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- 23/11/2016 - Ministro receberá diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica em BrasíliaNo encontro, será repassado o programa nuclear brasileiro, de responsabilidade do MCTIC, por meio da Comissão Nacional de Energia Nuclear. Também será debatida a ampliação das atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação no setor, com a exploração segura e econômica do potencial científico, tecnológico e industrial. A reunião está marcada para 9h desta quinta-feira (24), em Brasília (DF)
No encontro, será repassado o programa nuclear brasileiro, de responsabilidade do MCTIC, por meio da Comissão Nacional de Energia Nuclear. Também será debatida a ampliação das atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação no setor, com a exploração segura e econômica do potencial científico, tecnológico e industrial. A reunião está marcada para 9h desta quinta-feira (24), em Brasília (DF)
Fonte: MCTICO ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, recebe nesta quinta-feira (24), em Brasília (DF), o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano. O objetivo do encontro é discutir o programa nuclear brasileiro, que é de responsabilidade do MCTIC, por meio da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) cujo presidente, Renato Cotta, também participará da audiência.
Na reunião, também será debatida a ampliação das atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação no setor nuclear brasileiro, com a exploração segura e econômica do potencial científico, tecnológico e industrial do país.
A cooperação técnica da AIEA tem sido fundamental para fortalecer a preparação e resposta do país a emergências radiológicas e nucleares, a segurança física nuclear, a regulação do transporte de material radioativo e a segurança de rejeitos radioativos.
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- 22/11/2016 - Enquanto ciência for vista como despesa, país não vai avançar, diz secretário do MCTICEm audiência no Senado, Jailson de Andrade defendeu a "qualificação" dos gastos públicos. Já os presidentes do CNPq e da Finep pediram a preservação dos recursos do FNDCT, considerados a "gasolina" da ciência brasileira.
Em audiência no Senado, Jailson de Andrade defendeu a "qualificação" dos gastos públicos. Já os presidentes do CNPq e da Finep pediram a preservação dos recursos do FNDCT, considerados a "gasolina" da ciência brasileira.
Fonte: MCTICCiência, tecnologia e inovação precisam ser reconhecidas pelo Congresso Nacional como investimento para o desenvolvimento do país e não como despesa. A declaração foi feita pelo secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Jailson de Andrade, durante audiência pública nesta terça-feira (22) no Senado Federal.
"Enquanto ciência e tecnologia forem vistas como despesa, certamente, o país não vai avançar. Ciência, tecnologia e inovação precisam ser vistas como investimento, e o Senado Federal e a Câmara dos Deputados têm um papel extremamente importante para afirmar isso. O Congresso Nacional pode dar visibilidade ao tema e ajudar a reordenar o sistema de ciência e tecnologia e o financiamento dessa área no país", disse.
Na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) do Senado, o secretário mencionou o momento crítico de ajuste fiscal que o país atravessa, mas defendeu o que chamou de "qualificação" de investimentos. "Precisamos qualificar o gasto público, garantir o que for aprovado chegue, de fato, na ponta, seja em educação, saúde ou ciência e tecnologia. No momento em que tivermos foco e qualificação nos gastos públicos, certamente, será possível fazer reajustes dentro do sistema sem grandes traumas."
FNDCT
No debate, o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Mário Borges, afirmou que os recursos do Fundo Nacional de Ciência e Tecnologia (FNDCT) alimentam ações e programas de pesquisa, como a Chamada Universal, que ele considera a "gasolina" da ciência brasileira. O edital tem por objetivo democratizar o fomento à pesquisa cientifica e tecnológica no país, contemplando todas as áreas do conhecimento. Segundo Borges, o Fundo tem impacto positivo na "ponta da ciência" nacional.
"As redes de pesquisa estão em todo o Brasil. O CNPq está em todos os cantos do país, o que mostra a sua capilaridade. Com a Chamada Universal, atendemos cerca de 5 mil pesquisadores e laboratórios no território nacional e uma série de atividades passam a funcionar envolvendo, por exemplo, as bolsas de iniciação científica", explicou.
Outro ponto importante destacado por ele é a inserção de pesquisadores em empresas nacionais. De acordo com o presidente do CNPq, a maior parte dos pesquisadores está, hoje, nas universidades, mas com o auxílio de bolsas e os recursos do FNDCT, aumentou o contingente desses profissionais nas empresas do país.
"Por meio do programa de Formação de Recursos Humanos em Áreas Estratégicas (RHAE), o CNPq alcançou 2.172 pesquisadores, sendo que 767 tornaram-se colaboradores diretos de empresas. São mestres qualificados se encaixando no mercado de trabalho. Esse é um programa que pode ser totalmente ampliado, desde que não tenhamos contingenciamento do FNDCT e mantenhamos a regularidade nos recursos", avaliou.
Criado em 1987, o RHAE é uma parceria do MCTIC e do CNPq. Desde 2007, é destinado à inserção de mestres e doutores em empresas privadas, preferencialmente de micro, pequeno e médio porte.
Diminuição
Ao longo da história, a arrecadação do FNDCT sofreu "vários golpes", nas palavras do presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Marcos Cintra. "Estamos em 2016 com um valor de pagamentos e desembolsos próximos ao da década de 70 e semelhante ao de 80. Apesar disso, construímos uma estrutura de ciência e tecnologia que nos colocou como o 14º país produtor mundial de conhecimento científico e o 76º em inovação. Imaginem o que não seria esse país se tivéssemos conseguido manter uma trajetória ascendente, se o FNDCT tivesse cumprido o papel para o qual foi criado", ressaltou.
Ele criticou o sistema de governança do fundo setorial, que, na sua avaliação, deve ter a estrutura repensada para desburocratizar e acelerar processos. "A ciência caminha mais rápido que o crescimento econômico, que é onde se reproduz o capital. Na ciência, a gente produz capital econômico e humano", disse.
Para o presidente da Finep, o sistema de ciência e tecnologia nacional se equipara ao de países desenvolvidos, mas precisa ser olhado com atenção para contribuir para o desenvolvimento. "Nosso sistema se assemelha ao de países razoavelmente desenvolvidos como Canadá, Espanha e Itália, e superamos a todos os do Brics. Mas somos obrigados a concluir que estamos caminhando para sua insustentabilidade, caso a política adotada perdure como nos últimos anos", alertou.
Debate público
Esta foi a quinta e última audiência sobre a aplicação do FNDCT, eleito pela comissão do Senado como política pública prioritária para 2016. O debate envolve, também, o Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel), tema abordado pelo diretor-presidente da Embrapii, Jorge Guimarães, em junho. Os requerimentos para o debate foram apresentados pelos senadores Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) e pelo senador Lasier Martins (PDT-RS), presidente da CCT.
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- 22/11/2016 - Resolução estabelece regras de bem-estar animal em ações de ensino e pesquisaOs profissionais que não seguirem os procedimentos recomendados pelo Concea estão sujeitos a sanções que vão desde multas até a proibição da realização da pesquisa. A resolução foi publicada no Diário Oficial da União ontem
Os profissionais que não seguirem os procedimentos recomendados pelo Concea estão sujeitos a sanções que vão desde multas até a proibição da realização da pesquisa. A resolução foi publicada no Diário Oficial da União ontem
Fonte: Jornal da CiênciaO Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea) publicou ontem (21), no Diário Oficial da União, resolução com os novos procedimentos que devem ser seguidos por instituições que usam roedores em atividades de ensino e pesquisa. As normas entram automaticamente em vigor e valem para pesquisadores que trabalham com espécies de camundongo, cobaia, coelho, hamster e rato.
A resolução descreve as principais características dos roedores e orienta que se deve considerar as diferenças físicas, emocionais e comportamentais apresentadas por cada animal, inclusive se ele for geneticamente modificado. No documento, também há a recomendação para evitar o isolamento dos animais, a não ser em casos justificados cientificamente. E ainda estabelece a definição dos ambientes onde os animais são mantidos durante a pesquisa.
As normas fazem parte do Guia Brasileiro de Produção, Manutenção ou Utilização de Animais em Atividades de Ensino ou Pesquisa Científica, editado pelo Concea, órgão brasileiro responsável pela formulação de regras de garantia do bem-estar dos animais e pelo cadastro dos centros e laboratórios autorizados a desenvolverem no país trabalhos com experimentação animal.
Novos capítulos do manual devem ser publicados em breve, normatizando o uso de outros animais, como cães e gatos, em atividades de ensino e pesquisa. Os profissionais que não seguirem os procedimentos recomendados estão sujeitos a sanções que vão desde multas até a proibição da realização da pesquisa.
Polêmica
O uso de animais em diversas atividades ocorre sob a polêmica em torno do dilema ético se deve prevalecer a satisfação das necessidades dos seres humanos sobre as dos animais. Ativistas defendem a abolição do uso de animais, enquanto que pesquisadores avaliam que é possível utilizá-los de forma ética.
As espécies roedoras são utilizadas basicamente em três tipos de situações: 1 - no ensino acadêmico, como em aulas práticas dos cursos de biologia, psicologia, veterinária e outros; 2 - em atividades de pesquisa da área de saúde, como a análise da eficácia de medicamentos; e 3 - na indústria, onde os animais são usados para a realização de testes de cosméticos, produtos de limpeza e até agrotóxicos.
Os camundongos e coelhos são os mais utilizados por serem dóceis e pela grande capacidade de reprodução. Dependendo do tipo de pesquisa, também podem ser utilizados insetos, répteis, anfíbios e mamíferos. Muitos deles nascem no próprio laboratório e são descartados depois do uso.
A ONG Humane Society International (HSI), que atua na proteção animal, estima que, a cada ano, 100 milhões de animais morrem em todo o mundo em laboratórios de pesquisa para fins acadêmicos, médicos ou estéticos. Segundo Antoniana Ottoni, representante da HSI no Brasil, o número pode ser maior. No caso brasileiro, ela explica que não há nem estimativa devido à dificuldade de controle do número de animais que passam pelos laboratórios.
Em resposta às diretrizes internacionais que estabelecem os princípios de redução e substituição dos animais nas pesquisas o Brasil tem, desde 2008, uma legislação específica sobre o assunto. A Lei 11974/2008, conhecida como Lei Arouca, veda a submissão dos animais a qualquer tipo de sofrimento e recomenda também a adoção de métodos alternativos, quando possível.
A área do ensino é uma das que mais tem apresentado alternativas para substituir o uso de animais, como vídeos, bonecos e outras estratégias adotadas por professores em sala de aula. Contudo, há muitas atividades que ainda dependem da experimentação animal.
Em nota, o Concea afirma que tem recebido várias manifestações sobre a "Escusa de Consciência”, termo assinado por alunos que se recusam a participar de atividades que envolvem a utilização de animais. Nestes casos, o conselho lembra que as instituições devem disponibilizar metodologias alternativas de avaliação dos alunos.
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- 22/11/2016 - Pós-Doutorado em Corrosão em Ligas de Alumínio com Bolsa da FAPESP - Agência FAPESPBolsista integrará equipe de pesquisa de Projeto Temático desenvolvido no Ipen; prazo de inscrição encerra em 30 de novembro
Bolsista integrará equipe de pesquisa de Projeto Temático desenvolvido no Ipen; prazo de inscrição encerra em 30 de novembro
Fonte: Agência Fapesp
O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) oferece uma oportunidade de Pós-Doutorado em Corrosão em Ligas de Alumínio com bolsa da FAPESP. O prazo de inscrição encerra em 30 de novembro.O bolsista integrará a equipe de pesquisa do Projeto Temático "Estudos da corrosão localizada e caracterização de resistência à corrosão associada à fadiga na região de solda em ligas de alumínio de elevada resistência soldadas por fricção (FSW)". A bolsa de PD destina-se a desenvolver projeto específico no tema: Investigação da resistência à corrosão localizada de juntas soldadas de ligas Al-Cu-Li por FSW.
O selecionado deverá conduzir pesquisa teórica e/ou empírica, além de outras atividades regulares, como a apresentação de seminários, a elaboração de papers e a disseminação dos resultados da pesquisa. Como resultado de sua pesquisa de pós-doutorado, deverá ainda produzir artigos a serem submetidos em revistas de alto impacto acadêmico, bem como apresentá-los em seminário de trabalho.
É recomendável que o candidato possua doutorado em Corrosão de Ligas de Alumínio e forte histórico de publicação. É igualmente desejável que o candidato tenha experiência comprovada nas técnicas SVET (Scanning Vibrating Electrode Technique) e TEM (Microscopia Eletrônica de Transmissão). O trabalho será desenvolvido no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, Centro de Ciência e Tecnologia dos Materiais.
Os interessados deverão enviar Currículo Lattes completo ou curriculum vitae, se estrangeiro, MyCitation (Google Scholar) e projeto de pesquisa relacionado com o tema deste projeto – com no máximo 15 páginas – para o endereço egp01@ipen.br, com o título "Bolsa - PD Temático – Corrosão - SVET". Do projeto de pesquisa deverão constar introdução, objetivos, metodologia, método de análise de resultados, conclusões e bibliografia.
A oportunidade está publicada em fapesp.br/oportunidades/1323/.
O selecionado receberá bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP no valor de R$ 6.819,30 mensais e Reserva Técnica. A Reserva Técnica da bolsa de PD equivale a 15% do valor anual da bolsa e tem o objetivo de atender a despesas imprevistas e diretamente relacionadas à atividade de pesquisa.
Caso o bolsista resida em domicílio diferente e precise se mudar para a cidade onde se localiza a instituição-sede da pesquisa, poderá ter direito a um Auxílio-Instalação, composto por uma mensalidade adicional e despesas de transporte, quando houver deslocamento por distância superior a 350 quilômetros. Esse benefício precisa ser aprovado pela FAPESP.
Mais informações sobre a bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP estão disponíveis em fapesp.br/bolsas/pd.
Outras vagas de bolsas de Pós-Doutorado, em diversas áreas do conhecimento estão no site FAPESP-Oportunidades
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- 18/11/2016 - Jogos Olímpicos de Tóquio podem ser realizados em área nuclearFonte: Gazeta EsportivaOs torneios de softball e baseball das Olimpíadas de Tóquio, em 2020, poderão ser realizados em Fukushima, área afetada por um acidente nuclear causado emuma usina após um tsunami que assolou o país em 2011. Nesta sexta-feira o presidente da Confederação Mundial de Baseball e Softball (Wbsc), Riccardo Fraccari, confirmou a possibilidade da cidade se tornar sede das duas modalidades.
Fraccari se encontrou com o presidente da Tóquio 2020 Yoshiro Mori e revelou que neste sábado irá fazer algumas visitas para analisar potenciais sedes para o baseball e softball nas Olimpíadas. A Wbsc, inclusive, já está familiarizada com a região de Fukushima, já que o Mundial de baseball sub-15 aconteceu no local emjulho e agosto deste ano."Eu sei da importância do baseball e do softball no Japão, como isso pode facilitar a recuperação da área dos desastres. Então se os campos em Fukushima tiverem todos os requisitos, poderemos leva-los em consideração”, disse Yoshiro Moro.
O Comitê Organizador local irá esperar o aval da Wbsc antes de apresentar as sedes escolhidas para essas duas modalidades ao Comitê Olímpico Internacional (COI). Em um encontro de seu comitê executivo previsto para o mês que vem a entidade responsável pelos Jogos Olímpicos irá decidir se aprova ou não os locais das disputas.
As Olimpíadas de Tóquio irão acontecer nove anos após os desastres de Fukushima. Ainda que haja áreas inabitáveis que irão seguir assim por muitos anos, há outros locais com níveis de radiação suficientemente seguros para receber atletas, imprensa e torcedores durante os torneios de softball e baseball.
Pelos dados que recebi, a situação não é perigosa em Fukushima. Até no Mundial de baseball sub-15 apenas um país se recusou a competir, o resto veio. Penso que a principal questão são as facilidades e o cronograma. Fukushima é um lugar perfeitamente agradável onde você pode ir”, finalizou Riccardo Fraccari.
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- 18/11/2016 - Entidade nega doação pastilha de cobalto à Santa CasaA doação apontada pela Prefeitura de Sorocaba como a solução para a crise da radioterapia na cidade não acontecerá. A Sociedade Portuguesa de Beneficência (SPB) afirmou, em nota oficial (veja ao lado a íntegra da nota), que não cederá a pastilha de cobalto para o aparelho de radioterapia da Santa Casa de Sorocaba porque já havia prometido o dispositivo ao Ministério da Defesa. E era justamente com base na ajuda santista que o município estimava retomar o atendimento de radioterapia entre 60 e 90 dias.
A SPB disse que "em momento algum informou que faria doação da pastilha de cobalto existente na Instituição à Santa Casa de Sorocaba". O hospital admite que recebeu a visita do médico Max Strasser, que seria coordenador do Serviço de Radioterapia da entidade sorocabana e que ele apresentou interesse na doação da fonte de cobalto.
Contudo, o centro hospitalar santista ressaltou que, em função do interesse do Ministério da Defesa, a diretoria do local já havia decidido doar a pastilha e o equipamento de teleterapia Theratron 780 ao órgão -- procedimento que estaria em fase de finalização. O processo foi confirmado pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
Por esta razão, a nota afirma que "mesmo lamentando profundamente a situação difícil da Santa Casa de Sorocaba, principalmente dos pacientes por ela assistidos, a Sociedade Portuguesa de Beneficência, em momento algum poderia, assim como não o fez, informar que faria tal doação".
O que aconteceu?
Em nota do Serviço de Comunicação do Paço (Secom), a Secretaria da Saúde de Sorocaba informou que "irá avaliar o que aconteceu, tendo em vista que as tratativas já haviam sido iniciadas". Na quarta-feira (16), o secretário da Saúde, Ailton Ribeiro, disse que as tratativas para efetivar a doação estariam avançadas, mas não formalizadas, sendo que representantes da Santa Casa estariam programando uma visita ao hospital.
"É oficial no sentido de que o Hospital Beneficência Portuguesa de Santos já manifestou seu interesse em doar a pastilha para a Santa Casa", afirmou na ocasião o secretário. O prefeito de Sorocaba, Antonio Carlos Pannunzio, e o gestor administrativo da Santa Casa, Ramiro Wey, também confirmaram a informação no mesmo dia.
A máquina utilizada nas sessões de radioterapia em Sorocaba foi desligada porque o prazo de validade da pastilha de cobalto-60 do equipamento venceu e há a necessidade de substituição. De acordo com Wey, uma pastilha nova custa aproximadamente R$ 1,5 milhão, mas atualmente o hospital não teria como adquiri-la por falta de recursos. Enquanto isso, o serviço de radioterapia da entidade está suspenso e os pacientes serão encaminhados, em sua maioria, para unidades da Grande São Paulo.
O gestor da Santa Casa já havia apontado a intenção inicial do hospital santista de ceder o dispositivo para o Instituto de Estudos Avançados (IEA), em São José dos Campos, mas afirmou na quarta-feira que "entramos em contato com o hospital e pedimos que ela fosse doada para a Santa Casa de Sorocaba, e a daqui iria para o IEA, pois o Instituto iria utilizá-la para pesquisas e não para tratamentos médicos, o que é a nossa necessidade". O instituto é uma organização militar, subordinada à Força Aérea Brasileira.
CNEN também se posiciona
A Coordenação-Geral de Instalações Médicas e Industriais (CGIM) da CNEN informou que só tem requisição para o transporte de uma pastilha de cobalto do hospital santista para o Instituto de Estudos Avançados (IEA) e não para a Santa Casa de Sorocaba. O órgão esclarece ainda que o transporte "desse tipo de fonte é uma atividade rotineira, que não envolve maiores riscos para a população, meio ambiente e as pessoas envolvidas na operação", desde que cumpridos os requisitos das normas exigidas, além de ser autorizado pela CNEN.
O órgão explica ainda que a transferência da pastilha de Santos para São José dos Campos foi autorizada e aprovada pela CNEN em 14 de dezembro de 2015 e ainda não ocorreu em razão da instalação ainda não possuir autorização do Ibama. E em relação à Santa Casa de Sorocaba, o CNEN informa que a atual pastilha de cobalto da unidade "encontra-se com atividade abaixo do requerido pela Vigilância Sanitária para o uso em pacientes".
"Em razão disso, a unidade hospitalar é obrigada a adquirir uma nova no mercado". Neste caso, a autarquia explica que o hospital deve comprar uma nova direto com o fabricante, com a garantia de que a antiga seja recolhida pela mesma, ou que a antiga seja doada a outra instituição que possua autorização para operação emitida pela CGIM ou ainda o seu recolhimento em um dos institutos do CNEN.
Plano B
Na quarta-feira (14), o secretário Ailton Ribeiro afirmou que se a doação santista não se confirmasse havia a possibilidade de um plano B. Esta alternativa seria uma empresa de Bauru que também possui um equipamento do mesmo modelo utilizado em Sorocaba. Nesse caso, as possibilidades seriam de ocorrer uma compra da pastilha ou que a empresa tenha interesse de fazer o serviço em conjunto com a que já opera a radioterapia na cidade.
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- 16/11/2016 - Entidades pedem ao Senado que as áreas de educação e CT&I sejam excluídas da PEC 55/2016Em carta conjunta aos senadores, a SBPC e outras 18 instituições alertam para as implicações que a PEC que limita gastos públicos pelos próximos 20 anos pode ter sobre a economia do País
Em carta conjunta aos senadores, a SBPC e outras 18 instituições alertam para as implicações que a PEC que limita gastos públicos pelos próximos 20 anos pode ter sobre a economia do País
Fonte: Jornal da CiênciaA SBPC, juntamente com outras 18 instituições, enviaram uma carta a todos os senadores solicitando que as áreas da ciência, tecnologia e inovação (CT&I) e educação sejam excluídas da PEC 55/2016, que limita gastos públicos pelos próximos 20 anos. No documento, as signatárias discorrem sobre as implicações na área de CT&I e educação.
Na carta, as entidades lembram ainda que o orçamento da CT&I brasileira foi extremamente reduzido nos últimos três anos do governo anterior e que "congelar o orçamento dessa área para os próximos 10 anos significa sentenciar as chances de desenvolvimento da economia à estagnação”.
Além da SBPC, assinam o documento a Academia Brasileira de Ciências (ABC), Academia Nacional de Engenharia, (ANE), Academia Nacional de Medicina (ANM), Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica e Inovação (ABIPTI), Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), Associação Brasileira das Universidades Comunitárias (Abruc), Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais (Abruem), Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei), Associação Nacional das Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), Conselho Nacional das Fundações de Amparo à Pesquisa (Confap), Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica (Confies), Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), Conselho Nacional de Secretários Estaduais para Assuntos de CT&I (Consecti), Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (Crub), Fórum de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação (Foprop), Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia (Fortec), Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).
Veja a carta na íntegra aqui.
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- 14/11/2016 - Reator de Chernobyl recebe nova coberturaFonte: Portal TerraSistema hidráulico é usado para posicionar sarcófago de aço sobre reator da antiga usina, que explodiu há 30 anos. Estrutura deve impedir vazamento de material radioativo pelos próximos 100 anos.Um arco gigante de aço, construído para impedir vazamento de material radioativo, começou a ser colocado nesta segunda-feira (14/11) sobre o reator de Chernobyl, na Ucrânia. A instalação da proteção, chamada de sarcófago, deve ser concluída no fim deste mês.
A estrutura de 275 metros de largura, 165 metros de comprimento e 108 metros de altura, que pesa mais de 36 mil toneladas, está sendo posicionada sobre o reator da antiga usina nuclear com ajuda de um sistema hidráulico.
O novo sarcófago foi construído a cerca de 330 metros do reator. De acordo com o Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento, o principal patrocinador do projeto, o arco custou 1,5 bilhão de euros.
"O início da colocação do arco sobre o reator 4 na usina nuclear de Chernobyl é o princípio do fim de uma luta de 30 anos com as consequências do desastre de 1986", disse o ministro do Ambiente ucraniano, Ostap Semerak.
O desastre
No dia 26 de abril de 1986, um teste malfeito na usina nuclear de Chernobyl desencadeou uma explosão que resultou num incêndio, numa série de explosões adicionais e num derretimento nuclear. As nuvens expelidas de material radioativo forçaram milhares de pessoas a abandonarem suas casas.
O desastre foi ocultado pelas autoridades do Kremlin durante semanas. Ao menos 30 pessoas morreram no local, mas o maior acidente causado pelo homem levou à morte a milhares de pessoas devido à radiação, que atingiu vastas áreas da zona ocidental da antiga União Soviética.
Na época, trabalhadores convocados em toda a ex-União Soviética para limpar e conter a disseminação de material radioativo construíram um bloco de cimento em volta do reator. Mas esta estrutura corre o risco de ruir.
A nova construção metálica deve impedir o vazamento de material radioativo pelos próximos 100 anos. Mais de 200 toneladas de urânio seguem no interior do reator destruído. Segundo o banco europeu, o arco é um dos projetos mais ambiciosos da história da engenharia.
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- 14/11/2016 - Reator Multipropósito só sai do papel com política de estado, diz técnicoFonte: Isto ÉFlávia Villela - Repórter da Agência Brasil
O dinheiro gasto com arenas de futebol para a Copa do Mundo poderia ter ajudado a concluir o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), um empreendimento ambicioso que pode tornar o Brasil autossuficiente na produção de substâncias utilizadas no tratamento e diagnóstico do câncer, na indústria, agricultura e no meio ambiente.
A afirmação é do coordenador técnico do empreendimento, José Augusto Perrotta, da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), do Ministério da Ciência e Tecnologia. Ele participou do 30º Congresso Brasileiro de Medicina Nuclear, que termina hoje em São Paulo.
O projeto está parado esperando US$ 150 milhões. O preço total do programa é de US$ 500 milhões. Até agora foram gastos R$ 75 milhões.
"É uma estrutura fundamental para o desenvolvimento nacional nas atividades do setor nuclear, nas áreas de aplicações sociais, estratégicas, industriais e desenvolvimento científico e tecnológico. Além disso, é um investimento que se paga em 20 anos”, disse.
O técnico nuclear propõe que o projeto seja abraçado por mais ministérios porque vai beneficiar diferentes áreas, como saúde, defesa e pesquisa e exige alto investimento. "Precisa ser um programa de Estado. Sabemos que temos dificuldade financeira, mas precisamos definir quais são as prioridades do país,” declarou.
Para o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear, Claudio Tinoco Mesquita, falta vontade política para concluir o empreendimento. "Estamos falando de uma especialidade médica que atende mais de 2 milhões de pessoas por ano. As chances de você ir a esses novos estádios de futebol são muito pequenas, mas as chances de, ao longo da minha vida, fazer procedimentos da medicina nuclear são muito reais”, disse.
"O problema do RMB é que ele não cabe em um mandato de presidente da República. As pessoas são muito imediatistas e não pensam que esse empreendimento pode sustentar a medicina nuclear brasileira nos próximos 20, 30 anos”. Hoje quase todos os radioisótopos utilizados na medicina nuclear são importados e os preços variam de acordo com a flutuação do dólar.
Projeto básico já está concluído
O empreendimento, que será construído em Iperó (SP), já tem projeto básico concluído e conta com licenças prévias junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Diretoria de Radioproteção e Segurança Nuclear da CNEN, além de outorga de água.
Já foram feitas três audiências públicas. No momento, está sendo desenvolvido o combustível nuclear para viabilizar a preparação do reator. Falta agora contratação do projeto detalhado do reator e dos sistemas nucleares. Perrota ressaltou que, caso sejam disponibilizados os recursos integrais para o projeto, ainda há chance de o empreendimento ficar pronto em 2022.
"Já são oito anos falando sobre o assunto, espero não passar mais oito anos falando a mesma coisa. Estou há 34 anos na CNEN, do Estado. O que temos visto ultimamente é que o governo não executa as ações do Estado. Estou há oito anos nesse projeto, já se passaram sete ministros, não sei quantas secretários-executivos e a cada recomeçar é preciso explicar o que existe e o problema não foi resolvido”, disse ele.
"É preciso mudar o modelo. Precisamos de um sistema que atenda ao estado e não para benefício de quem trabalha para o Estado”, salienta. Uma vez concluído, o empreendimento terá infraestrutura de pesquisa aberta à comunidade científica 24 horas por dia. Além de fornecer feixes de nêutrons para pesquisa científica, será usado em testes de irradiação de materiais e combustíveis utilizados em usinas nucleares geradoras de eletricidade e submarinos propulsados por reatores nucleares, por exemplo.
O reator também tem a missão de produzir radioisótopos e fontes radioativas para a saúde, indústria, agricultura e meio ambiente, substituindo importações e gerando exportações.
Reatores no Brasil
O reator nuclear do RMB terá 30 megawatts de potência. O Brasil possui quatro reatores nucleares de pesquisa em operação. O mais antigo, inaugurado em 1957, e de maior potência (5 megawatts) é do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), em São Paulo.
O Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear (CDTN) em Belo Horizonte possui um reator de 100 kilowatts e o Instituto de Engenharia Nuclear (IEN) no Rio de Janeiro, um de 500 watts, ambos construídos na década de 60. O quarto reator nuclear de pesquisa também no IPEN é uma instalação do tipo unidade crítica (100 watts) e foi construído na década de 80, já com tecnologia nacional, visando o desenvolvimento autônomo da tecnologia para reatores nucleares de potência.
Perrota lembrou que os reatores existentes no país não têm capacidade para garantir operação comercial ou características adequadas para uma pesquisa de alto nível.
Faltam pesquisa e pessoal
O diretor de produção do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), Jair Mengatti, ressaltou que outro problema urgente que o país enfrenta é a falta de pessoal capacitado e de pesquisa no ramo da medicina nuclear.
"Não acredito em milagre, hoje o maior capital que o país tem é o conhecimento. Sem isso, seremos importadores a vida inteira. Países hoje ricos investiram em pessoas, em pesquisa e desenvolvimento”, declarou. "Ou pensamos grande ou continuaremos sendo colônia”, afirmou.
O Ipen é principal fornecedor de material radioativo médico do país. Os funcionários já fizeram duas greves nos últimos dois anos por melhores salários e condições de trabalho. A maioria dos servidores está próxima da aposentadoria e não há previsão de concursos para reposição desse pessoal.
* A repórter participou do congresso a convite da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear
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- 10/11/2016 - Só 6% dos serviços de medicina nuclear são públicos, segundo dados da SBMNFonte: EBC - Agência Brasil
Pouco conhecida pela maioria da população, a medicina nuclear é hoje fundamental para o diagnóstico de vários tipos de cânceres e doenças do coração. Entretanto, somente 6,3% dos serviços dessa tecnologia no Sistema Único de Saúde (SUS) são públicos. Os dados são da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN) com base no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus). O tema foi abordado nesse sábado (12) durante o 2º Fórum dos Pacientes do 30º Congresso Brasileiro de Medicina Nuclear.
Segundo o presidente da SBMN, Claudio Tinoco Mesquita, os demais serviços são privados e também contratados pelo SUS. "Como a tabela do reembolso desses serviços não é reajustada desde 2009, muitos estão parando de atender. Já ouvi diretor de hospital dizer que medicina nuclear dá prejuízo”, disse Tinoco. "É muito injusto, porque quem produz é o governo e essa produção feita com alta tecnologia acaba servindo, sobretudo, ao setor privado”, completou.
A medicina nuclear utiliza quantidades mínimas de substâncias radioativas - os chamados radiofármacos - para obter imagens e oferecer tratamentos precisos para diversas doenças e, em alguns casos, seu uso pode ser decisivo na cura do paciente. Márcio Salmázio, de 48 anos, foi diagnosticado com câncer de próstata no início do ano. "A doença já estava avançada, estava com metástase nos gânglios linfáticos. Meu primeiro médico falou que nem iria me operar, que meu caso era apenas tratamento paliativo”, afirmou. Após trocar de médico, ele fez um exame conhecido como PSMA, que identificou que a metástase poderia ser revertida. "Fiz um exame há 15 dias e estou zerado.”
O exame não está incluído nem no SUS nem na saúde complementar e custa cerca de R$ 4.500. "Infelizmente, é um exame caro e poucas pessoas têm acesso a ele. Fico pensando quantas pessoas acabam morrendo porque não podem fazer esse exame, não recebem devido tratamento”, destacou Salmázio.
O câncer de próstata é o segundo mais frequente entre homens. De acordo com médica nuclear do Hospital Israelita Albert Einstein, Akemi Osawa, a nova tecnologia está revolucionando os paradigmas do diagnóstico e do tratamento. "Em algumas situações, o paciente está há anos achando que tem metástase no osso e quando fazemos o PSMA, não estava no osso. É um impacto avassalador. Torço para que essa tecnologia seja difundida a galope”.
A grande assimetria entre o acesso no serviço público e no privado foi também discutida no fórum. "Dos 150 milhões de usuários do SUS, temos 228 cintilografias cardíacas. E dos cerca de 51 milhões de usuários da saúde suplementar, temos 800 mil cintilografias cardíacas”, disse Tinoco. Para quem tem plano de saúde, o uso de cintilografia cardíaca está na faixa de 1.683 procedimentos para cada 100 mil habitantes, e, no SUS, ela cai para 150 para cada 100 mil habitantes.
Mais de 430 clínicas oferecem exames traçadores no país, e o número vem crescendo cerca de 5% anualmente. A este ritmo, o SUS só alcançará mesma taxa de utilização da saúde suplementar daqui a 50 anos, destacou o Tinoco.
A representante de o Instituto Vencer o Câncer, Rita de Cassia Domingues, disse que, mesmo na saúde suplementar, os pacientes têm encontrado muita dificuldade para marcar exames. "Muitas vezes o médico não solicita exames importantes porque o plano de saúde não paga. O rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde deveria ser um direcionamento e não um teto. Esta é a grande preocupação da sociedade civil organizada”, destacou. Os serviços de medicina nuclear estão concentrados nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul.
A representante da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale), Mariana Cavalcante, lembrou que o acesso a esse tipo de tecnologia é ainda pior nas regiões Norte e Nordeste. "Dos 40 centros que realizam PET (Tomografia por Emissão de Pósitrons), 14 ficam na Região Sul e 17 na Região Sudeste. Na Norte não tem nenhum centro que realiza o exame, segundo dados do SUS de 2015,” disse.
PET
O PET é um dos principais avanços da medicina nuclear e vem contribuindo para diminuir o número de cirurgias desnecessárias para a remoção do tumor e diminuindo gastos no SUS.
De setembro do ano passado a agosto deste ano, segundo o Datasus, nenhum PET foi feito na Região Norte e em vários estados, inclusive no Rio de Janeiro. Ao todo foram feitos 12 mil exames nesse período, menos 0,1 para cada 100 mil habitantes, bem abaixo de países vizinhos como o Uruguai e a Argentina. Na saúde suplementar, essa taxa é de 16 por 100 mil habitantes.
A Agência Nacional de Saúde prevê o uso do exame na saúde suplementar para apenas oito indicações de câncer. Em alguns países da Europa e nos Estados Unidos, a indicação passa de 50. No SUS, o exame só está autorizado para três tipos de doenças: linfoma, câncer de pulmão e câncer de cólon com metástase hepática. Além do PET, mais 52 procedimentos ambulatoriais são oferecidos gratuitamente no sistema público de saúde, além de 20 radiofármacos. Existem hoje cerca de 150 equipamentos de PET no Brasil.
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- 10/11/2016 - Estratégias de Aceitação Pública da Geração Elétrica NuclearFonte: Jornal CEIRI
Os países que embarcam em programas nucleares, geralmente têm fortes razões para fazê-lo, incluindo a falta de boas alternativas para satisfazer suas necessidades de geração de energia elétrica. Essas razões também podem incluir a confiança na segurança das usinas nucleares existentes e, particularmente, a confiança em que tecnologias ainda mais seguras estarão em operação em breve. Na maioria dos casos, quando a opinião pública compreender as razões subjacentes para adotar a geração elétrica nuclear, haverá apoio às decisões dos formuladores de políticas. Por isso que é tão importante para o público entender os esforços em curso para a melhoria do desempenho dos reatores; os progressos alcançados na segurança desde os acidentes de Three Miles Island e Chernobyl; e as medidas tomadas desde Fukushima para evitar ocorrências semelhantes no futuro.
Entretanto, os países apresentam níveis muito divergentes quanto à educação e conhecimento tecnológico de suas populações. Dessa forma, as estratégias de comunicação com o público sobre a energia nuclear deverão ser diferentes de país para país. Nas nações com setores nucleares bem estabelecidos, por exemplo, a indústria nuclear fornece empregos que as pessoas estão ansiosas que sejam mantidos e ampliados. As pessoas profissionalmente ligadas à indústria nuclear podem explicar os benefícios da tecnologia para outros dentro de seus ambientes sociais e fazer uma grande diferença na aceitação do público. Nos países menos desenvolvidos, a situação pode ser bem diferente. É necessário certo nível de educação para entender as características da tecnologia e segurança nuclear. Dessa forma, a comunicação com o público nos países cujas populações têm menor nível de instrução deve se concentrar nos recursos energéticos locais e sua incapacidade de fornecer eletricidade suficiente para efetivas melhorias na qualidade de vida. Se o público percebe que a qualidade de vida não pode avançar sem a energia nuclear, as pessoas vão apoiá-la, mesmo que um acidente possa vir a acontecer, da mesma maneira que, apesar de quedas de aeronaves não sejam completamente evitáveis, as pessoas viajam por via aérea porque apenas aviões pode fornecer transporte rápido e confortável à longa distância.
Os países que buscam a energia nuclear como forma de atingir suas metas de desenvolvimento econômico e social devem partilhar seus processos de tomada de decisão com outros países em situações semelhantes. Enquanto isso, os órgãos reguladores nucleares devem ser transparentes em suas interações com o público. Estas agências são a interface entre a indústria nuclear e a população. Elas devem demonstrar de forma consistente a sua independência e sua capacidade de fiscalizar e controlar a energia nuclear de forma adequada.
Mesmo que alguns países estejam abandonando a geração elétrica nuclear, como a Alemanha está fazendo (sem, porém, abandonar as armas nucleares da OTAN que permanecem em seu território e estão sendo modernizadas), o número de nações que operam usinas é crescente (Belarus e Emirados Árabes Unidos são exemplos recentes), assim como o número total de reatores em funcionamento no mundo (436 ao fim de 2014, 439 ao fim dos 2015, mais 7 até agosto de 2016). Isto ocorre simplesmente porque muitos outros países visualizam a nucleoeletricidade como um componente necessário ao seu futuro mix de energia elétrica, garantindo geração de base com segurança de abastecimento sem emitir gases de efeito estufa, contribuindo simultaneamente para a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, e com mínima "pegada ecológica” em termos de área ocupada e uso de recursos naturais, minimizando, assim, também os impactos ambientais.
Fonte Consultada:
Avaliação de Leonam dos Santos Guimarães: Doutor em Engenharia; Diretor de Planejamento, Gestão e Meio Ambiente da Eletrobrás Eletronuclear; membro do Grupo Permanente de Assessoria do Diretor-Geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
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- 10/11/2016 - Pós-doutorado em Eletrocerâmicas com Bolsa da FAPESPO candidato selecionado participará da pesquisa "Estudos de sinterização assistida por campo elétrico em eletrocerâmicas"; prazo de inscrição encerra em 15 de novembro
O candidato selecionado participará da pesquisa "Estudos de sinterização assistida por campo elétrico em eletrocerâmicas"; prazo de inscrição encerra em 15 de novembro
Fonte: Agência FAPESP
O Centro de Ciência e Tecnologia de Materiais do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) da Universidade de São Paulo (USP) oferece uma oportunidade de pós-doutorado em Engenharia de Materiais e Metalúrgica com Bolsa da FAPESP. As inscrições encerram-se em 15 de novembro.
Esse Centro do Ipen integra o Centro de Materiais Funcionais (CDMF), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) apoiados pela Fundação. O candidato selecionado participará da pesquisa "Estudos de sinterização assistida por campo elétrico em eletrocerâmicas".
Entre as atividades previstas para serem desenvolvidas pelo bolsista estão experimentos de sinterização por flash, análise de fases estruturais por difração de raios X, análise microestrutural por microscopia eletrônica de varredura e microscopia de varredura por sonda e análise de fenômenos de transporte por espectroscopia de impedância eletroquímica.
Os experimentos de sinterização por flash serão feitos em dispositivo montado nos laboratórios do Ipen. Os experimentos visam coletar dados para a modelagem e proposição de mecanismos para explicar o fenômeno de sinterização por flash, que possibilita obter corpos cerâmicos densos com tamanho de grão nanométrico, a temperaturas menores que as aplicadas em sinterização convencional.
A bolsa terá duração de 12 meses, podendo ser prorrogada.
Os candidatos devem enviar curriculum vitae destacando habilidades na operação e interpretação de resultados em espectroscopia de impedância eletroquímica de sólidos e sinterização, com no máximo cinco páginas, e duas cartas de recomendação de ex-supervisores, para o pesquisador principal do projeto, Reginaldo Muccillo (muccillo@usp.br). Mais informações podem ser solicitadas por meio desse endereço de e-mail.
A oportunidade está publicada no endereço www.fapesp.br/oportunidades/1276.
O selecionado receberá bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP no valor de R$ 6.819,30 mensais e Reserva Técnica. A Reserva Técnica da bolsa de PD equivale a 15% do valor anual da bolsa e tem o objetivo de atender a despesas imprevistas e diretamente relacionadas à atividade de pesquisa.
Caso o bolsista resida em domicílio diferente e precise se mudar para a cidade onde se localiza a instituição-sede da pesquisa, poderá ter direito a um Auxílio-Instalação, composto por uma mensalidade adicional e despesas de transporte, quando houver deslocamento por distância superior a 350 quilômetros. Esse benefício precisa ser aprovado pela FAPESP.
Mais informações sobre a bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP estão disponíveis em fapesp.br/bolsas/pd.
Outras vagas de bolsas de Pós-Doutorado, em diversas áreas do conhecimento, estão no site FAPESP-Oportunidades.
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- 07/11/2016 - China começa a construir seu primeiro reator nuclear flutuanteFonte: UOLA China começou a construir seu primeiro reator nuclear flutuante e pretende lançá-lo de sua costa até o fim da década.
O reator, de 200 megawatts, vai ajudar a fornecer energia para instalações chinesas em mar aberto e em ilhas, disse a estatal China General Nuclear Power Group (CGN), acrescentando que o fornecimento de energia offshore é uma questão que a China tem de superar para se tornar uma potência naval.
A CGN afirmou que iniciou a construção do reator ACPR50S e que vai adquirir junto à da Dongfang Electric o reservatório de pressão da unidade, que cerca o núcleo do reator.
O projeto ACPR50S foi aprovado mais cedo neste ano pela Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, órgão estatal de planejamento econômico da China, junto com planos para o reator flutuante ACP100S, da China National Nuclear Corp, e uma proposta da China Shipbuilding Industry Corp para transformar uma unidade militar nuclear offshore em uma estação de energia flutuante para uso civil.
Em julho, a mídia estatal chinesa disse que o país pretende inaugurar uma série de plataformas offshore de energia nuclear para promover o desenvolvimento no Mar do Sul da China, logo após um tribunal internacional determinar que Pequim não tinha direito histórico sobre a maior parte das águas da região.
A soberania sobre o Mar do Sul da China é disputada pela China, pelas Filipinas, Vietnã, Malásia, Brunei e Taiwan, e qualquer manobra para construir reatores nucleares poderá aumentar a tensão na região.
Os reatores flutuantes foram primeiramente propostos nos Estados Unidos em 1970, mas a ideia foi abandonada. A primeira demonstração da tecnologia deve ser lançada no próximo ano na Rússia.
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- 07/11/2016 - Projeto da Agência Internacional de Energia Atômica reúne representantes de 15 países na PUC-Rio para estudar a poluição na Baía de SepetibaReunião inaugural será de 14 a 18 de novembro com participação de pesquisadores do Departamento de Química do CTC/PUC-Rio
Reunião inaugural será de 14 a 18 de novembro com participação de pesquisadores do Departamento de Química do CTC/PUC-Rio
Fonte: SEGSO Departamento de Química do Centro Técnico Científico da PUC-Rio (CTC/PUC-Rio) promove de 14 a 18 de novembro a primeira reunião do projeto de pesquisa "Study of Temporal Trends of Pollution in Selected Coastal Areas by the Application of Isotopes and Nuclear Tools”, coordenado pela Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA). Especialistas em técnica de datação, de 15 países diferentes, irão estudar o histórico da poluição na Baía de Sepetiba, no Rio de Janeiro, a partir de seus sedimentos. A proposta da IAEA com este projeto é, ao final de três anos, reunir as diferentes visões a respeito deste tema e, com isso, unificar os procedimentos em um único manual em inglês, que será referência para os pesquisadores do mundo todo e que venham a estudar o assunto futuramente.
A PUC-Rio é a representante brasileira no projeto principalmente por sua experiência pioneira de 30 anos no uso do Chumbo 2010 para estudo da poluição em sedimentos de diferentes baías brasileiras, como Baía de Guanabara, Norte-Fluminense, Sepetiba, Amazônica e outros locais como Angra dos Reis e Pantanal. "O sedimento é considerado uma espécie de arquivo da poluição na região. Para fazer uma reconstituição histórica da poluição, é preciso converter profundidade em tempo, a chamada técnica de datação. A datação com o radioisótopo Chumbo 210 é a mais indicada e há vantagem de ser um componente natural. Como ele vai decaindo com o tempo e a profundidade, sua variação nos permite fazer este histórico. Esta será a técnica que vamos debater ao longo da semana”, explica o Prof. José Marcus Godoy, diretor do Departamento de Química do CTC/PUC-Rio e coordenador do grupo PUC-Rio, que conta também com os professores Renato Carreira, Ângela Wagener e o aluno de doutorado em Química, Rodrigo Araújo Gonçalves.
"Precisamos ter diferentes testemunhos em diferentes locais do mundo e verificar se estes procedimentos darão o mesmo resultado. Alguns métodos não serão aplicáveis a todos os tipos de sedimentos e isso, em si, acaba sendo um resultado: o método X é aplicável para tal tipo de sedimento, para outro não é”, explica Godoy. O projeto segue até 2019, com previsão de quatro reuniões neste período e é coordenado pelo Laboratório de Estudos Marinhos da IAEA, em Mônaco.
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- 07/11/2016 - As vantagens sustentáveis dos plásticos serão abordadas no Congresso Brasiltec/Viniltec 2016O Instituto Brasileiro do PVC e a Plastivida, patrocinadores do evento, apresentarão aplicações nas quais os plásticos têm vantagens sustentáveis.
O Instituto Brasileiro do PVC e a Plastivida, patrocinadores do evento, apresentarão aplicações nas quais os plásticos têm vantagens sustentáveis.
Fonte: Instituto Brasileiro do PVC
O Instituto Brasileiro do PVC e a Plastivida são patrocinadores do Congresso Brasiltec/Viniltec 2016, promovido pela Society of Plastics Engineers - Seção Brasil – SPE, com foco na transformação de materiais plásticos, do ponto de vista do cenário atual da competitividade dessa indústria. O evento será realizado nos dias 8 e 9 de novembro, no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN-CNEN/SP), na Cidade Universitária, em São Paulo.
O Congresso contará com a palestra de Miguel Bahiense, presidente do Instituto Brasileiro do PVC e da Plastivida, que apresentará o primeiro estudo brasileiro de ecoeficiência de um produto de PVC no Brasil: "Análise de Ecoeficiência de Janelas”. Realizado em parceria com a Fundação Espaço ECO®, o estudo evidenciou que a janela de PVC é mais ecoeficiente que a janela de alumínio, apresentando melhor desempenho ambiental em 10 das 11 categorias analisadas.
"Eventos como este são importantes para atualizar e levar novos conhecimentos para os participantes sobre o que está sendo realizado no Brasil em relação aos plásticos, nas questões técnicas, em aplicações e com destaque para a sustentabilidade”, afirma Miguel Bahiense.
Para saber mais e se inscrever no Congresso Brasiltec/Viniltec acesse: http://www.spebrasil.org.br/.
Sobre o Instituto Brasileiro do PVC – O Instituto Brasileiro do PVC é uma associação de classe que existe para reunir e promover conhecimento técnico-científico sobre o PVC, com a crença de que através da sua versatilidade podemos oferecer soluções sustentáveis para a saúde, habitação e bem-estar da sociedade. Desta forma buscamos disseminar a correta percepção da sustentabilidade do PVC na sociedade. Para mais informações: www.pvc.org.br
Sobre a Plastivida – A Plastivida é o instituto socioambiental dos plásticos e atua de maneira colaborativa, por meio da educação ambiental, para disseminar informações precisas e científicas sobre os plásticos - suas propriedades, aplicações, reciclabilidade, além do uso responsável e descarte adequado - a fim de contribuir com o desenvolvimento social e ambiental. Para mais informações: www.plastivida.org.br
Informações à imprensa
M.Free Comunicação
Roberta Provatti, Cristiane Peixoto
(11) 3171-2024 R. 2
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- 05/11/2016 - Tratamento de radioterapia será suspenso na Santa Casa de SorocabaTransporte de pastilha radioativa de Santos precisa de autorização especial. Previsão é que o trabalho seja concluído até o mês de janeiro.
Transporte de pastilha radioativa de Santos precisa de autorização especial. Previsão é que o trabalho seja concluído até o mês de janeiro.
Fonte: G1
Do G1 Sorocaba e Jundiaí
Pacientes com câncer que fazem tratamento de radioterapia na Santa Casa de Sorocaba (SP) terão que viajar a outras cidades para continuar as sessões até que uma pastilha de cobalto seja trocada no único aparelho existente na cidade. A previsão é de que o trabalho comece na próxima semana e seja concluído até janeiro de 2017.
Durante o período, as 48 cidades da região, que somam mais de dois milhões de habitantes, vão ficar sem atendimento de radioterapia pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A pastilha contém material radioativo e precisa de uma autorização especial para ser transportada, a fim de evitar qualquer tipo de contaminação durante o trajeto.
A retirada é considerada uma operação de alto risco. O material, do tamanho de um comprimido, custa R$ 1,5 milhão e o hospital não precisará desembolsar nada, pois ganhou o material do Hospital Beneficiência Portuguesa, de Santos (SP). "Tem todo um processo burocrático que a Comissão Nacional de Energia Nuclear nos autoriza depois que todo o planejamento for feito", explica o gestor da Santa Casa, José Luiz Pimentel.
O transporte não pode ser feito durante o dia, por exemplo, e a pastilha é armazenada de maneira especial para não emitir radiação. Por conta da substituição, desde outubro os novos pacientes já são encaminhados para hospitais referência nas regiões de Campinas (SP) e São Paulo (SP). Os demais pacientes vão terminar o tratamento nos próximos dias, quando o aparelho será desligado.
Equipamento novo
A partir de 2017 a Santa Casa deve contar com um equipamento mais moderno de radioterapia, instalado em uma casamata que está sendo construída desde junho deste ano. O investimento tem custo total de R$ 5 milhões, verba liberada pelo Ministério da Saúde. O acelerador linear terá capacidade para atender até 500 pacientes por mês.
A previsão inicial era de que a casamata fosse entregue em fevereiro, mas deve ocorrer um atraso de até três meses, sem contar a instalação do equipamento. Pimentel acredita que a nova unidade entre em funcionamento a partir de agosto do próximo ano. "Além da implantação, a gente tem que fazer todo o treinamento do pessoal envolvido no atendimento porque é um equipamento novo. Então, a gente acredita que vai levar mais um mês", finaliza.
Construção da casamata deve atrasar três meses (Foto: Reprodução/TV TEM) -
- 04/11/2016 - SBQ se manifesta contra proposta de reestruturação do MCTICO presidente da Sociedade Brasileira de Química, Aldo José Gorgatti Zarbin, envia carta ao ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, se manifestando contra a proposta de reestruturação do MCTIC
O presidente da Sociedade Brasileira de Química, Aldo José Gorgatti Zarbin, envia carta ao ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, se manifestando contra a proposta de reestruturação do MCTIC
Fonte: Jornal da CiênciaNa carta, Zarbin afirma que na proposta de reestruturação "transformar alguns dos órgãos mais importantes e representativos da CT&I brasileira em apêndices, em uma estrutura hierárquica de um Ministério volumoso como o MCTIC, sinaliza a importância que o novo governo pretende dar à CT&I do Brasil, rebaixando-a a condição aquém de coadjuvante”.
Veja a carta na íntegra: https://goo.gl/kx2brW -
- 03/11/2016 - Ciência e tecnologia no Brasil, desafios inadiáveisÉ absolutamente fundamental manter e ampliar o investimento público nessa área
É absolutamente fundamental manter e ampliar o investimento público nessa área
Fonte: O Estado de S. Paulo
Fernanda de Negri*
A produção científica é chave para a prosperidade econômica. A produção científica brasileira cresceu de forma expressiva nos últimos 20 anos. O número de artigos publicados por milhão de habitantes passou de pouco mais de 20 para 182 desde o início dos anos 1990, superando a média mundial, que atualmente está perto de 170 artigos por milhão de habitantes.O Brasil tem algumas universidades relativamente em boa posição nos rankings mundiais e uma produção científica relevante, embora especializada em áreas de conhecimento diferentes do resto do mundo. Em contrapartida, temos um ambiente institucional incapaz de promover o pleno desenvolvimento da ciência brasileira e seu melhor aproveitamento como fonte de progresso econômico e social.
O impacto social e econômico da ciência brasileira ainda é muito baixo. Isso pode ser reflexo, por um lado, de um descolamento entre as pesquisas científicas e os grandes desafios econômicos e sociais do País; e por outro, mesmo quando esse impacto existe e é relevante, parece não ser percebido pela sociedade e pelos responsáveis pela formulação das políticas públicas, o que acaba reduzindo o poder de barganha da ciência na disputa orçamentária.
E por que razão a pesquisa científica parece estar descolada dos grandes desafios do País? As explicações passam, em primeiro lugar, por um sistema de financiamento público pouco eficiente, nem sempre orientado para resultados e sem mecanismos e métricas de avaliação.
Uma das grandes diferenças entre os investimentos públicos em ciência e tecnologia (C&T) em países como os EUA e no Brasil é uma forte orientação dos primeiros para o desenvolvimento de soluções para os grandes desafios do país. Não por acaso, a maior parte desses investimentos, no caso americano, são realizados pelos Departamentos de Defesa, de Saúde e de Energia. Naquele país, o sistema público de financiamento age como um poderoso sinalizador de prioridades e consegue induzir uma produção científica mais aderente aos grandes desafios do país. Esses desafios são formulados a partir do debate com a própria comunidade científica, o que lhes dá um caráter de estabilidade e consistência ao longo do tempo.
Já no caso brasileiro o sistema de financiamento da ciência é mais generalista, tem pouco foco e não tem sido capaz de desafiar a comunidade científica a obter resultados desejáveis para o País. Os próprios mecanismos legais pelos quais o setor público pode fazer investimentos em C&T são muito restritos e pouco diversificados. Enquanto parte significativa dos investimentos públicos norte-americanos em C&T é feita pela contratação de pesquisa e desenvolvimento (P&D), o único instrumento existente no Brasil é a subvenção a pesquisadores. Isso limita a capacidade do setor público de contratar pesquisas para desenvolver soluções específicas, tais como satélites ou medicamentos. Os pesquisadores brasileiros, portanto, apenas respondem aos incentivos de um sistema de financiamento à pesquisa que não define prioridades nem busca impactos econômicos e sociais.
Em segundo lugar, mas não menos importante na explicação desse descolamento, vem um arcabouço legal e institucional que não provê os incentivos adequados para maior integração da ciência com a sociedade. Recentemente, realizou-se no Instituto de Pesquisa de Economia Aplicada (Ipea) amplo e inédito diagnóstico sobre as condições das instalações de pesquisa – laboratórios e outras infraestruturas – no Brasil (os principais resultados desse diagnóstico estão publicados em De Negri, F. e Squeff, F. H. S.Sistemas Setoriais de Inovação e Infraestrutura de Pesquisa no Brasil. Ipea, Brasília: 2016). Esse levantamento evidencia que a maior parte do nosso sistema de C&T é público e voltado primordialmente para o ensino.
Isso significa, entre outras coisas, que esse sistema é sujeito a uma série de restrições institucionais, que começam pelas limitações impostas a professores para trabalharem para outros agentes desenvolvendo inovações ou pesquisas sob demanda. Apesar de alguns avanços do chamado novo código de C&T (Lei 13.243, de 2016), as limitações ao exercício de outras atividades ainda são grandes, o que reduz os incentivos para que os pesquisadores brasileiros se aproximem da sociedade e de seus problemas. Ao contrário, os incentivos existentes valorizam o isolamento do pesquisador e da universidade, contribuindo para torná-la ainda mais distante das questões reais do desenvolvimento nacional.
Além disso, existe a bem conhecida burocracia das legislações de compras e de contratações inerentes ao setor público. Essas restrições burocráticas e institucionais representam um entrave significativo e reduzem a eficiência da pesquisa realizada nas instituições públicas. Isso, por conseguinte, reforça um processo de seleção adversa em que pesquisadores de destaque procuram outras colocações, principalmente fora do País, já que há poucas opções de pesquisa no setor privado brasileiro. Recentemente tiveram ampla repercussão as declarações da neurocientista brasileira Suzana Herculano-Houzel, que aponta o engessamento e o regime de incentivos da universidade brasileira como uma das principais causas da sua saída do Brasil.
Esses dois elementos, um sistema público de financiamento pouco orientado para resultados e um arcabouço institucional engessado e com escassos incentivos, são os fatores fundamentais, a meu ver, para explicar o pouco impacto econômico e social da ciência brasileira. A solução para esses problemas não serão encontradas, contudo, com a redução dos investimentos públicos em C&T. O investimento privado não é e não será, em nenhum lugar do mundo, substituto do suporte público nessa área. É preciso repensar a forma de investir em ciência e tecnologia no Brasil, mas é absolutamente fundamental manter e ampliar os níveis de investimento público na área.
FERNANDADE NEGRI ÉDIRETORA DE ESTUDOS E POLÍTICAS SETORIAIS, DE INOVAÇÃO, REGULAÇÃO E INFRAESTRUTURA DO IPEA
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- 01/11/2016 - Alimentos e objetos cotidianos emitem radiaçãoFonte: Diário da Saúde
Os abacates emitem 0,16 µGy/hr de radiação gama, quase o mesmo nível dos tijolos.
[Imagem:NCSU/arsheffield]
Traços de radiaçãoA norma é acreditar que todos os materiais radioativos são perigosos, se não mortais.
Então, você se assustaria em saber que alguns dos seus alimentos preferidos, ou mesmo os tijolos da sua casa, emitem radiação?
De fato, nós interagimos com materiais radioativos todos os dias. Ocorre que essa radiação não tem uma intensidade suficiente para nos causar mal.
"Nós fizemos este estudo porque compreender quanta radiação é emitida pelos itens domésticos comuns ajuda a colocar as leituras de radiação no contexto - ele coloca as coisas em perspectiva," disse o professor Robert Hayes, da Universidade do Estado da Carolina do Norte (EUA), que fez as medições em colaboração com seu colega Richard Milvenan.
"Se as pessoas entenderem o que significam os níveis de radiação-traço, esse entendimento pode ajudar a evitar o pânico," acrescentou.
Radiação nos objetos do dia a dia
A dupla usou um medidor de radiação gama portátil para medir a radiação emitida dentro de uma casa habitada normalmente. A radiação foi medida em micrograys por hora (µGy/hr) - o gray representa a quantidade de energia de radiação ionizante absorvida por unidade de massa.
Os abacates, por exemplo, emitem 0,16 µGy/hr de radiação gama - ligeiramente menos do que os 0,17 µGy/hr emitidos por uma banana. Tijolos liberam 0,15 µGy/hr, enquanto detectores de fumaça (com seus componentes feitos do elemento radioativo amerício devidamente protegidos) liberam 0,16 µGy/hr.
A título de comparação, o minério de urânio natural medido pelos pesquisadores emitia 1,57 µGy/hr.
Limite de exposição à radiação
"Se você está surpreso que sua fruta está emitindo radiação gama, não entre em pânico," diz Hayes. "O nível de regulamentação para os trabalhadores - que é seguro - é a exposição a 50.000 µGy por ano."
Considerando que vivemos o tempo todo junto a esses "elementos radioativos", quase todos emitindo uma média de 0,15 µGy/hr, e que o ano tem 8.760 horas, absorvemos pouco mais de 1.300 µGy/ano.
Os resultados foram publicados na revista Health Physics.
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- 27/10/2016 - Pesquisadores identificam marcador do Antropoceno no Atlântico SulFonte: Agência FAPESPOs Estados Unidos e a antiga União Soviética conduziram, entre 1945 e 1963, centenas de testes nucleares em terra, ar e mar, para testar e ampliar o seu arsenal nuclear. Os elementos radioativos forjados nas explosões, ao serem ejetados à estratosfera, depositaram-se em toda a superfície. Em 1963, as duas superpotências assinaram um tratado banindo os testes nucleares de superfície, mantendo apenas aqueles subterrâneos, que confinariam a radiação no subsolo.
Mas se o banimento dos testes feitos durante a Guerra Fria eliminou a possibilidade de futuras contaminações, não havia como eliminar os efeitos dos testes nucleares realizados até o momento da assinatura do tratado. Seus elementos radioativos permanecem.
Ao longo de mais de uma década, pesquisadores do Instituto de Oceanografia da Universidade de São Paulo (IO-USP), em conjunto com colegas do Pará, Pernambuco, Paraná e Uruguai, coletaram em diferentes sistemas estuarinos amostras de sedimentos. Um dos autores da pesquisa no IO-USP foi Rubens Cesar Lopes Figueira, que contou com apoio da FAPESP desde o início - em quatro projetos, com início em 2007, 2009, 2011 e 2014.
Foram feitas coletas na bacia do rio Caeté (Pará), na foz do rio Capibaribe (Pernambuco), no estuário de Caravelas (Bahia), nos sistemas Santos-São Vicente e Cananeia-Iguape (São Paulo), na bacia do Paranaguá (Paraná) e no estuário do rio da Prata (Uruguai).
Ao estudar a composição das amostras, os cientistas detectaram um dado comum: radionuclídeos (traços) do elemento químico césio, na forma do isótopo radioativo césio-137. Radionuclídeos são elementos que emitem vários tipos de partículas e que eventualmente se tornam estáveis.
Usado em radioterapias, o césio-137 é o mesmo do maior acidente radioativo ocorrido no Brasil, em 1987, em Goiânia. Mas a única fonte desse radionuclídeo artificial no Atlântico Sul até a década de 1960 resulta dos testes norte-americanos e soviéticos, destacam os autores em artigo publicado na revista Anthropocene.
Segundo os pesquisadores, a presença de radionuclídeos em matrizes ambientais é uma ferramenta importante para estudos oceanográficos, uma vez que esses elementos químicos registram processos em escalas espaciais e temporais de acordo com seus níveis e distribuição nos sedimentos.
"No caso do césio-137 dos estuários, foram coletadas mais de 30 amostras de coluna de lama na forma de cilindros com 1 a 2 metros de comprimento, que chamamos de testemunhos”, disse Figueira.
Os testemunhos foram divididos em fatias com cerca de 2 centímetros, de acordo com o momento em que cada camada de sedimento foi depositada, as mais novas no topo. Com isso, foi possível estabelecer uma escala de tempo e saber em quais proporções o césio-137 - forjado nas explosões termonucleares americanas e soviéticas, alçado à estratosfera e transportado pelas correntes de ar - foi depositado no litoral sul-americano.
Os pesquisadores também conseguiram identificar com precisão nas amostras de lama coletadas o momento em que o césio-137 foi depositado no hemisfério Sul. Suas quantidades começam a ser perceptíveis a partir de 1954, com o início dos testes das bombas termonucleares de hidrogênio, milhares de vezes mais potentes que as bombas atômicas que destruíram Hiroshima e Nagasaki.
"As proporções de césio-137 se acentuaram ano a ano de 1954 até 1963, quando atingiram o pico. Em seguida, devido ao banimento dos testes, declinaram subitamente”, disse Figueira.
Passagem de era geológica
Segundo outro autor do estudo, o doutorando Paulo Alves de Lima Ferreira, colaborador do Laboratório de Química Inorgânica Marinha do IO-USP, embora o césio das explosões tenha sido detectado em todas as amostras, ainda assim o foi em quantidades muito menos significativas do que aquelas detectadas em testemunhos no hemisfério Norte, onde os testes nucleares foram realizados.
"A descoberta desse novo marcador ambiental de césio-137 é um exemplo do trabalho que desenvolvemos. Nosso trabalho consiste em achar marcadores químicos dos mais diversos tipos para estudar os efeitos da era industrial, ou seja, os últimos 250 anos”, disse.
Para estudar esses efeitos está a importância da detecção feita pelos pesquisadores: a possibilidade de o isótopo radioativo ser utilizado como marcador na geologia do Atlântico Sul.
Esse marcador, chamado de modelo estratigráfico, poderá validar a passagem do Holoceno ao Antropoceno - termo cunhado em 2000 pelo químico holandês Paul Cruitzen, ganhador do Nobel de Química, para definir a época geológica atual, dominada pelo homem, e que, segundo Cruitzen, seria fundamentalmente diferente de todas as anteriores.
Desde então, pesquisadores têm discutido o ideia e a Comissão Internacional de Estratigrafia (ICS), organismo responsável pela padronização da geocronologia mundial, passou a procurar marcadores que possam definir na geologia o momento em que teria se iniciado o Antropoceno.
Descobrir o momento é uma condição necessária para que a ICS possa um dia proclamar o término do Holoceno, a época atual, iniciada há 11.700 mil anos com o fim da mais recente Idade do Gelo, e inaugurar oficialmente o Antropoceno.
O artigo Using a cesium-137 (137Cs) sedimentary fallout record in the South Atlantic Ocean as a supporting tool for defining the Anthropocene, de Paulo Alves de Lima Ferreira, Rubens Cesar Lopes Figueira e outros, pode ser lido em http://dx.doi.org/doi:10.1016/j.ancene.2016.06.002.