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Fogo em usina nuclear de Zaporizhzhia foi extinto; há dois feridos

Fonte: UOL

Do UOL, em São Paulo 03/03/2022 21h35
Atualizada em 04/03/2022  07h07

O fogo na usina nuclear de Zaporizhzhia, na Ucrânia, foi extinto às 6h20 (horário local) após um ataque da Rússia, informou o Serviço de Estado da Ucrânia para Emergência. As chamas ocuparam o terceiro, quarto e quinto andar de um prédio, localizado na parte de fora do complexo de reatores. 

Duas pessoas ficaram feridas após o ataque aéreo, informou o diretor da IAEA (Agência Internacional de Energia Atômica, em português), Rafael Grossi, na manhã de hoje. Nenhum dos reatores foi atingido e não houve liberação de material radioativo.

"Poderia ter sido uma situação dramática, não deveríamos esperar para algo assim acontecer antes de tentar enfrentar [o problema] de uma maneira eficiente. Sabemos o que está em risco. Neste momento, temos uma normalidade anormal.
Diretor da IAEA, Rafael Grossi, em entrevista coletiva

Há seis reatores na usina nuclear de Zaporizhzhia, mas apenas um deles está operando no momento.

Uma hora após a extinção do incêndio, o chefe da Administração Militar Regional de Zaporizhzhia, Oleksandr Starukh, afirmou que o nível de radiação na região permanece inalterado e não põe em risco a vida e a saúde da população.

A usina de Zaporizhzhia é considerada a maior do tipo na Europa. Em mensagem no Telegram, o chefe da Administração Militar de Zaporizhzhia afirmou que a usina nuclear é ocupada por forças militares da Rússia.

Segundo o prefeito de Energodar, Dmytro Orlov, houve vítimas entre militares após confronto pelo controle da usina de Zaporizhzhia.

"Há mais de uma hora que duram combates ferozes nas proximidades da central nuclear de Zaporizhzhya. Nossos Guardas Nacionais mantêm a defesa. Sabe-se sobre as vítimas, mas o número exato e as circunstâncias ainda não podem ser nomeados.
Dmytro Orlov, prefeito de Energodar.

Explosão seria 10x maior que Chernobyl, diz ministro

No Twitter, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, reagiu à invasão dos militares dizendo que se a usina explodisse "será dez vezes maior que Chernobyl". O ministro referia-se àquele que é considerado o maior acidente nuclear da história, ocorrido em Chernobyl, em 1986. Na ocasião, houve a explosão de um reator espalhando radiação em uma parte da Europa.

"O exército russo está disparando de todos os lados contra a central nuclear de Zaporizhzhia, a maior usina nuclear da Europa. O fogo já começou. Se explodir, será dez vezes maior que Chernobyl! Os russos devem cessar imediatamente o fogo, permitir a entrada dos bombeiros, estabelecer uma zona de segurança!
Dmytro Kuleba, em seu perfil no Twitter.

A IAEA (Agência Internacional de Energia Atômica, em português) disse que já foi notificada sobre os bombardeios na usina nuclear. "Estamos em contato com as autoridades ucranianas sobre a situação".

Após o fogo ser detectado, a secretária de Energia dos Estados Unidos, Jennifer Granholm, publicou nas redes sociais que a Casa Branca "não viu níveis elevados de radiação perto da instalação" atingida pelos russos. Ela ainda informou que os reatores da usina estão sendo desligados.

A Rússia invadiu a região localizada no sudoeste da Ucrânia no início da tarde desta quinta-feira — o avanço foi confirmado pelo Serviço de Informações Ucraniano. A ação acontece oito dias após o início dos conflitos entre os dois países.

"Os invasores já dispararam contra o posto de controle e estão usando blindados contra a população civil. Moradores de Energodar, deixem as ruas bloqueadas! Não tenha medo!", disse um comunicado do governo da Ucrânia por meio do aplicativo de mensagens Telegram.

Mais tarde, já durante a noite, o prefeito Dmytro Orlov afirmou que "uma coluna de militares russos" estava a caminho da usina.

Nas redes sociais, uma câmera de segurança instalada no local transmitiu ao vivo, no YouTube, imagens do confronto entre as tropas. Muitos disparos foram observados.

Governo da Ucrânia condena ocupação em Chernobyl

Chernobyl foi tomada pelas forças militares da Rússia há uma semana. Diante das ofensivas, o governo ucraniano condenou a ação e disse que a captura da instalação é "um ato de terrorismo nuclear e uma ameaça ao mundo".

"Os funcionários da usina nuclear de Chernobyl estão sendo mantidos reféns pelos militares russos por sete dias seguidos. As pessoas estão sob pressão psicológica e moralmente exaustas. Isso é um perigo para a vida humana, bem como para a operação da usina nuclear de Chernobyl". A mensagem também foi comunicada pelo governo da Ucrânia no Telegram.

Para evitar que o "terrorismo nuclear" aconteça, o país pediu que a AEIA (Agência Internacional de Energia Atômica) pressione a Otan a fechar o espaço aéreo localizado sobre as instalações. Foi solicitado ainda que sejam intensificados os esforços para prevenir atos da Rússia na usina.

Usinas nucleares ativas

A Ucrânia tem quatro usinas nucleares ativas. As instalações são responsáveis por aproximadamente metade da eletricidade consumida no país, além de depósitos de resíduos radioativos, como o de Chernobyl, onde ocorreu a pior catástrofe nuclear da história, em 1986.

A agência nuclear da Ucrânia e o Ministério do Interior dizem ter registrado níveis crescentes de radiação em Chernobyl após a Rússia tomar o controle da região.

Imagens que circulam na internet mostram a ação de tropas da Rússia contra civis em Enerhodar, no sul da Ucrânia.

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