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CNEN usa disfarces e carros descaracterizados em visita a local preferencial para rejeitos radioativos

Fonte: Blog Tania Malheiros

Projeto CENTENA

"Disfarçados, em carros descaracterizados”, equipes da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) já fizeram uma primeira visita ao local preferencial, entre um grupo de seis áreas, para abrigar o depósito definitivo destinado ao armazenamento dos rejeitos de baixa e média radioatividade, denominado Projeto CENTENA (Centro Tecnológico Nuclear e Ambiental). A informação foi dada pelo presidente da CNEN, Francisco Rondinelli, durante o Seminário Resultados do Projeto Centena, realizado no auditório do CDTN (Centro de Desenvolvimento Tecnológico Nuclear (CDTN), da Comissão, no dia 4 de dezembro de 2023, ou seja, cerca de 20 dias antes de o Tribunal de Contas da União (TCU) registrar em documentos, divulgados pelo BLOG, alertas sobre o atraso no andamento do CENTENA.

Durante o seminário, que está gravado no YOUTUBE, foi informado várias vezes que o CENTENA deverá ocupar uma área do Exército Brasileiro, como consta na documentação do TCU. Em nota, enviada ao BLOG nos dias 5 e 9 deste mês, o Centro de Comunicação Social do Exército informou que o programa CENTENA "não faz parte dos projetos estratégicos” do órgão; e que o local que abrigará o depósito está em estudos pela CNEN. No seminário em dezembro, Rondinelli anunciou que outras visitas ao local seriam feitas em janeiro deste ano.

Centrais atômicas podem parar 

O atraso no andamento do projeto, de responsabilidade da CNEN, levou o Tribunal de Contas da União (TCU) a elaborar documentos com diversos alertas à Comissão, que o blog tem divulgado. O TCU alerta, por exemplo, que, sem o CENTENA, as usinas Angra 1 e Angra 2, poderão parar de funcionar até 2028; além de inviabilizar autorizações para Angra 3, em obras desde 1984. Os depósitos das centrais atômicas estão operando próximos da capacidade limite: Angra 1, o limite deve ocorre em até 2028; e Angra 2, em 2036.

A falta de definição sobre o local da construção era um dos maiores entraves para a Comissão que buscava uma solução junto ao Exército Brasileiro (EB). Documentos do TCU mostram que havia conversações com o Exército para a liberação de uma área no Estado do Rio, o que o Exército não confirmou. Embora não tenha sido citado no documento, o município de Paty do Alferes, foi consultado no início do ano passado.

O prefeito Juninho Bernardes (Solidariedade), confirmou o contato do Exército brasileiro e disse que está preocupado e contra "essa eventual instalação no município, uma vez que este é uma região agrícola e qualquer contaminação poderia gerar dano ambiental severo e ainda problemas de saúde”. Segundo a documentação, o CENTENA receberá todos os rejeitos de baixa e média radioatividade provenientes da operação das usinas nucleares, do futuro Reator Multipropósito Brasileiros (RMB) e de aplicações na medicina, indústria, pesquisa e meio ambiente. O projeto contempla também laboratórios de pesquisa e desenvolvimento para avaliação de qualidade dos insumos e produtos e monitoramento do comportamento dos componentes do sistema de deposição.

CENTENA, segundo a CNEN 

O Projeto CENTENA tem como objetivo projetar, construir e comissionar um centro tecnológico que, além de armazenar definitivamente os rejeitos radioativos, vai contar com edificações de apoio operacional e instalações para pesquisa e desenvolvimento tecnológico, informa a CNEN em suas ferramentas digitais.

Este Repositório armazenará os rejeitos radioativos tratados provenientes da utilização da energia nuclear no Brasil na indústria, na medicina, na pesquisa, na geração de energia e no meio ambiente, bem como do descomissionamento de instalações radioativas e nucleares. O empreendimento ocupará cerca de 40 hectares, compreendendo as áreas de armazenamento e toda a infraestrutura necessária para garantir a segurança durante as etapas de operação e guarda institucional (Figura 1). As áreas de deposição (Figura 2), cujo conceito é de múltiplas barreiras, estão sendo planejadas para abrigar o inventário radioativo até 2080.

Além de edifícios convencionais, o CENTENA conta também com uma edificação para receber, controlar, armazenar e acondicionar os embalados com rejeitos tratados, bem como laboratórios ambiental e de radioproteção para executar o Programa de Monitoração Ambiental (PMA) e o Plano de Proteção Radiológica. De modo a garantir a segurança do público e a preservação do meio ambiente, os rejeitos a serem armazenados deverão obedecer aos critérios de aceitação definidos em norma e pela análise de segurança. Prevê-se um período de operação da instalação de 60 anos e de vigilância, após seu fechamento, de 300 anos.

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