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Com detectores de radiação, CNEN faz buscas para localizar cápsulas de Césio-137 que desapareceram de mineradora

Fonte: EPTV-G1 

Técnicos da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) continuam as buscas pelas cápsulas de Césio-137 que desapareceram de uma mineradora de Nazareno, no Sul de Minas. Juntamente com policiais civis e militares de meio ambiente, eles fizeram uma varredura com detectores de radiação em mais de 300 hectares da empresa.

De acordo com a CNEN, outra equipe foi enviada do Rio de Janeiro para Nazareno. O objetivo é verificar as circunstâncias do desaparecimento e também as atuais condições de segurança da empresa.

A CNEN disse ainda que o relatório sobre as buscas deve ser divulgado assim que estiver pronto. O diretor de radioproteção da Comissão Nacional de Energia Nuclear, Alessandro Facure Neves de Salles Soares, reforçou que as fontes radioativas são importantes em diversos processos. Por isso, qualquer informação sobre as cápsulas deve ser repassada à empresa.

"A gente associa as fontes de radiação somente à prática médica, quando a gente vai ao hospital fazer exames de raio-X. Mas, na verdade, as fontes radioativas são extensamente utilizadas em vários processos, não somente na área médica, mas em processos industriais, em fábricas de cimento, por exemplo, em mineradoras, em indústrias de petróleo e gás. A gente pede que qualquer informação seja transmitida às autoridades competentes”, disse o diretor.

A Prefeitura de Nazareno encaminhou ofício à mineradora AMG Brasil pedindo por informações sobre as medidas adotadas pela empresa desde que a ausência das cápsulas foi notada. Ainda nesta semana, a Defesa Civil da cidade deve fazer uma visita à empresa.

"O objetivo nosso é conhecer melhor a empresa e levar informações corretas e concretas para a população. É um assunto novo, como qualquer assunto novo causa curiosidade, as pessoas ficam apreensivas, querem entender melhor. Nosso planejamento é fazer uma visita na empresa. Estamos em contato com o gerente-geral, que vai nos receber. Nós vamos aproveitar uma oportunidade em que uma equipe da CNEN esteja lá para termos a oportunidade de conhecer o trabalho deles. Para nós é algo novo e o mais importante é conhecer e levar as informações corretas à população”, falou a responsável pela Secretaria de Meio Ambiente e Coordenadora da Defesa Civil, Joyce Andrade Nascimento.

A Defesa Civil de São Tiago, cidade vizinha a Nazareno, também esteve no local em busca de informações. A mineradora está a cerca de 20 quilômetros de Nazareno. No caminho entre a empresa e a cidade há uma extensa área rural.

"Nossa preocupação é com a população ribeirinha, porque o município faz divisa Nazareno. Viemos para ajudar, oferecer nossa ajuda. Estamos dispostos a fazer o que for preciso para ajudar na captura desse elemento”, comentou a agente da Defesa Civil, Aparecida Santos.

O que são as fontes desaparecidas
As fontes furtadas são de Césio-137, confeccionadas em material cerâmico. Elas são duplamente encapsuladas com aço inoxidável e blindadas externamente em aço inox, resistente ao impacto.

Segundo a Comissão Nacional de Energia Nuclear, com atividade individual de 5 mCi, elas compunham equipamentos medidores de densidade, sendo classificadas como de categoria 5, de baixo risco. Vale ressaltar que um milicurie (mCi) equivale a um milésimo de um Curie.

Ainda conforme o CNEN, técnicos do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), unidade da CNEN localizada em Minas Gerais, se dirigiram ao local na sexta-feira (30/06) para levantar todas as informações a respeito do evento e verificar as ações dos técnicos de radioproteção da empresa. Apesar de as autoridades policiais já terem sido acionadas, a empresa continua com a investigação interna e na procura das fontes.

Os técnicos da CNEN permanecem no local, apoiando as atividades de busca para a localização das fontes seladas extraviadas. A mineradora está regularmente licenciada pela CNEN e tem autorização para operação vigente até 30/12/2025.

Conforme a agência, tais fontes, apesar de serem de Césio-137, têm atividade cerca de 300 mil vezes menor do que aquela do acidente de Goiânia. Além disso, essas fontes são confeccionadas em material cerâmico, ou seja, mesmo que fossem violadas em seus invólucros duplos de aço inox não seriam espalháveis como foi a fonte do acidente de 1987.

Essas fontes são classificadas como não perigosas pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Por isso, não são esperados efeitos severos à saúde pelo contato com as mesmas. No entanto, é importante continuar as buscas para recuperá-las de tal forma a prevenir exposições desnecessárias.

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