Comunidade nuclear reage aos erros de informações da reportagem sobre Angra 3 no Fantástico
Feio mesmo foram as opiniões de Gustavo Fernandes, professor de Administração da Fundação Getúlio Vargas. Pessoa desconhecida do meio nuclear, mas conhecido por profissionais e empresas do setor de gás. Sua fala defende "outras matrizes renováveis” e que "para a energia nuclear a festa acabou, chegamos atrasados e não tem mais festa”. Pior, porque, mesmo sendo professor da FGV, desconheceu ou desmereceu um trabalho realizado por profissionais de alta qualificação da própria fundação, que elaborou um trabalho brilhante, o Boletim de Conjuntura do Setor Energético, publicado no mês passado, que tem em seu editorial Porque falar sobre energia nuclear no Brasil? A publicação, que é dirigida por Carlos Otávio de Vasconcellos Quintella, ouve especialistas em energia nuclear no Brasil e debate a participação sobre a importância do uso da energia nuclear na matriz elétrica brasileira. Mas, pelo jeito, Gustavo Fernandes pode até ser um bom professor de administração, mas ao desconhecer e contradizer o trabalho da instituição que ele integra, jogar fora o trabalho de seu diretor falando sobre um assunto em que não é especialista, parece ter faltado a essa aula.
Na última sexta-feira (22), o Ministro Bento Albuquerque, de Minas e Energia, esteve na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, falando e ouvindo profissionais sobre a retomada das obras de Angra 3. Até mesmo o Diretor da FGV, Carlos Quintella, esteve lá e conversou com o ministro, se mostrando entusiasmado com a decisão do governo de retomar as obras com a participação do setor privado, uma grande alternativa. E de fato é. O interesse das empresas estrangeiras é muito grande. Até agora as que se mostraram interessadas e dar continuidade ao projeto são Rosatom, da Rússia, EDF e Framatome, da França, GE e Westinghouse, dos Estados Unidos e chinesa CNNC, da China, embora se saiba que eles estejam mais interessados nas outras usinas nucleares previstas e não em terminar uma obra que não participaram e nem usará equipamentos que não foram fabricados por eles.