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- 08/04/2020 - Governo fecha 1º contrato para fabricar respirador em larga escala no paísO Ministério da Saúde assinou na noite de ontem o primeiro acordo com um fabricante nacional de respiradores hospitalares desde que a pandemia de coronavírus atingiu o país.
O Ministério da Saúde assinou na noite de ontem o primeiro acordo com um fabricante nacional de respiradores hospitalares desde que a pandemia de coronavírus atingiu o país.
Fonte: Tribuna de Ituverava
Numa força conjunta, a Magnamed, responsável pelo projeto, utilizará a capacidade de produção em larga escala da Flextronics, montadora internacional que normalmente atende o mercado de telecomunicações e tecnologia, para entregar 6.500 aparelhos até agosto, com expectativa de 2.000 unidades no primeiro mês.
O valor do contrato não foi revelado, mas calcula-se no mercado que cada respirador destes fique entre R$ 50 mil e R$ 60 mil. Ambas as empresas têm sede no estado de São Paulo.
O ministério já havia comunicado os principais fornecedores de respiradores do país, cerca de quatro empresas, segundo fontes consultadas peloUOL, que a produção seria toda absorvida pelo governo federal. Porém essas fábricas precisam de parceiros maiores para multiplicar por dez a sua capacidade de entrega.
Entre várias iniciativas em curso, a junção Magnamed-Flextronics foi até agora a que conseguiu reunir todas as especificidades necessárias para receber a bênção federal.
Em Santa Catarina, a produtora de geradores Weg já tem linhas de montagem prontas para produzir um modelo alemão de respirador para o governo federal. Falta a "canetada”. A empresa afirma ter capacidade para produzir 50 respiradores por dia.
Dependência da China
Respiradores são aparelhos montados no Brasil com peças importadas. Iniciativas para a produção destas peças engatinham. No entanto, executivos consultados pela reportagem afirmam que não há pânico em relação à China, principal produtor destes insumos.
"É só pagar e eles te entregam”, afirmou interlocutor próximo à Magnamed. "Além disso, componentes importantes vêm da Suíça e da Alemanha, por exemplo. São fornecedores de longa data.”
Na USP (Universidade de São Paulo) e também na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), pesquisadores desenvolvem modelos baratos de respirador que visam justamente a driblar a necessidade de peças importadas.
São projetos de baixíssimo custo, entre R$ 1.000 e R$ 2.000, para uso em caso de ausência de equipamento sofisticado.
A previsão mais otimista na USP é ter um modelo aprovado para fabricação em três semanas. Na UFRJ, o Coppe (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia) calcula em no mínimo um mês o tempo para ter um produto comercializável.
Bate-cabeça
De acordo com fontes ouvidas pelo UOL nos mercados hospitalar, de investimentos e no Ministério da Saúde, juntar a vontade de ajudar com a exigência para entregar não tem sido tarefa simples.
Bancos e fundos de investimento acompanham projetos e aguardam a garantia dos contratos federais para entrar nas operações de financiamento de peças e contratações de pessoal. Enquanto isso, encomendas aumentam as filas na China.
A Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais), por exemplo, tem seu protótipo feito em parceria com Senai e iniciativa privada, e está disposta a abrir o projeto para quem quiser fabricar, mas precisa de homologação da Anvisa para o aparelho.
Desde o início da crise, projetos inundam o Ministério da Saúde diariamente, mas a grande maioria esbarra em critérios técnicos — ou a empresa não tem capacidade de produção em larga escala, ou não obedece aos requisitos para a produção de material hospitalar.
Para produzir respiradores, é necessário projeto homologado e com uma empresa de equipamento hospitalar responsável.
Federações das indústrias do país e grandes empresas têm feitos esforços para unir fabricantes destes aparelhos a grandes fábricas de qualquer outro item, que tenham linha de produção para turbinar a entrega, em número maior e tempo menor.
"É muito ego envolvido”, conta a UOL um executivo ligado ao setor do aço. "Todo mundo quer ser o dono da solução e nada acontece”.
Conserto de respiradores ociosos
O Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) organizou uma rede de oficinas em 19 estados do país para receber respiradores que precisam de conserto. Em cerca de duas semanas, recebeu 599 unidades e entregou 37 de volta à rede hospitalar.
Hospitais podem entrar em contato com o Senai local para enviar equipamentos para o conserto. As Forças Armadas e a Polícia Militar têm ajudado com apoio logístico.Veja a relação de oficinas e contatos aqui.
Fonte: www.noticias.uol.com.br
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- 08/04/2020 - Laboratórios da USP, Unicamp e Unesp integram plataforma de testes para diagnóstico da COVID-19Agência FAPESPAndré Julião e Maria Fernanda Ziegler | Agência FAPESP – Uma plataforma com cerca de 20 laboratórios, na grande maioria públicos e ligados a instituições de pesquisa e ensino do Estado de São Paulo, busca otimizar a realização de testes para diagnóstico da COVID-19. A iniciativa é coordenada por Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan e membro do Centro de Contingenciamento do Coronavírus do Estado. Um dos objetivos é facilitar a obtenção de insumos para a realização dos testes capazes de identificar o novo coronavírus (SARS-CoV-2)."A compra de reagentes está em andamento. Na próxima semana receberemos a primeira parte dos kits encomendados da Coreia do Sul. Está tudo entrando nos eixos”, conta Covas à Agência FAPESP. O pesquisador também integra o Centro de Terapia Celular (CTC), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão apoiados pela FAPESP.Além dos laboratórios do Instituto Adolfo Lutz, do Instituto Butantan e da rede privada, a iniciativa integra forças-tarefa criadas pelas três universidades estaduais paulistas, que estão empregando instalações, equipamentos e pessoal para ampliar a testagem no Estado.A plataforma foi oficializada na quinta-feira passada (02/4), com seis laboratórios já credenciados para a realização dos testes de COVID-19 pelo Instituto Adolfo Lutz, além do próprio instituto. Compõem ainda essa primeira configuração o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FM-USP); o Hospital das Cínicas e a Fundação Hemocentro, ambos da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP); o Laboratório de Patologia Clínica do Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas (LPC-HC-Unicamp) e o Hemocentro do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (HC-FMB-Unesp).Futuramente, devem compor a plataforma mais duas unidades da Unesp – laboratórios de Imunologia Clínica e Biologia Molecular, do Departamento de Análises Clínicas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCFAr), em Araraquara; e o de Estudos Genômicos, do Departamento de Biologia do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas (Ibilce), em São José do Rio Preto – e mais três da USP – Hospital Universitário, na capital paulista, na Faculdade de Odontologia de Bauru e na Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FEZEA), em Pirassununga –, à medida que forem certificadas pelo Instituto Adolfo Lutz.Insumos em faltaA principal dificuldade dos laboratórios, que a plataforma deve ajudar a solucionar, é a falta dos insumos laboratoriais necessários para realizar os testes."O objetivo é que haja uma centralização da aquisição dos insumos por meio da Secretaria de Estado da Saúde. Neste momento, é ainda mais importante ter uma fonte fidedigna de insumos”, diz Roger Chammas, vice-diretor da FM-USP e coordenador da Rede USP para o Diagnóstico da COVID-19 (RUDIC), que deve realizar 1,5 mil testes diários.Além das três unidades já integradas à plataforma, a rede da USP possui outras três em processo de certificação, no Hospital Universitário, na Faculdade de Odontologia de Bauru e na FEZEA, em Pirassununga.Chammas – que realiza estudos sobre câncer com apoio da FAPESP, mas está colaborando nos esforços contra a COVID-19 – afirma que a USP ainda tem kits de testes em estoque, mas em quantidade aquém da necessidade atual. O pesquisador lembra que a dificuldade em obter os reagentes e demais insumos necessários se deve ao fato de serem, na grande maioria, importados. E, no momento, há uma alta demanda mundial por conta da pandemia."A nossa dependência externa é imensa. Há pouquíssimas empresas no Brasil que fabricam reagentes. As grandes fabricantes são estrangeiras e são poucas, então não há muita margem de negociação. Em lugares como Coreia do Sul e China, que têm parques tecnológicos muito desenvolvidos, eles acabam se organizando e produzindo eles mesmos os insumos que compõem os kits de diagnóstico”, diz.Testes molecularesA Unicamp montou infraestrutura e treinou pessoal para realizar 40 mil testes. O material para os primeiros 6 mil deve chegar em breve, mas o que foi encomendado para outros mais de 30 mil não está garantido."Com os Estados Unidos barrando carregamentos de materiais destinados a outros países, estamos buscando outras soluções”, diz Alessandro dos Santos Farias, professor do Instituto de Biologia (IB) da Unicamp e um dos responsáveis pela certificação do Laboratório de Patologia Clínica do Hospital de Clínicas da universidade para a realização dos testes (leia mais em: agencia.fapesp.br/2861/).Farias e outros pesquisadores da Unicamp buscam validar diferentes reagentes – usados para a extração do material genético (RNA) das amostras –, além de enzimas e sondas, usados no processamento das amostras por meio da técnica de PCR (sigla em inglês para reação em cadeia da polimerase, método preconizado pela Organização Mundial da Saúde)."Conseguimos estabelecer um padrão com certos insumos. A partir disso, estamos testando produtos de outras marcas para verificar se os resultados são os mesmos. Com essa validação, não ficamos dependentes de apenas alguns fabricantes”, diz Farias, que testa inclusive produtos fabricados no Brasil.A ideia é disponibilizar todos os protocolos que funcionarem no site da força-tarefa, de forma a contribuir para que outros laboratórios não parem por falta de determinados insumos.Estrutura laboratorial
Com uma unidade pronta para os testes e duas em processo de certificação, a Unesp também vai contribuir para o esforço do Estado. O Hemocentro do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu está pronto para começar a fazer 150 testes por dia. "Alguns laboratórios já têm rotinas assistenciais junto ao Ministério da Saúde, como é o caso de Botucatu. A mesma rotina e estrutura usadas para testes de HIV, hepatites C e B serãovoltadas para o teste da COVID-19”, diz Rejane Grotto, professora da Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) da Unesp e responsável pela padronização e execução dos exames.
A rede da Unesp conta ainda com os laboratórios de Imunologia Clínica e Biologia Molecular, do Departamento de Análises Clínicas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCFAr), em Araraquara; e o de Estudos Genômicos, do Departamento de Biologia do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas (Ibilce), em São José do Rio Preto, que ainda aguardam credenciamento do Instituto Adolfo Lutz.
"Os laboratórios foram estruturados nos anos 2000 para o projeto de pesquisa Rede de Diversidade Genética de Vírus (VGDN), apoiado pela FAPESP, que já naquela época tinha como objetivo principal estabelecer uma rede de laboratórios estruturados para o estudo da diversidade genética de vírus e também para contribuir em situações como a pandemia que enfrentamos agora, com resposta rápida em termos de saúde pública ”, diz Grotto.
Com o projeto de pesquisa, foram estruturados laboratórios com nível de biossegurança 3 (Araraquara) e 2 (Botucatu e São José do Rio Preto), na escala que vai até 4. Isso permite realizar testes que manipulam o material genético do vírus para a identificação da COVID-19, como o PCR.
A organização da rede de laboratórios de referência para a COVID-19 é a primeira iniciativa do comitê científico criado para nortear as ações da Unesp relacionadas ao novo coronavírus. "A rede consegue, no curto prazo, disponibilizar o diagnóstico, que é o grande gargalo hoje da pandemia no Brasil. O fato de a Unesp ter vários campi espalhados pelo Estado torna a iniciativa ainda mais estratégica, pois permite grande cobertura no interior, o que pode ajudar a vigilância da pandemia”, diz.
De acordo com Grotto, a expectativa com a rede de testagens é gerir a entrada do vírus para o interior e orientar ações de contenção. "Com um diagnóstico mais ágil é possível testar também quem teve contato com pacientes infectados e, assim, tentar conter a transmissão do vírus. Assim foi feito em Singapura e na Coreia do Sul, dois países considerados referência na resposta à epidemia, que faziam em torno de 10 mil testes por dia”, disse.
A rede também vai realizar pesquisas de maneira integrada. "Vamos trabalhar em duas frentes: diagnóstico e pesquisa. Pretendemos pesquisar aspectos epidemiológicos, interação célula-patógeno, desenvolvimento de novas tecnologias, desenvolvimento de ferramentas para definição de desfecho e investigação de prováveis sequelas, por exemplo. É importante investigar os efeitos dessa síndrome agora, pois a pesquisa é translacional. Os resultados podem ajudar a salvar vidas”, diz.
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- 07/04/2020 - Startups ligadas à USP criam soluções para ajudar na contenção da covid-19Empresas incubadas pelo Cietec-USP desenvolvem inovações e direcionam projetos já existentes para o combate à pandemia
Empresas incubadas pelo Cietec-USP desenvolvem inovações e direcionam projetos já existentes para o combate à pandemia
Fonte: Jornal da USP
No momento de crescimento cada vez mais rápido da disseminação do novo coronavírus no Brasil e no mundo, diferentes setores da sociedade têm voltado esforços para a luta contra a covid-19, inclusive o mercado privado. Na USP, um desses focos é o Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), uma associação civil sem fins lucrativos que tem como objetivo promover o empreendedorismo e incentivar empresas jovens na transformação do conhecimento em produtos ou serviços de valor agregado para a o mercado.
Com o cenário atual, muitas dessas empresas estão criando ou adaptando projetos para contribuir no combate à pandemia. Confira abaixo algumas dessas iniciativas, e clique nos links para conferir detalhes sobre cada uma delas.
Uso do ar-condicionado em hospitais em tempos de coronavírus
A Omni-electronica, empresa da Incubadora USP/Ipen-Cietec, desenvolveu um dispositivo para monitorar todos os principais parâmetros relacionados à qualidade do ar, que orienta sobre o uso do ar-condicionado em ambientes fechados, como hospitais, em tempos de coronavírus.
Portal de informações 24h sobre o coronavírus
A Gesto, corretora de saúde que investe em um formato baseado em dados para atender e cuidar do beneficiário e, ao mesmo tempo, gerar economia para as empresas, também graduada na Incubadora USP/Ipen-Cietec, lançou umportal de informações 24h sobre o coronavírus.
Produção de equipamentos de proteção e componentes hospitalares
A demanda por suportes para proteção facial, válvula de respiradores e distribuidores de fluxo de ar impressos em 3D cresceu tanto que a 3D Criar, startup da Incubadora USP/Ipen-Cietec, alterou o foco de seu negócio de vendas e manutenções de máquinas para produção de equipamentos de proteção e componentes hospitalares.
Doação de tablets de DengueTech para evitar ocorrência simultânea das duas doenças
A BR3, startup da Incubadora USP/Ipen-Cietec, está doando 25 mil tablets de DengueTech para a Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, a serem aplicados nas áreas que estarão voltadas aos cuidados dos infectados pelo coronavírus. A quantidade de tablets doados pela empresa visa instalar meio milhão de armadilhas contra o mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença, focando os municípios localizados nas regiões oeste e central do Estado, em que há grande probabilidade de sobreposição das duas doenças, e, assim, demandas à atenção à saúde, que necessitam da otimização do controle do vetor, a fim de evitar a disseminação de doenças entre a população e, principalmente, entre os profissionais de saúde.
Startup cria solução que otimiza o uso de ventiladores pulmonares e de leitos em UTI
Um tomógrafo por impedância elétrica foi desenvolvido pela startup Timpel, com o objetivo de monitorar pacientes que necessitam de ventilação artificial. A solução pode ajudar a aumentar a disponibilidade de ventiladores pulmonares e, consequentemente, de leitos em unidades de terapia intensiva (UTIs) para pacientes com covid-19 em estado grave.
Ação de Robótica no Hospital das Clínicas
A NTU está entregando aplicações de robôs sociais dotados de recursos da inteligência artificial para execução de tarefas de informação e comunicação com foco na prevenção e redução dos riscos de contágio dos profissionais de saúde em ambiente hospitalar para o Hospital das Clínicas (HC) da USP.
Com informações de Juliana Tancler/Trama Comunicação
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- 06/04/2020 - Portaria FAPESP sobre concessão de bolsas e auxíliosFonte: Agência FAPESPAgência FAPESP– A FAPESP publicou portaria que dispõe sobre procedimentos excepcionais e de caráter temporário relativos à concessão de Bolsas e Auxílios, no contexto da epidemia de COVID-19, e dá providências correlatas.
A portaria CTA no 15, de 2 de abril de 2020, define a criação de um canal específico no Converse com a FAPESP para esclarecer dúvidas de pesquisadores, bolsistas e demais públicos da FAPESP, referentes a questões emergenciais relacionadas ao coronavírus.
Ficam interrompidos, por prazo indeterminado, o atendimento presencial para a entrega física de documentos e esclarecimento de dúvidas na sede da FAPESP, bem como o atendimento telefônico. Os documentos devem ser remetidos pelo Correio, com Aviso de Recebimento (AR), ou encaminhados por meio dos Pontos de Apoio da FAPESP junto às universidades e instituições de pesquisa.
A portaria prorroga para 1o de julho de 2020 as entregas de todas as Prestações de Contas e Complementos de Prestações de Contas de Auxílios e Bolsas, bem como de Relatórios Científicos, que estavam previstas entre 1o de março e 30 de junho de 2020.
A portaria CTA no 15 também facilita o procedimento para retorno ao país dos bolsistas que estão no exterior, pelo prazo de 120 dias.
O documento define que o CTA deliberará sobre as prestações de contas relativas ao uso de recursos de Auxílios e Bolsas para participação em evento, missões ou pesquisa de campo, que tenham sido cancelados, e retornos antecipados ao país em Bolsas no exterior, em razão da pandemia da COVID-19, com possibilidade de reembolso total ou parcial das despesas.
A critério do CTA, poderá ser prorrogado por até 60 dias o prazo de vigência de Bolsas no país comprovadamente afetadas por iniciativas das instituições-sede de interrupção de atividades pelos acontecimentos relativos à COVID-19.
Solicitações de aditivos para extensão do prazo de vigência de Auxílios em decorrência de acontecimentos relativos à COVID-19, sem concessão de recursos adicionais, devem ser submetidas à FAPESP na forma de Solicitação de Mudança específica do tipo "Alteração de Vigência”, de acordo com as normas específicas de cada modalidade de Auxílio.
Ficam suspensas temporariamente as importações de bens permanentes nos projetos financiados pela FAPESP. O CTA apresentará ao Conselho Superior da FAPESP um plano para atenuar os efeitos sobre o dispêndio da FAPESP da forte oscilação das taxas de câmbio e poderá liberar importações nos casos em que houver danos irreparáveis aos projetos de pesquisa em curso levando em conta especialmente as pesquisas de caráter emergencial relacionadas à COVID-19.
Considerando as restrições de mobilidade causadas pela pandemia da COVID-19, fica suspensa por 120 dias a partir da data de emissão da portaria a concessão de novas Bolsas Estágio de Pesquisa no Exterior (BEPE) e Bolsas Pesquisa no Exterior (BPE).
A nova portaria também define que, para fins de lançamento no SAGe, a FAPESP passará a aceitar, temporariamente, cópia digital das vias originais dos documentos assinados pelo outorgado, acompanhado de correio eletrônico do dirigente de instituição-sede manifestando sua concordância com o documento.
A portaria CTA no15 está publicada em: www.fapesp.br/14127.
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- 01/04/2020 - Paciente com doença crônica tem expressão aumentada de gene que facilita infecção pelo coronavírusFonte: Agência FAPESPKarina Toledo | Agência FAPESP – Estudo feito na Universidade de São Paulo (USP) pode ajudar a entender por que o índice de mortalidade por COVID-19 é maior entre pessoas que sofrem com problemas crônicos de saúde, como hipertensão, diabetes ou doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
Segundo as conclusões, divulgadas na plataforma medRxiv, alterações no metabolismo causadas por essas doenças podem desencadear uma série de eventos bioquímicos que levam a um aumento na expressão do gene ACE-2, responsável por codificar uma proteína à qual o vírus se conecta para infectar as células pulmonares.
"Nossa hipótese é que o aumento na expressão de ACE-2 e de outros genes facilitadores da infecção – entre eles TMPRSS2 e FURIN – faz com que esses pacientes tenham uma quantidade maior de células afetadas pelo vírus SARS-CoV-2 e, consequentemente, um quadro mais severo da doença. Mas é algo que ainda precisa ser confirmado por estudos experimentais”, afirma Helder Nakaya, professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF-USP) e coordenador da pesquisa, apoiada pela FAPESP.
Os achados, segundo o pesquisador, podem ajudar na identificação de alvos moleculares para um futuro desenvolvimento de fármacos.
Como explica Nakaya, o gene ACE-2 (ECA-2 em português) expressa o RNA mensageiro que orienta a produção da enzima conversora de angiotensina 2 – molécula que integra o chamado sistema renina-angiotensina-aldosterona, responsável pelo controle da pressão arterial.
"Depois do surto de SARS [síndrome respiratória aguda grave] em 2003, cientistas descobriram que o gene ACE-2 era crucial para a entrada do vírus [SARS-CoV] nas células humanas. Agora, o mesmo foi observado em relação ao novo coronavírus. Por esse motivo, decidimos investigar se sua expressão estava alterada em portadores de doenças crônicas”, conta o pesquisador, que também integra a equipe do Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias (CRID), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP).
Ferramentas de bioinformática
O primeiro passo da investigação foi buscar na base de dados da Medline – que abrange quase 5 mil revistas publicadas em mais de 70 países e é mantida pela Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos – todos os artigos científicos relacionados às doenças consideradas de interesse pelo grupo, entre elas hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares, DPOC, câncer de pulmão, insuficiência renal crônica, doenças autoimune, fibrose pulmonar, asma e hipertensão pulmonar.
"Identificamos 8,7 mil artigos e, como seria inviável ler todos eles, usamos uma ferramenta de mineração de texto para filtrar apenas os que continham informações sobre os genes envolvidos nessas doenças. Chegamos a um conjunto de genes entre os quais estava ACE-2”, diz Nakaya à Agência FAPESP.
Em seguida, os pesquisadores reanalisaram dados transcritômicos (relativos ao nível de RNA expresso pelos mais de 25 mil genes humanos) em mais de 700 amostras de pulmão disponíveis em repositórios públicos, como o Gene Expression Omnibus (GEO).
"São dados de livre acesso coletados em estudos anteriores. O que fizemos foi comparar o perfil de expressão gênica de portadores de doenças crônicas que afetam o pulmão com o de pessoas saudáveis, que serviram como controle. Comparamos, inclusive, o perfil de fumantes e de não fumantes”, explica Nakaya. "A ideia foi olhar o pulmão de pessoas que não estavam infectadas pelo novo coronavírus, mas que tinham doenças que as tornavam mais suscetíveis a manifestações severas de COVID-19 para tentar entender o que havia de diferente.”
De acordo com Nakaya, a meta-análise revelou que a expressão de ACE-2 estava, de fato, significativamente aumentada nas doenças.
O passo seguinte foi descobrir quais outros genes possuíam perfis de expressão similares ou inversos ao de ACE-2.
"Esse tipo de análise de correlação ajuda a orientar as hipóteses, embora não permita estabelecer uma relação de causalidade. Assim, em vez de olhar para 500 genes, podemos nos concentrar em oito cuja expressão está correlacionada com aquele de interesse e, no futuro, fazer experimentos para descobrir o que acontece quando são inibidos ou estimulados”, explica Nakaya.
O grupo então percebeu que nas amostras com expressão aumentada de ACE-2 também estavam mais expressas algumas enzimas capazes de modificar o funcionamento de proteínas conhecidas como histonas, que ficam no núcleo das células – ligadas ao DNA – e ajudam a regular a expressão gênica. No jargão científico, esse fenômeno bioquímico é conhecido como modificação epigenética (quando ocorre mudança no padrão de expressão do gene sem qualquer alteração no DNA).
"Nossos achados sugerem que essas doenças crônicas mudam – ainda não se sabe ao certo como – o programa epigenético do organismo, tornando essas enzimas mais ativas e, consequentemente, aumentando a expressão de ACE-2 e favorecendo a infecção das células pulmonares pelo SARS-CoV-2”, diz Nakaya.
A descoberta, segundo o pesquisador, abre caminho para a busca de compostos capazes de inibir a atividade de algumas dessas enzimas modificadoras de histonas, o que poderia modular a expressão de ACE-2 e, desse modo, proteger o pulmão dos pacientes.
O artigo ACE2 Expression is Increased in the Lungs of Patients with Comorbidities Associated with Severe COVID-19 – ainda em versão pré-print (não revisada por pares) – pode ser lido em: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2020.03.21.20040261v1.
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- 30/03/2020 - Militares realizam treinamento em Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica para Operação Covid-19Fonte: DefesaTVMilitares da Marinha do Brasil (MB) e do Exército Brasileiro (EB) iniciaram, em 25 de março, capacitação em Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica (NBQR) para atuarem na Operação Covid-19 nos estados do Rio Grande do Norte e da Paraíba.O Adestramento para Capacitação em Defesa NBQR – Covid-19, a cargo da MB, está sendo ministrado no Grupamento de Fuzileiros Navais de Natal (GptFNNa), com a participação de 20 militares que, ao término do treinamento, estarão habilitados para serem empregados em ações de prevenção ao novo coronavírus, como descontaminação de pessoal, ambientes e materiais.Os militares compõem o Comando Conjunto "Rio Grande do Norte e Paraíba”, ativado em 20 de março, pelo Ministério da Defesa, com outros nove Comandos Conjuntos, que cobrem todo o território nacional, envolvendo MB, EB e Força Aérea Brasileira.Além do emprego de unidades militares especializadas em NBQR, as Forças Armadas permanecerão em condições de disponibilizar recursos operacionais e logísticos quando necessários para apoiar ações,como controle de passageiros e tripulantes nos aeroportos, portos e terminais marítimos; controle de acesso às fronteiras; e triagens de pessoas com suspeita de infecção para encaminhamento a hospitais. -
- 30/03/2020 - A Humanização Hospitalar em Crises EpidemiológicasA gestão hospitalar é uma atuação de grande importância pensando em setores distintos dentro do hospital, sendo assim, um gestor deve ter sua equipe totalmente treinada e qualificada esperando sempre prestar um bom atendimento a todos os clientes que procura uma instituição hospitalar.
A gestão hospitalar é uma atuação de grande importância pensando em setores distintos dentro do hospital, sendo assim, um gestor deve ter sua equipe totalmente treinada e qualificada esperando sempre prestar um bom atendimento a todos os clientes que procura uma instituição hospitalar.
Fonte: Site Segs
Francisco Almeida
Quando tratamos de epidemias a situação transforma um pouco, pensando que os profissionais também estão predispostos a doença que no caso atual a COVID-19, por mais que tenhamos conhecimentos de que para maioria da população não passará de um simples resfriado, temos que entender que para pessoas idosas e indivíduos predispostos à outras patologias o caso poder ser mais grave e mesmo assim não significa falecimento.
Ter humanização nesta hora é saber entender o cliente, saber de suas dúvidas e ter paciência em explicar, outra situação é atender um individuo totalmente vestido com equipamentos de biossegurança (luvas, máscaras, aventais descartáveis, gorro e propé), de certa forma é muito desconfortável para um cliente ver o profissional desta forma. Então este profissional deve sim, explicar tudo mil vezes por dia o porquê ele está vestido desta forma, o profissional não deve ter medo de agir nestas situações, mesmo porque ele foi treinado para estes casos.
Precisamos entender que uma população assustada também baixa imunidade devido a vários fatores, como medo, mal alimentação, dorme pouco, entre outros fatores clássicos de pânico.
Nós da área da saúde devemos prestar total atenção e entender que nossa profissão é maior do que qualquer epidemiologia, basta ter passado por qualificações e treinamentos para que nesta hora tenhamos total certeza do cumprimento do dever cumprido e aplicar a humanização como dever no ambiente hospitalar.
Mais sobre Francisco Almeida
Possui graduação em Tecnologia em Radiologia. Mestrando em Tecnologia Nuclear IPEN/USP. Atualmente é docente da Universidade Paulista, Federal Educacional LTDA e Faculdade de Educação em Ciências em Saúde do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Diretor de eventos - PBFA Eventos, Produtor e Editor - Jornalista Independente e Editor Coordenador - Revista Encontro X. Tem experiência na área de Radiologia Veterinária. Escritor, com ênfase em literaturas técnicas de Radiologia e Veterinária. Dhc. em Educação. Membro da Academia Independente de Letras (AIL) Pernambuco, ocupando a cadeira 59, Acadêmico Correspondente FEBACLA, ocupando a cadeira 37. Embaixador da Paz e Comendador Da Justiça de Paz pela Organização Mundial dos Direitos Humanos (filiada a ONU). Professor Convidado da Disciplina de Gestão de Risco e Impacto Ambiental, tema Aplicabilidade do Método de Prevenção de Risco POKA YOKE, pelo Programa de Pós Graduação Stricto Senso de Tecnologia Nuclear - IPEN/USP.
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- 19/03/2020 - COVID-19: CNEN adota medidas para preservar saúde de colaboradores e manter atividades essenciaisA Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) estabeleceu medidas emergenciais em reação à pandemia do Covid-19. Para evitar contágios e preservar a saúde de seus colaboradores, as atividades serão executadas remotamente em todos os casos possíveis, o que é válido para todas as unidades da instituição. O trabalho presencial ocorrerá apenas quando for indispensável para a manutenção de serviços essenciais.
A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) estabeleceu medidas emergenciais em reação à pandemia do Covid-19. Para evitar contágios e preservar a saúde de seus colaboradores, as atividades serão executadas remotamente em todos os casos possíveis, o que é válido para todas as unidades da instituição. O trabalho presencial ocorrerá apenas quando for indispensável para a manutenção de serviços essenciais.
A CNEN procura garantir, assim, o cuidado necessário com aqueles que trabalham na instituição. Ao mesmo tempo, assegura à sociedade o adequado fornecimento de produtos e serviços da área nuclear e a manutenção das atividades de licenciamento e controle, fundamentais para a segurança do setor.
A adoção de procedimentos como estes foi considerada necessária em razão do reconhecimento da gravidade da pandemia por parte das autoridades públicas da área da saúde e da clara recomendação para que a população permaneça em casa e evite deslocamentos. Todos os procedimentos que estão sendo adotados serão revisados continuamente e atualizados buscando consonância com as diretrizes do governo federal, de medidas específicas de governos locais e da Organização Mundial da Saúde (OMS).
A adoção de trabalho remoto foi definida na terça-feira (17) em reunião do Gabinete de Crise da CNEN, ativado justamente em razão da pandemia. Antes disso, a CNEN já havia iniciado uma série de outras ações. Uma campanha interna de conscientização está informando as orientações para evitar o contágio com o coronavírus. Reuniões, seminários e demais encontros presenciais foram cancelados. Aulas foram suspensas nas unidades da instituição com atividades de ensino. Viagens internacionais foram canceladas e as nacionais serão realizadas apenas em casos de emergência.
As medidas adotadas pela CNEN são válidas para todas as unidades da instituição. O trabalho remoto foi inicialmente estipulado para os próximos 15 dias, mas será revisto sempre que necessário. Cada unidade da CNEN definiu suas funções essenciais e as exigências de trabalho presencial. Os servidores e colaboradores que estiverem em trabalho remoto deverão estar acessíveis por internet ou telefones no horário correspondente ao expediente presencial.
Especificamente sobre as atividades de licenciamento e controle, mesmo com o trabalho remoto dos técnicos da CNEN, é possível que ocorram atrasos na emissão de licenças, registros, autorizações e demais procedimentos. Algumas medidas excepcionais podem ser adotadas em relação a estas atividades específicas, de forma a conciliar adequadamente o atual momento de contingência com a necessidade de manutenção das atividades das instalações licenciadas e controladas pela CNEN.
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- 05/03/2020 - Anvisa aprova radiofármaco para alívio de dor por metástasesO radiofármaco SAMAR-IPEN, produzido peloInstituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen-CNEN)foi aprovado pelaAnvisa. O medicamento é indicado para o alívio das dores causadas pela metástase óssea, complicação grave decorrente de vários tipos de tumores cancerígenos.
O radiofármaco SAMAR-IPEN, produzido peloInstituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen-CNEN)foi aprovado pelaAnvisa. O medicamento é indicado para o alívio das dores causadas pela metástase óssea, complicação grave decorrente de vários tipos de tumores cancerígenos.
Fonte: Panorama Farmacêutico
O ativo 153-samário, presente no radiofármaco, tem vantagens em relação a outros radioisótopos utilizados no tratamento dessas dores. Devido às suas características físicas, como meia-vida (tempo para a quantidade do ativo presente no organismo cair pela metade) e energia beta menores, o alivio das dores é mais rápido e a uma menor incorporação nos tecidos normais.
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- 04/03/2020 - Aprovado o Radiofármaco SAMAR-IPEN para alívio da dor por metástases ósseasFonte: site PFarma
Fábio Reis
Empresa: Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN)
Nome do produto: SAMAR-IPEN – Lexidronam (153Sm)
Categoria: Registro de medicamento radiofármaco pronto para uso
Indicação
O radiofármaco SAMAR-IPEN é indicado para o alívio da dor óssea causada por lesões metastáticas osteoblásticas, em que se verifica captação do radiofármaco por cintilografia óssea.
Mais informações
SAMAR-IPEN é produzido pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen-CNEN). A dor causada por metástases ósseas é uma complicação grave decorrente de vários tipos de tumores, que requer manejo adequado para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes acometidos. Os ossos são o terceiro local mais frequente de metástase (depois dos pulmões e fígado) e as metástases ósseas, cujos principais sítios primários são mamas e próstata, são o tipo de neoplasia mais frequente no tecido ósseo e acometem principalmente a coluna vertebral. Dentre as opções de tratamento possíveis estão os radiofármacos, com utilização dos radionuclídeos 153Sm, 89-estrôncio, 32fósforo e 186-rênio. O 153-samário apresenta vantagens em relação a outros radioisótopos, por suas características físicas, como meia-vida e energia beta menores, que resultam em alívio da dor mais rápido, efeito mielosupressor mais curto e menor incorporação em tecidos normais. O registro do produto foi concedido nos termos da RDC nº 263/2019.
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- 01/03/2020 - World Nuclear University - Treinamento educacional de irradiação de alimentos LANENTA LANENT tem um novo treinamento sobre irradiação de alimentos disponível em Espanhol e Português. O material foi desenvolvido pela Dra. Anna Lucia Villavicencio e Dra. Denise Levy, professoras do programa de pós-graduação do IPEN-USP (Brasil) para promover a disseminação do conhecimento científico.Este curso abordará conceitos e definições essenciais, além de apresentar idéias para aprimorar a capacidade comunicativa de ensino e disseminação de ciências nucleares.A irradiação de alimentos na América Latina foi um tópico abordado nas Redes de Inovação em Aplicações Nucleares (NINA) da Escola WNU de Tecnologias de Radiação 2019. Confira a revista NINA que contém todos os artigos de 2019.Escrito porCentro de Coordenação WNU -
- 17/02/2020 - Emirados Árabes Unidos vai ter primeira central nuclear no mundo árabeOs Emirados Árabes Unidos permitiram o início das operações da central nuclear de Barakah, a primeira no mundo árabe, anunciou hoje o representante permanente do país na Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA).
Os Emirados Árabes Unidos permitiram o início das operações da central nuclear de Barakah, a primeira no mundo árabe, anunciou hoje o representante permanente do país na Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA).
Fonte: Mundo ao Minuto"A Autoridade Federal de Regulamentação Nuclear (FANR) aprovou a licença da empresa Nawah para operar o reator 1 da central", disse Hamad Alkaabi numa conferência de imprensa em Abu Dhabi, acrescentando que as operações terão início num "futuro próximo".Fundada em 2016, a Nawah Energy Company vai operar e manter, a longo prazo, os quatro reatores da central nuclear de Barakah, no noroeste do país, segundo o site da empresa.
O primeiro dos quatro reatores deveria ter começado a operar no final de 2017, mas a data de início foi adiada várias vezes para atender às condições legais de segurança.
"Este é um momento histórico para os Emirados Árabes Unidos (...) coroando assim o esforço de 12 anos para construir (...) este programa nuclear pacífico para atender às futuras necessidades de energia do país", afirmou Alkaabi.
"Após a emissão da licença de operação do primeiro reator, a operadora Nawah iniciará a sua preparação para a sua entrada na exploração comercial", disse Alkaabi.
"Os Emirados continuam comprometidos com os mais altos padrões de segurança nuclear e não proliferação nuclear, além de uma cooperação sólida e contínua com a AIEA e os parceiros nacionais e internacionais", afirmou o diplomata.
Quando estiverem totalmente operacionais, os quatro reatores terão capacidade para produzir 5.600 megawatts de eletricidade, cerca de 25% das necessidades dos Emirados Árabes Unidos, um país rico em petróleo.
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- 17/02/2020 - Angra 1 é reconectada ao SIN após parada de 34 diasUsina foi deligada em 11 de janeiro para reabastecimento de um terço do combustível, finalizando o processo com três dias de antecedência
Usina foi deligada em 11 de janeiro para reabastecimento de um terço do combustível, finalizando o processo com três dias de antecedência
Fonte: Canal EnergiaA central nuclear de Angra 1 foi reconectada ao Sistema Interligado Nacional (SIN) na última sexta-feira (14), às 10:02 horas, três dias de antecedência em relação ao que foi acordado com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). A unidade estava parada por conta do reabastecimento de combustível e deve atingir 100% de sua elevação de potência nessa segunda-feira, 17 de fevereiro, informou a Eletronuclear.
A usina foi desligada em 11 de janeiro para a troca de um terço do combustível. Também foram realizadas atividades de inspeção e manutenção periódicas, além de modificações de projeto, que precisam ser feitas com a usina desligada. No total, foram executadas quase 4,7 mil tarefas durante a parada.
Entre os destaques estão melhorias técnicas e testes nos transformadores principais de 500 kV para aumento de confiabilidade, revisão geral da chave de conexão da usina ao SIN, revisão dos selos de uma das bombas de refrigeração do reator, inspeção visual remota da tampa do reator, teste nos geradores de vapor e inspeções ligadas ao programa de extensão de vida útil de Angra 1.
O superintendente de Angra 1, Abelardo Vieira, ressalta que todos os objetivos foram cumpridos com sucesso, principalmente em relação à segurança industrial, salientando também que a duração da parada foi inferior aos 37 dias programados junto ao ONS. "A competência e a dedicação dos nossos profissionais foram primordiais para atingir as metas estabelecidas, desde as fases de planejamento e preparação até as de execução e supervisão. É importante destacar que todas as diretorias da empresa foram essenciais para o êxito da parada”, conclui.
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- 17/02/2020 - Ciência e arte se aliam na restauração do quadro Independência ou MorteFonte: Agência FAPESP
No imaginário de mais de uma geração de brasileiros, a emancipação política do país está associada à pintura Independência ou Morte, de Pedro Américo (1843-1905). Com seus personagens e ambientação altamente idealizados, a obra conferiu tom épico a um acontecimento que, segundo testemunhas da época e pesquisas históricas posteriores, teria sido bem menos glorioso. Atendendo a encomenda do governo imperial, Américo pintou o quadro em Florença, na Itália, e o entregou em 1888. Embarcada para o Brasil desmontada, a pintura, de 4,15 por 7,60 metros, foi apresentada pela primeira vez ao público brasileiro já no período republicano, em 7 de setembro de 1895, durante a inauguração do Museu Paulista, mais conhecido como Museu do Ipiranga. Permaneceu, desde esse dia, no salão nobre, como a peça mais importante do acervo. E, reproduzida em livros didáticos, tornou-se uma espécie de retrato oficial da nacionalidade.Assim como o museu que a abriga, a tela Independência ou Morte está passando por um minucioso processo de restauração. Além de reparar danos causados pela ação do tempo, os restauradores buscam devolver à pintura suas cores originais – retirando a sujidade acumulada com o tempo, recompondo pontos de perda na camada pictórica original e retirando vestígios de restauros antigos, como um amarelado indevido em certa região do céu.
Para isso, contam com assessoria especial de dois pesquisadores do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP): Marcia Rizzutto, professora, e Pedro de Campos, pós-doutorando supervisionado por Rizzutto. E de duas pesquisadoras do Instituto de Química da USP: a professora Dalva de Faria e a pós-doutoranda Isabela dos Santos.
O trabalho de Rizzutto é apoiado pela FAPESP no âmbito do Projeto Temático "Coletar, identificar, processar, difundir: o ciclo curatorial e a produção do conhecimento”, coordenado por Ana Magalhães. E o trabalho de Faria é financiado por meio do Projeto Temático "Espectroscopia vibracional com resolução espacial”, coordenado por Mauro Ribeiro. Além disso, a FAPESP financia a bolsa de pós-doutorado de Campos.
"Empregamos técnicas físicas e químicas com equipamentos portáteis que fornecem informações dos materiais e do processo criativo usado pelo artista. Entre os métodos empregados estão imageamento por reflectografia de infravermelho, espectroscopia por fluorescência de raios X e espectroscopia Raman. A imagem em infravermelho permite visualizar os traços iniciais, a grafite ou carvão, que Pedro Américo recobriu depois com camadas de tinta. As técnicas espectroscópicas possibilitam determinar a paleta de cores e, por decorrência, sugerir os pigmentos usados originalmente pelo artista. Permitem ainda identificar pigmentos alterados ou que possam ter sido empregados em restaurações anteriores”, disse Rizzutto à Agência FAPESP.
Campos explicou mais detalhadamente a técnica de espectroscopia por fluorescência de raios X. "Ela é feita por meio de um arranjo experimental composto por um tubo e um detector de raios X. Nesse arranjo, a radiação é emitida sobre a pintura e as áreas irradiadas respondem reemitindo também raios X, em diferentes patamares de energia [comprimentos de onda], que são coletados pelo detector. Os raios reemitidos dependem dos elementos químicos presentes em cada área: chumbo, ferro, cádmio etc. Dessa forma, é possível inferir os elementos químicos presentes na composição das tintas originais e nas de restauros anteriores”, disse.
Esses métodos de análise podem fornecer informações iniciais aos restauradores sobre os materiais e técnicas construtivas empregados pelo artista e, desse modo, assessorá-los em sua atividade. Já possibilitaram, por exemplo, a identificação das intervenções anteriores feitas sobre as nuvens do céu. Com a técnica de imagem em infravermelho também foi possível enxergar na obra informações muito interessantes escondidas sob camadas de tinta. Por exemplo, alguns "arrependimentos”: figuras que Pedro Américo havia pensado em incluir no conjunto e, depois, preferiu omitir. É o caso da imagem de um cavalo, "visível” apenas no infravermelho.
"Uma vantagem de usar essas técnicas físicas é a portabilidade dos equipamentos – uma grande comodidade para obra desse tamanho. Com aparelhos portáteis, podemos subir no andaime e medir as várias colorações existentes na tela. Com fluorescência de raios X e Raman portátil, medimos 350 pontos, mapeando toda a pintura. A sistematização dessa quantidade de dados permite identificar os elementos existentes e sugerir os pigmentos ou misturas usados pelo artista”, afirmou Rizzutto.
No entanto, como certos elementos químicos podem estar presentes em mais de um pigmento, o processo de identificação pode deixar dúvidas. Para dirimi-las, os restauradores contam com o trabalho de laboratório das pesquisadoras do Instituto de Química, que usam microscopia e espectroscopia de bancada, com maior poder de resolução. "A identificação do elemento químico não permite determinar de modo inequívoco o material usado. É preciso saber de que substância esse elemento químico participa. Por exemplo, o ferro pode estar presente no óxido de ferro III, que é vermelho, mas também no hexacianoferrato férrico, que constitui o azul da Prússia”, disse Faria à Agência FAPESP.
Para determinar a substância, Faria adota uma técnica chamada de microscopia Raman. O procedimento exige a coleta de fragmentos microscópicos do quadro – o que é feito pela pós-doutoranda Santos, também responsável pelas análises. "Passamos com suavidade uma agulha em lugares específicos da tela. Fragmentos de 20 a 30 micrômetros [equivalente à milésima parte do milímetro] ficam aderidos à ponta da agulha por eletricidade estática. São eles que analisamos no microscópio. Conseguimos analisar fragmentos da ordem de poucos micrômetros”, contou Faria.
"Como a técnica não é destrutiva, os fragmentos são preservados para análises futuras, se necessário. Ou, então, podem ser analisados por Microscopia Eletrônica de Varredura com Espectroscopia por Dispersão de Energia (SEM-EDS), que fornece a distribuição de elementos químicos nas amostras. No caso desta obra, a análise da distribuição de elementos químicos no fragmento tem a função de complementar os resultados obtidos pelos aparelhos portáteis”, acrescentou.
Perícia técnica e sensibilidade artística
O trabalho do restaurador exige sensibilidade artística e perícia técnica, além de uma assessoria científica confiável. Yara Petrella, doutora em Arquitetura e Urbanismo pela USP e especialista em conservação e restauro do Museu Paulista, é a coordenadora da equipe de seis restauradoras que estão trabalhando no quadro de Pedro Américo. Prestes a se aposentar, depois de quase 30 anos de atividade, a restauração de Independência ou Morte é uma espécie de grand finale da carreira bem-sucedida.
"Restauração é sempre um desafio – ainda mais tratando-se de uma obra com a importância histórica do quadro Independência ou Morte. Felizmente, podemos contar com a orientação dos pesquisadores das áreas de física e química da USP. O princípio básico é o de que precisamos conhecer muito bem o objeto para poder restaurá-lo. Então, começamos com um levantamento documental das fichas existentes no museu. Fizemos depois uma análise fotográfica com lâmpada ultravioleta. E fomos acumulando informações”, disse Petrella à Agência FAPESP.
O trabalho de sua equipe começou com uma limpeza geral, com água deionizada, para eliminar a sujeira acumulada no quadro ao longo de anos. Depois, foi retirado, com gel de xileno, o verniz que recobria a pintura.
"Temos certeza de que houve três intervenções anteriores na obra: duas delas feitas por pintores e a terceira, em 1972, por um restaurador. Esses trabalhos produziram algumas modificações na região do céu – principalmente do lado esquerdo, onde havia pontos de perda na camada pictórica. A região toda foi restaurada em áreas maiores do que as áreas das perdas. Então, sabíamos que um procedimento importante era a remoção dessas áreas restauradas. Já fizemos isso. E não foi tão difícil como imaginado inicialmente”, afirmou a restauradora.
O passo seguinte, que está ocorrendo agora, é reparar meticulosamente os pontos de perda existentes na pintura original. Segundo Petrella, os restauros anteriores foram feitos com tinta a óleo – material que endurece com o tempo e já não é mais usado em trabalhos de restauração atuais. "Hoje, usamos pigmentos com Paraloid B72 ou tintas prontas para retoque, mais reversíveis caso se necessite restaurar novamente no futuro”, disse.
Terminado o trabalho de restauro, o quadro será recoberto com verniz de alta qualidade, que resiste a muitos anos sem amarelecer. A restauração da pintura está sendo feita no próprio salão nobre, sem retirar a tela do chassi. "No momento não há justificativas para desmontar toda a pintura, procedimento que poderia provocar danos à moldura – em folha de ouro –, que também está sendo restaurada”, concluiu Petrella.
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- 10/02/2020 - PPI terá de reavaliar Angra 3 antes de definir tarifaDeterminação foi feita pelo TCU, que recomendou consulta à sociedade e ao setor sobre retomada da usina
Determinação foi feita pelo TCU, que recomendou consulta à sociedade e ao setor sobre retomada da usina
Fonte: CanalEnergiaSueli Montenegro, da Agência CanalEnergia, de BrasíliaA Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos terá de realizar avaliação independente das obras de Angra 3, com base em dados de investimentos realizados e previstos, custos de operação e de manutenção previstos e "expurgando eventuais ineficiências verificadas”, antes de definir o preço da energia a ser gerada pela usina. A determinação foi feita na semana passada pelo Tribunal de Contas da União, após auditoria operacional sobre o processo de decisão de retomada das obras da usina em 2018.O TCU também recomendou que seja feita consulta à sociedade e aos agentes do setor sobre a retomada ou o cancelamento do projeto de implantação da usina, "com estudos específicos sobre as duas opções, propiciando assim a devida transparência ao processo decisório.” As obras de Angra 3 estão paralisadas desde 2015, quando investigações da Operação Lava Jato apontaram indícios de corrupção na seleção das empreiteiras responsáveis por obras civis e de montagem eletromecânica.
O relator do processo, ministro Walton Alencar, destacou em seu voto que "houve formação de cartel e conluio entre os licitantes, o que foi claramente evidenciado, com base em confissão pública, por meio de acordo de leniência de uma das empresas integrantes do consórcio responsável pela execução.”
A lista de exigências e de recomendações feitas pelo tribunal ao governo é longa. O TCU sugeriu que antes de definir o modelo de parceria de Angra 3 o Conselho Nacional de Política Energética apresente análise conclusiva da viabilidade do empreendimento, com a comparação entre os custos de conclusão e os de cancelamento do projeto.
Também foi aconselhado ao CNPE, ao Ministério de Minas e Energia e à secretaria do PPI a análise de diferentes alternativas de custeio, com arranjos que reduzam o impacto tarifário para o consumidor, caso o governo tome uma decisão definitiva em relação à retomada das obras. Angra 3 está com 62,8% do total previsto concluídos, considerando contratos de engenharia (82,6% executados) e de suprimentos (79,9%), obras civis (67,3%) e montagem eletromecânica (10,8%).
O MME também recebeu a recomendação para que revise as premissas sobre a modalidade de contratação da energia de Angra 3 como energia de reserva. Essa análise deverá ser refeita levando em conta eventuais mudanças técnicas e de cenário ocorridas desde a definição do modelo em 2009.
As determinações ao ministério incluem a emissão de outorga específica para a usina, antes que o governo oficialize a retomada das obras ou eventual parceria com agente privado. Esse outorga deve ser compatível com a vida útil do empreendimento e definir marcos temporais de operação, para que a Aneel possa aplicar multas por eventuais atrasos no cronograma de implantação. Deve ser prevista nova data de conclusão. O governo planeja entregar Angra 3 em 2026.
O MME terá 90 dias para examinar se há excludente de responsabilidade em eventuais aditamentos contratuais relacionados ao prazo e ao reequilíbrio econômico-financeiro da obra, e se deve haver responsabilização de agente.
A possibilidade de cisão da Eletronuclear da Eletrobras deve ser incluída tanto na matriz de risco quanto em um eventual contrato com parceiro privado. Deverão ser considerados também os impactos de eventuais processos administrativos ou judiciais relacionados a atos de corrupção investigados pelo Ministério Público Federal e Polícia Federal.
O ministério não poderá definir preço para a realização do leilão da energia de Angra 3 antes de aprovar o modelo de negócio para participação de sócio privado. Deverão ser enviados ao TCU com pelo menos 90 dias de antecedência da publicação do edital para seleção do parceiro documentos de avaliação econômico-financeira do empreendimento; relação de estudos, obras e investimentos já feitos; projeção de receitas operacionais; relação obras e investimentos a serem feitos, com os cronogramas físico-financeiros; estimativa de custos da prestação dos serviços; definição da metodologia para recomposição do equilíbrio econômico-financeiro do projeto e cópia da licença ambiental prévia, entre outros.
A Agência Nacional de Energia Elétrica e a Comissão Nacional de Energia Nuclear devem apresentar em 90 dias um plano conjunto de ação para fiscalizar a operação e a manutenção das usinas nucleares de Angra 1 e 2. O objetivo, segundo o TCU, é garantir a segurança e a disponibilidade dos empreendimentos, além da adequação dos elementos de custos que compõem a tarifa de energia das usinas.
Com potência prevista de 1,4 mil MW, Angra 3 começou a ser construída no início da década de 1980. A primeira paralisação aconteceu 1984 e, após tentativa frustrada de retomada em 2002, as obras civis foram finalmente reiniciadas em 2009 , após a assinatura dos contratos de montagem eletromecânica, engenharia do proprietário e atualizações nos projetos. O processo parou em 2015, depois das denúncias da Lava Jato. -
- 04/02/2020 - Ao contrário do que disse Onyx, base de Anápolis não foi utilizada no acidente do césioFonte: Yahoo NotíciasBRASÍLIA — A Base Aérea de Anápolis (GO), que está sendo cogitada para receber os brasileiros que virão da China e precisarão passar por uma quarentena, não foi utilizada no episódio do césio 137, como alegou o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. A Força Aérea Brasileira (FAB) e a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), órgão vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, afirmaram que a base não foi utilizada. Na época, as pessoas expostas à radiação foram tratadas inicialmente em Goiânia e depois no Rio de Janeiro.Na segunda-feira, Onyx disse que havia uma "sinalização muito forte" para a base de Anápolis ser escolhida justamente porque "trabalhou com essa coisa do isolamento" no episódio do césio 137. O governo procura um local para levar os brasileiros que serão retirados de Wuhan, cidade epicentro da epidemia do novo coronavírus. Uma equipe técnica com integrantes dos ministérios da Saúde e Defesa fez uma vistoria na base nesta terça-feira. Outra localidade cogitada é em Florianópolis.
— Há uma sinalização muito forte para Anápolis porque, no período do césio, lá trás, foi uma área militar que trabalhou com essa coisa do isolamento — disse Onyx, em entrevista à Rádio Gaúcha.
Em nota, a Comissão Nacional de Energia Nuclear informou que a base aérea "não foi utilizada para isolamento/tratamento dos pacientes do acidente". De acordo com o órgão, "todos os paciente foram isolados no 3º andar do antigo Hospital Geral do Inamps (atual Hospital Alberto Rassi)", que fica em Goiânia. Depois, "parte dos pacientes foram transportados e atendidos no Hospital Marcílio Dias na cidade do Rio de Janeiro, hospital de referência para tratamento de radioacidentados".
Por telefone, a assessoria de imprensa FAB também informou que base não foi utilizada. O GLOBO procurou a Casa Civil para saber se o ministro se equivocou, mas ainda não houve retorno.
Césio
Em setembro de 1987, um equipamento contendo uma cápsula com césio 137 foi parar num ferro-velho no Setor Central de Goiânia, vendido por dois catadores de lixo. O dono do estabelecimento abriu a peça, para aproveitar o chumbo, sem saber que pertencera ao Instituto Goiano de Radioterapia e era usada em tratamentos médicos. Dentro, encontrou uma pedra que emitia uma luz azulada. Eram, na verdade, 19,26 gramas de cloreto de césio 137.
A novidade foi exibida para parentes e amigos. Poucos dias depois, as pessoas expostas ao césio 137 começaram a apresentar os sintomas típicos de contaminação, mas nos hospitais de Goiânia, foram medicadas como se tivessem alguma doença contagiosa. Somente 17 dias depois de a cápsula ser aberta é que a contaminação radioativa foi identificada.
As vítimas foram tratadas inicialmente em Goiânia. Parte delas foi transferida no início de outubro para o Hospital Naval Marcílio Dias, que funciona até hoje no Lins de Vasconcelos, na Zona Norte do Rio. Foram lá que morreram as quatro vítimas oficiais da radiação. Os registros oficiais indicaram apenas essas quatro mortes, mas a Associação de Vítimas do Césio 137 aponta 60 mortes e pelo menos 1,6 mil pessoas afetadas diretamente pela exposição ao material.
Em 2017, a Academia Nacional de Medicina (ANM) homenageou a Marinha do Brasil, por meio do Hospital Naval, pela atuação no atendimento de 14 vítimas do acidente.
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- 04/02/2020 - INB concluiu licitação para importar 650 t de urânioFonte: Além do FatoA estatal Indústrias Nucleares do Brasil S.A. (INB), enfim, concluiu a Licitação Nº 1.005/2019 para importação de 650 toneladas de urânio (U) na forma de UF6 (hexafluoreto de urânio) natural. O fim do processo, inciado em junho de 2019, foi publicado ontem (04/02).
A National Atomic Company (NAC) Kazatomprom Joint Stock Company, da República do Cazaquistão, fornecerá o combustível. Ele será destinado à geração de energia elétrica pelos reatores das usinas Angra I e Angra II, em Angra dos Reis (RJ). A licitação foi dividida em três lotes, sendo a última entrega prevista para até maio de 2021.
Usinas Angra I e Angra, com capacidade nominal de geração para 640 megawatts (MW) e 1.350 MW, respectivamente, pertencem ao sistema Furnas Centrais Elétricas, do Grupo Eletrobras (Centrais Elétricas Brasileiras). Mas são operadas pela Eletronuclear.
O fornecedor da INB não constitui novidade, pois, o Kazaquistão é o maior produtor mundial de urânio.A concorrência aberta pela INB foi na modalidade internacional (CCI). A NAC Kazatomprom receberá R$ 12,619 milhões (R$ 12.619.750,00).
NAC domina cadeia no urânio
As propostas foram abertas pela INB em 31 de julho. Houve demora por situações diversas, a destacar a falta de lance para o lote 1 e a sua revogação (8 de agosto). Em 29 de outubro, o lote 2 foi homologado para a NAC.
O processo seguiu. Finalmente, nesta terça (04/02), a estatal publicou a assinatura do Contrato NºC1/19/004 com a NAC Kazatomprom, relacionado à Licitação 1.005/2019.
Pelo cronograma inicial da licitação, a primeira entrega seria em outubro de 2019, depois fevereiro de 2020 e, a última, em outubro de 2020. Agora, todavia, a publicação da INB citou apenas o intervalo: de 26 de novembro a 26 maio de 2021.
Na página web, a NAC Kazatomprom JSC é apresentada como "a operadora nacional da República do Cazaquistão para a importação e exportação de urânio, metais raros, combustível nuclear para usinas nucleares.Desde 2009, o Cazaquistão é líder mundial em mineração de urânio natural e o Kazatomprom tem direitos prioritários para as extensas reservas do país”.
Usinas tiveram plena operação em 2019
Conforme nota da Eletronuclear, em 2019, as usinas Angra I e II "operaram com os maiores fatores de capacidade das usinas geradoras de energia no Brasil: 98,21% e 89,38%, respectivamente". Ou seja, resultado do parâmetro da "produção efetiva” relacionada diretamente com a "capacidade total de geração da unidade”. Por fim, para demonstrar a importância daquelas usinas no Sistema Interligado Nacional (SIN), que a energia gerada abasteceria "com sobra” Goiás ou Pernambuco.
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- 04/02/2020 - Governo Bolsonaro estuda uso amplo de tecnologia nuclear em alimentosTécnica é usada para eliminar parasitas e aumentar a vida útil do alimento
Técnica é usada para eliminar parasitas e aumentar a vida útil do alimento
Fonte: Folha de S. PauloO governo Jair Bolsonaro tem mantido conversas com entidades científicas e setores da indústria com o objetivo de viabilizar a adoção em escala comercial da tecnologia de irradiação de alimentos para o mercado interno e para exportação.As conversas são lideradas pelo Gabinete de Segurança Institucional e ocorrem desde a publicação da resolução número 16, de 24 de outubro de 2019, que criou um grupo técnico para discutir "a promoção do tratamento de alimentos e materiais com tecnologia nuclear”.Em resumo, a técnica prevê que um alimento ou insumo seja colocado em uma máquina blindada conhecida como irradiador e submetido a uma dosagem específica de radiação ionizante. Os principais objetivos são eliminar parasitas e retardar o amadurecimento ou brotamento do alimento, prolongando assim sua vida útil.Entre os planos em discussão pelo grupo técnico está a instalação de plantas industriais com irradiadores em pontos estratégicos do país, para uso em alimentos —ou com propósitos múltiplos, para diminuir os custos.Uma segunda fase das conversas, a ter início neste ano, prevê a assinatura de acordos bilaterais em que a irradiação é pré-condição para a exportação dos alimentos.A irradiação de alimentos é regulamentada no Brasil pela Resolução n. 21 da Anvisa, de 2001, e pela Instrução Normativa n. 9 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), de 2011. Ambas permitem o uso de três tipos de irradiação: isótopos radioativos (cobalto-60 emissor de raios gama); elétrons acelerados e raios-X. A utilização do radioisótopo césio-137 é praticamente vetada no Brasil mas permitida em outros países."No Brasil, a maioria dos pesquisadores apoia a instalação de aceleradores de elétrons, porque é muito simples: cortou a força elétrica, não tem radiação nenhuma nem problemas de resíduo radioativo”, afirma Thiago Mastrangelo, do Laboratório de Irradiação de Alimentos e Radioentomologia do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena), da USP em Piracicaba (SP).A Nuctech, da China, a Rosaton, da Rússia, e a Fraunhofer, da Alemanha, manifestaram interesse em trazer seus irradiadores com tecnologia de feixe de elétrons para o mercado brasileiro.A estatal Rosaton encomendou um estudo para avaliar tanto a instalação de uma planta quanto o fornecimento do serviço de irradiação.Um dos principais fabricantes de aceleradores de elétrons no mundo, a Nuctech disse ter mantido "conversas políticas”, sem dar detalhes.Já o foco do instituto de pesquisa Fraunhofer é a aplicação de feixe de elétrons sobre sementes com o objetivo de eliminar patógenos como alternativa ao "tratamento químico”, com uso inclusive na agricultura orgânica."Estamos trabalhando junto com produtores de sementes, universidades e investidores. O Brasil é de interesse particular para nós nesse planejamento devido à grande importância da indústria da agricultura e o alto nível de disposição para a inovação”, afirmou Ines Schedwill, chefe de marketing do Fraunhofer, em Dresden (ALE).
O Brasil possui tecnologia de irradiação desde a década de 1970, mas sua aplicação comercial em alimentos para o mercado interno é limitada a pimentas, condimentos e temperos, além de rações para animais.
A Sterigenics, com sede nos EUA, detém hoje o monopólio da irradiação no Brasil com uma planta instalada em Jarinu (SP) com irradiadores de cobalto e de elétrons.
O Cena possui dois irradiadores com fontes de cobalto-60 e um raio-X da Americana RadSource para uso científico e/ou de baixa escala comercial.
Já o Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares) tem um acelerador de elétrons para uso em pesquisa e um irradiador Multipropósito de cobalto-60 para uso semi-industrial.
O principal empecilho à disseminação do uso da irradiação no Brasil é o custo —a instalação de uma planta moderna custa cerca de R$ 20 milhões, incluindo equipamento e infraestrutura mas não a logística. Daí o interesse em abrir o mercado para as estrangeiras e envolver o setor produtivo de grande porte nas conversas.
"É uma técnica boa que, se bem aplicada, vai trazer vantagens para o Brasil no sentido de eliminar barreiras comerciais e de aumentar a exportação”, afirma o pesquisador Murillo Freire, da Embrapa Agroindústria de Alimentos.
"O Brasil precisava de um irradiador em cada estado, porque é um país de dimensões enormes. Mas não tem quem invista de fato, porque as pessoas têm medo ou desconhecem. E é um negócio que dá dinheiro, o retorno é de um ano para um investimento de R$ 12 milhões a R$ 15 milhões”, afirma Anna Lucia Villavicencio, pesquisadora do Centro de Tecnologia das Radiações do Ipen.
Nesse sentido, um irradiador de elétrons é visto como mais indicado pelos pesquisadores. O maior mercado importador de frutas brasileiras, por exemplo, é a Europa, que vê com ressalvas o uso de radioisótopos, mas aceita melhor a radiação por feixe de elétrons ou raios-X, segundo Mastrangelo.
Outro problema é percepção do público, que identifica o uso de energia nuclear com acidentes como o que envolveu a manipulação de Césio-137 em Goiânia (1987), ou ainda Chernobil (1986)
"Falta conscientização do público em geral. Criou-se uma ideia de que produto irradiado é produto radioativo. Mas a irradiação não torna o produto radioativo. Em outros países, muitos preferem o produto irradiado porque sabem que é mais seguro”, diz Freire. "O esforço é de quebrar esse paradigma, levar a técnica ao conhecimento de todos. Ela tem vantagens e desvantagens e ela não serve para tudo. Então tem que saber direitinho onde você vai aplicar e com que finalidade para você ter vantagem com isso.”
"É mais seguro que o orgânico, que utiliza adubo natural, que é cheio de bactérias e micro-organismos patogênicos”, afirma Villavicencio.
A OMS (Organização Mundial da Saúde), a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) e a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) consideram que a tecnologia de irradiação de qualquer alimento até a dose de 10 kGy (quilo-Gray) não representa risco toxicológico e é nutricionalmente adequada, além de ser uma opção de combate ao desperdício e à escassez de alimentos.
No entanto, o tema continua controverso.
A Alemanha, por exemplo, não permite a irradiação de alimentos porque o consumidor considera que falta comprovação científica de que não causa mal. Mas autoriza que alimentos que tenham sido irradiados em outros países da União Europeia sejam comercializados em território alemão.
E o que garante que o alimento irradiado não se torne radioativo?
"Com radiação eletromagnética, ou seja raio-X ou raio gama, a energia [aplicada sobre o alimento] tem de ser abaixo de 5 MeV [milhões de eletrovolts]. Acima disso, o fóton já tem energia suficiente para bater no núcleo do átomo e tornar o material irradiado radioativo. O cobalto-60, por exemplo, só emite duas ondas gama: uma com 1.17 e outra com 1.33 MeV, quer dizer, muito abaixo de 5 MeV”, diz Mastrangelo.
"Para elétrons acelerados o limite é 10 MeV. Acima disso, esse elétron já tem energia suficiente para desestabilizar o núcleo da amostra, e ela ficaria radioativa. Os aceleradores já vêm regulados para não ultrapassar essa potência”, afirma.
Mastrangelo diz ainda que o alimento não tem nenhum contato com a fonte radioativa em si, protegida por mais de uma camada de selagem.
A Comissão Codex Alimentarius (da FAO/OMS) estabelece os parâmetros de irradiação a que cada grupo alimentar ou alimento pode ser submetido de acordo com a finalidade. Assim, a dose máxima para retardar o brotamento de tubérculos é de 0,2 kGy; para desinfestar frutas frescas, 1 kGy; e para controle de parasitas em carnes e frutos do mar, 2 kGy.
Já a norma da Anvisa estabelece que qualquer alimento poderá ser tratado por radiação desde que a dose mínima absorvida seja "suficiente para alcançar a finalidade pretendida” e a dose máxima absorvida seja inferior àquela que "comprometeria as propriedades funcionais e/ou os atributos sensoriais [por exemplo, cor, gosto, cheiro] do alimento”.
Questionada sobre o porquê de doses específicas não terem sido fixadas, a exemplo de outros países, a Anvisa afirmou que, "na ausência de parâmetros estabelecidos em regulamento nacional podem ser adotados os padrões internacionais aceitos”.
A portaria obriga ainda que a frase "alimento tratado por processo de irradiação” conste nos rótulos e nos locais de exposição à venda de produtos a granel irradiados, por meio de cartazes ou placas.
Segundo a Anvisa, o não cumprimento das normas caracteriza infração sanitária. Já a utilização do símbolo internacional da Radura é opcional.
ENTENDA MAIS SOBRE A IRRADIAÇÃO DE ALIMENTOS
Para que serve?
■ Aumentar o tempo de prateleira dos alimentos
■ Eliminar parasitas, fungos e bactérias (mas não vírus) que contribuem para deterioração e doenças (por exemplo, Salmonela spp, Listeria spp, Escherichia coli, Campylobacter spp, Trichinella spiralis spp)
■ Retardar o amadurecimento e senescência de frutas e legumes
■ Inibição do brotamento de tubérculos e bulbos
■ Redução de compostos tóxicos, incluindo alergênicos, N-nitrosaminas voláteis (cancerígenas), aminas biogênicas, gossipol (embriotóxico) e outros
■ Pode ser uma exigência em acordos bilaterais de exportação, com o fim de evitar a disseminação de pragas estrangeiras a outros paísesTodo alimento pode ser irradiado?
Não. Alimentos ricos em gordura (por exemplo, castanha do pará e manteiga) não devem ser irradiados por comprometimento do paladar e possível formação de substâncias nocivas.
Quais são os riscos e efeitos adversos?
■ Radicais podem produzir componentes indesejados, destruir nutrientes e alterar funcionalidade de vitaminas, carboidratos, proteínas e lipídeos
■ Doses acima do recomendado ou em determinados alimentos podem gerar alterações de cheiro e de sabor, ranço e limo
■ Não há método único para detecção de alimentos irradiados
■ Regulamentação brasileira não fixa com números as doses máximas e mínimas permitidas.Quem utiliza?
Mais de 55 países, sendo 26 deles em escala comercial.
Desses 26: Brasil (desinfestação de especiarias e vegetais desidratados), EUA, China, África do Sul, Ucrânia, Vietnã, Bélgica, Alemanha, França, Japão e outros.
Em 2013, foram 500.000 toneladas de alimentos irradiados, sendo:
40% na China
20% nos EUA
13% no Vietnã
8% no México
19% no restante do mundoRegulamentação no mundo
A Codex Alimentarius Commission, com base em Roma, estabelece os padrões para irradiação de alimentos.Regulamentação no Brasil
A Resolução número 21, de 26/1/01, da Anvisa, estipula que:■ A dose mínima absorvida seja suficiente para atingir a finalidade e a dose máxima seja inferior à que comprometeria as propriedades funcionais ou atributos sensoriais do alimento
■ Rótulo deve conter a inscrição "alimento tratado por processo de irradiação”
■ Instalações de irradiação devem ser autorizadas e inspecionadas pelo CNENO símbolo da Radura é utilizado internacionalmente para identificar os alimentos irradiados.
Outros usos de irradiação
■ Tratamento de lixo industrial e hospitalar
■ Tratamento de sangue e derivados
■ Esterilização de equipamentos e instrumentos médicos, farmacêuticos e hospitalares
■ Esterilização de tecidos biológicos
■ Desinfestação e preservação de obras de arte e livros
■ Beneficiamento de pedras preciosasFontes: Ipen, Cena, OMS, Anvisa., AIEA
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- 03/02/2020 - Brasil e EUA firmam acordos de cooperação em energia nuclearFonte: Agência BrasilA Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (Abdan) e o Instituto de Energia Nuclear dos Estados Unidos (NEI, na sigla em inglês) firmaram nesta segunda-feira (3) memorando de entendimento durante o Fórum de Energia Brasil-Estados Unidos. Na presença do ministro de Energia do Brasil, Bento Albuquerque, e do secretário de Energia dos EUA, Dan Brouillette, foi assinada também foi assinada carta de intenção entre a Eletronuclear e a empresa americana Westinghouse, especializada em energia nuclear.O documento firmado pelas duas empresas visa a estreitar a colaboração para garantir a renovação de licenças e a operação de longo prazo da usina nuclear Angra 1, que pode ter sua vida útil ampliada de 40 para 60 anos. Já o acordo entre as associação brasileira e o instituto americano busca avanços em áreas como segurança nuclear.
Em declaração à imprensa, o secretário americano disse que Brasil e Estados Unidos estão no começo de uma relação próxima de trabalho. "A indústria americana de energia está pronta e animada para trabalhar com o Brasil", afirmou Brouillette. Segundo o secretario, o diálogo também incluiu temas regulatórios.
Brouillette defendeu clareza de regras e transparência e ressatou que houve modernizações na legislação brasileira sobre energia. "Continuaremos a apoiar esses esforços de todas as formas que pudermos", disse o secretário. Ele acrescentou que os acordos assinados são um passo significativo para aumentar a presença e os investimentos dos Estados Unidos no setor nuclear brasileiro.
O ministro de Energia do Brasil destacou que o fórum cumpre uma missão dada pelos presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump e estabelece um plano de trabalho entre Brasil e Estados Unidos no setor, além do compromisso de acompanhar o andamento desse planejamento com reuniões frequentes em fóruns internacionais.
"Essa cooperação vai em que sentido? Para criar um melhor ambiente de negócios para investimentos no setor de óleo e gás, seja no comércio internacional, seja para a realização de leilões que temos realizado com previsibilidade aqui no Brasil. E também a fim de permitir segurança regulatória e jurídica para esses investidores, o que está dentro daquilo que pretendemos criar como ambiente de negócios", disse Bento Albuquerque, ao ressaltar que Brasil e Estados Unidos têm muito a cooperar por terem se tornado exportadores líquidos de petróleo recentemente. "Procuramos, nessa parceria com os Estados Unidos, reduzir as incertezas que possam, por acaso, existir nos leilões."
A colaboração entre Brasil e Estados Unidos no fórum incluiu ainda a experiência americana com o shale gas, ou gás de xisto, atividade para a qual Bento Alburquerque defendeu que haja amparo regulatório. "Os Estados Unidos tiveram um avanço muito grande nos últimos anos nesse setor, e isso transformou a economia americana, principalmente no que diz respeito ao setor industrial. E pretendemos que o Brasil também possa se beneficiar desse tipo de produção de gás e óleo associado a esse tipo de atividade não convencional", afirmou o ministro.
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- 30/01/2020 - RMB e recursos humanos foram os temas centrais em reunião da direção da CNEN com autoridades do MCTICFonte: CNENA direção da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) reuniu-se nesta quarta-feira (29/1), em Brasília, com autoridades do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Os principais temas tratados no encontro foram o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) e a disponibilidade de recursos humanos na CNEN.Pela CNEN, participaram da reunião o presidente da instituição, Paulo Roberto Pertusi, os diretores Madison Almeida (da Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento – DPD) e Roberto Xavier (da Diretoria de Gestão Institucional–DGI) e o coordenador-geral Francisco Rondinelli Junior (da Coordenação-Geral de Aplicações das Radiações Ionizantes da DPD/CNEN). Por parte do Ministério, estiveram presentes o secretário-executivo, Julio Francisco Semeghini Neto, o titular da Secretaria de Tecnologias Aplicadas (SETAP), Mauricio Ribeiro Gonçalves, o titular da Subsecretaria de Unidades Avançadas (SUV), Gerson Nogueira Machado de Oliveira, três diretores do MCTIC: Johnny Ferreira dos Santos (do Departamento de Governança Institucional – DGI), Dino Ishikura (do Departamento de Tecnologias Estratégicas e de Produção – DETEP) e Flavia Duarte Nascimento (do Departamento de Administração – DAD), além de dois servidores da Secretaria de Planejamento, Cooperação, Projetos e Controle (SEPLA): Carlos Fernandes e Oscar Zveiter.Na reunião foram apresentados aspectos do RMB, em termos de histórico e entregas planejadas do reator – produção de radioisótopos, radiofármacos, caracterização de materiais e diversos outros experimentos, com destaque para os realizados em guias de nêutrons. Foram também discutidos arranjos orçamentários e de governança possíveis para o empreendimento, de forma a alcançar o melhor assessoramento possível às instâncias decisórias.Na segunda parte do encontro foi apresentado pela CNEN o cenário de recursos humanos, tanto na sede como nas Unidades Técnico-Científicas, com enfoque nas curvas do número de servidores versus encargos existentes. Foi dada ênfase, principalmente, às faixas etárias dos servidores, aos quantitativos de abonos-permanência e aos parâmetros comparativos nas três últimas décadas. Tratou-se dos instrumentos possíveis de recomposição da força de trabalho.A respeito dos temas tratados, os representantes do MCTIC anotaram os pontos relevantes e expuseram as coordenações já realizadas e a serem buscadas, no âmbito intra e interministerial. O encontro também foi uma oportunidade para a CNEN apresentar, de forma mais ampla, as possibilidades da área nuclear no país, com foco na liderança do MCTIC à frente de projetos estruturantes do setor. Para conhecerem melhor o que a CNEN fez no ano passado e o que planeja para este ano, os representantes do Ministério receberam da direção da CNEN a publicação "Realizações 2019/Entregas 2020-CNEN”.