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- 04/04/2019 - CINE reúne pesquisadores para debater transição energética (Agência FAPESP)Conferência internacional na Unicamp reúne mais de 100 pesquisadores vinculados ao Centro de Inovação em Novas Energias, que tem apoio da FAPESP e da Shell
Conferência internacional na Unicamp reúne mais de 100 pesquisadores vinculados ao Centro de Inovação em Novas Energias, que tem apoio da FAPESP e da Shell
Fonte: Agência FAPESP
Crescimento contínuo da demanda por energia nas próximas décadas e urgência de sustentabilidade e de transição para uma matriz energética mais diversificada, junto com a certeza do papel central da ciência na superação dos desafios. Esse foi o pano de fundo da Conferência Internacional em Novas Energias, realizada nos dias 26 e 27 de março na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).O evento reuniu pela primeira vez os mais de 100 pesquisadores vinculados ao Centro de Inovação em Novas Energias (CINE), um dos Centros de Pesquisa em Engenharia (CPE) apoiados pela FAPESP. O CINE foi criado em 2018, em parceria com a Shell.
Na abertura do evento, que reuniu cerca de 200 pessoas, Marcelo Knobel, reitor da Unicamp, destacou a importância da interação entre as várias instituições de pesquisa que participam do CINE e, sobretudo, a relevância da área à qual o centro se dedica.
Falando sobre o compromisso da Unicamp com o tema, Knobel destacou o projeto do Hub Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (HIDS), que está sendo estruturado com o objetivo de reunir universidades, instituições de pesquisa, empresas, organismos públicos e outros em projetos colaborativos voltados à concretização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU) para 2030.
Rubens Maciel Filho, diretor do CINE e membro da coordenação do Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN), inaugurou os trabalhos de apresentação dos resultados já alcançados pelo CINE, destacando como a sinergia entre os diferentes projetos aumenta o potencial de impacto da iniciativa e, assim, a relevância do evento para concretizar a percepção do CINE como centro único e integrado.
Maciel destacou que não há solução mágica para a transição energética, registrando o compromisso do centro em "trabalhar arduamente para que as soluções estejam disponíveis no tempo mais curto possível”.
Em seguida, foi feito relato dos esforços de educação e difusão do conhecimento do CINE e foram compartilhados com o público presente os avanços nas quatro divisões de pesquisa do centro: Portadores Densos de Energia; Armazenamento Avançado de Energia; Metano a Produtos; e Ciência Computacional de Materiais e Química.
As divisões são coordenadas por pesquisadores da Unicamp, da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen). Também participam integrantes da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), da Universidade Federal do ABC (UFABC), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), do Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). As pesquisas também contam com parcerias com instituições dos Estados Unidos, Alemanha, França, Portugal, Reino Unido, Dinamarca e China.
Embora muitos laboratórios estejam concluindo agora a importação e instalação de equipamentos e a sede do CINE, localizada na Unicamp, ainda esteja em obras, as apresentações surpreenderam pelas conquistas já concretizadas, como publicações já efetuadas e, principalmente, pelo número grande de artigos em processo de publicação, dentre outros indicadores.
"Temos muitos desafios pela frente. Juntos, trilharemos um caminho longo, mas muito bonito, integrando uma rede global de pesquisa”, disse Maciel.
Euclides de Mesquita Neto, membro da coordenação adjunta de Programas Especiais e Colaborações em Pesquisa da FAPESP e do comitê diretor do CINE, também destacou o potencial da atuação colaborativa, traçando em sua apresentação um panorama do cenário favorável à inovação existente no Estado de São Paulo.
Joep Huijsmans, líder da Divisão de Pesquisa e Tecnologia de Novas Energias da Shell, apresentou o "Cenário Sky”, estudo elaborado pela Shell considerando o período até 2070 como referência para a transição para um sistema energético de baixo carbono. Huijsmans destacou que a Shell tem clareza de que, para superar os desafios envolvidos nessa transição, são imprescindíveis parcerias como a estabelecida no CINE.
O evento também contou com a participação de integrantes do Conselho Internacional do CINE, formado por pesquisadores que são referências mundiais em suas áreas de atuação.
Michael F. Toney, do Centro de Aceleração Linear da Stanford University, mostrou-se confiante na capacidade da ciência em encontrar soluções para o enfrentamento das mudanças climáticas e, nesse contexto, destacou a importância do diálogo com o público sobre o tema e, particularmente, sobre as soluções que estão sendo projetadas pela comunidade científica.
Mais informações sobre o CINE estão em www.cine.org.br, onde, em breve, serão publicados vídeos realizados durante a conferência.
*Com informações do Laboratório Aberto de Interatividade para a Disseminação do Conhecimento Científico e Tecnológico (LAbI - UFSCar).
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- 04/04/2019 - Corte orçamentário de 42% em ciência e tecnologia preocupa entidadesDurante a campanha, Jair Bolsonaro disse que meta era aumentar financiamento na área
Durante a campanha, Jair Bolsonaro disse que meta era aumentar financiamento na área
Fonte: Folha de S. PauloAs principais entidades científicas e de ensino superior do país criticaram, em carta conjunta, o congelamento de 42% das despesas de investimento do MCTIC (Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações) anunciado pelo governo federal na semana passada.
Segundo elas, áreas importantes como o enfrentamento de epidemias emergentes, a busca por novas fontes de energia e as pesquisas em segurança alimentar podem ser duramente afetadas.
"Se essas restrições orçamentárias não forem corrigidas a tempo, serão necessárias muitas outras décadas para reconstruir a capacidade científica e de inovação do país", afirma o texto, assinado por Academia Brasileira de Ciências, Conselho Nacional de Secretários Estaduais para Assuntos de Ciência e Tecnologia e Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, entre outras.
O governo anunciou que congelaria R$ 29,582 bilhões das despesas previstas para este ano em razão da revisão do cenário econômico, com menos crescimento e, por consequência, menor arrecadação.
O congelamento representa 23% das despesas discricionárias (manejáveis e, por isso, sujeitas a corte) do governo.
Luiz Davidovich, presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), afirma que o contingenciamento pode impedir o pagamento de bolsas de estudo de pesquisadores.
Em novembro de 2018, os recursos de 2019 propostos para o CNPq, maior agência de fomento à pesquisa ligada ao governo federal, só conseguiriam garantir seu funcionamento até setembro, de acordo com o então presidente do órgão Marcelo Morales.
Agora, Davidovich afirma que talvez só seja possível pagar as bolsas até julho. O CNPq é responsável por 72,8 mil bolsas de estudos e pelo financiamento de projetos de pesquisas em todo o país.
"Já estávamos no mínimo suportável. Agora, pode ser que quem está estudando fora tenha que voltar e quem está na pós-graduação tenha que procurar outro emprego", diz.
O CNPq afirma que ainda não recebeu do MCTIC a informação de reflexo do contingenciamento no órgão.
Na educação, o governo congelou R$ 5,839 bilhões, o maior corte em termos absolutos e equivalente a 25% do valor previsto no Orçamento. Em termos percentuais, o maior bloqueio aconteceu no Ministério de Minas e Energia (79,5%). "Um corte desse atinge o país que sofreu com Brumadinho e tem barragens sob risco e impede o desenvolvimento de energias alternativas, elevando nosso atraso na área", diz Davidovich.
Durante a campanha presidencial, Jair Bolsonaro afirmou que tinham como meta elevar o financiamento para a área não só com recursos públicos mas especialmente com recursos empresariais para que 3% do PIB fosse investido em ciência e tecnologia. Hoje, porém, esse patamar atualmente está perto de 1,5%, com participação maior de recursos públicos. Na Coreia do Sul essa taxa é de 4%, na União Europeia, 3% e, em Israel, mais de 4%.
Segundo Davidovich, a experiência internacional aponta que cada dólar investido nessa área tem retorno de 3 a 8 vezes maior. "A crise é global, mas os países continuam investindo em ciência porque há retorno, porque eles aproveitam janelas de oportunidade e ganham protagonismo internacional, porque produzem seus próprios medicamentos e alimentos mais baratos. O Brasil está na contramão disso, e abrir mão desse investimento é condenar o Brasil a ser um país de 4º mundo."
O Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, que financia a inovação e a infraestrutura de pesquisa das instituições de ciência e tecnologia, teve mais de 80% de seus recursos contingenciados.
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- 03/04/2019 - Pernambuco pode abrigar novas usinas nucleares no BrasilFonte: Valor Econômico
Por Rodrigo Polito | Valor
RIO - O Estado de Pernambuco pode abrigar as próximas usinas nucleares brasileiras depois de Angra 3. A Eletronuclear concluiu estudo de localização de futuras usinas do tipo no país e definiu o município de Itacuruba, no interior do Estado e na margem do rio São Francisco como um local ideal para novos empreendimentos.Segundo o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia (MME), Reive Barros, o local pode abrigar usinas com um total de 6.600 megawatts (MW) e demandar investimentos de R$ 30 bilhões.
"Já existe estudo feito pela Eletronuclear que define uma área no Nordeste", disse o secretário, em apresentação em seminário promovido pela Associação Nuclear Mundial (WNA), no Rio.
Segundo ele, o Plano Nacional de Energia 2050, em elaboração pelo MME e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), deve indicar a construção de novas usinas nucleares no Brasil, além de Angra 3.
"Nossa expectativa é que o PNE 2050 sinalize com a continuidade de construção de usinas nucleares", explicou Barros.
Com relação à Angra 3, o secretário disse que as questões necessárias para a retomada da usina sejam definidas neste ano, para que as obras sejam retomadas em 2020. "Nós precisamos que essa usina entre em operação em 2026", completou.
Segundo ele, o plano de retomada de Angra 3 é dividido em três etapas. A primeira foi a correção do preço de referência de energia da usina, de cerca de R$ 250 por megawatt-hora (MWh) para R$ 480/MWh. A segunda é a definição do modelo societário para a conclusão da obra com a participação da iniciativa privada e a terceira trata da definição da concorrência internacional para a definição do sócio. Essas duas etapas ainda estão em andamento.
De acordo com o governo, Angra 3 ainda demanda cerca de R$ 15 bilhões para ser concluída. O índice de conclusão das obras da usina atualmente é de aproximadamente 65%.
Angra 3 teve as obras interrompidas em setembro de 2015, após a apuração de irregularidades em contratos do empreendimento pela Polícia Federal, no âmbito da força tarefa da Lava-Jato, e devido à falta de pagamentos aos fornecedores da obra.
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- 03/04/2019 - Começa no Rio o World Nuclear Spotlight, um dos principais eventos internacionais da área nuclearFonte: Petronotícias
A partir desta quarta-feira (3), o setor nuclear brasileiro terá alguns dias importantes e momentos decisivos. Depois de anunciado um lucro líquido expressivo da Eletronuclear em 2018, todas as empresas que querem participar da PPI para a continuação das obras de Angra 3 ficaram mais animadas. O reajuste das tarifas da geração nuclear foi fundamental e animou as companhias que querem participar da retomada das obras da usina. A indústria viveu a expectativa do "World Nuclear Spotlight”, evento internacional que acontecerá no Hotel Windsor Marapendi de hoje até sexta-feira, no Rio de Janeiro. O primeiro dia do encontro terá um painel exclusivo para abordar quais são os projetos atuais em desenvolvimento no Brasil, além da perspectiva dos empreendimentos futuros. Para tal, um time de executivos das principais empresas do setor foi formado para fazer apresentações de diversos temas, desde o desenvolvimento de recursos humanos até a avaliação de impactos ambientais para as próximas usinas nucleares no país.
A Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (Abdan) e a WNA World Nuclear Association organizam a edição brasileira do evento. Celso Cunha (foto principal), presidente da ABDAN, acredita que o encontro pode ser marcante: "É muito bom ver o trabalho florescer. São momento marcantes. Não é fácil organizar um evento dessa envergadura, mas é muito prazeroso ver a energia nuclear retomar o seu lugar na matriz energética brasileira. São muitos desafios, mas acredito firmemente que vamos levar a frente todo este processo, apesar de alguns setores se colocarem contrários por desconhecimento técnico, tecnológico e preconceituoso. Pela programação, que elaboramos, é possível ver que será um grande evento. São nomes de nível mundial que estarão presentes fazendo apresentações. Também participarão as 12 pessoas que compõem oboard da WNA. Isso trará uma repercussão enorme e aproxima toda uma sabedoria mundial do nosso mercado”
O presidente da Eletronuclear, Leonam Guimarães (foto abaixo), fará uma apresentação sobre o papel da energia nuclear na matriz energética brasileira e a demanda futura por energia. Estudo elaborado pela própria Eletronuclear, demonstra o impacto positivo que as plantas nucleares podem trazer para o sistema elétrico. No caso específico de Angra 3, segundo cálculos apresentados pela empresa, com a entrada da usina, a economia poderá chegar a R$ 900 milhões anuais, já que os gastos com o despacho de térmicas serão menores. De acordo com dados do Ministério de Minas e Energia (MME), o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) é obrigado a despachar, de forma contínua, usinas térmicas a diesel com tarifas acima de R$ 700/MWh, enquanto que o valor da tarifa de Angra 3 será de R$ 480/MWh.
Com esta perspectiva, o chefe do Departamento de Desenvolvimento de Novos Empreendimentos da Eletronuclear, Marcelo Gomes, fará uma apresentação durante o Spotlight sobre avaliações estratégicas e de impacto ambiental para as próximas plantas nucleares no país. No entanto, a questão nuclear brasileira não se resume apenas à geração de energia. Prova disso é desenvolvimento do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), que também será tema de apresentação no Spotlight. O projeto será detalhado pelo coordenador técnico do empreendimento, José Augusto Perrotta (foto abaixo).
O projeto, como se sabe, dará autossuficiência ao Brasil na produção de radioisótopos usados na fabricação de radiofármacos, fundamentais hoje no setor da saúde. Além disso, o RMB será utilizado também para testes de irradiação de combustíveis nucleares e de materiais e as respectivas análises pós-irradiação e para pesquisas científicas com feixes de nêutrons em várias áreas do conhecimento. O painel sobre o Brasil terá ainda apresentações sobre o ciclo do combustível nuclear no país, feita pelo presidente da INB, Carlos Freire; e também palestra sobre o desenvolvimento de recursos humanos, com o especialista da FGV Marco Túlio.
A Nuclep também participará do Spotlight, apresentando seu potencial para construir equipamentos. Além disso, o novo diretor comercial da empresa, Nicóla Mirtto Neto, vai revelar ao mercado as muitas demandas por insumos usados pela companhia em seus projetos.
Além das empresas nacionais, também estarão presentes representantes de importantes companhias internacionais, que abordarão os benefícios da energia nuclear, tecnologias e aceitação pública da fonte. Membros do governo brasileiro também estão confirmados para o primeiro dia do Spotlight, como o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE),Thiago Vasconcellos Barral Ferreira, o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do MME, Reive Barros, e o secretário do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Antônio Capistrano.
O segundo dia de Spotlight terá uma reunião fechada entre 12 tomadores de decisão de alto nível do Brasil e outros 12 de fora do país. O objetivo é discutir soluções e prestar apoio ao programa nuclear brasileiro. E no dia 5 de abril, último dia do evento, haverá uma visita técnica à Angra 2 e Angra 3. A programação completa está disponível no site oficial do Spotlight.
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- 03/04/2019 - Primeiras imagens de reator nuclear na Arábia Saudita mostram planta quase concluída.Fonte: Gazeta do Povo
"A Arábia Saudita está em fase de conclusão do seu primeiro reator nuclear, como mostraram imagens de satélite das instalações, provocando alertas sobre os riscos do uso da tecnologia pelo reino sem se submeter às regras internacionais que regem o setor.
A unidade de pesquisa está localizada no canto sudoeste da Cidade do Rei Abdulaziz para Ciência e Tecnologia em Riad, de acordo com imagens publicadas pelo Google Earth. Essas são as primeiras imagens no domínio público que confirmam que o programa está avançando, mostrando a construção quase concluída de um reservatório em forma de coluna que conterá combustível atômico.
O avanço é alarmante para os especialistas em controle de armas, porque a Arábia Saudita ainda precisa se integrar à estrutura internacional de regras que outras potências nucleares seguem para garantir que os programas atômicos civis não sejam usados para construir armas. Os fornecedores de combustível nuclear não vão agir para abastecer a unidade até que novos dispositivos de vigilância tenham sido selados com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), em Viena.
"Há uma probabilidade muito alta de que essas imagens mostrem a primeira instalação nuclear do país", disse Robert Kelley, um ex-diretor da AIEA que também liderou o laboratório de sensoriamento remoto do Departamento de Energia dos EUA. "Isso significa que a Arábia Saudita precisa estar com suas medidas de segurança em ordem".
Atividades pacíficas
O Ministério da Energia da Arábia Saudita disse em comunicado que o objetivo da instalação é "dedicar-se a atividades científicas, de pesquisa, educacionais e de treinamento estritamente pacíficas, em total conformidade com acordos internacionais". O reator está sendo construído com transparência e o reino assinou todos os tratados internacionais de não-proliferação, disse o ministério, acrescentando que a instalação está aberta aos visitantes.
Embora a Arábia Saudita tenha anunciado abertamente suas ambições de adquirir uma usina nuclear, sabe-se menos sobre os tipos de monitoramento que o reino pretende implementar. Mais especialistas em controle de armas estão examinando o trabalho nuclear da Arábia Saudita por causa de declarações oficiais de que o reino poderia tentar adquirir armas nucleares.
Há pouco mais de um ano, o príncipe herdeiro Mohammed Bin Salman disse que o reino desenvolveria uma bomba se seu rival regional, o Irã, o fizesse. Essas declarações levantaram uma bandeira vermelha dentro da comunidade de monitoramento nuclear, que está apreensiva, porque ela tem mais capacidade de acessar plantas nucleares no Irã do que na Arábia Saudita.
"O debate muito mais forte em Washington é sobre se a Arábia Saudita vai adquirir armas nucleares", disse Sharon Squassoni, pesquisadora e ex-diplomata em questões de não-proliferação na Universidade George Washington.
O foco no programa aumentou desde que o Congresso americano abriu uma investigação sobre a transferência potencialmente ilegal de tecnologias sensíveis para o reino. O Departamento de Prestação de Contas do Governo dos EUA se juntou à investigação nesta semana, acrescentando seu peso como o órgão de fiscalização federal encarregado de examinar o trabalho que as empresas norte-americanas estão tentando fazer na Arábia Saudita.
A empresa estatal argentina INVAP, de serviços de tecnologia, vendeu a unidade para a Arábia Saudita, que planeja lançá-la ainda este ano. O reservatório tem cerca de 10 metros de altura e 2,7 metros de diâmetro, correspondendo às especificações de outros reatores de pesquisa, segundo Kelley, que também usou imagens publicadas pela Zamil Industrial Investment Co. para chegar a essa conclusão.
O reservatório de aço foi feito na Arábia Saudita. Ele irá conter combustível de urânio enriquecido com uma pureza menor do que os níveis necessários para armas.
Regras obsoletas
A Arábia Saudita está atualmente inscrita no chamado Protocolo de Pequenas Quantidades da AIEA, um conjunto de regras que se tornarão obsoletas quando o país precisar de combustível atômico. O país não adotou as regras e procedimentos que permitiriam aos inspetores nucleares acessar locais de interesse em potencial.
No mundo do monitoramento nuclear, a AIEA é responsável por enviar centenas de inspetores ao redor do mundo para cuidar e manter uma vasta rede de câmeras, selos e sensores. O trabalho deles é dar conta dos níveis de gramas de urânio enriquecido, assegurando que o principal ingrediente necessário para a energia nuclear não seja desviado para a fabricação de armas. Sem se submeter a um monitoramento mais rigoroso da AIEA, o reino teria dificuldades para abastecer seu reator.
"A Arábia Saudita terá que passar para um acordo amplo de salvaguardas com arranjos subsidiários antes que a unidade seja abastecida", disse Rafael Mariano Grossi, enviado da Argentina à AIEA.
O comentário dele marca a segunda vez em um mês que autoridades da instituição de Viena lembraram à Arábia Saudita que ela precisa seguir regras internacionais mais rigorosas antes de aprofundar seu ambicioso programa nuclear.
O objetivo do monitoramento é garantir que os materiais nucleares usados em usinas civis não acabem indo para um programa de armas. Os EUA estão procurando saber se a Arábia Saudita adotará o chamado acordo de padrão-ouro que deixará as autoridades em Washington confortáveis com o envolvimento mais profundo de empresas norte-americanas.
Enquanto o acordo do reino com a Argentina permitiu que o trabalho no reator de pesquisa avançasse, ele não pode preencher as lacunas de monitoramento que precisam ser preenchidas antes que a instalação de Riad seja abastecida, disse Squassoni, a acadêmica de Georgetown.
"O combustível não será fornecido até que haja um forte acordo de medidas de segurança", disse Squassoni. "Assim que eles passarem a ter necessidade de combustível, o acordo tem que estar em vigor."
A capacidade dos inspetores da AIEA de obter acesso a instalações na Arábia Saudita está atualmente restrita porque seu programa está "baseado em um texto antigo" de regras de salvaguardas, disse o diretor-geral da AIEA, Yukiya Amano, no mês passado. Sua agência está encorajando o reino a rescindir essas antigas regras e adotar o chamado protocolo adicional – as diretrizes de inspeção mais rigorosas disponíveis. Amano terá reuniões em Washington nesta semana.
O acordo entre a INVAP e a Arábia Saudita de 2013 abriu as portas para novos negócios potencialmente lucrativos para o país sul-americano, que tem exportado reatores para pesquisa há décadas, enquanto também desenvolve novas unidades de energia modulares. Os chamados pequenos reatores modulares são um ponto focal das ambições nucleares do reino, que visam cerca de 3,2 gigawatts de energia atômica até 2030, de acordo com um informe da AIEA divulgado por reguladores sauditas."
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- 03/04/2019 - 14ª edição do prêmio Para Mulheres na Ciência está com inscrições abertasFonte: Agência Fapesp
As inscrições para a 14ª edição do prêmio Para Mulheres na Ciência estão abertas até 30 de abril de 2019.
Realizado desde 2006 pela L´Oréal, em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no Brasil e a Academia Brasileira de Ciências (ABC), o prêmio tem como objetivo promover e reconhecer a participação da mulher na ciência, favorecendo o equilíbrio dos gêneros no cenário brasileiro.
Todo ano, sete jovens pesquisadoras das áreas de ciências da vida, ciências físicas, ciências químicas e matemática são contempladas com uma bolsa-auxílio de R$ 50 mil cada para dar prosseguimento aos seus estudos.
Para participar, é necessário que a candidata tenha concluído o doutorado a partir de 2012, tenha residência estável no Brasil, desenvolva projetos de pesquisa em instituições nacionais, entre outros requisitos. A candidata elegível deve se inscrever pelo site do prêmio.
Durante a inscrição, a candidata deve apresentar formulário de inscrição eletrônico preenchido, minirresumo e texto sobre a importância prática e/ou teórica do projeto de pesquisa, declaração de concordância da instituição nacional onde a pesquisa será desenvolvida e projeto de pesquisa.
As vencedoras serão conhecidas a partir de agosto, e a cerimônia de entrega do prêmio ocorrerá em outubro.
Mais informações: www.paramulheresnaciencia.com.br.
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- 02/04/2019 - Rosatom instala simulador para treinar operações em usina nuclearFonte: O Petróleo
A Rosatom informou que o simulador em escala real Instalado na unidade 4 da usina nuclear de Beloyarsk, na Rússia, passou em testes de aceitação na operação simulada de reator de nêutrons rápido BN-800. A operação do reator iniciou com 100% de energia na sua primeira vez ligada, em agosto de 2016.
A unidade de 789 MWe é abastecida por uma mistura de óxidos de urânio e plutônio dispostos para produzir material combustível novo à medida que queima.Sua capacidade excede a do segundo reator mais potente domundo, os 560 MWe BN-600 Beloyarsk 3.
O simulador que replica com precisão, foi desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa Russo para a Operação da Usina Nuclear, na Planta Eletromecânica dos Urais, e o software, pela ENIKO TSO.
A empresa informou que os operadores de usinas nuclearesdevem ser capazes de operar sob todas as condições, assim os funcionários da fábrica recebem 144 horas de treinamento por ano, das quais 80 horas serão gastas no novo simulador.O uso de um simulador em grande escalaexpande enormemente a experiência do pessoal, permitindo-lhes analisar várias situações operacionais sob a orientação de instrutores experientes, disse a empresa.
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- 02/04/2019 - FAPESP atualiza normas de Bolsas de DoutoradoFonte: Agência Fapesp
A FAPESP atualizou as normas de Bolsas no País – Doutorado, disponíveis em: www.fapesp.br/bolsas/dr.
Além da nova redação do texto foram realizadas algumas alterações nas normas, das quais destacam-se:
1) A alteração da duração máxima inicial de 36 para 48 meses;
2) Em lugar do documento de descrição das atividades, o candidato à Bolsa de Doutorado deverá enviar a súmula curricular, documento de referência para a análise das qualificações dos pesquisadores que solicitam ou que participam de solicitações de financiamento à FAPESP;
3) Detalhamento do processo de análise das solicitações de Bolsas de Doutorado.
As normas atualizadas de Bolsas de Doutorado da FAPESP estão em: www.fapesp.br/bolsas/dr.
Em caso de dúvidas, consulte o serviço Converse com a FAPESP: www.fapesp.br/converse
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- 01/04/2019 - Amazul apresenta na LAAD projetos nucleares para programas estratégicosFonte: Amazul
A Amazul – Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A., empresa de tecnologia, gestão de conhecimento, inovação e projetos de engenharia na área nuclear, apresenta os projetos dos programas estratégicos de que participa em seu estande na LAAD – Defence & Security 2019, que reúne cerca de 450 empresas e instituições no Riocentro, Rio de Janeiro, de 2 a 5 de abril.
A Amazul foi constituída em 2013 para promover, desenvolver, transferir e manter tecnologias sensíveis às atividades do Programa Nuclear da Marinha (PNM), Programa de Desenvolvimento de Submarinos (ProSub) e Programa Nuclear Brasileiro (PNB). Dentro do PNM, atua nos projetos para construir, comissionar e operar reator nuclear de potência, totalmente nacional, e para a produção em escala industrial do combustível nuclear. A tecnologia poderá ser empregada tanto para equipar o submarino com propulsão nuclear quanto para iluminar uma cidade.
Em relação ao ProSub, a Amazul está comprometida com a busca de parcerias com empresas para aumentar o grau de nacionalização dos submarinos convencionais e com propulsão nuclear, contribuindo também para o fortalecimento da base industrial de defesa. Por meio de acordos de cooperação técnica, ajuda a desenvolver tecnologias como o sistema de gerenciamento integrado e o sistema de combate de submarinos.
A empresa também participa do PNB. Em parceria com a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), é coexecutora do empreendimento do Reator Multipropósito Brasileiro, voltado para pesquisas, testes de materiais e produção de radioisótopos para aplicação em diversas áreas, como indústria, agricultura, meio ambiente e medicina nuclear. Mas a principal missão do RMB é suprir o mercado brasileiro de insumos para a produção de radiofármacos destinados ao diagnóstico e tratamento de doenças como o câncer.
A gestão de conhecimentos faz parte do portfólio de negócios da Amazul, que desenvolveu uma metodologia que está sendo aplicada em unidades da Marinha. O projeto-piloto recebeu o 17º Prêmio Learning & Performance Brasil 2018/2019, na categoria Referência Nacional, que reconhece as melhores práticas em aprendizado e performance. A empresa concorreu com iniciativas de organizações como Claro-Brasil, Serasa Experian, Bayer e Bradesco.
Desde o início, a gestão da Amazul é orientada por boas práticas de governança corporativa comparáveis às de organizações listadas em bolsa. Em 2018, foi classificada no primeiro nível do Indicador de governança, junto com 25 seletas empresas como Banco do Brasil e Petrobras. Criado pela Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais, órgão do Ministério do Planejamento, o Indicador de Governança é um instrumento para acompanhar o desempenho das empresas estatais neste quesito.
Com estrutura enxuta, a Amazul tem cerca de 1.850 empregados, 90% deles voltados para as atividades-fim da empresa, atuando nos programas estratégicos.
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- 01/04/2019 - Pós-doutorado e mestrado em sistemas eletroquímicos com bolsa da FAPESP - Agência FAPESPVagas são para projeto do Centro de Inovação em Novas Energias voltado a buscar uma rota sustentável para a conversão de metano com tecnologias eletroquímicas avançadas
Vagas são para projeto do Centro de Inovação em Novas Energias voltado a buscar uma rota sustentável para a conversão de metano com tecnologias eletroquímicas avançadas
Fonte: Agência Fapesp
O Centro de Inovação em Novas Energias (CINE), um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) constituído em parceria pela FAPESP e a Shell, dispõe de uma vaga de mestrado e uma de pós-doutorado, ambas com bolsa da FAPESP. As oportunidades são oferecidas no âmbito do projeto "Rota sustentável para a conversão de metano com tecnologias eletroquímicas avançadas". As inscrições vão até dia 10 de abril de 2019.O bolsista de mestrado terá como foco de pesquisa a síntese de nanocatalisadores baseados em estruturas tridimensionais de carbono e a elucidação dos sítios ativos destes nanomateriais, bem como dos mecanismos das reações eletroquímicas de conversão de metano a produtos sobre os eletrocatalisadores sintetizados.
Os candidatos devem ter diploma de ensino superior em química, ciência dos materiais, engenharia química ou em áreas afins. Experiências anteriores na síntese e caracterização de nanopolímeros, nanoestruturas de carbono e eletroquímica são altamente valorizadas, embora não sejam requeridas.
A posição de pós-doutorado tem como objetivo desenvolver, testar e caracterizar sistemas de eletrodo/catalisador para a conversão seletiva de metano a produtos. O bolsista participará do desenvolvimento de técnicas de cromatografia gasosa com espectrometria de massa acoplada para determinar e quantificar os produtos formados na conversão eletroquímica de metano nos conjuntos eletrodo/catalisador desenvolvidos.
Os candidatos devem ter completado doutorado em química, ciências dos materiais, engenharia química ou área equivalente. Exige-se experiência no desenvolvimento de novas técnicas para cromatografia gasosa – espectrometria de massas e na síntese de catalisadores nanoestruturados; produção de eletrodos e sistemas eletroquímicos de eletrólito polimérico; técnicas experimentais eletroquímicas e afins; análise cinética; mecanismos catalíticos; e pesquisa multidisciplinar e experiência prática de trabalho como parte de uma equipe de pesquisa.
Para se inscrever em qualquer uma das oportunidades oferecidas, é preciso enviar curriculum vitae atualizado, o índice H, média aritmética do fator de impacto de todos os artigos publicados, uma cópia do histórico acadêmico e uma carta de motivação para o e-mail de Thiago Lopes (tlopeschem@gmail.com), para os candidatos ao mestrado, e de Almir Oliveira Neto (aolivei@ipen.br), para os candidatos ao doutorado.
Mais informações sobre as vagas: www.fapesp.br/oportunidades/2721ewww.fapesp.br/oportunidades/2719.
Saiba mais sobre as Bolsas de Mestrado da FAPESP em: www.fapesp.br/bolsas/ms.
A oportunidade de pós-doutorado está aberta a brasileiros e estrangeiros. O selecionado receberá Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP no valor de R$ 7.373,10 mensais e Reserva Técnica equivalente a 15% do valor anual da bolsa para atender a despesas imprevistas e diretamente relacionadas à atividade de pesquisa.
Caso o bolsista de PD resida em domicílio fora da cidade na qual se localiza a instituição-sede da pesquisa e precise se mudar, poderá ter direito a um auxílio-instalação. Mais informações sobre a Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP estão disponíveis em www.fapesp.br/bolsas/pd.
Outras vagas de bolsas, em diversas áreas do conhecimento, estão no site FAPESP-Oportunidades, em www.fapesp.br/oportunidades.
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- 29/03/2019 - INB entrega plano emergencial para barragem de rejeitos radioativos em Caldas, MGINB entrega plano emergencial para barragem de rejeitos radioativos em Caldas, MG
INB entrega plano emergencial para barragem de rejeitos radioativos em Caldas, MG
Fonte: G1
A INB, Indústrias Nucleares do Brasil, empresa responsável pelas barragens de águas e de rejeitos de lixo radioativo, em Caldas (MG), entregou nesta sexta-feira (29) um plano emergencial de segurança para a região. O documento foi entregue ao Ministério Público Federal, que agora deve analisar o plano antes dele ser implementado.
A criação do plano emergencial foi um pedido do MPF após um estudo da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) apontar risco de rompimento na barragem de rejeitos, que contém materiais radioativos.
Segundo a empresa, o plano contempla:
- informações gerais da estrutura
- procedimentos preventivos e corretivos a serem adotados em situações de emergência
- detecção, avaliação e classificação das situações de emergência
- fluxograma e procedimentos de notificação
- responsabilidades gerais no Plano
- estudos de cenários de uma hipotética ruptura da Barragem de Rejeitos.
Com a entrega nesta sexta-feira, a empresa cumpre o prazo estabelecido para a criação do plano, que era até 30 de março.
Para a elaboração, a INB fez um cadastro dos moradores das áreas próximas para traçar um perfil de casos especiais. Esse processo foi realizado entre os dias 11 e 15 de março. Além disso, houve o registro de contatos para futuros treinamentos e "os empregados da INB aproveitaram a ocasião para esclarecer dúvidas da população", disse a empresa.
Esses moradores são os situados na chamada zona de autossalvamento, em que é responsabilidade da empresa fazer a segurança por não haver tempo hábil para os serviços públicos.
Parte do trabalho realizado com urânio era feito a céu aberto na INB — Foto: Reprodução EPTV
Riscos
Em caso de rompimento, a barragem de resíduos radioativos e a segunda, de águas claras, atingiriam rios que cortam a região. A de rejeitos, cairia no Ribeirão Soberbo e seguiria até o Rio Verde, depois chegando à cidade de Caldas. Já a Represa de Águas Claras atingiria o Ribeirão das Antas e seguiria cerca de 25 km até Poços de Caldas.
Barragem da INB em Caldas, MG — Foto: Reprodução EPTV
A barragem
A barragem radioativa da INB em Caldas, no Sul de Minas, foi a primeira barragem de exploração e trabalho de urânio do Brasil. A área, com 12,5 mil toneladas de resíduos, ocupa um espaço equivalente a cem Maracanãs, contendo lixo radioativo com urânio, tório e rádio.
Os resíduos ainda não passaram pelo processo de descomissionamento - procedimento para a desativação de uma instalação nuclear ao final de sua vida útil. A medida, inclusive, é um pedido antigo da Justiça.
Segundo nota divulgada pela INB, "a empresa calcula um investimento de aproximadamente 500 milhões de dólares e, por se tratar de um projeto extremamente complexo, o prazo estimado para a sua conclusão é de 40 anos".
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- 28/03/2019 - Governo avalia diversas alternativas para Eletrobras, diz CEO; vê decisão até junhoFonte: Extra
São Paulo/Rio de Janeiro (Reuters) - O governo federal e a Eletrobras estão avaliando diversos possíveis modelos para capitalizar a companhia, sem nenhuma decisão até o momento, disse nesta quinta-feira o presidente da estatal, Wilson Ferreira Jr., durante teleconferência com investidores.
A fala veio após pergunta de um analista sobre recente declaração do secretário especial do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues Filho, que disse que a pasta tem avaliado alternativas como a privatização em separado de subsidiárias da companhia.
Até o momento, o Ministério de Minas e Energia vem defendendo proposta mais semelhante à apresentada no governo do ex-presidente Michel Temer, pela qual a Eletrobras seria capitalizada por meio da emissão de novas ações, em operação que diluiria a fatia do governo na companhia para uma posição minoritária.
"Estamos olhando várias alternativas e não temos nenhuma decidida. Colocamos prazo até junho para essa avaliação do modelo. Concluído, vai ser compartilhado com o mercado", afirmou Ferreira.
A Eletrobras reportou um lucro líquido de 12,07 bilhões de reais no quarto trimestre de 2018, enquanto o resultado do ano completo somou 13,3 bilhões de reais, o melhor da companhia em 20 anos.
Ferreira ressaltou, no entanto, que o desempenho não significa que a empresa tem condições de paralisar o processo de capitalização, que ele disse esperar que possa ocorrer ainda em 2019.
O executivo lembrou que a companhia ainda não está sequer pagando dividendos mínimos obrigatórios aos acionistas, em meio a uma reestruturação e esforços para reduzir dívidas.
ANGRA 3
Um dos principais fatores por trás do forte lucro da Eletrobras em 2018 foi uma reversão parcial de provisões e de contrato oneroso da usina nuclear de Angra 3, cujas obras estão paralisadas desde 2015.
O movimento deve-se à aprovação no final do ano passado, pelo governo Michel Temer, de um aumento para 480 reais por MWh no preço que poderá ser cobrado pela produção da usina, ante 248 reais anteriormente.
Na teleconferência, uma analista questionou Ferreira sobre a reversão mesmo sem que a empresa tenha ainda uma definição do modelo de negócios a ser adotado para a retomada do empreendimento.
O executivo respondeu que a estatal não reverteu todas provisões relativas a Angra 3, que chegaram a somar quase 11 bilhões de reais, e que a medida levou em consideração previsão de que a usina entrará em operação no prazo atualmente previsto, até 2026.
Ele acrescentou que o modelo societário para atrair um novo sócio que ajude a companhia a concluir o projeto nuclear está sendo discutido junto ao governo.
A elétrica estima que Angra 3 ainda demandará mais 15 bilhões de reais.
(Por Luciano Costa em São Paulo e Rodrigo Viga Gaier no Rio de Janeiro)
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- 28/03/2019 - Pior acidente nuclear dos EUA completa 40 anosFonte: UOL
Há quarenta anos, o acidente na usina nuclear de Three Mile Island, nos Estados Unidos, marcava profundamente a opinião pública, mesmo sem ter feito vítimas fatais.
Este acidente, devido a falhas no projeto, operação e erros humanos, foi classificado no nível 5 da escala internacional de acidentes nucleares Ines, enquanto Chernobyl e Fukushima atingiram o nível máximo de 7.
Aconteceu quando acabava de estrear nos cinemas o filme "Síndrome da China", que descreve um grave perigo nuclear em uma usina californiana. A coincidência fez com o desastre reverberasse ainda mais.
Recorde a série de acontecimentos noticiados pela AFP na época.
- "Alerta geral" -Em 28 de março de 1979, um alerta geral foi emitido na central nuclear de Three Mile Island, na Pensilvânia, a meio caminho entre Nova York e Washington, após "a ruptura de um mecanismo de resfriamento".
Uma pane na parte não nuclear da central resultou em um aumento da pressão no "circuito primário" de água no núcleo do reator número 2. O reator parou automaticamente por segurança e uma válvula foi acionada para diminuir pressão.
Esta válvula deveria fechar automaticamente assim que pressão caísse. Mas não foi isso que aconteceu, enquanto uma luz indicou erroneamente na sala de controle que ela havia fechado.
A água de resfriamento escapou pela válvula, causando o superaquecimento do reator rapidamente.
- Fusão do núcleo -Sem dispor de informações corretas e de uma boa análise da situação, os técnicos tomaram decisões que reduziram ainda mais o nível da água de resfriamento no núcleo.
A temperatura do combustível nuclear subiu perigosamente e o núcleo começou a derreter. Os funcionários acabaram entendendo a situação e reinjetaram a água.
Foram necessários cinco dias para a situação retornar ao controle.
O governador da Pensilvânia ordenou a evacuação das mulheres grávidas e crianças pequenas da vizinhança. Também pediu que os outros habitantes permanecessem trancados em casa.
O enviado especial da AFP, Michel Faure, observou em 30 de março: "As ruas da pequena cidade de Middletown, aninhadas em uma paisagem montanhosa ao pé de quatro enormes torres de resfriamento da central nuclear de Three Mile Island estão desertas. Os habitantes ficaram trancados o dia todo em casa".
Finalmente, a contenção se mantém e, no exterior, as emanações radioativas parecem limitadas.
Em 1º de abril, o presidente Jimmy Carter entrou em cena para acalmar os ânimos. Em 9 de abril, as mulheres grávidas e as crianças evacuadas foram autorizadas a voltar para casa e, em 27 de abril, a situação é definitivamente estabilizada no reator danificado.
Segundo a Comissão Reguladora Nuclear dos EUA (NRC), a dose radioativa média recebida pelos dois milhões de pessoas na região foi de 1 milirem (0,01 milisievert), menos que uma radiografia de pulmão.
As únicas vítimas foram quatro funcionários expostos a uma superdosagem de radioatividade.
- Perda de confiança -Mas a empresa proprietária da usina, Metropolitan Edison, manipulou as informações nos primeiros dias, multiplicando afirmações otimistas e mentindo para o governador do estado.
O público soube vários meses depois que o acidente poderia ter se transformado em um desastre nuclear.
De acordo com estudos posteriores, 45% do combustível derreteu, misturando-se às bainhas e outros elementos estruturais para formar um magma chamado "cório". Parte do cório - cerca de 20 toneladas - foi para o fundo do tanque que resistiu.
A limpeza e descontaminação da central durou até 1993 e custou US$ 973 milhões.
O reator número 1, não afetado pelo acidente, foi posto em serviço novamente em 1985 e deverá ser definitivamente encerrado em 30 de setembro de 2019.
O acidente enfureceu o povo americano, que nunca recuperou totalmente a confiança nessa forma de energia.
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- 27/03/2019 - Pós-doutorado no Centro de Inovação em Novas Energias com bolsaFonte: Agência FAPESPO Centro de Inovação em Novas Energias (CINE), um dos Centros de Pesquisa em Engenharia (CPE) constituído em parceiria pela FAPESP e a Shell, procura candidatos para uma vaga de pós-doutorado para o projeto "Rota sustentável para a conversão de metano com tecnologias eletroquímicas avançadas", conduzido na Universidade Federal do ABC (UFABC), em Santo André. O prazo de inscrição acaba no dia 1º de abril de 2019.
Coordenado pelo pesquisador Fabio Coral Fonseca, o projeto faz parte da iniciativa conjunta da FAPESP e da Shell. O CPE foi estruturado para se tornar um centro de pesquisa de classe mundial, contribuindo para o avanço de tecnologias para conversão de metano em produtos de alto valor agregado.
O bolsista atuará na conversão de metano, preferencialmente com conhecimento em mais de uma das seguintes áreas: catálise heterogênea, catalisadores baseados em óxidos, técnicas de análise de gases (cromatografia gasosa e espectrometria de massa), reações termoquímicas em alta temperatura.
A bolsa, da Shell, será de dois anos, com possibilidade de extensão. As inscrições devem incluir o curriculum vitae, com uma lista de publicações, declaração de interesse e três cartas de recomendação, todas enviadas por e-mail para andre.ferlauto@ufabc.edu.br. Uma entrevista por meio de conexão remota será solicitada para os candidatos.
Mais informações sobre a vaga: www.fapesp.br/oportunidades/2705.
Outras vagas de bolsas, em diversas áreas do conhecimento, estão no site FAPESP-Oportunidades, em www.fapesp.br/oportunidades.
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- 27/03/2019 - 1845: Nascia Wilhelm Conrad Röntgen, descobridor do raio XNo dia 27 de março de 1845, nasceu na Alemanha o físico que revolucionaria as ciências naturais ao descobrir que a radiação pode atravessar substâncias opacas à luz comum.
No dia 27 de março de 1845, nasceu na Alemanha o físico que revolucionaria as ciências naturais ao descobrir que a radiação pode atravessar substâncias opacas à luz comum.
Fonte: Site DWSucesso na medicina
O físico alemão Wilhelm Conrad Röntgen estudou na Holanda e na Suíça, formando-se em Zurique. Pela descoberta dos raios X, foi o primeiro a receber o Prêmio Nobel de Física, em 1901.Röntgen interessou-se pela Física após haver cursado engenharia mecânica. Em novembro de 1895, já trabalhando como professor da Universidade de Würzburg, na Alemanha, observou um fenômeno surpreendente ao fazer experimentos com um tubo de raios catódicos.
Sabia-se, na época, que certos materiais emitiam luz quando expostos a raios catódicos. O tubo de raios catódicos tinha sido inventado pelo inglês William Crookes (1832-1919) anos antes. Era um tubo de vidro, dentro do qual um condutor metálico aquecido emitia elétrons– os raios catódicos – em direção a outro condutor.
Quando Röntgen ligou o tubo, uma placa de material fluorescente – bário – brilhou. Ele desligou o tubo e o brilho sumiu. O brilho persistiu quando Röntgen colocou um livro e uma folha de alumínio entre o tubo e a placa. Alguma coisa saía do tubo, atravessava barreiras e atingia a placa de bário.
Röntgen concluiu que o tubo emitia, além dos raios catódicos, algum tipo de radiação desconhecida. Por isso lhe deu o nome provisório de raios X. Ele preferiu aperfeiçoar seus experimentos antes de divulgá-los. Em menos de dois meses, havia acumulado conclusões suficientes para publicar seus resultados. Em alemão, seu nome virou verbo –röntgen– para o ato de fazer radiografia.
Em dezembro, fez a radiação atravessar a mão de sua esposa, Bertha, durante 15 minutos. Do outro lado, colocou uma chapa fotográfica. Depois de revelá-la, viam-se nela os contornos dos ossos da mão: era a primeira radiografia da história. A imprensa noticiou o fato com destaque em 5 de janeiro de 1896.
Sucesso na medicina
A descoberta de Röntgen fez enorme sucesso na medicina, porque permitia, pela primeira vez, observar o interior do corpo mantendo-o intacto. Nesta época, ainda não se sabia que estes raios, em excesso, podem prejudicar o organismo. Ao usar os raios X em suas pesquisas, o físico francês Becquerel, alguns meses mais tarde, descobriu a radioatividade.
Röntgen recusou um título de nobreza que lhe foi oferecido e preferiu não patentear qualquer aparelho ou processo relacionado com os raios X, pois desejava que a humanidade se beneficiasse da sua descoberta.
Sem ela, não conheceríamos as estruturas das moléculas, não haveria esperanças de curar o câncer, não teríamos informações importantes sobre o interior de uma série de organismos (inclusive das múmias), nem poderíamos ver as explosões do Sol.
Os raios X são ondas eletromagnéticas de comprimento muito curto, cerca de um milhão de vezes menor do que 1 milímetro. As técnicas de detecção de imagem por raios X propiciaram o descobrimento da ressonância magnética, da ultra-sonografia e da medicina nuclear. A tomografia computadorizada, uma superevolução do raio X, equivale a cerca de 130 mil radiografias.
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- 25/03/2019 - Comunidade nuclear reage aos erros de informações da reportagem sobre Angra 3 no FantásticoFonte: Petronotícias
A comunidade nuclear brasileira ainda está surpresa, com uma ponta de indignação, com o teor da reportagem sobre Angra 3 exibida pelo programa Fantástico, da Rede Globo, na noite deste domingo (24). Até se espera informações truncadas ou dúbias vindas de pessoas e instituições que tenham outros interesses, mas informações erradas e distorcidas de profissionais considerados pela mídia como especialistas, dá um sinal claro de lobby que usa a mídia em seu benefício. Na matéria em que contesta a obra de Angra 3, o cientista José Goldemberg, de 90 anos, deu uma opinião errada e confusa sobre o preço da energia a ser cobrada por Angra 3, afirmando que ela seria mais cara do que outras fontes, o que não é verdade. Por estar afastado há muito do setor nuclear, parece ter se confundido. Ele já foi uma referência, mas não é mais. O professor merece todo respeito e reconhecimento. Já ocupou cargos importantes, mas atualmente a velocidade das transformações, a evolução das tecnologias, nem sempre permitem que todos estejam perfeitamente atualizados. Recentemente, fato informado aqui no Petronotícias, o maior ambientalista da Europa, Michel Shellenberger, fez uma palestra em Madrid defendendo a energia nuclear como sendo a única geração capaz de ajudar o clima mundial.Feio mesmo foram as opiniões de Gustavo Fernandes, professor de Administração da Fundação Getúlio Vargas. Pessoa desconhecida do meio nuclear, mas conhecido por profissionais e empresas do setor de gás. Sua fala defende "outras matrizes renováveis” e que "para a energia nuclear a festa acabou, chegamos atrasados e não tem mais festa”. Pior, porque, mesmo sendo professor da FGV, desconheceu ou desmereceu um trabalho realizado por profissionais de alta qualificação da própria fundação, que elaborou um trabalho brilhante, o Boletim de Conjuntura do Setor Energético, publicado no mês passado, que tem em seu editorial Porque falar sobre energia nuclear no Brasil? A publicação, que é dirigida por Carlos Otávio de Vasconcellos Quintella, ouve especialistas em energia nuclear no Brasil e debate a participação sobre a importância do uso da energia nuclear na matriz elétrica brasileira. Mas, pelo jeito, Gustavo Fernandes pode até ser um bom professor de administração, mas ao desconhecer e contradizer o trabalho da instituição que ele integra, jogar fora o trabalho de seu diretor falando sobre um assunto em que não é especialista, parece ter faltado a essa aula.
Na última sexta-feira (22), o Ministro Bento Albuquerque, de Minas e Energia, esteve na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, falando e ouvindo profissionais sobre a retomada das obras de Angra 3. Até mesmo o Diretor da FGV, Carlos Quintella, esteve lá e conversou com o ministro, se mostrando entusiasmado com a decisão do governo de retomar as obras com a participação do setor privado, uma grande alternativa. E de fato é. O interesse das empresas estrangeiras é muito grande. Até agora as que se mostraram interessadas e dar continuidade ao projeto são Rosatom, da Rússia, EDF e Framatome, da França, GE e Westinghouse, dos Estados Unidos e chinesa CNNC, da China, embora se saiba que eles estejam mais interessados nas outras usinas nucleares previstas e não em terminar uma obra que não participaram e nem usará equipamentos que não foram fabricados por eles.
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- 25/03/2019 - FAPESP lança política para acesso aberto a publicações científicasAutores de artigos que resultem de projetos e bolsas financiados pela Fundação devem assegurar que uma cópia dos trabalhos fique disponível em repositórios públicos
Autores de artigos que resultem de projetos e bolsas financiados pela Fundação devem assegurar que uma cópia dos trabalhos fique disponível em repositórios públicos
Fonte: Agência Fapesp
Fabrício Marques
A FAPESP lançou sua política para acesso aberto a publicações científicas. Autores de artigos que resultem, total ou parcialmente, de projetos e bolsas financiados pela Fundação deverão divulgá-los em periódicos que permitam o arquivamento de uma cópia do trabalho em um repositório público, onde possa ser consultado na web por qualquer pessoa.
O depósito da cópia deverá ser feito assim que opaperfor aprovado para publicação ou em prazos compatíveis com as restrições de cada revista – algumas delas impõem períodos de embargo entre seis meses e um ano. Caso o artigo seja publicado por alguma das 293 revistas do Scientific Electronic Library Online (SciELO), não haverá a necessidade de depositar em repositórios, pois esses periódicos garantem a divulgação instantânea do conteúdo na web.
A política foi detalhada em uma portaria do Conselho Técnico-Administrativo da FAPESP assinada no dia 21 de fevereiro e entrou em vigor no dia 21 de março. Aíntegra do textoestá disponível on-line.
Editoras comerciais ou de sociedades científicas que editam periódicos costumam oferecer diferentes opções de publicação em acesso aberto. Algumas cobram uma taxa adicional para divulgação livre do artigo, outras permitem que o autor deposite versões do trabalho em repositórios – nem sempre a versão final. Outras formas de publicação devem ser criadas em um futuro próximo, fomentadas por políticas que buscam impulsionar o acesso aberto – a iniciativa mais recente é o Plan S, proposto em setembro pela União Europeia e agências de 14 países (leia mais em: http://revistapesquisa.fapesp.br/2019/02/08/comunicacao-cientifica-sem-barreiras/).
A política da FAPESP estabelece que os autores têm liberdade para usar qualquer opção, desde que se possa depositar a cópia da versão final do artigo em um repositório. As normas adotadas por editoras ou sociedades científicas em relação ao acesso aberto de artigos de suas publicações podem ser consultadas on-line.
O estímulo à publicação em acesso aberto já foi alvo de outras iniciativas da Fundação, como a biblioteca SciELO, um programa da FAPESP criado em 1997 em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), que inspirou a criação de programas semelhantes em 14 países.
Em 2008, o Conselho Superior da FAPESP aprovou a criação de uma política de acesso aberto a publicações científicas financiadas pela Fundação, que teve como resultado o surgimento de repositórios institucionais para disponibilizar os trabalhos, como o do Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp), o da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e o da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Saiba mais sobre a Política para Acesso Aberto às Publicações Resultantes de Auxílios e Bolsas FAPESP em: www.fapesp.br/12632.
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- 22/03/2019 - Detetor de radioatividade desenvolvido em Portugal, instalado em Almaraz, com monitorização em tempo realA Universidade de Aveiro (UA) tornou possível medir em tempo real os níveis de radioatividade da água dos rios utilizada pelos sistemas de refrigeração das centrais nucleares. É o caso da central espanhola de Almaraz, que utiliza a água do Tejo para arrefecimento, e onde a UA acaba de instalar o recém desenvolvido detetor de trítio, um elemento radioativo cuja presença na água em elevadas quantidades fará disparar os alarmes.
A Universidade de Aveiro (UA) tornou possível medir em tempo real os níveis de radioatividade da água dos rios utilizada pelos sistemas de refrigeração das centrais nucleares. É o caso da central espanhola de Almaraz, que utiliza a água do Tejo para arrefecimento, e onde a UA acaba de instalar o recém desenvolvido detetor de trítio, um elemento radioativo cuja presença na água em elevadas quantidades fará disparar os alarmes.
Fonte: SAPO
Até hoje as análises aos níveis de trítio das águas libertadas no arrefecimento dos reatores nucleares eram realizadas em laboratório, com os tempos de demora, entre a recolha das amostras de água, o envio, a análise e a divulgação dos resultados, a poderem atingir 3 a 4 dias. Agora, com a elevada sensibilidade conseguida com o detetor da UA os níveis de trítio já podem ser acompanhados em tempo real. E se houver um súbito aumento da radiação na água, com a monitorização em tempo real, o alarme é imediato e as medidas de contenção poderão ser rapidamente aplicadas.Desenvolvido no laboratório do Instituto de Nanoestruturas, Nanomodelação e Nanofabricação (I3N) do Departamento de Física da UA, o detetor centra-se no trítio, um material indicador da presença de outras partículas radioativas. Isótopo do hidrogénio, o trítio é produzido na água de arrefecimento dos reatores nucleares quando os neutrões interagem com o núcleo do hidrogénio presente nas moléculas de água.
Selo de garantia da qualidade da água
"A medição de trítio em tempo-real, para além de monitorizar o nível de radioatividade na água que retorna ao rio depois de passar pela central nuclear, pode ser usado como um alerta de eventuais problemas na própria central nuclear”, explica o investigador Carlos Azevedo que, a par com o investigador João Veloso e coordenador do projeto na UA, desenvolveu o detetor.
Foi com este desígnio que o projeto TRITIUM foi aprovado e desenvolvido no âmbito do financiamento obtido através do programa Europeu INTERREG-SUDOE onde, para além da UA, participam a Junta de Extremadura (Espanha), as universidades da Extremadura e de Valência (Espanha) e a Universidade de Bordéus (França).
A norma europeia 2013/51/EURATOM estabelece a concentração máxima de trítio em água para que esta possa ser considerada para consumo humano.
"Esta norma europeia obriga a que sejam feitos outros testes de isótopos na água sempre que o trítio atinge um nível elevado, pois geralmente quando há excesso daquele material há também outros radioisótopos", aponta o investigador.
Instalado na última semana para testes na estação de monitorizarão de Arrocampo, junto à central nuclear de Almaraz, o protótipo já está em funcionamento. Mas o futuro do detetor em tempo real de radioatividade pode passar também por outras centrais nucleares já que este novo dispositivo garante a qualidade da água consumida e o respetivo abastecimento às populações nos limites de radioatividade
impostos pela norma Europeia da EURATOM.
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- 20/03/2019 - AMAZUL inaugura prédio para equipe de projetos nucleares das forças armadasFonte: Site Pátria Digital
A Amazul (Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A) inaugura nesta quarta (20/03) sua sede em São Paulo, para abrigar as equipes de técnicos, projetistas e engenheiros responsáveis por projetos do Programa Nuclear da Marinha (PNM), Programa de Desenvolvimento de Submarinos (ProSub) e Programa Nuclear Brasileiro (PNB).A solenidade contou com a presença de autoridades militares, convidados civis, empregados e representantes de empresas e instituições ligadas ao setor nuclear e à área de defesa. A cerimônia teve início após a reunião do Conselho de Administração da Amazul.
A sede passou por reforma para ampliar as instalações e oferecer melhores condições de trabalho aos técnicos, engenheiros e projetistas responsáveis pelos projetos do Programa Nuclear da Marinha (PNM), Programa de Desenvolvimento de Submarinos (ProSub) e Programa Nuclear Brasileiro (PNB), dos quais a Amazul participa. A reforma também visou adequar o prédio às exigências legais de segurança, acessibilidade e sustentabilidade.
Após a execução do Hino Nacional e exibição do vídeo institucional da Amazul, o diretor-presidente Ney Zanella dos Santos relembrou as conquistas e iniciativas da empresa ao longo dos últimos cinco anos. Citou os avanços na área de gestão de pessoas, gestão do conhecimento e governança corporativa, além dos projetos dos quais a empresa participa, como o Reator Multipropósito Brasileiro.
Em seu discurso, Zanella salientou que o conhecimento dos empregados da Amazul é o principal patrimônio da empresa. E para abrigar as equipes de profissionais que trabalham nos programas estratégicos era importante que a Amazul oferecesse um local adequado, com boas condições de trabalho. "Esta foi a razão que nos levou a realizar as obras de adaptação da sede da empresa”, afirmou. O projeto leva a assinatura do arquiteto Nelson Dupré, autor do projeto da Sala São Paulo, de concertos.
O comandante da Marinha, Ilques Barbosa Junior, e o ministro da Defesa, Fernando de Azevedo Silva, foram representados na cerimônia pelo chefe do Estado-Maior da Armada, almirante de esquadra Liseo Zampronio.
Após o descerramento da placa comemorativa, o almirante Zampronio leu a mensagem enviada pelo comandante da Marinha para cumprimentar a empresa e o diretor-presidente da Amazul. "A inauguração da nova sede administrativa da Amazul representa o franco crescimento dessa empresa que tanto contribui para o desenvolvimento científico e de projetos estratégicos nacionais”, dizia a mensagem.
O secretário-executivo da Casa Civil do Estado de São Paulo, Antonio Carlos Malufe, representou o governador João Dória. A solenidade contou também com a presença do secretário estadual da Fazenda e Planejamento, Henrique Meirelles.
Também estiveram presentes o diretor geral da Itaipu Binacional, Joaquim Silva e Luna, que representou o presidente do Conselho de Administração da Amazul, Bento Albuquerque (ministro de Minas e Energia); o ex-ministro da Marinha, almirante de esquadra Mauro Cesar Rodrigues Pereira; o ex-comandante da Marinha, almirante de esquadra Julio Soares de Moura Neto. O comandante militar do Sudeste, general Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira, representou o comandante do Exército, general Edson Leal Pujol. A Aeronáutica foi representada no evento pelo comandante-geral de apoio, tenente-brigadeiro do Ar Paulo João Cury.
Fonte: Amazul
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- 20/03/2019 - Sede da Amazul é inauguradaInauguração contou a presença de autoridades militares e civis, empregados e representantes de instituições ligadas ao setor nuclear e à área de defesa
Inauguração contou a presença de autoridades militares e civis, empregados e representantes de instituições ligadas ao setor nuclear e à área de defesa
Fonte: Site Amazul
A Amazul inaugurou nesta quarta-feira, 20 de março, sua sede administrativa em São Paulo. A solenidade contou com a presença de autoridades militares, convidados civis, empregados e representantes de empresas e instituições ligadas ao setor nuclear e à área de defesa. A cerimônia teve início após a reunião do Conselho de Administração da Amazul.
A sede passou por reforma para ampliar as instalações e oferecer melhores condições de trabalho aos técnicos, engenheiros e projetistas responsáveis pelos projetos do Programa Nuclear da Marinha (PNM), Programa de Desenvolvimento de Submarinos (ProSub) e Programa Nuclear Brasileiro (PNB), dos quais a Amazul participa. A reforma também visou adequar o prédio às exigências legais de segurança, acessibilidade e sustentabilidade.
Após a execução do Hino Nacional e exibição do vídeo institucional da Amazul, o diretor-presidente Ney Zanella dos Santos relembrou as conquistas e iniciativas da empresa ao longo dos últimos cinco anos. Citou os avanços na área de gestão de pessoas, gestão do conhecimento e governança corporativa, além dos projetos dos quais a empresa participa, como o Reator Multipropósito Brasileiro.
Em seu discurso, Zanella salientou que o conhecimento dos empregados da Amazul é o principal patrimônio da empresa. E para abrigar as equipes de profissionais que trabalham nos programas estratégicos era importante que a Amazul oferecesse um local adequado, com boas condições de trabalho. "Esta foi a razão que nos levou a realizar as obras de adaptação da sede da empresa", afirmou. O projeto leva a assinatura do arquiteto Nelson Dupré, autor do projeto da Sala São Paulo, de concertos.
O comandante da Marinha, Ilques Barbosa Junior, e o ministro da Defesa, Fernando de Azevedo Silva, foram representados na cerimônia pelo chefe do Estado-Maior da Armada, almirante de esquadra Liseo Zampronio.
Após o descerramento da placa comemorativa, o almirante Zampronio leu a mensagem enviada pelo comandante da Marinha para cumprimentar a empresa e o diretor-presidente da Amazul. "A inauguração da nova sede administrativa da Amazul representa o franco crescimento dessa empresa que tanto contribui para o desenvolvimento científico e de projetos estratégicos nacionais", dizia a mensagem.
O secretário-executivo da Casa Civil do Estado de São Paulo, Antonio Carlos Malufe, representou o governador João Dória. A solenidade contou também com a presença do secretário estadual da Fazenda e Planejamento, Henrique Meirelles.
Também estiveram presentes o diretor geral da Itaipu Binacional, Joaquim Silva e Luna, que representou o presidente do Conselho de Administração da Amazul, Bento Albuquerque (ministro de Minas e Energia); o ex-ministro da Marinha, almirante de esquadra Mauro Cesar Rodrigues Pereira; o ex-comandante da Marinha, almirante de esquadra Julio Soares de Moura Neto. O comandante militar do Sudeste, general Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira, representou o comandante do Exército, general Edson Leal Pujol. A Aeronáutica foi representada no evento pelo comandante-geral de apoio, tenente-brigadeiro do Ar Paulo João Cury.