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- 18/06/2019 - Pós-doutorado em Bioengenharia com Bolsa da FapespBolsista participará no Ipen da elaboração de um banco de células e biomateriais esterilizados por radiação ionizante para enxerto cutâneo
Bolsista participará no Ipen da elaboração de um banco de células e biomateriais esterilizados por radiação ionizante para enxerto cutâneo
Fonte: Agência FAPESP
O projeto "Capacitação científica, tecnológica e em infraestrutura em radiofármacos, radiações e empreendedorismo a serviço da saúde (PDIp)”, que faz parte do Programa Modernização de Institutos Estaduais de Pesquisa da FAPESP, tem disponível uma bolsa de pós-doutorado.
As atividades do bolsista serão realizadas no Instituto Nacional de Pesquisas Energéticas (Ipen), em São Paulo. O pós-doutorando desenvolverá o subprojeto "Elaboração de biobanco e avaliação de biocompatibilidade em arcabouços constituídos de biomateriais produzidos e esterilizados por radiação ionizante”.
O objetivo geral do subprojeto, coordenado pela pesquisadora Monica Beatriz Mathor, consiste na "organização, catalogação e armazenagem de células isoladas de tecidos e comprovação de teoria de nicho compatível para a diferenciação de células mesenquimais na reconstrução dermo-epidérmica visando sua utilização como enxerto cutâneo”.
O candidato deve ter conhecimento e experiência prévia em: isolamento de células da pele e tecido adiposo; cultivo de células primárias; avaliação de testes de biocompatibilidade in vitro e in vivo e caracterização morfológica de células cultivadas.
A bolsa será concedida por 12 meses prorrogáveis por mais seis meses, com possibilidade de ser implementada uma bolsa BEPE – Bolsa Estágio de Pesquisa no Exterior, em que o candidato desenvolverá parte da pesquisa em instituição de referência no exterior. A instituição será escolhida pelo supervisor do estágio. Regras para a bolsa BEPE encontram-se em www.fapesp.br/bolsas/bpe.
Para fazer a inscrição o candidato deve apresentar currículo Lattes completo ou curriculum vitae, se estrangeiro; MyCitation (Google Scholar); proposta de projeto de pesquisa relacionado com o tema do projeto com no máximo 10 páginas, em português ou inglês, e carta de apresentação resumindo a razão de interesse na bolsa e experiência científica prévia.
Os documentos devem ser enviados para o e-mail egp01@ipen.br com o título: "Bolsa - PD Institucional - Biocompatibilidade”.
O prazo para envio das inscrições se encerrará em 23 de junho de 2019 às 17h. Para esclarecimentos e informações adicionais sobre o Programa de Pesquisa, entre em contato por meio do endereço mathor@ipen.br.
O resultado será divulgado no site do Ipen até o dia 28 de junho e a previsão do início das atividades é 1º de agosto.Mais informações sobre a vaga em: www.fapesp.br/oportunidades/2898.
A oportunidade de pós-doutorado está aberta a brasileiros e estrangeiros. O selecionado receberá Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP no valor de R$ 7.373,10 mensais e Reserva Técnica equivalente a 15% do valor anual da bolsa para atender a despesas imprevistas e diretamente relacionadas à atividade de pesquisa.
Caso o bolsista de PD resida em domicílio fora da cidade na qual se localiza a instituição-sede da pesquisa e precise se mudar, poderá ter direito a um auxílio-instalação. Mais informações sobre a Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP estão disponíveis em www.fapesp.br/bolsas/pd.
Outras vagas de bolsas, em diversas áreas do conhecimento, estão no site FAPESP- Oportunidades, em www.fapesp.br/oportunidades. -
- 18/06/2019 - Audiência pública debate questão nuclear nas usinas de AngraPrincipais assuntos foram as contrapartidas oferecidas para atividade da usina Angra 2 e a retomada das obras de Angra 3
Principais assuntos foram as contrapartidas oferecidas para atividade da usina Angra 2 e a retomada das obras de Angra 3
Fonte: Diário do ValeAngra dos Reis – Na manhã da última sexta-feira, 7 de junho, foi realizada no Plenário Presidente Benedito Adelino a audiência pública "Usina Nuclear – Destino do lixo radioativo; contrapartidas sociais e econômicas; fornecimento de energia elétrica nos limites do município e projetos sociais e econômicos para Angra 3”.
A reunião foi presidida pelo vereador Flavinho Araújo, cujo gabinete foi o responsável pela organização. Compuseram a mesa, ainda, o presidente da Eletronuclear, Leonam dos Santos Guimarães,e o chefe do distrito de Angra dos Reis da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Jefferson Borges Araujo. Os vereadores Canindé do Social, Titi Brasil e Jane Veiga também marcaram presença.
Também estiveram presentes outros representantes da Eletronuclear e da prefeitura municipal, como o secretário executivo de Indústria e Comércio, Aurélio Marques, o secretário de Planejamento Estratégico, André Luis Pimenta, e o representante da Secretaria de Meio Ambiente, Felipe Mota.
EmpregabilidadeOs principais assuntos debatidos foram as contrapartidas oferecidas pela empresa para atividade da usina Angra 2 e a retomada das obras para a construção de Angra 3. Nesta, a principal questão levantada é a empregabilidade gerada, que deve, prioritariamente, ser ofertada aos moradores da cidade, que passa por um período complicado nesse aspecto.
‘No Rio de Janeiro, a indústria nuclear é muito importante em termos de geração de emprego e renda em especial porque toda a indústria está concentrada aqui. A única coisa que fica fora do estado são as minas que produzem o concentrado de urânio, o resto todo está no Rio de Janeiro, que às vezes não tem muita consciência. 40% da energia consumida no estado é nuclear, correspondentes a Angra 1 e 2. Se Angra 3 tivesse em operação hoje, seriam 70%”, esclareceu Guimarães.
Segundo o presidente da Eletronuclear, a retomada de Angra 3 não é um projeto simples, pois depende da reestruturação do financiamento dessa obra, que deve ser suficiente para cobrir o custo da obra até o final, garantindo que não seja novamente parada. A expectativa é que o retorno da construção aconteça no segundo semestre de 2021.
A promessa de geração de emprego mais imediata oferecida pela empresa ficará por conta da obra para construção da Unidade de Armazenamento Complementar a Seco de Elementos Combustíveis. O combustível atualmente é armazenado em piscinas dentro da própria usina. As obras têm previsão de início para o próximo mês e devem gerar de 200 a 250 postos de trabalho.
SegurançaOutra questão levantada na audiência está relacionada à segurança das usinas nucleares e ao plano de emergência para o caso de acidentes. "Existe um plano de emergência local, que é responsabilidade da Eletronuclear e existe um plano de emergência externo, que recebe diretrizes de um órgão chamado SIPRON, Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro, que está dentro do GSI, Gabinete de Segurança Institucional, então ele estabelece as regras do jogo. Estabelece que tem que ter um exercício anual, tem que ter treinamento, e a coordenação pela implementação desse plano é da defesa civil estadual”, esclareceu Jefferson Borges da CNEN. Ele explicou, ainda, que no caso de um acidente nuclear de grande porte, a primeira medida é uma evacuação da área no entorno da usina em até 5 km.
Ao final da audiência, foi aberto espaço ao público para que pudessem questionar o presidente da Eletronuclear sobre tópicos de interesse relacionados aos investimentos da empresa em educação, proteção ao meio ambiente e outras benfeitorias ao município em compensação pela instalação das usinas no território angrense.
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- 15/06/2019 - Equipes de proteção radiológica a postos em apoio à segurança radiológica durante a Copa AméricaFonte: DefesaTV
Já estão a postos as equipes CNEN que vão atuar em apoio à segurança radiológica da 46ª edição da Copa América, principal torneio de futebol masculino da América do Sul, realizado de 14 de junho a 7 de julho no Brasil. Profissionais do IRD e de outras três unidades de pesquisa da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) vão trabalhar no apoio à pronta resposta a emergências radiológicas. A coordenação das equipes cabe ao pesquisador Renato Di Prinzio, ex-diretor do IRD. Essa atividade fornece apoio às áreas de segurança e defesa em grandes eventos públicos.Diversos profissionais e áreas técnicas ficarão de prontidão durante a realização dos jogos, além do plantão normal já existente para atendimento a eventos de origem radiológica e nuclear. O torneio acontece nas cidades de Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Salvador.
"O nosso suporte acontece em relação às forças de segurança pública. Temos um papel fundamental nessa segurança. A nossa especialização é identificar artefatos que possam causar uma liberação de material radioativo”, explica Prinzio. Ele destaca que o IRD é um núcleo no país com maior treinamento e expertise na organização a atendimento a grandes eventos. Os especialistas do instituto já participaram de muitos outros eventos promovidos pela Agência Internacional de Energia Atômica em vários países. O instituto participou inclusive da elaboração de documentos pela AIEA, identificando o que pode e deve ser feito em situações de emergência.
A estrutura montada para o torneio já foi utilizada durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, Copa das Confederações, Copa do Mundo Fifa, Jornada Mundial da Juventude, visita do Papa Francisco ao Brasil, entre outros eventos que reuniram grande contingente de público. A preocupação com a segurança radiológica tornou-se mais intensa especialmente apósa ocorrência dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2011.
A cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, onde está sediado o IRD, espera receber cerca de 220 mil turistas durante toda a competição. O Maracanã sediará cinco jogos, além de três partidas da primeira fase. O estádio será palco de um confronto das quartas de final e da grande decisão, no dia 7 de julho.
Texto: Lilian Bueno/ Ascom IRD
Foto: Luiz Tadeu Duarte/ IRD -
- 14/06/2019 - Central nuclear do nordeste trará benefícios sociais e econômicos para região, afirma especialista.Fonte: PetronotíciasPor Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br)
O governo animou o mercado com o anúncio feito recentemente sobre os estudos de um potencial sítio que poderia abrigar uma nova central nuclear no Brasil. Trata-se de uma área no município de Itacuruba (PE), com possibilidade de receber até seis plantas. O conselheiro técnico da Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (Abdan), Carlos Mariz, foi um dos profissionais que trabalharam na avaliação da região, quando ainda era assistente da presidência da Eletronuclear. Ele destaca os aspectos positivos do sítio para receber uma nova central nuclear e também ressalta os benefícios socioeconômicos que este projeto poderia trazer para a região Nordeste. "Uma usina dessa vai demandar uma infraestrutura e muitos trabalhadores em torno da obra”, afirmou. Mariz será um dos palestrantes do "Fórum Internacional de Renováveis versus Nuclear”, organizado pela World Wind Energy Association, no dia 4 de julho, em Recife. No evento, ele falará sobre a proposta de levar a fonte nuclear para o Nordeste. "Esse projeto é um passo grande para desenvolver a região. Eu costumo dizer que Itacubura poderia ser a Suape do Sertão. Porque seria criado um polo em torno da usina, com indústrias e construções”, afirmou.
Gostaria que falasse um pouco sobre o tema da energia nuclear no Nordeste que irá abordar durante a palestra em Recife.
É importante caracterizar o papel da energia nuclear no mundo hoje, mostrando como a fonte está ao redor do planeta. Mas antes de falar especificamente sobre nuclear, preciso falar sobre a questão do sistema elétrico. O que fica sempre muito claro é que desenvolvimento econômico e geração de empregos estão associados a uma energia abundante, barata e confiável. Um país que tem essas três condições, tem a base para ter um desenvolvimento sustentável. É o que acontece na China hoje, por exemplo. Ela tem o maior programa nuclear do planeta, disparado. São 45 usinas em operação e outras 13 em construção. E ainda planeja fazer mais 170. O Brasil precisa aprender isso, dentro de suas características, para fazer algo parecido.
No Nordeste, temos um sistema baseado basicamente em hidrelétricas, eólicas, termelétricas e está sendo iniciando também um grande programa solar. Acontece que cada usina tem a sua característica. Por exemplo, eólica e solar são fontes intermitentes. E quanto maior um programa de fonte eólica na região, mais problemas de intermitência teremos, com quedas abruptas. Enquanto isso, o Rio São Francisco está cada vez mais restrito no que diz respeito a sua utilização para geração de energia elétrica.
O governo sinalizou que existe um estudo feito sobre um novo possível sítio no Nordeste. Poderia comentar sobre isso?
Eu fui coordenador regional da Eletronuclear no Nordeste. O Plano Nacional de Energia 2030 sinalizava 4 usinas nucleares no Brasil. Destas, duas eram no Nordeste e as outras no Sudeste. Por conta disso, foi criado aqui um escritório regional para fazer toda a parte de relação institucional e de troca de ideias. Os estudos de locação de sítio começaram no Nordeste, no final de 2009. Nós contratamos na época a Coppe/UFRJ, que trouxe uma metodologia de seleção de sítios baseada na EPRI (Electric Power Research Institute). São vários fatores necessários para se localizar um sítio, como disponibilidade de água, certa distância da população, estabilidade tectônica… enfim, todo um conglomerado de restrições.
E aqui na região Nordeste, fizemos uma pré-seleção de regiões às margens do Rio São Francisco, na Bahia, Alagoas, Sergipe e em Pernambuco. Até então, o trabalho foi todo feito sem visitas em campo. Depois, avançamos no passo seguinte que foi fazer as visitas em campo.
Aqui em Pernambuco, detectamos um lugar muito interessante, que é Itacuruba. Achamos o sítio muito bom, mas precisávamos de avaliação de outros especialistas. Trouxemos um dos maiores especialistas do mundo em escolha de sítios nucleares, que é o engenheiro Paul Rizzo. Estivemos na usina hidrelétrica de Paulo Afonso IV. Foi bem interessante porque o Paul Rizzo pôde observar a qualidade da rocha no local e fez a hipótese de que seria mesma encontrada em Itacubura. Com isso, ele reforçou a expectativa em relação ao sítio, porque o terreno oferecia uma boa base. Não é ideal escolher um terreno arenoso.
Que outros fatores contribuíram para a escolha desse sítio?
Havia uma restrição para que se escolhesse um sítio que comportasse seis usinas. Isso porque é um trabalho grande escolher um sítio para abrigar uma usina nuclear. Por isso, tem que existir a possibilidade de expandir a central, para que quando outras unidades forem construídas, não seja necessário escolher outro sítio.
Além disso, naquele local existe linha de transmissão passando perto, estradas, cidades com boa infraestrutura por perto, água, fundação… isso tudo é importante.
Quais serão os benefícios para o Nordeste caso esse projeto saia do papel?
Serão vários. O primeiro é de natureza energética. Quando existir uma central nuclear, a região passará a ter uma energia de base, que garantirá segurança energética. O Nordeste precisa de uma componente boa de base, dada a grande flutuação que tem ocorrido em virtude da geração de energias renováveis. O segundo benefício é do ponto de vista socioeconômico. Uma usina dessa vai demandar uma infraestrutura e muitos trabalhadores em torno da obra. Aquela região é relativamente carente. E sabemos que quando entramos com obras de usinas nucleares, há um benefício na estrutura do entorno, como estradas, hospitais, escolas, etc. Isso dará um grande impulso em toda a circunvizinhança.
Indo mais adiante, você terá toda a infraestrutura científica e de monitoramento ambiental que precisa ser montada no local. São equipes que sempre estarão monitorando o ar, a terra, a fauna, a flora, a água, etc. Isso dará um aumento de qualidade, no que diz respeito as informações sobre o ambiente.
Que outras vantagens o Nordeste passará a ter a partir do projeto?
Vou fazer um paralelo com a Coreia do Sul. Eles começaram a montar usinas nucleares na mesma época em que o Brasil começou a construir Angra 1. Sendo que eles continuaram construindo e fizeram 25 usinas. Nós ficamos com o nosso pequeno programa nuclear. A Coreia não apenas montou usinas, mas conseguir desenvolver áreas tecnológicas, como mecânica, eletrônica e química. Eles souberam absorver essa alta tecnologia que vem do fato de você construir e operar uma usina nuclear.
Esse projeto é um passo grande para desenvolver a região. Eu costumo dizer que Itacubura poderia ser a Suape do Sertão. Porque seria criado um polo em torno da usina, com indústrias e construções. É um projeto indutor de desenvolvimento, produzindo energia elétrica de qualidade para a região Nordeste e para o país.
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- 11/06/2019 - Decreto atualiza regulamentação de comitê do Programa Nuclear BrasileiroFonte: Estado de Minas
O governo federal editou um novo decreto para dispor sobre o Comitê de Desenvolvimento do Programa Nuclear Brasileiro, órgão de assessoramento ao presidente da República destinado a estabelecer diretrizes e metas para o desenvolvimento do programa nuclear do País e supervisionar sua execução.
O comitê é composto pelos ministros do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que é o coordenador, Casa Civil, Defesa, Relações Exteriores, Economia, Agricultura, Educação, Saúde, Minas e Energia, Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações e Meio Ambiente.
As reuniões do grupo ocorrem, em caráter ordinário, uma vez a cada semestre, de acordo com calendário anual fixado na última reunião do ano anterior, e, em caráter extraordinário, por convocação do seu coordenador.
A regulamentação atualizada sobre o comitê consta de decreto presidencial publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira.
O ato revoga outros dois decretos sobre o assunto, de 2008 e de 2017. -
- 11/06/2019 - Governos defendem vigência de Tratado de Não Proliferação de Armas NuclearesFonte: UOL
Copenhague, 11 jun (EFE).- Representantes ministeriais de 16 países reunidos nesta terça-feira em Estocolmo (Suécia) defenderam a vigência do Tratado de Não Proliferação de Armas (TNP) em uma momento de "deterioração" da situação de segurança mundial.
O tratado, que completou 50 anos em 2018, ajudou a prevenir a propagação de armas nucleares, reduzir arsenais e facilitar o uso com fins pacíficos dessa energia, além de criar um sistema de controle e áreas livres de armamento, como consta de uma declaração distribuída ao final da reunião.
O encontro, batizado Reunião sobre Desarmamento de Estocolmo, teve as presenças dos secretário de Estado de Relações Exteriores da Espanha, Fernando Valenzuela, assim como representantes de Alemanha, Argentina, Canadá, Coreia do Sul, Cazaquistão, Etiópia, Finlândia, Holanda, Indonésia, Japão, Jordânia, Noruega, Nova Zelândia, Suécia e Suíça.
"O TNP foi indispensável para a paz e para a segurança global durante cinco décadas, juntos devemos garantir o seu futuro. Em menos de um ano, as partes signatárias se reunirão em Nova York para revisar a sua implementação e traçar o caminho posterior", lembrou a declaração.
Os países participantes do encontro advertiram para o risco de uma "corrida nuclear", defenderam a desnuclearização da Coreia do Norte e lamentaram que o pacto atômico com o Irã esteja em estado "precário".
Os Estados Unidos deixaram há um ano de forma unilateral o tratado nuclear de 2015 com o Irã assinado também por Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha, e voltaram a impor sanções ao governo iraniano, que recentemente exigiu que sejam facilitadas as suas transações financeiras e a venda do seu petróleo.
O ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, afirmou ontem em Teerã que a União Europeia tenta "compensar a retirada dos Estados Unidos" do pacto, mas reconheceu que "não pode fazer milagres".
Em 8 de maio, o presidente iraniano, Hassan Rouhani, anunciou que o seu país suspendia a aplicação de alguns compromissos nucleares do tratado e que deixaria de cumprir com outras obrigações, como os limites para o nível de enriquecimento de urânio, se não fossem garantidos os seus interesses em um prazo de 60 dias. Este ultimato era dirigido principalmente à Europa, cujas medidas para resistir às sanções americanas, até agora, foram ineficazes. EFE -
- 10/06/2019 - Evento que celebrou o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, organizado pela OSA & SPIE no IPEN, é divulgado na Optics and Photonics NewsO encontro, realizado em 11 de fevereiro, antecipou o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, celebrado em 14 do mesmo mês.
O encontro, realizado em 11 de fevereiro, antecipou o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, celebrado em 14 do mesmo mês.
Fonte: Optics and Photonics News (OPN - https://www.osa-opn.org/home/ ) - Abril de 2019
O encontro, que reuniu destacadas pesquisadoras brasileiras, realizou-se no auditório Rômulo Ribeiro Pieroni, no IPEN.
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- 10/06/2019 - Copa América: agentes de segurança de Minas treinam para impedir ataques radioativosEvento esportivo começa de 14 e vai até 7 de julho; BH receberá cinco jogos
Evento esportivo começa de 14 e vai até 7 de julho; BH receberá cinco jogos
Fonte: O Estado de Minas
Agentes de segurança pública de Minas Gerais participaram de um treinamento, nesta quinta-feira, para uso de detectores de radiação e identificação de possíveis riscos de contaminação radiativa. As atividades têm como objetivo aprimorar a segurança em Belo Horizonte, durante a Copa América, realizada entre 14 de junho e 7 de julho - a capital mineira será palco de cinco partidas.
Ao todo, 30 profissionais da segurança - bombeiros, policiais civis, militares, federais, rodoviários federais e agentes penitenciários - participaram do treinamento. Representantes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) também estiveram presentes na capacitação.
De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), as atividades abordaram formas que extrapolam a ideia de que uma tragédia viria apenas de um ataque com material radioativo.
O curso é uma parceria entre a Secretaria de Estado de Segurança Pública e o Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear, localizado na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Para o sargento Telmo Lucas, do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) da Polícia Militar, a parceria complementa o trabalho de ação antibomba desenvolvido pela equipe, já que um explosivo pode conter material radioativo. "Trabalhamos com identificações físicas. A radiação é invisível aos olhos. Por isso, este trabalho conjunto é fundamental para uma atuação rápida, diante de uma situação suspeita”, diz o militar.
Conforme o Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear, haverá uma equipe plantão durante todos os jogos da Copa América. A ideia é de que o grupo atue em conjunto com as forças policiais, conforme as demandas apresentadas.Suspeita
Encontrou um material estranho na rua e suspeita de vazamento de radiação? Quando isso acontecer, é necessário contatar a central de Emergência Radiológica da CDTN. O centro funciona 24 horas por dia, durante todos os dias - não só durante a Copa América. Os telefones são: (31) 98285-9744 ou (31) 981067718.
(Com informações da Secretaria de Segurança Pública de Minas Gerais)
* Estagiário sob supervisão da subeditora Ellen Cristie
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- 07/06/2019 - Leonam dos Santos Guimarães: O Estado e a Energia Nuclear - OpiniãoO estado mantém sua pujança na produção e exportação líquida de energia primária, notadamente no setor de petróleo, gás e seus derivados
O estado mantém sua pujança na produção e exportação líquida de energia primária, notadamente no setor de petróleo, gás e seus derivados
Fonte: Jornal O Dia
Socialmente e economicamente, o Rio de Janeiro com seus 17,2 milhões de habitantes é um importantíssimo estado brasileiro. É o terceiro estado mais populoso do país e participa com mais de 10% do Produto Interno Bruto Nacional.
O estado mantém sua pujança na produção e exportação líquida de energia primária, notadamente no setor de petróleo, gás e seus derivados, respondendo em 2017 por mais de 65% da produção nacional de hidrocarbonetos, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP). Esta produção já foi superior a 80%, fazendo com que o Rio de Janeiro seja chamado de a "Capital Nacional do Petróleo”.
Paradoxalmente, é um importador líquido de energia elétrica, o que, minimamente significa a perda de receitas provenientes de impostos que, caso o estado fosse autossuficiente na produção de energia elétrica, adiviriam pela comercialização da parcela que hoje o estado importa.
Com uma capacidade instalada de 8,5 GW, menos de 15% é proveniente de hidrelétricas que se localizam principalmente na bacia do rio Paraíba do Sul. Ocorre que o abastecimento de água da capital do estado é feito com as águas desse mesmo rio, o que cria várias restrições operativas para as usinas, fazendo com que não se priorize a produção de eletricidade por essa fonte.
Tendo em vista a alta produção de hidrocarbonetos pelo estado, a principal fonte para produção de energia elétrica é o gás natural, que responde por cerca de 60% da capacidade instalada no estado. Em segundo lugar vem a energia nuclear com as usinas Angra 1 e Angra 2, cuja potência total de 2.000 MW representa cerca de 30% da capacidade total instalada e respondem por mais de 40% da energia total consumida no Estado. Importante frisar que Angra 1 e Angra 2, devido aos seus altíssimos fatores de disponibilidade e segurança operacional, se colocam dentre as melhores no ranking das 450 usinas nucleares hoje em operação no mundo.
Na área nuclear, o Estado sedia os principais órgãos do setor. Em Itaguaí, a base naval para construção de submarinos da Marinha do Brasil, sendo fato relevante o lançamento do submarino convencional Riachuelo em dezembro de 2018. Está planejado para entrar em operação, já a próxima década, o primeiro submarinho brasileiro com propulsão nuclear, indubitavelmente o melhor meio naval para proteger nossa imensa costa litorânea de 7,5 Km, nosso mar territorial e as riquezas e biodiversidade de espécies alí contidas.
Na capital do Estado está sediado o órgão responsável pelo licenciamento e pelo estabelecimento dos protocolos de segurança nuclear, a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), bem como dois dos seus principais institutos de pesquisa, IEN e IRD. Também na capital está instalada a Eletronuclear, empresa responsável pelo projeto, construção e operação de usinas nucleares no nosso país. Itaguaí abriga a gigante Nuclep, fábrica com capacidade de produzir os principais componentes pesados que equipam uma usina nuclear, bem como os cascos de submarinos e plataformas offshore para exploração de petróleo offshore. Em Resende temos as Indústrias Nucleares do Brasil (INB), responsável pela lavra e beneficiamento do urânio e pela fabricação do combustível utilizado em usinas nucleares, aí incluindo e importantíssima etapa de enriquecimento do urânio, tecnologia dominada por pouquíssimos países no mundo. No município de Angra dos Reis está a Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, com suas duas usinas, Angra 1 e Angra 2, e em futuro próximo Angra 3, cujo progresso de construção já ultrapassa 60%. Se Angra 3 já estivesse em operação, a energia nuclear responderia por cerca de 70% da eletricidade consumida no Estado.
Em relação ao término de construção de Angra 3, importante ressaltar que, segundo estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), cada R$ 1,00 em valor adicionado diretamente pelo projeto, representará, por efeito multiplicador, um ganho ao estado do Rio de Janeiro de R$ 1,57 em benefícios socioeconômicos e na arrecadação de impostos.
Portanto, se o estado do Rio de Janeiro é a "Capital Nacional do Petróleo”, muito justo que também seja considerado a "Capital Nacional da Energia Nuclear”.
Leonam dos Santos Guimarães é diretor-presidente da Eletronuclear
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- 06/06/2019 - Pós-doutorado em nanomateriais com bolsa da FAPESPFonte: Agência FAPESP
O projeto "Capacitação científica, tecnológica e em infraestrutura em radiofármacos, radiações e empreendedorismo a serviço da saúde", coordenado pelo professor Marcelo Linardi, oferece uma Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP. O prazo de inscrição se encerra no dia 10 de junho de 2019.
O projeto reúne equipe multidisciplinar, que envolve cientistas de diversos centros do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), no desenvolvimento de biomateriais de baixo custo e nanomateriais metálicos, protéicos ou híbridos, bem como radiofármacos inovadores para aplicações na área da saúde.
O bolsista conduzirá pesquisa teórica e/ou empírica, além de outras atividades regulares, como apresentação de seminários, elaboração de artigos científicos e disseminação dos resultados da pesquisa.
É necessário que o candidato tenha doutorado em engenharia biomédica, bioengenharia ou áreas afins, além de conhecimentos em: síntese e caracterização de materiais nanoestruturados; ciência e tecnologia das radiações; modelos in vitro e in vivo (com experiência em cultivo celular e manuseio de animais de laboratório) para aplicação de nanomateriais; ensaios biológicos e bioquímicos para estudos referentes à aplicação de nanomateriais em sistemas biológicos.
É recomendável que o candidato tenha forte histórico de publicação na área de nanomateriais metálicos e proteicos e suas aplicações biomédicas.
Os interessados podem se inscrever enviando currículo Lattes, MyCitation (Google Scholar), carta de interesse e carta de recomendação de um orientador ou supervisor anterior via e-mail para egp01@ipen.br, com o título "Bolsa - PDIP - Nanomateriais e Radiofármacos”.
Mais informações sobre a vaga em: www.fapesp.br/oportunidades/2897.
A oportunidade de pós-doutorado está aberta a brasileiros e estrangeiros. O selecionado receberá Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP no valor de R$ 7.373,10 mensais e Reserva Técnica equivalente a 15% do valor anual da bolsa para atender a despesas imprevistas e diretamente relacionadas à atividade de pesquisa.
Caso o bolsista de PD resida em domicílio fora da cidade na qual se localiza a instituição-sede da pesquisa e precise se mudar, poderá ter direito a um auxílio-instalação. Mais informações sobre a Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP estão disponíveis em www.fapesp.br/bolsas/pd.
Outras vagas de bolsas, em diversas áreas do conhecimento, estão no site FAPESP-Oportunidades, em www.fapesp.br/oportunidades.
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- 05/06/2019 - Pós-doutorado em nanomateriais com bolsa da FAPESPObjetivo de projeto multidisciplinar conduzido no Ipen é desenvolver biomateriais de baixo custo, nanomateriais e radiofármacos inovadores
Objetivo de projeto multidisciplinar conduzido no Ipen é desenvolver biomateriais de baixo custo, nanomateriais e radiofármacos inovadores
Fonte: Agência Fapesp
O projeto "Capacitação científica, tecnológica e em infraestrutura em radiofármacos, radiações e empreendedorismo a serviço da saúde", coordenado pelo professor Marcelo Linardi, oferece uma Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP. O prazo de inscrição se encerra no dia 10 de junho de 2019.
O projeto reúne equipe multidisciplinar, que envolve cientistas de diversos centros do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), no desenvolvimento de biomateriais de baixo custo e nanomateriais metálicos, protéicos ou híbridos, bem como radiofármacos inovadores para aplicações na área da saúde.
O bolsista conduzirá pesquisa teórica e/ou empírica, além de outras atividades regulares, como apresentação de seminários, elaboração de artigos científicos e disseminação dos resultados da pesquisa.
É necessário que o candidato tenha doutorado em engenharia biomédica, bioengenharia ou áreas afins, além de conhecimentos em: síntese e caracterização de materiais nanoestruturados; ciência e tecnologia das radiações; modelos in vitro e in vivo (com experiência em cultivo celular e manuseio de animais de laboratório) para aplicação de nanomateriais; ensaios biológicos e bioquímicos para estudos referentes à aplicação de nanomateriais em sistemas biológicos.
É recomendável que o candidato tenha forte histórico de publicação na área de nanomateriais metálicos e proteicos e suas aplicações biomédicas.
Os interessados podem se inscrever enviando currículo Lattes, MyCitation (Google Scholar), carta de interesse e carta de recomendação de um orientador ou supervisor anterior via e-mail para egp01@ipen.br, com o título "Bolsa - PDIP - Nanomateriais e Radiofármacos”.
Mais informações sobre a vaga em: www.fapesp.br/oportunidades/2897.
A oportunidade de pós-doutorado está aberta a brasileiros e estrangeiros. O selecionado receberá Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP no valor de R$ 7.373,10 mensais e Reserva Técnica equivalente a 15% do valor anual da bolsa para atender a despesas imprevistas e diretamente relacionadas à atividade de pesquisa.
Caso o bolsista de PD resida em domicílio fora da cidade na qual se localiza a instituição-sede da pesquisa e precise se mudar, poderá ter direito a um auxílio-instalação. Mais informações sobre a Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP estão disponíveis em www.fapesp.br/bolsas/pd.
Outras vagas de bolsas, em diversas áreas do conhecimento, estão no site FAPESP-Oportunidades, em www.fapesp.br/oportunidades.
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- 05/06/2019 - CNEN Analisa Liberação do Acelerador Linear da Radioterapia do HCCFonte: O Regional
Na semana passada, dia 28 de maio, a Fundação Padre Albino conseguiu, da CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear, a aprovação no segundo processo de diligência de análises técnicas do Serviço de Radioterapia do HCC para a liberação do acelerador linear e o consequente início dos tratamentos radioterápicos.
Esse órgão, que é ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, tem até 60 dias (começando a partir do prazo de fechamento da documentação inicial, que foi em 22 de abril) para apresentar o resultado do parecer. O pedido feito pela Fundação faz parte do processo de regulamentação técnica para o funcionamento de serviços de radioterapia em todo o país.
"O objetivo da resolução é estabelecer padronização nacional das normas e parâmetros sanitários das instituições públicas e privadas, possibilitando maior segurança e proteção para os pacientes em tratamento”, relata por meio de nota, a assessoria de imprensa da Fundação Padre Albino.
Conforme dito pelo administrador do Hospital Emilio Carlos, Benedito Rodrigues, após o envio da documentação na solicitação de inspeção e licenciamento, a Comissão Nacional de Energia Nuclear realizou duas diligências para checagem de dados, com aprovação de ambas. "A partir de agora é aguardar a inspeção da Comissão para a liberação do aparelho e, posteriormente, o início dos tratamentos para pacientes de Catanduva e região”.
Paralelamente à liberação, as obras para a instalação do tomógrafo adquirido no Serviço de Radioterapia também continuam. "Já foi contratada a empresa responsável pela colocação do forro no teto onde o aparelho será instalado. Segundo o engenheiro da Fundação Padre Albino, Edegar Durigan Junior, outra empresa também está sendo contratada para colocação de piso na sala de tomografia para que, assim, o aparelho possa ser instalado definitivamente pela fabricante Siemens AG. A manutenção no sistema de ar condicionado foi finalizada”, finaliza a nota.
Da Reportagem Local -
- 05/06/2019 - Rússia ainda usa 10 reatores do mesmo modelo envolvido no acidente de ChernobylAutoridades alegam que sistema sofreu modificações, mas cientistas dizem que os reatores não são seguros e alertam para os riscos de novos incidentes
Autoridades alegam que sistema sofreu modificações, mas cientistas dizem que os reatores não são seguros e alertam para os riscos de novos incidentes
Fonte: ÉpocaExistem hoje em operação na Rússia 10 reatores RBMK-1000, o mesmo modelo envolvido no acidente na usina de Chernobyl, há 33 anos, na cidade de Pripyat, na Ucrânia - então parte da União Soviética. Segundo as autoridades russas, os reatores passaram por modificações depois da explosão. Mas especialistas acreditam que as mudanças não foram suficientes para reduzir o risco de acidentes como o que ocorreu há três décadas.
"Há aspectos fundamentais do design original que não podem ser consertados, não importa o que eles tenham feito", diz Edwin Lyman, diretor do projeto de segurança nuclear da Union of Concerned Scientists, à Live Science. "Não acredito que eles tenham sido capazes de aumentar a segurança do RBMK para os níveis de um reator de água leve utilizado hoje no ocidente." Outro ponto importante: de acordo com o físico Lars-Erik De Geer, que trabalhava no departamento de defesa da Suécia na época do acidente, esse modelo de reator não conta com um sistema completo de contenção, capaz de impedir que gases radioativos escapem para a atmosfera - requisito seguido à risca pelos reatores ocidentais.
Regras internacionais
Apesar de acidentes nucleares terem potencial para afetar diversos países ao mesmo tempo, não existe um acordo internacional determinando padrões de segurança para uma usina nuclear. "A Convenção de Segurança Nuclear exige que os países sejam transparentes sobre suas medidas de segurança e permite que colegas inspecionem as instalações, mas não há mecanismos que garantam a adoção de medidas de segurança específicas, ou punições para quem não respeitas as regras", diz Lyman.
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- 03/06/2019 - Doutorado em conversão eletroquímica de metanoBolsista vai participar da síntese de membranas poliméricas aniônicas em projeto do Centro de Inovação em Novas Energias, financiado pela FAPESP e pela Shell
Bolsista vai participar da síntese de membranas poliméricas aniônicas em projeto do Centro de Inovação em Novas Energias, financiado pela FAPESP e pela Shell
Fonte: Agência Fapesp
Uma bolsa de doutorado ou de doutorado direto está disponível no âmbito do projeto "Rota sustentável para a conversão de metano com tecnologias eletroquímicas avançadas”. A pesquisa é conduzida no Centro de Inovação em Novas Energias (Cine), constituído pela pela FAPESP e pela Shell no âmbito do programa Centros de Pesquisa em Engenharia (CPEs).
O prazo de inscrição se encerra no dia 7 de junho de 2019. O projeto integra a divisão de pesquisa Methane to Products (M2P), uma das quatro linhas de investigação que constituem o Cine, coordenada por Fabio Coral Fonseca.
O candidato aprovado terá bolsa financiada pela Shell e vai participar da síntese de membranas poliméricas aniônicas para aplicação em sistemas de conversão eletroquímica de metano em produtos com maior valor agregado, sob supervisão da professora Elisabete Inacio Santiago.
O bolsista vai atuar no Centro de Célula a Combustível e Hidrogênio do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen). O valor da Bolsa Shell é de R$ 3.476.
São exigidos dos candidatos a mestrado e/ou iniciação científica em síntese de polímeros ou síntese orgânica interesse em células a combustível e experiência em laboratório de pesquisa.
As inscrições devem ser feitas enviando histórico escolar completo de graduação e pós-graduação, curriculum vitae e duas cartas de recomendação para os e-mails anabiancolli@gmail.com e elisabete.santiago@gmail.com. A seleção será feita pela análise de currículo e por entrevista com os candidatos pré-selecionados.
Mais informações sobre a vaga em: www.fapesp.br/oportunidades/2856.Outras vagas de bolsas, em diversas áreas do conhecimento, estão no site FAPESP-Oportunidades, em www.fapesp.br/oportunidades.
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- 01/06/2019 - Comitiva da chinesa CNNC visita Brasil de olho em Angra 3Fonte: Estado de Minas
Perto da divulgação do modelo de conclusão da usina nuclear Angra 3, aguardada para as próximas semanas, uma comitiva da China National Nuclear Corporation (CNNC) esteve no Brasil na última sexta-feira (31/5) para conversar com a Eletronuclear e a Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (Abdan).
Nas reuniões, de acordo com o presidente da Abdan, Celso Cunha, a CNNC reafirmou seu interesse em participar não apenas do término de Angra 3, mas das futuras usinas nucleares que serão construídas no País até 2050 e de todo o ciclo nuclear, partindo da mineração, enriquecimento do urânio e setor de farmacologia.
"Eles atuam em toda a cadeia de produção e vieram entender o potencial do Brasil. Ficaram loucos quando falei que somos os sextos em reservas de urânio mas só pesquisamos um terço do nosso território", contou Cunha, que já recebeu outros interessados no negócio, com a americana Westinghouse, a russa Rosatom e a francesa EDF. "Acho que vai ser uma dessas", aposta o engenheiro, que organiza junto com World Nuclear University (WNU) o principal evento nuclear brasileiro, o "The World Nuclear Industry Today", que acontece de 3 a 5 de junho, em Brasília.
"Um representante da CNNC ficou para o evento", informou Cunha, que espera que o modelo de venda seja divulgado pelo governo o mais rápido possível, para aproveitar o interesse em torno de Angra 3. No momento, três modelos estão está sendo analisados por um grupo de trabalho no Programa de Parcerias de Investimento (PPI), mas ainda dependem da decisão final do governo para saber como será montada a parceria com a iniciativa privada, fato inédito no setor nuclear, considerado de segurança nacional.
Segundo Cunha, que acompanha de perto o processo, a tendência é de que se forme uma Empresa de Propósito Especial, o que acomodaria de forma mais eficiente a parceria entre governo e iniciativa privada. O investidor privado terá que arcar com cerca de R$ 7 bilhões, e o restante, ou R$ 8 bilhões, virá da Eletronuclear e do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que poderá ser sócio do empreendimento.
Angra 3, terceira usina nuclear brasileira terá capacidade instalada de 1.405 megawatts, o suficiente para abastecer um acidade com 5 milhões de habitações. A obra parou em 2015 por suspeitas de corrupção e está 67% pronta. Já foram investidos pelo governo brasileiro R$ 9 bilhões. Atualmente, com Angra 1 e 2, a energia nuclear representa cerca de 3% da matriz energética no Brasil.
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- 31/05/2019 - 33º Congresso Brasileiro de Medicina NuclearFonte: Agência Fapesp
Agência FAPESP – O Centro de Exposições da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), localizado em Porto Alegre, sediará a 33ª edição do Congresso Brasileiro de Medicina Nuclear (CBMN), entre os dias 6 e 8 de setembro de 2019.
Médicos de várias especialidades estarão reunidos no evento, como urologistas, oncologistas e médicos nucleares, discutindo as atualizações sobre câncer de próstata.
Serão três dias de palestras sobre diagnósticos, terapias e tratamentos de doenças que acometem a população, em especial, os homens. De forma inédita, a atual edição do CBMN terá um dia exclusivo reservado para cursos pré-congresso, divididos em cinco temas: "Neurociências”, "Cardiologia”, "Densitometria Óssea”, "Imagem Molecular Oncológica” e "Atualização em Radiofarmácia”.
As inscrições custam entre R$ 230 e R$ 1.350 e podem ser feitas pelo site do congresso até 5 de agosto. Já os trabalhos científicos podem ser enviados até 3 de junho pelo mesmo link.
O endereço da PUC-RS é av. Ipiranga, 6681, Partenon, Porto Alegre, RS.
Mais informações: http://sbmn.org.br/congresso2019/.
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- 29/05/2019 - Urânio em água de poço na Bahia é de origem naturalFonte: INB
Sobre recentes divulgações na mídia a respeito de altas concentrações de urânio em água de Caetité e Lagoa Real/BA que seriam alvo de investigação pelo Ministério Público Federal, a INB informa que recebeu e já respondeu o ofício do Ministério Público Estadual da Bahia expedido no dia 11/03/2019, mas que ainda não recebeu nenhum ofício do Ministério Público Federal.
A notificação do MPE faz referência à notícia veiculada no jornal "O Estado de S.Paulo” em 2015. O caso foi amplamente esclarecido pela empresa em na época tendo recebido parecer conclusivo do IBAMA em 2016 (ver link) de que o urânio encontrado na água do referido poço é de origem natural.
A partir de estudos e análises sobre as condições da geologia e da hidrologia da região de Caetité e dos programas de monitoramento ambiental e radiológico desenvolvidos pela Unidade de Concentrado de Urânio das Indústrias Nucleares do Brasil, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) concluiu que os teores de urânio detectados nas águas de poço na localidade de Varginha, município de Lagoa Real/BA, são provenientes do ambiente geológico em que se insere.O Tribunal de Contas da União, por meio da Secretaria de Controle Externo da Agricultura e do Meio Ambiente (SecexAmbiental), também já encerrou processo que havia instaurado em 2016 para acompanhar as notícias de possível contaminação de águas por urânio, concluindo em seu parecer "com as informações trazidas aos autos considera-se que a ocorrência de Urânio nos poços de Lagoa Real, veiculada na imprensa, não possui relação com as atividades desenvolvidas pela INB na região e licenciadas pelo Ibama, não tendo sido identificados também indícios de irregularidades no processo de licenciamento”. (ver link)
A INB lamenta ver a população exposta novamente a esses questionamentos esclarecidos desde 2016, mas reitera que está à disposição para prestar qualquer informação aos cidadãos e aos órgãos competentes. A INB monitora permanentemente as suas atividades e o entorno de onde a sua unidade está instalada e reafirma o seu compromisso com a preservação do meio ambiente e a saúde da população.
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- 28/05/2019 - Especialistas apontam ações para impulsionar a inovação no BrasilFonte: Agência Fapesp
Elton Alisson | Agência FAPESP – Nos últimos 20 anos, o Brasil concretizou diversas políticas e programas voltados a fortalecer a capacidade de inovação no setor produtivo. O país aumentou os investimentos em ciência e tecnologia, estimulou a interação em pesquisa entre empresas e universidades e fomentou a criação de novas instituições voltadas a facilitar a pesquisa e desenvolvimento (P&D) na iniciativa privada.
Apesar de algum sucesso nessa trajetória, como a consolidação de uma indústria de aviões líder global na produção de jatos comerciais – a Embraer –, a exploração de petróleo na camada do pré-sal pela Petrobras e o desenvolvimento de automóveis com motores híbridos, movidos a gasolina ou a etanol, a agenda da inovação no Brasil não avançou no ritmo necessário. Mais recentemente, egressos das melhores universidades no país tem criado empresas startups de baseadas em conhecimento e algumas dessas tornaram-se unicórnios – empresas que valem mais de US$ 1 bilhão.
Para impulsionar a inovação, de modo a permitir aumentar a produtividade e o crescimento econômico do país e colocá-lo na rota de desenvolvimento no século 21, é preciso implementar um conjunto de ações estratégicas, sugerem os autores do livro Innovation in Brazil: Advancing development in the 21st century, lançado em abril nos Estados Unidos e no dia 16 de maio no Brasil, no Museu de Arte Moderna (MAM), com um debate sobre os desafios relacionados à inovação.
Entre essas ações, eles propõem aprofundar o envolvimento do Brasil com a economia global, alinhar políticas industriais e de inovação, facilitar a colaboração entre empresas e universidades, apoiar a inovação institucional e promover setores estratégicos.
Resultado de um projeto financiado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), o livro reúne reflexões de pesquisadores do Industrial Performance Center (IPC) do Massachusetts Institute of Technology (MIT), dos Estados Unidos, e acadêmicos, empresários e especialistas em política científica e tecnológica no Brasil, sobre os desafios para a criação de um ambiente mais favorável à inovação no país. O livro ganhará uma edição em português, prevista para ser lançada em outubro.
"O livro é binacional, no sentido de que tem uma participação muito equilibrada de autores dos Estados Unidos e do Brasil. Além disso, é interdisciplinar, uma vez que, entre os autores, há economistas, sociólogos, engenheiros, físicos e empresários. Isso permite ter perspectivas distintas sobre a inovação”, disse Ben Ross Schneider, coordenador do IPC-MIT e um dos editores do livro, durante o lançamento em São Paulo.
Os autores do livro – entre eles, Carlos Américo Pacheco e Carlos Henrique de Brito Cruz, respectivamente, diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo (CTA) e diretor científico da FAPESP – destacam que o Brasil lidera os investimentos em P&D na América Latina ao despender mais do que o dobro da média de recursos dos outros países e ser responsável por cerca de dois terços dessa atividade na região.
Eles também apontam que o Brasil também é um dos principais investidores em P&D entre os países de renda média, juntamente com a Malásia e a Rússia. Os gastos do país para essa finalidade – equivalente a 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB) –, contudo, ainda são baixos, representando cerca da metade dos níveis dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Porém, destacam, o investimento do Brasil em P&D nas últimas décadas também teve pouco impacto na produtividade, o número de registros de patentes por empresas no país continua baixo e a maioria das inovações feitas pelo setor privado é focada em produtos e processos voltados ao mercado interno.
Uma das razões para as inovações brasileiras serem mais locais, na avaliação dos autores, é a baixa integração do país, assim como de muitas outras nações de renda média, com a economia mundial.
"O Brasil continua a ter uma das economias mais fechadas do mundo. Para a inovação avançar é preciso de uma maior integração à economia mundial para alavancar tecnologias e entrar em novos mercados”, disse Elisabeth Reynolds, diretora-executiva do IPC-MIT e também editora do livro, durante um debate sobre os temas abordados na publicação.
As importações e exportações brasileiras estão quase no mesmo patamar de Mianmar, representando apenas um quarto do PIB. E apesar de o país ter liberalizado seu comércio na década de 1990, continuou a proteger setores como o automotivo e o de têxteis, em parte porque empregam muitos trabalhadores.
Esses setores fazem investimentos significativos em inovação. O automotivo, por exemplo, é responsável por cerca de um quarto dos investimentos em P&D feitos pelas indústrias no Brasil. No entanto, a P&D feita pela indústria automobilística nesse ambiente econômico fechado e sob proteção resulta em inovações que são novas para o mercado brasileiro, mas não necessariamente para o mundo. "Isso limita as oportunidades de exportações pelo Brasil”, analisam os autores.
Algumas ações para superar esses obstáculos apontadas pelos autores são a redução de tarifas sobre insumos voltados à P&D e de tecnologias utilizadas na produção industrial, promover políticas para atrair investimentos em P&D de empresas multinacionais, fomentar repercussões de investimentos estrangeiros diretos em inovação e diminuir barreiras à entrada de imigrantes qualificados, especialmente cientistas e engenheiros.
Apesar de o Brasil ter sido relativamente bem-sucedido em atrair centros de pesquisa de multinacionais nos últimos anos, as políticas voltadas a promover transbordamentos significativos desses investimentos estrangeiros diretos em inovação têm tido menos sucesso. Isso limita o fluxo de conhecimento e de insumos-chave do exterior para promover a inovação em empresas brasileiras, apontam os autores.
"É preciso fazer com que a troca de bens, serviços, ideias, capital e pessoas entre o Brasil e o mercado externo seja mais fluida”, afirmou Reynolds.
Papel das universidades
De acordo com os autores, uma das lições que o Brasil pode aprender a partir das experiências de outros países que também procuraram aumentar a capacidade de inovação nas últimas décadas é que, em comum, incluíram em suas estratégias o fortalecimento das universidades como parceiras das indústrias e do governo em pesquisas que podem resultar em desenvolvimento econômico.
No Brasil, as universidades evoluíram nas últimas décadas, embora de forma desigual, ao adotar uma abordagem que associou a busca de excelência em educação de seus estudantes à incorporação iniciativas relacionadas ao desenvolvimento econômico e ao empreendedorismo.
Alguns dos desafios enfrentados para traduzir o conhecimento científico e técnico gerado por essas instituições de pesquisa em novos produtos, processos e serviços pelo mercado, contudo, são pequeno número de engenheiros formada no país, o alto custo de insumos para P&D devido a políticas protecionistas e o limitado número de parceiros no setor privado dispostos a investir em tecnologias em estágio inicial, apontam os autores.
"Algumas universidades brasileiras, como a USP, a Unicamp, a Unesp e a URFJ, já mantêm muita colaboração com empresas. Isso pode ser medido pela quantidade de recursos que captam do setor privado para a realização de pesquisas em colaboração – o patamar é o mesmo das melhores universidades americanas –, pela publicação de artigos em coautoria, ou pelo número de patentes em cotitularidade. Mas há muito espaço para aumentar essa interação e me parece ser o momento para se buscar iniciativas que as universidades podem adotar, exercendo sua autonomia, para se tornarem mais eficazes em educação, pesquisa fundamental e pesquisa em colaboração com empresas”, avaliou Brito Cruz.
"Na FAPESP somos constantemente procurados por um grande número de empresas, principalmente do exterior, em busca de oportunidades de colaboração em pesquisas avançadas com universidades no Estado de São Paulo. Isso mostra que a qualidade das universidades é reconhecida mundialmente”, afirmou.
Na opinião de Fernanda de Negri, coordenadora de pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e também uma das autoras do livro, há muitas áreas no Brasil nas quais poderiam ser aplicados os conhecimentos gerados pelas universidades e instituições de pesquisa. Essas áreas, como saúde, mobilidade urbana e energia, poderiam ser priorizadas nos investimentos em pesquisa por meio de fundos específicos.
"No Brasil, não temos estabilidade de fundos de financiamento para ciência e tecnologia. Isso torna muito difícil para as universidades planejarem seus investimentos em pesquisa”, disse.
"A criação de fundos de pesquisa orientados para áreas específicas pode ser uma boa estratégia para priorizar ou utilizar melhor os fundos para ciência e tecnologia no país”, sugeriu Negri.
Outras áreas ou setores estratégicos nos quais o Brasil poderia aumentar os incentivos para inovação apontados pelos autores são em energias renováveis, como a eólica, a solar, a térmica e os biocombustíveis.
"Em biocombustíveis, etanol de segunda geração e ‘química verde’, o Brasil está mais próximo da fronteira tecnológica”, avaliou Bernardo Gradin, fundador e presidente da GranBio – uma empresa brasileira de biotecnologia industrial.
A versão em inglês do livro Innovation in Brazil: Advancing development in the 21st century pode ser adquirida em www.routledge.com/Innovation-in-Brazil-Advancing-Development-in-the-21st-Century-1st-Edition/Reynolds-Schneider-Zylberberg/p/book/9780367146894.
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- 27/05/2019 - AIE defende papel da energia atômica na transição energética globalFonte: UOL
Paris, 28 mai (EFE) - Agência Internacional de Energia (AIE) está preocupada com a queda da produção de energia a partir de fontes nucleares, que, na avaliação do órgão, deveria ter um papel-chave na transição para um sistema sem emissão de carbono.
Em relatório divulgado nesta segunda-feira, a AIE ressalta que, para cumprir as metas do Acordo de Paris e conter a mudança climática, a produção de energia que não gera dióxido de carbono (CO2), como as renováveis e a nuclear, teria que avançar em um ritmo três vezes mais rápido do que o atual.
Atualmente, 36% da eletricidade produzida do mundo é livre de carbono. A meta é chegar a 85% em 2040, mas, para isso, não faltam apenas investimentos maciços em tecnologia, mas também em eficiência energética. Por isso, a AIE recomenda que a capacidade das usinas atômicas sejam ampliadas em 80% no mundo todo.
A energia nuclear representa 10% de toda produção de eletricidade global, um índice que sobe para 18% nos países desenvolvidos.
Por outro lado, a energia produzida com fontes que não emitem CO2 chegou a 36% do total em 2018, o mesmo percentual de 1998. Segundo o relatório, isso ocorreu porque a demanda cresceu junto com a oferta.
As usinas nucleares estão sendo deixadas de lado nos países desenvolvidos e quase não há mais projetos de novas centrais. Para a AIE, isso ocorre devido às características do investimento necessário para construi-las: elas precisam de grandes quantidades de dinheiro e só darão retorno ao longo de várias décadas.
Além disso, os poucos projetos em andamento acumulam grandes atrasados, especialmente pela complexidade da burocracia para construir esse tipo de usina e as mudanças na regulação.
Os autores do estudo reconhecem que a transição energética seria possível com menos energia atômica, mas, para isso, seria necessário um "esforço extraordinário" de todo o mundo. Isso também traria consequências quanto ao aumento de emissões, elevaria custos e a segurança do abastecimento para a população mundial.
Entre as consequências, conforme o relatório, está um aumento dos preços da eletricidade para os consumidores. Os pesquisadores da AIE calculam que uma queda na produção de energia nuclear exigiria um investimento de US$ 1,6 trilhão entre 2018 e 2040 nos países desenvolvidos.
Ou seja, faltaria ainda mais dinheiro para colocar em funcionamento novas usinas solares ou eólicas do que o necessário para prolongar a vida ativa dos reatores atômicos atuais. Além disso, seria necessário ampliar as redes de transmissão para conectá-las aos novos locais de produção de energia renovável.
Segundo as contas feitas pela AIE, se não houver novos investimentos para ampliar a vida útil das usinas nucleares existentes ou para construir outras nos países desenvolvidos, a capacidade delas cairá em dois terços até 2040.
E, para substituí-las, os países não devem recorrer apenas às energias renováveis. A AIE prevê que, neste cenário, o gás, em menor medida, e o carvão, teriam essenciais para auxiliar na transição.
As emissões acumuladas de CO2 cresceriam em 4 bilhões de toneladas nesse cenário e seria um empecilho para o cumprimento dos compromissos climáticos. EFE
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- 27/05/2019 - Monopólio da União sobre urânio já não faz sentido, diz ministroFonte: Valor Econômico
Por Maria Cristina Fernandes | De BrasíliaBento Costa de Albuquerque Júnior foi recebido com ceticismo no mercado pelas insígnias nacionalistas de almirante que havia comandado os mais estratégicos projetos da Marinha. Cinco meses depois de assumir o Ministério das Minas e Energia, o almirante de esquadra reformado já mostrou que seu projeto para a pasta não colide com a abertura ao capital privado e estrangeiro, a começar por seu conceito de soberania: "Não adianta dizer que esta riqueza é sua se o país não tem condições de explorá-la e protegê-la".
O conceito se aplica a toda a exploração das riquezas minerais do país, até mesmo às reservas de urânio, o único minério sobre o qual a União ainda tem monopólio constitucional. Ressalva ser esta uma opinião pessoal, não discutida no governo: "O Estado não deve ser dono de tudo, nem das empresas. Deve fomentar o investimento e aprimorar a regulamentação e a fiscalização. Não é o monopólio que garante a soberania, mas a capacidade de explorar as riquezas do país e defender seus interesses".
Nos planos do ministro estão parcerias público-privadas para a exploração das minas de urânio de Caetité (BA) e Santa Quitéria (CE), a partir de modelos regionalizados, e a negociação dos intricados entraves ambientais para sua exploração, hoje paralisada. A retomada da exploração de ambas, diz, passará pelo estabelecimento de parcerias externas.
Bento Albuquerque vê ainda um interesse crescente do capital estrangeiro pelo investimento em Angra 3. A modelagem financeira para o investimento ainda não está pronta, mas a indefinição não tem desestimulado as consultas. Diz ter recebido relatos concretos desse interesse do secretário-executivo adjunto do Ministério das Minas e Energia, Bruno Eustáquio, que esteve recentemente com o vice-presidente Hamilton Mourão em viagem à China.
A China, disse, tem 45 usinas de geração de energia nuclear e dez em construção. Hoje 12% de sua geração de energia elétrica tem origem nuclear e o objetivo é chegar a 25%, mesmo patamar dos Estados Unidos. Aos investidores daquele país, Eustáquio apresentou o planejamento de leilões para o setor. "Eles estão interessados em todas as áreas de geração de energia e, particularmente, na energia nuclear", diz. Segundo o ministro, até junho será definido o modelo de licitação internacional para a escolha do parceiro de Angra 3.
Ocupante de alguns dos principais cargos no comando do projeto nuclear do país, chegando à Diretoria-geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha, Bento Albuquerque participou da parceria estratégica entre o Brasil e a França para o desenvolvimento do submarino a propulsão nuclear. Conhece, portanto, a renitente resistência de setores da Marinha à assinatura do protocolo adicional do Tratado de Não-Proliferação Nuclear. O protocolo ampliaria as inspeções internacionais às quais o país teria que se submeter.
Enfrenta-a com o argumento de que o protocolo não pode ser imposto ao Brasil, um país que tem reservas e domina a tecnologia de enriquecimento, da mesma maneira que o é a outros países sem os mesmos predicados. "O Brasil é um país nuclear", diz. Não descarta, porém, que, negociadas salvaguardas nos anexos, o país possa vir a negociar uma adesão ao protocolo. Pretende repetir, este ano, as visitas anuais que tem feito à Agência Internacional de Energia Atômica, em Viena.
Sua concepção de soberania também molda o futuro que projeta para a Petrobras. Com a venda das refinarias programada para junho, Bento acredita que a estatal poderá se dedicar à sua vocação, a exploração offshore em águas profundas a partir do direito de preferência do pré-sal.
Desde a posse, relatou, já teve oportunidade de encontrar os presidentes mundiais de três das maiores petrolíferas do mundo, BP, Shell e Exxon, todas demonstraram interesse em ampliar as parcerias com a Petrobras no pré-sal. O presidente da Exxon, particularmente, teria dito ao presidente Jair Bolsonaro, segundo seu relato, que o pré-sal é a área de maior produtividade mundial da indústria de petróleo, o que torna mandatória a presença da empresa na região.
O ministro também espera poder acelerar a extensão, para as refinarias, da quebra do monopólio da Petrobras definida pelo Congresso desde 1997. "O Brasil exporta petróleo e importa derivados, enquanto nossas refinarias não operam em sua plena capacidade por falta de investimento", disse. Para evitar que esses investimentos possam gerar monopólios privados, o ministro pretende mudar o estatuto do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) para tornar o Cade um integrante efetivo.
Bento se disse disposto ainda a ir em frente com os leilões dos barris excedentes da cessão onerosa, que ainda estão pendentes de aprovação legislativa. "Já se foram cinco anos de espera e não há mais tempo a perder; já se foram dezenas de bilhões de reais pela demora."
O ministro também demonstra disposição em enfrentar os embates ambientais que cercam a construção de hidrelétricas com reservatórios. Só a bacia Tocantins-Araguaia tem 50 mil megawatts em usinas a construir, mas o setor hoje vive sob a sombra dos desastres cometidos em Belo Monte. "Se essas hidrelétricas são importantes para a segurança energética do país, vamos viabilizá-las", afirmou.
Disse ainda que sua pasta está se preparando para apresentar, em dezembro, o plano decenal de energia, além do plano nacional de energia até 2050. Ambos foram discutidos com o presidente durante o voo de ambos até Cascavel para a inauguração da hidrelétrica do Baixo Iguaçu na sexta-feira. Como o deslocamento até a obra seria feito de helicóptero e o mau tempo não permitiu a decolagem, a inauguração foi feita por autoridades locais mas, na ocasião, ficou combinado que a discussão dos planos com o Congresso seria o momento adequado para os novos parâmetros que guiarão o desenvolvimento energético de um país que terá a conjugar a preservação ambiental com um aumento de demanda na geração de energia que, em seus cálculos, será de até 40%.