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- 24/05/2017 - Nova tecnologia separa CO2 de misturas gasosasBaseada em membranas cerâmicas compósitas, solução promete ser mais eficiente do que as disponíveis hoje para essa finalidade. Estudo foi feito por cientistas do IPEN e da Universidade de Aveiro
Baseada em membranas cerâmicas compósitas, solução promete ser mais eficiente do que as disponíveis hoje para essa finalidade. Estudo foi feito por cientistas do IPEN e da Universidade de Aveiro
Elton Alisson
A procura por novas tecnologias para captura e armazenamento de dióxido de carbono (CO2) tem aumentado em razão da preocupação cada vez maior em reduzir os impactos climáticos causados pelo aumento da concentração desse gás de efeito estufa na atmosfera.
Uma tecnologia desenvolvida por pesquisadores do Centro de Ciência e Tecnologia dos Materiais do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em colaboração com colegas da Universidade de Aveiro, de Portugal, é baseada em membranas cerâmicas compósitas (feitas por meio da combinação de materiais diferentes). E promete ser mais eficiente do que as soluções disponíveis hoje para separar CO2 de misturas gasosas.
O projeto é realizado no âmbito do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) – um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) apoiado pela FAPESP.
"Essencialmente, o que temos tentado desenvolver é um sistema que consiga separar o CO2 de misturas gasosas – como a fumaça que sai da chaminé de uma indústria e que emite dióxido de carbono como poluente, por exemplo – ou que pode ser resultado da queima de um combustível, como o gás natural”, disse Fernando Manuel Bico Marques, professor do Departamento de Engenharia de Materiais e Cerâmica da Universidade de Aveiro e um dos pesquisadores participantes do projeto, à Agência FAPESP.
De acordo com Marques – que está no Brasil para desenvolver parte da pesquisa no Ipen com auxílio da FAPESP –, as tecnologias disponíveis para separação de CO2 se baseiam no uso de solventes para absorção, de adsorventes sólidos (superfícies de adesão de moléculas de um fluido) como separadores sólidos e membranas.
Dentre essas tecnologias, as membranas eletroquímicas de separação têm despontado como uma alternativa promissora para essa finalidade porque, entre outras vantagens, consomem menos energia e são escalonáveis.
O problema das membranas de separação existentes atualmente – compostas por materiais inorgânicos, orgânicos (como polímeros) ou a combinação dessas duas classes de materiais –, contudo, é que não conseguem selecionar totalmente CO2 de misturas gasosas e operar em altas temperaturas, acima dos 400 ºC, por exemplo.
"Não é trivial separar CO2 de uma mistura gasosa, como a proveniente da queima do gás natural, cuja temperatura pode atingir 1.000 ºC e que, além de CO2, também tem monóxido de carbono, óxidos de enxofre, vapor d’água e uma série de outras moléculas com tamanhos diferentes”, disse Marques.
"Por isso, os sistemas de membrana de separação precisam ter alta seletividade e ser capazes de operar em altas temperaturas”, afirmou.
A fim de superar essas barreiras, os pesquisadores pretendem desenvolver membranas compósitas para separação seletiva de CO2 a altas temperaturas por meio da combinação de eletrólitos (soluções que permitem a passagem de elétrons) de pilhas a combustível à base de óxido de cério e de carbonatos alcalinos fundidos.
Nesse sistema, baseado em fenômenos eletroquímicos, os eletrólitos à base de óxido de cério exercem a função de condutores de íons óxido, enquanto os de carbonatos alcalinos fundidos desempenham o papel de condutores de íons carbonatos.
Ao atravessar a membrana cerâmica, as moléculas de CO2 presentes em uma mistura gasosa combinam-se com os íons óxidos e formam CO32− (íons carbonatos).
Os íons carbonatos são transportados pelos carbonatos alcalinos fundidos ao longo da membrana, até ao lado oposto, onde se decompõem e liberam CO2.
Os íons óxidos retornam, então, às suas posições de origem na membrana para se combinarem com novas moléculas de CO2 e reiniciarem um novo ciclo do processo de separação do composto de misturas gasosas.
"O grande desafio para a produção dessas membranas de separação seletiva de CO2 a altas temperaturas é o de combinar esses dois materiais – óxidos de cério e carbonatos alcalinos fundidos – em uma microestrutura compósita adequada para garantir que o sistema tenha o máximo de eficiência”, explicou Marques.
Aplicação industrial
Segundo o pesquisador, a demonstração do conceito das membranas cerâmicas compósitas para separação seletiva de CO2 já foi feita. Agora, o que se pretende é aprimorar os níveis de eficiência desse sistema a fim de torná-lo interessante para aplicações industriais.
"Na área de membranas a referência de um sistema com alta eficiência na separação de CO2 é de um mililitro por centímetro quadrado por minuto. E já atingimos aproximadamente 60% desse número”, disse.
O custo dessa tecnologia em comparação com as existentes poderá ser muito competitivo, em razão de os materiais que utiliza – os óxidos sólidos e os carbonatos fundidos – já serem muito conhecidos e amplamente utilizados, estima Marques.
Os carbonatos são muito baratos e a quantidade de óxido de cério utilizada é bastante pequena. "Além do baixo custo dos materiais envolvidos, esse sistema pode funcionar por muitos anos, sem a necessidade de manutenção”, disse.
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- 23/05/2017 - Construção do submarino nuclear em Aramar é afetada pela criseFonte: Jornal Cruzeiro do Sul
A crise brasileira atingiu o Centro Experimental Aramar (CEA), complexo de pesquisas da Marinha do Brasil localizado em Iperó, na Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), onde a Força desenvolve o projeto de construção do primeiro submarino nuclear do País. A avaliação é feita com exclusividade ao Cruzeiro do Sul pela Marinha por meio do contra-almirante Flávio Augusto Viana Rocha, diretor do Centro de Comunicação Social (CCS) da Força em Brasília, em entrevista por e-mail.
Prevista desde o início do projeto em 1979, uma das etapas mais importantes é a instalação do reator nuclear que compõe o Laboratório de Geração Nucleoelétrica (Labgene) em Aramar. Em 27 de fevereiro de 2015, a Marinha trabalhava com a expectativa de que para o reator ficar pronto faltava, basicamente, o comissionamento do Labgene, cujo início estava previsto para julho de 2017 e que, ainda, requeria o investimento de cerca de R$ 450 milhões.
Essas previsões para o reator, no entanto, não se concretizaram, segundo informação de Viana Rocha. O termo "comissionamento" refere-se aos testes de operação dos diversos sistemas que compõem o Labgene, após suas respectivas montagens eletromecânicas.
Na avaliação de Viana Rocha, "as dificuldades econômicas enfrentadas pelo País impactaram os investimentos no Programa Nuclear da Marinha (PNM) em 2015 e 2016." O PNM inclui Aramar. O militar acrescenta que diversas atividades que concorrem para o término da implantação e o início do comissionamento do Labgene tiveram que ser reprogramadas. Em virtude disso, as obras civis do laboratório ainda não foram concluídas, embora tenham sido iniciadas as atividades de montagem eletromecânica.
Também há dois anos, a Marinha previa concluir esse comissionamento do Labgene até dezembro de 2018. Agora, o prazo está adiado para 2020/2021.
Submarino
Há dois anos, quando se referia ao Submarino com Propulsão Nuclear (SN-BR), a Marinha previa o início de sua construção em 2017 e ele ficaria pronto em 2023, tendo operacionalidade plena em 2025.
Atualmente, segundo o contra-almirante, no âmbito do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) da Marinha o cronograma do SR-BR "foi adaptado para ser conduzido conforme os recursos são provisionados". E acrescenta que as ações orçamentárias aprovadas na LOA 2017 (Lei Orçamentária) do governo federal permitem cumprir as etapas planejadas para este ano sem afetar o cronograma.
Na década de 1980, fontes oficiais do governo mencionaram os anos de 1995, 2000, 2005, 2006 e 2007 como projeções para a conclusão do submarino movido a propulsão nuclear. A época de grandes dificuldades orçamentárias para o programa começou no fim de 1993 e durou até 2007.
Em 2007, durante visita a Aramar, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou a liberação de R$ 1,040 bilhão para ser repassado à Marinha em oito anos para o PNM. A autorização dada por Lula previa repasses de R$ 130 milhões ao ano. De acordo com Rocha Viana, de 2008 a 2015 foram alocados ao PNM recursos da ordem de R$ 1,789 bilhão.
A Lei Orçamentária (LOA) 2017 prevê R$ 250 milhões para o PNM este ano, ante R$ 161 milhões aplicados em 2016 -- aumento de 55,27%. Desde que o PNM foi iniciado em 1979, até o início de 2015, a Marinha havia investido R$ 2,5 bilhões. Passados mais dois anos, até março de 2017, o gasto total com o PNM já é calculado em R$ 2,9 bilhões, segundo Rocha Viana.
De acordo com a Marinha, o projeto do submarino teve sua fase de projeto básico concluída em janeiro de 2017. Diante da pergunta de quanto em recursos são necessários até à conclusão de todo o projeto, eis a resposta: "O valor a ser investido para continuidade e complementação de todo o programa até a construção, conclusão e operacionalização do SN-BR (o submarino) será melhor definido quando estiver concluída a fase de análise de propostas de fornecedores, o que deve ocorrer até o final de 2018."
Sobre em que proporção o agravamento da crise econômica brasileira pode ter prejudicado o PNM, Rocha Viana avalia: "Face aos recentes anos de complexidades orçamentárias, além do momento que o setor industrial atravessa, o investimento necessário encontra-se em reavaliação por conta do realinhamento das empresas nacionais do setor."
Laboratórios
Atualmente, segundo a Marinha, em meio a esse contexto, os laboratórios do ciclo do combustível e as oficinas industriais encontram-se em operação no complexo de Aramar. Os laboratórios do ciclo do combustível abrangem os setores nos quais é processado o enriquecimento de urânio pelo método da ultracentrifugação. Segundo a Marinha, quanto ao Labgene (unidade que abrigará o reator) e a Unidade Piloto de Hexafluoreto de Urânio (Usexa), que opera o urânio na forma de gás, encontram-se em implantação. -
- 23/05/2017 - FAPESP lança edital voltado para a modernização dos institutos de pesquisa do EstadoFonte: Revista Pesquisa FAPESP
A FAPESP investirá até R$ 120 milhões para aumentar a capacidade de pesquisa em 20 institutos de pesquisa do Estado de São Paulo. O investimento será anunciado em 25 de maio, às 15 horas, no Palácio dos Bandeirantes, com o lançamento de edital para seleção de Planos de Desenvolvimento Institucional de Pesquisa (PDIPs), a serem elaborados e apresentados à Fundação pelos institutos.
As propostas deverão ser apresentadas pelo diretor do instituto de pesquisa com aprovação formal por seu colegiado superior, devendo ser apresentada uma proposta por instituto. Cada proposta poderá solicitar até R$ 20 milhões.
Os recursos financiados pela FAPESP destinam-se exclusivamente a apoiar atividades de pesquisa nas modalidades de Infraestrutura Institucional para Pesquisa, Bolsas no País e no Exterior, Auxílios à Pesquisa Jovens Pesquisadores e Auxílios Pesquisador Visitante.
O documento central em cada proposta será um Plano de Desenvolvimento Institucional de Pesquisa, traçando a estratégia da unidade quanto à sua capacidade de pesquisa, incluindo-se atenção à qualificação do seu quadro de pesquisadores e à infraestrutura de apoio às atividades de pesquisa.
O Plano de Desenvolvimento deve definir e focalizar as áreas estratégicas de atuação do instituto de pesquisa, de forma a que estejam alinhadas com a missão institucional, com as políticas públicas do Estado de São Paulo e com os programas estratégicos da Secretaria de Estado a que o instituto é vinculado.
As propostas podem ser apresentadas até 31 de julho de 2017 e a divulgação dos resultados está prevista para 30 de outubro. As propostas serão apoiadas por até 36 meses.
Das 20 instituições credenciadas no edital, sete são ligadas à Secretaria de Agricultura e Abastecimento: institutos Agronômico (IAC), Biológico (IB), de Pesca (IP), de Economia Agrícola (IEA), de Tecnologia de Alimentos (ITAL), de Zootecnia (IZ) e Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA).
Outras sete são ligadas à Secretaria da Saúde: Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), e os institutos Butantan, Pasteur, de Saúde, Dante Pazzanese de Cardiologia, Lauro de Souza Lima (ILSL) e Adolfo Lutz (IAL).
Também estão incluídos no edital os institutos de Botânica, Florestal e Geológico, vinculados à Secretaria do Meio Ambiente; os institutos de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), ligados à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (SDECTI); e o Instituto Geográfico e Cartográfico (IGC), ligado à Secretaria de Planejamento e Gestão.
A seleção dos PDPIs será feita com base em pareceres de assessores especializados nas áreas de atuação das entidades listadas no edital ou com experiência na direção de institutos de pesquisa orientados à missão.
Mais informações sobre o evento com o Cerimonial da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação,(11) 3718-6611/6612/6613 – e-mail: cerimonialdesenvolvimento@sp.gov.br.
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- 22/05/2017 - Brasil será autossuficiente em fármacos para câncerFonte: SEGSO Brasil deverá tornar-se autossuficiente em fármacos para o diagnóstico e tratamento de câncer e outras doenças com a construção do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), cujo projeto detalhado começa a ser desenvolvido pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) e a Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A. (Amazul).
Atualmente, o Brasil compra os insumos da Argentina, Rússia e África do Sul. Para atender à demanda anual de 2 milhões de procedimentos em medicina nuclear, o país importa cerca de US$ 15 milhões (cerca de R$ 48 milhões) em radioisótopos que são processados e enviados a mais de 400 hospitais e clínicas brasileiras.
Na assinatura do acordo de cooperação técnica entre a Cnen e a Amazul, o secretário-executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Elton Santa Fé Zacarias, garantiu que o ministério dará todo apoio à construção do RMB Brasileiro.
"Estamos confiantes na capacidade técnica da Amazul e da Marinha do Brasil para desenvolver esse projeto”, afirmou Elton Santa Fé Zacarias. "O ministro Gilberto Kassab entendeu a luta de tirar do papel grandes projetos como o navio oceanográfico, o satélite geoestacionário e o superlaboratório Sirius. Faltava o RMB e por isso tenho muito orgulho de participar deste momento”, acrescentou. Disse, ainda, que o Ministério da Saúde deverá participar também do financiamento do projeto.
A serviço da vida
"O RMB é a tecnologia nuclear a serviço da vida”, sintetizou o professor José Augusto Perrotta, coordenador técnico do projeto na Cnen. O reator produz radioisótopos que são usados na fabricação de fármacos para diagnóstico e tratamento do câncer e outras doenças.
"Para nós, o RMB tem um incalculável valor social, já que coloca a tecnologia nuclear a serviço da saúde dos brasileiros, salvando vidas e melhorando a qualidade de vida dos pacientes”, afirma Ney Zanella dos Santos, diretor-presidente da Amazul. "Além disso, promoverá uma sinergia de conhecimento com o Programa Nuclear Brasileiro.”
"A demanda reprimida de radioisótopos tanto na rede pública quanto na particular é muito grande e será melhor suprida quando o RMB estiver operando em sua plena capacidade”, reforçou o presidente da Cnen, Paulo Roberto Pertusi. Ele lembrou que a pesquisa a partir do RMB contribuirá também para o Programa Nuclear da Marinha e o Programa de Desenvolvimento de Submarinos.
"O projeto traz soberania ao país na área da saúde”, observou Silvia Maria Velasques de Oliveira, presidente da Sociedade Brasileira de Biociências Nucleares. "O reator é importante para produzir material para diagnóstico e terapia, mas também precisamos pesquisar sintomas e doenças para as quais ainda não existem remédios. Não vamos precisar esperar pelo que é desenvolvido lá fora, mas poderemos produzir aqui os medicamentos de que a nossa população precisa”, acrescentou.
Para Marília Marone, diretora da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear, a entidade continuará a mobilizar médicos, clínicas, institutos de pesquisa e outras instituições ligadas à medicina nuclear para apoiar o desenvolvimento do projeto.
O RMB terá outras aplicações além da medicina nuclear. Ele disponibilizará tecnologias que poderão ser aplicadas na agricultura, no meio ambiente e na indústria. Essas tecnologias permitem, por exemplo, testar materiais, localizar fissuras em superfícies como asas de avião ou verificar a quantidade de agrotóxicos contida em alimentos.
Convênio com a Finep
O projeto detalhado do RMB será desenvolvido por meio de convênio com a Financiadora de Projetos (Finep), no valor de R$ 150 milhões. O empreendimento, incluindo a construção do reator, absorverá investimentos de US$ 500 milhões (R$ 1,6 bilhão a câmbio atual), recursos que virão do Tesouro Nacional.
Também participará do desenvolvimento do projeto detalhado a Invap S.E., empresa pública argentina de tecnologia e projetos, uma das responsáveis pelo projeto básico do RMB.
A Amazul, co-executora do projeto, agregará a expertise de seus empregados que há décadas participam do Programa Nuclear da Marinha, Programa Nuclear Brasileiro e Programa de Desenvolvimento de Submarinos.
O projeto básico do RMB está pronto e o empreendimento já tem a Licença Prévia do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Licença Local da Diretoria de Radioproteção e Segurança Nuclear da Cnen.
O empreendimento será construído em terreno de 2 milhões de metros quadrados (cerca de 200 campos de futebol), parte cedido pela Marinha do Brasil e parte em processo de desapropriação pelo governo do Estado de S. Paulo, localizado ao lado do Centro Industrial e Nuclear de Aramar, em Iperó, onde também está sendo desenvolvido o reator para o submarino nuclear brasileiro.
"É um privilégio termos em São Paulo um projeto desta envergadura, que traz benefícios para a população e produção de conhecimento, numa região estratégica para o desenvolvimento do Estado de São Paulo, como é a região de Sorocaba”, observou o assessor da Casa Civil do governo do Estado de São Paulo, Ricardo Viegas, que representou o secretário Samuel Moreira no evento. "O governo do Estado, por meio da Casa Civil, está de portas abertas para dar o apoio necessário ao desenvolvimento desse projeto”, prometeu.
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- 21/05/2017 - Suíços aprovam abandono progressivo da energia nuclearFonte: Estado de Minas
Os suíços aprovaram neste domingo em um referendo o abandono progressivo da energia nuclear e o desenvolvimento de energias renováveis, de acordo com as primeiras pesquisas divulgadas após a votação.
A nova lei de energia, apoiada pelo governo e o Parlamento, foi aprovada, segundo o instituto de pesquisas gfs.bern, que calcula 60% de votos pelo "Sim" em Zurique, o cantão de maior população da Suíça, e mais de 70% em Genebra.
Os primeiros resultados oficiais para o conjunto do país devem ser anunciados à tarde e o resultado final durante a noite.
"Para todos os ecologistas, politizados ou não, é um dia histórico", declarou ao canal público RTS a deputada Adèle Thorens Goumaz, do Partido Verde.
A lei aprovada pretende estimular as energias renováveis como a hidráulica, a solar, a geotérmica e a biomassa.
O projeto de revisão da lei é o resultado de um longo processo de reflexão iniciado depois do acidente nuclear de Fukushima, provocado pelo tsunami que afetou a costa japonesa em março de 2011. -
- 20/05/2017 - Lava Jato: França investiga se houve propina por submarino nuclearA Justiça francesa está investigando se pagamentos de propina podem ter ajudado o país europeu a vencer a disputa para vender submarinos ao Brasil em 2008, segundo revelou a mídia da França neste sábado.
A Justiça francesa está investigando se pagamentos de propina podem ter ajudado o país europeu a vencer a disputa para vender submarinos ao Brasil em 2008, segundo revelou a mídia da França neste sábado.
Fonte: Sputnik BrasilDe acordo com o jornal Le Parisien, a Procuradoria Financeira Nacional francesa deu início a uma investigação a respeito de "propinas [pagas] a autoridades públicas estrangeiras". A apuração envolvia o contrato assinado em 2008 entre os dois países.A assinatura do contrato para compra dos submarinos aconteceu durante uma visita do então presidente francês Nicolas Sarkozy ao Brasil, relembrou a publicação. O presidente brasileiro na ocasião era o petista Luiz Inácio Lula da Silva.
O Brasil encomendou um submarino nuclear e quatro submarinos de ataque convencional Scorpene, fabricados pela DCNS, um grupo industrial francês especializado em defesa naval e energia, em colaboração com a empresa naval espanhola Navantia.
Segundo a Agência AFP, um porta-voz da DCNS negou qualquer irregularidade no caso, afirmando que a empresa "respeita a lei em todo o mundo".
De acordo com uma fonte ligada à Presidência francesa, 4,1 bilhões de euros do contrato de 6,7 bilhões ficariam com a França, enquanto o restante dos recursos seria distribuídos pelo serviço de companhias brasileiras envolvidas na construção dos submarinos.
A questão dos submarinos também está no radar da Operação Lava Jato. Em delações premiadas homologadas neste ano, cinco executivos da Odebrecht revelaram que R$ 31 bilhões ligados ao submarino nuclear viraram propina para militares e dinheiro de caixa 2 para o PT.
A DCNS foi mencionada pelos executivos. A empresa francesa teria procurado a Odebrecht para participar como parceira do projeto e orientou que repasses ilegais fossem feitos a um operador da firma no Brasil: o lobista José Amaro Ramos. Este faria a distribuição aos demais envolvidos.
O projeto do submarino nuclear e dos demais submarinos convencionais segue em andamento e a Marinha brasileira estima que esteja 100% concluído em 2027.
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- 19/05/2017 - Escâneres para revista corporal devem demorar um mês para operar em JoinvilleO prazo representa atraso de quase 60 dias do anúncio inicial de funcionamento
O prazo representa atraso de quase 60 dias do anúncio inicial de funcionamento
Fonte: A Notícia
Os escâneres corporais do Complexo Penitenciário de Joinville devem começar a operar daqui a um mês, conforme aSecretaria de Estado de Justiça e Cidadania (SJC). O prazo representa atraso de quase 60 dias do anúncio inicial de funcionamento. Os aparelhos já foram instalados no Presídio Regionale na Penitenciária Industrial Jucemar Cesconetto.
A operação dos equipamentos só poderá ocorrer após a liberação por parte do Conselho Nacional de Energia Nuclear (CNEM). Segundo a assessoria da SJC, todos os equipamentos desta natureza instalados em território nacional precisam obter a liberação do funcionamento e o cadastro das pessoas responsáveis junto ao órgão. O controle é necessário devido à emissão de radiação.
O uso dos escâneres no complexo penitenciário irá garantir mais segurança e eficácia na identificação de armas, drogas e celulares durante as visitas sociais. Também otimizará o tempo de revista, já que exige um número menor de funcionários.
As 17 pessoas capacitadas para manusear os equipamentos terão os seus nomes cadastrados junto ao CNEM, vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. No Presídio, foram treinados oito agentes efetivos e na Penitenciária nove terceirizados. Ainda de acordo com a SJC, a previsão é que dentro de aproximadamente um mês os escâneres estejam funcionando.
No Estado, são 12 equipamentos que irão atender 14 unidades, onde estão concentrados 60% dos apenados de Santa Catarina. O complexo prisional de Joinville possui 1.380 detentos. -
- 18/05/2017 - Amazul e Cnen firmam cooperação para desenvolvimento de reator multipropósitoFonte: AbenNesta quarta-feira (17), a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) e a Amazônia Azul Tecnologias de Defesa (Amazul) assinaram acordo de cooperação técnica para o desenvolvimento do projeto detalhado do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB). Com o acordo, a Amazul passa a integrar os comitês diretor e executivo do RMB, sendo também coexecutora técnica, juntamente com a Cnen, das fases de implantação do empreendimento. A cerimônia, realizada em São Paulo, contou com a presença do presidente da Eletronuclear, Bruno Barretto.
O projeto detalhado do RMB será desenvolvido por meio de convênio com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), no valor de R$ 150 milhões. O empreendimento, incluindo a construção do reator, custará US$ 500 milhões (R$ 1,6 bilhão, de acordo com o câmbio atual), recursos que virão do Tesouro Nacional. Também participará do desenvolvimento do projeto detalhado a Invap, empresa pública argentina de tecnologia e projetos, uma das responsáveis pelo projeto básico do RMB.
O projeto básico do RMB está pronto e o empreendimento já tem a Licença Prévia do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Além disso, também obteve a Licença Local da Diretoria de Radioproteção e Segurança Nuclear da Cnen.
O empreendimento será construído em um terreno de 2 milhões de metros quadrados (cerca de 200 campos de futebol) - parte cedido pela Marinha do Brasil e parte em processo de desapropriação pelo governo de São Paulo -, localizado ao lado do centro industrial e nuclear de Aramar, em Iperó (SP), onde também está sendo desenvolvido o reator para o submarino nuclear brasileiro.
O reator, cujo desenvolvimento será conduzido pela Cnen, permitirá que o Brasil se torne autossuficiente na produção de radioisótopos usados na fabricação de radiofármacos para o diagnóstico e tratamento de doenças como câncer. Atualmente, o Brasil importa estes insumos da Argentina, Rússia e África do Sul. Para atender a demanda anual de 2 milhões de procedimentos em medicina nuclear, o país importa cerca de US$ 15 milhões (cerca de R$ 48 milhões) em radioisótopos que são processados e enviados a mais de 400 hospitais e clínicas brasileiros.
Várias aplicações
O RMB terá outras aplicações além da medicina nuclear. Ele disponibilizará tecnologias que poderão ser aplicadas na agricultura, no meio ambiente e na indústria. Elas permitem, por exemplo, testar materiais, localizar fissuras em superfícies como asas de avião ou verificar a quantidade de agrotóxicos contida em alimentos.
O presidente da Amazul, Ney Zanella dos Santos, afirmou na cerimônia de ontem que o RMB tem um valor social incalculável, na medida em que coloca a tecnologia nuclear a serviço da saúde dos brasileiros, salvando vidas e melhorando a qualidade de vida dos pacientes. "Além disso, (o reator) promoverá uma sinergia de conhecimento com o Programa Nuclear Brasileiro", acrescentou.
Já o presidente da Cnen, Paulo Roberto Pertusi, ressaltou que a demanda reprimida de radioisótopos, tanto na rede pública quanto na particular, é muito grande e será suprida de forma mais eficiente quando o RMB estiver operando em sua plena capacidade. Ele lembrou ainda que a pesquisa feita com o reator também contribuirá para o programa nuclear da Marinha e o programa de desenvolvimento de submarinos.
Por último, a presidente da Sociedade Brasileira de Biociências Nucleares (SBBN), Silvia Maria Velasques de Oliveira, frisou que o projeto traz soberania ao país na área da saúde. "O reator é importante para produzir material para diagnóstico e terapia, mas também precisamos pesquisar sintomas e doenças para as quais ainda não existem remédios. Não vamos precisar esperar pelo que é desenvolvido lá fora, poderemos produzir aqui os medicamentos de que nossa população precisa", concluiu.
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- 18/05/2017 - Nuclep vence concorrência e firma novo contrato com CTMSPFonte: AbenO presidente interino da Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A. (Nuclep), Carlos Henrique Silva Seixas, e o diretor Comercial, Ricardo Corrêa, assinaram na última segunda-feira, dia 15, o contrato referente à Concorrência nº 4/2017, do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP). Outras quatro empresas concorreram ao processo licitatório, dentre elas uma do exterior.
A contratação compreende o fornecimento de equipamentos do Sistema de Resfriamento de Emergência, composto por dois tanques de inundação, dois trocadores de calor e dois acumuladores, que serão instalados no Laboratório de Geração de Energia Nucleoelétrica (Labgene), para ensaio das condições de operações possíveis para propulsão nuclear de submarinos.
Esse é mais um importante marco na história da Nuclep que tem participado de importantes projetos para a Marinha do Brasil e para o Programa Nuclear da Marinha (PNM), além de outras obras estratégicas para a nação. O prazo para a execução é de 690 dias corridos.
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- 15/05/2017 - TRF3 nega cobrança de contribuição previdenciária sobre gratificação provisória de servidores do IPENFonte: Âmbito Jurídico
A Segunda Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) determinou à União a não retenção de contribuição previdenciária sobre a Gratificação Específica de Produção de Radioisótopos e Radiofármacos (GEPR) recebida por servidores públicos do Instituto de Pesquisas Energéticas Nucleares (Ipen), vinculado à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
Os magistrados entenderam que não havia razoabilidade na alegação da União quanto à exigibilidade de contribuição previdenciária sobre vantagem percebida pelos funcionários da autarquia.
"Está expresso na Lei 11.907/2010, que instituiu a Gratificação Específica de Produção de Radioisótopos e Radiofármacos, o caráter transitório da gratificação, a qual não integra os proventos de aposentadoria e pensão”, explicou o relator do processo, desembargador federal Souza Ribeiro.
Em primeira instância, a 2ª Vara Federal de São Paulo/SP havia concedido a antecipação da tutela (liminar) aos servidores, a fim de suspender a retenção dos valores pela autarquia federal.
Os servidores federais ativos, que prestam serviços junto ao Ipen e CNEN, recebem a GEPR nos termos previstos no artigo 285, da Lei 11.907/2010, que instituiu a gratificação.
A União argumentava pela legalidade da incidência da contribuição por se tratar de vantagem pecuniária de caráter individual. Alegava ainda que as verbas poderiam ser incorporadas aos próprios proventos da aposentadoria, traduzindo-se a não arrecadação das quantias em prejuízo ao erário e ao interesse público.
Ao negar provimento ao agravo de instrumento, a Segunda Turma lembrou que os servidores estão submetidos ao recolhimento previsto no artigo 4º da Lei 10.887/04, na redação dada pela Lei 12.518/2012, o qual, no seu parágrafo 1º, prevê a exclusões da base de cálculo da contribuição previdenciária.
"A gratificação em tela constitui pagamento de caráter provisório, que não integra a remuneração para fins de recebimento de aposentadoria e pensão, no que se assemelha às exclusões previstas no parágrafo 1º da Lei 12.518/2012. Portanto, não há que se manter a contribuição previdenciária sobre os valores recebidos a título de GEPR”, concluiu o relator.
Agravo de Instrumento 0012717-63.2016.4.03.0000/SP
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- 15/05/2017 - Inscrições abertas para a Escola Avançada em BiofísicaFonte: Planeta Universitário
O Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP) sediará, entre os dias 16 e 27 de outubro, o curso São Paulo Advanced School of Science on Biophysical Methods to Study Biomolecular Interactions. Inscrições serão recebidas até 18 de junho. Apoiado pela FAPESP por meio da modalidade Escola São Paulo de Ciência Avançada (ESPCA), o evento tem o objetivo de oferecer uma visão abrangente sobre o estado da arte das técnicas biofísicas usadas para estudar interações biomoleculares.
"Por meio de aulas teóricas e de estágios laboratoriais, os alunos poderão conhecer os principais métodos usados para investigar sistemas biológicos considerados relevantes em nível molecular, como, por exemplo, a interação entre proteínas, entre fármacos e membranas celulares, ou entre proteínas e DNA”, explicou a professora do IF-USP Rosangela Itri, coordenadora do curso.
Entre as tecnologias que serão abordadas nas aulas estão ressonância magnética nuclear, ressonância paramagnética eletrônica, espalhamento de raios X a baixo ângulo, dicroísmo circular utilizando radiação sincrotron, espalhamento dinâmico de luz, microscopia de força atômica e criomicroscopia eletrônica. Também serão apresentadas ferramentas teóricas para simulação de dinâmica molecular.
"Será a primeira Escola São Paulo de Ciência Avançada na área de Biofísica Molecular", destacou Itri.
São oferecidas, ao todo, 100 vagas para alunos de pós-graduação e jovens pesquisadores de áreas como Física, Biologia, Química, Biomedicina, Bioquímica, Neurociência e Biocomputação. Serão selecionados 50 participantes estrangeiros e 50 brasileiros – sendo 25 do Estado de São Paulo.
"Os interessados em participar devem enviar currículo, carta de interesse e também uma carta de apoio do orientador ou supervisor indicando os benefícios esperados com a participação no curso para a formação e o desenvolvimento do trabalho. Caso necessitem de financiamento para transporte e hospedagem, também deverão anexar a justificativa”, explicou Itri.
A FAPESP poderá financiar os custos de participação para até 75 estudantes. Os participantes da cidade de São Paulo não são elegíveis para o financiamento.
Os selecionados deverão escolher ao menos três dos seis estágios experimentais que serão oferecidos. As aulas práticas serão ministradas em laboratórios do IF e também do Instituto de Química da USP. Já as aulas teóricas serão no Auditório Abrahão de Moraes, no IF.
"A programação conta com duas aulas de criomicroscopia, uma técnica bastante nova que vem sendo usada na determinação da estrutura de proteínas de membrana, por exemplo. Os alunos aprenderão a interpretar os resultados de criomicroscopia eletrônica através de técnicas de reconstrução de imagens”, adiantou a coordenadora.
Também está programada uma visita ao Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas, onde estão sediados o Laboratório Nacional de Biociências (LNBio), o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) e o Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano).
"Haverá apresentação de pôsteres e espaços para que os estudantes exponham seus projetos de pesquisa com base nas técnicas que foram apresentadas. Desse modo, esperamos propiciar um fórum de discussões e novas colaborações durante a Escola”, disse Itri.
Entre os palestrantes internacionais destaca-se Angela Gronenborn, da Escola de Medicina da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, que estuda o vírus HIV e vai abordar possíveis aplicações de técnicas como ressonância magnética nuclear, criomicroscopia e espalhamento de raios X a baixo ângulo.
Yaakov Levy, do Instituto Weizmann de Ciência, em Israel, abordará técnicas computacionais que permitem estudar a interação entre proteínas e o DNA. Já Manuel Pietro, da Universidade de Lisboa, em Portugal, falará sobre o uso de microscopia de fluorescência no estudo da interação entre proteína e membrana celular.
Também estarão presentes Anthony Watts e Christina Redfield (Universidade de Oxford, Reino Unido), Bonnie Wallace e Robert Janes (Universidade de Londres, Reino Unido), Jose Maria Caraso (Centro Nacional de Biotecnologia, Espanha) e Nuno Santos (Universidade de Lisboa, Portugal).
Entre os palestrantes brasileiros estão, além de Itri, José Luiz Lopes, Leandro R.S. Barbosa e Kaline Coutinho, do IF-USP. Do Instituto de Química da USP participa o professor Roberto Salinas e, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Antonio Jose da Costa Filho. Também integram a programação Eneida de Paula e Lígia Nunes de Morais Ribeiro, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Mais informações e inscrições no endereço: http://www.fap.if.usp.br/~espcabio/.
Agência FAPESP -
- 15/05/2017 - Cnen e Amazul vão desenvolver projeto detalhado do Reator Multipropósito BrasileiroFonte: PetronotíciasO reator nuclear multipropósito brasileiro está mais perto de virar realidade. A Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) e a Amazônia Azul Tecnologias de Defesa (Amazul) vão assinar um acordo de cooperação na terça-feira (16), para o desenvolvimento conjunto do projeto detalhado do retor, que contará com R$ 150 milhões financiados pela Finep.
Voltado à pesquisa e à produção de radioisótopos, materiais usados na fabricação de radiofármacos para diagnóstico e tratamento de doenças como câncer, o reator tem um orçamento total - desde o projeto até a conclusão - de US$ 500 milhões (R$ 1,6 bilhão a câmbio atual), que será custeado pelo Tesouro nacional.
"O empreendimento é um projeto estruturante e de arraste para o programa nuclear brasileiro", afirma José Augusto Perrotta (foto), da Cnen, coordenador do projeto.
Também participará do desenvolvimento do projeto detalhado a Invap S.E., empresa pública argentina de tecnologia e projetos, uma das responsáveis pelo projeto básico do reator, que já foi desenvolvido e conta com licença prévia do Ibama e licença local da diretoria de radioproteção e segurança nuclear da Cnen.
O empreendimento será construído em terreno de 2 milhões de metros quadrados, parte cedido pela Marinha do Brasil e parte em processo de desapropriação pelo governo do estado de São Paulo, localizado ao lado do Centro Industrial e Nuclear de Aramar, em Iperó, onde também está sendo desenvolvido o reator para o submarino nuclear brasileiro.
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- 12/05/2017 - Biomédica e cientista, era a festeira do Bora - Folha de S. PauloNanci do Nascimento (1960-2017)
Nanci do Nascimento (1960-2017)
Fonte: Folha de S. Paulo
Paulo Gomes
Biomédica e cientista nuclear. Gregária e inveterada festeira. As trajetórias profissional e pessoal de Nanci do Nascimento parecem descrever pessoas diferentes, mas quem a conheceu sabe que ela unia tais perfis com naturalidade.Nascida e criada na Penha, bairro da zona leste de São Paulo, Nanci cursou medicina com o apoio dos irmãos mais velhos –era a temporã.
Os pais vieram do Borá, pequeno distrito rural na região de São José do Rio Preto (SP).
Desenvolveu a carreira em biomedicina e migrou para o Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares). Apesar da profissão "sisuda", Nanci tinha um coração enorme. Mesmo se estivesse no limite, aceitava orientandos de todas as partes do país, para democratizar a pesquisa.
Viajava para congressos e levava todos os seus estudantes. Fazia questão que todos se apresentassem.
Adorava uma festa. "Ia pra Rio Preto umas dez vezes por ano", conta o marido Heitor, em referência às festas da família do Borá, nunca tímidas. Numa das mais célebres, a dos "200 anos", comemorou os 50 anos e os de mais três primos, e contratou até passistas de uma escola de samba. Para 400 convidados, a festa durou o dia inteiro.
Nas festas de Reis todo dia 6 de janeiro no interior, a cientista doava uma vaca para o tradicional churrasco.
A maneira como se despediu traz outra junção curiosa. Não fumante, contraiu um câncer de pulmão. Morreu em 13 de março, aos 56, após um tumor se espalhar para o cérebro. Deixa o marido Heitor, a filha Virgínia e os irmãos Milton, Osmir e Waldir.
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- 10/05/2017 - AIEA e Sociedade Americana de Cardiologia Nuclear fazem acordo para tentar frear avanço de morte por doenças cardiovascularesMédico brasileiro participa da assinatura do acordo
Médico brasileiro participa da assinatura do acordo
Fonte: Paranashop
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e a Sociedade Americana de Cardiologia Nuclear (ASNC) firmaram na segunda, 8 de maio, acordo para trabalhar em conjunto em ações para melhorar a difusão de informações, orientações e tratamento de doenças cardiovasculares – as que mais matam no mundo, representando 31% das mortes globais (mais de 17,5 milhões de pessoas por ano).
"Os países de renda baixa e média renda, como o Brasil, apresentam os piores índices, com mais de 75% dessas mortes. Somam-se aos problemas cardiovasculares, fatores de risco como obesidade, sedentarismo e diabetes”, explica o cardiologista João Vítola, consultor da AIEA e do Departamento Internacional da Sociedade Americana de Cardiologia Nuclear (ASNC), que participou da assinatura do contrato.
O acordo propõe a formação de profissionais de saúde em países em desenvolvimento no uso de técnicas nucleares para diagnosticar e avaliar a extensão da doença cardíaca em pacientes. Serão gerados materiais educativos online e a Sociedade Americana de Cardiologia Nuclear também disponibilizará médicos para missões consultivas e ministrará cursos presenciais. "ASNC criará continuamente novas parcerias e alianças em um esforço contínuo para promover uma comunidade unificada e inclusiva de pesquisa, inovação e educação”, disse o presidente da Sociedade, Raymond Russell, que virá a Curitiba nos dias 27 e 28 de julho, para participar do Congresso Paranaense de Cardiologia.
Para João Vítola, que também é diretor de Comunicação da Sociedade Paranaense de Cardiologia e da Quanta Diagnóstico e Terapia, a vinda de Russell para o Brasil, ajudará a alavancar as ações educativas no país.
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- 03/05/2017 - Brasil negocia exportação de urânio metálico para ArgentinaFonte: Jornal Dia a DiaFlávia Villela – Repórter da Agência Brasil
A Indústrias Nucleares do Brasil (INB), o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) e o Centro Tecnológica da Marinha buscam, em parceria, produzir urânio metálico usado como combustíveis para reatores de pesquisa.O presidente da INB, João Carlos Tupinambá, explicou que, em aproximadamente 30 dias, deve ser apresentar a primeira proposta de exportação de urânio metálico para a Argentina. "Estamos na fase de viabilidade técnica, antes do estudo econômico-financeiro. Em aproximadamente 30 dias daremos o pontapé inicial e aguardaremos o retorno da Argentina”, disse.
"Entrar nesse mercado significa rentabilizar os investimentos e esforços tecnológicos que o Brasil fez durante anos em pesquisa de enriquecimento de urânio, além de ser geopoliticamente importante para o país”.
A INB já fornece combustível nuclear para as usinas de Angra, na Costa Verde do estado do Rio, e exporta urânio enriquecido para a Argentina.
Tupinambá afirmou que o urânio metálico pode custar até 40 vezes mais que o urânio natural. O urânio é enriquecido por outros 11 países, além do Brasil. Argentina e Brasil são os únicos com essa tecnologia na América do Sul, o que traz vantagem sobre os demais competidores, segundo Tupinambá. "A logística de transporte de material nuclear é muito difícil, então estar no mesmo continente é uma ajuda fantástica”, disse ele.
Por causa da parceira, não será necessário investir em ampliação da estrutura já existente para as futuras exportações. Cada parceiro ficaria com uma etapa do processo: a INB ficaria com a primeira etapa, de enriquecimento do urânio até 4,99%, a Marinha assumiria a segunda etapa, de elevar o enriquecimento do urânio até 20%, e o Ipen utilizaria esse urânio para a fabricação do urânio metálico, na terceira e última etapa. O Ipen já fabrica urânio metálico para uso próprio de seu reator de pesquisa.
Urânio
Mineral radioativo, o urânio é usado comercialmente na geração de energia elétrica como combustível para os reatores nucleares de potência. Segundo a INB, o Brasil tem a sétima maior reserva geológica de urânio do mundo, o que permite o suprimento das necessidades domésticas no longo prazo e de excedente para exportação.
As reservas estão concentradas na Bahia, Ceará, Paraná e de Minas Gerais, com cerca de 309 mil toneladas de concentrado de urânio.
Caetité
A única mina de urânio em operação no Brasil é a Mina do Engenho, em Caetité (BA), com capacidade de produção estimada de 280 a 300 toneladas de concentrado de urânio ao ano. A autorização para a operação foi dada no ano passado, e está na fase inicial de retirada da primeira camada de solo do local, anterior a lavra, conhecida como decapeamento do minério.
Neste primeiro momento, cerca de 70 toneladas de urânio devem ser extraídas, mas a meta é que a licitação para a lavra ocorra no segundo semestre deste ano. "Essa atividade mineral é muito difícil e onerosa, cada passo exige licenciamento. Estamos fazendo um esforço enorme e temos tido sucesso para que esse contrato seja assinado ainda neste ano”, declarou.
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- 28/04/2017 - Cietec capacita futuros empreendedores na área de inovaçãoCurso "Da ideia ao primeiro passo" será realizado nos dias 11 e 12 de abril
Curso "Da ideia ao primeiro passo" será realizado nos dias 11 e 12 de abril
Fonte: O Estado de S. Paulo
Redação
A proposta do curso "Da ideia ao primeiro passo”, desenvolvido pelo Cietec, é ajudar a formatar novas ideias de negócio. Os participantes serão convidados a refletir sobre conceitos básicos para a criação de empresas, produtos e serviços de sucesso. As aulas acontecerão nos dias 11 e 12 de abril, na sede da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de São Paulo IPEN/USP-Cietec, considerada a maior da América Latina, no campus do IPEN, na Cidade Universitária, em São Paulo.
"O conceito do curso é trazer o empreendedor para o campo da realidade. Batemos na tecla de que apenas uma ideia não vale. É preciso saber realizá-la. E inovar sempre”, afirma José Aluízio Guimarães, coordenador do curso. Para isso, é necessário "estudar com mais profundidade o cliente, uma tarefa que deve ser feita antes mesmo de começar. Muito empreendedores acabam deixando isso para o fim, o que não é uma boa estratégia”, completa.
Alternando aulas e oficinas, os interessados em abrir novas startups poderão entender um pouco mais sobre viabilidade de seu negócio e os principais valores de uma empresa de alto impacto, além de se capacitar em técnicas de apresentação para potenciais clientes, parceiros e investidores.
Sergio Risola, diretor-executivo do Cietec, explica que a intenção é qualificar os interessados em entrar no ecossistema do empreendedorismo inovador. "O curso falará das especificidades de criar uma startup no Brasil, o cenário e as oportunidades, ajudando o futuro empreendedor a desenvolver sua ideia de forma a ter sucesso”, comenta.
A carga horária total do curso é de seis horas e o investimento de R$ 480 garante a isenção da taxa de inscrição para o processo seletivo da incubadora. As aulas serão na parte da tarde, as 14h30 às 17h30.Serviço
Curso: Da ideia ao primeiro passo
Data: 11 e 12 de abril de 2017
Horário: 14h30 a 17h30
Onde: Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de São Paulo USP/IPEN/Cietec
av. prof. Lineu Prestes, 2.242 – Cidade Universitária – São Paulo
Custo: R$ 480 (com gratuidade na taxa de inscrição para o processo seletivo da incubadora)
Inscrições no sitehttp://www.cietec.org.br/
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- 26/04/2017 - Rosatom debate aplicações não energéticas das tecnologias nuclearesFonte: SEGSA Rosatom, estatal russa de energia nuclear, reuniu lideranças da indústria nuclear no Brasil para debater o uso das tecnologias nucleares para fins não energéticos, seus benefícios sociais e seu estágio de desenvolvimento na América Latina. O foco do debate foi o desenvolvimento das tecnologias de irradiação em países latino americanos e seu uso na indústria, medicina a agricultura.
O crescente interesse por esse mercado em expansão que utiliza fontes nucleares como os raios x, gama, beta, e feixes de elétrons, entre outros, para esterilização e desinfecção reuniu representantes de empresas como Eletronuclear, Eletrobrás, Nuclep, Amazul, Tecnatom e também especialistas da Comissão de Energia Nuclear, da EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), do Instituto de Qualidade Nuclear (IBQN), da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN) e da Federação Brasileira de Hospitais (FBH) e estudantes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
O Vice-Presidente da Rosatom América Latina, Sergey Krivolapov, falou sobre as soluções integradas na área de irradiação e sobre como a empresa vem cooperando em diversos projetos em toda a região. Ele lembrou o Memorando de Entendimento, firmado entre a Corporação Unida para Inovações (UIC), subsidiária da Rosatom, e a empresa brasileira CK3 no final de 2016, para a construção de um Centro de Irradiação no Brasil: "Este Centro permitirá combinar as competências e conquistas russas no campo da tecnologia de radiação com a experiência da empresa brasileira CK3 no mercado interno”.
O Conselheiro da CK3, Arminak Cherkezian, explicou que o projeto é desenvolver uma planta de irradiação para esterilização de materiais médicos, que pretende ser uma opção de qualidade e viável para o mercado que hoje depende apenas de um fornecedor. Cherkezian acredita que com experiência sólida do CK3 em grandes projetos de infra-estrutura e a experiência da Rosatom em irradiação, o Centro será capaz de atender a demanda estimada de um crescimento de 30% no mercado de medicina de irradiação até 2018. "Depois deste debate, estou ainda mais convencido da necessidade desta planta. Este projeto vai ser um grande marco da Rosatom no Brasil. "
Na agricultura, o uso da tecnologia de irradiação em alimentos já é uma condição fundamental para a exportação para países como os Estados Unidos, sinalizou Anna Lúcia Villavicenco, do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Os benefícios vão desde a deseinfestação e descontaminação microbiana até a uma menor taxa de decomposição dos alimentos, aumentando os níveis de segurança alimentar dos produtos. "É preciso que haja um amlo programa de divulgação das técnicas tanto para conscientização do consumidor como para as indústrias”, ressalta.
Já para mostrar a aplicação das tecnologias nucleares à medicina, Konstantin Panin, da Rusatom Healthcare, destacou a construção de instalações multifuncionais para o processamento de radiação de alimentos e produtos médicos, das quais os países podem experimentar benefícios econômicos e melhoria da saúde da população. "A Rosatom investe mais de 1 milhão de euros por dia em pesquisa na área e somos capazes de oferecer soluções integradas que podem ajudar em cada etapa de um centro de Medicina Nuclear, desde o projeto e design em si até gerenciar o centro e treinar pessoas para trabalhar. Nós também somos suficientemente flexíveis para gerenciar e ajudar com equipamentos de outros fornecedores. Alekzandr Zykin, chefe do laboratório do Instituto de Pesquisa Científica de Física Técnica e Automação (NIIFTA), destacou que "para todas as tarefas sob as leis da física existe uma solução de engenharia disponível à espera de ser implantada. Isso é o que fazemos há mais de 60 anos.”
A oferta da Rosatom vem atender a uma demanda reprimida no Brasil. Na área de radiofármacos, por exemplo, Luis Alberto Pereira Dias, do IPEN/CNEN, destaca que já está em andamento uma parceria com a Rosatom para baratear a produção nacional de Lutécio (LU) para a terapia de câncer de próstata. Sérgio Altino de Almeida, da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), engrossa o coro para a urgência de se ampliar o acesso das pessoas à medicina nuclear, que tem a capacidade única de gerar soluções personalizadas em caso de tratamento de câncer. Ele cita que das centenas de radiofármacos existentes, hoje somente 23 são usados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A distribuição de tratamentos com PET-Scan, outro exemplo, é assimétrica no país, ficando concentrada no Sudeste. "O uso das tecnologias de medicina nuclear é 6,5 vezes menor no Brasil do que nos Estados Unidos, para se ter ideia. É preciso um plano coordenado interministerial com o apoio da sociedade para expandir a prática no Brasil”, informa.
O workshop foi promovido pela Rosatom e aconteceu na semana passada no Rio de Janeiro.
Referências:
Em junho de 2015, a Rosatom International Network JSC registrou uma empresa chamada Rosatom América Latina no Rio de Janeiro, sede da Rosatom na América Latina.
Em 1º de dezembro de 2016, a United Corporation for Innovations (subsidiária da Rosatom) e a empresa brasileira CK3 assinaram um Memorando de Entendimento para o desenvolvimento, construção e operação de um Centro de Irradiação no Brasil. Em nome da Rússia, o documento foi assinado pelo Diretor Geral da United Corporation for Innovations, Denis Cherednichenko, e em nome do Brasil, pelo diretor-geral da CK3, Renato Cherkezian. O Centro prestará serviços de tratamento de radiação de produtos médicos, farmecêuticos, cosméticos e outros prudutos usando aceleradores de elétrons.
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- 24/04/2017 - Césio-137: “Até hoje somos discriminados”, diz presidente de associaçãoFórum Permanente Sobre o Acidente com o Césio-137 foi lançado na manhã desta segunda-feira em Goiânia
Fórum Permanente Sobre o Acidente com o Césio-137 foi lançado na manhã desta segunda-feira em Goiânia
Fonte: Jornal OpçãoFoi lançado na manhã desta segunda-feira (24/4), na Assembleia Legislativa de Goiás, um fórum permanente para debater o acidente radiológico com o Césio-137 que, em setembro de 2017, completa 30 anos. A ação tem como principal objetivo colocar em destaque a restauração da cidadania das vítimas e a preservação da memória da tragédia.
Na solenidade de abertura do lançamento do Fórum Permanente Sobre o Acidente com o Césio-137, o presidente da Associação dos Contaminados, Irradiados e Expostos ao Césio-137 (Aciec), João de Barros Magalhães, discursou sobre a importância da iniciativa e comentou a discriminação que as pessoas afetadas pelo acidente ainda sofrem.
"Até hoje, somos discriminados. Um acidente tão sério que não é debatido com o destaque que merece pelas autoridades, por isso os problemas com as vítimas vêm se arrastando ao longo dos anos”, ressaltou João de Barros.
Representando a Associação das Vítimas do Césio-137 (AVCésio), Suely Lina de Moraes também participou do evento na Alego. Na ocasião, ela reivindicou do Poder Público maior amparo aos associados. "Mesmo após 30 anos, o acidente ainda pode ter consequências gravíssimas para as vítimas”, lembrou.
Ela explica que a AVCésio tem 1.200 pessoas associadas, sendo que 16 delas recebem R$ 1.560,00 de pensão e o restante recebe R$ 780,00. "Todos temos problemas de saúde e muitos dos médicos não sabem dar diagnóstico para nós. Antigamente, eles davam remédios a todas as vítimas, agora não fazem isso mais e não temos condições de pagar, pois a pensão é mínima.”
Relato
Durante o lançamento do fórum, Santos Francisco de Almeida, representante das vítimas militares e seus descendentes, também falou sobre o preconceito que ele e sua família sofreram durante os 30 anos de acidente com o material radioativo.
"Minha filha que é vítima de segunda geração, passou por 11 escolas pois nenhuma queria que ela estudasse e não davam respaldo necessário por ela ser vítima do césio. Além disso, quando ela foi adentrar em um curso superior sofreu bullying da própria coordenadora do curso”, contou.
Ele ressalta sua indignação com tal situação, pois lembra que afilha teve que terminar os estudos em uma cidade do interior, o que ainda assim não impediu que sofresse perseguição. "A situação trouxe prejuízos emocionais, financeiros e também intelectuais à minha filha. Mesmo migrando para o interior do Estado ela não consegue ser respeitada como cidadã”, lamenta.
Iniciativa
Coordenador do grupo responsável pela criação do fórum, o professor Júlio Nascimento explica que os objetivos da iniciativa vão muito além de fazer debates sobre os problemas enfrentados pelas vítimas. "Vamos analisar a situação atual das vítimas, lutar por direitos como assistência à saúde, remédios e pensões”, sustenta.
Júlio Nascimento informa que com o reforço de diversas instituições de Goiás, do Brasil e também do exterior, as atividades do fórum serão levadas até a sociedade por meio de seminários, palestras, visitas dirigidas pelas vítimas aos locais do acidente e, também, por meio da internet. "Vamos trazer especialistas de outros locais do país e do mundo para pontuarmos mês a mês as atividades relacionadas às questões do Césio-137″, acrescenta.
De acordo com ele, o espaço ficará aberto à participação de todas as pessoas e instituições que, compartilhando de seus objetivos, "queiram somar forças por meio de projetos, experiências, estudos, pesquisas, reflexões e produções artísticas” sobre o tema. (Com informações da Alego)
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- 21/04/2017 - Radiação ajuda a conservar livros e obras de arteCom depoimentos de representantes da Biblioteca Mário de Andrade e do Museu AfroBrasil, a matéria do Jornal da Band divulga os serviços de preservação de obras de arte e vídeo realizados pelo Centro de Tecnologia das Radiações (CTR) do IPEN utilizando radiação gama.
Com depoimentos de representantes da Biblioteca Mário de Andrade e do Museu AfroBrasil, a matéria do Jornal da Band divulga os serviços de preservação de obras de arte e vídeo realizados pelo Centro de Tecnologia das Radiações (CTR) do IPEN utilizando radiação gama.
Fonte: Jornal da Band - TV Bandeirantes
Matéria divulgada pelo Jornal da Band, em 20 de abril de 2017, esclarece sobre a utilização da radiação gama para a preservação de livros e obras de arte no Centro de Tecnologia das Radiações (CTR) do IPEN. Pablo Vasquez, coordenador do Irradiador Multipropósito, é entrevistado pelo repórter Antônio Pétrin.
Clique na imagem para acessar o vídeo.
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- 18/04/2017 - Brasil quer começar a exportar urânio metálicoFonte: Site Inovação Tecnológica
Redação do Site Inovação Tecnológica
Urânio metálicoCom o intuito de entrar no mercado de urânio metálico, as Indústrias Nucleares do Brasil (INB) estão realizando estudos para fornecer o produto ao Reator de Pesquisa e Produção de Radioisótopos da Argentina, que está em construção.
Além disso, a INB deve levar, neste ano, a segunda carga de urânio enriquecido para abastecer a usina nuclear localizada na cidade de Lima, ao norte da capital Buenos Aires.
O contrato com a estatal Combustibles Nucleares Argentinos é de US$ 4,5 milhões, e a empresa aguarda aprovação da exportação pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen).
Para o presidente da INB, João Carlos Tupinambá, essa exportação é estratégica para o Brasil. Ele também ressalta a importância de entrar no mercado de urânio metálico.
"Nosso interesse começou pela Argentina, mas existem outros reatores no mundo que consomem esse tipo de combustível. Se tivermos sucesso, não teremos só a Argentina como possível cliente, mas outros países também", afirmou.
O enriquecimento do urânio até 20%, necessário para a produção de fármacos, será feito no Centro Tecnológico da Marinha (CTMSP). Depois, o produto será encaminhado ao Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), para a fabricação do urânio metálico.
Mina de urânio
O presidente da INB anunciou também que será retomada neste ano a exploração de urânio naMina do Engenho, localizada em Caetité (BA). Atualmente, está sendo feito o trabalho de decapeamento, que é a etapa anterior à lavra do minério, prevista para começar até novembro.
"Nesse decapeamento, devemos retirar umas 70 toneladas de urânio. Depois de transformado emyellow cake, o produto é exportado e transformado em UF6 [urânio enriquecido] fora do País. Parte desse UF6 volta para ser enriquecido no Brasil, e outra parte é enriquecida lá fora. Hoje, nossa capacidade de enriquecimento chega a 40% do consumo da usina de Angra 1," detalhou.
A INB também busca novos parceiros para investimentos na exploração de urânio nas reservas ainda exploradas de Caetité (BA) e de Rio Cristalino (PA).