Clipping de Notícias
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- 08/04/2015 - Crise hídrica não foi vencida, diz ministro Eduardo BragaFonte: NE10
Da Folhapress
O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse nesta quarta-feira (8), que reserva de água nos reservatórios das hidrelétricas no fim deste ano e início de 2015 pode ser "igual ou pior" ao que foi registrado do fim de 2014 e início deste ano -período em que o setor elétrico teve de enfrentar uma de suas piores crises.
"Não é que a crise hídrica esteja vencida. Ela permanece. Estamos vencendo é o desafio de garantir energia, com térmica que é mais cara e pressiona o preço [as tarifas]. A crise hídrica está posta. Está aí", afirmou.
O atraso e a redução dos níveis de chuva na cabeceira dos rios acaba por obrigar o governo a fazer uso maior das usinas termelétricas para complementar a geração, que são mais caras por usar, por exemplo, óleo combustível.
De acordo com o ministro, o Brasil possui 30% de sua geração de energia vinda das usinas térmicas e que não será necessário fazer grande ampliação neste tipo de fonte para enfrentar o próximo verão.
"Não precisamos de muito mais que isso, 3% ou 4%. Mas [temos que] substituir algumas térmicas por outras mais eficientes para garantir período de crise hídrica como esse", afirmou.
Braga disse também que já foi criado um instrumento para que, no ano que vem, seja criada uma reserva de geração térmica para atender a demanda da população durante os horários de ponta, quando a rede elétrica fica mais sobrecarregada.
NUCLEAR - Os planos do Ministério de Minas e Energia, de acordo com Braga, são para conclusão das usinas de Angra até 2018, construção de quatro novas usinas nucleares até 2030 e outras oito nucleares até 2015.
Braga defendeu que elas poderão fornecer energia mais barata até que a de algumas hidrelétricas. "Temos de criar um novo modelo para construção e geração das próximas [nucleares]. É um tema delicado, envolve várias áreas do governo, urânio enriquecido", disse. "O Brasil tem a maior reserva de urânio que temos conhecimento, uma das maiores do mundo. E nós importamos mesmo tendo também uma das melhores tecnologias", ponderou.
Para ele, será necessário ter "a maior responsabilidade" com a questão ambiental.
APAGÃO - O ministro de Minas e Energia também contou que seu primeiro desafio ao assumir a pasta foi de vencer "uma grande desconfiança do setor" sobre as possibilidades de ocorrer um apagão ou de haver desabastecimento de energia.
"Entramos 2014 com 40% [de reserva nas hidrelétricas]. Nesse ano de 2015 tínhamos 20%, ou seja, a metade da água e com um grave problema, o pior janeiro da série histórica dos últimos 82 anos. O mês de fevereiro foi segundo pior", afirmou. "A cada dia nós afastamos célere e confiavelmente de qualquer situação de racionamento."
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- 08/04/2015 - Ministro estuda 4 usinasFonte: Todo Dia
O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse ontem que o governo está empenhado em retomar o plano de construção de quatro usinas nucleares no País. Hoje o Brasil possui apenas duas em operação, Angra 1 e 2, além de Angra 3, que está em construção e deve ser concluída até 2018.
O plano de expansão de energia por fonte nuclear passou os últimos anos na gaveta, por conta dos desdobramentos do acidente de Fukushima, no Japão, em 2011.
Agora o governo promete retomar o plano. Em audiência pública no Senado, Braga disse que a geração de energia pela usina nuclear é a mais barata do País. "Não podemos abrir mão da fonte nuclear", comentou, destacando que, no plano do setor até 2030, está prevista a construção de mais quatro nucleares. "Vamos criar um novo modelo para criação dessas quatro usinas. Temos discutido e debatido. Temos de dar uns passos importantes, ousados e corajosos nessa direção", comentou Braga.
O ministro destacou que 21 locais no País já foram estudados e que as análises estão sendo aprofundadas. Petróleo e gás .
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- 08/04/2015 - Contracheque da União será online a partir de maioColuna do Servidor
Coluna do Servidor
Fonte: Jornal O Dia
Os documentos de todo o funcionalismo público deixarão de ser impressos
Alessandra Horto
Rio - O governo federal anunciou ontem mais uma medida para reduzir gastos no processamento da folha de pagamento do Poder Executivo. A partir de maio, os contracheques de todo o funcionalismo público deixarão de ser impressos e serão consultados pela internet. A estimativa é de economia de R$ 40 milhões ao ano. De acordo com o Ministério do Planejamento, a mudança será escalonada para ativos, aposentados, pensionistas e funcionários públicos.
Para ter acesso ao documento será obrigatório cadastrar o e-mail de uso pessoal no Sistema Integrado de Administração de Recursos Humanos (Siape). Os ativos poderão fornecer ou atualizar a informação na unidade de Recursos Humanos.
Já os aposentados, pensionistas e anistiados políticos que não informaram o e-mail pessoal devem fazer o procedimento no período de recadastramento anual, em rede bancária, no mês de aniversário de cada beneficiário.
O contracheque será extinto a partir de maio para servidores ativos, militares dos ex-Territórios Federais, estagiários, médicos residentes e temporários. Em junho, para aposentados e pensionistas que possuem e-mail cadastrado no Siape. Para quem não tem, o documento impresso será extinto no mês seguinte que o interessado efetuar o procedimento.
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- 06/04/2015 - FAPESP Week debate aumento da colaboração científica entre Brasil e ArgentinaFonte: Agência Fapesp
Samuel Antenor
Agência FAPESP – A estreita relação entre pesquisadores do Brasil e da Argentina vai ser reforçada entre os dias 7 e 10 de abril de 2015, quando a FAPESP realizará em Buenos Aires uma série de conferências com pesquisadores dos dois países.
Na pauta de discussões estarão as pesquisas e os avanços obtidos nos últimos anos nas áreas de Astronomia, Energia, Alimentos Funcionais, História, Integração Latino-americana, Nanociência e Nanotecnologia, Informação Quântica e Saúde.
Os debates farão parte da FAPESP Week Buenos Aires – Cooperación Científica Brasil-Argentina, que reunirá pesquisadores do Estado de São Paulo e de diferentes instituições argentinas de ensino e pesquisa. O evento é uma parceria entre a FAPESP e o Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas (Conicet), principal órgão dedicado à promoção da ciência e da tecnologia na Argentina.
No primeiro dia do evento serão discutidas colaborações em pesquisa entre os dois países envolvendo projetos considerados estratégicos, como o Sirius, um conjunto de aceleradores de elétrons, atualmente em construção no Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), vinculado ao Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas (SP).
Também estarão em pauta o Long Latin American Millimetric Array (Llama), projeto binacional que irá construir um radiotelescópio com antena paraboloide de 12 metros de diâmetro nos Andes argentinos; o Giant Magellan Telescope (GMT), consórcio internacional que começará a ser construído em 2015, nos Andes chilenos; e o Pierre Auger Observatory, maior observatório de raios cósmicos do mundo, instalado na província de Mendoza, no oeste da Argentina.
Com moderação de Marcelo Knobel, do Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), participarão do debate Antonio José Roque da Silva, diretor do LNLS, Marcelo Arnal, da Universidad Nacional de La Plata, Jacques Raymond Daniel Lépine e João Evangelista Steiner, ambos do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP), Alberto Etchegoyen, da Comissión Nacional de Energía Atómica (CNEA) da Argentina, e Carola Chinelatto, do IFGW/Unicamp.
Também no primeiro dia do evento a área de Energia terá destaque, com apresentações de Gerardo Rabinovich, do Instituto Argentino de la Energía, Gilberto de Martino Januzzi, da Unicamp, Carlos Querini, do Instituto de Catalisis Y Petroquimica (Incape) e da Universidad Nacional del Litoral (UNL), e Nelson Ramos Stradiotto, da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Eles tratarão de temas como os desafios para a diversificação da matriz energética argentina, a flexibilização do sistema elétrico brasileiro e a ampliação do uso de combustíveis renováveis.
Encerrando o primeiro dia de debates, serão expostas pesquisas sobre alimentos funcionais, envolvendo aspectos químicos, nutricionais e tecnológicos, com o potencial e os principais desafios para este tipo de alimento na saúde humana e a contribuição dos estudos locais a esta área, cujas pesquisas estão em ascensão.
Pesquisa colaborativa
O aumento da colaboração entre cientistas dos dois lados da fronteira é o pano de fundo da conferência promovida pela FAPESP, que será realizada pela primeira vez na América do Sul. Os temas propostos refletem boa parte do trabalho já realizado conjuntamente por pesquisadores brasileiros e argentinos, que mantêm longo histórico de cooperação acadêmica, por razões geográficas, políticas, econômicas e culturais.
Contudo, a proposta do encontro é a de intensificar o potencial colaborativo entre as diversas instituições de ensino e pesquisa dos dois países. Assim, mesmo áreas em que a parceria já é acentuada poderão incrementar seus estudos em parceria. É o caso do tema da mesa-redonda que abre o segundo dia de trabalhos, "Percepção Pública e Divulgação da Ciência”, com mediação de Marilda Bottesi, assessora especial da Diretoria Científica da FAPESP.
Com participação de Marcelo Knobel, que atua na coordenação do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Unicamp, Carmelo Polino, do Centro de Estudios sobre Ciencia, Desarrollo y Educación Superior (Centro Redes) e da Red de Indicadores de Ciencia y Tecnología Iberoamericana e Interamericana (RICYT), Sandra Murriello, da Universidad Nacional de Río Negro, e Carlos Eduardo Lins da Silva, da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e consultor de Comunicação da FAPESP, serão debatidos aspectos da Cultura Científica, com um balanço da percepção e atitudes públicas em relação à ciência e à tecnologia.
Além de ressaltar aspectos desse processo cultural com transformação social, serão discutidos também resultados de estudos feitos ao longo dos anos por pesquisadores ibero-americanos, assim como os desafios e perspectivas para os estudos e pesquisas de pós-graduação na área.
Outros temas terão destaque no campo das Humanidades, como História, envolvendo comportamento social, gênero e sexualidade nos dois países; Integração latino-americana, com subtemas de ciência e tecnologia, cadeias produtivas e defesa, regionalismo pós-hegemônico e integração regional; e os desafios da Educação Superior na região, incluindo políticas para melhoria da qualidade das universidades, formação em engenharia, restrições e regulações na universidade argentina, todos como parte dos debates no segundo dia da conferência.
Já o último dia da FAPESP Week Buenos Aires será iniciado com uma mesa-redonda sobre integração entre universidades e empresas, seguida por apresentações de pesquisas nas áreas da Saúde, envolvendo diabetes, obesidade e iniciativas em medicamentos para doenças negligenciadas, entre outros.
A conferência será encerrada com apresentações sobre informação quântica, mecânica e computação quântica, nanociência e nanotecnologia, incluindo materiais avançados em fotônica, aplicações de nanopartículas magnéticas em medicina, nanomagnetismo e nanomateriais.
A programação completa da FAPESP Week Buenos Aires pode ser conferida no endereço www.fapesp.br/week2015/buenosaires. A participação é aberta ao público, mediante inscrição.
Cooperação estratégica
Desde outubro de 2010, a FAPESP mantém um acordo de cooperação com o Conicet com objetivo de ampliar a colaboração científica e tecnológica entre a Argentina e o Estado de São Paulo, mediante o financiamento de projetos conjuntos de pesquisa e de outras atividades científicas.
O acordo já permitiu a realização de três chamadas de propostas de pesquisa, que tiveram aprovados 39 projetos de estudos conjuntos entre brasileiros e argentinos, em diferentes áreas do conhecimento.
Há ainda um acordo da Fundação com o Ministerio de Ciencia, Tecnologia e Innovación Productiva (MINCyT), assinado em 2014 em conjunto com a USP, para estabelecer as condições para a execução do projeto Llama. O convênio entre as instituições prevê a contribuição com recursos aproximadamente iguais, e um aporte inicial em valor equivalente a US$ 17 milhões, por um período de cinco anos.
De acordo com Celso Lafer, presidente da FAPESP, é importante ampliar a parceria existente entre instituições de ensino e pesquisa dos dois países, incluindo o financiamento conjunto, com vistas ao aumento do conhecimento produzido na região.
"O rico histórico de parcerias existente entre pesquisadores da Argentina e do Estado de São Paulo torna natural um aprofundamento dessa antiga relação que, além de duradoura, é bastante profícua. Aprofundar essa cooperação é também uma forma de ampliar internacionalmente a visibilidade dos resultados obtidos pela ciência feita nos dois países, unidos por traços históricos, econômicos e culturais e que devem se tornar parceiros ainda mais próximos também na produção do conhecimento”, disse Lafer.
Para Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fundação, o momento é propício para aumentar a cooperação entre pesquisadores dos dois países.
"Com a FAPESP Week Buenos Aires buscamos intensificar a colaboração científica entre pesquisadores no Estado de São Paulo e colegas na Argentina. A Argentina tem excelentes estudantes e pesquisa com resultados de alto impacto. Gostaríamos de receber em São Paulo mais candidatos às bolsas de doutorado e pós-doutorado da FAPESP vindos do país”, disse Brito Cruz.
Também para Roberto Salvarezza, presidente do Conicet, a cooperação internacional é uma das ferramentas-chave para a construção do conhecimento, a formação de recursos humanos e o fortalecimento dos laços culturais entre os países.
"Em nível internacional, a cooperação com o Brasil representa uma das cinco mais importantes, no que se refere a publicações científicas conjuntas, mas é particularmente a mais relevante pelo impacto na integração regional e abordagem de problemáticas comuns. Nesse contexto, a reunião que faremos nestes dias adquire uma relevância ímpar, pondo em foco temas importantes, desenvolvidos por destacados especialistas de ambos os países. Esperamos que a partir daqui possamos estreitar ainda mais os laços que unem Brasil e Argentina e também nossas comunidades científicas”, disse Salvarezza.
Biodiversidade brasileira
Como parte da programação, Buenos Aires receberá a mostra La Naturaleza Brasileña, dedicada à divulgação da biodiversidade brasileira e que tradicionalmente acompanha os trabalhos da FAPESP Week. A mostra permanecerá aberta ao público no Palácio Pereda, de 7 de abril a 8 de maio de 2015.
A exposição é resultado de uma parceria entre a FAPESP e o Museu Botânico de Berlim, e mostra o trabalho de documentação feito pelo naturalista alemão Carl Friedrich Philipp von Martius (1794-1868), reunido na obra Flora brasiliensis, que 174 anos depois da publicação de seu primeiro volume permanece como o mais completo levantamento da flora brasileira.
O trabalho do naturalista deu origem também ao projeto "Flora Brasiliensis On-line e Revisitada”, que inclui a atualização da nomenclatura utilizada no trabalho original de Martius e a inclusão de espécies descritas depois de sua publicação, com novas informações e ilustrações recentes. A exposição mostra ainda resultados do projeto Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo e do Programa BIOTA-FAPESP.
Os painéis digitalizados da exposição podem ser vistos com legendas em português, inglês, alemão, espanhol, japonês e chinês no endereço: www.fapesp.br/publicacoes/braziliannature
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- 06/04/2015 - Testes em animais são reduzidos com novos ensaios in vitro e simulaçõesFonte: Agência Fapesp
Diego Freire
Impulsionada pela opinião pública e pelo desenvolvimento científico e tecnológico da toxicologia, que estuda os efeitos de substâncias químicas sobre os organismos, a busca por métodos alternativos aos testes de laboratório em animais já apresenta resultados: simulações de interações moleculares em computador e novas tecnologias para ensaios in vitro minimizam o uso de cobaias e apontam para um futuro livre de testes in vivo.
Esforços de instituições nacionais e estrangeiras nesse sentido foram apresentados no workshop Challenges and perspectives in research on alternatives to animal testing, realizado na FAPESP no dia 31 de março. Para os especialistas participantes, é preciso desenvolver e adotar alternativas aos testes em animais para a redução do uso de cobaias e dos riscos para o próprio ser humano, pois, dadas as particularidades das espécies, os resultados dos experimentos não são suficientemente eficazes.
"Os testes em animais vêm sendo usados há muitas décadas, mas nunca refletiram de maneira adequada os efeitos das substâncias testadas quando aplicadas ao organismo do ser humano. É preciso avançar por questões éticas e também científicas, incorporando novas tecnologias e abordagens à toxicologia”, disse Thomas Hartung, do Center for Alternatives to Animal Testing do Johns Hopkins University Hospital, em Maryland, nos Estados Unidos, à Agência FAPESP.
No workshop, Hartung tratou da implementação do princípio dos três Rs da experimentação animal, elaborados em 1959 pelos ingleses William Russel e Rex Burch: refinamento, redução e substituição (replacement, em inglês), que consistem na diminuição da quantidade de animais utilizados na pesquisa, na melhora na condução dos estudos para minimizar o sofrimento das cobaias e no desenvolvimento de sistemas experimentais que reproduzam as condições dos organismos, dispensando modelos vivos.
"A ideia é utilizar novos métodos que, em vez de comprometer a qualidade do trabalho, ampliem a confiança nos resultados. O refinamento, por exemplo, ao aprimorar os procedimentos para minimizar a dor e o estresse das cobaias, tem impacto também nos resultados por controlar alterações psicológicas nos animais, que aumentam a variabilidade experimental dos resultados”, afirmou.
Maria José Soares Mendes Giannini, pró-reitora de Pesquisa da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e coordenadora do workshop, enfatizou que a busca por alternativas aos testes em animais é condição para o avanço da ciência.
"Além das razões de ordem ética, que estão no cerne da busca por alternativas aos testes in vivo e de toda a demanda para diminuir e evitar o sofrimento dos animais, é urgente a questão do avanço científico. Os modelos animais são comprovadamente limitados, não permitem obter respostas de qualidade suficientemente boas”, afirmou Giannini, que também é membro do Conselho Superior da FAPESP.
"Novos medicamentos muito avançados, como os imunobiológicos, se aplicados em um modelo animal não provocarão reações comparáveis à maneira como nós, humanos, reagiríamos. Os testes toxicológicos precisam acompanhar esse desenvolvimento, avançando para além dos modelos animais”, disse.
Órgãos em chips
Durante o workshop, Wagner Quintilio, do Instituto Butantan, apresentou uma série de resultados de estudos empregando métodos in vitro para substituir o uso de animais no desenvolvimento e controle de qualidade de imunobiológicos produzidos na instituição.
Para Chantra Eskes, da European Society of Toxicol in vitro, a humanidade caminha para dispensar o uso de animais em testes de laboratório especialmente por conta da evolução dos testes in vitro.
"A humanidade vive uma grande revolução científica com a possibilidade de retornar células ao seu estado inicial e, a partir delas, produzir tecidos e órgãos para aplicar testes com substâncias tóxicas nas células do próprio paciente. Com o conhecimento crescente do genoma, do transcriptoma e do proteoma humanos, o caminho para a substituição dos testes in vivo por ensaios in vitro mais avançados está traçado”, disse Eskes.
Nesse sentido, Silvya Maria-Engler, da Universidade de São Paulo (USP), apresentou resultados promissores sobre o modelo tridimensional de epiderme desenvolvido no Brasil.
Empregando células primárias de pele humana, o modelo tem sido adotado em estudos de irritação e corrosão cutânea em substituição aos ensaios em animais e na avaliação da eficácia de moléculas candidatas a fármacos antimelanoma, além de estudos de doenças de pele e outras pesquisas.
Essa revolução, agregada a novas tecnologias aplicadas aos testes in vitro, compensa a deficiência dos modelos animais na similaridade com o organismo humano, disse Eduardo Pagani, do Laboratório Nacional de Biociência (LNBio).
"Além de culturas celulares, podemos ter tecidos, que são grupos de células organizadas e que podem ser cultivados em dimensões mais complexas, buscando-se uma maior correspondência com a morfologia normal dos tecidos humanos”, explicou Pagani, referindo-se às culturas organotípicas, que combinam diferentes tipos celulares.
O pesquisador apresentou, em sua palestra, o conceito de organs-on-a-chip, tecnologia em fase inicial de desenvolvimento em algumas instituições estrangeiras que utiliza células-tronco para fazer crescer órgãos humanos integrados a microchips capazes de reproduzir o funcionamento de órgãos vivos, como o pulmão e o coração.
De acordo com Pagani, o LNBio, junto com a Rede Nacional de Métodos Alternativos (Renama), está buscando associação com grupos que possuem a tecnologia para trabalhar em parceria no desenvolvimento de testes de avaliações de toxicidade em organs-on-a-chip.
Testes in silico
Outra importante frente de desenvolvimento de alternativas a testes em animais é a simulação em computador, chamada de teste in silico.
"Nos testes computacionais, o que se faz é acessar bases de dados de drogas já testadas e buscar semelhanças com as drogas novas, efeitos semelhantes de toxicidade e absorção farmacocinética ou até mesmo eficácia para determinadas indicações. Trata-se de predições teóricas feitas por comparações da molécula nova com outras já testadas”, disse Pagani.
No entanto, o pesquisador explica que "os testes in silico ainda não eliminam a necessidade de experimentações com animais, mas reduzem a quantidade de substâncias a serem testadas in vivo”.
Raymond Tice, do National Institute of Environmental Health Science dos Estados Unidos, apresentou no workshop os resultados do programa norte-americano Toxicologia do Século 21 (Tox 21), que mostra os efeitos de diversas substâncias químicas sobre diferentes vias de sinalização celular em modelos robóticos de alto desempenho (high throughput screening). A iniciativa apresenta uma nova visão da avaliação de risco, diferente da toxicologia tradicional, para caracterizar as vias de toxicidade e doença.
Foram apresentados ainda, nas palestras de Cláudia Vianna Maurer Morelli, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e Giannini,modelos alternativos ao uso de mamíferos, como o peixe-zebra, popularmente conhecido como paulistinha, e o inseto Galleria mellonella, a traça da cera.
Regulação
A comunidade científica internacional adota uma série de métodos alternativos que têm reduzido e substituído o uso de animais em testes toxicológicos. Os parâmetros variam entre os países. Na União Europeia, por exemplo, desde 2003 nenhum cosmético pode ser vendido se o produto final ou qualquer um de seus ingredientes tiver sido testado em animais – a não ser que não haja métodos alternativos validados.
"O Brasil caminha para acompanhar o que está acontecendo em países como os Estados Unidos e os da Europa, com importantes avanços nessas áreas, mas é preciso acelerar e avançar mais”, disse Giannini.
Ano passado, em resposta a solicitação do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deliberou pela aceitação de 17 métodos alternativos ao uso de animais validados internacionalmente.
"São testes in vitro que medem o potencial de irritação e corrosão da pele e dos olhos, a absorção cutânea e outras interações. Os laboratórios do Brasil têm até 2019 para adotar os 17 métodos validados que substituem ou reduzem o uso de animais em testes toxicológicos”, disse José Mauro Granjeiro, coordenador do Concea.
Em março, o órgão abriu consulta pública para sugestões que aprimorem o capítulo sobre primatas não humanos mantidos em cativeiro do Guia Brasileiro de Produção e Utilização de Animais para Atividades de Ensino ou Pesquisa Científica. O texto compila informações necessárias para garantir boas condições de produção, manutenção ou utilização dos animais, com foco no bem-estar das espécies e na qualidade das pesquisas e dos procedimentos didáticos.
O workshop contou ainda com palestra de Joel Majerowicz, da Diretoria de Gestão Institucional da Anvisa, que apresentou a estrutura da instituição e demonstrou o interesse em políticas para adoção de novas abordagens de avaliação toxicológica.
Apresentações feitas pelos pesquisadores no workshop estão disponíveis em: www.fapesp.br/9310.
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- 06/04/2015 - Finep decide virar sócia de empresas de tecnologiaFonte: Site Brasil Shafqna
Criada para estimular a inovação no Brasil no fim dos anos 60, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) pretende ir além das linhas de crédito e virar sócia de empresas de tecnologia.
A Finep já levantou R$ 500 milhões em um fundo para comprar participações em empresas e fechou o primeiro negócio em março. Com a nova atuação, a Finep retoma uma política abandonada nos anos 80 e assume junto com as empresas o risco do negócio.
Hoje, o principal instrumento utilizado pela Finep para apoiar as empresas nos seus projetos de inovação são os empréstimos.
O volume de recursos liberados atingiu R$ 4,5 bilhões em 2014, alta de 77% em relação ao desembolso de 2013.
Mas a visão da Finep é a de que só o crédito não basta. Muitas empresas de tecnologia não têm garantias para oferecer e não se enquadram nas linhas de crédito , explica o gerente do Departamento de Investimento em Participações da Finep, Augusto da Costa Neto.
Para atender essas empresas, a financiadora se tornou cotista de fundos de capital semente, venture capital e private equity, que fazem aportes em empresas com potencial de crescimento em troca de uma participação acionária.
Desde 2000, a Finep comprou cotas de 34 fundos, que investiram em cerca de 100 empresas. Mas a financiadora não pode selecionar as empresas beneficiadas.
Observamos que muitas empresas não eram atendidas pelos fundos e decidimos formatar um fundo próprio , explica Costa.
Segundo ele, os fundos privados, especialmente os de private equity, que investem em empresas maiores, ainda são arredios a negócios com risco tecnológico.
Em geral, esses fundos compram empresas visando a uma rápida expansão e ganho de eficiência com melhorias na gestão, mas dificilmente entram em negócios que dependem de saltos tecnológicos para prosperar.
De olho justamente nesses negócios, a Finep lançou o FIP Inova Empresa para comprar participações de empresas médias e grandes de setores considerados prioritários pelo governo, como aeroespacial, tecnologia da informação e agronegócios.
A primeira aquisição foi uma fatia de 20% na holding gaúcha Parit, por R$ 50 milhões. A intenção da Finep é fomentar o negócio e depois revender sua participação, possivelmente, por meio de uma abertura de capital (IPO, na sigla em inglês).
A Parit é dona da empresa de automação industrial Altus e da fabricante de cápsulas para semicondutores HT Mitron. Chegamos a negociar com fundos privados, mas é difícil para eles entender o nosso mercado. Com a Finep foi mais fácil, já tínhamos uma relação de 30 anos negociando linhas de crédito , explicou um dos fundadores do grupo, Luiz Gerbase.
Após fechar o primeiro negócio, a Finep tem sido procurada por cerca de cinco empresas por semana para apresentar seus plano de negócios.
Já há uma aquisição na fase de due diligence (checagem financeira) e outras duas em análises avançadas. Questionado se a Finep pode ter seu orçamento cortado em meio ao ajuste fiscal, Costa diz que os recursos para esse fundo já estão captados.
Risco
O apoio a inovação por meio de compra de participações envolve um risco maior. Se a empresa for mal, a Finep pode perder todo ou parte do capital investido.
O BNDES, por exemplo, que tem política semelhante, registrou perda contábil de R$ 2,6 bilhões só com ações da Petrobrás em 2014.
Costa diz que a Finep faz a gestão do risco do negócio e que os investimentos visam o lucro. Mas, mais do que isso, queremos possibilitar o nascimento de empresas com tecnologia nacional. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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- 05/04/2015 - Energia nuclear no Brasil, usar ou não consumir e por quê?Internamente ou fora do País, seu uso é sempre rodeado de controvérsias e o risco é o principal temor
Internamente ou fora do País, seu uso é sempre rodeado de controvérsias e o risco é o principal temor
Fonte: Diário da Manhã
ElyAssis
Da editoria deEconomia
O interesse pela tecnologia nuclear no Brasil começou na década de 50, com o pioneiro, nesta área, Almirante Álvaro Alberto, que entre outros feitos criou o Conselho Nacional de Pesquisa, em 1951, e que importou duas ultra-centrifugadoras da Alemanha para o enriquecimento do urânio, em 1953.
A decisão da implementação de uma usina termonuclear no Brasil aconteceu de fato em 1969, quando foi delegado a Furnas Centrais Elétricas SA a incumbência de construir nossa primeira usina nuclear. É muito fácil concluir que em nenhum momento se pensou numa fonte para substituir a energia hidráulica, da mesma maneira que também após alguns anos, ficou bem claro que os objetivos não eram simplesmente o domínio de uma nova tecnologia. Estávamos vivendo dentro de um regime de governo militar e o acesso ao conhecimento tecnológico no campo nuclear permitiria desenvolver não só submarinos nucleares mas armas atômicas. O Programa Nuclear Paralelo, somente divulgado alguns anos mais tarde, deixou bem claro as intenções do país em dominar o ciclo do combustível nuclear, tecnologia esta somente do conhecimento de poucos países no mundo.
A energia nuclear é uma das principais fontes produtoras (sendo as outras duas a hidrelétrica, que utiliza a energia dos rios e a termoelétrica, que utiliza combustíveis fósseis, como o carvão, petróleo e gás natural). Empregada dentro e fora do Brasil, seu uso é sempre envolto em controvérsias e o risco tanto à população quanto ao ambiente é o principal temor da opinião pública.
O programa brasileiro abrange um amplo uso da energia nuclear, sempre voltado para fins pacíficos. Há cerca de 3 mil instalações em funcionamento em todo país (não são usinas, são instalações que exploram de alguma maneira a energia nuclear) que utilizam material ou fontes radioativas como combustível para setores da produção industrial, ou no campo da saúde ou ainda pesquisa, principalmente na área química. Ainda assim, a energia produzida por meio de combustível nuclear é ínfima, muito pequena em relação, por exemplo, à energia hidrelétrica e, em menor proporção, à termoelétrica.
Ao mesmo tempo é importante considerar que o Brasil é um grande consumidor de energia elétrica, ficando atrás de Alemanha, Suíça, Estados Unidos e outros países, o que equivale dizer que boa parte da sua população tem acesso a esta de maneira precária ou não tem qualquer acesso à mesma. Desse modo, a questão da utilização da energia nuclear como opção para aumentar a disponibilidade da energia elétrica à população se impõe, mesmo ante considerações de que apenas cerca de 25% do potencial hidrelétrico do território nacional é aproveitado. Por outro lado, especialistas lembram que o Brasil possui a sexta maior reserva mundial de urânio, o elemento indispensável à produção de energia nuclear, além de dois terços do território nacional permanecerem inexplorados em relação ao mesmo. É ainda lembrado que a exploração de energia hidrelétrica cobra um alto preço no aspecto ambiental, devido à implantação de suas fundações, alteração de curso de rios e o desmatamento do entorno da área.
Mas a energia nuclear também guarda um problema sério, o incômodo problema dos resíduos radioativos, ou seja, os restos da fissão nuclear que é a fonte para produzir energia. O armazenamento desse lixo não é questão das mais simples, e qualquer que seja o seu destino final corre sérios riscos de degradação, sem mencionar o risco à população que tenha contato com aquele perímetro.
O Brasil possui duas usinas em operação atualmente: Angra 1 e Angra 2, instaladas no município de Angra dos Reis, no estado do Rio de Janeiro, com potencial de geração de 2 mil megawatts. A inauguração da usina de Angra 3 está prevista para 2015, adicionando mais 1080 megawatts de energia elétrica à disposição.
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- 30/03/2015 - Usina Nuclear de Angra 3 e a Operação Lava JatoPara o físico Heitor Scalambrini Costa, denúncias de propinas na construção da usina e objeções técnicas quanto à obsolescência dos equipamentos tecnologicamente defasados, são fatos graves que devem ser apurados com urgência
Para o físico Heitor Scalambrini Costa, denúncias de propinas na construção da usina e objeções técnicas quanto à obsolescência dos equipamentos tecnologicamente defasados, são fatos graves que devem ser apurados com urgência
Fonte: Jornal da Ciência
Apesar de toda a movimentação no cenário internacional acerca dos problemas e riscos de instalações nucleares, que ficou exacerbada após o desastre de Fukushima (11/3/2011), surpreende a posição das autoridades do Ministério de Minas e Energia, dos "lobistas” da área nuclear,das empreiteiras e fornecedoras de equipamentos ― pois todos continuam insistindo na instalação de mais quatro usinas nucleares no país até 2030, sendo duas delas no Nordeste brasileiro. Além da construção de Angra 3 ― já aprovada.
No caso de Angra 3, a estimativa de custos da obra era de R$ 7,2 bilhões, em 2008; pulou para R$ 10,4 bilhões,no final de 2010;em julho de 2013, de acordo com a Eletronuclear, superava os R$ 13 bilhões; e, até 2018, ano de sua conclusão, devem alcançar R$ 14,9 bilhões. Obviamente a duplicação nos custos de construção desta usina nuclear impactam decisivamente o preço médio de venda de eletricidade no país.
A história da indústria nuclear no Brasil mostra que ela sempre foi ― e continua sendo ― uma indústria altamente dependente de subsídios públicos. Sem dúvida, são perversas as condições de financiamento de Angra 3, com subsídios governamentais ocultos, a serem posteriormente disfarçados nas contas de luz. E quem vai pagar essa conta seremos nós, os usuários, que já pagamos uma das mais altas tarifas de energia elétrica do mundo.
Com a Operação Lava Jato, deflagrada em março de 2014, para investigar um grande esquema de lavagem e desvio de dinheiro envolvendo a Petrobras, grandes empreiteiras do país e diversos políticos, começam a ter desnudados os reais interesses, nada republicanos, da decisão de construção das grandes obras energéticas, como a usina hidroelétrica de Belo Monte e a usina nuclear Angra 3.
Desde a decisão de construí-la no âmbito do conturbado acordo nuclear Brasil-Alemanha, a usina de Angra 3foi cercada de mistério, controvérsias, incertezas e falta de transparência, comuns no setor nuclear brasileiro.
As obras civis da usina foram licitadas à Construtora Andrade Gutierrez mediante contrato assinado em 16 de junho de 1983(governo Figueiredo, 1979-1985). Em abril de 1986, as obras foram paralisadas por falta de recursos, alto custo e dúvidas quanto à conveniência e riscos desta fonte de energia. Mesmo assim a construtora recebeu durante décadas um pagamento de aproximadamente US$ 20 milhões/ano.
Depois de 23 anos parada, as obras de Angra 3 foram retomadas em 2009 (governo Lula, 2003-2010). O governo Lula optou por não fazer licitações, e revalidou a concorrência ganha pela construtora Andrade Gutierrez, em 1983. Embora não tenha feito novas licitações, a Eletronuclear negociou atualizações de valores com todos os fornecedores e prestadores de serviços. A obra e seus equipamentos ficaram bem mais caros. Em dólares, seu valor pulou de US$ 1,8 bilhão para aproximadamente cerca de US$ 3,3 bilhões.
Diante da decisão de manter o contrato com a Andrade Gutierrez, construtoras concorrentes, especialmente a Camargo Corrêa, tentaram em vão convencer o governo a rever sua decisão, alegando que neste período houve uma revolução tecnológica que reduziu em até 40% o custo de obras civis de usinas nucleares. Também o plenário do Tribunal de Contas da União, em setembro de 2008, ao avaliar o assunto não impediu a revalidação dos contratos. Porém considerou que Angra 3 apresentava "indícios de irregularidade grave” sem recomendar, todavia, a paralisação do empreendimento.
O contrato das obras civis não foi o único a ser tirado do congelador pelo governo Lula. Para o fornecimento de bens e serviços importados foi definida a fabricante Areva, empresa resultante da fusão entre a alemã Siemens KWU e a francesa Framatome. A rigor, a Areva nem assinou o contrato. Ela foi escolhida porque herdou da KWU o acordo original.
Já os contratos da montagem foram assinados em 2 de setembro de 2014 com os seguintes consórcios: consórcio ANGRA 3, para a realização dos serviços de montagens eletromecânicas dos sistemas associados ao circuito primário da usina (sistemas associados ao circuito de geração de vapor por fonte nuclear),constituído pela empresas Construtora Queiroz Galvão S.A., EBE – Empresa Brasileira de Engenharia S.A. e Techint Engenharia S.A. E consórcio UNA 3, para a execução das montagens associadas aos sistemas convencionais da usina, constituído pelas empresas Construtora Andrade Gutierrez S.A., Construtora Norberto Odebrecht S.A., Construções e Comércio Camargo Corrêa S.A. e UTC Engenharia S.A.
O atual planejamento da Eletronuclear prevê a entrada em operação de Angra 3 em maio de 2018. Mas esta meta deverá ser revista depois de a obra ser praticamente paralisada no final de abril de 2014, devido à alegação de dívidas não pagas a empreiteira (governo Dilma, 2011-2014).
Depois de todos estes percalços, para uma obra tão polêmica, tomamos conhecimento das denúncias feitas por um dos executivos da empreiteira Camargo Correa, que passou a colaborar com as investigações da Operação Lava Jato e relatou aos procuradores, durante negociações para o acordo de delação premiada, uma suposta propina para o ex-ministro das Minas e Energia, Edson Lobão, na contratação da Camargo Correa para a execução de obras da usina de Angra 3.
Caso se confirmem tais acusações ficará claro para a sociedade brasileira que os reais interesses pela construção de Angra 3 e de mais 4 usinas nucleares tiveram como principal motivação as altas somas que autoridades públicas receberam como suborno. É bom lembrar que neste caso o ministro Lobão tinha poder de comando sobre a empresa pública responsável pela obra, a Eletronuclear ― subsidiária da Eletrobrás.
A partir deste episódio não podemos mais ignorar as objeções técnicas, como as denúncias com relação à obsolescência dos equipamentos tecnologicamente defasados (comprometendo o seu funcionamento e aumentando o risco de um desastre nuclear). Nem as denúncias de que o custo desta obra poderia encarecer durante a sua construção ― o que,de fato, já aconteceu.Tampouco o questionamento sobre o empréstimo realizado pela Caixa Econômica Federal, para a construção de Angra 3.
A expectativa é que todas as denúncias sejam investigadas e apuradas as responsabilidades. O fato em si é gravíssimo, e suficiente para a interrupção das atividades nucleares no país, em particular a construção de Angra 3, com o congelamento de novas instalações. Não se pode admitir que a decisão de construir centrais nucleares no país tenha sido feita em um mero balcão de negócios.
Heitor Scalambrini Costa é graduado em Física pela Universidade de Campinas/SP, mestrado em Ciências e Tecnologias Nucleares na Universidade Federal de Pernambuco, e doutorado em Energética – Université dAix-Marseille III (Droit, Econ. et Sciences (1992). Atualmente é professor associado da Universidade Federal de Pernambuco.
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- 26/03/2015 - IRD sedia simpósio internacional sobre radioproteção em centrais nuclearesFonte: Jornal da Ciência
O prazo para submissão de resumos foi prorrogado para 30 de abril
O simpósio internacional ISOE 2015 será realizado de 26 a 28 de maio, no Instituto de Radioproteção e Dosimetria, unidade de pesquisas da CNEN no Rio de Janeiro. O IRD apoia o evento em conjunto com a Eletronuclear e com a Sociedade Brasileira de Proteção Radiológica. O prazo para submissão de resumos foi prorrogado para 30 de abril, pelo e-mail ISOE2015@iaea.orsg. Os trabalhos serão apresentados oralmente e alguns em formato de pôster. Informações completas no site www.isoe-network.net
O ISOE (Information System on Occupational Exposure ) é uma iniciativa da Agência de Energia Nuclear da OCDE e da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Trata-se de em um fórum para profissionais de radioproteção e autoridades regulatórias, de forma para compartilhar informações sobre redução de doses, experiências operacionais e otimização da proteção radiológica em centrais nucleares.
(Divulgação)
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- 26/03/2015 - Hospital Israelita Albert Einstein apresenta novo tratamento minimamente invasivo para câncer no fígadoFonte: Segs
A Radioterapia Interna Seletiva (SIRT, sigla em inglês), como é chamado o novo tratamento, é realizada com microesferas radioativas, aplicadas diretamente sobre o tumor. Ela retarda o avanço da doença e melhora a qualidade de vida dos pacientes.
O Hospital Israelita Albert Einstein começou a utilizar as microesferas SIR-Spheres®, produzidas pela Sirtex Medical, Inc., um tratamento ambulatorial minimamente invasivo para pacientes com tumores inoperáveis de fígado, tanto iniciais como metastáticos.
As microesferas SIR-Spheres® receberam recentemente a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para serem utilizadas no tratamento de tumores de fígado inoperáveis. A Radioterapia Interna Seletiva (SIRT, sigla em inglês) utiliza microesferas radioativas direcionadas diretamente aos tumores do fígado. Elas têm uma dose de radiação interna até 40 vezes maior que a radioterapia convencional, e não afetam o tecido saudável.
"O tratamento é uma importante opção para cânceres metastáticos ou tumores iniciais, especialmente por ser minimamente invasivo”, afirma Felipe Nasser, cirurgião intervencionista do Hospital Israelita Albert Einstein. ”O tratamento permite uma melhora na qualidade de vida, e pode estender a sobrevida de pacientes com câncer avançado”, completa.
Milhares de brasileiros terão câncer de fígado, seja por tumores primários ou por metástases oriundas de outros órgãos. Por exemplo, anualmente 60% dos cerca de 14 mil brasileiros diagnosticados com câncer colorretal terão câncer de fígado.1 Os tumores de fígado costumam ser letais: 90% dos pacientes morrem devido à falência hepática.As microesferas SIR-Spheres® carregam radiação beta para destruir as células cancerígenas. Como são microscópicas, elas se movimentam facilmente na corrente sanguínea, chegando até o fígado. Elas se alojam nos vasos sanguíneos do tumor e destroem as células cancerígenas com a radiação. A radioterapia com microesferas é considerada um método seguro e efetivo para o tratamento do câncer de fígado inoperável em pacientes que passaram ou passarão por quimioterapia.As microesferas contêm o isótopo radioativo Yttrium-90 (Y‑90), que leva a radiação beta até o tumor. Estudos recentes com pacientes com metástases no fígado originárias de tumor colorretal refratários à quimioterapia tiveram como resultado uma sobrevida média de 10,5 a 13 meses, em comparação com 3,5 meses para pacientes que não receberam o tratamento.2‑4 Todos os pacientes tinham deixado de responder ou não toleravam mais a quimioterapia padrão.
Este tratamento oferece uma nova opção terapêutica ao câncer de fígado inoperável, uma doença cada vez mais comum no mundo todo. As microesferas SIR-Spheres® são produzidas pela Sirtex Medical, Inc. em sua fábrica em Woodburn, Massachusetts, nos Estados Unidos, uma subsidiária integral da Sirtex Medical Limited, na Austrália.Sobre a Radioterapia Interna Seletiva (SIRT) com microesferas SIR-Spheres®
A Radioterapia Interna Seletiva (SIRT), também conhecida como radioembolização, é uma tecnologia comprovada para o tratamento do câncer de fígado inoperável que aplica doses de radiação diretamente no local dos tumores. Em um tratamento minimamente invasivo, milhões de microesferas radioativas são introduzidas no fígado por meio de um cateter. Elas são direcionadas seletivamente aos tumores, com uma dose de radiação interna até 40 vezes maior que a da radioterapia convencional, poupando o tecido saudável.
Estudos clínicos confirmaram que pacientes com câncer colorretal metastático refratários a quimioterapia sistêmica ou em associação com a mesma, tratados com microesferas SIR-Spheres® têm altas taxas de resposta, o que resulta em um aumento da expectativa de vida, maiores períodos sem atividade do tumor e melhor qualidade de vida. Comprovou-se que o SIRT pode ser associado a outros tipos de tratamento como a quimioterapia sistêmica e outros tratamentos.
O uso das microesferas SIR-Spheres® s foi aprovado na Austrália, Estados Unidos (aprovação da FDA PMA), União Europeia (CE Mark), Argentina (ANMAT) e agora no Brasil (Anvisa). Além disso, elas são comercializadas ainda em países como China, Malásia, Cingapura, Tailândia, Taiwan, Índia, Israel e Turquia. Disponíveis em mais de 700 centros de tratamento no mundo todo, aproximadamente 50 mil doses de microesferas SIR-Spheres® foram fornecidas globalmente.
Para mais informações, acesse http://www.sirtex.com/.
SIR‑Spheres® é marca registrada da Sirtex SIR‑Spheres Pty Ltd.
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- 26/03/2015 - IPEN normaliza fornecimento de substâncias usadas na medicina nuclearFonte: Portal EBC - Agência Brasil
Flávia Villela - Repórter da Agência Brasil
A paralisação do Instituto de Pesquisas Energéticas Nucleares (IPEN), em São Paulo, iniciada no dia 9 de março, chegou ao fim. Os funcionários reivindicavam a manutenção de uma gratificação que havia sido retirada no mês passado. Por meio de decreto publicado no Diário Oficial da União no dia 20, ficou garantida a concessão da gratificação específica de produção de radioisótopos e radiofármacos.
A produção e o fornecimento de produtos para a medicina nuclear, como o flúor-18, estão normalizados desde terça-feira. A substância é utilizada no exame PET-CT, que ajuda a diagnosticar doenças como o câncer de pulmão, câncer colorretal e linfomas de Hodgkin e Não-Hodgkin. A greve colocou em alerta a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear e laboratórios, porque o IPEN é o principal fornecedor de material radioativo médico do país.
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- 25/03/2015 - Ministro da Defesa visita Iperó para conhecer projeto de reator nuclearAlma dos submarinos nucleares está no interior de SP, diz Jaques Wagner. Ministro conheceu a estrutura do Centro Experimental da Marinha.
Alma dos submarinos nucleares está no interior de SP, diz Jaques Wagner. Ministro conheceu a estrutura do Centro Experimental da Marinha.
Fonte: G1 Portal de Notícias
O ministro da Defesa Jaques Wagner visitou o Centro Experimental de Aramar nesta quarta-feira (25), emIperó(SP). Esta foi a primeira visita do ministro na base do Programa Nuclear da Marinha na cidade, que abriga um centro de estudos e produção de um reator nuclear com enriquecimento de urânio.Aramar faz parte do projeto para a produção de submarinos a propulsão nuclear nacionais. De acordo com o ministro, o país já domina o enriquecimento de urânio. Agora, em Iperó, são feitas pesquisas e estudos que vão permitir a produção de combustível nuclear em escala industrial no país. "As carcaças são produzidas emItaguaí(RJ) em parceria com franceses, mas a ‘alma’ do submarino, que é a propulsão nuclear, está aqui em Iperó. São dois projetos que se somam.”
Wagner faz visitas para conhecer pontos considerados importantes para a estratégia de defesa nacional do Governo Federal.Após uma palestra fechada com representantes do centro para detalhar os atuais projetos, ele conheceu a estrutura do local. "É uma luta com mais de 30 anos, motivo de orgulho para os brasileiros”, comentou o ministro ao afirmar que saiu "super empolgado” de Iperó.
Investimentos em Iperó poderão beneficiar a indústria nacional"Ministro da Defesa, Jaques WagnerO ministro da Defesa afirmou que, apesar de o Brasil não ser um país que recebe ameaças de guerra, é preciso estar preparado. "As pessoas não tem dimensão do que significa pensar na paz. Se você quer a paz, é preciso pensar na guerra. O foco é defesa, mas a preparação de mão de obra transborda para a indústria, que também será beneficiada com a produção nacional. Nós entramos em um clube restrito de pelo menos sete países que dominam todo o ciclo nuclear”, declarou.
Aramar
O diretor de Aramar, o contra-almirante Andre Luis Ferreira Marques, explicou que a cidade de Iperó foi escolhida pela proximidade com os polos industriais de São Paulo e Sorocaba, além da existência de uma linha de energia direta com a usina de Itaipu (necessária para a segurança do reator nuclear), o que também leva em conta questões de segurança e proteção ambiental.De acordo com Marques, R$ 3,5 bilhões já foram investidos no centro de pesquisa desde a sua criação – há 30 anos – nos projetos de domínio do ciclo do combustível nuclear e construção do Laboratório de Geração Núcleoelétrica (Labgene). "Mais R$ 500 mil serão usados para terminar as atividades até 2017 e iniciar o funcionamento do Labgene em 2018”, ressalta.
Além do centro de pesquisa, Aramar também possui programas para a produção de energia, como a criação de carros elétricos. "Também vamos construir um reator multipropósito para a produção de radiofarmacos, para o Ministério da Saúde”, concluiu Marques.
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- 23/03/2015 - IPEN realiza primeiro leilão de tecnologiaA ideia do leilão do “Projeto Zircônia” tem como princípio a validação do conhecimento científico e suas aplicações em larga escala
A ideia do leilão do “Projeto Zircônia” tem como princípio a validação do conhecimento científico e suas aplicações em larga escala
Fonte: Jornal da Ciência
O processo de produção de óxido de zircônio grau cerâmico (zircônia), a partir da abertura do minério zirconita por fusão alcalina, pode ser aplicado em diversos segmentos industriais, como, por exemplo, na saúde (especificamente na odontologia), na fabricação de utensílios domésticos, na indústria química (produção de ligas) e no setor energético (fabricação de eletrólito sólido para célula a combustível). Essa tecnologia, resultado de pesquisas realizadas no Centro de Ciência e Tecnologia dos Materiais (CCTM/IPEN), é objeto do primeiro leilão que o IPEN/CNEN realizará, no final de março, na modalidade "Fornecimento de Tecnologia”.
A ideia do leilão do "Projeto Zircônia” tem como princípio a validação do conhecimento científico e suas aplicações em larga escala, promovendo industrialização e comercialização dos produtos originários desse domínio, ou seja realizando inovação de fato, e ao mesmo tempo garantindo ao IPEN remuneração a ser paga pela empresa cessionária (a que apresentar a melhor proposta). Cada proponente deve entregar dois envelopes lacrados, um com a proposta de preços e outro com os documentos necessários para a contratação. O prazo limite para a entrega, no IPEN, é às 12h do dia 24 de março.
"A tecnologia está pronta para ser transferida, está madura e há potencial econômico. É o primeiro leilão de uma série que o NIT e o IPEN têm interesse – e o sonho – de realizar”, afirmou Anderson Zanardi de Freitas, coordenador do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) do Instituto. Segundo ele, a contratação de empresa para fornecimento de tecnologia era um projeto antigo da Diretoria de Pesquisa, Desenvolvimento e Ensino (DPDE), mas, por uma série de entraves, ficou parado. "Ao assumir o NIT, em comum acordo com a DPDE, elaboramos o edital e uma empresa já se manifestou”, acrescentou.
De acordo com o Edital (N0 001/2014), o fornecimento da tecnologia dar-se-á por meio de celebração de contrato com a empresa receptora, com exclusividade, por um prazo de cinco anos renováveis, mediante remuneração na forma de "down payments” e "royalties”, cujos valores estarão contemplados na proposta vencedora. Basicamente, o IPEN receberá uma porcentagem do faturamento líquido de cada produto, a ser pago pela empresa proponente a título de royalties, sendo o valor mínimo de 5%. O valor da documentação técnica a título de down payment é de no mínimo R$ 75 mil.
"Realizar transferência de tecnologia para o setor produtivo é de extrema importância, é uma forma de retornar à sociedade o investimento feito pelo governo, afinal, se empresa é mais competitiva com produtos de alta tecnologia em seu portfólio, sua receita pode aumentar gerando mais impostos e novas frentes de trabalho especializado”, destacou Anderson.
Os documentos devem ser encaminhados para o endereço do Instituto, na Travessa R, 400 – Cidade Universitária, Butantã, CEP 05508-170, São Paulo – Brasil. Edital no link http://www.ipen.br/portal_por/portal/interna.php?secao_id=2571&campo=1927
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- 20/03/2015 - Brasil e União Europeia intensificam cooperação em pesquisa e inovaçãoComissão Europeia negocia com agências brasileiras mecanismos de financiamento para expansão do programa Horizon 2020
Comissão Europeia negocia com agências brasileiras mecanismos de financiamento para expansão do programa Horizon 2020
Fonte: Portal BrasilOs ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e das Relações Exteriores (MRE) realizaram o 7º Encontro do Comitê Diretivo Conjunto entre Brasil e União Europeia.
"Esse encontro foge à regra de agendas baseadas somente em intenções futuras, porque nos dá o prazer de conferir uma quantidade muito grande de projetos que nos propomos a fazer no passado e realizamos bem", observou o secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTI, Armando Milioni. "Ficamos otimistas com relação aos novos desafios aos quais nos lançamos, pois a história é boa – e se a história é boa, o futuro deve ser bom também."
A reunião foi organizada para planejar novas agendas e atualizar os dois lados acerca de projetos em andamento em áreas como bioeconomia, energia nuclear, nanotecnologia, pesquisa marinha e tecnologias da informação e comunicação (TICs). O encontro aconteceunestaquinta-feira (19), no Palácio Itamaraty.
A chefe da delegação da União Europeia no Brasil, embaixadora Ana Paula Zacarias, reforçou a importância do diálogo e do entendimento em ciência, tecnologia e inovação (CT&I) no contexto das relações bilaterais. "Nós iniciamos essa parceria em 2007 e, desde então, mantivemos um relacionamento de alto nível", disse. "CT&I são os pilares da nossa relação."
Para o diretor do departamento de Temas Científicos e Tecnológicos do MRE, embaixador Benedicto Fonseca Filho, a cooperação alcançou um "notável progresso". Ele coordenou o encontro ao lado da diretora de Cooperação Internacional da Direção Geral de Pesquisa e Inovação da Comissão Europeia (DG-RTD), Maria Cristina Russo.
Maria Cristina abordou o novo programa europeu de pesquisa e inovação, que apoia projetos internacionais de 2014 a 2020 e visa estimular a economia e garantir a competitividade industrial da Europa, em busca de uma sociedade sustentável e inclusiva."Um dos eixos do Horizon 2020 é aumentar e aperfeiçoar a transformação gerada por esses projetos de pesquisa e inovação", explicou. A Comissão Europeia negocia com agências brasileiras mecanismos de financiamento que possibilitem maior participação do País na iniciativa.
Diversificação
O MCTI formalizou a cooperação com o Centro Comum de Pesquisa da Comissão Europeia (JRC) em janeiro de 2013 e já estabeleceu parcerias em biotecnologia, óleo e gás, propriedade intelectual, recursos hídricos, redes elétricas inteligentes (smart grids) e sensoriamento remoto.Os trabalhos envolvem, por exemplo, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden/MCTI), o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict/MCTI) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCTI).
A coordenadora de Cooperação com a Europa da Assessoria de Assuntos Internacionais (Assin) do MCTI, Ana Lúcia Stival, ressaltou a diversificação e os resultados concretos da parceria. Ela lembrou que o acordo já gerou um edital do programa Ciência sem Fronteiras, que selecionou dez pesquisadores brasileiros para realizarem projetos em institutos europeus.O encontro no Itamaraty sinalizou para a área de segurança alimentar e nutricional um novo campo de cooperação.
Após representantes da Comissão Europeia manifestarem interesse em trabalhar com o Brasil em agricultura sustentável, o diretor do departamento de Ações Regionais para Inclusão Social do MCTI (Deare), Osório Coelho, propôs parcerias nos setores de redução de desperdício de alimentos e agroecologia rural e urbana, além do intercâmbio com redes coordenadas pela pasta na União de Nações Sul-Americanas (Unasul).
Também apresentaram projetos que envolvem o MCTI:
O secretário de Política de Informática, Virgilio Almeida, o coordenador-geral de Biotecnologia e Saúde, Luiz Henrique do Canto Pereira, o coordenador para Mar e Antártica, Andrei Polejack, o coordenador do Conselho Nacional de Controle de ExperimentaçãoAnimal (Concea), José Mauro Granjeiro, e o diretor de Pesquisa e Desenvolvimentoda Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), Isaac Obadia.
Participaram do encontro os chefes da Assin, Carlos Henrique Cardim, e da Divisão de Ciência e Tecnologia do MRE, Ademar Seabra, o diretor de Cooperação Institucional do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI), Paulo Sérgio Beirão, o coordenador nacional da Rede Universitária de Telemedicina (Rute), Luiz Ary Messina, e a vice-presidenta do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), Maria Zaíra Turchi.
Fonte:
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação
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- 18/03/2015 - Qual a verdadeira energia do futuro?Fonte: Planeta OsascoJornal GGN – O parque energético brasileiro passa por um momento de mudanças que os especialistas chamam de transição hidrotérmica. Isso quer dizer que, pelo esgotamento do potencial econômico e ambientalmente viável da geração hidrelétrica, e pela perda de sua capacidade de autorregulação decorrente da diminuição dos reservatórios, a expansão do sistema passa a requerer uma crescente contribuição das termelétricas na base.
Esse cenário começou a se desenhar no Brasil a partir dos anos 2000, quando a taxa de crescimento das térmicas passou a ser muito superior à das hídricas. Isso porque, em 2001, o país sentiu na pele o peso da dependência das hidrelétricas. Na época, por conta da seca, o nível dos reservatórios caiu e não havia disponibilidade de energia térmica complementar. O resultado foi o apagão.
Naturalmente, para não repetir os erros do passado, o governo buscou diversificar a matriz. E as termelétricas ganharam um protagonismo maior.
As estimativas são que, até 2025, 2030, o Brasil terá esgotado o seu potencial hidrelétrico aproveitável (economicamente competitivo e ambientalmente viável), de cerca de 150 MW. A partir daí, a expansão do sistema precisaria necessariamente incluir as térmicas na base. E as nucleares entre elas.
Essa é a opinião de Leonam dos Santos Guimarães, diretor de Planejamento da Eletronuclear, que introduziu o assunto para discussão no 56º Fórum de Debates Brasilianas.org.
De acordo com ele, existem 435 reatores nucleares operando comercialmente em 31 países. São 375 mil MW de capacidade e 11% da eletricidade mundial. Além desses, outros 70 reatores estão em construção.
A grande questão para que a fonte possa evoluir é a relação que as pessoas têm com a energia nuclear. "Não existe nenhuma dificuldade tecnológica, nem nenhuma restrição de insumo, mas a aceitação pública é um desafio”, disse Leonam.
Desafio que os países estão tentando superar com inovação tecnológica. As usinas que compõem o parque nuclear atualmente em operação são de "Geração II”. Os projetos em desenvolvimento, incluindo Angra III, são chamados de "Geração III” ou "Geração III+”.
Nessas plantas, o combustível continua a ser o mesmo, e os reatores ainda são resfriados com água, mas a instrumentação e controle são aprimorados e há dispositivos para evitar acidentes severos.
Leonam acredita, que depois de Angra III, deve surgir novos projetos de usinas nucleares no Brasil. Para ele, a expansão do parque energético nacional depois de 2030 terá que ser baseada em gás natural e carvão. Mas isso depende da quantidade e custo do pré-sal e da viabilidade da captura e armazenamento de carbono. Daí a importância da energia nuclear na base.
E as fontes renováveis? Eólica, solar e biomassa? Na opinião de Leonam, elas serão um importante complemento, assim como os programas de eficiência energética. Mas por serem imprevisíveis e intermitentes não estarão na base do sistema.
"A evolução do sistema elétrico canadense nos últimos 50 anos guarda muitas similaridades com a situação do sistema elétrico brasileiro nos últimos 15 anos. A partir de uma contribuição de mais de 90% em 1960, a participação da hidroeletricidade no Canadá declinou de forma constante até 1990, quando se estabilizou em torno de 60%”, comparou Leonam.
"No Canadá, o crescimento da geração térmica operando na base permitiu que a geração hídrica passasse a fazer a regulação de demanda e da sazonalidade das renováveis, que em 2010 representavam cerca de 3% da geração total”. Ele se pergunta se esse não é um modelo para o Brasil do futuro.
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- 18/03/2015 - Método usa fototerapia para tratar tumores profundosFonte: Olhar DigitalPesquisadores da Universidade de Washington, nos EUA, desenvolveram um método de fototerapia capaz de tratar casos de câncer em tecidos profundos do corpo. Em vez de ser utilizada de maneira superficial, a luz é enviada diretamente nas células cancerígenas, com uma fonte fotossensível de radicais livres que pode ser ativada pela luz para destruir o tumor.
Os pacientes ingerem uma substância que combina açúcar, flúor radioativo sensível à luz e nanopartículas de combate ao câncer. O material é absorvido pelas células cancerígenas e, quando o paciente é colocado em uma espécie de scanner, brilha apontando onde estão os tumores.
"A fototerapia funciona muito bem e tem poucos efeitos colaterais, mas não pode ser usado em tumores profundamente enraizados ou metastáticos", explica Samuel Achilefu, professor de radiologia e engenharia biométrica da universidade."Em geral, brilhar uma luz sobre materiais fotossensíveis gera radicais livres que induzem a morte celular.Mas a técnica só funciona bem quando a luz e o oxigênio conseguem chegar lá.A necessidade de oxigênio e a penetração rasa de luz nos tecidos têm limitado os avanços na área há décadas".
Ratos de laboratório tratados com o método durante 15 dias apresentaram tumores 8 vezes menores do que nos ratos não tratados. Os pesquisadores afirmam que a luz é uma maneira segura de inibir a doença, já que luz e o material sao direcionados somente nos tumores e há menos drogas envolvidas do que em tratamentos de quimioterapia.
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- 18/03/2015 - Pernambuco - Adicional a servidores expostos a radiação deverá ser pago a todos os servidores do Cetene e do CRCNFonte: Justiça em Foco
O Ministério Público Federal em Pernambuco (MPF/PE) conseguiu decisão judicial, em caráter liminar, que determina o pagamento do adicional de radiação ionizante aos servidores efetivos e comissionados do Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene) e do Centro Regional de Ciências Nucleares do Nordeste (CRCN-NE). A determinação é válida para todos servidores lotados no estado, por conta do risco à saúde causado pela ionização. O responsável pelo caso é o procurador da República Alfredo Falcão Júnior.
O Cetene, vinculado ao Instituto Nacional de Tecnologia (INT), e o CRCN-NE, ligado à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), também deverão exigir, nas contratações de terceirizados, que a empresa contratada pela administração pague o adicional de periculosidade aos empregados. Além disso, foi determinado que os bolsistas do CNPq realizem exames periódicos de saúde e monitoramento da radiação para avaliar o grau de risco que estão correndo e, se for o caso, as instituições deverão impedir o acesso deles à área de radiação.
Segundo consta no processo, parecer técnico elaborado pela comissão de periculosidade do INT, e analisado pelo MPF, reconheceu que todos os trabalhadores da instituição devem receber legalmente o adicional. O parecer reforça que o Cetene está localizado fisicamente dentro do CRCN-NE, considerado de alto risco.
O recebimento do adicional de irradiação ionizante é previsto expressamente pela Lei n. 8270/91 e pelo Decreto n. 877/93, além de ser tratado em orientação normativa do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
O MPF também pede, em caso de condenação no final do processo, que o INT e o CNEN paguem dano moral coletivo de R$ 200 mil, valor que deverá revertido a entidades filantrópicas a serem indicadas posteriormente.Processo nº 0807033-70.2014.4.05.8300 – 10ª Vara Federal em Pernambuco
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- 16/03/2015 - Revisão das Diretrizes de Patente do INPI terá consulta pública por 60 diasFonte: Agência Gestão CT&I
O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) abriu consulta pública por 60 dias, a contar desta segunda-feira (16), para que sejam apresentadas críticas e sugestões em relação às Diretrizes de Exame de Pedidos de Patente – Bloco II – Patenteabilidade. As informações foram publicadas no Diário Oficial da União (DOU).
O interessado em contribuir deve encaminhar as sugestões para o e-mail saesp@inpi.gov.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. , pelo fax (21) 3037-3638 ou ainda pessoalmente na sede do INPI, no Rio de Janeiro (RJ). Após o prazo de emendas, o Instituto apresentará resposta às contribuições, juntamente com o texto definitivo das diretrizes.
Para conhecer as atuais Diretrizes de Exame de Pedidos de Patente, acesse este link.
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- 15/03/2015 - Pesquisa usa membranas de hidrogel para tratamento de leishmaniose cutâneaTrabalho pode apontar solução de baixo custo para países pobres no combate à doença
Trabalho pode apontar solução de baixo custo para países pobres no combate à doença
Fonte: Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (Publicada em 12 de março de 2015)
Estudos envolvendo uma membrana de hidrogel podem revelar uma solução menos traumática e mais barata para quem sofre com feridas causadas pela leishmaniose cutânea. Como a doença afeta especialmente os que vivem nos países mais pobres, há uma importante vantagem nesse método: o tratamento é de baixo custo. O recurso é apontado pela pesquisa da doutora em Ciência com ênfase em Tecnologia Nuclear de Materiais, Maria José Alves de Oliveira. Ela foi orientada pela doutora Duclerc Fernandes Parra, especialista em polímeros do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN). Os hidrogéis foram desenvolvidos no IPEN-USP, com bolsa Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
A pesquisadora explica que a curiosidade no assunto surgiu quando encontrou relatos sobre os problemas enfrentados por pacientes devido à toxicidade do antimoniato, droga utilizada no tratamento de leishmaniose. O produto é usado de forma injetável e, quando cai na corrente sanguínea, provoca arritmia cardíaca, disfunções renais, entre outros efeitos colaterais.
No estudo, as membranas de hidrogel são fabricadas para o uso tópico das feridas de Leishmania– protozoário que transmite a doença –, o que evita o contato do fármaco na corrente sanguínea e, consequentemente, diminui os efeitos colaterais. "O hidrogel tem a forma de uma gelatina com 80% de água e só 20% de polímero. É uma membrana hidratante, macia, flexível, que isola o ferimento do contato externo com micro organismos e libera o fármaco lentamente diminuindo o risco de toxicidade”, relata a pesquisadora.
Dados do Ministério da Saúde revelam que no ano de 2011 a leishmaniose cutânea atingiu 7,3 mil pessoas na Região Norte, 5,2 mil no Nordeste e 986 no Sudeste. Esse é um dos motivos pelos quais o doutor em Doenças Infecciosas e Parasitárias, pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Valdir Sabbaga Amato, considera o estudo um avanço no tratamento. "As doenças negligenciadas como a leishmaniose cutânea precisam cada vez mais da participação das universidades e centros de pesquisa governamentais, que são fundamentais para inovação tecnológica”, ressalta.
Dr. Amato foi o co-orientador da doutora Maria José na pesquisa e avalia que o intercâmbio de conhecimentos pode trazer grandes avanços para o combate à doença. "A Dra. Maria José possuía a membrana, e nós possuíamos a expertise do tratamento. Foi um ‘casamento’ perfeito”, celebrou.
Apesar de não ter sido testado em humanos, o estudo obteve resultados satisfatórios em camundongos. De acordo com a doutora Maria José, o próximo passo será o teste em pessoas acometidas pela doença. "Depois de o estudo passar pelos humanos, a membrana de hidrogel poderá ser um tratamento alternativo adotado no País”, explicou.
Prêmio
Dada a relevância do estudo e os resultados obtidos até o momento, o trabalho recebeu o Prêmio Capes de Tese 2014 da área de Engenharias II. Para a pesquisadora, o reconhecimento vai permitir novos estudos com o tema. "Esse prêmio foi muito importante. Além do reconhecimento do trabalho, com a bolsa do prêmio veio a garantia de continuar fazendo o que mais gosto, que é pesquisar”, comemorou.
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- 13/03/2015 - Chefe do MCTI pretende reforçar investimentos em PD&I na saúdeFonte: Agência Gestão CT&I
Em passagem por São Paulo (SP) nesta quinta-feira (12), o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, disse que irá trabalhar para reforçar as ações da pasta no apoio ao desenvolvimento de pesquisas e inovação no setor da saúde. A declaração foi dada durante reunião no Instituto do Coração (Incor).
"Creio que temos um horizonte muito vasto de atuação na área. Temos que remover os obstáculos para construir soluções inovadoras para o setor”, ressaltou o chefe do MCTI.
Durante o encontro, Aldo apresentou as ações do ministério para a área e ouviu sugestões. O ministro afirmou que o Brasil precisa avançar no desenvolvimento de pesquisas, de processos e de produtos voltados para a saúde. Além disso, ele destacou como importante a internacionalização dos serviços do País.
(Agência Gestão CT&I, com informações do MCTI)