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Projeto desenvolve, no CSL, cadeia produtiva de insetos para o consumo humano

Fonte: Universidade Federal de São João Del-Rei

A UFSJ é uma das instituições parceiras de uma iniciativa pioneira no Brasil na área de alimentos, que busca novas fontes alternativas de proteínas para a alimentação humana. Trata-se do Projeto PROTINA, que reúne importantes instituições de pesquisa nacionais, que buscam o desenvolvimento da cadeia produtiva de insetos comestíveis para o consumo humano. Recentemente, o projeto foi um dos aprovados, em sua totalidade, na Chamada Pública do Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação (MCTI/FINEP).

A professora do Departamento de Engenharia de Alimentos (DEALI), Ana Karoline Ferreira Ignácio Câmara, que trabalha no Campus Sete Lagoas (CSL), coordena uma das frentes do PROTINA, que reúne cientistas do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL), Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e EMBRAPA Agroindústria de Alimentos.

Novo alimento

O Projeto PROTINA tem como foco a cadeia produtiva do Tenebrio molitor, um besouro conhecido popularmente como "bicho-da-farinha”. A espécie é uma das mais estudadas e adequadas à produção em escala industrial em seu estágio de larva, tanto devido ao seu valor nutricional – com elevados valores proteicos e de minerais – quanto à sua facilidade de criação.

Some-se a esses fatores o Tenebrio ser considerado um reciclador de nutrientes, já que são capazes de se desenvolver a partir de substratos como resíduos orgânicos vegetais diversos, possuindo, assim, forte apelo de fornecimento de proteína mais sustentável. Ainda de acordo com a professora Ana Karoline, a pesquisa está alinhada com o que já acontece no mundo, uma vez que o consumo humano de insetos comestíveis na Europa tem avançado consideravelmente.

Do ponto de vista regulatório, o consumo seguro das larvas secas do Tenebrio molitor foi avaliado e aprovado pela autoridade europeia para a segurança dos alimentos (EFSA), como novo alimento nos termos do regulamento da entidade. "Atualmente, é possível encontrar em gôndolas de supermercados, em países como a Holanda, barrinhas de cereais, biscoitos e massas com adição de insetos comestíveis. No Brasil, ainda não há regulamentação para o consumo de insetos e as pesquisas ainda são bastante incipientes. Há muitos estudos sobre a suplementação da alimentação animal com insetos comestíveis”, explica.

Pioneirismo

A professora da UFSJ afirma que se envolveu com o grupo que deu origem ao PROTINA no início de suas pesquisas para o desenvolvimento de produtos cárneos híbridos com proteínas de insetos, realizadas no CSL. "Por intermédio do professor Casé Oliveira, presidente da Associação Brasileira de Criadores de Insetos, conheci diversos produtores do Tenebrio molitor. Eles eram também pesquisadores de relevantes instituições de ensino e pesquisa, como USP e IPEN. A partir dessa parceria inicial de fornecimento das larvas para as pesquisas, surgiu o convite para escrevermos juntos o Projeto PROTINA, com a temática de insetos comestíveis na qual já estávamos trabalhando”, informa.

O Projeto terá duração de 36 meses e as instituições parceiras vão desenvolver várias frentes de pesquisa relacionadas ao bicho-da-farinha. O IPEN ficará responsável pelo fornecimento da espécie para as demais instituições, aplicando diversas tecnologias avançadas de conservação para garantir matéria-prima de qualidade, enquanto a EMBRAPA terá um papel relevante no desenvolvimento de ingredientes tendo como base este inseto e durante toda a condução do projeto identificará marcadores moleculares para os ingredientes e produtos. "As demais instituições (ITAL, UNICAMP e UFSJ) serão preponderantes no desenvolvimento de produtos de panificação e cárneos visando à maior aplicabilidade possível dos ingredientes desenvolvidos. Na UFSJ, no Laboratório de Carnes do CSL, serão desenvolvidos produtos cárneos reestruturados, como hambúrgueres com adição de proteínas dos insetos.”

O Projeto PROTINA foi aprovado na chamada pública FINEP FOODTECHS e é pioneiro no país, uma vez que não há nada ainda nem semelhante com o que foi proposto na área de insetos comestíveis para alimentação humana. Foi também o único projeto aprovado na linha temática 1, denominada "Pesquisa, desenvolvimento e inovação focada nos sistemas alimentares contemporâneos, novos ingredientes, proteínas alternativas e novas tecnologias de alimentos”, obtendo a totalidade de recursos.

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