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Todas as instituições internacionais do setor nuclear se juntam para uma declaração em defesa do clima global

Fonte: Petronotícias


Todas as instituições internacionais do segmento nuclear se juntaram para assinar uma declaração de reconhecimento aos benefícios da energia nuclear nuclear como parte da solução para combater as mudanças climáticas. No dia 13 de maio, durante a Conferência Internacional sobre Energia Limpa (ICAPP), que será realizada em Vancouver, no Canadá, será assinado e divulgado uma declaração especial, que também será assinada pela Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (ABDAN), que foi convidada a participar desse movimento pela Diretora Executiva da Sociedade Francesa de Energia Nuclear (SFEN), Valérie Faudon (foto), uma das líderes desse movimento.

Os cientistas nucleares acreditam que é o momento de expressar suas preocupações sobre o nível de investimento público em Pesquisa e Desenvolvimento (P & D) em energia nuclear, conforme relatado pela OCDE-IEA. A energia nuclear desempenhará um papel fundamental para que o mundo atinja suas metas de descarbonização, e que um nível suficiente de recursos, dedicado à Pesquisa e ao Desenvolvimento, será necessário para que a energia nuclear desempenhe esse papel. Em função disso, eles acreditam que precisam falar claramente, com um só pensamento para fazer valer suas preocupações. Além da ABDAN, também são a ENS (Sociedade Nuclear Europeia), bem como a ANS (Sociedade Nuclear Americana) e a CNS (Sociedade Nuclear Chinesa).

Celso Cunha (foto), presidente da ABDAN, acha que o movimento reflete uma real importância da energia nuclear neste momento: "Em primeiro lugar, quero dizer que o convite para a ABDAN ser uma das instituições signatárias mostra um reconhecimento do que estamos fazendo aqui no Brasil e também no setor global, organizando eventos internacionais no Brasil e participando de eventos mundo afora. Além disso, representa também a seriedade, o reconhecimento e a competência dos profissionais brasileiros no desenvolvimento das atividades nucleares em nosso país”.


Veja agora em primeira mão o teor da declaração que será feita em Vancouver, durante a ICAPP.

"Mulheres e homens cientistas, engenheiros e profissionais que representam sociedades científicas nacionais, regionais e internacionais, bem como numerosas organizações técnicas dedicadas ao desenvolvimento e uso pacífico de tecnologias nucleares, reunidos aqui hoje em Juan les Pins – França, CONCORDAM que a mudança climática é a ameaça mais significativa para o nosso planeta hoje, e com os objetivos do Acordo de Paris de limitar o aquecimento global a 1,5 ° C na segunda metade do século. Estamos preocupados que o mundo não está progredindo com rapidez suficiente para atingir esse objetivo.

A – O último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) envia um aviso claro de que o aumento de temperatura de 1,5 ° C pode ser excedido até 2030.

B – De acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE), em 2018, as emissões globais de CO2 relacionadas à energia aumentaram em 1,7% para uma alta histórica de 33,1 Gt CO2.

C – A energia nuclear é reconhecida como uma das fontes de carbono mais baixas de eletricidade. De acordo com o IPCC, as emissões médias do ciclo de vida da energia nuclear são 12g / kWh, semelhantes à energia eólica.

D – As instituições internacionais (Nações Unidas, Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, União Europeia) acreditam que todas as tecnologias de baixo carbono (captura, armazenamento e armazenamento de carbono e renováveis) precisarão ser implementadas para alcançar uma descarbonização profunda até o meio século. Isso se reflete no último relatório do IPCC de 2018: os quatro percursos ilustrativos de 1,5 ° C no Resumo para Formuladores de Políticas incluem mais energia nuclear, com um aumento de duas a seis vezes no uso de energia nuclear até 2050.

SOBRE A NECESSIDADE DE INOVAÇÃO PARA A ENERGIA NUCLEAR:


A – Há um consenso global de que acelerar a inovação em energia limpa é essencial para limitar o aumento das temperaturas globais, e alguns progressos foram feitos nesse sentido: de acordo com a AIE( Agência Internacional de Energia), a quantidade de investimento público em P & D em energia limpa dobrou desde 2000; O lançamento da iniciativa Missão de Inovação em 2015 inclui o objetivo de mais uma duplicação do investimento para pesquisa de energia de baixo carbono até 2020.

B – O nível atual de apoio público à P & D nuclear (fissão e fusão) permaneceu constante em torno de US$ 4 bilhões por ano (em valor de 2014) desde 2000, em uma situação de "business as usual”. Além disso, em muitos países, o setor privado tem menos vontade de investir em P & D nuclear, por uma variedade de razões, incluindo sinais políticos mistos ou negativos, projetos de mercado de eletricidade que tiveram um impacto negativo no negócio da energia nuclear e percepções sobre o nível de risco financeiro exigido pelos investidores privados.

C – A indústria nuclear está atualmente realizando uma nova onda de projetos criativos em torno de tecnologias inovadoras de reatores (por exemplo, reatores modulares pequenos, reatores Gen IV), tecnologias transversais (por exemplo, transformação digital) e novas aplicações (por exemplo, dessalinização, aquecimento urbano indústria), todos exigindo investimentos significativos em P & D e novas abordagens inovadoras.

D – Espera-se que estes projetos abram novas oportunidades de mercado para o uso da energia nuclear juntamente com outras fontes de energia limpa, muitas vezes em setores onde possam contribuir decisivamente para o esforço de descarbonização (por exemplo, o setor de aquecimento)

E – Ao mesmo tempo, uma grande proporção da infraestrutura de P & D está se tornando obsoleta e precisa ser renovada não apenas para apoiar o desenvolvimento desta nova onda de reatores inovadores, mas também para produzir os radioisótopos necessários para o desenvolvimento da medicina nuclear.”

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