Centro de Novas Energias, com participação do IPEN/CNEN, inaugura sede na Unicamp
Fábio Coral Fonseca, do Centro de Células a Combustível, é o pesquisador principal do projeto no Instituto. Ele coordena a Divisão Metano a Produtos.
O Centro de Inovação em Novas Energias (CINE), resultado de uma parceria que envolve Unicamp, USP, IPEN/CNEN, Fapesp e a empresa Shell, inaugurou nesta quarta-feira, 15, a sua sede própria, localizada na Cidade Universitária Zeferino Vaz, em Campinas. A solenidade foi aberta pelo pró-reitor de pesquisa da Unicamp, professor João Marcos Travassos Romano.
Criado em 2018 com a missão de "participar ativamente” da transição de uma matriz energética na qual predominam os combustíveis fósseis para uma economia baseada em fontes renováveis, o CINE visa a otimizar as novas formas de gerar e armazenar energia por meio de dois eixos principais: pesquisa na fronteira do conhecimento e transferência de tecnologia à indústria.
Representando o reitor, professor Tom Zé, Romano cumprimentou a todos e comentou sobre o papel da sua pró-reitoria tem um papel acadêmico forte de incentivar programas de pesquisa por meio do fundo de pesquisa da Unicamp, mas não pode prescindir de pensar também na inovação, no aspecto de colaboração e interação com o setor produtivo.
"Essas iniciativas de Centros de Pesquisas com a Fapesp são extraordinárias e estão entre as nossas prioridades da gestão do professor Tom Zé e na minha, como pró-reitor de pesquisa. Desde já incentivamos para que centros como este floresçam na Unicamp, em um futuro de curto prazo, e o CINE é um grande exemplo”, afirmou.
O CINE possui quatro Divisões: Portadores Densos de Energia-DEC e (2) Armazenamento Avançado de Energia (AES), ambas na própria Unicamp, (3) Conversão do Metano para Produtos-M2P, no IPEN/CNEN, e (4) Ciência Computacional de Materiais e Química-CMSC, na USP. Fábio Coral Fonseca, do Centro de Células a Combustível (CECCO), é o pesquisador principal do projeto no Instituto.
Para ele, a conclusão da sede física é muito emblemática porque materializa o CINE, que agora tem um endereço. "É uma sede bonita, moderna, e a ideia dos centros de pesquisa da Fapesp é que, depois das duas renovações, tenham a capacidade de atrair novas empresas, que tenham projetos em sua carteira externos à Shell, a Shell quer que isso aconteça, é o seu modelo de inovação é um sistema aberto, ela não pede propriedade intelectual da gente”.
Além de Fonseca, também estiveram presentes pelo IPEN/CNEN o superintendente Wilson Calvo, o gerente de Internacionalização, Niklaus Wetter, representando a diretora de Pesquisa, Desenvolvimento e Ensino, Isolda Costa, e Miguel Negro, pesquisador do CECCO e membro da equipe do CINE.
Excelência
Ana Flavia Nogueira, coordenadora da Divisão 1-DEC e diretoria do CINE, agradeceu aos representantes das instituições líderes do CINE, aos membros da Shell presentes, aos colaboradores, pesquisadores principais, parceiros da indústria e a todos os profissionais que trabalharam para que a inauguração da sede do CINE fosse concretizada ainda este ano de 2021.
Rubens Maciel (Faculdade de Engenharia Química/Unicamp) coordena a Divisão 2-AES, Fonseca (IPE/CNEN) a Divisão 3-M2P, e Juarez da Silva (USP em São Carlos) a Divisão 4-CMSC. "Juntar todos – somos pesquisadores de três diferentes instituições que não estão na mesma cidade – não foi uma tarefa fácil. Tenho orgulho de dizer que, após três anos de atividades, o CINE é um sucesso”, acrescentou Nogueira.
Segundo relatou, são 20 projetos em andamento, 275 membros, entre pesquisadores, bolsistas e técnicos, 303 artigos científicos, muitos dos quais em revistas de impacto. Segundo Nogueira, mesmo com a pandemia, o número de publicações em 2021 superou o de 2020. "Todos vocês estão de parabéns por fazerem do CINE um centro de excelência em pesquisas em novas energias”.
O CINE tem ainda os coordenadores Pablo Sebastián Fernandez, para a área de Transferência de Tecnologia, e Juarez da Silva, para Educação e Difusão do Conhecimento. O Comitê Executivo é formado por Nogueira, pelos coordenadores dos programas de pesquisa e por Camila Brandão, gerente do Programa de Pesquisa e Tecnologia em Novas Energias da Shell. Representantes da Fapesp e da Shell compõem o Comitê Gestor.
"Parceria do futuro”
O diretor geral de Tecnologia da Shell no Brasil, Olivier Wambersie, comentou que era "um prazer e uma honra” estar na inauguração porque, pessoalmente, gosta muito do ambiente acadêmico, no âmbito de P&D e inovação, e como dirigente da Shell, pela associação da empresa a um centro de excelência.
"Temos um desafio mundial enorme, no olho do furacão, e estamos na linha de frente para combater o furacão. E, particularmente, acho que é o melhor lugar onde ficar, porque todo mundo tem seu pedaço a fazer, afinal, estamos comprometidos com C&T, mas também com nossos filhos, netos e as gerações futuros, que dão impulso mais emocional no nosso trabalho”.
A Shell comercializa atualmente 5% da energia no mundo. De acordo com Wambersie, a empresa pretende se tornar uma das maiores fornecedoras mundiais. "Então, é um papel social importante. "Nosso objetivo é destinar 30% do nosso investimento em P&D a partir de 2022, especificamente a projetos que vão ajudar nesse propósito, e o CINE é a chave desta virada”.
Wambersie concluiu dizendo que "esse desafio mundial não termina em 2030, 2040 ou mesmo 2050”. Para ele, parcerias como essa, envolvendo universidades e instituições de pesquisa, devem continuar. "Sou porta-voz da Shell, e quero muito ajudar para que continuemos a crescer no investimento e na qualidade do trabalho, porque, realmente, essa parceria é a parceria do futuro”.
Ao final, Camila Brandão, em nome da Shell, convidou todos os presentes para o descerramento da placa que marca a inauguração da nova sede. Também estava presente Alexandre Breda, executivo da Shell e vice-diretor-geral do Research Centre for Gas Innovation (RCGI), um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) com sede na Escola Politécnica da USP financiado por Fapesp e Shell.