Ipen na Mídia
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- 27/05/2024 - Parceria da Marinha forma operadores de reator de pesquisaReator IEA-R1 pode ser utilizado para várias finalidades, como a produção de radioisótopos para uso em medicina nuclear
Reator IEA-R1 pode ser utilizado para várias finalidades, como a produção de radioisótopos para uso em medicina nuclear
Fonte: R7
Para apoiar atividades de pesquisa e produção de radioisótopos no reator IEA-R1, militares estão recebendo curso de capacitação. A iniciativa faz parte de parceria entre a Marinha do Brasil e o Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares), unidade técnico-científica da Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear).
O acordo prevê o funcionamento do reator em turnos de operação contínua para produção de radioisótopos, planejando a formação de até 40 operadores de reator e quatro profissionais de radioproteção.
O IEA-R1 é um reator de pesquisa tipo "piscina”, moderado e refrigerado a água leve, que utiliza elementos de berílio e de grafite como refletores. Foi projetado para operar a uma potência máxima de 5 MW.
Ele pode ser utilizado para várias finalidades, como a produção de radioisótopos para uso em medicina nuclear, como o Samário-153, utilizado como paliativo da dor em metástases óssea e no tratamento de artrite reumatoide, entre outras.
Desde setembro de 2023, já foram licenciados 10 operadores da Marinha, sendo quatro operadores seniores de reator e seis operadores de reator; nove operadores da Força Naval e cinco operadores do Ipens.
Os operadores da Marinha, com os operadores do Ipen, serão responsáveis pela condução da operação e pelo treinamento de novas equipes.
O gerente-adjunto de operações do reator de pesquisa IEA-R1, Alberto Fernando, explica que o curso prepara os militares da Força para o exame de qualificação da Cnen, garantindo a segurança e eficiência na operação de plantas nucleares.
"Os alunos são capacitados por profissionais que já atuam no Centro do Reator de Pesquisas e no Centro de Engenharia Nuclear do Ipen, em São Paulo. Eles ministraram aulas teóricas e práticas de todos os sistemas da instalação que se encontram detalhados no Relatório de Análise de Segurança (RAS). O aproveitamento tem sido ótimo, pois todos os candidatos, treinados sob coordenação dos pesquisadores dr. José Roberto Berretta e dr. Renato Semmler, do Centro do Reator de Pesquisas, foram aprovados, como a turma que concluiu treinamento no final de abril de 2024″, afirma Alberto Fernando.
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- 27/05/2024 - Saiba com funciona a parceria entre a Marinha e o Ipen para formar operadores de reator de pesquisaQualificação é rigorosa e inclui exames teóricos, práticos e entrevistas técnica
Qualificação é rigorosa e inclui exames teóricos, práticos e entrevistas técnica
Fonte: Jovem Pan
A Marinha do Brasil e o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) firmaram uma parceria para capacitar militares na operação e produção de radioisótopos no Reator IEA-R1. O objetivo é manter o reator em operação contínua, formando até 40 operadores de reator e quatro profissionais de radioproteção. Em setembro de 2023, dez operadores da Marinha foram licenciados pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), seguidos por mais nove operadores da Marinha e cinco do Ipen em abril de 2024. Eles serão responsáveis pela operação do reator e treinamento de novas equipes. Segundo o professor doutor Alberto Fernando, do Ipen, o curso prepara os militares para o rigoroso Exame de Qualificação da CNEN, com aulas teóricas e práticas detalhadas. O treinamento inclui simulações de emergência e avaliações contínuas para garantir a segurança e eficiência na operação do reator.O capitão de corveta Ramon Soares de Faria explicou que a qualificação é rigorosa e inclui exames teóricos, práticos e entrevistas técnicas. O conhecimento abrangente adquirido durante o curso é essencial para a segurança na operação, segundo o professor doutor José Roberto Berreta. A parceria, iniciada em 2019, visa atender à demanda por radioisótopos como Iodo-131 e Lutécio-177, essenciais para pesquisa e desenvolvimento de novos radiofármacos. A diretora-superintendente do Ipen, Dra. Isolda Costa, destacou que essa produção não suprirá toda a demanda nacional, mas será crucial em momentos de escassez.
O almirante de esquadra Alexandre Rabello de Faria, da Marinha, ressaltou que a experiência adquirida pelos militares no Ipen é válida para a operação do Laboratório de Geração de Energia Nucleoelétrica (LABGENE), cumprindo parte dos requisitos da CNEN. O primeiro-sargento Bruno de Oliveira Machado destacou o desafio e a importância de desmistificar a energia nuclear, mostrando seus benefícios para a sociedade. "O maior desafio foi entender como funciona o setor nuclear e crescer profissionalmente. Tivemos que sair da ‘zona de conforto’ e mergulhar na vasta área nuclear para nos especializar”, falou. O reator de pesquisa IEA-R1, do tipo "piscina”, é utilizado para produzir radioisótopos como Samário-153, Iodo-131 e Irídio-192, essenciais para a medicina nuclear.
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- 27/05/2024 - Parceria entre Marinha e IPEN forma operadores de reator de pesquisaO treinamento de operadores faz parte do acordo de cooperação entre a Comissão Nacional de Energia Nuclear e a Força Naval
O treinamento de operadores faz parte do acordo de cooperação entre a Comissão Nacional de Energia Nuclear e a Força Naval
Fonte: Agência Marinha de Notícias
A parceria entre a Marinha do Brasil (MB) e o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), unidade técnico-científica da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), está capacitando militares para apoiar atividades de pesquisa e produção de radioisótopos no Reator IEA-R1. O acordo prevê o funcionamento do reator em turnos de operação contínua para produção de radioisótopos, planejando a formação de até 40 operadores de reator e quatro profissionais de radioproteção.
Em setembro de 2023, após o exame de qualificação da CNEN, foram licenciados 10 operadores da MB, sendo quatro operadores seniores de reator e seis operadores de reator. Em abril de 2024, mais nove operadores da Força Naval e cinco operadores do IPEN foram licenciados.
Os operadores da Marinha, com os operadores do IPEN, serão responsáveis pela condução da operação e pelo treinamento de novas equipes.
O Gerente-Adjunto de Operações do Reator de Pesquisa IEA-R1, professor doutor Alberto Fernando, explica que o curso prepara os militares da Força para o Exame de Qualificação da CNEN, garantindo a segurança e eficiência na operação de plantas nucleares.
"Os alunos são capacitados por profissionais que já atuam no Centro do Reator de Pesquisas e no Centro de Engenharia Nuclear do IPEN, em São Paulo (SP). Eles ministraram aulas teóricas e práticas de todos os sistemas da instalação que se encontram detalhados no Relatório de Análise de Segurança (RAS). O aproveitamento tem sido ótimo, pois todos os candidatos, treinados sob coordenação dos pesquisadores Dr. José Roberto Berretta e Dr. Renato Semmler, do Centro do Reator de Pesquisas, foram aprovados, como a turma que concluiu treinamento no final de abril de 2024” conta Alberto Fernando.
Fases do curso
O Curso de formação do IEA-R1 é dividido em várias fases, começando com uma parte teórica seguida de um treinamento prático intensivo. Os discentes adquirem conhecimentos específicos sobre a planta nuclear, os procedimentos operacionais, normas e regulamentações, além de desenvolverem habilidades e atitudes necessárias para um operador licenciado.O treinamento prático ocorre nas instalações do IEA-R1, permitindo que os alunos lidem com cenários variados, incluindo situações de emergência. Além disso, o curso inclui avaliações contínuas e estágios supervisionados na planta, nos quais os alunos aplicam o conhecimento adquirido sob a supervisão de operadores licenciados.
O Capitão de Corveta (Engenheiro Naval) Ramon Soares de Faria explica que o processo de qualificação é rigoroso e inclui várias etapas, com destaque para o exame de qualificação da CNEN.
"O exame da CNEN é um dos momentos mais críticos deste processo e inclui uma parte escrita, que avalia conhecimentos teóricos, e uma parte prática, com situações operacionais e de emergência. Além disso, a CNEN também realiza entrevistas técnicas, nas quais os candidatos são questionados por uma banca de especialistas sobre diversos aspectos técnicos e operacionais”, detalha.
O coordenador e professor Dr. José Roberto Berreta enfatiza que a formação no IPEN é crucial para o desenvolvimento de operadores de reatores, destacando a importância do conhecimento. "Desde o início, busquei transmitir o máximo de informações sobre a instalação, pois isso enriquece o aprendizado dos alunos", afirma. Ainda segundo Berreta, um dos aspectos mais importantes para um operador de reator é não se limitar ao conhecimento de uma única instalação, mas expandir sua compreensão para outros reatores. "Esse conhecimento abrangente melhora significativamente a segurança na operação", conclui.
Parceria necessária
Em 2019, o IPEN procurou a MB para verificar a possibilidade de alocar pessoal para viabilizar a retomada da operação por períodos contínuos e prolongados do reator nuclear de pesquisa IEA-R1.
Segundo a Diretora-Superintendente do IPEN, Dra. Isolda Costa, "essa parceria propiciará a produção de alguns radioisótopos importantes como o Iodo-131 e o Lutécio-177, possibilitando a disponibilidade, não para atendimento total da demanda nacional, mas em quantidades que permitam pesquisa e desenvolvimento de novos radiofármacos, bem como o atendimento emergencial em momentos de escassez desses radioisótopos no País”, esclarece.
O Diretor-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha, Almirante de Esquadra Alexandre Rabello de Faria, destacou que a parceria com o IPEN também atende à necessidade de capacitação dos futuros operadores do Laboratório de Geração de Energia Nucleoelétrica (LABGENE).
"Esse processo de cooperação é essencial, pois o LABGENE está sujeito às normas da CNEN, e um dos requisitos para os candidatos a operadores é possuir experiência técnica em operações nucleares. E a experiência na operação de um reator nuclear de pesquisa é válida para cumprir parte desses requisitos” afirmou o Diretor-Geral.
A parceria tem possibilitado a formação de operadores seniores de reator, de operadores de reator e supervisores de proteção radiológica para o Reator IEA-R1, garantindo também o funcionamento do reator de forma continuada, o que propicia o desenvolvimento do potencial de pesquisa e de produção do Reator IEA-R1.
O Primeiro-Sargento Bruno de Oliveira Machado relatou os desafios de ingressar no curso. "O maior desafio foi entender como funciona o setor nuclear e crescer profissionalmente. Tivemos que sair da ‘zona de conforto’ e mergulhar na vasta área nuclear para nos especializar", afirmou. Ele também destacou a motivação do desafio profissional e a importância de buscar novos conhecimentos. "O futuro está caminhando para essa tecnologia, precisamos desmistificar o uso da energia nuclear e mostrar os benefícios para a sociedade, seja nos setores energéticos, saúde, agroindustrial ou segurança alimentar", concluiu.
Sobre o Reator
O IEA-R1 é um reator de pesquisa tipo "piscina”, moderado e refrigerado a água leve, que utiliza elementos de berílio e de grafite como refletores. Foi projetado para operar a uma potência máxima de 5 MW. Ele pode ser utilizado para várias finalidades, com destaque para a produção de radioisótopos para uso em medicina nuclear, como o Samário-153, utilizado como paliativo da dor em metástases óssea e no tratamento de artrite reumatoide; o Iodo-131, utilizado na terapia de câncer de tireoide e hipertireoidismo, na terapia de hepatomas, na localização e terapia de feocromocitomas, neuroblastomas e outros tumores, no estudo da função renal, na determinação do volume plasmático e volume sanguíneo total; e o Irídio-192, produzido na forma de fios metálicos, utilizados na técnica de braquiterapia para o tratamento de câncer. Pesquisas estão sendo realizadas para a produção de geradores de Tecnécio-99m, Lutécio-177 e Rênio-188.
Ainda conforme a Diretora do IPEN, além dos pesquisadores do Centro do Reator de Pesquisas, onde o reator está localizado, também utilizam os serviços de irradiação do IEA-R1: o Centro de Engenharia Nuclear, o Centro de Tecnologia das Radiações, a Diretoria de Radiofármacos, o Centro de Metrologia das Radiações, o Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Estadual de Campinas, o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, o Instituto de Engenharia Nuclear, o Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, o Instituto de Geociências da USP, o Instituto de Física da USP, o Instituto de Radioproteção e Dosimetria, a Universidade Federal Fluminense e o TRACERCO do Brasil (empresa privada que executa inspeções e testes em refinarias de petróleo).
Com um compromisso contínuo com a excelência e a inovação, a Marinha do Brasil, em parceria com o IPEN, permanece investindo na educação e no treinamento em energia nuclear, formando profissionais capacitados e prontos para liderar o futuro energético do Brasil. A capacitação desses operadores é essencial para assegurar um futuro próspero e seguro para o Brasil, destacando-se como uma Nação líder no uso pacífico e sustentável da energia nuclear.
Assista aqui o vídeo da matéria -
- 24/05/2024 - Material radioativo em mala de mão é apreendido no Aeroporto de Guarulhos e técnicos são chamados para inspeçãoFonte: Site Aeroin
A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) enviou técnicos do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), sua unidade técnico-científica mais próxima da ocorrência, para inspecionar material radioativo apreendido pela Receita Federal, durante operação conjunta com a Anvisa, realizada entre os dias 17 e 20 de maio no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo.
A operação foi desencadeada após a Anvisa desconfiar que participantes da Feira Hospitalar 2024, ocorrendo na capital paulista entre 21 e 24 de maio, poderiam estar trazendo material hospitalar e/ou medicamentos sem a devida autorização para exposição no evento. Entre os itens apreendidos, foram encontrados equipamentos médicos avaliados em US$ 166 mil, incluindo produtos radioativos.
À medida que os passageiros desembarcavam, a equipe de fiscalização retinha a bagagem de mão e a passava pelo raio-x. Durante a inspeção, os fiscais encontraram cápsulas que, à primeira vista, pareciam ser apenas medicamentos comuns. No entanto, ao abrirem a embalagem, identificaram o símbolo de risco de radiação, o que levou ao acionamento imediato da CNEN. Dentro das caixas havia cápsulas de carbono-14.
As cápsulas estavam na bagagem de mão de um passageiro que chegou na segunda-feira, 20. Os fiscais da Anvisa informaram à equipe do IPEN/CNEN que a empresa envolvida alegou desconhecer a necessidade de autorização prévia para o transporte dos medicamentos.
"Sempre que surge a necessidade de inspeção de material radioativo, ao ser acionada, a CNEN envia prontamente equipe de atendimento a situações de emergências nucleares, a fim de realizar o acompanhamento e as verificações necessárias, o que foi feito hoje, em Guarulhos,” afirmou Francisco Rondinelli, presidente da CNEN.
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- 23/05/2024 - CNEN mobiliza técnicos do IPEN para inspeção de material radioativo apreendido no Aeroporto de GuarulhosFonte: CNEN
A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) enviou técnicos do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), sua unidade técnico-científica mais próxima da ocorrência, para inspecionar material radioativo apreendido pela Receita Federal, durante operação conjunta com a Anvisa, realizada entre os dias 17 e 20 de maio no Aeroporto Internacional de Guarulhos.
A operação foi desencadeada após a Anvisa desconfiar que participantes da Feira Hospitalar 2024, ocorrendo na capital paulista entre 21 e 24 de maio, poderiam estar trazendo material hospitalar e/ou medicamentos sem a devida autorização para exposição no evento. Entre os itens apreendidos, foram encontrados equipamentos médicos avaliados em US$ 166 mil, incluindo produtos radioativos.
À medida que os passageiros desembarcavam, a equipe de fiscalização retinha a bagagem de mão e a passava pelo raio-x. Durante a inspeção, os fiscais encontraram cápsulas que, à primeira vista, pareciam ser apenas medicamentos comuns. No entanto, ao abrirem a embalagem, identificaram o símbolo de risco de radiação, o que levou ao acionamento imediato da CNEN.
As cápsulas estavam na bagagem de mão de um passageiro que chegou na segunda-feira, 20. Os fiscais da Anvisa informaram à equipe do IPEN/CNEN que a empresa envolvida alegou desconhecer a necessidade de autorização prévia para o transporte dos medicamentos.
"Sempre que surge a necessidade de inspeção de material radioativo, ao ser acionada, a CNEN envia prontamente equipe de atendimento a situações de emergências nucleares, a fim de realizar o acompanhamento e as verificações necessárias, o que foi feito hoje, em Guarulhos," afirmou Francisco Rondinelli, presidente da CNEN.
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- 21/05/2024 - SIEMACO-SP e IPEN-USP inauguram mais uma sala de aula para Educação de Jovens e Adultos (EJA)Fonte: SIEMACO-SPO SIEMACO-SP e o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, localizado na Universidade de São Paulo (IPEN) uniram forças para inaugurar mais uma sala de aula destinada ao programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA). Esta nova sala beneficiará trabalhadores do Asseio e Conservação que prestam serviços no IPEN.A implementação do espaço educacional foi mediada pelos assessores Sidnei Santana e Henrique Guimarães, da equipe de Saúde do SIEMACO-SP, liderada pelo diretor Fabio Cruz. Na parte pedagógica, o projeto contou com a coordenação de Roberta Butolo e do professor William Santos, ambos da Educação Continuada-EJA. Francisco Júnior, coordenador do Departamento Jurídico do sindicato, também prestou um apoio essencial para a concretização da iniciativa.
Pelo IPEN, o diretor Celso Gimenes, o coordenador Gilberto Magalha e os colaboradores Ítalo Henrique e Ana Gori foram fundamentais na viabilização do projeto, garantindo toda a infraestrutura necessária.
Após diversas reuniões e tratativas, a parceria de apoio e cooperação foi firmada, culminando na inauguração da sala de aula nesta segunda-feira (20). Atualmente, 19 alunos estão matriculados, distribuídos entre o Ensino Fundamental I, II e Ensino Médio. Destes, 11 participarão da prova de certificação Encceja, edição 2024, que ocorrerá em agosto. São sete alunos do Ensino Fundamental II e quatro do Ensino Médio.
A relevância social dessa parceria é destacável, pois oferece uma segunda chance para aqueles que não puderam estudar regularmente durante a infância e adolescência. As razões são variadas, mas agora esses trabalhadores têm a oportunidade de concluir uma importante etapa educacional.
As salas de aula, já implementadas em outros núcleos, têm mostrado vantagens significativas para os trabalhadores e trabalhadoras. Além de proporcionar formação educacional de qualidade, oferecem a oportunidade de alfabetização para aqueles que ainda não sabem ler e escrever. Isso resulta no desenvolvimento de novas habilidades, maior autonomia e uma visão de mundo ampliada, aumentando as chances de conseguir melhores empregos e salários no futuro.
O projeto conta com a estrutura docente e material pedagógico do Centro de Treinamento, Capacitação e Formação do Setor de Asseio e Conservação (CECAF), mantido pelo SIEMACO-SP, Abralimp e SEAC-SP.
A inauguração desta sala de aula reforça o compromisso do SIEMACO-SP com a educação e o desenvolvimento pessoal e profissional dos trabalhadores do setor, promovendo inclusão e oportunidades de crescimento.
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- 10/05/2024 - IFRO é representado no I Seminário IPEN-CNEN de Projetos de InovaçãoProfessor do Campus Calama, Carlos Bauer, foi avaliador externo do evento
Professor do Campus Calama, Carlos Bauer, foi avaliador externo do evento
Fonte: Instituto Federal de Rondônia
O Instituto Federal de Rondônia (IFRO) foi representado no I Seminário IPEN-CNEN de Projetos de Inovação pelo professor Carlos Augusto Bauer Aquino. Doutor em Tecnologia Nuclear pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), o docente participou como avaliador externo no evento, ocorrido no mês de abril, que apresentou, durante dois dias, os resultados parciais de 43 projetos de pesquisas de coordenadores e bolsistas de pós-doutorado. As pesquisas avaliadas são ligadas às seguintes áreas de conhecimento: Nuclear, Energia, Meio Ambiente, Indústria e Saúde.
O professor Carlos Bauer destacou a importância do convite para participar do I Seminário IPEN-CNEN, integrando a banca de avaliadores sobre a aplicabilidade dos projetos de pesquisa apresentados, como também a possibilidade de reencontrar orientadores e colegas com os quais participou em sua época de doutorado em Tecnologia Nuclear. "Essa aproximação é muito gratificante para conhecermos os trabalhos em andamento, principalmente para nós que estamos distantes, aqui na Região Norte, como também para poder encontrar com antigos colegas e orientadores”, opinou.
Parceria com o IPEN
Carlos Bauer é professor do Ensino Técnico e Tecnológico do Campus Porto Velho Calama. Graduado em Engenharia Mecânica e Mestre em Física e Meio Ambiente, veio para o IFRO ainda em 2010 para auxiliar na montagem do Curso de Engenharia e Automação. Após esse período, foi Chefe do Departamento de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação do Campus Porto Velho Calama, quando participou da estruturação da parceria junto ao IPEN, que formalizou o primeiro convênio que ofereceu 40 vagas e possibilitou criar o primeiro grupo de mestrandos e doutorandos do IFRO para professores em todo o Estado, quando ele também concluiu o doutorado em Tecnologia Nuclear. No Campus Calama, destaca o professor, "temos a professora Cristiane Silvestrini que fez o seu mestrado, o professor Rogério Barreto; o professor Leonardo Leocádio, nosso Diretor-Geral, e tantos outros colegas professores dos campi do interior que já conseguiram suas titulações como mestres ou doutores e outros que provavelmente estejam finalizando seus estudos. Esse convênio com o IPEN foi muito importante porque foi o primeiro que a gente conseguiu com uma instituição externa, posto que até essa fase nossas parcerias eram somente com a Universidade Federal de Rondônia (Unir)”, enfatiza.
Carlos Bauer acredita que seja viável trazer à luz a possibilidade de recriar a parceria. Segundo ele, "na época, foi o IPEN o único instituto que se mostrou interessado, ao contrário de outras instituições, e que trabalhou pari passu com a gente e os frutos estão aí, com nossos colegas com titulação e agora, dependendo do que conseguirmos organizar, abrirmos portas para outros colegas que tenham feito lá o mestrado e queiram continuar o doutorado ou o pós-doutorado”, informando que já conversou a respeito com o atual chefe do Departamento de Pesquisa, professor Willians Pereira, para pensar numa nova parceria.
O convênio com o IPEN possibilitou a titulação de 15 professores, sendo quatro Doutores e onze Mestres e há ainda um doutorado em andamento. A taxa de titulação do instituto é de 78% entre os alunos efetivamente matriculados na pós-graduação. O Diretor-Geral do Campus Calama, professor Leonardo Pereira Leocádio, que cursou o mestrado pelo IPEN na área de materiais em blindagem de radiação, enalteceu o protagonismo do professor Carlos Bauer no processo que possibilitou formar vários mestres e doutores e disse que "será muito interessante se houver uma futura parceria entre as instituições IFRO/IPEN gerando novas oportunidades para nossos pesquisadores”, opinou.
Além de pesquisador e colaborador do IPEN, o professor Bauer é também pesquisador e colaborador do Royal Belgian Institute for Space Aeronomy - BIRA-IASB (Instituto Real Belga de Aeronomia Espacial (BIRA-IASB), em pesquisas de gases de efeito estufa na Amazônia, especificamente na região de Porto Velho.
Sobre o IPEN
O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) é uma autarquia vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (SCTI) do Governo do Estado de São Paulo e gerida técnica e administrativamente pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), do Governo Federal, localizado no campus da Universidade de São Paulo (USP). O instituto envolve onze centros de Pesquisas voltadas às áreas do Ensino e Informação; Biotecnologia; Nanotecnologia; Energias Sustentáveis; Tecnologia Química e Meio Ambiente; Materiais; Radiações; Saúde e Energia Nuclear.
Seminário
O I Seminário dos Projetos de Inovação IPEN foi organizado pela equipe do Escritório de Gestão de Projetos (SEEGP), que tem como gerente o Sr. Fernando J. F. Moreira, como resultado do Edital COPDE 06/2020, que destinou R$12 milhões para pesquisas, conforme informou a diretora do IPEN, Dra. Isolda Costa, detalhando que os Projetos Intercentros do IPEN-CNEN geram inovações e contribuem para a geração e emissão de novas patentes com pesquisas nas diversas áreas relativas ao ambiente; envolvendo o saneamento da água; na área de saúde, para busca de soluções ao tratamento de câncer; como também o desenvolvimento de nanopartículas para aplicação em células de tumor em exames de radioterapia, entre outras inovações.
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- 08/05/2024 - Brasileiros criam bateria elétrica leve e flexívelNovo dispositivo é muito mais viável ecologicamente do que as baterias de lítio, segundo os pesquisadores
Novo dispositivo é muito mais viável ecologicamente do que as baterias de lítio, segundo os pesquisadores
Fonte: Ciclovivo
Você já se perguntou por que não existem aviões comerciais elétricos sem combustível? Se você tentar erguer os cerca de 250 kg da bateria de um carro elétrico com as próprias mãos, provavelmente encontrará a resposta. As baterias tradicionais precisam de grandes quantidades de barras de chumbo e também de água, que por si só é pesada. Além disso, essa água pode congelar nas baixas temperaturas das grandes altitudes. Parece inviável se o objetivo é levantar voo.Por isso, pesquisadores do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) e do programa de pós-graduação em Tecnologia Nuclear da USP criaram uma nova tecnologia para baterias, detalhada no Journal of Energy Storage, que viabiliza o armazenamento de energia em um dispositivo mais leve e sem os riscos de explosão ou congelamento.
A nova bateria é muito mais viável ecologicamente do que as baterias de lítio e 20 vezes mais leve que uma pilha de chumbo convencional. A invenção também pode funcionar em temperaturas extremas, inviáveis para as baterias encontradas hoje no mercado.
O dispositivo combina duas novidades da engenharia: as nanopartículas de chumbo, uma reinvenção em formato flexível dos eletrodos mais antigos - de quando o lítio ainda não dominava o mercado -, e uma membrana muito leve e compacta que substitui a água de uma pilha comum.
Em vez de grandes cápsulas rígidas, o novo sistema se apresenta como uma fita flexível capaz de armazenar mais energia em um espaço muito menor. Isso é possível porque a área de contato do eletrodo, o chumbo partido em milhões de pedacinhos, é muito maior que a de uma barra.
Chumbo versus lítio
Os pesquisadores apontam que embora o chumbo tenha sido abandonado nos últimos anos, é um material muito mais seguro, fácil de ser reciclado e abundante que o lítio, usado nas cargas de celulares, computadores e carros modernos. "Já existem indústrias de reciclagem de chumbo; de lítio ainda não são comuns. As baterias de lítio se acumulam nos lixos eletrônicos e ‘se reza’ para não pegar fogo”, avalia Rodrigo Fernando Brambilla de Souza, pesquisador a frente do trabalho.
Para funcionar como pilha, o lítio precisa do cobalto, cuja mineração causa um enorme impacto no meio ambiente. "Há poucas reservas de cobalto na América do Sul e na África, que estão se esgotando, e é difícil de reaproveitar porque há o risco de incêndio ao abrir a bateria e tentar reaproveitar o material”, explica ele.
Segundo Almir de Oliveira Neto, pesquisador do Ipen e orientador no programa de Tecnologia Nuclear da USP, as baterias de lítio surgiram por serem mais leves do que as de chumbo, o que deixa de ser uma vantagem com a nova invenção brasileira. "A partir do momento que você diminui o peso dessas baterias, elas podem ser aplicadas em outros dispositivos que não eram pensados anteriormente”. Isso inclui toda sorte de celulares, computadores e outros dispositivos eletrônicos.
Embora o chumbo seja usado em baterias há mais de 150 anos, ainda existe muito a ser extraído e o que já foi retirado pode ser facilmente reciclado. "Nossa proposta precisa de menos chumbo por bateria. Isso a torna bem mais sustentável”, relata Rodrigo de Souza.
Versatilidade e segurança
As baterias são a fonte mais popular de energia móvel, embora já existam alternativas. Uma grande vantagem da tecnologia brasileira é a leveza e a flexibilidade.
Além disso, o novo modelo de armazenamento de energia funcionaria praticamente da mesma maneira tanto no nível do mar quanto em um satélite, o que aumenta a segurança, segundo Rodrigo.
"Uma bateria de lítio em uma temperatura muito alta pode vir a explodir. Uma bateria de chumbo ou de níquel-cádmio tem problemas ou não funciona de forma adequada em temperaturas muito abaixo de zero porque a água congela, e essa não tem água.” A bateria brasileira pode operar em temperaturas que vão de -20ºC até cerca de 120ºC.
De acordo com Edson Pereira Soares, especialista em baterias do Ipen que trabalhou no projeto, os novos recursos nos automóveis sempre vêm acompanhados pelo aumento do peso das baterias, mesmo em veículos a combustão. "Se aumentar a autonomia do veículo, vai ter que aumentar o dispositivo de geração de energia, que ainda corre o risco de promover a explosão e o incêndio”. Em dispositivos de chumbo, não há esse perigo, segundo Almir.
A matéria completa de Ivan Conterno do Jornal da USP explica como funciona a nova bateria com nanopartículas de chumbo - veja aqui.
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- 08/05/2024 - IPEN e USP, desenvolvem baterias leves para futuros aviões elétricosCarros elétricos são comuns, mas aviões elétricos não. diante disso, pesquisadores do IPEN e da USP criaram baterias de chumbo inovadoras.
Carros elétricos são comuns, mas aviões elétricos não. diante disso, pesquisadores do IPEN e da USP criaram baterias de chumbo inovadoras.
Fonte: Engenharia éSe a presença de carros elétricos nas garagens já é uma realidade, por que ainda não vemos aviões voando com essa mesma energia? A resposta reside, em grande parte, na questão do armazenamento de energia, evidenciada pela dificuldade de manipular as cerca de 250 kg de uma bateria de carro elétrico.Além disso, as baterias convencionais enfrentam desafios como a necessidade de água, um componente pesado e suscetível a congelamento em altitudes elevadas.Diante desses obstáculos, pesquisadores do IPEN (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares) e da USP (Universidade de São Paulo) desenvolveram uma tecnologia inovadora para baterias à base de chumbo, oferecendo um armazenamento de energia mais leve e seguro, sem os riscos de explosão ou congelamento.Apesar do uso de chumbo, essa nova bateria se destaca ecologicamente em relação às baterias de íons de lítio, sendo 20 vezes mais leve do que as baterias de chumbo convencionais encontradas em carros a combustão. Além disso, sua versatilidade permite operar em temperaturas extremas, algo inviável para as baterias disponíveis no mercado atualmente.Aprimorando a tecnologia de baterias de chumboEssa nova bateria resulta da combinação de duas inovações de engenharia: o chumbo em forma de nanopartículas, uma reinvenção dos eletrodos utilizados anteriormente, e uma membrana extremamente leve e compacta que substitui a água presente nas baterias convencionais.Ao invés de grandes estruturas rígidas, o sistema se apresenta como uma fita flexível capaz de armazenar mais energia em um espaço significativamente menor. Isso se deve à ampliação da área de contato do eletrodo, que, ao ser dividido em milhões de nanopartículas de chumbo, aumenta consideravelmente essa área.Apesar do declínio no uso do chumbo, este material é mais seguro, facilmente reciclável e abundante em comparação com o lítio, frequentemente utilizado em baterias modernas. Além disso, as baterias de lítio têm sido associadas a problemas de reciclagem e dependem do cobalto, cuja extração causa impactos ambientais significativos.Potencial para diversas aplicaçõesAo reduzir o peso das baterias, abre-se um leque de possibilidades de aplicação em dispositivos antes não considerados, como celulares, computadores e outros aparelhos eletrônicos.A tecnologia combina nanopartículas de chumbo, com dimensões de 35 nanômetros de comprimento por 5 nanômetros de espessura, depositadas sobre uma camada de carbono e sustentadas por uma membrana plástica compacta. Isso resulta em uma célula a combustível PEM (membrana de troca de prótons), onde os prótons de hidrogênio se deslocam do polo negativo para o positivo através da membrana.Essa abordagem elimina a necessidade de água, substituída pela membrana plástica, e aumenta a capacidade de armazenamento de energia da bateria como um todo. Além disso, a flexibilidade do eletrodo de chumbo permite sua adaptação a diversas superfícies, tornando a bateria mais versátil.Um avanço globalEssa pesquisa representa um avanço significativo no cenário global, pois nos últimos anos os progressos em baterias de chumbo haviam se limitado a aditivos para reduzir a formação de crostas nos eletrodos convencionais.Os protótipos desenvolvidos têm aproximadamente 5 cm2 de área e uma espessura de 1,2 milímetro, mas a tecnologia pode ser facilmente escalonada. Além disso, essas baterias brasileiras são capazes de operar em uma ampla faixa de temperaturas, de -20 ºC a cerca de 120 ºC, e demonstraram estabilidade em testes de 500 ciclos de carga e descarga. -
- 07/05/2024 - Brasileiros criam bateria elétrica leve, flexível e sustentávelO novo tipo de bateria de chumbo, que usa nanotecnologia aliada a células de hidrogênio, foi totalmente desenvolvido no Centro de Células a Combustível e Hidrogênio do Ipen, em São Paulo
O novo tipo de bateria de chumbo, que usa nanotecnologia aliada a células de hidrogênio, foi totalmente desenvolvido no Centro de Células a Combustível e Hidrogênio do Ipen, em São Paulo
Fonte: Jornal da USP
Você já se perguntou por que não existem aviões comerciais elétricos, sem combustível? Se você tentar erguer os cerca de 250 kg da bateria de um carro elétrico com as próprias mãos, provavelmente encontrará a resposta. As baterias tradicionais precisam de grandes quantidades de barras de chumbo e também de água, que por si só é pesada. Além disso, essa água pode congelar nas baixas temperaturas das grandes altitudes. Parece inviável se o objetivo é levantar voo.
Por isso, pesquisadores do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) e do programa de pós-graduação em Tecnologia Nuclear da USP criaram uma nova tecnologia para baterias, detalhada no Journal of Energy Storage, que viabiliza o armazenamento de energia em um dispositivo mais leve e sem os riscos de explosão ou congelamento.
A nova bateria é muito mais viável ecologicamente do que as baterias de lítio e 20 vezes mais leve que uma pilha de chumbo convencional. A invenção também pode funcionar em temperaturas extremas, inviáveis para as baterias encontradas hoje no mercado.
O dispositivo combina duas novidades da engenharia: as nanopartículas de chumbo, uma reinvenção em formato flexível dos eletrodos mais antigos — de quando o lítio ainda não dominava o mercado —, e uma membrana muito leve e compacta que substitui a água de uma pilha comum.
Em vez de grandes cápsulas rígidas, o novo sistema se apresenta como uma fita flexível capaz de armazenar mais energia em um espaço muito menor. Isso é possível porque a área de contato do eletrodo, o chumbo partido em milhões de pedacinhos, é muito maior que a de uma barra.
Sustentabilidade
Embora o chumbo tenha sido abandonado nos últimos anos, é um material muito mais seguro, fácil de ser reciclado e abundante que o lítio, usado nas cargas de celulares, computadores e carros modernos. "Já existem indústrias de reciclagem de chumbo; de lítio ainda não são comuns. As baterias de lítio se acumulam nos lixos eletrônicos e se reza para não pegar fogo”, avalia Rodrigo Fernando Brambilla de Souza, pesquisador a frente do trabalho.
Para funcionar como pilha, o lítio precisa do cobalto, cuja mineração causa um enorme impacto no meio ambiente. "Há poucas reservas de cobalto na América do Sul e na África, que estão se esgotando, e é difícil de reaproveitar porque há o risco de incêndio ao abrir a bateria e tentar reaproveitar o material”, explica ele.
Segundo Almir de Oliveira Neto, pesquisador do Ipen e orientador no programa de Tecnologia Nuclear da USP, as baterias de lítio surgiram por serem mais leves do que as de chumbo, o que deixa de ser uma vantagem com a nova invenção brasileira. "A partir do momento que você diminui o peso dessas baterias, elas podem ser aplicadas em outros dispositivos que não eram pensados anteriormente”. Isso inclui toda sorte de celulares, computadores e outros dispositivos eletrônicos.
Embora o chumbo seja usado em baterias há mais de 150 anos, ainda existe muito a ser extraído e o que já foi retirado pode ser facilmente reciclado. "Nossa proposta precisa de menos chumbo por bateria. Isso a torna bem mais sustentável”, relata Rodrigo de Souza.
Versatilidade e segurança
As baterias são a fonte mais popular de energia móvel, embora já existam alternativas. Uma grande vantagem da tecnologia brasileira é a leveza e a flexibilidade.
Além disso, o novo modelo de armazenamento de energia funcionaria praticamente da mesma maneira tanto no nível do mar quanto em um satélite, o que aumenta a segurança, segundo Rodrigo. "Uma bateria de lítio em uma temperatura muito alta pode vir a explodir. Uma bateria de chumbo ou de níquel-cádmio tem problemas ou não funciona de forma adequada em temperaturas muito abaixo de zero porque a água congela, e essa não tem água.” A bateria brasileira pode operar em temperaturas que vão de -20ºC até cerca de 120ºC.
De acordo com Edson Pereira Soares, especialista em baterias do Ipen que trabalhou no projeto, os novos recursos nos automóveis sempre vêm acompanhados pelo aumento do peso das baterias, mesmo em veículos a combustão. "Se aumentar a autonomia do veículo, vai ter que aumentar o dispositivo de geração de energia, que ainda corre o risco de promover a explosão e o incêndio”.
Em dispositivos de chumbo, não há esse perigo, conta Almir. "A bateria de chumbo é a mais confiável de todas”.
Como funciona
As células com inúmeras nanopartículas de chumbo ficam sobre uma camada de carbono. A corrente elétrica caminha pelo carbono na parte exterior, que nos testes se mostrou estável por 500ciclos de carga e descarga.
Esses micro pedacinhos de chumbo têm 35 nanômetros de comprimento e 5 nanômetros de espessura. Isso é muito menor que um grão de poeira e até difícil de imaginar, já que um nanômetro equivale a um milímetro dividido por 1 milhão de partes iguais.
Em uma membrana plástica compacta chamada célula a combustível PEM (proton-exchange membrane) ficam grudadas uma célula positiva de um lado e uma negativa do outro. As partículas positivas (prótons de hidrogênio) caminham do polo negativo para o positivo através dessa membrana. Ela substitui a água que seria usada em uma pilha comum. "As células de chumbo são condicionadas para que uma vire o polo positivo e outra, negativo”, explica Rodrigo.
O eletrodo de chumbo passa a ter uma área de contorno da superfície maior quando está dividido. É nessa área exposta que ocorrem as trocas de prótons. Por isso, esse fracionamento do chumbo aumenta a capacidade de armazenamento de energia da bateria como um todo. Se fossem barras, somente a parte de fora seria aproveitada. Também por serem pedacinhos muito pequenos, o eletrodo pode ser dobrado e adaptado a qualquer superfície.
A pesquisa representa um salto de qualidade pois, nos últimos dez anos, os únicos avanços com baterias de chumbo tinham sido aditivos para diminuir o acúmulo de crostas nos eletrodos convencionais.
Quem se interessa por química percebe que a equação usada nessa bateria é parecida com o que se vê na escola. A única diferença é a estrutura, como explica Victória Amatheus Maia, aluna de doutorado do Programa de Tecnologia Nuclear e responsável pela obtenção das nanofolhas de chumbo.
"É uma membrana polimérica que vai servir para levar os compostos de hidrogênio. Os elétrons passam por fora, um circuito elétrico onde a energia é utilizada, enquanto por dentro da membrana vai o próton. Tem os eletrodos, cátodo e ânodo, como se fosse uma pilha convencional”.
Cada célula do protótipo tem aproximadamente 5 cm² e espessura de 1,2 milímetros. Variações e peças muito maiores já podem ser feitas, o que só depende de mais investimento. "Variando a proporção de chumbo e carbono é possível obter outros armazenadores de energia, que vamos abordar em outros trabalhos”, adianta Rodrigo aos interessados.
Mais informações: e-mails aolivei@ipen.br, com Almir de Oliveira Neto; epsoares@ipen.br, com Edson Pereira Soares; souza.rfb@gmail.com, com Rodrigo Fernando Brambilla de Souza; victoriamaia13@gmail.com, com Victoria Amatheus Maia
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- 06/05/2024 - IPEN descontamina material documental do INPE/MCTI por processo de irradiaçãoO Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), unidade do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), identificou recentemente que grande parte da Massa Documental Acumulada (MDA) do Serviço de Administração de Cachoeira Paulista (SEACP), unidade localizada em Cachoeira Paulista - SP, havia sido contaminada por roedores.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), unidade do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), identificou recentemente que grande parte da Massa Documental Acumulada (MDA) do Serviço de Administração de Cachoeira Paulista (SEACP), unidade localizada em Cachoeira Paulista - SP, havia sido contaminada por roedores.
Fonte: INPE
A Comissão Permanente de Avaliação de Documentos e Acesso à Informação do INPE (CPADAI/INPE) entrou em contato com o Centro de Tecnologias das Radiações do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) solicitando o uso do Irradiador Multipropósito Cobalto-60, sem custo para o INPE, com o objetivo de desinfestar e reduzir a carga bacteriana do material documental.
O tratamento realizado consiste em irradiar os materiais infestados, promovendo a descontaminação dos documentos, permitindo que o material seja manuseado sem colocar em risco a saúde dos funcionários. Nesse procedimento não há resíduo radioativo, após passar pelo processo de higienização, o material fica disponível para manuseio sem necessidade de passar por período de quarentena.
A documentação contaminada foi armazenada em 55 caixas e encaminhada para o IPEN em São Paulo - SP nos dias 16 e 17 de abril de 2024. A documentação recebeu a radiação e retornou à Unidade do INPE em Cachoeira Paulista, onde passará pelo processo de higienização por empresa especializada contratada.
A CPADAI/INPE e o SEACP do INPE agradecem o CETER/IPEN pela colaboração prestada no uso do Irradiador Multipropósito de Cobalto-60, que muito irá contribuir para a recuperação, tratamento e preservação da Massa Documental desta instituição.
Comissão Permanente de Avaliação de Documentos e Acesso à Informação do INPE (CPADAI/INPE)
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- 05/05/2024 - USP lança a campanha 'Vamos Ajudar as Vítimas das Enchentes no RS'Campanha conta com a parceria da Unesp, Unicamp, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina (HCFMUSP) e Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo (Fusp)
Campanha conta com a parceria da Unesp, Unicamp, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina (HCFMUSP) e Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo (Fusp)
Fonte: Jornal da USP
A USP, em parceria com a Universidade Estadual Paulista (Unesp), a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP) e a Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo (Fusp), está arrecadando água potável e material de limpeza, como água sanitária, sabão em pó, panos de chão e desinfetante, para a população do Estado do Rio Grande do Sul, que enfrenta a pior enchente de sua história. Alunos, professores, servidores técnicos e administrativos da Universidade e a comunidade em geral podem fazer suas doações.
Na USP, a campanha "Vamos Ajudar as Vítimas das Enchentes no RS” está sendo feita em todos os campi da Universidade e o material deverá ser arrecadado até a próxima quarta-feira, dia 8 de maio, quando será encaminhado para a Defesa Civil do Estado de São Paulo, que levará os produtos arrecadados até o RS.
"É importante pensarmos no papel da limpeza de hospitais e locais públicos após as águas baixarem. Em uma situação dessas, é essencial atuar para evitar surtos de doenças transmissíveis entre a população”, destaca o reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior.
Também é possível que as doações, em qualquer valor, sejam feitas via pix pelo e-mail pixfsantander@fusp.org.br
A Fusp doará o equivalente ao valor arrecadado, até o total de R$ 200 mil. Na quarta-feira, dia 8, no final da tarde, as doações via pix serão transformadas em produtos.
Locais de entrega das doações na USP
- No campus da USP no Butantã, as doações podem ser feitas no galpão da Incubadora USP/Ipen, próximo ao Hospital Universitário (Av. Prof. Ernesto de Moraes Leme, 400). O local estará aberto 24 horas.
- No Quadrilátero Saúde/Direito: na Escola de Enfermagem (EE) há um ponto de coleta próximo à entrada do prédio principal; na Faculdade de Medicina, a coleta é feita em frente à Comissão de Benefícios (CBSS).
- Em Bauru, os produtos podem ser entregues nas portarias 1 e 2 de veículos; portaria social da FOB; Centro Cultural; Portaria da Triagem/Urgência; Clínica de Fonoaudiologia; Pós-Graduação; Corredores Inferiores da FOB (piso pedra portuguesa); Ginásio de Esportes; Portaria Interna FMBRU/HRAC/HC Bauru e Superintendência do HRAC-USP.
- Em São Carlos, os locais que recebem as doações são no térreo do edifício E1 (Espaço Primavera da EESC), na área 1; e no CAD, na área 2 do campus.
- A Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz” (Esalq), em Piracicaba, disponibilizou o Edifício Central para receber as doações.
- No campus de Lorena, as doações podem ser deixadas na sala próxima ao anfiteatro na área 1 e, na área II, as doações podem ser deixadas na Gerência (Demar), ao lado da Secretaria do Departamento.
- No Campus Fernando Costa, em Pirassununga, são cinco locais para a entrega: Edifício João Soares Veiga; Prédio Central; Centro de Vivência; Departamento de Engenharia de Alimentos (ZEA) e Departamento de Medicina Veterinária (ZMV).
- Em Ribeirão Preto, as doações podem ser entregues nas Unidades de Ensino e Pesquisa e no prédio da Administração da Prefeitura do Campus.
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- 02/05/2024 - Decisão da ANVISA retoma o risco de desabastecimento de radiofármacos usados para tratamentos e diagnósticos em medicina nuclearFonte: Petronotícias
O Brasil sofre há anos de um problema crônico em um dos pilares de seu sistema de saúde: o abastecimento de radiofármacos. Esses medicamentos são usados não apenas no diagnóstico, mas também no tratamento de graves doenças, sobretudo o câncer. Apesar da flexibilização do monopólio estatal para a produção de radiofármacos de meia-vida longa (maior que duas horas), promulgada em abril de 2022, existem condições no Brasil que ainda impedem o pleno abastecimento do mercado nacional. Há amarras que impossibilitam a entrada de investimentos privados no setor e, com isso, quem acaba sofrendo são aqueles que estão na ponta da linha – os pacientes. Recentemente, um novo imbróglio envolvendo uma decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) trouxe mais uma dor de cabeça para o segmento de medicina nuclear no Brasil. Segundo especialistas, a medida coloca em xeque a importação de radiofármacos e, consequentemente, a segurança no abastecimento desses produtos no Brasil.
Para entender a situação, o Petronotícias convida seus leitores para uma rápida retrospectiva. Vamos voltar ao ano de 2021, quando a pandemia de covid-19 ainda atormentava o país. Em virtude da situação sanitária e de todas as restrições de logística de transporte naquela época, a importação de radiofármacos para o Brasil ficou prejudicada. Outro problema naquele período era a situação econômica do Instituto de Pesquisa Energéticas e Nucleares (IPEN) que chegou a paralisar sua produção de radiofármacos em 2021 por falta de recursos.
Uma solução temporária encontrada naquele período veio da Anvisa, que editou a Resolução da Diretoria Colegiada 567 – também chamada de RDC da Excepcionalidade. A norma trouxe os critérios e procedimentos para importação de alguns radiofármacos que ainda não possuem registro na Anvisa, em caráter de excepcionalidade. Os medicamentos autorizados no texto podem ser importados por órgãos e entidades públicas e por pessoas jurídicas de direito privado, incluindo os estabelecimentos e serviços de saúde. A validade da RDC já foi ampliada diversas vezes e, no último mês de março, a diretoria da Anvisa prorrogou, com alterações, a vigência do documento até março de 2025.
Juntamente com essa prorrogação de prazo, a agência alterou a lista de radiofármacos que podem ser importados por meio da RDC da Excepcionalidade. Além de ter retirado alguns medicamentos da relação, ela deixou de incluir outros. É importante lembrar que a resolução foi editada pela primeira vez em 2021. Desde então, novos radiofármacos surgiram no mercado – e há demanda por esses produtos no Brasil. A diretora da empresa Theia Nuclear, Ana Celia Sobreira, lembra do caso do medicamento Trodat, que é usado para diagnosticar Parkinson e outras doenças neurodegenerativas. "Mantida a lista como está, apenas uma empresa pode oferecê-lo, acobertada por uma liminar judicial. É um produto cuja demanda está bem elevada”, explicou.
A especialista mostra preocupação também com a exclusão de um dos produtos da lista da RDC da Excepcionalidade, o iodo-131, usado para diagnóstico e terapia de câncer de tireoide. "Segundo as projeções do mercado, o IPEN deveria suprir o país com aproximadamente 100Ci de iodo-131 semanalmente para atender à demanda. Atualmente, o IPEN está fornecendo entre 40 e 45 Ci, o que já evidencia uma defasagem significativa em relação à necessidade do mercado”, alertou. Há registros também de atrasos e redução de atividades em geradores de tecnécio-99m.
Ana Celia lamenta que a Anvisa tomou as decisões sem ouvir amplamente o mercado. De acordo com ata da reunião da diretoria da agência, apenas o IPEN e duas empresas privadas foram consultadas sobre a possibilidade de abastecerem o mercado. "A Anvisa deveria ter envolvido não apenas algumas empresas privadas, mas também a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear e a Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (ABDAN) em suas deliberações. A inclusão de todas as partes interessadas ou de suas representações garantiria uma abordagem mais abrangente e equitativa no processo de tomada de decisões”, disse Ana Celia.
Além do iodo-131, o chamado Gerador de Tecnécio-99mtambém foi retirado da lista de excepcionalidade da RDC, reduzindo para dois o número de fornecedores desse produto no país – o IPEN e uma empresa privada.
O que dizem os agentes envolvidos
Em nota, a Anvisa explicou os motivos que a levaram a reduzir o número de radiofármacos que poderiam ser importados por meio da RDC da Excepcionalidade. Em nota encaminhada ao Petronotícias, a entidade disse que a resolução foi editada "para enfrentamento de situação de urgência, num contexto de escassez e constatada falta de radiofármacos provocada pela suspensão de fabricação pelo IPEN”. A agência acrescentou que a recente alteração prorrogou, uma vez mais, a vigência da RDC restringindo a excepcionalidade àqueles fármacos cujo risco de falta de abastecimento ainda enseja motivo de preocupação.
A Anvisa alegou ainda que "é fundamental priorizar o marco regulatório vigente para o registro, notificação, importação e controle de qualidade de radiofármacos – RDC nº 738/2022, que assegura a avaliação de qualidade, segurança e eficácia desses medicamentos”. E segue explicando que "as situações nas quais as medidas de flexibilização e/ou dispensa desses requisitos sejam estritamente necessárias, devem ser conduzidas em caráter excepcional e temporário”. Por esse motivo, a agência disse que retirou alguns dos produtos da lista de radiofármacos inclusos na RDC.
Sobre a situação do fornecimento de iodo-131, a agência afirmou que fez um levantamento de dados pela área de Portos, Aeroportos e Fronteiras (GGPAF) sobre as importações de radiofármacos e que não teria constado a importação desse produto utilizando a RDC n° 567/2021. "Ademais, verificou-se que o mercado estava abastecido para esse produto, uma vez que a sua fabricação foi reativada pelo IPEN, que é o maior fornecedor nacional e declarou suficiência para fornecimento de iodo”, justificou. Aqui, cabe lembrar ao leitor que o IPEN não produz o iodo-131. Ele importa, fraciona e distribui no mercado, sem o ônus do recolhimento de impostos. Da mesma forma, empresas privadas podem importar e entregar para o mercado a forma final do produto, sem manipulação.
O Petronotícias também questionou a Anvisa sobre o fato de não ter consultado amplamente o mercado sobre as mudanças na RDC. A agência disse que foram consultadas todas as empresas fabricantes dos produtos que ensejavam alguma preocupação quanto ao abastecimento. Declarou ainda que houve a consulta ao Instituto Nacional de Câncer (INCA) e a diversas áreas internas da Anvisa com capacidade para contribuir com o tema.
A nota da agência não explica, porém, porque não foram ouvidas entidades associativas do setor, que certamente poderiam contribuir para o debate. No mercado de medicina nuclear, a avaliação é de que o fato de a Anvisa não ter consultado todas as empresas que poderiam entregar iodo-131, outros radioisótopos e radiofármacos e ter consultado somente a GGPAF, pode ter deixado uma lacuna na informação, tendo em vista que empresas privadas poderiam estar se adequando para realizar a importação.
Procurada, a CNEN/IPEN ainda não havia enviado seu posicionamento até o momento da última edição desta reportagem. O espaço segue aberto para a entidade manifestar-se sobre a atual situação do abastecimento de radiofármacos no Brasil.
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- 24/04/2024 - Pesquisadores do IPEN/CNEN utilizam a arquitetura de células a combustível para inovar e aprimorar baterias de chumboO estudo, em fase de geração de patente, fornece insights sobre síntese, desempenho e perspectivas de uma nova arquitetura de bateria de chumbo-carbono, que pode revolucionar o domínio das soluções para armazenamento de energia
O estudo, em fase de geração de patente, fornece insights sobre síntese, desempenho e perspectivas de uma nova arquitetura de bateria de chumbo-carbono, que pode revolucionar o domínio das soluções para armazenamento de energia
Fonte: Jornal da Ciência
Imagine uma bateria automotiva com tamanho 90% menor e 20 vezes mais leve, mas com desempenho superior ao das atuais existentes no mercado hoje. Esta é uma das novidades que um grupo de pesquisadores do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) acaba de divulgar e que pode revolucionar o mercado de baterias de chumbo: uma bateria construída a partir da tecnologia de células a combustível com nano tecnologia.
O estudo, publicado em artigo no Jornal of Energy Storage, uma das revistas mais relevantes no meio energético internacional, e com a intenção de solicitação de patente já iniciada, explora a integração inovadora de uma bateria de chumbo-carbono com um conjunto eletrodo-eletrólito inspirado na arquitetura de uma célula a combustível de membrana de troca de prótons (PEM-FC), a mesma tecnologia aplicada nas modernas células a combustível de hidrogênio e outros materiais.
Unidade técnico-científica da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), localizada no campus da USP, em São Paulo, o IPEN tem excelência reconhecida na área de células a combustível e hidrogênio. Os resultados dessa pesquisa são mais um exemplo da expertise do Centro de Células a Combustível e Hidrogênio (CECCO) do Instituto.
Essa pesquisa envolveu outro Centro de referência do IPEN, o de Ciências e Tecnologia Nuclear (CECTM/IPEN). Os cientistas explicaram que o chumbo-carbono foi sintetizado pelo método de aquecimento e redução pelo efeito Joule – fenômeno físico que transforma energia elétrica em calor por meio da passagem de elétrons e agitação dos átomos –, o que permitiu a criação de uma bateria de chumbo superior às convencionais, com tamanho reduzido em 90% e 20 vezes mais leve.
Segundo Rodrigo Fernando Brambilla de Souza, pesquisador pós-doc no CECCO/IPEN, com experiência na área de química, enquanto o mercado aguarda a popularização das células a combustível, as baterias continuam a ser a principal fonte de energia móvel.
"As baterias de lítio, apesar de sua popularidade, causam um impacto ambiental significativo devido à mineração extensiva de cobalto e lítio. Nosso grupo de pesquisa no IPEN está reavaliando a bateria de chumbo-ácido e integrando as tecnologias desenvolvidas para as células a combustível, visando chegar a baterias de chumbo-ácido mais leves e flexíveis, e assim oferecer uma alternativa sustentável. Em nosso trabalho (https://doi.org/10.1016/j.est.2024.111418), apresentamos uma abordagem que combina três pilares: materiais avançados, design modular e flexível e tecnologia embarcada inteligente. Acreditamos que as baterias de chumbo-ácido reinventadas podem oferecer uma solução mais sustentável e acessível para a demanda por energia móvel”, conclui.
Aplicabilidades
A bateria de ácido-chumbo-carbono (CLAB) desenvolvida em laboratório surpreendeu os pesquisadores ao demonstrar uma alta capacidade específica. Graças à incorporação de carbono, os resultados apresentaram melhora na estabilidade das nanopartículas, proporcionando um desempenho altamente estável ao longo de muitos ciclos de carga e descarga com variações potenciais de descarga abaixo de 2%, ou seja, resultados bem superiores ao modelo de baterias de chumbo convencionais.
Esse inovador conjunto CLAB não apresenta apenas um desempenho estável, mas também um grande potencial para a construção de baterias de chumbo flexíveis, expandindo as possibilidades de aplicações da nova tecnologia.
Segundo o pesquisador Edson Pereira Soares, pós-doc no CCTM/IPEN, a publicação em formato de short comunication, ou seja, trabalho com um tema relevante no meio acadêmico e com a descoberta ainda não explorada na literatura, significa que o grupo está lançando uma ideia para o mundo científico e que outros pesquisadores podem aplicar e experimentar a descoberta.
Soares destaca ainda que o mais interessante no trabalho é que eles conseguiram construir um material armazenador de energia com uma propriedade que, a depender de como o dispositivo for montado, ele pode variar desde um capacitor, tornar-se um super capacitor e chegar a uma bateria de armazenamento de energia.
"Os estudos preliminares mostram que esse material possuí uma faixa muito grande de aplicação. Outros pesquisadores vão poder comprovar isso. Eles vão perceber que, utilizando os materiais estudados, existe uma variedade de aplicações no ganho e no armazenamento de energia, não só em baterias, mas em materiais leves, que podem servir tanto para a indústria de defesa, aeroespacial e automobilística quanto a indústria de eletroportáteis”, avalia Soares.
Inovação com PEM-FC
A tecnologia de baterias convencionais de chumbo-ácido (LAB), embora originada na segunda metade do século XIX, continua a desempenhar um papel importante no mercado global de baterias recarregáveis, amplamente utilizada nos setores automotivo e industrial devido às suas características de baixo consumo, custo, processos de fabricação maduros e reciclagem sustentável. No entanto, para novas aplicações que exigem um estado de carga parcial de alta taxa, como em veículos híbridos e aplicações específicas de armazenamento de energia na rede, o desempenho e a vida útil da bateria de chumbo-ácido convencionais são significativamente limitados devido ao desgaste e à sulfatação (sulfato de chumbo) das baterias.
A construção da bateria chumbo-carbono usando a arquitetura com membrana polimérica demonstrou ser promissora devido à estabilidade significativa apresentada durante os testes. A incorporação de carbono na estrutura de chumbo não só melhorou a estabilidade das nanopartículas, como também resultou num desempenho altamente estável da bateria. Além disso, o conjunto CLAB oferece potencial para a construção de baterias de chumbo flexíveis, ampliando assim o escopo de aplicações tecnológicas. A integração bem-sucedida da arquitetura PEM-FC na tecnologia CLAB abre caminhos para soluções inovadoras e flexíveis de armazenamento de energia.
Para o pesquisador titular do IPEN/CNEN, Almir Oliveira Neto, especialista nas áreas de físico-química e células à combustível ácidas e alcalinas, a escolha e utilização dos materiais foi o maior insightda pesquisa, pois, nos últimos 15 anos, os estudos se voltaram para o uso de aditivos a fim de diminuir a perda de atividade de uma placa nas baterias convencionais. Ao aplicar outras tecnologias, como as nanopartículas, este problema diminuiu, e então surgiu a possibilidade do desenvolvimento de dispositivos de armazenamento de energia híbridos.
"Hoje, as indústrias buscam um dispositivo que seja uma mistura entre um capacitor e um sistema de armazenamento. Com estes dispositivos híbridos, unindo estas duas funções, o mercado terá uma alta demanda de corrente de entrega e, na hora que você diminui essa demanda, ele passa a operar como uma bateria, com menor aquecimento”, explica Almir Neto.
O desenvolvimento da pesquisa contou com o apoio dos laboratórios: PEM-FC (Proton Exchange Membrane Fuel Cell) – Célula à Combustível de Membrana Polimérica Trocadora de Prótons do CECCO-IPEN e do Laboratório de Microscopia e Microanálise – LMM do CCTM-IPEN.
Célula a combustível PEM-FC
A tecnologia de funcionamento de células a combustível de membrana de troca de prótons (PEM-FC) funciona a partir de um componente principal, uma membrana polimérica que separa os eletrodos e permite a passagem dos prótons (íons) sendo resistente à passagem da corrente elétrica, atuando como eletrólito.A tecnologia aplicada às células de combustível está num estágio de desenvolvimento avançado, pois é reconhecida como a substituta dos motores de combustão interna nos automóveis e ônibus.
O Desafio das Baterias de Chumbo e a Revolução das Nano Partículas
As baterias de chumbo, embora amplamente utilizadas, apresentam limitações significativas em relação a peso e volume, pois são pesadas e ocupam muito espaço. Além disso, os ciclos de vida são limitados, de modo que a vida útil das baterias de chumbo é relativamente curta.
Asnano partículas prometem revolucionar as baterias de chumbo. As partículas ultrafinas de chumbo oferecem vantagens notáveis como o aumento da eficiência, permitindo maior densidade de energia e melhor desempenho.
A redução de tamanho e peso amplia suas aplicações garantindo maior durabilidade uma vez que as nano partículas prolongam a vida útil das baterias. Sem contar o fato de que essa nova tecnologia pode ser considerada mais sustentável e favorável ao meio ambiente.
Ascom Ipen
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- 05/04/2024 - USP e Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares inauguram nova incubadora de empresasA Unidade II da Incubadora USP-Ipen pretende atrair empreendimentos inovadores para a área da saúde e melhorar o diálogo da USP com a sociedade
A Unidade II da Incubadora USP-Ipen pretende atrair empreendimentos inovadores para a área da saúde e melhorar o diálogo da USP com a sociedade
Fonte: Jornal da USP
No dia 4 de abril, foi inaugurada a Unidade II da Incubadora USP-IPEN no campus USP da Capital. Com 29 instituições públicas e privadas envolvidas, o objetivo do novo espaço é atrair e sediar empreendimentos inovadores relacionados à área de Ciências da Vida, estimulando a participação de startups.
O reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior saudou a iniciativa, que valoriza o empreendedorismo na Universidade: "a USP precisa estar sempre ligada ao desejo da sociedade, às suas necessidades e aos desejos dos nossos jovens. Acredito que, para o ano que vem, teremos muitas possibilidades para os nossos alunos vivenciarem esse momento de inovação aqui na Universidade”.
O projeto tem o apoio do Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec) e da Agência USP de Inovação (Auspin), com auxílio da Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo (Fusp) para a realização das reformas no espaço e financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Sobre a importância da nova unidade da Incubadora, o coordenador da Auspin, Luiz Henrique Catalani, ressaltou que "nós estamos abrindo esse espaço como uma extensão da incubadora USP-Ipen, mas ele vai ter uma atividade ligeiramente diferente. Não serão só atividades de incubação, aqui serão agregadas empresas tecnológicas que são empreendimentos recentes, novos, em um nível mais avançado que o nível de aceleração”.
A nova unidade da Incubadora USP-Ipen possui dois galpões que totalizam 4 mil metros quadrados de área e mais um prédio administrativo, previsto para ter 1.300 metros quadrados. Ainda segundo Catalani, a vantagem do novo espaço é fazer fronteira com a USP. "A Unidade I está dentro do Ipen e sofre de todas as restrições dadas pelas legislações internacionais de acesso. Fazer fronteira com a USP vai ser o grande diferencial da Unidade II”, explica.
A cerimônia de inauguração também contou com a participação da vice-reitora Maria Arminda do Nascimento Arruda; dodiretor-executivo da Fusp, Marcílio Alves; e dadiretora-presidente do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT),Liedi Légi Bariani Bernucci.
"Vários dos nossos representantes tomaram assento em diversos setores e foram muitas as reuniões e oficinas realizadas. O resultado dessa conversa é que decidimos por tornar a Incubadora um hub de Ciências da Saúde, uma referência da área para todo o País, afirmou a diretora de Pesquisa, Desenvolvimento e Ensino do Instituto de Pesquisas Energéticas (IPEN), Isolda Costa”.
A diretora da Incubadora II USP-Ipen, Paula Helena Ortiz Lima, também se manifestou: "temos pensado muito naquilo que o Brasil coloca como prioridade nessa linha temática. Queremos que todos esses parceiros trabalhem juntos, cada um dentro da sua expertise, e consigam produzir tecnologias intensivas voltadas, principalmente, para a área da saúde”.
Texto de Bárbara Bigas, estagiária sob supervisão de Erika Yamamoto
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- 05/04/2024 - O pioneirismo das mulheres na ciência nuclear será o tema do 'Curie podcast' do Win Brasil com Isolda CostaEm 2024, no Mês da Mulher, o capítulo brasileiro da Women in Nuclear lançou o Curie Podcast, na plataforma Spotify.
A iniciativa partiu da gestão Diversidade & Inclusão dando sequência ao trabalho iniciado há quase 30 anos, sempre buscando o empoderamento das mulheres da área nuclear e trazendo inovação e desmistificação sobre o tema.
O primeiro episódio apresentou o time que tem Gabryele Moreira como presidenta e Karoline Suzart como vice-presidenta, ambas do IPEN. Neste segundo episódio, a entrevista é com a Superintendente do IPEN, Isolda Costa, que abre uma sequência de entrevistas com mulheres pioneiras no vasto campo nuclear.
O Curie Podcast da Win Brasil (@winbrasil_nuclear) também está no Instagram, no @curiepodcast.
A entrevista estará disponível a partir das 12h de 5 de abril de 2024.
Venha se inspirar com a gente! #vemserwinner
Para acessar:
https://open.spotify.com/show/36lz9KkdcTuYiapefiLxVv?si=f047fba002284b4c
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- 03/04/2024 - Centro de pesquisa brasileiro desenvolve protótipo de bateria nuclearDispositivo poderá gerar energia por centenas de anos sem necessidade de recarga
Dispositivo poderá gerar energia por centenas de anos sem necessidade de recarga
Fonte: UOLTexto: Yuri Vasconcelos/Revista Pesquisa FapespImagine um telefone celular cuja bateria dure anos e não precise ser plugado na tomada para recarregar. Ou um drone capaz de voar indefinidamente sobre a Amazônia, registrando focos de desmatamento e de mineração ilegal. Situações como essas poderão se tornar realidade, em algum tempo, com o início da produção comercial de novos sistemas de armazenamento de energia que usam material radioativo para gerar eletricidade ininterruptamente, por dezenas ou centenas de anos.Uma das inovações foi revelada no começo do ano pela startup chinesa Betavolt. A empresa desenvolveu uma bateria nuclear que poderá gerar energia por 50 anos sem necessidade de recarga. O dispositivo mede 15 milímetros (mm) de comprimento, por 15 mm de largura e 5 mm de espessura e opera a partir da conversão da energia liberada pelo decaimento de isótopos radioativos de níquel (Ni-63). Com 100 microwatts (µW) de potência e 3 volts (V) de tensão elétrica, o módulo é um projeto-piloto. A Betavolt planeja colocar no mercado em 2025 uma versão mais potente da bateria, com 1 watt (W). Ela tem função modular e, de acordo com a startup, poderá ser empregada em série para energizar drones ou celulares.O Brasil tem estudos na área. Uma equipe do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), uma unidade técnico-científica da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), com sede em São Paulo, apresentou no fim de 2023 o primeiro protótipo de uma bateria nuclear termelétrica feito no país. O princípio de funcionamento do dispositivo, também conhecido como gerador termelétrico radioisotópico (RTG), é diferente do sistema da Betavolt: uma corrente elétrica é produzida a partir da conversão do calor gerado pela desintegração de um isótopo de amerício (Am-241). No módulo chinês, partículas beta (elétrons) transformam-se em corrente elétrica por meio de um sistema conversor específico.O processo de decaimento ou desintegração radioativa ocorre quando o núcleo instável de um elemento químico se transforma no núcleo de outro elemento, que tem menos energia. O processo libera radiação eletromagnética e pode emitir partículas. Esse fenômeno é caracterizado pela meia-vida, que é o tempo necessário para que metade dos átomos do isótopo radioativo presente em uma amostra se desintegre."Durante nosso desenvolvimento, tivemos que dimensionar um módulo gerador termelétrico, responsável por converter a energia térmica em elétrica”, explica o engenheiro químico e doutor em tecnologia nuclear Carlos Alberto Zeituni. Ele é o gerente do Centro de Tecnologia das Radiações (Ceter) do Ipen, uma das unidades envolvidas no projeto – a outra é o Centro de Engenharia Nuclear (Ceeng).A principal vantagem das baterias nucleares é a possibilidade de fornecer carga durante um longo período de tempo. "Uma bateria química convencional dura cinco anos, enquanto uma de lítio chega a 10 anos. As nucleares podem ter duração de 50, 100 anos ou mais, dependendo do material radioativo utilizado. A nossa, estimamos que vá durar mais de 200 anos”, diz Zeituni.O Ipen não mediu a potência do módulo, cuja tensão elétrica é de apenas 20 milivolts (mV). O próximo passo, segundo o centro, é construir uma versão com 100 miliwatts (mW) de potência, capaz de controlar uma estação meteorológica remota ‒ a tensão dependerá do termelétrico empregado. A pesquisa, iniciada há dois anos, vem sendo financiada por uma empresa nacional interessada em comercializar a tecnologia. Por contrato, seu nome não pode ser revelado.Para criar o módulo, os pesquisadores do Ipen utilizaram 11 fontes de amerício que eram originalmente empregadas em equipamentos de medição de espessura de chapas. Para eliminar o risco de vazamento do material radioativo, as fontes foram empilhadas e encapsuladas em um tubo de alumínio."O parâmetro inicial de todo o projeto nuclear tem que ser a segurança. A bateria só será comercializada quando houver garantia de que o risco de vazamento é nulo. Por isso, vamos usar um duplo ou triplo encapsulamento do material radioativo e realizaremos testes de impacto e de quebra”, esclarece o engenheiro mecânico Eduardo Lustosa Cabral, pesquisador do Ceeng que participa do projeto.Rovers da NasaBaterias nucleares como as projetadas pelo Ipen e Betavolt começaram a ser estudadas no início do século passado. Não há ainda fabricação comercial desses dispositivos. A produção, limitada, é feita principalmente por governos de países que dominam a tecnologia nuclear ‒ como Estados Unidos, Rússia, França, China e Inglaterra – e centros de pesquisa, geralmente estatais.A tecnologia é empregada em dispositivos situados em lugares de difícil acesso, como faróis em ilhas desertas, cavernas, fundo do mar e laboratórios no Ártico e na Antártida. Na década de 1970, foram utilizadas na área da saúde. "Baterias nucleares de plutônio-238 foram usadas em marcapassos, aparelhos que monitoram e regulam os batimentos do coração, implantados em mais de 300 pessoas. Não houve nenhum relato de vazamento ou falha”, conta a engenheira química e doutora em tecnologia nuclear Maria Alice Morato Ribeiro, pesquisadora do Ceeng e líder do grupo.Os rovers da agência espacial norte-americana Nasa empregam esse tipo de tecnologia, bem como a sonda espacial Voyager, lançada ao espaço em 1977 – suas baterias nucleares são usadas para girar os painéis solares que fornecem energia para a nave. Na mesma linha, o dispositivo desenvolvido no Ipen será destinado a aplicações em locais remotos."O uso dessa tecnologia é restrito por causa do custo de fabricação, da disponibilidade de matéria-prima e da dificuldade de produção, a começar pela manipulação e encapsulamento do material radioativo”, informa Ribeiro. É preciso muito cuidado para evitar vazamento durante a fabricação e a operação do dispositivo. Outra dificuldade diz respeito ao fato de toda a parte elétrica estar exposta à radiação, o que pode acarretar danos ao sistema. Tudo precisa ser muito bem selado.Dura competiçãoPara o físico Hudson Zanin, da Faculdade de Engenharia Elétrica da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e coordenador de uma pesquisa que visa desenvolver uma bateria à base de sódio (ver Pesquisa FAPESP no 329), o trabalho feito no Ipen é promissor, mas terá que superar desafios para resultar em um produto comercial."Em um momento que se discute como passar para uma sociedade 100% elétrica e baseada em fontes renováveis de energia, que irão substituir os combustíveis fósseis, o armazenamento de energia é uma tecnologia-chave. Por isso, o desenvolvimento dos mais diferentes tipos de baterias, inclusive essa do Ipen, é importante”, afirma."O longo tempo de operação sem recarga das baterias nucleares é seu grande diferencial, mas elas precisam evoluir para aumentar a tensão de saída”, ressalva o físico da Unicamp. "Além disso”, destaca, "irão enfrentar uma dura competição com outras tecnologias avançadas, mais baratas e já estabelecidas, como as baterias de lítio-fosfato-ferro (LFP) e de níquel-cobalto-manganês (NCM)”. -
- 29/03/2024 - USP e Unicamp desenvolvem projetos de bateria infinitaNovos dispositivos capazes de gerar energia por longos períodos de tempo sem a necessidade de recarga vão transformar a economia mundial
Novos dispositivos capazes de gerar energia por longos períodos de tempo sem a necessidade de recarga vão transformar a economia mundial
Fonte: Isto É
Uma equipe de cientistas do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), vinculado à Universidade de São Paulo (USP), trabalha em um projeto revolucionário: um protótipo de bateria nuclear termoelétrica que pode fornecer energia por mais de dois séculos.
Apresentada à comunidade acadêmica no final do ano passado, essa inovação é capaz de gerar eletricidade sem a necessidade de qualquer forma de recarga, representando um avanço notável na busca por soluções energéticas duradouras. A tecnologia pioneira, baseada na conversão de calor em energia elétrica, promete uma solução de longo prazo para aplicações que requerem fontes de energia confiáveis e praticamente inesgotáveis.
Além da pesquisa do IPEN, outra vertente de bateria infinita está sendo produzida no Brasil. Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) estão desenvolvendo o primeiro protótipo de uma bateria feita à base de sódio.
Seria algo inédito até o momento, uma vez que as baterias geralmente são feitas de lítio, devido à sua maior duração e capacidade de armazenamento de energia.
O físico Hudson Zanin, líder do projeto de pesquisa, argumenta que os módulos de sódio possuem vantagens competitivas futuras."O sódio é um insumo acessível e disponível em qualquer país. Seu refino em larga escala proporcionará maior viabilidade econômica em relação à de lítio, que enfrentará fortes demandas no mercado”.
Made in China
A startup chinesa Betavolt lançou, no início do ano, uma bateria que poderia durar cerca de cinquenta anos. O aparelho é o primeiro dispositivo do mundo a miniaturizar a energia atômica.
Essa bateria contém isótopos de níquel-63 agrupados dentro de um dispositivo de tamanho inferior ao de uma moeda.
Em 2025, a Betavolt pretende lançar no mercado uma versão de maior potência que poderá energizar celulares, drones, marca-passos e corações artificiais.
As baterias nucleares hoje são usadas apenas em lugares remotos, como faróis em ilhas desertas, satélites e rovers da NASA enviados a Marte, como o Curiosity.
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- 28/03/2024 - Finep e FAPESP financiando startupsEvento da Agência USP de Inovação apresentará as linhas de financiamento das duas agências voltadas a pequenas empresas
Evento da Agência USP de Inovação apresentará as linhas de financiamento das duas agências voltadas a pequenas empresas
Fonte: Agência FAPESP
A Agência USP de Inovação (Auspin) promoverá, na próxima quinta-feira (04/04), o encontro "Finep e FAPESP financiando startups”. O evento abordará as linhas de financiamento da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da FAPESP para incentivar as startups.
Os participantes terão a chance de conhecer e se aprofundar nas linhas de financiamento dos órgãos de fomento, com a apresentação dos programas, exigências e formatos para apresentação de projetos de inovação e empreendedorismo.
Além das palestras com as agências financiadoras, haverá a inauguração da Unidade 2 da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de São Paulo, mantida pela Universidade de São Paulo (USP) e o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) sob gestão do Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), que tem como objetivo criar e operacionalizar um ambiente catalisador de inovação, de referência internacional, para colaboração entre instituições públicas, privadas e academia, a fim de desenvolver novos empreendimentos intensivos em conhecimento e tecnologias em ciências da vida.
Na parte da manhã, a partir das 10h30, o encontro será realizado na av. Prof. Ernesto de Moraes Leme, 400, Cidade Universitária, São Paulo.
À tarde, a partir das 13h30, o evento ocorrerá no Auditório da Inova USP, av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 370, Cidade Universitária, São Paulo.
As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pela página do evento na plataforma Sympla.
Mais informações: www.inovacao.usp.br/financiandostartups/.
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- 26/03/2024 - Treinamento técnico em espectroscopia Raman de tecidos biológicos no IpenCandidato deve ter experiência em análises estatísticas descritivas e multivariadas, bem como em programação com linguagem R ou Phyton
Candidato deve ter experiência em análises estatísticas descritivas e multivariadas, bem como em programação com linguagem R ou Phyton
Uma vaga de treinamento técnico nível quatro A (TT-4A) com bolsa da FAPESP está disponível pelo projeto "Caracterização fenotípica por microscopia Raman, ters e snom em fibras musculares esquelética de camundongos”. O prazo de inscrição vai até domingo (31/03).O projeto é conduzido no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen).
O candidato deve ter experiência em técnicas de espectroscopia Raman aplicada a biotônica para tecidos celulares. Além disso, é importante experiência em análises estatísticas descritivas e multivariadas, destacando análise de componente principal e tendo como diferencial análise discriminante por mínimos quadrados parciais.
Deseja-se experiência em programação com linguagem R ou Phyton para desenvolvimento de modelos de classificação supervisionados usando machine learning.
Mais informações sobre a vaga e as inscrições em: www.fapesp.br/oportunidades/6848/.
A vaga em TT-4A tem valor de R$ 6.242,40 mensais. Essa bolsa FAPESP é voltada para especialistas em tecnologia da informação com pelo menos quatro anos de experiência após a graduação, que não tenham vínculo empregatício e possam se dedicar de 16 a 40 horas semanais às atividades de apoio ao projeto de pesquisa.
Mais informações sobre as bolsas de Treinamento Técnico da FAPESP: www.fapesp.br/bolsas/tt.
Outras vagas de bolsas, em diversas áreas do conhecimento, estão no site FAPESP-Oportunidades, em www.fapesp.br/oportunidades.