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- 06/01/2021 - Governo quer criar órgão nuclear e especialistas temem mais domínio militarFonte: UolO governo Bolsonaro prepara a criação de um novo organismo no setor nuclear, a ANSN (Autoridade Nacional de Segurança Nuclear), que ficaria responsável por atividades de fiscalização e controle hoje desempenhadas pela CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear).
A maior preocupação de especialistas ouvidos pela coluna não é com o surgimento do órgão em si, que já é recomendado no setor há anos, mas com a capacidade de os militares influenciarem os rumos de mais esse espaço institucional na União.
A expansão da presença dos militares em áreas antes comandadas por civis no governo federal é crescente desde a gestão de Michel Temer (2016-2018). O então presidente, por exemplo, passou o comando do Ministério da Defesa a um oficial das Forças Armadas, o que não ocorria desde a criação da pasta, em 1999. O processo se ampliou enormemente no governo de Jair Bolsonaro, com militares comandando áreas tão distintas quanto a saúde, a infraestrutura, a energia e a Casa Civil.
Um dos órgãos que passou a ser chefiado por um militar durante o governo Temer foi a CNEN, que há anos era presidida por especialistas civis. Ela é responsável por colaborar na formação da política nuclear, "executar ações de pesquisa, desenvolvimento, promoção e prestação de serviços na área de tecnologia nuclear e suas aplicações para fins pacíficos" e fazer regulação, licenciamento, autorização, controle e fiscalização do uso da tecnologia.
Em 2017, por decisão do então ministro de Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab, o governo nomeou para a presidência do CNEN o major brigadeiro do ar da reserva da Aeronáutica Paulo Roberto Pertusi, que foi mantido no cargo no governo Bolsonaro com apoio do novo ministro, o tenente-coronel aviador da reserva da Aeronáutica Marcos Pontes.
Desde o governo Temer cresceu o papel do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), então comandado pelo general da reserva do Exército Sérgio Etchegoyen, no tema da política nuclear. Por decreto, Temer alterou o CDPNB (Comitê de Desenvolvimento do Programa Nuclear Brasileiro), criado no governo Lula em 2008, e repassou a sua coordenação ao GSI. O general criou sete grupos de trabalho e, por meio do comitê, elaborou uma Política Nuclear Brasileira. Na época disse que o programa nuclear iria sair do "imobilismo".
O programa nuclear brasileiro ganhou impulso na ditadura militar (1964-1984) com a construção das usinas nucleares Angra 1 e 2 e uma terceira inacabada, além de um programa militar "paralelo" que pretendia obter o domínio do processo de criação de uma bomba atômica. Desde a redemocratização, a usina Angra 3 nunca foi acabada e os militares foram forçados a abandonar o programa "paralelo", mas seguiram desenvolvendo, na Marinha, o projeto do submarino nuclear. A partir do governo Temer, a influência dos militares sobre o setor voltou com força.
Em setembro de 2019, o governo Bolsonaro anunciou que pretendia construir seis usinas nucleares no Nordeste, ao custo de US$ 30 bilhões, além de completar Angra 3. Em 2017, o TCU (Tribunal de Contas da União) estimou que eram necessários cerca de R$ 25 bilhões para terminar a obra, iniciada em 1984 e paralisada em 2015 a partir de denúncias de corrupção reveladas na Operação Lava Jato.
Ministério diz que órgãos preparam minuta de medida provisória
Os planos para a criação da ANSN passam pelo MME (Ministério de Minas e Energia), comandado também por um militar, o almirante da reserva da Marinha Bento Albuquerque.
Segundo os planos do governo, a ANSN será criada a partir de uma cisão de competências e cargos da CNEN. A Autoridade será "exclusivamente dedicada aos temas da segurança nuclear, segurança física nuclear, proteção radiológica e salvaguardas".
Com a ANSN, poderá ser resolvido o potencial conflito de interesses que gerou uma recomendação recorrente, vinda inclusive do TCU, para que o governo fizesse a separação das tarefas de licenciamento, fiscalização e controle hoje na CNEN.
Procurado pela coluna, o MME confirmou que o texto de uma medida provisória para criação da ANSN "está sendo finalizado em conjunto por cinco ministérios: MME, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Ministério da Economia, Casa Civil e o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República".
Segundo o MME, a ANSN será uma cisão da CNEN e "desta forma, os cargos e o orçamento são os já destinados à CNEM, que serão desmembrados entre as duas autarquias. Com a conclusão do texto ainda no início de 2021, a proposta de medida provisória será submetida à Presidência da República para que seja decidido quando editar a medida provisória".
Por ofício em 2019, presidente da CNEN manifestou preocupação
A criação da ANSN gera preocupações não só fora, mas dentro do governo, como comprova um ofício - ao qual o UOL teve acesso - enviado em 26 de novembro de 2019 pelo presidente da CNEN, Paulo Roberto Pertusi, ao então secretário-executivo do ministro Marcos Pontes, do MCTIC, Julio Semeghini.
No documento, o brigadeiro antecipa que o programa nuclear brasileiro, "sua estrutura e governança" e o papel central do MCTIC "estão em vias de sofrer profundas modificações" com a criação da ANSN. Segundo o militar, "não há dúvida alguma quanto à conveniência da separação das competências hoje concentradas na CNEN", mas o ponto "crucial e decisivo é entender se de fato ela deve ser feita a qualquer custo, como alguns entes preconizam".
"A verdade é que esse custo (não financeiro, mas institucional) recairá praticamente todo sobre o MCTIC. O país não pode errar, nesse momento, em matéria tão estratégica, seja qual for o pretexto", escreveu o presidente da CNEN.
Pertusi apontou "evidentes vários casuísmos" em críticas feitas à CNEN, em especial a de que o órgão não teria interesse em fazer a separação das suas competências. "Os óbices não têm sido da CNEN, secretário", escreveu o militar, sem dar nomes.
Brigadeiro citou riscos se a nova Autoridade for "inadequada ou mal gerida"
O militar escreveu ainda que servidores da CNEN " na ativa e aposentados" estariam manifestando "a sua impressão pessoal de que se pretende retirar o protagonismo do MCTIC como condutor legítimo da política nuclear brasileira".
Segundo ele, os servidores e outras "personalidade com reconhecida competência na área nuclear" também estariam expressando, nos últimos meses, "absoluta perplexidade com a possibilidade de o modelo da nova Autoridade vir a ser baseado não nas informações da Instituição que tem a legitimidade, a capacidade e a competência para tal, mas nas de outros atores".
Trechos do ofício enviado pelo presidente da CNEN, brigadeiro Paulo Pertusi, ao Ministério da Ciência e Tecnologia em novembro de 2019
Imagem: ReproduçãoO brigadeiro também não mencionou quem seriam esses atores. Ele fez uma advertência: "Cumpre alertar que uma estrutura inadequada ou mal gerida pode vir a comprometer, no futuro, os rígidos padrões de segurança que a CNEN imprime em suas fiscalizações e acarretar, em última análise, além de ineficiência, risco de acidente nuclear ou radiológico"
CNEN diz que sua posição de 2019 foi "devidamente considerada"
Procurada pela coluna, a CNEN reconheceu, por meio de sua assessoria, o envio do ofício em novembro de 2019, mas ponderou que "sugestões, opiniões e posicionamentos são necessários e bem-vindos" em um momento de "deliberações, natural para mudanças significativas para o país em tema tão estratégico". "Assim, a CNEN posicionou-se sobre aquele momento específico, tendo sido a sua manifestação devidamente considerada e, naturalmente, a Comissão continua atuante na atual fase do projeto."
Segundo a CNEN, o ofício "se referia, tão somente, a determinados aspectos do processo, natural e necessário, de separação das funções de regulação e fiscalização das funções de pesquisa, desenvolvimento e inovações, todas elas desempenhadas adequadamente pela CNEN há décadas" e que não fazia críticas ao MCTIC.
O órgão voltou a dizer que concorda com a criação da ANSN, um processo que estaria "em fase de elaboração de medida provisória".
"A CNEN pode afirmar que todos os esforços estão sendo envidados para assegurar que esse processo de criação da ANSN e de sua própria reestruturação resulte em duas instituições fortes, que mantenham a alta qualidade dos serviços prestados em todas as suas áreas de atuação, seguindo os rígidos padrões de segurança que a Comissão imprime em suas fiscalizações e, por outro lado, colaborando decisivamente para o bem-estar da sociedade brasileira."
Procurado, o MCTIC não havia se manifestado até o fechamento deste texto.
Para especialistas, preocupa a possível influência militar na nova Autoridade
Dois especialistas no tema nuclear que pediram para não ter os nomes publicados concordaram que a maior dúvida é sobre o papel dos militares na condução da Autoridade Nacional de Segurança Nuclear.
A ideia de uma Autoridade regulatória é desejável, disse um dos especialistas, e uma demanda antiga dos servidores da CNEN e da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), vinculada à ONU. "A parte preocupante", afirmou, "é essa autoridade funcionar sob o Ministério de Minas e Energia, particularmente quando o ministério está sob forte influência da Marinha (que tem interesse em tocar o projeto do submarino nuclear". Além desse "potencial conflito de interesses", é considerado "muito estranho um órgão ligado ao MME fazer o licenciamento e controle de indústrias e hospitais".
Além das usinas Angra 1 e Angra 2, há cerca de 3 mil instalações radioativas no país sob fiscalização da CNEN, como clínicas de radioterapia e medicina nuclear e laboratórios de pesquisa.
Uma das preocupações é que "toda essa mudança esteja sendo feita agora (depois de mais de 20 anos de discussões) para que sejam carimbados [aprovados] os projetos nucleares da Marinha".
Para ativista, militarização do programa nuclear sob Bolsonaro "é sopa no mel"
Francisco Whitaker, arquiteto de formação e ativista social no tema da energia nuclear, vencedor em 2006 do Right Livewood Award, concedido pelo Parlamento Sueco e considerado um "Prêmio Nobel Alternativo", disse que desde o princípio, na ditadura, o objetivo do programa nuclear era militar e que agora no governo Bolsonaro a militarização do tema volta a ganhar espaço.
"No fundo não se trata nem de militarizar o tema nuclear, já está militarizado. Já é um programa militar. Agora, num governo que já é militarizado, é sopa no mel. Vai ser uma beleza. Eles queriam utilizar desde o começo o programa nuclear para o desenvolvimento de uma bomba atômica. Aí os militares vão ficar contentes."
De acordo com Whitaker, a produção de eletricidade por usinas nucleares "é só um subproduto". "O que os militares buscam são duas coisas: estudar bem a tecnologia, que é a mesma da bomba atômica, e produzir plutônio, principal subproduto das usinas, que pode ser usado numa bomba. Desde o princípio era uma maneira indireta de produzir combustível para a bomba."
O ativista disse que a futura ANSN deveria ser formada por civis, como cientistas, técnicos e especialistas no assunto, a fim de evitar potencial conflito de interesses e tentar reduzir a influência militar sobre o programa nuclear.
"O Brasil agora quer construir seis usinas, retomar Angra 3. Qual o objetivo disso? O nuclear estava meio paradão aqui porque há muita dúvida sobre o risco e o custo. No mundo inteiro está ficando a energia mais cara. Os países mais sensatos, como Alemanha, fecharam suas usinas nucleares e lançaram programas de energia solar e eólica. O Japão fechou usinas e não teve nenhum baque econômico. Por que o Brasil quer ir por esse caminho que os outros países já estão abandonando? É porque a finalidade é militar, é ter a bomba."
Thiago Almeida, da campanha de energia e clima do Greenpeace, disse que a organização não governamental é "é totalmente contrária ao uso de energia nuclear tanto para a geração de eletricidade quanto para fins bélicos". "Dito isso, é necessário entender melhor a proposta de criação da ANSN, suas atribuições, separação de competências e para quem ela vai responder. E qualquer discussão sobre nova autoridade deveria ser transparente e envolver a sociedade civil."
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- 04/01/2021 - Energia nuclear no Brasil atinge nova marca mundialArtigo de Rogério Arcuri Filho, presidente da ABEN - Associação Brasileira de Energia Nuclear
Artigo de Rogério Arcuri Filho, presidente da ABEN - Associação Brasileira de Energia Nuclear
Fonte: ABEN
A usina nuclear de Angra 2, localizada em Angra dos Reis, RJ, com potência instalada de 1.350 MW, alcançou uma marca histórica em 2020.
De acordo com o Relatório Anual do ministério de Minas e Energia, e apontado como destaque pelo ministro Bento Albuquerque em recente declaração, Angra 2 operou durante 13 meses consecutivos com um fator de capacidade de 99,43%, estabelecendo uma nova marca mundial em termos de tempo de operação contínua antes da parada programada para troca de combustível, e trabalhando, durante todo este tempo, praticamente na potência máxima, 24 horas por dia. Estes dados atestam tanto a segurança operacional dos reatores nucleares brasileiros, quanto a produtividade dos elementos combustíveis, projetados e fabricados pela empresa estatal brasileira INB – Indústrias Nucleares do Brasil S.A.
Trata-se de um feito que merece ser divulgado junto à sociedade brasileira, principalmente neste momento em que se está discutindo a manutenção da bandeira vermelha para a tarifa de energia elétrica. Além disso, o risco iminente de apagão, com o consequente acionamento das térmicas a gás e a óleo com custos operacionais muito mais elevados, caso a situação hídrica do País continue no atual estado de escassez de chuvas, com comprometimento de nossa capacidade de geração hidrelétrica. Tudo isso contribui ainda mais para elevar nossa tarifa de energia elétrica, como se não bastasse o Brasil já ter a triste marca de segunda maior tarifa residencial do planeta.
Em um sistema híbrido de geração como o do Brasil, com predominância hidrelétrica, a complementariedade das fontes de geração é um fator de segurança energética fundamental. O Brasil tem diversificado sua matriz de geração de energia elétrica, explorando, cada vez mais e melhor, o seu potencial de energia renovável, com parques eólicos, hidrelétricas, usinas de biomassa e instalações de geração solar, quer de forma centralizada ou descentralizada com os smart grids. A presença da energia nuclear nesta matriz fornece a segurança energética que o sistema elétrico necessita, ao mesmo tempo em que contribui para reduzir as emissões de CO2 e baixar os custos de geração térmica.
É importante destacar a correlação direta entre energia elétrica e desenvolvimento. O Brasil, infelizmente, tem um baixo índice de consumo per capita: 2.500 kWh/hab/ano, precisando, assim, de grandes quantidades de energia para poder se desenvolver de fato. Uma politica de Estado, para o desenvolvimento do Brasil, passa necessariamente por uma produção maciça de eletricidade, em larga escala, na qual a fonte nuclear tem um grande e importante papel a desempenhar.
No caso do Brasil, estudos apontam que uma composição da ordem de 70% de energia renovável, complementada com 30% de regulável (geração térmica), seria suficiente para garantir a segurança energética do País, otimizando a composição de custos e maximizando a produção, o que resulta na economicidade para o sistema e estabilidade no valor da tarifa elétrica.
Neste sentido, o ministério de Minas e Energia acaba de lançar o plano estratégico do setor energético para o horizonte 2050 (PNE 2050), com a recomendação de construção de mais 10.000 MW de energia nuclear no Brasil, além de Angra 3, com entrada em operação prevista para meados da década que ora se inicia. Assim, a decisão já está tomada; necessário se faz que os diversos players assumam então seu papel no trabalho, urgente, de viabilização das novas centrais nucleares brasileiras.
Para tanto, vale lembrar que o Brasil possui uma reserva de urânio suficiente para o abastecimento de um parque nucleoelétrico de 12 usinas nucleares, de modo a garantir a segurança energética no fornecimento de eletricidade. Este parque gerador corresponderia a um percentual de apenas 10% no sistema nacional, o que seria equivalente a uma usina hidrelétrica do porte de Itaipu. Além disso, o País domina integralmente todo o ciclo do combustível nuclear, a partir da mineração de urânio, a fabricação de elementos combustíveis e a sua utilização nas usinas nucleoelétricas.
Deste modo, o Brasil não pode se dar ao luxo de abrir mão de uma fonte energética com tal grau de segurança operacional e de garantia de fornecimento, com economicidade e impactos ambientais próximos de zero. Portanto, é importante que o exemplo de Angra 2 sirva de referência para a sociedade brasileira se orgulhar da capacitação nacional em geração nuclear, sobretudo neste momento de expansão, tão necessária para o desenvolvimento do País, subsidiando uma decisão técnica, madura e consciente sobre o tema.
Rogério Arcuri Filho
Presidente da ABEN - Associação Brasileira de Energia Nuclear -
- 04/01/2021 - Irã retoma enriquecimento de urânio e viola acordo nuclear de novoPaís também apreendeu petroleiro sul-coreano no estreito de Hormuz, entre os golfos pérsico e de Omã 'por contaminação petroleira e riscos para o meio ambiente'.
País também apreendeu petroleiro sul-coreano no estreito de Hormuz, entre os golfos pérsico e de Omã 'por contaminação petroleira e riscos para o meio ambiente'.
Fonte: G1O Irã retomou o enriquecimento de urânio a 20% em uma instalação nuclear subterrânea, anunciou Teerã nesta segunda-feira (4), rompendo de novo o acordo nuclear de 2015 com grandes potências mundiais.
A medida é a última violação iraniana do acordo e pode complicar os esforços do presidente eleito dos EUA, Joe Biden, para retomar o pacto rompido pelo atual presidente americano, Donald Trump.
O acordo nuclear com o Irã foi assinado em julho de 2015, após quase 20 meses de negociações, entre o governo da República Islâmica e um grupo de potências internacionais, liderado pelos EUA.
O chamado grupo P5+1 (os cinco membros do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha) aceitou encerrar as sanções ligadas ao programa nuclear iraniano em troca de seu desmantelamento.
Mas os Estados Unidos deixaram o acordo em 2018 e reimpuseram sanções a Teerã, contra o desejo das demais potências que assinaram o pacto. Em resposta, o governo iraniano começou a violar cláusulas do documento em 2019.
O principal objetivo do acordo era estender o tempo que o Irã precisaria para produzir material físsil suficiente para uma bomba nuclear.
"Há poucos minutos, o processo de produção de urânio enriquecido a 20% começou no complexo de enriquecimento de Fordow", anunciou o porta-voz do governo iraniano, Ali Rabeie, na mídia estatal.
"O processo de injeção de gás nas centrífugas começou há algumas horas e o primeiro produto do hexafluoreto de urânio (UF6) gasoso estará disponível em algumas horas”, afirmou o porta-voz.
A medida é uma das muitas que constam em uma lei aprovada pelo parlamento do país em dezembro, em resposta à morte do principal cientista nuclear do país. Teerã atribuiu o assassinato a Israel.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta segunda o país "não permitirá que o Irã produza armas nucleares".
O Irã havia avisado a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) que planejava retomar o enriquecimento. Para produzir armas nucleares, o urânio enriquecido precisa chegar a 90%.
A lei tem o objetivo de aumentar o enriquecimento para pressionar a Europa a aliviar as sanções ao país e também o presidente eleito dos EUA.
Navio da Coreia do Sul
Também nesta segunda-feira (4), a Guarda Revolucionária do Irã capturou um petroleiro com bandeira da Coreia do Sul no estreito de Hormuz, entre os golfos pérsico e de Omã.
Segundo a imprensa iraniana, o navio foi transferido para os portos do país "por contaminação petroleira e riscos para o meio ambiente".
Nos últimos meses, o Irã aumentou a pressão sobre o país para desbloquear cerca de US$ 7 bilhões em ativos das vendas de petróleo.
O montante foi obtido antes de o governo Trump ter restringido as sanções às exportações de petróleo do país, mas mesmo assim foi bloqueado pela Coreia do Sul.
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- 04/01/2021 - Decreto do governador recompõe orçamento da FAPESPFonte: Agência FapespAgência FAPESP – O Decreto nº65.438, de 30 de dezembro de 2020, publicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo no dia 31 de dezembro, assinado pelo governador de São Paulo, João Doria, recompôs integralmente o orçamento da FAPESP e das três universidades estaduais paulistas para 2021.
A publicação do decreto, prevista no artigo 11 da Lei nº 17.309, de 29 de dezembro de 2020, proposto pelo próprio Executivo, teve como objetivo assegurar o cumprimento do disposto no artigo 271 da Constituição do Estado de São Paulo e no artigo 5 da Lei nº 17.286, de 2020.
O artigo 271 da Constituição Estadual estabelece que o Estado destinará o mínimo de 1% de sua receita tributária à FAPESP, como renda de sua privativa administração, para aplicação em desenvolvimento científico e tecnológico, e o artigo 5 da Lei 17.286 destina às universidades estaduais liberações mensais de, no mínimo, 9,57% da arrecadação do ICMS.
Em nota encaminhada ao jornal Folha de S.Paulo em 31 de dezembro, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) afirma que o governo de São Paulo "mantém seu compromisso com a ciência e garante todos os recursos destinados à pesquisa, ciência e tecnologia em sua integralidade para a FAPESP e as universidades, mesmo em um momento de grande desafio fiscal e recuperação econômica devido à pandemia, que levou o governo a fazer uma reforma administrativa de R$ 7 bilhões para cobrir restrições orçamentárias em todas as suas áreas”.
De acordo com a nota da SDE, "o Decreto 65.438 de 30/12/2020 reforça e comprova o compromisso realocando um total de R$ 1.191.101.414 milhões para a FAPESP e universidades estaduais. Não há fragilidade na garantia de recursos, pois a Lei Orçamentária Anual [LOA] aprovada estabelece que os recursos da FAPESP serão aqueles definidos pelo artigo 271 da Constituição Estadual [redação dada pelo parágrafo 5 do Artigo 11 da LOA]. Portanto, isso assegura por lei que a FAPESP contará, mensalmente, com a transferência de 1% da Receita Tributária Líquida do Estado”.
Ainda de acordo com a SDE, o decreto foi necessário para ajustar o orçamento geral do Estado e reforça, também"que a Desvinculação da Receita Orçamentária de Estados e Municípios [DREM] não foi e não será aplicada à FAPESP em 2021 e que há um compromisso claro do Governo Doria pela ciência”.
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- 31/12/2020 - Transformação da INB em empresa pública é efetivadaFonte: Sudoeste BahiaA alteração da natureza jurídica da INB de sociedade de economia mista para empresa pública foi efetivada no dia 21 de dezembro de 2020, após o registro na Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro (JUCERJA) do Estatuto Social da empresa com as alterações aprovadas durante a 38ª Assembleia Geral Extraordinária (AGE). O estatuto foi alterado de forma a adequá-lo ao que estabeleceu a Medida Provisória n° 998, de 1º de setembro de 2020, que transferiu para a União as ações de titularidade da Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN representativas do capital social da INB e determinou sua transformação em empresa pública, vinculada ao Ministério de Minas e Energia, por meio do resgate da totalidade de participações de acionistas privados. A 38ª AGE foi realizada no dia 10 de dezembro de forma remota. Conduzida pelo presidente da INB, Carlos Freire Moreira, a Assembleia contou com a participação por videoconferência da Procuradora da Fazenda Nacional Marisa Albuquerque Mendes como representante do acionista controlador, a União, que é detentora de 99,9976% da totalidade das ações ordinárias que constituem o capital votante da companhia.
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- 23/12/2020 - FAPESP divulga resultados da chamada Ciência para o DesenvolvimentoFonte: Agência FapespAgência FAPESP – A FAPESP anunciou nesta terça-feira (22/12) os resultados da chamada Ciência para o Desenvolvimento, lançada em 2019, antes mesmo da pandemia da COVID-19, que tem como objetivo apoiar pesquisas orientadas para a solução de problemas nas áreas de saúde, segurança pública, alimentação e agricultura, desenvolvimento econômico, entre outras.
Foram aprovadas 12 propostas, no valor total de R$ 88 milhões, submetidas por consórcios de pesquisa formados por pesquisadores em universidades, secretarias de Estado, instituições públicas e privadas no país e no exterior e empresas. O evento de lançamento foi gravado em vídeo.
Núcleos de Pesquisa Orientados a Problemas de São Paulo
"O edital para a seleção de projetos de pesquisas orientadas à solução de problemas é uma nova forma de articular o meio acadêmico e a sociedade”, disse Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP, no evento de apresentação dos resultados do edital.
O edital previa que as propostas deveriam ser submetidas por consórcios, denominados Núcleos de Pesquisa Orientados a Problemas de São Paulo (NPOPs), que articulassem parceiros no desenvolvimento de pesquisa para a solução de problemas.
Um dos projetos aprovados, o "NPOP - Desenvolvimento da cadeia de produção de componentes metálicos para manufatura aditiva”, por exemplo, voltado a investigações relacionadas a novas ligas de alumínio e aço, tem sede no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e envolve dez parceiros, entre eles a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), o Instituto Fraunhofer (IPK), na Alemanha, o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), a Gerdau, a Iochpe-Maxion e a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração. As pesquisas atendem a demandas da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE).
Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da FAPESP, sublinhou que o edital teve como foco a pesquisa orientada à missão. "Nos últimos anos, depois que os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU entraram na pauta das agências de fomento, há uma ênfase crescente em orientar as ações das agências para pesquisas orientadas à missão.”
O "NPOP - Núcleo de Terapia Celular”, com sede na Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto, também aprovado no edital, por exemplo, articula pesquisadores na Fundação Butantan, no Instituto Butantan e na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) num projeto que visa ampliar a disponibilização de terapia celular e imunoterapias inovadoras para pacientes com neoplasias, entre outros objetivos.
"A pesquisa orientada à missão é um caminho para o desenvolvimento econômico inclusivo e sustentável”, disse Luiz Eugênio Mello, diretor científico da FAPESP.
O "NPOP - BIOTA Síntese”, com sede no Instituto de Estudos Avançados da USP, mobilizará 27 instituições parceiras na análise e síntese de soluções baseadas na natureza, para dar respostas a desafios da agricultura sustentável, segurança hídrica e controle de zoonoses.
A secretária de Desenvolvimento Econômico, Patricia Ellen, afirmou que o edital responderá a "grandes desafios” de São Paulo, mapeados pelas secretarias de Estado. Ela citou os exemplos dos NPOPs que terão como missão melhorar a qualidade do pescado e aumentar a produtividade dos citros, café e cana-de-açúcar produzidos no Estado.
Três NPOPs têm como objetivo atender a demandas de segurança pública. Um deles, com sede no Instituto de Matemática e Estatística da USP, em parceria com as empresas Avantia Tecnologia e Engenharia e Equinix do Brasil, desenvolverá pesquisas e tecnologia e capacitará recursos humanos para o monitoramento em tempo real de vídeo ao vivo, com o objetivo de detectar e rastrear pessoas e veículos, oferecendo subsídios para a segurança pública, transporte inteligente e vigilância epidemiológica.
O vice-governador Rodrigo Garcia, que também participou do evento, afirmou que, num ano tão difícil como 2020, as pesquisas para o avanço do conhecimento e para a solução de problemas, apoiadas pela FAPESP, foram um "diferencial” do Estado de São Paulo. "Em 2021, a FAPESP continuará com o seu papel no desenvolvimento de São Paulo.”
Projetos selecionados no edital:
Núcleo de Terapia Celular - NuTeC
Pesquisador Responsável: Dimas Tadeu Covas
Instituição responsável: Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto/FUNDHERP/SSSP
Processo FAPESP: 2020/07055-9Programa multicêntrico utilizando radioligantes de PSMA para o diagnóstico e terapia de pacientes com câncer de próstata
Pesquisador responsável: Wilson Aparecido Parejo Calvo
Instituição responsável: Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares/IPEN/SDE
Processo FAPESP: 2020/07065-4Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Imunobiológicos
Pesquisador responsável: Ana Maria Moro
Instituição responsável: Instituto Butantan/IB/SSSP
Processo FAPESP: 2020/07040-1Pescado para a saúde - melhora da qualidade nutricional do pescado cultivado para consumo humano
Pesquisador responsável: Daniel Eduardo Lavanholi de Lemos
Instituição responsável: Instituto Oceanográfico/IO/USP
Processo FAPESP: 2020/06830-9Centro de Pesquisa e Desenvolvimento sobre Conhecimento ao Vivo
Pesquisador responsável: João Eduardo Ferreira
Instituição responsável: Instituto de Matemática e Estatística/IME/USP
Processo FAPESP: 2020/06950-4BIOTA Síntese - Núcleo de Análise e Síntese de Soluções Baseadas na Natureza
Pesquisador Responsável: Jean Paul Walter Metzger
Instituição responsável: Instituto de Estudos Avançados/IEA/USP
Processo FAPESP: 2020/06694-8Inovação para Vigilância em Saúde (IViS)
Pesquisador responsável: Paulo Rossi Menezes
Coordenadoria de Controle de Doenças/CCD/SSSP
Processo FAPESP: 2020/07050-7Desenvolvimento da cadeia de produção de produção de componentes metálicos por manufatura aditiva
Pesquisador responsável: Mário Boccalini Júnior
Instituição responsável: Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo/IPT/SDE
Processo FAPESP: 2020/06984-6PBIS - Plataforma Biotecnológica Integrada de Ingredientes Saudáveis
Pesquisador responsável: Maria Teresa Bertoldo Pacheco
Instituição responsável: Instituto de Tecnologia de Alimentos/ITAL/SAASP
Processo FAPESP: 2020/07015-7Estratégias biotecnológicas e genômicas para qualidade, produtividade e manejo sustentável de citros, café e cana-de-açúcar no Estado de São Paulo
Pesquisador responsável: Mariângela Cristofani-Yaly
Instituição responsável: Instituto Agronômico de Campinas/IAC/SAASP
Processo FAPESP: 2020/07045-3Núcleo de Inteligência de Dados para o Gerenciamento de Cidades e Segurança - NInDA
Pesquisador responsável: Luis Gustavo Nonato
Instituição responsável: Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação/ICMC/USP
Processo FAPESP: 2020/06899-9Centro de Ciência Aplicada à Segurança (CCAS-FGV)
Pesquisador responsável: João Luiz Becker
Instituição responsável: Escola de Administração de Empresas de São Paulo/EAESP/FGVProcesso FAPESP: 2020/07019-2
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- 18/12/2020 - Irã afirma que não discutirá novo acordo nuclearO enviado iraniano para a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Kazem Gharib Abadi, disse nesta sexta-feira (18) que não há necessidade de um novo acordo para reviver o tratado nuclear de 2015.
O enviado iraniano para a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Kazem Gharib Abadi, disse nesta sexta-feira (18) que não há necessidade de um novo acordo para reviver o tratado nuclear de 2015.
Fonte: Sputnik BrasilA fala de Gharib Abadi foi uma resposta ao chefe da vigilância atômica das Nações Unidas, que insinuou a possibilidade de se chegar a um novo acordo com Teerã diante da eleição de Joe Biden nos EUA.
Em uma série de mensagens postadas em uma rede social na sexta-feira (18), Kazem Gharib Abadi reiterou a posição do Irã sobre o acordo histórico de 2015, oficialmente conhecido como Plano Conjunto de Ação Integral (JCPOA). Segundo ele, o acordo não está sujeito a renegociação, apesar de um novo governo ter chegado ao poder em Washington.
As informações foram confirmadas pela Press TV.
"Não haveria renegociação do negócio e em caso de sua retomada, não há necessidade de novo documento sobre o papel da Agência. Não é necessário complicar a situação", escreveu Gharib Abadi.
O enviado iraniano também disse que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) foi encarregada apenas de monitorar e verificar as medidas voluntárias do Irã, e não fazer avaliações sobre como Teerã estava implementando seus compromissos.
"Como eu disse antes, a única função da AIEA é monitorar e verificar as medidas nucleares voluntárias, conforme detalhado no , e fornecer atualizações factuais regulares a este respeito", disse Gharib Abadi.
"Apresentar qualquer avaliação sobre como os compromissos são implementado (por exemplo, referindo-se a violação) está absolutamente fora do mandato da Agência e deve ser evitado", concluiu.
O Plano Conjunto de Ação Integral (JCPOA)
O Plano Conjunto de Ação Integral (JCPOA) foi criado em 2015. Trata-se de um acordo internacional acerca do programa nuclear iraniano.
O JCPOA impôs restrições abrangentes ao programa nuclear iraniano em troca da suspensão das sanções internacionais contra o Irã e permitiu que as instalações nucleares do país fossem inspecionadas pelo órgão de vigilância patrocinado pela ONU, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Ao deixar o tratado em 2018, Trump citou supostas violações cometidas pelo Irã como o motivo da retirada. O Irã negou essa acusação, enquanto vários relatórios da AIEA confirmaram que o país estava cumprindo o acordo. Ao deixarem as negociações, os EUA foram fortemente criticados pela União Europeia (UE), China e Rússia, todos signatários do acordo.
Um ano depois, o Irã começou a aumentar seu estoque de urânio enriquecido e elevou o nível de enriquecimento além dos limites estabelecidos pelo JCPOA. Autoridades em Teerã disseram que isso pode ser revertido rapidamente se a UE convencer os EUA a voltar ao acordo nuclear ou encontrar maneiras de aliviar o ônus das sanções do Irã.
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- 18/12/2020 - Nota do Conselho Superior da FAPESPFonte: Agência FapespAgência FAPESP – O Conselho Superior da FAPESP reuniu-se em 15/12 com o vice-governador Rodrigo Garcia e com a secretária de Desenvolvimento Econômico, Patricia Ellen, para tratar do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA 627/20) em tramitação na Assembleia Legislativa. O vice-governador expôs as iniciativas tomadas pelo Executivo para excluir a Desvinculação da Receita Orçamentária de Estados e Municípios (DREM) que incidiria sobre a FAPESP, proposta na versão original do PLOA. Mostrou que a revisão encaminhada pelo Executivo para a Assembleia contemplava esta exclusão. Como isso implicaria a reformulação orçamentária de numerosos órgãos, a Comissão de Finanças deliberou por determinar ao Executivo que faça estes ajustes em decreto específico no início de 2021. Mesmo assim, por iniciativa do Executivo, ficou consignado na Lei Orçamentária que o regime de transferências do Tesouro à FAPESP será aquele definido no Artigo 271 da Constituição. Finalmente, o vice-governador assegurou que a DREM não será aplicada à FAPESP em 2021 nem nos anos subsequentes, enquanto o atual governo estiver à frente do Executivo Paulista.
Os conselheiros apreciaram as manifestações do governador João Doria e do vice-governador, no sentido de garantir, para os próximos exercícios, a transferência para a Fundação de 1% da receita tributária do Estado, mesmo num contexto fiscal difícil. Salientaram que manter este investimento demostrava lucidez e claro entendimento do papel da CT&I para o desenvolvimento paulista.
Mas igualmente ressaltaram que a hipótese da aplicação da DREM gerava enorme desconforto, pois seria impossível à FAPESP operar – em função da natureza plurianual de seus investimentos – sem a previsibilidade assegurada pela norma definida na Constituição. Mostraram que as decisões de fomento da Fundação implicam compromissos que podem estender-se por até dez anos, não sendo possível planejar suas ações sem conhecimento prévio da regra de formação de seu orçamento, não apenas em 2021, mas também nos anos seguintes. Salientaram que não era apenas uma questão de recursos, mas da solidez e credibilidade institucional de que goza a FAPESP, em São Paulo, no Brasil e no mundo.
Os conselheiros lembraram ainda que a questão extrapola a comunidade científica e tecnológica de São Paulo, preocupando o amplo universo da C&T brasileiro, por ser São Paulo um exemplo admirado e emulado em todo o país, sendo provável que pesquisadores, entidades, associações e empresas viessem a se manifestar e questionar estas medidas.
Os conselheiros, por fim, indicaram caminhos a serem tomados, desde a supressão da referência à DREM no Projeto, ainda na fase final de trâmite legislativo, em que pese a solução de reconhecer explicitamente a aplicação do Artigo 271 da Constituição, até o veto pelo governador.
Ao final, o vice-governador e a secretária manifestaram concordância com os argumentos apresentados e se comprometeram a avaliar a possibilidade de implementar as alternativas propostas. Asseguraram que o orçamento da FAPESP será garantido, na forma definida na Constituição Estadual, não apenas para 2021 mas também para os próximos anos.
Os conselheiros agradeceram a presença e os compromissos do vice-governador e da secretária, salientando o empenho do Conselho Superior e do conjunto da Fundação de reforçar o papel da FAPESP como instrumento do desenvolvimento de São Paulo, atuando em parceria e articulação com as Secretarias de Estado e demais órgãos do governo, reforçando, por outro lado, sua obrigação de atuar na preservação das receitas, do patrimônio e da herança de seriedade e credibilidade da Fundação.
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- 17/12/2020 - Embaixador da Missão Permanente Junto à AIEA visita CNENFonte: CNENO recém-nomeado chefe da Missão Permanente do Ministério das Relações Exteriores junto à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Embaixador Carlos Sergio Sobral Duarte, visitou em 14/12 a sede da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), no Rio de Janeiro. Foi recebido pelos diretores da CNEN de Pesquisa e Desenvolvimento, Madison Almeida, e Ricardo Gutterres, de Radioproteção e Segurança Nuclear. Participaram ainda a coordenadora-geral de Relações Internacionais Viviane Simões e Francisco Rondinelli, coordenador-geral de Aplicações de Técnicas Nucleares. Temas variados foram tratados na visita, com foco na institucionalidade da CNEN como representante do Estado Brasileiro junto ao organismo internacional.
A atuação da Comissão no Programa Nuclear Brasileiro, com destaque para as aplicações da ciência e tecnologia nuclear em saúde, agricultura, indústria e meio ambiente, além da formação de recursos humanos especializados e da intensa pauta regulatória, fizeram parte da agenda com a autoridade. O FORO Iberoamericano, a Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Material Nuclear (ABACC) e o ARCAL, projeto de apoio aos países da América Latina e Caribe, dentre outros mecanismos de cooperação internacional, foram outros temas do encontro.
Madison comentou aspectos da CNEN atendendo à sociedade, ao Estado e ao mercado, focando as atividades de pesquisa, inovação, produtos e formação de pessoal. Os projetos estruturantes foram mencionados, contrastando com o quadro de decréscimo do número de servidores, sobretudo nos últimos trinta anos.
Gutterres tratou dos temas relacionados a salvaguardas e não-proliferação, além de comentar sobre a necessária conversação fluida com a Missão Permanente, nestas e em outras temáticas, "o que se revela da maior importância no contexto da iminente criação da Autoridade Nacional de Segurança Nuclear”. As milhares de instalações licenciadas pela CNEN foram tema de discussão.
Viviane comentou acerca dos campos de atuação da AIEA, detalhando aspectos da cooperação técnica e outros instrumentos, com destaque para a atuação da CNEN como promotora de programas, enviando especialistas e recebendo os de outros países em seus Institutos. O Embaixador Laercio Vinhas, ex-Chefe da Missão Permanente da AIEA, esteve presente na CNEN, comentando sobre a época de sua gestão, tanto como diretor na CNEN como diplomata e Chefe da Junta de Governadores junto àquela Agência.
Pesquisas e projetos
No dia 16/12, o Embaixador, que também é acadêmico na área nuclear e tem trabalhos publicados sobre temas de desarmamento e não-proliferação, participou de apresentação no Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD/CNEN), unidade técnico-científica localizada no Rio de Janeiro e pode conhecer diversos laboratórios da instituição, após apresentação sobre as atividades desempenhadas em prol do uso seguro das radiações no país, realizada pela diretora Angélica Wasserman.
O diplomata visitou o Laboratório de Nêutrons, da Divisão de Metrologia, cujas instalações integram o Laboratório Nacional de Metrologia das Radiações Ionizantes, que dissemina padrões e confere rastreabilidade às medições, essenciais para a saúde e segurança do público, trabalhadores que lidam com as radiações e do meio ambiente. Conheceu também o Laboratório de Monitoração In Vivo, da Divisão de Dosimetria, onde são realizadas medições para investigar incorporação de materiais radioativos, essenciais para a proteção de trabalhadores ocupacionalmente expostos à radiação, além dos laboratórios da Divisão de Física Médica do IRD, dedicados a promover a proteção radiológica em radiodiagnóstico, medicina nuclear e radioterapia.
Na Divisão de Emergências Radiológicas e Nucleares, pode conhecer um pouco mais sobre o trabalho da equipe, estruturada para responder a situações potenciais e reais de emergência de origem radiológica ou nuclear. Foi destacado o papel do IRD como Ponto de Alerta Nacional, no contexto das Convenções da AIEA sobre Pronta Notificação e de Assistência em caso de acidente nuclear ou emergência radiológica.
Na estação de monitoramento global situada no instituto, verificou o funcionamento da instalação que integra rede de dados da ONU e monitora partículas radioativas e gases nobres liberados na atmosfera. Os resultados das medições são enviados para o centro de dados internacional da Comissão Preparatória para a Organização do Tratado para a Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBTO).
Ao final da visita, o Embaixador afirmou ser de muito valor poder vir à CNEN e ao IRD e ter contato com as atividades desempenhadas, conhecendo os laboratórios. Ele destacou a excelência do instituto, o reconhecimento da instituição, os vínculos com importantes organizações e o papel de destaque em relação ao CTBTO.
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- 17/12/2020 - Câmara aprova MP que altera regras do setor elétricoFonte: Congresso em FocoA Câmara dos Deputados concluiu nesta quinta-feira (17) a votação da Medida Provisória 998/20, que remaneja recursos no setor elétrico para permitir a redução de tarifas de energia e reorganiza o segmento nuclear para a conclusão do projeto da usina de Angra 3. A proposta segue para análise do Senado Federal.
Os deputados aprovaram o substitutivo do relator, deputado Léo Moraes (Podemos-RO), que alterou a proposta para diminuir os impactos do fim de subsídios às energias solar, eólica e de biomassa. Em vez de acabar em setembro, a ajuda do governo será estendida por 12 meses após a promulgação da lei. Moraes também permitiu incentivo à geração de energia a partir de fontes renováveis em prédios públicos utilizando recursos de eficiência energética.
Léo Moraes incluiu ainda dispositivos para estimular a competição nos leilões de geração de energia e incluiu mais setores como beneficiados por investimentos em eficiência energética, restritos inicialmente à indústria.
Compensação
Nesta quinta-feira, os deputados aprovaram uma emenda para garantir compensação a usinas leiloadas entre 2015 e 2017 que tiveram impacto na geração de energia por conta do período de seca – o chamado risco hidrológico.
O texto atende a reivindicações da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), de acordo com o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR). A compensação será feita pela extensão do prazo das concessões.
CDE
A medida provisória transfere para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), entre 2021 e 2025, 30% dos recursos que as concessionárias de energia elétrica são obrigadas a aplicar em programas de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e de eficiência energética. Verbas para projetos contratados ou iniciados serão preservadas.
Atualmente, há R$ 3,4 bilhões não utilizados em projetos de P&D e eficiência energética, que poderão ser direcionados para a CDE, a fim de diminuir potenciais aumentos tarifários por causa dos efeitos da pandemia. Devido à queda do consumo de energia neste ano, as distribuidoras de energia fizeram empréstimo de R$ 15,3 bilhões para compensar as perdas de receita.
Região Norte
O relator também concedeu prazo de cinco anos às distribuidoras da Região Norte para aplicação de parâmetros de eficiência na gestão econômica e financeira, sem que sejam alterados parâmetros relacionados à qualidade do serviço prestado. O objetivo é mitigar efeitos econômicos em concessões que encontraram dificuldades em atender aos parâmetros dos contratos em razão dos efeitos da crise provocada pela Covid-19.
Os consumidores dos estados do Norte não precisarão mais pagar pelos empréstimos fornecidos às distribuidoras na época em que elas estavam sob controle temporário da União, que precedeu a privatização. Os empréstimos foram bancados pela Reserva Global de Reversão (RGR), um encargo cobrado da conta de luz.
A RGR também financiará o valor dos bens das distribuidoras ainda não reconhecidos pela Aneel, evitando que o custo recaia sobre o consumidor.
O texto prevê também mudança no critério de recolhimento do encargo da CDE, que passará a ser regional. A medida permitirá que os consumidores do Acre e de Rondônia tenham a mesma cobrança que os demais consumidores da região Norte (atualmente, contribuem como se estivessem na região Sudeste/Centro-Oeste).
Segundo Léo Moraes, a MP 998 já foi a responsável pela redução média de mais de 11% nas tarifas de energia de Rondônia, com previsão de mais ou menos 30% de redução para os próximos cinco anos.
Angra 3
O relatório de Léo Moraes permite ainda a criação de adicional tarifário para arcar com os custos relacionados ao contrato de comercialização de energia elétrica de Angra 3.
O relator ainda determina que a outorga de autorização para a exploração da usina nuclear seja de competência exclusiva de uma empresa estatal, eliminando espaço para interpretações divergentes. Outra emenda acatada por ele permite, em caso de privatização, que seja outorgada nova concessão para contratos prorrogados.
Angra 3 está sendo construída na praia de Itaorna, em Angra dos Reis (RJ). Segundo dados do governo divulgados em julho, a usina está com 67,1% das obras civis já executadas.
A MP determina ainda a transferência para a União de todas as ações da Indústrias Nucleares do Brasil (INB) e da Nuclebrás Equipamentos Pesados (Nuclep), inclusive as que estão nas mãos da iniciativa privada. As duas estatais, que hoje atuam como sociedades de economia mista (S/A), serão transformadas em empresas públicas vinculadas ao Ministério de Minas e Energia.
A INB atua em mineração e beneficiamento de urânio. A Nuclep atua no desenvolvimento, na fabricação e na comercialização de equipamentos pesados para os setores nuclear.
Fonte: Agência Câmara de Notícias
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- 16/12/2020 - Cientista-empreendedor do Cietec recebe prêmio do MIT Technology ReviewPremiação recompensa os 35 jovens mais inovadores com menos de 35 anos de idade da América Latina
Premiação recompensa os 35 jovens mais inovadores com menos de 35 anos de idade da América Latina
Fonte: CietecO jovem médico brasileiro, Gabriel Liguori, CEO da TissueLabs, recebe prêmio "Innovators Under 35”. A premiação, realizada pelo MIT Technology Review, edição em espanhol da revista do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, recompensa os 35 jovens mais inovadores, com menos de 35 anos de idade da América Latina.
O prêmio foi conquistado pelo trabalho desenvolvido pelo cientista-empreendedor na TissueLabs, startup de biotecnologia residente na Incubadora USP/IPEN-Cietec, que desenvolve diferentes materiais para criação de órgãos e tecidos artificiais em laboratório. A experiência de Liguori com uma cardiopatia congênita que, desde criança, o obrigou a ficar muito tempo no hospital e se submeter a uma cirurgia, motivou a criação da TissueLabs, para ajudar a solucionar o problema de pessoas que morrem em listas de espera por um transplante.
Fundada em 2019, o objetivo da criação da TissueLabs vai além de se estabelecer como uma empresa de sucesso. "Apesar de a cada ano ocorrerem mais de 150.000 transplantes de órgãos no mundo, o número de pessoas que precisa de transplante em todo o mundo é muito maior. Nossa missão é mudar o destino de milhares de pessoas que, de outra forma, morreriam na fila por um transplante”, afirma Liguori.
A startup acaba de receber seu primeiro aporte privado, no valor de R$ 1,5 milhão, realizado por investidores brasileiros e liderado pelo economista Eduardo Zylberstajn. O investimento permitirá à startup aprimorar suas tecnologias, desenvolver novos produtos e expandir suas atividades para o exterior.
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- 15/12/2020 - Butantan desenvolve soro contra coronavírusInstituto discute com Anvisa início dos testes clínicos da formulação que poderia ser usada para bloquear a infecção
Instituto discute com Anvisa início dos testes clínicos da formulação que poderia ser usada para bloquear a infecção
Fonte: Revista FAPESP
O Instituto Butantan concluiu o desenvolvimento do processo de produção de um soro contra o Sars-CoV-2, o vírus causador da Covid-19. Mais de 2 mil frascos estão prontos para o início dos testes de segurança e eficácia em pessoas, informou a bioquímica Ana Marisa Chudzinski-Tavassi, diretora de Inovação do instituto.
Se apresentar a eficácia esperada na próxima etapa de testes, o soro poderia ser usado para tratar pessoas que apresentem os primeiros sintomas da doença, para bloquear o avanço da infecção, segundo a pesquisadora. "O soro poderia ajudar bastante, já que ainda não temos antivirais eficazes contra a Covid-19”, disse Chudzinski-Tavassi.
Resultado de cinco meses de trabalho, o soro é feito a partir de vírus inativado por radiação, por meio de uma técnica desenvolvida com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), aplicado em cavalos. Em resposta ao vírus, os animais produzem anticorpos do tipo imunoglobulina G (IgG), extraídos do sangue e purificados de acordo com uma técnica usada no instituto há décadas para produção de outros soros.
Segundo Chudzinski-Tavassi, o soro mostrou resultados satisfatórios em testes de neutralização em células e segurança em camundongos e coelhos. O estudo está sendo discutido com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para obter autorização para os testes de segurança e eficácia em pessoas, mesmo sem testes similares em modelos experimentais animais.
"Não há nenhum modelo animal que reproduza a Covid-19 do mesmo modo que nos humanos”, comentou. "Por causa dessa impossibilidade, a Argentina, o México e a Costa Rica não realizaram essa etapa, alguns soros já conseguiram a autorização oficial e a Argentina já começou os testes clínicos com seu próprio soro.”
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- 14/12/2020 - MCTI encerra edição presencial da 17ª Semana Nacional de Ciência e TecnologiaEvento trouxe para Brasília tecnologias e inovação com o tema Inteligência Artificial: a nova fronteira da ciência brasileira
Evento trouxe para Brasília tecnologias e inovação com o tema Inteligência Artificial: a nova fronteira da ciência brasileira
Fonte: MCTI
O secretário-executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, Leônidas Medeiros, representando o ministro Marcos Pontes, encerrou neste domingo (13) a edição presencial da 17ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), realizada durante toda a semana no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, em Brasília.
"Eu agradeço ao Governo do Distrito Federal pelo apoio, aos nossos secretários do MCTI, a todos que estão aqui, expositores, participantes. A todos que participaram e fizeram funcionar a nossa feira. Como diz nosso ministro Marcos Pontes, a ciência é a solução de uma grande quantidade de problemas e proporciona bem-estar a todo povo brasileiro”, disse.
A secretária de Articulação e Promoção da Ciência do MCTI, Christiane Corrêa, anunciou o tema da 18ª edição da SNCT, em 2021. O evento vai tratar sobre a transversalidade da ciência e tecnologia e inovações para o planeta. A secretária também agradeceu aos patrocinadores e apoiadores do evento.
"Nesta 17ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia as atividades de aproximação da ciência para crianças e jovens foram possíveis graças ao envolvimento dos nossos patrocinadores: Surf Telecom, Instituto TIM, Ministério do Desenvolvimento Regional e o Ministério da Educação; o apoio do Governo do Distrito Federal, por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, Secretaria de Esporte e Lazer e a Secretaria de Turismo; a emenda parlamentar do deputado federal Luis Miranda (DEM/DF), além da presença dos 50 expositores que trouxeram conhecimento e entretenimento ao grande número de visitantes”.
O secretário de Pesquisa e Formação Científica do MCTI, Marcelo Morales, destacou a união entre ministérios, empresas e instituições de pesquisa para promover a feira e as inovações em combate à Covid-19.
"Em fevereiro, nós trouxemos especialistas e discutimos como faríamos o enfrentamento da pandemia. Criamos a RedeVírus MCTI e sub-redes para enfrentamento. Na rede de vacinas trouxemos as 15 iniciativas fomentadas pelo MCTI. Três delas estão próximas a iniciar os testes com seres humanos. Precisamos de tecnologia nacional para atender com prioridade os brasileiros e se tivermos alguma mutação, que rapidamente nós modifiquemos a vacina nacional e nos adaptemos para tratar os brasileiros”.
O secretário de Estruturas Financeiras e de Projetos do MCTI, Marcelo Meirelles, falou sobre a necessidade de integração entre diferentes atores para diminuir a distância entre a produção de conhecimento e a produção de inovação no Brasil.
"Nós realizamos na SNCT um evento da nossa secretaria que realizamos junto com o CNPq, um evento que propõe diminuir a distância que nós temos no Brasil. O país é o 13º em produção de conhecimento científico, mas o 62º em inovação. A gente precisa caminhar para reduzir esse gap. É esse trabalho junto com o CNPqque é uma forma de integrar quem produz ciência e tecnologia e quem faz inovação”.
Para o senador Izalci Lucas (PSDB/DF), a ciência e tecnologia devem ser uma política de estado para manter políticas duradouras que gerem avanços.
"Mesmo com a pandemia, a realização dessa semana é muito importante. O maior desafio nosso é levar as crianças a importância da ciência, tecnologia e inovações. Precisamos que a ciência e tecnologia seja transformada em uma política de estado e precisamos incentivar novos empreendimentos em Brasília”.
Já o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Distrito Federal, afirmou que o GDF sempre estará à disposição para promover a popularização da ciência e do conhecimento.
"O Governo do Distrito Federal estará sempre à disposição do MCTI para essa parceria. Todas as vezes que o mundo precisa da ciência, a ciência responde e em tempo hábil como responde no caso da vacina contra a Covid-19. Juntos somos fortes e levaremos Brasília a patamares muito mais altos em relação a ciência e tecnologia”.
SNCT
A edição presencial da 17ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), realizada no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, em Brasília, contou com 20 estandes distribuídos por 4 mil metros quadrados. No evento, o público pode conferir diversas atrações como exposições, brincadeiras, equipamentos inovadores, projetos e palestras.
Em virtude dos cuidados necessários para prevenção da Covid-19, o evento seguiu diversos protocolos sanitários determinados em decreto pelo Governo do Distrito Federal.
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- 12/12/2020 - Denise Fungaro extrai sílica, componente do vidro, das cinzas da queima de canaA #MulherCientista dessa semana é uma química acostumada a tirar leite de pedra: transforma resíduos aparentemente inutilizáveis em matéria-prima com valor agregado.
A #MulherCientista dessa semana é uma química acostumada a tirar leite de pedra: transforma resíduos aparentemente inutilizáveis em matéria-prima com valor agregado.
Fonte: Superinteressante
Por Maria Clara RossiniO Brasil é o país que mais produz cana-de-açúcar no mundo. O açúcar vira majoritariamente etanol, e o bagaço é queimado em termelétricas para produzir energia elétrica. O problema são as cinzas que sobram após a combustão.É aí que Denise Fungaro atua. A química é pesquisadora do Centro de Química e Meio Ambiente do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN). Ela desenvolveu um método para transformar as cinzas da cana-de-açúcar em dióxido de silício, mais conhecido como sílica.A pesquisadora faz a caracterização do resíduo e propõe tratamentos - físicos, químicos ou biológicos - para transformar aqueles restos carbonizados nessa matéria-prima importante: a sílica é o principal componente da areia (e, por tabela, do vidro).O vidro comum de lâmpadas é feito misturando-se a sílica com cal e carbonato de cálcio. A adição do óxido de boro torna o vidro resistente a choques térmicos e altas temperaturas, é graças a essa mistura que existe o célebre pirex, que pode ir ao forno.As nanopartículas de sílica que Denise extrai das cinzas têm, ainda, outras aplicações: baterias de lítio, células a combustível, etc.As cinzas do bagaço apresentam pelo menos 60% dióxido de silício em massa. A química avaliou diferentes condições experimentais que deveriam ser aplicadas para otimizar o processo e extrair a sílica com pelo menos 90% de pureza.Denise recebeu um prêmio da Associação Brasileira da Indústria Química (Abquim) pela pesquisa sobre o aproveitamentoda queima do bagaço da cana. Mas sua linha de pesquisa pode englobar qualquer tipo de resíduo.Em outro projeto de pesquisa, as cinzas geradas na combustão do carvão foram aproveitadas para produzir zeólita. A zeólita é um material adsorvente que pode ser usado para remover poluentes da água ou até o CO2 do ar. Trata-se de uma alternativa sustentável para a própria usina termelétrica que gera as cinzas.Seu terceiro campo de estudo é o aproveitamento dos resíduos das empresas terciárias de reciclagem de latinhas de refrigerante e cerveja. O alumínio também precisa ser utilizado para a produção da zeólita. Em vez de incorporar ummaterial adquirido comercialmente, é possível reutilizar o que a indústria já rejeita.Denise Fungaro ainda faz parte do grupo de estudos em saúde planetária do Instituto de Estudos da USP. A equipe é composta por uma série de pesquisadores brasileiros que trabalham em temas voltados à sustentabilidade. No âmbito social, a pesquisadora faz parte de grupos que debatem a questão das mulheres negras na ciência.
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- 11/12/2020 - Empresários visitam IPEN/CNEN e estudam o uso da irradiação no café para potencializar exportaçãoAo conhecer os benefícios e as vantagens da tecnologia, Nathan Herszkowicz, presidente do Sindicafé-SP, destacou a evolução dos cafés brasileiros e e considera a irradiação uma alternativa para tornás-lo ainda melhor
Ao conhecer os benefícios e as vantagens da tecnologia, Nathan Herszkowicz, presidente do Sindicafé-SP, destacou a evolução dos cafés brasileiros e e considera a irradiação uma alternativa para tornás-lo ainda melhor
Fonte: DefesaemfocoPorMarcelo BarrosIrradiação no Café
A irradiação de alimentos é uma importante ferramenta para dinamizar o agronegócio brasileiro, e os produtores de café estão considerando estudar a viabilidade dessa tecnologia para melhorar a qualidade do grão e potencializar ainda mais a sua exportação. Foi com esse objetivo que o presidente executivo do Sindicato da Indústria de Café de São Paulo (Sindicafé-SP), Nathan Herszkowicz, visitou o IPEN/CNEN na sexta-feira, 4, em reunião articulada pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI/PR).
Herszkowicz foi recebido pelo superintendente do Instituto, Wilson Calvo, e pelo diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Madison Coelho de Almeida. Além de conhecer um pouco as pesquisas sobre o potencial uso da radiação em alimentos, inclusive café, o dirigente do Sindicafé-SP visitou duas instalações do Centro de Tecnologia das Radiações (Ceter/IPEN): os Aceleradores Industriais de Elétrons e o Irradiador Multipropósito de Cobalto-60.
"Nós ficamos bastante entusiasmados com a possibilidade de conhecer essa tecnologia. O café do Brasil passa por uma mudança muito rápida na evolução dos tipos de produto, das tecnologias, da segmentação de públicos consumidores, e a irradiação pode ser mais uma alternativa de negócio nesse novo momento, no qual experimentamos cada vez mais diferenças como elementos importantes para o sucesso do nosso produto”, disse Herszkowicz. Após sua manifestação, foi apresentado o vídeo inédito "Café Especiais de São Paulo”.
Em seguida, Almeida fez uma breve apresentação do setor nuclear brasileiro, com ênfase no papel da CNEN e de suas unidades técnico-científicas na condução da política nuclear em todo o país. Pesquisa, desenvolvimento e inovação, produção de radiofármacos, proteção radiológica, rejeitos e emergências, formação de recursos humanos, aplicações nucleares, ciclo do combustível nuclear, equipamentos pesados e atividade regulatória estão entre as principais funções atribuídas ao setor, além da geração de energia e da propulsão nuclear.
Benefícios e vantagens
Na sequência, Tiago Rusin, da Coordenação-Geral de Desenvolvimento Nuclear do GSI, apresentou o Comitê de Desenvolvimento do Programa Nuclear Brasileiro (CDPNB) e seu papel na irradiação de alimentos, destacando os benefícios, as vantagens dessa tecnologia e potenciais aplicações. Também comentou sobre o projeto-piloto de irradiação de mangas, em parceria com a Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), e finalizou com um panorama do arcabouço legal no Brasil.
Conservação e aumento da vida útil dos alimentos, controle de pragas e doenças, segurança sanitária e fitossanitária, ganhos para a saúde pública e abertura de mercados externos foram alguns dos benefícios da irradiação de alimentos mencionados por Rusin. Entre as vantagens, estão a redução de perdas pós-colheita, desifestação de grãos e vegetais frescos, aumento do prazo de validade dos produtos, redução de micro-organismos deteriorantes, eliminação de micro-organismos patogênicos e esterilização depalletse embalaganes finais.
Pujança
Jorge Caetano Júnior, coordenador-geral de Sanidade Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), destacou o fato de a irradiação de alimentos no Brasil estar bem regulamentada e apontou para a necessidade de irradiar não apenas o que sai do país, mas também os insumos de interesse do país. Cenários e características da agropecuária brasileira, usos potenciais da irradiação em produtos agropecuários e principais desafios e encaminhamentos em curso foram os tópicos abordados.
"A irradiação de alimentos é uma tecnologia que possibilita a pujança da agropecuária brasileira”, afirmou Caetano Júnior. Por fim, comentou sobre ações desenvolvidas no âmbito do Grupo Técnico 7 (GT-7) do CDPNB e suas recomendações. O GSI criou 12 grupos de trabalho, coordenados por diferentes órgãos do Governo Federal, para subsidiar o Programa Nuclear Brasileiro em todas as suas vertentes. O GT-7 teve como objetivo dinamizar a aplicação da tecnologia nuclear na agropecuária.
O superintendente do IPEN/CNEN, Wilson Calvo, mencionou os diversos irradiadores na América Latina e no Caribe, e também os tipos de radiação ionizante (raios gama, feixe de elétrons e raios-x) que estão sendo estudados e utilizados em alimentos. Destacou as instalações do Instituto, entre elas o Irradiador Multipropósito de Cobalto-60, "tecnologia 100% nacional, fruto da dedicação e da competência dos pesquisadores, engenheiros e técnicos do Instituto”, onde são irradiados produtos diversos, inclusive objetos de acervos culturais do país.
A pesquisadora Anna Lucia Villavicencio, coordenadora do Grupo de Pesquisas "Aplicação da Radiação Ionizante em Alimentos, Ingrediantes e Produtos Agrícolas” no Ceter/IPEN, encerrou as apresentações falando sobre "Benefícios da Irradiação de Alimentos para o Mercado de Cafés Brasileiros”, foco principal da reunião. Explicou as características do processo e as principais vantagens da tecnologia. "Basicamente, é uma técnica para preservação e desinfestação de alimentos”, disse.
Instalações à disposição
Encerradas as apresentações, a comitiva visitou o Irradiador Multipropósito de Cobalto-60 e os Aceleradores Industriais de Elétrons, onde foi recebida pelos pesquisadores Pablo Vásquez e Samir Somessari, respectivamente gerentes adjuntos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação e de Produtos e Serviços do Ceter/IPEN. Dentre os convidados, estavam Fernando Giachini Lopes, do Instituto Totum, CC Rogério Diniz, do GSI/PR, além de dirigentes do IPEN/CNEN.
"Nossas instalações estão à disposição das empresas que queiram realizar estudos e testes com seus produtos”, disse Calvo. Para Almeida, as perspectivas representam "um novo paradigma” para a indústria nacional do café: "Uma importante pauta de exportação brasileira passa a fazer parte da irradiação de alimentos. Estudos serão iniciados em 2021, visando à mitigação de fungos e até melhoria de aroma e sabor do café; seja in natura, seja já processado”, afirmou o titular da DPD/CNEN.
Sobre o CDPNB–Criado pelo Decreto de 2 de julho de 2008 e alterado pelo Decreto de 22 de junho de 2017, o CDPNB é coordenado pelo GSI/PR e tem como princípios o uso da tecnologia nuclear para fins pacíficos, o respeito a convenções, acordos e tratados, a segurança nuclear, a radioproteção e a proteção física, o domínio da tecnologia do ciclo do combustível e o emprego da tecnologia nuclear para o desenvolvimento nacional e o bem estar da sociedade.
Fonte: IPEN
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- 11/12/2020 - Marinha lança segundo submarino de programa orçado em R$ 37,1 bilhões e que prevê modelo de propulsão nuclearFonte: O GloboEm um país continental, com uma costa de 7.367 quilômetros, o submarino é praticamente indispensável. Por isso, nesta sexta-feira (11), a Marinha dá um novo passo para a renovação de sua frota, com o lançamento ao mar da segunda unidade da classe Scorpene, que integra o ProSub, batizada de Humaitá. O programa de submarinos, lançado em 2008, no governo Lula, prevê investimento total de R$ 37,1 bilhões, incluindo quatro embarcações de propulsão convencional — com motores diesel-elétricos de fabricação francesa — e uma quinta (e mais aguardada) de propulsão nuclear, com previsão de entrega somente em 2031 e cuja produção é, no mínimo, desafiadora.
Neste último, o desenvolvimento atômico cabe exclusivamente ao Brasil, em um projeto de alta complexidade, iniciado em 2012. Até agora, a Marinha já investiu R$ 20,8 bi no ProSub. Todos os submarinos são equipados com torpedos de alta precisão, minas e mísseis SM 39 Exocet.
O evento, que ocorre no Complexo Naval de Itaguaí nesta sexta-feira e terá a presença do presidente Jair Bolsonaro, marca dois avanços do ProSub. Além da inauguração do Humaitá, que entra na fase de testes, haverá a integração dos módulos do terceiro submarino do programa, o Tonelero.
'Carro japonês' x 'Fusca'
Inicialmente, estava previsto que a Marinha pudesse comemorar, na mesma data, o início das operações do submarino Riachuelo, o primeiro da série. Porém, a fase de testes demorou mais do que o previsto. Neste momento, o Riachuelo ainda é submetido aos chamados testes de plataforma, nos quais são analisados aspectos como navegação, manobras, propulsão e funcionamento do leme.
De acordo com pessoas próximas ao projeto, o atraso na operação do Riachuelo se deve às adaptações feitas no modelo francês para navegação no Brasil. O Scorpene, na versão brasileira, é mais longo, o que amplia seu tempo máximo de operação contínua em relação ao modelo original, que passa de 50 para 70 dias.
O almirante Celso Mizutani Koga, engenheiro responsável pelo projeto, ressalta que a adaptação se deve à grande extensão da costa brasileira.
Atualmente, o Brasil dispõe dos submarinos da classe Tupi para atuar sob as águas. As cinco unidades foram compradas da Alemanha, nos anos 1980. Porém, hoje, além das diferenças de performance em relação aos novos — a profundidade máxima da classe Tupi, por exemplo, é de 270 metros, contra 300 metros dos franceses —, algumas das atuais embarcações estão submetidas a longos períodos de inatividade para manutenção.
— Existe uma evolução tremenda. Há um avanço relevante no processamento de dados dos sonares, por exemplo. É como comparar um Fusca com um carro japonês dos dias de hoje. Não só os sensores, mas a própria capacidade do periscópio de produzir imagens rapidamente, mantendo o submarino discreto, é muito superior — explicou o almirante Koga.
Grupo seleto
O ProSub também contempla o que pode ser chamado de um projeto à parte dentro do programa. Um terço de todo investimento bilionário é direcionado ao desenvolvimento do chamado SN-BR, o primeiro submarino de propulsão nuclear do Brasil, um tipo de equipamento que integra a frota de um seleto grupo de nações, como Estados Unidos, China, Reino Unido, França e Rússia.
Entre as diferenças mais importantes, além da velocidade, enquanto o S-BR fica submerso por um pouco mais de dois meses, o SN-BR poderá ficar em operação por tempo indeterminado. A estimativa é que missões com esse tipo de equipamento possam ocorrer por até um ano.
Essa capacidade só será possível após a Marinha superar uma série de obstáculos de desenvolvimento, que estão dentro dos planos e, por ora, não apresentam sinais aparentes de impasses incontornáveis. Todas as estruturas atômicas precisam ser miniaturizadas, especialmente o reator. Essa "chaleira" de produção quase inesgotável de energia precisa ser administrada de forma a manter segurança, calor e ruído em condições estáveis e por longos períodos.
Por isso, a Marinha construiu um protótipo em terra, que reproduz condições similares às que o reator deve enfrentar dentro do SN-BR. Esse sistema será desenvolvido no Laboratório de Geração Nucleoelétrica (Labgene), em Iperó (SP), que ainda não foi finalizado. Todos os componentes atômicos serão testados nesse ambiente, antes de serem instalados na embarcação.
— Ele vai simular o reator. Já tem lá uma carcaça, um casco de submarino onde o reator será instalado. O Labgene é o que vai nos garantir que o que está sendo desenvolvido para ser inserido no submarino vai funcionar dentro das especificações. Ele ainda não recebeu combustível, os testes estão sendo feitos, por enquanto, com caldeiras à vapor. Depois, poderemos, finalmente, testar a reação nuclear — explica o almirante Koga.
Além dos desafios orçamentário e técnico, como manter um reator nuclear em alta profundidade, com controle de ruído, pressão e temperatura, o submarino nuclear enfrenta outros obstáculos não desprezíveis, como barreiras para aquisição de componentes essenciais.
— O desenvolvimento autônomo da tecnologia nuclear exigirá posição firme do governo e da Marinha às pressões econômicas e estratégicas — explica Nelson During, editor-chefe do Portal DefesaNet.
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- 11/12/2020 - Pós-doutorado em radiofármacos no IpenFonte: Agência FapespAgência FAPESP – Uma oportunidade de pós-doutorado com bolsa da FAPESP está disponível no projeto "Capacitação científica, tecnológica e em infraestrutura em radiofármacos, radiações e empreendedorismo a serviço da saúde (PDIp)”. O prazo de inscrição se encerra no dia 23 de dezembro de 2020.
As atividades do projeto são exercidas no Centro de Química e Meio Ambiente do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen).
A pesquisa inclui o desenvolvimento de práticas laboratoriais avançadas em qualificação química e isotópica de radiofármacos e nanobiomateriais, para aplicação na saúde, via técnica de espectrometria de massas. Os radiofármacos produzidos no Ipen precisam ser avaliados por testes pré-clínicos para aprovação junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O candidato deve ter doutorado em farmácia, bioquímica, química, engenharia química ou áreas afins, e conhecimentos em: síntese e caracterização de materiais nanoestruturados; técnicas analíticas e desenvolvimento de kits liofilizados para administração sistêmica de fármacos. Além disso, exige-se experiência em desenvolvimento tecnológico, atividade industrial ou transferência de tecnologia no âmbito de produtos biomédicos para administração sistêmica.
Os candidatos devem enviar e-mail para egp02@ipen.br. Na mensagem devem ser anexados o currículo Lattes, uma carta de interesse apresentando brevemente seus resultados de pesquisa mais importantes publicados, projeto de pesquisa e comprovação de experiência em desenvolvimento tecnológico.
Mais informações sobre a vaga em: www.fapesp.br/oportunidades/4017.
A oportunidade de pós-doutorado está aberta a brasileiros e estrangeiros. O selecionado receberá Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP no valor de R$ 7.373,10 mensais e Reserva Técnica equivalente a 10% do valor anual da bolsa para atender a despesas imprevistas e diretamente relacionadas à atividade de pesquisa.
Caso o bolsista de PD resida em domicílio fora da cidade na qual se localiza a instituição-sede da pesquisa e precise se mudar, poderá ter direito a um auxílio-instalação. Mais informações sobre a Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP estão disponíveis em www.fapesp.br/bolsas/pd.
Outras vagas de bolsas, em diversas áreas do conhecimento, estão no site FAPESP-Oportunidades, em www.fapesp.br/oportunidades.
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- 06/12/2020 - China ativa com sucesso ‘sol artificial’ movido a energia nuclearFonte: Engenhariae.comA China ligou com sucesso seu reator de fusão nuclear "sol artificial” pela primeira vez, informou a mídia estatal, marcando um grande avanço nas capacidades de pesquisa de energia nuclear do país.
O reator HL-2M Tokamak é o maior e mais avançado dispositivo de pesquisa experimental de fusão nuclear da China, e os cientistas esperam que o dispositivo possa desbloquear uma poderosa fonte de energia limpa.
Ele usa um poderoso campo magnético para fundir plasma quente e pode atingir temperaturas de mais de 150 milhões de graus Celsius, de acordo com a mídia estatal Diário do Povo – aproximadamente dez vezes mais quente que o centro do sol.
Localizado no sudoeste da província de Sichuan e concluído no final do ano passado, o reator é frequentemente chamado de "sol artificial” devido ao enorme calor e energia que produz.
"O desenvolvimento da energia de fusão nuclear não é apenas uma maneira de resolver as necessidades estratégicas de energia da China, mas também tem grande significado para o futuro desenvolvimento sustentável da energia e da economia nacional da China”, disse o Diário do Povo.
Cientistas chineses têm trabalhado no desenvolvimento de versões menores do reator de fusão nuclear desde 2006.
Eles planejam usar o dispositivo em colaboração com cientistas que trabalham no International Thermonuclear Experimental Reactor – o maior projeto de pesquisa de fusão nuclear do mundo com base na França, que deve ser concluído em 2025.
A fusão é considerada o Santo Graal da energia e é o que alimenta nosso sol.
Ela funde núcleos atômicos para criar grandes quantidades de energia – o oposto do processo de fissão usado em armas atômicas e usinas nucleares, que os divide em fragmentos.
Ao contrário da fissão, a fusão não cria lixo radioativo e acarreta menos risco de acidentes ou roubo de material atômico.
Mas alcançar a fusão é extremamente difícil e proibitivamente caro, com o custo total do ITER estimado em US$ 22,5 bilhões.
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- 04/12/2020 - Eletronuclear esclarece informações sobre Angra 3 publicadas em ‘O Estado de São Paulo’Fonte: EletronuclearCom relação à matéria intitulada "Sem solução financeira para Angra 3, governo Bolsonaro promete conclusão de usina”, publicada em 03/12, no site do jornal "O Estado de São Paulo”, a Eletronuclear vem retificar incorreções importantes.Em primeiro lugar, cabe apontar que, dado o estágio atual das obras, a conclusão de Angra 3 demandará ainda 55 meses de trabalho, a partir da entrada da nova construtora a ser licitada em 2021. A previsão é que a usina possa ser conectada à rede elétrica em 2026.No entanto, diferentemente do que a matéria informa, a retomada de Angra 3 não depende da entrada de um sócio privado na operação. Esse modelo foi considerado inicialmente nas tratativas para a conclusão do empreendimento. Mas os estudos realizados pelo BNDES e aprovados pelo Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (CPPI), em junho deste ano, optaram por outro modelo.Na opção aprovada, haverá a reestruturação financeira do projeto e a contratação da conclusão das obras em um regime de EPC, num modelo similar a um "projectfinance”, sem que haja necessariamente a participação de um sócio privado. Esse modelo agora está sendo estruturado pela Eletronuclear e pelo BNDES.O próprio "O Estado de São Paulo" chegou a comentar esse fato, no dia 10/06, em matéria intitulada "Para concluir Angra 3, governo pode desistir de sócio e propor contratação de empresa”.Também é importante ressaltar que, apesar de responder por em torno de 1,5% da potência instalada no país, as usinas Angra 1 e 2 geram energia continuamente, a plena potência ao longo de todo o ano, próximo aos centros de carga. Isso as torna fundamentais para a segurança do abastecimento do sistema elétrico brasileiro.Numa semana onde o despacho de usinas térmicas caras fez com que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciasse a bandeira vermelha no patamar 2 nas tarifas de eletricidade, vale lembrar que essa situação seria evitada caso Angra 3 já estivesse operando. -
- 04/12/2020 - Vem aí a edição presencial da 17ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), em BrasíliaEvento é aberto e gratuito; visitantes terão que se submeter à medição de temperatura na entrada e uso obrigatório de máscara
Evento é aberto e gratuito; visitantes terão que se submeter à medição de temperatura na entrada e uso obrigatório de máscara
Fonte: Governo Federal - MCTIDe 7 a 13 de dezembro, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) promove no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, em Brasília, a edição presencial da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) 2020. O tema do evento é: "Inteligência Artificial, a nova fronteira da ciência brasileira”. A SNCT vai contar com estandes das secretarias do ministério, unidades vinculadas e parceiros do evento, além de palestras trazendo usos e reflexões sobre a IA em diferentes setores do país.
O pavilhão estará aberto todos os dias das 10h às 20h e a entrada é gratuita. Em atendimento ao decreto do Governo do Distrito Federal que regulamenta a realização de eventos durante a pandemia, os visitantes passarão por medição de temperatura na entrada, e o uso de máscara é obrigatório. Outros cuidados presentes na SNCT serão a disponibilização de álcool em gel nas áreas de circulação, higienização de equipamentos e afastamento de cadeiras no setor destinado a palestras.
A abertura oficial do evento será realizada na terça-feira (8), às 14h30, com participação do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes. Entre as instituições expositoras estão o Ministério da Educação, Ministério do Desenvolvimento Regional, EMBRAPA, Exército, Marinha e Aeronáutica. Em virtude da pandemia, ações tradicionais da SNCT, como a visita guiada de escolas e mostras de ciência de estudantes da rede de ensino, não serão realizadas.
O objetivo da SNCT é mobilizar crianças, jovens e famílias em torno da ciência e tecnologia. Em outubro, grande parte da programação da Semana foi realizada de maneira virtual por meio do canal do ministério no YouTube, dentro da programação do Mês Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovações (MNCTI), criado este ano.