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- 29/11/2022 - CNEN leva aplicações da energia nuclear para a SNCTFonte: CNEN
Acontece de 28 de novembro a 04 de dezembro, no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade em Brasília, a 19ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT). O evento, que anualmente é organizado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), tem como tema este ano "Bicentenário da Independência: 200 anos de ciência, tecnologia e inovação no Brasil”.
A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN/MCTI) e 5 de suas unidades – Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), Instituto de Engenharia Nuclear (IEN), Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD) e o Centro Regional de Ciências Nucleares do Nordeste (CRCN-NE) – apresentam diversas aplicações da energia nuclear em benefício da sociedade.
Produção de radiofármacos para diagnóstico e tratamento de vários tipos de câncer, realidade virtual aplicada ao setor nuclear, monitoramento e proteção radiológicos, radiação de gemas voltada para a alteração da coloração e aumento do seu valor comercial são alguns dos usos benéficos da energia nuclear demonstrados no estande da Comissão.
Este ano também está sendo apresentada uma novidade, o Informama, um aplicativo cujos objetivos, dentre outros, são oferecer informações fidedignas de testes de controle de qualidade em mamografias, disponibilizando para profissionais e público em geral, dados sobre fatores de risco, principais sintomas e sinais radiológicos do câncer de mama, diagnóstico precoce, além de serviços de análise da qualidade da imagem da mamografia.
O objetivo da SNCT é estimular a curiosidade e o gosto pela pesquisa, divulgando os resultados e a produção científica do país.
Fotos: Monica Viana, Walber Castro e Ricardo Fernandes
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- 23/11/2022 - IPEN realiza Simulado de Emergência RadiológicaO exercício ocorreu nas instalações do Centro do Combustível Nuclear
O exercício ocorreu nas instalações do Centro do Combustível Nuclear
No dia 23 de novembro, o IPEN realizou um Simulado de Emergência Radiológica nas instalações do Centro do Combustível Nuclear. O objetivo do exercício foi o treinamento de indivíduos ocupacionalmente expostos a eventos inesperados durante a hidrólise do hexafluoreto de urânio enriquecido.
Acompanharam o simulado 3 observadores externos: Eduardo Toyoda e Fábio Suzuki, Supervisores de Radioproteção do IPEN, e Fábio Rinaldi, do Centro Industrial Nuclear de Aramar.
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- 17/11/2022 - IPEN recebe comitiva da FAMBRAS - Federação das Associações Muçulmanas do BrasilNo dia 17 de novembro, o IPEN recebeu a visita do Dr. Mohamed El Zoghbi, Vice-Presidente da FAMBRAS (Federação das Associações Muçulmanas do Brasil) e sua comitiva. Os visitantes foram recepcionados pelo Superintendente do IPEN, Dr. Wilson Aparecido Parejo Calvo, Katia Cristina Iunes Minasian Santos, Coordenadora de Administração e Infraestrutura e representante da Diretora do IPEN, Dra. Isolda Costa, e demais coordenadores do Instituto.
A visita iniciou-se no Espaço Cultural Marcello Damy e seguiu para as instalações do Acelerador de Elétrons e Irradiador Multipropósito de Cobalto-60.
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- 19/10/2022 - Equipe do IPEN vence a primeira edição do HackAtom, competição científica promovida com apoio da RosatomAtividade fez parte do acordo bilaterial IPEN/MEPhI. Próxima etapa é viabilizar a dupla titulação para impulsionar carreira de futuros pesquisadores
Atividade fez parte do acordo bilaterial IPEN/MEPhI. Próxima etapa é viabilizar a dupla titulação para impulsionar carreira de futuros pesquisadores
A equipe HackIPEN, do IPEN, foi a vencedora do Brazil HackAtom, competição científica por equipes com a finalidade de desenvolver ideias sobre um tema relacionado à energia nuclear. Promovida pelo Instituto, em parceria com o Instituto de Engenharia Física (MEPhI) de Moscou e Corporação Estadual de Energia Atômica Rosatom, a disputa envolveu nove equipes de até cinco participantes para a realização de duas tarefas e aconteceu de forma híbrida, nos dias 18 e 19.
Noé Gabriel Pinheiro Machado, Sandro Minarrine Cotrim Schott, Priscila Santos Rodrigues e Maria Eduarda Zaganin Rigo, do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear IPEN/USP, e Jabison Rafael de Aguiar Bezerra, graduando de engenharia nuclear e bolsista de inicação científica, foram os vencedores. Em segundo lugar, veio a equipe Hackerspace, com estudantes do Instituto de Física da USP (IFUSP) e também do IPEN, e em terceiro, a Nuclear, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
A primeira tarefa foi mais simples. As equipes receberam vários dados brutos de consumo de energia de uma usina nuclear e precisavam analisar esses dados e elaborar um algoritmo que previsse o futuro da usina (em relação ao consumo, não à geração), com escala temporal definida pelos próprios estudantes, desde que coerentes com a proposta. As três primeiras colocadas concluíram o trabalho com êxito, de acordo com Julian Shorto, pesquisador do IPEN e um dos coordenadores do HackAtom.
O desafio maior, segundo Shorto, foi na segunda tarefa, em que as equipes receberam dados brutos de temperatura e pressão uma usina nuclear, durante um período de tempo, e também alguns sinais na instrumentação, como detetores de vibração, e teriam que encontrar a correlação entre esses dados e elaborar uma previsão. "Foi mais difícil, porque, aparentemente, não havia correlação. Eles tentaram, usaram técnicas de inteligência artificial, mas nenhum conseguiu resolver totalmente”.
Shorto atribui a dois fatores: o tempo de 24h para a resolução do desafio – muito curto, na avaliação dele, e o fato de os participantes não terem vivência de uma usina, o que torna missão quase impossível correlacionar dados "sem a prática da vida real”, o que, conforme o pesquisador, "naturalmente indicaria pistas para eles atuarem”. "Para quem não conhece nada de uma usina, ter apenas 24 horas é bem difícil. Eles foram até surpreendentes nos resultados obtidos”, avaliou.
Na reta final, das nove equipes inscritas, apenas quatro se mantiveram na disputa. Shorto acredita que, apesar do pouco tempo para o grau de complexidade dos desafios, o Brazil HackAtom cumpriu seu objetivo, de incentivar o interesse de alunos da física nuclear e de outras ciências exatas e tecnologias pela área nuclear. "O que podemos melhorar, em edições futuras, é o contato com as equipes, talvez oferecendo um tutor para cada uma, por exemplo, e também trabalhar com um pouco mais tempo, antes do evento, sobre questões gerais”.
A equipe de professores foi composta por oito membros, sendo três do IPEN – Shorto, Delvonei Andrade e Luis Antonio Albiac Terremoto. Da Rússia, participaram Dmitry Samokhin, Alex Nakhabov, Dmitry Raspopov, Alla Udalova, Dmitry Savkin. Cada avaliador deu duas notas, uma para o resultado em si e outra para a apresentação da equipe. Ao final, a equipe vencedora obteve maior pontuação com sete dos oito avaliadores.
Parceria promissora
Niklaus Ursus Vetter, gerente de Internacionalização do IPEN, comentou sobre "o estreitamento dos laços acadêmicos entre MEPhI e IPEN”, que, por meio de um acordo bilateral, propiciou intercâmbio de vários alunos de pós e de cursos de pós-graduação da USP ministrados por professores russos em colaboração com docentes do IPEN. "Com a realização do evento HackAtom no IPEN, esse acordo chega a outro patamar. Estamos visando, agora, a dupla titulação IPEN – MEPhI, para oferecer aos alunos um mestrado internacional que possa resultar em um aumento de suas oportunidades de carreira”.
"Para nós, o HackAtom não é apenas um evento para promover a tecnologia nuclear, é uma possibilidade de interagir com os jovens talentosos capazes de apresentar soluções realmente interessantes e inovadoras. Estamos realizando este evento no Brasil pela primeira vez em conjunto com nosso parceiro IPEN e esperamos que o HackAtom se torne nosso evento anual comum e atraia o maior número possível de participantes de diferentes universidades e institutos”, disse Valery Karezin, diretor de Projetos do Escritório de Projetos para o Desenvolvimento da Educação e Cooperação Internacional da Rosatom, após o anúncio dos vencedores.
Ruan Nunes, vice-diretor do Centro Regional da Rosatom para a América Latina, falou sobre a "grande satisfação” de poder promover e acompanhar a primeira edição do HackAtom e destacou a disposição e a participação "notáveis” das equipes. "A capacidade de resolver problemas complexos em 24 horas demonstra o quão preparados são os cientistas e estudantes da área. Nada resta além da dar os parabéns aos participantes, ao IPEN e a MEphi. Vamos aguardar ansiosos a próxima edição no ano que vem”.
Wetter, Karezin, Nunes e Dmitry Savkin, vice-reitor de Relações Internacionais do MEPhI participaram do anúncio dos vencedores. Está programada para o final do mês uma cerimônia de premiação. O HackAtom é realizado fora da Rússia desde 2021, a primeira competição foi organizada na Bulgária e depois em outros países, entre eles, Hungria e Argentina.
Equipes
1o lugar: HackIPEN – Noé Gabriel Pinheiro Machado, Sandro Minarrine Cotrim Schott, Jabison Rafael de Aguiar Bezerra Priscila Santos Rodrigues, Maria Eduarda Zaganin Rigo.
2o lugar: Hackerspace (FUSP/IPEN): Victor Keichi Tsutsumiuchi, Cristhian Ferreira Talacimon, Ícaro Vaz Freire, Ricardo Laranjeira Couro Pitta e Júlio de Oliveira Júnior.
3o lugar: Nuclear (UFRJ): João Victor Faria de Souza, João Victor Sigaud Andrade Guimarães, Gabriel Faria Beserra, William Luna Salgado e Vinícius Souza Pinheiro Silva
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- 17/10/2022 - XXI Workshop da pós em Tecnologia Nuclear debate temas inéditos e homenageia Shigueo WatanabeEvento, que teve transmissão em tempo real, foi considerado 'um sucesso' pelos participantes, com uma programação 'enriquecedora e diversificada', segundo a diretora Isolda Costa.
Evento, que teve transmissão em tempo real, foi considerado 'um sucesso' pelos participantes, com uma programação 'enriquecedora e diversificada', segundo a diretora Isolda Costa.
O XXI Workshop da Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear IPEN/USP, realizado na manhã de sexta-feira, 14, mostrou por que continua sendo a principal referência na área nuclear, no Brasil. "Os números indicam o tamanho do Programa”, afirmou o professor Reinaldo Giudici, da Escola Politécnica da USP (Poli-USP), convidado para apresentar o colóquio "Área de Engenharias II: Desafios e Futuros”. De fato, alguns indicadores impressionam: só de alunos ativos são 428, e o total de 91 docentes credenciados.
De acordo com o presidente da Comissão de Pós-Graduação (CPG), Eduardo Landulfo, em termos de metas para o próximos anos, o Programa vai apoiar a participação de alunos e docentes em eventos científicos nacionais e internacionais, a publicação de artigos em periódicos e os trabalhos de campo, além de promover a manutenção de laboratórios e de seu funcionamento interno. Para isso, conta com uma equipe multidisciplinar, cujos integrantes foram citados nominalmente como forma de agradecimento.
"São eles que tocam o dia a dia de toda a área de ensino do IPEN, e eu quero aqui apresenta-los e fazer um agradecimento especial a cada um”, disse Landulfo. Além dele, fazem parte da equipe os pesquisadores Martha Marques Vieira, coordenadora do Centro de Ensino, e Almir Oliveira Neto, vice-presidente da CPG, Elsa Papp, Ilze Puglia, Andressa Santos, Bruna Roque, Érika Martins, Nathalia Kodama, Paula Oliveira, Thiago Hossaka, Paulo Balan, José Paulo Cupertino.
Landulfo também apresentou a prestação de contas dos recursos da CPG, relacionando as demandas e a utilização, o edital de credenciamento 2022, o calendário 2023 e as mudanças encaminhadas para apreciação e avaliação, tais como extensão do prazo de credenciamento para quatro anos, depósito digital de teses e dissertações, artigos como trabalho de conclusão e critérios de credenciamento e recredenciamento.
Colóquios e Prêmio
O professor Ricardo Teixeira, da Faculdade de Medicina da USP (FM-USP), abriu a programação do XXI Workshop apresentando o colóquio "Saúde Mental e Aprendizado”. Ele é o coordenador da Diretoria de Saúde Mental e Bem-Estar Social, vinculada à recém-criada Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento (PRIP) da USP. Sanitarista com larga experiência no Sistema Único de Saúde (SUS), Teixeira apresentou dados alarmantes: 25% da comunidade faz uso de medicamento psiquiátrico e 50% referiu ter tido problemas de saúde mental no último ano.
Na sequência, o professor Cláudio Schön, da Poli-USP, apresentou o colóquio "A Graduação em Engenharia Nuclear”, que conta com a expertise do IPEN e a disponibilização de seus laboratórios e instalações nucleares. Aprovado em 2020 pelo Conselho Universitário da USP, com 89 votos favoráveis, nenhum contrário e apenas duas abstenções, o curso teve início em 2021, como habilitação do Departamento de Engenharia de Materiais, Metalúrgica e Nuclear.
Falando sobre os desafios e as perspectivas futuras para a área de Engenharias II, Reinaldo Giudici (Poli-USP) começou seu colóquio falando sobre o sistema nacional de pós-graduação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), que possui 49 áreas avaliação organizadas em três grandes campos: ciências da vida, exatas e humanidades.
Um dos momentos mais emocionantes do evento foi o anúncio da criação do Prêmio Shigueo Watanabe de Melhor Tese IPEN, com a presença do homenageado, que fez questão de falar, mesmo com sua limitação auditiva. Antes, Isolda Costa, fez um breve relato sobre sua trajetória acadêmica e científica, e destacou a "inestimável” contribuição do professor Shigueo ao ensino e à pesquisa no IPEN. "Eu fico muito contente quando vejo alunos que depois fizeram o curso comigo e continuaram suas carreiras. Muito obrigado a todos vocês”, disse Shigueo Watanabe, antes da foto com seus ex-alunos presentes.
O diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da CNEN, Madison Almeida, também participou do XXI Workshop, compondo a mesa ao lado da diretora substituta do IPEN, Isolda Costa, dos palestrantes convidados e da coordenadora de Ensino, Martha Vieira. O evento, que teve transmissão em tempo real, foi considerado "um sucesso” pelos participantes, com uma programação "enriquecedora e diversificada”, segundo as palavras de Costa.
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- 30/09/2022 - Com apoio da Agência Internacional de Energia Atômica, IPEN promove curso sobre Segurança CibernéticaParticipantes abordaram a eficácia dos sistemas de segurança computacional e de medidas que fornecem proteção às instalações, essencial para a área nuclear no Brasil.
Participantes abordaram a eficácia dos sistemas de segurança computacional e de medidas que fornecem proteção às instalações, essencial para a área nuclear no Brasil.
A resposta a incidentes de segurança computacional é um aspecto importante da Segurança Nuclear, especialmente se considerarmos que os sistemas computacionais estão cada vez mais suscetíveis a ataques cibernéticos. Foi com a proposta de aprimorar os processos de gestão de incidentes cibernéticos nas organizações da área nuclear que o IPEN/CNEN solicitou à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) o CyberSecurity Incident Response Team (CSIRT), encerrado nesta sexta-feira, 30.
Durante toda a semana, 23 participantes representando sete instituições participaram do treinamento técnico, que teve como focos os guias da AIEA e as boas práticas internacionais de resposta a incidentes de segurança computacional, voltados às instalações nucleares e radiativas, vitais para desenvolver e aprimorar as práticas de gestão. O curso foi baseado no documento intitulado Computer Security Incident Response Planning at Nuclear Facilities e incluiu conceitos da Nuclear Security Series (NSS), ambos da AIEA.
De acordo com Paulo Henrique Bianchi, chefe Serviço de Gestão de Redes e Suporte Técnico e coordenador pelo IPEN/CNEN, a iniciativa de promover o treinamento partiu do superintendente do Instituto, Wilson Calvo, por meio de tratativas iniciadas ainda em 2021 com Rodney Busquim e Silva, da Divisão de Segurança Nuclear da AIEA. "É um tema de extrema relevância para a área nuclear no Brasil, visto que os ataques cibernéticos estão aumentando cada vez mais, inclusive tendo como alvo órgãos governamentais”, disse.
Bianchi ressaltou o interesse do IPEN/CNEN, ao buscar essa parceria com a AIEA, de proporcionar a formação de recursos humanos especializados em Segurança Computacional "para termos condições de nos defender destas ameaças”. As expectativas se confirmaram: os participantes abordaram, no treinamento, a eficácia dos sistemas de segurança computacional e de medidas que fornecem proteção às instalações. Além disso, aprenderam como avaliar a capacidade de responder a incidentes de segurança computacional.
"Esperamos, com o término do curso, que os participantes estejam capacitados a aprimorar os processos de gestão de incidentes cibernéticos dos seus órgãos, com base nas melhores práticas sugeridas pela AIEA. Além disso, a realização do curso promoveu a cultura de segurança cibernética, reforçando aos participantes a grande importância da segurança computacional, que podem se tornar multiplicadores desta cultura em seus órgãos de origem”. Afirmou Bianchi.
Para Rodney Busquim e Silva, um dos instrutores, chamou a atenção o engajamento dos alunos, segundo ele "foi muito acima do esperado”. "Eles tiveram a oportunidade de assistir a aulas de instrutores internacionais e também de realizarem exercícios práticos em dois ambientes distintos: o ambiente hospitalar e uma planta nuclear. O ponto alto do treinamento foi no penúltimo dia [quinta-feira, 29], quando fizemos um exercício realista e imersivo durante todo o dia, onde puderam aplicar o conhecimento obtido no período do curso”, salientou.
Silva também mencionou o "fantástico apoio” do IPEN na execução do exercício, "inclusive permitindo que os alunos tivesses oportunidade de visitar o reator [IEA-R1] do Instituto e conversar a respeito de como uma instalação nuclear opera”. Além dele, também foram instrutores Ricardo Paulino Marques, da Escola Politécnica da Universidade de SãoPaulo (Poli/USP), Francesca Soro, do Austrian Institute of Technology (Áustria), Christophe Martin, da Électricité de France (França), e Gustavo Berman, da Comisión Nacional de Energía Atómica (Argentina).
Outro aspecto interessante do curso foi o fato de os participantes terem formações diversas. Não houve restrições quanto ao tipo de vinculação com o órgão de origem, isto é, puderam participar servidores, terceirizados e alunos da pós-graduação, que atuam ou possuem interesse no tema.
"Consideramos que a cultura de segurança cibernética, para ser efetiva, deve ser promovida para todos os colaboradores da empresa, sem distinção”, argumentou Bianchi. Para ele, durante o curso, ficou evidente a necessidade de envolver mais profissionais das áreas de Instrumentação e Controle e de Tecnologia Operacional (TO) nas atividades e treinamentos relacionados à Segurança Computacional, tendo em vista que cada vez mais dispositivos considerados críticos para a operação de instalações nucleares e radiativas estão se tornando digitais e conectados a dispositivos de Tecnologia da Informação (TI).
"Sempre vigilantes”
O analista em ciência e tecnologia do IPEN/CNEN e profissional de TI, Anderson Andrade, foi um dos participantes e destacou a importância do CSIRT devido ao aumento da presença das empresas no meio digital, que por consequência, acabam sendo alvos e podem sofrer incidentes de segurança Digital. "Além, é claro, do ganho de consciência e maturidade por parte das organizações quanto às necessidades de práticas de gerenciamento de riscos nessa área”, afirmou.
Andrade mencionou novas leis que têm surgido, como a Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD 13709/2018, a fim de nortear a maneira como as organizações passam a tratar e proteger suas informações e de seus clientes. "Um CSIRT pode exercer tanto funções reativas, quanto proativas, auxiliando na proteção e segurança das organizações. Para os serviços reativos, podemos citar alertas de segurança, tratamento de vulnerabilidades, de incidentes de segurança e de artefatos, como worms, vírus, trojans, ransonwares, entre outros”.
No caso do Risco de Incidente de CyberSegurança Nuclear, Andrade avalia que há um risco maior relacionado aos ambientes de OT Operational Tecnology, "que podem ser afetados indiretamente por ações maliciosas e criminosas como hacker-ativismo, sabotagem, espionagem industrial e por aí vai. Também podem gerar falhas em sistemas críticos dos reatores de pesquisa e potência, além de causar diversos problemas similares em hospitais e clínicas que utilizam terapias nucleares. Por isso, temos que estar sempre vigilantes, atentos”.
Ele cita que o treinamento ofereceu a possibilidade de se trabalhar com um caso que pode se enquadrar em uma situação real. "Nos deparamos com uma circunstância em que um simples pen-drive causou um impacto de alguns milhões de dólares, além de criar riscos nucleares e contra a vida de diversos funcionário da Usina Nuclear estudada”, ressaltou. Para Andrade, ao oferecer o curso, "o IPEN demonstra seu protagonismo e antecipação de ocorrências, se preocupando sempre com o bem-estar de seus colaboradores e com a população em geral”.
Paulo Bianchi mencionou o "apoio essencial” da Fundação de Apoio e Fomento à Inovação Tecnlógica Pesquisa e Ensino – FAFITPE, "sem a qual o evento não teria sido possível”. Ao final, em nome da organização do evento, por parte do IPEN e da AIEA, agradeceu também à equipe da Comunicação Social, à Diretoria do Instituto e à Superintendência, bem como às suas secretarias, à COPLG e aos colaboradores do SEGRS que tanto nos ajudaram na organização do evento.
Ao final, o gurpo teve a oportunidade de conhecer o Reator Nuclerar de Pesquisas IEA-R1, do IPEN, em operação desde 1957, quando atingiu sua primeira criticalidade.
"Memorável oportunidade"
Nas boas-vindas aos instrutores e participantes, a diretora substituta do IPEN, Isolda Costa, e o superintendente Wilson Calvo comentaram brevemente sobre o Instituto, seu pioneirismo e liderança em pesquisas nucleares no Brasil. Costa disse que era "um prazer recebê-los" e "uma honra" para o Instituto proporcionar um curso tão importante com apoio da AIEA.
Calvo mencionou alguns indicadores, destacando os mais de 3 mil titulados no Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear IPEN/USP e a consolidação de pesquisas e de tecnologias nucleares aplicadas à saúde, indústria, agricultura e meio ambiente. "É uma oportunidade memorável de troca de experiências e conhecimento na área de segurança computacional para instituições nucleares".
Instituições participantes
Além do IPEN, o treinamento contou com a presença de representantes da própria Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), do Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD/CNEN), das Indústrias Nucleares do Brasil S.A. (INB), da Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A. (Amazul), da Eletronuclear e do Centro Tecnológico da Marinha de São Paulo (CTMSP).
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- 19/09/2022 - Participação do IPEN na Campanha do Agasalho 2022O último lote de agasalhos doados pela comunidade do Instituto foi entregue em 02 de setembro na Cruz Vermelha
O último lote de agasalhos doados pela comunidade do Instituto foi entregue em 02 de setembro na Cruz Vermelha
O IPEN-CNEN, em parceria com a Cruz Vermelha São Paulo, participou ativamente da Campanha do Agasalho 2022.
Foram enviados ao todo 4 lotes de roupas e cobertores no âmbito do Instituto que a Cruz Vermelha distribuiu pessoas em situação de vulnerabilidade.
A organização da campanha, no âmbito institucional, ficou por conta de Fabio Menani, da Coordenação de Planejamento e Gestão (COPLG) que disponibilizou 10 pontos de coletas distribuídos pelo Instituto.
A ação teve como objetivo a arrecadação de roupas como calças, camisetas e, principalmente, agasalhos, além de cobertores em bom estado que foram doados às famílias necessitadas. A organização da campanha no IPEN-CNEN agradece atodos que colaboraram.
Segundo Menani, "O frio desse ano foi muito intenso e a contribuição da comunidade IPEN em conjunto com a colaboração das equipes do Protocolo e de Transportes foram essenciais para o êxito da ação. Gostaria de agradecer à
todos pelo espírito solidário, juntos fomos capazes de ajudar a amenizar o frio de pessoas e famílias mais necessitadas”.Segundo a Cruz Vermelha, foram arrecadadas mais de 90 toneladas em doações que beneficiaram uma população de aproximadamente 46 mil pessoas.
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- 01/09/2022 - 'Pertencimento, parceria e propósito são os pilares que melhor representam o IPEN', diz ministro Paulo AlvimSessão solene comemorativa, com a presença de autoridades, ocorreu nesta última quarta-feira (31), no Auditório Prof. Dr. Rômulo Ribeiro Pieroni
Sessão solene comemorativa, com a presença de autoridades, ocorreu nesta última quarta-feira (31), no Auditório Prof. Dr. Rômulo Ribeiro Pieroni
Pertencimento, parceria e propósito. Foram esses os três pilares que mais representam o IPEN-CNEN, na visão do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Paulo Alvim. Na cerimônia pelo 66º aniversário do Instituto, após assistir à apresentação da linha do tempo do Instituto – sua fundação, conquistas e as perspectivas para o futuro –, Alvim destacou a contribuição "inestimável” do IPEN para ciência brasileira na área nuclear e reafirmou o compromisso com a continuidade do empreendimento do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB).
"Esses momentos de celebração e reconhecimento nos dão muito orgulho. Os nossos heróis da ciência precisam ser reconhecidos. O que se faz, num espaço como o IPEN, são trabalhos que não têm hora nem dia e cuja contribuição fica para a posteridade. São 66 anos de muita contribuição”, declarou o ministro, pontuando os três pilares que fazem do IPEN a instituição de referência que é para o Brasil. "Todas as pessoas que passam por aqui têm o conceito de pertencimento, por isso se dedicam, contribuem e continuam trabalhando como voluntários”.
O segundo "p” elencado por Alvim é de parceria: "Essa é uma instituição que pratica parcerias. Aqui, parceria é a palavra-chave”, acrescentou o ministro, em alusão aos projetos de arraste que o IPEN desenvolve em colaborações nacionais e internacionais. O ministro foi enfático ao mencionar o terceiro pilar: "propósito”. "Essa é uma instituição que tem um propósito. Não apenas de avanço, é mais do que isso. Quando vemos os cinco pontos de pesquisa do IPEN, vemos como a sociedade evoluiu”, completou.
Alvim se referia aos cinco focos de atuação do IPEN mencionados pela diretora substituta, Isolda Costa, em sua apresentação "Passado, Presente e Futuro”. Por fim, o ministro se dirigiu a José Augusto Perrotta – pesquisador emérito do IPEN e engenheiro que concebeu o projeto do RMB, garantindo os esforços para assegurar o fluxo estável e permanente de recursos, visando a implementação do empreendimento, que, segundo ele, é fundamental para o País.
"É uma estrutura de conhecimento do Estado, e precisa ser tratado como tal. E estamos nessa missão. O RMB não é relevante apenas para o IPEN, é para a pesquisa do País. É uma infraestrutura que vai transbordar conhecimento”, disse o ministro, lembrando que, atualmente, há uma posição favorável da comunidade científica brasileira em favor dos investimentos para o projeto – a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) aprovou, em sua última Assembleia Geral (no mês de julho), a Moção "Independência tecnológica e soberania nacional na área de radiofármacos e a finalização do RMB”.
Linha do Tempo – Passado
Para iniciar a cerimônia, Isolda Costa fez apresentação sobre a história do IPEN-CNEN, destacando as pesquisas e tecnologias desenvolvidas durante os 66 anos do Instituto. Também mencionou os 60 anos da então Divisão de Metalurgia Nuclear, hoje Centros de Tecnologia dos Materiais (CECTM), e Divisão de Engenharia Química, atual Centro de Química e Meio Ambiente (CEQMA).A tônica foram as conquistas nas seis décadas, até o momento atual, começando pela criação da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), em 1956, do Instituto de Energia Atômica (IEA), em 1957, até sua mudança para IPEN, em 1970. Entre as conquistas da década de 60, destaque para o início dos estudos de purificação do urânio (1960), da produção de radiofármacos de forma rotineira (1962) e da fabricação de elementos combustíveis para todos os reatores nacionais (1964).
Na década de 70, Costa mencionou o estabelecimento de novas linhas de pesquisa
sob a liderança do professor Shigueo Watanabe (1972), o início do programa das aplicações das radiações na indústria e engenharia (1972), a criação do Centro de Processamento de dados do Instituto (1974) e da Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear em associação com a USP (1976).Nos anos 80, começou o projeto de conversão de urânio (1980), início da produção dos geradores de Tecnécio-99 (1982), atuação no acidente radiológico com o Césio-137 em Goiânia (1987) – o IPEN foi o primeiro ator presente no local e a inauguração do Reator de potência zero, IPEN/MB-01 (1988).
Na década seguinte, houve uma "mudança de paradigma”, com destaque para a Integração das atividades de pesquisas ambientais, marco do atual Programa de Meio Ambiente do Instituto (1996), a irradiação na agricultura (1996), a conclusão do projeto de modernização do IEA-R1, que chegava a 40 anos de atividade (1997) e a instalação do Cíclotron de alta energia (1999), dentre outros.
Os anos 2000 foram marcados pelo início do programa de células a combustível (2000), a inauguração do Irradiador Multipropósito de Cobalto-60, uma tecnologia 100% nacional (2004), e do Laboratório de Laser de Altíssima Potência (2005), a marca de 1 mil teses e dissertações defendidas (2009) na pós-graduação e a inauguração do Espaço Marcello Damy (2010).
De 2011 a 2018, o IPEN foi muito longe: chegou à marca do 100º elemento combustível produzido para o Reator IEA-R1 (2011), criou o Prêmio de Inovação Tecnológica (2014) e a Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de São
Paulo IPEN/USP consolida-se com 109 empresas incubadas e 264 patentes e
marcas protocoladas (2014).Em 2016, os 37 radiofármacos do IPEN são protocolados na Anvisa. Em 2018, o Instituto desenvolveu a arquitetura do Projeto da Unidade Móvel de Radiação, foi contemplado em Edital da FAPESP para a modernização institucional e aquisição do SNOM e teve seu Mestrado Profissional em Tecnologia das Radiações em Ciências da Saúde aprovado na CAPES.
De 2019 a 2022
Em 2019, o IPEN produz 19 elementos combustíveis para o Reator IPEN/MB-01, um feito inédito. O ano de 2020, quando foi decretada a pandemia da Covid-19, o Instituto protagonizou uma série de ações de enfrentamento, entre eles, a esterilização de equipamentos de proteção individual (EPIs), em colaboração com outros órgãos e entidades, e a inativação do SARS-CoV-2 por radiação ionizante para a fabricação de soro anti-Covid-19, em parceria com o Instituto Butantã.Neste ano, chegou ao Centro de Lasers e Aplicações o equipamento SNOM, o que há de mais avançado em microscopia sub-nano a laser. Em colaboração com a Poli-USP, foi aprovada a Graduação em Engenharia Nuclear. Além desses feitos, foi firmado acordo com a Nissan para desenvolvimento de um veículo movido por Célula a Combustível de Óxido Sólido (SOFC). Em 2021, a incrível marca de 3 mil teses e dissertações defendidas no Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear.
O futuro
Ao projetar o futuro do Instituto, Costa seguiu com a temática do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), tema do colóquio e razão da homenagem a José Augusto Perrotta, com sua indicação como Pesquisador Emérito, no primeiro dia de comemoração ao 66º aniversário do IPEN-CNEN, terça-feira, 30."Acreditamos que o RMB é o futuro e queremos dar continuidade a esse projeto, que possibilitará a produção de radioisótopos para mais de 30 tipos diferentes de radiofármacos, vai dobrar, imediatamente, o número de procedimentos anuais em medicina nuclear e garantir a estabilidade do fornecimento de radioisótopos no País, além de contribuir para a ampliação do número de clínicas e hospitais que oferecem serviços em medicina nuclear e promover economia de mais de 15 milhões de dólares por ano com custos de importação”, pontuou a diretora substituta.
Costa acrescentou que tanto o projeto RMB quanto os trabalhos anteriores do Instituto têm sido realizados "tendo em vista a missão do IPEN”. "É o compromisso com a melhoria da qualidade de vida da população brasileira: produzindo conhecimentos científicos, desenvolvendo tecnologias, gerando produtos de maneira segura e formando recursos humanos para a área nuclear”, destacou.
Antes da sessão solene, Costa e o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da CNEN, Madison Almeida, representando o presidente Paulo Pertusi, receberam o ministro Alvim, sua comitiva e demais convidados no espaço cultural Marcelo Dammy. Na sequência, para conhecer as instalações do Reator IEA-R1, no Centro do Reator de Pesquisas (CRPq), onde foram recebidos pelo gerente da área, Frederico Genezini.
Após a visita ao Reator, foi dado início à sessão solene, com execução do hino nacional brasileiro e a formação da mesa de honra, com a presença de Costa, Alvim, Almeida, e da professora Maria Arminda do Nascimento Arruda, vice-reitora da USP, Zeina Latif, secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, vice-Almirante (EN) Guilherme Dionízio Alves, diretor do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), vice-almirante Newton de Almeida Costa Neto, diretor-Presidente da Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S. A. (AMAZUL), e Sergio Freitas de Almeida, secretário Executivo do MCTI.
Missão e parcerias
Representando o reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior, Arminda ressaltou a missão do Instituto e o notável "respeito em relação ao IPEN, por cumprir uma importantíssima missão que engrandece esse país”. "É a aplicação generosa dos resultados da pesquisa, na área da saúde, do meio ambiente e, ao mesmo tempo, sem se descurar da importância da ciência para a mudança e o desenvolvimento do país”, acrescentou.A secretária Zeina Latif ressaltou dois fatores do Instituto que chamaram a atenção. O primeiro foi "a clareza da missão do IPEN. Segundo ela, "isso não é tão presente nesse chamado ecossistema de inovação”, mas é um fator fundamental.O segundo fator é as parcerias: "tenho convicção que essas parcerias são essenciais.Quanto mais aprofundarmos essas parcerias, mais eficiente vai ser todo o investimento feito”
Latif também disse que o objetivo é aumentar essas parcerias e que espera que a visita seja o início de uma jornada de estreitamento das relações com o IPEN-CNEN. Por último, ressaltou o caráter inovador das pesquisas do instituto e disse pretender "usar da melhor forma o serviço público” e "trazer o setor privado” para atuar em conjunto.
Também falando sobre as parcerias, Almeida Costa destaca o vínculo com o IPEN-CNEN, como uma das formas de "superar uma série de dificuldades da cultura do país, para que a população entenda a importância das pesquisas realizadas no instituto”. "A história do IPEN sempre foi focada no limite da ciência e da tecnologia, daquilo que é o avanço, que não tem de onde tirar”, acrescentou.
Dionízio Alves ressaltou a importância da parceria existente entre a Marinha e o IPEN, que vem de "mais de quatro décadas”. Também destacou as qualidades e importância das competências do Instituto, como o domínio dos ciclos do combustível e do urânio. "Poucos têm, no mundo”, enalteceu
Madison Almeida mencionou que o IPEN é o maior instituto da América Latina edestacou todas as atividades do Instituto, que atribuiu ao legado do professor Marcelo Dammy."Hoje todos estão em prol da missão e, mais do que isso, da visão do IPEN. A CNEN é muito grata ao IPEN. Sempre lembramos e passamos para a sociedade e demais autoridades que o IPEN tem o seu famoso núcleo, seus 11 centros de pesquisa. Se o IPEN tem hoje os reatores nucleares, os aceleradores de partículas de elétrons e seus irradiadores gama, também tem as tecnologias correlatas intermediando a área nuclear. São inúmeras possibilidades”, disse.
Homenagens
Dando sequência ao evento, foi realizada uma "homenagem in memoriam” aos 19 servidores falecidos entreagosto de 2021 e agosto de 2022. Em seguida, o ministro Alvin entregou certificado de menção honrosa ao pesquisador Lalgudi Ramanathan, em nome dos aposentados, e a Mitiko Saiki e Rajendra Narain Saxena, representando os colaboradores voluntários após a aposentadoria. Após o pronunciamento do ministro, a solenidade foi encerrada.-------
Leonardo Novaes, estagiário
(Com supervisão) -
- 31/08/2022 - 'Não desisti da minha missão na área nuclear e não abandonei o RMB', diz Perrotta, em celebração no IPENAposentado recentemente, ex-coordenador técnico do empreendimento é homenageado com o título de Pesquisador Emérito do IPEN no primeiro dia de ecelebração dos 66 anos de fundação do Instituto
Aposentado recentemente, ex-coordenador técnico do empreendimento é homenageado com o título de Pesquisador Emérito do IPEN no primeiro dia de ecelebração dos 66 anos de fundação do Instituto
"Não desisti da minha missão na área nuclear, não renunciei ao meu conhecimento adquirido e não abandonei a implantação do Empreendimento RMB. É uma forma de mudança de atitude para uma busca de soluções. Penso que devo me posicionar em defesa dos nossos ideais, das nossas instituições, da preservação da ética, da competência e da meritocracia nessa nossa área estratégica e importante da tecnologia nuclear.”
A afirmação é do engenheiro José Augusto Perrotta, a propósito de sua aposentadoria "não programada” e a consequente saída da coordenação técnica do Projeto Reator Multipropósito Brsileiro (RMB). Homenageado pelo IPEN/CNEN como "Pesquisador Emérito” no primeiro dia de celebrações do 66º aniversário do Instituto, terça-feira, 30, Perrotta fez um discurso emocionado e contundente sobre sua carreira e a importância do empreendimento para o Brasil.
Dizendo-se preocupado com "o futuro da instituição, do projeto RMB e da área de tecnologia nuclear do País", Perrotta mostrou os "números superlativos” do empreendimento: o investimento necessário de US$ 500 milhões, o terreno de 2 milhões de m2 com uma área de proteção ambiental de 730 mil m2, um reator de pesquisa de 30 MW e laboratórios de processamento e manuseio de radioisótopos, de feixe de nêutrons, de análise por ativação neutrônica e de análise pós-irradiação de combustíveis e materiais.
"São mais de 20 instalações suporte, mais de 60 mil m2 de construções e 10 Km de vias internas”, ressaltou Perrotta. E os números superlativos não param por aí. De acordo com Perrotta, já foram produzidos mais de 16 mil documentos de engenharia, com mais de 2 milhões de homens-hora de engenharia, mais de 2.500 reuniões técnicas realizadas e quatro projetos de encomenda do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e um total investido de R$ 280 milhões.
O pesquisador também mencionou as 10 mil mudas de árvores nativas plantadas para recomposição de mata ciliar do Ribeirão do Ferro, que corta o sítio do RMB, ratificando a preocupação para que o empreendimento seja "ambientalmente correto”, um dos pilares de sustentabilidade do projeto. Perrotta destacou a "grande missão” do RMB, de ser nuclear em dois sentidos, o de embrionário de um grande centro de pesquisas e tecnologia, na área nuclear.
"O RMB não é apenas o projeto de construção de um reator de pesquisa, mas sim, a exemplo do que ocorreu com a implantação do reator IEA-R1 para o IPEN, é o estabelecimento de um grande centro de tecnologia nuclear que nasce com a construção do reator de pesquisa e instalações associadas. Ele é efetivamente um projeto de arraste e estruturante para o Programa Nuclear Brasileiro. Ao redor do reator se expandirão laboratórios, conhecimento, desenvolvimento tecnológico, formação de recursos humanos, inovação e suprimento da sociedade com os produtos e serviços que trazem consigo os benefícios da utilização pacífica da energia nuclear”.
Em seu discurso, Perrotta fez um retrospecto da carreira e comentou que o interesse pela área nuclear surgiu quando ainda era criança, aos 10 anos. "Me lembro, ainda criança, talvez uns 10 anos, moleque de rua – eu vivia na rua jogando bola, soltando pipa –, no bairro do Engenho Novo, no Rio de Janeiro, que, numa dessas resenhas da molecada, veio a pergunta "o que eu seria quando crescesse”. Lembro, perfeitamente, até hoje, essa cena, e eu disse sem hesitar ENGENHEIRO NUCLEAR!!”, exclamou.
Vocação predestinada
Prestes a completar 69 anos (28 de outubro), Perrotta nasceu no "Dia do Funcionário Público” e dia de São Judas Tadeu, o santo das causas impossíveis, no mesmo ano do lançamento do Programa Átomos para a PAZ (8 de dezembro de 1953). Três anos depois, em 1956, veio a criação da CNEN, e, em 1957, a fundação da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e do Instituto de Energia Atômica (IEA), atual IPEN. "Portanto, nasci na era da aplicação da energia nuclear para fins pacíficos em benefício da sociedade”, brincou.O pesquisador acredita ter nascido com a missão de atuar na área nuclear e de contribuir para esse fim. "A vida sempre me encaminhou nesse caminho. Vários foram os sinais de estímulos a perseverar, não desanimar, e os apoios e cuidados recebidos para que isso ocorresse foram muitos”, afirmou. Perrotta fez questão de mencionar que sempre estudou em escolas públicas, do então primário à faculdade, tendo se formado em dezembro de 1977 como engenheiro civil, no Instituto Militar de Engenharia (IME – Rio de Janeiro).
Em janeiro de 1978, casou-se com Rosângela, presente na cerimônia, e brincou que nem teve tempo de curtir o momento. "Nem tivemos lua de mel, pois já estava fazendo o mobralzinho do PRONUCLEAR para mestrado em Engenharia Nuclear no próprio IME. Ganhei a bolsa e fiz o mestrado especial que dava o direito de ir fazer doutorado nos Estados Unidos, mas preferi concluir no País”. Perrotta dedicou um agradecimento especial à esposa, a quem "deve grande parte do sucesso da carreira”.
Carreira de sucesso
O pesquisador mencionou sua passagem pelo Departamento do Combustível Nuclear de Furnas, onde acredita ter feito um trabalho "marcante” e "fantástico”, que se tornou metodologia padrão de Furnas para as curvas operacionais de valores de reatividade de barras de controle do reator. Gostava do trabalho, mas, após a morte do pai, a quem ajudava na função de jornaleiro, aceitou mudar para São Paulo e trabalhar no Programa Autônomo de Tecnologia Nuclear (PATN) e no IPEN.Com os dois filhos ainda pequenos – Gabriela tinha 3 anos e o André ainda não havia completado um ano – e sabendo que seria uma dificuldade maior para a esposa Rosangela, tinha consciência do grande desafio que lhe esperava, no auge de seus 29 anos. "Era para trabalhar no desenvolvimento autônomo da tecnologia nuclear nacional. Hoje tenho certeza de que esse era meu destino e foi uma decisão acertada”, disse, referindo-se à tarefa de projetar o combustível e o núcleo do reator de propulsão naval.
Foi na metade dos anos 90, em decorrência da famosa "pá de cal” no PATN, que passou a se dedicar à Divisão de Engenharia do Núcleo do Departamento de Reatores do IPEN (RT) e concluiu seu doutorado, sob a orientação de José Rubens Maiorino. "E convidamos, não por acaso, o Dr. Rex Nazareth, principal responsável do PATN, a fazer parte da banca da minha defesa”, afirmou. No final da década, ajudou na criação do Centro de Engenharia Nuclear, tendo sido o primeiro gerente eleito pelos pares no IPEN.
Em 2002, foi convidado a trabalhar na Seção de Segurança de Reatores de Pesquisa da AIEA, em Viena, onde atuou no esforço inicial do trabalho conjunto dos Departamentos de Segurança, de Energia e de Aplicações para organização de guias, documentos técnicos e serviços sobre os reatores de pesquisa para suporte aos países membros da Agência. "Hoje existem mais de cem documentos emitidos e vários serviços disponíveis aos países membros. O RMB também utiliza alguns desses documentos da IAEA”.
Em 2003, voltou ao Brasil para contribuir na estruturação do Programa de Células a Combustível, aglutinando os vários grupos técnicos que estavam se desenvolvendo na área. "Ganhamos projeção nacional e, através do MCTI, fomos indicados coordenadores do Programa Nacional de Células a Combustível (PROCAC) em projeto de encomenda através da FINEP”, contou.
Perrotta também falou de sua passagem pela Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Material Nuclear (ABACC), onde coordenou o desenvolvimento e a qualificação do método inovador de amostragem de UF6 em plantas de enriquecimento para determinação de teor isotópico. "Denominamos esse método de ABACC-Cristallini em homenagem ao Dr. Osvaldo Cristallini que trabalhava conosco. Esse é um fato relevante para a ABACC”.
No seu retorno ao IPEN, passou a dirigir projetos especiais. Segundo Perrotta, a cronologia dos fatos de certa forma o empurrou para o que considera o grande projeto de sua carreira profissional e talvez a grande missão que teria a realizar e para a qual foi preparado ao longo dos vários anos de trabalho: o Projeto RMB. No Programa de Ação Em Ciência Tecnologia e Inovação (PACTI 2007-2010) do então MCT, havia destaque para a área nuclear com a recomendação de construir um reator para autonomia nacional na produção dos radioisótopos para a medicina nuclear.
Liderado pela Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento (DPD) da CNEN, o projeto seria tocado por líderes e executores oriundos dos institutos da CNEN e a parceria do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP). Perrotta foi designado como coordenador de gestão e coordenava os trabalhos dos vários especialistas. Chegou a ser titular da DPD de julho de 2011 a outubro de 2012, concomitantemente, e, pela função de direção, tornou-se membro do Conselho Superior do IPEN.
"Como diretor da DPD fui designado Membro do Conselho Superior do IPEN e contribuí para a renovação do convênio CNEN-IPEN-SDE-SP-USP que é de grande importância à CNEN, ao IPEN e ao RMB”, disse Perrotta. Para ele, "muito foi realizado no projeto RMB, mas, ainda, aquém do que foi inicialmente planejado”. Essa realização – COMPLEMENTA – existiu por vontade dos muitos que apoiaram o projeto desde seu início,” como é o caso do IPEN, instituição líder do projeto”.
Antes de encerrar seu discurso com os agradecimentos, Perrotta mencionou a expansão do acordo de parceria com a empresa de engenharia Amazônia Azul (AMAZUL), também da Marinha, em 2017, para apoio na implantação de engenharia do empreendimento. Citando algumas das realizações do empreendimento, afirmou que, nos últimos sete anos, a falta de recursos financeiros e a falta de apoio efetivo e político contribuíram para que a construção do RMB não fosse iniciada.
Por fim, agradeceu os pares, afirmando que "todos os trabalhos e realizações se devem ao grupo de pessoas, técnicos, e especialistas que comigo trabalharam”. Perrotta lembrou de apoiadores do projeto "que nos deixaram ao longo do caminho”, entre eles, Afonso Aquino, que foi colaborador na área de comunicação do RMB, fez uma saudação especial ao atual superintendente do IPEN, Wilson Calvo, e agradeceu à diretora substituta, Isolda Costa, e aos ex-superintendentes Claudio Rodrigues e Spero Morato, "entre outros de igual importância”.
Emocionado, dirigiu-se à espoca Rosângela, com quem está casado há 44 anos, dizendo que tudo que fez ou pode fazer profissionalmente foi porque teve o seu incentivo e suporte. "Toda vez que decidi mudar de serviço e cidade, viajar por longos períodos e me dedicar à minha profissão tive seu apoio e compreensão. Eu ficava tranquilo sabendo que ela realizava todo o necessário para cuidar de nossa família. Grande parte do sucesso da minha carreira se deve a você Rosangela. Muito Obrigado! Beijo”.
Também foram citados os filhos Maria Gabriela e André e as netas Isabella e Valentina, presentes na cerimônia, "por nos dar brilho nos olhos”. Fez um agradecimento à mãe, dona Maria, ainda viva, 99 anos) e à irmã Carmen, que sempre o ajudaram e o acolheram nas idas de trabalho ao Rio de Janeiro. "Casa da mamãe é hotel 10 estrelas”, brincou.
Encerrou com uma dedicatória especial: "Gostaria também de dedicar essa homenagem de pesquisador emérito ao meu pai. Imigrante italiano, na década de 30, ainda jovem, foi de verdade um grande brasiliano que criou raízes, constituiu família e contribuiu para o crescimento do país através do seu trabalho honesto e dedicado, e na criação e educação da geração que o sucedeu. Meu orgulho e admiração por ele, a quem dedico essa homenagem”.
"Perrotta é Multipropósito”
Antes de Perrotta receber o diploma de Pesquisador Emérito, coube ao amigo e testemunha de sua dedicação ao RMB e à área nuclear brasileira, Francisco Rondinelli Júnior apresentar o homenageado aos presentes. Atual coordenador geral de Aplicações das Radiações Ionizantes da CNEN, Rondinelli mencionou aspectos da carreira de Perrotta e ressaltou o fato de ele ser oriundo da rede pública de ensino, um exemplo "do mérito do ensino público brasileiro”.Enquanto elencava os trabalhos realizados por Perrotta, Rondinelli brincou dizendo que "Perrotta é multipropósito”, levando a plateia ao riso. Destacou que o homenageado foi o engenheiro que concebeu o RMB e que "o desenho do seu pensamento” está preservado em um quadro e deve ser guardado para a posteridade. Mencionou ainda outros prêmios e honrarias concedidos a Perrotta e encerrou dizendo que ainda "faltam 30 páginas a serem preenchidas com coisas a fazer”, elogiando a "forma humana com a qual Perrotta dedicou ao País”.
A celebração do 66o aniversário do IPEN continua na quarta-feira, 31, com a presença do ministro de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovações, Paulo Alvim, da secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo (SDE/SP), Zeina Latif, do diretor-Presidente da Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S. A. (AMAZUL), vice-almirante (EN) Newton de Almeida Costa Neto, do secretário Executivo do MCTI, Sergio Freitas de Almeida, do titular da DPD/NEN, Madison Coelho de Almeida, do diretor do CTMSP, vice-almirante (EN) Guilherme Dionízio Alves e da vice-reitora da USP, professora Maria Arminda do Nascimento Arruda.
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Texto: Ana Paula Freire
Colaborou Leonardo Novaes, estagiário -
- 03/08/2022 - Curso de Mestrado Profissional em Tecnologia das Radiações em Ciências da Saúde inicia sua 4ª turmaA recepção aos novos alunos se deu na tarde de 3 de outubro, no prédio de Ensino e marcou a retomada das aulas presenciais do curso
A recepção aos novos alunos se deu na tarde de 3 de outubro, no prédio de Ensino e marcou a retomada das aulas presenciais do curso
A física Denise Zezell, coordenadora do Curso de Mestrado Profissional em Tecnologia das Radiações em Ciências da Saúde e pesquisadora do Centro de Lasers e Aplicações do IPEN, abriu a cerimônia de abertura para a quarta turma informando sobre a retomada das aulas presenciais após o período mais agudo da pandemia de Covid-19. Ofereceu, também, orientações sobre o funcionamento do curso e seu regimento.
Isolda Costa, diretora substituta do IPEN-CNEN deu as boas-vindas aos novos alunos estimulando-os no desenvolvimento de atividades que proporcionem o fortalecimento de suas carreiras no mercado de trabalho. Wilson Aparecido Parejo Calvo, superintendente do IPEN, complementou as informações citando as possibilidades do Instituto em parcerias e oportunidades na carreira acadêmica.
A pesquisadora do Centro de Ciência e Tecnologia das Radiações (CETER), e vice-coordenadora do Curso de Mestrado Profissional em Tecnologia das Radiações em Ciências da Saúde, Maria Elisa Chuery M. Rostelato estava visivelmente emocionada ao receber os alunos da 4ª. Turma e com a possibilidade da retomada das aulas presenciais.
A aula inaugural do curso foi proferida pela pesquisadora do Centro de Radiofarmácia (CECRF) do IPEN e professora do Curso de Mestrado Profissional em Tecnologia das Radiações em Ciências da Saúde, Elaine Bortoleti de Araújo.
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- 28/07/2022 - CEO da Nissan Brasil visita o IPEN/CNEN para acelerar pesquisa do veículo híbrido a etanolAirton Cousseau conheceu o laboratório onde está sendo desenvolvida a Célula a Combustível de Óxido Sólido (SOFC) e participou de reunião técnica com pesquisadores
Airton Cousseau conheceu o laboratório onde está sendo desenvolvida a Célula a Combustível de Óxido Sólido (SOFC) e participou de reunião técnica com pesquisadores
Diretores da Nissan estiveram no IPEN/CNEN, na manhã desta quarta-feira (27), para avaliar projetos em andamento e discutir novos caminhos. A visita é mais um capítulo de uma parceria firmada em 2019 e renovada em 2021. O acordo prevê o desenvolvimento de um veículo movido a Célula a Combustível de Óxido Sólido (SOFC), que gera energia elétrica a partir da utilização do bioetanol.
Estiveram presentes no Instituto Airton Cousseau, presidente da Nissan Mercosul e diretor geral da Nissan do Brasil, Ricardo Abe, gerente de Engenharia de Produto da montadora, e Nathalia Boareto, chefe de gabinete. O gerente de Internacionalização do IPEN-CNEN, Nicklaus Wetter, recepcionou os visitantes, representando a diretora substituta Isolda Costa.
A visita foi articulada pelo pesquisador Fabio Coral Fonseca, gerente do Centro de Células a Combustível e Hidrogênio (CECCO) e responsável pelo projeto. A recepção institucional aos visitantes ocorreu no Espaço Cultural Marcelo Dammy, onde é possível acompanhar uma "linha do tempo” da história e das pesquisas do Instituto.
Na sequência, a comitiva visitou o CECCO, onde juntaram-se outros dois pesquisadores encarregados pelo projeto, Estevam Spinace e Francisco Tabuti, para conhecer os laboratórios e discutir o andamento das pesquisas. Coral fez uma breve apresentação sobre as atividades do CECCO e, em seguida, deu início à reunião técnica, cujo objetivo é viabilizar comercialmente o uso de SOFC.
Caberá aos pesquisadores do IPEN/CNEN otimizar a engenharia do dispositivo eletroquímico. As células desenvolvidas seriam capazes de fornecer autonomia superior a 600 quilômetros utilizando apenas 30 litros de etanol. A parceria da Nissan com o IPEN/CNEN está inserida no conceito da Nissan Intelligent Mobility, visão da marca para transformar a maneira como os carros são conduzidos, impulsionados e integrados na sociedade.
"Vemos uma oportunidade fantástica nesta parceria. Para o Brasil, é o momento ideal [de investir nesse projeto]. E sabemos da competência do IPEN para dar seguimento às pesquisas”, afirmou Cousseau.
"Nissan e IPEN buscam agora acelerar a continuidade da pesquisa para que a opção do híbrido a etanol seja realidade de mercado atendendo às novas legislações ambientais que preveem cortes de emissões por motores a combustão e que entrarão em vigência na próxima década em vários países”, concluiu Fonseca.
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Leonardo Novaes, estagiário
(com supervisão) -
- 27/07/2022 - Técnica inovadora para consolidação de esculturas ganha primeiro teste em escala piloto no IPEN-CNENMétodo utiliza raios gama para curar (solidificar) resinas, que são impregnadas nas cavidades de peça em estado de deterioração
Método utiliza raios gama para curar (solidificar) resinas, que são impregnadas nas cavidades de peça em estado de deterioração
Técnica inovadora de consolidação para objetos de valor cultural que utiliza radiação ionizante a partir de uma resina radiocurável começa a ser testada no IPEN/CNEN de forma pioneira no Brasil. O teste "piloto” será em uma escultura de São Jerônimo, do acervo do Museu do Palácio dos Bandeirantes, uma peça de 1,20m, que está em processo de deterioração, com diversos "orifícios” em toda a sua extensão.
A consolidação consiste na impregnação ou preenchimento dos espaços vazios dentro de uma escultura por uma resina e posterior cura, processo que dá uma ‘segunda vida’ ao objeto. O que é inovador, na recuperação da imagem de São Jerônimo, é o uso de uma resina radiocurável, ou seja, catalisada ou sensível à radiação, de maneira que a peça possa ser totalmente preenchida e depois restaurada.
O processo inicia-se com a análise do objeto mediante técnicas nucleares não destrutivas como são a radiografia e a tomografia. Uma vez verificado o problema, a escultura é colocada dentro de reator que utiliza vácuo incialmente para impregnar os microporos da peça com a resina. Posteriormente, é aplicada pressão positiva utilizando nitrogênio gasoso por até 24 horas.
A etapa seguinte está relacionada à irradiação com raios gama no Irradiador Multipropósito de Cobalto-60, do Centro de Tecnologia das Radiações (CETER) do IPEN-CNEN, processo que cura resina, fazendo com que o líquido passe ao estado sólido, de modo que a escultura seja consolidada.
Na sequência, os pesquisadores utilizarão técnicas de caraterização analítica como o imageamento – raios-x e tomografia – para conferir a efetividade do processo, verificando se os poros foram totalmente preenchidos pela resina. Finalmente, mas não menos importante, vem a restauração propriamente dita, que conta com a utilização de técnicas tradicionais para restituir a parte exterior do objeto.
A pesquisa
Para que estas etapas pudessem ser concretizadas, participaram Maria Aparecida de Pereira e Anderson de Jesus, alunos do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear do IPEN, realizando uma série de pesquisas a fim garantir a produção de uma resina única e que atendesse todas as condições essenciais (processo reversível, caso necessário). O passo seguinte da equipe foi projetar o reator e utilizar as técnicas de imageamento para analisar o interior da escultura.
A equipe do IPEN-CNEN é composta pelo coordenador das atividades de pesquisa e aplicação relacionadas à preservação de objetos de patrimônio cultural com radiação ionizante e responsável pelo Irradiador Multipropósito de Cobalto-60, Pablo Vásquez, a pós-doutoranda Maria José Alves de Oliveira, os técnicos Vagner Fernandes, José Aparecido Nunes e Edmilson Carneiro, e o responsável pelo apoio administrativo, Juan Santos.
Também participa do projeto a restauradora-conservadora do Museu do Palácio dos Bandeirantes, Adriana Pires. Vásquez e Pires estão à frente da parceria de mais de 10 anos entre os dois órgãos, para restauro de obras e conta com o apoio da Curadora do Acervo Artístico – Cultural dos Palácios de Governo de São Paulo, Ana Cristina Carvalho. Eles discutiram a ideia dessa iniciativa, pela primeira vez, durante um simpósio realizado no IPEN-CNEN, em 2019.
"Eu vi essa técnica na França e então lembrei que tínhamos essa escultura. Já havíamos tido muitas perdas. Ela foi comprometida estruturalmente e não conseguíamos, através dos nossos métodos, consolidá-la, para então poder finalizar o restauro. Quando fui convidada pelo Pablo para o simpósio, falei sobre esse trabalho”, relembra Pires.
Vásquez disse que, na época, o projeto teve seu início impossibilitado pela falta de recursos e estudos de referência. "Os alunos estavam apenas iniciando os estudos materiais e ainda não tínhamos as ferramentas nem as condições necessárias”, conta o pesquisador, que também fez questão de ressaltar a importância da parceria com o Palácio dos Bandeirantes.
"Se não fosse pela peça providenciada pela Adriana, não poderíamos ter realizado o nosso primeiro estudo em um objeto real. Não seria possível iniciar a pesquisa aplicada, inovadora, com testes em escala piloto”, salientou o pesquisador.
A importância dessa técnica está fundamentada na possibilidade de proporcionar uma "segunda vida” a um objeto de patrimônio cultural tangível cuja estrutura foi comprometida integralmente. "Foi muito degradado, seja por insetos ou pelo tempo, e estava repleto de porosidades. Não era possível sequer manipular o mesmo devido ao seu grau de fragilidade, e, se não fossem os métodos que estamos aplicando, continuaria se deteriorando”, afirma Vásquez.
A escultura que está sendo trabalhada é de São Jerônimo, conhecido por traduzir os primeiros livros da bíblia, do Hebraico para o Latim, e tem uma importância histórica para o Palácio dos Bandeirantes.
Dos testes ao restauro
Os estudos sobre a melhor fórmula para as resinas constituíram o início do projeto. A equipe realizou os testes para garantir a melhor mistura, em condições laboratoriais, e chegou a uma composição que une um polímero comercial com outro natural. A fórmula química da substância foi desenvolvida por Oliveira."No período da pandemia, fizemos experimentos preliminares para saber se o resultado seria o esperado, quando a resina fosse impregnada na escultura. O Pablo foi testando as condições de irradiação, enquanto fomos fazendo as caracterizações e selecionamos as fórmulas mais adequadas. Agora, a expectativa é muito boa e tenho certeza de que vai dar certo, pois já realizamos várias provas bem-sucedidas”, disse a pós-doutoranda.
A resina desenvolvida é uma das grandes novidades do estudo e possui três características imprescindíveis para a realização da técnica empregada. O primeiro requisito é que a substância possa ser curada pela radiação ionizante – capaz de passar do estado líquido para o sólido com a radiação gama. Isso possibilita a utilização do Irradiador Multipropósito de Cobalto-60 para promover a consolidação, tendo a vantagem de empregar apenas a radiação ionizante, sem necessidade de catalisadores ou reagentes químicos.
A segunda característica desejada é que a resina pudesse ser removida com solvente caso necessário (processo reversível). A última premissa era a propriedade da permeabilidade – facilidade da resina de percorrer no vácuo – para penetrar em todos os microporos da escultura.
Antes da execução do método empregado, a caraterização do objeto com técnicas analíticas, como a tomografia e os raios x é fundamental, permitindo o imageamento do objeto e a localização de cavidades e poros. Estas caracterizações foram realizadas no Hospital Universitário (HU) da USP e no CECON-IPEN.
Em etapa posterior, a peça foi submetida ao pequeno reator, desenvolvido sob medida para o projeto. O reator é capaz de criar um vácuo que força a entrada da resina nos microporos da escultura, que fica submersa na substância, dentro da estrutura assim como a indução de uma pressão positiva. O processo leva arredor 24 horas para ocorrer.
"O reator consegue controlar o vácuo e manter a escultura fixa, durante um determinado tempo, para que a resina consiga impregnar os microporos. Trata-se do método mais eficaz, porque as condições da pressão permitem que a resina penetre o objeto por completo. Em outras técnicas, é comum injetar as resinas a olho nu apenas utilizando uma seringa. Mas, nesses casos, preencheria apenas os microporos da superfície”, diz Vásquez.
A etapa seguinte é tratar a peça com raios gama no Irradiador Multipropósito de Cobalto-60. A irradiação solidificará a resina e consolidará a escultura. O tempo estimado para a duração dessa fase do projeto é de dois dias. "Este processo deve ocorrer de forma lenta, uma vez que a escultura não poderá ser exposta a altas taxas de dose de radiação devido ao fato de que a reação de cura é exotérmica. Esse cuidado é necessário porque a escultura conta com partes de madeira, que podem ser dilatadas com a liberação de calor que ocorre no processo”, explica.
Após a consolidação, o pesquisador do CETER diz que a equipe utilizará novamente as técnicas de imagem para verificar se realmente todos os microporos foram preenchidos pela resina.
A última etapa, a do restauro, ficará a cargo de Pires, que utilizará as técnicas tradicionais para reconstituir a parte exterior da escultura. Ela explica que, para este procedimento, é necessário "dar algumas camadas de policromia, para completar alguns pedaços que estão faltando, e então a escultura estaria pronta para ser exposta novamente”. A restauradora diz que essa parte é um pouco mais demorada e deve levar cerca de três meses.
A equipe agradece a todos os envolvidos para que essa pesquisa pudesse ser realizada. Vásquez faz questão de nominar Claudio Campi de Castro, Wilma Monteiro Frésca, Antonio Carlos Gomes Junior, Marcelo Favero Fresqui, Elvis Aparecido de Camargo e Antonio Carlos Matioli, da Comissão de Ensino e Pesquisa do HU-USP /COMEP- Comite de ética em Pesquisa do HU, que viabilizaram a realização da tomografia digital.
Pela radiografia digital realizada no departamento CECON- IPEN, Vásquez destaca o apoio da equipe do pesquisador Michelangelo Durazzo, com suporte do Felipe Bonito J. Ferrufino. Os agradecimentos são extensivos à Empresa REICHHOLD, representada pelo Cristian Lorenzetto Campos Technician Assistance, no Brasil, patrocinador e doador das resinas, a Carlos Alberto Zeituni, Samir Somessari e Margarida M. Hamada, gerentes do CETER/IPEN, e à Agencia Internacional de Energia Atômica – AIEA.
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Leonardo Novaes, estagiário
(Com supervisão) -
- 19/07/2022 - Estudantes de Instituto Militar de Engenharia visitam Centros de Pesquisa do IPEN-CNENUma das atividades corriqueiras do IME, a visitação tem como objetivo apresentar aos alunos aspectos relacionados à parte prática dos conteúdos vistos em sala de aula
Uma das atividades corriqueiras do IME, a visitação tem como objetivo apresentar aos alunos aspectos relacionados à parte prática dos conteúdos vistos em sala de aula
O IPEN-CNEN recebeu 31 visitantes do Instituto Militar de Engenharia (IME), entre professores e alunos, nos dias 18 e 19. Os mestrandos conheceram alguns dos Centros de Pesquisa do Instituto, como o de Engenharia Nuclear (CEENG), o de Tecnologia das Radiações (CETER) e o do Reator de Pesquisas (CRPQ), além da Gestão de Rejeitos Radioativos (SEGRR). A excursão faz parte de um programa de visitações proposto aos alunos do IME para que possam observar, na prática, os assuntos tratados em sala de aula.
A comitiva foi liderada pelo chefe da Seção de Engenharia Nuclear, coronel Avelino dos Santos, e pelo coordenador do curso de mestrado, Wallace Valory Nunes. Ambos entendem que a visita é muito proveitosa por servir de complemento aos estudos realizados.
No primeiro dia, a diretora substituta do IPEN-CNEN, Isolda Costa, recepcionou os visitantes no Espaço Cultural Marcello Damy, no prédio da Superintendência, onde acompanharam a exposição "O IPEN e sua História”. O pesquisador do CEENG, Antônio de Souza, fez uma apresentação introduzindo conceitos sobre o projeto do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), principal empreendimento do País para a área nuclear, cuja Coordenação Técnica está no Instituto.
O primeiro centro visitado pela comitiva foi o CEENG. O gerente, Marcelo da Silva Rocha, acompanhou a visita e fez uma apresentação sobre as instalações, pesquisadores e linhas de pesquisa desenvolvidas. Na sequência, Souza fez novamente uma explanação sobre o RMB, apresentando mais detalhes referentes ao empreendimento, e então os visitantes seguiram para conhecer o Reator IPEN/MB-01, localizado no próprio CEENG.
No segundo dia, o titular da Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento (DPD) da CNEN, Madison Almeida, fez questão de vir ao IPEN e recepcionou a comitiva, novamente no prédio da Superintendência, acompanhado de Isolda Costa. Almeida conduziu uma apresentação sobre o Instituto na Sala do Conselho Superior, mencionou os Centros de Pesquisa e projetos em curso, ressaltando os benefícios oferecidos à sociedade pela energia nuclear.
Na sequência, Costa fez apresentação sobre o programa de mestrado do Instituto e passou a palavra para o coronel Avelino dos Santos. O visitante destacou a grandiosidade do IPEN-CNEN e entregou a Costa, em nome do IME, um certificado com agradecimentos pela recepção.
No CETER, o gerente adjunto de Produtos e Serviços em Tecnologia das Radiações, Samir Somessari, conduziu a comitiva ao Acelerador de Elétrons. Pablo Vasquez foi quem apresentou o Irradiador Multipropósito de Cobalto-60. Em visita ao CERPq, os integrantes do IME foram recepcionados por Alberto de Jesus Fernando, responsável pela operação do Reator IEA-R1, que lhes explicou sobre o funcionamento e os acompanhou pelas instalações. Por fim, o chefe substituto e tecnologista do SEGRR, Ricardo Nunes de Carvalho, e o gerente do setor, Julio Marumo, apresentaram o setor de Gestão dos Rejeitos Radioativos.
Conhecimento prático
Avelino considera os institutos da CNEN como um "forte parâmetro” de aprendizagem aos alunos e por isso considerou a visita como "muito proveitosa”. Segundo ele, o intuito é "demonstrar aos alunos, para além do banco escolar, o lado funcional das atividades desenvolvidas na área nuclear”. As expectativas – acrescentou – eram fortalecer o clico de aprendizagem dos alunos ao acompanharem de maneira prática os conteúdos vistos em sala de aula.
Wallace Nunes também avalia que a excursão aos Centros de Pesquisas é de grande importância para a formação dos mestrandos. Para ele, a possibilidade de os estudantes conhecerem as aplicações da engenharia nuclear favorece a formação por possibilitar vislumbrar a atuação e esclarecer sobre possíveis áreas de estudo para desenvolvimento da dissertação de mestrado.
Sobre o IME: Instituição de ensino do Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT), o IME é responsável, no âmbito do Exército Brasileiro, pelo ensino superior de Engenharia e pela pesquisa básica. Ministra cursos de graduação, pós-graduação e extensão universitária para militares e civis. Insere-se no Sistema de Ciência e Tecnologia do Exército, cooperando com os demais órgãos, por meio da prestação de serviços e pela execução de atividades de natureza técnico-científicas. Pelo ensino e pela pesquisa, também é importante ator para o desenvolvimento científico-tecnológico do País.-----
Leonardo Novaes, estagiário
(com supervisão) -
- 13/07/2022 - IPEN-CNEN recebe visita de diretores da Idaho National Laboratory para firmar parceriaPesquisadores do laboratório estadunidense visitaram o Instituto e também discutiram sobre novas colaborações
Pesquisadores do laboratório estadunidense visitaram o Instituto e também discutiram sobre novas colaborações
O IPEN-CNEN recebeu, entre os dias 11 e 13 de julho, a vista de dois diretores do Idaho National Laboratory (INL). O encontro foi um desdobramento da parceria firmada com a Batelle, rede de laboratórios estadunidense, em 2021 e que já havia resultado na vinda do pesquisador Aaron Craft para firmar colaboração entre o IPEN e a INL no âmbito do imageamento de nêutrons.
Os encarregados pelo projeto RMB receberam os diretores Ronald A. Crone, do complexo de teste de materiais e combustíveis e Sean O’Kelly, do complexo de teste de reatores avançados. Também foi feita uma apresentação sobre o INL Sala do Conselho Superior.
Durante o período no Instituto, os diretores da INL também visitaram as instalações do Reator Nuclear de Pesquisa IEA-R1 , no Centro do Reator Nuclear de Pesquisa (CERPQ), do Reator IPEN/MB-01, no Centro de Engenharia Nuclear (CEENG), além do Centro do Combustível Nuclear (CECON) e do Centro de Ciência e Tecnologia de Materiais (CCTM).
Segundo Frederico Genezini, gerente do CRPQ , além das discussões sobre o aprofundamento da colaboração, também houve discussões no âmbito de novas oportunidades de interações para além do foco inicial, como segurança cibernética ou danos de radiação em materiais. Ele destaca que novas parcerias entre os centros de pesquisa do IPEN-CNEN e a INL podem ser firmadas.
Leonardo de Novaes, estagiário
(com supervisão) -
- 13/07/2022 - Diretora geral adjunta na área de ciências e aplicações da AIEA visita o IPEN-CNENNajat Mokhtar, diretora geral adjunta e chefe do Departamento de Ciências Nucleares da AIEA, cumpriu extensa agenda no Pais visitando institutos da CNEN, empresas e instalações da Marinha
Najat Mokhtar, diretora geral adjunta e chefe do Departamento de Ciências Nucleares da AIEA, cumpriu extensa agenda no Pais visitando institutos da CNEN, empresas e instalações da Marinha
O IPEN-CNEN recebeu na tarde da última quarta-feira (14) a visita de Najat Mokhtar, diretora geral adjunta e chefe do Departamento de Ciências e Aplicações Nucleares da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), acompanhada de Raul Ramirez Garcia, responsável pela Divisão para América Latina e Caribe do Departamento de Cooperação Técnica da AIEA. Aldo Malavasi Filho, pesquisador da Amazul e ex-vice-diretor geral do Departamento de Ciências e Aplicações Nucleares da AIEA também acompanhava as autoridades internacionais.
O presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Paulo Roberto Pertusi, o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento (DPD/CNEN), Madison Almeida e a diretora substituta do IPEN, Isolda Costa, receberam a comitiva no espaço cultural Marcello Damy, onde apresentaram a exposição "O IPEN e sua História”. Patrícia da Silva Pagetti de Oliveira, coordenadora técnica do projeto do Reator Multipropósito (RMB) apresentou informações sobre o empreendimento.
Na sala do Conselho Superior, os representantes do IPEN e da CNEN apresentaram aspectos da história, e contribuição do instituto para o desenvolvimento de pesquisas e tecnologias para o País ao longo das últimas seis décadas.
Por parte do IPEN, também estiveram presentes Katia Cristina Santos, coordenadora de Administração e Infraestrutura (COADM), os gerentes adjuntos do Centro de Tecnologia das Radiações (CETER), Samir Somessari e Margarida Hamada, Italo Henrique Alves, como representante da Coordenadoria de Planejamento e Gestão (COPLG) e o gerente do Centro de Radiofarmácia (CECFR), Emerson Bernardes.
A visita técnica teve início no Centro do Reator Nuclear de Pesquisas (CERPQ) onde a comitiva foi recebida pelo gerente do centro, Frederico Genezini, que mostrou o funcionamento do Reator Nuclear de Pesquisa, IEA-R1.
Na sequência, a comitiva visitou a unidade móvel na qual será instalado um acelerador de elétrons para aplicações no tratamento de efluentes industriais, que podem ser reutilizados ou descartados após irradiação. Trata-se de um projeto do IPEN-CNEN com apoio financeiro da AIEA. Somessari e Hamada ofereceram informações sobre o projeto.
Outra atividade desenvolvida pelo CETER, visitada pela comitiva da AIEA, foi a instalação que abriga os dois aceleradores de elétrons do Instituto, utilizados para aplicações industriais e pesquisa.
Por fim, Pablo Vasquez, coordenador das atividades do irradiador multipropósito de Cobalto-60, apresentou a instalação e as atividades desenvolvidas na área, principalmente voltadas para a conservação de patrimônio histórico e artístico.
Isolda Costa falou sobre a importância da visita de Mokhtar e Garcia ao IPEN-CNEN, apontando a tendência de um estreitamento das relações entre o Instituto e a AIEA. Segundo Costa, foi de grande "honra e satisfação receber a visita da Dra. Najat e do Dr. Raul”. Com a promessa de breve retorno, as expectativas apontam para a realização de novas iniciativas em conjunto com a AIEA. Durante a visita, a comitiva teve a oportunidade de conhecer parte da infraestrutura, expertise e da tecnologia desenvolvida pelo Instituto. Para a diretora substituta, também foi possível reconhecer afinidades entre as instituições - como o interesse em contribuir para a propagação do conhecimento da tecnologia nuclear e para a melhoria da qualidade de vida da população.
Mokhtar ainda demonstrou proximidade com muitos dos temas de pesquisa que vêm sendo realizados em colaboração com a AIEA, além de apresentar-se como vetor de facilitação para eventuais assistências da Agência na solução de problemas.
Sobre Najat Mokhtar
Nascida no Marrocos, Najat Mokhtar é doutora em Nutrição e Saúde Pública pela Laval University, no Canadá, e doutora em ciências dos alimentos pela Universidade de Dijon, na França. Realizou estágio de pós-doutorado na John Hopkins University, EUA e trabalhou como professora universitária e diretora de pesquisa na Universidade Ibn Tofail em Marrocos por mais de 20 anos.
Na AIEA, foi diretora técnica da AIEA em Viena, Áustria (2001-2007). De 2008 à 2012, foi diretora de ciência e tecnologia da Hassan II Academy of Science and Technology em Marrocos, onde coordenou a estratégia nacional de Educação e Pesquisa.
Entre 2011 e 2019, foi mandatada pelo governo marroquino como coordenadora nacional para desenvolver a "Estratégia Nacional de Nutrição no Marrocos 2011-2019" e, em março de 2011, foi eleita Presidente da Sociedade Marroquina de Nutrição.
Antes de tornar-se diretora geral adjunta e chefe do departamento de ciências nucleares da AIEA, Mokhtar foi diretora da Divisão para Ásia e Pacífico no Departamento de Cooperação Técnica.
Leonardo Novaes
Estagiário
(com supervisão) -
- 01/07/2022 - Primeiro encontro presencial de projeto sobre fontes radioativas seladas é sediado pelo IPEN-CNENInstituto foi palco para discussões sobre modelos de armazenamentos de fontes seladas para representantes de mais de 30 países
Instituto foi palco para discussões sobre modelos de armazenamentos de fontes seladas para representantes de mais de 30 países
O IPEN-CNEN sediou, de 27 de junho a 1º de julho, a "Reunião sobre o estabelecimento e manutenção de um Inventário Nacional de Fontes Radioativas Seladas (SRS, sigla em inglês) - INT9186”. O evento reuniu presencialmente, pela primeira vez, os participantes do projeto. Estiveram presentes membros da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) além de representantes internacionais de mais de 30 países, das Américas, da África, da Ásia e de parte da Europa.
Com discussões sobre o armazenamento de fontes seladas e seu controle, o evento teve organização local por conta de Ítalo Henrique Alves, da Coordenação de Planejamento e Gestão (COPLG), Roberto Vicente, pesquisador do Serviço de Gestão de Rejeitos Radioativos (SEGRR) e Julio Takehiro Marumo, gerente do SEGRR. Foram recebidos pelo instituto os técnicos da AIEA, Vivian Pereira Campos e Walter Truppa, além dos cerca de 50 representantes internacionais. Campos, do Chile, é engenheira ambiental com pós-graduação em proteção radiológica e segurança das fontes seladas de radiação. O argentino Truppa, expert convidado da AIEA, é subgerente do Sistema de Intervenção em Emergências Radiológicas e Nucleares da Autoridade Regulatória Nuclear (ARN).
O evento consistiu na troca de informações sobre a situação do controle de fontes seladas em cada um dos países representados. As apresentações possibilitaram o intercâmbio de ideias e discussões sobre o controle regulatório dessas fontes.
Com a troca de experiências, a expectativa é de que todos os países sejam favorecidos a partir do conhecimento compartilhado de práticas, sistemas e marcos regulatórios. Os técnicos da AIEA avaliam que é de grande importância o compartilhamento das experiências entre os países para que as metodologias apresentadas possam ser replicadas.
"O encontro foi muito importante para conhecer a realidade dos outros países e também tomar como exemplo o que fazem, para poder ser implementado”, disseram Truppa e Campos.
Iniciado na segunda-feira, com abertura oficial de Wilson Calvo, superintendente do IPEN-CNEN, o evento também contou com outros atrativos. Houve uma apresentação sobre o RAIS - Sistema para Controle Regulatório que inclui os processos para controle de fontes seladas disponibilizado pela AIEA aos países membros -, além de discussões sobre os melhores caminhos para o controle destas fontes e uma apresentação do acervo de fontes seladas e da radiofarmácia do IPEN-CNEN.
No decorrer da semana, a busca foi por fornecer modelos e caminhos para a gestão de fontes seladas nos diferentes países visando mapear as diferenças e semelhanças entre os modelos e seguir aqueles utilizados pelos países mais desenvolvidos nesse aspecto. Segundo Alves, os principais países que podem servir de espelho para os demais são os que já usam sistemas informatizados próprios ou o RAIS – que atualmente está em sua versão RAIS+.
Na avaliação dos organizadores do evento, os objetivos deste encontro foram atendidos e a perspectiva é que haja ganhos para todos os países a partir das experiências trocadas.
Leonardo Novaes
Estagiário
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- 20/06/2022 - IPEN sedia primeira Escola Brasileira de Segurança Física Nuclear com chancela da AIEAForam selecionados 40 candidatos, de 14 estados diferentes. A expectativa futura é que possa haver outras edições para contemplar os candidatos que ficaram de fora.
Foram selecionados 40 candidatos, de 14 estados diferentes. A expectativa futura é que possa haver outras edições para contemplar os candidatos que ficaram de fora.
Pela primeira vez, acontece, no país, e em língua portuguesa, a Escola Nacional Brasileira de Segurança Física Nuclear (ENBSFN), desenvolvida pelo programa "International Nuclear Security Education Network" (INSEN) da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA, da sigla em inglês). Destinado a jovens profissionais, o evento teve início nesta segunda-feira, 20, no auditório "Prof. Rômulo Ribeiro Pieroni", no bloco A do IPEN/CNEN, na Cidade Universitária.
A coordenação local da ENBSFN está a cargo dos pesquisadores Jorge Eduardo de Souza Sarkis, do Centro de Lasers e Aplicações (CELAP), e de Delvonei Alves de Andrade, do Centro de Engenharia Nuclear (CEENG). Apesar de prioritariamente destinado a quem está em início de carreira, o curso também abrange amplo espectro de pessoas envolvidas na área nuclear, como alunos, profissionais da área e jovens profissionais militares.
Foram selecionados 40 candidatos, de 14 estados diferentes. A expectativa futura é que possa haver outras edições para contemplar os candidatos que ficaram de fora.
Na abertura do evento, Andrade deu as boas-vindas aos participantes e na sequência apresentou os demais componentes da mesa. Ricardo Fraga Gutterres, diretor de Radioproteção e Segurança Nuclear da CNEN, Antônio Teixeira, pesquisador do Centro de Engenharia Nuclear do IPEN/CNEN, e Oum Hakam, diretora científica da IAEA, por parte do INSEN.
Em seguida, foram exibidos três vídeos com mensagens do presidente da CNEN, Paulo Roberto Pertusi, do diretor de Pesquisa e Desenvolvimento (DPD/CNEN), Madison Almeida, e da diretora substituta do IPEN/CNEN, Isolda Costa. Almeida também deus as boas-vindas e comentou que "a iniciativa traz protagonismo ao IPEN”.
O titular da DPD lembrou que todos os as unidades técnico-científicas da CNEN são partícipes em atividades de segurança física e nuclear e também de segurança radiológica. "E segurança física nuclear é um campo muito rico para várias orientações e trabalhos acadêmicos de forma que todas as iniciativas na área são muito bem-vindas”, completou.
Costa saudou a todos em nome do IPEN/CNEN e ressaltou "o interesse da instituição em celebrar a cooperação que envolva projetos e parcerias, sejam nacionais ou internacionais, e o grande potencial que temos para concretizar esstas colaborações”. "Temos as portas abertas e estamos dispostos a estimular e apoiar todos os tipos de colaboração, sejam científica, tecnológica ou regulatória”, finalizou.
Na sequência, Andrade passou a palavra a Sarkis, que deu um panorama geral do programa. Segundo ele, os objetivos do curso são apresentar aos alunos a segurança física nuclear como uma questão cultural. "Tão importante quanto você ter um núcleo técnico, objetivo, de infraestrutura, é ter a chamada cultura de segurança nuclear. Ou seja, não adianta ter uma ferramenta se você não sabe usá-la. Então, não adianta eu fornecer segurança se nós não tivermos uma cultura nuclear”, disse Sarkis.
Segundo ele, é o que a escola veio oferecer: a questão técnica muito forte, "mas também como traduzir essa questão técnica numa questão cultural”, afirmou. Ainda de acordo com Sarkis, há 54 módulos dentro do curso, os quais abordarão importantes aspectos da segurança nuclear. "O objetivo é não aprofundarmos muito, mas que os participantes conheçam todo o leque”, explica. Encerrando a abertura, Hakam fez uma breve apresentação da IAEA.
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- 20/06/2022 - Pioneira na produção de radiofarmácos no Brasil, Constância Pagano ganha homenagem no IPENPlaca com nome da pesquisadora foi descerrada no Centro de Radiofarmácia do Instituto. cerimônia contou com a presença do titular da DPD/CNEN, Madison Almeida.
Placa com nome da pesquisadora foi descerrada no Centro de Radiofarmácia do Instituto. cerimônia contou com a presença do titular da DPD/CNEN, Madison Almeida.
Ousadia e determinação. Palavras que marcaram a trajetória profissional da pesquisadora Constância Pagano Gonçalves da Silva, pioneira no desenvolvimento de radiofármacos no IPEN/CNEN com importante contribuição para a medicina nuclear no Brasil. Foi ela quem, na década de 60, atuou de forma decisiva na produção de Iodo-131. Na quarta-feira, 15, às 11h30, a Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento (DPD) da CNEN prestou-lhe homenagem, descerrando placa com seu nome no Centro de Radiofarmácia (CECRF) do Instituto.
A cerimônia contou com a presença da homenageada, do titular da DPD, Madison Almeida, da diretora substituta do IPEN/CNEN, Isolda Costa, do filho de Constância, Sergio Pagano Gonçalves da Silva, do gerente do CECRF, Emerson Soares Bernardes, e da pesquisadora Maria Elisa Rostelato, além de outros pesquisadores e técnicos do Instituto que tiveram a oportunidade de trabalhar com a homenageada. Profissionalismo, rigor, ética foram alguns dos adjetivos apontados pelos presentes, em seus depoimentos.
Almeida começou apresentando Constância e falando da satisfação em recebê-la no IPEN/CNEN. "Para nós, realmente é um momento muito rico. Vamos inaugurar esta placa onde está realmente registrada a importância da Dra. Constância. Ela representa, para o IPEN/CNEN, mais de 60 anos de produção de radiofármacos, sendo a pioneira no País. Acadêmica na década de 1950, nos anos 60 começou a fazer todas as entregas científicas que resultaram no protagonismo do IPEN/CNEN. Por conta disso, tem o Brasil hoje uma medicina nuclear tão extensa”, afirmou.
Pesquisadora emérita do IPEN/CNEN, Constância foi fundamental no desenvolvimento da radiofarmácia nacional e soma contribuições a partir de seus conhecimentos e experiências obtidas ainda na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). "Comecei no centro de medicina nuclear da Faculdade de medicina, onde importavam radioisótopos. Chegou o momento em que falei: – temos um reator nuclear em São Paulo, então, por que não vamos fazer os radioisótopos lá?”, costumava declarar Constância.
A pesquisadora seguiu questionando o porquê de se importar radioisótopos se o IPEN já tinha um reator nuclear de pesquisas capaz de produzir radiofármacos. Obstinada, foi para a França, onde fez estágio a fim de aprender os caminhos para concretizar seu objetivo. Na sua volta, produziu o Iodo-131 no Reator Nuclear de Pesquisa IEA-R1. De acordo com Sérgio Pagano, Constância sempre foi muito exigente. "Disso eu sei, porque sou o filho único dela”, brincou, acrescentando que frequentou o Instituto desde quando tinha apenas um ano de idade.
Para ele, a mãe é um "padrão de referência”. "Ela trabalhou no IPEN de 1958 até 1995 e depois ainda voltou em 1997, 1998, ficando até 2012. Até esse ano lembro dela vindo aqui todos os dias. E é engraçado que quando a gente fala do IPEN ela muda. É muito bom ver a forma como até hoje as pessoas lembram dela. Não só na placa, mas a presença vai estar sempre aqui. Então, eu gostaria de agradecer por tudo o que vocês fizeram e estão fazendo por ela. Muito obrigado”.
Isolda Costa destacou o papel feminino de liderança exercido por Constância, em uma época de predominância masculina. "Pesquisadora, mulher, pioneira, incentivadora, que soube honrar a confiança que o ex-superintendente, na época, o Dr. [Romulo Ribeiro] Pieroni, e o IPEN depositaram nela – incentivando-a a estagiar na França –, ao voltar e criar e estruturar toda a área da Radiofarmácia no Instituto”, afirmou a diretora substituta.
A pesquisadora Maria Elisa Rostelato, do Centro de Tecnologia das Radiações (CETER), falou de sua relação acadêmica com Constância Pagano e destacou seu papel como orientadora. Ela fez seu mestrado e doutorado estudando fontes radioativas para braquiterapia voltadas ao tratamento de diferentes tipos de câncer e comentou sobre a influência de Constância na formação de novos pesquisadores. "As pessoas ressaltam muito a pesquisadora e a gestora que a Dra. Constância foi, mas é importante também falar de seu papel na orientação de mestrandos e doutorandos”.
De acordo com Rostelato, Constância era "fantástica”, "rigorosa”. "E era também incentivadora, isso que deu certo. Com ela aprendi a levar muito a sério a responsabilidade da saúde das pessoas”.
Emerson Bernardes comentou que Constância "foi uma pessoa que estabeleceu um padrão de exigência que continua até hoje, no Centro de Radiofarmácia”. "Foi justamente o profissionalismo e a excelência estabelecidos o que mais me marcou. Não cheguei a trabalhar com ela, mas isso é o que posso dizer, diante de tudo o que ouvi”, acrescentou.
Na sequência, todos os presentes se dirigiram ao local do descerramento da placa, com Almeida, Isolda, Constância e seu filho removendo a capa. "Doutora Constância, aqui ficará seu nome gravado para sempre”, concluiu o titular da DPD/CNEN.
Sobre a homenageada
Constância Pagano Gonçalves da Silva bacharelou-se em química, em 1951, e licenciou-se na área em 1965. Pela Escola Politécnica da USP, concluiu seu mestrado em Tecnologia Nuclear (1970) e, no instituto de Química (IQ-USP), defendeu seu doutorado em química inorgânica (1974). Iniciou sua carreira na Divisão de Radioquímica do então Instituto de Energia Nuclear - IEA/USP, atual IPEN, no prédio do Reator IEA-R1. Logo em seus trabalhos iniciais, obteve destaque com a produção de Iodo-131, a partir da técnica de destilação úmida, utilizando-se o Reator Nuclear de Pesquisa IEA-R1 – operante no Instituto desde 1957. O radioisótopo Iodo-131 era usado para estudos da tireoide. Nos anos seguintes, Constância geriu a condução das pesquisas e a construção de um complexo de prédios, inaugurado em 1974, para produzir radiofármacos rotineiramente. Nascia a primeira radiofarmácia pública do Brasil.
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- 30/05/2022 - Alunos da Escola Superior de Bombeiros visitam o IPENO IPEN recebeu no dia 30 de maio 27 integrantes do Curso de Atendimento a Emergências com Produtos Perigosos, da Escola Superior de Bombeiros. Os visitantes assistiram uma palestra proferida pelo Sr. Eduardo Gerulis, do Serviço de Radioproteção do IPEN, e a seguir visitaram as instalações do Reator IEA-R1. -
- 29/04/2022 - 'Biotério Nanci do Nascimento': emoção e boas histórias marcam a homenagem à pesquisadoraReconhecida pelo seu trabalho na revitalização do Biotério e adorada por seu espírito festeiro e agregador, Nanci do Nascimento é lembrada com carinho pelos amigos
Reconhecida pelo seu trabalho na revitalização do Biotério e adorada por seu espírito festeiro e agregador, Nanci do Nascimento é lembrada com carinho pelos amigos
Depoimentos emocionados marcaram a homenagem do IPEN à pesquisadora Nanci do Nascimento dando seu nome ao Biotério, vinculado ao Centro de Biotecnologia (CEBIO) do Instituto. Biomédica e pesquisadora do Instituto desde 1995, Nanci faleceu em março de 2017. Seu espírito divertido e agregador, e sua generosidade, foram destacados por todos os colegas presentes na solenidade de descerramento da placa, que ocorreu nesta quinta-feira, 28.
"Nanci tinha um coração enorme. Era muito sempre muito solícita quando os alunos a procuravam pedindo orientação. Exemplo de profissional competente e muito dedicada às pesquisas e, particularmente, ao Biotério. Foi ela quem mais trabalhou para a revitalização do Biotério. Nada mais justo do que batizá-lo com seu nome. Todos reconhecem o mérito dessa homenagem”, comentou Carlos Roberto Soares, atual gerente do CEBIO.
Soares lembra de quando assumiu pela primeira vez a gerência do Centro e Nanci tocava o Biotério, o que era uma "preocupação a menos”. "Ela resolvia todos os problemas, não sobrava nada. Nanci tinha uma habilidade incrível de lidar com pessoas e buscar soluções. Sempre me ajudava com sua experiência como gerente. Faz cinco anos que ela morreu e parece que foi ontem. Foi uma perda grande para o IPEN, Nanci faz muita falta. Precisamos de cinco para substitui-la”.
Wilson Calvo, superintendente do IPEN, mencionou a boa relação que Nanci tinha com seus orientandos e destacou seu caráter afetuoso. "Nanci abraçava todo mundo. Os alunos iam junto com ela para os congressos, ela fazia questão que todos se apresentassem. Importante ressaltar a sua contribuição para a democratização das pesquisas na área de efeitos biológicos da radiação orientando alunos de todo o país, além de ter sido muito atuante na Sociedade Brasileira de Ciências Nucleares”.
Calvo lembrou que Nanci já havia sido homenageada por ocasião do aniversário do IPEN, em 2021, e parabenizou os membros do CTA – Conselho Técnico Administrativo, presentes na solenidade, pela decisão de dar seu nome ao Biotério, divulgando e eternizando o reconhecimento ao seu legado, deixando uma "marca, um registro, para as próximas gerações: o Biotério Nanci do Nascimento”.
Festeira
"Eu só tenho a agradecer por ter convivido 30 anos com a Nanci. Era uma festa. Quem conviveu com ela, sabe que era uma festa. Todos trabalhavam, não havia dificuldade, tudo era resolvido. O seu jeito de tocar o mundo era muito promissor. Nunca me esqueço de uma noite em que uma pessoa de um congresso ligou para mim e para a Nanci dizendo que não conseguiria realizar o evento. Ela disse: – Deixa comigo, que na próxima semana eu digo onde será. E o congresso foi aqui, no IPEN, maravilhoso”, comentou o médico Heitor Franco de Andrade Júnior, marido de Nanci.
Professor e pesquisador da Faculdade de Medicina da USP (FM-USP), Andrade agradeceu pelo reconhecimento do IPEN e comentou que todos os que conviveram com Nanci devem agradecer pela parceira que ela sempre foi. "E eu agradeço por vocês lembrarem dela, em nome da família. Mas ela sempre será lembrada porque era intensa demais. Sejam felizes”, concluiu.
Isolda Costa, diretora substituta do IPEN, salientou a participação de Nanci em comitês na área de ensino da instituição. "Além de tudo o que ela fazia, ainda participava de comitês, fossem eles de iniciação científica, de seleção de bolsas de mestrado e outros, e foi essa a minha convivência com ela. Reforçando as palavras do Heitor, eram dias muito agradáveis. Era um trabalho que fazíamos com prazer, pela presença da Nanci, ela contagiava com seu bom humor”.
Por fim, Fernando Moreira, gerente do Escritório de Gestão de Projetos, prestou homenagem destacando a "Nanci professora”. "Quando a gente saía para os eventos acadêmicos, a Nanci chegava, e era uma festa. Festa mesmo. Chegou a ter uma festa à fantasia, com ela presente. Os alunos adoravam a Nanci, e ela, muito sabiamente, como era a primeira a dar aula, já escolhia previamente os melhores para seus orientandos. E eles certamente estão orgulhosos de ela receber essa homenagem”, contou.
Segundo Moreira, havia um grupo de WhatsApp que se chamava Nanci’s children, "porque ela os tratava realmente como se fossem filhos dela, e todos queriam ser seus alunos. Nanci animava até velório, sempre com aquele bom humor que contagiava todo mundo. É um orgulho para o IPEN ter tido a Nanci, e é um orgulho para mim, pessoalmente, ter tido sua amizade”.
Do Borá para São Paulo
A morte de Nanci saiu no Jornal Folha de São Paulo, em coluna assinada por Paulo Gomes. Nascida e criada na Penha, bairro da zona leste de São Paulo, Nanci partiu nova, com 56 anos. Seus pais vieram do Borá, pequeno distrito rural na região de São José do Rio Preto (SP), e era lá para onde ia com frequência, segundo depoimento de Heitor para o jornalista. "Ia pra Rio Preto umas dez vezes por ano”. Numa das mais célebres, a dos "200 anos", comemorou os 50 anos e contratou até passistas de uma escola de samba para uma festa com 400 convidados.