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Igualdade de gênero na ciência é uma questão de excelência, diz ministra

Declaração foi feita na cerimônia de entrega do 4º Prêmio “Carolina Bori Ciência & Mulher, organizado pela SBPC

Fonte: MCTI

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, participou, nesta sexta-feira (10), em São Paulo, da cerimônia da entrega do 4º Prêmio "Carolina Bori Ciência & Mulher”, realizado pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Ao todo, foram agraciadas com prêmios e menções honrosas 18 estudantes do Ensino Médio e de Graduação nas áreas de Biologia e Saúde, Engenharias, Exatas e Ciências da Terra e Humanidades.

Na cerimônia, a ministra lamentou a fuga de talentos brasileiros para o exterior e apontou a desigualdade de gênero na ciência. "No caso das mulheres, vemos com tristeza o abandono da carreira científica em decorrência de um sistema constituído por critérios de avaliação cujo desenho é masculino. Como resultado, uma grande desigualdade no acesso das cientistas às bolsas de estudo e pesquisa”, afirmou.

"As consequências disso vão além da igualdade de direitos e oportunidades que defendemos. É uma questão de excelência. Ao perder talentos femininos, o País perde também a diversidade de olhares que enriquece a sua produção de conhecimento”, acrescentou a ministra.

Ela renovou o compromisso com a retomada da agenda das mulheres na ciência através de políticas públicas robustas e efetivas. "É fundamental fortalecer os instrumentos que dispomos e avançar na construção e implementação de ferramentas capazes de democratizar e garantir a participação feminina, de forma permanente, nos ambientes de pesquisa e desenvolvimento. Vamos enfrentar a desigualdade de gênero que ainda define a distribuição de bolsas de estudo e pesquisa e avançar na inclusão das cientistas e pesquisadoras pretas. Se conseguimos ampliar o acesso dessas mulheres a universidade, ainda há muito o que fazer para que tenham seus talentos reconhecidos na ciência.”

O presidente da SBPC, Renato Janine Ribeiro, destacou a importância da diversidade na ciência. "É um belíssimo dia e estamos contentes com o diálogo que a ministra Luciana Santos incitou com a comunidade científica e com este momento que constrói um futuro muito mais plural e muito mais rico do que o país machista que foi planejado desde a sua colonização e que nós estamos revertendo”, disse.

A vice-presidente da SBPC, Fernanda Sobral, e a professora Vanderlan Bolzani também participaram do evento.

Bolsistas do CNPq são destaques do prêmio– Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento científico e Tecnologia (CNPq), Camily Pereira dos Santos foi a primeira estudante a ser homenageada. De Osório (RS), a aluna do curso Técnico em Informática Integrado do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul recebeu prêmio pelo projeto "Desenvolvimento de material biodegradável para absorventes femininos".

"O prêmio vai além do reconhecimento, e eu represento a minha escola e a minha cidade. É muito significativo eu representar a ciência jovem brasileira feita em escola pública”, destacou a jovem.

A ideia da pesquisa começou em 2021, quando a estudante observou a falta de absorventes sustentáveis e se deparou com a falta de absorventes para jovens e mulheres que vivem em vulnerabilidade social. "Eu fiquei preocupada com o impacto ambiental das minhas ações junto com o meio ambiente e me deparei com a pobreza menstrual, quando minha mãe contou que ela não teve acesso a absorventes na juventude e usava materiais improvisados”, contou a aluna, que em seguida, entrou em contato com a professora Flávia Twardowski para ser sua orientadora e ajudar na pesquisa.

O projeto consiste em trocar o algodão e o plástico do absorvente por fibras vegetais da bananeira e do açaí. "Além de ser sustentável, utilizando fibras e menos água para a produção, ele custa só R$ 0,02, tornando acessível para mais mulheres”, disse.

A pesquisa também contou com a colaboração da estudante Laura Drebes.

Da cidade de Marechal Deodoro (AL), Wadja Feitosa dos Santos Silva, de 22 anos, graduanda do curso de Química Tecnológica e Industrial da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) recebeu a menção honrosa pelo trabalho "Planejamento de alfa-Cianoacrilatos e alfa-Cianoacrilamidas Baseado em Fragmentos, como Inibidores da NS2B/NS3 dos Vírus Dengue e Zika".

"Fiquei surpresa quando vi meu nome na lista de menção honrosa da SPBC e muito feliz pelo reconhecimento”, disse. "Ser uma representante de meninas na ciência é um grande prestígio. Essa menção honrosa é mais um incentivo para mim e para todas as meninas que fazem ciência.”

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