Clipping de Notícias
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- 27/02/2022 - Presença militar na usina de Chernobyl é preocupante, diz especialistaEm entrevista à CNN, pesquisador em ciência e tecnologia do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN/CNEN-SP), Luís Antônio Albiac Terremoto, falou sobre riscos de ação militar na região da usina de Chernobyl, palco do maior acidente nuclear da história.
Para assistir à matéria, acesse o link: CNN Brasil
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- 18/02/2022 - Interesse por pequenos reatores revelado por Bolsonaro coloca o Brasil na Rota de metas climáticas, avalia ABDANFonte: Petronotícias
Por Davi de Souza
A viagem do presidente Jair Bolsonaro à Rússia terminou com uma importante sinalização para o mercado brasileiro de energia nuclear. Depois de uma reunião de cerca de duas horas com o presidente Vladimir Putin, em Moscou, Bolsonaro afirmou que o Brasil quer estreitar laços com a Rússia no segmento nuclear, incluindo os promissores pequenos reatores modulares (SMRs, na sigla em inglês). Em rápido discurso após a reunião com Putin, o presidente brasileiro declarou que existem amplas oportunidades para que Rússia e Brasil ampliem negócios nas áreas de exploração de gás, petróleo, derivados e energia. "Desejamos aprofundar nossos diálogos em alto nível em temas como exploração em águas profundas e hidrogênio. Temos interesse nos pequenos reatores nucleares modulares”, disse Bolsonaro. O recado foi muito bem aceito por membros do setor, que já há algum tempo têm apontado que o futuro da indústria nuclear está nesse novo tipo de tecnologia, que promete até mesmo reduzir os investimentos necessários para a construção de novas plantas.
Para o presidente da Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN),Celso Cunha, o recado de Bolsonaro mostra que o Brasil está atento à tendência mundial em torno dos SMRs. "O mundo todo está correndo atrás dessa tecnologia, pois possui uma série de vantagens adicionais que os grandes reatores não têm. Por exemplo, esses reatores modulares reduzem os riscos em termos econômicos. Por serem reatores menores, o volume de financiamento exigido também é menor”, explicou. A Rússia é um dos países que está participando do desenvolvimento de SMRs, por meio de sua estatal Rosatom. Cunha lembra ainda que não apenas os russos, mas que outras empresas e governos de diferentes cantos do globo estão de olhos vivos para o potencial dos reatores modulares.
"O mundo todo, na realidade, é sensível à questão nuclear. A China vai construir 150 reatores nos próximos 15 anos. A França anunciou recentemente a produção de reatores nucleares. A taxinomia europeia para os financiamentos verdes está passando a incluir a fonte nuclear. Os Estados Unidos estão apoiando a construção de pequenos reatores, principalmente para produção de hidrogênio. Então, veja que o mundo todo está indo nessa direção”, apontou o presidente da associação.
Cunha diz ainda que se o Brasil quiser cumprir as metas climáticas da última conferência do clima (COP-26), não poderá fugir de novos investimentos na fonte nuclear. "Sem a energia nuclear, a conta não fecha”, opinou. O presidente da ABDAN, lembra, contudo, que a tecnologia dos SMRs ainda é extremamente nova, com diferentes modelos sendo pesquisados ou desenvolvidos em diferentes países. Outro ponto de atenção é que o Brasil ainda não possui, até então, um conjunto de informações técnicas que possam embasar a decisão de construir reatores modulares no futuro.
Por isso, a ABDAN começou a preparar em janeiro, em parceria com o Grupo de Estudos do Setor Elétrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (GESEL/UFRJ), um estudo para identificar todas as barreiras de entrada dos SMRs na matriz energética brasileira. "Nós precisamos fazer toda uma questão de arcabouço legal e definir os tipos de usos dessa tecnologia. É preciso decidir onde esses SMRs serão usados. Existem muitas coisas que precisam ser feitas nesse caminho”, apontou. Segundo o presidente da ABDAN, a expectativa é que a pesquisa dure cerca de quatro meses, com os resultados sendo anunciados entre abril e maio deste ano.
No ano passado, conforme noticiamos, a ABDAN lançou o Fórum Permanente sobre os Pequenos Reatores Modulares. O colegiado é composto por representantes das seguintes entidades: EPE, Ministério de Minas e Energia, Autoridade Nacional de Segurança Nuclear, diretoria de Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha, Agência Naval de Segurança Nuclear e Qualidade da Marinha do Brasil, Centro de Pesquisa da Eletrobras – CEPEL, ABDAN, Agência Internacional de Energia Atômica – AIEA, Universidade Federal do Rio de Janeiro, e Institutos de Pesquisa.
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- 17/02/2022 - Eletronuclear inicia transferência de combustíveis usados de Angra 1 para a UASFonte: Eletronuclear
A Eletronuclear já começou a transferir os combustíveis usados de Angra 1 para a Unidade de Armazenamento Complementar a Seco de Combustível Irradiado (UAS), localizada na central nuclear de Angra dos Reis. Até o momento, dois cascos – conhecidos como Hi-Storms, com 37 elementos cada – foram armazenados no depósito. No total, serão transferidos para a UAS222 combustíveis da usina, inseridos nesses recipientes. A atividade deve ser concluída até março.Além dos dois Hi-Storms de Angra 1, o depósito já conta com nove invólucros de Angra 2, contendo 288 elementos combustíveis usados da usina, transferidos no ano passado. A transferência realizada nas duas plantas abrirá espaço nas piscinas de armazenamento para mais cinco anos de operação de cada unidade geradora. No entanto, a UAS comporta até 72 módulos, com capacidade para armazenar combustível usado até 2045.Para realizar a atividade, a Eletronuclear conta com o apoio da empresa americana Holtec, fornecedora da tecnologia da UAS, cuja equipe de especialistas está realizando a transferência dos combustíveis irradiados, sob coordenação da companhia brasileira. A solução tecnológica empregada pela Eletronuclear para o armazenamento de combustíveis usados é largamente utilizada no mundo. Apenas nos EUA, há cerca de 80 instalações em operação similares à UAS.
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- 17/02/2022 - FAPESP reajusta em 15% o valor de Bolsas no PaísAprovado pelo Conselho Superior, novos valores estarão vigentes a partir do dia 1º de março.
Aprovado pelo Conselho Superior, novos valores estarão vigentes a partir do dia 1º de março.
Fonte: FAPESP
O Conselho Superior da FAPESP aprovou hoje (16/02) aumento de 15% no valor de todas as Bolsas concedidas a estudantes de graduação e pós-graduação, Jovem Pesquisador em Centros Emergentes, além de bolsas de treinamento
técnico, aperfeiçoamento pedagógico e de participação em cursos e estágios, no país, entre outras.
Os novos valores estarão vigentes a partir de 1º de março.
Os novos valores estão disponíveis em
fapesp.br/valores/bolsasnopais
Dúvidas, entrar em contato com a FAPESP: https://fapesp.br/converse -
- 11/02/2022 - Alzheimer: PL defendido pelo CNS visa criar política de enfrentamento à doençaUma proposta para a criação de política para enfrentamento ao Alzheimer foi colocada em análise pela Câmara dos Deputados.
Uma proposta para a criação de política para enfrentamento ao Alzheimer foi colocada em análise pela Câmara dos Deputados.
Fonte: Conselho Nacional de Saúde
A Câmara dos Deputados colocou em análise uma proposta que determina a criação da política de enfrentamento ao Alzheimer. O projeto, de origem do Senado, prevê que os órgãos gestores do Sistema Único de Saúde (SUS) deverão incluir, em um banco de dados, as notificações sobre ocorrências da doença.
O objetivo da proposta é facilitar a disseminação de informação clínica e apoiar a pesquisa médica. O SUS também deverá apoiar o desenvolvimento de tratamentos e medicamentos. A defesa de políticas públicas que atendam as demandas da doença é uma das bandeiras do Conselho Nacional de Saúde (CNS).
No ano passado, por meio da recomendação de nº 36, o CNS solicitou, ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, que fosse efetuada a regularização da produção e fornecimento de radiofármacos e a retomada do Complexo Econômico e Industrial da Saúde para a produção de medicamento. Em razão de cortes no orçamento, o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) teve que suspender a compra dos insumos, o que prejudicou toda a cadeia de produção e distribuição de radiofármacos e radioisótopos usados para o tratamento de câncer no Brasil. Os radiofármacos produzidos pelo Ipen são usados também em exames para a detecção do Alzheimer.
De acordo com a proposta, a política nacional deverá seguir o Plano de Ação Global de Saúde Pública da Organização Mundial da Saúde (OMS) em Resposta à Demência e estimular hábitos de vida visando a promoção da saúde e a prevenção de comorbidades. O projeto também altera a Lei Orgânica da Assistência Social (Loas), a fim de prever programas de atenção integral à saúde física, mental e emocional destinados a idosos carentes residentes em entidades de longa permanência. Essa também é uma das bandeiras do CNS.
Para a conselheira nacional de Saúde Walquiria Alves, a implementação da política prevista pelo projeto é "imprescindível”.Walquiria é também integrante da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz).
"É imprescindível que tenhamos a Política Nacional de Cuidado Integral em Doença de Alzheimer e outras demências, pois irá aperfeiçoar o tratamento nacional da demência, possibilitando que o sistema de saúde seja mais bem estruturado e busque financiamento deforma adequada para garantir atendimento de qualidade disponibilizados às pessoas que convivem com a demência”, afirmou.
Antes de ser encaminhado para votação em plenário, a proposta precisa ser aprovada pelas Comissões de Seguridade Social e Família; e de Constituição e Justiça da Câmara. Se o texto sofrer qualquer tipo de mudança, precisa novamente ser apreciado pelo Senado. O projeto original é de autoria do senador Paulo Paim.
Ascom/CNS
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- 09/02/2022 - ABEN renova seu site para ampliar comunicação com o públicoA Associação Brasileira de Energia Nuclear - ABEN acaba de lançar seu novo site. É um veículo de comunicação vivo, ágil e com informações valiosas sobre o setor - tanto para os sócios, como para quem quer conhecer melhor a energia nuclear. Este é o propósito da ABEN ao renovar o site.
A Associação Brasileira de Energia Nuclear - ABEN acaba de lançar seu novo site. É um veículo de comunicação vivo, ágil e com informações valiosas sobre o setor - tanto para os sócios, como para quem quer conhecer melhor a energia nuclear. Este é o propósito da ABEN ao renovar o site.
Fonte: ABEN
A Associação Brasileira de Energia Nuclear - ABEN acaba de lançar seu novo site. É um veículo de comunicação vivo, ágil e com informações valiosas sobre o setor - tanto para os sócios, como para quem quer conhecer melhor a energia nuclear. Este é o propósito da ABEN ao renovar o site.
Um dos recursos usados foi facilitar a visualização em qualquer tamanho de tela (site responsivo). Suas páginas, ao serem exibidas, se adaptam ao visor de um celular ou de um tablet. Outra ferramenta dinâmica introduzida no site é uma tabela atualizada que mostra os números da energia nuclear no planeta.
Aqueles que pretendem aprofundar seus conhecimentos na área nuclear certamente irão deter-se por mais tempo na agenda de eventos nacionais e internacionais, online e presenciais.
Numa das páginas está toda a Diretoria da ABEN, incluindo ex-presidentes desde a fundação da Associação, em 1982.
No noticiário do setor haverá espaço para comentários técnicos (ou críticas) sobre as notícias, feitos pelos mais renomados especialistas. E estarão disponíveis: um arquivo de clipping, com material veiculado na mídia nos últimos anos, assim como publicações técnicas produzidas por especialistas e instituições nacionais e internacionais.
Para ver essas novidades acesse www.aben.com.br.
Gloria Alvarez
alvarezgloria044@gmail.com
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- 08/02/2022 - Trajetória da mestranda da Pós-Graduação IPEN-USP foi tema do programa Boletim CiênciaDando início a uma série de depoimentos de jovens cientistas, o Boletim Ciência entrevistou a mestranda do Programa de Tecnologia Nuclear IPEN-USP Ana Gabryele Moreira. O programa pode ser visto no canal Saúde no YouTube
Dando início a uma série de depoimentos de jovens cientistas, o Boletim Ciência entrevistou a mestranda do Programa de Tecnologia Nuclear IPEN-USP Ana Gabryele Moreira. O programa pode ser visto no canal Saúde no YouTube
O programa Boletim Ciência, produzido pelo Canal Saúde, divulgará durante o mês de fevereiro uma série de entrevistas relacionadas à trajetória de jovens pesquisadoras por conta da celebração, no dia 11 de fevereiro, do Dia Internacional das Mulheres e Meninas nas Ciências.
Abrindo a série, a física médica e mestranda do Programa de Tecnologia Nuclear do IPEN-USP, Ana Gabryele Moreira, foi entrevistada por Neide Diniz. No programa, Moreira comenta sobre sua trajetória desde Salvador, BA, onde nasceu, suas perspectivas na carreira e sobre a necessidade de políticas públicas e representatividade de mulheres pretas na ciência.
Moreira está na fase final de seu mestrado no Centro do Reator de Pesquisa (CERPQ) do IPEN, com orientação do físico Frederico Antonio Genezini. Ela é coautora, junto Priscila Rodrigues, Karoline Suzart e Nelida Lúcia Del Mastro, de uma pesquisa sobre o perfil sociocultural das mulheres que atuam no IPEN-CNEN. É também membro da Women in Nuclear Brasil (WiN), capítulo nacional da Women in Nuclear Global, entidade que estimula a participação feminina nas atividades da área nuclear. Moreira foi uma das 100 alunas de mestrado, representantes dos cinco continentes, a receber bolsa de estudo pelo Programa Marie Sklodowska-Curie, patrocinado pela Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA).
O Canal Saúde é um veículo de comunicação do Sistema Único de Saúde (SUS), criado e gerido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
O programa foi ao ar, ao vivo, em 7 de fevereiro de 2022 mas pode ser assistido no link:
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- 01/02/2022 - Centro de Inovação em Novas Energias oferece quatro vagas de pós-doutoradoFonte: Agência FapespAgência FAPESP– Quatro oportunidades de pós-doutorado com bolsa da FAPESP estão disponíveis pelo projeto "Rota sustentável para a conversão de metano com tecnologias eletroquímicas avançadas”. As inscrições devem ser feitas até 10 de fevereiro. As atividades dos bolsistas serão desenvolvidas no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen).
O projeto é vinculado ao Centro de Inovação em Novas Energias(CINE), um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) financiado por FAPESP e Shell.
Os bolsistas participarão de pesquisas relacionadas à eletroquímica, dispositivos de óxido sólido (materiais e processamento), catálise heterogênea e caracterização avançada de materiais. Os candidatos devem ter formação em física, química, ciência dos materiais e engenharia e áreas relacionadas.
As vagas exigem conhecimentos em uma das três áreas: caracterização síncrotron avançada de materiais inorgânicos, que requer experiência anterior com Synchrotron e técnicas como absorção de raios Xe difração de raios X; dispositivos de óxido sólido de alta temperatura, células a combustível e reatores, com experiência anterior em materiais e processamento de dispositivos em alta temperatura, testes eletroquímicos; e uso de espectroscopia óptica Raman para reação de catálise e monitoramento de dispositivos, em que o candidato deve ter experiência anterior com óxidos e catálise.
As inscrições podem ser feitas pelo e-mail cine.m2p@gmail.com.
Mais informações sobre as vagas em: www.fapesp.br/oportunidades/4708.
As oportunidades de pós-doutorado estão abertas a brasileiros e estrangeiros. Os selecionados receberão Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP no valor de R$ 7.373,10 mensais e Reserva Técnica equivalente a 10% do valor anual da bolsa para atender a despesas imprevistas e diretamente relacionadas à atividade de pesquisa.
Caso os bolsistas de PD residam em domicílio fora da cidade na qual se localiza a instituição-sede da pesquisa e precisem se mudar, poderão ter direito a um auxílio-instalação. Mais informações sobre a Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP estão disponíveis em www.fapesp.br/bolsas/pd.
Outras vagas de bolsas, em diversas áreas do conhecimento, estão no site FAPESP-Oportunidades, em www.fapesp.br/oportunidades.
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- 30/01/2022 - Aplicações da energia nuclear é tema do programa 'Caminhos da Reportagem' com participação de pesquisadores do IPENO programa comenta sobre aplicações da energia nuclear na agricultura, indústria, saúde e propulsão do projeto de submarino nuclear da Marinha
O programa comenta sobre aplicações da energia nuclear na agricultura, indústria, saúde e propulsão do projeto de submarino nuclear da Marinha
O programa "Caminhos da Reportagem", da TV Brasil, divulgou em sua edição de 30 de janeiro, as aplicações da energia nuclear no cotidiano da vida dos brasileiros. O programa destacou o uso da radiação ionizante na agricultura, indústria, saúde e no projeto da Marinha Brasileira para a construção de um submarino nuclear.
Pesquisadores do IPEN participaram da edição comentando sobre pesquisas e serviços realizados nos Centros de Pesquisa do Instituto. As pesquisadoras Anna Lucia Villavicêncio e Mônica Mathor, do Centro de Tecnologia das Radiações (CETER) comentaram sobre irradiação de alimentos e inativação de vírus, respectivamente. O pesquisador Samir Somessari, do CETER, demonstrou algumas aplicações da radiação ionizante utilizadas na indústria. As atividades de produção de radiofármacos para medicina nuclear foram abordadas por Luis Alberto Pereira Dias, do Centro de Radiofarmácia (CECRF).
O diretor de Radioproteção e Segurança Nuclear da CNEN, Ricardo Fraga Gutterres, entre outros representantes de instituições e empresas contribuem com a pauta em depoimentos.
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- 28/01/2022 - GraNioTer: MCTI se reúne com instituições para alinhar ações do projetoA parceria com empresas brasileiras visa gerar novos empregos e o desenvolvimento de novas tecnologias
A parceria com empresas brasileiras visa gerar novos empregos e o desenvolvimento de novas tecnologias
Fonte: MCTIO secretário de Empreendedorismo e Inovação do MCTI, Paulo, Alvim, participou de uma reunião na quarta-feira (26) com representantes da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), autarquia vinculada ao MCTI, e do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN). O objetivo do encontro foi alinhar ações do projeto GraNioTer/MCTI.
O projeto GraNioTer tem sua atuação baseada no setor estratégico de políticas públicas do governo federal sob a coordenação do MCTI. " O desafio primeiro é ser um Hub que vai exigir convergência dos diversos atores envolvidos”, afirmou Alvim.
Um assunto bastante discutido na reunião foi como transbordar as alianças institucionais, que é um dos grandes desafios do projeto, além de atrair recursos para investimentos com captações de recursos para a área.
A Finep/MCTI Já empenhou a totalidade dos recursos para o GraNioTer, que tem como objetivo alinhar parcerias com empresas brasileiras e compartilhar a infraestrutura do projeto visando a geração de emprego.
"O desafio agora é concluir o processo licitatório. A licitação está aberta as obras devem durar até três meses. A expectativa é inaugurar ainda este ano o GraNioTer”, declarou o secretário da SEMPI/MCTI.
GraNioTer/MCTI
O nome do projeto se refere a Grafeno, Nióbio e Terras Raras. O principal objetivo é implementar laboratórios voltados ao desenvolvimento de competências tecnológicas em materiais avançados de minerais estratégicos, visando a geração de aplicações comerciais para empresas brasileiras de base tecnológica.
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- 28/01/2022 - Energia Nuclear: para que serve?Ainda incipiente no Brasil, a irradiação de alimentos é um tipo de uso da energia nuclear para prolongar a vida útil de produtos. As indústrias que a utilizam são discretas quanto à divulgação por receio de polêmicas contra a tecnologia - mesmo que a informação de "alimento irradiado" já apareça nas embalagens de produtos industrializados.
Ainda incipiente no Brasil, a irradiação de alimentos é um tipo de uso da energia nuclear para prolongar a vida útil de produtos. As indústrias que a utilizam são discretas quanto à divulgação por receio de polêmicas contra a tecnologia - mesmo que a informação de "alimento irradiado" já apareça nas embalagens de produtos industrializados.
Site: TV Brasil
A irradiação consiste em expor um produto a uma dose controlada de radiação ionizante. A técnica elimina, nos alimentos, microrganismos e retarda o amadurecimento, prolongando o prazo de validade. Em alguns casos, substitui até o uso de agrotóxicos. "Para inibir o aparecimento de caruncho no feijão, os lepidópteros, que são aquelas borboletinhas que dão no chá, você irradia, porque antes o pessoal utilizava agrotóxico e é uma carga mutagênica e cancerígena alta”, explica a pesquisadora do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) Anna Lucia Villavicencio.
No Brasil, esse tipo de técnica já é utilizada em algumas indústrias, como a de equipamentos médicos e de cabos de motores de veículos. "Existe um leque de aplicações da tecnologia nuclear, mas não há uma planta industrial dedicada à irradiação de alimentos no país”, avalia o diretor de Radioproteção e Segurança, da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
O uso ainda causa dúvidas nos produtores e consumidores. O presidente da Associação Rural e Cultural Alexandre de Gusmão (ARCAG), Shoji Saiki, diz que já ouviu falar, mas ainda tem receio da técnica. "Eu acho que a maior dúvida nossa é sobre a parte de segurança alimentar, a gente ainda não tem uma ideia de como poderia ser, se são seguros estes alimentos.” Tiago Rusin, que é pesquisador do assunto e assessor do Comitê de Desenvolvimento do Programa Nuclear Brasileiro, afirma que a técnica não torna o produto radioativo ou contaminado, é um processo físico da radiação ionizante.
Irradiação e Covid-19
Se no campo alimentício a irradiação ainda gera dúvidas, na área da saúde ela já é muito conhecida. Um dos casos mais recentes de sucesso de pesquisas foi com o coronavírus. O IPEN, que já havia usado a irradiação para inativar o vírus da dengue, conseguiu, junto com o Instituto Butantan, usar a técnica contra o vírus da Covid-19. "A irradiação conseguiu inativar o vírus, que ficou morto, porém toda estrutura terciária dele foi mantida”, explica a pesquisadora do IPEN, Mônica Mathor. Segundo a cientista, o organismo reconhece o vírus morto como estranho, mas produz anticorpos eficazes contra ele.
Com isso, o IPEN e o Butantan desenvolveram o soro a partir do plasma do sangue de cavalos onde o vírus inativado foi injetado, que pode ser usado no tratamento de pacientes diagnosticados. O soro ainda está em fase de testes, mas apresenta boas perspectivas. "Ele pode ser utilizado principalmente em pacientes imunodeprimidos ou que têm problema em produzir anticorpos, já que o soro contém anticorpos funcionando, sem precisar do tempo de desenvolvimento do sistema imune do paciente”, explica Mônica Mathor.
Submarino nuclear
Em Iperó, interior de São Paulo, está sendo desenvolvido o reator para o primeiro submarino nacional com propulsão nuclear. A tecnologia vai possibilitar que a embarcação fique submersa por meses, só vindo à superfície devido a tripulação ou abastecimento de alimentos. No caso dos submarinos brasileiros hoje em atividade, há que se realizar entre três e quatro operações de esnorquel por dia. Nesse tipo de operação, o submarino permanece mergulhado, na profundidade de periscópio, admitindo o ar atmosférico para poder partir os conjuntos motor diesel-geradores, que carregam a bateria.
O reator possibilitará uma maior mobilidade, com velocidade média de até 35 nós (quase 65 km/h), ao contrário dos submarinos convencionais tem deslocamento de 6 nós (mais ou menos 11 km/h). Hoje, há 230 portos na costa brasileira e 95% do comércio internacional é por via marítima.
O episódio do programa Caminhos da Reportagem desta semana fala desses usos de tecnologia nuclear nestas e outras áreas, e ainda discute porque ela gera tanto debate.
Ficha técnica
Reportagem - Tiago Bittencourt
Produção -Aline Bastos,Cintia Vargas, Claiton Freitas e Tiago Bittencourt
Apoio produção - Natalia Neves (RJ)
Reportagem cinematográfica - João Marcos Barbosa (SP) e Sigmar Alves (DF)
Apoio reportagem cinematográfica - André Pacheco (DF), Eduardo Guimarães (RJ), Manoel Lenaldo (DF) e Rogério Verçosa (DF)
Auxílio técnico - Caio Manlio (SP), Dailton Matos (DF)
Apoio auxílio técnico - Adaroan Barros (RJ), Alexandre Sousa (DF), Jairom Ferreira (DF),José Carlos (DF), Thyago Pignata (DF)
Edição de imagens e finalização - André Eustáquio e Jerson Portela
Edição de texto - Carina Dourado
Arte - Eudes LinsClique aqui para saber como sintonizar a programação da TV Brasil.
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- 27/01/2022 - FAPESP e Braskem criam centro de pesquisa em plasticultura para o agronegócioProjeto será conduzido por cientistas ligados ao Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético da Unicamp, em parceria com diversas universidades e instituições de pesquisa no Estado de São Paulo
Projeto será conduzido por cientistas ligados ao Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético da Unicamp, em parceria com diversas universidades e instituições de pesquisa no Estado de São Paulo
Fonte: Agência FAPESP
Elton Alisson
A FAPESP e a Braskem, uma das maiores produtoras de resinas termoplásticas das Américas, selecionaram um projeto para a constituição de um Centro de Pesquisa de Plasticultura – termo que se refere ao cultivo agrícola auxiliado por plásticos, por exemplo, em telas de sombreamento ou anti-insetos, estufas e filmes para cobertura do solo, entre outros.O projeto será conduzido por pesquisadores ligados ao Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético da Universidade Estadual de Campinas (Nipe-Unicamp), em parceria com diversas universidades e instituições de pesquisa situadas no Estado de São Paulo.O novo centro integrará o programa Centros de Pesquisa em Engenharia (CPEs), que viabiliza sinergias entre a iniciativa privada e o setor acadêmico visando produzir e disseminar pesquisa de nível mundial, com a geração de alto impacto econômico e social por meio da inovação."Recursos cada vez mais escassos, como água, fertilizantes e solos férteis, podem ter seu uso potencializado com soluções a partir da plasticultura. O novo CPE terá como missão ampliar aprendizados complexos, apontando caminhos sustentáveis para uma plasticultura contemporânea e gerando soluções práticas nessa área”, conta Luiz Eugênio Mello, diretor científico da FAPESP.A expectativa é impulsionar avanços científicos que revelem o potencial da plasticultura – o uso do plástico na produção rural – para aumentar a disponibilidade de alimentos que chegam ao mercado, tornando-os acessíveis a um maior número de pessoas."Um dos objetivos dos estudos que serão realizados no novo centro será otimizar os insumos e os recursos naturais que são empregados para a produção de alimentos, como a água, além de reduzir os impactos ambientais e aumentar a produtividade para atender à demanda de consumo”, diz à Agência FAPESP, Telma Teixeira Franco, professora da Faculdade de Engenharia Química da Unicamp e pesquisadora do Nipe, que coordena o projeto.Os focos de pesquisa do CPE serão em segmentos estratégicos do agronegócio brasileiro, como os de silvicultura, cana-de-açúcar, grãos (soja e milho), citros, banana, aquicultura, café, cultivo protegido (hortaliças e frutas) e alimentos orgânicos.As pesquisas serão realizadas em colaboração estreita com os produtores agrícolas e associações do setor."Fizemos um levantamento inicial das principais necessidades dos agricultores. A ideia é ouvirmos constantemente os problemas apresentados por eles para buscarmos as soluções”, afirma Franco.Três temas transversais permearão as pesquisas: economia circular e logística reversa, análise técnico-econômica e de impactos e modificações disruptivas no setor de plásticos para agricultura.Os projetos terão a participação de pesquisadores da Unicamp, das universidades de São Paulo (USP), Estadual Paulista (Unesp) e Federal de São Carlos (UFSCar), dos institutos Agronômico (IAC), de Pesca, Florestal, de Citros, de Pesquisa Energéticas e Nucleares (Ipen), da Faculdade de Agronegócios de Holambra (Faagroh), do Instituto Eldorado, do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e do Centro de Tecnologia e Treinamento (EACEA) de Cunha.Exemplos de estudosAs pesquisas no CPE de Plasticultura irão reunir as necessidades dos produtores agrícolas e direcionar as escolhas entre privilegiar tecnologias já dominadas, de fronteira ou disruptivas, ou uma combinação delas, para criar um mercado de cultura plástica sustentável no Brasil.Parte dos estudos será voltada a adaptar soluções plásticas em polietileno, polipropileno e PVC para cobertura de lavouras, preparo protegido de mudas e armazenamento de sementes em silos plásticos e embalagens para proteger os alimentos no transporte para a cidade."Há muitas soluções que já foram desenvolvidas para alguns setores, como a construção civil, que poderiam ser adaptadas para uso em tanques para criação de peixes e crustáceos”, exemplifica Franco."Faremos muitos experimentos em campo para adaptar esses materiais já existentes para novas culturas”, afirma.Outra vertente de estudo será o desenvolvimento de novos materiais para o armazenamento e transporte de grãos, como a soja.Principal produto agrícola exportado pelo Brasil, a oleaginosa é armazenada e transportada a granel, em contêineres, o que acarreta perdas de grandes quantidades do grão. A fim de encontrar uma solução para esse problema, os pesquisadores do novo centro pretendem desenvolver um silo bag – compartimento de armazenamento em formato de bolsa flexível – com propriedades especiais para o armazenamento do grão."Hoje praticamente não se usa silo bag para armazenamento de transporte de soja porque apresenta problemas, como retenção de umidade. Um dos nossos objetivos é desenvolver um silo bag mais apropriado para a soja”, diz Franco. -
- 27/01/2022 - Cientistas geram energia a partir da fusão nuclear; entenda como isso pode frear aquecimento globalPesquisadores do National Ignition Facility no Lawrence Livermore National Lab, na Califórnia, conseguiram fundir moléculas de hidrogênio sem resíduos
Pesquisadores do National Ignition Facility no Lawrence Livermore National Lab, na Califórnia, conseguiram fundir moléculas de hidrogênio sem resíduos
Fonte: O Estadão
Emilio Sant’Anna
Foi apenas por uma fração de segundos, mas ainda assim um passo importante para a geração de energia limpa. Pesquisadores do National Ignition Facility no Lawrence Livermore National Lab, na Califórnia, conseguiram desencadear uma reação de fusão. Usando 192 lasers e o triplo da temperatura do centro do sol, duas moléculas de hidrogênio se fundiram gerando energia sem resíduos. Os dados preliminares do experimento haviam sido divulgados em agosto. Na quarta-feira, 26, os resultados totais foram publicados na revista Nature.
A fusão atingiu 1,5 quatrilhão de watts. A energia é liberada quando átomos de hidrogênio se fundem em hélio, o mesmo processo que ocorre nas estrelas. Ao todo foram quatro experimentos com a participação de mais de cem cientistas.
O laboratório é uma unidade voltada a pesquisas com fins militares. O experimento é como se fosse a detonação controlada de uma mini-bomba de hidrogênio. Para isso, os pesquisadores usaram a técnica de confinamento inercial, com um tubo de ouro contendo deutério e trítio congelado. Solto em uma câmara de vácuo, esse recipiente é atingido pelos lasers aquecendo rapidamente e gerando a fusão.
O objetivo dos pesquisadores, ainda distante, é gerar energia da mesma forma que o sol gera calor, com átomos de hidrogênio tão próximos uns dos outros que eles se combinam em hélio, gerando energia. De acordo com os cientistas, eles estão próximos de atingir um avanço ainda maior: a ignição. Ela ocorre quando o combustível queima por conta própria, produzindo mais energia do que o necessário para a reação inicial.
De acordo com Gustavo Canal, pesquisador da USP do laboratório de física de plasma, há ainda uma distância considerável para que isso possa ser usado para a geração de energia limpa, sem a geração de CO2, por exemplo, e a finalidade militar do experimento não pode ser deixada de lado. "Em termos de capacidade experimental, a tecnologia que desenvolveram para chegar aonde chegaram é muito grande”, diz. ”Se um desses lasers fosse disparado na lua seria possível ver a cratera que se formaria.”
Em agosto, Mark Herrmann, vice-diretor do programa de Livermore para a física de armas fundamentais, comparou a reação da fusão com os 170 quatrilhões de watts de raios de sol que chegam à superfície da Terra. "É aproximadamente 10% disso”, afirmou na época. E toda a energia de fusão emanava de um ponto quente equivalente ao tamanho de um cabelo humano, completou.
A explosão - basicamente uma bomba de hidrogênio em miniatura - durou apenas 100 trilionésimos de segundo. Ainda assim, gerou otimismo nos cientistas que há muito tempo esperavam que ela pudesse algum dia fornecer uma fonte de energia limpa e ilimitada para a humanidade. As reações surpreenderam a comunidade científica porque a fusão requer temperaturas e pressões tão altas que facilmente fracassam.
Também na época, Siegfried Glenzer, cientista do SLAC National Accelerator Laboratory em Menlo Park, na Califórnia, que liderou os primeiros experimentos de fusão na instalação de Livermore anos atrás, mas não está atualmente envolvido na pesquisa, afirmou estar animado. "Isso é muito promissor para nós, alcançar uma fonte de energia no planeta que não emita CO2.”
O CO2 é um dos principais responsáveis pelo aquecimento global. De acordo com o último relatório do Painel Intergovernamental sobre o Clima da ONU (IPCC), a Terra está esquentando mais rápido do que era previsto e se prepara para atingir 1,5ºC acima do nível pré-industrial já na década de 2030, dez anos antes do que era esperado. Com isso, haverá eventos climáticos extremos em maior frequência, como enchentes e ondas de calor.
A redução sustentada nas emissões de dióxido de carbono (CO2) e outros gases de efeito estufa, no entanto, ainda pode limitar as ameaças dessas mudanças climáticas. Caso contrário, alguns dos efeitos diretos para países como o Brasil serão secas mais frequentes e a queda na capacidade de produção de alimentos.
Desde 1850, já avançamos ao menos 1,1ºC na média da temperatura global. Mais de 0,4ºC de aumento irá produzir número maior de secas severas, ondas de calor, chuvas torrenciais, enchentes, tornados, incêndios florestais e reforçar a tendência de aumento do nível do mar. Todos esses efeitos já ocorrem em nível superiores aos do passado./ com NYT
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- 26/01/2022 - CNEN/MCTI apresenta estudo para nova estrutura do órgãoApós a criação da Autoridade Nacional de Segurança Nuclear, a Comissão Nacional de Energia Nuclear será reestruturada
Após a criação da Autoridade Nacional de Segurança Nuclear, a Comissão Nacional de Energia Nuclear será reestruturada
Fonte: Site MCTI
Em reunião realizada no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), em Brasília, na quarta-feira (26), o ministro astronauta Marcos Pontes recebeu um grupo de representantes da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), agência vinculada ao MCTI, liderado pelo presidente do órgão, Paulo Roberto Pertusi, para uma apresentação do estudo para definição da estrutura regimental da nova CNEN/MCTI.
A futura reestruturação da Comissão é resultado da criação da Autoridade Nacional de Segurança Nuclear (ANSN), instituída pela Lei nº 14.222, de 15 de outubro de 2022. Com a criação da Autoridade, as competências da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) serão desmembradas entre os dois órgãos. A ANSN será responsável pela regulação, fiscalização e licenciamento, enquanto a CNEN/MCTI conduzirá a pesquisa e desenvolvimento do setor.
O presidente da CNEN/MCTI, Paulo Pertusi, explica que, por orientação do Ministério da Economia, a separação de atividades não será acompanhada da criação de novos cargos e isso implica na necessidade de reorganizar a estrutura da Comissão. "As atividades de apoio, administração e gerenciamento continuam existindo e precisam ser reestruturadas”, afirma. "Mas isso é também uma oportunidade para melhorar a CNEN a partir das mais modernas práticas de gestão, governança e processos”.
Além da reorganização da estrutura do órgão, o estudo traz transformações em sua atuação, com o fortalecimento do planejamento estratégico, trabalho em rede, atuação matricial e atividades mais enxutas, apoiadas nos institutos ligados à autarquia. "O trabalho que apresentamos ao ministro tem esse enfoque – uma nova CNEN”, diz o presidente. "Mesmo com uma estrutura menor em termos de cargos e pessoas, queremos torná-la mais eficiente e com melhores entregas”.
O ministro Pontes elogiou a ideia de que a Comissão funcione para promover a sinergia entre os seus institutos e comparou a nova organização com a da NASA, agência espacial americana. O ministro também colocou a estrutura do MCTI à disposição para auxiliar a CNEN/MCTI em suas atividades.
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- 25/01/2022 - Cortes diminuem bolsas de pesquisa e prejudicam publicações científicasVerba estimada para 2022 na Capes e no CNPq é de menos da metade do orçamento que existia dez anos atrás
Verba estimada para 2022 na Capes e no CNPq é de menos da metade do orçamento que existia dez anos atrás
Fonte: Folha de S. Paulo
A redução de investimentos para a ciência no Brasil já dificulta o trabalho de pesquisadores e universidades do país —e a tendência é piorar nos próximos anos.
Dados da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), por exemplo, mostram que a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) perderam aproximadamente 51% da verba para financiar pesquisas nos últimos dez anos.
A falta de recursos, no entanto, pode ser ainda mais aguda em 2022. As estimativas da diminuição para este ano, feitas pela entidade, ainda não consideravam os recentes cortes que o governo Bolsonaro anunciou —só no Ministério da Educação, ao qual a Capes é vinculada, a diminuição do orçamento chegou R$ 802,6 milhões.
No Brasil, grande parte da produção científica é feita em programas de pós-graduação que têm como principais fontes de financiamento aos estudantes as bolsas de estudo. Para mestrado, o valor mensal no nível federal é de R$ 1.500, enquanto no doutorado salta para R$ 2.200.
Uma das mais importantes universidades do país, a UFRJ teve diminuição de bolsas principalmente no pós-doutorado —estágios de pesquisa com pagamento mensal de R$ 4.100 ou R$ 4.400. Segundo dados da entidade, houve uma redução de aproximadamente 39% nessa categoria de bolsa entre 2015 e 2020.
Denise Pires, reitora da universidade, explica que a instituição não teve grandes reduções no custeio de mestrado e doutorado, porque seus programas são considerados de excelência na avaliação da Capes.
Em outras instituições, porém, ela explica, cursos com avaliações mais baixas tendem a sofrer mais cortes. Essa redução é preocupante, avalia Pires, porque afeta cursos que são mais novos e em universidades que ainda precisam consolidar suas frentes de pesquisas, principalmente nas regiões Nordeste e Norte.
Outra universidade que relata problemas é a UnB (Universidade de Brasília). Segundo Maria Emília Walter, decana de pesquisa e inovação da universidade, a instituição já teve cerca de mil bolsas cortadas nos últimos anos, mesmo em cursos com avaliações de excelência.
"A gente tem programa que teve redução de bolsas da pós-graduação em até 50%", diz.
Além da diminuição das bolsas, outra preocupação que atinge a pós-graduação nacional é a demora da avaliação quadrienal da Capes. É por meio dessa análise que os cursos são qualificados por diversos critérios de excelência, como quantidade e qualidade das publicações científicas.
Em setembro de 2021, a avaliação foi suspensa em caráter liminar pela Justiça Federal. Segundo informações da Capes, o processo só foi retomado em 2 de dezembro. A situação "provocou a necessidade de adiamento do cronograma da avaliação", afirmou a autarquia em nota àFolha.
Atualmente, a estimativa é que os resultados finais da avaliação sejam divulgados somente em dezembro de 2022.
O atraso nesse processo dificulta, por exemplo, que os programas de pós-graduação consigam estimar quantas bolsas terão disponíveis para os estudantes, além de atingir um modelo reconhecido por consolidar a pesquisa nas universidades.
"Ao paralisar a avaliação da Capes você paralisa o sistema nacional inteiro de pós-graduação, porque você interrompe as bolsas, financiamento a congressos, incentivos a intercâmbios. Você paralisa a prática científica, basicamente" afirma Mariana Chaguri, professora do departamento de sociologia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Assim, ela ressalta, diminuir o financiamento pode travar o desenvolvimento e o potencial de inovação dessas partes do país.
Em relação a bolsas, a Capes informou que " tem ampliado o apoio à pesquisa e formação de recursos humanos", como por meio dos "programas de combate à Covid-19, com 2.600 bolsas, de desenvolvimento da pós-graduação nos estados, com 1.800 bolsas, e na Amazônia Legal, com 488 bolsas".
Já o CNPq, em nota, afirmou que "a partir de 2011, com a criação do Programa Ciência sem Fronteiras, houve um aporte extra no orçamento do CNPq destinado às bolsas concedidas no âmbito dessa ação". "Assim, na medida em que a vigência das bolsas do Programa foi acabando, o orçamento voltou aos patamares anteriores, visto que não houve continuidade da iniciativa", disse ainda.
Outro dilema que preocupa os cientistas brasileiros é a falta de financiamento para periódicos científicos.
"Quando a produção [científica] brasileira não tem tantos canais para ser escoada, isso impacta na competitividade [com outros países]. Também há efeitos no impacto público, porque as descobertas científicas não conseguem circular", afirma Chaguri.
Segundo o CNPq, em 2018 houve uma chamada pública do programa editorial voltado para financiamento dos periódicos no valor de R$ 4 milhões, contando também com recursos da Capes. Já em 2019, o investimento diminuiu para R$ 1 milhão e meio.
Em 2020, não houve publicação de edital e, em 2021, o órgão retomou com investimento total de R$ 3 milhões —é esperado que os recursos sejam disponibilizados em 2022.
Mesmo assim, revistas científicas já indicam que a verba é pequena frente às necessidades das publicações.
Algumas, por exemplo, passaram a cobrar as chamadas APC (sigla em inglês para taxas para processamento de artigos), para cobrir os custos de produção. Esses valores são pagos às publicações no momento em que um pesquisador submete um artigo ou quando ele é aprovado.
Um desses casos é a Revista de Sociologia e Política, que passou a recolher em 2021 uma taxa de aproximadamente R$ 1.500 dos autores com textos aprovados para publicação.
"Nós nos vimos diante de duas alternativas: ou os autores pagam pela edição do seu artigo ou a revista acaba", afirma Adriano Condato, editor-chefe da publicação.
A publicação foi aprovada no último edital do CNPq com aporte de R$ 12 mil para 2022, mas isso não cobre os gastos, que giram em torno de R$ 40 mil por ano.
Outro exemplo é a Brazilian Political Science Review, que adotou a cobrança de taxa em 2020. "Depois de perder vários financiamentos públicos, foi necessário tomar a medida para não fechar as portas", explica Adrian Lavalle, editor-chefe do periódico.
Ele afirma que as políticas de financiamento de periódicos sempre foram deficitárias. Lavalle ressalta que uma das exigências do edital do CNPq é que a revista seja indexada ao Scielo, plataforma de livre acesso a artigos científicos.
"A esmagadora maioria dos periódicos do país não está na coleção Scielo. São [revistas] departamentais e publicadas em situações precárias", diz. "O financiamento público nunca ajudou esses periódicos. Não há uma política universal de periódicos no Brasil", explica.
Para Luiz Campos, representante da coleção de humanidades do Scielo, "o aumento de APC entre publicações científicas pode ser um indicativo dos problemas que esses periódicos passam nos últimos anos".
"[A cobrança de taxas] é um movimento que está se tornando mais rápido [no país] por causa da crise. Hoje em dia, uma revista que não tem recursos públicos tem muito poucos meios para se manter", diz.
As consequências já aparecem em dados da plataforma Scielo: houve redução de 18% entre 2020 e 2021 no número de artigos dos periódicos indexados, maior diminuição anual vista desde 2001.
ÀFolha, o CNPq informou que o aporte de 2021 para o "programa editorial possuiu um crescimento substancial em relação à última chamada pública", mesmo em um ano com "constrição orçamentária".
O órgão também indicou que "para 2022, caso sejam repassados os recursos do FNDCT [Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico], será possível aumentar o aporte de recursos em uma nova chamada''.
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- 24/01/2022 - Tecnologia brasileira quer transformar resíduo da produção de etanol em hidrogênio verdeA pesquisa de reaproveitamento da vinhaça é uma das iniciativas do novo laboratório que vai desenvolver reatores eletroquímicos voltados à realidade nacional
A pesquisa de reaproveitamento da vinhaça é uma das iniciativas do novo laboratório que vai desenvolver reatores eletroquímicos voltados à realidade nacional
Fonte: Jornal da USP
A vinhaça é um resíduo poluente gerado pela produção de etanol. Ao ser processada, ela costuma ser utilizada como adubo na fertirrigação de lavouras, sobretudo da cana-de-açúcar, por ser rica em potássio. "Transportar este resíduo até as plantações é um processo caro e trabalhoso para as usinas. Sem contar que, se mal aplicada, a vinhaça pode danificar a plantação e o solo, além de atingir os lençóis freáticos. É possível aprimorar esse processo”, diz Thiago Lopes, professor da Escola Politécnica (Poli) da USP.
À frente do novo Laboratório de Células a Combustível, situado na Poli e que integra o Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI), financiado pela Shell do Brasil e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Lopes pretende desenvolver ali um reator eletrolítico voltado para a realidade da indústria sucroalcooleira nacional. "A vinhaça tem 95% de água em sua composição. A ideia é que por meio desse reator possamos quebrar as moléculas de água para gerar oxigênio e hidrogênio verde”, diz o pesquisador.
Com ampla aplicação, o hidrogênio verde pode ser utilizado, por exemplo, na produção da amônia que entra na composição de fertilizantes. "Hoje a amônia é sintetizada com hidrogênio proveniente de gás natural, o que gera uma pegada de CO2”, conta o pesquisador. Já o oxigênio puro pode ser utilizado para a combustão do bagaço da cana-de-açúcar. "Ao condensar a água, pode-se obter de forma fácil e econômica um CO2 puro para estocagem ou então para ser convertido em produtos.”
Um deles é o ácido oxálico, elemento que, junto a um biomonômero (molécula produzida a partir de fontes naturais), vai entrar na composição do hidrogel que está sendo desenvolvido no âmbito do Programa de Hidrogel, financiado pela Shell Brasil, com recursos da Cláusula de Investimento em P&D dos Contratos de Concessão da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), e que envolve várias instituições de pesquisa da USP sob a liderança do RCGI, bem como da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
No caso, o ácido oxálico será produzido pelo Laboratório de Células a Combustível, em colaboração com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O hidrogel gerado ao final de todo o processo de pesquisa será aplicado no processo de plantio em formato de grânulos, que vão se degradar e liberar o carbono para ser armazenado no solo. "A ideia é criar um ciclo virtuoso e habilitar novos mercados no setor sucroalcooleiro nacional.”
Outra vantagem do reator é fazer com que a vinhaça fique mais concentrada – a cada um litro de etanol são produzidos cerca de 10 litros de vinhaça. "É um volume gigantesco para armazenar e transportar. Se estiver mais concentrada, livre de uma fração de água, a vinhaça vai ocupar menos espaço e demandar menos transporte. Vale dizer que esse transporte, em geral, é feito por caminhões movidos a óleo diesel, e isso adiciona pegadas de CO2 ao etanol brasileiro”, aponta Lopes.
Segundo Lopes, a vinhaça concentrada também minimizaria a adição de adubo sintético à lavoura. "A mistura de vinhaça e adubo sintético provoca maior emissão de CO2. Sem contar que, ao reduzir o volume de água, evitamos que o excesso de líquido chegue ao lençol freático e polua os rios.”
O hidrogênio verde também pode alimentar veículos com motor de célula a combustível, uma das modalidades de veículos totalmente elétricos que hoje circulam pelo mundo, sobretudo no Japão. A outra modalidade são os veículos elétricos movidos a bateria recarregável em tomadas especiais. "No motor de um veículo com célula a combustível o hidrogênio reage com o oxigênio que vem do ambiente. A energia elétrica liberada alimenta o veículo e o processo gera como resíduos apenas calor e água pura. Atualmente, esse hidrogênio é obtido em nível mundial por meio de gás natural, o que gera pegadas de CO2. Daí a importância de se descobrir formas de produzir hidrogênio verde. É o que pretendemos fazer no laboratório por meio do concentrador eletrolítico de vinhaça. Tudo está interligado”, aponta Lopes.
De acordo com o pesquisador, estima-se que por volta de 2040 a produção desse tipo de veículo deslanche no Brasil. "Isso deve acontecer, sobretudo, em relação às frotas de ônibus e caminhões, porque um motor de célula a combustível é mais leve do que o motor de um veículo elétrico a bateria, em particular para veículos que rodam mais de aproximadamente 450 quilômetros diários”, informa Lopes. Entretanto, para que isso ocorra, a tecnologia precisa ser aperfeiçoada em termos de desempenho e custo. Segundo o pesquisador, outro objetivo do laboratório é justamente desenvolver peças mais eficientes e baratas para veículos com motor de célula a combustível. "As camadas da célula a combustível podem ser otimizadas através de modelos numéricos avançados e otimização topológica, por exemplo. Somado, o catalisador, da camada catalítica, é feito de platina, metal raro, que vale mais do que o ouro e não existe no Brasil, e o desafio é encontrar opções mais acessíveis”, explica Lopes.
Para buscar essas soluções, o laboratório vai utilizar uma técnica desenvolvida por Lopes durante temporada como pesquisador associado do Imperial College London, no Reino Unido, entre 2012 e 2014. "O motor de um veículo de célula a combustível é alimentado de um lado por oxigênio e de outro, por hidrogênio. No lado que passa o ar colocamos uma mistura com cerca de 1000 (partes por milhão – ppm) de ozônio. Já na camada catalítica, onde acontece a reação da célula a combustível, colocamos um pigmento que, ao interagir com o ozônio, emite luz. Isso nos ajuda a visualizar, por meio de uma câmera, e comparar como o comburente é distribuído em motores de célula a combustível feitos com vários tipos de materiais, com diferentes propriedades, e sob diferentes condições, promovendo assim o desenvolvimento de modelos numéricos avançados de célula a combustível e otimização topológica das mesmas”, prossegue Lopes.
A equipe transdisciplinar do laboratório, que conta com pesquisadores da Poli, do Instituto de Física (IF), do Instituto de Química (IQ) e do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP, vai trabalhar em conjunto com o Imperial College London no desenvolvimento das diversas camadas que compõem as células a combustível como descrito acima e pretende avançar. Por exemplo, "na camada catalítica a ideia é descobrir se materiais mais acessíveis, como uma mistura a base de ferro, carbono e nitrogênio, podem substituir a platina e serem utilizados pela indústria automotiva”, diz Lopes. "Trata-se de uma demanda mundial. Hoje há, nos Estados Unidos, um consórcio de pesquisa, nos moldes do RCGI, voltado ao desenvolvimento desses materiais. Mesmo porque não existe platina suficiente para trocarmos toda a frota mundial de veículos para célula a combustível. Nós, cientistas, temos muito trabalho pela frente”, conclui Lopes.
Da Assessoria de Comunicação do RCGI
Sobre o RCGI –O Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) é um Centro de Pesquisa em Engenharia, criado em 2015, com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e da Shell. As pesquisas do RCGI são focadas em inovações que possibilitem ao Brasil atingir os compromissos assumidos no Acordo de Paris, no âmbito das NDCs – Nationally Determined Contributions. Os projetos de pesquisa – 19, no total – estão ancorados em cinco programas: NBS (Nature Based Solutions); CCU (Carbon Capture and Utilization); BECCS (Bioenergy with Carbon Capture and Storage); GHG (Greenhouse Gases) e Advocacy. Atualmente, o centro conta com cerca de 400 pesquisadores. Saiba maisaqui.
Texto atualizado em 26/01/2022
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- 24/01/2022 - PDE prevê 1ª nova nuclear com entrada em 2031 para atender diretriz políticaMais cara que renováveis, nuclear é justificada por ser uma energia despachável e sem emissão de GEE na geração de calor
Mais cara que renováveis, nuclear é justificada por ser uma energia despachável e sem emissão de GEE na geração de calor
Fonte: EPBRO Plano Decenal de Energia (PDE) 2031, estudo de planejamento que entrou em consulta pública nesta segunda (24), prevê a contratação de uma nova usina nuclear de 1GW de potência, na região Sudeste.
A inclusão da fonte no cenário de referência do PDE 2031 atende a uma diretriz da política energética do governo Bolsonaro.
O caso alternativo, chamado de Rodada Livre, exclui a contratação dessa nova usina de 1 GW. Nesse cenário, são apresentadas "análises caso a expansão fosse baseada em perspectiva puramente de mercado”.
Isto é, a alternativa sem a necessidade de atender a diretrizes políticas do governo federal ou do Congresso Nacional, caso da contratação de usinas termelétricas a gás inflexíveis, que entraram na lei da privatização da Eletrobras.
"O cenário denominado Rodada Livre, que não considera os efeitos das políticas energéticas na expansão, mantém a tendência dos ciclos passados, com a predominância da indicação de fontes renováveis”, explica o PDE.
No cenário de referência, por sua vez, ocorre a "substituição de parte da expansão indicativa de eólicas e solares centralizadas por termelétricas com geração compulsória movidas a gás natural, carvão mineral e nuclear”.
O carvão também é uma das prioridades do governo federal e do Congresso Nacional, que inclui programas do MME para beneficiar a fonte; e um projeto de lei sancionado sem vetos, com extensão de subsídios.
Meta é mais que dobrar capacidade nuclear
Desde que o PDE foi criado, em 2005, é a primeira vez que a expansão do parque termonuclear entra no planejamento indicando a contratação de uma nova usina.
Até então, a fonte estava restrita às usinas de Angra 1 e 2, com 2GW no total; e à conclusão das obras de Angra 3 (1,4 GW).
Assim, a fonte vinha sendo deslocada nas janelas de dez anos do estudo. No PDE 2006-2015, estava prevista para 2013, por exemplo.
Agora, Angra III está prevista para 2027, quando passa a compor a geração de 3,4 GW de energia nuclear. Em 2031, com a nova usina, a fonte sobe para 4,4 GW.
Rio de Janeiro concorre por nova usina
Está claro desde o início do governo Bolsonaro, que o ministro Bento Albuquerque é um entusiasta da fonte. Almirante, ele esteve à frente do programa nuclear da Marinha, na Diretoria Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico.
Inclusive, o planejamento já incorpora a localização da próxima usina nuclear no Sudeste.
"A nova usina poderá ser na região Sudeste, no estado do Rio de Janeiro ou em qualquer outro, desde que cumpra os requisitos necessários. Mas o Rio é forte concorrente”, disse o ministro, em dezembro.
Oficialmente, novos estudos foram anunciados este mês pelo MME para definir a localização. Antigamente, Pernambuco era apontado como a localização preferencial.
Investimentos e políticas para nuclear na gestão Bento Albuquerque
- Contratação de 1GW em uma nova usina nuclear; e entrada em operação de Angra 3 em 2027 (PDE 2031) — governo e Eletronuclear vinham falando em 2026;
- Extensão da vida útil de Angra 1, por mais 20 anos, até 2044;
- Convênio entre o MME e o Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel) para estudar potenciais localizações das novas usinas nucleares brasileiras. Rio de Janeiro como "forte candidato”;
- Criação da Autoridade Nacional de Segurança Nuclear (ANSN), uma proto-agência reguladora do setor, a partir de uma cisão da CNEN — Comissão Nacional de Energia Nuclear, do MCTI. A ANSN está subordinada ao MME.
- Criação da nova estatal ENBpar, para controlar a geração nuclear (usinas da Eletronuclear), após a privatização da Eletrobras (prevista para 1º semestre de 2022);
- Consórcio entre a estatal INB e a Galvani para a exploração conjunta de urânio e fosfato em Santa Quitéria (Ceará); e retomada da operação da INB em Caetité (Bahia).
Primeiro leilão de nuclear no planejamento decenal
A nuclear já tinha entrado no PNE 2050, aprovado em dezembro de 2020, pelo MME, com a indicação de expansão de 8 a 10 GW em 30 anos, voltando, assim, para o planejamento nacional.
"É possível que haja leilões para nuclear a partir de 2023, 2024, 2025… Mas já entra no plano de geração e transmissão”, disse Bento Albuquerque, à epbr, na COP26, de Gasglow.
Mais cara que alternativas renováveis, a nuclear é justificada pelo fato de ser uma energia despachável, que não sofre influência de variações climáticas; e sem emissão de gases do efeito estufa na geração de calor.
"Os atributos de confiabilidade de geração, elevado fator de capacidade e livre de emissões de gases causadores de efeito estufa, concretizam essa tecnologia como opção na matriz elétrica brasileira”, diz o PDE 2031.
Há destaque também para a oferta de combustível e para a trajetória de "sucesso” na operação de Angra 1 e 2.
"O país é privilegiado também na oferta desse combustível, com grandes reservas de urânio, ambientes territoriais estratégicos para alocação das usinas, bem como domínio completo de toda a tecnologia do ciclo do combustível nuclear”.
Com o investimento da INB, em consórcio com o setor privado, no Ceará, e a produção na Bahia, o MME fala em possível autossuficiência do combustível.
"Há de se ressaltar também o quadro técnico de pessoas com experiência de sucesso na operação e manutenção das usinas de Angra 1 e 2, bem como centros de ensino e pesquisas na área nuclear”, diz o PDE.
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- 22/01/2022 - Alemanha se opõe a classificar energia nuclear como energia sustentávelDenominação está em rascunho de plano da União Europeia para estabelecer padrões para investimentos verdes, ajudando projetos que sejam amigáveis ao clima
Denominação está em rascunho de plano da União Europeia para estabelecer padrões para investimentos verdes, ajudando projetos que sejam amigáveis ao clima
Fonte: CNN BrasilO governo de coalizão de três partidos do chanceler alemão Olaf Scholz expressou objeção ao rascunho de plano da União Europeia de classificar usinas nucleares como fontes de energia sustentável em uma carta formal enviada a Bruxelas, afirmaram ministros neste sábado (22).
A taxonomia da UE busca estabelecer padrões para investimentos verdes, ajudando projetos que sejam amigáveis ao clima a arrecadar capital e eliminando a "lavagem verde”, pela qual investidores e empresas exageram suas credenciais ecológicas.
"Como governo federal, temos que mais uma vez expressar claramente nossa rejeição à inclusão da energia nuclear. É arriscada e cara”, afirmou o vice-chanceler e ministro da Economia, Robert Habeck, em um comunicado conjunto com a ministra do Meio-Ambiente, Steffi Lemke, ambos membros seniores do Partido Verde.
Na carta para Bruxelas, publicada pelo ministério da Economia em seu site, o governo alemão também citou a falta de exigências de segurança em relação às usinas nucleares.
"Sérios acidentes, com riscos grandes, que cruzam fronteiras e de longo prazo aos humanos e ao meio-ambiente não podem ser excluídos”, disse Berlim em sua carta, acrescentando que a questão de onde armazenar resíduos radioativos no longo prazo ainda não tem resposta.
Habeck e Leme disseram que, se a Comissão Europeia não considerar as objeções da Alemanha e não modificar o rascunho, Berlim, na opinião deles, deveria rejeitar o plano.
No entanto, fontes do governo alemão disseram à Reuters no começo deste mês que partidos da coalizão querem evitar uma escalada na disputa com a UE e concordaram em conversas a portas fechadas entre a coalizão para se abster de qualquer voto futuro.
As regras da UE têm sido adiadas há tempos, com países divididos sobre se a energia nuclear e o gás natural merecem a insígnia verde. A Áustria já afirmou que tomará ações legais se a União Europeia proceder com o rascunho que denomina ambos como investimentos sustentáveis.
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- 22/01/2022 - Explosão de casos de Covid reforça importância do uso correto de máscaras; veja as mais eficientesO avanço da variante Ômicron do coronavírus causa explosão no número de casos de Covid-19 ao redor do mundo e quebra recordes de toda a pandemia. Neste cenário, as medidas de proteção contra o contágio ganham força e, entre elas, o uso das máscaras tem importância destacada, como afirma o infectologista e diretor médico da Target Medicina de Precisão, Adelino Melo Freire.
O avanço da variante Ômicron do coronavírus causa explosão no número de casos de Covid-19 ao redor do mundo e quebra recordes de toda a pandemia. Neste cenário, as medidas de proteção contra o contágio ganham força e, entre elas, o uso das máscaras tem importância destacada, como afirma o infectologista e diretor médico da Target Medicina de Precisão, Adelino Melo Freire.
Fonte: Hoje em Dia
Bernardo Estillac
"A máscara continua sendo a ferramenta essencial contra doenças respiratórias. Ela serve como barreira tanto para quem está usando como para o ambiente, porque evita que uma pessoa infectada espalhe o vírus pela respiração”, diz o infectologista.
Freire explica que, embora seja importante usar máscaras de qualquer natureza, existem modelos mais eficientes para se proteger do coronavírus, em especial da variante Ômicron.
"Com uma variante tão transmissível assim, se faz necessário que a gente tente utilizar das ferramentas que a gente dispõe, a gente já sabe que as máscaras de maior capacidade de filtrar são a N95 e a PFF2 se destacam nesse processo”, comenta.
De acordo com um estudo realizado pelo Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP) e do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), os tipos de máscara citados por Freire retém 95% das partículas, o melhor percentual dentre os equipamentos avaliados.
O estudo, publicado na revista Aerosol Science and Technology em abril de 2021, também avalia a respirabilidade em uma escala que vai de 0 a 10 e um fator de qualidade, calculado através da relação entre a filtragem (capacidade de retenção de partículas) e a respirabilidade, em uma escala que vai de 0 a 25.
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- 20/01/2022 - Startups da Incubadora USP/IPEN-Cietec recebem fomento para desenvolvimento de projetosAo longo de 2021, mesmo com todas as restrições impostas pela pandemia, 16 empresas da Incubadora USP/IPEN-Cietec receberam recursos de fomento para desenvolvimento de pesquisa inovativa para o mercado. Parte fundamental no processo de incubação oferecido pelo Cietec, o suporte dado à formatação dos projetos de fomento tecnológico é complementar aos serviços de apoio empresarial e mercadológico, no fortalecimento dos negócios incubados.
Ao longo de 2021, mesmo com todas as restrições impostas pela pandemia, 16 empresas da Incubadora USP/IPEN-Cietec receberam recursos de fomento para desenvolvimento de pesquisa inovativa para o mercado. Parte fundamental no processo de incubação oferecido pelo Cietec, o suporte dado à formatação dos projetos de fomento tecnológico é complementar aos serviços de apoio empresarial e mercadológico, no fortalecimento dos negócios incubados.
Fonte: Cietec
Uma das empresárias aprovadas no ano de 2021 foi Erika Molina, CEO da startup Bioptamers – que busca o desenvolvimento de terapias de precisão personalizadas e acessíveis para o tratamento de pacientes acometidos com tipos mais agressivos de câncer, ressalta a importância do fomento recebido para a execução de pesquisa científica direcionada à inovação tecnológica. "Todo o valor recebido através do fomento para Projetos de Inovação em Pequenas Empresas da Fundação de Apoio à Pesquisa no Estado de São Paulo impacta diretamente na validação das provas de conceito essenciais para o desenvolvimento empresarial. Além disso, recebemos também um treinamento voltado exclusivamente para o empreendedorismo, buscando ratificar os pressupostos comerciais do dia a dia”, conta.
A CEO também destaca a importância do Cietec nessa trajetória, desde a triagem até a divulgação da abertura de ciclos e editais de fomentos, disponibilizando plantão de dúvidas e suporte na inscrição do projeto, colaborações que aumentam as chances de sucesso. "O Cietec nos orientou também na execução do planejamento e monitoramento dos eixos importantes para a seleção para um melhor aproveitamento do fomento visando a tecnologia, capital, gestão, mercado e empreendedorismo”, comemora.
Já a Cor.Sync, startup que oferece uma solução rápida e precisa para o diagnóstico de infarto na emergência hospitalar, recebeu três fomentos para o desenvolvimento da empresa. A HealthTech conta com uma base científica oriunda da academia, fato que normalmente aumenta o tempo para o lançamento de seus produtos. Por essa razão, o processo de investimento pode demorar cerca de dois anos. "Sem a ajuda do Estado não é possível fazer o incremento de um produto de tecnologia no Brasil, assim como ocorre nos países desenvolvidos. Esses testes não seriam possíveis sem recursos de fomento, pois, o tempo e o custo são elevados demais”, ressalta Raul de Macedo – fundador da startup.
No caso da Cor.Sync, os recursos oriundos do Programa PIPE Fapesp, na fase 1, foram aplicados na criação do protótipo, início de testes clínicos, aquisição de materiais e contratação de bolsas para pesquisadores. Já os recursos FINEP, foram orientados para levar o produtos a um próximo nível, com incorporação da IoT (internet das coisas) no dispositivo. "Nós também contamos com a expertise do Cietec, que nos orientou perfeitamente para não errar hora de escrever o projeto. Existem os desafios da prestação de contas que toma bastante tempo e, muitas vezes, nós não temos esse conhecimento dos tramites. O Cietec consegue nos indicar nuances que ajudam a economizar tempo e ter uma jornada de captação mais tranquila e efetiva”, finaliza Raul.
Outra startup que também recebeu o fomento foi a Eccaplan, desenvolvedora de tecnologia e serviços voltadas para redução e compensação no impacto ambiental de empresas, pessoas e cidades. "Os recursos conquistados foram do PIPE 2 e do Senai Inovação, ambos ajudaram muito e foram essenciais no desenvolvimento e realização de ciclos e testes para validação do equipamento automatizado e do acelerador de compostagem”, conta Fernando Beltrame, fundador da startup.