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- 03/03/2021 - Campi da USP entram em fase de restrição máxima devido ao agravamento da pandemia no EstadoCampi voltam a ter restrição rigorosa de acesso e atividades presenciais estão suspensas; determinação valerá até o dia 26 de março de 2021
Campi voltam a ter restrição rigorosa de acesso e atividades presenciais estão suspensas; determinação valerá até o dia 26 de março de 2021
Fonte: Jornal da USPPor Adriana CruzO grupo de trabalho responsável pela elaboração do Plano de Readequação do Ano Acadêmico (GT PRAA) divulgou hoje, dia 3 de março, um comunicado sobre o retorno imediado do Plano USP para a fase de máxima restrição em função do agravamento da pandemia da covid-19 no Estado de São Paulo.De acordo com o documento, "considerando a situação epidemiológica do Estado de São Paulo, a fase crítica de oferta de assistência do sistema de saúde (público e privado) e a decisão do Centro de Contingência do Estado de colocar todos os Departamentos Regionais de Saúde (DRS) na fase vermelha, o GT PRAA comunica o retorno imediato do Plano USP para a fase de máxima restrição (Fase A)”.Isso significa que os campi voltam a ter restrição rigorosa de acesso e não serão permitidas atividades que possam resultar em aglomeração, mesmo em ambiente aberto.As atividades presenciais nos campi também estão suspensas. Bibliotecas, restaurantes, centros esportivos, centros culturais, auditórios, salas de aula, salas de pós-graduandos, salas de pós-doutorandos e quaisquer outros ambientes internos com potencial de aglomeração devem permanecer fechados.A determinação valerá até o dia 26 de março de 2021, quando o grupo de trabalho emitirá um novo comunicado.Atividades essenciais vinculadas à saúde, manutenção de equipamentos especiais, manutenção de biotérios e de alimentação de animais, e outras atividades especiais que o dirigente entenda serem essenciais para não acarretar prejuízo de qualquer natureza à Universidade, deverão ser mantidas em funcionamento, sempre respeitando o protocolo de biossegurança.Ainda segundo o documento, "o GT solicita que a comunidade universitária contribua no esclarecimento da população para que evitem aglomerações, respeitem o protocolo de biossegurança e restrinjam a mobilidade somente para as situações realmente necessárias”.O GT PRAA é coordenado pelo vice-reitor da Universidade, Antonio Carlos Hernandes, e formado pelos professores André Lucirton Costa, Edson Cezar Wendland, Gerson Aparecido Yukio Tomanari, Mônica Sanches Yassuda e Tarcisio Eloy Pessoa de Barros Filho.O GT é responsável pelo desenvolvimento e pela atualização do Plano USP para o retorno gradual das atividades presenciais, que define protocolos, oferece recomendações e apresenta orientações aos gestores e aos membros da comunidade universitária para a viabilização progressiva das atividades acadêmicas e administrativas presenciais nos campi, que estão suspensas desde o dia 17 de março do ano passado, por conta da pandemia da covid-19. -
- 03/03/2021 - Estudo permite aperfeiçoar dispositivos que geram eletricidade a partir de etanolFonte: Agência FAPESP
Pesquisa conduzida no Centro de Inovação em Novas Energias (CINE) e publicada no International Journal of Hydrogen Energy contribui para melhorar a estabilidade de células de combustível a etanol. Esses dispositivos viabilizam um tipo de carro elétrico que não tem tanque de hidrogênio, não precisa de tomada para carregar a bateria e pode ser abastecido em qualquer posto do Brasil.O CINE é um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) constituído pela FAPESP e pela Shell na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade de São Paulo (USP) e Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN).
Segundo produtor mundial de etanol – e o primeiro em se tratando do etanol de cana-de açúcar –, o Brasil tem sabido aproveitar esse combustível renovável, vendido em todos os postos de gasolina do país. A novidade é que, além de encher os tanques dos carros que têm motor de combustão interna, essa rede de abastecimento pode servir para movimentar carros elétricos.
Isso porque o etanol pode ser usado para gerar hidrogênio e, a partir dele, produzir eletricidade. O processo, neutro em emissões de carbono, é integralmente realizado em um único dispositivo: uma célula a combustível de óxido sólido (SOFC, na sigla em inglês), assim chamada porque seu eletrólito é composto por um material sólido, geralmente um óxido.
No carro elétrico a etanol, cujo primeiro protótipo foi lançado pela Nissan em 2016, não há tanques de hidrogênio e as baterias dispensam tomadas para recarregá-las. Em vez disso, há uma célula a combustível a etanol.
Agora, uma pesquisa liderada por Fábio Fonseca, do CINE, deu um passo importante no sentido de melhorar o desempenho dessas células a combustível. "O trabalho aprofunda uma sequência de estudos em que tentamos avançar o uso de etanol em células a combustível de óxidos sólidos”, diz Fonseca, gerente do Centro de Células a Combustível e Hidrogênio do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN).
"O impacto que essa tecnologia pode ter no país é gigantesco”, informa o pesquisador à Assessoria de Comunicação do CINE. "Podemos pensar em automóveis que dispensam tanques complexos de hidrogênio e capazes de abastecer em qualquer posto, com carregamento tão rápido quanto encher o tanque de etanol. Podemos ir além e levar eletricidade a comunidades distantes do grid, bastando abastecê-las com o etanol – um carregador denso de energia líquido, renovável e disponível”, completa.
As SOFCs estudadas por Fonseca e colaboradores são formadas por camadas de materiais diferentes que cumprem funções complementares. Duas camadas compõem o ânodo. Na catalisadora, o etanol é transformado em hidrogênio e compostos baseados em carbono. Na eletroquímica, a energia química do hidrogênio é convertida em energia elétrica por meio de reações redox. O processo, contudo, ainda apresenta limitações, principalmente, a formação de depósitos de carbono na célula a combustível, que prejudicam o seu desempenho ao longo do tempo.
Pensando em resolver esse problema, o grupo desenvolveu variantes do material que compõe a camada catalisadora do ânodo, normalmente constituída por um compósito de níquel (Ni) e óxido de cério (CeO2). Os pesquisadores introduziram pequenas proporções de outros elementos (todos metais não preciosos) no óxido de cério e avaliaram o desempenho de cada nova variante como catalisadora da conversão do etanol na SOFC. "Estudamos sistematicamente o uso de elementos dopantes visando melhorar o desempenho e minimizar a dependência de metais preciosos na conversão interna e direta de etanol em eletricidade”, conta Fonseca. "A ideia final é ter estabilidade e evitar a degradação do dispositivo”, completa.
O estudo mostrou que o óxido de cério dopado com zircônio ou nióbio evita os depósitos de carbono sem prejudicar a decomposição do etanol em hidrogênio e mantendo estável o funcionamento da SOFC por, pelo menos, cem horas. Em outras palavras, o material mostrou-se eficiente para transformar etanol em hidrogênio sem gerar efeitos não desejados em células a combustível de óxido sólido.
A pesquisa contou com a colaboração de pesquisadores do Ipen, da Universidade Federal Fluminense (UFF), do Instituto Militar de Engenharia (IME), do Instituto Nacional de Tecnologia (INT) e da Université Grenoble Alpes (França).
O artigo The role of the ceria dopant on Ni / doped-ceria anodic layer cermets for direct ethanol solid oxide fuel cell pode ser lido em
www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0360319920340040?via%3Dihub.
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- 03/03/2021 - Onze ex-ministros lançam manifesto em defesa da educação, ciência, tecnologia e inovaçãoFonte: Agência FapespAgência FAPESP – Onze ex-ministros de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) lançaram ontem (02/03) o manifesto "Em Defesa da Educação, Ciência, Tecnologia e Inovação no País” em evento virtual organizado pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
No documento, apresentado por Sérgio Rezende, que esteve à frente do ministério entre 2005 e 2010, os ex-ministros alertam para os riscos representados pelos cortes no orçamento de 2021, a descontinuidade de programas estratégicos e pelos vetos presidenciais ao Projeto de Lei 135/2020, aprovado quase por unanimidade no Senado e na Câmara dos Deputados, reduzindo de R$ 5,3 bilhões para apenas R$ 500 milhões os recursos destinados à ciência, tecnologia e inovação (CT&I).
"Enquanto países desenvolvidos reforçam suas políticas de CT&I, em face da contribuição essencial destas para a retomada do crescimento sustentável e equânime, caminhamos a passos largos na direção do obscurantismo – mediante a negação da ciência, recuo na formação de recursos humanos e declínio da inovação no setor produtivo”, afirmam no manifesto.
Eles sublinham que, nas últimas décadas, o Brasil qualificou um "significativo corpo de pesquisadores”, o que contribuiu para projetar o país como 14º maior produtor de ciência mundial, posição hoje ameaçada pela falta de recursos e de um projeto para o país. "Nem mesmo as piores previsões poderiam projetar tal cenário.”
"Mesmo diante de 14 milhões de desempregados e 32 milhões de pessoas subutilizadas, assistimos ao desmonte das instituições públicas e redução da capacidade do Estado em enfrentar a crise”, dizem os ex-ministros. "Lamentavelmente, com mais de 250 mil vidas perdidas para o SARS-CoV-2, testemunhamos a displicência e insensibilidade com que o governo trata a questão.”
O manifesto afirma que a proposta orçamentária para 2021 "revela a face do atual governo, com decréscimo dos investimentos públicos de R$ 75 bilhões em 2014 para R$ 25,1 bi [a preços de 2020]. E aponta que a principal perda, de 26% em relação a 2020, está no MCTI. "Os recursos discricionários, onde se materializam as políticas setoriais, despencam de R$ 8,7 bilhões em 2014 para R$ 2,7 bi em 2021 [a preços de 2020].”
"A aprovação do PLP 135/2020, sancionado como Lei Complementar nº 177/2021, que poderia garantir a manutenção do SNCTI [Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação] e a estabilidade da cadeia de saúde, teve seus efeitos anulados por vetos presidenciais aos seus dois principais dispositivos. Na prática, voltaria a valer o contingenciamento de 90% do FNDCT [Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico], reduzindo seus recursos de R$ 5,3 bilhões para apenas R$ 500 milhões. Somando os cortes de 2020 e 2021, são R$ 9 bilhões retirados do FNDCT. É de fundamental importância que o Congresso Nacional não aceite esses vetos.”
No manifesto, eles conclamam a mobilização do Congresso Nacional e da sociedade brasileira na defesa da educação, ciência, tecnologia e inovação. "É urgente vencermos o obscurantismo, por meio da valorização da produção de conhecimento nacional. É preciso investimento contínuo nas instituições de P&D nacionais e na formação de mão de obra qualificada em todas as regiões do país.”
Assinado pelos ex-ministros José Goldemberg (ex-presidente da FAPESP), José Israel Vargas, Luiz Carlos Bresser Pereira, Ronaldo Sardenberg, Roberto Amaral, Sérgio Machado Rezende, Aloizio Mercadante, Marco Antonio Raupp, Clélio Campolina, Aldo Rebelo e Celso Pansera, a íntegra do manifesto está disponível na página da SBPC.
Desindustrialização e resiliência
No evento de lançamento do manifesto, Luiz Davidovich, presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), sublinhou que a defesa da educação, ciência, tecnologia e inovação é uma "ação suprapartidária”, lembrando que o PL 135/2020, que proibia o contingenciamento do FNDCT, vetado pelo presidente, fora aprovado por ampla maioria no Senado (71x1 votos) e na Câmara dos Deputados (385x18 votos).
"Isso num momento em que o país vive uma pandemia, crises social, econômica e política”, ele disse. A pandemia, emendou, expôs problemas como a desigualdade e a falta de insumos farmacêuticos porque o país carece de um projeto nacional. Lembrou que, em 1980, 55% dos insumos da indústria farmacêutica eram produzidos no Brasil e, hoje, esse percentual não é maior do que 5%. "É o resultado da desindustrialização.”
"A única forma de mudar esse cenário é pela mobilização da comunidade científica e da sociedade para derrubar os vetos ao projeto do FNDCT e mudar o orçamento para aumentar a participação da inovação e da indústria”, afirmou o presidente da ABC.
Para Helena Nader, vice-presidente da ABC, também presente ao evento, a tragédia da morte de mais de 250 mil brasileiros só não foi maior pela existência do Sistema Único de Saúde (SUS), que,"mesmo depauperado, está presente”. E concluiu: "Somos resilientes”.
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- 02/03/2021 - Bolsonaro sanciona MP com medidas para aliviar reajustes de energia e para retomada de Angra 3Fonte: Valor EconômicoO presidente Jair Bolsonaro sancionou a Medida Provisória 998/2020 ("MP do Consumidor”), transformada na lei 14.120/2021, com uma nova governança para a retomada das obras da usina nuclear de Angra 3, em Angra dos Reis (RJ), além de medidas para aliviar reajustes nas tarifas de energia elétrica para os consumidores. O documento foi publicado no Diário Oficial da União desta terça-feira.
Dentre outros pontos, a nova legislação prevê a transferência de recursos não utilizados das contas de Pesquisa & Desenvolvimento e Eficiência Energética para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), "em favor da modicidade tarifária” até 2025.
A lei também atribui ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) a outorga para autorização da exploração da usina; e a celebração do contrato de comercialização da energia elétrica produzida por Angra 3. A outorga deverá ter prazo de 50 anos, facultada a prorrogação por até mais 20 anos.
Já o contrato de comercialização da energia de Angra 3 deve estabelecer o preço da energia elétrica; cláusulas que disponham sobre o reajuste e possibilidade de revisão extraordinária do preço da energia elétrica a ser homologada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), para preservar o equilíbrio econômico financeiro do contrato; prazo de suprimento de 40 anos, dentre outros pontos.
O preço da energia de Angra 3 deverá ser aprovado pelo CNPE, como base em estudo contratado pela Eletronuclear com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que considerará a viabilidade econômico-financeira do empreendimento e seu financiamento em condições de mercado, "observados os princípios da razoabilidade e da modicidade tarifária”.
A lei também transfere para a União as ações detidas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) no capital social da Indústrias Nucleares do Brasil (INB) e Nuclebrás Equipamentos Pesados (Nuclep), sem ônus para a União. A INB e a Nuclep serão transformadas em empresas públicas, vinculadas ao Ministério de Minas e Energia.
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- 01/03/2021 - Inspeções a usinas nucleares no Irã não podem ser usadas como 'moeda de troca', diz chefe da AIEARafael Grossi, diretor-chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), pede a países envolvidos no acordo para que se comprometam com "discussões construtivas".
Rafael Grossi, diretor-chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), pede a países envolvidos no acordo para que se comprometam com "discussões construtivas".
Fonte: Sputnik BrasilNesta segunda-feira (1º), o diretor-chefe da AIEA, Rafael Grossi, pediu que as inspeções não sejam usadas como uma "moeda de troca", já que o Irã, os Estados Unidos e outras nações se encontram em discussão para ressuscitar o polêmico acordo nuclear, de acordo com o Washington Post.
Grossi fez a declaração em uma reunião nessa manhã em Viena, na Áustria, onde fica a sede da Agência, e apelou para que todos os países se comprometam com "discussões construtivas", segundo a mídia.
"[Sem o trabalho dos inspetores] você não sabe se consegue dormir bem ou se preocupa muito à noite.O trabalho de inspeção da AIEA não deve ser colocado no meio de uma mesa de negociações como moeda de troca", disse Grossi citado pela mídia.
O encontro da diretoria da AIEA ocorre em meio a uma onda de diplomacia para reviver o acordo nuclear antes das eleições iranianas no final deste ano, que poderiam inaugurar um governo mais linha-dura e menos aberto a negociações, relata a mídia. Não só a Agência, mas também o mundo acompanha a troca de declarações entre os EUA e o Irã, sem chegarem necessariamente a uma posição.
No domingo (28), o Irã disse que rejeitaria uma reunião antecipada com os Estados Unidos e signatários europeus do acordo por "posições e ações recentes".No entanto, autoridades ocidentais disseram que a resposta privada iraniana tem sido mais matizada e buscou garantias de que as negociações se limitariam ao acordo nuclear, conhecido como Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês).
No final do mês passado, Teerã promulgou uma lei que restringiu o acesso instantâneo de inspetores a alguns locais e câmeras de vigilância. Posteriormente, a AIEA e o Estado iraniano concordaram com medidas temporárias, mantendo as filmagens das usinas por três meses, e as liberando se as sanções efetuadas sobre o Irã pelos EUA forem removidas.
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- 26/02/2021 - Comunicado FAPESP sobre Sistema de Prestação de Contas EletrônicoFonte: Agência FapespAgência FAPESP – A FAPESP, em sua busca constante pela melhoria e modernização dos procedimentos adotados, implementará em breve o Sistema de Prestação de Contas (PC) Eletrônico, por meio do Sistema de Apoio à Gestão (SAGe), que permitirá que os outorgados elaborem e submetam as prestações de contas de Auxílios e Bolsas em formato digital à Fundação.
O sistema integrará o controle das liberações de recursos, eliminando a necessidade de inclusão manual dos valores liberados. Entre as demais funcionalidades do sistema, também será possível que outorgados de Auxílios à Pesquisa, cujas notas de Material Permanente e Material de Consumo são emitidas no CNPJ2 da FAPESP, carreguem diretamente da base das Secretarias das Fazendas Estaduais ou Fazenda Nacional os dados destas notas fiscais, para que sejam associadas à Prestação de Contas. O sistema permitirá ainda o carregamento de dados de uma nota fiscal emitida no CPF do Outorgado por meio da chave de acesso ou do arquivo XML.
O Sistema de Prestação de Contas Eletrônico estará disponível no Módulo de Prestação de Contas do SAGe no mês de abril de 2021. A estimativa é que isso ocorra a partir do dia 19.
Deverão ser submetidas em formato digital por meiodo SAGe as Prestações de Contas iniciais de processos de Auxílios e Bolsas, bem como suas Prestações de Contas seguintes.
No caso de processos para os quais já tenha sido apresentada ao menos uma Prestação de Contas em papel, os outorgados deverão continuar a enviar suas Prestações de Contas em formato físico à FAPESP, nos prazos previstos nos Termos de Outorga.
Para que outorgados e Escritórios de Apoio Institucional ao Pesquisador (EAIPs) possam se familiarizar com o sistema, e considerando a situação de exceção causada pela pandemia da COVID-19, as Prestações de Contas iniciais, de Auxílios e Bolsas, previstas para os meses de fevereiro, março, abril e maio de 2021, serão prorrogadas para o mês de junho de 2021, respeitando o dia do mês previsto no Termo de Outorga (10, 20 ou 30).
Para processos vinculados à USP, os outorgados deverão, obrigatoriamente, fazer o preenchimento da PC inicial utilizando o Sistema de Gestão da Informação de Projetos – GIP, por força de decisão tomada no âmbito da universidade. O GIP foi integrado ao SAGe em 16 dezembro de 2020, no âmbito de Termo de Cooperação para Troca de Informações firmado entre a FAPESP e a USP em 2017.
Outras instituições que disponham de sistemas de apoio à gestão e que, após análise técnica, se mostrarem compatíveis com a plataforma SAGe, poderão ser autorizadas a enviar Prestações de Contas em formato digital por seus próprios sistemas. Nesse sentido, devem fazer contato com a direção da FAPESP.
Os documentos originais, referentes às Prestações de Contas eletrônicas enviadas à FAPESP via SAGe (ou via GIP no caso da USP), devem ser mantidos sob a guarda e responsabilidade dos outorgados por um período de cinco anos após a emissão do correspondente título de quitação, podendo sua apresentação ser solicitada pela FAPESP.
Até a data prevista para início da submissão das Prestações de Contas eletrônicas à FAPESP, prevista para junho de 2021, a Fundação divulgará novas orientações à comunidade.
Para ter acesso ao cronograma de prestações de contas acesse https://fapesp.br/14765/comunicado-sobre-sistema-de-prestacao-de-contas-on-line.
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- 24/02/2021 - Defesa de nepotismo feita por Ricardo Barros divide o CongressoFonte: Diário do SudoesteA contratação de parentes no serviço público, defendida pelo deputado Ricardo Barros (Progressistas-PR), líder do governo na Câmara, divide o Congresso. Apesar de contar com apoio, nos bastidores, de nomes do Centrão e da oposição, a ideia de autorizar o nepotismo também sofre resistências e não é considerada fácil de ser aprovada, por causa da má repercussão na opinião pública.Como o Estadão/Broadcast revelou nesta terça-feira, 23, Barros propôs que a liberação da prática, proibida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), seja discutida no âmbito da reforma da lei de improbidade administrativa, tratada desde 2018 na Câmara e atualmente numa comissão especial.
O relatório do deputado Carlos Zarattini (PT-SP) sugere uma alteração no artigo 11 na lei, usado pelos órgãos de controle, como o Ministério Público, para enquadrar políticos que nomeiam parentes em afronta à Súmula 13 do Supremo, de 2008. O dispositivo veda "a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau (…), para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada”.
Zarattini observou que, para configurar ato de improbidade administrativa, é preciso haver constatação de enriquecimento ilícito ou prejuízo ao erário. O texto original do projeto de lei em debate exige a conduta dolosa. A lei em vigor não faz essas ressalvas. Diz apenas que "constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições”.
Barros quer que o artigo 11 seja retirado da lei de improbidade e que o nepotismo seja abordado em outro projeto de lei. "Ah, estão preocupados com nepotismo? Então, vamos encerrar o artigo 11 e fazer uma lei de nepotismo aqui. Isso pode, isso não pode. Não é para cada promotor interpretar (a lei) do jeito que quer”, disse o líder do governo.
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça que vem tratando de mudanças na lei com o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), para dar mais liberdade a prefeitos. Na avaliação de Bolsonaro, a legislação "engessa” a atuação dos chefes de Executivos municipais.
"É muita burocracia. Tem muita lei do passado que realmente é para combater a corrupção e etc., mas engessa o prefeito. Muitos aí respondem por 20 anos de improbidade administrativa”, afirmou o presidente em conversa com apoiadores, na saída do Palácio da Alvorada. "Alguma coisa vai ser mudada, pode deixar. Tenho conversado com o Arthur Lira para a gente mudar alguma coisa para dar liberdade ao prefeito também.”
Favoráveis a alterações na lei de improbidade, integrantes da bancada do Partido Novo se manifestaram contra a declaração do líder do governo. "Sou contra o nepotismo. Serei a favor que mude a lei somente se for para aumentar a pena para corruptos e para dar liberdade ao gestor que é correto trabalhar. Precisamos separar o joio do trigo”, afirmou Vinicius Poit (SP), líder do Novo na Câmara. "Tudo vira cabide para cônjuges, filhos e cunhados. Não podemos aceitar a política do cabide”, protestou Adriana Ventura (MG).
O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), um dos mais influentes na esquerda, disse que a ideia de Barros não deve ter adesão entre partidos de oposição. Silva afirmou desconhecer a nova proposta para reforma da lei de improbidade, relatada por Zarattini. "Vários fatores explicam a baixa representatividade e credibilidade da política no Brasil. Um deles é o nepotismo. É preciso combater o nepotismo”, destacou Silva, que é vice-líder da Oposição.
Se for alterada no plenário da Câmara, a lei de improbidade ainda precisa passar por votações no Senado, onde também não há acordo.
"Qualquer alteração na lei de improbidade deve visar o seu endurecimento, e não a sua flexibilização. Retirar o nepotismo da lei de improbidade seria um retrocesso”, declarou o líder do Podemos, senador Álvaro Dias (PR). E completou: "Em relação à agenda ética, nunca há consenso.”
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- 24/02/2021 - Bolsonaro entrega medida provisória para privatização da EletrobrasFonte: GMC OnlineO presidente Jair Bolsonaro entregou pessoalmente ao Congresso Nacional a medida provisória (MP) de abertura de capital da Eletrobras, com o objetivo de privatizar a companhia. Acompanhado de ministros e auxiliares, Bolsonaro foi a pé do Palácio do Planalto ao Congresso, onde se encontrou com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL)."Estou tendo a grata satisfação de retornar a essa Casa, agora trazendo uma medida provisória que visa a capitalização do sistema Eletrobras. Então, a Câmara e o Senado vão dar a devida urgência à matéria, até por ser uma medida provisória”, disse o presidente em rápido pronunciamento. Segundo ele, a agenda de privatizações de seu governo seguirá a "todo vapor”. "Nós queremos, sim, enxugar o Estado, diminuir o tamanho do mesmo, para que nossa economia possa dar a satisfação, dar a resposta que a sociedade precisa”.De acordo com o presidente da Câmara, por onde começará a tramitação da MP, o texto terá análise acelerada. "Então, o Senado cumprirá o seu papel e a Câmara iniciará com muita rapidez a discussão dessa medida provisória, já com pauta para a próxima semana no plenário da Câmara dos Deputados”, disse Arthur Lira.O processo de privatização da Eletrobras começou a ser discutido em novembro de 2019, quando o governo federal enviou um projeto de lei para vender a companhia, mas o texto segue sem avanço no Legislativo. Entre outros pontos, a proposta estabelece que o processo de desestatização será executado por meio de uma operação de aumento do capital social da empresa, com a venda de novas ações ordinárias, que são as ações que dão direito a voto, em bolsa de valores. Com isso, a participação da União no capital social da estatal será diluída e o Estado deixará de ser o acionista majoritário. A União possui atualmente 51% das ações ordinárias da empresa.O texto do governo determina que, ao final do processo, nenhum acionista privado poderá ter mais de 10% do capital votante da Eletrobras. O projeto permite ainda que a empresa realize uma segunda oferta de ações de propriedade da União.A privatização não atingirá a Eletronuclear, que controla as usinas de Angra 1, 2 e 3, e a Itaipu Binacional que, por questões constitucionais, devem ficar sob controle da União, sob a gestão de uma nova empresa pública que será criada após a privatização da Eletrobras.Fato RelevanteEm Fato Relevante enviado a agentes de mercado na tarde desta terça-feira, 23, a Eletrobras informou que a medida provisória possibilita o início dos estudos da modelagem da privatização, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e inclui algumas modificações no texto do projeto de desestatização, o PL 5.877/1209.Dentre as modificações, segundo a Eletrobras, estão a inclusão da prorrogação, por 30 anos, da usina hidroelétrica de Tucuruí, controlada pelas Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A (Eletronorte), que atualmente está no regime de produtor independente (e não sob regime de cotas); a obrigação de aportes de financeiros para revitalização dos recursos hídricos das bacias hidrográficas na área de influência dos reservatórios das usinas hidrelétricas de Furnas (R$ 230 milhões em 10 anos), cujos contratos de concessão sejam afetados pela MP, e para redução estrutural de custos de geração de energia na Amazônia Legal (R$ 295 milhões em 10 anos), diretamente pela Eletrobras ou, indiretamente, por meio de sua subsidiária Eletronorte, além da revitalização dos recursos hídricos da bacia do Rio São Francisco (R$ 3,5 bilhões em 10 anos, que já era previsto no PL).A MP também prevê nova repartição de receita entre União (por meio do pagamento de bonificação de outorga) e a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), por meio do pagamento de cotas anuais em 30 anos; e a previsão de criação de ação preferencial de classe especial, de propriedade exclusiva da União, que dará o poder de veto em deliberações sociais previstas na MP, as chamadas golden shares.EletrobrasMaior companhia do setor elétrico da América Latina, a Eletrobras detém um terço da capacidade geradora de energia elétrica instalada no país. A companhia também possui quase a metade do total de linhas de transmissão. -
- 22/02/2021 - Irã e AIEA chegam a acordo para não interromper atividades de controle nuclearO chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) qualificou o resultado de suas conversações com Teerã de "bom a razoável" e assegura que "por enquanto é o suficiente".
O chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) qualificou o resultado de suas conversações com Teerã de "bom a razoável" e assegura que "por enquanto é o suficiente".
Fonte: Sputnik BrasilA AIEA chegou a um acordo com o Irã para prosseguir as atividades de controle no país persa durante um período máximo de três meses, contudo, terá menos acesso e não haverá mais inspeções surpresa.
"O Irã continuará implementando completamente e sem limitações o acordo de garantias com a AEIA", indica o comunicado emitido após as negociações realizadas em Teerã pelo diretor-geral da AEIA, Rafael Grossi.
Ele também observou que conseguiu um "entendimento técnico provisório" com Teerã e que a AEIA continuará as verificações e os monitoramentos necessários no país.
Grossi viajou de urgência para o Irã neste final de semana, após Teerã anunciar a intenção de limitar as inspeções da AEIA a partir de 23 de fevereiro em virtude da lei de defesa dos interesses nacionais aprovada pelo Parlamento iraniano.
O governo iraniano ressaltou que se trata de uma medida reversível sempre e quando os países do Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês) cumpram as exigências de Teerã.
A Organização de Energia Atômica iraniana precisou que a continuação da verificação por parte da AEIA supõe que o "Irã conservará no decorrer dos três meses as gravações das câmeras nas instalações enumeradas no anexo" confidencial e que neste período "a AEIA não terá acesso a estas instalações ou gravações".
"Se, após os três meses, caso as sanções sejam canceladas completamente, o Irã proporcionará esta informação à AEIA, caso contrário, os dados serão eliminados", ressaltou a entidade iraniana.
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- 22/02/2021 - Planos de energia nuclear da Polônia preocupam AlemanhaFonte: Isto ÉVarsóvia quer ativar seu primeiro reator nuclear em 2033 para diminuir dependência do carvão mineral. Berlim teme pela segurança da população alemã.A Polônia quer diminuir sua dependência do carvão mineral e pretende, para isso, começar a produzir energia nuclear. O projeto Política Energética da Polônia até 2040 (PEP2040), aprovado no início deste mês pelo governo do país, prevê a construção de seis unidades atômicas em duas localidades. As obras estão previstas para começar em 2026, o primeiro reator deve entrar em operação em 2033. O último, dez anos depois.
Membro da União Europeia (UE), a Polônia tem de desenvolver novas fontes de energia para atingir os objetivos climáticos do bloco. Atualmente, 70% da energia consumida nacionalmente provêm de usinas de carvão, o que torna a Polônia um dos maiores poluidores europeus.
Mas a transição energética polonesa não se deve apenas à pressão externa, ela é também uma necessidade interna urgente. As reservas de carvão do tipo linhito no centro da Polônia, que atualmente fornecem 20% da energia, estarão esgotadas em 2035.
Gás natural também vai se tornar mais escasso em breve, já que um acordo sobre o combustível com a Rússia expira no fim de 2022. O gás russo cobre atualmente 5% do consumo de energia da Polônia. Mas Varsóvia não quer prorrogar o contrato, por causa do preço alto e de tensões políticas com Moscou.
Solução aparentemente perfeita
Para a Polônia, as usinas nucleares parecem a solução perfeita para preencher as duas lacunas ao mesmo tempo. O início da produção de energia nuclear no país era planejado já na década de 1970. Após o desastre de Chernobyl, em 1986, a construção de dois reatores do tipo soviético em Zarnowiec, 80 quilômetros a noroeste de Gdansk, foi interrompida. Depois disso, houve repetidas tentativas de um recomeço. As usinas nucleares agora planejadas provavelmente ficarão em Zarnowiec e na vizinha Lubiatowo-Kopalino.
Mas a Polônia não pode financiar o projeto sozinha. Os reatores planejados, com uma produção total de 6 a 9 gigawatts, custariam até 30 bilhões de euros (R$ 197 bilhões), segundo estimativas. De acordo com o primeiro-ministro polonês, Mateusz Morawiecki, apenas parceiros certificados da Otan e do mundo ocidental seriam considerados para transferência de dinheiro e tecnologia.
O parceiro preferido de Varsóvia seria os EUA. O ex-presidente Donald Trump suscitou grandes esperanças ao prometer o apoio de empresas americanas quando o presidente polonês, Andrzej Duda, visitou Washington, em junho de 2020. O encontro colocava a "Polônia na direção certa”, nas palavras de Morawiecki. Menos de um mês antes da derrota eleitoral de Trump, os EUA e a Polônia assinaram um acordo preliminar para construir seis reatores.
Quando a Polônia perdeu Trump, seu maior aliado, a França entrou no jogo. Em 2 de fevereiro de 2021, o dia em que o governo de Varsóvia adotou a estratégia energética, o ministro francês do Comércio, Franck Riester, viajou a Varsóvia para oferecer cooperação nuclear à Polônia.
Reatores grandes ou pequenos?
Um representante da estatal Électricité de France falou na mídia polonesa sobre um financiamento de dois terços dos custos do projeto e promoveu o "European Pressurized Reactor” (EPR) francês, que também já está em operação em Taishan, na China. Os reatores gigantescos, com uma potência de mais de 1000 megawatts são exatamente o que os estrategistas de energia poloneses têm em mente.
Mas o especialista em energia Marcin Roszkowski, do think tank Klub Jagielloński, de Varsóvia, considera essa ideia ultrapassada. "Atualmente, também há reatores em formatos muito menores, com potências de 50 e 100 megawatts. São os chamados reatores modulares. Eles podem ser interligados, podem ser construídos espalhados por uma área maior e abastecer cidades e fábricas individuais com energia”, diz.
"Nesse caso, um grande desastre também seria descartado”, continua Roszkowski. Os reatores menores, usados atualmente em navios quebra-gelo, também poderão ser aprovados comercialmente dentro de alguns anos. Em 2019, o bilionário polonês Michal Solowow ofereceu-se para construir esses reatores e iniciou uma colaboração com a gigante nipo-americana GE Hitachi.
Os planos poloneses também vão contra a tendência europeia de mudar para fontes de gás e energias renováveis, segundo os especialistas. "Com as tecnologias atuais, não é uma dificuldade elevar a parcela das energias renováveis para 80% da matriz energética. Os 20% que faltam seriam por conta do inverno na Polônia, quando há pouco vento e pouco sol”, afirma o físico nuclear Marcin Popkiewicz, da Universidade de Varsóvia, ressaltando que a construção de usinas nucleares é também muito cara. "Para os clientes, o custo da energia nuclear pode exceder em cinco vezes o custo da energia renovável”, diz.
Entre carvão e átomo
O desenvolvimento de energias renováveis também faz parte da estratégia do governo polonês – mas está progredindo lentamente. Durante anos, sua participação na matriz energética polonesa estagnou em pouco menos de 14%, o que está abaixo da média europeia de 20% (segundo dados de 2020). Um avanço deve ocorrer em 2025, quando os primeiros parques eólicos da Polônia no Mar Báltico entrarem em operação. Espera-se que eles alcancem uma capacidade de 8 gigawatts até 2040.
Mas o maior problema com a transição energética é a eliminação do carvão, que ainda representa 50% do fornecimento de eletricidade. Em contraste com o carvão do tipo linhito, o carvão betuminoso será extraído ainda até pelo menos 2050. Mais de 100 mil empregos dependem da indústria, motivo pelo qual o governo está hesitante em fechar as minas de carvão.
Preocupações na Alemanha
Paradoxalmente, a energia nuclear, que é "limpa” em termos de emissão de gás de efeito estufa, poderia retardar ainda mais esse processo. Porque se as emissões de CO2 da Polônia caírem graças às novas usinas nucleares, a pressão da UE para reduzir a produção de carvão também poderá diminuir.
Essa não é a única razão pela qual os planos nucleares da Polônia já estão causando preocupação na vizinha Alemanha. De acordo com um relatório de especialistas encomendado pela bancada parlamentar do Partido Verde em janeiro de 2021, as usinas nucleares, que seriam localizadas a apenas algumas centenas de quilômetros da fronteira com a Alemanha, representariam um alto risco de segurança para a população alemã.
"Este relatório avaliou tudo com base nos dados meteorológicos dos últimos três anos. Com uma probabilidade de 20%, um acidente nesta usina nuclear planejada também afetaria a Alemanha”, explica Sylvia Kotting-Uhl, presidente da comissão de meio ambiente no Bundestag. "Na pior das hipóteses, 1,8 milhão de alemães estariam expostos à radiação de mais de 20 milisieverts. A partir desse valor, seria necessária uma evacuação. Berlim e Hamburgo, por exemplo, seriam afetadas, portanto, regiões muito densamente povoadas”, diz a parlamentar do Partido Verde.
O Ministério do Clima polonês enfatiza que foi realizada uma avaliação de impacto ambiental estratégico do programa de energia nuclear. A pasta afirma que a Alemanha também participou das consultas e apresentou 30 mil comentários, dos quais alguns foram considerados.
A Alemanha quer garantir que continue a ser consultada nos planos da usina nuclear polonesa. "Para o governo alemão, é crucial que, se a Polônia começar a produzir energia nuclear, seja garantido o mais alto padrão possível de segurança nuclear, proteção contra radiação e segurança também para Estados vizinhos que possam ser diretamente afetados”, afirmou o Ministério do Meio Ambiente da Alemanha. O órgão também destaca ser regra internacional que, no caso de potenciais efeitos negativos sobre outros Estados, estes sejam envolvidos e consultados.
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- 21/02/2021 - AIEA reporta ter encontrado vestígios de urânio em locais não declarados por TeerãA Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) encontrou partículas de urânio em dois locais não declarados, após meses de obstrução ao acesso de inspetores, segundo mídia.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) encontrou partículas de urânio em dois locais não declarados, após meses de obstrução ao acesso de inspetores, segundo mídia.
Fonte: SputnikTrabalhando em conjunto com a ONU, os inspetores da AIEA afirmam que o achado poderá colocar em risco os esforços para a reativação do acordo nuclear por parte dos EUA, informa o jornal Israel Hayom.
Embora se acredite que os locais onde o material foi encontrado estejam inativos há quase duas décadas, a sua existência seria prova suficiente para os opositores do acordo nuclear com o Irã mostrarem que a República Islâmica não estaria agindo de boa fé.
O maior opositor à reativação do acordo é Israel, cujo primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, já afirmou que "Israel permanece empenhado em impedir que o Irã obtenha armas nucleares e sua posição relativamente ao acordo nuclear não mudou. […] Israel acredita que o regresso ao velho acordo abrirá o caminho para a obtenção pelo Irã de um arsenal nuclear", citado pela mídia israelense.
O embaixador iraniano na AIAE, Kazem Gharibabadi, se recusou a comentar o sucedido. No entanto, um oficial sênior do Irã declarou que "não temos nada a esconder. Foi por essa razão que permitimos que os inspetores visitassem esses locais", citado no texto.
O Irã estabeleceu um prazo até a próxima semana para que Biden cancele as sanções reimpostas por Trump, ou suspenderá as inspeções da AIEA ao abrigo do acordo. O anterior presidente norte-americano retirou unilateralmente o seu país do Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês) em 2018. Na próxima semana, a AIEA deverá divulgar o seu relatório sobre a inspeção às atividades nucleares iranianas.
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- 16/02/2021 - Laser mapeia clareiras na Amazônia e auxilia estudos sobre mortalidade das árvoresFonte: Agência FapespLuciana Constantino | Agência FAPESP – Usando um modelo inovador, um grupo de pesquisadores, liderados por brasileiros, conseguiu mapear clareiras na Amazônia e apontar fatores que contribuem para a mortalidade das árvores na maior e mais biodiversa floresta tropical do mundo. O estresse hídrico, a fertilidade do solo e a degradação da vegetação influenciam na dinâmica dessas clareiras, segundo estudo publicado na Scientific Reports.
Em relação às áreas mais férteis, o trabalho detectou que elas concentram esses gaps de vegetação. Uma das explicações seria o fato de o abundante material orgânico contribuir para o rápido crescimento das árvores, com uma mortalidade em menor tempo.
Os dados, coletados por meio da técnica LiDAR (sigla em inglês para Light Detection and Ranging), permitiram analisar lugares longínquos na Amazônia brasileira, onde os trabalhos de campo são muito difíceis e as imagens de satélite podem ser imprecisas, principalmente por causa da grande quantidade de nuvens.
A técnica consiste em lançar de um avião milhares de feixes de laser, que acertam a superfície da terra (seja floresta ou solo) e retornam para o equipamento na velocidade da luz. É possível determinar a altura dos objetos por meio da diferença de tempo entre o disparo e o recebimento do feixe.
O método chega a fornecer dados com precisão de cerca de um metro, permitindo mapear as clareiras com muito detalhamento. Por isso, o LiDAR é utilizado, por exemplo, em levantamentos topográficos e para caracterizar a estrutura da vegetação, sendo capaz de modelar tridimensionalmente a superfície do terreno.
"As regiões oeste e sudeste da Amazônia apresentaram maior quantidade de clareiras, que coincidem com a área próxima ao arco do desmatamento, sob influência humana. Nessas regiões, a dinâmica da floresta é até 35% mais rápida do que na área central-leste e norte, ou seja, há maior criação de clareiras e mortalidade”, analisa Ricardo Dal’Agnol. Pesquisador na Divisão de Observação da Terra e Geoinformática do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Dal'Agnol é o primeiro autor do artigo Large-scale variations in the dynamics of Amazon forest canopy gaps from airborne lidar data and opportunities for tree mortality estimates.
Na pesquisa, realizada com o apoio da FAPESP, os cientistas usaram um banco de dados com mais de 600 sobrevoos feitos sobre a floresta como parte do projeto Estimativa de Biomassa na Amazônia (EBA), do Inpe, liderado pelo cientista Jean Ometto, também um dos integrantes do grupo que assina o artigo.
O objetivo do EBA foi quantificar a biomassa e o carbono na Amazônia, buscando entender a dinâmica da vegetação da região. Os mapas desenvolvidos no projeto do Inpe podem servir de ferramenta para a elaboração de políticas públicas, inventários de emissões e estimativas de balanço de carbono.
Sequestro de carbono
Florestas, especialmente as tropicais, são consideradas um dos maiores reservatórios de biomassa terrestre. Isso porque as árvores precisam de uma grande quantidade de CO2 para se desenvolver na fase de crescimento.
Portanto, mudanças no funcionamento das florestas e na mortalidade da vegetação podem alterar significativamente os níveis de gases de efeito estufa na atmosfera. Têm ainda impacto direto no mercado de compra e venda de créditos de excedentes de emissões de CO2, o chamado "mercado de carbono”, que está em implantação em vários países após sua regulação ter sido incluída no Acordo de Paris, um marco na política ambiental mundial.
Em 2019, as emissões de gases-estufa no Brasil subiram 9,6% em relação ao ano anterior, puxadas pelo desmatamento na Amazônia. Naquele ano, o país lançou 2,17 bilhões de toneladas brutas de dióxido de carbono equivalente (tCO2e) na atmosfera contra 1,98 bilhão em 2018, revertendo tendência de redução registrada em anos anteriores. Os dados são do relatório do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG).
"As incertezas associadas às causas e mecanismos de mortalidade de árvores, especialmente em escalas menores, restringem a capacidade de medir com precisão o ciclo de carbono da floresta tropical e avaliar os efeitos das mudanças climáticas. A mortalidade de árvores na Amazônia aparentemente aumentou desde a última década, provavelmente devido à maior variabilidade climática e feedbacks de crescimento e morte mais rápidos. Isso reduziu efetivamente os ciclos de vida da vegetação", escrevem os pesquisadores na introdução do artigo publicado na Scientific Reports.
Outros estudos feitos nos últimos anos já apontam a influência das mudanças climáticas, principalmente de temperaturas altas e climas mais secos, na mortalidade de árvores em florestas tropicais. Um dos trabalhos mais recentes, também liderado por pesquisadores brasileiros, foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), da Academia Norte-Americana de Ciências, em dezembro (leia mais em agencia.fapesp.br/34838/).
Futuro
À Agência FAPESP, Dal'Agnol disse que um dos desafios agora será mapear as árvores que morrem em pé para obter mais dados sobre a dinâmica da floresta. "Algumas árvores morrem e não caem, ficando apenas com os troncos, como um esqueleto. Uma sequência seria tentar mapear essas árvores mortas em pé para complementar as informações sobre mortalidade", explica o pesquisador.
No estudo, os cientistas apontaram que os padrões espaciais mapeados nas clareiras usando dados gerados pelo LiDAR foram "notavelmente consistentes com as taxas de mortalidade das árvores baseadas em campo", contudo apresentaram taxas gerais 60% mais baixas, "provavelmente devido à detecção predominante de árvores quebradas, arrancadas e que abrem clareiras".
Agora, também com o apoio da FAPESP, Dal'Agnol está trabalhando em seu pós-doutorado usando a técnica LiDAR para quantificar a mortalidade das árvores e estimar a perda de biomassa em florestas tropicais. O projeto tem a coordenação do pesquisador Luiz Eduardo Oliveira e Cruz de Aragão, coautor do artigo.
Large-scale variations in the dynamics of Amazon forest canopy gaps from airborne lidar data and opportunities for tree mortality estimates está disponível em: www.nature.com/articles/s41598-020-80809-w.
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- 12/02/2021 - Pesquisadores brasileiros comprovam presença do coronavírus no arResultado reforça alerta para risco em locais mal ventilados ou com pouca circulação do ar, além da importância do uso de máscaras, ainda mais que a limpeza de superfícies.
Resultado reforça alerta para risco em locais mal ventilados ou com pouca circulação do ar, além da importância do uso de máscaras, ainda mais que a limpeza de superfícies.
Fonte: G1Por Raquel Freitas, G1 Minas— Belo HorizontePesquisadores do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), sediado na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG),comprovaram a presença do coronavírus em partículas do ar.
A pesquisa, que está sendo desenvolvida desde o ano passado, é um dos poucos estudos no mundo que conseguiram apresentar essa evidência e reforça o alerta para o risco existente em locais mal ventilados ou com pouca circulação do ar.
"Os principais resultados dessa etapa da pesquisa são importantes porque apresentam evidências, baseadas em métodos científicos, da presença de coronavírus em aerossóis. Mais uma comprovação científica de que o coronavírus pode estar no ar”, disse o pesquisador Ricardo Passos.
No começo de julho de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu "evidências emergentes" de transmissão do coronavírus pelo ar, depois que um grupo de cientistas cobrou o organismo global a atualizar suas orientações sobre como a doença respiratória se espalha.
Coleta de partículas no interior de um hospital — Foto: Divulgação/CDTN/CNENUm artigo com esses resultados, assinado por Passos, Marina Silveira e Jônatas Abrahão, foi publicado na última edição da revista "Environmental Research".
Os aerossóis, foco dessa pesquisa, são partículas microscópicas e invisíveis, que, pelo baixo peso e massa, têm a tendência de ficar suspensos no ar. O estudo, feito em parceria com o Instituto de Ciência Biológicas da UFMG, analisou dois hospitais de Belo Horizonte, em dois momentos diferentes da pandemia, além de ambientes externos, como pontos de ônibus, estacionamentos e calçadas.
Segundo Passos, a intenção não era estudar a transmissão do vírus por gotículas de saliva, que podem chegar a 1 ou 2 metros, mas, sim, essas partículas invisíveis,que podem atingir distâncias maiores.
"Essa evidência vem se juntar a alguns outros relatos já publicados em outros países no intuito de se chamar a atenção para essa rota de transmissão aérea”, afirma.
Pesquisa comprova presença do coronavírus no ar — Foto: Ricardo Passos/UFMGA escolha da realização da pesquisa em hospitais não se deu ao acaso. "Para comprovar a presença desse vírus no ar, a gente usou ambientes hospitalares como modelo, como ambiente controlado, em que a gente saberia que havia a presença de pacientes contaminados, ou seja, uma fonte de aerossóis contaminados e também que haveria o controle rigoroso quanto ao uso de EPIs pela equipe do hospital”, explica o pesquisador.Para chegar aos resultados e validar a hipótese inicial, os pesquisadores do CDTN, órgão vinculado à Comissão de Energia Nuclear (CNEN) e ao Ministério de Ciência e Tecnologia (MCTIC), usaram equipamentos capazes de sugar o ar e fazê-lo passar em membranas filtrantes. E, mesmo diante de todas as dificuldades em se fazer essa "captura”,o estudo conseguiu verificar a presença do vírus em cinco amostras, por meio da identificação do código genético do SARS-CoV-2.As coletas foram feitas entre 25 de maio e 4 de junho em um hospital e entre 9 de junho e 17 de julho no outro. Os nomes das unidade de saúde não foram divulgados. Já os ambientes externos foram monitorados de 25 de maio a 6 de agosto.
Pesquisa monitorou dois hospitais em BH — Foto: Ricardo Passos/Arquivo PessoalAs amostras com coronavírus foram encontradas no segundo hospital, em quatro ambientes, entre eles o CTI. Passos chama a atenção para dois fatores: o agravamento da pandemia no início do segundo semestre, aumentando a taxa de ocupação de leitos, e a presença de um sistema de circulação de ar menos eficiente.
O pesquisador destaca que em uma das salas onde o vírus foi encontrado havia inclusive ventilação natural, mas pouca circulação do ar. Nos ambientes externos, não houve amostras que contivessem o vírus.
Risco de ambientes mal ventilados
Diante das evidências científicas de que o coronavírus está no ar, o pesquisador acredita que deveriam ser pensadas estratégias mais efetivas para evitar a transmissão da Covid-19 pela rota aérea.
Para exemplificar a forma como o vírus se espalha, Passos recorre a uma cena simples do cotidiano: a de uma pessoa fumando.
"A fumaça de um cigarro, a gente vê sendo emitida por uma pessoa e, em pouco tempo, essa fumaça se espalha pelo ambiente e a gente consegue sentir o cheiro do cigarro, dessa fumaça, até em distâncias muito grandes”, afirma.
Da mesma forma,o coronavírus pode se espalhar pelo ar, quando uma pessoa está respirando, falando ou mesmo cantando.
"Esses aerossóis que são gerados podem se acumular nesses ambientes e vir a constituir uma fonte muito significativa de contaminação”, diz. Ele acrescenta que, nesse caso, o risco existe mesmo que as pessoas estejam distantes uma da outra ou até depois que a pessoa contaminada tenha deixado o ambiente. Por isso, o risco em locais sem uma ventilação eficiente, como casas de shows ou bares, é alto.
"Na vocalização, se a pessoa está falando, gritando ou cantando, isso está diretamente relacionado à quantidade de aerossóis emitidos. Imagine um ambiente fechado em que um cantor está contaminado e não sabe que está. Vai cantar sem a máscara e, quanto mais alto cantar, mais aerossóis emite e isso vai se acumulando nesse ambiente”, destaca.
Passos cita um artigo publicado pela revista "Nature", no início deste mês, que afirma que o vírus é transmitido predominantemente pelo ar, tanto pelas gotículas quanto pelos aerossóis, e em menor grau pelo contato com superfícies. E, por isso, segundo o artigo, deveria ser enfatizada a importância do uso das máscaras, além da busca por medidas para melhorar a ventilação dos ambientes."Não é tarde para pensar em medidas mais efetivas. (...) Se tiver que concentrar investimento, pensar em situação de mais risco, teria que pensar em priorizar a circulação do ar”, diz.Próximos passosCom a publicação dos resultados da fase inicial do estudo, os pesquisadores já focam nos próximos passos. Atualmente, em parceria com o Departamento de Engenharia Ambiental e Sanitária (Desa) da UFMG, o CDTN pesquisa os aerossóis em estações de tratamento de esgoto.Em outra frente, os pesquisadores iniciaram análises em casas de pessoas com Covid-19, para avaliar fatores como a distância percorrida pelo vírus e para quantificar os riscos. Eles ainda pretendem estudar, por meio de modelos matemáticos, as melhores estratégias de circulação do ar.Clicar aqui para ver a matéria na íntegra -
- 12/02/2021 - FAPESP reajusta valores na modalidade Auxílio à Pesquisa RegularA FAPESP reajustará o valor máximo destinado a projetos apoiados na modalidade Auxílio à Pesquisa Regular (APR) de R$ 200 mil para R$ 300 mil a partir de 1º de março. Esse ajuste, o primeiro desde 2015, tem como objetivo aumentar os recursos disponíveis para essa modalidade de apoio a projetos de pesquisa fundamentais para fazer avançar o conhecimento em áreas estratégicas da ciência e para pavimentar a carreira de pesquisadores paulistas.
A FAPESP reajustará o valor máximo destinado a projetos apoiados na modalidade Auxílio à Pesquisa Regular (APR) de R$ 200 mil para R$ 300 mil a partir de 1º de março. Esse ajuste, o primeiro desde 2015, tem como objetivo aumentar os recursos disponíveis para essa modalidade de apoio a projetos de pesquisa fundamentais para fazer avançar o conhecimento em áreas estratégicas da ciência e para pavimentar a carreira de pesquisadores paulistas.
Por meio do APR, a FAPESP dá suporte ao desenvolvimento de projetos por pesquisador com título de doutor e experiência internacional – ou que integre redes internacionais de pesquisa –, vinculado a uma instituição de pesquisa, pública ou privada, sediada no Estado de São Paulo, por um período de até dois anos – com possibilidade de prorrogação por um semestre.A análise e avaliação das propostas levam em conta requisitos básicos do projeto – incluindo a competitividade internacional da pesquisa, potencial para expandir a fronteira do conhecimento daquela área, o impacto científico e um Plano de Gestão de Dados adequado, que vem sendo cada vez mais observado nas propostas de projeto –, além do histórico acadêmico do pesquisador responsável.Os pesquisadores responsáveis pelo APR não poderão ter mais de um projeto apoiado nessa modalidade de auxílio simultaneamente.Os recursos da FAPESP devem ser utilizados no custeio do projeto de pesquisa, como a compra de material permanente – exceto grandes equipamentos –, material de consumo e pagamento de serviços técnicos de terceiros, no país ou no exterior, além de despesas de transportes e Bolsas de Treinamento Técnico e participação em cursos.As normas para submissão e seleção de propostas de Auxílio à Pesquisa Regular estão disponíveis em https://fapesp.br/apr. -
- 11/02/2021 - Programa “Café com LED!” destaca carreira de pesquisadora do IPEN no dia Internacional das Mulheres e Meninas na CiênciaA pesquisadora Denise Zezell, do Centro de Laser e Aplicações (CELAP) do IPEN e coordenadora do curso de Mestrado Profissional em Tecnologia das Radiações em Ciências da Saúde comenta sobre pesquisas desenvolvidas na área de Biofotônica e sobre os programas de pós-graduação do Instituto.
A pesquisadora Denise Zezell, do Centro de Laser e Aplicações (CELAP) do IPEN e coordenadora do curso de Mestrado Profissional em Tecnologia das Radiações em Ciências da Saúde comenta sobre pesquisas desenvolvidas na área de Biofotônica e sobre os programas de pós-graduação do Instituto.
O programa é uma iniciativa do OSA (Optical Society of America) Student Chapter da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e se encontra disponível em seu canal no YouTube. O programa faz parte do evento Meninas nas Exatas: Por Elas para Todos.
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- 10/02/2021 - Pesquisa refina método que usa radiação para conservar acervos históricosA radiação gama pode ser usada para proteger filmes fotográficos e cinematográficos da degradação causada pelas condições ambientais. A dose necessária é de 6 a 10 quilos gray (kGy)
A radiação gama pode ser usada para proteger filmes fotográficos e cinematográficos da degradação causada pelas condições ambientais. A dose necessária é de 6 a 10 quilos gray (kGy)
Fonte: Jornal da USPA aplicação de radiação é uma técnica de conservação de acervos históricos utilizada para proteção, desinfestação e desinfecção de materiais contaminados com insetos e fungos. A historiadora Maria Luiza Emi Nagai determinou o intervalo de doses de radiação gama e feixe de elétrons necessário para proteger filmes fotográficos e cinematográficos, sem alterar a composição do material. Os resultados mostraram que a dose ideal de radiação a ser aplicada com segurança nos filmes é de 6 a 10 quilos gray (kGy) – unidade de medida que representa a quantidade de energia de radiação ionizante absorvida por unidade de massa.O vasto acervo bibliográfico da USP conta com filmes fotográficos e cinematográficos compostos de triacetato de celulose, que é muito sensível às condições ambientais de temperatura e umidade. Umidade acima de 50% já começa a degradar os filmes em um processo chamado desacetilação. Esse processo é conhecido como "síndrome do vinagre”, porque filmes com essa composição contêm ácido acético (vinagre) em sua fórmula. Iniciada a degradação, o material começa a se desfazer, liberando o cheiro forte do ácido."Os filmes têm várias camadas e quando a síndrome do vinagre começa, elas começam a se desintegrar, deixando-os quebradiços”, explica Maria Luiza ao Jornal da USP. A radiação tem o poder de modificar os materiais e, nos filmes, ela atua conferindo maior resistência.A pesquisa foi realizada durante o mestrado de Maria Luiza pelo Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen/USP), sob orientação do professor Pablo Antonio Vásquez Salvador, do Ipen.A metodologiaPara a determinação da quantidade de radiação necessária para proteger os filmes, a pesquisadora utilizou o irradiador multipropósito de cobalto-60 do Centro de Tecnologia das Radiações do Ipen e filmes separados para descarte das bibliotecas da Escola de Comunicações e Artes (ECA) e da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), ambas da USP. Foi feita uma análise seletiva de filmes que poderiam ser destruídos no processo, para entender os efeitos da radiação gama nos filmes.
Imagem dos tipos de degradação de filmes fotográficos e cinematográficos – Foto: Reprodução do estudo
Os filmes selecionados foram caracterizados e identificados por espectroscopia infravermelho (FTIR-ATR). "Eu não tinha certeza sobre a composição dos filmes, não sabia se eles eram realmente de triacetato de celulose. Precisei fazer essa análise para me certificar”, conta Maria Luiza.Logo depois da caracterização, a pesquisadora dividiu a amostra de filmes em vários pedaços, que receberam doses de radiação. Assim, ela foi capaz de analisar os efeitos da radiação no material e entender o intervalo que não causa dano ao material, sendo responsável por ajudar na conservação. "Um dos maiores desafios foi saber quais eram os efeitos da deterioração e quais eram os da radiação”, diz.
Imagem dos efeitos da desacetilação dos filmes – Foto: Reprodução do estudo
Foi preciso levar em conta os diferentes graus de deterioração em que estavam os filmes. Até nas mesmas unidades há uma diferença porque pode ser que um dos lados tenha estado mais exposto à umidade do que o outro, por exemplo. Por isso, foi preciso levar em conta o estado da amostra para determinação do resultado.Resultados
A pesquisa mostrou que a dose de radiação necessária para proteger o material e eliminar fungos e insetos, sem danos, é de 6 a 10 kGy. "Com o estudo, é possível constatar que a radiação promove aumento da estabilidade dos filmes, o que é positivo porque, no caso de o material estar se danificando a ponto de ser perdido em um futuro próximo, há chance de aplicar radiação para conseguir digitalizá-lo”, conclui a historiadora.
Mais informações: e-mailmalunagai@usp.br, com Maria Luiza Nagai
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- 08/02/2021 - Ultrapassando as ameaças cibernéticas: Prioridades para a proteção das instalações nuclearesFonte: DefesaNetO Relatório Outpacing Cyber Threats: Priorities for Cybersecurity at Nuclear Facilities (Ultrapassando as ameaças cibernéticas: Prioridades para a segurança cibernética em instalações nucleares) lançado pela Nuclear Threat Initiative (NTI), apresenta um novo olhar sobre a proteção cibernética em instalações nucleares e oferece um conjunto de prioridades e recomendações ambiciosas e inovadoras. O relatório na ´ntegra pode ser acessado abaixo ou clicando no link, clique aqui.
Apresentamos a seguir seu resumo executivo em uma tradução livre.
A última década testemunhou um progresso sem precedentes na proteção física de materiais e instalações nucleares. Entretanto, conforme as principais melhorias na proteção física foram sendo implementadas, uma ameaça que é potencialmente ainda mais desafiadora está colocando esses ganhos em risco: a ameaça cibernética.
O ciberespaço oferece uma nova oportunidade para adversários determinados causarem estragos em instalações nucleares - possivelmente sem nunca colocar os pés no local. Ataques cibernéticos podem ser usados para facilitar o roubo de materiais nucleares ou um ato de sabotagem que resulte em liberação de materiais radioativos para o ambiente. Um ataque bem-sucedido pode ter consequências repercutindo em todo o mundo, comprometendo a confiança global na geração nucleoelétrica como fonte de energia segura e confiável. Dados os riscos e as potenciais consequências, os governos e a indústria devem aumentar seu foco na ameaça cibernética.
Os operadores nucleares e uma série de organizações nacionais e internacionais reconheceram o desafio e começaram a acelerar seus esforços para fortalecer a segurança cibernética em instalações nucleares. No entanto, a rápida evolução da ameaça cibernética, combinada com a proliferação de sistemas digitais, torna difícil antecipar-se à ameaça. Caso após caso, dos ataques Stuxnetà instalação de enriquecimento de urânio de Natanz no Irã, ao hack da energia hidrelétrica e nuclear da Coreia do Sul, às revelações perturbadoras de malware encontrado em sistemas em uma usina nuclear alemã, demonstra que a abordagem atual da proteção cibernética em instalações nucleares não é proporcional ao desafio. Elaborar uma estratégia que proteja as instalações contra ameaças cibernéticas dinâmicas e em evolução exige um exame novo e irrestrito da estrutura abrangente que orienta a proteção cibernética.
Para tentar se antecipar à ameaça, a Nuclear Threat Initiative (NTI) reuniu um grupo internacional de especialistas técnicos e operacionais com experiência em segurança de computadores, sistemas de segurança nuclear, engenharia nuclear, sistemas de controle industrial e operações de instalações nucleares. Esse grupo foi encarregado de identificar os elementos centrais de uma nova estratégia e, em seguida, focar nos elementos que teriam o maior impacto possível.
Ao longo de 12 meses, o grupo identificou quatro prioridades abrangentes, bem como ações específicas, que, se implementadas, reduziriam drasticamente o risco de ataques cibernéticos danosos a instalações nucleares. Conceitos semelhantes estão sendo usados em outros lugares, e a NTI acredita que, isoladamente ou em combinação, eles proporcionariam uma vantagem considerável na ameaça às instalações nucleares.
1. Institucionalizar a segurança cibernética. A implementação de processos e práticas robustas é essencial para o gerenciamento eficaz de sistemas complexos e está no centro de programas de gerenciamento de qualidade de longa data usados em toda a indústria. Dada a rápida evolução da ameaça cibernética, no entanto, tais práticas geralmente ainda não existem para a proteção cibernética em instalações nucleares. As instalações nucleares devem aprender com os exemplos dados pelos programas de proteção física para fortalecer e manter seus programas de proteção cibernética. Especificamente, os governos e reguladores devem trabalhar para desenvolver e implementar estruturas regulatórias, talvez aproveitando as lições aprendidas com o progresso feito em segurança técnica e proteção física nuclear, que promovam a institucionalização e a melhoria contínua da proteção cibernética em instalações nucleares. A indústria nuclear deve aplicar as lições aprendidas com as experiências da indústria com segurança e proteção física e deve apoiar os esforços de segurança cibernética de organizações relevantes, incluindo a Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA), a Associação Nuclear Mundial (WNA), a Associação Mundial de Operadores Nucleares (WANO ), e o Instituto de Operações de Energia Nuclear (INPO), em um esforço para continuar o diálogo internacional e contribuir para a pesquisa e o desenvolvimento essenciais para melhorar a segurança cibernética. As organizações internacionais devem apoiar, por meio do diálogo internacional e da definição das melhores práticas relevantes, a cooperação internacional e um enfoque ampliado na segurança cibernética em instalações nucleares.
2. Monte uma defesa ativa. As arquiteturas estáticas de segurança cibernética nas instalações nucleares de hoje não são eficazes o suficiente por si mesmas para evitar uma violação por um determinado adversário - violações ocorrerão e ter uma resposta eficaz é crucial. As instalações nucleares precisam desenvolver os meios para responder uma vez que ocorra um acordo. Tal ação é essencial, mas permanece desafiada pela escassez global de especialistas técnicos. Especificamente, Governos e reguladores devem aprimorar a experiência cibernética dentro de órgãos governamentais e regulatórios, compartilhar informações relevantes sobre ameaças com a indústria, considerar como desenvolver e exercer recursos de resposta a incidentes cibernéticos e fornecer recursos adicionais para defesa contra ameaças além daquelas que as instalações poderiam razoavelmente lidar. A indústria nuclear deve iniciar o desenvolvimento de capacidades ativas de defesa em nível de instalação, incluindo a elaboração de acordos de ajuda mútua ou outros meios para acessar as habilidades necessárias. As organizações internacionais devem facilitar o compartilhamento de informações sobre ameaças sempre que possível e apropriado.
3. Reduza a complexidade. A complexidade é inimiga da proteção. As instalações nucleares de hoje consistem em mais de mil sistemas digitais. O impacto desses sistemas na segurança, suas funcionalidades e como eles interagem nem sempre são totalmente compreendidos. Embora as redes possam ser inicialmente caracterizadas, essas informações muitas vezes não estão atualizadas. Quando se trata dos sistemas mais críticos, a opção mais vantajosa pode ser eliminar totalmente a complexidade digital por meio da transição para sistemas não digitais. Especificamente, os governos e reguladores devem apoiar com recursos financeiros, de pessoal e de pesquisa os esforços das instalações para caracterizar as redes, compreender as funcionalidades e interações e, por fim, minimizar a complexidade dos sistemas críticos. A indústria e as instalações nucleares devem caracterizar os sistemas, identificar o excesso de funcionalidades, removê-los quando possível, e trabalhar com os fornecedores para desenvolver sistemas não digitais e produtos protegidos desde o projeto, quando possível e apropriado. As organizações internacionais devem desenvolver e fornecer orientação e treinamento para governos e instalações, conforme solicitado.
4. Buscar a transformação. A comunidade global está nos estágios iniciais de compreensão da magnitude da ameaça cibernética. De muitas maneiras, os humanos criaram sistemas que são complexos demais para gerenciar; na maioria dos casos, os riscos nem podem ser quantificados. Como resultado, há uma necessidade fundamental de pesquisa transformativa para desenvolver sistemas difíceis de hackear para aplicativos críticos. Especificamente, os governos e reguladores devem empreender ou financiar pesquisas transformadoras em tecnologias, métodos e abordagens que serão necessárias para superar a ameaça; as organizações internacionais devem promover a inovação e continuar a pensar criativamente sobre como mitigar essa ameaça e devem recrutar uma variedade de vozes e perspectivas para participar da conversa; governos, indústria e organizações internacionais devem se esforçar para aumentar a capacidade humana em todo o campo cybernuclear, especialmente em países com programas de energia nuclear civil novos ou em expansão.
Juntas, as prioridades listadas representam uma nova abordagem para superar a ameaça cibernética urgente e em evolução. Implementá-los será um esforço de vários anos e não será fácil, mas o risco é muito grande para aceitar ostatus quo.
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- 08/02/2021 - Criação de novo órgão para o setor nuclear deve sair do papel no 1º trimestreFonte: epbrO governo pretende editar a medida provisória para criar a Autoridade Nacional de Segurança Nuclear até março deste ano.
"Estamos fazendo apenas análise dos aspectos jurídicos e da questão financeira, que nós não vamos gerar despesas. Isso tudo tem que ser muito bem equilibrado”, afirmou o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, em entrevista à epbr nesta segunda (8).
No ano passado, o governo federal fechou uma minuta de medida provisória para a criação do novo órgão que deve fiscalizar as atividades nucleares.
O texto é uma resposta às exigências de órgãos de controle, como o Tribunal de Contas da União (TCU), e da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
O entendimento do Executivo é que a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) atualmente fiscaliza suas próprias atividades. A comissão é, ao mesmo tempo, um órgão executor de projetos da política nuclear e fiscal do setor.
O ministro explicou que a demanda é antiga e está sendo tratada desde 2017.
"É uma medida que o país já se comprometeu a adotar há mais de 30 anos e está nesse processo longo e demorado. Desde 2019, pegamos os estudos que já tinham sido realizados e chegamos a essa MP”, disse Albuquerque.
O plano de criação da ANSN prevê uma cisão da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), que atualmente é responsável por todas as etapas do setor, como pesquisa, operação e fiscalização de projetos que usam tecnologia nuclear.
Segundo a minuta da MP, a comissão será reestruturada e continuará responsável pelas áreas de ciência, tecnologia, inovação e pesquisa, subordinada ao Ministério de Ciência e Tecnologia (MCTI), de Marcos Pontes, tenente-coronel da reserva da Força Aérea Brasileira (FAB).
A criação do novo órgão ocorre em um momento que o governo federal traça metas para o setor, envolvendo a conclusão das obras da Usina Nuclear de Angra 3, retomar atividades de mineração de urânio, implantar o Repositório Nacional de Rejeitos Radioativos e construir o Reator Multipropósito Brasileiro, por exemplo.
Parceiro epecista para Angra 3 até o final do ano
Além da criação da ANSN, outra medida do setor nuclear que deve ser encaminhada neste ano é a continuidade das obras da linha crítica da usina nuclear de Angra 3, no Rio de Janeiro, que pode facilitar a entrada de terceiros na construção da usina.
"Acreditamos que até o final do ano seja apresentado o parceiro epecista que vai fazer parte do empreendimento”, disse o ministro Bento Albuquerque.
A Eletronuclear planeja contratar em março do próximo ano serviços de construção civil e montagem eletromecânica para concluir etapas da chamada "linha crítica” da usina.
A expectativa é que esta primeira etapa das obras seja iniciada em outubro de 2021. Simultaneamente, o planejamento do governo é publicar o edital do EPC para a segunda fase de obras em agosto do próximo ano para que as obras comecem em março de 2022.
Assim, a usina deve entrar em operação comercial no final de novembro de 2026, segundo o planejamento.
A Eletronuclear estima que o custo para conclusão de Angra 3 seja da ordem de R$ 14,5 bilhões, além dos R$ 12 bilhões já investidos.
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- 04/02/2021 - Difícil de produzir: descobertas características inesperadas do 99º elemento químico einstênioCientistas norte-americanos conseguiram pela primeira vez medir as características estruturais e espectrais básicas do 99º elemento químico, o einstênio
Cientistas norte-americanos conseguiram pela primeira vez medir as características estruturais e espectrais básicas do 99º elemento químico, o einstênio
Fonte: Sputnik Brasil
Pesquisadores dos EUA, possuindo apenas 250 nanogramas do einstênio, mediram de forma inédita o comprimento de ligação química do 99º elemento, que define sua interação com outros átomos e moléculas, segundo estudo publicado na revista Nature.O einstênio foi descoberto em 1952 no Laboratório Nacional Lawrence Berkeley do Departamento de Energia dos EUA entre destroços da primeira bomba de hidrogênio. Suas características são ainda mal estudadas devido ao nível elevado de radioatividade, sem contar na dificuldade de obtê-lo na forma pura.
Os pesquisadores usaram instalações experimentais, inexistentes há dezenas de anos, quando o einstênio foi descoberto pela primeira vez: fundição molecular no Laboratório Berkeley e Fonte de Luz de Radiação Sincrotron de Stanford (SSRL, na sigla em inglês) do Centro de Aceleração Linear de Stanford, EUA, onde os cientistas realizaram experimentos de espectroscopia de luminescência e espectroscopia de absorção de raios X.
O material foi produzido em reator isotópico de alto fluxo no Laboratório Nacional de Oak Ridge, EUA, um dos poucos lugares no mundo onde é possível produzir o einstênio através do bombardeamento de cúrio por nêutrons, que ocasiona posteriormente uma longa cadeia de reações nucleares.
Obtendo a localização de átomos em moléculas, inclusive o einstênio, os pesquisadores mediram o comprimento de ligação química e descobriram que as particularidades de luminescência e interação spin-órbita do einstênio diferem do que os cientistas esperavam do elemento de actinídeos, que são um grupo de elementos do período sete da tabela periódica.
"No período sete [da tabela periódica] há elementos ou isótopos que são úteis para a produção da energia nuclear ou medicamentos radiofármacos. Obtendo novos dados, entenderemos melhor como funciona toda a linha de actinídeos."
O problema principal que tiveram os cientistas foi a produção de quantidade suficiente do elemento puro e sua decadência radioativa. Os pesquisadores planejam continuar seus experimentos, interrompidos pela pandemia.
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- 04/02/2021 - Senado aprova a MP 998 que vai à sanção presidencialCinco dias antes de perder validade, o Congresso Nacional aprovou o texto da chamada MP do consumidor que trata de temas como o fim de subsídios e a redução de tarifas na região Norte
Cinco dias antes de perder validade, o Congresso Nacional aprovou o texto da chamada MP do consumidor que trata de temas como o fim de subsídios e a redução de tarifas na região Norte
Fonte: Canal EnergiaO Senado Federal aprovou nesta quinta-feira, 4 de fevereiro, a MP 998, que o governo chama de MP do Consumidor, publicada em 2 de setembro de 2020. Como a medida já havia passado pela Câmara dos Deputados e não sofreu alterações, agora vai a sanção presidencial. O aval ocorre apenas cinco dias antes de seu vencimento e representa uma vitória do governo federal uma vez que as mais recentes MPs haviam perdido validade. Por isso, havia a desconfiança de que a medida pudesse ser mais uma nesse mesmo caminho devido a sua complexidade e pouco prazo para análise por conta das eleições municipais em meio ao prazo regulamentar da MP.
A lei trata do uso de recursos de P&D da Aneel não utilizados para a CDE para amortecimento das tarifas por conta da covid-19. Destina recursos da Reserva Global de Reversão (RGR) para a CDE e para o pagamento do valor não depreciado de ativos de distribuição de energia elétrica no processo de valoração da base de remuneração regulatória decorrente da licitação para desestatização. Ações estas que já ocorreram durante os últimos meses.
E ainda, insere a licitação para a contratação de reserva de capacidade de geração, inclusive da energia de reserva no país enquanto um mecanismo definitivo não é estabelecido. E, dentre outros destaques, estabelece a redução gradativa dos subsídios de transmissão para fontes renováveis.
Para o segmento nuclear a proposta delega competência ao Conselho Nacional de Política Energética – CNPE para celebrar outorga de autorização para exploração da usina nuclear Angra 3, bem como contrato de comercialização da energia elétrica por ela gerada, bem como prazos, marcos temporais e requisitos. E ainda transfere para a União todas as ações de titularidade da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) representativas do capital social da Indústrias Nucleares do Brasil (INB) e da Nuclebrás Equipamentos Pesados, que serão transformadas em empresas públicas.
Em seu parecer o senador Marcos Rogério (DEM-RO), que é o relator, argumentou que não é mais necessário o subsídio da TUSD e TUST. Em sua análise, a proposta, se não adotada, levaria esse encargo adicional que hoje é de mais de R$ 5 bilhões ao aumento exponencial. Essa MP é uma medida que se volta para o consumidor de energia no Brasil”, resumiu.
O tema atraiu a atenção do setor elétrico nos últimos meses. Foram diversas reportagens que a Agência CanalEnergia publicou sobre o tema, suas consequências, virtudes e análises das mais diversas naturezas. Ao clicar neste link a lista de matérias sobre a MP pode ser acessada.
Na sessão, que foi acompanhada de forma presencial pelo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, foram três os destaques. Dois desses sobre a energia nuclear e a preocupação com a inclusão desse custo adicional na conta de energia, apresentados pelo Cidadania e MDB, mas que pelo pouco tempo para a discussão e com alteração de redação, foram retirados visando evitar a caducidade da matéria. Apenas o PT manteve sua manifestação, apresentado pelo senador Jean Paul Prates (PT-RN), forçando a votação do texto apresentado em plenário.
A deliberação ocorreu por bancada, e não nominalmente. Dois partidos não tiveram consenso e aí votaram individualmente. Contudo, a maioria dos partidos optou por continuar com o texto original da medida provisória, recusando o destaque petista que tratava da extensão dos benefícios ao estado do Pará e assim deram continuidade ao processo que agora será levado à sanção presidencial. De um total de 66 senadores presentes à sessão 54 votaram pela aprovação da MP sem o destaque e 16 para a alteração do texto.
A Agência Nacional de Energia Elétrica, inclusive, esperou a votação desta quinta-feira para definir o tamanho da CDE. No texto há itens que podem alterar o valor de receitas e despesas, assim como o peso delas nas tarifas. É o caso das medidas direcionadas à redução tarifária de consumidores da Região Norte e a transferência para a CDE de recursos dos programas de Pesquisa e Desenvolvimento e de Eficiência Energética do setor elétrico. Inclusive este último item foi ampla e duramente acusado de desmontar todo a indústria de inovação e pesquisa no país.
E nos últimos dois dias a matéria recebeu 21 emendas de senadores o que elevou ao total o número de alterações propostas pelos parlamentares a 226. Dentre as mudanças apresentadas uma das principais é o repasse de recursos de P&D que não são utilizados à CDE. Há ainda a de Jader Barbalho (MDB/PA) que quer incluir a Celpa na redução tarifária. Outra que quer impedir a Aneel de repassar para as tarifas qualquer perda não técnica da área atendida pelas distribuidoras do Norte do país. Há ainda a proposta de incluir a extensão de prazo para a concessão de descontos da TUST e TUSD para o que chama de fontes alternativas, tirando a exclusividade dada às PCHs na Câmara dos Deputados, fato que não se configura em tratamento isonômico entre as diferentes fontes.
Outro exemplo é do senador Fábio Contarato (Rede/ES) que sugere suprimir o artigo 10 pelo que daria poderes ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) de outorga para a autorização de exploração de Angra 3, bem como autorizar a celebração do contrato de comercialização da respectiva energia elétrica produzida.
"É grave porque abre a possibilidade de substituição do valor da energia gerada pela usina de R$ 250 por MWh, previsto anteriormente no contrato firmado com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), para o valor de R$ 480 por MWh, o qual o CNPE propôs em meados de 2018. Essa situação tende a gerar um componente de pressão pela elevação das tarifas de energia elétrica”, argumentou em sua justificativa.
Nos últimos dias associações abordaram o assunto. Para a Abradee, a aprovação do texto de conversão da MP "desarma uma bomba tarifária, já que a manutenção da trajetória atual implicaria impactos cumulativos e crescentes para os consumidores no futuro, como por exemplo, os custos com subsídios a fontes incentivadas, que chegaram a cerca de R$ 4,1 bilhões em 2020.”
A medida prevê a transferência de recursos dos programas de Pesquisa & Desenvolvimento e de Eficiência Energética para a Conta de Desenvolvimento Energético, para promover a modicidade tarifária. A Abradee lembrou que isso significa a aplicação imediata de recursos da ordem de R$ 3,4 bilhões para reduzir a tarifa dos consumidores.
Outro ponto positivo destacado pela entidade é a alocação equilibrada dos custos de expansão da geração, com a possibilidade da contratação de reserva de capacidade. Esse custo será custeado por todos: consumidores livres, cativos e autoprodutores, na parcela decorrente da interligação ao sistema interligado.
O presidente da Associação Brasileira de Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres, Paulo Pedrosa, disse que apesar da MP ter pontos que não contam com a simpatia da associação, um fracasso não traria o avanço em outros que são importantes para o setor. "A MP dá início a redução dos subsídios e começa a organizar a superação do mercado livre e regulado, além de trazer dinheiro que não é usado de fundos que vão abater os custos da CDE”, afirmou Pedrosa a jornalistas.
Colaboraram Sueli Montenegro, de Brasília e Pedro Aurélio Teixeira, do Rio de Janeiro.