura.
Em ambos os bombardeios, existiam aviões afastados que monitoravam como os lançamentos ocorreriam e registravam se haviam sido bem-sucedidos do ponto de vista militar norte-americano. Esses aviões estavam a distâncias maiores e também ficaram afastadodo risco de contaminação nuclear.
Segundo dados da prefeitura de Hiroshima, aproximadamente 140 mil pessoas morreram em decorrência do lançamento da bomba na cidade até o final de 1945. Aproximadamente metade das pessoas que estavam dentro do raio de 1,2 quilômetro de distância do local da explosão morreu já naquele dia. As demais mortes aconteceram nos meses seguintes, devido às queimaduras e à radiação.
A operação
No dia 6 de agosto, o primeiro bombardeio foi realizado pelo B-29 batizado de Enola Gay. Ele lançou a Little Boy sobre a cidade de Hiroshima enquanto voava a uma altitude de cerca de 9 km.
A bomba explodiu em torno de 580 metros de altura, matando instantaneamente milhares de pessoas. A tripulação do avião viu o clarão da explosão naquele momento, mas já estava distante do local quando a onda de choque conseguiu alcançá-los.
Um dos tripulantes relatou em seu diário que poderia ter dito de maneira inconsciente no rádio "Meu deus, o que nós fizemos?". A tripulação não tinha conhecimento claro da dimensão do poder da bomba nem muitos detalhes de suas características.
A segunda bomba foi lançada de outro B-29, batizado de Bockscar. Ela explodiu 47 segundos depois de ter sido lançada, a cerca de 500 metros de altura.
Nesse novo ataque, o alvo era a cidade de Kokura. Entretanto, nuvens dificultaram a observação, e os pilotos se dirigiram a Nagasaki, onde, nos últimos instantes disponíveis, encontraram uma brecha no céu e conseguiram lançar a Fat Man.
Os Bombardeiros
O avião que lançou a primeira bomba atômica sobre o Japão foi batizado de Enola Gay. Esse bombardeiro B-29, fabricado pela Boeing, leva esse nome em homenagem à mãe do piloto daquele episódio, Paul Warfield Tibbets Jr.
O nome foi pintado logo abaixo da janela da cabine de comando horas antes do voo de lançamento. Hoje ele está em exposição no Museu Nacional do Ar e Espaço Smithsonian, e sua exibição pública é alvo de polêmicas em decorrência da quantidade de mortes que sua ação causou.
Já o B-29 Bockscar teria esse nome em referência ao seu piloto habitual, Frederick Bock. Entretanto, naquele dia, Bock acabou voando em um outro avião, e Charles Sweeney assumiu o comando do B-29 Bockscar, que terminou lançando a bomba Fat Man sobre Nagasaki.
Hoje, o Bockscar está em exposição no Museu Nacional da Força Aérea dos Estados Unidos. Ambas as aeronaves ainda voaram em missões dos EUA após a Segunda Guerra Mundial.
Ficha técnica - Enola Gay
Modelo: Bombardeiro B-29
Fabricante: Glenn L. Martin/Boeing
Envergadura (distância de ponta a ponta da asa): 43,1 metros
Altura: 8,5 metros
Comprimento: 30,2 metros
Velocidade de cruzeiro: 354 km/h
Velocidade máxima: 575 km/h
Altitude máxima de voo: 10 km
Tripulação: 12
Preço: US$ 639 mil à época.Fontes: Carlos Alberto Zeituni, pesquisador do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares e piloto de avião, Museu Nacional do Ar e do Espaço Smithsonian, Museu Nacional da Força Aérea dos Estados Unidos.
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- 12/08/2022 - Biophotonics shedding light on diseasesWorkshop promovido pelo Ipen debaterá o uso da biofotônica aplicada à saúde. Evento é gratuito e aberto a toda a comunidade científica
Workshop promovido pelo Ipen debaterá o uso da biofotônica aplicada à saúde. Evento é gratuito e aberto a toda a comunidade científica
Fonte: Agência FAPESP
O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) promoverá nesta sexta-feira (12/08), em São Paulo, o workshop "Biophotonics shedding light on diseases”.
O evento debaterá o uso da biofotônica aplicada à saúde, em lasers para cirurgias, microscopia e imagens para diagnóstico, entre outras aplicações. O evento é aberto a toda a comunidade científica.
O workshop terá nomes de ponta na área da biofotônica, entre eles, Anita Mahadevan-Jansen, diretora do Centro de Biofotônica da Vanderbilt University (Estados Unidos), John Girkin, diretor do Instituto de Ciências Biofísicas, e Lai Zhang, pesquisadora do Departamento de Física, ambos da Durham University (Reino Unido), além de Mauro Baesso, ex-reitor da Universidade Estadual de Maringá.
A inscrição é gratuita e poderá ser realizada até o dia que antecede o evento, por formulário on-line. O evento acontecerá das 14h às 18h, no Saguão do Prédio do Ensino do Ipen, situado na av. Prof. Lineu Prestes, 2.242, Cidade Universitária, São Paulo.
Mais informações: www.ipen.br/portal_por/portal/interna.php?secao_id=38&campo=17897.
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- 10/08/2022 - Anvisa prorroga importação de radiofármacosOs radiofármacos são compostos radioativos que possuem, em sua composição um radionuclídeo (isótopo radioativo) responsável pela emissão de radiação ligado quimicamente a uma molécula não-radioativa que apresenta afinidade biológica por um determinado órgão ou sistema, com finalidade de diagnóstico ou terapêutica.
Os radiofármacos são compostos radioativos que possuem, em sua composição um radionuclídeo (isótopo radioativo) responsável pela emissão de radiação ligado quimicamente a uma molécula não-radioativa que apresenta afinidade biológica por um determinado órgão ou sistema, com finalidade de diagnóstico ou terapêutica.
Fonte: Correio do BrasilPor Redação, comABr – de BrasíliaA decisão pela aprovação foi tomada na terça-feira durante a 14ª Reunião da Diretoria Colegiada tendo como relator da matéria o presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres.Ao iniciar a leitura do relatório, Torres lembrou que a matéria trata de "critérios e procedimentos excepcionais de importação em virtude de riscos de desabastecimento no mercado nacional”.– O mercado em nosso país ainda é restrito e há constatação de falta desses (rádio) fármacos. Assim sendo, as autoridades envolvidas pediram à agência apoio para a mitigação do impacto dessa situação – disse o presidente da Anvisa ao lembrar que essa medida vem sendo reiteradamente prorrogada, "enquanto a indústria nacional não se vê preparada para dar conta da demanda”.Durante a explanação, Torres destacou que cabe ao Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) informar a Anvisa sobre a eventual normalização do mercado, o que, até o momento, não ocorreu.Por esse motivo, acrescentou ele, a importação é, ainda, o meio encontrado "para minimizar a escassez e suprimir a demanda por radiofármacos, com vistas à contenção da situação de desabastecimento iminente em nosso país”, dispensando, inclusive, a necessidade de análise de impacto de mercado ou de consulta pública pela Anvisa.RadiofármacosOs radiofármacos são compostos radioativos que possuem, em sua composição um radionuclídeo (isótopo radioativo) responsável pela emissão de radiação ligado quimicamente a uma molécula não-radioativa que apresenta afinidade biológica por um determinado órgão ou sistema, com finalidade de diagnóstico ou terapêutica.Diante do aspecto estratégico para diagnósticos e tratamentos, e da complexidade tecnológica que envolve esse tipo de fármaco, a diretora Meiruze Freitas confirmou a necessidade de importação desses produtos considerados "de risco maior”.
– É preferível manter a importação dos [produtos] sem registro no Brasil, circundado com todo cuidado de monitoramento e proteção – disse ao lembrar que "em algumas situações é preciso (à Anvisa) fazer avaliações excepcionais como essa, mas sempre buscando mitigar o risco, para termos um controle mínimo”.
Desinteresse do mercado
Em seu voto, o diretor Alex Machado Campos disse que, antes de definirem seu posicionamento sobre a questão, a diretoria da Anvisa ouviu dirigentes do Ipen. "Nos causou perplexidade saber que não há, no horizonte próximo, possibilidade de retomada robusta do Ipen para a produção desses radiofármacos”, disse.
– São produtos de produção exclusiva do Ipen que colocam luz sobre a questão de um desabastecimento que é fruto do desinteresse do mercado, interessando apenas ao poder público. A Anvisa, então, em muitos momentos, tem de enfrentar esse tema por uma via excepcional, como é o caso – argumentou.
Linguagem acessível
Ao final da votação dos diretores, a ouvidora da Anvisa, Lorena Dourados, pediu a palavra para pedir que os votos sejam publicados de forma clara e com linguagem acessível, uma vez que a ouvidoria tem percebido que o tema em questão "nem sempre é bem entendido pela população”. A solicitação foi acatada pela diretoria.
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- 03/08/2022 - Pós-doutorado em engenharia química e ciência dos materiais no IpenVaga está vinculada a pesquisa que desenvolve materiais 3D nanoestruturados baseados em polímeros biocompatíveis para fins de regeneração tecidual
Vaga está vinculada a pesquisa que desenvolve materiais 3D nanoestruturados baseados em polímeros biocompatíveis para fins de regeneração tecidual
Fonte: Agência FAPESP
Uma oportunidade de pós-doutorado em engenharia química e ciência dos materiais com bolsa da FAPESP é oferecida pelo projeto "Capacitação científica, tecnológica e em infraestrutura em radiofármacos, radiações e empreendedorismo a serviço da saúde (PDIp)”. O prazo de inscrição termina no domingo (07/08).Desenvolvido no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), o projeto pretende desenvolver materiais 3D nanoestruturados baseados em polímeros biocompatíveis para fins de regeneração tecidual e engenharia de tecidos.O candidato deve ter doutorado em química, ciência dos materiais, engenharia química ou áreas afins e conhecimentos em polímeros fluorados, modificação de polímeros por fluoretação e por meio da radiação ionizante, nanocompósitos poliméricos, síntese e caracterização de materiais e técnicas analíticas. Publicações nas áreas de modificação de polímeros fluorados por meio da radiação, caracterização mecânica e reológica são recomendáveis.Os interessados devem enviar currículo Lattes completo, carta de interesse apresentando os resultados de pesquisa mais importantes publicados e projeto de pesquisa resumido para o e-mail seegp@ipen.br, indicando no assunto "PDIP 1 – Desenvolvimento de redes/scaffolds 3D”.Mais informações sobre a vaga em: www.fapesp.br/oportunidades/5293.A oportunidade de pós-doutorado está aberta a brasileiros e estrangeiros. O selecionado receberá Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP no valor de R$ 8.479,20 mensais e Reserva Técnica equivalente a 10% do valor anual da bolsa para atender a despesas imprevistas e diretamente relacionadas à atividade de pesquisa.Caso o bolsista de PD resida em domicílio fora da cidade na qual se localiza a instituição-sede da pesquisa e precise se mudar, poderá ter direito a um auxílio-instalação. Mais informações sobre a Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP estão disponíveis em www.fapesp.br/bolsas/pd.Outras vagas de bolsas, em diversas áreas do conhecimento, estão no site FAPESP-Oportunidades, em www.fapesp.br/oportunidades.