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- 10/10/2020 - Atividades virtuais marcam o aniversário de 64 anos da CNEN e integram programação do Mês Nacional da Ciência, Tecnologia e Inovações (MNCTI)Uma palestra institucional sobre a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), realizada virtualmente pelas redes sociais do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), abriu a programação deste dia 10 de outubro. A data é o aniversário de 64 anos da CNEN e também o dia da Comissão no Mês Nacional da Ciência, Tecnologia e Inovações (MNCTI), organizado pelo MCTI.
Uma palestra institucional sobre a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), realizada virtualmente pelas redes sociais do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), abriu a programação deste dia 10 de outubro. A data é o aniversário de 64 anos da CNEN e também o dia da Comissão no Mês Nacional da Ciência, Tecnologia e Inovações (MNCTI), organizado pelo MCTI.
Fonte: Site CNEN
No encontro virtual, iniciado às 9 horas, o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da CNEN – Madison Coelho de Almeida - e o diretor de Radioproteção e Segurança Nuclear - Ricardo Fraga Gutterres apresentaram as atividades da CNEN, seus desafios e projetos. Eles também lembraram os 64 anos da instituição, destacando a trajetória de conquistas das últimas décadas, o importante papel que exerce atualidade, o empenho e a elevada capacitação de seus profissionais.
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Na palestra das 11 horas, o Dr. Márcio Tadeu Pereira, pesquisador do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), unidade da CNEN em Belo Horizonte (MG) abordou o tema O que é irradiação? E irradiação gama?
Ele apresentou as característica deste tipo de radiação ionizante, detalhou a diferença entre radioatividade e irradiação e explicou como ocorre uma irradiação gama e quais são seus usos, entre os quais vale destacar: esterilizações, atenuação de hemoderivados, agregação de valor a gemas (coloração de gemas), combate a pragas agrícolas e a insetos transmissores de doenças e pesquisas diversas.
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Às 12 horas, na última palestra da manhã, a Dra. Lidia Vasconcellos de Sá falou sobre Segurança radiológica na saúde e no meio ambiente. A pesquisadora do Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD/CNEN), unidade da CNEN no Rio de Janeiro, mostrou como a radiação ionizante faz parte do ambiente de vida da raça humana, estando presente, por exemplo, nos raios cósmicos e em materiais radioativos de ocorrência natural no solo, na água e mesmo em alimentos.
Abordou também os principais usos das radiações ionizantes na vida cotidiana, que ocorrem em uma ampla variedade de propósitos benéficos à sociedade, como na indústria, medicina, agricultura, na pesquisa e na educação. Falou ainda dos mecanismos de controle estabelecidos internacionalmente, a infraestrutura existente no país para assegurar a segurança de operações rotineiras e, ainda, os mecanismos de resposta e mitigação a possíveis incidentes e acidentes em várias práticas que envolvem o uso das radiações ionizantes.
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A programação da CNEN foi retomada na parte da tarde com a palestra O que são radiofármacos e como eles nos diagnosticam e nos curam. O Dr. Emerson Soares Bernardes, pesquisador do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN/CNEN), unidade da CNEN na cidade de São Paulo, explicou que radiofármacos são moléculas que, quando acopladas a um radioisótopo, adquirem propriedades diagnósticas ou terapêuticas.
Estas moléculas são utilizadas não apenas para diagnosticar e tratar processos patológicos, como o câncer, mas também para monitorar o funcionamento de vários órgãos, como coração, rins, entre outros.
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Um ponto de destaque na programação ocorreu às 16 horas. O presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Paulo Roberto Pertusi, foi entrevistado pelo engenheiro Daniel Fonseca Lavouras. Na entrevista, foi ressaltada a data do aniversário de 64 anos da CNEN, com referência à competência e relevância da instituição demonstradas nestas mais de seis décadas de atividade. "Quero parabenizar a todos os nossos servidores e colaboradores, que fazem a CNEN ser a grande instituição que é”, declarou o presidente.
Respondendo a questionamentos do entrevistador, Pertusi teve a oportunidade de falar mais detalhadamente sobre as atividades da CNEN. Ele ressaltou a relevância da Comissão para o desenvolvimento das aplicações da energia nuclear em diversas áreas, em benefício da sociedade brasileira. Falou também do empenho e profissionalismo da instituição para garantir que o uso de tecnologias nucleares ocorra dentro de elevados padrões de segurança.
Pertusi abordou ainda os desafios e projetos da instituição e as ações em curso para criação da Autoridade Nacional de Segurança Nuclear (ANSN), que absorverá as funções e responsabilidades da CNEN quanto ao licenciamento e controle do setor nuclear brasileiro.
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Os Projetos Estruturantes do Setor Nuclear foram o tema da palestra que iniciou às 17 horas. Nesta que foi a atividade de maior duração dentro da programação da CNEN, dois coordenadores-gerais da Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento (DPD) da Comissão focaram em apresentar projetos que terão grande impacto na área nuclear do País, trazendo considerável desenvolvimento para o setor e também grandes benefícios em diferentes segmentos sociais.
Os Drs. Francisco Rondinelli Júnior (Coordenação-Geral de Aplicações das Radiações Ionizantes) e Orlando João Agostinho Gonçalves Filho (Coordenação-Geral de Ciência e Tecnologia Nucleares) mostraram a relevância e o atual estágio de desenvolvimento de três projetos centrais do setor nuclear brasileiro que estão sob a coordenação da Comissão Nacional de Energia Nuclear:
- Reator Multipropósito Brasileiro (RMB)
- Laboratório de Fusão Nuclear (LFN)
- Repositório para Rejeitos de Baixo e Médio Nível de Radiação (RBMN)
Para assistir à palestra e conhecer mais sobre estes projetos estruturantes liderados pela CNEN, clique aqui.
Neste dia de comemoração dos 64 anos da CNEN e de realização de ações de popularização da ciência, a programação da instituição foi ampla e diversificada, com atividades virtuais sendo realizadas até o início da noite. O último tema tratado foi O que é o combustível nuclear e como ele promove progresso e saúde. A palestra, que iniciou às 19 horas, foi proferida pela Dra. Elita Fontenele Urano de Carvalho, pesquisadora do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN/CNEN), unidade da CNEN na cidade de São Paulo.
Ela ressaltou que o Brasil faz parte de um seleto grupo de países com jazidas de urânio e tecnologia de enriquecimento deste minério. Com isso, o País possui produção do combustível nuclear - em forma de pastilhas e placas - para abastecimento de reatores nucleares, sejam eles de pesquisa, sejam de potência. A pesquisadora explicou como ocorre esta produção, apresentando o ciclo do combustível nuclear, da mineração ao produto final. Abordou ainda as diversas aplicações realizadas com alvos irradiados de urânio, salientando as inúmeras possibilidades de benefício para a Medicina Nuclear e outros segmentos e também para a pesquisa básica e aplicada.
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- 09/10/2020 - As extraordinárias imagens dos animais queimados no Pantanal tratados com pele de tilápiaFonte: BBC News Brasil
Parece uma cena futurista: um tamanduá-bandeira, com seus grossos pelos marrons, estende as patas estampadas com... pele de tilápia.O híbrido, no entanto, é de 2020. No ano em que o Pantanal ardeu em chamas e teve diversos de seus animais feridos e queimados, pesquisadores e veterinários se uniram para ajudar esses bichos por meio de uma técnica inovadora e totalmente brasileira.
Até agora, um filhote de veado-catingueiro, duas antas adultas, uma anta filhote e um tamanduá-bandeira adulto já receberam a pele de tilápia. E uma cobra sucuri e um tuiuiú, a ave-símbolo do Pantanal, estão na fila para o tratamento.
A técnica, desenvolvida por pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC) e do Instituto de Apoio ao Queimado (IAQ), funciona assim: os pesquisadores recebem peles do peixe de água doce - que normalmente são descartadas pela indústria - de uma piscicultura. As peles são então desidratadas e esterilizadas, e ficam armazenadas em temperatura ambiente.
Depois, são aplicadas em pessoas ou animais com ferimentos de queimadura, funcionando como um curativo para a região queimada e ajudando sua cicatrização.
"A pele da tilápia tem uma camada muito grande de colágeno, que é importante no processo de cicatrização da queimadura", explica o biólogo Felipe Rocha, coordenador da Missão Ajuda Pantanal e pesquisador do projeto Pele de Tilápia.
Rocha viajou a Cuiabá, capital matogrossense, ao lado da veterinária Behatriz Odebrecht e do enfermeiro Silva Júnior, especialista em anexo e aplicação do curativo de pele de tilápia - todos do projeto Pele de Tilápia.
Quando viram as trágicas imagens de animais afetados pelo fogo no Pantanal, os pesquisadores da UFC entraram em contato com a ONG Ampara, que dá apoio à operação de resgate e reabilitação dos animais no Pantanal.
A ONG aceitou a ajuda, e colocou o grupo em contato com o Hospital Veterinário da Universidade Federal do Mato Grosso, em Cuiabá, onde a aplicação das peles de tilápia seria feita. Ali, o pessoal do Ceará começou a treinar, nesta semana, a equipe do Mato Grosso, explicando como se faz a aplicação do produto na pele dos bichos.
O grupo levou 130 curativos biológicos da pele de tilápia, o que, segundo seus cálculos, deve servir para cerca de 40 animais feridos.
No Brasil, é a primeira vez que essa técnica é usada em animais silvestres. O grupo da UFC já havia testado a pele em cavalos. Também ensinou veterinários da Universidade Davis, na Califórnia, a aplicar a pele em ursos que foram machucados nos incêndios de 2018 no Estado americano.
Tratamento dos animais
A imagem futurista do tamanduá-tilápia é passageira. Logo, a parte clara, que é o colágeno, ficará incorporado na ferida. A parte escura descascará, como se fosse a casca de uma ferida, explica Rocha. E a pele do tamanduá e dos outros animais voltará a ter sua aparência original.O pesquisador explica como é feito o tratamento: "Você limpa a ferida, coloca a pele de tilápia e fecha com gaze e atadura por cima. A pele da tilápia adere à queimadura e deve ficar em contato de 10 a 15 dias na pele do animal sem troca curativa", diz.
O processo convencional seria aplicar pomada de sulfadiazina de prata, que é um cicatrizante tópico na terapia de queimaduras, com trocas diárias de curativo. É preciso sedar os animais selvagens toda vez para fazer isso.
"Se a cicatrização do animal demora de 15 a 20 dias, você tem que fazer 15 a 20 curativos durante todo o processo. Com a pele de tilápia, você reduz o custo de fazer essas trocas diárias, reduz a dor do animal e reduz a carga de trabalho da equipe", diz Rocha.
Além disso, destaca ele, o animal ou a pessoa queimada perde muito líquido com a queimadura. A pele da tilápia barra esse processo. Sua parte escura é como se fosse uma película impermeável que impede a perda de líquido. E ainda cria uma barreira para que microorganismos não proliferem na ferida.
Com isso, a cicatrização acelera porque não se manipula tanto a ferida - além da grande ajuda do colágeno. Para Rocha, é "emocionante" ver os animais se recuperando.
O grupo começou a aplicação das peles de tilápia nos animais na terça-feira (06/10). O primeiro animal a receber os curativos foi um filhote de veado-catingueiro. Suas quatro patas estavam queimadas, e os curativos foram colocados ali.
Depois, foi a vez de duas antas grandes adultas e uma anta filhote. Uma das antas, diz Rocha, estava muito mal, sem se alimentar, apática, sem ir para a água. Sua parte traseira estava bastante afetada. "Aplicamos nessa anta, e no outro dia ela estava dentro da água. Depois saiu correndo e foi para a água de novo. Não vimos o processo de cicatrização, mas vimos que o animal já reagiu em termos de comportamento", conta. "A pele de tilápia diminui a dor do paciente."
Depois, um tamanduá-bandeira recebeu a pele de tilápia em suas patas.
"Nas quatro patas do veado-catingueira, não usamos nem meia pele de tilápia", diz Rocha. Já em uma das antas, que tinham uma lesão grande, foram usadas 15 peles.
A cobra sucuri, que deverá receber a pele de tilápia logo, está bastante queimada, diz ele, com exposição muscular, e por isso a aplicação deverá ser um grande desafio. "Mas acreditamos que vai funcionar." No tuiuiú, é a asa que está queimada.
Para Rocha, ajudar os animais que estão sofrendo "é uma enorme satisfação". "Ficamos felizes e emocionados por ajudar nesse momento triste do país", afirma.
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- 05/10/2020 - Brasil exporta urânio enriquecido para ArgentinaEm tempos de pandemia do novo coronavirus, foi preciso verdadeiro aparato logístico de segurança para o transporte do componente nuclear.
Em tempos de pandemia do novo coronavirus, foi preciso verdadeiro aparato logístico de segurança para o transporte do componente nuclear.
Fonte: DefesaTVPor Tania MalheirosPela quarta vez, reatores nucleares da Argentina serão alimentados com urânio enriquecido brasileiro. A exportação de urânio enriquecido está prevista para acontecer no final do ano ou início de 2021, segundo a estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB), do Ministério de Minas e Energia. O volume da exportação e o valor do negócio estão sendo mantidos em sigilo.A terceira exportação, em maio, foi de urânio enriquecido a 4,15%, na forma de pó de UO2, destinados aos reatores nucleares de Atucha e o modular Carem-25. Em tempos de pandemia do novo coronavirus (Covid-19), um verdadeiro aparato logístico de segurança envolveu o transporte. Saiu no dia 7 de maio da Fábrica de Combustível Nuclear (FCN), no município de Resende, no Estado do Rio de Janeiro (RJ), e foi entregue a Combustibles Nucleares Argentinos (Conuar) quatro dias depois.Para se ter ideia, a operação mobilizou instituições federais, estaduais e municipais, como a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Itamaraty, Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Ministério de Minas e Energia, Ministério da Justiça, Polícia Rodoviária Federal (PRF), sob a coordenação do Centro Integrado de Comando e Controle Nacional, em Brasília. Técnicos da INB fizeram a segurança física e radiológica do trajeto até a Argentina.As exportações anteriores ocorreram em 2016 e 2018. Na primeira, foram entregues 4.100 kg de urânio enriquecido de 1,9%, 2,6% e 3,1% no valor de USD 4.378.190,00. Na segunda, o montante vendido foi de 1.500 kg de pó de UO2, a 4,15%. Nas duas operações o valor global foi de USD 1.755.000,00.A direção da INB quer firmar a empresa como fornecedora qualificada da Conuar, de olho em futuros negócios. No território brasileiro, urânio é o que não falta. Mas há um longo caminho a percorrer até chegar ao produto, nas condições para o seu enriquecimento. -
- 05/10/2020 - Mapeamento de Competências Comportamentais da Amazul recebe Prêmio Brasil 5.0A metodologia atualizada do Mapeamento de Competências Comportamentais da Amazul recebeu o Prêmio Transformação Digital Brasil 5.0, que reconhece iniciativas de sucesso e melhores práticas em educação e capacitação profissional.
A metodologia atualizada do Mapeamento de Competências Comportamentais da Amazul recebeu o Prêmio Transformação Digital Brasil 5.0, que reconhece iniciativas de sucesso e melhores práticas em educação e capacitação profissional.
Fonte: Amazul
A entrega do prêmio foi feita no dia 30 de setembro, durante a quinta sessão virtual do evento Manifesto Brasil 5.0, que visa promover o desenvolvimento de projetos de transformação digital no País. Promovido pelo Instituto Micropower, o Prêmio Brasil 5.0 é uma evolução do Prêmio Learning & Performance Brasil, que a Amazul recebeu em 2019 pelo mesmo projeto.
A sessão online de premiação foi aberta pelo diretor de Gestão do Conhecimento e Pessoas da Amazul, Newton de Almeida Costa Neto, que parabenizou a equipe da Gerência de Desenvolvimento de Pessoas pela conquista e fez a entrega virtual do prêmio à gerente Daniela Ferreira.
"O prêmio reflete o reconhecimento pelo trabalho de toda a equipe da área de Desenvolvimento de Pessoas”, disse Daniela. "E motiva a implantação da gestão por competências em toda a empresa, visando à otimização de processos e ao foco nas pessoas, que são nossos maiores ativos”, acrescentou.
As competências estão relacionadas às atitudes do empregado, que impactam seus resultados e desempenho e constituem seu diferencial competitivo.
Entre outros resultados, o mapeamento das competências na Amazul tem propiciado melhor entendimento sobre a cultura e o clima organizacional nas unidades de negócios e contribuído para maior engajamento dos empregados nas etapas posteriores do projeto de Gestão do Conhecimento.
A metodologia do Mapeamento de Competências Comportamentais foi aplicada entre 2017 e 2018 nas duas primeiras áreas de implantação do projeto de Gestão do Conhecimento da Amazul: o Departamento de Operação da Unidade Piloto de Produção de Hexafluoreto de Urânio (Usexa) do Centro Industrial Nuclear de Aramar (Cina) e a Assessoria de Meio Ambiente (AMA) do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP).
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- 03/10/2020 - Governo vai criar autarquia para abrir Setor de Energia Nuclear para iniciativa privadaFonte: O GloboO governo vai criar um órgão para fiscalizar as atividades nucleares no país. Depois disso, pretende também abrir algumas atividades, como geração de energia nuclear, para atuação do setor privado.
A criação da Autoridade Nacional de Segurança Nuclear (ANSN), discutida há décadas, é um passo para o governo propor o fim do monopólio da União na exploração de urânio. A medida provisória (MP) que cria o novo órgão está pronta.
Ao GLOBO, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse que o governo prepara uma proposta de emenda à Constituição (PEC) para permitir a abertura desse mercado. Ela seria enviada ao Congresso no primeiro semestre do ano que vem.
— O que vai ser criado é uma autoridade nacional de segurança nuclear. Vai ser uma autarquia. Isso é uma demanda já de 34 anos. O Brasil assinou acordos em que órgãos dessa natureza são necessários para que se possa fiscalizar toda a atividade nuclear no país — explicou o ministro.
De acordo com Albuquerque, o que está se criando é uma autarquia, que vai verificar se os requisitos da atividade de energia nuclear, seja de que natureza for, estão sendo cumpridos dentro dos preceitos nacionais e internacionais.
Acordos internacionais
A nova autarquia vai separar as atribuições da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen). E atende ainda a uma recomendação da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
— Vamos pegar o que já existe e apenas montar numa estrutura que está dentro daquilo que o país, nos acordos internacionais, disse que ia fazer — afirmou.
A Constituição Federal diz que compete exclusivamente à União "explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados”.
A intenção do governo é mudar essa norma, abrindo espaço para setor privado.
— O aperfeiçoamento do marco legal do setor nuclear vai passar pela adequação, para que o setor privado possa realizar atividades que são hoje exclusivas do Estado, como a geração de energia nuclear e a mineração de urânio. Estamos trabalhando nisso e pretendemos apresentar, provavelmente, no primeiro semestre de 2021 — disse Albuquerque.
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- 01/10/2020 - Reator de fusão nuclear compacta 'tem grandes chances de funcionar', sugerem estudosFonte: Folha de S. PauloCientistas que estão desenvolvendo uma versão compacta de um reator de fusão nuclear demonstraram em uma série de estudos que ele deve funcionar, renovando a esperança de que a meta de emular como o sol produz energia, que durante muito tempo pareceu inatingível, possa ser alcançada e, com o tempo, contribuir para o combate à mudança climática.
A construção de um reator chamado Sparc, que está sendo desenvolvido por pesquisadores do MIT (Massachusetts Institute of Technology) e uma empresa nascida do instituto, a Commonwealth Fusion Systems, está prevista para começar na próxima primavera do hemisfério norte e deve levar de três a quatro anos, disseram cientistas e representantes da empresa.
Embora ainda restem muitos desafios importantes, a empresa disse que a construção do reator será seguida por testes e, se estes forem bem-sucedidos, a construção de uma usina que poderá usar energia de fusão para gerar eletricidade, começando a funcionar na próxima década.
Esse cronograma ambicioso é muito mais acelerado que o do maior projeto mundial de energia por fusão, um esforço multinacional empreendido no sul da França e chamado Iter (Reator Termonuclear Experimental Internacional). Esse reator está em construção desde 2013 e, embora não seja projetado para gerar eletricidade, a expectativa é que produza uma reação de fusão até 2035.
Bob Mumgaard, executivo-chefe da Commonwealth Fusion e um dos fundadores da empresa, disse que um dos objetivos do projeto Sparc é desenvolver a fusão a tempo de ela contribuir para mitigar o aquecimento global.
"Estamos realmente focados sobre como obter energia por fusão no menor prazo possível”, ele disse.
A fusão, na qual átomos leves são reunidos a temperaturas de dezenas de milhões de graus para liberar energia, vem sendo proposta como uma maneira de o mundo lidar com as consequências para a mudança climática da geração de eletricidade.
Como uma usina nuclear convencional por fissão, que cinde átomos, uma usina de fusão não queimaria combustíveis fósseis e não geraria emissões de gases estufa. Mas seu combustível, normalmente isótopos de hidrogênio, seria muito mais abundante que o urânio usado na maioria das usinas nucleares, e a fusão geraria menos radiatividade e seria menos perigosa, além de produzir menos resíduos, que as usinas de fissão.
Contudo, os obstáculos para a construção de uma máquina capaz de criar e controlar um plasma de fusão – uma nuvem de átomos turbulenta e ultraquente que vai danificar ou destruir qualquer coisa com que entre em contato — são enormes.
Alguns cientistas que trabalham há décadas com energia de fusão dizem que, embora encarem as perspectivas do Sparc com entusiasmo, o cronograma talvez seja pouco realista.
"A leitura destes artigos me dá a impressão de que eles terão o plasma de fusão termonuclear controlada com que todos sonhamos”, comentou Cary Forest, físico da Universidade do Wisconsin que não está envolvido no projeto. "Mas, se eu tivesse que estimar quanto tempo vão levar, multiplicaria a estimativa deles por dois, como faço com todos meus pós graduandos quando eles me dizem quanto tempo alguma coisa vai levar.”
O Sparc será muito menor que o Iter – mais ou menos do tamanho de uma quadra de tênis, comparado a um campo de futebol, disse Mumgaard — e custará muito menos que o esforço internacional, cujo custo é estimado oficialmente em US$ 22 bilhões (R$ 123,55 bilhões), mas pode acabar sendo muito mais alto. A Commonwealth Fusion, que foi fundada em 2018 e tem cerca de 100 funcionários, levantou US$ 200 milhões (R$ 1,123 bilhão) até agora, segundo informou.
Desde que os experimentos com fusão começaram, quase um século atrás, a promessa de uma máquina prática de fusão capaz de produzir mais energia do que consome ainda não se concretizou. A energia de fusão sempre pareceu estar distante "apenas décadas” no futuro.
É possível que isso também acabe ocorrendo agora. Mas, em sete artigos revistos por pares e publicados na terça-feira (29) em edição especial do The Journal of Plasma Physics, pesquisadores apresentaram as evidências de que o Sparc vai funcionar e pode produzir até dez vezes mais energia do que vai consumir.
Martin Greenwald, vice-diretor do Centro de Ciência de Plasma e Fusão do MIT e um dos cientistas líderes do projeto, disse que as pesquisas "confirmam que o dispositivo sobre o qual estamos trabalhando tem grande probabilidade de funcionar”.
Greenwald é um dos fundadores da Commonwealth Fusion, mas não tem vínculos atuais com a empresa.
O Sparc utiliza o mesmo tipo de dispositivo que o Iter: um tokamak, ou câmara em formato de donut em cujo interior ocorre a reação de fusão. Como a nuvem de plasma é tão quente – mais quente que o sol –, ela precisa ser confinada por forças magnéticas.
O Iter faz isso com enormes bobinas eletromagnéticas que contêm fios supercondutores que precisam ser esfriados com hélio líquido.
O Sparc aproveita uma tecnologia eletromagnética mais nova que utiliza chamados supercondutores de alta temperatura, capazes de produzir um campo magnético muito mais elevado, disse Greenwald. Graças a isso, o plasma é muito menor.
Os artigos mostram que "esse caminho de campo elevado ainda parece viável”, disse Greenwald. "Se conseguirmos superar os desafios de engenharia, esta máquina vai funcionar como estamos prevendo.”
A Commonwealth Fusion disse que vai anunciar um local para a construção do Sparc dentro de alguns meses.
Ela é apenas uma entre várias empresas que estão trabalhando para desenvolver e comercializar a energia de fusão em parceria com instituições de pesquisas, financiadas por centenas de milhões de dólares de capitais de investimento.
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- 01/10/2020 - Energía nuclear: en plena pandemia, Brasil exporta uranio enriquecido a la Argentina con fuertes medidas de seguridadDebido a la pandemia de coronavirus se implementó un verdadero aparato de seguridad logística para transportar el componente nuclear.
Debido a la pandemia de coronavirus se implementó un verdadero aparato de seguridad logística para transportar el componente nuclear.
Fonte: Clarín
Los reactores nucleares de Argentina serán alimentados por cuarta vez con uranio brasileño enriquecido. Se espera que la cuarta exportación de uranio enriquecido tenga lugar a fines de año o principios de 2021, según la empresa estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB), del Ministerio de Minas y Energía. El volumen de exportación y el valor del negocio son confidenciales.
La tercera exportación, en mayo de este año, fue deuranio enriquecidoal 4,15%, en forma de polvo de UO2, destinado a los reactores nucleares de Atucha y al modular Carem-25. En tiempos de pandemia del coronavirus (Covid-19), el transporte implicó un verdadero aparato logístico de seguridad. El cargamento salió el 7 de mayo de la Fábrica de Combustibles Nucleares (FCN), en el municipio de Resende, en el estado de Rio de Janeiro (RJ), y fue entregado a Combustibles Nucleares Argentinos (CONUAR) cuatro días después.
Para tener una idea, la operación movilizó instituciones federales, estatales y municipales, como la Comisión Nacional de Energía Nuclear (CNEN), el Ministerio de Relaciones Exteriores, la Oficina de Seguridad Institucional (GSI), el Ministerio de Minas y Energía, el Ministerio de Justicia, la Policía Federal de Rutas (PRF), bajo la coordinación del Centro Integrado de Comando y Control Nacional, en Brasilia. Los técnicos de INB realizaron la seguridad física y radiológica del viaje a Argentina.
Las exportaciones anteriores se produjeron en 2016 y 2018. En la primera se entregaron 4.100 kg de uranio enriquecido al 1,9%, 2,6% y 3,1% por un monto de 4.378.190 dólares. En la segunda, la cantidad vendida fue de 1.500 kg de polvo de UO2, al 4,15%.
La dirección de INB quiere consolidar la empresa como un proveedor calificado de CONUAR, con vistas a futuros negocios. En el territorio brasileño hay mucho uranio. Pero hay un largo camino para llegar a obtener el producto en las condiciones para su enriquecimiento.
Brasil tiene una de las mayores reservas de uranio del mundo. Ya ha ocupado el quinto lugar en el ranking de la Agencia Internacional de Energía Atómica, pero en 2017 cayó al noveno, lo que sigue siendo bastante significativo. Sin embargo, como no se conoce la extensión de estos recursos, el país puede tener mucho más uranio que lo que se contabiliza hasta ahora.
Hoy, los recursos nacionales se estimanen 244.788 toneladas de concentrado de uranio (U3O8). De este total, el 32,5% se encuentra en Santa Quitéria, en el estado de Ceará, y el 40,6%, en Caetité, en el estado de Bahía. Son dos grandes yacimientos, en estados conocidos como uraníferos, en los que hay varias áreas potenciales para ser exploradas.
El nordeste
En Caetité, Bahía, el gobierno quiere comenzar pronto a trabajaren la Mina do Engenho. Para ello, firmó un contrato con la empresa Tracomal Terraplenagem e Construções Machado, para la realización de los servicios de minería. Las negociaciones comenzaron en 2017, pero INB enfrentó demandas de la CNEN e el Ibama (Instituto Brasileño del Medio Ambiente y Recursos Naturales Renovables).
En Santa Quitéria, Ceará, es distinto. Para poder llevar a cabo el proyecto de la Mina de Itataia, estancado durante décadas, INB se asoció a la empresa privada Galvani. Juntas constituyeron el Consorcio Santa Quitéria, para extraer uranio asociado a fosfato. Se espera que el emprendimiento empiece a funcionar en 2024, con una producción de hasta 1.600 toneladasde yellowcake por año, con la aplicación de la tecnología de separación de fosfato del uranio.
Las licencias están siendo estudiadas en la CNEN e el Ibama, pero el ministro de Minas y Energía, Bento de Albuquerque, se reunió hace poco con las dos empresas que conforman el consorcio, lo que representa un respaldo al nuevo modelo de negocio. Cabe recordar que, en Brasil,la extracción de uranio sigue siendo monopolio del Estado.
En Caetité, además de las potenciales minas a explorar, INB mantiene la Unidad de Concentración de Uranio (URA), la única minería de uranio en actividad en el país. En esta unidad se realizan las dos primeras etapas del ciclo del combustible nuclear:la minería y el procesamiento del mineral, que da como resultado un producto llamado concentrado de uranio o yellowcake.
La URA ocupa una superficie de 1.700 hectáreas en esa región, que pose e recursos que alcanzan las 99.100 toneladas de uranioy donde se identifican 17 yacimientos minerales, según INB. Entre 2000 y 2015, la URA produjo 3.750 toneladas de concentrado de uranio de minería a cielo abierto en la Mina Cachoeira, que se cerró en 2009 por falta de seguridad.
"La reanudación de las exportaciones a Argentina representa, no solo para INB, sino también para Brasil, una clara demostración de que el país va por buen camino en su búsqueda de convertirse, en el futuro,en un actor del mercado mundial de uranio”, dijo el presidente de la empresa estatal, Carlos Freire Moreira.
Ciclo del combustible
El uranio que Brasil exporta a Argentina pasa por ese proceso hasta llegar a su destino final, la Fábrica de Combustible Nuclear (FCN), en Resende, en el estado de Rio de Janeiro. La FCN utiliza la tecnología de enriquecimiento de uranio dominada por Brasil en el Centro Experimental Aramar de la Marina, en São Paulo, que llevó al país a unirse al selecto Club del Átomo en 1987.
El año pasado, con inversiones de alrededor de 600 millones de reales, se inauguró la octava cascada de ultracentrífugas. La intención, según el ministro, es hacer viable el ciclo completo del combustible, desde la minería hasta la finalización con enriquecimiento. Con la entrada en funcionamiento de otra cascada, INB aumentó la producción de uranio enriquecido en el país en un 20%, lo que permitió producir el 60% de lo necesario para abastecer la central nuclear Angra 1, en el Complejo Nuclear Angra dos Reis, en la Costa Verde del estado de Rio de Janeiro.
La octava cascadaes parte de la primera fase de implementaciónde la Usina de Enriquecimiento de Uranio, que deberá estar terminada en 2021 con la instalación de dos cascadas más, la novena y la décima. El presidente de INB también firmó un contrato, en noviembre pasado, con Amazônia Azul Tecnologias de Defesa (Amazul) para preparar los detalles del proyecto básico para la expansión de la Usina de Enriquecimiento de Uranio ubicada en la Fábrica de Combustível Nuclear.
La implementación de esta segunda fase incluirá tres etapas. El contrato en cuestión cubre la Etapa 1, que consiste en la instalación de 12 cascadas de ultracentrífugas. Cuando se complete esta etapa, INB alcanzará una capacidad de enriquecimiento de uranio que cubrirá por completo las necesidades de combustible nuclear de las centrales Angra 1 y Angra 2.Pero las centrales tienen otro problema que debe ser resuelto. El combustible ya usado (uranio irradiado), que alcanzó el límite en las piscinas de las unidades.
Reprocesado
Para resolver el problema, Eletronuclear, que controla las centrales, transferirá el uranio irradiado de Angra 1 y Angra 2 para la Unidad de Almacenamiento Seco (UAS), que está en construcción. Se espera que la transferencia ocurra en 2021 y 2022. Por primera vez, por lo tanto, Brasil tendrá material que puede ser reutilizado en el futuro. Este uranio puede ser reprocesado y transformado en plutonio (utilizado en armas nucleares), algo que el gobierno brasileño viene descartando hacer a lo largo de los años.
En cualquier caso, nada ocurrirá lejos de la inspección del Organismo Internacional de Energía Atómica (OIEA) y la Agencia Brasileño-Argentina de Contabilidad y Control de Materiales Nucleares (ABACC), creada en julio de 1991. Con capacidad para almacenar combustible usado hasta 2045, la UAS costará alrededor de 246 millones de reales.
Además de tener que dar un destino a este material utilizado por Angra 1 y Angra 2, Brasil está buscando salidas al destino de la tercera central, Angra 3, en obras desde hace más de 30 años. La última interrupción de las obras ocurrió en 2015, debido a acusaciones de corrupción de la Operación Lava Jato. Angra 3 es, sin duda, un pozo de problemas: ya consumió 7 mil millones de realesy necesita otros 15 mil millones de reales para comenzar a operar.
La falta de decisión política ya no es un obstáculo, pues el propio presidente Jair Bolsonaro ha declarado varias veces que la intención es reanudar las obras de Angra 3. En busca de soluciones, el gobierno publicó la Medida Provisoria No. 998, que estipula las normas para contratación y comercialización de la energía que será producida en Angra 3. Lo cierto es que la centralya está recibiendo equipos que estaban almacenados.
Mientras tanto, Eletronuclear está tratando de extender la vida útil de Angra 1 por otros 20 años. También está tratando de averiguar qué causó la oxidación (herrumbre) en las barras de combustible de Angra 2.
Rivalidad superada
La rivalidad entre Brasil y Argentina en el área nuclear duró décadas. Era frecuente la información de que ambos países mantenían programas secretos para la construcción de la bomba atómica. Los gobiernos de Brasil y Argentina argumentaban que no debían renunciar a las tecnologías para el uso pacífico de la energía nuclear. Hubo innumerables idas y vueltas en la posición de los dos países sobre el tema. Y muchas noticias falsas yverdaderas.
El entonces presidente de la República de Brasil, General João Batista Figueiredo, llegó a la Argentina el 15 de mayo de 1980 y fue recibido con pompa. En Buenos Aires, Figueiredo habló con la prensa sobre el acuerdo de cooperación que firmaría con el General Jorge Rafael Videla. El acuerdo no agradó a los alemanes y a los estadounidenses.
Fue el primero acuerdo, en el mundo, en ser firmado entre dos países en desarrollo y con programas de energía nuclear en marcha. Los que se oponían decían que el acuerdo era peligroso porque podía llevar a los dos países a dominar el ciclo del combustible y a fabricar armas nucleares. El acuerdo se firmó el 17 de mayo de 1980.
Fue exactamente a finales de 1983 cuando Argentina logró dominar todo el ciclo de combustible nuclear, en el Complejo Tecnológico Pilcaniyeu. El 16 de julio de 1987 el presidente José Sarney visitó la ultra secreta central de Pilcaniyeu, a 60 kilómetros de Bariloche:la mayor prueba del fortalecimiento de las relaciones entre los dos países, vistos con inmensas desconfianzas por los países con tecnología atómica.
El 4 de septiembre de 1987, en Brasilia, el presidente José Sarney anunció la entrada de Brasil en el restricto Club del Átomo, con el completo dominio de la tecnología de enriquecimiento de uranio por ultracentrifugación. El 8 de abril de 1988 el presidente Sarney, en compañía del presidente argentino Raúl Alfonsín, inauguró la primera unidad del Centro Experimental Aramar.
La tecnología de ultracentrifugación, desarrollada en Aramar, fue transferida para la unidad de INB en Resende, y desde 2016 se utiliza para alimentar los reactores argentinos. Es de allí que saldrá la cuarta exportación, entre finales de este año y principios 2021.
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- 28/09/2020 - AGU efetiva acordo para Gestão de Segurança em Barragens de Minerais RadioativosFonte: Jornal Dia a DiaA Advocacia-Geral da União, por meio da Procuradoria Federal no Estado de Minas Gerais, efetivou um acordo judicial nesta quinta-feira (25), entre o Ministério Público Federal e a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) que garante a gestão de segurança e risco em barragens de rejeitos de materiais nucleares. O acordo fixa padrões de segurança e prevenção, além de estabelecer um marco de atuação fiscalizatório. A Justiça Federal em Poços de Caldas- MG homologou a decisão em razão da barragem de rejeitos de urânio estar situada na região.
"O acordo permite a aplicação racional e planejada de uma gestão de segurança e fiscalização que visa impedir situações de danos para a sociedade e para o Estado, economizando milhões de reais em riscos potenciais e evitando tragédias”, ressaltou o Procurador Federal Marcelo Kokke.
A energia nuclear normalmente é lembrada em razão das usinas nucleares. Entretanto, há todo um processo de extração e beneficiamento de materiais radioativos, como o urânio, que ocorre em diversos Estados brasileiros, como Bahia e Minas Gerais. Desastres nucleares e contaminações acarretam danos financeiros, humanos e ecológicos imensuráveis. O caso do desastre do Césio 137, por exemplo, acarretou, além de toda a tragédia humana, gastos ao poder público na órbita de milhões de reais.
O acordo firmado integra a atuação desenvolvida pela AGU em favor da segurança de barragens e às bases de desenvolvimento já implementadas pelo Congresso Nacional na Política Nacional de Segurança de Barragens. "A Advocacia-Geral da União é a instituição que efetiva judicial e extrajudicialmente a tutela das políticas públicas, em favor das construções legais elaboradas pelo Poder Executivo, pelo Senado e pela Câmara dos Deputados. O acordo efetivado busca exatamente garantir a eficácia das normas legais”, conclui o Procurador Federal.
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- 28/09/2020 - USP e IPEN assinam acordo para consolidar criação do curso de Engenharia NuclearCurso terá duração de cinco anos em período integral e o ingresso poderá ser feito já a partir de 2021 pelo vestibular da Fuvest ou pelo Sisu
Curso terá duração de cinco anos em período integral e o ingresso poderá ser feito já a partir de 2021 pelo vestibular da Fuvest ou pelo Sisu
Fonte: Jornal da USP
A USP e a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), por meio do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), assinaram hoje, dia 28 de setembro, um acordo de cooperação para consolidar a parceria na criação da habilitação em Energia Nuclear, que será oferecida como opção de composição dos cursos de graduação em Engenharia de Materiais e Engenharia Metalúrgica da Escola Politécnica (Poli).Com duração de cinco anos em período integral, o ingresso poderá ser feito já a partir de 2021 pelo vestibular da Fuvest ou pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu). As novas vagas são decorrentes de remanejamento interno nos cursos da Escola. Os estudantes terão grade curricular comum, podendo optar pela especialização em Engenharia Nuclear ao fim do terceiro ano.
A nova habilitação, aprovada pelo Conselho Universitário no dia 23 de junho, foi criada tendo em vista a carência da oferta de cursos semelhantes no País e a demanda esperada de profissionais na área.
"A proposta de criação da nova habilitação já vinha sendo estudada há algum tempo e é resultado de um esforço coletivo, de um trabalho sério, que resultou na criação de curso de acordo com as novas diretrizes curriculares”, destacou a diretora da Poli, Liedi Legi Bariani Bernucci, na cerimônia realizada virtualmente e que contou com a presença de dirigentes da Universidade, do IPEN e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.
Para o reitor Vahan Agopyan, a parceria representa "um jogo ganha-ganha, porque o curso nasce consolidado pela experiência e excelência de duas importantes instituições e a sociedade é que ganha com isso, pois entregamos a ela o que temos de melhor”.
O superintendente do IPEN, Wilson Aparecido Parejo Calvo, ressaltou a profícua parceria com a USP, principalmente no que se refere ao Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear Ipen/USP, que acaba de atingir a marca de 3 mil mestres e doutores titulados (1 mil de doutorado e 2 mil de mestrado).
O presidente da CNEN, Paulo Roberto Pertusi, afirmou que a criação do curso na USP "é um marco na história da engenharia nuclear no País. Agradeço à USP por mostrar à sociedade os benefícios que a educação, a ciência e tecnologia podem trazer para nosso povo”.
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- 28/09/2020 - É preciso expandir quadros da CNEN, afirma diretor do órgãoFonte: Agência epbr
Para o governo atingir os objetivos da criação da nova Autarquia Nacional de Segurança Nuclear (ANSN), será preciso fortalecer o quadro do novo órgão, defende o diretor de Radioproteção e Segurança Nuclear, Ricardo Gutterres.O físico da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) está à frente da área que deve ir para a ANSN.
Gutterres explica que a expectativa por uma agenda regulatória para o setor nuclear é crescente, especialmente com a retomada das obras de Angra 3, com o licenciamento de reatores e no ciclo de energia do combustível nuclear.
"Com pelo menos três usinas nucleares, novos reatores de teste, seria pelo menos o dobro de atividade regulatória. Não acharia um absurdo se esse número (de servidores) dobrasse”, afirma.
A atuação da ANSN será focada em requisitos de segurança, com pouca ou nenhuma atribuição de mercado, mas nada impede que o órgão se transforme em agência, segundo o diretor.
"Eventualmente nós vamos ter a possibilidade de tratar a autoridade como agência, dentro da perspectiva de revisão de estado. As organizações sempre evoluem, mas eu entendo que a autoridade vai ser criada com plenas condições operacionais e capacidade para desenvolver suas funções, sem problema”, avalia.
A expectativa de Gutterres é que a criação do órgão seja concluída até o final deste ano. Será um "momento histórico” para o setor, afirma. A área de Radioproteção e Segurança Nuclear da CNEN conta atualmente com cerca de 200 servidores, que devem ser remanejados à ANSN.
A direção da CNEN é responsável por fiscalizar e regular 2.103 instalações nas áreas médica, industrial, segurança, pesquisa, comércio, serviços e nuclear. Embora sejam em menor número, as instalações mais complexas como usinas e reatores demandam mais trabalho por parte das equipes de fiscalização.
ANSN vai fiscalizar mais de 2 mil instalações, hoje sob responsabilidade da CNEN
Uma parte da fiscalização que precisa de reforços, segundo o diretor, é o sistema de sanção.
Ricardo Gutterres aponta como ponto positivo o fortalecimento do poder de sanção da ANSN, especialmente financeira, mas defende que é preciso estrutura e pessoal para aplicação de multas.
"A partir do momento que você começa a multar, muitas vezes pesadamente, tem que ter capacidade de gestionar esse sistema”, diz.
Atualmente, a CNEN pode cassar ou suspender licenças, recolher fontes que impliquem em perigo, por exemplo, mas não tem autorização para multar instalações por descumprimento das regras.
Discussão se arrasta há 11 anos
A proposta não é novidade e está sendo discutida desde 2009. No final de 2011, o MCTI pediu novamente uma atualização da proposta e em 2013 o texto estava na Casa Civil do então governo de Dilma Rousseff, mas não avançou.A retomada das discussões foi feita em 2019, especialmente com a atuação do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
Antes de assumir o MME, Bento Albuquerque foi diretor-geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha, à frente do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) e do Programa Nuclear da Marinha (PNM).
O Brasil é signatário do Protocolo de Convenção de Segurança Nuclear há 26 anos, que previu uma separação funcional entre as atividades de promoção, fomento e desenvolvimento e a de segurança nuclear.
Em nota técnica, a equipe da CNEN explica que não havia necessidade de uma separação institucional, mas que o modelo de instituições diferentes para regulação e fiscalização passou a ser adotada por outros países.
Desde 1962, a CNEN se transformou em autarquia especial e teve como atribuição a responsabilidade de segurança nuclear voltada para o controle e fiscalização das atividades.
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- 28/09/2020 - Governo prepara MP para criação de novo órgão regulador do setor nuclearFonte: Agência epbr
O governo federal tem pronta uma minuta de medida provisória (MP) para criar a Autoridade Nacional de Segurança Nuclear (ANSN), novo órgão para fiscalizar atividades nucleares.O texto é uma resposta às exigências de órgãos de controles, como o Tribunal de Contas da União (TCU), e da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
O entendimento é que a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) atualmente fiscaliza suas próprias atividades. A comissão é, ao mesmo tempo, um órgão executor de projetos da política nuclear e fiscal do setor.
O Ministério de Minas e Energia (MME), comandado por Bento Albuquerque, está à frente da criação da ANSN. Almirante de Esquadra da reserva, o ministro e alguns de seus assessores diretos têm passagem pelo setor nuclear, dentro e fora da Marinha.
A criação do novo órgão ocorre em um momento em que o governo federal traça metas para o setor, envolvendo a conclusão das obras da Usina Nuclear de Angra 3, retomar atividades de mineração de urânio, implantar o Repositório Nacional de Rejeitos Radioativos e construir o Reator Multipropósito Brasileiro, por exemplo.
São planos para os próximos dez anos, segundo a pasta.
No longo prazo, a meta do MME é instalar um total de 10 GW de potência em novas usinas nucleares até 2050.
A proposta de MP vem da "necessidade imperiosa e urgente de segregar competências – hoje a cargo da CNEN – que não podem estar sob a alçada de um mesmo agente público (…) que, concomitantemente, desenvolve a política nacional de energia nuclear no Brasil, desenvolve pesquisas, e, também, é responsável por estabelecer normas, regular, licenciar e fiscalizar as suas atividades, além do uso da energia nuclear em todo o país”, afirma o MME.
O diagnóstico é feito pelo Chefe da Assessoria Especial de Gestão Estratégica do MME, Ney Zanella, em um dos documentos que fundamentam a medida provisória – obtidos pela epbr por meio da Lei de Acesso à Informação.
CNEN fica no MCTI, ANSN vai para o MME e Marinha mantém independência
O plano de criação da ANSN prevê uma cisão da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), que atualmente é responsável por todas as etapas do setor, como pesquisa, operação e fiscalização de projetos que usam tecnologia nuclear.Segundo a minuta da MP, a comissão será reestruturada e continuará responsável pelas áreas de ciência, tecnologia, inovação e pesquisa, subordinada ao Ministério de Ciência e Tecnologia (MCTI), de Marcos Pontes, tenente-coronel da reserva da Força Aérea Brasileira (FAB).
A vinculação da ANSN será definida em decreto, mas o MME afirmou à epbr que o novo órgão será supervisionado pela pasta.
As atribuições atuais da Agência Nacional de Mineração (ANM) em relação à mineração de urânio, bem como a regulamentação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) sobre as usinas termonucleares de Angra ficarão a cargo da ANSN.
A atuação da futura autoridade inclui ações não relacionadas diretamente com a geração de energia, como projetos de irradiação de alimentos e medicina nuclear.
Mais um ponto de contato dos militares com o setor. A Amazul (Amazônia Azul Tecnologias de Defesa), por exemplo, pretende criar centros de irradiação voltados para esterilização de alimentos, medicamentos, cosméticos, insumos para a área médica e outras indústrias.
Estatal da Marinha, a Amazul foi criada em 2013 para desenvolver tecnologias prioritárias do Programa Nuclear da Marinha (PNM) e do Programa Nuclear Brasileiro (PNB). O projeto de maior identificação com as forças armadas é o reator de propulsão nuclear.
Os principais projetos da Marinha na área nuclear não ficarão, contudo, sob a responsabilidade da nova autoridade nacional.
No ano passado, o governo enviou um projeto de lei ao Congresso Nacional que atribui à própria Marinha a fiscalização do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) e do PNM. A lei foi sancionada por Jair Bolsonaro (sem partido) em janeiro de 2020.
A decisão do novo órgão envolveu, especialmente, os ministérios de Minas e Energia, o MCTI e o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), do general da reserva Augusto Heleno, e que atualmente abriga o Comitê de Desenvolvimento do Programa Nuclear Brasileiro (CDPNB).
MME e Marinha buscam protagonismo
As atribuições da nova Autoridade Nacional de Segurança Nuclear são reflexo do protagonismo de Bento Albuquerque e do grupo oficiais da Marinha ligados ao setor desde o início do governo.O vice-almirante Zanella é presidente do conselho da Nuclep, estatal de caldeiraria pesada que atende a projetos nucleares da Marinha, e das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), responsável pelo enriquecimento e mineração de urânio – área em que Bento Albuquerque defende a entrada de capital privado, sob controle do governo.
O próprio ministro presidiu o conselho da Nuclep até 2019 e liderava o programa de desenvolvimento do submarino nuclear, o Prosub, no qual Zanella também atuou.
O governo Bolsonaro planeja privatizar a Nuclep. A estatal, diretamente vinculada à CNEN, foi incluída no Programa Nacional de Desestatização (PND) em abril deste ano.
"O mercado está ansioso para isso”
Para o presidente da ABDAN (Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares), Celso Cunha, a subordinação ao MME do órgão que também cuidará de outros usos nucleares, como irradiação de alimentos e medicina nuclear, não é um problema."Mais de 70% da atividade é Minas e Energia. O mercado está ansioso para isso, é um debate mais do que maduro e a criação de um ambiente regulatório independente dá credibilidade ao setor”, disse.
Cunha afirma que a fiscalização do setor nuclear é totalmente diferente dos demais, especialmente pelo controle que se deve ter sobre os minérios e combustíveis nucleares.
"Mineração de urânio não é só escavar um buraco, estamos falando de um componente que tem controle mundial, em que somos fiscalizados”.
Além das usinas nucleares de Angra 1 e 2, a ANSN ficará responsável, por exemplo, por fiscalizar o Reator Multipropósito Brasileiro, do IPEN (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares) e mais de duas mil instalações nas áreas de segurança, serviços, indústria e medicina.
Preocupação na Economia é com salários
O político epbr, serviço de informações exclusivas da epbr, antecipou na semana passada que a equipe econômica mantém ressalvas com a criação da ANSN.O problema identificado não é o mérito da proposta, mas a possibilidade de aumento de despesa a médio e longo prazos.
Mesmo com a justificativa de que não seriam necessários gastos para a criação do órgão, o receio é que a nova autoridade abra portas para uma pressão por recursos para fortalecimento do órgão e eventual transformação da autoridade em agência reguladora.
Com isso, seria necessário a equiparação de cargos e carreiras dos atuais funcionários com os servidores das agências, o que significaria mais custo para as contas públicas.
Segundo a minuta da MP, não há previsão de aumento de despesa com a criação da ANSN. A estratégia do governo é a reorganização de funções gratificadas e uso de cargos já existentes na CNEN.
A diretoria da nova autoridade funcionará de forma semelhante às agências reguladoras, com indicação pelo ministério supervisor e nomeação pela Presidência da República.
A MP não detalha a estrutura regimental e os cargos da nova autarquia, que serão definidos também por decreto.
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- 28/09/2020 - Urânio no CE: projeto Santa Quitéria é retomado com US$ 400 mi de investimento e deve atender agroIndústrias Nucleares do Brasil e a Galvani retomaram parceria para exploração de mina em Santa Quitéria. Apoio do governo cearense deve ser oficializado hoje
Indústrias Nucleares do Brasil e a Galvani retomaram parceria para exploração de mina em Santa Quitéria. Apoio do governo cearense deve ser oficializado hoje
Fonte: Diário do NordesteO projeto de exploração de urânio no Ceará deve ganhar um novo impulso nos próximos meses, quando o consórcio Santa Quitéria, formado pelas Indústrias Nucleares do Brasil (INB) e a indústria de fertilizantes Galvani, deve enviar o primeiro grupo de biólogos e zootecnistas para iniciar novos estudos na mina de Itataia.
O projeto foi remodelado e visa explorar a maior reserva de urânio associado ao fosfato do planeta, com previsão de investimentos de US$ 400 milhões, tornando o Brasil autossuficiente no concentrado de urânio (ou yellow cake) – insumo base para geração de energia nuclear – e elevando o País à categoria de exportador do produto.
Na fase de estudos ambientais, o projeto promete ser mais "amigável” e prevê operação plena dentro de seis anos. Com o início dos estudos ambientais no último trimestre de 2020, o próximo ano tem como meta a conclusão de todo o projeto base e a estrutura financeira e societária, na qual a Galvani pretende captar stakeholders – mas mantendo o controle societário do consórcio.
Entre 2022 e 2023, a previsão é de que as duas plantas de operação estejam em construção, quando atingir o pico de 1,5 mil operários no canteiro. Se não houver atrasos, em 2024, a exploração deverá ser iniciada. Atingindo a plenitude dois anos depois. Ao todo, a perspectiva é de 2,5 mil empregos gerados na fase de operação, dos quais 500 serão diretos.
"Santa Quitéria mais Catité (mina da Bahia já em operação) insere o Brasil entre os grandes produtores mundiais. E a meta é de ser exportador com urânio enriquecido”, projeta o presidente do Indústrias Nucleares do Brasil (INB), o cearense Carlos Freire Moreira.
No entanto, o caminho até lá ainda é longo e começa pelo reinício do projeto Santa Quitéria, cujo potencial somado à mina de Catité deve atender a demanda das usinas de Angra 1, 2 e 3, e mais um complexo dessa mesma amplitude, segundo ele.
Ciente deste potencial, o governo cearense deve assinar um acordo de apoio com a Galvani e a INB ainda nesta segunda-feira (28). Os termos, segundo a assessoria de imprensa da empresa, devem ser anunciados pelo próprio governador Camilo Santana. A expectativa é de que o Estado apoie o projeto, considerado um dos mais robustos planejados para o Ceará desde a instalação da Companhia Siderúrgica do Pecém.
Cadeia produtiva
A exploração do urânio e fosfato em Itataia demanda duas plantas industriais, segundo explica o presidente da Galvani, Ricardo Neves de Oliveira. A primeira para dissociação dos minerais e preparação do fosfato, e a segunda para a produção de yellow cake, ambas construídas nos arredores da mina, em território cearense.
Os processos resultarão em cerca de 50 mil carretas saindo e entrando de Santa Quitéria na operação, que devem aquecer a região de diversas maneiras e, sobretudo, fortalecer modais importantes do Estado. Além das rodovias, os portos do Pecém e do Mucuripe devem ser utilizados.
No Pecém, a meta da INB é que o concentrado de urânio embarque em contêineres e navios específicos para o exterior, onde será enriquecido, e volta direto para o Rio de Janeiro, onde é usado como combustível nas usinas nucleares.
"O Pecém já dispõe de uma área que se adequa perfeitamente para esses contêineres especiais. O embarque desse material é feito de forma expressa, direto da carreta para os navios. Isso acontece no Rio de Janeiro, em Salvador e já existe um protocolo bem definido em relação a isso”, destaca o presidente da INB, acrescentando que o porto cearense ainda é mais adequado ao envio para o exterior.
Já o Mucuripe será porta de entrada de insumos e de saída dos derivados do fosfato. O mineral tem tanta importância quanto o urânio no Projeto Santa Quitéria e é o foco dos trabalhos da Galvani, que mira um setor em plena expansão no Brasil: o agronegócio.
Agro beneficiado
Líder no mercado de fertilizante fosfatado na região do Matopiba (área de cultivo de grãos formada pelas divisas entre Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia), a Galvani concentra os interesses dela em Santa Quitéria neste setor. "Nós vamos produzir da ordem de 500 mil toneladas – 50% do fosfatado de toda a região Nordeste – e vamos ser um player bastante forte”, ressalta o presidente da empresa.
A meta é atender os mercados do Nordeste e do Norte, além de atender outra demanda do agro: a produção de rações animais a base de fosfatado bicálcico. Neste segmento, a expectativa é de 250 mil toneladas. "E quando estivermos entre 2024 e 2025, vamos ser 20% do mercado brasileiro em relação à ração animal”, destaca Oliveira.
A proximidade com as salinas do Rio Grande do Norte também é mencionada pelo executivo como vantagem para que o Ceará se torne um centro de produção de ração animal no Nordeste, vide que o sal é o outro principal componente dos produtos.
"A região Norte vai ser bastante beneficiada, com nossa entrada pelo Matopiba, e calha norte. E ainda vamos trabalhar forte com Pará e região leste de Mato Grosso”, acrescenta sobre os planos para a produção de ração animal e fertilizantes à base de fosfato que o Ceará deve oferecer com o projeto Santa Quitéria.
Inclusão no PPI
Nesta retomada do Consórcio Santa Quitéria, uma nova vantagem: a inclusão do projeto no Programa de Parceria de Investimento (PPI) do Governo Federal. Ao entrar para o Pró-Brasil, Itataia ganha status de "projeto de Estado em termos de relevância, importância e prioridade”, segundo o presidente da INB.
A ascensão aconteceu após reuniões com ministros. Primeiro com Bento Albuquerque (Minas e Energia), em maio no Rio de Janeiro. Em seguida, em julho, ele levou os estudos de impacto econômico à Brasília para outros ministérios. O investimento previsto, as projeções para o agronegócio e geração de energia e a parceria já fechada com um agente privado fizeram o Governo Federal, segundo diz o presidente da INB, destacar o projeto de Itataia como um dos que devem colaborar no processo de retomada econômica do Brasil no pós-pandemia.
Moreira explica ainda que a inclusão na carteira do PPI deve agilizar processos dentro do próprio Governo Federal, dando mais celeridade ao andamento do projeto, uma vez que a captação de parceiro privado já foi feita.
Licenciamento
A Galvani, inclusive, demonstra mais interesse em Santa Quitéria após a retomada do controle da companhia no Nordeste pelos proprietários no fim do ano passado, quando a joint venture com a norueguesa Yara teve fim. Com isso, o projeto de Itataia voltou para a prancheta. Segundo revela o presidente da empresa brasileira, as mudanças no modelo que vinha sendo pensado para o Ceará envolvem menos água e a exclusão da barragem de rejeitos.
"Temos algumas características que o distingue em nível global. O processo de calcinação, onde se separa o fosfato de outros minerais é de grande porte e sem barragens de rejeitos. Todo o material separado vai ser empilhado”, adianta Oliveira, que classifica o projeto como "bastante amigável” e "competitivo”.
A próxima etapa do planejamento é o licenciamento ambiental. Por isso, biólogos devem chegar ao Ceará no último trimestre do ano para conferir as características da área local e prever o impacto sobre os animais e as plantas da região ao longo dos períodos de seca e chuvosos. Eles vão preparar o Estudo de Impacto Ambiental/Relatório e Impacto Ambiental (EIA-Rima), que deve ser submetido ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama).
"Vamos também começar a fazer contatos com pessoal de universidades para mostrar o lado positivo do projeto, mostrar a nova linha – que é tecnologia bastante única de separação de fosfato por calcinação. Só existe um no mundo e nós vamos ser o segundo”, destaca o presidente da Galvani.
Indagado se o tráfego de cargas de yellow cake pela região necessitaria de mais licenças pelos órgãos de meio ambiente, o presidente da INB afirma que não, lembrando que o mesmo trabalho já é feito na mina de Catité, na Bahia, onde o pó extraído é levado por carretas até o terminal portuário de Salvador.
"Nossa postura é procurar atender de forma expressa todas as demandas que são aportadas pelo Ibama e vem funcionando”, assegurou.
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- 26/09/2020 - Pesquisadora do IPEN esclarece sobre aplicações de nêutrons em análises clínicasO vídeo pode ser acessado no Canal Mulheres na Ciência, no Youtube
O vídeo pode ser acessado no Canal Mulheres na Ciência, no Youtube
A física Cibele Bugno Zamboni, do Centro do Reator de Pesquisa (CERPQ) do IPEN, esclarece sobre aplicações da Física Nuclear na área da Saúde, destacando a realização de análises clínicas utilizando nêutrons.
O vídeo pode ser acessado no canal Mulheres na Ciência, criado em setembro de 2019 pela profa. Débora Peres Menezes e suas alunas Beatriz Nattrodt D´Avila e Gabriela Gauce, do Departamento de Física da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Link para o vídeo -
- 25/09/2020 - “A pele de Tilápia” é o grande vencedor do Prêmio Euro e leva € 500 milSindusfarma - Fonte: EurofarmaCom um total de 1.655 projetos inscritos no Brasil e mais de 15 mil médicos participando por meio da votação, a Eurofarma anuncia o grande vencedor do Prêmio Euro Inovação na Saúde - o médico do Ceará, Edmar Maciel, com o projeto "A Pele de Tilápia: Um Novo Biomaterial para Tratamento de Queimaduras, Feridas, Cirurgias Ginecológicas e Medicina Regenerativa”. O anúncio foi realizado na noite de 24 de setembro, em um evento virtual que contou com a presença de diversos convidados. O médico estuda o uso da pele de tilápia no tratamento de queimaduras desde 2014, e vem ampliando os estudos em diversas outras especialidades médico-cirúrgicas. O projeto tem mostrado a versatilidade da pele de tilápia como um novo biomaterial, com múltiplas aplicações."Estou muito feliz com essa conquista. O Brasil nunca teve pele de animal para tratar queimados e feridos e os produtos que estamos estudando e desenvolvendo são exportados por nosso país, com um elevado custo, não chegando, na maioria das vezes, na população mais carente. Estamos finalizando o processo de negociação para que uma empresa possa registrar o produto na ANVISA, produzir e comercializar em larga escala e, inclusive, ser utilizado no mercado internacional”, diz o médico."Em um ano atípico como este, por conta da pandemia do coronavírus, queremos reforçar as coisas boas que estão acontecendo. A Eurofarma tem em seu DNA o apoio constante à inovação e a projetos que trazem benefícios concretos para a qualidade de vida da sociedade brasileira. Estamos bastante orgulhosos de ter viabilizado este prêmio e reforçado nosso compromisso ao estimular a comunidade médica a criar mais projetos que venham a melhorar o atendimento ao paciente e o cuidado com a vida”, diz Roberta Junqueira, diretora Comercial da Eurofarma, patrocinadora exclusiva do Prêmio Euro.O evento de premiação foi marcado por grandes momentos, com vídeos que mostravam como às 11 iniciativas finalistas fizeram a diferença. Durante 1h30, apresentações artísticas representando os continentes faziam uma analogia de que, para a medicina e para inovação, não existem fronteiras. A noite foi finalizada com um show especial.O Prêmio Euro Inovação na Saúde tem o objetivo de reconhecer e oferecer incentivo na busca por soluções em produtos, serviços e ações inovadoras que tenham um forte impacto social no país. O médico Edmar Maciel receberá o valor correspondente em reais a € 500.000,00 (quinhentos mil euros). As outras 10 iniciativas finalistas receberão, cada uma, o valor correspondente em reais a € 50.000,00 (cinquenta mil euros), totalizando €1.000.000,00 (um milhão de euros).Sobre o Grupo EurofarmaPrimeira multinacional farmacêutica de capital 100% brasileiro, o Grupo Eurofarma, desde sua fundação em 1972, atua no setor de saúde produzindo e comercializando produtos e serviços inovadores para melhorar a qualidade vida das pessoas. Com foco na geração de valor compartilhado, atua nas áreas de Prescrição Médica, Isentos de Prescrição, Genéricos, Hospitalar, Oncologia e Veterinária. Somente no Brasil, oferece 313 produtos, 649 apresentações, atende 25 especialidades médicas e cobre 89 classes terapêuticas, que representam 81% das prescrições no mercado de marcas.O Grupo Eurofarma possui operação própria em 20 países, com parque fabril no Brasil e plantas em outros 6 países da América Latina. Em 2019, gerou vendas de R$ 5,6 bilhões e emprega mais de 7 mil colaboradores.EUROFARMA NAS MÍDIAS DIGITAISFacebook:@eurofarma| LinkedIn:@eurofarmaInstagram:@eurofarmalab| Twitter:@eurofarmaLab -
- 25/09/2020 - Mineração biotechUso de bactérias para tratar minérios em jazida de ouro em Mato Grosso pode reduzir risco ambiental e custos de operação
Uso de bactérias para tratar minérios em jazida de ouro em Mato Grosso pode reduzir risco ambiental e custos de operação
Fonte: Revista FAPESP
A mina de ouro Zé do Vermelho, em atividade desde 2015 em Paranaíta, no norte de Mato Grosso, programa instalar até abril de 2021 um sistema de bio-oxidação que utiliza microrganismos no processo de tratamento do material extraído da jazida. O investimento no conjunto de reatores bioquímicos com capacidade de processar 60 toneladas de material mineral por dia é estimado em R$ 3 milhões. "O biotratamento permitirá uma economia significativa de insumos químicos e resultará numa mitigação enorme do risco ambiental”, prevê o empresário André Vienna, gestor da Tório Mineração, a controladora da unidade matogrossense. A mina produz 120 quilos (kg) de ouro por ano e tem reserva medida em cerca de 8,2 toneladas (290 mil onças).A separação do ouro do material mineral extraído de uma jazida é realizada primeiro por peneiramento e, depois, por moagem por meio de métodos gravimétricos, utilizando centrífugas ou mesas vibratórias. Muitas vezes, porém, o ouro está envolto por enxofre, sulfetos e outras impurezas. É o chamado ouro refratário. A extração então exige um processo de lixiviação, isto é, a dissolução das impurezas em solução química.
A bio-oxidação é realizada com a incorporação de uma etapa prévia à lixiviação. O processo é simples. "As bactérias dispostas em reatores, grandes tanques de aço revestidos de polipropileno, alimentam-se do enxofre contido no minério. Seu metabolismo produz ácido sulfúrico. As impurezas são separadas e dissolvidas na solução corrosiva”, explica Rafael Vicente de Pádua Ferreira, cofundador da Itatijuca Biotech. A startup é a responsável pelo desenvolvimento do sistema, feito com tecnologia nacional, que será implementado na mina Zé do Vermelho. As bactérias utilizadas, inofensivas aos seres humanos, são das espécies Acidithiobacillus ferrooxidans e Acidithiobacillus thiooxidans. A Itatijuca é residente na Incubadora de Empresas de Base Tecnológica do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) e da Universidade de São Paulo (USP), gerida pelo Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia da Universidade de São Paulo (Cietec).
"A Tório será a primeira mineradora a adotar um sistema de biotratamento desenvolvido no país”, salienta a química especialista em biotecnologia Denise Bevilaqua, atual coordenadora do grupo de pesquisa Bioprocessos Aplicados à Mineração e ao Meio Ambiente do Instituto de Química na Universidade Estadual Paulista (IQ-Unesp), em Araraquara, no interior paulista. Segundo ela, embora os processos de biotratamento mineral sejam consolidados e conhecidos em nível acadêmico e na mineração mundial, é preciso estabelecer uma rota biotecnológica específica para cada corpo mineral conforme a composição de seus minérios e condições ambientais. Outro desafio é escolher a cepa de microrganismos mais adequada. "Não há receita de bolo. Cada operação mineral exige o estabelecimento de um processo biotecnológico próprio”, frisa.
Após o biotratamento, diz Vienna, a lixiviação demanda uma menor quantidade de material químico. Segundo ele, testes em escala-piloto realizados pela Itatijuca indicam um potencial de redução em 70% na utilização de ácido e cianeto e uma diminuição de 50% no tempo de lixiviação. O custo total da lixiviação deverá ser reduzido em 35%. Ele prefere não divulgar a comparação em números absolutos, uma vez que o volume de material químico utilizado e o tempo de lixiviação são determinados pelas características do lote de material a ser tratado e depende de muitas variáveis.
A menor utilização de produtos químicos no processo e a total eliminação do enxofre consumido das bactérias resultam em menor quantidade de rejeitos líquidos ácidos na lixiviação, que precisam ser drenados e tratados. Reduzem também o risco de liberação dos resíduos químicos no lençol freático, em caso de acidentes ou de incidência extraordinária de chuvas. Os resíduos sólidos também carregam quantidade menor de químicos e impurezas minerais, permitindo uma disposição final mais segura. "O risco ambiental da lixiviação é mais fácil de ser controlado”, explica Ferreira. "Quando sistemas como esse são instalados antes do início da atividade mineral, o licenciamento ambiental, em tese, corre mais rápido.”
Outra vantagem do pré-tratamento com a bio-oxidação é um melhor aproveitamento do minério refratário. "Muitas vezes os reagentes químicos na lixiviação tradicional não conseguem liberar o ouro encoberto pelas impurezas e todo o material acaba classificado como resíduo”, descreve Ferreira. "Durante os testes em escala-piloto triplicamos a eficiência na recuperação do ouro do material refratário”, afirma.
Despertar brasileiro
Quando implementar o processo de bio-oxidação, a Tório se tornará a única mineradora brasileira a utilizar métodos biotecnológicos em seu processo produtivo. A bio-hidrometalurgia, o conjunto de técnicas que utiliza rotas com microrganismos para retirar impurezas que envolvem minérios, é conhecida desde os anos 1960. Sua aplicação ocorreu pela primeira vez em uma mina de ouro na África do Sul, a Fairview, em 1986. Hoje, o biotratamento é bastante usual em extração de cobre, ouro, níquel, ferro, urânio e outros metais em minas em diversos países.
A pesquisa brasileira esteve entre as pioneiras da bio-hidrometalurgia. Uma equipe coordenada pelo biólogo Oswaldo Garcia Júnior implementou no início dos anos 1980 uma planta-piloto inédita no mundo para o biotratamento de urânio, desenvolvida para a Empresas Nucleares Brasileiras (Nuclebrás), estatal responsável por projetos de energia nuclear. O processo foi bem-sucedido, mas acabou desativado quando a empresa foi extinta em 1989. Em 1986, Garcia criou um núcleo de bio-hidrometalurgia no IQ-Unesp, onde se formou Maurício César Palmieri, cofundador da Itatijuca Biotech.
Além das iniciativas experimentais, como a implementada pela companhia Vale no biotratamento de cobre na Mina do Sossego, no Pará (ver Pesquisa FAPESP nº 200), e a realização de projetos com vários minérios pelo Centro de Tecnologia Mineral (Cetem), unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), a única aplicação em escala industrial de bio-hidrometalurgia em uma mineradora no Brasil foi realizada pela São Bento Mineração. A operação de extração de ouro ocorreu em Santa Bárbara, em Minas Gerais, com tecnologia utilizada fornecida por sua controladora, a anglo-australiana BHP Billiton. A mineradora, no entanto, fechou as portas, por conta do declínio da atividade de produção do ouro, interrompendo o projeto.
A experiência da Tório, conforme Denise Bevilaqua, do IQ-Unesp, pode representar o despertar da mineração brasileira para a bio-hidrometalurgia. "A mineração é uma atividade muito tradicionalista. Ninguém quer ser o primeiro a incorporar uma inovação, mas, quando alguém adota e é bem-sucedido, todos querem fazer igual”, observa.
O engenheiro de minas brasileiro Carlos Hoffmann Sampaio, um dos maiores especialistas no assunto e professor do Departamento de Engenharia Mineral e Industrial da Universidade Politécnica da Catalunha (Espanha), explica que a maior dificuldade da bio-hidrometalurgia é a baixa velocidade que as bactérias agem. "Por isso, ela é normalmente usada para minas pequenas.” Apesar disso, ele defende que o uso do método possui um potencial de expansão expressivo, principalmente na mineração de minérios valorizados, como o ouro – em julho, sua cotação internacional está em torno de US$ 58 (cerca de R$ 315) o grama. Uma cotação nesse patamar, avalia Sampaio, estimula a exploração, inclusive em reservas minerais com baixos teores de ouro.
Numa jazida hipotética, exemplifica Sampaio, em cada mil quilos de minério se extrai por volta de 5 gramas de ouro liberado, não coberto por sulfetos, que podem ser obtidos apenas com a lixiviação tradicional, com cianeto. No mesmo material, há também outros 15 gramas de ouro refratário, aquele recoberto por sulfetos. Nesse caso, utilizar o biotratamento antes da lixiviação com cianeto resulta em um total de 20 gramas de ouro para cada mil quilos de minério. "Trata-se de um ganho que não se pode desprezar”, afirma o especialista.
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- 25/09/2020 - Na pele da tilápiaMaterial biológico já conhecido para o tratamento de queimaduras começa a ser usado em cirurgias ginecológicas
Material biológico já conhecido para o tratamento de queimaduras começa a ser usado em cirurgias ginecológicas
Fonte: Revista FAPESP
O Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher da Universidade Estadual de Campinas (Caism-Unicamp) foi palco de um procedimento experimental inédito no fim de abril. Pela primeira vez, cirurgiões usaram pele de tilápia-do-nilo (Oreochromis nicoticus) na reconstrução do canal vaginal de uma paciente transexual que havia se submetido, anos atrás, a uma malsucedida cirurgia de redesignação sexual, passando de homem a mulher. O procedimento é fruto de uma extensa pesquisa sobre o uso da pele de tilápia para finalidades médicas iniciada há quatro anos no Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos da Universidade Federal do Ceará (NPDM-UFC), em parceria com o Instituto de Apoio ao Queimado (IAQ), de Fortaleza.A paciente trans, cuja identidade foi preservada, procurou a equipe do cirurgião Leonardo Bezerra, do Departamento de Saúde Materno-Infantil da UFC, após saber dos bons resultados do uso de pele do peixe na reconstrução vaginal – técnica conhecida como neovagina – de 10 mulheres portadoras de um raro distúrbio congênito, a síndrome de Mayer-Rokitansky-Kuster-Hauser, que as faz nascer sem o canal vaginal ou com ele pouco desenvolvido. A mesma equipe já havia operado com êxito uma mulher que teve de reconstruir a vagina por causa de sequelas de um câncer ginecológico.
"A opção que a paciente trans tinha era fazer um autoenxerto com segmento de intestino, uma cirurgia extremamente agressiva, demorada e com complicações a longo prazo”, diz Bezerra. "O uso da pele de tilápia permite uma operação mais simples, rápida e menos invasiva. O epitélio da pele de tilápia funciona como arcabouço e suporte para o desenvolvimento do epitélio vaginal, com elasticidade, dimensão e funcionalidade adequadas.”
Tanto na cirurgia feita na Unicamp quanto nas realizadas no Ceará, nas mulheres com a síndrome de Rokitansky, as pacientes ficam cerca de uma semana com um molde acrílico envolto na pele de tilápia dentro do canal vaginal. Depois a prótese é retirada e a pele do peixe deixada no local. "O colágeno (da pele da tilápia) vai sendo destruído, as moléculas são ‘quebradas’ e a pele do animal é incorporada ao tecido. Isso faz com que células presentes no canal vaginal se diferenciem em outras, formando o epitélio vaginal”, explica o médico Manoel Odorico de Moraes, coordenador do NPDM e professor da Faculdade de Medicina da UFC. Não há necessidade de medicar os pacientes com drogas imunossupressoras, pois o material biológico não é colocado dentro da cavidade abdominal, mas na vagina, que é uma extensão da pele humana. "Até hoje não houve nenhum caso de rejeição”, diz Moraes.
A equipe cearense tem sido bastante procurada por pacientes transexuais que fizeram cirurgia de redesignação sexual de homem para mulher, com resultados insatisfatórios, pela técnica clássica, na qual se usa a pele do próprio pênis para a construção da neovagina. "Ocorre que, antes da cirurgia, elas fazem um tratamento hormonal para que o corpo adquira características femininas, o que reduz o tamanho do pênis. Com isso, sobra pouca pele de pênis e a vagina fica pouco funcional”, conta Leonardo Bezerra, da Faculdade de Medicina da UFC.
Rede de pesquisa
Moraes lidera desde 2015 a pesquisa com pele de tilápia, ao lado do cirurgião plástico Edmar Maciel, presidente do IAQ. O estudo teve início quando eles abraçaram uma ideia original do cirurgião plástico Marcelo Borges, professor da Faculdade de Medicina de Olinda (PE). Após ler uma reportagem sobre artesanato feito com pele de tilápia, Borges imaginou que poderia usar o material para tratar queimados por ser muito rico em colágeno e se tratar de um item barato – em geral, é descartado pela indústria pesqueira. O uso de curativos biológicos para tratar feridas e queimaduras não é novidade no mundo. Além da própria pele humana, disponibilizada por bancos de pele, usa-se pele de porco, entre outros materiais.
Hoje, a linha de pesquisa com a pele de tilápia tem a participação de 189 colaboradores distribuídos em sete estados e outros seis países – Estados Unidos, Alemanha, Holanda, Colômbia, Guatemala e México. "Todos eles são coordenados por nosso grupo”, afirma Maciel. O material biológico é objeto de 43 projetos de pesquisa conduzidos dentro e fora do Brasil.
Além do bem-sucedido tratamento de queimados e da reconstrução de vagina, estão sendo estudados outros usos do material em procedimentos odontológicos e veterinários. "Até agora depositamos cinco pedidos de patente no Brasil e no exterior”, diz Maciel. Entre os produtos em teste, destacam-se scaffolds (suportes estruturais), biomaterial projetado para ser empregado na produção de válvulas cardíacas e telas para reparos de tendões e hérnias abdominais. "Só para scaffolds, há mais de uma dúzia de possíveis empregos diferentes”, informa o cirurgião plástico.
O material biológico utilizado pelos pesquisadores é fornecido pelo banco de peles de tilápia da UFC, construído pela empresa Biotec Solução Ambiental com patrocínio da Enel, distribuidora de energia elétrica no Ceará. Pioneiro no Brasil, o banco atualmente é mantido com apoio do Centro Universitário Christus (Unichristus), instituição privada de ensino superior de Fortaleza. As peles, provenientes de peixes criados em tanques de água doce, são doadas pela empresa de pescados Bomar, de Itarema, no litoral cearense.
Antes da aplicação nos pacientes, o material passa por um rigoroso processo de limpeza, descontaminação e esterilização nos laboratórios da UFC (ver infográfico). No Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em São Paulo, as peles são submetidas a radioesterilização em um irradiador industrial multipropósito, construído pelo Ipen com auxílio da FAPESP. A lavagem e a esterilização retiram qualquer resquício de odor do material, embora mantenha o desenho característico da pele do peixe. Antes da liberação para uso clínico, as peles passam por testes de qualidade microbiológicos, histológicos e de toxicidade celular.
Cicatrização mais rápida
De acordo com Odorico Moraes, entre os 300 pacientes tratados para queimadura até hoje, 30 deles crianças, não houve nenhum caso de infecção. O Ministério da Saúde está estudando a inclusão da pele de tilápia no tratamento de queimados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em geral, a terapia para queimaduras é feita com sulfadiazina de prata, uma pomada antimicrobiana e cicatrizante, sendo que os curativos usados exigem troca diária. Os feitos com pele de tilápia podem ser substituídos em intervalos de tempo maiores, poupando o incômodo para o paciente, material e mão de obra hospitalar. Os médicos e pesquisadores relatam redução de custos, diminuição no tempo de cicatrização e de dor com o curativo biológico.
O possível efeito analgésico interessou a um grupo de doutorandos de periodontia da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo (FOB-USP). Eles desenvolvem um estudo-piloto para o uso do curativo biológico em procedimentos cirúrgicos periodontais, que envolvem os tecidos de proteção e suporte dos dentes, como gengiva e osso. "Estamos bem animados e a expectativa é alta com relação à possibilidade de tirar a dor do paciente”, declara Gustavo Manfredi, doutorando da FOB.
Uma aplicação inusitada ocorreu no exterior. Após tomar conhecimento da pesquisa no Brasil, a veterinária Jamie Peyton, da Universidade da Califórnia em Davis, nos Estados Unidos, usou a pele de tilápia para tratar de dois ursos e um leão-da-montanha feridos em incêndios florestais na Califórnia. Segundo informações da universidade, os ursos começaram a andar logo após a aplicação do curativo biológico nas patas feridas, sugerindo um efeito imediato na melhora da dor. Um dos ursos acabou comendo a nova pele, mas a rápida recuperação surpreendeu os veterinários americanos.
Outro experimento envolvendo a pele de tilápia deverá ocorrer com o envio de amostras ao espaço em um foguete, em junho deste ano. A ideia partiu do Clube de Astronomia Louis Cruls, de Campos dos Goytacazes, no norte fluminense, participante do projeto Cubos no Espaço, que tem parceria da Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos. "Vamos analisar se a estrutura molecular e as proteínas da pele de tilápia, em especial o colágeno tipo 1, sofrerão alterações após ficar na estratosfera, sob baixa pressão e intensa radiação”, conta o médico Edmar Maciel, do IAQ.
Com relação à cirurgia realizada na paciente transexual em Campinas, que passava bem em meados de maio, a expectativa é verificar se a pele da tilápia vai mesmo se transformar em epitélio vaginal. "Não se sabe se a transformação desse tecido vai ocorrer do mesmo modo como nas mulheres com síndrome de Rokitansky”, diz o ginecologista da Unicamp Luiz Gustavo Oliveira Brito, que participou da operação.
"A cirurgia não é nova, mas o material é diferente”, ressalta. Em outros lugares, afirma, usa-se membrana amniótica (da placenta) ou material sintético, feito de látex. Ele acredita, no entanto, que, se houver uma empresa interessada, a pele de tilápia poderá ser uma boa alternativa. "Tudo depende da viabilidade do produto.” Brito, Bezerra e equipe trabalham em um artigo científico relatando o caso, que será submetido para publicação no segundo semestre.
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- 24/09/2020 - Projeto Pele de Tilápia é o grande vencedor do Prêmio Euro Inovação em SaúdeFonte: Jornal do MédicoNa noite de hoje (24), o projeto Pele de Tilápia que tem como responsável pela pesquisa renomado médico cearense Dr. Edmar Maciel Lima Júnior, foi o grande vencedor dentre os 1.655 projetos inscritos do Prêmio Euro Inovação na Saúde patrocinado exclusivamente pela EUROFARMA.
O Prêmio Euro é voltado para médicos(as) que estejam atuantes e devidamente registrados(as) em seus conselhos regionais de medicina, que tem como principal objetivo reconhecer e incentivar a comunidade médica do Brasil na busca por soluções que possam inovar produtos, serviços e ações resultantes na qualidade de vida e no bem-estar dos brasileiros.
O projeto vencedor do Prêmio Euro Inovação na Saúde, Pele de Tilápia, destinada a tratar principalmente da área de queimados. Atualmente, o projeto existe em mais de 5 estados do Brasil, e mais de 5 países que tem um total de 227 pesquisadores envolvidos. Essa pesquisa já ganhou 14 premiações no Brasil e no exterior e seus artigos já foram publicadas em revistas nacionais e internacionais.
Apoiado e incentivado pelo Jornal do Médico e outras instituições, a iniciativa do Dr. Edmar Maciel representa uma grande vitória da medicina cearense que conquistou o reconhecimento da maioria dos médicos e médicas do Brasil que votaram na finalíssima do Prêmio Euro.
Parabéns Dr. Edmar Maciel, parabéns medicina cearense, parabéns pesquisadores e viva a ciência!
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- 24/09/2020 - “A Pele de Tilápia” é o grande vencedor do Prêmio Euro e leva € 500 MILFonte: Olhar DigitalPor Patrícia Moreira
Com um total de 1.655 projetos inscritos no Brasil e mais de 15 mil médicos participando por meio da votação, a Eurofarma anuncia o grande vencedor do Prêmio Euro Inovação na Saúde – o médico do Ceará, Edmar Maciel, com o projeto "A Pele de Tilápia: Um Novo Biomaterial para Tratamento de Queimaduras, Feridas, Cirurgias Ginecológicas e Medicina Regenerativa”. O anúncio foi realizado na noite de 24 de setembro, em um evento virtual que contou com a presença de diversos convidados. O médico estuda o uso da pele de tilápia no tratamento de queimaduras desde 2014, e vem ampliando os estudos em diversas outras especialidades médico-cirúrgicas. O projeto tem mostrado a versatilidade da pele de tilápia como um novo biomaterial, com múltiplas aplicações.
"Estou muito feliz com essa conquista. O Brasil nunca teve pele de animal para tratar queimados e feridos e os produtos que estamos estudando e desenvolvendo são exportados por nosso país, com um elevado custo, não chegando, na maioria das vezes, na população mais carente. Estamos finalizando o processo de negociação para que uma empresa possa registrar o produto na ANVISA, produzir e comercializar em larga escala e, inclusive, ser utilizado no mercado internacional”, diz o médico.
"Em um ano atípico como este, por conta da pandemia do coronavírus, queremos reforçar as coisas boas que estão acontecendo. A Eurofarma tem em seu DNA o apoio constante à inovação e a projetos que trazem benefícios concretos para a qualidade de vida da sociedade brasileira. Estamos bastante orgulhosos de ter viabilizado este prêmio e reforçado nosso compromisso ao estimular a comunidade médica a criar mais projetos que venham a melhorar o atendimento ao paciente e o cuidado com a vida”, diz Roberta Junqueira, diretora Comercial da Eurofarma, patrocinadora exclusiva do Prêmio Euro.
O evento de premiação foi marcado por grandes momentos, com vídeos que mostravam como às 11 iniciativas finalistas fizeram a diferença. Durante 1h30, apresentações artísticas representando os continentes faziam uma analogia de que, para a medicina e para inovação, não existem fronteiras. A noite foi finalizada com um show especial.
O Prêmio Euro Inovação na Saúde tem o objetivo de reconhecer e oferecer incentivo na busca por soluções em produtos, serviços e ações inovadoras que tenham um forte impacto social no país. O médico Edmar Maciel receberá o valor correspondente em reais a € 500.000,00 (quinhentos mil euros). As outras 10 iniciativas finalistas receberão, cada uma, o valor correspondente em reais a € 50.000,00 (cinquenta mil euros), totalizando €1.000.000,00 (um milhão de euros).
Sobre o Grupo Eurofarma
Primeira multinacional farmacêutica de capital 100% brasileiro, o Grupo Eurofarma, desde sua fundação em 1972, atua no setor de saúde produzindo e comercializando produtos e serviços inovadores para melhorar a qualidade vida das pessoas. Com foco na geração de valor compartilhado, atua nas áreas de Prescrição Médica, Isentos de Prescrição, Genéricos, Hospitalar, Oncologia e Veterinária. Somente no Brasil, oferece 313 produtos, 649 apresentações, atende 25 especialidades médicas e cobre 89 classes terapêuticas, que representam 81% das prescrições no mercado de marcas.
O Grupo Eurofarma possui operação própria em 20 países, com parque fabril no Brasil e plantas em outros 6 países da América Latina. Em 2019, gerou vendas de R$ 5,6 bilhões e emprega mais de 7 mil colaboradores.
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- 23/09/2020 - Como a indústria nuclear se protege das ameaças cibernéticasFonte: DefesaNetHouve um ataque cibernético à usina nuclear de Kudankulam em Tamil Nadu, na Índia, em setembro de 2019. A rede corporativa da usina nuclear foi violada no ataque, mas isso não causou nenhum dano à segurança operacional da central.
Os funcionários da usina declararam que Kudankulam e outras usinas nucleares indianas "são independentes e não estão conectadas a nenhuma rede cibernética externa nem à internet. Qualquer ataque cibernético ao Sistema de Controle da Usina Nuclear não é possível”.
Isso, entretanto, é uma meia verdade. Um ataque cibernético não pode, realmente, ser realizado eletronicamente de fora da usina, mas humanos podem superar isso fisicamente, transportando vírus de computador manualmente em um pen drive, tablet ou laptop; ou usar atualizações de software exigidas pelo fornecedor que estão infectadas; ou ainda permitir a funcionários de empreas contratadas trabalharem em sistemas pelos quais eles têm acesso à rede isolada interna da usina.
Portanto, a complacência é a maior ameaça, como manifestado na declaração oficial acima. É claro, você sempre pode acionar manualmente o desligamento automático do reator (SCRAM), que não pode ser superado por nenhum ataque cibernético ou vírus de computador.
Isolar fisicamente um computador ou rede da Internet é chamado de air gap. Uma air gapé o conceito de isolar fisicamente computadores ou redes críticas de redes não seguras (como a internet pública).
Em teoria, os dispositivos de ambos os lados dessa lacuna não conseguem se comunicar, tornando a air gap uma opção atraente para proteger as redes mais importantes. Na prática, inspeções de segurança frequentemente encontram conexões de rede não intencionais com sistemas que deveriam estar isolados. Evidências de infecções por vírus em sistemas de computadores que estão em air gap são frequentemente descobertas anos após a infecção inicial.
Portanto, as air gaps podem ser eficazes contra ameaças cibernéticas não sofisticadas e não direcionadas – mas não contra ataques direcionados de dentro. Pior, frequentemente criam uma sensação de complacência, possibilitando o êxito de um ataque direcionado perpetrado por um adversário determinado e com bons recursos.
O gráfico acima, que mostra o número de ataques cibernéticos contra instalações nucleares aumentando significativamente desde 2000, é o ponto principal do relatório de 2016 sobre ameaças cibernéticas a instalações nucleares, feito pela Iniciativa de Ameaça Nuclear. A NTI ressalta que os ataques direcionados vão além das conexões de rede e geralmente usam "seres humanos voluntários ou involuntários, ou uma cadeia de suprimentos longa e difícil de defender, para realizar o ataque".
Estes fatos são pertinentes ao ataque a Kudankulam. Foi sugerido que o ataque a Kudankulam foi causado pelo vírus norte-coreano DTRACK, personalizado para a própria Kudankulam, portanto indicando um trabalho interno. A Coréia do Norte tem uma grande presença na Índia.
Kudankulam é a maior usina nuclear na Índia, com dois reatores de água pressurizada VVER russos de 1.000 MW. Em colaboração com a Rússia, a usina está adicionando mais quatro reatores do mesmo tamanho, o que tornará a Usina Nuclear de Kudankulam uma fonte de energia muito grande, produzindo mais de 47,4 bilhões de kWhs por ano.
O relatório mais recente do Grupo de Trabalho de Materiais Físseis também observa que as organizações devem transferir dados para dentro e para fora de suas redes operacionais por vários motivos, e todos esses são caminhos para ataques.
Novos dados precisam entrar mesmo em uma rede operacional em air gap para atualizar seu software e hardware. Muito famoso, o ataque Stuxnet penetrou a instalação de enriquecimento de urânio de Natanz, do Irã, que estava em air gap, exatamente dessa maneira. E a instalação estava bem defendida e isolada da internet.
Se uma organização permite que pen drives e dispositivos USB entrem e saiam de sua rede de tecnologia operacional, então as redes unidirecionais, firewalls ou comutadores não terão capacidade para pará-los.
As organizações também permitem que hardware, como computadores, iPhones etc., entrem e saiam de sua rede de tecnologia operacional, como parte da manutenção do fornecedor de instalações e operações. Um software comercial pronto para uso, que não é realmente propriedade de uma organização, pode ser comprometido.
Alguns usam uma rede unidirecional a laser em uma direção, mas ainda precisam que os dados sigam na outra direção e, portanto, sempre há algum acesso permitido por alguém.
A usina nuclear Davis-Besse é um bom exemplo de uma instalação que foi colocada em air gap. No entanto, uma conexão de suporte secundária, que contornou as contramedidas de segurança cibernética, permitiu que os sistemas das instalações fossem comprometidos pelo Slammer Worm (vírus de computador). Felizmente, nenhum sistema de segurança foi afetado.
Existem centenas de instalações nucleares em todo o mundo. Cada tipo de instalação é potencialmente um alvo de ataques cibernéticos. Para tentar se antecipar à ameaça, a NTI identificou quatro prioridades abrangentes, bem como ações específicas, que, se implementadas, reduziriam drasticamente o risco de ataques cibernéticos prejudiciais em instalações nucleares. Elas incluem:
- Institucionalizar a segurança cibernética;
- Montar uma defesa ativa;
- Reduzir a complexidade; e
- Buscar a transformação.Vale a pena examinar o relatório de ameaças cibernéticas da NTI para ver os detalhes dessas prioridades. É fundamental que essas prioridades sejam implementadas por ações coordenadas entre governo, indústria e órgãos reguladores.
As imagens acima mostram o número e os tipos de instalações nucleares em cada país em todo o mundo. A imagem abaixo é o ranking da NTI de cada país em relação à segurança cibernética, usando um Índice de Segurança Nuclear entre 1 e 4, sendo 4 a segurança mais alta.
A imagem destaca a importante lacuna na segurança cibernética em instalações nucleares. Muitos países quase não exigem medidas de segurança nas instalações nucleares para lidar com a ameaça representada por criminosos cibernéticos ou agentes maliciosos.
Embora essas preocupações sejam justificadas, não é por acaso que nenhum efeito ruim ocorreu. As usinas nucleares dos Estados Unidos ainda são uma das mais protegidas de todos os sistemas contra ameaças cibernéticas.
Ao contrário de outras indústrias, a indústria de energia nuclear realiza briefings regulares e recebe briefings classificados trimestralmente sobre ameaças cibernéticas e físicas, com o FBI e o DHS (Departamento de Segurança Interna dos EUA) para discutir avaliações de ameaças, criar estratégias de proteção contra elas e manter a consciência da situação.A indústria nuclear não usa firewalls para isolar esses sistemas, mas usa tecnologias de rede unidirecional baseadas em hardware desenvolvidas para ambientes de alta segurança, como o DOD (Departamento de Defesa dos EUA). A atualização de software e equipamentos usando dispositivos portáteis tem restrições estritas. Laptops e pen drives externos não podem ser usados sem uma limpeza séria, isso se puderem ser usados.
As empresas que solicitam um pedido para operar um reator nuclear precisam enviar um plano de segurança cibernética à NRC (Comissão Reguladora Nuclear dos EUA), e todos os novos projetos de usinas devem fazer isso também.
Novos projetos de usinas nucleares, como os da nova empresa de pequenos reatores modulares NuScale Power, no Oregon, desenvolveram sistemas avançados de segurança cibernética, juntamente com seus novos sistemas operacionais e de segurança, a fim de evitar esse problema. Eles também estão adequados à Estrutura de Segurança Cibernética do NIST (Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia dos EUA).
Uma característica importante do design do NuScale é que ele emprega uma arquitetura de segurança defensiva com várias camadas de proteção contra ameaças de segurança cibernética da internet. A plataforma da NuScale implementa uma tecnologia de Matrizes de Portas Programáveis em Campo que possui sistemas que não são de microprocessadores - eles não usam software e não são vulneráveis a ataques cibernéticos da internet.
Sua usina nuclear não depende de computadores ou software para fornecer segurança à usina. Os reatores NuScale podem se desligar e se resfriar com segurança por um período indeterminado, sem a necessidade de ações humanas ou de computador, sem energia de Corrente Alternada ou Corrente Contínua e sem a necessidade de água adicional.
Dessa forma, eles são diferentes das frotas existentes nesse sentido. E quase todos os novos projetos de reatores em todo o mundo estão incorporando esses tipos de características.Portanto, embora exista uma necessidade definitiva de não ser complacente e manter-se à frente das ameaças cibernéticas em rápida evolução, não há necessidade de surtar.
Como Sam Nunn, da NTI, declara: "Desde os ataques com Stuxnet à instalação de enriquecimento de urânio Natanz no Irã, até o hackeamento da Korea Hydro and Nuclear Power na Coréia do Sul, até revelações perturbadoras de vírus de computador encontrado nos sistemas de uma usina nuclear alemã— demonstra que a atual abordagem à segurança cibernética em instalações nucleares não está à altura do desafio”.
Lembre-se de que a internet global ainda está desenvolvendo seu sistema imunológico. É essencial que desenvolvamos defesas cibernéticas imunes ao organismo em evolução, se quisermos nos sentir seguros nessa nova era cibernética. O Projeto Zero do Google formou uma equipe de elite da SWAT cibernética que está navegando na rede como glóbulos brancos.
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- 21/09/2020 - Comissão de Relações Exteriores do Senado aprova 32 indicações de embaixadoresFonte: Congresso em Foco
Na primeira reunião semipresencial desde o início da pandemia, a Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado Federal sabatinou e aprovou os nomes de 32 embaixadores para assumir representações do Brasil em quatro continentes. Os nomes precisarão ainda ser referendados pelo Plenário, o que pode ocorrer na terça-feira (22).
As sabatinas foram realizadas por videoconferência, com os senadores presentes fisicamente para votação secreta. Foi organizado um esquema de votação em totens eletrônicos espalhados pelo Senado, inclusive em formato drive-thru. O presidente do colegiado, Nelsinho Trad (PSD-MS), considerou a sessão "histórica”.
Pela manhã, os senadores aprovaram os nomes de diplomatas que assumirão postos em Trinidad e Tobago (Rodrigo do Amaral Souza); Zâmbia (Arthur Henrique Villanova Nogueira); Filipinas (Antonio José Maria de Souza e Silva); Dinamarca (Rodrigo de Azeredo Santos); Países Baixos (Paulo Roberto Caminha de Castilhos França); Geórgia (Oswaldo Biato Júnior); Kuwait (Francisco Mauro Brasil de Holanda); Ucrânia (Norton de Andrade Mello Rapesta); Cabo Verde (Colbert Soares Pinto Junior); Irlanda (Marcel Fortuna Biato) e Myanmar (Carlos Antonio da Rocha Paranhos).
À tarde, foram aprovadas as indicações de Luís Ivaldo Villafañe Gomes Santos, para o Iraque; Renato Soares Menezes, para a República do Congo; Flávio Hugo Lima Rocha Júnior, para Botsuana; e Bruno Luiz dos Santos Cobuccio, para o Senegal. Todos obtiveram 18 votos favoráveis e um contrário.
Também foram aprovados os nomes para representações na África (Congo, Botsuana, Senegal, Angola, Benim, Costa do Marfim, Burkina Faso, África do Sul, Guiné e Mali), além de cinco dos oito embaixadores para a Ásia (Iraque, Irã, Israel, Timor-Leste e Nepal) e uma das seis embaixadas da Europa (Estônia).
Por fim, foram aprovados os seguintes postulantes a embaixadas nas Américas: Reinaldo José de Almeida Salgado, para a Argentina; Paulo Roberto, para o Chile; e José Raphael Lopes Mendes de Azeredo, para o Suriname.
O diplomata Carlos Sérgio Sobral Duarte foi aprovado para chefiar a missão diplomática brasileira na sede da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que faz parte da Organização das Nações Unidas (ONU) e cuja sede fica em Viena, na Áustria. Também foi aprovada a indicação de Norberto Moretti para o cargo de Delegado Permanente do Brasil junto à Organização de Aviação Civil Internacional (Oaci), em Montréal, no Canadá.
Convite ao chanceler
Antes do início das sabatinas, a comissão aprovou um convite para que o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, compareça à Casa para esclarecer a visita feita pelo secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, a Roraima na última sexta-feira (18).
O chanceler já informou que aceitou o convite e deve falar aos senadores na próxima quinta (24), às 10h. O convite foi condição imposta por um grupo de senadores, sobretudo da oposição, para manter o mutirão de sabatinas com diplomatas.
Eles pretendiam convocar o ministro, o que tornava o seu comparecimento obrigatório e traria mais desgaste político para sua imagem. Mas parlamentares governistas sugeriram a transformação da convocação em convite com o compromisso do chanceler de comparecer à comissão.
Ernesto Araújo tem sido criticado por autoridades desde a última sexta-feira (18) por ter recebido Mike Pompeo em Boa Vista (RR). Na ocasião, Pompeo fez ameaças a Venezuela e ao governo de Nicolás Maduro – a ação foi considerada pelos parlamentares um desrespeito à soberania brasileira endossado pelo chanceler.