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- 31/01/2024 - Denise Carvalho assume presidência da CapesProfessora, pesquisadora e ex-reitora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) estava à frente da Secretaria de Educação Superior (Sesu) do MEC
Professora, pesquisadora e ex-reitora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) estava à frente da Secretaria de Educação Superior (Sesu) do MEC
Fonte: Ministério da Educação
O Ministério da Educação (MEC) informa que Denise Pires de Carvalho, secretária de Educação Superior do MEC, assumirá a presidência da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). A professora e pesquisadora substituirá Mercedes Maria da Cunha Bustamante, a quem o Ministério agradece a contribuição ao longo dos 12 meses em que presidiu a fundação, além de desejar sucesso à nova presidente.
Denise Pires foi reitora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) de 2019 a 2023 e, desde o início do ano passado, ocupa o cargo de secretária de Educação Superior do MEC. Professora titular do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Denise é livre docente em Fisiologia e Biofísica pela Universidade de São Paulo (USP) e pesquisadora 1A do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Médica pela UFRJ em 1987 (diplomacum laude), mestre em Ciências Biológicas – Biofísica (1989) e doutora em Ciências (1994) pelo Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho. A nova presidente da Capes tem pós-doutorado noHôpital de Bicêtre, Unité Tiroïde, de Paris (França), e naUniversitá Degli Studi di Napoli, de Nápoles (Itália).
Denise é membro titular da Academia Brasileira de Ciências e da Academia de Medicina do Rio de Janeiro (AMRJ) e representante da América Latina no Steering Committee da Talloires Network of Engaged Universities. Foi vice-presidente regional da Inter-American Organization for Higher Education(2021-2023), vice-presidente da Conferência Regional de Reitores das Universidades Latino-Americanas (2021-2023) e presidente do Grupo de Cooperação Internacional de Universidades Brasileiras (2020-2022), entre outras posições de representação, com ampla experiência na gestão universitária e em sociedades científicas e médicas nacionais e internacionais. Também foi diretora e vice-diretora do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (2007-2013).
Assessoria de Comunicação Social do MEC
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- 29/01/2024 - Nova gestão da ABEN quer ampliar número de parcerias e organizará grande evento para discutir sobre o setor nuclearFonte: Petronotícias
A Associação Brasileira de Energia Nuclear (ABEN) está vivendo um novo momento. A entidade anunciou recentemente uma mudança em seu comando, com a chegada de Carlos Freire à presidência. A instituição reúne técnicos, pesquisadores e empresas do setor nuclear brasileiro. Entre as suas atribuições, está a difusão de informações sobre as aplicações pacíficas da energia nuclear. Segundo Freire, uma das metas da nova gestão é justamente ampliar a presença da associação nos principais fóruns de discussão sobre os projetos nucleares brasileiros. O novo presidente da ABEN conta também que a entidade quer ampliar o número de associados, além de expandir a quantidade de parcerias nacionais e internacionais. Nesse sentido, Freire esteve recentemente em reunião com a Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN). "Vejo uma complementaridade muito boa entre as duas entidades. Dentro dos nossos objetivos traçados, um deles é realizar um trabalho sinérgico com a ABDAN”, disse. Além disso, Freire vê que o Brasil tem uma oportunidade única de ser um grande fornecedor de urânio para o mundo. "O Brasil possui a tecnologia, a capacidade técnica e as empresas estabelecidas para extrair urânio e produzir combustível nuclear. O que falta é alinhar todas essas peças de forma harmônica, buscando aumentar a produção segura de urânio e expandir o beneficiamento desse material”, avaliou. Por fim, o entrevistado falou sobrea nova edição da Conferência Internacional Nuclear do Atlântico (INAC 2024), que será organizado pela ABEN de 6 a 10 de maio, na Escola de Guerra Naval (EGN), no Rio de Janeiro.Como a ABEN chega nesse novo momento de sua história, após mais de quatro décadas de atuação?
Eu deixei a presidência da INB (Indústrias Nucleares do Brasil) no final de agosto, logo após a empresa comemorar 35 anos de existência. Pouco tempo depois, eu fui convidado para assumir esse desafio de presidir a ABEN. Estou completando o mandato deixado por John Forman, que renunciou ao cargo por motivos pessoais. A ABEN tem 41 anos de existência e é uma associação consolidada, de caráter técnico-científico. Essa abordagem da associação é crucial, pois fornece informações e dados sobre a energia que servirão de subsídios para órgãos governamentais, bem como para o intercâmbio com entidades científicas e profissionais do setor.
A associação buscará novas parcerias?
Sim. Recentemente, tive uma reunião com o presidente da ABDAN, Celso Cunha. Eu entendo que a ABEN e a ABDAN têm uma capacidade de sinergia muito grande. A ABDAN tem um foco preciso nas empresas, visando fomentar os negócios. Já a ABEN é uma entidade técnico-científica, com o objetivo de divulgar a importância do uso pacífico da energia nuclear e congregar profissionais técnicos e cientistas que atuam na área.
Vejo uma complementaridade muito boa entre as duas entidades. Dentro dos nossos objetivos traçados, um deles é realizar um trabalho sinérgico com a ABDAN. Além disso, um dos nossos objetivos é também ampliar o relacionamento com grandes players internacionais, tais como a World Nuclear Association (WNA), a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), a Nuclear Energy Agência (NEA), entre outros.
Quais são as outras prioridades da ABEN?
Mesmo diante das dificuldades, a associação tem cumprido seu papel, participando de reuniões e interagindo na comunidade nuclear. Como meta, vamos buscar ampliar o número de empresas associadas à ABEN, bem como atrair sócios individuais.
Com seus associados de alto nível, a ABEN possui um capital humano rico. No entanto, há uma preocupação de todos nós com a renovação e inclusão. Nesse sentido, a participação de universidades, institutos, empresas de tecnologia e a Marinha do Brasil em um evento como o INAC é extremamente gratificante. Precisamos incentivar essa aproximação da ABEN com a academia, os institutos, a Marinha e as empresas para construir uma ABEN cada vez mais forte.
Quais devem ser os primeiros passos de sua gestão à frente da ABEN?
Eu diria que o mais prioritário é estabelecer contatos diretos com todas as partes envolvidas no setor nuclear, sejam empresas, institutos ou associações. Em segundo lugar, atuaremos junto às instituições governamentais nos diversos fóruns de discussão sobre a conclusão de Angra 3, a expansão do enriquecimento de urânio, o aumento das áreas de mineração por meio de parcerias e intensificar a divulgação das aplicações da tecnologia nuclear.
Temos também o compromisso de apoiar vigorosamente o desenvolvimento do Reator Multipropósito Brasileiro para a produção de radiofármacos. Ao compararmos o Brasil com outras nações, notamos que o acesso ao tratamento com radioterapia é significativamente maior em outros países. Portanto, considero o RMB uma iniciativa crucial. A ABEN, principalmente nos aspectos institucionais, pode destacar a importância desse projeto por meio de evidências técnico-científicas, deixando assim um grande legado para o país.
Outro ponto essencial é desenvolver a irradiação de alimentos. Dado que o Brasil é um grande exportador de frutas e outros produtos agrícolas, precisamos avançar nessa área. A ABEN possui o potencial para contribuir significativamente na formatação desses debates.
A ABEN vai retomar a realização do INAC neste ano. Quais são os objetivos desta edição?
O tema do INAC deste ano é sugestivo: ‘Energia Nuclear: Garantindo Energia, Saúde e Alimentação’. O tema é extremamente apropriado com o momento e as discussões atuais do setor.
O evento será realizado no Rio de Janeiro, uma cidade com uma vocação clara para a energia nuclear. Nesse contexto, a ABEN firmou um Memorando de Entendimentos com o governo do Rio de Janeiro, com o objetivo de desenvolver atividades nucleares no estado.
Acredito que o INAC poderá contribuir significativamente para toda a agenda que estamos discutindo. O evento está programado para ocorrer de 6 a 10 de maio, na Escola de Guerra Naval, na Urca.
Por fim, quais são as suas perspectivas com os desafios e as oportunidades do setor nuclear brasileiro?
Precisamos observar atentamente o que está acontecendo no mundo. A discussão sobre energia nuclear em suas diversas aplicações tem se tornado mais madura. Nos últimos anos, especialmente, tem havido uma reavaliação significativa da importância da energia nuclear. O mundo agora enxerga a nuclear com uma perspectiva diferente, abrindo uma janela de oportunidade para o Brasil. A construção de usinas nucleares, os SMRs (Reatores Modulares Pequenos) e a necessidade de expandir a produção de radiofármacos vão aumentar a demanda por urânio.
O Brasil possui a tecnologia, a capacidade técnica e as empresas estabelecidas para extrair urânio e produzir combustível nuclear. O que falta é alinhar todas essas peças de forma harmônica, buscando aumentar a produção segura de urânio e expandir o beneficiamento desse material. Também é essencial avançar na etapa de conversão, algo que ainda não é realizado no Brasil.
O país se encontra em uma posição única, considerando as reservas de urânio, o conhecimento tecnológico, a disponibilidade de pessoal e as empresas presentes. O Brasil precisa aproveitar esse momento e ABEN está pronta para contribuir com esse movimento.
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- 29/01/2024 - SBPC divulga vencedoras do 5º prêmio Carolina Bori Ciência & MulherMaria Manuela da Cunha, Regina Markus e Yvonne Mascarenhas são as três homenageadas da edição. Cerimônia será 6 de fevereiro
Maria Manuela da Cunha, Regina Markus e Yvonne Mascarenhas são as três homenageadas da edição. Cerimônia será 6 de fevereiro
Fonte: Agência FAPESPA Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) anunciou as vencedoras da quinta edição do Prêmio Carolina Bori Ciência & Mulher. A atual edição homenageia "Mulheres Cientistas”, categoria dedicada às pesquisadoras de instituições nacionais que tenham prestado relevantes contribuições à ciência e à gestão científica, bem como feito ações em prol da ciência e da tecnologia nacional.A antropóloga Maria Manuela Ligeti Carneiro da Cunha é a vencedora na área de Humanidades; a biomédica Regina Pekelmann Markus venceu na área de Biológicas e Saúde; e a química Yvonne Mascarenhas, na área de Engenharias, Exatas e Ciências da Terra.Cunha foi professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade de São Paulo (USP), além de presidente da Associação Brasileira de Antropologia. É membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e integra a Comissão Arns de Direitos Humanos, entre outras participações relevantes.Markus é professora do Instituto de Biociências da USP e pesquisadora sênior do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Atua em cronofarmacologia, com foco no estudo das ações da melatonina. Ela é membro da ABC e da Academia de Ciências do Estado de São Paulo (Aciesp), atuou em diretorias da Sociedade Brasileira de Farmacologia e Terapêutica Experimental, SBPC e Federação das Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE).Mascarenhas foi a primeira mulher a ocupar uma cadeira no Departamento de Física da Escola de Engenharia de São Carlos da USP, em 1956, e uma das pioneiras na fundação do então Instituto de Química e Física de São Carlos da USP. Desde 2010, também se dedica à difusão científica voltada ao ensino fundamental e médio, coordenando um Grupo de Trabalho do Instituto de Estudos Avançados da USP, polo de São Carlos, e uma Agência de Difusão Científica. Foi uma das 12 cientistas a receber o prêmio IUPAC-2017 Distinguished Women in Chemistry or Chemical Engineering Awards, da União Internacional de Química Pura e Aplicada (Iupac), concedido a mulheres com realizações de impacto na pesquisa em química ou engenharia química.Nesta edição, a SBPC recebeu 50 indicações de 52 sociedades científicas afiliadas à entidade. Do total de indicadas, 15 eram da área de Humanidades, 18 das Biológicas e Saúde e 17 das Engenharias, Exatas e Ciências da Terra.A cerimônia de entrega do prêmio será em 6 de fevereiro, às 10 horas, no Salão Nobre do Centro Universitário Maria Antônia da USP, rua Maria Antônia, 294, Vila Buarque, São Paulo.Além de celebrar o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, instituído pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a premiação comemorará o centenário de nascimento de Carolina Bori, a primeira presidente mulher da SBPC. -
- 26/01/2024 - IPEN, unidade técnico-científica da CNEN em São Paulo, recebe honraria da USP em seus 90 anosA diretora do IPEN, Isolda Costa, recebeu do reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior a Medalha "Armando de Salles Oliveira” — a mais alta honraria da USP —, durante a cerimônia dos 90 anos de sua fundação, realizada nesta noite de 25 de janeiro, na Sala São Paulo.A celebração contou com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e dos ministros Fernando Haddad, Camilo Santana, Nísia Trindade, Alexandre Padilha, Silvio Almeida, entre outros.A honraria foi instituída em 2008, para homenagear pessoas, entidades e organizações nacionais ou estrangeiras que tenham contribuído de modo excepcional e decisivo para a valorização institucional, cultural, social e acadêmica da USP. O IPEN/CNEN foi a primeira instituição citada pelo reitor Carlotti, em seu discurso.O IPEN, unidade técnico-científica da CNEN em São Paulo, tem parceria histórica com a USP, que inclui o Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear IPEN/USP, vinculado à Pós-Graduação da Universidade, considerado de excelência, conceito 6 na Capes.Além da pós-graduação, IPEN/CNEN e USP têm colaboração no curso de graduação em engenharia nuclear, da Escola Politécnica (Poli/USP), iniciado em 2021. Os estudantes têm à disposição laboratórios e instalações nucleares para realizar suas atividades acadêmicas e de pesquisa, e os pesquisadores do Instituto também integram o corpo docente.A Incubadora USP/IPEN, localizada no campus do IPEN/CNEN, desde a sua criação, em 1997, é pioneira em inovação de base tecnológica no Brasil, com mais de mil startups em seu portfolio. Tem como missão conectar atores do ecossistema de CT&I para transformar ideias disruptivas em negócios de impacto positivo em todo o país."A história do IPEN se confunde com a história da USP, no melhor e mais amplo sentido que isso possa ter. Receber essa honraria é o reconhecimento de que nossa atuação de décadas em parceria e colaborações é extremamente exitosa. Mas esse reconhecimento é recíproco, nós também consideramos que a USP contribuiu de modo excepcional e decisivo para a valorização institucional do IPEN", afirmou Isolda Costa.Francisco Rondinelli Júnior, presidente da CNEN, também marcou presença na cerimônia e destacou a importância da homenagem como um reconhecimento da USP à contribuição do IPEN para o avanço da ciência brasileira, principalmente na área nuclear.A noite de homenagens repercutiu nas redes sociais oficiais do governo, com destaque no Instagram, na conta @lulaoficial e também na conta da primeira-dama, Janja da Silva (@janjalula). Lula também recebeu a Medalha "Armando de Salles Oliveira”.Armando Salles Oliveira, engenheiro e político brasileiro, graduado pela Escola Politécnica de São Paulo, foi governador de São Paulo, em cujo mandato foi criada a USP. -
- 25/01/2024 - 'Para estar no berço do conhecimento não é preciso nascer em berço de ouro', diz Lula em celebração de 90 anos da USPPresidente participou, nesta quinta-feira, (25) de solenidade que deu início às comemorações pelo aniversário da Universidade de São Paulo
Presidente participou, nesta quinta-feira, (25) de solenidade que deu início às comemorações pelo aniversário da Universidade de São Paulo
Fonte: Governo Federal
Desde sua adesão ao sistema de cotas, a USP está mostrando que para fazer parte do chamado 'berço do conhecimento' não é preciso nascer em berço de ouro", disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quinta-feira, 25 de janeiro, na solenidade que dá início às comemorações pelos 90 anos da Universidade de São Paulo (USP). Ele lembrou que mais da metade dos aprovados no último vestibular da instituição paulista são oriundos de escolas públicas.
Fotos em alta resolução (Flickr)
O presidente destacou que a USP está cada vez mais com a cara do Brasil. "Uma cara que é preta, uma cara branca, uma cara parda, uma cara indígena. Não é mais a USP pensada para que São Paulo oferecesse ao Brasil a inteligência para governar esse país, mas é a cara do povo brasileiro da periferia, que, durante muitas décadas, nem sonhava em chegar na USP.”
Ao frisar a qualidade do ensino na instituição, o presidente agradeceu à Universidade de São Paulo. "Eu posso dizer pra vocês que, embora eu não tenha tido a oportunidade de estudar na USP, eu fui muito ajudado a construir tudo que nós temos nesse país com muitas mulheres e muitos homens da USP. Por isso, obrigado", afirmou.
Durante seu discurso, Lula argumentou que o conhecimento é uma das mais poderosas ferramentas à disposição dos seres humanos, e que tem sido o motor da evolução da humanidade. "Mas o conhecimento nas mãos de poucos, em benefício de poucos, provoca mais e mais desigualdade. E não se constrói um grande país com tanta desigualdade. Foi por isso que investimos cada vez mais na educação, da creche à pós-graduação", pontuou
Ele lembrou ainda que quando entrou na Presidência da República, em 2002 encontrou o país com 3,5 milhões de estudantes universitários e que, após seus dois primeiros mandatos, esse número cresceu para 8 milhões. "Demos aos filhos dos trabalhadores a oportunidade de se tornarem doutores. Porque é assim que se constrói um país mais desenvolvido e mais justo.”
ORQUESTRA – A Orquestra Sinfônica da USP (Osusp) fez o concerto que marcou o início das comemorações do aniversário, e incluiu no repertório obras de Camargo Guarnieri, George Gershwin e Modest Mussorgsky. Além do número musical, houve a abertura de uma exposição, com participação de ex-reitores, e a entrega da Medalha Armando de Salles Oliveira para entidades e pessoas com atuação de grande relevância na parceria com a USP ao longo dos anos. Instituída em 2008, a medalha é uma homenagem da universidade àqueles que contribuem para a sua valorização e desenvolvimento.
Receberam a medalha o presidente Lula, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e outros.
HISTÓRIA DA UNIVERSIDADE – A história da USP remonta 196 anos atrás, quando a antiga Academia de Direito foi fundada, em 11 de agosto de 1827, no Largo São Francisco. A universidade propriamente dita foi fundada no dia 25 de janeiro de 1934, por um decreto de criação assinado pelo então interventor federal Armando Salles de Oliveira. O ato uniu a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, a Escola Politécnica de São Paulo, a Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz”, a Faculdade de Medicina, a Faculdade de Direito e a Faculdade de Farmácia e Odontologia.
"A USP foi pensada como uma instituição moderna, alicerçada na relação indivisível entre ensino, pesquisa e extensão. Pulsava nela uma visão de país que se ancorava na ciência, na razão e no valor da liberdade", disse o reitor da universidade, Carlos Gilberto Carlotti Junior.
Atualmente, a USP é a principal instituição de ensino e pesquisa do país, com cerca de 97 mil alunos matriculados — 60 mil na graduação e 37 mil na pós-graduação — e mais de 5 mil professores. A universidade tem 11 campi espalhados por oito cidades paulistas, que abrigam 42 entidades de ensino, responsáveis por 333 cursos de graduação e 264 cursos de pós-graduação, além de quatro museus, 48 bibliotecas e quatro hospitais.
Responsável por 22% da produção científica brasileira, a USP aparece na 22ª colocação no ranking de universidades da Scimago Institutions e em 20º no ranking de instituições científicas.
"Estamos formando líderes e produzindo pesquisas com excelência. Durante nossa história tivemos momentos difíceis, essa universidade enfrentou o arbítrio do regime autoritário instalado em 1964 que aposentou lideranças intelectuais e científicas notáveis. Apesar de duramente atingida, a USP teve forças para resistir e conservar seus fundamentos originais”, destacou o reitor.
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- 25/01/2024 - Concerto da Osusp e homenagens marcam início da comemoração dos 90 anos da USP28 instituições e pessoas que fazem parte da história da Universidade foram agraciados com a medalha Armando de Salles Oliveira
28 instituições e pessoas que fazem parte da história da Universidade foram agraciados com a medalha Armando de Salles Oliveira
Fonte: Jornal da USP
O imponente prédio da Sala São Paulo viveu uma noite festiva no dia 25 de janeiro. Um concerto da Orquestra Sinfônica da USP (Osusp) marcou o início da comemoração dos 90 anos da USP. O evento reuniu autoridades governamentais, entre eles o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva; o vice-presidente Geraldo Alckmin; seis ministros de Estado, além de ex-reitores, docentes, alunos e servidores da Universidade.
"Hoje, quando celebramos os 90 da nossa Universidade de São Paulo, além da alegria, do orgulho legítimo e da confiança na potência transformadora do conhecimento, somos convidados a analisar nosso passado e a pensar nosso futuro. A grandeza da USP decorre do trabalho de excelência de gerações que pesquisaram, estudaram, ensinaram e difundiram o saber para o progresso do nosso país”, afirmou o reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior, na abertura da cerimônia (leia aqui a íntegra do discurso do reitor).
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, agradeceu à USP pelos 12 presidentes formados pela Universidade e por dezenas de ministros e mentes extraordinárias que servem o Brasil. "O conhecimento é uma poderosa ferramenta. A USP mostra que, para fazer parte desse eixo do conhecimento, não é preciso ter nascido em berço de ouro. A cada dia a USP vai ficando cada vez mais com a cara do Brasil, preta, branca, indígena. A cara do povo brasileiro da periferia, que durante muitas décadas nem sonhava em entrar na USP e hoje já é metade dos alunos”, afirmou Lula.
"É uma alegria extraordinária ter a USP como parceira na condução de uma realidade melhor para todos os brasileiros, de todos os Estados, de todas as cores, de todas as raças”, ressaltou o presidente.
"Sem a ciência, a tecnologia e a inovação, não é possível ter um desenvolvimento consistente e sustentável no nosso Estado e no nosso país. O Estado de São Paulo teve uma liderança esclarecida que se preocupou com a educação e isso fez com que a USP se tornasse esse centro de excelência. Por isso eu quero agradecer, em nome do governador, a todos os professores, funcionários e alunos da USP que mantêm sempre viva essa busca incessante da qualidade. Não é apenas a formação de recursos humanos, é a formação de uma sociedade mais justa”, ressaltou o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo, Vahan Agopyan, que representou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, no evento.
A cerimônia também foi marcada pela entrega da Medalha Armando de Salles Oliveira para 28 entidades e pessoas com atuação de grande relevância na parceria com a USP ao longo desses 90 anos.A condecoração foi criada em 2008 para homenagear pessoas, entidades e organizações que contribuem para a valorização institucional, cultural, social e acadêmica da USP e leva o nome do governador do Estado de São Paulo que assinou o decreto de criação da USP no ano de 1934.
Durante todo o ano de 2024, serão promovidos eventos e atividades para celebrar o aniversário da Universidade. Clique aqui e acompanhe a programação.
Homenageados com a medalha Armando de Salles Oliveira
- Governo da República Federativa do Brasil;
- Governo do Estado de São Paulo;
- Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo;
- Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo;
- Supremo Tribunal Federal;
- Universidade Estadual de Campinas;
- Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho;
- Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior;
- Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico;
- Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo;
- Instituto Butantan;
- Marinha do Brasil;
- Instituto de Pesquisas Tecnológicas;
- Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares;
- Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência;
- Academia Brasileira de Ciências;
- Academia de Ciências do Estado de São Paulo;
- Academia Brasileira de Letras;
- Academia Paulista de Letras;
- Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo;
- Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo;
- Associação Brasileira de Imprensa;
- Tribunal de Contas do Estado de São Paulo;
- Financiadora de Estudos e Projetos;
- Ministério Público do Estado de São Paulo;
- Congresso Nacional
- Júlio de Mesquita Filho (in memoriam)
- Fernando de Azevedo (in memoriam)
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- 23/01/2024 - Primeira bateria nuclear brasileira pode funcionar por 2 séculos sem recargaFonte: Correio de CarajásO gigantesco potencial que a energia nuclear possui não é um tema – e fato comprovado – recentes. No entanto, ao contrário de algumas décadas atrás, pesquisadores estão desmistificando o uso dessa fonte energética no que tange à segurança e melhor aproveitamento. Nesse sentido, a primeira bateria nuclear brasileira, recém desenvolvida, pode fornecer energia por mais de 200 anos. Este, certamente, pode ser o começo do fim dos carregadores que conhecemos hoje.Bateria nuclear brasileira termoelétricaUm grupo de cientistas do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN-CNEN) alcançaram um marco inovador ao desenvolverem a pioneira bateria nuclear brasileira. A significativa conquista baseia-se na utilização de um elemento denominado amerício-241, que, por sua natureza de decomposição, permite uma notável autonomia.A característica distintiva dessa bateria reside na sua capacidade de operar por mais de 200 anos sem a necessidade de recargas adicionais.Essa notável inovação significa que, uma vez ativada, a bateria nuclear pode oferecer um suprimento constante e duradouro de energia, representando um avanço significativo nas tecnologias energéticas desenvolvidas no país.É evidente que esse feito científico não apenas destaca o potencial do Brasil na pesquisa nuclear, mas também aponta para novas possibilidades e avanços no campo da geração de energia de forma sustentável e eficiente que pode até inspirar outros trabalhos internacionais.Desse modo, o resultado da pesquisa brasileira resultou na construção de uma bateria nuclear termoelétrica, também referida como gerador termoelétrico radioisotópico (RTG).Diferenciando-se da fissão nuclear, responsável por baterias termonucleares, esta tecnologia gera eletricidade por meio do calor, representando um método inovador e seguro de produção de energia.A abordagem termoelétrica adotada, portanto, elimina os riscos associados à fissão nuclear, destacando-se como uma alternativa promissora.Funcionamento da bateria nuclear brasileiraImagem: E. R. Paiva/IPEN-CNENQuando se fala de bateria nuclear, a fonte de energia provém do calor gerado pelo decaimento natural do radioisótopo. Nesse processo, o calor atravessa pastilhas termoelétricas geradoras de eletricidade (TEGs).Atualmente, a tensão de saída nas pastilhas termoelétricas é de 20 milivolts (mV), resultado da diferença de temperatura entre o lado quente (fonte de amerício) e o lado frio (externo). Essa tensão alimenta um circuito coletor, acumulando energia suficiente para fornecer pequenas cargas periodicamente.No entanto, devido à capacidade relativamente baixa de geração de energia no modelo atual, é necessário uma fonte com atividade mais intensa apenas para acender um simples LED.A limitação destaca a importância de avanços tecnológicos para tornar a produção de energia mais eficiente e adaptada às nossas necessidades cotidianas.Impressionantes 200 anos de duraçãoÉ aceitável que os holofotes estejam voltados para a durabilidade da bateria nuclear brasileira, já que pode permanecer em ação, sem necessidade de carga, por incríveis 200 anos, graças à meia-vida do amerício, que se estende por 432,6 anos.Contudo, como aponta Maria Alice Morato Ribeiro, pesquisadora do Centro de Engenharia Nuclear do IPEN e coordenadora do projeto, há desafios técnicos no que diz respeito à confiabilidade das pastilhas termoelétricas, as quais necessitam operar por um período correspondente.Diante desse cenário, a cientista destaca que a primeira bateria foi desenvolvida principalmente para validar o conceito. O próximo passo consiste em criar uma versão aprimorada, com uma potência de 100 mW, visando superar as limitações técnicas e consolidar ainda mais a eficácia desse inovador sistema de geração de energia.Usos da bateria nuclearAtualmente, as baterias nucleares desempenham um papel crucial em áreas de difícil acesso, como faróis em ilhas isoladas e dispositivos enviados ao espaço, incluindo satélites e rovers da NASA, como o Curiosity e o Perseverance.Quanto à bateria nuclear brasileira, a intenção, afirma Ribeiro, é utilizá-la em dispositivos instalados em locais remotos, mas ainda não há maiores informações. -
- 23/01/2024 - Pesquisa sobre radiofármacos do programa de pós-graduação Ipen/USP recebe prêmio internacionalTrabalho premiado aborda como otimizar a produção de radiofármacos, utilizados para diagnósticos, tratamentos e terapias de várias doenças que são objeto da medicina nuclear
Trabalho premiado aborda como otimizar a produção de radiofármacos, utilizados para diagnósticos, tratamentos e terapias de várias doenças que são objeto da medicina nuclear
Fonte: Jornal da USP
O trabalho Circuito microfluídico aplicado à concentração de18F (Flúor-18) para produção de radiofármacos, realizado por Antonio Arleques Gomes pelo programa de pós-graduação Ipen/USP, do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, conquistou o 1º lugar com a láurea Marcos Pinotti Barbosa, concedida à melhor pesquisa estudantil apresentada durante o XII Congresso Latino-Americano de Órgãos Artificiais e Biomateriais (Colaob/2023) realizado no período de 12 a 15 de dezembro de 2023 em Mar del Plata, Argentina.
O prêmio, inédito para o programa de pós-graduação do Ipen/USP, é considerado um dos mais importantes para a comunidade científica da Sociedade Latino-Americana de Biomateriais e Órgãos Artificiais (SLABO), organizadora do evento, e presta homenagem ao professor Marcos Pinotti (1965-2016), reconhecido como um dos principais cientistas brasileiros nas áreas de Biomimética e Bioengenharia e cofundador da SLABO.
A pesquisa, escolhida entre 69 trabalhos apresentados durante o congresso, está sob a orientação do professor dr. Wagner de Rossi, gerente do Centro de Lasers e Aplicações (CELAP) e co-orientada pelo farmacêutico dr. Emerson S. Bernardes, gerente do Centro de Radiofarmácia (CECRF) do Ipen. Também contou com a importante participação do radioquímico dr. Arian Pérez Nario, bolsista de pós-doutorado do Ipen, e do físico dr. André Luis Lapolli, responsável pelo Serviço de Operação de Aceleradores Cíclotron do instituto.
Na prática, a pesquisa visa desenvolver um sistema microfluídico por meio de técnica de microusinagem com laser de pulsos ultracurtos para a produção de radiofármacos a partir de Flúor-18. No trabalho, foi produzido um circuito microfluídico dedicado chamado de "microcartucho de troca aniônica”, destinado ao primeiro estágio de obtenção de qualquer radiofármaco; um produto utilizado essencialmente para diagnósticos, tratamentos e terapias de várias doenças que são objeto da medicina nuclear.
O processo compreende duas fases distintas. Na primeira, o Flúor-18 obtido em cíclotron fica retido no microcartucho. Na segunda, de eluição, o Flúor-18 é extraído resultando em um eluente líquido com uma concentração significativamente elevada do radionuclídeo.
Inovação
Além de inédito no Brasil, o resultado da pesquisa desenvolvida no Ipen-Cnen pode ser considerado significativo uma vez que conseguiu uma concentração do eluente com Flúor-18 de seis a dez vezes maior que a obtida por meio de outros processos convencionais na primeira etapa de produção de radiofármaco, como, por exemplo, o Fluordexogliocose (FDG).
"Ter sido premiado com o trabalho de maior importância e relevância científica em um congresso desse nível é, sem dúvida, uma grande satisfação para mim e, acredito, de grande importância para o Ipen”, destacou o doutorando Antonio Gomes, o qual enfatiza a dedicação do prêmio ao seu grupo de pesquisa e, em especial, a seu orientador pelo apoio incondicional.
O doutorando explicou ainda que os resultados apresentados, bem como o desenvolvimento da técnica de microusinagem com laser de pulsos ultracurtos, posicionam o Ipen como uma instituição de destaque na inovação tecnológica e científica nesta área do conhecimento.
Uma das principais missões do Ipen é tornar a medicina nuclear cada vez mais acessível à sociedade brasileira e o Flúor-18 tem destaque em exames que se utilizam de equipamentos de tomografia por emissão de pósitrons (PET/CT).
"O próximo passo após a conclusão da pesquisa é buscar parcerias no setor produtivo para disponibilizar para a sociedade radiofármacos mais eficazes para a medicina nuclear”, finaliza Gomes.
Para o físico Wagner de Rossi, este prêmio coroa um trabalho que se iniciou há alguns anos a partir de uma sugestão do dr. Jair Mengatti, gerente da Radiofarmácia na época.
"Nós encaramos a sugestão como um desafio para produzir radiofármacos com microfluídica. O trabalho ainda não está concluído, pois o prêmio se refere apenas a uma parte já desenvolvida, mas demonstra que estamos num bom caminho para conseguir produzir radiofármacos a partir de um sistema inovador que vai trazer inúmeras vantagens para o processo”, conclui Rossi.
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- 22/01/2024 - Brasil anuncia o desenvolvimento de sua primeira bateria nuclearEm seu canal no YouTube, o Global Militar divulga vídeo sobre o desenvolvimento da primeira bateria nuclear no Brasil por meio de projeto de cientistas do IPEN, coordenados pela pesquisadora Maria Alice Morato Ribeiro, do Centro de Engenharia Nuclear.Link para a matéria:
https://www.youtube.com/watch?v=KFo9XFpBnY0 -
- 22/01/2024 - Bateria nuclear brasileira poderá durar 200 anosFonte: Inovação TecnológicaBateria atômica de amerícioEnquanto uma empresa chinesa anunciava uma bateria nuclear com duração de 50 anos, pesquisadores brasileiros divulgaram seu próprio feito, mostrando uma bateria que poderá durar quatro vezes mais.A bateria nuclear brasileira está sendo desenvolvida por uma equipe do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), em São Paulo (SP).Enquanto a bateria chinesa é baseada no isótopo radioativo níquel-63 (63Ni), que tem meia-vida de 100,1 anos, a bateria nuclear brasileira usa o isótopo amerício-241 (241Am), que tem meia-vida de 432 anos.Meia-vida é o período de tempo necessário para que metade de uma dada quantidade de um radioisótopo transforme-se em outro elemento devido à emissão de uma partícula. Assim, a bateria nuclear baseada em amerício-241 tem potencial para continuar fornecendo pelo menos metade de sua carga original por mais de dois séculos.Diversos radionuclídeos têm sido utilizados no desenvolvimento de baterias nucleares, dependendo do tempo de duração da carga e potência desejados. Entre os mais utilizados estão o estrôncio-90, plutônio-238 e o próprio amerício-241, que são materiais obtidos por meio do reprocessamento de combustível nuclear utilizado em reatores.Essa etapa do ciclo do combustível nuclear não é realizada no país, mas o IPEN possui o material como rejeito radioativo, o que o torna particularmente interessante para uma aplicação de longa duração - o amerício-241 tem diversos usos, como nos medidores de densidade do combustível dos aviões.As fontes radioativas (Am-241) são postas junto com um material termoelétrico (TEGs), que transforma o diferencial de temperatura em energia elétrica.As fontes radioativas (Am-241) são postas junto com um material termoelétrico (TEGs), que transforma o diferencial de temperatura em energia elétrica.
[Imagem:E.R. Paiva/IPEN-CNEN]Fraca por falta de combustívelNo protótipo da bateria nuclear foram usadas 11 fontes de amerício-241, com cerca de 2,9 Curies (Ci). O calor gerado pelo decaimento radioativo é então passado para um material termoelétrico, o qual transforma um diferencial de temperatura em eletricidade.Em razão da limitação da quantidade de material radioativo disponível para a construção do protótipo, o aumento de temperatura gerado pela bateria é pequeno, de cerca de 6 ºC. Em conjunto com o material termoelétrico utilizado pela equipe, a bateria gera uma tensão elétrica de apenas 20 milivolt.Apesar do baixo rendimento, o protótipo serviu para demonstrar a viabilidade do conceito. Segundo a pesquisadora Maria Alice Ribeiro, com materiais de maior atividade será possível construir uma bateria com capacidade suficiente para energizar sensores e pequenos dispositivos da internet das coisas - por exemplo, cita ela, uma estação meteorológica remota.A equipe agora está lidando com os trâmites legais para viabilizar o licenciamento das baterias nucleares e regulamentar seu uso. -
- 22/01/2024 - Primeira bateria nuclear brasileira vai durar 200 anos sem recargaFonte: Defesa Área & NavalNo Brasil, cientistas do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN-CNEN) desenvolveram a primeira bateria nuclear nacional, a partir de um isótopo em decomposição de amerício (amerício-241). Sem precisar de uma recarga extra, ela pode fornecer energia para aparelhos por mais de 200 anos.A pesquisa brasileira desenvolveu uma bateria nuclear termoelétrica, também conhecida como gerador termoelétrico radioisotópico (RTG). A produção de eletricidade é feita a partir do calor e não envolve fissão nuclear – este seria o caso de uma bateria termonuclear.Buscando entender as etapas de desenvolvimento e quando poderemos usar as baterias nucleares – que colocam um fim nos carregadores -, o Canaltech conversou com Maria Alice Morato Ribeiro, pesquisadora do Centro de Engenharia Nuclear do IPEN e coordenadora do projeto.Como funciona a bateria nuclear?Antes de explicarmos, vale definir o que é o amerício. Trata-se de um metal radioativo, relativamente maleável e de coloração prateada, cujo símbolo na tabela periódica é Am. Ele é um emissor de partículas alfa e gama, com atividade de partículas alfa aproximadamente três vezes maior que a do rádio. O elemento possui 10 isótopos conhecidos pela ciência.Na bateria nuclear, o calor de decaimento natural do radioisótopo é que vai gerar energia elétrica. Como parte do processo, esse calor precisa passar através de pastilhas termoelétricas geradoras de energia elétrica (TEGs).Por enquanto, a tensão de saída nas pastilhas termoelétricas é de 20 milivolts (mV). Isso é resultado da diferença de temperatura nas pastilhas termoelétricas entre a fonte de Amerício (lado quente) e a parte externa (lado frio).Essa tensão alimenta um circuito coletor que acumula energia suficiente e assim fornece pequenas cargas, periodicamente. No entanto, como o atual modelo possui uma capacidade muito baixa de geração de energia, é necessária uma fonte com atividade maior apenas para acender um LED.A seguir, veja um esquema de como funciona a bateria nuclear termelétrica:O que é impressionante na bateria é o tempo de duração, estimado em 200 anos, devido à meia-vida do amerício ser de 432,6 anos. No entanto, "ainda enfrentamos desafios técnicos relacionados à confiabilidade das pastilhas termoelétricas, as quais precisam operar por um período equivalente”, destaca Ribeiro.Por isso, a cientista conta que esta primeira bateria foi desenvolvida, na verdade, para validar o conceito. O próximo passo é construir uma versão melhorada, com potência de 100 mW.Onde usar uma bateria nuclear?Hoje, as baterias nucleares já são usadas em locais de difícil acesso. São os casos de faróis em ilhas desertas e dispositivos enviados para o espaço, como satélites. Os rovers da NASA também usam esse tipo de tecnologia, como o Curiosity e o Perseverance.Recentemente, uma startup chinesa anunciou o desenvolvimento de baterias para alimentar dispositivos de uso pessoal, como celulares, drones e computadores.No caso da bateria brasileira, a ideia é usá-la para em dispositivos instalados em locais remotos. No entanto, a cientista ainda não pode entrar em detalhes sobre esses planos por questões de confidencialidade envolvendo os parceiros.Bateria nuclear oferece riscos?Pensar em algo nuclear logo remete a sérios riscos para à saúde humana e ao meio ambiente, mas existem inúmeras proteções. Por exemplo, "o uso de blindagens eficientes” garante a segurança, como afirma Ribeiro. Além disso, "o radioisótopo está contido em fonte selada, não havendo perigo de dispersão do material”, acrescenta.Curiosamente, ela lembra que, na década de 1970, as baterias nucleares, como as de plutônio-238 e promécio-147, eram amplamente usadas em marca-passos de pacientes com problemas no coração. O uso só foi descontinuado com a ascensão das baterias de lítio.Reciclagem de resíduos radioativosOutro ponto interessante envolvendo essas baterias é que elas podem ser criadas a partir da reciclagem dos radioisótopos encontrados nos combustíveis (já usados) provenientes de reatores nucleares de usinas, incluindo o amerício-241. -
- 22/01/2024 - Pesquisadores do IPEN-CNEN desenvolvem bateria nuclearA pesquisa, inédita no País, demonstra a capacidade técnica de reciclar rejeitos radioativos de baixa intensidade, utilizando-os como fonte de energia
A pesquisa, inédita no País, demonstra a capacidade técnica de reciclar rejeitos radioativos de baixa intensidade, utilizando-os como fonte de energia
Fonte: Forças TerrestreEquipe multidisciplinar de pesquisadores do IPEN-CNEN realizou estudo pioneiro para o desenvolvimento de uma bateria nuclear utilizando Amerício-241.A pesquisa foi conduzida nos Centros de Engenharia Nuclear (CEENG) e de Tecnologia das Radiações (CETER) do IPEN-CNEN com objetivo de encontrar uma alternativa energética para locais de difícil acesso ou em que haja necessidade de um fluxo ininterrupto de energia.O projeto foi desenvolvido pelo CEENG e a bateria foi montada pelos pesquisadores do CETER, usando como combustível pastilhas de Amerício-241 que se encontravam no Serviço de Gestão de Rejeitos Radioativos (SEGRR).O pesquisador Eduardo Cabral, do CEENG, explica que a bateria nuclear é um dispositivo que utiliza o calor produzido pelo decaimento radioativo para gerar energia elétrica. Entretanto, para que o calor originado seja utilizado. é necessário um sistema de conversão de energia que, neste caso, são pastilhas termelétricas que geram energia elétrica quando submetidas a um gradiente de temperatura.Embora o conceito seja simples e baterias nucleares sejam conhecidas desde no início do século XIX, a execução é complexa por razões que envolvem danos de materiais e proteção radiológica.Carlos Alberto Zeituni, gerente e pesquisador do CETER, comenta que diversos radionuclídeos podem ser utilizados em uma bateria nuclear, dependendo do tempo de duração e potência desejados. Entre os mais utilizados, encontram-se o Estrôncio-90, o Plutônio-238 e o Amerício-241, que são materiais obtidos por meio do reprocessamento de combustível nuclear utilizado em reatores. Essa etapa do ciclo do combustível nuclear não é realizada no país.Nessa bateria foram utilizadas 11 fontes de Amerício 241, que estavam armazenadas no SEGRR como rejeitos radioativos. Com autorização do Serviço de Radioproteção (SERAP) do IPEN, essas fontes, com cerca de 2,9 Ci, seguiram para os laboratórios do CETER após análise de estanqueidade efetuada no SEGRR.No CETER, foi realizada a análise dimensional e de atividade das fontes. Com essas informações, pesquisadores do CEENG definiram os termelétricos e projetaram um invólucro para transformar. de forma eficiente, a energia do decaimento radioativo das fontes em energia elétrica.De posse de todos os materiais, foi construída a primeira bateria nuclear do Brasil. Em razão da limitação da quantidade de material radioativo, o aumento de temperatura gerado nesse protótipo é pequeno, sendo de cerca de 6º C, que em conjunto com o material termoelétrico utilizado, gera uma tensão elétrica de 20 milivolt. Como a meia vida do Amerício 241 é de 416 anos, após um ano ligada, a bateria mantém o desempenho inicial, produzindo quase a mesma quantidade de energia por centenas de anos.A coordenadora do projeto, Maria Alice Morato Ribeiro, pesquisadora do CEENG, ressalta ainda que embora o material utilizado tenha baixa atividade, o experimento comprovou a viabilidade do conceito. Com materiais de maior atividade, seria possível construir uma bateria com capacidade suficiente para energizar, por exemplo, uma estação meteorológica remota.Este desenvolvimento foi resultado de um projeto de pesquisa financiado por uma grande empresa nacional e seu êxito permitiu que o IPEN fosse agraciado com sua continuidade no intuito de produzir uma bateria nuclear para utilização em locais de difícil acesso.É importante ressaltar que graças ao esforço conjunto dos pesquisadores de vários centros do IPEN-CNEN e do reaproveitamento de material radioativo armazenado, foi possível desenvolver e construir um protótipo de bateria nuclear, demonstrando a capacidade técnica de produzir esse tipo de equipamento no país.Esse projeto abre a possibilidade de desenvolvimento de diferentes tipos de baterias nucleares, específicas para diferentes tipos de uso. O trabalho para viabilizar o licenciamento dessas baterias já foi iniciado. -
- 22/01/2024 - A Disney pode construir uma usina nuclear na Flórida, se quiserDesde os anos 1960, a empresa tem carta branca no estado americano. Pode até abrir uma destilaria de bebidas. Entenda essa história.
Desde os anos 1960, a empresa tem carta branca no estado americano. Pode até abrir uma destilaria de bebidas. Entenda essa história.
Fonte: SUPER InteressanteA Disneyland, primeiro parque temático da Disney, abriu em 1955 em Anaheim, cidade nos arredores de Los Angeles, na Califórnia. Foi um sucesso: nos primeiros dois meses, recebeu um milhão de visitantes. Ao final da primeira década de existência, 50 milhões de pessoas passaram por lá.Walt Disney queria mais. Só tinha um problema: o crescimento de Anaheim impedia a expansão do parque. O jeito, então, era achar outro lugar – uma área grande, com clima agradável e por um preço baixo.A escolhida foi a Flórida, do outro lado dos EUA. Ela cumpria todos os requisitos, com um bônus: o governo local abraçou a ideia, mirando no aumento de empregos e do turismo. Nos anos 1960, o pai do Mickey comprou, em segredo, várias porções de terra na região central do estado.Em 1967, a Disney conseguiu transformar seu loteamento de 131 km² (uma Zona Oeste de São Paulo) em um "distrito especial”, no qual um conselho tem autonomia para regular a construção de prédios, estradas, redes de esgoto… Foi parte do plano de Walt, que não queria que burocracias governamentais atrasassem o seu projeto de expansão.A lei que criou o distrito especial deu à Disney carta branca para a construção de uma usina nuclear, que serviria para alimentar o complexo de parques da empresa. Não só: Walt poderia criar a própria força policial e até uma fábrica de bebidas alcoólicas destiladas.Difícil imaginar uma realidade em que as orelhas do Mickey estampem a farda de algum policial ou de uma garrafa de uísque. É bem provável que tudo isso tenha passado junto ao pacote de autonomia que os advogados da Disney conseguiram na época – e que não necessariamente estavam nos planos originais de Walt.Mas a ideia de um reator nuclear por lá não é tão absurda, já que, além dos parques, o empresário também tinha planos utópicos para seu novo reduto: uma cidade futurista, à la Os Jetsons.EPCOT, a "cidade do amanhã”Esqueça o castelo da Cinderela. O verdadeiro sonho de Walt Disney na Flórida era construir um município para valer, com gente morando e trabalhando. O projeto recebeu o nome de EPCOT (sigla em inglês para "Comunidade Protótipo Experimental do Amanhã”) e, no papel, abrigaria até 20 mil pessoas, numa área com soluções inovadoras de habitação, transporte e abastecimento sustentável.A cidade seria num formato circular: no centro, os prédios comerciais e administrativos; no entorno, as residências, mais afastadas da agitação. O vaivém aconteceria, principalmente, em monotrilhos e com pequenos trens. Os carros trafegariam no subterrâneo – mais segurança para os pedestres.Em 1966, Disney detalhou todo o projeto em uma apresentação. Você pode assistir ao vídeo aqui.A proposta do EPCOT faz com que a construção de uma usina nuclear não pareça uma ideia tão absurda assim. Anos antes, em 1957, a Disney lançou uma animação chamada Nosso Amigo, o Átomo – um desenho educacional que fazia propaganda sobre os benefícios da energia nuclear. Walt era um futurista convicto, e é provável que ele tenha considerado algo do tipo.Mas ele não viveu para dar sequência ao projeto. Disney morreu no final de 1966, poucas semanas depois de gravar a apresentação sobre a cidade. O projeto acabou engavetado, e o EPCOT só seria inaugurado em 1982, como um misto de parque e centro educacional.A energia do ratoNa Flórida, a Disney tem, atualmente, quatro parques de diversões, dois parques aquáticos e 21 resorts, além de campos de golfe, casas de shows e centros de compras. Custa US$ 10 bilhões por ano para manter todo esse complexo, chamado de Disney World, que consome um bilhão de quilowatts-hora (kWh) anualmente (para comparar, é 25% do que uma cidade como Ribeirão Preto, do interior de São Paulo, consome no mesmo período).Segundo cálculos do cientista James Conca em um artigo para a revista Forbes, bastariam dois pequenos reatores modulares para suprir as necessidades energéticas do Disney World. São modelos bem menores que reatores nucleares convencionais – e que, portanto, minimizam os efeitos de um eventual acidente. Seria uma energia limpa: fissão nuclear não emite CO2.Mas é pouco provável que a Disney invista nisso num futuro próximo, e por uma série de razões. A primeira é que ela precisaria gastar bilhões para construir e regulamentar as usinas – há muito mais normas de segurança para reatores nucleares hoje do que nos anos 1960.Além disso, a má fama da energia nuclear, frequentemente associada a grandes desastres, poderia afastar uma parcela do público dos parques (setor que representa quase 28% do faturamento de toda a Disney).O foco da empresa, hoje, é a energia solar. Com planos de zerar as suas emissões de carbono até 2030, o Disney World tem várias fazendas solares que garantem até 40% da eletricidade do complexo. Em uma dessas instalações, diga-se, os painéis foram instalados no formato das orelhas do Mickey:Em 2019, Bruce Antone, deputado estadual da Flórida, sugeriu a criação de uma lei que impedisse a Disney de construir uma usina nuclear. No mesmo ano, Victor Torres, senador estadual, disse que era hora de rever a legislação que deu à empresa essa possibilidade."Não acho que a Disney algum dia [construiria uma usina nuclear], não prevejo isso, mas só quero evitar que algo assim ocorra – ponto final”, declarou ao jornal Orlando Sentinel.Só para garantir, né. -
- 21/01/2024 - Chega a despedida definitiva dos carregadores: criaram uma bateria nuclear para celulares que dura 50 anosNunca mais terias problemas de carregamento. A energia do teu celular, com esta bateria, vai durar durante toda a vida útil do dispositivo
Nunca mais terias problemas de carregamento. A energia do teu celular, com esta bateria, vai durar durante toda a vida útil do dispositivo
Fonte: Metro World NewsÉ hora de começar a dizer adeus aos carregadores de celulares e aos problemas de carga em dispositivos móveis. Isso é o que a empresa chinesa Betavolt Technology nos propõe com seu brilhante desenvolvimento. Eles criaram uma bateria nuclear chamada BV100, que deveria ter energia para 50 anos.A BV100, com um tamanho compacto de 15x15x5 milímetros, tem chamado a atenção da indústria tecnológica devido ao seu potencial inovador. Apesar de suas dimensões diminutas, esta bateria é capaz de gerar uma potência de 100 micro-watts e uma tensão de 3 volts, garantindo um desempenho excepcional para o seu tamanho.Uma das características mais destacadas do BV100 é a sua vida útil extraordinária de aproximadamente 50 anos. Este marco na duração da bateria oferece uma solução de longo prazo para dispositivos que requerem uma fonte de energia constante ao longo de décadas.Sem dúvida, essa característica a torna uma opção particularmente atraente para aplicativos que vão além da eletrônica de consumo convencional.E embora todos queiram essa bateria em seus iPhones, a realidade é que a BV100 se posiciona como uma opção especialmente interessante para dispositivos médicos implantáveis, que requerem uma fonte de energia confiável e de longa duração.Este avanço poderia ter um impacto significativo na saúde e bem-estar dos pacientes ao eliminar a necessidade de substituir frequentemente as baterias de dispositivos implantados.A Betavolt Technology planeja lançar a BV100 no mercado em 2025, abrindo as portas para uma nova era de soluções de energia sustentável e duradoura. A empresa está na vanguarda da inovação, apostando em uma abordagem que promete transformar a forma como percebemos e utilizamos as fontes de energia na tecnologia atual. -
- 19/01/2024 - Primeira bateria nuclear brasileira vai durar 200 anos sem recargaFonte: Canaltech
No Brasil, cientistas do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN-CNEN) desenvolveram a primeira bateria nuclear nacional, a partir de um isótopo em decomposição de amerício (amerício-241). Sem precisar de uma recarga extra, ela pode fornecer energia para aparelhos por mais de 200 anos.A pesquisa brasileira desenvolveu uma bateria nuclear termoelétrica, também conhecida como gerador termoelétrico radioisotópico (RTG). A produção de eletricidade é feita a partir do calor e não envolve fissão nuclear - este seria o caso de uma bateria termonuclear.
Buscando entender as etapas de desenvolvimento e quando poderemos usar as baterias nucleares - que colocam um fim nos carregadores -, o Canaltech conversou com Maria Alice Morato Ribeiro, pesquisadora do Centro de Engenharia Nuclear do IPEN e coordenadora do projeto.
Como funciona a bateria nuclear?
Antes de explicarmos, vale definir o que é o amerício. Trata-se de um metal radioativo, relativamente maleável e de coloração prateada, cujo símbolo na tabela periódica é Am. Ele é um emissor de partículas alfa e gama, com atividade de partículas alfa aproximadamente três vezes maior que a do rádio. O elemento possui 10 isótopos conhecidos pela ciência.
Na bateria nuclear, o calor de decaimento natural do radioisótopo é que vai gerar energia elétrica. Como parte do processo, esse calor precisa passar através de pastilhas termoelétricas geradoras de energia elétrica (TEGs).
Por enquanto, a tensão de saída nas pastilhas termoelétricas é de 20 milivolts (mV). Isso é resultado da diferença de temperatura nas pastilhas termoelétricas entre a fonte de Amerício (lado quente) e a parte externa (lado frio).
Essa tensão alimenta um circuito coletor que acumula energia suficiente e assim fornece pequenas cargas, periodicamente. No entanto, como o atual modelo possui uma capacidade muito baixa de geração de energia, é necessária uma fonte com atividade maior apenas para acender um LED.
A seguir, veja um esquema de como funciona a bateria nuclear termelétrica:
Bateria nuclear brasileira pode funcionar por 200 anos (Imagem: IPEN-CNEN)
O que é impressionante na bateria é o tempo de duração, estimado em 200 anos, devido à meia-vida do amerício ser de 432,6 anos. No entanto, "ainda enfrentamos desafios técnicos relacionados à confiabilidade das pastilhas termoelétricas, as quais precisam operar por um período equivalente”, destaca Ribeiro.
Por isso, a cientista conta que esta primeira bateria foi desenvolvida, na verdade, para validar o conceito. O próximo passo é construir uma versão melhorada, com potência de 100 mW.
Onde usar uma bateria nuclear?
Hoje, as baterias nucleares já são usadas em locais de difícil acesso. São os casos de faróis em ilhas desertas e dispositivos enviados para o espaço, como satélites. Os rovers da NASA também usam esse tipo de tecnologia, como o Curiosity e o Perseverance.
Recentemente, uma startup chinesa anunciou o desenvolvimento de baterias para alimentar dispositivos de uso pessoal, como celulares, drones e computadores.
No caso da bateria brasileira, a ideia é usá-la para em dispositivos instalados em locais remotos. No entanto, a cientista ainda não pode entrar em detalhes sobre esses planos por questões de confidencialidade envolvendo os parceiros.
Bateria nuclear oferece riscos?
Pensar em algo nuclear logo remete a sérios riscos para à saúde humana e ao meio ambiente, mas existem inúmeras proteções. Por exemplo, "o uso de blindagens eficientes” garante a segurança, como afirma Ribeiro. Além disso, "o radioisótopo está contido em fonte selada, não havendo perigo de dispersão do material”, acrescenta.
Curiosamente, ela lembra que, na década de 1970, as baterias nucleares, como as de plutônio-238 e promécio-147, eram amplamente usadas em marca-passos de pacientes com problemas no coração. O uso só foi descontinuado com a ascensão das baterias de lítio.
Reciclagem de resíduos radioativos
Outro ponto interessante envolvendo essas baterias é que elas podem ser criadas a partir da reciclagem dos radioisótopos encontrados nos combustíveis (já usados) provenientes de reatores nucleares de usinas, incluindo o amerício-241.
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- 18/01/2024 - Onu condiciona submarino nuclear do Brasil a inspeçõesAutorização para modelo pode demorar até 5 anos, afirma diretor da Agência
Autorização para modelo pode demorar até 5 anos, afirma diretor da Agência
Fonte: Folha de S. Paulo
O diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) comentou sobre a necessidade de um regime de inspeções para aval de operação do submarino de propulsão nuclear Álvaro Alberto, desenvolvido pela Marinha. A informação consta de entrevista de Grossi ao jornalista Igor Gielow para a Folha de São Paulo, edição de 18/01.
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- 17/01/2024 - Célula de combustível movida a sujeira funciona para sempreFonte: Inovação Tecnologia
Bactérias do solo
As células a combustível microbianas, dispositivos que produzem eletricidade a partir do metabolismo de bactérias, estão por aí há muito tempo, mas Bill Yen e colegas da Universidade Northwestern, nos EUA, queriam fazer melhor.
Para tornar sua célula microbiana mais prática, eles a construíram de modo que ela gera energia elétrica continuamente alimentada apenas pelas bactérias presentes no solo - basta enterrar o dispositivo, conectar os fios e usufruir da energia.
Mais ou menos do tamanho de um livro de bolso, a célula totalmente alimentada pelo solo poderá alimentar sensores subterrâneos usados na agricultura de precisão e na infraestrutura verde, uma alternativa sustentável e renovável às baterias, que contêm produtos químicos tóxicos e inflamáveis que se infiltram no solo e contribuem para o problema cada vez maior do lixo eletrônico.
"Se você quiser colocar um sensor na natureza, em uma fazenda ou em um pântano, você será obrigado a colocar uma bateria nele ou coletar energia solar. Os painéis solares não funcionam bem em ambientes poeirentos porque ficam cobertos de sujeira, não funcionam quando não há Sol e ocupam muito espaço," disse Yen. "Nós podemos colher energia do próprio solo que os agricultores estão monitorando."
Para testar seu protótipo, o pesquisador usou-o para alimentar sensores que medem a umidade do solo e detectam o toque, uma capacidade que pode ser valiosa para rastrear animais passando pelo local. Para permitir comunicações sem fios, o sensor alimentado pelo solo recebeu uma pequena antena para transmitir dados para uma estação base vizinha, refletindo os sinais de radiofrequência existentes.
A célula de combustível microbiana não apenas funcionou tanto em condições úmidas quanto secas como, mais importante ainda, sua potência superou tecnologias semelhantes em 120%.
Células de combustível microbianas
O primeiro registro de uma célula de combustível microbiana data de 1911. Elas funcionam como uma bateria - com ânodo, cátodo e eletrólito -, mas colhem eletricidade de bactérias que naturalmente doam elétrons. Quando esses elétrons fluem do ânodo para o cátodo, cria-se um circuito elétrico.
Mas para que as células de combustível microbianas funcionem sem interrupções, elas precisam permanecer hidratadas e oxigenadas, para manter as bactérias vivas, o que é complicado quando enterradas no subsolo, em terra seca. Além disso, elas tipicamente produzem pouca energia.
Para superar essas deficiências, a equipe construiu quatro versões e testou-as intensivamente durante nove meses.
O protótipo de melhor desempenho funcionou bem em condições secas e também em ambientes alagados. O segredo do seu sucesso: Sua geometria. Em vez de usar a arquitetura tradicional, no qual o ânodo e o cátodo são paralelos entre si, a célula de combustível vencedora aproveitou um projeto perpendicular.
Feito de feltro de carbono (um condutor barato e abundante para capturar os elétrons dos micróbios), o ânodo é horizontal em relação à superfície do solo. Feito de um metal inerte e condutor, o cátodo fica verticalmente sobre o ânodo.
Embora o dispositivo precise ficar enterrado, o design vertical garante que a extremidade superior fique nivelada com a superfície do solo. Uma tampa impressa em 3D fica na parte superior do dispositivo para evitar que detritos caiam em seu interior. E um orifício na parte superior e uma câmara de ar, um espaço vazio ao lado do cátodo, permitem um fluxo de ar consistente.
A extremidade inferior do cátodo permanece aninhada profundamente abaixo da superfície, garantindo que ele permaneça hidratado pelo solo úmido circundante - mesmo quando o solo superficial seca à luz do Sol. Os pesquisadores também revestiram parte do cátodo com material impermeabilizante, para permitir que ele respirasse durante uma enchente. E, após uma potencial inundação, o design vertical permite que o cátodo seque gradualmente, em vez de secar de uma vez só.
Dura para sempre
Em média, a célula de combustível gerou 68 vezes mais energia do que a necessária para operar os sensores usados no teste. Ela também mostrou-se robusta o suficiente para suportar grandes mudanças na umidade do solo - desde um pouco seco (41% de água por volume) até completamente submerso.
"O número de dispositivos na Internet das Coisas (IoT) está em constante crescimento," disse Yen. "Se imaginarmos um futuro com trilhões desses dispositivos, não podemos construir cada um deles a partir de lítio, metais pesados e toxinas que são perigosas para o ambiente. Precisamos encontrar alternativas que possam fornecer pequenas quantidades de energia para alimentar uma rede descentralizada de dispositivos. Em busca de soluções, nos voltamos para as células de combustível microbianas do solo, que usam micróbios especiais para decompor o solo e usam essa pequena quantidade de energia para alimentar sensores. Desde que haja carbono orgânico no solo para os micróbios quebrarem, a célula de combustível pode durar para sempre."
Bibliografia:
Artigo:Soil-Powered Computing: The Engineer's Guide to Practical Soil Microbial Fuel Cell Design
Autores: Bill Yen, Laura Jaliff, Louis Gutierrez, Philothei Sahinidis, Sadie Bernstein, John Madden, Stephen Taylor, Colleen Josephson, Pat Pannuto, Weitao Shuai, George Wells, Nivedita Arora, Josiah Hester
Revista: Proceedings of the ACM on Interactive Mobile Wearable and Ubiquitous Technologies
DOI: 10.1145/3631410 -
- 17/01/2024 - Cenário favorece uso da energia nuclear, diz agência da ONUFonte: Folha de São PauloO diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi comenta sobre o panorama mundial do uso da energia nuclear, notadamente na produção de energia elétrica, em entrevista com o jornalista Igor Gielow, na edição da Folha de São Paulo, 17/01/2024. -
- 17/01/2024 - Pesquisa sobre radiofármacos desenvolvida pelo Ipen-CNEN/USP recebe prêmio internacionalTrabalho premiado reúne profissionais de dois centros de pesquisa do Instituto e é inovador ao utilizar microusinagem com laser de femtosegundo para sistema microfluídico para otimizar a produção de radiofármacos
Trabalho premiado reúne profissionais de dois centros de pesquisa do Instituto e é inovador ao utilizar microusinagem com laser de femtosegundo para sistema microfluídico para otimizar a produção de radiofármacos
Fonte: Jornal da Ciência
O trabalho "Circuito microfluídico aplicado à concentração de 18F (Flúor-18) para produção de radiofármacos”, que é parte da pesquisa de doutorado em andamento, desenvolvida pelo aluno da pós-graduação do IPEN/USP, Antonio Arleques Gomes, conquistou o 1º lugar com a láurea "Marcos Pinotti Barbosa”, concedida à melhor pesquisa estudantil apresentada durante o XII Congresso Latino-Americano de Órgãos Artificiais e Biomateriais (COLAOB/2023) realizado no período de 12 a 15 de dezembro de 2023 em Mar del Plata, Argentina.
O prêmio, inédito para o programa de pós-graduação do IPEN/USP, é considerado um dos mais importantes para a comunidade científica da Sociedade Latino-Americana de Biomateriais e Órgãos Artificiais (SLABO), organizadora do evento, e presta homenagem ao professor Marcos Pinotti (1965-2016) reconhecido como um dos principais cientistas brasileiros nas áreas de Biomimética e Bioengenharia e cofundador da SLABO.
A pesquisa, escolhida entre 69 trabalhos apresentados durante o congresso, está sob a orientação do professor Dr. Wagner de Rossi, gerente do Centro de Lasers e Aplicações (CELAP) e coorientada pelo farmacêutico Dr. Emerson S. Bernardes, gerente do Centro de Radiofarmácia (CECRF) do IPEN. Também contou com a importante participação do radioquímico Dr. Arian Pérez Nario, bolsista de pós-doutorado do IPEN e do físico Dr. André Luiz Lapolli, responsável pelo Serviço de Operação de Aceleradores Cíclotron do instituto.
Na prática, a pesquisa visa desenvolver um sistema microfluídico por meio de técnica de microusinagem com laser de pulsos ultracurtos para a produção de radiofármacos a partir de Flúor-18. No trabalho, foi produzido um circuito microfluídico dedicado chamado de "Microcartucho de troca aniônica” destinado ao primeiro estágio de obtenção de qualquer radiofármaco; um produto utilizado essencialmente para diagnósticos, tratamentos e terapias de várias doenças que são objeto da medicina nuclear.
O processo compreende duas fases distintas. Na primeira, o Flúor-18 obtido em cíclotron fica retido no microcartucho. Na segunda, de eluição, o Flúor-18 é extraído resultando em um eluente líquido com uma concentração significativamente elevada do radionuclídeo.
Inovação
Além de inédito no Brasil, o resultado da pesquisa desenvolvida no IPEN-CNEN pode ser considerado significativo uma vez que conseguiu uma concentração do eluente com Flúor-18 de seis a dez vezes maior que a obtida por meio de outros processos convencionais na primeira etapa de produção de radiofármaco, como, por exemplo, o Fluordexogliocose (FDG).
"Ter sido premiado com o trabalho de maior importância e relevância científica em um congresso desse nível é, sem dúvida, uma grande satisfação para mim e acredito, de grande importância para o IPEN”, destacou o doutorando Antonio Gomes, o qual enfatiza a dedicação do prêmio ao seu grupo de pesquisa e, em especial, a seu orientador pelo apoio incondicional.
O doutorando explicou ainda que os resultados apresentados, bem como o desenvolvimento da técnica de microusinagem com laser de pulsos ultracurtos, posicionam o IPEN como uma instituição de destaque na inovação tecnológica e científica nesta área do conhecimento.
Uma das principais missões do IPEN é tornar a medicina nuclear cada vez mais acessível à sociedade brasileira e o Flúor-18 tem destaque em exames que se utilizam de equipamentos de tomografia por emissão de pósitrons (PET/CT).
"O próximo passo após a conclusão da pesquisa é buscar parcerias no setor produtivo para disponibilizar para a sociedade radiofármacos mais eficazes para a medicina nuclear”, finaliza Gomes.
Para o físico Dr. Wagner de Rossi este prêmio coroa um trabalho que iniciou há alguns anos a partir de uma sugestão de Dr. Jair Mengatti, gerente da Radiofarmácia na época.
"Nós encaramos a sugestão como um desafio para produzir radiofármacos com microfluídica. O trabalho ainda não está concluído, pois o prêmio se refere apenas a uma parte já desenvolvida, mas demonstra que estamos num bom caminho para conseguir produzir radiofármacos a partir de um sistema inovador que vai trazer inúmeras vantagens para o processo”, conclui Rossi.
Mais informações no site do IPEN. (www.ipen.br)
Ulysses Varela – Bolsista BGE-DA/IPEN-CENEN
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- 15/01/2024 - Programa Beatriz Nascimento de Mulheres na Ciência tem inscrições abertas até dia 31Chamada pública oferece bolsas de doutorado-sanduíche e pós-doutorado no exterior para pesquisadoras negras, ciganas, quilombolas e indígenas
Chamada pública oferece bolsas de doutorado-sanduíche e pós-doutorado no exterior para pesquisadoras negras, ciganas, quilombolas e indígenas
Fonte: Jornal da USP
Estão abertas até o dia 31 de janeiro as inscrições para a chamada Atlânticas – Programa Beatriz Nascimento de Mulheres na Ciência, lançada pelo governo federal em novembro do ano passado. O programa oferece bolsas de doutorado-sanduíche e pós-doutorado no exterior para pesquisadoras negras, ciganas, quilombolas e indígenas, em qualquer área de conhecimentos.
As bolsas têm duração máxima de nove meses. Para se inscrever, as interessadas devem estar regularmente matriculadas em cursos de doutorado ou ter concluído seus estudos em programa de pós-graduação reconhecido pela Capes. Nos dois casos, as candidatas devem apresentar um projeto de pesquisa e o aceite formal da instituição de destino.
As candidatas às bolsas de doutorado-sanduíche também precisam demonstrar conhecimento da língua utilizada na instituição estrangeira e a anuência de seus orientadores e da coordenação de seu programa de pós-graduação. A chamada pública completa está disponível para consulta no site do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
A chamada é uma parceria dos ministérios da Igualdade Racial, das Mulheres, dos Povos Indígenas, e da Ciência, Tecnologia e Inovação, com apoio do CNPq, e conta com R$ 6 milhões em investimentos que serão destinados ao pagamento das bolsas.
Quem foi Beatriz Nascimento?
O nome do programa presta homenagem à professora e historiadora sergipana Beatriz Nascimento, que sempre aliou a luta antirracista à vida acadêmica. Foi cofundadora do Grupo de Trabalho André Rebouças na Universidade Federal Fluminense (UFF) e membro do Movimento Negro contra a Discriminação Racial (MNUCDR), nome mais tarde reduzido para Movimento Negro Unificado (MNU).
Como pesquisadora, Beatriz Nascimento estudou as formações dos quilombos no Brasil por duas décadas. Foi expoente do feminismo negro, pesquisando as práticas discriminatórias que pesam sobre os corpos das mulheres negras.
Beatriz faleceu, vítima de feminicídio, em janeiro de 1995. Na época, ela cursava mestrado em Comunicação na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Em 2021, Beatriz Nascimento se tornou doutora honoris causain memoriam pela UFRJ.
*Com informações do CNPq