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- 05/10/2016 - PEC do Teto prevê até congelar salários de servidores públicosSe limite de gastos for descumprido, salário mínimo pode ficar sem ganho real
Se limite de gastos for descumprido, salário mínimo pode ficar sem ganho real
Fonte: O Estado de S. Paulo
Eduardo Rodrigues, Idiana Tomazelli, Adriana Fernandes
BRASÍLIA - O novo texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que cria um teto para os gastos públicos, aumentou o rol de punições para os órgãos e poderes que estourarem os limites de seus orçamentos. Com as mudanças anunciadas, servidores públicos poderão ter os salários congelados e até o salário mínimo poderá ficar sem ganhos reais enquanto as contas do governo não se enquadrarem ao teto do Novo Regime Fiscal.
Também foi incluída no texto a criação de um mecanismo de Desvinculação das Receitas da União (DRU) de 30% da arrecadação com validade até 31 de dezembro de 2036. O artigo foi incluído pelo relator, deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), sem que houvesse anúncio prévio da decisão, como ocorreu com outras mudanças. A equipe econômica avalia que a extensão da DRU dá maior flexibilidade à gestão orçamentária, mas não melhora o resultado primário, como no passado.
A reunião da comissão especial que discute a PEC do Teto durou mais de quatro horas, mas a leitura do parecer só foi iniciada após 2h30 de debates acalorados entre deputados da base e da oposição. Houve pedido para retirada da leitura de pauta, que suscitou bate-boca e dedos em riste. Após a confusão, Perondi fez uma interpretação dramática do parecer e falou em "juízo fiscal” caso a PEC não seja aprovada. "Caso nada seja feito, o dia do juízo fiscal chegará e atingirá a todos, famílias, aposentados, funcionários públicos e empresários”, disse.
O novo texto endureceu as punições em caso de descumprimento do limite de gastos, mas alguns dispositivos incluídos prometem gerar polêmica no próprio Congresso. O principal deles é a proibição de medidas que impliquem reajuste de despesa obrigatória acima da inflação, o que atinge diretamente o salário mínimo em caso de estouro do teto pelo Executivo. "O reajuste do salário mínimo pela inflação está assegurado. Mas há vedações para aumentos superiores à inflação em caso de descumprimento do teto por cada poder”, disse Perondi. A medida é considerada importante pela equipe econômica.
Punição.O novo texto ainda prevê veto à revisão geral anual das remunerações de servidores públicos. Isso significa que, em caso de violação ao teto, os funcionários não terão nem sequer a reposição inflacionária garantida pela Constituição. Esse artigo deve alimentar debates. A equipe econômica entende que, como a regra virá por PEC, não haverá espaço para judicialização.
O governo também previu um intervalo de três anos em que o Executivo poderá compensar o estouro do teto de Legislativo, Judiciário, Ministério Público e Defensoria Pública da União. Isso porque esses poderes tiveram reajustes que resultarão em impacto até 2019. Com isso, o Executivo terá de segurar despesas próprias de outras áreas para bancar os aumentos. "O governo deu um espaço de transição de três anos para eles se adequarem, que é o tempo desses reajustes que foram concedidos. Seria muito ruim começar já com estouro de teto”, disse um integrante da equipe econômica.
Saúde e educação.O substitutivo da PEC do Teto de gastos ainda formalizou mudanças já anunciadas na segunda-feira, como a alteração da referência para a despesa mínima de educação e saúde para 2017. Antes, o piso de 2016 seria tomado como base para os orçamentos futuros. O impacto mais significativo será na área da saúde: cálculos da equipe econômica mostram que a mudança melhorou o mínimo dessas despesas em R$ 10 bilhões. A avaliação é de que a medida vai dirimir a resistência à PEC, pois a bancada de deputados ligados à área da saúde fazia oposição à medida.
O mecanismo inicial de correção do teto de gastos será a inflação acumulada em 12 meses até junho do ano anterior, regra que valerá a partir de 2018. Para o ano que vem, o índice de 7,2% já foi definido no Orçamento. O texto confirmou que, a partir do 10.º ano de vigência da PEC, será possível mudar a regra por mandato presidencial.
Deputados da oposição prometeram ser combativos e afirmaram que ingressarão com um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal contra a tramitação da proposta.
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- 29/09/2016 - Melhores teses de doutorado da USP são premiadasA premiação tem o objetivo de estimular as atividades de pesquisa nos Programas de Pós-Graduação da Universidade. Em 2016, podiam concorrer as teses defendidas entre 1º de janeiro de 2014 a 31 de dezembro de 2015
A premiação tem o objetivo de estimular as atividades de pesquisa nos Programas de Pós-Graduação da Universidade. Em 2016, podiam concorrer as teses defendidas entre 1º de janeiro de 2014 a 31 de dezembro de 2015
No dia 28 de setembro, foi realizada a cerimônia de entrega da 5ª edição do "Prêmio Tese Destaques USP” e das menções honrosas, na Sala do Conselho Universitário, que contemplou 25 doutores nas nove grandes áreas de conhecimento: Ciências Agrárias, Ciências Biológicas; Ciências Exatas e da Terra; Ciências Humanas; Ciências da Saúde; Ciências Sociais Aplicadas; Engenharias; Linguística, Letras e Artes; e Multidisciplinar.
Em cada uma das áreas, uma tese foi premiada e até duas foram agraciadas com menções honrosas. Os premiados receberam R$ 10 mil e os orientadores deles, um valor de até R$ 5 mil por meio de auxílio financeiro para custear as despesas com passagens aéreas, hospedagem, alimentação, locomoção urbana e inscrição em eventos. Além disso, os autores e orientadores receberam um diploma de premiação. Os recursos foram provenientes de Convênio USP/Santander.
Os critérios de premiação consideraram originalidade do trabalho, relevância para o desenvolvimento científico, tecnológico, cultural, social e de inovação e valor agregado ao sistema educacional. Em 2016, podiam concorrer as teses defendidas entre 1º de janeiro de 2014 a 31 de dezembro de 2015. As inscrições para participar da seleção ficaram abertas de 1º de junho a 31 de julho deste ano. Os trabalhos foram avaliados por nove comissões julgadoras, cada uma delas formada por um docente da USP, 42 avaliadores externos no total e um presidente, que tiveram o prazo de um mês para julgar as 160 teses inscritas.
Atualmente, a USP possui 225 programas de Pós-Graduação. Por ano, em média, 2.500 títulos de doutorado são outorgados pela Universidade – em 2014, por exemplo, foram 2.704 –, o que representa quase 20% das teses de doutorado defendidas no país.
Interdisciplinaridade e internacionalização
A abertura da cerimônia foi feita pelo presidente da Comissão de Análise do Prêmio, Paulo Alberto Nussenzveig, que falou sobre a importância e os esforços necessários para realizar uma pesquisa de doutorado, e também da origem do prêmio, ressaltando o seu objetivo: "estimular atividades de pesquisa dos alunos matriculados e dos professores credenciados nos Programas de Pós-Graduação da Universidade, através da identificação e distinção anual do destaque entre teses defendidas, dentro das nove grandes áreas de conhecimento”.O superintendente do Santander Universidades, Afrânio Pereira, destacou que sua instituição tem "muito orgulho de apoiar a USP em projetos que contribuem com a realização de pesquisas e teses”.
O pró-reitor de Pós-Graduação da USP, Carlos Gilberto Carlotti Jr., comentou que as teses premiadas são exemplos da qualidade que é esperada nas pesquisas da Universidade e ressaltou que a maioria das teses premiadas tem como características em comum a interdisciplinaridade e a internacionalização.
O vice-reitor Vahan Agopyan chamou a atenção para a alegria expressa no rosto dos orientadores, "o que mostra um pouco da dedicação e entusiasmo que os professores têm ao contribuir com a formação acadêmica dos alunos”.
O dirigente citou algumas cerimônias que a Universidade promove, como os ingressos dos alunos, as formaturas e as premiações, "que são uma manifestação de reconhecimento e agradecimento da Instituição pela competência e distinção que tiveram”. Agopyan desejou sucesso aos premiados e disse esperar muito deles, "pois a contribuição que vocês podem dar à sociedade é incrível e importante para as mudanças de que precisamos”.
Desde 2011
Após os discursos, foi realizada a entrega dos prêmios e os nove autores das melhores teses, com a participação de seus orientadores, fizeram uma apresentação de cinco minutos para explicar a pesquisa premiada. Além dos conceitos das teses, um comentário comum a quase todos os pesquisadores era de que a premiação da USP confirmava outras distinções recebidasexternamente, demonstrando a relevância da Pós-Graduação da Universidade (confira a relação de todos os premiados no siteda Pró-Reitoria de Pós-Graduação).
O "Prêmio Tese Destaque USP” foi entregue pela primeira vez em 2011 para celebrar os 100 mil títulos da Pós-Graduação da Universidade e como uma forma de reconhecer a qualidade de seus alunos. Naquele ano, foram distribuídos 30 prêmios. Devido ao sucesso da iniciativa, a premiação foi institucionalizada por meiodaResolução CoPGr nº 6423, de 27 de setembro de 2012.
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- 28/09/2016 - Arrecadação de loterias poderá financiar inovação e pesquisa científicaPoderá ser destinado ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) 1% da arrecadação bruta das loterias federais e demais concursos de prognósticos sujeitos a autorização federal, para reforçar investimentos em projetos de pesquisa e inovação.
Poderá ser destinado ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) 1% da arrecadação bruta das loterias federais e demais concursos de prognósticos sujeitos a autorização federal, para reforçar investimentos em projetos de pesquisa e inovação.
Fonte: Agência Senado
O reforço aos recursos do fundo está previsto no Projeto de Lei da Câmara (PLC) 201/2015, pronto para votação na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT), com relatório favorável do senador Cristovam Buarque (PPS-DF). O FNDCT apoia projetos de pesquisa básica ou aplicada, com foco no desenvolvimento de novas tecnologias de produtos e processos, na capacitação de recursos humanos, na troca de conhecimentos e na transferência de tecnologia. Também conta com diversas fontes de financiamento, como dotações orçamentárias, parcela do valor de royalties do petróleo e percentual da receita operacional líquida de empresas de energia elétrica, como previsto na Lei 11.540/2007. No entanto, argumenta Cristovam no relatório favorável ao projeto, os recursos disponíveis são insuficientes para impulsionar o desenvolvimento econômico e social do país.Poderá ser destinado ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) 1% da arrecadação bruta das loterias federais e demais concursos de prognósticos sujeitos a autorização federal, para reforçar investimentos em projetos de pesquisa e inovação.
O reforço aos recursos do fundo está previsto no Projeto de Lei da Câmara (PLC) 201/2015, pronto para votação na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT), com relatório favorável do senador Cristovam Buarque (PPS-DF).
O FNDCT apoia projetos de pesquisa básica ou aplicada, com foco no desenvolvimento de novas tecnologias de produtos e processos, na capacitação de recursos humanos, na troca de conhecimentos e na transferência de tecnologia.
Conforme Cristovam Buarque, o Brasil investe 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em pesquisa e desenvolvimento (P&D), metade do percentual médio investido pelos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Ainda de acordo com o senador, nações como Israel e Coréia do Sul, líderes mundiais em investimento em P&D, investem mais de 4% do PIB, evidenciando a necessidade de o Brasil ampliar os investimentos no setor.
O FNDCT conta com diversas fontes de financiamento, como dotações orçamentárias, parcela do valor de royalties do petróleo e percentual da receita operacional líquida de empresas de energia elétrica, como previsto na Lei 11.540/2007. No entanto, argumenta Cristovam no relatório favorável ao projeto, os recursos disponíveis são insuficientes para impulsionar o desenvolvimento econômico e social do país.
"O desenvolvimento científico e tecnológico é um dos principais determinantes tanto do crescimento econômico quanto do aumento da qualidade de vida da população. Quando comparado com contrapartes internacionais, o Brasil ainda deixa muito a desejar no tocante ao investimento em P&D”, ressaltou.
O mecanismo de aumento de recursos previsto no projeto, observou o relator, não demanda novos impostos nem compromete o Orçamento da União, pois o percentual da arrecadação bruta das loterias seria deduzido do valor do montante destinado aos prêmios.
"Por se tratar de um valor relativamente pequeno, acreditamos que o projeto não deverá provocar desincentivo significante à realização de apostas e, assim sendo, não afetará a arrecadação bruta dos concursos mencionados”, completou o senador.
Ao observar que o projeto foi apresentado na Câmara em 1996, pelo ex-deputado João Colaço, Cristovam enfatizou que a iniciativa "continua atualíssima”, apesar dos 20 anos de tramitação.
O relator apresentou duas emendas de redação, uma para corrigir a numeração de inciso proposto no texto e outra para explicitar, na ementa do projeto, o objeto da lei. Após votação na CCT, o texto segue para a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).
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- 28/09/2016 - Nova base de submarinos brasileiros no Rio já está com 61% das obras concluídasO Seminário Internacional de Energia Nuclear (SIEN 2016) foi encerrado no Rio com uma visita técnica ao Estaleiro e Base Naval de Submarinos (EBN) da Marinha do Brasil, em Itaguaí, na região metropolitana, onde está sendo desenvolvido o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub).
O Seminário Internacional de Energia Nuclear (SIEN 2016) foi encerrado no Rio com uma visita técnica ao Estaleiro e Base Naval de Submarinos (EBN) da Marinha do Brasil, em Itaguaí, na região metropolitana, onde está sendo desenvolvido o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub).
Fonte: Sputinik Brasil
No local, estão sendo montados cinco submarinos, quatro com propulsão diesel-elétrica e um com propulsão nuclear, o primeiro do Brasil e que colocará o país entre o seleto grupo (Estados Unidos, França, Reino Unido, China e Rússia) que detém a tecnologia para o desenvolvimento desse tipo de equipamento militar. O Prosub surgiu em 2008 a partir de um acordo estratégico firmado entre o Brasil e a França. Um dos contratos foi sobre a transferência de tecnologia pela empresa francesa DCNS destinada a capacitar a Marinha em projetos e construção de submarinos.
O grupo formado por 22 participantes do SIEN, representando diferentes instituições e órgãos ligados à questão da energia nuclear, foi recebido pelo capitão de Mar e Guerra Ricardo Lindgren de Carvalho, assessor de Comunicação Social da Coordenadoria-Geral do Programa de Desenvolvimento de Submarino com Propulsão Nuclear.
A tradicional visita técnica do SIEN foi criada como atividade complementar ao desenvolvimento profissional e intercambio técnico dos participantes do evento. O Prosub foi escolhido este ano em parceria com a Marinha do Brasil e a Amazul – Amazônia Azul, empresa pública criada com o objetivo de desenvolver, aplicar e gerenciar tecnologias, projetos e processos necessários aos Programas Nuclear Brasileiro, Nuclear da Marinha e o Prosub.
Mostrar mais: https://br.sputniknews.com/brasil/20160928/6438469/energia-nuclear-submarinos-programa-base-naval-seminario.html
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- 27/09/2016 - INB retoma exploração de urânio na Bahia e produção pode atingir 800 toneladas em 2022Com as obras para implantação da Mina do Engenho e a retomada da exploração na Mina da Cachoeira, INB dá um passo importante para garantir a autossuficiência e o abastecimento das usinas de Angra. "Isso vai consolidar ainda mais o fornecimento de energia por usina nuclear", diz diretor da INB.
Com as obras para implantação da Mina do Engenho e a retomada da exploração na Mina da Cachoeira, INB dá um passo importante para garantir a autossuficiência e o abastecimento das usinas de Angra. "Isso vai consolidar ainda mais o fornecimento de energia por usina nuclear", diz diretor da INB.
Fonte: MCTIC
Para restabelecer a produção de urânio no país, as Indústrias Nucleares do Brasil (INB) vão começar a explorar, em maio de 2017, a Mina do Engenho, localizada no município de Caetité (BA), a 600 quilômetros de Salvador. A previsão inicial é uma produção de 165 toneladas já no ano que vem. Além disso, a INB prepara a exploração subterrânea da Mina da Cachoeira. Juntas, elas devem fornecer 800 toneladas de urânio por ano em 2022, quando as duas obras estiverem prontas. No total, o investimento será de R$ 571 milhões."O empreendimento é essencial para o Programa Nuclear Brasileiro, que tem o objetivo de restabelecer a produção de urânio e atingir, em breve, a autossuficiência, fator preponderante para atender as usinas de Angra 1, 2 e 3 futuramente", ressaltou o diretor de Recursos Minerais da INB, Laercio Aguiar da Rocha.
O projeto de mineração em Caetité começou no ano 2000 com a exploração da Mina da Cachoeira a céu aberto. Após 15 anos, os recursos se esgotaram, e a INB trabalha agora para iniciar a exploração subterrânea.
O diretor da INB explicou que as obras dependem do repasse de recursos do governo federal. Se o cronograma de desembolso for cumprido, a INB vai recompor a sua produção de urânio em 2020, voltando a atingir a capacidade instalada de produção de 400 toneladas por ano. Com a ampliação dos empreendimentos, a capacidade instalada da INB aumenta para 800 toneladas por ano a partir de 2022, o que significa uma significativa redução da importação do produto, garantindo o abastecimento da demanda das usinas de Angra 1, 2 e 3, quando em operação.
"Isso vai consolidar ainda mais o fornecimento de energia por usina nuclear", disse Laercio.
Ele acrescentou que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) já concedeu a licença ambiental e a autorização para a instalação da futura Mina do Engenho, que será explorada, inicialmente, a céu aberto. "O empreendimento requer a ampliação da unidade de produção da URA [Unidade de Concentrado de Urânio]. Hoje, temos cerca de 580 colaboradores na unidade, mas precisaremos de mais 200 postos de trabalho, com a ampliação do empreendimento", disse.
As obras incluem a construção de uma estrada e de um viaduto para o transporte do urânio, o prédio que abrigará a área administrativa, restaurante, oficina, posto de combustível e ponto de controle de radioproteção.
Conservação
Antes do início dos trabalhos para a implantação da futura Mina do Engenho, a INB realizou um levantamento para identificar as espécies nativas da flora e da fauna da região. "A partir desse levantamento, foram planejadas todas as ações que vamos realizar antes e durante a supressão da vegetação para reduzir os impactos para os animais que moram naquele local", explicou o biólogo Adriano Pires.
Segundo ele, cerca de 230 espécies de animais foram identificadas, a maioria do grupo dos répteis, como cobras e lagartos. "Todos os animais têm que ser considerados, porque todos têm um papel a cumprir nesse ecossistema."
Isso também vale para as plantas nativas. "Antes da supressão da vegetação, ocorreu o trabalho da equipe de meio ambiente da INB, que resgatou mudas e sementes de plantas e as transplantou para outro local", explicou o engenheiro agrônomo João Paulo Mendes, destacando a coleta de 20 quilos de sementes e 1,7 mil mudas.
O material, levado para um horto, será usado para o replantio na própria região da Mina do Engenho.
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- 20/09/2016 - Está pronto o projeto do novo LHCFonte: site Inovação Tecnológica
LHC de Alta Luminosidade
Está pronto o projeto para a próxima grande atualização do Grande Colisor de Hádrons, ou LHC (Large Hadron Collider).
Com o upgrade, o maior laboratório científico do planeta se tornará essencialmente uma nova máquina, o que justifica até um novo nome: HiLumi LHC, ou LHC de Alta Luminosidade.A luminosidade - ou luminosidade integrada, para ser mais preciso - é uma indicação do número de colisões de partículas, normalmente prótons, produzidas em um determinado período de tempo. No LHC de Alta Luminosidade, o número de partículas no interior de cada feixe irá dobrar.
O objetivo é estudar os fenômenos no cerne da estrutura da matéria em maiores detalhes, eventualmente permitindo que a física saia da encruzilhada do Modelo Padrão, a explicação científica básica sobre a matéria.
"Nós sabemos que o Modelo Padrão da física de partículas, com todos os seus méritos, é muito incompleto," justificou Lucio Rossi, do CERN (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear) que coordena o LHC e está dirigindo o processo de construção do LHC HiLumi.
Aumento de colisões
Além de dobrar o número de partículas em cada "disparo", os feixes de partículas também serão mais concentrados com a ajuda de novos ímãs supercondutores, aumentando a chance de colisões.
Estes magnetos serão feitos de uma liga de nióbio e estanho (Nb3Sn), um material supercondutor que nunca foi utilizado em um acelerador até agora, mas que promete uma eficiência maior.
Além disso, cavidades eletromagnéticas conhecidas como "cavidades-caranguejo" serão construídas para inclinar os feixes para que eles colidam de frente, sem o pequeno ângulo existente no LHC atual. Esta correção de curso vai melhorar ainda mais as possibilidades de que as partículas dos dois feixes que circulam em sentidos opostos colidam umas com as outras.
Os colimadores também serão otimizados. Estes componentes são basicamente os freios do LHC: eles protegem o dispositivo do seu próprio feixe, mantendo-o contido. Com as atualizações propostas, esses freios ficarão melhores, diminuindo o desgaste nos equipamentos e a perda de energia.
Outro avanço está relacionado com a transmissão de energia. Na configuração de alta luminosidade, os conversores ficarão localizados a uma distância de 100 metros do anel. Linhas de transmissão supercondutoras inovadoras estão sendo desenvolvidas para transportar correntes ainda maiores para os ímãs sem perdas ao longo do caminho.
LHC HiLumi
A expectativa dos físicos é que a atualização do LHC aumente o potencial de descobertas em 30%, contou Rossi.
De acordo com ele, com o término da fase de concepção e projeto, começa já a fabricação de protótipos para os novos componentes - na verdade esse esforço já começou, já que muitos desses equipamentos nunca foram usados na prática.
As obras de preparação do local para a nova configuração terão início em 2018. Mas não se espera que as claras luzes do LHC HiLumi comecem a brilhar antes de 2026.
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- 20/09/2016 - The Supply of Medical Radioisotopes2016 Medical Isotope Supply Review: 99Mo/99mTc Market Demand and Production Capacity Projection - 2016-2021
2016 Medical Isotope Supply Review: 99Mo/99mTc Market Demand and Production Capacity Projection - 2016-2021
A Nuclear Energy Agengy (NEA) publica um estudo sobre a projeção de mercado para o suprimento de radioisótopos para a área médica 2016-2021.
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- 13/09/2016 - Indicação para a Agência Internacional de Energia Atômica é aprovadaFO Plenário do Senado aprovou nesta terça-feira (13) a indicação de Marcel Fortuna Biato para exercer o cargo de representante permanente do Brasil junto à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e Organismos Internacionais Conexos, com sede em Viena, Áustria. Foram 49 votos a favor e apenas dois contrários, além de duas abstenções.
Marcel Fortuna Biato nasceu em 17 de novembro de 1958, em Buenos Aires, na Argentina, mas é brasileiro de acordo com as normas constitucionais. Ingressou na carreira diplomática em 1980, por concurso, e tornou-se ministro de primeira classe, em 2007. O diplomata é mestre em Sociologia Política pela London School of Economics, em Londres. No exterior, serviu na Missão junto à Organização das Nações Unidas (ONU) de 1999 a 2003; em missão temporária na Embaixada em Havana, em 2006; e foi embaixador em La Paz, de 2010 a 2013.
Marcel Fortuna Biato tem experiência na resolução de conflitos internacionais e no direito internacional humanitário. É autor de publicações sobre o tema. Sua tese no Curso de Altos Estudos do Instituto Rio Branco (2001) analisa "O Processo de Paz Equador-Peru e a Solução Pacífica de Controvérsias”. Ele foi sabatinado na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), na manhã desta terça-feira.
Agência Internacional
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) foi criada em 1957 e atualmente tem 168 estados-membros. É uma organização internacional independente, porém ligada ao sistema das Nações Unidas. A agência apresenta anualmente relatório sobre suas atividades à Assembleia Geral das Nações Unidas e, quando necessário, informa ao Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre o descumprimento, por parte de estados, de suas obrigações, e de questões relacionadas à paz e segurança internacionais.
O estatuto da agência prevê, entre os objetivos, acelerar e ampliar a contribuição da energia atômica para a paz, a saúde e a prosperidade mundiais, bem como assegurar, na medida de suas capacidades, que a assistência prestada pela agência, ou a seu pedido, supervisão e controle, não seja utilizada para promover qualquer ação com finalidade militar.
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- 13/09/2016 - Comissão Nuclear afasta risco de vazamento de material radioativo na UFRJFonte: Jornal Extra - Rio de Janeiro
A Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) descartou uma suspeita de vazamento de material radioativo no campus do Fundão da UFRJ. A suposta existência de caixas contaminadas, enterradas numa área conhecida como Geomata, próxima ao Instituto de Geociências (Igeo), vinha mobilizando há meses professores e alunos. Eles desconfiavam que a radiação poderia estar relacionada à alta incidência de casos de câncer no departamento de Geografia, o mais perto do terreno. Mas, na última quinta-feira, técnicos da Cnen fizeram um levantamento radiométrico no local e, segundo um relatório elaborado após a visita, afastaram qualquer risco.Nos bastidores, o assunto vinha sendo discutido desde 2014, depois da morte de renomados professores da universidade, vítimas de câncer. Recentemente, no entanto, teria sido emitido um alerta a parte da comunidade acadêmica. Mês passado, corpo docente e estudantes da Geografia chegaram a debater medidas para pedir a órgãos competentes a investigação das fontes radioativas. A reunião aconteceu numa sala a poucos metros da Geomata, área de experimento de plantio de várias espécies de árvores onde as caixas estariam enterradas.
— O material teria sido descartado no terreno anos atrás, por uma professora que deixou a universidade. Pelo que informaram, uma delas precisaria ficar até 400 anos enterrada antes de retirada do local. E isso tudo nos preocupa, porque nos últimos anos perdemos muitos professores por causa de diferentes tipos de câncer. Não sabemos se nossa saúde também está em risco — afirmava, na época, uma aluna do curso.
Informada pelo GLOBO sobre o receio que atemorizava os frequentadores do Igeo, a Cnen mandou uma equipe ao instituto. Foram vistoriados também laboratórios, mas se verificou que se tratava de um alarme falso. Antes da inspeção, o diretor do Igeo, Ismar de Souza Carvalho já negava que caixas poderiam estar vazando algum tipo de material radioativo.
— Todos os nossos equipamentos são monitorados. Não há risco algum. Deve haver alguma informação truncada nesse assunto — diz Ismar.
Ex-presidente das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), o professor de Engenharia Nuclear Aquilino Senra, da Coppe/UFRJ, explica que todo material radioativo deve seguir protocolos para o descarte em local apropriado.
— Com o tempo, fontes radioativas usadas em diversos equipamentos decaem, não têm mais os efeitos para o que eram utilizadas. Nesses casos, a Cnen deve ser comunicada para que a comissão faça a coleta e o depósito do material de forma adequada — explicou ele.
A suspeita lembrava o caso de 1987, quando um aparelho com uma peça radioativa foi achado e aberto por catadores de papel em Goiânia, abandonado numa clínica desativada. Os homens acharam que se tratava de sucata e venderam o fragmento a um ferro-velho. A cápsula projetava uma luz brilhante que despertou curiosidade, e muita gente acabou manuseando o material.
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- 08/09/2016 - Radiação reduz em 34% ovos viáveis de Aedes aegypti em NoronhaFonte: G1Por Mariana Lenharo, do G1
A soltura de mosquitos irradiados fez reduzir em 34% o número de ovos de Aedes aegypti viáveis na Vila da Praia da Conceição, em Fernando de Noronha. A estratégia de esterilizar mosquitos com radiação faz parte de um projeto de pesquisa conduzido em conjunto pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Os resultados preliminares do estudo foram divulgados na semana passada na 31ª Reunião Anual da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE) pela pesquisadora Edvane Borges da Silva, professora do Departamento de Energia Nuclear da UFPE.
Como funciona a técnica do inseto estéril?
A estratégia consiste em expor mosquitos machos na fase de pupa a uma dose controlada de radiação gama dentro do laboratório. A radiação deve ser suficiente para torná-los estéreis, mas não afetar sua capacidade de se locomover e copular. Ao soltar os mosquitos esterilizados no meio ambiente, eles devem competir com os machos selvagens pela cópula com as fêmeas. As fêmeas que copulam com o mosquito irradiado vão botar ovos dos quais não vão eclodir as larvas do mosquito. Dessa forma, a população total de mosquitos deve diminuir progressivamente, reduzindo também a transmissão dos vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela.
Expansão
O projeto começou em dezembro de 2015, quando os pesquisadores passaram a liberar 3 mil mosquitos irradiados a cada 10 dias. Em fevereiro, o aumento das chuvas fez crescer o número de mosquitos selvagens, o que fez a equipe aumentar o número de mosquitos irradiados soltos no ambiente para 6 mil a cada 10 dias.
"Estamos observando que proporção de ovos viáveis diminuiu muito”, diz Edvane. Dados coletados em junho apontam que 34% dos ovos coletados em armadilhas espalhadas pela Praia da Conceição eram inviáveis
"Em campo, precisamos de 10 machos estéreis para macho fértil para que a técnica possa ser mais eficiente. Os machos irradiados realizam todos procedimentos normais de acasalamento, mas os ovos não vão ser viáveis, acarretando uma diminuição na população de mosquitos”, explica a especialista. Até dezembro, a estratégia deve ser estendida para toda a ilha de Fernando de Noronha. Posteriormente, segundo Edvane, o objetivo é iniciar o projeto também em bairros do Recife
Ipen e Cena
A estratégia dos mosquitos irradiados também é estudada por cientistas do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em São Paulo, e do Centro de Energia Nuclear na Agricultura da USP (Cena), em Piracicaba.
Os pesquisadores tinham obtido sucesso com a técnica de esterilizar o Aedes aegypti com radiação já em 2012, quando os primeiros resultados foram apresentados no Congresso Brasileiro de Entomologia em Curitiba. Foi a primeira vez que o procedimento foi testado nessa espécie de mosquito no Brasil.
Atualmente, porém, o projeto está em busca de financiamento para expandir a pesquisa do laboratório para o campo.
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- 04/09/2016 - Brasileiro cria startup no campus da NasaAlexandre Paris fez mestrado em células a combustível no IPEN, sob orientação da Profa. Dra. Emilia Satoshi Miyamaru Seo - Centro de Ciência e Tecnologia de Materiais-CCTM, IPEN
Alexandre Paris fez mestrado em células a combustível no IPEN, sob orientação da Profa. Dra. Emilia Satoshi Miyamaru Seo - Centro de Ciência e Tecnologia de Materiais-CCTM, IPEN
Fonte: O Estado de S. PauloEmpresa é uma das primeiras selecionadas para pré-aceleração na Singularity University
Por Claudia Tozetto - O Estado de S.Paulo
Na última semana, o brasileiro Alexandre Paris, 33 anos, encerrou mais um capítulo de sua carreira de uma maneira inesperada. Em frente a uma plateia de mais de 700 convidados no Centro de Convenções Santa Clara, no coração do Vale do Silício, ele apresentou ao lado de um colega indiano e outro espanhol o projeto de sua primeira startup, a ReBeam, concebida ao longo das dez semanas do programa de verão da Singularity University, uma das mais prestigiadas instituições de inovação em todo o mundo.
Paris foi o único brasileiro selecionado para a turma de 2016, embora o Brasil só perca para os Estados Unidos em número de pessoas que já participaram dos cursos oferecidos pela entidade, segundo levantamento da própria Singularity. Desde 2009, quando os programas foram lançados, 224 brasileiros participaram dos programas. Estar nesse grupo seleto de profissionais, por si só, já é uma conquista: no total, mais de 3 mil pessoas se inscrevem no curso todo ano, mas só 80 são selecionadas após um processo rigoroso. "Em 2016, foi a primeira vez que eles exigiram a submissão de uma ideia de projeto”, contou Paris, em entrevista ao Estado. "Eu e mais dois colegas tivemos uma ideia juntos, mas só eu fui selecionado.”
É impossível descrever o tipo de profissional que tem mais chances na Singularity. Na turma desse ano, conta Paris, havia de cartunistas à cientistas especializados em nanotecnologia. Para o brasileiro, sua formação e experiência em energias renováveis, além de sua vivência em diversos países, pode ter lhe ajudado a compor um perfil atraente para os recrutadores.
Aventura. Nascido em São Bernardo do Campo, no interior de São Paulo, Paris viveu a maior parte de sua vida na cidade de Santo André. Ele se formou em gestão ambiental e fez mestrado em tecnologia para células de combustível no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) da Universidade de São Paulo (USP). Depois de trabalhar como consultor na área de sustentabilidade, ele embarcou em sua primeira aventura no exterior: mudou-se para a Alemanha para estudar a fundo o setor de energia. "Aprendi alemão em quatro meses”, diz o brasileiro. "E acabei conseguindo um estágio no ministério alemão para o meio ambiente.”
A experiência foi útil para o brasileiro dar o passo seguinte na carreira: desde março de 2011, Paris trabalha como técnico no escritório dedicado à estudar as mudanças climáticas na Organização das Nações Unidas (ONU). "Assim que cheguei, ganhei um passaporte sem nacionalidade”, relembra Paris. "E me disseram que não estava ali para representar meu país. Me identifiquei na hora.”
Nos últimos cinco anos, o emprego permitiu que ele morasse em Bogotá, na Colômbia, e também em ilhas do Caribe. Ele ajudou a criar centros de colaboração regional, que oferecem auxílio a governos interessados em criar políticas para combater as mudanças climáticas. "Foi muito intenso”, diz o brasileiro. "Era como criar uma startup do zero.”
É só o começo. Mal sabia ele que, durante o curso de verão da Singularity, ele redefiniria sua noção de "intenso”. Nas primeiras semanas do curso, ele assistia aulas no período entre 9h e 22h – era comum, no entanto, que algumas aulas se estendessem madrugada afora. Todo dia Paris era apresentado a um tema novo, que poucos na sala estavam familiarizados: impressoras 3D, nanotecnologia e inteligência artificial, por exemplo, passaram a fazer parte das discussões com os colegas.
Depois de aprender sobre tecnologia, ele também ouviu especialistas sobre os principais problemas do mundo atual. "Ouvimos palestras sobre fome, educação e energia.” O passo seguinte foi montar os grupos para desenvolver o projeto final do curso, que daria início a sua startup.
Interessado em criar uma forma mais eficiente de produzir energia solar, Paris fundou junto ao indiano Gadhadar Reddy e ao espanhol Jordi Espargaro a startup ReBeam. Eles queriam desenvolver uma tecnologia capaz de gerar energia a partir da luz solar mesmo quando o céu está nublado ou durante a madrugada. A ideia é ambiciosa: eles pretendem colocar refletores de micro-ondas em órbita no espaço. Assim, eles poderão refletir a energia irradiada por fazendas de energia solar – grandes áreas ocupadas por placas fotovoltaicas na Terra – para locais do planeta que estiverem no escuro.
"Mandar qualquer coisa para o espaço é muito caro”, diz Paris, "mas nosso projeto quer colocar em órbita apenas um refletor feito de material muito leve.” Entre os professores que orientaram a ReBeam na concepção do projeto está um dos engenheiros da Nasa que identificou a presença de água na Lua, em 2009.
Viabilidade. A ideia foi amplamente questionada na Singularity. Mas, depois de fundamentarem bem a proposta, a ReBeam foi escolhida como um dos cinco melhores projetos de 2016 – por isso, Paris e os colegas apresentaram a ideia na cerimônia de encerramento.
Paris pensava que a apresentação seria o ponto final de sua experiência na universidade mais inovadora do mundo, mas teve uma surpresa. A ReBeam foi uma das dez empresas selecionadas pela Singularity para um novo programa de pré-aceleração de startups. Depois de duas semanas de férias, ele voltará ao campus da Nasa em 12 de setembro para uma nova temporada de dois meses. "Tenho de voltar para a Alemanha em novembro, mas quero ver o quanto conseguirei avançar com a startup.”
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- 31/08/2016 - Pesquisadores da USP em Ribeirão criam material alternativo para garantir qualidade na radioterapiaPesquisadores do Departamento de Física criam material alternativo para garantir qualidade nos tratamentos de radioterapia. O trabalho foi premiado em evento em Munique, Alemanha
Pesquisadores do Departamento de Física criam material alternativo para garantir qualidade nos tratamentos de radioterapia. O trabalho foi premiado em evento em Munique, Alemanha
Fonte: Jornal da USPExistem atualmente técnicas bastante sofisticadas para o tratamento de tumores, como a radiocirurgia, capaz de irradiar uma região tumoral bem pequena e preservar o entorno saudável do tecido. Para garantir a eficácia dessa radiação é utilizado o dosímetro, aparelho de alta sensibilidade e tamanho reduzido que mede a dose aplicada. A necessidade do dosímetro de tamanho reduzido e a mensuração da quantidade de radiação emitida pelo aparelho sempre foram desafios para a ciência, pois são fatores que podem comprometer a eficácia do tratamento radioterápico.
Ao estudar alternativas para garantir essa qualidade, pesquisadores da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP utilizaram nanopartículas de prata, que funcionam como "antenas de luz”, e conseguiram produzir dosímetros de tamanho reduzido e mais sensíveis do que os existentes no mercado, abrindo caminho para um novo produto que garante a eficácia desejada nos tratamentos radioterápicos.
Os resultados do estudo, comunicados no trabalho Tuning the plasmon resonance band of silver nanoparticles films to enhance opticlly stimulated luminescence intensity, renderam ao pesquisador Éder José Guidelli o Prêmio de Jovem Cientista durante a 18ª Conferência Internacional de Dosimetria do Estado Sólido SSD18, em julho deste ano, em Munique, na Alemanha, e também integram sua tese Luminescência Opticamente Estimulada em Condições de Ressonância Plasmônica, defendida no Programa de Física Aplicada à Medicina e Biologia da FFCLRP.
Como um roteador de internet
Segundo o professor Oswaldo Baffa Filho, orientador do trabalho e líder do grupo de pesquisa, a nanopartícula de prata funciona como um roteador de internet, aquele mesmo que utilizamos em casa. Quando esse roteador não é capaz de transmitir o sinal da internet para um determinado cômodo, diz o professor, conectamos um repetidor wi-fi entre o roteador e o cômodo que está sem acesso à rede wireless. Deste modo, o repetidor consegue captar o sinal do roteador e amplificá-lo, fazendo com que ele chegue a locais que antes não tinham conexão disponível.
No caso dos dosímetros de radiação, diz Baffa Filho, o que acontece é que muitas vezes o sinal produzido pelo dosímetro é muito baixo, ou pelo seu tamanho ou pela dose muito baixa de radiação. "É aí que entram as nanopartículas de prata ou de ouro. Elas conseguem agir de forma similar ao repetidor wi-fi, amplificando, nesse caso, a quantidade de luz que é emitida pelo dosímetro. Esse processo é responsável por aumentar a sensibilidade dos dosímetros, pois produz maior intensidade de luz com menos doses de raios-x”, afirma o professor.
Quanto à mensuração da quantidade de radiação, o professor diz que não é fácil medir a dose de raios-x, uma vez que não conseguimos sequer enxergar esse tipo de radiação. "Em geral, são necessárias altas doses de raios-x para produzir uma quantidade mensurável de luz visível. Esse processo de conversão de raios-x em luz visível tem um rendimento muito baixo.”
Aí, mais uma vez entram as nanopartículas de prata. Segundo Éder José Guidelli, autor do estudo e orientado pelo professor Baffa Filho, a pesquisa mostrou que também é possível sintonizar as propriedades ópticas da nanopartícula para maximizar a conversão de raios-x em luz. O pesquisador faz um paralelo com a sintonia de uma estação de rádio. "Se seu rádio não está bem sintonizado, a qualidade do som fica bastante prejudicada. Para os dosímetros de raio-x a situação não é diferente. Uma vez que a nanopartícula de prata age como uma antena de luz, é preciso sintonizá-la para transmitir de forma adequada a luz que precisa ser transmitida. Essa sintonia da nanopartícula pode ser feita modificando o tamanho e a forma da nanopartícula”, conta Guidelli.
Para produzir e sintonizar as nanopartículas de prata, o pesquisador desenvolveu um processo simples, rápido e barato. "Conseguimos sintonizar as nanopartículas para transmitir luz azul, ou verde ou vermelha, por exemplo, apenas variando o tempo que as nanopartículas são aquecidas pelo forno micro-ondas”, diz o pesquisador.
Do conceito ao produto
A busca por materiais sensíveis é uma constante, cada vez mais a sociedade moderna quer produzir mais produtos e tecnologias, utilizando materiais com custo mais baixo. Vários grupos de pesquisas em diferentes países buscam desenvolver dosímetros pequenos com maior sensibilidade.
Para os pesquisadores, os diferenciais deste trabalho são o uso de princípios da nanotecnologia e a criação de material alternativo para ser usado na técnica de dosimetria opticamente estimulada (OSL). "Só existia um material para ser usado na OSL, o óxido de alumínio dopado com carbono. Conseguimos criar nosso próprio dosímetro, que é barato, utilizando a prata e sal de cozinha”, comemora Guidelli.
A próxima etapa é transformar a parte conceitual do trabalho em um produto. "Agora é necessária uma pesquisa ampla de desenvolvimento para transformar nosso conceito, que está bem estabelecido, viável, em um produto, um material dosimétrico”, conta o orientador.
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- 29/08/2016 - Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares completa 60 anos com projetos estratégicosSegundo o diretor de Pesquisa da instituição, Marcelo Linardi, além de ser uma referência na produção de materiais radioativos para a medicina nuclear, Ipen é o berço de grandes projetos nacionais, como o submarino de propulsão nuclear, desenvolvido em parceria com a Marinha.
Segundo o diretor de Pesquisa da instituição, Marcelo Linardi, além de ser uma referência na produção de materiais radioativos para a medicina nuclear, Ipen é o berço de grandes projetos nacionais, como o submarino de propulsão nuclear, desenvolvido em parceria com a Marinha.
Fonte: MCTICReferência nacional na produção de materiais radioativos para a medicina nuclear, o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) é também "nascedouro" de grandes projetos nacionais, como o ciclo do combustível nuclear e, em parceria com a Marinha, o submarino de propulsão nuclear. A afirmação é do diretor de Pesquisa, Desenvolvimento e Ensino, Marcelo Linardi. Segundo ele, a atuação do Ipen, que completa 60 anos em agosto, tem valor econômico, social e estratégico para o país. Vinculado à Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), o Ipen também participa do projeto do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB).
Linardi explica que o principal trabalho do Ipen está voltado para a medicina nuclear. Na década de 60, teve início a produção em escala de vários radionuclídeos, o que contribuiu decisivamente para o desenvolvimento da medicina nuclear no país.
"A medicina nuclear é uma especialidade que utiliza radioisótopos ou radiotraçadores para o diagnóstico ou tratamento de doenças e é considerada uma das melhores ferramentas entre as modalidades diagnósticas para detecção de câncer", afirmou Linardi. "A comunidade médica, os hospitais e as clínicas que se especializaram em medicina nuclear, tanto para diagnóstico, como para tratamento de enfermidades com radioisótopos e radiofármacos, uniram-se ao Ipen, colaborando fortemente na pesquisa, desenvolvimento e inovação, resultando na introdução na sociedade de novos radiofármacos."
Ele acrescentou que a produção do Ipen atende 2 milhões de procedimentos da medicina nuclear por ano. "Há um esforço contínuo e permanente no sentido de desenvolvimento de novos produtos com o objetivo de reduzir a dependência de radioisótopos importados."
Comemorações
Para comemorar os 60 anos, o Ipen realiza, a partir de segunda-feira (29) a Semana Ciência, Tecnologia e Inovação. Na ocasião, será inaugurado o Laboratório Multiusuário do Centro de Lasers e Aplicações (CLA), onde será desenvolvido o Programa Institucional de Equipamentos Multiusuários do Ipen. O objetivo é disponibilizar equipamentos analíticos e de imagem para toda a comunidade científica e o setor produtivo.
"O laboratório conta com 9 equipamentos e servirá de modelo a ser replicado no instituto", disse.
As comemorações também incluem a apresentação das principais produções científicas do Ipen como o artigo "Construção guiada de uma nanoestrutura de vidro metálico: uma plataforma para o desenvolvimento de superfícies catalíticas 3D", publicado na revista Advanced Materials, de autoria de Marcelo Linardi e do pesquisador Gustavo Doubek.
"Este trabalho foi aceito nesta importante revista, pois abre uma nova frente de pesquisa, inédita, no mundo, aumentando a vida útil de catalisadores em geral em mais de 100 vezes", explicou o Linardi.
No último dia das comemorações, dia 2 de setembro, o Ipen abre as suas portas para a sociedade a partir das 9h. Os participantes poderão conferir as exposições Nuclespaço, sobre energia nuclear, e História do Ipen.
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- 29/08/2016 - Pesquisador propõe programa nuclear de longo prazo para o BrasilFonte: Petronotícias
A tecnologia de geração nuclear já é reconhecida no meio científico quase todo como uma das mais avançadas no mundo e os critérios de segurança estão continuamente sendo revistos e aprimorados, mas a opinião pública ainda resiste em muitas partes a aceitar a energia nuclear como um fator positivo. O pesquisador da USP Alexandre Ramos, pós-doutor pela Stony Brook University, de Nova York, é uma das pessoas que tentam desmistificar o segmento nuclear para a sociedade, levando o conhecimento científico e técnico a diversas partes com este intuito. O pesquisador atua na realização deestudos utilizando métodos de física teórica em sistemas biológicos pelas seguintes instituições: Escola de Artes, Ciências e Humanidades; Núcleo de Pesquisa em Modelagem de Sistemas Complexos; e Departamento de Radiologia e Oncologia e Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, da Faculdade de Medicina da USP;sendo que um de seus projetos é a apresentação dos conceitos científicos por trás das tecnologias nucleares para toda a população, incluindo grupos de oposição à indústria nuclear. "Tem doutores em ciência, de outras áreas, que seguem pré-concepções, e acabam formando opiniões contrárias sem embasamento científico. Se acontece isso nessa esfera, como vou querer que pessoas sem formação de tão alto nível entendam?”, questiona Ramos, que criou um programa de estudos voltado a esse público, com foco inicial em estudantes de graduação da área ambiental, onde a oposição à energia nuclear costuma ser maior. "O resultado foi muito positivo, porque muitos vieram ao final falando que tinham visões contrárias sem o conhecimento adequado e passaram a entender melhor”, relata o pesquisador, que vai apresentar seu modelo de divulgação do conhecimento em palestra no próximo Seminário Internacional de Energia Nuclear – SIEN 2016, que acontece nos dias 20 e 21 de setembro, no Centro Cultural Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro.
Ramos ressalta ainda a importância da reposição dos profissionais da área nuclear brasileira, já que a maior parte da indústria está perto da aposentadoria, e defende que o governo crie um programa de Estado para renovar o parque nuclear brasileiro. Nesse quadro, as ações prioritárias seriam a finalização de Angra 3, do submarino nuclear, do reator multipropósito e o lançamento de novas usinas num plano de longo prazo, incluindo também a sugestão de criação de um projeto de pesquisas que una Estado, academia e empresas, como já existe nos Estados Unidos.
O que o senhor preparou para apresentar na palestra marcada para o Seminário Internacional de Energia Nuclear?
Meu objetivo é falar sobre a minha experiência na área de divulgação em energia nuclear. Tenho trabalhado nessa área desde 2012 mais formalmente, e organizei um material de divulgação especialmente voltado ao público interessado na área ambiental, muitas vezes contrário à energia nuclear, mas com um conjunto de opiniões formuladas de forma pouco rigorosa cientificamente. Baseado nisso, a ideia do estudo era formular uma apresentação e um conjunto de conceitos sobre energia nuclear que permitisse a esse grupo ao menos ter uma opinião embasada no conhecimento científico. É esse conjunto de conceitos que será apresentado.
Como seria essa apresentação?
Montamos uma apresentação mostrando os benefícios e os impactos positivos da eletricidade para a melhoria das condições de vida da sociedade, com melhorias em hospitais, saneamento básico, transporte etc. Depois falamos um pouco sobre as limitações da capacidade de transformação energética, demonstrando que a melhor coisa que conseguimos fazer é minimizar o impacto negativo, já que toda transformação energética tem alguma questão de impacto envolvida. Por fim, então, focaremos na geração a partir da fonte nuclear, mostrando que a quantidade de material usado pelas usinas é muito menor do que outras fontes, então o impacto é muito menor, como em relação ao carvão, por exemplo. Além dos benefícios das tecnologias nucleares em várias outras áreas, como agricultura, saúde etc.
Por que o título da apresentação é "Aplicações das tecnologias nucleares: o retorno de Prometeu?”?
Porque omito de Prometeu mostra a importância para a humanidade da "domesticação” dos fenômenos naturais, como o fogo. Sendo assim, a domesticação do núcleo atômico traz a expectativade transformação das condições de vida obscuras com a iluminação. A perspectiva de ampliar o uso das tecnologias nucleares possibilita melhorias nas condições de vida. A usina nuclear de Angra 1, por exemplo, gerou eletricidade em 2015 suficiente para movimentar o metrô da cidade de São Paulo por nove anos. Se pensarmos em termos de anos, a malha poderia ser multiplicada por nove, reduzindo emissão de gases pelos automóveis. É uma maneira de pensar que leva a uma organização da sociedade de modo mais limpo e sustentável.
Do ponto de vista da saúde, se você tem que fazer uma imagem hoje utilizando radiofármacos, eles precisam ser produzidos perto do local onde serão utilizados, porque têm uma meia vida muito curta. Se não tiver um centro produtor de radiofármacos próximo do local de uso deles, não tem condição de diagnosticar a população em várias áreas do país. Então a expansão disso é muito importante.
Na questão da agricultura, se você banha um alimento com radiação gama, gera uma capacidade de preservá-lo por muito mais tempo, sem qualquer impacto negativo para o homem.
Quais são os maiores desafios da indústria nuclear em relação à opinião pública?
Tornar essa ciência cognoscível. Em algum nível a população precisa entender esses fenômenos desmistificando eles. Temos que olhar para o fenômeno nuclear como um fenômeno natural, que é o que ele é de fato. Temos que trazer isso para o cotidiano da população.
Como reverter a imagem negativa sobre o setor que ainda existe em algumas partes?
É importante diferenciar o que é fenômeno natural do que é decisão governamental. Recentemente, fui a um evento em que se falava que tinha que parar de usar energia nuclear porque as vítimas de Chernobyl tinham ficado desassistidas. Então a falha é de quem tem a responsabilidade de oferecer a assistência às vítimas de um acidente, e não da tecnologia em si.
Mas no caso de comparações com Chernobyl, o maior medo é em relação ao acidente em si, não?
Eu estive em Chernobyl, analisei os relatórios feitos pela ONU, e há uma divergência muito grande entre os efeitos do acidente e a percepção que a população tem dele. Como é um fenômeno que a capacidade de detecção é muito refinada, já que não se vê a radiação, ele é o desconhecido, então é natural o sentimento de receio. Por conta disso, fica-se sujeito à ampliação da percepção.
No caso de lá, falam-se em 5 mil mortes quando o acidente é tratado na mídia, geralmente. Mas quando analisam-se todos os relatórios feitos sobre o acidente, da ONU, da Rússia, das entidades independentes, a realidade é que houve menos de 50 mortes. Então o senso comum é um mau guia nesse assunto. É necessário que a ciência entre para desmistificar essa questão e estimular uma busca pelo maior conhecimento sobre o assunto.
Quais ações podem ser tomadas pelas empresas da área nuclear neste sentido?
Uma delas é, sem sombra de dúvida, contribuir para uma cultura de educação científica. Fomentando, por exemplo, a criação de museus. Em São Paulo, temos um museu chamado Catavento, para divulgação da ciência, que visitei outro dia e estava cheio de crianças. Então uma política de divulgação da ciência nuclear seria um fator importante. Na minha infância, a NASA tinha um programa de divulgação de viagens espaciais. Eu, quando criança, tinha um brinquedo que era um ônibus espacial. No caso da energia nuclear, por que isso não está na boca do povo?
Como o governo pode atuar para mudar isso também, já que o país vai precisar de novas usinas nucleares nos próximos anos?
É necessário que o governo estabeleça um grande projeto, de Estado, pensado em décadas, de renovação do parque nuclear brasileiro. Se for analisar a idade média da CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear), está em cerca de 60 anos, perto de aposentar todo mundo, sem apresentar reposição. Então a primeira questão é que o governo comece a contratar gente jovem, para dar continuidade ao programa. É essencial finalizar Angra 3, assim como o submarino nuclear e o reator multipropósito, e iniciar um novo programa forte, com a inclusão de novas usinas e estímulo a debates com a sociedade, por meio de audiências públicas, que coloquem as pessoas da área para interagir com a sociedade, respondendo perguntas, apresentando o conhecimento também em locais onde há formadores de opinião, como o Congresso, a imprensa, as federações das industrias etc. Além disso, é fundamental a criação de um programa de desenvolvimento de tecnologia na área, porque se não fica difícil difundir conhecimento.
Os Estados Unidos tem um programa de pesquisa em fusão nuclear por confinamento inercial, com o objetivo de gerar eletricidade via fusão nuclear, que há décadas funciona muito bem coordenando parcerias entre Estado, universidades e empresas. Ele gera conhecimento, novas tecnologias, empregos, investimentos e dá muito retorno à sociedade. Precisamos de projetos similares aqui.
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- 28/08/2016 - Ciência, em crise, teme novo corte de orçamento em 2017Fonte: UOL NotíciasOrçamentos cortados pela metade. Bolsas estagnadas. Editais cancelados. Instituições de pesquisa sem dinheiro para pagar serviços básicos de limpeza e segurança. Risco de desabastecimento de radiofármacos, essenciais para o diagnóstico do câncer. Um supercomputador novinho em folha, desligado para economizar na conta de luz. Essa é a realidade da ciência brasileira, que vive a maior crise financeira de sua história, e contempla o risco de um ano ainda pior em 2017.
O orçamento do MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação) para este ano já é 50% menor do que em 2010, em valores corrigidos pela inflação, e a proposta do governo, segundo o Estado apurou, é manter esse orçamento congelado para o ano que vem, apesar da fusão com o Ministério das Comunicações. "Se isso for aprovado, pode esquecer; acabou ciência e tecnologia no Brasil", diz o presidente da Academia Brasileira de Ciências, Luiz Davidovich.
O orçamento atual do MCTI é de R$ 4,6 bilhões, mas cerca de R$ 500 milhões estão contingenciados. O que a pasta pode gastar, portanto, são R$ 4,1 bilhões. Em valores corrigidos, esse limite é 27% menor do que em 2006 e 52% menor do que em 2010; enquanto o número de pesquisadores no País dobrou nos últimos dez anos.
Em maio deste ano, o MCTI foi fundido com o Ministério das Comunicações (dando origem ao MCTIC), mas cada pasta manteve seu orçamento. A proposta agora, para 2017, é unificar as contas dos dois setores. "Ano que vem é R$ 4,1 bilhões para todo mundo", disse ao Estado o ministro Gilberto Kassab, no início do mês.
Países mais desenvolvidos, segundo ela, estão fazendo exatamente o oposto: investindo mais em ciência e tecnologia para sair da crise.
Kassab disse que a comunidade científica está "coberta de razão", e está empenhado em elevar a proposta orçamentária da pasta para 2017. "É evidente que a crise existe e todos perderam; mas ninguém perdeu tanto (quanto a Ciência e Tecnologia). Estamos trabalhando para corrigir essa defasagem."
Os valores finais do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA 2017) serão apresentados na quarta-feira pelo Ministério do Planejamento. "Esse discurso de que não tem dinheiro para ciência e tecnologia é ridículo. O que falta é uma definição política clara no sentido de priorizar setores", afirma Davidovich. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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- 25/08/2016 - Governo cria grupo para revisar plano de emergência nuclear que envolve AngraFonte: UOL Notícias
Brasília - O ministro de Segurança Institucional da Presidência, Sergio Etchegoyen, criou um grupo de trabalho para revisar o Plano de Emergência Externo do Estado do Rio de Janeiro, que prevê ações de proteção, prevenção e socorro à população em caso de emergência nuclear envolvendo as Usinas de Angra. A portaria que institui o grupo está publicada no Diário Oficial da União (DOU).O grupo será composto por representantes do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI), Departamento de Coordenação do Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro; Ministério da Saúde; Ministério do Meio Ambiente, por meio do Ibama; Ministério da Integração Nacional, por meio da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil; Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações, por meio da Comissão Nacional de Energia Nuclear; Ministério de Minas e Energia e Eletronuclear; Governo do Estado do Rio de Janeiro, com a Secretaria de Estado de Defesa Civil e o Departamento Geral de Defesa Civil do Estado; Prefeitura Municipal de Angra dos Reis, com a Secretaria Especial de Defesa Civil e Trânsito da cidade; e Prefeitura Municipal de Paraty, com a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil.
A coordenação do trabalhos ficará sob a responsabilidade do Departamento Geral de Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro. O grupo poderá convidar especialistas e outros representantes de órgãos ou entidades, públicas ou privadas, cuja presença seja considerada necessária ao cumprimento da revisão do plano. "A participação no GT (Grupo de Trabalho) será considerada como prestação de serviço público relevante e não enseja remuneração adicional àquela recebida pelo agente público."
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- 24/08/2016 - Institutos do MCTIC vão receber R$ 190 milhões para modernizar laboratóriosRecursos serão investidos em equipamentos e contratação de pessoal no prazo de cinco anos. Os projetos foram selecionados por meio de edital, e os recursos, não reembolsáveis, são do Fundo Nacional de Ciência e Tecnologia.
Recursos serão investidos em equipamentos e contratação de pessoal no prazo de cinco anos. Os projetos foram selecionados por meio de edital, e os recursos, não reembolsáveis, são do Fundo Nacional de Ciência e Tecnologia.
Fonte: MCTICA Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) vai destinar mais de R$ 190 milhões para 21 institutos de pesquisa vinculados ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) investirem em equipamentos, na modernização dos laboratórios multiusuários e na contratação de pessoal qualificado. Os projetos foram selecionados por meio de um edital que teve o resultado final divulgado nesta terça-feira (23). Os recursos, não reembolsáveis, são do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e devem ser liberados no prazo de cinco anos.
Entre os institutos de pesquisa do MCTIC, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) vai receber o maior montante: R$ 16,5 milhões. Os recursos serão aplicados nos laboratórios multiusuários e na criação do laboratório de nanotecnologia.
Já o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), contemplado com R$ 7,5 milhões, vai investir no desenvolvimento e na manutenção dos sistemas computacionais (softwares científicos) de apoio às pesquisas, além de atender aos projetos que utilizam o parque computacional do Centro de Processamento de Alto Desempenho no Rio de Janeiro (Cenapad- RJ) e o supercomputador Santos Dumont.
Segundo o diretor do LNCC, Augusto Gadelha, esses serviços são desenvolvidos por pessoal especializado, que será contratado com os recursos repassados pela Finep. A equipe vai atuar na melhoria, aplicação e disseminação de novos métodos, tecnologias e softwares na área de modelagem e simulação computacionais.
Tecnologia nuclear
Também incluído no edital da Finep, o Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear (CDTN), vinculado à Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), vai receber R$ 15,7 milhões. Os recursos serão aplicados na modernização de vários laboratórios multiusuários voltados para pesquisa nas áreas de saúde, meio ambiente, nanotecnologia, radiações e proteção radiológica. Além disso, 12 pesquisadores serão contratados.
"O projeto vem em boa hora. Uma ótima notícia nesse cenário de restrições orçamentárias", avalia o diretor do CDTN, Waldemar Macedo.
Ele reforça que, para alguns laboratórios, os recursos são vitais. "O Laboratório de Radiação Gama tem uma fonte de cobalto-60 que precisa ser renovada a cada cinco anos e custa R$ 3,5 milhões. Não tínhamos a menor possibilidade de fazer isso. Esse projeto vai dar uma sobrevida a esse laboratório, que vai ter sua capacidade produtiva restaurada."
O laboratório é utilizado em várias aplicações, como no tratamento de sangue e hemoderivados.
Pesquisas físicas
A Finep vai repassar R$ 12,8 milhões para o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) modernizar as técnicas de produção e caracterização de superfícies de monocristais e de materiais avançados, cristalografia, magnetometria, ressonância magnética nuclear, ressonância paramagnética eletrônica, altas energias e detectores de partículas.
Segundo o diretor do CBPF, Ronald Shellard, a aprovação do projeto apresentado à Finep é essencial para que a instituição não só mantenha, mas também expanda sua atuação com foco nas atividades multiusuárias, em particular no desenvolvimento de instrumentação científica, cuja fragilidade no país é ainda um dos ‘calcanhares de Aquiles' da ciência brasileira.
Clique aqui para acessar o resultado do edital.
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- 22/08/2016 - Confira as atividades e oportunidades de 20 a 26 de agosto na Agenda Científica do MCTICInstituto Nacional da Mata Atlântica oferece curso sobre modelagem de nicho ecológico. Termina na sexta-feira (26) o prazo de inscrições para o curso Práticas de Prevenção e Gerenciamento de Riscos e Desastres Naturais, promovido pelo Cemaden. Chamada do CNPq vai apoiar pesquisas conjuntas dos países do Brics.
Instituto Nacional da Mata Atlântica oferece curso sobre modelagem de nicho ecológico. Termina na sexta-feira (26) o prazo de inscrições para o curso Práticas de Prevenção e Gerenciamento de Riscos e Desastres Naturais, promovido pelo Cemaden. Chamada do CNPq vai apoiar pesquisas conjuntas dos países do Brics.
Fonte: MCTICO Instituto Nacional da Mata Atlântica (Inma) realiza curso de capacitação com a pesquisadora do Jardim Botânico do Riode JaneiroMarinez Ferreira de Siqueira sobre modelagem de nicho ecológico e distribuição de espécies, entre 22 e 25 de agosto. Para saber mais, acesse esta página.
Meteorologia em discussão
Estão abertas até a segunda-feira (22) as inscrições para apresentação de trabalhos no 15º Encontro dos Alunos de Pós-Graduação em Meteorologia do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O evento será realizado de 27 a 30 de setembro no Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), em Cachoeira Paulista (SP). O objetivo do encontro é promover a interação entre alunos e professores da pós-graduação, debates científicos e a divulgação das pesquisas desenvolvidas pelos estudantes. Eles devem apresentar trabalhos sobre os temas de estudo do tempo e clima; modelagem de tempo e clima; interação superfície-atmosfera; e sensoriamento remoto da atmosfera. Clique aqui para fazer a inscrição. Clique aqui para fazer a inscrição. A programação preliminar pode ser conferida aqui.
Modelagem molecular em sistemas biológicos
Desegunda(22) asexta-feira (26), o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) sedia a oitava edição da Escola de Modelagem Molecular em Sistemas Biológicos. O encontro vai receber alunos e pesquisadores com interesse nas áreas de modelagem molecular de proteínas, carboidratos e biomembranas, modelagem molecular aplicada ao desenvolvimento de fármacos, predição de estruturas de proteínas, métodos estocásticos e métodos quânticos sobre biomeléculas. Para saber mais, acesse esta página.
Comemoração de núcleo do Cetem
O Núcleo Regional do Espírito Santo do Centro de Tecnologia Mineral (NRES/Cetem), em Cachoeiro do Itapemirim, comemora nesta quarta-feira (24) dois anos de operação. A programação inclui uma palestra do diretor do Centro, Fernando Lins, além de apresentações sobre as realizações do NRES. Também haverá o lançamento do 6º Congresso Internacional de Rochas Ornamentais, que será sediado em Ilhéus (BA), em 2018.
Mudanças climáticas
Vai até aquinta-feira (25) o período de submissão de pôsteres a serem apresentados durante a conferência "Resultados e Perspectivas" do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) para Mudanças Climáticas. O evento acontece entre os dias 28 e30 de setembro, em São Paulo (SP). Para mais informações, clique aqui.
Iniciação científica no Goeldi
O Museu Goeldi lançou dois editais dos programas de bolsas de iniciação científica e de desenvolvimento tecnológico e inovação. As inscrições estão abertas para orientadores e bolsistas atésexta-feira(26). O objetivo dos programas é despertar vocações científicas. No total, serão 72 bolsas de pesquisa para estudantes em nível de graduação matriculados no ensino superior. O período de vigência vaide setembrode 2016 a julho de 2017, e o valor de cada bolsa é de R$ 400 por mês. Clique aqui para acessar os editais e saber mais sobre os programas.
Prevenção de desastres naturais
Foram prorrogadas até asexta-feira (26) as inscrições para os interessados em participar do curso Práticas de Prevenção e Gerenciamento de Riscos e Desastres Naturais, promovido pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). O evento acontece de 12 a16 de setembro, em São José dos Campos (SP). Mais informações podem ser obtidas aqui.
Palestra sobre eletrocatálise no Cetene
Em9 de setembro, o Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene) promove a palestra Eletrocatálise Avançada para Conversão de Energia e Sistemas de Armazenamento. O evento é aberto a pesquisadores e estudantes e será apresentado pela professora da Universidade de Oldenburg (Alemanha) Methap Oezaslan. Para saber mais, acesse esta página.
Biotecnologia sustentável
Fica aberto até15 de setembroo período de inscrições para os interessados em participar do Congresso de Biotecnologia Sustentável na Biodiversidade Amazônia, que acontecerá de 17 a20 de outubro, na sede do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa), em Manaus (AM). O evento vai reunir estudiosos para compartilharem experiências na área de biologia geral, biotecnologia aplicada à saúde, nanotecnologia, estudos sobre o câncer, pesquisas com células-tronco humanas e neurociência. Mais informações podem ser obtidas aqui.
Edital dos Brics
O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) abriu uma chamada pública do Programa-Quadro dos Brics em Ciência, Tecnologia e Inovação (Brics STI), fundo multilateral formado por agências de fomento do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul para apoiar pesquisas conjuntas. O edital dispõe de R$ 1,2 milhão, oriundos do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), e as inscrições podem ser feitas até20 de setembro.
A chamada pública nº 18 apoia projetos em seis áreas: recursos hídricos e tratamento da poluição; tecnologia geoespacial e suas aplicações; energias novas e renováveis e eficiência energética; biotecnologia e biomedicina, incluindo saúde humana e neurociências; tecnologias da informação e computação de alta performance; e ciência oceânica e polar.
Crianças no miniobservatório do Inpe
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) abre as portas do Miniobservatório Astronômico, em São José dos Campos (SP), para estudantes a partir do 4º ano do ensino fundamental entre agosto e outubro. Ele estará aberto sempre nas noites dequinta-feira, das 19h às 21h. Para visitar o local, é preciso fazer um agendamento por meio do telefone (12) 3208-7194. Para saber mais, acesse esta página.
Pesquisa Brasil-Chile sobre envelhecimento populacional
Fica aberta até26 de setembroa chamada pública lançada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Comissão Nacional de Pesquisa Científica e Tecnológica do Chile (Conicyt) para selecionar projetos conjuntos na área de envelhecimento populacional que contribuam para a formulação de políticas públicas. Serão disponibilizados US$ 300 mil na ação. O apoio é destinado exclusivamente a projetos binacionais de pesquisa científica, tecnológica e de inovação e busca dar mobilidade aos pesquisadores envolvidos, além de promover a formação de recursos humanos. Mais informações podem ser acessadas aqui.
Prêmio Cnen de Tese
A Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) recebe até30 de setembrosubmissões para os interessados em participar do Prêmio Cnen de Tese. A iniciativa faz parte das comemorações pelos 60 anos da comissão, que é vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. Será premiada a melhor tese de doutorado sobre o conhecimento científico ou tecnológico relacionado ou aplicado à área nuclear. Serão aceitas inscrições de teses de doutorado defendidas e aprovadas entre janeiro de 2015 e março de 2016 em programas de pós-graduação reconhecidos pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) em instituições brasileiras. Para saber mais, acesse esta página.
Oportunidade de mestrado no Inpa
O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) oferece 131 vagas em cursos de mestrado nas áreas de genética, conservação e biologia evolutiva. O prazo para inscrições está aberto até30 de setembro. Há vagas também para entomologia; ecologia; ciências florestais tropicais; botânica; biologia de água doce e pesca interior; agricultura no trópico úmido; e clima e ambiente. Para mais informações, clique aqui.
Semiárido em debate
Estão abertas as inscrições para o 1º Congresso Internacional da Diversidade do Semiárido, que será realizado entre 10 e12 de novembro, em Campina Grande (PB). O evento reúne trabalhos sobre a diversidade do semiárido brasileiro para subsidiar o planejamento, a gestão e o monitoramento de políticas públicas para a região. Para mais informações, clique aqui.
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- 16/08/2016 - Com Reator Multipropósito, Brasil terá autonomia na produção de radioisótoposHoje, país importa os elementos ativos dos radiofármacos, usados no diagnóstico e no tratamento do câncer. Para coordenador do projeto, RMB também vai ampliar a capacidade nacional em pesquisa e gerar recursos.
Hoje, país importa os elementos ativos dos radiofármacos, usados no diagnóstico e no tratamento do câncer. Para coordenador do projeto, RMB também vai ampliar a capacidade nacional em pesquisa e gerar recursos.
Fonte: MCTIO Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) pode dar autonomia ao país na produção de radioisótopos e ampliar a capacidade nacional em pesquisa de técnicas nucleares, além de gerar recursos para o governo. Esses são alguns benefícios enumerados pelo coordenador do projeto na Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), José Augusto Perrotta, em apresentação a dirigentes e gestores do governo federal, nesta terça-feira (16), no Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).
O RMB é um reator nuclear de pesquisa e produção de radioisótopos – elementos ativos dos radiofármacos, que são empregados como agentes no diagnóstico e no tratamento de câncer e outras doenças. As aplicações se estendem à agricultura, indústria e meio ambiente. A cargo da Cnen, que é vinculada ao MCTIC, o empreendimento será construído em Iperó (SP) ao lado do Centro Experimental de Aramar, da Marinha, onde se desenvolve o protótipo do submarino nuclear brasileiro.
Perrotta explicou que, hoje, o Brasil importa radioisótopos para a produção de radiofármacos, utilizados na medicina nuclear. "Isso chega a mais de 400 clínicas, onde são realizados quase 2 milhões de procedimentos por ano, se considerarmos todas as aplicações. E o SUS [Sistema Único de Saúde] corresponde a 30% da demanda nacional. Nós importamos acima de US$ 15 milhões anuais e vendemos isso processado para as clínicas por cerca de R$ 120 milhões anuais. Ou seja, o RMB vem para suprir esses gastos de US$ 15 milhões e ainda existe a possibilidade de duplicar a quantidade de radiofármacos ofertada à sociedade. Quer dizer, o empreendimento vai faturar recursos financeiros, além da autonomia e da pesquisa. Ele se paga", disse.
Multipropósito
Como indicado em seu nome, o RMB tem múltiplas finalidades, agrupadas por Perrotta em três funções básicas, a começar pela produção de substâncias para a medicina nuclear. "Com o RMB, nós teríamos o fornecimento de toda a gama de radioisótopos produzidos em reator, seja para a saúde ou para aplicações industriais, como a gamagrafia, e também para usos gerais em meio ambiente e agricultura, por meio de traçadores nucleares", explicou.
A segunda função seria criar capacidade nacional para testar e qualificar materiais e combustíveis nucleares. "Isso geraria conhecimento e segurança em projetos com reatores de potência, tanto para geração de energia quanto para propulsão naval", apontou. "São testes fundamentais para quem desenvolve o ciclo tecnológico e fabrica esses produtos, como o Brasil."
Segundo Perrotta, o Reator Multipropósito facilitaria, ainda, a instalação de um laboratório nacional de pesquisas com feixes de nêutrons. "Seria uma espécie de complemento ao Laboratório Nacional de Luz Síncrotron, o LNLS, em Campinas", afirmou. "Lá, eles trabalham com radiação eletromagnética, vinda de um acelerador de elétrons. E aqui [no RMB] a gente extrairia nêutrons para fazer a mesma análise de materiais, mas por outro caminho."
Implementação
Perrotta lembrou que o projeto básico de engenharia está pronto, e o empreendimento já possui licenças prévias do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Diretoria de Radioproteção e Segurança Nuclear da Cnen. "Então, estamos dando prosseguimento agora, com o projeto de detalhamento, e caminhando para a licença seguinte, que permite a instalação e a construção da obra."
A Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (Encti) de 2016 a 2019 cita o RMB como um dos projetos de pesquisa que colocarão o país na fronteira do conhecimento, ao lado do Sirius, anel de luz síncrotron do LNLS, ligado ao Centro Nacional de Pesquisas em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas, e do Laboratório de Integração e Testes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (LIT/Inpe), em São José dos Campos (SP).
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- 15/08/2016 - Resultado do processo de seleção para bolsa de Pós-Doutorado FAPESPDivulgado resultado do processo de seleção para bolsa de Pós-Doutorado FAPESP
Divulgado resultado do processo de seleção para bolsa de Pós-Doutorado FAPESP
A candidata selecionada na primeira etapa do processo seletivo, Dra. Fernanda Martins Queiroz, cumpriu todas as recomendações do edital havendo realizado entrevista como parte da segunda etapa do processo seletivo no dia 09/08/2016 às 9:00 no Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo e foi considerada APROVADA.