Clipping de Notícias
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- 04/03/2019 - Marginal da SP-310 é interditada após acidente com carro que transportava material radioativo (G1)Bombeiros e Polícia Rodoviária isolaram área de 100 metros ao redor do veículo.
Bombeiros e Polícia Rodoviária isolaram área de 100 metros ao redor do veículo.
Fonte: Site G1 - EPTV 02 - Região de São Carlos e Araraquara
O Corpo de Bombeiros e a Polícia Rodoviária interditaram uma estrada às margens da Rodovia Washington Luís (SP-310), após um carro que transportava material radioativo capotar, próximo ao posto Bambina, em Araraquara. O material é utilizado no diagnóstico de câncer.O veículo, que transportava produto radiofármaco, capotou por volta das 4h30, desta segunda-feira (4). O carro foi encontrado por policiais, durante patrulhamento, por volta das 6h30. No local, havia dois homens que tentavam passar a carga do veículo capotado para outro que tinha placas de produtos radioativos.
Sem boletim de ocorrência
Segundo informações da Polícia Militar, após o acidente, o motorista do veículo teria entrado em contato com a empresa Eckert & Ziegler, solicitando outro veículo para o local, mas sem realizar o boletim de ocorrência.
No veículo acidentado havia um tambor vazio, mas os homens alegaram que ela já estava vazio. A polícia investiga se o líquido que estava na embalagem possa ter vazado.
A PM informou que o motorista do veículo não sofreu ferimentos no acidente, mas precisou ser encaminhado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Araraquara, após se sentir indisposto.
O local permanecerá interditado até ser identificado se houve vazamento. Uma equipe do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) de São Paulo foi acionada para avaliar o material.
O produto
Segundo o supervisor de proteção radiológica da empresa, Durval Mescua Vargas Neto, o veículo transportava o radiofármaco chamado FDG18F, usado para o diagnóstico de câncer.
O produto líquido perde a radiação rápido, segundo Vargas Neto: "A cada 110 minutos ele perde metade da sua radiação original e por ser líquido não oferece perigo às pessoas que estão ao redor".
O supervisor ainda enfatizou que o medicamento tem validade de 12 horas.
Sem vazamento
De acordo com Vargas Neto, não houve vazamento radioativo no capotamento porque as embalagens que eram transportadas são blindadas para evitar situações de emergências.
"A gente veio aqui justamente checar a integridade e se houve esse derramamento. No nosso caso de hoje, os frascos estão íntegros, nenhum foi quebrado, nem danificado. Aqui, hoje, a gente não teve esse vazamento", disse.
A Comissão Nacional de Energia Nuclear foi acionada e deve enviar representante para liberação do material e nova documentação para que outro carro leve o produto para São José do Rio Preto (SP).
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- 26/02/2019 - IPEN doa insumo para tratar bombeiros contaminados no trabalho de resgate em Brumadinho (Defesa TV)Fonte: Defesa TV
O IPEN vai doar 2.500 gramas de ácido meso-2,3-dimercaptosuccínico 99% ao Grupo de Resgate e Atendimento às Urgências (GRAU), do Gabinete do Secretário de Estado da Saúde de São Paulo, para atender os bombeiros que trabalharam no resgate das vítimas de Brumadinho (MG). Parte foi entregue nesta segunda-feira, 25, à médica Cecília Damasceno, coordenadora do GRAU. Ela foi recebida pelo superintendente Wilson Calvo, pelo gerente do Centro de Radiofarmácia (CR), Efrain Perini, e pelo Diretor de Produtos e Serviços, Jair Mengatti.
Também conhecido por DMSA ou succcimer, o ácido é usado para tratamento de intoxicação por metais pesados, como chumbo, arsênico, mercúrio e cádmio. Quando ingerido, "sequestra” os íons metálicos, formando quelatos que possibilitam sua eliminação pelo organismo (daí o termo "agente quelante”). O IPEN vai doar o insumo em forma de sal, que será encapsulado pela Farmácia do Hospital das Clínicas, para então ser administrado em forma de comprimido pelos bombeiros que tiveram a presença desses metais confirmada em exames de sangue após os trabalhos.
Damasceno esteve no IPEN para receber inicialmente 50g de DMSA, do estoque da Radiofarmácia e também para as primeiras tratativas de um convênio entre o Instituto e o GRAU/Secretaria da Saúde, visando futuros fornecimentos em situações emergenciais como a de Brumadinho. Wilson Calvo explicou que, se não há um convênio firmado ou um projeto de pesquisa em vigor, qualquer órgão público que demande esse tipo de apoio institucional precisa fazer uma exposição de motivos da importância e da urgência da doação.
"O órgão precisa nos enviar a documentação com evidências do acidente, da comoção que causou na sociedade, dos danos à população local etc.. então, nós montamos um processo administrativo, juntamos todos os documentos, inclusive uma carta da Secretaria [de Saúde, no caso], avaliamos os custos e deixamos tudo registrado, para que, em uma eventual auditoria do TCU ou da CGU, tenhamos respaldo legal do recurso que saiu do Instituto como doação para um bem social”, disse o superintendente, referindo-se ao Tribunal de Contas da União e à Controladoria-Geral da União, respectivamente.
Somente o Estado de São Paulo enviou a Brumadinho 160 bombeiros, distribuídos em quatro turmas de 40. "Nós fizemos dessa maneira para que não ficassem expostos por mais tempo. Inclusive, essa última turma que foi nem levou o cachorro, porque os quatro cachorros já haviam trabalhado por cinco dias, dez horas de trabalho por dia, cada um. E nós colhemos sangue das duas primeiras turmas de bombeiros e cachorros, antes de irem e na volta, para dosar tudo. Felizmente, os nossos bombeiros não apresentaram contaminação”, disse Damasceno.
Segundo ela, o DSMA será destinado aos bombeiros de Minas Gerais, que apresentaram presença de metais pesados no sangue. Damasceno acredita que o fato de eles terem sido os primeiros a atuar pode ter contribuído para a contaminação. "Talvez eles também não tivessem efetivo para fazer o trabalho em rotatividade, como nós fizemos, e ficaram muito expostos, por muito tempo. Então, estamos providenciando o medicamento para eles”, destacou a coordenadora do GRAU, que não soube precisar o número de profissionais atingidos.
Damasceno salienta que a colaboração com o IPEN é "um passo importantíssimo” e vai garantir mais agilidade e eficácia no tratamento. "Antídoto para intoxicação tem que estar disponível para uso imediato. E o insumo que está sendo fornecido pelo IPEN é de suma importância para várias intoxicações, então, se fizermos um convênio de forma que a obtenção do insumo para virar comprimido possa ser mais ágil e com isso chegar às pessoas o mais rapidamente, o resultado será melhor e mais seguro para a população”.
Tanto o GRAU quanto o IPEN vão trabalhar para que o convênio seja efetivado o mais breve possível. "Nós temos firmado convênios com várias instituições de saúde, sempre buscando soluções que possam contribuir para o bem-estar social, que é a nossa missão. Vamos trabalhar para que esse convênio com a Secretaria também seja viabilizado o quanto antes”, afirmou o superintendente Wilson Calvo. "Que seja firmado em um futuro bem próximo, para a gente deixar segurança para o Estado de São Paulo e também para o Brasil, como esse suporte que demos a Minas Gerais”, acrescentou Damasceno.
Efrain Perini, gerente do Centro de Radiofarmácia do IPEN, destaca o compromisso institucional com a saúde da população brasileira, seja pelo fornecimento de geradores de Tecnécio (radioisótopo que serve como base para mais de 30 diferentes radiofármacos utilizados em cerca de 80% dos procedimentos adotados na medicina nuclear), seja pela pesquisa e desenvolvimento de novos radiofármacos, e agora, com a doação do DSMA para uso dos bombeiros.
"O sal que a Radiofarmácia usa para outra finalidade [para marcação com Tecnécio] pode ajudar o Brasil em situações emergenciais como essa de Brumadinho, que não é o primeiro caso de rompimento de barragem, infelizmente. Eu penso que o convênio permitirá ao IPEN e o Centro [de Radiofarmácia] cumprirem sua missão de atendimento ao público oferecendo soluções para a melhoria e o bem-estar do cidadão brasileiro”, conclui Perini.
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Ana Paula Freire, jornalista MTb 172/AM
Assessoria de Comunicação Institucional do IPEN
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- 25/02/2019 - Nuclear - Workshop Internacional de Salvaguardas NuclearesWorkshop Internacional de Salvaguardas Nucleares debate regras, procedimentos e técnicas empregadas pelo Setor
Workshop Internacional de Salvaguardas Nucleares debate regras, procedimentos e técnicas empregadas pelo Setor
Fonte: Defesanet
Uma oportunidade ímpar para o estreitamento dos laços bilaterais entre especialistas brasileiros e norte-americanos, o International Workshop on Nuclear Safeguards, Nuclear Safety, Nuclear Security and Response to Nuclear or Radiological Emergencies, promovido pela Diretoria-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha (DGDNTM), possibilitou a atualização e o debate sobre regras, procedimentos e técnicas empregadas internacionalmente no âmbito nuclear, tais como: os acordos de salvaguardas; procedimentos e segurança aplicável a instalações nucleares; e o gerenciamento de emergências nucleares ou radiológicas.
O evento, realizado no período de 12 a 14 de fevereiro, na Escola de Guerra Naval (EGN), no Rio de Janeiro-RJ, contou com a participação de representantes dos mais importantes Órgãos e Instituições brasileiras que atuam na Área Nuclear, bem como de integrantes do Governo dos Estados Unidos da América, em especial da National Nuclear Security Administration (NNSA), agência norte-americana vinculada ao Departamento de Energia daquele país.Os assuntos abordados no Workshop foram selecionados por sua importância para a adequada utilização de material e tecnologias nucleares, considerando a premissa fundamental de que salvaguardas, segurança nuclear, proteção física e resposta a emergência nuclear ou radiológica são aspectos essenciais a serem observados para evitar a proliferação nuclear e garantir transparência e responsabilidade com as atividades desenvolvidas pelo Setor.
O Diretor da Agência Naval de Segurança Nuclear e Qualidade, Contra-Almirante Ruivo, relembrou que o Programa Nuclear da Marinha é conduzido com total transparência e com foco na aplicação pacífica da energia nuclear. As instalações da Marinha do Brasil, em terra, são licenciadas por órgão regulador civil, a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). O Almirante ressaltou, também, que "de modo voluntário, a Marinha submete-se a inspeções de salvaguardas por dois órgãos internacionais: a Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares (ABACC) e a Agência Internacional de Energia Atômica. É, portanto, exemplo singular no mundo. Essas práticas conferem credibilidade aos propósitos do Programa Nuclear da Marinha e a credenciam a contar com o reconhecimento e a colaboração internacional".O Ministro de Estado de Minas e Energia, Bento Albuquerque, salientou a relevância de alguns aspectos do uso pacífico da energia nuclear, dentre os quais: "que o Brasil é um estado membro fundador da Agência Internacional de Energia Atômica e, sempre, esteve comprometido, legal e politicamente, com o uso da energia nuclear, exclusivamente, para fins pacíficos"; e que "os programas brasileiros são voltados para aplicações civis, primordialmente, para o desenvolvimento do ciclo do combustível nuclear, e de reatores para a geração de energia nucleoelétrica e produção de radioisótopos, que dão origem a radiofármacos".
Nas palavras do Ministro, Brasil e Estados Unidos são parceiros estratégicos de longa data e a colaboração entre ambos pode ser ampliada para outras áreas de interesse comuns, como as tratadas no Workshop − extremamente relevantes para a comunidade internacional que atua no setor nuclear, por sua importância para a utilização adequada de material e tecnologias nucleares.
Ao seu término, se mostrou evidente que International Workshop on Nuclear Safeguards, Nuclear Safety, Nuclear Security and Response to Nuclear or Radiological Emergencies trouxe à pauta um profícuo debate sobre as atividades de salvaguardas nucleares, a partir da proposta de participação ativa da audiência e do tratamento aberto de questões fundamentais para o desenvolvimento da área nuclear.
Todas as palestras do Workshop e outras informações estão disponíveis em: -
- 22/02/2019 - Irã cumpre sua parte em acordo nuclear, mostra relatório da AIEAFonte: Extra
(Reuters) - O Irã permaneceu dentro dos principais limites de suas atividades nucleares impostas por um acordo de 2015 com grandes potências, apesar da crescente pressão das sanções recém-reimpostas pelos Estados Unidos, informou na sexta-feira um relatório da agência nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU).A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que está fiscalizando essas restrições nucleares, disse, em um relatório trimestral confidencial ao qual a Reuters teve acesso, que o Irã permaneceu dentro dos níveis máximos de expansão de urânio, bem como no limite de seu estoque de urânio enriquecido.
A AIEA também repetiu sua declaração usual de que realizava as chamadas "inspeções de acesso complementares" - que, muitas vezes, são de curto prazo - em todos os locais que precisava visitar no Irã.
O presidente dos EUA, Donald Trump, retirou os Estados Unidos do acordo nuclear com o Irã em maio de 2018, reimpondo nos meses subsequentes as sanções dos EUA à economia iraniana e à indústria do petróleo, que foram suspensas sob o acordo de 2015.
As potências europeias que assinaram o acordo - França, Reino Unido e Alemanha - tentaram acalmar a reação do Irã contra essas sanções. Elas estão criando um novo canal para fazer comércio fora do dólar com o Irã, mas diplomatas dizem que ele não será capaz de lidar com as grandes transações que o Irã diz que precisa para manter seus negócios funcionando.
A criação desse canal, no entanto, irritou Washington por minar seus esforços para sufocar a economia iraniana em resposta ao programa de mísseis balísticos de Teerã e sua influência nas guerras na Síria e no Iêmen.
Na semana passada, o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, convocou as potências europeias a seguir Washington na retirada do acordo.
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, disse nesta semana que os Estados Unidos têm uma "obsessão doentia" e "patológica" com o Irã e acusou Pence de tentar intimidar seus aliados.
(Reportagem de Francois Murphy)
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- 21/02/2019 - Barragem de rejeitos radioativos acende alerta no setor nuclearEm Poços de Caldas (MG), velha mina de urânio acumula toneladas de rejeitos radioativos
Em Poços de Caldas (MG), velha mina de urânio acumula toneladas de rejeitos radioativos
Fonte: Folha de S. Paulo
Quando Brumadinho expôs ao mundo a má governança do sistema de barragens, uma luz de alerta acendeu no programa nuclear brasileiro.
Em Poços de Caldas (MG), uma velha mina de urânio acumula milhares de toneladas de rejeitos radioativos.
Segundo estudo da Universidade Federal de Ouro Preto, encomendado após a ocorrência de um "evento não usual”, em setembro de 2018, o sistema extravasor da barragem com parte dos rejeitos está seriamente comprometido e há infiltração, aumentando o risco de ruptura.
Estima-se que uma resolução definitiva para o problema desses rejeitos custaria US$ 500 milhões ao longo dos próximos 40 anos. Não vai acontecer.
Os problemas em Poços são bem conhecidos.
Enquanto a mina esteve em operação (1982-1995), produziu concentrado de urânio para ser usado no combustível de Angra 1, em pesquisas no setor nuclear e num esquema de comércio compensado junto ao Iraque. Mas, quando as atividades na mina foram encerradas, não houve descontaminação das áreas exploradas nem foram seguidos os padrões que garantiriam a preservação ambiental e a segurança das populações afetadas.
Segundo a Agência Nacional de Mineração, até pouco tempo faltavam documentos técnicos que poderiam atestar segurança das barragens existentes, cuja responsabilidade está com a estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB). No início de fevereiro, o MPF recomendou a criação de um plano emergencial.
Poços não representa o único desafio da mineração de urânio no Brasil. Incidentes com materiais radioativos já ocorreram na operação do complexo minerador industrial de Lagoa Real, em Caetité (BA), nos anos de 2000, 2002, 2004 e 2009, segundo dados oficiais.
Tais problemas de gestão golpeiam em cheio o programa nuclear brasileiro. Afinal, para destravar o potencial da área são necessários investimentos pesados em infraestrutura. Acontece que nenhum investidor confia num sistema que, por falhas evitáveis, corre risco de terminar num mar de lama radioativa.
O governo federal vem trabalhando há mais de ano para estabelecer novo marco regulatório para o setor nuclear. A ideia é criar as condições para que o investimento privado possa destravar a construção da usina de Angra 3 e expandir a mineração de urânio para estados como Amazonas, Ceará, Goiás, Tocantins, Pará, Paraíba e Paraná.
Esse trabalho importante de melhoria no marco regulatório do setor nuclear ficará soterrado se houver qualquer acidente ambiental com material radioativo. Seria um custo excessivamente alto para a sociedade brasileira, que subsidia o setor nuclear a peso de ouro.
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- 20/02/2019 - Universidades nos Estados Unidos destacam apoio à pesquisa em parceria com a FAPESPUniversity of North Carolina – Charlotte e University of Nebraska – Lincoln divulgam projetos realizados por seus pesquisadores em colaboração com cientistas de São Paulo
University of North Carolina – Charlotte e University of Nebraska – Lincoln divulgam projetos realizados por seus pesquisadores em colaboração com cientistas de São Paulo
Fonte: Agência FAPESP
Universidades norte-americanas têm destacado os bons resultados da parceria com a FAPESP no apoio a projetos de pesquisas colaborativas.Em seu website, a University of North Carolina – Charlotte (UNC Charlotte) informou sobre um projeto coordenado por Juan Vivero-Escoto, professor da Faculdade de Artes Liberais e Ciências, cujo objetivo é desenvolver nanopartículas para serem usadas no tratamento do câncer. O projeto recebeu recentemente um financiamento de US$ 100 mil da National Science Foundation (NSF), a agência federal de fomento à pesquisa.
Segundo o texto, o trabalho é uma continuação da pesquisa realizada por Escoto em parceria com Vanderlei Bagnato, professor do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC-USP), selecionada em chamada de propostas do SPRINT – São Paulo Researchers in International Collaboration de 2015.
"O programa SPRINT tem sido fundamental para o progresso de nossa pesquisa. Nossa colaboração com colegas no Brasil tem sido bastante produtiva”, disse Escoto.
Também no site da UNC Charlotte mereceu destaque a pesquisa realizada por Daniel Janies, professor de Bioinformática e Genômica, em parceria com os brasileiros Denis Jacob Machado e Taran Grant– ambos do Instituto de Biociências da USP.
O objetivo do grupo é desvendar os genes que permitem aos anfíbios gerar e resistir aos venenos que usam para se defender de patógenos, parasitas e predadores. Machado desenvolve doutorado sob a orientação de Grant e com apoio de uma Bolsa Estágio de Pesquisa no Exterior (BEPE) da FAPESP.
De acordo com Janies, a colaboração faz parte de uma relação mais ampla estabelecida entre a UNC Charlotte e a FAPESP por meios dos programas SPRINT e BEPE.
Já o site da University of Nebraska – Lincoln (UNL)divulgoua parceria entre os pesquisadores Sudeep Banerjee, do Laboratório de Luz Extrema de Nebraska, e Nilson Dias Vieira Junior, do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), que tiveram um projeto aprovado http://www.fapesp.br/10964 na terceira chamada SPRINT lançada em 2018.
O objetivo da dupla é explorar fontes alternativas de raios X para terapia médica usando aceleração de partículas a laser.
"Como cientista, vejo a pesquisa como um empreendimento global no qual todo ser humano pode contribuir com grandes ideias que beneficiam a todos nós”, disse Banerjee no texto. "Estou animado para trabalhar com as pessoas no Ipen. Eles são qualificados, bem informados e dedicados.”
O SPRINT foi lançado pela FAPESP em 2014 com o objetivo de promover o avanço da pesquisa científica por meio de colaborações entre pesquisadores vinculados a universidades e instituições de pesquisa no Estado de São Paulo e cientistas parceiros no exterior em projetos conjuntos de médio e longo prazo. Oferece financiamento para a fase inicial de colaborações internacionais em pesquisa – chamado de seed funding (financiamento semente).
Desde então, a FAPESP lança quatro chamadas por ano com instituições parceiras, com data-limite para apresentação de propostas sempre na última segunda-feira de janeiro, abril, julho e outubro. A primeira chamada de propostas de 2019 foi lançada com recorde de instituições participantes. São 16 instituições, de 11 países (leia mais em: http://agencia.fapesp.br/29690/).
Mais informações sobre o SPRINT: www.fapesp.br/sprint.
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- 18/02/2019 - Artigo: A responsabilidade do setor nuclearNossas usinas têm batido recordes de geração, operando com segurança
Nossas usinas têm batido recordes de geração, operando com segurança
Fonte: O Globo
Os acidentes de Mariana, Brumadinho e o mais recente, no Ninho do Urubu, estão provocando debates e cobranças de fiscalização e licenciamento. Estas manifestações são esperadas e sempre ocorrem, principalmente, em casos de acidentes de grandes proporções, embora as preocupações e cobranças devam ser para prevenir a ocorrência de novos acidentes, e não para pôr "a tranca depois da porta arrombada".
No setor nuclear, as atitudes, os protocolos, as normas, as fiscalizações e os projetos têm como premissa básica a segurança e são rigidamente seguidas. As usinas nucleares são projetadas para operarem com segurança e eficiência, antecipando a ocorrência de possíveis falhas que possam vir a causar um acidente. A indústria nuclear foi a primeira, após a Nasa, a utilizar uma metodologia da análise do risco de falhas nas usinas.
Durante a operação, as usinas nucleares são obrigadas a divulgar, para os outros operadores no mundo e para o público, quaisquer eventos anormais, incidentes e acidentes operacionais, ou seja, tudo que poderia vir a comprometer a segurança das mesmas. Analogamente, as melhorias introduzidas de projeto, construção e operação são compartilhadas por todas as usinas nucleares em operação no mundo.
A Associação Mundial dos Operadores (Wano) e a Agência Internacional de Energia Atômica da ONU inspecionam anualmente as usinas do mundo inteiro, inclusive, as brasileiras - Angra 1 e Angra 2, que, na ocasião, têm seus procedimentos operacionais auditados por estes órgãos internacionais.
Nos últimos anos, nossas usinas têm batido recordes de geração, operando com segurança, ficando, inclusive, entre as dez melhores usinas do mundo. Os protocolos de segurança são seguidos rigorosamente e aperfeiçoados continuamente.
A Coppe/UFRJ realizou o levantamento demográfico nas regiões próximas às usinas e estimou o tempo de evacuação desta população na hipotética situação de um acidente. Este estudo é base do Plano de Emergência Local, implantado na região circunvizinha às usinas de Angra dos Reis.
O Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro (Sipron), subordinado ao Gabinete de Segurança Institucional, elabora o Plano de Emergência das usinas de Angra, com a participação de todos os órgãos responsáveis pela execução do mesmo: as Defesas Civis do estado do Rio de Janeiro e do município de Angra dos Reis, a Comissão Nacional de Energia Nuclear, a empresa operadora das usinas (Eletronuclear), a Polícia Militar do Rio de Janeiro e as Forças Armadas.
A cada dois anos são realizados treinamentos de uma eventual evacuação da área periférica à central, que seria motivada por um hipotético acidente com liberação de radiação ao meio ambiente, com a ativa participação da população da circunvizinhança e de todos os órgãos responsáveis pela execução do Plano de Emergência. Adicionalmente, a Eletronuclear divulga o calendário anual de treinamento do Plano de Emergência, testes das sirenes e os procedimentos e protocolos em caso de emergência.
A cobrança da sociedade exigindo que as usinas nucleares sejam operadas com segurança tem que existir sempre, é válida e legítima, e deve ser ouvida pelas indústrias da área. Nós, do setor nuclear estaremos sempre à disposição para informar, responder a todos os questionamentos e, principalmente, cumprir nosso dever como cidadãos e mostrar a seriedade, a responsabilidade e o profissionalismo com que utilizamos a tecnologia nuclear para promover o desenvolvimento e o bem-estar da população brasileira.
Roberto Travassos é diretor, e Edson Kuramoto é coordenador de comunicação da Associação Brasileira de Energia Nuclear
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- 18/02/2019 - Claudio Almeida, da Aben: Desafios da energia nuclear no BrasilO maior desafio da energia nuclear no Brasil atualmente é a necessidade do estabelecimento formal de um verdadeiro programa nuclear brasileiro.
O maior desafio da energia nuclear no Brasil atualmente é a necessidade do estabelecimento formal de um verdadeiro programa nuclear brasileiro.
Fonte: ABEN
Em 2017, o governo alterou o Comitê de Desenvolvimento do Programa Nuclear Brasileiro a fim de fixar, por meio de resolução, diretrizes e metas para os novos rumos da política nuclear no Brasil. Este comitê, composto por vários ministérios e organizações sob a coordenação do Gabinete de Segurança Institucional, preparou uma proposta de decreto, recentemente aprovada pelo governo, que consolida as diretrizes sobre a Política Nuclear Brasileira.O decreto, em seu artigo 5º, especifica 19 objetivos da política nuclear, entre eles, "atender às decisões futuras do setor energético quanto ao fornecimento de energia limpa e firme por meio da geração nucleoelétrica".
É importante que se monitore e incentive as atividades desse comitê com vistas à implementação de um verdadeiro programa nuclear brasileiro. Este programa deve promover a retomada da construção de Angra 3, a ampliação das atividades das Indústrias Nucleares do Brasil (INB) para todos os campos do ciclo do combustível nuclear, a construção do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), bem como a maior utilização de técnicas nucleares e radioisótopos na medicina, indústria e agricultura.
Faremos todo o esforço para que a energia nuclear seja adequadamente considerada dentro da matriz energética brasileira no planejamento para o futuro - notadamente no Plano Nacional de Energia 2050 -, tendo em vista sua vantagem como geradora de base ao considerar o aumento da contribuição da energia eólica e solar e as variações na capacidade da geração hidroelétrica, o que tem obrigado o uso de termelétricas a óleo, gás e até carvão, mais caras e com características de geração de gases de efeito estufa.
O valor de R$ 480,00/MWh estabelecido para a usina de Angra 3 está em linha com o que será cobrado por usinas nucleares em construção no exterior e em patamar inferior ao de diversas usinas térmicas convencionais em operação no país, o que deve tornar o empreendimento atrativo para investidores internacionais.
Outra área essencial ao programa nuclear brasileiro é a ampliação das instalações de enriquecimento isotópico e a construção da instalação de conversão de hexafluoreto de urânio. Em 2006, começou a operar na INB, em Resende, o primeiro módulo da cascata de centrífugas para enriquecimento de urânio em escala industrial. Hoje, já existem sete cascatas em operação e a sua ampliação viabilizaria o fornecimento de combustível nuclear para as três usinas. Quanto à instalação de uma unidade industrial de conversão de hexafluoreto de urânio, cuja tecnologia já dominamos em nível laboratorial, completaria o ciclo do combustível nuclear, tornando o Brasil independente de serviços externos.
Além disso, é necessário ampliar as ações de promoção do uso pacífico da energia nuclear em todas as suas formas de aplicações, ressaltando os usos na saúde, indústria, agricultura, pesquisa e artes. Por tudo isso, é que se torna necessária a reestruturação do programa nuclear brasileiro e estaremos atentos a este desenvolvimento, analisando as propostas e colaborando sempre que possível, a fim de alcançar estes desafios. Sabemos que a tarefa não é simples, mas esperamos que o Brasil esteja pronto para enfrentá-la.
Claudio Almeida é Doutor em Energia Nuclear pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology) e presidente da Associação Brasileira de Energia Nuclear (Aben)
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- 14/02/2019 - Nebraska-Brazil team selected by São Paulo Research Foundation for collaborative project funding (Global Nebraska)Most people are familiar with x-rays, whether used for producing image scans, treating cancer, or telescopes. But producing bright x-ray sources can be difficult and extremely expensive, especially for medical treatments. Through his recent São Paulo Researchers in International Collaboration (SPRINT) award, Nebraska’s Dr. Sudeep Banerjee is exploring an alternative source for x-rays using laser-particle acceleration with an international team in Brazil.
Most people are familiar with x-rays, whether used for producing image scans, treating cancer, or telescopes. But producing bright x-ray sources can be difficult and extremely expensive, especially for medical treatments. Through his recent São Paulo Researchers in International Collaboration (SPRINT) award, Nebraska’s Dr. Sudeep Banerjee is exploring an alternative source for x-rays using laser-particle acceleration with an international team in Brazil.
Fonte: Global Nebraska
Banerjee, a research associate professor in the Department of Physics and Astronomy and Nebraska’s Extreme Light Laboratory, will lead the research project with Dr. Nilson Vieira of Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) in São Paulo, Brazil. The SPRINT award is a mobility program funded by the São Paulo Research Foundation (FAPESP) in collaboration with institutions around the globe and promotes the engagement of international researchers with scientists in the state of São Paulo, Brazil.
"As a scientist, I see research as a global endeavor in which every human being can contribute with great ideas that benefit all of us,” Banerjee said. "I am excited to work with the people at IPEN. They are skilled, knowledgeable, and dedicated.”
According to Banerjee, the goal of the joint proposal is to find a method to overcome the limits of IPEN’s lower-power laser systems, conduct a series of electron-acceleration experiments, and use the results to guide laser-driven proton acceleration that is useful for medical therapy.
"Our work begins with electron acceleration since this is in some ways easier to do and the results will yield more important information on the physical mechanisms that can be subsequently applied to proton acceleration,” explained Banerjee. "It will build up a level of expertise that will be needed for follow-up work on proton acceleration.”
Electron acceleration occurs using a series of short, high-intensity laser pulses to accelerate electrons in the resulting plasma wave (cloud of charged particles) produced in the wake of the laser. As Banerjee said, the team at Nebraska's Extreme Light Laboratory is "one of the leaders worldwide in the area of electron acceleration," although the bulk of past research has focused on optical imaging and national security applications of laser-particle acceleration. The new project's medical applications for protontherapy is one reason Banerjee is looking forward to collaborating with IPEN.
"This research will be synergistic with our other efforts which all focus on the generation of high-energy electron beams and x-rays. The new area we propose to study is proton acceleration, which will further augment our capabilities and open up new areas of study," Banerjee said.
Although using proton acceleration and protontherapy aren’t new, Banerjee and Vieira's research could have important implications for the field. Instead of x-ray waves, protontherapy applies accelerated protons at high-energy levels to cancerous areas for treatment. This radiation treatment allows for a much deeper penetration in a tighter-controlled area that results in less radiation hitting the surrounding healthy cells. Initially, this treatment was used mostly for brain tumors and tumors close to vital organs, but is now being used to treat a much broader range of tumors, including breast cancer, prostate cancer, and lung cancer among others. Most facilities that employ this treatment operate cyclotron accelerators, which apply a series of alternating electromagnetic fields to generate a proton beam. However, these highly specialized facilities typically cost upwards of $200 million dollars, and none currently exist below the equator line. Utilizing lasers to create the proton beams will hopefully enable protontherapy devices to be produced more cheaply and in a portable device that can be housed in a hospital.
"Making bright x-ray sources is extremely difficult and expensive, and we think lasers offer a unique way to make controllable x-ray sources that can be used for research and medical applications like therapy," Banerjee said. "We hope with a new approach based on different targets and physical mechanisms, we will be successful in this endeavor."
Banerjee’s award marks the third straight year Nebraska has partnered with FAPESP by co-funding SPRINT projects. Under the SPRINT award, FAPESP and UNL each fund up to $10,000 per proposal per year, for a total of $20,000. Banerjee’s award is co-funded by Nebraska’s Office of Research and Economic Development and the Department of Physics and Astronomy.
Previous SPRINT awards include six faculty members from various departments in the university’s Institute of Agriculture and Natural Resources (IANR). In 2016, UNL signed an agreement with FAPESP to advance faculty research collaborations with the support of IANR’s Global Engagement team and the Agricultural Research Division. In addition to the SPRINT awards, this relationship has also led to UNL hosting the Brazil-USA Research Symposium "FAPESP Week” in September 2017.
The call for proposals invited research in many fields of knowledge, emphasizing science, agriculture, technology and engineering. Nebraska joins the following institutions in being funded for proposals: Texas A&M University and University of Missouri (United States); Cardiff University, Imperial College London, University of Bath, Queen’s University of Belfast and University of Surrey (United Kingdom); Carleton University and University of Toronto (Canada); Swinburne University of Technology (Australia); Cognitive Science and Technology Council of Iran-CSTC (Iran); Fonds de la Recherche Scientifique-FNRS (Belgium); and University of Münster (Germany).
For more information about the SPRINT awards or upcoming proposals, please contact Liana Calegare, IANR Global Engagement Senior Global Programs Manager, atlcalegare2@unl.edu.
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- 14/02/2019 - Nota da SBPR sobre a Reportagem "CATÁSTROFE" de o Globo de 14/02/2019Fonte: Sociedade Brasileira de Proteção Radiológica - SBPR
Hoje a reportagem de O Globo, assinada por Ascânio Seleme, prestou o maior desserviço à sociedade brasileira que um órgão de comunicação poderia realizar. O Globo deu voz a uma manifestação sem nenhuma base técnica, sem nenhum respaldo científico, simplesmente liberou para que uma pessoa, aparentemente sem qualificação, expressasse seus sentimentos, permitindo induzir seus leitores a sentimentos de angústia devido às imagens catastróficas relatadas, improváveis de serem concretizadas na vida real. A comparação das usinas nucleares com as barragens de Mariana e Brumadinho foi infeliz e maliciosa e não deveria ter sido feita em nenhuma hipótese, por não haver padrão para tal.
O que O Globo não sabe é que se as empresas proprietárias das barragens acidentadas praticassem os controles de engenharia, controles administrativos, controles culturais e a supervisão efetiva assim como a Eletronuclear pratica em suas usinas, os acidentes que ocorreram nas barragens teriam probabilidade praticamente nula de ocorrer.
O que também O Globo não sabe é que se os fossem aplicados sobre as barragens os mesmos processos de fiscalização e controle que a CNEN aplica sobre as usinas nucleares brasileiras, as chances de ocorrerem degradações nos controles da integridade e da segurança das barragens sem medidas corretivas seriam praticamente nulas.
Por último, o que O Globo também não sabe é que as consequências de um acidente, na forma que o jornalista descreveu, jamais poderiam ter as proporções apontadas, sendo portanto fantasiosas.
Talvez o que O Globo saiba é mexer com o a sociologia de massa através do conhecimento adquirido em comunicação. Essa experiência realizada pelo O Globo, tal como já foi feito por Orson Welles nos EUA numa transmissão de rádio reportando a invasão do planeta por alienígenas, somente pode trazer angústia à sociedade, somente causa sofrimento, mas nada acrescenta de bom. A reportagem, na forma como foi apresentada, sem nenhum embasamento técnico, sem nada que possa apoiar como verídicas as especulações realizadas na mesma, não pode ser aceita pelos praticantes do jornalismo de qualidade que tanto nossa sociedade necessita.
A Sociedade Brasileira de Proteção Radiológica - SBPR não tem nem como debater tecnicamente o assunto para contrapor a reportagem, dados os absurdos ali narrados que parecem ter saído de uma mente perturbada e necessitada de apoio psicológico. Ou então, o que seria pior, teria havido uma deliberada tentativa de levar angústia à população e promover um movimento de massa contrário ao programa nuclear brasileiro. Seja da forma que for, a reportagem foi lamentável e a SBPR repudia na totalidade essa forma de jornalismo, que somente prejudica os cientistas e profissionais sérios brasileiros e leva o Brasil a ser objeto de escárnio por nossa mídia expressar sua posição de modo tão desconectado da realidade. O Globo deveria, no mínimo, oferecer um pedido formal de desculpas à comunidade cientifica brasileira.
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- 14/02/2019 - Comissão vai pedir visita técnica para atestar segurança de barragem da INB, em Caldas, MGNa semana passada, MPF recomendou que empresa crie plano emergencial para barragem de rejeitos.
Na semana passada, MPF recomendou que empresa crie plano emergencial para barragem de rejeitos.
Fonte: G1
Uma reunião do Comitê da Bacia Hidrográfica dos Afluentes Mineiros dos rios Mogi-Guaçu e Pardo definiu nesta sexta-feira (14) em Poços de Caldas (MG) que uma comissão irá pedir uma visita técnica às Indústrias Nucleares do Brasil (INB), em Caldas (MG). Na semana passada, o Ministério Público Federal recomendou que a empresa crie um plano emergencial para a barragem de rejeitos existente na cidade.
Representantes de 27 cidades do Sul de Minas, do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), da Superintendência Regional de Meio Ambiente (Supram), Corpo de Bombeiros e também da INB participaram do encontro.
"Passou da hora da gente poder saber realmente o que está acontecendo, porque a gente vive do lado dela e a gente não sabe nem um plano de emergência, se existe ou se não existe. E se existe, o que a gente deveria fazer em uma hora de emergência", diz o vice-prefeito de Andradas (MG), João Luiz Magalhães Teixeira.
A mineração em Caldas durou de 1982 a 1995. A atividade no local já não era economicamente viável, segundo a INB. Hoje, no local, só funciona uma parte administrativa, mas foram mantidas a represa de Águas Claras, de onde era retirada a água para extração e a barragem de rejeitos. Ela é do tipo enrocamento, revestida de concreto.
Segundo um estudo da Universidade Federal de Ouro Preto (MG), o sistema extravasor dela está comprometido, já que apresentou infiltrações que aumentam a possibilidade de ruptura.
"Se constatou, no dia 25 de setembro, na saída desse extravasor, a água um pouco turva, água essa que deveria estar cristalina. Isso foi prontamente registrado, foi informado às autoridades competentes, a Cnen, o Ibama, e oportunamente ao Ministério Público Federal", explica Carlos Freire, presidente da INB.
O volume de rejeitos tem cerca de um sexto da quantidade de Brumadinho. Por ser em uma área mais afastada, os danos maiores seriam ao meio ambiente, com a contaminação de rios e ribeirões. Segundo o presidente da INB, eles já tinham detectado o problema e as obras de reparo começaram bem antes da tragédia de Brumadinho.
"Pegamos as recomendações das universidades, dos especialistas, e prontamente contratou-se uma empresa para seguir e implementar essas instruções. E é o que está em andamento", diz Freire.
Segundo o MPF, a INB precisa informar a população da região sobre os riscos e a segurança a ser tomada com o rompimento da barragem. Um estudo emergencial está sendo concluído.
A Prefeitura de Caldas havia montado uma comissão para cobrar esclarecimentos da INB e agora os moradores poderão ter acesso à barragem para testar pessoalmente a segurança.
"O que o povo quer saber é que doença que traz e até onde vai chegar essa radiação, o tempo de evacuação do povo da cidade. É isso que o povo quer saber", afirma o vendedor Sandro da Silva.
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- 14/02/2019 - “Precisamos recuperar o prestígio da ciência brasileira”, afirma Marcos PontesEm entrevista ao Jornal da Ciência, o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações fala sobre o interesse da Pasta de se aproximar mais das entidades científicas para amplificar a importância da ciência no País e os planos para alcançar a meta de 2% de investimento do PIB nacional em CT&I
Em entrevista ao Jornal da Ciência, o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações fala sobre o interesse da Pasta de se aproximar mais das entidades científicas para amplificar a importância da ciência no País e os planos para alcançar a meta de 2% de investimento do PIB nacional em CT&I
Fonte: Jornal da Ciência
O astronauta Marcos Pontes, atual ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), falou ao Jornal da Ciência sobre os planos da Pasta para melhorar o orçamento da área e para ampliar o protagonismo do conhecimento científico e tecnológico na economia e desenvolvimento do País.O investimento em pesquisa e desenvolvimento no Brasil está na faixa de 1,3% do PIB, segundo ele, e sua meta é chegar a 2%, com o aumento da participação do setor privado.
Sobre o estrangulamento da verba ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o ministro promete "trabalhar com muito empenho” e estabelecer um diálogo constante com Paulo Guedes, ministro da Economia, para recuperar os investimentos em pesquisa.Pontes acredita que, ao demonstrar os resultados dos planos para seu Ministério, conseguirá melhorar o orçamento da área já em 2020.
Na entrevista abaixo, cujas respostas foram enviadas por e-mail, o ministro também ressaltou a importância da aproximação da Pasta com as entidades científicas para amplificar a importância da ciência e tecnologia para o País.
Jornal da Ciência – O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) tem sofrido diversos cortes nos últimos anos em seu orçamento. Muitas pesquisas estão sendo descontinuadas e vários laboratórios estão sucateados por falta de verbas. O que o senhor acha da situação e como pretende reverter isso?
Marcos Pontes – Nós vivemos um período difícil e sabemos que a missão não é rápida. A ciência e tecnologia deve ser a ponta de lança do desenvolvimento do Brasil. Somos os responsáveis por torná-la a melhor ferramenta para o sucesso do País. O orçamento do MCTIC vem sendo reduzido gradualmente a um ponto que nós precisamos recuperar o prestígio da ciência brasileira, e isso pode ser feito por meio de ações que mostrem a importância estratégica do Ministério. A expectativa é fazer ajustes para melhorar o orçamento, inclusive, com o apoio do Congresso Nacional. Com muito trabalho das nossas equipes e mostrando resultados, tenho certeza que chegaremos a 2020 numa situação melhor do ponto de vista do orçamento. Mas tudo isso só pode ser feito com a ação conjunta do MCTIC e da comunidade científica. Nós formamos um time pela ciência brasileira e temos responsabilidades compartilhadas pelo resultado.
JC – O senhor disse que é preciso formular estratégias para incrementar o financiamento privado para impulsionar inovações científicas no País. Como o MCTIC pode incentivar o setor privado a ser mais inovador e apoiar financeiramente o desenvolvimento de pesquisas e novas tecnologias?
MP – Hoje, investimento em pesquisa e desenvolvimento no Brasil está na faixa de 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB), sendo que mais da metade disso é investido pelo Estado. Nossa meta é chegar a 2%, com o aumento da participação do setor privado. Acredito que o esforço conjunto do MCTIC com a comunidade científica brasileira será o motor para elevarmos os investimentos. Acredito também que um ambiente positivo de negócios eleve os investimentos das empresas em inovação. Se o investimento das companhias em pesquisa der retorno financeiro, certamente elas destinarão mais dinheiro para essas atividades e geramos um círculo virtuoso.
JC – O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) já vem sofrendo com o estrangulamento de verbas. O corte confirmado na LOA 2019 pode colocar em risco novos editais da instituição e o pagamento das bolsas a partir de setembro do próximo ano. Como o senhor vê estes cortes? Acha possível reverter essa situação?
MP – Nós temos esse problema orçamentário com o CNPq e vamos enfrentá-lo também ao longo deste ano com toda atenção. O CNPq é essencial para a pesquisa básica, que é um dos motores da ciência de excelência produzida no Brasil. Sem pesquisa básica não há inovação. Vimos a gestão passada enfrentando esse mesmo desafio em relação a recursos para pagamento de bolsas e lançamento de novos editais. Esta questão está atrelada ao orçamento aprovado no ano passado, no qual não temos o poder de fazer alterações. Mas vamos trabalhar com muito empenho para recuperar os investimentos em pesquisa, inclusive, num diálogo constante com a equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes.
JC – Na nova estrutura, a secretaria anterior de pesquisa ganhou uma nova atribuição, que é a de Formação, e será responsável por duas prioridades: a divulgação de C&T nas escolas e o fortalecimento das carreiras em ciência e tecnologia. Qual a expectativa dessa secretaria?
MP – Esta secretaria foi pensada também para atrair as crianças e os jovens para as carreiras científicas e tecnológicas. Os pesquisadores precisam do nosso apoio, mas temos que formar futuros cientistas. Esta é, inclusive, uma de nossas prioridades nestes primeiros 100 dias de governo: levar ciência e tecnologia para as escolas de ensino fundamental e médio com a participação dos pesquisadores e instituições de pesquisa. Para isso, estamos fazendo uma parceria com o Ministério da Educação. O esforço é para inserir a ciência e tecnologia no cotidiano das nossas crianças, despertando a curiosidade e atraindo nossos jovens para as carreiras científicas.
JC – Temos visto o crescimento de um movimento anti-ciência, que, por exemplo, nega as conclusões científicas sobre as mudanças climáticas (negacionistas) e, inclusive, alguns contestam o formato da Terra (terraplanistas). Qual a sua opinião sobre isso?
MP – Eu sou obcecado por educação e acredito que essas questões também passem pela formação das nossas crianças e dos nossos jovens. Precisamos de uma educação de qualidade, que amplifique o conhecimento científico. E levar a ciência e tecnologia para as escolas é decisivo neste processo.
JC – O senhor tem ressaltado o interesse do Ministério em trabalhar mais próximo das entidades científicas. Qual o papel dessas entidades? E como articular essa aproximação para atingir os objetivos?
MP – As entidades científicas são importantes, especialmente, porque ajudam a amplificar a importância da ciência e tecnologia para o País e, em parceria com o MCTIC, ajudar a nortear os rumos da ciência no Brasil. O engajamento da comunidade científica e da sociedade contribui, por exemplo, para garantir recursos para atividades de pesquisa, inovação e popularização da ciência. Por isso, é fundamental mostrar para a população o que a ciência pode fazer pelas pessoas e pelo Brasil e como ela pode ser uma ferramenta para geração de valor, de soluções para os desafios nacionais e de melhoria da qualidade de vida da população.
Vivian Costa- Jornal da Ciência
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- 14/02/2019 - Baterias de lítio-ar poderão armazenar energia para carros, casas e indústriaCom o crescimento das fontes renováveis, aumenta a demanda por dispositivos capazes de estocar energia de forma mais eficiente; tema foi destaque na FAPESP Week London
Com o crescimento das fontes renováveis, aumenta a demanda por dispositivos capazes de estocar energia de forma mais eficiente; tema foi destaque na FAPESP Week London
Fonte: Agência FAPESP
André Julião, de Londres | Agência FAPESP
A tecnologia atual das baterias de íons de lítio provavelmente não dará conta da grande demanda por energia das próximas décadas. Estima-se que em 2050 a eletricidade represente 50% da matriz mundial. Hoje esse índice é de 18%. Já a capacidade instalada para a produção de energias renováveis deve se tornar quatro vezes maior. Isso demandará baterias mais eficientes, baratas e amigáveis ao meio ambiente.Uma das alternativas estudadas em várias partes do mundo hoje é a bateria de lítio-ar. Alguns dos esforços brasileiros na busca deste dispositivo foram apresentados durante o segundo dia da FAPESP Week London, realizada nos dias 11 e 12 de fevereiro de 2019.
"Fala-se muito hoje nos carros elétricos. Alguns países europeus cogitam inclusive banir motores a combustão. Além disso, fontes renováveis como a energia solar precisam de baterias para armazenar o que é gerado durante o dia pela irradiação solar”, disse Rubens Maciel Filho, professor da Faculdade de Engenharia Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
A bateria de lítio-ar, atualmente funcionando apenas em escala laboratorial, tem como um dos reagentes o oxigênio do ar. Ela armazena mais energia por meio de uma reação eletroquímica, com a formação de óxido de lítio.
"É uma forma sustentável de armazenar energia elétrica. Com os avanços, pode suportar muitos ciclos de carga e descarga. Portanto, é durável. Ela apresenta ainda grande potencial para uso em transporte, tanto em veículos leves como os veículos pesados. Pode atuar ainda nas redes de distribuição de energia elétrica”, disse o pesquisador.
No entanto, transformar os experimentos em um produto comercialmente viável implica entender os fundamentos das reações eletroquímicas que ocorrem no processo.
"Além disso, requer o desenvolvimento de novos materiais que permitam potencializar as reações desejadas e minimizar ou evitar as indesejadas”, disse Maciel, que é diretor do Centro de Inovação em Novas Energias (CINE) .
Com unidades na Unicamp, no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) e no Instituto de Química de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP), o centro tem apoio da FAPESP e da Shell, no âmbito do programa Centros de Pesquisa em Engenharia (CPE).
Ele explicou que alguns dos fenômenos precisam ser observadosin operando, ou seja, em tempo real. "A ideia é acompanhar em experimentos dinâmicos as reações que ocorrem e as diferentes espécies químicas que são formadas, mesmo que temporariamente. Do contrário, perdem-se algumas das etapas do que acontece durante o processo e a bateria se torna ineficiente em termos de tempo para ser carregada e duração da carga”, disse.
Para fazer essas medições, os pesquisadores usam o acelerador de luz síncrotrondo Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), localizado em Campinas.
Um outro projeto apresentado foi o de novas baterias de enxofre-ar. Apesar de não serem tão eficientes, são baratas e armazenam energia para muitas horas. "Elas podem estocar energia para até 24 horas a um custo muito baixo. Enxofre e soda cáustica são os principais ingredientes e são extremamente baratos. Por isso, estamos investindo nelas”, disse Nigel Brandon, professor do Imperial College.
Por conta dessas características, as baterias de enxofre-ar poderiam ser usadas em casas ou empresas. Brandon acredita, no entanto, que o maior potencial seria para estações de recarregamento de carros elétricos, que serão cada vez mais comuns em razão da meta europeia de corte de emissões de carbono de 80% até 2050.
"É importante frisar que os diferentes projetos de bateria não são concorrentes, mas complementares”, disse Geoff Rodgers, da Brunel University London, mediador da sessão.
Sol, hidrogênio e biocombustíveis
As baterias mais eficientes têm especial importância num cenário em que o uso de energia solar deve aumentar. Com o pico de radiação solar durante o dia, será preciso armazenar essa energia de forma adequada para usá-la durante a noite.
Maciel falou ainda sobre o projeto de células fotovoltaicas mais eficientes desenvolvido no CINE, sob coordenação de Ana Flavia Nogueira, do Instituto de Química da Unicamp. A tecnologia poderá futuramente ser usada tanto para a conversão da energia solar em elétrica como para a obtenção de produtos químicos, ou mesmo hidrogênio a partir da hidrólise da água.
O hidrogênio líquido é um combustível bastante eficiente, mas que tem alto custo energético para ser produzido. No Reino Unido, é uma das opções no horizonte, já que os biocombustíveis não são tão viáveis quanto no Brasil. Ainda assim, os britânicos desenvolvem estudos relacionados ao tema.
"Estamos procurando novas enzimas bacterianas para a oxidação da lignina, polímero aromático que compõe mais de 25% da parede celular das plantas, parte do bagaço da produção de biocombustível. O objetivo é criar novos produtos como biocombustíveis, novos plásticos e produtos químicos para a indústria”, disse Timothy Bugg, da University de Warwick.
CINE
O CINE, que iniciou suas atividades em 2018, possui um programa de pesquisa voltado para a conversão de metano em produtos químicos, que envolve o desenvolvimento de catalisadores. A coordenação é de Fabio Coral Fonseca, do Ipen.
O centro tem ainda um programa de Ciência Computacional de Materiais e Química que, por meio de modelos matemáticos em nível molecular, possibilita avaliar o impacto de novos materiais e suas interações com moléculas de interesse. Essas pesquisas são lideradas por Juarez Lopes Ferreira da Silva, professor do Instituto de Química da USP em São Carlos.
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- 14/02/2019 - Como seria uma catástrofe em AngraFonte: O GloboA notícia seria manchete instantânea nos sites. O assunto ocuparia todos os jornais, TVs e rádios do Brasil por semanas, meses, anos, até virar história. Vazaria pelas fronteiras e seria tema de debate nos países vizinhos, nos Estados Unidos, na Europa, na Ásia. A repercussão seria gigantesca, menor apenas do que os efeitos da catástrofe. A primeira notícia seria dada assim: "Usina nuclear de Angra explode, ainda não se sabe número de vítimas”. A segunda nota, menos de meia hora depois, aterrorizaria o país, embora não fosse surpreendente: "Plano de emergência não funcionou”.
"Não há sinais de sobreviventes”, anunciaria o repórter a bordo do primeiro helicóptero que sobrevoasse a usina. "O que se vê daqui do alto é um enorme amontoado de ferros retorcidos”. No solo, equipes de jornalistas anunciariam que bloqueios estavam sendo feitos para ninguém se aproximar do local da explosão. Famílias desesperadas se aglomerariam nas barreiras em busca de notícias de parentes. O cenário comum em todas as tragédias brasileiras teria um adicional muito mais dramático. "Cientistas dizem que radiação deve se espalhar rapidamente e recomendam imediata evacuação de Angra e Mangaratiba”.
"Pânico! ”, gritaria a manchete seguinte, com imagem de filas de carros, caminhões, ônibus, motos, bicicletas, gente a pé, correndo, tentando sair de Angra pela apertada Rio-Santos. "Caos nas ruas da cidade e na estrada. Pessoas não sabem para que lado ir; autoridades pedem calma”. Em seguida, apareceriam as primeiras imagens de saques e brigas. O desespero tomaria conta rapidamente de toda a região. Alertas sobre o vento mostrariam que a onda radioativa poderia chegar rapidamente a Itaguaí e Santa Cruz. "Autoridades falam em perímetro de segurança num raio de 200 quilômetros”, anunciaria um site. O Rio!
O alvoroço sem precedentes que ocorreria em seguida jamais seria esquecido. As cenas de violência e desespero ficariam grudadas nas retinas dos brasileiros para sempre. Desnecessário descrevê-las. Todos sabem como seria. Tudo o que se veria em Angra e Mangaratiba seria sombra pálida diante do caos que avassalaria o Rio quando a nuvem tóxica superasse as montanhas da Floresta da Tijuca e se despejasse sobre a cidade.
O Brasil, paralisado, acompanharia o desdobramento da tragédia. Cada detalhe seria conhecido com assombro pelo país. Diretores da Eletronuclear não conseguiriam explicar por que o reator principal explodiu. Pior, por que os protocolos de segurança falharam. Alguém diria que as sirenes derreteram com o calor da explosão. Mais grave: "A tragédia poderia ter sido evitada; circuitos de resfriamento da usina deveriam ter sido trocados há dois anos”, revelaria reportagem.
Dez anos depois, com um número de vítimas jamais contabilizado, a área isolada iria do Rio até Paraty. Com carência material e de pessoal para cercar com eficiência toda a região, Exército e Marinha acumulariam relatórios de infiltração de pessoas, sobretudo nas zonas urbanas abandonadas. Os índices de óbitos por câncer e outras doenças degenerativas causadas pela radiação seriam multiplicados por mil em todo o quadrilátero afetado pela poluição nuclear. As massas deslocadas da área contaminada jamais se adaptariam à nova vida. O Brasil demoraria ainda algumas dezenas de anos para se recuperar da catástrofe.
Você acha que exagerei? Talvez. Talvez o raio de segurança fosse menor, de 50, 40 quilômetros. Talvez. Quem sabe? O fato é que, diante da insegurança de todos os mecanismos de controle e fiscalização brasileiros, uma bomba dessa pode muito bem explodir de uma hora para outra. O Brasil é vergonhosamente frágil. Tragédias como as de Mariana e Brumadinho, como a do edifício Wilton Paes de Almeida, em São Paulo, ou do Ninho do Urubu, no Rio, são claros exemplos de descuido, descaso e desrespeito. O Brasil precisa superar essa incompetência nacional com a urgência da faísca que é capaz de detonar uma tragédia de proporções atômicas.
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- 12/02/2019 - Política nuclear brasileira: o urânio é nosso?Tendência no setor é de que a demanda global aumente perto de 45% até 2025
Tendência no setor é de que a demanda global aumente perto de 45% até 2025
Fonte: EstadãoCom uma visão de médio e longo prazos, o Brasil deveria rever sua política relativa à pesquisa, prospecção e lavra do urânio.
O desastre com a usina nuclear de Fukushima, no Japão, em 2011, determinou o fechamento de usinas na Alemanha e no próprio Japão e ocasionou em muitos países a desaceleração de planos para a construção de mais usinas atômicas para geração de energia. Com isso se reduziu a demanda de urânio e de plutônio, combustíveis para essas centrais.
Mas agora o mercado internacional para o urânio vem num movimento de alta, cotado ao redor de US$ 65 por quilo, embora ainda 60% abaixo do pico alcançado em 2011. A situação mudou. Enquanto naquela época os contratos spot eram reduzidos, agora o custo de produção aumentou e os contratos de longo prazo estão expirando (existem poucos para além de 2020). Segundo opinião de especialistas internacionais, a tendência de longo prazo parece clara: a demanda global deve aumentar perto de 45% até 2025. A China tem 19 reatores nucleares em construção e mais 41 planejados. A Arábia Saudita deve construir suas duas primeiras usinas. Egito, Jordânia, Turquia e Emirados Árabes Unidos anunciaram programas de construção de plantas. Essa expansão vai requerer novas minas e o preço spot deve aumentar.
Casaquistão (com 39% da produção global), Austrália e Canadá respondem por mais de dois terços da produção mundial. Nesse mercado, a questão do preço não é o que mais conta, mas a segurança de suprimento. Num sinal de que considera essa questão séria, a empresa China National Uranium Corporation adquiriu em novembro uma mina na Namíbia, garantindo pelo menos 3% da produção mundial do minério. E os EUA estão examinando a possibilidade de restringir as importações e estimular a produção doméstica.
O Brasil detém a sétima maior reserva de urânio do mundo, mas nossa produção representa apenas 15% do consumo de Angra 1 e Angra 2. O minério é monopólio da União e a estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB), sem recursos adequados, é responsável pela prospecção, pesquisa e lavra. Desde 2015, contudo, a produção foi suspensa porque a mina a céu aberto em Cachoeira na Bahia, a única em exploração no Brasil, deixou de ser viável economicamente. Abandonando a lavra subterrânea, a INB decidiu investir em outra mina a céu aberto, na jazida de Engenho, esperando que a partir de meados do corrente ano comece a lavra da mina. De 2000 a 2015, a produção de concentrado de urânio abasteceu Angra 1 e Angra 2, mas desde 2016 o Brasil vem importando urânio para abastecê-las. Com a construção de Angra 3 e, nos próximos anos, com a provável a expansão das usinas nucleares, a demanda interna crescerá significativamente. Como podemos lembrar, no governo Lula, com a economia crescendo, foi anunciado um ambicioso programa de construção de oito usinas até 2030, que nunca saiu do papel.
As bases para uma nova visão dessa questão foram lançadas em dezembro, com a consolidação da Política Nuclear Brasileira, cuja finalidade seria orientar o planejamento, as atividades nucleares e radioativas no País, levando em conta a soberania nacional, com vista ao desenvolvimento e à proteção da saúde humana e do meio ambiente.
O Comitê de Desenvolvimento do Programa Nuclear Brasileiro (CDPNB), coordenado pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, produziu documento que trata do fomento da pesquisa e prospecção de minérios nucleares e do incentivo à produção nacional para atender à demanda interna e à exportação, além de assegurar o recurso geológico estratégico do minério nuclear. A nova política é importante porque prevê a abertura do mercado brasileiro.
Levando em conta o novo cenário político interno e a evolução do mercado internacional, será importante evitar o equivoco em que a sociedade brasileira incorreu no setor de petróleo. Antecipando o debate sobre a privatização, não seria, no momento, do interesse brasileiro empunharmos a bandeira do "o urânio é nosso”. Dadas as características estratégicas da utilização do minério, seria importante associar o setor privado aos trabalhos da INB. As restrições orçamentárias, derivadas da crise fiscal, certamente devem ter afetado a capacidade de investimento da empresa estatal. A perspectiva de aumento da produção do minério será facilitada pela eventual parceria com o setor privado na exploração mineral. A solução dessa dificuldade vem sendo buscada e uma das possibilidades é a formação de consórcio entre a INB e empresas privadas. Existe uma série de situações intermediárias em que a venda do urânio secundário extraído pela INB poderia ser lucrativa tanto para o minerador como para a estatal.
A solução desse impasse não precisaria, em princípio, passar pela revogação do monopólio, mas provavelmente necessite de alteração na legislação. O mercado interno em expansão nos próximos anos e a tendência de um mercado externo em crescimento e com preços em alta representarão incentivos para o investimento privado.
O novo ministro de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque, que tão bem conhece o setor nuclear brasileiro, em seu discurso de posse foi muito claro ao dizer que o novo governo pretende "estabelecer um diálogo objetivo, desarmado e pragmático com a sociedade e com o mercado sobre essa fonte estratégica da matriz energética brasileira”.
"O Brasil”, observou o ministro, "não pode se entregar ao preconceito e à desinformação desperdiçando duas vantagens competitivas raras que temos no cenário internacional - o domínio da tecnologia e do ciclo do combustível nuclear e a existência de grandes reservas de urânio em nosso território.”
Mãos à obra.
*Rubens Barbosa é presidente do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (IRICE)
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- 11/02/2019 - FAPESP e Reino Unido apoiam 400 projetos de pesquisa colaborativa em 10 anos (Agência FAPESP)Acordos de cooperação envolvem agências de fomento, empresas britânicas e 26 universidades. FAPESP Week London começa nesta segunda com destaques de pesquisas colaborativas entre brasileiros e britânicos
Acordos de cooperação envolvem agências de fomento, empresas britânicas e 26 universidades. FAPESP Week London começa nesta segunda com destaques de pesquisas colaborativas entre brasileiros e britânicos
Fonte: Agência FAPESP
Claudia Izique | Agência FAPESP
Há 10 anos, pesquisadores paulistas e britânicos investigam juntos temas tão diversos como a resposta imunológica contra a zika, a cronologia da ocupação dos povos indígenas do tronco linguístico Jê; o impacto da produção do biogás, ou ainda a utilização de cavernas na camada do pré-sal para armazenar o CO2 encontrado nos poços de petróleo.
Essa colaboração é resultado de acordos de cooperação firmados pela FAPESP com o UK Research & Innovation (UKRI) – agência britânica de fomento à pesquisa com a qual a Fundação mantém acordo de cooperação desde 2009 –, com o Conselho Britânico, o Fundo Newton e empresas britânicas no Brasil – como a GlaxoSmithKline (GSK), a Shell e a AstraZeneca/MedImmune –, além de 26 universidades do Reino Unido. A FAPESP financia pesquisadores paulistas e os parceiros, os pesquisadores britânicos, engajados no mesmo propósito de pesquisa.
"O Reino Unido tornou-se o principal parceiro em pesquisa para os projetos da FAPESP. Em boa parte, isso aconteceu porque quando a FAPESP iniciou sua estratégia para colaboração internacional, em 2007, o Reino Unido mobilizou suas principais organizações, como os Conselhos de Pesquisa (agora UKRI), o Conselho Britânico e as universidades, inclusive por meio do Fundo Newton. Isso favoreceu as interações”, disse Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP.
De 2009 ao início de 2019, à FAPESP coube conceder 400 Auxílios à Pesquisa, a maioria deles (229) nas modalidades Auxílios Regulares e apoios à Vinda de Pesquisadores Visitantes (69) e à Organização de Reuniões Científicas (56), aos quais estiveram vinculadas 80 bolsas no período. No âmbito desses Auxílios destacam-se 22 Projetos Temáticos, modalidade que se traduz em pesquisa colaborativa com propósitos ousados, com financiamento de até cinco anos.
Fonte: BV/FAPESP
Fonte: BV/FAPESPO avanço dessa colaboração pode ser medido também pelo número de artigos publicados em coautoria por pesquisadores paulistas e do Reino Unido, que cresceu 173% de 2010 a 2016, de acordo com o Incites Thomson Reuters 2016. Entre 2016 e 2018, a mesma fonte registra um total de 5.611 artigos publicados em coautoria, atrás apenas das publicações em parceria com pesquisadores norte-americanos.
"O número de projetos em colaboração com pesquisadores cresceu substancialmente e as publicações científicas em coautoria, além de crescerem em quantidade, resultam em impacto científico três vezes superior àquele obtido pelas publicações das duas regiões isoladamente”, sublinha Brito Cruz.
Fonte: Fonte: Incites Thomson Reuters
Vários pesquisadores paulistas e britânicos, parceiros de pesquisa e de publicações, se reunirão nos dias 11 e 12 de fevereiro, na FAPESP Week London, realizada no âmbito do UK-Brazil Year of Science and Innovation (YoSI) 2018-2019 (saiba mais sobre o evento em: www.fapesp.br/week2019/london).
Parcerias estratégicas
A parceria com o UKRI resultou em 25 editais conjuntos por meio dos quais foram selecionados 75 projetos financiados pela FAPESP e por instituições vinculadas à agência britânica: Biotechnological and Biological Sciences Research Council (BBSRC), Economic and Social Research Council (ESRC), Natural Environment Research Council (NERC), Medical Research Council (MRC).
Apoiados pela FAPESP e pelo MRC, por exemplo, João Santana da Silva, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP), e Daniel Altman, do Imperial College London, no Reino Unido, com a colaboração de William Kwok, do Benaroya Research Institute, dos Estados Unidos, mapeiam a resposta imunológica humana contra o vírus zika.
Um dos primeiros desafios foi identificar quais peptídeos virais são reconhecidos pelas células de defesa e induzem uma resposta imunológica. "Já chegamos a alguns peptídeos importantes, capazes de induzir a resposta imune ao zika”, disse João Santana da Silva, pesquisador principal do projeto. O estudo demonstrou também que a "reatividade cruzada” do vírus zika com outras viroses é "imensa”. "Isso dificulta o diagnóstico sorológico”, disse (saiba mais sobre o projeto em https://bv.fapesp.br/pt/auxilios/99303).
Além de chamadas conjuntas de proposta, o acordo com o UKRI prevê a possibilidade de os pesquisadores dos dois países submeterem projetos em fluxo contínuo à FAPESP e ao Arts and Humanities Research Council (AHRC), ESRC, BBSRC, MRC, NERC, Science and Technology Facilities Council (STFC), além de BBSRC Pump Priming Award (FAPPA).
Paulo Dantas de Blasis, do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, e José Iriarte, da University of Exeter, por exemplo, obtiveram apoio da FAPESP e do AHRC, respectivamente, para produzir uma consistente cronologia dos povos Jê, que habitam a região entre o sul de São Paulo e o norte do Rio Grande do Sul desde tempos pré-históricos brasileiros (1.200 anos) até os tempos atuais – deles descendem os índios da etnia Kaingang e Laklãno/Xokleng.
O estudo documentou o modo de vida sedentário daquela população milenar, a domesticação de plantas, o uso de objetos cerâmicos e até a ocupação dual – cerimonial e residencial – de algumas áreas (saiba mais em https://bv.fapesp.br/pt/auxilios/82868/ehttp://revistapesquisa.fapesp.br/2017/02/13/agricultores-e-sedentarios/).
Colaboração consolidada
Nesses 10 anos de parceria, a interação entre pesquisadores do Estado de São Paulo e do Reino Unido estreitou-se com o estabelecimento de novos acordos de cooperação entre a FAPESP e o Conselho Britânico – o primeiro foi firmado em 2005 – para o apoio à organização de encontros de grupos de pesquisas dos dois países com vistas à cooperação futura. A partir de 2009, com o ingresso de recursos do Fundo Newton no suporte à pesquisa, a colaboração entre os dois países se consolidou.
O Fundo Newton é uma iniciativa britânica para a promoção do desenvolvimento econômico e social de países parceiros por meio do apoio à pesquisa, ciência e tecnologia. O aporte de recursos é intermediado por organizações no Reino Unido – UKRI, Conselho Britânico, UK Academies, Innovate UK, Royal Society – e por instituições de países parceiros. No Brasil, o primeiro parceiro do Fundo Newton nessa área foi a FAPESP, seguida pelo Conselho Nacional das Fundações de Amparo à Pesquisa (Confap).
Reinaldo Giudici, da Escola Politécnica da USP, e Adam Hawkes, do Imperial College London, por exemplo, têm apoio da FAPESP e do NERC/UKRI, com recursos do Fundo Newton, para produzir um amplo estudo técnico-econômico e ambiental dos processos de produção de biogás integrada ao contexto da indústria sucroalcooleira.
"No âmbito do microcosmo, ou seja, de uma biorrefinaria, as pesquisas envolvem a modelagem matemática e o estudo da dinâmica do processo de produção de bioetanol e sua integração com o desempenho bioquímico dos processos de biodigestão anaeróbia dos resíduos deste processo [vinhaça, palha etc.] para produção de biogás”, explica Giudici.
Esta integração, ele acrescenta, permitirá ampliar o leque de produtos da biorrefinaria (bioetanol, energia elétrica oriunda da caldeira com queima do bagaço e sistema de cogeração e biogás), os quais devidamente acoplados à infraestrutura de distribuição (etanoldutos, rede elétrica, gasodutos) poderão atender as demandas do mercado consumidor de maneira mais eficiente.
"Nesse sentido, no nível do macrocosmo, ou seja, olhando o quadro mais amplo do sistema energético paulista e brasileiro, estão sendo estudadas projeções de demanda de energia para diferentes setores; identificação de gargalos de infraestrutura para atender às demandas futuras de energia; modelos de previsão para características de eletricidade e gás que considerem variações sazonais, uso da terra, sequestro de carbono, qualidade da água e água potável e impactos ecológicos da produção de biogás.”
A colaboração entre os dois países tem se mostrado profícua. No ano passado, o projeto, desenvolvido por Juliano Coelho da Silveira, da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da USP, em Pirassununga, em parceria com Niamh Forde, da University of Leeds, esteve entre os finalistas do Prêmio Newton 2018, em sua primeira edição para a América Latina.
O prêmio é concedido aos melhores projetos de ciência e inovação que consigam demonstrar uma contribuição ao desenvolvimento social e econômico dos países parceiros do Fundo Newton.
O projeto, que teve como objetivo investigar vesículas extracelulares e gerar amostras biológicas para a análise do desenvolvimento de embriões, foi selecionado em chamada da FAPESP com o Confap, no Brasil, e com a Academy of Medical Sciences, a British Academy, a Royal Academy of Engineering e a Royal Society, no Reino Unido.
Acordos multilaterais
Os acordos da FAPESP com o UKRI, reforçados pelo Conselho Britânico e Fundo Newton, ampliaram as possibilidades de parceira em pesquisa e acabaram por atrair também a atenção das universidades britânicas. Entre 2009 e 2019, o número de universidades com as quais a FAPESP mantém acordos de cooperação saltou de um para 26.
Pedro Henrique Cury Camargo, do Instituto de Química da USP, e Edman Tsang, da Universidade de Oxford, por exemplo, investigam nanopartículas metálicas plasmônicas (NPs) suportadas em semicondutores e suas aplicações em fotocatálise, especialmente na geração de hidrogênio por quebra de moléculas de água. A colaboração combina a expertise de Camargo em sintetizar nanopartículas metálicas com forma e tamanho controlados com a de Tsang, de catálise e caracterização. A colaboração iniciou em outubro de 2017 e estará concluída no final de 2019.
Além da cooperação bilateral, pesquisadores britânicos e brasileiros também participam de projetos colaborativos, que articulam esforços multilaterais de pesquisa, no âmbito do programa São Paulo Researchers in International Collaboration (Sprint), uma espécie deseed fundpara apoiar o intercâmbio de pesquisadores.
Gabriel Teixeira Landi, do Instituto de Física da USP, e Mauro Paternostro, da Queen´s University Belfast, na Irlanda, por exemplo, tiveram sua proposta de pesquisa selecionada na 2ª chamada Sprint de 2017. Eles vão estudar a termodinâmica quântica de não equilíbrio, abordando o conceito de irreversibilidade.
O objetivo é construir teoricamente novas medidas de produção de entropia e aplicá-las a problemas paradigmáticos. Além de universidades britânicas, o mesmo edital selecionou projetos colaborativos de pesquisadores brasileiros com cientistas de instituições da Austrália, Espanha, Estados Unidos e França.
Centros de Pesquisa em Engenharia
Entre os acordos firmados pela FAPESP com empresas britânicas, destacam-se os firmados com a BG E&P Brasil Ltda., que posteriormente se tornou subsidiária do Grupo Shell, e com a GlaxoSmithKlein (GSK).
A parceria com a então BG, firmada em 2013, resultou na criação de dois Centros de Pesquisa em Engenharia (CPEs) da FAPESP: o Centro de Pesquisa para Inovação em Gás (RCGI) – para o desenvolvimento de investigações estratégicas, com financiamento de longo prazo e, posteriormente, em parceria com a Shell, foi criado o Centro de Inovação em Novas Energias (CINE).
O RCGI, com sede na Escola Politécnica da USP – instituição selecionada em edital conjunto da FAPESP e a empresa –, tem como missão investigar o uso sustentável do gás natural, biogás, hidrogênio e a gestão, transporte, armazenamento e uso de CO2.
Um dos destaques de pesquisa aponta uma solução para um dos obstáculos da exploração de petróleo na área do pré-sal: a utilização de um sistema que separa por gravitação o dióxido de carbono (CO2) do gás metano que se encontram misturados nos poços de petróleo em cavernas construídas na camada de sal, com capacidade de armazenamento de até 8 milhões de toneladas de CO2 (leia mais em http://agencia.fapesp.br/29037/).
O CINE, constituído em 2018, tem como parceiros a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a USP e o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen). O Centro tem como missão desenvolver novos dispositivos de armazenamento de energia com emissão zero de gases de efeito estufa e que utilizem como combustível fontes renováveis, além de novas rotas tecnológicas para converter metano em produtos químicos.
A parceria com a GSK também se desdobrou na constituição de dois CPEs: o Centro de Excelência para Pesquisa em Química Sustentável (CERSusChem) e o Centro de Excelência para Descoberta de Alvos Moleculares (CENTD).
O CERSusChem, com sede na UFSCar, está voltado para a pesquisa de produtos e processos químicos sustentáveis que possam ser utilizados na descoberta e no desenvolvimento de novos medicamentos, e o CENTD, com sede no Instituto Butantan, investiga alvos moleculares e vias de sinalização envolvidas em doenças de base inflamatória.
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- 11/02/2019 - USP testa resistência à radiação sem utilizar um reator nuclearTécnica avançada de microscopia eletrônica simula os efeitos causados pela radiação no revestimento dos reatores
Técnica avançada de microscopia eletrônica simula os efeitos causados pela radiação no revestimento dos reatores
Fonte: Governo do Estado de São PauloO acidente na central nuclear de Fukushima, em 2011, no Japão, levou os cientistas a buscar materiais para os reatores mais resistentes aos danos severos causados pela radiação. Um dos materiais é o nitreto de titânio, composto cerâmico testado em uma pesquisa internacional com participação da Escola Politécnica (Poli) da Universidade de São Paulo (USP).
Por meio de uma técnica avançada de microscopia eletrônica, o efeito da radiação é simulado sem necessidade de produzir uma reação nuclear, o que reduz o custo dos experimentos. O método usado no experimento é descrito em artigo do Journal of Nuclear Materials.
Os reatores nucleares possuem uma câmara em que são inseridas varetas metálicas com o combustível nuclear e o material que controla a intensidade da reação entre as partículas dos átomos, que leva à geração de energia.
"A radiação produzida na reação pode danificar o revestimento do combustível e comprometer o reator”, conta o professor Claudio Schön, da Poli, um dos autores do artigo. "Em Fukushima, o revestimento era feito de zircaloy, uma liga metálica com zircônio. O vapor de água presente na câmara do reator reagiu com o zircônio, produzindo hidrogênio molecular, que se acumulou e causou uma explosão”, acrescenta.
Desde então, segundo o docente, a comunidade científica busca soluções para evitar novos acidentes como esse. Uma das propostas é a adição de um filme fino sobre o zircaloy. Para essa finalidade, o Laboratório Nacional de Oak Ridge (Estados Unidos) estuda o nitreto de titânio, e um dos pesquisadores envolvidos é o primeiro autor do artigo, o físico Matheus Tunes, formado no Instituto de Física (IF) da USP.
Análises
Na Poli, o doutorando Felipe Carneiro da Silva, orientado por Claudio Schön, pesquisa as propriedades mecânicas dos filmes finos de nitreto de titânio. A partir dos estudos de Carneiro da Silva, o físico testou o material nos laboratórios da Universidade de Huddersfield (Reino Unido).
O nitreto de titânio foi observado em um microscópio de transmissão, acoplado a um acelerador de partículas. "A radiação é simulada por um feixe de íons de xenônio (gás nobre) que, ao se chocar com as partículas do material testado, simula o dano causado pela radiação do combustível nuclear”, explica Claudio Schön.
"Se a simulação fosse feita em um reator nuclear, além do custo mais elevado e da dificuldade de controlar a reação, todo o material potencialmente se tornaria radioativo, o que não acontece com essa técnica”, completa.
As análises demonstraram que o nitreto de titânio não é um material adequado para revestir o combustível nuclear. "Os testes identificaram dois processos que comprometem o desempenho da liga. Um deles é a segregação induzida por radiação, em que a energia envolvida na reação faz os átomos de titânio se concentrarem em defeitos cristalinos do material”, descreve o professor.
"O outro é o aparecimento de cavidades e bolhas, que crescem rapidamente ao receberem o nitrogênio existente no composto, causando um inchamento que é ruim para a operação do reator”, diz.
Destaque internacional
As pesquisas com reatores dentro da USP não vêm de hoje. Em 2018, por exemplo, a tese de doutorado de Vinícius Njaim Duarte sobre o comportamento de ondas que afetam a continuidade de reações de fusão, prejudicando a eficácia na produção de energia, ganhou o mundo após a publicação na revista Physics of Plasmas.
A repercussão foi tanta que a empresa General Atomics, que opera a maior máquina dedicada a estudos sobre fusão magnética dos Estados Unidos, realizou experimentos para testar as predições do modelo de Duarte, por meio do uso de uma máquina conhecida como "tokamak”.
Trata-se de um protótipo experimental de reator de fusão nuclear, dentro do qual se confina, em uma câmara de vácuo, um gás composto de isótopos de hidrogênio, sob a forma de plasma (quando se aquece um gás neutro a temperatura muito elevada, obtendo íons e elétrons).
Segundo Duarte, o que se observa em máquinas tokamak é que essas ondas "interagem com uma certa população de íons altamente energéticos, presentes no plasma”. Quando a interação foge do controle, as partículas são expelidas do plasma e esse fenômeno "é muito indesejável, porque é necessário manter as partículas do plasma bem confinadas”, preservando a autossuficiência do reator.
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- 10/02/2019 - Pesquisadoras brasileiras rifam iPhone para pagar viagem a congresso acadêmico nos EUASegundo a doutoranda Cecilia de Menezes, que concorre ao prêmio de melhor trabalho em evento internacional no Arizona, a combinação entre dólar alto e falta de financiamento à pesquisa fez com que ela e outras três pesquisadoras pedissem dinheiro pela internet.
Segundo a doutoranda Cecilia de Menezes, que concorre ao prêmio de melhor trabalho em evento internacional no Arizona, a combinação entre dólar alto e falta de financiamento à pesquisa fez com que ela e outras três pesquisadoras pedissem dinheiro pela internet.
Fonte: Portal G1 de Notícias
Por Ana Carolina Moreno, G1
A pesquisadora fluminense Cecilia de Menezes, de 32 anos, foi selecionada para apresentar sua pesquisa inédita sobre o armazenamento seguro de rejeitos radioativos em um congresso nos Estados Unidos no início de março. Seu trabalho concorre ao prêmio de melhor projeto inscrito no WM Symposia, que começa no mês que vem em Phoenix, no Arizona. Mas, sem dinheiro suficiente para pagar pelas passagens aéreas nem ajuda de custo das agências de fomento, ela e três colegas também selecionadas decidiram rifar um iPhone 7 novo para pagar pela viagem.
O sorteio do telefone será realizado no próximo sábado (16) e cada número da rifa custa R$ 25. AoG1, a pesquisadora de Niterói (RJ) explicou que já vendeu cerca de 300 números, mas a ideia original, de vender 700 cotas para custear a viagem dela e de outras três pesquisadoras brasileiras, já foi parcialmente abandonada.
"Somos quatro brasileiras tentando ir. Duas delas já desistiram por conta do alto preço das passagens. Eu ainda não desisti", afirmou Cecilia de Menezes, que tem apenas 20 dias para conseguir os recursos e garantir a passagem."
As duas que acabaram desistindo são Ana Paula Tessaro e Natalie Rolindo. Elas já participaram do evento acadêmico em 2018 e, por isso, cederam sua parte da rifa para aumentar as chances de Cecilia e Naomi Watanabe, a quarta pesquisadora do grupo, conseguirem os cerca de R$ 6 mil de que cada uma precisa para a viagem, e poderem expor seu trabalho no evento internacional.
Para divulgar a rifa, elas criaram um folheto virtual com os números de WhatsApp nos quais organizam o pagamento em dinheiro, depósito ou pelo aplicativo picpay, no nome de ceciliamadeira. "Com R$ 25 você compra uma rifa, concorre a um iPhone 7 e ajuda no reconhecimento da ciência brasileira", escreveram elas (veja abaixo).
Pesquisa para salvar vidas
Além de garantir uma vaga entre os melhores trabalhos inscritos no WM Symposia, a relevância do projeto de pesquisa de mestrado desenvolvido por Cecilia lhe abriu a oportunidade, ainda em estudo, de saltar direto para o doutorado do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em São Paulo.
Com duas graduações – em relações internacionais pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj) e gestão ambiental pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) –, a pesquisadora decidiu unir as duas áreas para investigar e propor maneiras de, a longo prazo, garantir o armazenamento seguro de rejeitos radioativos não só no Brasil, mas em toda a América Latina.
Sem poder entrar em detalhes sobre sua pesquisa, que até o mês que vem se mantém inédita, ela explica que os rejeitos radioativos não são muito diferentes dos das barragens de rejeitos minerais em Mariana e Brumadinho. Mas, se o rompimento dessas duas barragens já foi capaz de provocar estragos ambientais e sociais até certo ponto irreversíveis, um acidente envolvendo material radioativo pode provocar uma devastação em escala ainda maior.
"Imagina se aquele rejeito mineral fosse todo rejeito radioativo? Iria ser catastrófico pra todo o país", explica ela, afirmando que, hoje, o continente latino-americano não tem um espaço seguro para depositar esse material."
Rejeitos radioativos no Brasil
Em 1987, o Brasil foi vítima de um desastre desse tipo em Goiânia após dois catadores de recicláveis acharem um aparelho de radioterapia descartado de forma inadequada por uma clínica de radiologia, desmontarem o equipamento e vendê-lo a um ferro velho.O contato da população local com o Césio 137 que estava nele deixou quatro mortos e 249 contaminados.
Até hoje, mais de 31 anos depois, o governo local paga pensões especiais às vítimas do acidente que, no âmbito radioativo, foi o segundo pior da história mundial, perdendo apenas para o de Chernobyl, na Ucrânia.
Atualmente, Cecilia diz que o material radioativo recolhido após essa tragédia está armazenado em Abadia de Goiás.
Além disso, outros tipos de rejeitos radioativos são produzidos diariamente por diversos setores da sociedade, como nos hospitais, durante tratamento de câncer e aplicação de exames, e na indústria alimentícia, no processo de envasar bebidas em latas de alumínio. No passado, a pesquisadora diz que os para-raios instalados no topo de edifícios no Brasil também continham o material. Cecilia explica que os hospitais e clínicas são responsáveis pelo armazenamento de seus rejeitos, mas que a maior parte do resto do material produzido é encaminhado ao Ipen, onde ela faz sua pesquisa.
A cada dia o Ipen vê aumentar o acúmulo desse material contaminante, mas até hoje não existe um local seguro onde ele possa permanecer sem que se torne um perigo nas próximas décadas ou séculos.
Ela afirma que o controle da segurança desse repositório deve ser feito em nível institucional. "Eu estudo a estabilidade institucional a longo prazo, pois não temos a garantia de que nenhuma instituição brasileira consiga se manter estável por séculos, vide nossas turbulências políticas e econômicas. E qualquer instabilidade da instituição responsável por essa segurança poria em risco a sociedade."
Financiamento pela internet
Quando descobriram que seus trabalhos haviam sido selecionados para o evento nos Estados Unidos, Cecilia e as três colegas do Ipen foram atrás da viabilização da viagem. Com o dólar alto e as datas do evento coincidindo com o Carnaval no Brasil, a pesquisadora afirmou que, somando as passagens aéreas até Phoenix e o valor que elas devem carregar em dólares para que possam ter a entrada liberada nos Estados Unidos, cada uma precisa desembolsar cerca de R$ 6 mil. "Um aluno de mestrado no Ipen recebe bolsa de R$ 1.500. Porém, nem bolsa de pesquisa eu estou recebendo", afirmou a candidata ao doutorado direto.
Após uma tentativa frustrada de pedir ajuda de custo junto ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e de pedidos negados pelas companhias aéreas de desconto na passagem, Naomi, que havia comprado um iPhone novo e sem uso, teve a ideia de rifá-lo para arrecadar o dinheiro, e as demais toparam a empreitada de divulgar a campanha.
Até este sábado (9), a 20 dias da viagem, Cecilia diz que as vendas da rifa já foram suficientes para cobrir o custo do telefone e cerca de R$ 5 mil dos R$ 24 mil necessários para a participação das quatro brasileiras. Ana Paula e Natalie, então, desistiram da ideia de ir até o Arizona para que as outras tivessem maior chance de conseguir o custeio.
"É um congresso importante, como se fosse uma vitrine pro mundo, pra que possamos mostrar o que o Brasil tem visto e estudado a respeito da tecnologia nuclear. Está todo mundo de olho nisso, a gente não pode ficar pra trás", defendeu Cecilia. "Meu objetivo é apresentar meu trabalho e conseguir financiamento, apoiadores, cientistas do mundo irão demonstrar interesse. Mas, pra isso, eu preciso estar lá."
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- 07/02/2019 - INB: Nota à ImprensaFonte: INB
A Indústrias Nucleares do Brasil - INB informa que vai atender a todas as recomendações do Ministério Público Federal sobre o Plano de Ação Emergencial em Barragens Nucleares e que já começou a adotar as medidas necessárias para sua total implementação na unidade de Caldas/MG.
Durante inspeções de rotina na manutenção da barragem, a INB identificou que a água na saída do extravasor estava turva e, prontamente, comunicou o evento não usual aos órgãos fiscalizadores - IBAMA e Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) - e ao MPF. Cumpre ressaltar que esse evento não se repetiu desde 25/09/2018 até hoje.
Para a correção do problema, a INB contratou especialistas e com base em suas orientações irá descomissionar o extravasor em questão e substituí-lo por um modelo mais atual - na forma de um vertedouro de superfície - utilizado em barragens mais modernas. Desde dezembro de 2018, a empresa contratada - Toniolo, Busnello Túneis, Terraplanagens e Pavimentações - está na unidade realizando os serviços necessários para adequação da barragem às melhores práticas de proteção e prevenção, com o objetivo de aumentar a segurança e a confiabilidade da mesma. A previsão é que o serviço seja concluído até maio/2019.
A INB está de portas abertas à população para esclarecer todas as dúvidas e tem se reunido com representantes do poder público da região. Na semana passada recebeu o Prefeito de Caldas, Alexsandro Conceição Queiroz, a secretária Municipal de Meio Ambiente, Priscila Magne Bueno Yaegashi; o secretário de Governo, Caio Cesar Westin Rodrigues; de Agricultura, Roberto Kozuki; e o Presidente do Conselho Municipal de Conservação e Defesa do Meio Ambiente (CODEMA) de Caldas, Paulo Roberto Pinheiro. Outras visitas estão agendadas com o intuito de mostrar que as instalações são seguras e tranquilizar a comunidade local sobre as questões envolvendo as barragens.
Histórico
A mina de urânio em Caldas foi a primeira do Brasil e operou de 1982 a 1995, quando foram encerradas as atividades de mineração na unidade. As instalações, o solo, as águas e os equipamentos da antiga mineração são permanentemente monitorados, de modo a proteger o meio ambiente e assegurar a saúde dos trabalhadores da unidade e dos moradores da região. -
- 07/02/2019 - MPF quer plano de ação emergencial em barragem com rejeitos nuclearesFonte: EBC
O Ministério Público Federal informou hoje (7) ter recomendado à empresa Indústrias Nucleares do Brasil (INB) que adote providências necessárias para a implementação do Plano de Ação Emergencial (PAEMB) na barragem de sua unidade situada em Caldas (MG). A estrutura pertence a uma mina de exploração de urânio desativada em 1995 e, segundo vistoria feita em novembro do ano passado por técnicos da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), há riscos de rompimento devido a possíveis processos de erosão interna.
A Indústrias Nucleares do Brasil é uma estatal de economia mista vinculada ao Ministério da Minas e Energia. Suas atividades são fiscalizadas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), que também recebeu ofício com a recomendação do MPF.
O documento cobra a implementação do PAEMB até dia 30 de março. Também fixa um prazo de cinco dias para que o INB e a Cnen deem ampla divulgação à população vizinha à unidade sobre os riscos a que estão expostas. A recomendação foi expedida quase duas semanas após o rompimento da barragem da Vale na Mina do Feijão, em Brumadinho (MG). De acordo com os dados mais recentes, 150 pessoas foram encontradas sem vida e mais 182 estão desparecidas.
De acordo com nota divulgada pelo MPF, a barragem contém material radioativo relativo à primeira mina de urânio do Brasil. "A exploração durou de 1982 a 1995, quando foi encerrada sob o argumento de que as atividades eram economicamente inviáveis. Mesmo após o fim da mineração, remanescem no local a cava da mina, contendo lama com resíduos radioativos, uma fábrica de beneficiamento de minério desativada, dezenas de equipamentos e a barragem com milhares de toneladas de rejeitos contendo urânio, tório e rádio".
O texto registra ainda que, após o encerramento das atividades de exploração de urânio em 1995, não foram adotadas providências concretas para o descomissionamento da barragem e para a recuperação ambiental pelos danos causados. Diante dessa situação o MPF moveu uma ação civil pública em 2015.Procurado pela Agência Brasil, a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) informou que solicitou, em outubro de 2018, que o INB apresentasse garantias da segurança e da estabilidade da barragem, incluindo a elaboração do PAEMB. Segundo o órgão, a estatal deu início às medidas necessárias para o atendimento das solicitações e as ações adotadas estão sendo avaliadas.
Em nota, a INB informou que já está adotando as medidas necessárias e vai atender todas as recomendações. A estatal disse também que a unidade é permanentemente monitorada para proteção do meio ambiente e da saúde de trabalhadores e moradores da região. Ela anunciou a troca de um extravasor (canalização destinada a escoar eventuais excessos de água dos reservatórios) por um modelo mais moderno e acrescentou que uma empresa contratada vem atuando para aumentar a segurança da barragem desde dezembro do ano passado, com previsão para concluir o serviço em maio.
"A INB está de portas abertas à população para esclarecer todas as dúvidas e tem se reunido com representantes do poder público da região", registra o texto divulgado pela estatal. Segundo a empresa, na semana passada, o prefeito de Caldas, Alexsandro Conceição Queiroz, visitou a unidade junto com secretários da prefeitura.
Matéria atualizada às 20h38 para acréscimo da nota da INB