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- 18/08/2023 - IPEN realizou workshop 'O IPEN e a Economia do Hidrogênio' seguido de lançamento de livroEvento integra as atividades programadas para o 67º aniversário de fundação do Instituto
Evento integra as atividades programadas para o 67º aniversário de fundação do Instituto
Com o objetivo de debater o papel da ciência e da tecnologia na busca de soluções energéticas sustentáveis, no dia 18 de Agosto o IPEN promoveu o workshop "O IPEN e a Economia do Hidrogênio".
Participaram do evento Paulo Artaxo, do Instituto de Física da USP e vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC); Mônica Saraiva Panik, da Mobilidade a Hidrogênio da SAE Brasil; Daniel Gabriel Lopes, da Hytron - NEA Group; e Rafael Menezes, coordenador geral de Tecnologias Setoriais do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Marcelo Linardi, diretor de Pesquisa, Desenvolvimento e Ensino do IPEN no período de 2013 a 2019 e Pesquisador Emérito do Instituto, mediou o debate e apresentou os temas abordados no livro "O IPEN e a Economia do Hidrogênio", lançado nesta data e do qual foi organizador.
Na manhã de 18 de agosto, o público interessado e participantes do workshop visitaram as instalações do Centro de Células a Combustível e Hidrogênio, que desenvolve pesquisas nesta área há aproximadamente 30 anos, e o Espaço Cultural Marcello Damy, que abriga a exposição permanente "O IPEN e sua História".
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- 16/08/2023 - Recepção aos alunos da 5ª turma do Programa de Mestrado Profissional em Tecnologia das Radiações em Ciências da Saúde do IPENCom a participação de autoridades do IPEN e professores do curso, o evento aconteceu em 16 de agosto, no Auditório Prof. Dr. Alcídio Abrão, no Centro de Ensino
Com a participação de autoridades do IPEN e professores do curso, o evento aconteceu em 16 de agosto, no Auditório Prof. Dr. Alcídio Abrão, no Centro de Ensino
Foi com entusiasmo que a coordenadora do Programa de Mestrado Profissional em Tecnologia das Radiações em Ciências da Saúde do IPEN, a física Denise Zezell, recebeu os alunos da 5ª turma para a sessão de abertura das atividades e aula inaugural em 16 de agosto.
Estiveram presentes à cerimônia, realizada no Auditório Prof. Dr. Alcídio Abrão, no prédio de Ensino, a diretora do IPEN, Isolda Costa, o coordenador de Pesquisa, Desenvolvimento e Ensino, Niklaus Wetter, a gerente do Centro de Ensino, Martha Marques Ferreira Vieira e o Pesquisador Emérito do IPEN Marcelo Linardi, um dos idealizadores do programa. Na plateia, alunos e professores do curso assistiam aos pronunciamentos.
Isolda Costa ressaltou a excelência do Programa de Mestrado Profissional e a importância das 41 dissertações já realizadas. Ressaltou o apoio institucional e o perfil dos professores altamente qualificados. Marcelo Linardi comentou sobre aspectos históricos da formação do Programa, voltado para profissionais da área da Saúde. "Fizemos uma proposta altamente robusta para uma área que no Brasil não estava sendo atendida adequadamente e aproveitamos a estrutura já existente de ensino acadêmico e de instalações do Instituto. Enfim, nasceu como um Programa de Mestrado de sucesso”.
Após a sessão de abertura, o físico Oswaldo Baffa Filho, professor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (FFCLRP-USP), apresentou o tema "Magnetismo conectando aplicações em Física Médica" de forma on-line. Em seguida, o físico Renato Dimenstein, da Rad Dimenstein e Associados, realizou sua apresentação intitulada "Dosimetria Interna com radioisótopos em Medicina Nuclear".
Os professores Carlos Alberto Zeituni, Maria Elisa Rostelato, vice-coordenadora do Programa, e Carla de Souza iniciaram as aulas da disciplina sobre fundamentos de Radioterapia.
Mais informações sobre o Mestrado Profissional em Tecnologia das Radiações em Ciências da Saúde pelo tel. 11 2810-1572 ou pelo e-mailsmp@ipen.br
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- 25/07/2023 - Roda de conversa e dança marcaram o Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha em evento da ASSIPEN no auditório do IPENO contou com depoimentos sobre a necessidade de ações de combate ao racismo e finalizou com apresentação de dança afro.
O contou com depoimentos sobre a necessidade de ações de combate ao racismo e finalizou com apresentação de dança afro.
A Associação dos Servidores do IPEN (ASSIPEN) e o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal no Estado de São Paulo (SINDSEF-SP) organizaram uma roda de conversa com o objetivo de discutir questões voltadas ao combate do racismo e da situação social das mulheres negras na sociedade brasileira. O evento foi realizado em 25 de julho e marcou o Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha, além de ser preparatório para o Congresso dos Trabalhadores e Trabalhadoras do IPEN.
No primeiro bloco, o tema "Diferentes Expressões do Racismo na Sociedade” contou com as participações de Janaina dos Reis, membro da Executiva Nacional do Movimento Mulheres em Luta (MML) , Bernadete Aparecida Serafim, servidora aposentada do IPEN que atuava no Serviço Médico, Maria Inês dos Santos e Sheila Fernanda Dezen, mediadora do encontro, ambas do Serviço de Assistência à Saúde (SEGAS) do IPEN.
Depoimentos contundentes sobre a questão do racismo e da violência foram citados pela plateia que contava com grande participação de colaboradores de empresas terceirizadas.
Uma empolgante coreografia afro intitulada "Disritmia” tomou conta do palco e dos corredores do auditório do IPEN. Inspirada em conto homônimo de Elizandra Souza, a dança foi apresentada pela bailarina, coreógrafa e educadora Regina Santos acompanhada pelos músicos Leandro Perez e Thiago Barcelos Fialho. A coreografia apresentava diferentes ritmos de origem africana acompanhando o crescimento de uma menina negra até a maturidade e finalizou com grande parte do público participando da dança.
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- 23/07/2023 - 75ª Reunião Anual da SBPC terá como tema ‘Ciência e democracia para um Brasil justo e desenvolvido’O evento é gratuito e acontece de 23 a 29 de julho de 2023 na UFPR, em Curitiba, PR. O IPEN e demais institutos de pesquisa da CNEN participarão da ExpoT&C
O evento é gratuito e acontece de 23 a 29 de julho de 2023 na UFPR, em Curitiba, PR. O IPEN e demais institutos de pesquisa da CNEN participarão da ExpoT&C
A 75ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) terá sua edição sediada na Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba, durante a semana de 23 a 29 de julho de 2023. O evento, considerado o maior encontro de cientistas e acadêmicos da América Latina, é gratuito e aberto ao público. A atual edição tem como tema central "Ciência e democracia para um Brasil justo e desenvolvido” e contará mais de 220 atividades programadas, dessas, 93 virtuais. Mesas-redondas, painéis, sessão de pôsteres , debates fazem parte da programação que contará, ainda, com atividades da SBPC Jovem, a SBPC Cultural e a ExpoT&C.
A abertura oficial aconteceu em 23 de julho, domingo, às 18h, no Teatro Guairá e contou com autoridades de diversos órgãos do governo, entre elas a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos.
Na ocasião, o presidente da CNEN, Francisco Rondinelli Junior, entregou à ministra um exemplar do livro "O IPEN e a Economia do Hidrogênio", compilado por Marcelo Linardi, Pesquisador Emérito do IPEN.
ExpoT&C
O IPEN e os demais institutos da CNEN participam da ExpoT&C que celebra seu 30º aniversário. No estande, estarão representadas de forma didática noções sobre energia nuclear, suas aplicações e as atividades desenvolvidas pelas unidades técnicas da CNEN. Do IPEN estarão presentes dando apoio os pesquisadores Giovanni de Lima C. Conturbia, da Coordenação de Pesquisa, Desenvolvimento e Ensino (COPDE) e Yasko Kodama, do Centro de Tecnologia das Radiações (CETER), a jornalista Ana Paula Freire Artaxo Netto e Antonio Fernando R. Alvarez, ambos do Serviço de Comunicação Institucional (SECOI) e Fabio MenaniP. Lima, da Coordenação de Planejamento e Gestão (COPLG).
A ExpoT&C reúne expositores de universidades, institutos de pesquisa, agências de fomento etc.
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- 19/07/2023 - Alunos e docentes do Instituto Militar de Engenharia visitaram o IPENA visita teve por objetivo ampliar o conhecimento e a interação dos alunos com instituições que atuam na área de pesquisa nuclear ou correlatas
A visita teve por objetivo ampliar o conhecimento e a interação dos alunos com instituições que atuam na área de pesquisa nuclear ou correlatas
Anualmente o IPEN recebe a visita de alunos e docentes do Instituto Militar de Engenharia (IME), localizado no bairro da Urca, no Rio de Janeiro. Neste ano, a visita foi realizada nos dias 18 e 19 de julho e permitiu à comitiva conhecer parte das atividades do IPEN nas áreas de reatores, ciclo do combustível nuclear, aplicações e gestão de rejeitos radioativos.
O grupo visitante, liderado pelo 2º Ten. Paulo Cezar Rocha Silveira, era formado por quinze alunos de Engenharia Nuclear e sete de Engenharia Química. Acompanhando o grupo, seis professores, entre eles o coordenador do curso de mestrado, Wallace Valory Nunes.
O primeiro dia de visita foi dedicado aos reatores de pesquisa em operação no IPEN. Pela manhã, o grupo foi recepcionado pelo responsável do Serviço de Operação do Reator IEA-R1, Alberto de Jesus Fernando que apresentou aspectos históricos, técnicos e aplicações do Reator. A sala de controle e o saguão da piscina onde o núcleo do reator está localizado foram pontos de destaque.
O Reator IPEN/MB-01, em operação desde 1988 e com concepção totalmente nacional, foi visitado no período da tarde. O responsável pelo Serviço de Operação do Reator IPEN/MB-01, Ulysses D´Utra Bitelli, recebeu a comitiva e os acompanhou à sala de controle e à instalação onde se encontra o núcleo do reator.
Após a visita técnica, a comitiva assistiu uma apresentação das atividades e pesquisas em desenvolvimento pelo Centro de Engenharia Nuclear, proferida por Julian Marco Barbosa Shorto, gerente substituto.
Como perspectiva futura para atuação de novos pesquisadores e tecnólogos, foi apresentado o projeto para construção do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), a ser localizado em Iperó, interior de São Paulo. A coordenadora técnica do RMB, Patrícia da Silva Pagetti de Oliveira, discorreu sobre aspectos técnicos do projeto e suas aplicações para a sociedade como a autonomia na produção de radioisótopos para processamento e uso como radiofármacos para diagnóstico e tratamento médico.
O Serviço de Gestão de Rejeitos Radioativos foi o primeiro local a ser visitado no segundo dia de atividades no IPEN. O gerente da área, Júlio Marumo e o doutorando Fernando Cogim Melges acompanharam os alunos e professores divididos em dois grupos que conheceram os laboratórios de pesquisa e caracterização de rejeitos e as instalações de tratamento e armazenamento de rejeitos radioativos.
O desenvolvimento e fabricação de elementos combustíveis para reatores de pesquisa foram destaque na segunda área visitada, o Centro do Combustível Nuclear. A gerente do Centro, Elita F. Urano de Carvalho e Michelangelo Durazzo, gerente adjunto para pesquisa, desenvolvimento e inovação, recepcionaram os visitantes e apresentaram os laboratórios e instalações técnicas. A responsável pela supervisão de radioproteção do local, Teresinha de Moraes da Silva, acompanhou o grupo.
A última área técnica visitada foi o Centro de Tecnologia das Radiações onde alunos e professores conheceram as atividades realizadas em três instalações: aceleradores de elétrons, fonte de cobalto-60 e o irradiador multipropósito. Tiveram oportunidade de observarem a montagem da unidade móvel para acelerador de elétrons, projeto desenvolvido pelo IPEN com apoio da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Samir Somessari, gerente adjunto do Centro, Yasko Kodama e Heitor G. Duarte ofereceram informações sobre os equipamentos e aplicações para pesquisa e prestação de serviço.
O encerramento da visita foi realizado no Espaço Cultural Marcello Damy , no Bloco de Administração do IPEN, ocasião em que a diretora substituta do IPEN, Isolda Costa foi homenageada pelos visitantes e comentou sobre a importância do diálogo entre as instituições que possuem forte atividade na área de ensino. No local o Instituto mantém uma exposição permanente com informações históricas e relacionadas aos desenvolvimentos científicos realizados.
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- 11/07/2023 - IPEN sediou encontro sobre fontes radioativas em desusoO evento reuniu representantes dos institutos da CNEN para discutirem temas relacionados ao gerenciamento da armazenagem e tratamento de fontes radioativas que deixaram ser utilizadas na indústria, saúde e pesquisa.
O evento reuniu representantes dos institutos da CNEN para discutirem temas relacionados ao gerenciamento da armazenagem e tratamento de fontes radioativas que deixaram ser utilizadas na indústria, saúde e pesquisa.
Com a participação do atual diretor de Radioproteção e Segurança Nuclear da CNEN, Alessandro Facure Neves de Salles Soares, o IPEN sediou, em 11 de julho, o "Encontro sobre fontes radioativas seladas em desuso (FRSD)”.
O encontro contou com a participação de representantes do CDTN,CRCN-CO, CRCN-NE, IEN, IPEN e IRD. O objetivo foi a troca de informações e a discussão sobre temas relacionados ao inventário, desafios e soluções para o gerenciamento de atividades relacionadas a fontes radioativas não mais em uso no âmbito nacional.
A diretora substituta do IPEN, Isolda Costa e o superintendente do Instituto e atual diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da CNEN, Wilson Aparecido Parejo Calvo, abriram o evento que prosseguiu com apresentações dos demais participantes.
No período da manhã foram apresentadas as atividades realizadas nos centros de pesquisa e, à tarde, propostas técnicas para embalagem e armazenamento das fontes seladas em desuso. -
- 10/07/2023 - IPEN recebeu visita de representantes do ORS-NNSAO IPEN recebeu a visita de representantes do "Office of Radiological Security" (ORS), do "National Nuclear Security Administration" (NNSA),EUA. O encontro se deu na Sala do Conselho Superior do IPEN na tarde de 10 de julho de 2023. Na ocasião, a diretora substituta do IPEN, Isoda Costa; o superintendente e diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da CNEN, Wilson Aparecido Parejo Calvo, e o coordenador de Segurança do IPEN, Demerval Rodrigues, recepcionaram os visitantes. -
- 04/07/2023 - Relatos do Leste Europeu: alunos do IPEN contam experiências, aprendizados e desafios vivendo na RússiaDa dificuldade com o idioma às limitações decorrentes das sanções políticas impostas ao país devido à guerra, tudo ficou menor diante da oportunidade de estudar em uma universidade de excelência e de construir parcerias para a vida.
Da dificuldade com o idioma às limitações decorrentes das sanções políticas impostas ao país devido à guerra, tudo ficou menor diante da oportunidade de estudar em uma universidade de excelência e de construir parcerias para a vida.
Para quem pretende seguir carreira acadêmica, uma experiência internacional em instituição de reconhecida excelência pode ser um diferencial. Três doutorandos do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear IPEN/USP relatam o período vivenciado na Rússia, para estágio "sanduíche” no Instituto de Engenharia Física de Moscow (MEPhI, do inglês Moscow Engineering PhysicsInstitute), vinculado à National Reseach Nuclear University, no âmbito do acordo bilateral firmado com o IPEN, em 2019.
"Este período na Rússia foi um divisor de águas. Antes, minha visão era de atuar apenas no Brasil, após minha estada no exterior, passei a me ver como um cidadão do mundo", afirmou Levy Scalise Maciel, 33 anos, depois da experiência de pouco mais de um ano – de dezembro de 2021 a janeiro de 2023 – no país que revelou o gênio da matemática, Grigori Perelman. "Foi uma experiência extraordinária para uma pessoa como eu, que nunca havia saído do país”, acrescentou Levy.
Mayara Pinto, 34 anos, permaneceu exatos sete meses em Obninsk. Para além da experiência cultural, ela menciona a "notável mestria russa” em áreas nucleares e correlatas. Destaca também a oportunidade de ampliar a rede de contatos profissionais. "Abrem-se portas para possíveis e futuras colaborações”. E cita, como maiores "aprendizados pessoais”, o exercício da paciência, pelas distinções culturais e o viver mais calmamente, "pois a gente vive em bastante segurança, apesar do atual cenário político”, comentou, referindo-se ao momento belicoso envolvendo Rússia e Ucrânia.
A "situação extraordinária do país”, de fato, dificultou um pouco, mas não o bastante para desencorajar Levy. "Alguns preços subiram, tínhamos que fazer contas e olhar diversos produtos quando íamos ao supermercado. Somente a bolsa de ₽1.500 (₽ é o símbolo para rublos, moeda do país) não é suficiente para viver lá, além das sanções impostas. "Em geral, redes sociais, cartões de crédito, aplicativos russos, tudo foi bloqueado. Ao comprar um novo celular, por exemplo, não conseguia instalar aplicativos do banco russo, transporte, pois a Google Play tirou do catálogo”, relatou.
Entretanto, Levy aposta nos benefícios que a experiência proporciona: "A parceria é excelente, e creio que, no médio, longo prazo, será algo muito benéfico para o IPEN”, disse. E acrescenta que mais aulas do idioma russo, online ou presencial, antes da viagem, seriam fundamentais. "Mesmo que as demais aulas sejam em inglês, saber russo, para navegar na burocracia e lidar com professores que não dominam perfeitamente o inglês, seria excelente, e também para nos inserirmos melhor na cultura local e lidarmos com aspectos cotidianos, como ir ao banco, farmácia etc.”.
Júlio de Oliveira Jr., 33 anos, viajou em fevereiro de 2022 e ainda está na Rússia. Ele vê o estágio como "uma vitrine para exibir à Rússia e a muitos outros países as pesquisas realizadas no Brasil" e obter apoio internacional e parcerias para os projetos. O principal impacto, segundo ele, será na "formação de laços internacionais”, com estudantes, professores e divulgadores da área nuclear. "É um sistema educacional bastante distinto do nosso, e pude conhecer pessoas que guardarei para toda a vida”.
A experiência também é uma "ótima oportunidade” para aperfeiçoar o aprendizado, acredita Júlio, destacando o conhecimento teórico e prático a respeito da engenharia nuclear russa e a participação no programa de embaixadores da Rosatom, "no qual exercitamos habilidades de divulgação da ciência nuclear e praticamos técnicas de comunicação com o público e com a indústria”.
Excelência e rigor
Levy, Mayara e Júlio são unânimes ao mencionar a qualidade dos cursos oferecidos no MEPhI. "O aspecto mais positivo é a excelência dos professores, todos especialistas em suas áreas de atuação e que também atuam fora da academia, o que permite uma visão mais abrangente do assunto”, diz Levy. "Eles [professores] têm conhecimento bastante notável, muitas vezes estão diretamente vinculados ao desenvolvimento de tecnologias”, complementa Júlio.
Na mesma linha, Mayara diz que os professores são "bastante diligentes”. Além disso, segundo ela, o programa é muito denso, o que requer dedicação exclusiva dos estudantes. "O programa no qual eu estava inscrita abrangia muitas disciplinas, inclusive a língua russa, o que era mais bacana".
Entretanto, Mayara diz "não ter curtido” o modelo de avaliação. "Geralmente, são aplicadas provas orais, nas quais os estudantes são questionados em sala de aula, o que, em minha opinião, desconcentra e desconcerta o avaliado”. Ela relata que o dia a dia era dividido entre as aulas, algumas visitas técnicas e o convívio entre os estudantes. "E, claro, às vezes, a gente viajava para conhecer outras cidades”.
A quantidade de eventos extracurriculares, como a iniciativa de embaixadores, eventos recreativos e visitas técnicas, também é mencionada pelos doutorandos como ponto positivo da estada na Rússia. "Eu diria que uma das minhas experiências favoritas aqui foi participar da AtomExpo 2022, em Sochi, representando tanto o Brasil como a Rosatom, na recepção da embaixada de Angola no evento”, relembra Júlio.
Outro aspecto destacado diz respeito à infraestrutura do MEPhI. Júlio conta que, embora seja um campus pequeno, em uma cidade de aproximadamente 200 mil habitantes, os equipamentos e laboratórios são comparáveis às maiores universidades públicas do Brasil. "Em termos de pontos negativos, eu diria que o calendário confuso e tumultuado, que dificulta criar uma rotina de estudos, é a pior parte. Academicamente, o idioma não chega a ser um problema, pois as aulas para nosso grupo eram em inglês”.
Mayara mencionou a avaliação como um modelo contraproducente e Júlio comentou que gostaria de melhorar a organização de disciplinas. "Parte do conteúdo de disciplinas mais avançadas, como as estruturas físicas de usinas nucleares, poderia ser colocada em disciplinas mais básicas, para então entrar nos aspectos mais matemáticos e técnicos, que costumam vir primeiro”. Ele também ressaltou que, justamente devido à qualidade dos equipamentos e acesso rápido a especialistas qualificados, "deveria haver uma ênfase ainda maior na parte prática, com mais simulações e projetos individuais ao invés de aulas expositivas”.
Perrengues e criatividade
Levy enfatizou a necessidade de maior suporte financeiro, afirmando que o valor da bolsa não é suficiente para se manter na Rússia. "Tínhamos que enviar dinheiro constantemente, para complementar a renda”. Ele conta que, no primeiro semestre, recebia ₽1500, dos quais ₽500 iam para a mensalidade do dormitório (composto de um quarto com cama, mesa de escritório) e os ₽1000 ficavam para a alimentação –"cozinhando no dormitório”, ressalta.
"O campus Obninsk tem um restaurante, mas não é igual ao bandejão [comum nas universidades brasileiras], é um restaurante normal onde todos, professores, alunos realizam refeições, um prato de salada, sopa, um copo de chá e um pão dava em média 350 rublos. O campus Moscou tinha um restaurante na mesma modalidade e havia um prato combinado (salada+sopa+chá) por ₽250, de modo que comer todos os dias na faculdade era um pouco caro. Por isso, necessitamos enviar dinheiro das nossas bolsas brasileiras para complementar a renda lá”.
"As sanções acabaram atingindo todos os alunos estrangeiros e dificultando muito nossa permanência”. Para nós, a situação foi muito mais difícil de contornar do que para os russos. Durante alguns momentos, tememos ficar sem possibilidade de enviar dinheiro do Brasil para cá, ou ficarmos impossibilitados de retornar. Além disso, as sanções tornaram o país mais caro para estrangeiros”, lembra Júlio.
Mas, como diz o ditado, brasileiro não desiste nunca, havia um esquema driblar o perrengue e viabilizar transações financeiras, de acordo com Levy."Fazíamos via Western Union, mas, após a mesma encerrar seus serviços, ficou praticamente impossível usar meios institucionais, e tivemos que descobrir meios alternativos. A Mayara encontrou um jogador de futebol de salão via facebook, ele queria enviar dinheiro para a família dele no Brasil, e aí fazíamos um pix via aplicativos brasileiros, e ele fazia um pix via aplicativos russos para nós. Foi a única forma que encontramos de obter este dinheiro complementar”.
"Acolhidos”
Ao contrário do que pode parecer, todavia, ser estrangeiro na Rússia não é tão difícil, afirma Júlio. Segundo ele, o choque inicial é muito grande, porém, a adaptação é rápida. "A maior parte das coisas que podem parecer um problema para quem vem do Brasil, como o frio, na verdade, são bem fáceis de conviver. O país, como um todo, tem um sistema de serviços muito intuitivo e avançado, que o torna atrativo para imigrantes, pois é fácil se estabelecer”, acrescenta.
Já Mayara "divide” os russos em estações "porque eles são completamente distintos nas temperaturas baixíssimas e no verão”. "Eles são mais reservados e até estressados em estações mais frias, mas, quando a temperatura sobe, são sorridentes e simpáticos. Contudo, muito embora sejam bastante burocráticos, tal como os brasileiros, talvez até mais, os russos são bastante solícitos", observou Mayara.
Júlio conta que o dia a dia "é um pouco mais agitado que on Brasil”, pois a universidade usa um sistema intermitente de aulas que ele considera"um pouco confuso”. No começo, isso gerava bastante dificuldade porque era difícil saber quando as aulas aconteceriam. A vantagem é que toda semana era possível não ter aulas, permitindo, então, que pudéssemos conhecer a cidade ou planejar viagens curtas para outras cidades da região”.
A universidade organiza muitos eventos de socialização e confraternização entre os alunos, como campeonatos de esporte e jogos, excursões, acampamentos, e até shows de música e dança. "Infelizmente, a maioria é em russo, mas muitos desses eventos são voltados especialmente para alunos estrangeiros”, diz Júlio.
Levy diz não ter sentido nenhum problema em ser estrangeiro. "Quando descobriram que eu era brasileiro,até era bem acolhido, geralmente queriam conversar sobre futebol e outras coisas do Brasil”.
O idioma é que é "russo”
Fora do ambiente acadêmico – já que as aulas no MEPhI são em inglês – o idioma era uma barreira. "Sofri um certo preconceito em relação a língua, como não compreendia tanto e não era fluente, rolaram alguns perrengues de comunicação ou quando se fala alto e em público, eles não curtem... mas na maior parte das experiências eram corteses. Aprender a língua é o ideal – super recomendo”, diz Mayara.
Para Levy, essa foi a única grande dificuldade enfrentada. "Não tinha muito conhecimento de russo antes de vir, e conversar apenas em russo é complicado até agora. A população até que é receptiva, mais que o esperado, mas a frustração é palpável quando não conseguem se comunicar. Além disso, tarefas simples podem se tornar complicadas pela dificuldade em conversar, como obter informação detalhada sobre um local difícil de encontrar”.
No dormitório estudantil, era mais fácil, conta Mayara. "Convivíamos diariamente brasileiros, colombianos, bolivianos, paraguaios, zambianos, burundineses, libaneses, chineses... conhecemos pessoas de praticamente todos os continentes divididos entre graduandos, mestrandos e doutorandos. Era bastante plural. E não que a gente não sinta saudades de casa, de rostos e vozes e sons familiares, mas a gente conhece e troca muito, como se a vivência validasse toda a experiência”.
Deu match
A diversidade cultural russa é prestigiada mundo afora, e Júlio faz questão de aproveitar ao máximo a experiência no país de Nureyev, Nabokov e tantos outros talentos do mundo das artes. "Gostaria de recomendar ao público que conheça um pouco de cultura russa, como a música, com Kino, DDT, Alisa, Arya, o cinema, com Stalker, Brat, Solaris, e a literatura, de Dostoievski, Tolstoi, Pushkin. Para além de cultura mais tradicional, eles também têm uma cultura de software livre e código aberto muito próxima da brasileira, o que pode ser um ponto em comum inusitado de entrada.”
Buscar "familiarização” é uma característica de Júlio. Ele conta que fez amigos no dormitório, nos mercados da cidade, em bares, restaurantes e até mesmo no ônibus. "Tive sorte de cair com um colega de quarto que combinou comigo e nos tornamos amigos rápido, sem ter grandes problemas de convivência”.
Os brasileiros, elejá conhecia, pessoalmente ou pela internet, antes de ir para a Rússia. "E desbravamos muitos cantos do país juntos”. Mas o encontro especial veio das bandas de cá, precisamente da América Central. "Um dia, fizemos uma festa de despedida para uma amiga e conheci uma moça da Nicarágua. Pouco tempo depois, começamos a namorar e estamos muito felizes juntos”.
Sobre os contemplados
Levy Scalise Maciel é licenciado em Física pelo Instituto Federal de São Paulo, mestre em Tecnologia Nuclear - Aplicações pelo IPEN e doutorando no mesmo programa, sob a orientação deArtur Wilson Carbonari, do Centro do Reator de Pesquisas (CERPq). Desenvolve simulações computacionais de novos materiais para aferir sua viabilidade, com o intuito de chegar a soluções limpas, com capacidade energética melhor e que não sejam poluentes, como materiais atuais.
Mayara Pinto é bacharel e licenciada em Química pela Universidade Federal de Santa Catarina(UFSC), doutoranda em Tecnologia Nuclear soba orientação da professora Martha Simões Ribeiro, do Centro de Lasers e Aplicações (CELAP). Sua pesquisa visa a associação de duas técnicas terapêuticas contemporâneas, a fotobiomodulação (FBM) e a nanobraquiterapia (NB) para fins de tratamentos oncológicos, mais especificamente para um tipo de câncer de mama bastante agressivo, o qual acomete majoritariamente mulheres.
Júlio de Oliveira Jr. é bacharel em Física pela USP, mestrando em Engenharia Nuclear - Usinas Nucleares e Física Térmica da MePhi e doutorando em Tecnologia, sob a orientaçãoRoberto Vicente, do setor de Gestão de Rejeitos Radioativos.Na pesquisa de mestrado, está focado na análise de segurança de uma proposta de modificação para os modelos de reatores nucleares espaciais. No doutorado, seu foco é na avaliação da quantidade de energia que se pode obter reciclando os rejeitos radioativos de mineração de urânio para o uso em baterias nucleares.
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- 27/06/2023 - Mais que um desafio, a não proliferação nuclear é um compromisso, dizem participantes do SimpósioEvento realizado no IPEN, na semana de 19 a 23 de junho, mobilizou mulheres em STEM que atuam na área nuclear, em instituições da América Latina e Caribe.
Evento realizado no IPEN, na semana de 19 a 23 de junho, mobilizou mulheres em STEM que atuam na área nuclear, em instituições da América Latina e Caribe.
O papel central da América Latina e Caribe em formar novas lideranças para o desarmamento nuclear levando em consideração a importância de uma sociedade mais igualitária, com mais equidade de gênero e diversidade de ideias, mais do que um desafio, é um compromisso que as participantes do "1º Simpósio sobre Não Proliferação Nuclear e Segurança para Mulheres em STEM na América Latina e Caribe” abraçaram, depois de uma semana ouvindo experts e trocando experiências e conhecimentos sobre o tema.
Florencia Renedo, licenciada em Ciência Política pela Facultad de Ciencias Sociales de la Universidad de Buenos Aires, disse que o evento "gerou um clima muito confortável, solidário e de sororidadede troca de conhecimentos e experiências com mulheres de diferentes partes da América Latina e do Caribe”. Analista de Salvaguardas, Subgestão de Políticas de Não Proliferação, da Autoridade Reguladora Nuclear (ARN) da Argentina, Renedo é membro da Women in Nuclear de seu país (WiN Argentina) e da WiN Global.
Mais do que expectativas, Florencia diz que o Simpósio "gerou muitos sentimentos positivos e otimistas”. "Tomei conhecimento através da instituição onde trabalho, a Autoridade Reguladora Nuclear da Argentina. Fiquei feliz de poder participar, junto com colegas da região, de um evento que abrange os temas que mais me apaixonam: a não proliferação nuclear. Saio daqui feliz por ter tido essa experiência em São Paulo. Esperamos que seja o primeiro Simpósio de muitos que virão”, afirmou.
Realizado no IPEN, e promovido em colaboração com o James Martin Center for Nonproliferation Studies (CNS), vinculado ao Middlebury Institute of International Studies at Monterey (MIIS), com apoio da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o Simpósio ocorreu no período de 19 a 23 de junho. O objetivo principal: proporcionar uma compreensão mais ampla da não proliferação, dos usos pacíficos da energia nuclear e das políticas de segurança nuclear, bem como ferramentas e mecanismos necessários para lidar com essas questões e seus desafios.
A física médica Gabryele Moreira, doutoranda no Programa de Pós-Graduação Tecnologia Nuclear IPEN/USP, comentou que o Simpósio pode ser o caminho para a criação deuma rede de contatos, "entender novas histórias e criar melhores possibilidades de permanecer na área”." Tive a oportunidade de conhecer pessoas incríveis, como a Mércia e Ketrim, representantes da INB, e histórias motivadoras como a da Mônica Georgia, física na Eletronuclear e primeira mulher a operar uma usina nuclear no Brasil”, destacou.
Gabryele se refere à física Mércia Assis da Silva, mestre em Ciência e Tecnologias Nucleares pelo Instituto de Engenharia Nuclear (IEN), supervisora (em uma equipe com sete homens) responsável pelo controle e contabilidade de material nuclear da instalação e diretamente com as inspeções de salvaguardas da AIEA, e à administradora Ketrim Souza, analista de Desenvolvimento de Pessoal, ambas das Indústrias Nucleares Brasileiras (INB), cujas trajetórias são "inspiradoras”. "Saio muito satisfeita e com a consciência que pode se desenvolver muito para as mulheres no Brasil”, acrescentou.
Natural de Salvador (BA), Gabryele foi contemplada, em 2021, no Programa de Bolsas Marie Sklodowska-Curie (MSCFP), concedida pela AIEA, quando ainda cursava o mestrado. Sob a orientação do físico Frederico Genezini, do Centro do Reator de Pesquisa (CERPQ) do IPEN, sua pesquisa traçou o perfil sociocultural das mulheres do IPEN-CNEN. Em sua apresentação no Simpósio, a convite do pesquisador José Eduardo de Souza Sarkis, um dos coordenadores, Gabryele destacou a importância da representatividade feminina na ciência, especificamente na área nuclear.
"Tivemos cientistas incríveis, como Marie Curie, vencedora de dois Prêmios Nobel, o de Física (1903) e o de Química (1911). Foi ela quem conduziu pesquisas pioneiras sobre a radioatividade e até hoje foi a única pessoa a ser premiada em dois campos científicos diferentes. Ou seja, o universo nuclear é feminino desde sempre”, afirmou Gabryele. Na sua avaliação, o simpósio ofereceu um curso bem completo sobre segurança e não proliferação nuclear. "Durante as nossas formações, não temos acesso tão direto sobre o tema abordado. Espero que mais cursos como esses adentre ao Instituto”, acrescentou.
Durante o evento, foi mencionada a possibilidade de um documento, que poderia ser um Guia de Boas Práticas. "Acredito que seria uma excelente oportunidade nós criarmos um guia que reúna as valiosas contribuições compartilhadas pelas palestrantes e participantes durante o simpósio. O guia também poderia abordar questões como inclusão, igualdade de oportunidades, promoção da diversidade e capacitação das mulheres em STEM, com um foco específico na não proliferação nuclear e segurança física", sugeriu Camila Araújo, mestre em Biofísica, doutoranda em Engenharia Nuclear na COPPE/UFRJ.Na mesma linha das de Florencia e Gabryele, Camila entende que o papel da mulher pode ser inspirador para um mundo em que apenas o uso pacífico da energia nuclear seja viável. "A liderança feminina na não proliferação e desarmamento nuclear promove diálogo e cooperação global, enfrentando os desafios. Ela não apenas abre caminho para um futuro pacífico e seguro, mas também serve como uma inspiração poderosa para todos que sonham com um mundo livre de armas nucleares.”Camila, Mercia Assis, Ketrim Souza, Vivianne Lúcia Bormann de Souza, tecnologista do CRCN-NE, Krizia Rosy Capizzi, Centro de Pesquisas em Ciências e Tecnologia das Radiações, Martha Mariana Mendoza Basulto, oficial de Relações Internacionais da Agência para a Proscrição de Armas Nucleares na América Latina e no Caribe (OPANAL), Florencia Renteria del Toro, do Departamento de Cooperação Técnica, da AIEA, dentre outras, participaram de gravação na Web Rádio IPEN FM, oportunidade em que falaram de suas experiências no Simpósio.Representantes do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI/PR) também marcaram presença falando sobre as atividades de proteção, segurança e articulação dos projetos estratégicos do setor nuclear brasileiro, e destacaram a importância das ações de comunicação social para a divulgação dos benefícios da tecnologia nuclear para a sociedade."Cooperação no futuro"
Além de Jorge Sarkis, pesquisador do Centro de Lasers e Aplicações (CELAP), Juan Du Preez e Margarita Kalinina-Pohl, ambos do James Martin Center for Nonproliferation Studies(CNS), colaboraram na organização do Simpósio. Foram debatidos temas relativos a desarmamento nuclear e ações de fortalecimento da participação feminina no setor nuclear. Aspectos históricos, políticos, culturais e a trajetória profissional das participantes foram expostos em sessões híbridas, mesas-redondas, painéis e visitas técnicas às instalações do IPEN.
Kalimina-Pohl destacou que realizar o Simpósio para mulheres em STEM foi muito gratificante, "mas é fundamental insistir em iniciativas que promovam a liderança de mais mulheres”. Ao agradecer as participantes, destacou a "semana maravilhosa de discussões, troca de informações, risadas e diversão". "Aprendi muito com todos vocês e espero que possamos continuar a cooperação no futuro", completou.
Du Preez, responsável pela gestão de educação e treinamento do Middlebury Institute of International Studies at Monterey (MIIS), afirmou que "soluções científicas para eliminar armas nucleares em nível global certamente podem surgir de eventos como o Simpósio realizado no IPEN”.
O evento contou com a participação de 40 mulheres, 12 de forma híbrida, representantes de oito países da América Latina e Caribe, além de membros de instituições internacionais e brasileiras que atuam na área nuclear. No penúltimo dia, participantes e convidados visitaram as instalações do Centro de Radiofarmácia (CECRF), Centro de Tecnologia das Radiações (CETER) e o Centro de Pesquisa do Reator IEA-R1.
Sarkis comentou que organizar um evento internacional envolve horas de trabalho, planejamento e execução."Foi um trabalho de equipe. Contamos com cerca de 30 funcionários e terceirizados, diretamente envolvidos na execução das atividades, sem contar com equipe de segurança e administrativa.Também tivemos cerca de 12 profissionais prestadores de serviço e o apoio fundamental da Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento (DPD) da CNEN, da Superintendência e das Chefias de serviços e Centros do IPEN”.
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- 23/06/2023 - IPEN recebe visita de Zakithi Msimang, expert da AIEA em metrologia das radiaçõesA coordenadora do Laboratório Padrão Secundário de Dosimetria da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) realizou extenso programa de visita aos laboratórios nacionais de metrologia
A coordenadora do Laboratório Padrão Secundário de Dosimetria da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) realizou extenso programa de visita aos laboratórios nacionais de metrologia
O IPEN recebeu, em 23 de junho, sexta-feira, a visita da Dra. Zakithi Msimang oficial técnica de SSDLs (Secondary Standards Dosimetry Laboratories, na sigla em Inglês, Laboratórios de Dosimetria de Padrão Secundário, em Português). Msimang faz parte da Seção de Dosimetria e Física Médica do Departamento de Ciências Nucleares e Aplicações da AIEA. Como coordenadora da rede de SSDLs da AIEA, o seu objetivo foi visitar as instalações dos laboratórios nacionais e discutir ações previstas em projetos com a Agência.
Durante o período de 19 a 23 de junho, Msimang conheceu o Laboratório de Metrologia das Radiações Ionizantes da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em Recife; o Laboratório Nacional de Metrologia das Radiações Ionizantes (NMRI), no Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD), no Rio de Janeiro; o Laboratório de Ciências Radiológicas (LCR) da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e o Laboratório de Calibração de Instrumentos (LCI) do Centro de Metrologia das Radiações (SEGMR) do IPEN.
O superintendente do IPEN e diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Wilson Aparecido Parejo Calvo e a gerente do SEGMR, Maria da Penha Albuquerque Potiens, recepcionaram Msimang no Espaço Cultural Marcello Damy, local em que apresentaram o histórico e as principais atividades do Instituto. Na ocasião, Calvo representou a diretora do IPEN, Isolda Costa. Na qualidade de Diretor da CNEN, Calvo colocou a instituição à disposição da oficial da AIEA para ações de colaboração que envolvam o LCI.
No SEGMR, a visita foi direcionada às atividades, instalações e equipamentos do LCI. Dentre os sistemas visitados destacaram-se o de Calibração e controle de ativímetros; o de calibração de instrumentos com radiação X (160 kV), com radiação beta e com radiação gama e o de Calibração de monitores de contaminação de superfície para radiação alfa e beta.
Perspectivas
Para a gerente do SEGMR, Maria da Penha Albuquerque Potiens, o resultado foi muito positivo, considerando ser a primeira visita de um representante da AIEA aos laboratórios do Centro. "Dra. Zakithi demonstrou uma surpresa agradável ao conhecer nossas instalações, trabalhos desenvolvidos e equipe técnica”, afirma Albuquerque.
Msimang demonstrou interesse em desenvolver no laboratório de radiação beta um treinamento técnico no âmbito da América Latina, provavelmente em 2024.
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- 19/06/2023 - Doação não é descarte - Campanha do Agasalho tem apoio do IPENO IPEN iniciou nesta semana a Campanha do Agasalho 2023, em parceria com a Cruz Vermelha São Paulo. No âmbito institucional, a coordenação está por conta do servidor da Coordenadoria de Planejamento e Gestão (COPLG), Fabio Menani. Foram disponibilizados 10 pontos de coleta de doações em locais de grande circulação no IPEN, como a Portaria
Sul, Portaria Norte, Prédio do Ensino, Restaurante, Bloco A e Centro de Química e Meio Ambiente (CEQMA), Centro de Tecnologia das Radiações (CETER), Centro de Lasers e Aplicações (CELAP), Ceitec e Greic. Semanalmente, a equipe do Setor de Transporte recolherá as doações.Menani ressalta que o Setor de Transportes está fornecendo todo o apoio necessário para o sucesso da iniciativa e incentiva a comunidade IPEN a contribuir ajudando pessoas em situação de vulnerabilidade social ou de rua a enfrentar o período de inverno. Ele destaca que a comunidade pode levar roupas e cobertores em bom estado até um dos pontos de coleta espalhados pelo Instituto, a fim de amenizar o frio dessas pessoas mais necessitadas.
A Campanha do Agasalho liderada pela Cruz Vermelha São Paulo desde 2009, é uma iniciativa que visa apoiar milhares de pessoas em comunidades vulneráveis que enfrentam baixas temperaturas durante o inverno. O objetivo é arrecadar roupas, especialmente agasalhos, além de cobertores em bom estado para doação. Esse ano novamente a população em situação de rua será o principal público atendido pela Campanha do Agasalho 2023. A meta da Cruz Vermelha é entregar 70 toneladas de roupas e cobertores para 50 mil pessoas em situação de rua. -
- 01/06/2023 - Avanço consolidado: bolsistas de pos-doc contemplados no Edital COPDE 6/2020 assinam Termo de OutorgaConcessão de bolsas pos-doc era uma demanda antiga e é considerada um dos principais avanços nessa última chamada COPDE Inter Centros.
Concessão de bolsas pos-doc era uma demanda antiga e é considerada um dos principais avanços nessa última chamada COPDE Inter Centros.
Com a presença da diretora substituta do IPEN, Isolda Costa, seis pesquisadores assinaram, nesta quarta-feira, 31, o Termo de Outorga para implementação de bolsas de pós-doutorado, no âmbito do Edital COPDE 6/2020, voltado a projetos integrados entre Centros de Pesquisa do Instituto. A cerimônia iniciou-se às 10h e foi coordenada por Fernando Moreira, chefe do Escritório de Gestão de Projetos (EGP), que fez uma breve apresentação da dinâmica administrativa para o andamento das pesquisas.
Eurico Felix Pieretti, Thiécla Katiane Osvaldt Rosales, Patrícia Lima Falcão, Marcelo Miyada Redígolo, Rubens Chiba e Karina de Oliveira Gonçalves são os novos pos-doc do IPEN. Três deles – Eurico, Rubens e Marcelo – já estão "familiarizados” com o IPEN porque são egressos do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear IPEN/USP. "O Rubens, inclusive, começou na iniciação científica do IPEN, fez mestrado e doutorado em nosso programa e agora voltou para o pos-doc. É sinal de que a nossa casa continua atrativa”, comentou Moreira.
A concessão de bolsas pos-doc era uma demanda antiga e é considerada um dos principais avanços nessa última chamada COPDE Inter Centros. Isolda Costa deu as boas-vindas aos bolsistas e disse que a participação de pós-doutorandos é o "principal motor” para garantir a qualidade das pesquisas do IPEN. "Por experiência, afirmo que um projeto só tem chance de ser bem-sucedido a partir do momento em que há alguém dedicado 100% a ele”, disse a diretora. Para Moreira, "é uma evolução que veio para ficar”, pois significa o "engrandecimento das esquipes”.
Após apresentar a equipe do EGP que vai auxiliar os bolsistas na execução dos projetos, Moreira explicou rapidamente a dinâmica burocrática, afirmando que seu trabalho é fazer a intersecção de dois mundos: o do rito e o do resultado. O primeiro se refere às leis, aos processos de compras, aos documentos necessários à prestação de contas etc., sendo posteriormente submetido à análise da Procuradoria do IPEN e dos órgãos de controle por se tratar de recurso público. "O rito exige a legalidade, ou seja, os processos têm que estar dentro dos parâmetros da legalidade”, pontuou.
Já o rito do resultado são os pesquisadores, com ideias que geram experimentos, dos quais extraem dados, passam para as publicações, e estas são enviadas para revisão pelos pares, para que tenham reconhecimento e obtenham financiamento. "É o círculo virtuoso da pesquisa. O resultado cobra eficiência. E como aliar eficiência e legalidade? É mais ou menos como o núcleo do átomo. A gente junta dois elementos que normalmente querem se repelir, mas usamos de energia para fazer com que permaneçam juntos. Mas tem um detalhe: o rito manda no resultado”, salientou Moreira.
Reiterando o que o serviço público tem uma dinâmica própria, sobretudo no que se refere a processos de compra, Moreira enfatizou que todas as etapas de qualquer projeto requerem planejamento. "Não dá para ter agilidade sem planejar antes tudo o que se quer”. O chefe do EGP também explicou outros detalhes como o registro dos bolsistas, os recursos destinados, as informações que constarão no site (plano de trabalho, cronograma relatórios etc.) e complementou informando que os recursos são alocados na Fundep (Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa, vinculada à UFMG).
"Expectativa alta”
Patrícia Falcão foi servidora da Fiocruz por 19 anos, onde cursou o doutorado, e depois transferiu-se para o Departamento de Engenharia Nuclear da UFRJ e nessa instituição fez o segundo doutorado, em Ciência das Radiações. Imunologista e biomédica, seu pos-doc no IPEN é no Centro de Biotecnologia (CEBIO). "Eu vim com a expectativa de contribuir com o grupo, agregar no Cebio e consequente no IPEN. Sou pesquisadora corporativa, já tive meu próprio laboratório, hoje em dia, estou como pesquisadora academicista profissional”.
Rubens Chiba é conhecido por atuar em projetos no Centro de Ciência e Tecnologia de Materiais (CECTM), onde começou ainda como bolsistas de iniciação científica. Depois do doutoramento, atuou em outros laboratórios e prestou consultorias, e agora retorna para o pos-doc. "Estou aqui com novos objetivos a serem alcançados e espero contribuir com a experiência que acumulei na pós-graduação”.
Marcelo Miyada Redígolo também fez iniciação científica, mestrado, doutorado e pos-doutorado no IPEN, tendo realizado pesquisas no CECTM, Centro de Lasers e Aplicações (CELAP), Centro de Tecnologia das Radiações (CETER) e Centro de Química e Meio Ambiente (CQMA), onde desenvolverá sua pesquisa. Sua expectativa é torna-se pesquisador efetivo do Instituto. "Tive alguma experiência fora e voltei para ajudar o IPEN. Sempre recebi muito do IPEN, agora, vim para ter esse treinamento para quando o momento chegar, o concurso, eu seja aprovado como pesquisador já tendo uma ideia concreta do que é ser pesquisador do IPEN”.
Thiécla Rosales é formada em nutrição, doutora em farmácia pela USP. Vai atuar no Centro de Bioteclogia (CEBIO), com a supervisão do pesquisador Patrick Spencer, em projeto que visa novos métodos de diagnóstico e terapia. Sua expectativa é muito alta e ela acredita que seu projeto pode ter impactos significativos nesse campo da saúde. "É um projeto bastante inovador e importante, muito bem pensado, e esperamos bons resultados significativos”.
Eurico Felix Pieretti é engenheiro de materiais, mestre e doutor em TN pelo IPEN/USP, concluiu pos-doc na UFABC, na área de materiais. Especialista em biomecânica do movimento, seu projeto no IPEN tem o intuito de desenvolver ligas metálicas de titânio, alumínio e vanádio para aplicações biomédicas produzidas por manufatura aditiva. "Minha expectativa é alta, porque é uma técnica nova e essa manufatura aditiva permite uma fabricação melhor, com mais economia de energia e de matéria-prima, mais rápidas e melhor acabamento”, disse.
Karina de Oliveira Gonçalves fez apenas a iniciação científica no IPEN, seu mestrado e doutorado foram em Ciências, na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). "Mas eu sempre tive ‘um pezinho’ aqui, no CEBIO, inclusive o [pesquisador] Daniel Perez foi meu coorientador de doutorado. Continuei fazendo alguns testes aqui, ele me ajudou muito na publicação de alguns artigos, e, agora, estou voltando no pos-doutorado, com a Dra. Solange [Sakata, pesquisadora do CETER]. Espero aprender muito, melhorar meu currículo, eu também tenho esperança de prestar concurso público”.
"Ganha-ganha”
Convidado "de honra”, Delvonei Andrade, ex-presidente da CGP em Tecnologia Nuclear, comentou que os novos pos-doc terão uma oportunidade excelente de fomentar seus currículos a partir dessa experiência no Instituto. "Modéstia à parte, o IPEN é uma instituição de excelência, a gente tem inserção nacional e internacional, alguns já conhecem e sabem disso. É um ganha-ganha, minhas palavras são de otimismo e muito trabalho”.
Na sequência, o grupo foi fazer a foto oficial, que contou ainda com a presença dos pesquisadores Solange Sakata (CETER), Daniel Perez e Carlos Soares (CEBIO), e Cecilia Chaves Guedes (CECTM). De acordo com Fernando Moreira, já está agendada uma reunião operacional com todos os bolsistas, no dia 2 de junho, às 10h, onde serão explicados os Termos de Referência, as planilhas e outros aspectos mais técnicos relacionados ao edital.
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- 10/05/2023 - Governo de SP reafirma importância de sinergia entre Institutos de Pesquisas, em visitas de secretáriosFinalidade é buscar convergência entre as instituições e poder avançar na integração e na busca por ciência e inovações para o desenvolvimento econômico e social do país.
Finalidade é buscar convergência entre as instituições e poder avançar na integração e na busca por ciência e inovações para o desenvolvimento econômico e social do país.
Com o objetivo de conhecer melhor as atividades em ciência, tecnologia e inovação e de promover mais integração e avanços, titulares e assessores de Secretarias de Estado têm realizado visitas às instituições estaduais que atuam nessas áreas de pesquisa e desenvolvimento. Nesta terça-feira, 9, foi a vez de Thiago Rodrigues Liporaci e Edson Cezar Wendland, da Secretária de Desenvolvimento Econômico (SDE), serem recepcionados no IPEN pelo superintendente Wilson Calvo e pela diretora substituta, Isolda Costa.
Respectivamente secretário executivo e coordenador de C,T&I da SDE, Liporaci e Wendland estiveram no Espaço Marcello Damy, onde ouviram explicações sobre a atuação e a diversidade de pesquisas do Instituto e sobre o Projeto Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), o maior empreendimento para a área nuclear do País. Depois, seguiram para visita ao Reator Nuclear de Pesquisas IEA-R1, onde foram recebidos pelo coordenador do Centro do Reator de Pesquisas (CERPq), Frederico Genezini.
Embora seja gerido técnica e administrativamente pela União Federal, por meio da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), o IPEN é uma autarquia estadual. Essa característica "híbrida” é o que permite, por exemplo, a participação em chamadas públicas pela Fapesp, para financiamento de projetos e pesquisas de instituições vinculadas ao Governo de São Paulo. "Por isso, é fundamental que os gestores do governo estadual conheçam o muito que se faz em P&D aqui”, avaliou Calvo.
O superintendente do IPEN mencionou o edital "Ciência para o Desenvolvimento” – Propostas para Núcleos de Pesquisa Orientada a Problemas em São Paulo (NPOP-SP), da Fapesp, voltado para P&D em colaboração entre universidades ou instituições de ensino superior e de pesquisa. O IPEN foi contemplado com a proposta "Programa multicêntrico utilizando radioligantes de PSMA para o diagnóstico e terapia de pacientes com câncer de próstata”, tendo o próprio Calvo como pesquisador responsável.
"Além desse projeto, também integramos um do IPT [Instituto de Pesquisas Tecnológicas] contemplado nesse mesmo edital. É uma somatória de expertises que só trarão benefícios para a população do Estado de São Paulo”, comentou Calvo. O projeto do IPT a que o superintendente se referiu é "Desenvolvimento da cadeia de produção de componentes metálicos por manufatura aditiva”, que conta com participação do pesquisador Maurício das Neves, do nosso Centro de Ciência e Tecnologia doa Materiais do IPEN.
Liporaci diz que é fundamental buscar sinergia entre as instituições. "A ideia é que possamos desenvolver parcerias e aprofundar as relações entre todos os integrantes do grande complexo de inovação que temos no Butantã: a USP, o Instituto Butantã, o IPEN, o IPT, a Marinha... a finalidade da Secretaria é buscar convergência entre todos esses atores de C,T&I e poder avançar na integração e na busca por ciência e inovações para o setor produtivo e para o desenvolvimento econômico e social do país”.
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- 27/04/2023 - IPEN apresenta projetos na área de biocombustíveis e novas energias a gestores do Estado de São PauloSecretário Lucas Ferraz manifestou entusiasmo com a possibilidade de produção do hidrogênio verde a partir do etanol, que é uma “vantagem comparativa”, uma vez que São Paulo é o maior produtor mundial de etanol.
Secretário Lucas Ferraz manifestou entusiasmo com a possibilidade de produção do hidrogênio verde a partir do etanol, que é uma “vantagem comparativa”, uma vez que São Paulo é o maior produtor mundial de etanol.
O Brasil pode se beneficiar do selo ‘Hidrogênio Verde’, e o Estado de São Paulo tem todas as condições de ser protagonista na indústria de biocombustíveis e novas energias, tendo a ciência como balizadora de políticas públicas. Quem afirma é o pesquisador Fábio Coral Fonseca, gerente do Centro de Células a Combustível e Hidrogênio (CECCO) do IPEN.
Nesta terça-feira, 24, Lucas Ferraz e Marisa Barros, respectivamente secretário de Negócios Internacionais e subsecretária de Energia e Mineração do Estado de São Paulo, visitaram o IPEN, e Fonseca fez uma apresentação sobre as pesquisas desenvolvidas no Instituto, desde que foi implementado o Programa Brasileiro de H2 e Células a Combustível, em 2002.
Célula a combustível é um dispositivo de conversão direta da energia química de um combustível em eletricidade. As chamadas SOFCs – do inglês Solid Oxide Fuel Cell (Célula a Combustível de Óxido Sólido) são as mais eficientes para essa conversão direta e, por isso, têm recebido atenção da comunidade científica e de vários desenvolvedores que têm investido no uso dessa tecnologia em diversas aplicações.
O IPEN pesquisa síntese, processamento, caracterização, fabricação e testes de SOFCs unitárias e materiais componentes. "Nossas foco principal é o uso de combustíveis alternativos ao hidrogênio, como o bioetanol e o gás natural”, diz Fonseca. Os estudos – acrescenta – são desenvolvidos em colaboração com instituições nacionais e estrangeiras, por meio de intercâmbio de pesquisadores e alunos de pós-graduação.
Fonseca apresentou o potencial do etanol na economia do hidrogênio e mencionou o acordo de parceria com a Nissan, firmado em 2019 e renovado em junho de 2022, visando o desenvolvimento de um veículo movido por SOFC que gera energia elétrica a partir da utilização do bioetanol. "A ideia é avaliar e viabilizar diferentes componentes e torná-los adequados para uso em possíveis projetos em escala comercial”.
Outra colaboração citada por Fonseca visa o desenvolvimento da nova geração de ônibus a hidrogênio aproveitando o H2 do sistema produtivo da Eletronuclear, basicamente do Parque Almirante Álvaro Alberto, em Angra dos Reis (RJ). Esse estudo tem a participação da Schwaben Engenharia, empresa do grupo alemão Lauer & Weiss, com mais de 15 anos de experiência no segmento automotivo.
Os principais resultados do Centro liderado por Fonseca, nos últimos cinco anos, estão nos 120 papers (artigos científicos) publicados em revistas de alto impacto, cinco patentes, na formação de 25 mestre e 20 doutores, orientados por pesquisadores do CECCO e no livro "O IPEN e a economia do Hidrogênio", com lançamento ainda este semestre. "Nós temos todas as condições para ser balizadores de políticas públicas em novas energias e estamos à disposição do Estado de São Paulo”, salientou.
Políticas públicas
De acordo com Marisa Barros, a visita ao IPEN foi ‘muito oportuna’ considerando que o Estado de São Paulo está estruturando o seu Plano Estadual de Energia, no horizonte de 2050. "Foi uma grata surpresa essa visita e a possibilidade de conhecer diversos projetos que coadunam e são aderentes à meta principal do Plano, que é alcançar emissões líquidas de carbono zero no horizonte programado”.
Conhecer as rotas de produção de H2 de baixo carbono a partir etanol é fundamental para os objetivos do Plano, uma vez que o etanol é importante vetor energético do Estado de São Paulo, avalia a subsecretária de Energia e Mineração, cuja pasta está vinculada à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (SEMIL), tendo a procuradora federal Natália Resende como titular.
"É muito relevante que a comunidade científica e a sociedade em geral tenham conhecimento de que o hidrogênio de baixo carbono, incluindo aí o renovável, o verde, pode sim ser obtido a partir do etanol, que é um insumo importante no Estado de São Paulo, isso foi bastante positivo e isso se reflete como uma estratégia de mitigação no âmbito do Plano Estadual”, destacou Barros.
"Verde e amarelo”
Uma das questões levantadas pelo secretário Lucas Ferraz foi quanto a viabilidade e a necessidade de aumentar a escala do que já é oferecido no setor da economia do hidrogênio. "Vocês são a inteligência, nós somos os formuladores de políticas públicas e vamos viabilizar o que vocês sugerirem”, afirmou, dizendo-se "muito impressionado” com os projetos desenvolvidos pelo IPEN na área de energia renovável.
Ferraz comentou que o momento internacional está abrindo uma "nova janela de oportunidades” para atração de investimentos no Estado de São Paulo e que há um entusiasmo com a possibilidade de produção do hidrogênio verde a partir do etanol, que é uma "vantagem comparativa”, uma vez que São Paulo é o maior produtor mundial de etanol.
O secretário salientou o avanço das pesquisas no IPEN e adiantou a expectativa de parceria, "num futuro próximo”, entre as instituições de C&T, envolvendo "toda a capacidade científico-tecnológica do Estado e o Governo, na montagem de políticas públicas adequadas capazes de tornar realidade essas novas tecnologias em energia renovável”.
Fábio Coral Fonseca ressaltou que a visita da comitiva do Governo é "uma mudança de paradigma” e que é função do IPEN assumir protagonismo. "Essa aproximação com o Estado de São Paulo é muito importante, e ficamos muito contentes de saber que o poder público veio até o IPEN se informar para embasar suas decisões de políticas públicas nas opiniões científicas”.
O pesquisador destaca que uma parceria com o Estado pode trazer muitos benefícios. "Espero que percebam a qualidade dos projetos que a gente tem capacidade de desenvolver e que podem determinar rumos futuros para uma transição energética, descarbonização da indústria, de modo que São Paulo continue tendo protagonismo na indústria de biocombustíveis e novas energias. Temos todas as condições de criar e consolidar o selo ‘Verde e Amarelo’”, finalizou.
No IPEN
Lucas Ferraz e Marisa Barros foram recepcionados no IPEN pelo superintendente Wilson Calvo e pela diretora substituta Isolda Costa. Eles vieram acompanhados de Thiago Rodrigues São Marcos Nogueira e Carina Dolabella, assessor especial e assessora técnica da SENI, e de Jacqueline Faiolo Terto de Oliveira e Ricardo Cantarani, assessores da Subsecretaria de Energia e Mineração da SEMIL.
Os projetos desenvolvidos no CECCO contam com várias colaborações nacionais, entre elas a Universidade Federal do ABC (UFABC), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e Instituto Nacional de Tecnologia (INT), e são financiados por diversos projetos de agências de fomento como a FAPESP, CNPq, CAPES e FINEP.
Estava prevista uma visita aos laboratórios do CECCO, mas, devido à agenda do secretário, ficou para outra oportunidade.
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- 24/03/2023 - Servidores do IPEN com mais de 45 anos de atividades são homenageados pelo MCTIA cerimônia de entrega de placas em homenagem aos 23 servidores atuantes no IPEN há mais de quatro décadas foi realizada no Espaço Marcello Damy na manhã de 24 de março
A cerimônia de entrega de placas em homenagem aos 23 servidores atuantes no IPEN há mais de quatro décadas foi realizada no Espaço Marcello Damy na manhã de 24 de março
Se somássemos o tempo de trabalho no IPEN dos 23 servidores ativos com mais de 45 anos na instituição, chegaríamos a 1.077 anos. Se retrocedêssemos no tempo, chegaríamos ao ano de 946, no século X. Essa é uma uma curiosidade, mas caso as histórias que cada um desses altruístas servidores fossem relatadas, teríamos um compêndio emocionante sobre o desenvolvimento da ciência, tecnologia e sociedade brasileira.
A homenagem, realizada no último dia 24, pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para os servidores com mais tempo em atividade, fez parte das celebrações pelos 66 anos da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), completados em 31 de outubro de 2022. Foram contemplados também servidores das demais unidades técnicas-científicas da CNEN.
Na cerimônia de entrega das placas confeccionadas pelo MCTI, realizado no Espaço Cultural Marcello Damy, a diretora substituta do IPEN, Isolda Costa e o superintendente da Instituição, Wilson Aparecido Parejo Calvo, destacaram a determinação, o apoio, a contribuição de todos os servidores homenageados à missão do Instituto em contribuir com a qualidade de vida da sociedade brasileira.
Homenageados:
Adimir dos Santos
45
Antonio Luiz Pires
45
Carlos Alexandre de J. Miranda
45
Maria Elisa Chuery M. Rostelato
45
Eliana Navarro dos S. Muccillo
46
Helio Takumi Massaki
46
Maria Antonia Ferreira dos Santos
46
Marina Fallone Koskinas
46
Mario Bernardo Rojo Leyton
46
Massao Kamonseki
46
Pedro Eiti Aoki
46
Washington de Carvalho Lopes
46
Alberto Saburo Todo
47
Goro Hiromoto
47
Hissae Miyamoto
47
Leonardo Gondim de A. e Silva
47
Linda Caldas
47
Luiz Carlos de Oliveira
47
Mauro da Silva Dias
47
Rogério Jerez, in memoriam
48
Valdemir Gutierrez Rodrigues
49
João Pereira de Almeida
50
Pedro Mariano
53
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- 24/01/2023 - Abluo, empresa de soluções sustentáveis para a saúde única, visita o IPEN em busca de parceriasApós encontro e reunião na Superintendência do IPEN, os representantes da Abluo visitaram laboratórios no Centro de Tecnologia das Radiações (CETER)
Após encontro e reunião na Superintendência do IPEN, os representantes da Abluo visitaram laboratórios no Centro de Tecnologia das Radiações (CETER)
O IPEN recebeu, em 24 de janeiro, terça-feira, os representantes da Abluo Leandro Fornasaro, gerente Geral, Ronise F. R. Depner, gerente de Produtos e as pesquisadoras Carla Daruich de Souza e Caroline Brambilla Aquino. O objetivo do encontro foi a troca de informações visando possíveis parcerias futuras.
Pelo IPEN, participaram da reunião, a diretora substituta do IPEN, Isolda Costa; o superintendente do Instituto, Wilson Calvo; Carlos Zeituni, gerente do Centro de Tecnologia das Radiações (CETER); os pesquisadores Maria Elisa C. Rostelato, Leonardo Gondim de A. Silva e Maria da Conceição C. Pereira, todos do CETER. Também estavam presentes Fernando J. F. Moreira, do Escritório Gestão de Projetos (SEEGP), Efraim Perini, da IBA, e Rodolfo Politano representando o Núcleo de Inovação do IPEN (SENIT)
Os representantes da ABLUO puderam conhecer as diversas atividades desenvolvidas pelo IPEN na exposição permanente "O IPEN e sua História", apresentada pelo superintendente do Instituto, Wilson Calvo.
As visitas técnicas se concentraram em laboratórios do CETER coordenados pelos pesquisadores Leonardo Gondim e Maria Elisa Rostelatto.
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- 17/01/2023 - Palestra orientou sobre programa para capacitação de startups pela Incubadora de Empresas USP-IPEN-CietecDurante o evento, foram elucidadas dúvidas e reforçou-se a possibilidade de inscrições para o Programa DNA até 31/01
Durante o evento, foram elucidadas dúvidas e reforçou-se a possibilidade de inscrições para o Programa DNA até 31/01
A Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de São Paulo – USP-IPEN-Cietec promoveu uma apresentação sobre o Programa DNA – Descoberta, Negócios e Aceleração – na tarde de 17 de janeiro no prédio de Ensino do Instituto.
A palestra foi proferida por Jonathan Souza, coordenador de Incubação do Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), organização responsável pela gerência da Incubadora. O objetivo do encontro foi apresentar o Programa DNA aos interessados em capacitar startups nas áreas da Saúde, Ciências da Vida, Tecnologias Verdes, Tecnologia da Informação, Indústria 4.0 e Educação.
Um dos destaques do Programa DNA é a política de inclusão, na qual 50% das vagas para empreendedores serão destinadas a mulheres, pessoas negras, pardas, de povos originários, com deficiência e LGBTQIA+. Outra facilidade é para participar do Edital é o fato de não ser necessário ao interessado possuir CNPJ.
Um fator que chancela o Programa DNA é o fato de a Incubadora USP/IPEN ter recebido o CERNE 4 - o mais alto nível de reconhecimento pela Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec).
A palestra de Souza foi antecedida pelas boas-vindas do superintendente do IPEN, Wilson Aparecido Parejo Calvo, e uma breve introdução sobre a Incubadora proferida pela diretora-presidente do CIETC, Paula Helena Ortiz Lima.
Informações e inscrições para o Programa DNA no link:
https://inscricoes.cietec.org.br/incubadora-usp-ipen/Prazo de inscrição: 31 de janeiro de 2023
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- 17/01/2023 - IPEN e INB fortalecem parceria para futuros projetos na área nuclearAcordo de confidencialidade assinado entre as instituições foi o primeiro passo para o desenvolvimento de pesquisas conjuntas em várias áreas relacionadas ao ciclo do combustível nuclear
Acordo de confidencialidade assinado entre as instituições foi o primeiro passo para o desenvolvimento de pesquisas conjuntas em várias áreas relacionadas ao ciclo do combustível nuclear
O IPEN e a Indústrias Nucleares do Brasil (INB) realizaram, na manhã de 17 de janeiro, uma cerimônia para assinatura de Acordo de Confidencialidade entre ambas as instituições. O objetivo é fortalecer a parceria existente com o desenvolvimento de pesquisas científicas e tecnológicas nas áreas de Engenharia Nuclear, produção de elementos combustíveis, gestão de rejeitos radioativos e apoio ao projeto do Reator Multipropósito Brasileiro.
Participaram da cerimônia a diretora substituta do IPEN, Isolda Costa, o superintendente do Instituto, Wilson Calvo, o presidente da INB, Carlos Freire Moreira, o vice-almirante Newton de Almeida Costa Neto, diretor-presidente da Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A. (AMAZUL).
Nos pronunciamentos dos participantes da cerimônia o denominador comum foi o entusiasmo pelas pesquisas e atividades que a sinergia entre as instituições gerará para o Programa Nuclear Brasileiro.
Pelo IPEN, estiveram presentes Michelângelo Durazzo, do Centro do Combustível Nuclear (CECON); Marcelo Rocha, gerente do Centro de Engenharia Nuclear (CEENG), Júlio Marumo, gerente do Serviço de Gestão de Rejeitos Radioativos (SEGRR); Maria Helena Sampa, gerente do Núcleo de Inovação Tecnológica (SENIT), Patrícia da Silva Pagetti de Oliveira, coordenadora técnica do Projeto RMB e José Augusto Perrotta, Pesquisador Emérito do IPEN e atualmente colaborador voluntário no Projeto do RMB.
Representando a INB, além de seu presidente, compareceram César Gustavo Silveira da Costa e Edmundo de Aquino Ribeiro Filho, assessores; João da Silva Gonçalves, superintendente de Engenharia do Combustível; Márcio Adriano Coelho da Silva, diretor de Produção do Combustível Nuclear e Renato Vieira da Costa, da Diretoria de Produção do Combustível Nuclear.
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- 16/12/2022 - IPEN realiza o 4º Workshop Anual do Reator de Pesquisa - WARP 4O evento foi realizado no dia 16/12 no Prédio de Ensino do Instituto
O evento foi realizado no dia 16/12 no Prédio de Ensino do Instituto
Na quarta edição do WARP, coordenado pelo Centro do Reator de Pesquisa (CERPQ) do IPEN, pesquisadores destacaram a utilização do Reator IEA-R1 - em operação desde 1957 - em seus vários campos de pesquisa, como a saúde, a indústria, o meio ambiente e a física nuclear.
O objetivo do encontro foi divulgar as atividades realizadas no CERPQ, possibilitando maior interação e colaboração entre os grupos de pesquisa do Instituto.
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- 07/12/2022 - IPEN sedia encontro internacional sobre uso de radiação ionizante e recuperação de resíduos plásticosRepresentantes dos Estados Membros da AIEA na região da América Latina e do Caribe estiveram reunidos para debater spectos técnicos e a viabilidade econômica de projeto
Representantes dos Estados Membros da AIEA na região da América Latina e do Caribe estiveram reunidos para debater spectos técnicos e a viabilidade econômica de projeto
Com a participação de Enrico Mazzoli, como expert da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o IPEN/CNEN sediou, no período de 21 a 25 de novembro, o "Regional Training Course on Scale-Up of Radiation”. O encontro teve como objetivo de apresentar os aspectos técnicos e a viabilidade econômica do Projeto ARCAL CLXXIX (RLA1020) – "Promoting Radiation Technology in Natural and Synthetic Polymers for the Development of New Products, with Emphasis on Waste Recovery”.
O projeto, que em português significa "Promovendo a Tecnologia da Radiação em Polímeros Naturais e Sintéticos para o Desenvolvimento de Novos Produtos, com Ênfase na Valorização de Resíduos”, é coordenado pelo pesquisador Wilson Calvo, do Centro de Tecnologia das Radiações (CETER), superintendente do IPEN e anfitrião do evento.
"A reunião foi excelente, tivemos tempo de abordar temas relacionados à tecnologia, os conceitos teóricos de irradiação e modificação de polímeros, mas, ao mesmo tempo, discutimos a parte mais econômica, mais difícil para os experts técnicos entenderem como ela se insere no conceito de desenvolvimento de uma ideia, de negócio, propriamente”, disse Mazzoli.
Para ele, o fato de a reunião ter sido realizada no IPEN deu a oportunidade aos participantes de visitarem os Centros de Pesquisa e conhecer o que se faz no Instituto. "Isso foi excelente porque, muitas vezes, em vários países, eles têm uma estrutura, uma tecnologia, mas faltam outras. E o Brasil tem um Instituto excelente porque tem muita tecnologia, diferentes aplicações, tem uma incubadora de empresas aqui dentro, que faz exatamente o que a gente tentou falar aqui, de conectar o mercado com os provedores da tecnologia. Então, foi, de verdade, muito bom”, acrescentou Mazzoli.
Calvo fez uma apresentação do projeto, mostrando a expertise do Brasil na área, as instalações do IPEN para a promoção dos objetivos do ARCAL, entre elas o Irradiador Multipropósito de Cobalto-60 e os Aceleradores Industriais de Elétrons, ambos localizados no CETER, e ressaltou que os propósitos do projeto estão relacionados ao escopo do Plano Nacional de Desenvolvimento (PND), no âmbito do Plano Plurianual- PPA (2020-2023) – Desenvolvimento, Produtividade e Inclusão Social.
No PPA 2020-2023, os desafios do projeto são endereçados no Programa de Política Nuclear (Programa 2206), conduzido por Diretrizes Estratégicas, cuja premissa é promover ciência, tecnologia e inovação e estimular o desenvolvimento, aumentando a produtividade, a competitividade e o sustentabilidade da economia.
Calvo abordou ainda as ações no IPEN, tais como a irradiação por feixes de elétrons na degradação de compostos farmacêuticos e têxteis, e sua a eficácia na remoção de resíduos orgânicos, e apresentou potencialidades econômicas da reciclagem e na modificação de polímeros por radiação gama, feixe de elétrons e raios X, os resultados que se espera alcançar e os novos produtos esperados, em acordo aos objetivos do projeto. Por fim, falou da Unidade Móvel com um acelerador de feixe de elétrons para tratar efluentes industriais e sua reutilização.
De acordo com Calvo, visando ampliar a capacidade nacional de tratar efluentes industriais usando aceleradores de feixe de elétrons, a unidade móvel, adequada a locais a partir de 1m3/h até 1000m3/dia, ou seja, em escala piloto, pode ser eficaz e estratégica nas plantas industrias em grande escala. "Nosso objetivo é difundir e demonstrar essa capacidade e transferir a tecnologia”.
Reunião na Coreia
Ainda no escopo do Projeto ARCAL CLXXIX (RLA1020), Calvo participou do Workshop de Lançamento da Diretriz para Integração da Tecnologia por Feixe de Elétrons na Reciclagem de Polímeros, na cidade de Jeongeup, na República da Coreia, de 17 a 21 de outubro. Na ocasião, fez visitas técnicas ao "Advanced Radiation Technology Institute (ARTI)”, à "Korean Society of Radiation Industry (KSRI)” e ao "Korea Institute of Radiological & Medical Sciences (KIRAMS)”.
"O Workshop apresentou as informações mais recentes relacionadas ao uso da tecnologia por feixe de elétrons na reciclagem de plásticos, com o propósito de lançar uma Diretriz para Integração da Tecnologia por Feixe de Elétrons na Reciclagem de Polímeros Naturais e Sintéticos, a ser adotada nos projetos P&D e Inovação, com a participação da Sociedade Civil, Empresa, das Universidades/ICT's e dos Governos Federal/Estadual, no IPEN-CNEN”, relatou Calvo.
Integração
O ARCAL – Acuerdo Regional de Cooperación para la Promoción de la Ciencia y Tecnologia Nucleares en América Latina y el Caribe é o acordo entre a maioria dos Estados Membros da AIEA na região da América Latina e do Caribe para cooperação técnica e econômica para promover o uso de técnicas nucleares para a paz e o desenvolvimento.