Clipping de Notícias
-
- 10/05/2024 - IFRO é representado no I Seminário IPEN-CNEN de Projetos de InovaçãoProfessor do Campus Calama, Carlos Bauer, foi avaliador externo do evento
Professor do Campus Calama, Carlos Bauer, foi avaliador externo do evento
Fonte: Instituto Federal de Rondônia
O Instituto Federal de Rondônia (IFRO) foi representado no I Seminário IPEN-CNEN de Projetos de Inovação pelo professor Carlos Augusto Bauer Aquino. Doutor em Tecnologia Nuclear pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), o docente participou como avaliador externo no evento, ocorrido no mês de abril, que apresentou, durante dois dias, os resultados parciais de 43 projetos de pesquisas de coordenadores e bolsistas de pós-doutorado. As pesquisas avaliadas são ligadas às seguintes áreas de conhecimento: Nuclear, Energia, Meio Ambiente, Indústria e Saúde.
O professor Carlos Bauer destacou a importância do convite para participar do I Seminário IPEN-CNEN, integrando a banca de avaliadores sobre a aplicabilidade dos projetos de pesquisa apresentados, como também a possibilidade de reencontrar orientadores e colegas com os quais participou em sua época de doutorado em Tecnologia Nuclear. "Essa aproximação é muito gratificante para conhecermos os trabalhos em andamento, principalmente para nós que estamos distantes, aqui na Região Norte, como também para poder encontrar com antigos colegas e orientadores”, opinou.
Parceria com o IPEN
Carlos Bauer é professor do Ensino Técnico e Tecnológico do Campus Porto Velho Calama. Graduado em Engenharia Mecânica e Mestre em Física e Meio Ambiente, veio para o IFRO ainda em 2010 para auxiliar na montagem do Curso de Engenharia e Automação. Após esse período, foi Chefe do Departamento de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação do Campus Porto Velho Calama, quando participou da estruturação da parceria junto ao IPEN, que formalizou o primeiro convênio que ofereceu 40 vagas e possibilitou criar o primeiro grupo de mestrandos e doutorandos do IFRO para professores em todo o Estado, quando ele também concluiu o doutorado em Tecnologia Nuclear. No Campus Calama, destaca o professor, "temos a professora Cristiane Silvestrini que fez o seu mestrado, o professor Rogério Barreto; o professor Leonardo Leocádio, nosso Diretor-Geral, e tantos outros colegas professores dos campi do interior que já conseguiram suas titulações como mestres ou doutores e outros que provavelmente estejam finalizando seus estudos. Esse convênio com o IPEN foi muito importante porque foi o primeiro que a gente conseguiu com uma instituição externa, posto que até essa fase nossas parcerias eram somente com a Universidade Federal de Rondônia (Unir)”, enfatiza.
Carlos Bauer acredita que seja viável trazer à luz a possibilidade de recriar a parceria. Segundo ele, "na época, foi o IPEN o único instituto que se mostrou interessado, ao contrário de outras instituições, e que trabalhou pari passu com a gente e os frutos estão aí, com nossos colegas com titulação e agora, dependendo do que conseguirmos organizar, abrirmos portas para outros colegas que tenham feito lá o mestrado e queiram continuar o doutorado ou o pós-doutorado”, informando que já conversou a respeito com o atual chefe do Departamento de Pesquisa, professor Willians Pereira, para pensar numa nova parceria.
O convênio com o IPEN possibilitou a titulação de 15 professores, sendo quatro Doutores e onze Mestres e há ainda um doutorado em andamento. A taxa de titulação do instituto é de 78% entre os alunos efetivamente matriculados na pós-graduação. O Diretor-Geral do Campus Calama, professor Leonardo Pereira Leocádio, que cursou o mestrado pelo IPEN na área de materiais em blindagem de radiação, enalteceu o protagonismo do professor Carlos Bauer no processo que possibilitou formar vários mestres e doutores e disse que "será muito interessante se houver uma futura parceria entre as instituições IFRO/IPEN gerando novas oportunidades para nossos pesquisadores”, opinou.
Além de pesquisador e colaborador do IPEN, o professor Bauer é também pesquisador e colaborador do Royal Belgian Institute for Space Aeronomy - BIRA-IASB (Instituto Real Belga de Aeronomia Espacial (BIRA-IASB), em pesquisas de gases de efeito estufa na Amazônia, especificamente na região de Porto Velho.
Sobre o IPEN
O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) é uma autarquia vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (SCTI) do Governo do Estado de São Paulo e gerida técnica e administrativamente pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), do Governo Federal, localizado no campus da Universidade de São Paulo (USP). O instituto envolve onze centros de Pesquisas voltadas às áreas do Ensino e Informação; Biotecnologia; Nanotecnologia; Energias Sustentáveis; Tecnologia Química e Meio Ambiente; Materiais; Radiações; Saúde e Energia Nuclear.
Seminário
O I Seminário dos Projetos de Inovação IPEN foi organizado pela equipe do Escritório de Gestão de Projetos (SEEGP), que tem como gerente o Sr. Fernando J. F. Moreira, como resultado do Edital COPDE 06/2020, que destinou R$12 milhões para pesquisas, conforme informou a diretora do IPEN, Dra. Isolda Costa, detalhando que os Projetos Intercentros do IPEN-CNEN geram inovações e contribuem para a geração e emissão de novas patentes com pesquisas nas diversas áreas relativas ao ambiente; envolvendo o saneamento da água; na área de saúde, para busca de soluções ao tratamento de câncer; como também o desenvolvimento de nanopartículas para aplicação em células de tumor em exames de radioterapia, entre outras inovações.
-
- 09/05/2024 - Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação lança programa paulista de InovaçãoAlguns dos objetivos da iniciativa são apoiar empresas inovadoras, promover a internacionalização de startups paulistas consolidadas e desburocratizar o acesso ao Sistema Paulista de Ambientes de Inovação
Alguns dos objetivos da iniciativa são apoiar empresas inovadoras, promover a internacionalização de startups paulistas consolidadas e desburocratizar o acesso ao Sistema Paulista de Ambientes de Inovação
Fonte: Agência FAPESP
A Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo lançou na segunda-feira (06/05) o Programa de Inovação do Estado de São Paulo.
Alguns dos objetivos da iniciativa são apoiar empresas inovadoras, promover a internacionalização de startups paulistas consolidadas e desburocratizar o acesso ao Sistema Paulista de Ambientes de Inovação (SPAI).
"A ideia é tornar esses ambientes de inovação melhores e mais eficientes de modo que empresas inovadoras e startups tenham condições de se desenvolver a partir deles. Para isso esperamos investir no segundo semestre deste ano R$ 10 milhões, que representam o maior volume de recursos que o Estado de São Paulo já destinou para o SPAI”, disse o secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Vahan Agopyan.
De acordo com o secretário, atualmente há mais de 40 ambientes de inovação distribuídos por São Paulo, englobando parques tecnológicos, centros de inovação e incubadoras de startups, atuantes em diversos setores. A meta é dobrar esse número nos próximos anos. "Esperamos ter uma rede robusta de ambientes de inovação”, afirmou.
Para apoiar empresas inovadoras e estimular a internacionalização de startups paulistas, a Desenvolve SP – agência de fomento econômico do Estado de São Paulo – criará novas linhas de crédito. Durante o evento, realizado no auditório da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, representantes da agência anunciaram a criação de uma linha de financiamento para projetos de inovação de empresas em estágio pré-operacional, por exemplo, com recursos de até R$ 15 milhões e garantias facilitadas.
"Estamos em um momento crucial para alavancar o ecossistema de empresas inovadoras. Esse tipo de iniciativa visa impactar positivamente a economia e a sociedade, não apenas localmente, mas também em âmbito global”, avaliou Agopyan.
O secretário destacou o papel desempenhado pela FAPESP na geração de empresas inovadoras de base científica e tecnológica no Estado de São Paulo. "A FAPESP é uma entidade que há 27 anos incentiva o trabalho conjunto de grupos de pesquisa junto com as empresas que querem inovar no Estado de São Paulo. Além disso, tem uma série de programas voltados a incentivar a transformação do conhecimento em benefício da sociedade”, sublinhou.
Pesquisa em empresas
De acordo com Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP, os principais objetivos da política de inovação da Fundação são consolidar a atividade de pesquisa nas empresas e estimular os investimentos do setor privado para essa finalidade.
"No Brasil, a maior parte da pesquisa científica e tecnológica ocorre em universidades e instituições de pesquisa. Se olharmos para os países líderes em inovação, onde também está a maior parte dos ganhadores do prêmio Nobel, a pesquisa ocorre com muita força nas empresas que fazem isso para serem competitivas”, apontou o dirigente da FAPESP em uma mesa-redonda na abertura do evento sobre como inovar em São Paulo.
Por meio do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) a FAPESP já apoiou 1,7 mil empresas de base tecnológica, instaladas em um quarto dos municípios de São Paulo, destacou Zago.
Outros programas mantidos pela Fundação voltados à inovação tecnológica são os Centros de Pesquisa em Engenharia e de Pesquisa Aplicada (CPEs/CPAs), constituídos em parceria com grandes empresas, como a Embraer, e o Ciência para o Desenvolvimento, implantado em parceria com secretarias estaduais e outros órgãos públicos paulistas, afirmou Zago.
"É dessa forma que a FAPESP tenta concretizar seu apoio à inovação tecnológica, que, para ter um avanço significativo, precisa ter uma sincronia de ações entre o governo, as empresas, universidades e agências de fomento à pesquisa”, avaliou.
"Na ausência de linhas estratégicas de ciência e tecnologia definidas não conseguimos priorizar investimentos, articular ações entre os governos federal, estadual e municipal e conjugar as competências das universidades, dos institutos de pesquisa, do setor privado e do governo. No âmbito do Estado, somente o governo estadual detém liderança suficiente para organizar todas essas entidades ao longo de eixos setoriais, priorizados segundo as necessidades, oportunidades e aquilo que está disponível em cada região”, avaliou.
Um dos focos da atual política de desenvolvimento econômico no Estado de São Paulo é explorar as vocações regionais, disse o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Jorge Lima.
De acordo com dados apresentados por ele, 81% do Produto Interno Bruto do Estado de São Paulo está concentrado na região metropolitana, nos municípios de São Paulo (50%), Campinas (20%), São José dos Campos (5,8%) e Sorocaba (5,1%).
"Nossa política de governo é descentralizar isso. A estratégia é usar a inovação, os institutos tecnológicos, as Etecs [escolas técnicas estaduais] e Fatecs [faculdades de tecnologia estaduais] para desenvolver as vocações locais dos municípios paulistas”, afirmou.
-
- 09/05/2024 - Novo método de terapia fotodinâmica pode erradicar o melanoma ocular, mostra estudoEm testes inéditos realizados com camundongos, a irradiação com laser pulsado de femtosegundo se mostrou eficaz e segura, abrindo caminho para um tratamento direcionado e minimamente invasivo da doença no futuro
Em testes inéditos realizados com camundongos, a irradiação com laser pulsado de femtosegundo se mostrou eficaz e segura, abrindo caminho para um tratamento direcionado e minimamente invasivo da doença no futuro
Fonte: Agência FAPESP
Pesquisadores do Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF), um CEPID da FAPESP alocado no Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC-USP), e colaboradores da University of Toronto e Princess Margaret Cancer Center, do Canadá, reportaram pela primeira vez o uso eficaz de um tipo específico de fototerapia para erradicar o melanoma ocular em camundongos. Baseada em laser pulsado, a técnica envolve a aplicação de uma grande quantidade de luz por um curto período de tempo para a ativação de um fármaco.
O estudo, publicado recentemente no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences, abre caminho para um possível tratamento futuro menos drástico para a doença. As estratégias atuais apresentam baixa efetividade e envolvem, em muitos casos, radiação ionizante e remoção do olho afetado do paciente.
Técnica já utilizada no tratamento do carcinoma basocelular (tipo mais comum de câncer de pele), a terapia fotodinâmica envolve o uso da luz para a ativação de fármacos, em condições adequadas de radiação e na presença de oxigênio (todas as células – de câncer ou normais – precisam do oxigênio para realizar suas funções metabólicas). O melanoma, um dos tipos de câncer mais agressivos, no entanto, tem se mostrado um desafio, por conta da melanina, um pigmento escuro que compete com o medicamento fotossensibilizador pela absorção da luz.
Outra dificuldade é que biomoléculas como a melanina fazem com que os fótons (partículas que compõem a luz) mudem sua direção de propagação e se espalhem. Dessa forma, poucos vão verdadeiramente ser transmitidos e atingir tecidos mais profundos.
Para otimizar a resposta da terapia fotodinâmica nos melanomas cutâneos, esse mesmo grupo de pesquisa já havia testado com sucesso a associação com agentes clareadores ópticos, que modificam as propriedades ópticas do tumor previamente, permitindo maior penetração da luz. Neste estudo, financiado pela FAPESP, foi a vez de testar uma estratégia eficaz para os melanomas oculares, que impõem ainda mais dificuldade de tratamento por sua localização.
Os cientistas investigaram um regime de irradiação de lasers pulsados chamado femtossegundo. Esse tipo de laser é capaz de fornecer uma grande quantidade de energia em um tempo extremamente curto – num pulso de 10-15 segundos e localizado, diminuindo o risco de dano em tecido sadio adjacente.
Os testes foram realizados com camundongos doentes, que, após serem submetidos à terapia para a ativação do fármaco Visudyne, utilizado para o tratamento da degeneração macular, passaram a não apresentar nenhum tumor residual visível.
"Observamos que o método nos permite entregar dois fótons, com metade da energia necessária cada, e, como isso ocorre em um período de tempo extremamente curto, a molécula biológica basicamente não percebe, permitindo sua chegada”, explica Cristina Kurachi, professora do IFSC-USP e coordenadora do estudo pela equipe brasileira – a equipe canadense foi liderada por Brian Wilson, professor do Departamento de Biofísica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade de Toronto. "Foi a primeira vez que isso foi reportado em publicações científicas.”
"Ainda mais interessante: a técnica foi mais eficaz nos tumores pigmentados, mostrando que a melanina atua como um mediador do tratamento”, completa Layla Pires, pesquisadora do Princess Margaret Cancer Center (Canadá) e do Instituto de Física de São Carlos da USP. "Esses resultados trazem uma nova perspectiva na área de biofotônica e quebram o paradigma de que lesões pigmentadas não podemser erradicadas com terapias à base de luz.”
Também foi demonstrado que o método é seguro, uma vez que não causou danos nas estruturas adjacentes. "O tratamento se mostrou altamente seletivo e efetivo”, relata Kurachi.
A pesquisadora cita ainda outra possível vantagem em potencial da terapia fotodinâmica: diversos estudos ao redor do mundo vêm indicando sua capacidade de induzir a resposta imunológica, melhorando a ativação do sistema imune do próprio organismo para também atuar nessa eliminação de tumores.
Perspectivas
A descoberta abre caminho para, no futuro, possibilitar um tratamento para o melanoma ocular mais efetivo, que ofereça o mínimo de efeito colateral – atualmente, os tratamentos disponíveis apresentam baixa efetividade e risco de 50% de o paciente desenvolver metástase (e, quando metastático, a sobrevida é de apenas quatro a 13 meses).
No entanto, embora acene com ótimas perspectivas, ainda são necessárias diversas etapas – e muitos anos de estudos – para que esse tipo de terapia possa ser utilizado na prática. "Realizamos apenas a primeira fase da pesquisa, que é justamente mostrar que o método é efetivo e seguro; os próximos passos incluem testes em camundongos humanizados com melanoma de origem humana e primeiros estudos em humanos”, lembra Kurachi.
Além disso, os instrumentos específicos para essa abordagem ainda estão em fase de desenvolvimento. Durante o estudo, os pesquisadores utilizaram microscópio, mas a ideia é que o tratamento propriamente dito seja feito com oftalmoscópios (aparelhos para a visualização da retina) ajustados, tecnologia que já vem sendo criada por outros grupos de pesquisa.
"A expectativa é que esse estudo sirva de fundamento para expandir o uso da tecnologia para outros tumores oncológicos, como o retinoblastoma, que afeta crianças”, diz Pires.
O estudo incluiu especialistas de diversas áreas, como biofotônica, óptica e medicina translacional, e também contou com o financiamento das seguintes instituições: Cancer Prevention and Research Institute of Texas (EUA), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes, Brasil), Governor's University Research Initiative (EUA), Henry Farrugia Research Fund (Canadá), Princess Margaret Cancer Center Foundation Invest-in-Research Fund (Canadá) e Vision Science Research Program Award (Canadá).
O artigo Femtosecond pulsed laser photodynamic therapy activates melanin and eradicates malignant melanoma pode ser lido em: https://www.pnas.org/doi/10.1073/pnas.2316303121.
-
- 08/05/2024 - IPEN e USP, desenvolvem baterias leves para futuros aviões elétricosCarros elétricos são comuns, mas aviões elétricos não. diante disso, pesquisadores do IPEN e da USP criaram baterias de chumbo inovadoras.
Carros elétricos são comuns, mas aviões elétricos não. diante disso, pesquisadores do IPEN e da USP criaram baterias de chumbo inovadoras.
Fonte: Engenharia éSe a presença de carros elétricos nas garagens já é uma realidade, por que ainda não vemos aviões voando com essa mesma energia? A resposta reside, em grande parte, na questão do armazenamento de energia, evidenciada pela dificuldade de manipular as cerca de 250 kg de uma bateria de carro elétrico.Além disso, as baterias convencionais enfrentam desafios como a necessidade de água, um componente pesado e suscetível a congelamento em altitudes elevadas.Diante desses obstáculos, pesquisadores do IPEN (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares) e da USP (Universidade de São Paulo) desenvolveram uma tecnologia inovadora para baterias à base de chumbo, oferecendo um armazenamento de energia mais leve e seguro, sem os riscos de explosão ou congelamento.Apesar do uso de chumbo, essa nova bateria se destaca ecologicamente em relação às baterias de íons de lítio, sendo 20 vezes mais leve do que as baterias de chumbo convencionais encontradas em carros a combustão. Além disso, sua versatilidade permite operar em temperaturas extremas, algo inviável para as baterias disponíveis no mercado atualmente.Aprimorando a tecnologia de baterias de chumboEssa nova bateria resulta da combinação de duas inovações de engenharia: o chumbo em forma de nanopartículas, uma reinvenção dos eletrodos utilizados anteriormente, e uma membrana extremamente leve e compacta que substitui a água presente nas baterias convencionais.Ao invés de grandes estruturas rígidas, o sistema se apresenta como uma fita flexível capaz de armazenar mais energia em um espaço significativamente menor. Isso se deve à ampliação da área de contato do eletrodo, que, ao ser dividido em milhões de nanopartículas de chumbo, aumenta consideravelmente essa área.Apesar do declínio no uso do chumbo, este material é mais seguro, facilmente reciclável e abundante em comparação com o lítio, frequentemente utilizado em baterias modernas. Além disso, as baterias de lítio têm sido associadas a problemas de reciclagem e dependem do cobalto, cuja extração causa impactos ambientais significativos.Potencial para diversas aplicaçõesAo reduzir o peso das baterias, abre-se um leque de possibilidades de aplicação em dispositivos antes não considerados, como celulares, computadores e outros aparelhos eletrônicos.A tecnologia combina nanopartículas de chumbo, com dimensões de 35 nanômetros de comprimento por 5 nanômetros de espessura, depositadas sobre uma camada de carbono e sustentadas por uma membrana plástica compacta. Isso resulta em uma célula a combustível PEM (membrana de troca de prótons), onde os prótons de hidrogênio se deslocam do polo negativo para o positivo através da membrana.Essa abordagem elimina a necessidade de água, substituída pela membrana plástica, e aumenta a capacidade de armazenamento de energia da bateria como um todo. Além disso, a flexibilidade do eletrodo de chumbo permite sua adaptação a diversas superfícies, tornando a bateria mais versátil.Um avanço globalEssa pesquisa representa um avanço significativo no cenário global, pois nos últimos anos os progressos em baterias de chumbo haviam se limitado a aditivos para reduzir a formação de crostas nos eletrodos convencionais.Os protótipos desenvolvidos têm aproximadamente 5 cm2 de área e uma espessura de 1,2 milímetro, mas a tecnologia pode ser facilmente escalonada. Além disso, essas baterias brasileiras são capazes de operar em uma ampla faixa de temperaturas, de -20 ºC a cerca de 120 ºC, e demonstraram estabilidade em testes de 500 ciclos de carga e descarga. -
- 08/05/2024 - IPEN e USP, desenvolvem baterias leves para futuros aviões elétricosCarros elétricos são comuns, mas aviões elétricos não. diante disso, pesquisadores do IPEN e da USP criaram baterias de chumbo inovadoras.
Carros elétricos são comuns, mas aviões elétricos não. diante disso, pesquisadores do IPEN e da USP criaram baterias de chumbo inovadoras.
Fonte: Engenharia éSe a presença de carros elétricos nas garagens já é uma realidade, por que ainda não vemos aviões voando com essa mesma energia? A resposta reside, em grande parte, na questão do armazenamento de energia, evidenciada pela dificuldade de manipular as cerca de 250 kg de uma bateria de carro elétrico.Além disso, as baterias convencionais enfrentam desafios como a necessidade de água, um componente pesado e suscetível a congelamento em altitudes elevadas.Diante desses obstáculos, pesquisadores do IPEN (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares) e da USP (Universidade de São Paulo) desenvolveram uma tecnologia inovadora para baterias à base de chumbo, oferecendo um armazenamento de energia mais leve e seguro, sem os riscos de explosão ou congelamento.Apesar do uso de chumbo, essa nova bateria se destaca ecologicamente em relação às baterias de íons de lítio, sendo 20 vezes mais leve do que as baterias de chumbo convencionais encontradas em carros a combustão. Além disso, sua versatilidade permite operar em temperaturas extremas, algo inviável para as baterias disponíveis no mercado atualmente.Aprimorando a tecnologia de baterias de chumboEssa nova bateria resulta da combinação de duas inovações de engenharia: o chumbo em forma de nanopartículas, uma reinvenção dos eletrodos utilizados anteriormente, e uma membrana extremamente leve e compacta que substitui a água presente nas baterias convencionais.Ao invés de grandes estruturas rígidas, o sistema se apresenta como uma fita flexível capaz de armazenar mais energia em um espaço significativamente menor. Isso se deve à ampliação da área de contato do eletrodo, que, ao ser dividido em milhões de nanopartículas de chumbo, aumenta consideravelmente essa área.Apesar do declínio no uso do chumbo, este material é mais seguro, facilmente reciclável e abundante em comparação com o lítio, frequentemente utilizado em baterias modernas. Além disso, as baterias de lítio têm sido associadas a problemas de reciclagem e dependem do cobalto, cuja extração causa impactos ambientais significativos.Potencial para diversas aplicaçõesAo reduzir o peso das baterias, abre-se um leque de possibilidades de aplicação em dispositivos antes não considerados, como celulares, computadores e outros aparelhos eletrônicos.A tecnologia combina nanopartículas de chumbo, com dimensões de 35 nanômetros de comprimento por 5 nanômetros de espessura, depositadas sobre uma camada de carbono e sustentadas por uma membrana plástica compacta. Isso resulta em uma célula a combustível PEM (membrana de troca de prótons), onde os prótons de hidrogênio se deslocam do polo negativo para o positivo através da membrana.Essa abordagem elimina a necessidade de água, substituída pela membrana plástica, e aumenta a capacidade de armazenamento de energia da bateria como um todo. Além disso, a flexibilidade do eletrodo de chumbo permite sua adaptação a diversas superfícies, tornando a bateria mais versátil.Um avanço globalEssa pesquisa representa um avanço significativo no cenário global, pois nos últimos anos os progressos em baterias de chumbo haviam se limitado a aditivos para reduzir a formação de crostas nos eletrodos convencionais.Os protótipos desenvolvidos têm aproximadamente 5 cm2 de área e uma espessura de 1,2 milímetro, mas a tecnologia pode ser facilmente escalonada. Além disso, essas baterias brasileiras são capazes de operar em uma ampla faixa de temperaturas, de -20 ºC a cerca de 120 ºC, e demonstraram estabilidade em testes de 500 ciclos de carga e descarga. -
- 07/05/2024 - Brasileiros criam bateria elétrica leve, flexível e sustentávelO novo tipo de bateria de chumbo, que usa nanotecnologia aliada a células de hidrogênio, foi totalmente desenvolvido no Centro de Células a Combustível e Hidrogênio do Ipen, em São Paulo
O novo tipo de bateria de chumbo, que usa nanotecnologia aliada a células de hidrogênio, foi totalmente desenvolvido no Centro de Células a Combustível e Hidrogênio do Ipen, em São Paulo
Fonte: Jornal da USP
Você já se perguntou por que não existem aviões comerciais elétricos, sem combustível? Se você tentar erguer os cerca de 250 kg da bateria de um carro elétrico com as próprias mãos, provavelmente encontrará a resposta. As baterias tradicionais precisam de grandes quantidades de barras de chumbo e também de água, que por si só é pesada. Além disso, essa água pode congelar nas baixas temperaturas das grandes altitudes. Parece inviável se o objetivo é levantar voo.
Por isso, pesquisadores do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) e do programa de pós-graduação em Tecnologia Nuclear da USP criaram uma nova tecnologia para baterias, detalhada no Journal of Energy Storage, que viabiliza o armazenamento de energia em um dispositivo mais leve e sem os riscos de explosão ou congelamento.
A nova bateria é muito mais viável ecologicamente do que as baterias de lítio e 20 vezes mais leve que uma pilha de chumbo convencional. A invenção também pode funcionar em temperaturas extremas, inviáveis para as baterias encontradas hoje no mercado.
O dispositivo combina duas novidades da engenharia: as nanopartículas de chumbo, uma reinvenção em formato flexível dos eletrodos mais antigos — de quando o lítio ainda não dominava o mercado —, e uma membrana muito leve e compacta que substitui a água de uma pilha comum.
Em vez de grandes cápsulas rígidas, o novo sistema se apresenta como uma fita flexível capaz de armazenar mais energia em um espaço muito menor. Isso é possível porque a área de contato do eletrodo, o chumbo partido em milhões de pedacinhos, é muito maior que a de uma barra.
Sustentabilidade
Embora o chumbo tenha sido abandonado nos últimos anos, é um material muito mais seguro, fácil de ser reciclado e abundante que o lítio, usado nas cargas de celulares, computadores e carros modernos. "Já existem indústrias de reciclagem de chumbo; de lítio ainda não são comuns. As baterias de lítio se acumulam nos lixos eletrônicos e se reza para não pegar fogo”, avalia Rodrigo Fernando Brambilla de Souza, pesquisador a frente do trabalho.
Para funcionar como pilha, o lítio precisa do cobalto, cuja mineração causa um enorme impacto no meio ambiente. "Há poucas reservas de cobalto na América do Sul e na África, que estão se esgotando, e é difícil de reaproveitar porque há o risco de incêndio ao abrir a bateria e tentar reaproveitar o material”, explica ele.
Segundo Almir de Oliveira Neto, pesquisador do Ipen e orientador no programa de Tecnologia Nuclear da USP, as baterias de lítio surgiram por serem mais leves do que as de chumbo, o que deixa de ser uma vantagem com a nova invenção brasileira. "A partir do momento que você diminui o peso dessas baterias, elas podem ser aplicadas em outros dispositivos que não eram pensados anteriormente”. Isso inclui toda sorte de celulares, computadores e outros dispositivos eletrônicos.
Embora o chumbo seja usado em baterias há mais de 150 anos, ainda existe muito a ser extraído e o que já foi retirado pode ser facilmente reciclado. "Nossa proposta precisa de menos chumbo por bateria. Isso a torna bem mais sustentável”, relata Rodrigo de Souza.
Versatilidade e segurança
As baterias são a fonte mais popular de energia móvel, embora já existam alternativas. Uma grande vantagem da tecnologia brasileira é a leveza e a flexibilidade.
Além disso, o novo modelo de armazenamento de energia funcionaria praticamente da mesma maneira tanto no nível do mar quanto em um satélite, o que aumenta a segurança, segundo Rodrigo. "Uma bateria de lítio em uma temperatura muito alta pode vir a explodir. Uma bateria de chumbo ou de níquel-cádmio tem problemas ou não funciona de forma adequada em temperaturas muito abaixo de zero porque a água congela, e essa não tem água.” A bateria brasileira pode operar em temperaturas que vão de -20ºC até cerca de 120ºC.
De acordo com Edson Pereira Soares, especialista em baterias do Ipen que trabalhou no projeto, os novos recursos nos automóveis sempre vêm acompanhados pelo aumento do peso das baterias, mesmo em veículos a combustão. "Se aumentar a autonomia do veículo, vai ter que aumentar o dispositivo de geração de energia, que ainda corre o risco de promover a explosão e o incêndio”.
Em dispositivos de chumbo, não há esse perigo, conta Almir. "A bateria de chumbo é a mais confiável de todas”.
Como funciona
As células com inúmeras nanopartículas de chumbo ficam sobre uma camada de carbono. A corrente elétrica caminha pelo carbono na parte exterior, que nos testes se mostrou estável por 500ciclos de carga e descarga.
Esses micro pedacinhos de chumbo têm 35 nanômetros de comprimento e 5 nanômetros de espessura. Isso é muito menor que um grão de poeira e até difícil de imaginar, já que um nanômetro equivale a um milímetro dividido por 1 milhão de partes iguais.
Em uma membrana plástica compacta chamada célula a combustível PEM (proton-exchange membrane) ficam grudadas uma célula positiva de um lado e uma negativa do outro. As partículas positivas (prótons de hidrogênio) caminham do polo negativo para o positivo através dessa membrana. Ela substitui a água que seria usada em uma pilha comum. "As células de chumbo são condicionadas para que uma vire o polo positivo e outra, negativo”, explica Rodrigo.
O eletrodo de chumbo passa a ter uma área de contorno da superfície maior quando está dividido. É nessa área exposta que ocorrem as trocas de prótons. Por isso, esse fracionamento do chumbo aumenta a capacidade de armazenamento de energia da bateria como um todo. Se fossem barras, somente a parte de fora seria aproveitada. Também por serem pedacinhos muito pequenos, o eletrodo pode ser dobrado e adaptado a qualquer superfície.
A pesquisa representa um salto de qualidade pois, nos últimos dez anos, os únicos avanços com baterias de chumbo tinham sido aditivos para diminuir o acúmulo de crostas nos eletrodos convencionais.
Quem se interessa por química percebe que a equação usada nessa bateria é parecida com o que se vê na escola. A única diferença é a estrutura, como explica Victória Amatheus Maia, aluna de doutorado do Programa de Tecnologia Nuclear e responsável pela obtenção das nanofolhas de chumbo.
"É uma membrana polimérica que vai servir para levar os compostos de hidrogênio. Os elétrons passam por fora, um circuito elétrico onde a energia é utilizada, enquanto por dentro da membrana vai o próton. Tem os eletrodos, cátodo e ânodo, como se fosse uma pilha convencional”.
Cada célula do protótipo tem aproximadamente 5 cm² e espessura de 1,2 milímetros. Variações e peças muito maiores já podem ser feitas, o que só depende de mais investimento. "Variando a proporção de chumbo e carbono é possível obter outros armazenadores de energia, que vamos abordar em outros trabalhos”, adianta Rodrigo aos interessados.
Mais informações: e-mails aolivei@ipen.br, com Almir de Oliveira Neto; epsoares@ipen.br, com Edson Pereira Soares; souza.rfb@gmail.com, com Rodrigo Fernando Brambilla de Souza; victoriamaia13@gmail.com, com Victoria Amatheus Maia
-
- 07/05/2024 - Tratamento com plasma em filmes semicondutores pode melhorar produção de hidrogênioExperimento de pesquisadores do CDMF e do CINE modifica material para ser utilizado na divisão da molécula de água com energia solar
Experimento de pesquisadores do CDMF e do CINE modifica material para ser utilizado na divisão da molécula de água com energia solar
Fonte: Agência FAPESP
Pesquisa do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) e do Centro de Inovação em Novas Energias (CINE) descreveu uma abordagem inovadora de tratamento com plasma para filmes de tri-seleneto de antimônio que tornou hidrofílica sua superfície normalmente hidrofóbica, propriedade física de uma molécula que é aparentemente repelida pela água.
O material tem propriedades que o credenciam para ser utilizado como fotocatodo para geração de gás hidrogênio pelo método de divisão de molécula de água com energia solar. Mas a hidrofobia da superfície do tri-seleneto de antimônio prejudica seu desempenho na célula fotoeletroquímica, diminuindo sua capacidade de transformar energia luminosa em energia química. Obter hidrogênio com energia solar é importante porque esse gás é um forte candidato à produção de energia elétrica no futuro, inclusive em veículos.
O CDMF é um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP sediado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), e o CINE é um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) apoiado pela FAPESP e Shell.
No experimento, os pesquisadores utilizaram plasma de nitrogênio e de oxigênio para aumentar a molhabilidade (a capacidade de um líquido se manter em contato com a superfície) do material e, dessa forma, aumentar sua fotoeletroatividade na reação de desprendimento de hidrogênio. A pesquisa traz, assim, uma nova estratégia possível para melhorar a molhabilidade de semicondutores.
O estudo foi detalhado no artigo "Plasma treatment of electrodeposited Sb2Se3thin films for improvement of solar-driven hydrogen evolution reaction, publicado no períodico Chemical Engineering Journal.
-
- 06/05/2024 - IPEN descontamina material documental do INPE/MCTI por processo de irradiaçãoO Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), unidade do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), identificou recentemente que grande parte da Massa Documental Acumulada (MDA) do Serviço de Administração de Cachoeira Paulista (SEACP), unidade localizada em Cachoeira Paulista - SP, havia sido contaminada por roedores.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), unidade do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), identificou recentemente que grande parte da Massa Documental Acumulada (MDA) do Serviço de Administração de Cachoeira Paulista (SEACP), unidade localizada em Cachoeira Paulista - SP, havia sido contaminada por roedores.
Fonte: INPE
A Comissão Permanente de Avaliação de Documentos e Acesso à Informação do INPE (CPADAI/INPE) entrou em contato com o Centro de Tecnologias das Radiações do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) solicitando o uso do Irradiador Multipropósito Cobalto-60, sem custo para o INPE, com o objetivo de desinfestar e reduzir a carga bacteriana do material documental.
O tratamento realizado consiste em irradiar os materiais infestados, promovendo a descontaminação dos documentos, permitindo que o material seja manuseado sem colocar em risco a saúde dos funcionários. Nesse procedimento não há resíduo radioativo, após passar pelo processo de higienização, o material fica disponível para manuseio sem necessidade de passar por período de quarentena.
A documentação contaminada foi armazenada em 55 caixas e encaminhada para o IPEN em São Paulo - SP nos dias 16 e 17 de abril de 2024. A documentação recebeu a radiação e retornou à Unidade do INPE em Cachoeira Paulista, onde passará pelo processo de higienização por empresa especializada contratada.
A CPADAI/INPE e o SEACP do INPE agradecem o CETER/IPEN pela colaboração prestada no uso do Irradiador Multipropósito de Cobalto-60, que muito irá contribuir para a recuperação, tratamento e preservação da Massa Documental desta instituição.
Comissão Permanente de Avaliação de Documentos e Acesso à Informação do INPE (CPADAI/INPE)
-
- 05/05/2024 - USP lança a campanha 'Vamos Ajudar as Vítimas das Enchentes no RS'Campanha conta com a parceria da Unesp, Unicamp, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina (HCFMUSP) e Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo (Fusp)
Campanha conta com a parceria da Unesp, Unicamp, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina (HCFMUSP) e Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo (Fusp)
Fonte: Jornal da USP
A USP, em parceria com a Universidade Estadual Paulista (Unesp), a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP) e a Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo (Fusp), está arrecadando água potável e material de limpeza, como água sanitária, sabão em pó, panos de chão e desinfetante, para a população do Estado do Rio Grande do Sul, que enfrenta a pior enchente de sua história. Alunos, professores, servidores técnicos e administrativos da Universidade e a comunidade em geral podem fazer suas doações.
Na USP, a campanha "Vamos Ajudar as Vítimas das Enchentes no RS” está sendo feita em todos os campi da Universidade e o material deverá ser arrecadado até a próxima quarta-feira, dia 8 de maio, quando será encaminhado para a Defesa Civil do Estado de São Paulo, que levará os produtos arrecadados até o RS.
"É importante pensarmos no papel da limpeza de hospitais e locais públicos após as águas baixarem. Em uma situação dessas, é essencial atuar para evitar surtos de doenças transmissíveis entre a população”, destaca o reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior.
Também é possível que as doações, em qualquer valor, sejam feitas via pix pelo e-mail pixfsantander@fusp.org.br
A Fusp doará o equivalente ao valor arrecadado, até o total de R$ 200 mil. Na quarta-feira, dia 8, no final da tarde, as doações via pix serão transformadas em produtos.
Locais de entrega das doações na USP
- No campus da USP no Butantã, as doações podem ser feitas no galpão da Incubadora USP/Ipen, próximo ao Hospital Universitário (Av. Prof. Ernesto de Moraes Leme, 400). O local estará aberto 24 horas.
- No Quadrilátero Saúde/Direito: na Escola de Enfermagem (EE) há um ponto de coleta próximo à entrada do prédio principal; na Faculdade de Medicina, a coleta é feita em frente à Comissão de Benefícios (CBSS).
- Em Bauru, os produtos podem ser entregues nas portarias 1 e 2 de veículos; portaria social da FOB; Centro Cultural; Portaria da Triagem/Urgência; Clínica de Fonoaudiologia; Pós-Graduação; Corredores Inferiores da FOB (piso pedra portuguesa); Ginásio de Esportes; Portaria Interna FMBRU/HRAC/HC Bauru e Superintendência do HRAC-USP.
- Em São Carlos, os locais que recebem as doações são no térreo do edifício E1 (Espaço Primavera da EESC), na área 1; e no CAD, na área 2 do campus.
- A Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz” (Esalq), em Piracicaba, disponibilizou o Edifício Central para receber as doações.
- No campus de Lorena, as doações podem ser deixadas na sala próxima ao anfiteatro na área 1 e, na área II, as doações podem ser deixadas na Gerência (Demar), ao lado da Secretaria do Departamento.
- No Campus Fernando Costa, em Pirassununga, são cinco locais para a entrega: Edifício João Soares Veiga; Prédio Central; Centro de Vivência; Departamento de Engenharia de Alimentos (ZEA) e Departamento de Medicina Veterinária (ZMV).
- Em Ribeirão Preto, as doações podem ser entregues nas Unidades de Ensino e Pesquisa e no prédio da Administração da Prefeitura do Campus.
-
- 02/05/2024 - Decisão da ANVISA retoma o risco de desabastecimento de radiofármacos usados para tratamentos e diagnósticos em medicina nuclearFonte: Petronotícias
O Brasil sofre há anos de um problema crônico em um dos pilares de seu sistema de saúde: o abastecimento de radiofármacos. Esses medicamentos são usados não apenas no diagnóstico, mas também no tratamento de graves doenças, sobretudo o câncer. Apesar da flexibilização do monopólio estatal para a produção de radiofármacos de meia-vida longa (maior que duas horas), promulgada em abril de 2022, existem condições no Brasil que ainda impedem o pleno abastecimento do mercado nacional. Há amarras que impossibilitam a entrada de investimentos privados no setor e, com isso, quem acaba sofrendo são aqueles que estão na ponta da linha – os pacientes. Recentemente, um novo imbróglio envolvendo uma decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) trouxe mais uma dor de cabeça para o segmento de medicina nuclear no Brasil. Segundo especialistas, a medida coloca em xeque a importação de radiofármacos e, consequentemente, a segurança no abastecimento desses produtos no Brasil.
Para entender a situação, o Petronotícias convida seus leitores para uma rápida retrospectiva. Vamos voltar ao ano de 2021, quando a pandemia de covid-19 ainda atormentava o país. Em virtude da situação sanitária e de todas as restrições de logística de transporte naquela época, a importação de radiofármacos para o Brasil ficou prejudicada. Outro problema naquele período era a situação econômica do Instituto de Pesquisa Energéticas e Nucleares (IPEN) que chegou a paralisar sua produção de radiofármacos em 2021 por falta de recursos.
Uma solução temporária encontrada naquele período veio da Anvisa, que editou a Resolução da Diretoria Colegiada 567 – também chamada de RDC da Excepcionalidade. A norma trouxe os critérios e procedimentos para importação de alguns radiofármacos que ainda não possuem registro na Anvisa, em caráter de excepcionalidade. Os medicamentos autorizados no texto podem ser importados por órgãos e entidades públicas e por pessoas jurídicas de direito privado, incluindo os estabelecimentos e serviços de saúde. A validade da RDC já foi ampliada diversas vezes e, no último mês de março, a diretoria da Anvisa prorrogou, com alterações, a vigência do documento até março de 2025.
Juntamente com essa prorrogação de prazo, a agência alterou a lista de radiofármacos que podem ser importados por meio da RDC da Excepcionalidade. Além de ter retirado alguns medicamentos da relação, ela deixou de incluir outros. É importante lembrar que a resolução foi editada pela primeira vez em 2021. Desde então, novos radiofármacos surgiram no mercado – e há demanda por esses produtos no Brasil. A diretora da empresa Theia Nuclear, Ana Celia Sobreira, lembra do caso do medicamento Trodat, que é usado para diagnosticar Parkinson e outras doenças neurodegenerativas. "Mantida a lista como está, apenas uma empresa pode oferecê-lo, acobertada por uma liminar judicial. É um produto cuja demanda está bem elevada”, explicou.
A especialista mostra preocupação também com a exclusão de um dos produtos da lista da RDC da Excepcionalidade, o iodo-131, usado para diagnóstico e terapia de câncer de tireoide. "Segundo as projeções do mercado, o IPEN deveria suprir o país com aproximadamente 100Ci de iodo-131 semanalmente para atender à demanda. Atualmente, o IPEN está fornecendo entre 40 e 45 Ci, o que já evidencia uma defasagem significativa em relação à necessidade do mercado”, alertou. Há registros também de atrasos e redução de atividades em geradores de tecnécio-99m.
Ana Celia lamenta que a Anvisa tomou as decisões sem ouvir amplamente o mercado. De acordo com ata da reunião da diretoria da agência, apenas o IPEN e duas empresas privadas foram consultadas sobre a possibilidade de abastecerem o mercado. "A Anvisa deveria ter envolvido não apenas algumas empresas privadas, mas também a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear e a Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (ABDAN) em suas deliberações. A inclusão de todas as partes interessadas ou de suas representações garantiria uma abordagem mais abrangente e equitativa no processo de tomada de decisões”, disse Ana Celia.
Além do iodo-131, o chamado Gerador de Tecnécio-99mtambém foi retirado da lista de excepcionalidade da RDC, reduzindo para dois o número de fornecedores desse produto no país – o IPEN e uma empresa privada.
O que dizem os agentes envolvidos
Em nota, a Anvisa explicou os motivos que a levaram a reduzir o número de radiofármacos que poderiam ser importados por meio da RDC da Excepcionalidade. Em nota encaminhada ao Petronotícias, a entidade disse que a resolução foi editada "para enfrentamento de situação de urgência, num contexto de escassez e constatada falta de radiofármacos provocada pela suspensão de fabricação pelo IPEN”. A agência acrescentou que a recente alteração prorrogou, uma vez mais, a vigência da RDC restringindo a excepcionalidade àqueles fármacos cujo risco de falta de abastecimento ainda enseja motivo de preocupação.
A Anvisa alegou ainda que "é fundamental priorizar o marco regulatório vigente para o registro, notificação, importação e controle de qualidade de radiofármacos – RDC nº 738/2022, que assegura a avaliação de qualidade, segurança e eficácia desses medicamentos”. E segue explicando que "as situações nas quais as medidas de flexibilização e/ou dispensa desses requisitos sejam estritamente necessárias, devem ser conduzidas em caráter excepcional e temporário”. Por esse motivo, a agência disse que retirou alguns dos produtos da lista de radiofármacos inclusos na RDC.
Sobre a situação do fornecimento de iodo-131, a agência afirmou que fez um levantamento de dados pela área de Portos, Aeroportos e Fronteiras (GGPAF) sobre as importações de radiofármacos e que não teria constado a importação desse produto utilizando a RDC n° 567/2021. "Ademais, verificou-se que o mercado estava abastecido para esse produto, uma vez que a sua fabricação foi reativada pelo IPEN, que é o maior fornecedor nacional e declarou suficiência para fornecimento de iodo”, justificou. Aqui, cabe lembrar ao leitor que o IPEN não produz o iodo-131. Ele importa, fraciona e distribui no mercado, sem o ônus do recolhimento de impostos. Da mesma forma, empresas privadas podem importar e entregar para o mercado a forma final do produto, sem manipulação.
O Petronotícias também questionou a Anvisa sobre o fato de não ter consultado amplamente o mercado sobre as mudanças na RDC. A agência disse que foram consultadas todas as empresas fabricantes dos produtos que ensejavam alguma preocupação quanto ao abastecimento. Declarou ainda que houve a consulta ao Instituto Nacional de Câncer (INCA) e a diversas áreas internas da Anvisa com capacidade para contribuir com o tema.
A nota da agência não explica, porém, porque não foram ouvidas entidades associativas do setor, que certamente poderiam contribuir para o debate. No mercado de medicina nuclear, a avaliação é de que o fato de a Anvisa não ter consultado todas as empresas que poderiam entregar iodo-131, outros radioisótopos e radiofármacos e ter consultado somente a GGPAF, pode ter deixado uma lacuna na informação, tendo em vista que empresas privadas poderiam estar se adequando para realizar a importação.
Procurada, a CNEN/IPEN ainda não havia enviado seu posicionamento até o momento da última edição desta reportagem. O espaço segue aberto para a entidade manifestar-se sobre a atual situação do abastecimento de radiofármacos no Brasil.
-
- 24/04/2024 - Pesquisadores do IPEN/CNEN utilizam a arquitetura de células a combustível para inovar e aprimorar baterias de chumboO estudo, em fase de geração de patente, fornece insights sobre síntese, desempenho e perspectivas de uma nova arquitetura de bateria de chumbo-carbono, que pode revolucionar o domínio das soluções para armazenamento de energia
O estudo, em fase de geração de patente, fornece insights sobre síntese, desempenho e perspectivas de uma nova arquitetura de bateria de chumbo-carbono, que pode revolucionar o domínio das soluções para armazenamento de energia
Fonte: Jornal da Ciência
Imagine uma bateria automotiva com tamanho 90% menor e 20 vezes mais leve, mas com desempenho superior ao das atuais existentes no mercado hoje. Esta é uma das novidades que um grupo de pesquisadores do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) acaba de divulgar e que pode revolucionar o mercado de baterias de chumbo: uma bateria construída a partir da tecnologia de células a combustível com nano tecnologia.
O estudo, publicado em artigo no Jornal of Energy Storage, uma das revistas mais relevantes no meio energético internacional, e com a intenção de solicitação de patente já iniciada, explora a integração inovadora de uma bateria de chumbo-carbono com um conjunto eletrodo-eletrólito inspirado na arquitetura de uma célula a combustível de membrana de troca de prótons (PEM-FC), a mesma tecnologia aplicada nas modernas células a combustível de hidrogênio e outros materiais.
Unidade técnico-científica da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), localizada no campus da USP, em São Paulo, o IPEN tem excelência reconhecida na área de células a combustível e hidrogênio. Os resultados dessa pesquisa são mais um exemplo da expertise do Centro de Células a Combustível e Hidrogênio (CECCO) do Instituto.
Essa pesquisa envolveu outro Centro de referência do IPEN, o de Ciências e Tecnologia Nuclear (CECTM/IPEN). Os cientistas explicaram que o chumbo-carbono foi sintetizado pelo método de aquecimento e redução pelo efeito Joule – fenômeno físico que transforma energia elétrica em calor por meio da passagem de elétrons e agitação dos átomos –, o que permitiu a criação de uma bateria de chumbo superior às convencionais, com tamanho reduzido em 90% e 20 vezes mais leve.
Segundo Rodrigo Fernando Brambilla de Souza, pesquisador pós-doc no CECCO/IPEN, com experiência na área de química, enquanto o mercado aguarda a popularização das células a combustível, as baterias continuam a ser a principal fonte de energia móvel.
"As baterias de lítio, apesar de sua popularidade, causam um impacto ambiental significativo devido à mineração extensiva de cobalto e lítio. Nosso grupo de pesquisa no IPEN está reavaliando a bateria de chumbo-ácido e integrando as tecnologias desenvolvidas para as células a combustível, visando chegar a baterias de chumbo-ácido mais leves e flexíveis, e assim oferecer uma alternativa sustentável. Em nosso trabalho (https://doi.org/10.1016/j.est.2024.111418), apresentamos uma abordagem que combina três pilares: materiais avançados, design modular e flexível e tecnologia embarcada inteligente. Acreditamos que as baterias de chumbo-ácido reinventadas podem oferecer uma solução mais sustentável e acessível para a demanda por energia móvel”, conclui.
Aplicabilidades
A bateria de ácido-chumbo-carbono (CLAB) desenvolvida em laboratório surpreendeu os pesquisadores ao demonstrar uma alta capacidade específica. Graças à incorporação de carbono, os resultados apresentaram melhora na estabilidade das nanopartículas, proporcionando um desempenho altamente estável ao longo de muitos ciclos de carga e descarga com variações potenciais de descarga abaixo de 2%, ou seja, resultados bem superiores ao modelo de baterias de chumbo convencionais.
Esse inovador conjunto CLAB não apresenta apenas um desempenho estável, mas também um grande potencial para a construção de baterias de chumbo flexíveis, expandindo as possibilidades de aplicações da nova tecnologia.
Segundo o pesquisador Edson Pereira Soares, pós-doc no CCTM/IPEN, a publicação em formato de short comunication, ou seja, trabalho com um tema relevante no meio acadêmico e com a descoberta ainda não explorada na literatura, significa que o grupo está lançando uma ideia para o mundo científico e que outros pesquisadores podem aplicar e experimentar a descoberta.
Soares destaca ainda que o mais interessante no trabalho é que eles conseguiram construir um material armazenador de energia com uma propriedade que, a depender de como o dispositivo for montado, ele pode variar desde um capacitor, tornar-se um super capacitor e chegar a uma bateria de armazenamento de energia.
"Os estudos preliminares mostram que esse material possuí uma faixa muito grande de aplicação. Outros pesquisadores vão poder comprovar isso. Eles vão perceber que, utilizando os materiais estudados, existe uma variedade de aplicações no ganho e no armazenamento de energia, não só em baterias, mas em materiais leves, que podem servir tanto para a indústria de defesa, aeroespacial e automobilística quanto a indústria de eletroportáteis”, avalia Soares.
Inovação com PEM-FC
A tecnologia de baterias convencionais de chumbo-ácido (LAB), embora originada na segunda metade do século XIX, continua a desempenhar um papel importante no mercado global de baterias recarregáveis, amplamente utilizada nos setores automotivo e industrial devido às suas características de baixo consumo, custo, processos de fabricação maduros e reciclagem sustentável. No entanto, para novas aplicações que exigem um estado de carga parcial de alta taxa, como em veículos híbridos e aplicações específicas de armazenamento de energia na rede, o desempenho e a vida útil da bateria de chumbo-ácido convencionais são significativamente limitados devido ao desgaste e à sulfatação (sulfato de chumbo) das baterias.
A construção da bateria chumbo-carbono usando a arquitetura com membrana polimérica demonstrou ser promissora devido à estabilidade significativa apresentada durante os testes. A incorporação de carbono na estrutura de chumbo não só melhorou a estabilidade das nanopartículas, como também resultou num desempenho altamente estável da bateria. Além disso, o conjunto CLAB oferece potencial para a construção de baterias de chumbo flexíveis, ampliando assim o escopo de aplicações tecnológicas. A integração bem-sucedida da arquitetura PEM-FC na tecnologia CLAB abre caminhos para soluções inovadoras e flexíveis de armazenamento de energia.
Para o pesquisador titular do IPEN/CNEN, Almir Oliveira Neto, especialista nas áreas de físico-química e células à combustível ácidas e alcalinas, a escolha e utilização dos materiais foi o maior insightda pesquisa, pois, nos últimos 15 anos, os estudos se voltaram para o uso de aditivos a fim de diminuir a perda de atividade de uma placa nas baterias convencionais. Ao aplicar outras tecnologias, como as nanopartículas, este problema diminuiu, e então surgiu a possibilidade do desenvolvimento de dispositivos de armazenamento de energia híbridos.
"Hoje, as indústrias buscam um dispositivo que seja uma mistura entre um capacitor e um sistema de armazenamento. Com estes dispositivos híbridos, unindo estas duas funções, o mercado terá uma alta demanda de corrente de entrega e, na hora que você diminui essa demanda, ele passa a operar como uma bateria, com menor aquecimento”, explica Almir Neto.
O desenvolvimento da pesquisa contou com o apoio dos laboratórios: PEM-FC (Proton Exchange Membrane Fuel Cell) – Célula à Combustível de Membrana Polimérica Trocadora de Prótons do CECCO-IPEN e do Laboratório de Microscopia e Microanálise – LMM do CCTM-IPEN.
Célula a combustível PEM-FC
A tecnologia de funcionamento de células a combustível de membrana de troca de prótons (PEM-FC) funciona a partir de um componente principal, uma membrana polimérica que separa os eletrodos e permite a passagem dos prótons (íons) sendo resistente à passagem da corrente elétrica, atuando como eletrólito.A tecnologia aplicada às células de combustível está num estágio de desenvolvimento avançado, pois é reconhecida como a substituta dos motores de combustão interna nos automóveis e ônibus.
O Desafio das Baterias de Chumbo e a Revolução das Nano Partículas
As baterias de chumbo, embora amplamente utilizadas, apresentam limitações significativas em relação a peso e volume, pois são pesadas e ocupam muito espaço. Além disso, os ciclos de vida são limitados, de modo que a vida útil das baterias de chumbo é relativamente curta.
Asnano partículas prometem revolucionar as baterias de chumbo. As partículas ultrafinas de chumbo oferecem vantagens notáveis como o aumento da eficiência, permitindo maior densidade de energia e melhor desempenho.
A redução de tamanho e peso amplia suas aplicações garantindo maior durabilidade uma vez que as nano partículas prolongam a vida útil das baterias. Sem contar o fato de que essa nova tecnologia pode ser considerada mais sustentável e favorável ao meio ambiente.
Ascom Ipen
-
- 23/04/2024 - Chamada com UE apoiará pesquisas em ciência e engenharia de materiaisFAPESP lança edital em parceria com a M-ERA.NET, rede financiada pela União Europeia; pré-propostas serão recebidas até 14 de maio
FAPESP lança edital em parceria com a M-ERA.NET, rede financiada pela União Europeia; pré-propostas serão recebidas até 14 de maio
Fonte: Agência FAPESP
A FAPESP anuncia uma nova chamada de propostas de pesquisa com a M-ERA.NET, rede da União Europeia de fomento à pesquisa em ciências e engenharia de materiais.
Esta é a décima oportunidade para pesquisa colaborativa lançada por FAPESP e M-ERA.NET desde que assinaram um acordo de cooperação científica em 2015. O consórcio M-ERA.NET financia projetos de pesquisa e desenvolvimento transnacionais e de alto risco.
A nova chamada de propostas visa fomentar projetos transnacionais ambiciosos em pesquisa e desenvolvimento tecnológico que abordem estudos e inovação em materiais – incluindo materiais para baterias e tecnologias energéticas com baixo teor de carbono.
A chamada engloba seis temas: "Materiais avançados sustentáveis para energia”, "Superfícies, revestimentos e interfaces inovadoras”, "Compósitos de alto desempenho”, "Materiais funcionais”, "Materiais para solucionar desafios ambientais” e "Materiais de nova geração para eletrônica avançada”.
As submissões deverão seguir as normas e orientações da modalidade Auxílio à Pesquisa Regular. A FAPESP apoiará a parte paulista dos projetos selecionados com um máximo de R$ 150 mil anuais por proposta. As propostas podem ter uma duração mínima de 24 meses e uma máxima de 36 meses.
A chamada está aberta a pesquisadores afiliados a instituições de ensino superior ou pesquisa no Estado de São Paulo. Cada proposta deverá ser composta por um consórcio envolvendo três pesquisadores responsáveis de pelo menos três países diferentes que participem da chamada.
Pré-propostas serão recebidas até 14 de maio. O documento deverá ser enviado tanto via Sistema de Apoio à Gestão (SAGe) pelo Pesquisador Responsável do Estado de São Paulo, quanto via plataforma do M-ERA.NET (disponível no edital original da chamada) pelo pesquisador coordenador do consórcio internacional – que deverá estar cadastrado no SAGe no momento de submissão. Em caso de aceite, pesquisadores serão convidados a enviar a proposta completa até 20 de novembro.
A chamada com orientações aos pesquisadores paulistas está disponível em: fapesp.br/16648.
-
- 21/04/2024 - O gás inodoro que está ligado ao aumento do número de casos de câncer de pulmãoA maioria das pessoas desconhece o risco representado pelo radônio em ambientes fechados.
A maioria das pessoas desconhece o risco representado pelo radônio em ambientes fechados.
Fonte: G1Embora, tradicionalmente, o câncer de pulmão seja associado ao tabagismo, entre 15% e 20% dos novos casos diagnosticados atingem pessoas que nunca fumaram, boa parte entre os 40 e 50 anos. Os médicos afirmam que o aumento do número de ocorrências está relacionado a um ilustre desconhecido para a maioria: o gás radônio (símbolo Rn e número atômico 86). Invisível, inodoro e insípido, ele é emitido a partir do chamado decaimento (degradação) radioativo do urânio e do tório, dois elementos presentes em abundância na crosta terrestre.O problema do radônio é ficar confinado em ambientes fechados. Sua presença pode ser causada pelo solo do terreno onde o imóvel foi construído; pela água proveniente de poços rasos ou aquíferos profundos; e até através de materiais de construção, como brita, calcário, areia, terra, mármore e granito. Dos três, o solo subjacente à construção é o maior fator de risco.O tal decaimento radioativo acontece quando isótopos instáveis têm seus núcleos rompidos em razão da instabilidade atômica. O gás formado se desloca para a superfície terrestre e, ao chegar ali, se dispersa naturalmente, não oferecendo riscos à saúde. No entanto, ao ficar confinado num imóvel, torna-se um contaminante letal. O processo de decaimento não para e gera outros elementos radioativos, como o polônio. Ao contrário do radônio, que se encontra em estado gasoso, esse elemento é sólido. As partículas, tão pequenas que não podem ser percebidas a olho nu, são inaladas e aderem aos tecidos dos pulmões.Nos Estados Unidos, estima-se que provoque 21 mil mortes de câncer de pulmão por ano, e um em cada 15 lares tem níveis altos do gás. É bom lembrar que é comum que as casas daquele país tenham porão. A Agência de Proteção Ambiental (Environmental Protection Agency) recomenda vistorias regulares para detectar sua presença e há kits de testes disponíveis em diversos estados. Entretanto, pesquisa realizada pela The Ohio State University revelou que 75% dos norte-americanos não fazem qualquer checagem. "A exposição ao radônio é a principal causa de câncer de pulmão em não fumantes. Os testes são simples, assim como as medidas para corrigir o problema”, afirmou David Carbone, oncologista e professor da universidade. É preciso instalar sistemas para renovar o ar em locais fechados; manter a casa ventilada; e vedar rachaduras nos pisos e paredes.O Brasil ainda não dispõe de dados relacionados à concentração do radônio. Em 2018, o Serviço Geológico do Brasil (SGB) criou um programa com esse objetivo, com a participação de universidades e institutos de pesquisa. O nome, comprido e em inglês, pode ser traduzido como Programa de Risco do Radônio para o Brasil: mapa de risco de exposição, plano de ação, prevenção e ações de mitigação (Project Radon Risk Programme for Brazil: Exposure Risk Map, Action Plan, Prevention and Mitigation Actions).A assessoria de imprensa do Instituto de Radioproteção e Dosimetria, que integra o consórcio desde 2021, enviou por e-mail resposta sobre o estágio do programa: "o projeto está em andamento, nem todas as amostras foram coletadas e analisadas, e qualquer interpretação ainda é preliminar. Deve-se ter em mente que o Brasil é um país de dimensão continental e um mapeamento deste tipo é um desafio imenso. Com relação às áreas mais expostas, a exposição ambiental (ambientes abertos) não é preocupante do ponto de vista da proteção radiológica; em ambientes fechados (por exemplo, uma residência), não se esperam níveis de exposição altos, devido às características das construções e dos hábitos brasileiros. Cabe ressaltar que hoje o Brasil, através da sua autoridade regulatória nuclear (CNEN), em sua norma básica de Proteção Radiológica, estabelece o nível de referência de 300Bq/m3 para radônio em ambientes fechados. Embora os dados sejam preliminares, as medições realizadas pelo IRD até o momento mostram que as concentrações de atividade se situam abaixo deste nível”. No banco de dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), não consta que o país tenha um plano nacional. -
- 15/04/2024 - IRD celebra 52 anos no Dia da Proteção Radiológica, anunciando 'nova fase' e com seminário sobre proteção radiológica, segurança e sustentabilidadeFonte: Comissão Nacional de Energia Nuclear
O Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD), unidade técnico-científica da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), sediado no Rio de Janeiro, completou 52 anos no último dia 21 de março, mas a celebração oficial, com a presença de autoridades e convidados, será nesta segunda-feira, 15, em comemoração ao Dia da Proteção Radiológica, no Auditório Rex Nazaré Alves, campus do IRD, na Av. Salvador Allende, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro
A cerimônia começa às 8h30 horas, com a palavra do presidente da CNEN, Francisco Rondinelli Júnior, que dará as boas-vindas aos convidados. Estarão presentes na abertura os diretores de Pesquisa e Desenvolvimento, Wilson Calvo, de Radioproteção e Segurança Nuclear, Alessandro Facure, e de Gestão Institucional, Pedro Maffia, além do diretor do IRD, André Quadros.
Também integra as comemorações o seminário técnico-científico "Proteção Radiológica, Segurança e Sustentabilidade nas Aplicações de Tecnologias Nucleares”, que abordará vários aspectos da proteção radiológica na área nuclear e suas aplicações, além de temas como uso da energia nuclear na transição energética.
Sob a coordenação de Simone Kodlulovich, o seminário será das 10h às 17h, e é voltado a supervisores de proteção radiológica, operadores, responsáveis e usuários de fontes de radiação, autoridades reguladoras, docentes e alunos de pós-graduação.
A palestra de abertura, sob o tema "Revisão da Norma 3.01: Principais mudanças e possíveis impactos para os usuários finais”, será proferida por Eliana Amaral, ex-diretora do IRD e ex-diretora da Divisão de Radiação, Rejeitos e Transporte do Departamento de Segurança Nuclear da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Também serão discutidos os desafios da proteção radiológica na mineração de urânio, segurança e transição energética, o papel da geração nuclear nos desafios para operar o Sistema Brasileiro na Transição Energética, incluindo os SMRs (Small Modular Reactors) como tecnologia disruptiva, aspectos de segurança e proteção radiológica no projeto do submarino nuclear brasileiro, questões relativas ao submarino de propulsão nuclear brasileiro, dentro outros temas.
Participam do seminário representantes da ARN/Argentina, da AIEA, da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), da Universidade Federal Fluminense (UFF), da Companhia de Desenvolvimento Industrial (CODIN) do Estado do Rio de Janeiro, das Indústrias Nucleares Brasileiras (INB), da Eletronuclear, da Associação Brasileira para Desenvolvimento Atividades Nucleares (ABDAN), da Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares (ABACC), da Marinha e da própria CNEN.
"Nova fase do IRD”
A Direção do IRD considerou "natural” reunir em um único evento a comemoração do Dia da Proteção Radiológica e do Aniversário do Instituto, que tem na proteção radiológica a sua principal área de competência, ao lado da dosimetria e da metrologia das radiações ionizantes.
De acordo com o diretor André Quadros, "esse evento marca uma nova fase do Instituto, que busca reforçar o seu papel histórico como referência na capacitação, na pesquisa e nas ações de proteção radiológica, dosimetria e metrologia das radiações ionizantes, atuando cada vez mais como organização de suporte-técnico científico de instituições e órgãos de Governo, no que se refere a questões envolvendo as radiações ionizantes.”
Para o diretor de Radioproteção e Segurança Nuclear da CNEN, Alessandro Facure, a história do IRD sempre refletiu o compromisso da instituição com a formação de pessoas e acúmulo de conhecimento. "Mas não só isso. O valor social das atividades realizadas pelo IRD, desde a sua criação, seu compromisso com a saúde da população brasileira e com a proteção do meio ambiente, são motivos de muito orgulho para todos nós da CNEN”, afirmou, acrescentando que "o IRD seguirá escrevendo a sua história, alicerçado em bases sólidas e cumprindo brilhantemente os desafios postos. Disso todos temos certeza”.
"Instituto especialista”
Rondinelli destacou a singularidade e a expertise do IRD, ressaltando a sua importância para o setor nuclear brasileiro. "O IRD é um instituto que eu gosto de chamar de instituto especialista, porque só o IRD faz o que o IRD faz. Ele tem competência específica na área de radioproteção e dosimetria, abrangendo o desenvolvimento de processos para avaliação de doses, calibração de instrumentos etc. O IRD é o laboratório nacional de metrologia das radiações ionizantes, atividade fundamental para o setor nuclear do País”, concluiu o presidente da CNEN.
O aniversário do IRD será transmitido pelo canal YouTube do IRD.
-
- 05/04/2024 - USP e Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares inauguram nova incubadora de empresasA Unidade II da Incubadora USP-Ipen pretende atrair empreendimentos inovadores para a área da saúde e melhorar o diálogo da USP com a sociedade
A Unidade II da Incubadora USP-Ipen pretende atrair empreendimentos inovadores para a área da saúde e melhorar o diálogo da USP com a sociedade
Fonte: Jornal da USP
No dia 4 de abril, foi inaugurada a Unidade II da Incubadora USP-IPEN no campus USP da Capital. Com 29 instituições públicas e privadas envolvidas, o objetivo do novo espaço é atrair e sediar empreendimentos inovadores relacionados à área de Ciências da Vida, estimulando a participação de startups.
O reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior saudou a iniciativa, que valoriza o empreendedorismo na Universidade: "a USP precisa estar sempre ligada ao desejo da sociedade, às suas necessidades e aos desejos dos nossos jovens. Acredito que, para o ano que vem, teremos muitas possibilidades para os nossos alunos vivenciarem esse momento de inovação aqui na Universidade”.
O projeto tem o apoio do Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec) e da Agência USP de Inovação (Auspin), com auxílio da Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo (Fusp) para a realização das reformas no espaço e financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Sobre a importância da nova unidade da Incubadora, o coordenador da Auspin, Luiz Henrique Catalani, ressaltou que "nós estamos abrindo esse espaço como uma extensão da incubadora USP-Ipen, mas ele vai ter uma atividade ligeiramente diferente. Não serão só atividades de incubação, aqui serão agregadas empresas tecnológicas que são empreendimentos recentes, novos, em um nível mais avançado que o nível de aceleração”.
A nova unidade da Incubadora USP-Ipen possui dois galpões que totalizam 4 mil metros quadrados de área e mais um prédio administrativo, previsto para ter 1.300 metros quadrados. Ainda segundo Catalani, a vantagem do novo espaço é fazer fronteira com a USP. "A Unidade I está dentro do Ipen e sofre de todas as restrições dadas pelas legislações internacionais de acesso. Fazer fronteira com a USP vai ser o grande diferencial da Unidade II”, explica.
A cerimônia de inauguração também contou com a participação da vice-reitora Maria Arminda do Nascimento Arruda; dodiretor-executivo da Fusp, Marcílio Alves; e dadiretora-presidente do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT),Liedi Légi Bariani Bernucci.
"Vários dos nossos representantes tomaram assento em diversos setores e foram muitas as reuniões e oficinas realizadas. O resultado dessa conversa é que decidimos por tornar a Incubadora um hub de Ciências da Saúde, uma referência da área para todo o País, afirmou a diretora de Pesquisa, Desenvolvimento e Ensino do Instituto de Pesquisas Energéticas (IPEN), Isolda Costa”.
A diretora da Incubadora II USP-Ipen, Paula Helena Ortiz Lima, também se manifestou: "temos pensado muito naquilo que o Brasil coloca como prioridade nessa linha temática. Queremos que todos esses parceiros trabalhem juntos, cada um dentro da sua expertise, e consigam produzir tecnologias intensivas voltadas, principalmente, para a área da saúde”.
Texto de Bárbara Bigas, estagiária sob supervisão de Erika Yamamoto
-
- 05/04/2024 - FAPESP prepara mudanças em suas modalidades de apoio à pesquisaObjetivo é proporcionar aos pesquisadores, sobretudo aqueles em início de carreira, maior eficácia na gestão de seus projetos
Objetivo é proporcionar aos pesquisadores, sobretudo aqueles em início de carreira, maior eficácia na gestão de seus projetos
Fonte: Agência FAPESP
A FAPESP está dando início a uma série de mudanças em suas modalidades de apoio com o objetivo de proporcionar aos pesquisadores, sobretudo àqueles em início de carreira, mais eficácia na gestão de seus projetos de pesquisa. Avalizadas pelo seu Conselho Superior, as iniciativas se orientam para a melhoria da gestão e do custeio dos projetos de pesquisa.
"Acreditamos que tais mudanças atendam a demanda da comunidade de pesquisa”, afirma Marcio de Castro Silva Filho, diretor científico da Fundação.
A modalidade Auxílio à Pesquisa Regular (APR) passará a ter um teto orçamentário de R$ 600 mil por um período de até três anos, sem considerar os valores da Reserva Técnica e da Reserva Técnica Institucional. Atualmente, esse valor é de R$ 300 mil por um período de até dois anos.
"Esse valor total incluirá bolsas como item orçamentário, de Iniciação Científica a Pós-Doutorado, passando pelo Mestrado, Doutorado, Doutorado Direto, entre outras, o que permitirá ao pesquisador responsável compor sua equipe”, afirma o diretor científico. "Esse apoio funcionará de forma semelhante aos grants oferecidos por agências de fomento internacionais.”
Essas mudanças, tão logo entrem em vigor, valerão para as novas solicitações de auxílios. Os APR em andamento poderão se enquadrar nessa nova regra no momento do pedido de renovação.
As Bolsas de Pós-Doutorado passarão a ser concedidas por um período de até 36 meses – hoje são 24 meses. "O prazo ampliado valerá para os novos pedidos de bolsas, não incidindo sobre os projetos em andamento”, sublinha Castro.
Outra alteração importante será o aumento dos valores de Bolsa de Doutorado Direto, que passarão a ser equiparados aos das Bolsas de Doutorado, sendo o valor equivalente ao DR1 para os dois primeiros anos e o valor equivalente ao DR2 para os anos seguintes. "Eliminaremos as diferenças de valores entre as duas modalidades”, explica o diretor científico.
-
- 04/04/2024 - Amenônia Ferreira é nomeada diretora do CDTNÉ a primeira mulher a ocupar o cargo máximo da instituição
É a primeira mulher a ocupar o cargo máximo da instituição
Fonte: CDTN
Amenônia Maria Ferreira Pinto é a nova diretora do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), unidade da Comissão Nacional de Energia Nuclear em Belo Horizonte (MG). Ela é engenheira química e mestre em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos pela Universidade Federal de Minas Gerais. É doutora em Engenharia Química pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).Entrou na instituição em 1977, por meio de concurso público, na então Nuclebrás.
Amenônia é a primeira mulher no cargo máximo da instituição, que contou com 13 diretores desde sua fundação, em 1952. "Por estar há mais de 40 anos no CDTN, conheço a nossa comunidade, sei das nossas dificuldades e de muito do que já passamos. Essa bagagem traz maturidade, principalmente, pelos acertos e os erros que tivemos pelo caminho. Quero que as pessoas estejam bem aqui dentro, atuando como protagonistas da história da nossa instituição. Como servidores, estamos aqui para servir o público”, declara.
A nova diretora ressalta, ainda, o papel emergencial dos concursos públicos para a manutenção e continuidade das atividades do CDTN.
Com experiência na área de Engenharia Sanitária e Engenharia de Petróleo, Amenônia atua na aplicação de traçadores radioativos na indústria, meio ambiente e agricultura. Atualmente, ela coordena quatro projetos em parceria com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e um projeto com a Petrobras. Em 2000, a gestora recebeu uma bolsa financiada pela AIEA para estudar reservatórios de petróleo na Universidade do Texas, nos Estados Unidos.
Foi presidente da Associação dos Servidores da CNEN de Minas Gerais (ASSEC-MG), entre os anos 1991 e 1992. Na gestão do CDTN, exerceu os cargos de chefe da Divisão de Meio Ambiente e Rejeitos (2015-2018) e, mais recentemente, liderou o Serviço de Análise e Meio Ambiente do CDTN (2019-2024).
A gestão sucede a direção do físico Luiz Carlos Duarte Ladeira, diretor do CDTN entre 2019 e março de 2024.
-
- 03/04/2024 - Centro de pesquisa brasileiro desenvolve protótipo de bateria nuclearDispositivo poderá gerar energia por centenas de anos sem necessidade de recarga
Dispositivo poderá gerar energia por centenas de anos sem necessidade de recarga
Fonte: UOLTexto: Yuri Vasconcelos/Revista Pesquisa FapespImagine um telefone celular cuja bateria dure anos e não precise ser plugado na tomada para recarregar. Ou um drone capaz de voar indefinidamente sobre a Amazônia, registrando focos de desmatamento e de mineração ilegal. Situações como essas poderão se tornar realidade, em algum tempo, com o início da produção comercial de novos sistemas de armazenamento de energia que usam material radioativo para gerar eletricidade ininterruptamente, por dezenas ou centenas de anos.Uma das inovações foi revelada no começo do ano pela startup chinesa Betavolt. A empresa desenvolveu uma bateria nuclear que poderá gerar energia por 50 anos sem necessidade de recarga. O dispositivo mede 15 milímetros (mm) de comprimento, por 15 mm de largura e 5 mm de espessura e opera a partir da conversão da energia liberada pelo decaimento de isótopos radioativos de níquel (Ni-63). Com 100 microwatts (µW) de potência e 3 volts (V) de tensão elétrica, o módulo é um projeto-piloto. A Betavolt planeja colocar no mercado em 2025 uma versão mais potente da bateria, com 1 watt (W). Ela tem função modular e, de acordo com a startup, poderá ser empregada em série para energizar drones ou celulares.O Brasil tem estudos na área. Uma equipe do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), uma unidade técnico-científica da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), com sede em São Paulo, apresentou no fim de 2023 o primeiro protótipo de uma bateria nuclear termelétrica feito no país. O princípio de funcionamento do dispositivo, também conhecido como gerador termelétrico radioisotópico (RTG), é diferente do sistema da Betavolt: uma corrente elétrica é produzida a partir da conversão do calor gerado pela desintegração de um isótopo de amerício (Am-241). No módulo chinês, partículas beta (elétrons) transformam-se em corrente elétrica por meio de um sistema conversor específico.O processo de decaimento ou desintegração radioativa ocorre quando o núcleo instável de um elemento químico se transforma no núcleo de outro elemento, que tem menos energia. O processo libera radiação eletromagnética e pode emitir partículas. Esse fenômeno é caracterizado pela meia-vida, que é o tempo necessário para que metade dos átomos do isótopo radioativo presente em uma amostra se desintegre."Durante nosso desenvolvimento, tivemos que dimensionar um módulo gerador termelétrico, responsável por converter a energia térmica em elétrica”, explica o engenheiro químico e doutor em tecnologia nuclear Carlos Alberto Zeituni. Ele é o gerente do Centro de Tecnologia das Radiações (Ceter) do Ipen, uma das unidades envolvidas no projeto – a outra é o Centro de Engenharia Nuclear (Ceeng).A principal vantagem das baterias nucleares é a possibilidade de fornecer carga durante um longo período de tempo. "Uma bateria química convencional dura cinco anos, enquanto uma de lítio chega a 10 anos. As nucleares podem ter duração de 50, 100 anos ou mais, dependendo do material radioativo utilizado. A nossa, estimamos que vá durar mais de 200 anos”, diz Zeituni.O Ipen não mediu a potência do módulo, cuja tensão elétrica é de apenas 20 milivolts (mV). O próximo passo, segundo o centro, é construir uma versão com 100 miliwatts (mW) de potência, capaz de controlar uma estação meteorológica remota ‒ a tensão dependerá do termelétrico empregado. A pesquisa, iniciada há dois anos, vem sendo financiada por uma empresa nacional interessada em comercializar a tecnologia. Por contrato, seu nome não pode ser revelado.Para criar o módulo, os pesquisadores do Ipen utilizaram 11 fontes de amerício que eram originalmente empregadas em equipamentos de medição de espessura de chapas. Para eliminar o risco de vazamento do material radioativo, as fontes foram empilhadas e encapsuladas em um tubo de alumínio."O parâmetro inicial de todo o projeto nuclear tem que ser a segurança. A bateria só será comercializada quando houver garantia de que o risco de vazamento é nulo. Por isso, vamos usar um duplo ou triplo encapsulamento do material radioativo e realizaremos testes de impacto e de quebra”, esclarece o engenheiro mecânico Eduardo Lustosa Cabral, pesquisador do Ceeng que participa do projeto.Rovers da NasaBaterias nucleares como as projetadas pelo Ipen e Betavolt começaram a ser estudadas no início do século passado. Não há ainda fabricação comercial desses dispositivos. A produção, limitada, é feita principalmente por governos de países que dominam a tecnologia nuclear ‒ como Estados Unidos, Rússia, França, China e Inglaterra – e centros de pesquisa, geralmente estatais.A tecnologia é empregada em dispositivos situados em lugares de difícil acesso, como faróis em ilhas desertas, cavernas, fundo do mar e laboratórios no Ártico e na Antártida. Na década de 1970, foram utilizadas na área da saúde. "Baterias nucleares de plutônio-238 foram usadas em marcapassos, aparelhos que monitoram e regulam os batimentos do coração, implantados em mais de 300 pessoas. Não houve nenhum relato de vazamento ou falha”, conta a engenheira química e doutora em tecnologia nuclear Maria Alice Morato Ribeiro, pesquisadora do Ceeng e líder do grupo.Os rovers da agência espacial norte-americana Nasa empregam esse tipo de tecnologia, bem como a sonda espacial Voyager, lançada ao espaço em 1977 – suas baterias nucleares são usadas para girar os painéis solares que fornecem energia para a nave. Na mesma linha, o dispositivo desenvolvido no Ipen será destinado a aplicações em locais remotos."O uso dessa tecnologia é restrito por causa do custo de fabricação, da disponibilidade de matéria-prima e da dificuldade de produção, a começar pela manipulação e encapsulamento do material radioativo”, informa Ribeiro. É preciso muito cuidado para evitar vazamento durante a fabricação e a operação do dispositivo. Outra dificuldade diz respeito ao fato de toda a parte elétrica estar exposta à radiação, o que pode acarretar danos ao sistema. Tudo precisa ser muito bem selado.Dura competiçãoPara o físico Hudson Zanin, da Faculdade de Engenharia Elétrica da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e coordenador de uma pesquisa que visa desenvolver uma bateria à base de sódio (ver Pesquisa FAPESP no 329), o trabalho feito no Ipen é promissor, mas terá que superar desafios para resultar em um produto comercial."Em um momento que se discute como passar para uma sociedade 100% elétrica e baseada em fontes renováveis de energia, que irão substituir os combustíveis fósseis, o armazenamento de energia é uma tecnologia-chave. Por isso, o desenvolvimento dos mais diferentes tipos de baterias, inclusive essa do Ipen, é importante”, afirma."O longo tempo de operação sem recarga das baterias nucleares é seu grande diferencial, mas elas precisam evoluir para aumentar a tensão de saída”, ressalva o físico da Unicamp. "Além disso”, destaca, "irão enfrentar uma dura competição com outras tecnologias avançadas, mais baratas e já estabelecidas, como as baterias de lítio-fosfato-ferro (LFP) e de níquel-cobalto-manganês (NCM)”. -
- 02/04/2024 - Universidade de Illinois planeja novo modelo de colaboração em pesquisa com o BrasilPrograma Brasillinois, que será lançado este mês durante a FAPESP Week Illinois, nos Estados Unidos, pretende promover a mobilidade de estudantes e docentes e fomentar conexões em áreas como clima e sustentabilidade, medicina, saúde pública e inclusão social
Programa Brasillinois, que será lançado este mês durante a FAPESP Week Illinois, nos Estados Unidos, pretende promover a mobilidade de estudantes e docentes e fomentar conexões em áreas como clima e sustentabilidade, medicina, saúde pública e inclusão social
Fonte: Agência FAPESP
Será lançado oficialmente durante a FAPESP Week Illinois, que ocorrerá entre os dias 9 e 10 de abril em Chicago, nos Estados Unidos, o programa Brasillinois.
A iniciativa busca criar um novo modelo de colaboração em pesquisa entre o Brasil e o Sistema de Universidades de Illinois (UIS, na sigla em inglês), nos Estados Unidos – formado pelas universidades de Illinois em Urbana-Champaign, em Chicago e em Springfield –, por meio da construção de conexões de pesquisa em áreas como clima e sustentabilidade, medicina e saúde pública e inclusão social.
Outro objetivo do Brasillinois é o de aumentar o intercâmbio entre estudantes de graduação e de doutorado brasileiros com os do UIS e do Consórcio de Educação Superior dos Grandes Lagos – que inclui outras universidades dos Estados Unidos e do Canadá –, além de parceiros institucionais na América do Norte.
De acordo com informações disponíveis no site da iniciativa, a meta do programa de mobilidade estudantil e docente é levar mais de cem estudantes brasileiros de graduação e doutorado às três universidades do UIS nos próximos anos.
Os estudantes de graduação poderão passar um semestre em Illinois e os alunos de doutorado serão classificados como pesquisadores visitantes e poderão permanecer por um período de três a dez meses na instituição anfitriã.
O UIS também pretende apoiar visitas a universidades parceiras brasileiras para docentes que orientarem estudantes no programa de mobilidade para fortalecer a colaboração acadêmica.
"A pesquisa conduzida pelo corpo docente do Sistema de Universidades de Illinois e nossos parceiros no Brasil tem um potencial incrível em áreas como clima, agricultura, medicina, saúde pública e democracia – todas questões críticas para a vida no século 21. Quando docentes de diferentes origens e culturas colaboram, cada um traz os seus próprios pontos fortes e perspectivas, que servem para alimentar inovações e fortalecer soluções. O Brasillinois terá como objetivo capitalizar esse tipo de conexão para produzir resultados potencialmente transformadores”, disse em nota à Agência FAPESP Tim Killeen, reitor do UIS.
Na área de medicina e saúde pública, um dos objetivos do Brasillinois será usar dados e iniciativas comunitárias de Illinois e do Brasil para desenvolver e lançar programas-piloto destinados a aumentar a expectativa de vida em ambientes urbanos e rurais e estabelecer estudos de coorte nas duas regiões.
Já no tema clima, as colaborações entre pesquisadores do UIS também poderão ser feitas no âmbito da iniciativa Amazônia+10, que articula pesquisadores vinculados às Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) de 25 Estados brasileiros em projetos de pesquisa na região da Amazônia Legal.
Liderado pelo Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) e pelo Conselho Nacional de Secretários Estaduais para Assuntos de Ciência, Tecnologia e Inovação (Consecti), com a parceria do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o programa já destinou quase R$ 100 milhões em recursos para projetos científicos.
"Com o amplo alcance da FAPESP em diferentes disciplinas e sua extensa rede de universidades e agências, estamos entusiasmados com a oportunidade de colaborar em interesses compartilhados que beneficiarão tanto o povo do Brasil quanto o de Illinois”, afirmou Killeen.
FAPESP Week Illinois
Durante dois dias, a FAPESP Week Illinois reunirá, na sede do Discovery Partners Institute, em Chicago, pesquisadores vinculados a universidades e instituições de pesquisa no Estado de São Paulo, do UIS, da região dos Grandes Lagos e de instituições parceiras do Canadá e do México.
O objetivo do encontro é estabelecer novas colaborações em pesquisa multidisciplinares para enfrentar os principais desafios em áreas como saúde, cidades sustentáveis, agricultura inteligente, clima, bioenergia e consolidação de instituições democráticas.
"Nossa parceria com o Sistema de Universidades de Illinois para a promoção da FAPESP Week é um importante avanço no nosso relacionamento com os estados centrais da América do Norte, do Canadá ao México”, avaliou Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP. "Os temas que serão discutidos são relevantes para o futuro do nosso planeta – da água às instituições democráticas e da saúde única à agricultura inteligente. Este evento contribuirá para fortalecer os laços entre instituições de ambos os lados, bem como destacar a excelente investigação que será realizada em ambos os continentes”, estimou.
Realizada em parceria com universidades e instituições de pesquisa do exterior, a FAPESP Week visa promover a aproximação entre pesquisadores com produção destacada em suas áreas de atuação com o objetivo de discutir pesquisas em andamento e a elaboração de novos projetos cooperativos. A primeira edição do evento ocorreu em Washington, nos Estados Unidos, em outubro de 2011.
Já foram realizadas outras 19 edições da FAPESP Week. A última aconteceu em novembro de 2019, na França. A série de encontros internacionais foi interrompida em razão da pandemia de COVID-19 e será retomada este ano com a realização da FAPESP Week Illinois.
Mais informações sobre o programa Brasillinois estão disponíveis em: uillinois.edu/brasillinois.
E a programação da FAPESP Week Illinois pode ser acessada em: fapesp.br/week/2024/illinois.
-
- 29/03/2024 - Governo faz mudança no comando da diretoria-geral de desenvolvimento nuclear e tecnológico da marinhaFonte: Petronotícias
O governo fez uma série de mudanças no comando da Marinha nesta semana. As novidades mexem também com estruturas internas da Força Naval que lidam diretamente com a tecnologia nuclear. A Diretoria-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha (DGDNTM) passará a ser chefiada pelo Almirante de Esquadra Alexandre Rabello de Faria (foto principal), assumindo a função que era exercida até então pelo Almirante de Esquadra Petronio Augusto Siqueira de Aguiar(foto abaixo, à direita). O ato formal de posse deve acontecer na próxima sexta-feira (5).
ADGDNTM é o órgão que planeja, orienta e controla as atividades nucleares, científicas, tecnológicas e de inovação, atuando como órgão central executivo do Sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação da Marinha (SCTMB). A estrutura também é responsável pelo Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) e o Programa Nuclear da Marinha (PNM).
Depois de deixar a DGDNTM, o Almirante de Esquadra Petronio Augusto Siqueira de Aguiar foi nomeado como Secretário Naval de Segurança Nuclear e Qualidade. Anteriormente conhecida como Agência Naval de Segurança Nuclear e Qualidade, o órgão tem o propósito de assessorar o Comandante da Marinha e contribuir para a segurança dos meios navais com plantas nucleares embarcadas, das instalações nucleares terrestres de apoio e do transporte de seu combustível nuclear.
As novidades foram bem recebidas pelo mercado. Para o presidente da Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN), Celso Cunha, "as mudanças foram bem importantes, pois são pessoas que conhecem o setor nuclear muito bem, o que facilita as ações”. Ele ainda declarou que "a Marinha fez uma grande escolha ao ter o Almirante Rabello à frente da DGDNTM e o Almirante Petronio no comando da Secretaria Naval de Segurança Nuclear e Qualidade”.
Como noticiamos recentemente, o Almirante Rabello foi escolhido como presidente do Conselho Curador da ABDAN, em substituição ao Almirante Petronio. O conselho da ABDAN se reúne periodicamente para pensar e elaborar diretrizes para a associação e propor medidas que incentivem o desenvolvimento do setor nuclear do Brasil.