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IPEN apresenta projetos na área de biocombustíveis e novas energias a gestores do Estado de São Paulo

Secretário Lucas Ferraz manifestou entusiasmo com a possibilidade de produção do hidrogênio verde a partir do etanol, que é uma “vantagem comparativa”, uma vez que São Paulo é o maior produtor mundial de etanol.

O Brasil pode se beneficiar do selo ‘Hidrogênio Verde’, e o Estado de São Paulo tem todas as condições de ser protagonista na indústria de biocombustíveis e novas energias, tendo a ciência como balizadora de políticas públicas. Quem afirma é o pesquisador Fábio Coral Fonseca, gerente do Centro de Células a Combustível e Hidrogênio (CECCO) do IPEN.

Nesta terça-feira, 24, Lucas Ferraz e Marisa Barros, respectivamente secretário de Negócios Internacionais e subsecretária de Energia e Mineração do Estado de São Paulo, visitaram o IPEN, e Fonseca fez uma apresentação sobre as pesquisas desenvolvidas no Instituto, desde que foi implementado o Programa Brasileiro de H2 e Células a Combustível, em 2002.

Célula a combustível é um dispositivo de conversão direta da energia química de um combustível em eletricidade. As chamadas SOFCs – do inglês Solid Oxide Fuel Cell (Célula a Combustível de Óxido Sólido) são as mais eficientes para essa conversão direta e, por isso, têm recebido atenção da comunidade científica e de vários desenvolvedores que têm investido no uso dessa tecnologia em diversas aplicações.

O IPEN pesquisa síntese, processamento, caracterização, fabricação e testes de SOFCs unitárias e materiais componentes. "Nossas foco principal é o uso de combustíveis alternativos ao hidrogênio, como o bioetanol e o gás natural”, diz Fonseca. Os estudos – acrescenta – são desenvolvidos em colaboração com instituições nacionais e estrangeiras, por meio de intercâmbio de pesquisadores e alunos de pós-graduação.

Fonseca apresentou o potencial do etanol na economia do hidrogênio e mencionou o acordo de parceria com a Nissan, firmado em 2019 e renovado em junho de 2022, visando o desenvolvimento de um veículo movido por SOFC que gera energia elétrica a partir da utilização do bioetanol. "A ideia é avaliar e viabilizar diferentes componentes e torná-los adequados para uso em possíveis projetos em escala comercial”.

Outra colaboração citada por Fonseca visa o desenvolvimento da nova geração de ônibus a hidrogênio aproveitando o H2 do sistema produtivo da Eletronuclear, basicamente do Parque Almirante Álvaro Alberto, em Angra dos Reis (RJ). Esse estudo tem a participação da Schwaben Engenharia, empresa do grupo alemão Lauer & Weiss, com mais de 15 anos de experiência no segmento automotivo.

Os principais resultados do Centro liderado por Fonseca, nos últimos cinco anos, estão nos 120 papers (artigos científicos) publicados em revistas de alto impacto, cinco patentes, na formação de 25 mestre e 20 doutores, orientados por pesquisadores do CECCO e no livro "O IPEN e a economia do Hidrogênio", com lançamento ainda este semestre. "Nós temos todas as condições para ser balizadores de políticas públicas em novas energias e estamos à disposição do Estado de São Paulo”, salientou.

Políticas públicas

De acordo com Marisa Barros, a visita ao IPEN foi ‘muito oportuna’ considerando que o Estado de São Paulo está estruturando o seu Plano Estadual de Energia, no horizonte de 2050. "Foi uma grata surpresa essa visita e a possibilidade de conhecer diversos projetos que coadunam e são aderentes à meta principal do Plano, que é alcançar emissões líquidas de carbono zero no horizonte programado”.

Conhecer as rotas de produção de H2 de baixo carbono a partir etanol é fundamental para os objetivos do Plano, uma vez que o etanol é importante vetor energético do Estado de São Paulo, avalia a subsecretária de Energia e Mineração, cuja pasta está vinculada à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (SEMIL), tendo a procuradora federal Natália Resende como titular.

"É muito relevante que a comunidade científica e a sociedade em geral tenham conhecimento de que o hidrogênio de baixo carbono, incluindo aí o renovável, o verde, pode sim ser obtido a partir do etanol, que é um insumo importante no Estado de São Paulo, isso foi bastante positivo e isso se reflete como uma estratégia de mitigação no âmbito do Plano Estadual”, destacou Barros.

"Verde e amarelo”

Uma das questões levantadas pelo secretário Lucas Ferraz foi quanto a viabilidade e a necessidade de aumentar a escala do que já é oferecido no setor da economia do hidrogênio. "Vocês são a inteligência, nós somos os formuladores de políticas públicas e vamos viabilizar o que vocês sugerirem”, afirmou, dizendo-se "muito impressionado” com os projetos desenvolvidos pelo IPEN na área de energia renovável.

Ferraz comentou que o momento internacional está abrindo uma "nova janela de oportunidades” para atração de investimentos no Estado de São Paulo e que há um entusiasmo com a possibilidade de produção do hidrogênio verde a partir do etanol, que é uma "vantagem comparativa”, uma vez que São Paulo é o maior produtor mundial de etanol.

O secretário salientou o avanço das pesquisas no IPEN e adiantou a expectativa de parceria, "num futuro próximo”, entre as instituições de C&T, envolvendo "toda a capacidade científico-tecnológica do Estado e o Governo, na montagem de políticas públicas adequadas capazes de tornar realidade essas novas tecnologias em energia renovável”.

Fábio Coral Fonseca ressaltou que a visita da comitiva do Governo é "uma mudança de paradigma” e que é função do IPEN assumir protagonismo. "Essa aproximação com o Estado de São Paulo é muito importante, e ficamos muito contentes de saber que o poder público veio até o IPEN se informar para embasar suas decisões de políticas públicas nas opiniões científicas”.

O pesquisador destaca que uma parceria com o Estado pode trazer muitos benefícios. "Espero que percebam a qualidade dos projetos que a gente tem capacidade de desenvolver e que podem determinar rumos futuros para uma transição energética, descarbonização da indústria, de modo que São Paulo continue tendo protagonismo na indústria de biocombustíveis e novas energias. Temos todas as condições de criar e consolidar o selo ‘Verde e Amarelo’”, finalizou.

No IPEN

Lucas Ferraz e Marisa Barros foram recepcionados no IPEN pelo superintendente Wilson Calvo e pela diretora substituta Isolda Costa. Eles vieram acompanhados de Thiago Rodrigues São Marcos Nogueira e Carina Dolabella, assessor especial e assessora técnica da SENI, e de Jacqueline Faiolo Terto de Oliveira e Ricardo Cantarani, assessores da Subsecretaria de Energia e Mineração da SEMIL.

Os projetos desenvolvidos no CECCO contam com várias colaborações nacionais, entre elas a Universidade Federal do ABC (UFABC), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e Instituto Nacional de Tecnologia (INT), e são financiados por diversos projetos de agências de fomento como a FAPESP, CNPq, CAPES e FINEP.

Estava prevista uma visita aos laboratórios do CECCO, mas, devido à agenda do secretário, ficou para outra oportunidade.

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