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Ciclo de combustível e minerais estratégicos necessitam de valor agregado, apontam especialistas, durante Conferência Temática promovida pela CNEN

A Conferência Temática "Ciência e Tecnologia Nuclear", foi realizada como evento preparatório para a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação do MCTI a ser realizada em junho

O Brasil tem um grande potencial como reserva mundial de urânio e minerais estratégicos, mas é essencial que haja investimento em novas tecnologias para se conhecer e acessar as reservas de urânio existentes no país. Essa foi a tônica dos debates no painel "Ciclo do Combustível, Minerais Estratégicos”, da Conferência Temática Ciência e Tecnologia Nuclear, realizada nos dias 20 e 21, na sede da CNEN, no Rio de Janeiro.

Um dos participantes foi o geólogo e pesquisador do Serviço Geológico Brasileiro (SGB), Hugo Polo. Ele ressaltou o potencial do Brasil, mas advertiu que os avanços dependem também de pessoal qualificado e de um sistema de dados que apontem áreas produtivas, possibilitando mais conhecimento sobre as reservas de urânio no Brasil. O uso da tecnologia vai impactar o ciclo do combustível e de minerais estratégicos para o setor nuclear, segundo Hugo.

Francisco André Barros Conde, secretário de acompanhamento e gestão de assuntos estratégicos do Gabinete de Segurança Institucional (SAGAE-GSI/PR), ratificou a capacidade estratégica que o Brasil tem para desenvolver e aprimorar as tecnologias no setor de combustíveis nucleares, "mas faltam mais investimentos”.

"A capacidade estratégica já faz parte do nosso poder nacional. O Brasil lutou muito para atingir umaciência e tecnologia avançada no setor nuclear e que agora não pode ser perdida”, destacou Francisco André Conde.

Conde salientou que as discussões sobre a produção de combustível nuclear pela indústria brasileira estão ligadas aos projetos estruturantes coordenados pela CNEN, como o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) e o Laboratório de Fusão Nuclear (LFN), e também aos projetos da Marinha do Brasil.

"Estes projetos vão trazer um arrasto tecnológico muito grande para o País e por isso é essencial criar toda uma atratividade para garantir pessoal qualificado para esta indústria”, finalizou.

Maximiliano Delany Martins, chefe da Divisão de Segurança Nuclear e Radiológica (DISER-CNEN) e mediador do painel, afirmou que a discussão sobre o ciclo de combustível nuclear e os minerais estratégicos foi rica e importante ao evidenciar a necessidade de transformar as reservas minerais de urânio e outros materiais que compõem os elementos radioativos nucleares em bens e riqueza para a sociedade.

"Todos foram unânimes em dizer que o país é rico em recursos para a área nuclear e, por isso, necessitamos de uma indústria que consiga extrair e agregar valor a estes recursos para que não seja importado o que temos aqui”, explicou Maximiliano Martins.

As demandas levantadas durante a conferência temática farão parte do documento que será elaborado e apresentado pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) na 5a Conferência Nacional, que será realizada no mês de junho em Brasília, pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e inovação (MCTI).

O painel "Ciclo de combustível e minerais estratégicos” contou ainda com as participações dos palestrantes: Adauto Seixas, representando as Indústrias Nucleares do Brasil (INB), Luís Cláudio Farina, oficial das Forças Armadas da Marinha do Brasil (MB) e John M. A. Forman, consultor independente/INB.

A contar pela presença dos representantes das instituições, a participação do público e a intensidade das discussões durante as mesas, o evento pode ser considerado um sucesso. Os resultados sobre tudo que foi discutido nos dois dias será apresentado na 5ª Conferência Nacional de CT&I, organizada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, a ser realizada em Brasília no mês de junho de 2024.

Segundo o diretor de pesquisa e desenvolvimento da CNEN, Wilson Calvo, todos os temas apresentados e discutidos durante a conferência temática "Ciência e Tecnologia Nuclear”, foram importantes. Porém, as discussões que focaram nas pessoas e na gestão do conhecimento foram os maiores ganhos por terem destacado a importância dos atores (públicos e privados) que fazem o setor nuclear brasileiro acontecer.

Ulysses Varela
Bolsista BGE-DA/IPEN-CNEN


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