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- 28/06/2021 - Defesa Civil inova em curso de produtos químicos e abrange instituições de 14 unidades da federaçãoFonte: Governo do Estado de Mato Grosso do SulEntre os dias 22 à 28 de junho a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de Mato Grosso do Sul (CEDEC/MS) em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde (SES), Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD) e Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) promoveu o curso "Atendimento de 1ª Resposta com Produtos Químicos, Biológicos, Radiológicos e Nucleares (QBRN)”.
Realizado pela primeira vez na modalidade EaD (Ensino à Distância), o curso contou com 471 inscritos de todas as regiões do País: São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Minas Gerais (MG), Amazonas (AM), Pernambuco (PE), Paraná (PR), Santa Catarina (SC), Sergipe (SE), Alagoas (AL), Ceará (CE), Paraíba (PB), Pará (PA), Espírito Santo (ES) e Distrito Federal (DF).
O Coordenador Estadual de Defesa Civil, Fábio Santos Catarinelli, explica que o curso na modalidade presencial limitava o número de participantes, mas que as medidas restritivas da pandemia de Covid-19 fizeram com que o curso tivesse a formatação virtual,possibilitando a ampliação para outros estados brasileiros com número recorde de participantes.
"O formato online é uma inovação e foi muito positivo. A Defesa Civil no País abre a possibilidade para outras instituições que trabalham com produtos químicos participem do curso. A ideia para o futuro é manter o treinamento disponível na rede”, avalia.
Proteção radiológica; Fontes de Radiação Ionizante; Transporte de Material Radioativo; Segurança Radiológica e Nuclear em grandes eventos públicos; Atendimento resposta com produtos Químicos e Biológicos; Atendimento Pré-Hospitalar e Radioacidentados; e Uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) foram os conteúdos abordados no conteúdo programático.
O curso foi definido diante da necessidade de aprendizagem e atualizações de protocolos existentes para prevenção e resposta à desastres QBRN, por todas instituições nacionais, estaduais e municipais, levando em conta o crescente número de Indústrias, hospitais de radioterapia, medicina nuclear e laboratórios no Estado.
As instituições participantes foram: Corpo de Bombeiros Militar, Cruz Vermelha Nacional, Guarda Civil Metropolitana de Campo Grande e Dourados, Polícia Militar, Polícia Militar Ambiental, Guarda Civil Ambiental de Campo Grande e Dourados, Defesa Civil dos municípios de Campo Grande, Dourados, Três Lagoas, Corumbá, Naviraí, Paranaíba e Nioaque, Instituto de Meio Ambiente (Imasul), Vigilância Sanitária, Secretarias Municipais de Saúde, Força Tarefa Brasileira, Centro de Proteção Ambiental do CBMMS e Comando Militar do Oeste (CMO).
O curso teve a organização da Comissão Estadual do Plano de Prevenção, Preparação e Resposta Rápida a Emergências Ambientais com Produtos Químicos Perigosos (CE P2R2/MS) e teve como palestrantes o Carlos Alberto Rodrigues dos Santos, José Francisco Pereira, Raul dos Santos, Vanessa de Bonis, da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e Carlos Roberto de Assis Filho, consultor especialista em QBRN.
Mireli Obando, Subcom (com informações da Cedec/MS)
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- 26/06/2021 - Entenda a criação da Autoridade Nacional de Segurança NuclearA autarquia vai fiscalizar todas as atividades nucleares no país
A autarquia vai fiscalizar todas as atividades nucleares no país
Fonte: TV BrasilO Ciência é Tudo desta semana fala sobre a criação da Autoridade Nacional de Segurança Nuclear (ANSN). A autarquia tem o objetivo de fiscalizar todas as atividades nucleares realizadas no Brasil. Vamos entender os motivos que levaram à criação da ANSN e saber como ela vai realizar essa missão.
A Autoridade Nacional de Segurança Nuclear atende aos anseios da comunidade internacional do setor nuclear, assim como várias solicitações do Tribunal de Contas da União (TCU) e de outras organizações do Brasil, a respeito da necessidade da separação entre a fiscalização e a execução de atividades no setor.
Vamos ver também como a energia nuclear é utilizada, quais os destinos mais comuns dela e suas vantagens para o país, além de entender o que é o Programa Nuclear Brasileiro e os tipos de pesquisa que estão sendo realizados na área.
O Ciência é Tudo vai ao ar todos os sábados, às 9h30, na TV Brasil. É possível assistir aos episódios também no site e no canal do Youtube da TV Brasil.
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- 24/06/2021 - Radiados do OlímpicoEstádio da Copa América em Goiânia serviu de campo de refugiados no maior acidente radiológico do mundo
Estádio da Copa América em Goiânia serviu de campo de refugiados no maior acidente radiológico do mundo
Fonte: UOLFoi uma das primeiras coisas que ouvi quando cheguei ao estádio Olímpico, em Goiânia — onde a seleção joga no domingo (27). Enviado para cobrir a Copa América, tinha estudado sobre a história: o maior acidente radiológico do mundo acontecera ali, em 1987.
Naquela ocasião, o gramado do Olímpico servira como abrigo. Era um acampamento para as vítimas primárias da abertura da cápsula contendo 19,26 gramas de césio-137, substância radioativa.
A passos apertados, saí do estádio rumo ao (mal)dito terreno. O local fica em um bairro residencial. Pessoas circulam pelas ruas e, muitas vezes, nem sabem que foi ali que tudo ocorreu — constatei isso ao tentar me informar.
Quando cheguei, a primeira coisa que chamou atenção foi o concreto — você pode ver na foto acima. Vazio até hoje, o terreno da rua 57 não tem grama alta ou lixo, como seria comum a terrenos baldios, apenas uma imensidão concretada (até três metros para dentro do solo, como contaram depois). Tudo para evitar que a radiação se propague.
No muro ao fundo, um grafite conta a terrível história daquele lugar: um homem azul, cor do césio-137, eleva em sua mão uma pedra, representada por uma caveira cercada por raios — que você vê na foto abaixo. Naquele momento, há 34 anos, os catadores Roberto dos Santos Alves e Wagner Mota Pereira ainda não sabiam o mal que estavam libertando da pesada peça de chumbo que tinham encontrado.
O que é césio-137?
A cápsula encontrada em Goiânia era a fonte radioativa de um aparelho de radioterapia abandonado. o equipamento era usado para bombardear células cancerígenas e destruí-las sem afetar os tecidos próximos. O césio estava dentro do aparelho e de uma blindagem.
Quando essa cápsula blindada foi rompida, o césio-137, um pó azulado que brilha no escuro, foi liberado. O problema é que materiais radiativos como esse emitem radiações ionizantes, feixes de partículas ou de ondas eletromagnéticas capazes de atravessar corpos sólidos, afetando estruturas atômicas. Radiações assim podem provocar lesões nas células e tecidos vivos, causando uma série de efeitos nocivos — esses efeitos caracterizam o envenenamento por radiação.
Tapumes
Roberto e Wagner eram simples catadores que buscavam objetos de valor para vender. "A verdade é que eles invadiram uma propriedade e roubaram a peça", disse um ex-jogador muito conhecido na cidade, mas que pediu para não ter seu nome divulgado na reportagem.
De fato, a dupla invadiu um terreno abandonado para ter acesso a uma enorme, e, para eles, valiosa, peça de chumbo. A culpa, no entanto, não fora dos catadores, mas de quem abandonou o material ali. Os donos do antigo Instituto Goiano de Radioterapia seriam mais tarde responsabilizados.
Coletaram a peça onde hoje fica o Centro de Convenções da cidade. De lá, transportaram até a rua 57 por um trajeto curto, de menos de 1 km.
No quintal da casa de Roberto, a dupla tentava de tudo para separar o chumbo. As marretadas foram ouvidas pela vizinhança. Daniel de Lemes, 42, subiu no muro para ver o que estava acontecendo.
"Eles tentavam quebrar e, lembro, tinham um pastor alemão que latia, latia, latia. Depois que tudo foi descoberto, também por sobre o muro, eu vi darem a injeção para sacrificar o cachorro, que tinha se tornado fonte de radiação", contou Lemes enquanto fritava um pastel no estabelecimento da família, a mais antiga pastelaria de Goiânia.
O que talvez o amigo de quatro patas tentava avisar era que aquela peça representava perigo mortal a todos. Dias depois, quando tudo foi revelado, Daniel acordou com tapumes isolando a rua.
"Eles entravam nas casas e levavam tudo. Um amigo tinha acabado de comprar um som, e o exército levou por causa da radiação. Se o Roberto tivesse conseguido abrir na casa dele, teria trazido pro mercado e seria ainda pior."
Daniel de Lemes, dono de uma pastelaria a meia quadra de onde tudo aconteceu, em região movimentada na época.A triagem
Sem conseguir abrir o objeto da forma que gostariam, Roberto e Wagner venderam a peça ao ferro-velho de Devair Alves Ferreira. Foi Daniel quem me explicou o curto caminho de cerca de 700 metros da rua 57 até o antigo estabelecimento.
Já acostumado à ideia do concreto, o terreno da rua 26 não me surpreendeu com isso, mas sim com o tamanho. Era três vezes maior que o primeiro e muito mais "malcuidado". A grama crescia nos espaços entre o concreto e até uma árvore se arriscava a ocupar um lugar ao fundo (o terreno e o detalhe na imagem acima) —me informaram, depois, que medições constantes são feitas no local e que não há perigo na vegetação.
Ali, tudo se intensificou. Se na casa de Roberto as primeiras partículas foram liberadas, foi no ferro-velho de Devair que as primeiras pessoas que morreram no acidente foram contaminadas: sua esposa, Maria Gabriela, e seus funcionários, Israel e Admilson. A quarta e emblemática vítima foi a menina Leide das Neves, de 6 anos, que se alimentou com a mão suja e acabou ingerindo césio-137.
A demora em identificar o acidente fez com que partículas de césio-137 fossem distribuídas por Devair, maravilhado com o brilho azulado do material, para várias pessoas e se espalhassem pela cidade. Isso fez com que, voltando para a nossa sede da Copa América, filas enormes se formassem ao redor do complexo onde se encontra o estádio Olímpico para triagem: uma medição mostrava quem estava ou não infectado.
112 mil pessoas passaram por ali. Quem tinha um nível de radiação "acima do normal" era encaminhado a hospitais. No início, porém, houve quem passou pelos banhos de descontaminação.
Lembranças da tragédia
Eles passam a máquina em torno de seu corpo, como se fosse para detectar metais. Ela tem um barulho constante. Um 'tec-tec-tec'. Quando há radiação acima da média, esse barulho tem o ritmo acelerado. Então, o aparelho identifica até em distâncias maiores. Ela pode não estar com a saúde comprometida, mas naquele momento é uma fonte de radiação. Por isso a necessidade da limpeza especial."
Rogério Borges, jornalista que tinha dez anos na época. Ao lado, a máquina de detecção de radiação."Monitoraram minha mão e falaram que tinha contaminação. Me deram um banho humilhante, a gente com as mãos na parede, nu, uma mangueira bem forte e com uma vassoura mergulhada em um balde com produtos. Quando me liberaram, mandaram tomar cerveja porque a contaminação interna sairia na cerveja. O banheiro do boteco que frenquentava foi demolido por contaminação."
Odesson Ferreira, uma das principais vítimas, em entrevista ao jornal "O Popular""Tinha que fazer essa medição a cada semana. Uma vez o aparelho apitou comigo. Aí pediram pra eu tirar a camisa e era só a camisa. Lembro que meus pais me mandaram pro interior, pra morar com um tio por uns dias, mas ninguém queria andar comigo. Tinham medo. As mães diziam que eu era 'lá do césio' e não deixavam os filhos andarem comigo. Não demorou muito e eu voltei pra cá."
Daniel de Lemes, dono de uma pastelaria a meia quadra de onde tudo aconteceuDrama longe dos filhos
Sentada na mureta que impede que carros invadam o terreno da rua 26, Sueli Lina, presidente da associação das vítimas do césio-137, revela o dia em que levou o filho para tal triagem. Filas quilométricas davam voltas no local e pessoas se aglomeravam para saber se estariam elas próprias emitindo radiação.
Naquele dia, a roupa do filho de Sueli estava contaminada.
"Tiraram a roupa dele todinha, voltou pra casa só de cuequinha. Tinha seis anos na época. Mandaram dar banho de vinagre", lembrou.
Ela não perdeu tempo e levou seus filhos para longe do local onde morava, perto do ferro-velho de Devair. Quem morava por ali ou muito próximo da casa de Roberto tinha sido removido de suas residências e levado ao estádio Olímpico.
"Foi urgência no Olímpico. Tinha que tirar as pessoas das casas que estavam contaminadas e ninguém aceitava recebê-las, com medo. O estádio foi provisório até que encontraram a Febem (antiga sigla de Fundação Estadual para o Bem Estar do Menor), que abrigou o pessoal por mais tempo."
Quem não pôde ficar ao lado dos filhos foi Luiza Odete. O contato direto do césio com sua pele a fez sofrer duplamente: mãe de quatro filhos, ela logo foi levada ao Rio de Janeiro para tratamento e perdeu qualquer tipo de contato direto com os filhos acampados no estádio. A caçula tinha apenas seis meses de vida.
"Eles (os filhos) não gostam nem de lembrar disso, por isso não querem falar do episódio. Pra mim foi muito difícil, porque fiquei sem informação deles. Perguntava aos técnicos da CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear) até que um dia arrumaram um rádio para que eu pudesse falar com eles."
Luiza Odete, uma das vítimas da tragédia em GoiâniaRadiados
Marcos Alexandre, 45, era da turma de Daniel. Seu pai era administrador do estádio Olímpico naquela época, e o muro dos fundos de sua casa era o mesmo do complexo que abriga a Copa América hoje.
Então com 11 anos, ele lembra de um telefonema na madrugada que tirou seu pai da cama e alertou para a gravidade da situação.
"Ligaram para ele e pediram para acender as luzes porque o exército estava vindo para Goiânia. O relógio de luz do Olímpico ficava dentro do nosso quintal", conta.
Pelo menos uma vez por semana, Marcos passava pela triagem para medir sua radiação. Ele não se mudou dali.Hoje treinador e professor de basquete, Marcos sofreu bastante com preconceito por causa do acidente. Quando viajava com um time, pessoas evitavam contato por saberem que ele era de Goiânia. "Diziam que eu estava radiado".
E o medo da população não era exclusividade de quem vivia fora de Goiânia. A região do acidente viu os preços de imóveis despencarem. Ninguém queria os "radiados" por perto, chegando a apedrejar o velório das vítimas, enterradas em caixões de chumbo de 700 kg com auxílio de um guindaste. Os túmulos foram revestidos de concreto e colocados no lado mais afastado do Cemitério Parque.
A história conta que só a mãe de Leide das Neves conseguiu se aproximar do caixão da filha sem ser agredida após apelo de Sônia Santillo, primeira-dama do Estado na época, que implorou: "Deixem a mãe enterrar sua filha".
Futebol contra o preconceito
O jornalismo tem desses momentos em que você se vê falando com a própria história. Foi assim que me senti ao ligar para Walter Mendes, físico — e posteriormente técnico da CNEN — que identificou o acidente em 1987. Ele explicou como e por que o estádio Olímpico, hoje reformado, como mostra a foto acima, fez parte disso tudo.
"Me chamaram pra identificar se o material poderia ser radioativo ou não. Eu identifiquei e falei com o governador do estado de Goiás e com a CNEN. Começamos a isolar a área e tirar as pessoas contaminadas. Nisso, foi escolhido o estádio Olímpico. A defesa civil armou barracas e essas pessoas ficaram ali e no outro dia de manhã foram para o hospital para verificar a situação delas", explicou.
As oito barracas e 26 moradores próximos aos locais do acidente que foram removidos para o gramado criaram na população uma aversão ao local. Não foram poucas as declarações que ouvi durante minhas andanças por Goiânia de que o local estava contaminado. Walter, por outro lado, explica que não e conta o que foi feito para provar isso à população: o bom e velho futebol.
"Se criou uma 'psicorradiofobia', e era perfeitamente natural, você não pode culpar a população porque não tinha informação. Estabeleceu-se um pânico. Criou-se uma celeuma desnecessariamente que estádio estava contaminado. E não estava. Toda a monitoração radiométrica mostrava que não estava. Para comprovar, foi feita uma partida de futebol no estádio entre os técnicos da CNEN na época e convocou-se a mídia para mostrar que não tinha nada."
O esquecimento
Eu sei, essa história não tem exatamente um final feliz. Mas o que podemos fazer? Nem tudo na vida é um conto de fadas. No entanto, pior que isso é esquecer, sabe? Nos mais de dez lugares que visitei para contar essa história para vocês, em todos eles eu procurei algo que só encontrei na última visita: uma homenagem às vítimas.
O quadro da Leide das Neves (ao lado) é a única menção. Ele fica no Cara (Centro de Assistência aos Radioacidentados) que conta com médico, enfermeiro, psicólogo e assistente social. As vítimas passam ali ao menos uma vez ao ano para monitoramento.
Além de atender mais de 1300 pessoas divididas em grupos de exposição, o local ainda conta com um centro de memória, onde Suely Barreto, 62, não deixa a história morrer.
"Foram 249 pessoas identificadas na triagem no Olímpico. 120 foram para casa e 129 tiveram que ficar em observação: 79 na Febem, casos mais leves, 30 no albergue, casos de contaminação maior, e 20 no hospital, mais graves. Dos 20, 14 foram para o Rio de Janeiro, em uma área da Marinha, para receberem cuidados especiais. E se você errar algum número eu vou puxar sua orelha!", me ameaçou a Suely, em tom de brincadeira.
Sua xará, Sueli Lina, presidente da associação das vítimas, contou que havia um projeto de memorial que seria erguido no terreno da rua 26. Segundo ela, a maquete era "muito bonita", mas a pandemia acabou paralisando tudo. Luiza Odete, tia de Leide das Neves, reconhece a importância da história não cair no esquecimento.
"Foi terrível, muito triste. Eu me emociono em falar no assunto. Eu falo porque sei que não pode cair no esquecimento. Mas eu sofri muito com a ausência dos meus filhos. Na época, eu fiquei lá no Rio e meus filhos aqui em mão de pessoas estranhas. Chegou momento de eu pensar que eu ia morrer, não ver mais meus filhos."
Para lamentar e homenagear sempre é necessário não esquecer jamais.
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- 23/06/2021 - Bolsas BEA - edital 03/2021Fonte: CNENA Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento (DPD) da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) divulga o Edital de Bolsa de Estudos Avançados (BEA) 03/2021. O objetivo é selecionar um bolsista para a execução do projeto "Certificação do Laboratório de Radiometria da Divisão de Radioproteção - DIRA/IRD junto ao CTBTO (Comprehensive Nuclear Test Ban Treaty Organization)"As inscrições, que podem ser feitas entre os dia 24 de junho e 5 de julho, deverão ser encaminhadas à Secretaria de Formação Especializada (SEFESP) da CNEN exclusivamente pelo e-mail sefesp@cnen.gov.br, tendo como assunto: "Edital BEA CNEN 03/2021 – Inscrição”.Para ler a íntegra do edital e os seus anexos, acesse o endereço eletrônico: http://antigo.cnen.gov.br/editais-de-concessao-de-bolsas -
- 23/06/2021 - Pós-doutorado em aceleração a laser no Instituto de Pesquisas Energéticas e NuclearesFonte: Agência FapespAgência FAPESP – Uma oportunidade de pós-doutorado com bolsa da FAPESP está disponível para o projeto "Capacitação científica, tecnológica e em infraestrutura em radiofármacos, radiações e empreendedorismo a serviço da saúde (PDIp)”. O prazo de inscrição termina em 9 de julho de 2021.
Conduzido no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), o projeto trabalha com aceleradores de prótons/elétrons a laser e suas aplicações e tem como objetivo acelerar prótons e/ou elétrons para atingir energias cinéticas de 10 milhões de elétrons-volt.
O candidato deve ter conhecimento experimental em uma ou mais das seguintes áreas: "Lasers”, "Plasmas induzidos por lasers, tanto em meios sólidos quanto em líquidos e gasosos”, "Produção de alvos para interações laser-plasma com perfil de densidade controlado e ajustável” e "Métodos de detecção de feixes de partículas”. Os feixes formados nesses plasmas serão caracterizados em sua divergência e monocromaticidade.
O candidato deve ter doutorado em lasers e instrumentação de detecção, com forte histórico de publicações.
Os interessados devem enviar e-mail para egp02@ipen.br com o título "Bolsa - PD Temático - Aceleração - LPA”, anexando currículo Lattes, MyCitation (Google Scholar) e projeto de no máximo duas páginas.
A seleção será feita por análise curricular, avaliação do perfil e da trajetória do candidato e análise de aderência às linhas de pesquisa do projeto. O resultado do processo seletivo será divulgado até 20 de julho de 2021.
Mais informações sobre a vaga em: www.fapesp.br/oportunidades/4329.
A oportunidade de pós-doutorado está aberta a brasileiros e estrangeiros. O selecionado receberá Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP no valor de R$ 7.373,10 mensais e Reserva Técnica equivalente a 10% do valor anual da bolsa para atender a despesas imprevistas e diretamente relacionadas à atividade de pesquisa.
Caso o bolsista de PD resida em domicílio fora da cidade na qual se localiza a instituição-sede da pesquisa e precise se mudar, poderá ter direito a um auxílio-instalação. Mais informações sobre a Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP estão disponíveis em www.fapesp.br/bolsas/pd.
Outras vagas de bolsas, em diversas áreas do conhecimento, estão no site FAPESP-Oportunidades, em www.fapesp.br/oportunidades.
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- 22/06/2021 - Entrevista | RMB: grande centro de pesquisa nuclear e um projeto estruturante e de arrasteFonte: ABENÀ frente do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), um empreendimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), sob responsabilidade e coordenação da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), contando com parcerias técnicas da Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A. (Amazul) e do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP) e do apoio do Governo do Estado de São Paulo, o coordenador técnico José Augusto Perrotta ressalta que o futuro reator de pesquisa dará início a um projeto estruturante e de arraste para o desenvolvimento da tecnologia nuclear no País. Em seu entendimento, o mesmo ocorreu nas décadas de 1950 e 1960, quando os reatores IEA-R1, TRIGA IPR-R1 e Argonauta entraram em operação, respectivamente, no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN) e Instituto de Engenharia Nuclear (IEN), todas instituições vinculadas à Cnen.
"Os reatores de pesquisa desempenharam um papel muito importante no Brasil, pois geraram institutos de pesquisa e desenvolvimento da tecnologia nuclear. Eles formam gerações de técnicos, desenvolvem tecnologia e propiciam a manutenção do conhecimento. Tudo isso proporciona inovação, produtos e serviços para a sociedade. O RMB é mais um desses institutos que vai ser erguido. Começamos com um reator de pesquisa de 30 megawatts (MW), mas haverá toda uma infraestrutura técnico-científica por trás", explica.
Como estampado no nome, o RMB terá muitas finalidades: produção de radioisótopos para Saúde (tornando o Brasil autossustentável na Medicina Nuclear), Indústria e Meio Ambiente; teste e qualificação de materiais e combustíveis para reatores de potência; e estudos científicos e tecnológicos com feixe de nêutrons em materiais, dentre tantas outras. Sua infraestrutura contará com laboratório de processamento de radioisótopos, laboratório de feixe de nêutrons, laboratório de análise pós irradiação, laboratório de radioquímica e análise por ativação com nêutrons. No futuro poderá contar, por exemplo, com laboratórios dedicados a pesquisas de utilização das radiações em benefício da sociedade, laboratórios de lasers de alta potência, laboratório para estudo de tecnologia da fusão nuclear, bem como aceleradores de partículas com alta energia para produção de radioisótopos e pesquisas.
Para construir o RMB em um prazo de cinco anos, contudo, é necessária a garantia de fluxo de caixa na ordem de R$ 500 milhões por ano - o montante total para sua conclusão é de US$ 500 milhões. Investimento não apenas pelo viés social e aplicações científico-tecnológicas, mas também porque o empreendimento tem potencial de ser autossustentável financeiramente, ou seja, independente de recursos do Tesouro Nacional. Confira a entrevista com o coordenador técnico José Augusto Perrotta abaixo.
Como o RMB irá se inserir dentro do Programa Nuclear Brasileiro (PNB)?
Será um grande centro de tecnologia nuclear da Cnen em Iperó/SP, construído ao lado do Centro Experimental Aramar da Marinha do Brasil. O RMB não será apenas um reator que produzirá alguns produtos, é efetivamente um projeto estruturante e de arraste para o desenvolvimento da tecnologia nuclear do País. Será um dos principais reatores dessa classe no mundo, com possibilidade de atender autonomamente o País em radioisótopos e dar suporte à tecnologia do combustível nuclear aplicado às usinas nucleares e aos reatores de propulsão nuclear.
Em média, o Brasil realiza dois milhões de procedimentos de Medicina Nuclear por ano, entre tratamento e diagnóstico. Qual a expectativa de aumento com o RMB em operação?
Hoje importamos radioisótopos da Rússia, Europa, África do Sul. O principal deles - cerca de 80% - é o molibdênio-99 (99Mo), que gera o tecnécio-99m (99mTc). Outros radioisótopos são importados para terapia, como, por exemplo, o Iodo-131 (I-131) e Lutécio-177 (Lu-177). Produzindo no RMB, o material terá uma atividade específica muito maior se comparado com o mesmo material que chega importado, pela questão de tempo gasto com a logística de entrega. Seremos mais efetivos e poderemos oferecer uma quantidade muito maior de radioisótopos. A Medicina Nuclear será expandida no País. Além disso, o preço do radioisótopo produzido pelo RMB não estará sujeito à variação cambial ou a políticas internacionais. Em torno de um quarto dos dois milhões de procedimentos de Medicina Nuclear no Brasil são feitos no SUS e três quartos na iniciativa privada. Queremos mudar essa lógica. É um papel social do RMB, que democratizará o acesso à Medicina Nuclear no Brasil. Nossa intenção, como ente do governo, é atender a sociedade. Importamos hoje cerca de 500 Curies (Ci) de 99Mo por semana, e o projeto está se estruturando para iniciar com o volume de mil Curies/semana, podendo expandir para dois mil Curies/semana. Estamos falando em até quadruplicar. A produção mundial é de cerca de 10 mil Curies/semana. Assim, também poderemos eventualmente exportar radioisótopos. Hoje dependemos de orçamento do governo, mas com o RMB poderemos mudar a governança. O recurso gerado além cobrir os custos operacionais poderia ser reinvestido em pesquisa, criando um ciclo virtuoso de ciência, tecnologia e inovação. Realizamos um estudo de viabilidade econômica que demonstra que geramos produtos à sociedade com autossustentabilidade financeira. Podemos ser independentes do Tesouro Nacional.
Em sua visão, o RMB será uma ferramenta de formação e de manutenção de recursos humanos no setor nuclear brasileiro?
Será importantíssimo para manter o conhecimento da tecnologia nuclear no Brasil. Muito investimento foi feito lá atrás e não pode ser perdido. O Ipen, por exemplo, já teve 1.600 funcionários em atividade e hoje tem menos de 600, sendo que metade pode se aposentar. Eu mesmo tenho 42 anos de experiência. Não se forma pessoas de uma hora para outra. Temos alunos de pós-graduação, mas não podemos fixá-los no instituto, só mediante a realização de concurso público, mas não se abrem concursos há muitos anos. Nós somos patrimônio do Estado e da sociedade. A ciência e tecnologia nuclear são estratégicas e fundamentais para o desenvolvimento do País. O RMB é um elo para o futuro. Temos que mudar a forma de gestão. O foco é atender a sociedade. Infelizmente, altos dirigentes muitas vezes não têm a assessoria correta para demonstrar isso. O RMB motivaria a área nuclear, com toda essa estrutura de pesquisa e desenvolvimento e atendimento à sociedade. Mas, infelizmente, estamos perdendo tempo. Falta, portanto, um olhar estadista para a questão.
Em que passo está o RMB e quanto investimento precisa ser feito para construí-lo?
O projeto começou em 2008 e deveria ter terminado em 2014. Mas não tivemos recursos até 2010 e nem a disponibilidade necessária a partir de 2014. Em paralelo, fizemos um acordo com a Argentina. Ela está construindo o Reator RA-10, que é semelhante ao RMB. Os argentinos fizeram o investimento e o reator RA-10 estará totalmente pronto em dois anos. O Brasil é detentor do domínio do ciclo do combustível. Um bom exemplo dessa nossa capacidade é o reator de pesquisa, unidade crítica, IPEN/MB-01, que entrou em operação em 1988, e teve o núcleo trocado para simular os parâmetros do RMB. Isso é pura Física de Reatores. Fizemos o enriquecimento do urânio no laboratório do CTMSP em Aramar, fabricamos 19 elementos combustíveis no Ipen/Cnen-SP, projetamos e licenciamos o novo núcleo do reator com a capacidade técnica do Ipen/Cnen-SP. O novo núcleo do reator ficou crítico em 2020. É pura tecnologia nacional! São poucos países que conquistaram tudo isso. O RMB terá também a capacidade de irradiar tipos de combustíveis HALEU para pequenos reatores modulares, os SMRs. Para construção do RMB são necessários US$ 500 milhões. No fim deste ano terminaremos o projeto detalhado do reator e já elaboramos o projeto básico de todo o empreendimento. Desde 2008, gastamos R$ 280 milhões, empregados na fase de projeto de concepção, projeto básico, projeto detalhado, licenciamento nuclear e ambiental e desenvolvimento das instalações para fabricação dos combustíveis para o reator. Temos a Licença de Instalação (LI) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), fizemos Estudo de Impacto Ambiental (EIA-Rima) e audiências públicas. No órgão regulador nuclear (Diretoria de Radioproteção e Segurança Nuclear - DRS/Cnen), obtivemos a Licença de Local (LL) e agora discutimos a Licença de Construção (LC) do reator e esperamos obtê-la até o fim do ano, no mais tardar no início de 2022. Já temos o terreno de dois milhões de m² à disposição em Iperó/SP. Poderíamos ter começado a terraplanagem no local, mas infelizmente não recebemos os recursos financeiros.
Qual a previsão de entrada em operação do RMB?
Com todo o recurso disponível, em cinco anos finalizamos o RMB, ou seja, seria 2026. Contudo, não tivemos aporte em 2021. Se em 2022 a situação for a mesma, não faremos nada. O MCTI depende do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). Dos R$ 280 milhões que investimos, R$ 250 milhões vieram desse fundo. O RMB custa o mesmo que custou o Estádio de Manaus utilizado na Copa do Mundo de 2014. Dificilmente você vai para Manaus assistir um jogo, mas com certeza usará algum radiofármaco na vida. E esse radiofármaco pode faltar quando você precisar, porque não tem o RMB. O FNDCT começou a diminuir seus repasses em 2014 e agora está fortemente contingenciado. Ele representa recursos de R$ 5 a R$ 6 bilhões por ano ao MCTI. O RMB precisa de R$ 500 milhões anuais para ter fluxo de caixa contínuo, para ser construído em cinco anos. Anualmente, é um décimo do valor do FNDCT. A verba do MCTI deveria ser também concentrada em grandes projetos. Havia uma promessa de aporte de R$ 750 milhões do Ministério da Saúde no governo passado, mas não se concretizou. Outras pastas têm interesse no RMB: Defesa, Minas e Energia, Agricultura, Indústria. As aplicações nucleares são inúmeras, mas o maior interesse certamente é dos ministérios da Saúde e da Ciência e Tecnologia. Eles dão o apoio político, mas não se traduz em apoio financeiro.
Gostaria de dar uma palavra final?
Não podemos esmorecer. Eu estava na reunião de criação da Associação Brasileira de Energia Nuclear (Aben) ocorrida em 1982 no Clube de Engenharia, no Rio de Janeiro. Na época, trabalhava em Furnas. Participei das equipes de avaliação da criticalidade de Angra 1. É importante a Aben participar desse processo. Associações como ela são as guardiãs da área nuclear brasileira. Se nós do setor não lutarmos, ninguém vai lutar pela tecnologia nuclear. Não podemos abrir mão do conhecimento da ciência e da aplicação da tecnologia nuclear de maneira autônoma no País. É um erro muito grave não considerar essa tecnologia como de importância e de sustentabilidade para o futuro. A ação da Aben e das demais instituições da área é fundamental. O RMB vai ser mais um instituto da Cnen. Um centro de arraste, de sustentabilidade do conhecimento e estruturante para o futuro da área nuclear no Brasil. Mantendo e expandindo o conhecimento que adquirimos até hoje.
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- 21/06/2021 - Webminicursos da SBPCFonte: Agência FapespAgência FAPESP – Estão abertas até 30 de junho de 2021 as matrículas para os 34 webminicursos oferecidos no âmbito da 73ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Com o tema "Todas as ciências são humanas e essenciais à sociedade”, o evento será realizado de forma virtual, com a parceria da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), entre os dias 18 e 24 de julho. Todas as informações sobre as inscrições estão disponíveis no site da Reunião Anual.
Em 2020, foram oferecidos 27 webminicursos e neste ano serão 34. Outra novidade é a possibilidade de cada aluno poder se inscrever em até cinco deles. Isso é possível porque seis horas dos cursos serão gravadas e disponibilizadas por um mês, de sexta-feira (25/06) a 25 de julho.
O aluno poderá assisti-los quantas vezes quiser dentro de sua disponibilidade de tempo. A forma virtual também permite que os interessados, em qualquer lugar do país ou até mesmo no exterior, possam frequentá-los.
Os minicursos abrangerão temas de várias áreas do conhecimento. Para quem se interessa por exatas, serão ofertados, por exemplo, os seguintes cursos: "O uso dos experimentos mentais como uma possível metodologia de ensino para matemática”, "Modelagem matemática e computacional na COVID-19″ e "Recursos e estratégias para o ensino on-line e ativo da química”.
Em divulgação científica, os cursos apresentam os temas "Divulgação científica: o desafio de incluir diferentes públicos”, "Metodologia e divulgação científica” e "Redes sociais para divulgação da ciência”.
Na área de educação, os webminicursos são os seguintes: "Ensino de ciências como brinquedos científicos de baixo custo”, "Educação na prisão – formação de professores para atuação em contextos de privação de liberdade” e "Movimentos sociais populares e educação no campo”.
Cada matrícula dará direito a um certificado de oito horas, desde que a pessoa tenha presença total nas aulas. O controle da frequência será feito por meio da Plataforma Moodle. Esses certificados têm sido validados como atividades extracurriculares na maioria das universidades.
Os webminicursos contam com quatro aulas, sendo as três primeiras videoaulas gravadas e disponibilizadas para os inscritos. A última será ao vivo, pelo Zoom.
Os interessados poderão se inscrever em até cinco minicursos. A lista completa está em https://reunioes.sbpcnet.org.br/73RA/lista_mc.php.
A Reunião Anual da SBPC é realizada ininterruptamente desde 1949, em um Estado brasileiro a cada ano. Em 2020, pela primeira vez, precisou ser adaptada para o formato virtual, devido ao agravamento da pandemia de coronavírus, decisão que será mantida em 2021. O objetivo é debater políticas públicas nas áreas de ciência, tecnologia, inovação e educação edifundir os avanços da ciência nas várias áreas do conhecimento para toda a população.
Mais informações no site oficial do evento.
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- 19/06/2021 - The IAEA’s response and assistance network grows to 36 countriesFonte: IAEA
Brazil is the latest country to join the Response and Assistance Network (RANET), strengthening this global network’s capacity to provide international assistance in nuclear and radiological emergencies, irrespective of their cause. Through its designated Competent Authority, the Directorate for Radiation Protection and Nuclear Safety of the National Nuclear Energy Commission (CNEN), Brazil formalized its participation in RANET by becoming the latest Assistance Convention State Party to register National Assistance Capabilities (NACs). Following Argentina and Mexico, Brazil becomes the third South American country to join RANET."This only means a more robust nuclear emergency response between State Parties,” said Rodrigo Bonifácio, researcher and quality manager at CNEN’s Laboratório de Poços de Caldas (LAPOC), and NAC Coordinator for Brazil. "Brazil is in a position to support other countries because of the expertise that we have developed and acquired from participating in different international networks (including the IAEA’s ALMERA network) and based on the experience gained by our professionals, both nationally and internationally.”
RANET is an integrated network of States whose assistance capabilities help mitigate the emergencies’ actual or potential consequences to human health, the environment, and property by promptly mobilizing experts and providing equipment and materials. If a country determines that an effective response to nuclear or radiological emergencies requires resources beyond its national capacity, a request for international assistance is sent through RANET.
Brazil’s registration bolsters RANET’s National Assistance Capabilities that currently include radiation survey, radiation sampling and analysis, expertise in several measurement techniques, as well as tools such as measuring systems and radiation survey instruments. LAPOC’s laboratories also have the capability to provide analytical support in measuring the presence of radiation in food and in the environment.
RANET assistance capabilities
Like Brazil, all State Parties to the Assistance Convention can register a wide range of assistance capabilities, categorized into the following eight areas:
(Image: K. Vargas /IAEA)
Any State in the network can update their capabilities any time and, when required, can request these assistance capabilities. When a request arrives, the IAEA swiftly coordinates between the requesting and the assisting States an assistance agreement that addresses the specific needs of the requesting State.
RANET assistance was successfully coordinated and delivered recently in September 2020, when Lebanon sought assistance from the IAEA, following the explosion in Beirut’s port. In this assistance mission, Danish, French and IAEA experts conducted radiation surveys and analysis under pandemic conditions and confirmed that no hazard was presented by materials containing naturally occurring radionuclides stored at the port. French and Swiss laboratories analyzed samples collected by the Lebanese experts and confirmed that they did not contain elevated radiation levels. The Assistance Mission also provided expert recommendations and training of local authorities to promote nuclear safety and security in the country.
A global network with a regional strategy
"The ready availability of assistance capabilities in each region is key to ensuring timely delivery and effective response in an emergency,” said Kilian Smith, IAEA RANET Officer. "We want to achieve a broad deployment of expertise and capabilities around the world.” Communication and assistance delivery are accelerated when the requesting and assisting States lie in close proximity to each other, he added.
Brazil, for example, is an invaluable resource for RANET because it could provide timely assistance to its neighbors in Latin America. "At the regional level, Brazil has been asked to provide support regarding regulatory and radiological security,” Bonifácio said about their international track record.
What’s in it for State Parties
The Member States that offer assistance also benefit. These offers help Member States identify areas in their response capacities that can be strengthened. Bonifácio summarized the benefit Brazil derives from its RANET membership: "By contributing, we learn, and by giving assistance, we are presented with new challenges that can expand our capabilities.” He also added that, by joining RANET, "we can show that we have a good grasp of knowledge in nuclear power. We want this field to be more acceptable among our stakeholders; joining RANET is one of the rare opportunities we have to show them our expertise in this area.”
36 Strong and growing
Since its establishment in 2000, the assistance network has expanded to 36 State Parties: Argentina, Australia, Austria, Belarus, Belgium, Brazil, Bulgaria, Canada, China, Czech Republic, Denmark, Egypt, Finland, France, Germany, Hungary, India, Ireland, Israel, Japan, the Republic of Korea, Mexico, Nigeria, Norway, Pakistan, Romania, the Russian Federation, Slovenia, Spain, Sri Lanka, Sweden, Switzerland, Turkey, Ukraine, United Kingdom and the United States of America.
More information about RANET can be found on the IAEA website and through this EPR-RANET publication.
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- 18/06/2021 - PGR contesta norma do Ceará que proíbe ou restringe usinas e depósitos nuclearesA Procuradoria Geral da República pediu anulação de dispositivos presentes em 19 unidades da Federação
A Procuradoria Geral da República pediu anulação de dispositivos presentes em 19 unidades da Federação
Fonte: O PovoO procurador-geral da República, Augusto Aras, ajuizou Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) para requerer a anulação de dispositivos das Constituições de 18 estados, incluindo o Ceará, e da Lei Orgânica do Distrito Federal, que impedem ou restringem a implantação de usinas nucleares, o tratamento de material radioativo ou a construção de depósitos de lixo atômico em seus territórios.
Nas ações, a argumentação comum é a que a União tem competência privativa para editar leis que disponham sobre atividades nucleares de qualquer natureza, transporte e utilização de materiais radioativos e localização de usinas nucleares.
O procurador-geral aponta a Lei federal 4.118/1962, que instituiu a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), a Lei federal 6.189/1974, que regula as normas sobre instalações nucleares e transporte de material nuclear, e a Lei 10.308/2001, que regula aspectos relacionados aos depósitos de rejeitos radioativos e à seleção dos locais de armazenamento.
Segundo Aras, não há espaço legislativo para que estados, Distrito Federal e municípios editem normas paralelas sobre a matéria. A disciplina pelos entes subnacionais dependeria de prévia edição de lei complementar federal, ainda não editada. (Com STF)
As ações ajuizadas são
ADIs 6858 (AM)
6894 (MT)
6895 (PB)
6896 (GO)
6897 (PE)
6898 (PR)
6899 (MA)
6900 (DF)
6901 (BA)
6902 (AP)
6903 (AL)
6904 (AC)
6905 (RO)
6906 (RN)
6907 (RR)
6908 (RJ)
6909 (PI)
6910 (PA)
6913 (CE) -
- 17/06/2021 - Em solenidade online, Rogério Lins é empossado na Diretoria de Gestão Institucional (DGI)Fonte: Gov.br - MCTIEm cerimônia online realizada na manhã desta quinta-feira (17/6), tomou posse o novo titular da Diretoria de Gestão Institucional (DGI) da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Rogério Felipe Lins Barbosa. A nomeação para o cargo foi publicada ontem no Diário Oficinal da União. O presidente da CNEN, Paulo Roberto Pertusi, empossou e deu as boas-vindas ao novo diretor.
Na solenidade estiveram presentes os outros dois diretores da CNEN: Madison Coelho de Almeida, da Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento (DPD), e Ricardo Fraga Gutterres, da Diretoria de Radioproteção e Segurança Nuclear (DRS). Também participaram o diretor-substituto da DGI, Pedro Maffia, diretores de unidades e outras lideranças da CNEN e convidados pessoais do novo diretor.
Rogério Lins é Capitão de Mar e Guerra da Marinha do Brasil, instituição na qual ocupou postos de destaque. Engenheiro Mecânico, formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Lins concluiu também mestrado pelo Instituto Militar de Engenharia (IME) e Doutorado em Ciências Navais pela Escola de Guerra Naval.
Solenidade de posse onlineEm 2015, o novo diretor passou a atuar no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), onde ocupou os cargos de assessor técnico na Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação e de coordenador do Programa Técnico-Científico Nuclear. Desde abril de 2020, Rogério Lins colabora com a CNEN, onde vinha ocupando o cargo de coordenador-geral de Planejamento e Avaliação.
Durante a solenidade de posse, o presidente Pertusi destacou o papel fundamental da DGI para o bom desempenho das atividades finalísticas da CNEN e fez referência à boa formação e capacidade do novo diretor para conduzir a gestão desta área. Rogério Lins agradeceu Pertusi pela confiança depositada e manifestou sua satisfação em poder colaborar ainda mais com o desenvolvimento da CNEN.
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- 16/06/2021 - CERN, LAr and nEXO Experiments: Detectors for Astroparticles and Accelerator TechnologyFonte: Agência FapespAgência FAPESP – O Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP) promove amanhã (17/06) o colóquio on-line "CERN, LAr and nEXO Experiments: Detectors for Astroparticles and Accelerator Technology”.
A palestrante será a pesquisadora Ibtesam Badhrees, primeira mulher saudita membro da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear e professora na Carleton University (Canadá). Ela falará sobre seu trabalho recente e sua experiência na área de física de partículas e astrofísica.
Os Colóquios do IF-USP são realizados por pesquisadores e especialistas que trazem novidades de sua área ou desenvolvimentos de seu último trabalho.
O evento será transmitido às 16 horas, pelo canal do IF-USP no YouTube e pela plataforma Zoom. Não há necessidade de inscrição prévia.
Mais informações: http://portal.if.usp.br/pesquisa/pt-br/node/2066.
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- 15/06/2021 - Nissan e IPEN seguem com acordo por uso bioetanolFonte: Garagem360
Erica FrancoA Nissan e o IPEN (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares) assinaram um novo acordo, a fim de seguir no desenvolvimento do uso de bioetanol para veículos movidos à Célula de Combustível Célula de Combustível de Óxido Sólido (SOFC). O SOFC tem a capacidade de gerar energia elétrica a partir da utilização do bioetanol.A nova parceria foi oficializada por meio de uma cerimônia virtual. Estiveram presentes o presidente da Nissan Mercosul e diretor geral do Brasil, Airton Cousseau e o superintendente do IPEN, Wilson Calvo. O primeiro acordo entre a montadora e o Instituto aconteceu em 2019.
Acordo entre Nissan e IPEN prevê uso do bioetanol em escala comercial
O principal objetivo da parceria é a avaliar, além de viabilizar componentes. Assim, torná-los adequados para uso em possíveis projetos de escala comercial.
Um dos desafios, por exemplo, é estudar a possibilidade de integrar o reformador (peça importante do sistema) à célula de combustível. Além disso, demais estudos visam buscar soluções, a fim de reduzir o tamanho do sistema.
Com esta parceria, a Nissan se insere no conceito "Nissan Intelligent Mobility”. No caso, uma visão da marca para transformar a maneira como os carros são conduzidos e integrados na sociedade.
"Seguimos avançando com as pesquisas. E esse novo acordo representa um novo passo do projeto global de Célula de Combustível de Óxido Sólido da Nissan, que também é muito interessante para o Brasil. Isto, por se encaixar perfeitamente na nossa matriz energética”, esclarece o presidente da Nissan Mercosul e diretor geral da Nissan do Brasil, Airton Cousseau.
"Assim, pelo conhecimento técnico das instituições brasileiras, como o IPEN, as parcerias locais são fundamentais para contribuir com a iniciativa global da marca”, completa o presidente.
Já o superintendente do IPEN, Wilson Calvo, ressalta que o acordo firmado com a Nissan demonstra a excelência do Instituto e o compromisso em prol da sociedade. Dessa forma, promovendo a transformação do conhecimento científico em produtos e serviços de valor agregado ao mercado.
"O IPEN/CNEN tem a inovação em sua visão. Além disso, abriga a Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de São Paulo (USP/IPEN-CIETEC) que conta, atualmente, com 93 startups. Assim, consolidando um ecossistema de inovação e empreendedorismo”, completa Calvo.
Primeiros testes para o uso de bioetanol para veículos movidos a Célula de Combustível Célula de Combustível
De acordo com a montadora e o IPEN, o primeiro período de testes com o protótipo real do sistema foi realizado no Brasil entre 2016 e 2017. Dois veículos e-NV200 equipados com o sistema SOFC foram testados pela equipe de Pesquisa e Desenvolvimento da Nissan do Brasil.
Assim, demonstraram que a tecnologia se adapta perfeitamente ao uso cotidiano e ao combustível brasileiro. Ainda mais, pelo fato de o país ter infraestrutura já existente para abastecimento com etanol em todo o seu território.
Atualmente, de acordo com os parceiros, os testes seguem em evolução conduzida pela área de Pesquisa e Desenvolvimento da Nissan no Japão. Também, com constante colaboração da equipe brasileira e dos parceiros locais, como o IPEN/CNEN.
"É um prazer interagir com o time de pesquisa da Nissan. Além disso, poder colaborar com um desenvolvimento global da marca”, avalia o pesquisador do IPEN/CNEN, afirma Fabio Coral Fonseca.
"Eletrificar o etanol, um combustível renovável e estratégico para o país, tem um enorme potencial no contexto das novas energias sustentáveis. A Nissan tem a visão de que investir globalmente em pesquisa é um caminho para superar os desafios existentes para conquistar novas tecnologias. Ver os desenvolvimentos do IPEN participando desse processo é muito gratificante”, comemora Fonseca.
Sistema gerador de potência
Vale ressaltar que a tecnologia de Célula de Combustível de Óxido Sólido da Nissan conta com sistema gerador de potência. No caso, que se utiliza da reação química do íon oxigênio com diversos combustíveis. Por exemplo: o etanol e o gás natural. Assim, transformando os componentes em hidrogênio na célula, a fim de gerar eletricidade.
De acordo com a Nissan e o IPEN, o sistema é limpo, altamente eficiente e funciona 100% com etanol ou água misturada ao etanol. Além disso, suas emissões são tão limpas quanto à atmosfera. Inserindo-se, assim, como parte do ciclo natural do carbono e sendo absorvido durante a plantação da cana-de-açúcar.
O Parque Tecnológico de Itaipu (PTI) e o Instituto de Tecnologia Aplicada e Inovação (ITAI) integram mais uma parceria com a Nissan e o IPEN. Um dos focos, por exemplo, é no desenvolvimento nacional de carregadores bidirecionais para veículos elétricos.
Tais carregadores devem criar um novo ecossistema. Com isto, possibilitando que os carros funcionem como uma solução para compartilhamento de energia.
Nissan LEAF: elétrico com zero emissão de poluentes
Vale ressaltar, também, que a Nissan já tem o seu modelo com zero emissão – um dos ícones mundiais dos modelos elétricos: o Nissan Leaf. O modelo já superou a marca de mais de 500 mil unidades comercializadas globalmente.
No Brasil, no início de 2021, o elétrico da Nissan atingiu 150 unidades vendidas.Veja aqui.
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- 15/06/2021 - Nissan e IPEN assinam acordo para desenvolver bioetanol no BrasilCombustível será utilizado em veículos movidos a célula de combustível
Combustível será utilizado em veículos movidos a célula de combustível
Fonte: R7A Nissan e o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares – IPEN selaram um acordo para desenvolver o bioetanol em carros movidos com células de combustível de óxido sólido no Brasil. A nova tecnologia permite ao etanol gerar o hidrogênio para aumentar o desempenho do veículo sem poluir o meio ambiente.
A marca, que já havia apresentado o protótipo e-NV200, agora trabalha para deixá-lo comercialmente viável, uma vez que busca aperfeiçoar o reformador dentro do módulo Solid Oxide Fuel Cell – SOFC, que são as células de combustível. Esse novo projeto busca reduzir o tamanho do sistema e, também, das baterias, o que diminuiria os custos do veículo e, ao mesmo tempo, aumentaria a eficiência energética.
Veículo deve ter uma autonomia de 600 quilômetros com um tanque de 30 litros
NISSAN/REPRODUÇÃOO conceito deve ser desenvolvido até 2025, porém, a companhia não fala sobre os custos de produção, já que ainda depende de como será o formato final do projeto para cotar as peças de fornecedores.
A tecnologia não deve ficar restrita apenas ao mercado brasileiro, uma vez que a Nissan pretende utilizá-lo globalmente. Por isso, também deve ser aplicado o biogás pensando em países como China, Índia e Tailândia que não utilizam o etanol, mas sim o gás natural.
Tecnologia não deve ficar restrita apenas ao mercado brasileiro
NISSAN/REPRODUÇÃOComo o carro funciona
Pode parecer complicado, já que a tecnologia ainda está em desenvolvimento. Contudo, no futuro um dono de um carro como este irá utilizá-lo como os de hoje, ou seja, basta parar em um posto e abastecer com o bioetanol ou etanol.
Ao fazer isso, o combustível passará por um reformador, que fará uma reação química por meio de calor, separando o hidrogênio e uma pequena parte de CO2. O hidrogênio é levado para as células de combustível sólido, onde gera energia para o trem de força elétrico. Já o CO2 vira vapor d’água e sai pelo escapamento em uma pequena quantidade que não prejudica o meio ambiente. Desta maneira, o veículo deve ter uma autonomia de 600 quilômetros com um tanque de 30 litros.
*Em colaboração Felipe Salomão
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- 14/06/2021 - Nissan acelera projeto de carro elétrico com célula de etanolTecnologia em desenvolvimento com o IPEN poderá usar também gás natural e biogás
Tecnologia em desenvolvimento com o IPEN poderá usar também gás natural e biogás
Fonte: GZHO desenvolvimento de tecnologia de célula de combustível que utiliza etanol para gerar energia e alimentar as baterias de um carro elétrico será acelerado. A Nissan anunciou nesta segunda-feira (14) a renovação do convênio com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) para continuidade do projeto de veículo elétrico equipado com célula de combustível de etanol. A autonomia fica em torno de 600 quilômetros e, além do etanol, o sistema também poderá ser usado gás natural e biogás.Reação química
Energia elétrica gerada a partir do etanolO trabalho conjunto das engenharias brasileira e japonesa da Nissan com o IPEN, desenvolve tecnologia para que veículos elétricos utilizem a Célula de Combustível de Óxido Sólido (SOFC) que gera energia elétrica a partir da utilização do etanol.
O sistema produz energia elétrica através de reação química utilizando etanol e elimina a necessidade de recarga das baterias do carro por fonte externa em pontos especiais.
O etanol passa por um equipamento, o reformador, que extrair o hidrogênio que será combinado com o oxigênio do ar na célula de combustível. A reação química gera a eletricidade que alimenta o motor elétrico.
O sistema SOFC utiliza bateria menor em relação às dos atuais carros elétricos convencionais e dispensa a recarga em pontos especiais ou tomadas residenciais. O etanol utilizado na reação química fica no tanque normal do carro que pode ser abastecido nos postos de combustíveis existentes em todo país.
Tecnologia avançada
Van elétrica e-NV200O presidente da Nissan Mercosul e diretor geral da Nissan Brasil, Airton Cousseau destaca que não existirá problema de recarga pois a infraestrutura já está criada sendo a mesma utilizada para os veículos atuais que rodam no pais.
- É uma tecnologia impressionante que vai ajudar não só a Nissan em nível global, mas também o Brasil, já que é o maior produtor mundial de etanol -, disse o presidente da Nissan Mercosul e diretor geral da marca no Brasil, Airton Cousseau, durante apresentação do projeto à imprensa, que contou também com a participação do superintendente do Ipen, Wilson Calvo.
Água e etanol
Protótipos rodaram dois anos no BrasilO desafio do projeto da célula de etanol fazer a tecnologia comercialmente viável. O anúncio da nova fase contou também com a presença do presidente do IPEN. Wilson Cavo. O executivo lembrou que a primeira fase do projeto foi desenvolvida em 2019 complementado estudos feitos pela Nissan. Os primeiros testes foram feitos pela montadora em 2016 e 2017 com dois protótipos que rodaram no país e foram abastecidos em postos de combustível com etanol.
Se pudermos ter condições de exportar essa tecnologia, seria sensacional, pois mercado existe.
AIRTON COSSEAU
Presidente da Nissan Mercosul e diretor geral da marca no BrasilOs protótipos, a van elétrica e-NV200 que integra a gama de veículos Nissan vendidos no Japão foi equipada com o módulo SOFC. Nos testes, a tecnologia respondeu bem ao etanol brasileiro ao rodar pelo país.
Com o tanque de 60 litros abastecido com partes iguais de 50% de etanol e água, a autonomia dos dois protótipos superou os 600 quilômetros.
Próximos passos
Testes continuam na Nissan japonesaOs testes continuam em desenvolvimento pela Nissan no Japão e os novos desafios começam pela redução do tamanho do sistema, integração do reformador à célula de combustível, a viabilização em escala comercial e na redução do custo dos veículos.
O desenvolvimento da tecnologia deverá estar concluído por volta de 2025. O gerente de engenharia da Nisssan Brasil, Ricardo Abe, estima que e em menos dos cinco anos seguintes deverão rodar os primeiros veículos com a célula de combustível de etanol.
Eletrificar o etanol, um combustível renovável e estratégico para o país, tem um enorme potencial no contexto das novas energias sustentáveis
FABIO CORAL FONSECA
Pesquisador do IPEN/CNENComo um dos principais produtores de etanol no mundo, a participação do Brasil é fundamental para o desenvolvimento de carros elétricos que utilizem a tecnologia SOFC de combustíveis alternativos. Além do Brasil, a tecnologia deverá ser usada em outros mercados pois sistema permite o uso de outro tipo de combustível para gerar o hidrogênio, como o gás natural e o biogás.
Cousseau lembrou que a tecnologia será vantajosa nos Estados Unidos que têm o E85 de etanol de milho (85% álcool e 15% gasolina) sendo hoje o segundo maior mercado do mundo em eletrificação ou a China onde um dos principais combustíveis para veículos é o gás natural.
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- 14/06/2021 - Nissan inicia projeto para lançar célula de combustível a etanol no BrasilNova parceria com o Ipen quer tornar a tecnologia comercialmente viável e adaptá-la ao uso de gás natural e biogás para que possa ser exportada no futuro
Nova parceria com o Ipen quer tornar a tecnologia comercialmente viável e adaptá-la ao uso de gás natural e biogás para que possa ser exportada no futuro
Fonte: Automotive BusinessA Nissan anunciou nesta segunda-feira, 14, uma nova parceria com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) para que possam desenvolver em conjunto uma tecnologia comercialmente viável de célula de combustível a etanol.
"É uma tecnologia impressionante que vai ajudar não só a Nissan em nível global, mas também o Brasil, já que é o maior produtor mundial de etanol”, disse Airton Cousseau, presidente da Nissan Mercosul e diretor geral da marca no Brasil, durante apresentação do projeto à imprensa, que contou também com a participação do superintendente do Ipen, Wilson Calvo.O sistema adotado pela Nissan é a SOFC (Solid Oxide Fuel Cell, em português Célula de Combustível de Óxido Sólido), que utiliza o etanol para criar eletricidade. Nessa tecnologia, o etanol passa por um equipamento chamado reformador, que vai extrair o hidrogênio, que por sua vez será combinado ao oxigênio do ar na célula propriamente dita. É a reação química dentro da célula (eletrólise) que vai gerar a eletricidade que alimentará o motor elétrico.Há duas grandes vantagens dos veículos com célula SOFC em relação aos automóveis elétricos tradicionais. Como a eletricidade vem do etanol que está no tanque, o carro não precisa de uma enorme bateria, que chega a representar 25% do peso total do veículo. Basta uma versão muito menor, que seria constantemente recarregada pela célula de combustível."Recarga" rápida e em qualquer lugarO segundo benefício é a facilidade e rapidez de abastecimento. Não é necessário que haja uma rede de carregadores distribuídos pelo país nem é preciso esperar mais de uma hora para recarregar a bateria, como ocorre num automóvel elétrico convencional. O veículo equipado com célula SOFC aproveita a rede de postos de combustível que já vendem etanol no Brasil, enquanto o tempo de abastecimento é o mesmo para encher um tanque normal. "Não existe problema de recarga porque a infraestrutura já está criada. É a mesma que usamos para o veículos que já rodam no Brasil”, diz Airton Cousseau.O grande desafio, no entanto, é tornar essa tecnologia comercialmente viável, que será o foco desta segunda fase do projeto da Nissan com o Ipen – ambas já tinham desenvolvido um projeto em 2019. Ele fazia parte de um longo desenvolvimento, que começou com os testes de dois protótipos no Brasil em 2016 e 2017, quando rodaram abastecidos em postos regulares com o etanol brasileiro. Os protótipos eram a van elétrica e-NV200 (vendida normalmente no Japão) que foi adaptada para receber o módulo SOFC.Nos testes realizados na época, os protótipos mostraram uma autonomia de mais de 600 km, segundo a Nissan, para um tanque de 60 litros, que era abastecido metade com álcool e metade com água, aproximadamente. Considerando o preço médio do litro do etanol no Brasil a R$ 4,39 (segundo a ANP), o custo para rodar 600 km seria de R$ 131,70 (30 litros de álcool), o que daria R$ 0,22 por quilômetro rodado.Não é Emissão ZeroAo contrário do que ocorre com um carro elétrico a bateria, o veículo com célula a etanol produz algum nível de emissão de CO2, mas os engenheiros dizem que é muito mais baixo que qualquer motor a combustão, inclusive abastecido com álcool. A tecnologia, porém, é chamada de ciclo zero de emissão porque o pouco CO2 emitido seria todo absorvido durante o cultivo da cana-de-açúcar.Ricardo Abe, gerente sênior de engenharia da Nissan, explica que o objetivo é desenvolver um equipamento que seria comercializado não apenas no mercado brasileiro, pois o sistema pode permitir o uso de outro tipo de combustível para gerar o hidrogênio, dependendo da disponibilidade do país. "É uma solução de eletrificação não só para o Brasil, mas para outros mercados também. Todos que tenham etanol, gás natural e biogás”, esclarece o engenheiro.Airton Cousseau deu alguns exemplos onde essa tecnologia será mais vantajosa. "Os Estados Unidos têm o E85 de etanol de milho [85% álcool e 15% gasolina]e é hoje o segundo maior mercado do mundo em que a eletrificação vem sendo puxada com força. Há também locais da China onde um dos principais combustíveis para veículos é o gás natural”, lembrou o executivo. "Se pudermos ter condições de exportar essa tecnologia, seria sensacional, pois mercado existe.”A Nissan diz que é cedo para dar estimativas de valores de um veículo com célula SOFC. "Não temos ideia de custo até porque precisa definir uma cadeia de fornecedores e ter um preço que seja competitivo”, comenta Ricardo Abe. O objetivo inicial será tentar integrar o reformador à célula principal, para deixar o conjunto mais compacto e leve. E também não há previsão de lançamento, já que esta fase do projeto deve se estender até 2025. -
- 13/06/2021 - Justiça determina LATAM a transportar radiofármacos para o MaranhãoEm caso de descumprimento, a companhia aérea será condenada ao pagamento de multa no valor de R$ 30 mil, por ocorrência.
Em caso de descumprimento, a companhia aérea será condenada ao pagamento de multa no valor de R$ 30 mil, por ocorrência.
Fonte: O ImparcialA Vara de Direitos Difusos e Coletivos de São Luís determinou que a Latam Cargo Brasil deve continuar a transportar radiofármacos que são produzidos no Sudeste para São Luís. Em caso de descumprimento, a companhia aérea será condenada ao pagamento de multa no valor de R$ 30 mil, por ocorrência.
O pedido foi realizado pela Defensoria Pública do Estado (DPE/MA) em Ação Pública Civil movida contra a empresa após o translado diário dos insumos ser interrompido e causar transtornos aos pacientes oncológicos, que vinham enfrentando demora de agendamento e até mesmo suspensão de seus tratamentos de Medicina Nuclear no Hospital Aldenora Bello. As denúncias para a Ação Pública Civil tomou como base as denúncias dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).
"Nessa decisão, proferida em ACP movida pela Defensoria Pública, impomos à empresa Latam o retorno do transporte dos radiofármacos para garantir o tratamento conhecido como Iodoterapia, voltado aos pacientes com câncer de tireóide. As pessoas sem condições de buscar o serviço na rede privada ou mesmo se deslocar para outra cidade, estavam praticamente condenados à morte com a suspensão desse transporte”, afirmou o titular da Vara de Interesses Difusos e Coletivos da Comarca da Ilha de São Luís., o juiz Douglas Martins.
Suspensão de Transporte
A Defensoria Pública foi informada através da Fundação Antonio Jorge Dino e da Clínica de Endocrinologia e Medicina Nuclear do Maranhão, responsáveis pela compra e aplicação dos insumos, que a Latam resolveu, por decisão unilateral, suspender o transporte das substancias radioativas Gálio67, Iodo131 e Tecnécio99m, sem informar os motivos. A companha aérea comunicou a clínica, em dezembro de 2020, que, a partir de 15 de março de 2021, iria suspender o serviço.
Nenhuma das substâncias são produzidas na região Nordeste do país e a interrupção do serviço de transporte e consequente suspensão do serviço de tratamento e diagnóstico poderiam provocar prejuízos graves a centenas de pessoas, segundo a DPE.
Os radiofármacos são medicamentos administrados, em sua maioria, por via intravenosa e utilizados em Medicina Nuclear para fins de diagnóstico e/ou terapia de doenças. O Iodo 131 é utilizado em tratamento de cânceres de tireóide e hipertireoidismo; o Tecnécio 99m, em diagnóstico de doença arterial coronariana, demências, epilepsias e distúrbios de função e obstrução renais; e o Gálio 67, em exames diagnósticos e de estadiamento de diversos tipos de cânceres nos adultos e, principalmente, em crianças.
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- 13/06/2021 - CNEN é notificada de extravio de iodo-131Fonte: Comissão Nacional de Energia Nuclear
A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) foi informada na tarde do último sábado (12/6) do extravio de uma embalagem para uso exclusivo médico-hospitalar contendo o elemento radioativo iodo-131 (I-131), colocando-se imediatamente em ação para acompanhar os esforços destinados à localização do material e para colaborar com o que for necessário a este fim. O conteúdo extraviado serviria para duas a quatro doses aplicadas em procedimentos de diagnóstico e é considerado de baixo risco. Mesmo com a periculosidade relativamente pequena, a CNEN, com a cautela e precaução necessárias para estes casos, acionou a sua equipe de emergência e a Coordenação de Resposta a Emergência (CoRE).O material foi produzido pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN/CNEN), em São Paulo. A empresa encarregada do transporte, autorizada pela CNEN a esse tipo de operação, coletou no Instituto, no dia 7 de junho, um lote com 15 embalados de I-131. Destes, 14 foram regularmente entregues a seus destinatários.
A falta de um deles teria sido percebida quando o veículo de entrega chegou a um hospital de Belo Horizonte e o material não foi localizado no compartimento de carga. A empresa transportadora busca verificar se o material foi indevidamente entregue a outro cliente. A CNEN está averiguando os procedimentos e abriu uma sindicância para apurar o ocorrido.
O iodo-131 está acondicionado em embalagens de chumbo que o blindam e evitam qualquer irradiação para o ambiente. Estas embalagens estão em um balde plástico especialmente preparado para este tipo de transporte (foto abaixo). Tanto o balde quanto as embalagens em seu interior estão identificados com o trifólio, símbolo da radiação. Como todo radiofármaco, o seu uso ou manipulação inadequados podem vir a causar danos à saúde. Caso alguém localize o material, é importante entrar em contato com a CNEN pelos telefones (21) 99769 7313 ou (21) 99872 4624, ou com as autoridades de segurança mais próximas.
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- 09/06/2021 - Medicina nuclear do Brasil recebe grande avanço com isótopos promissores da corporação russa RosatomNesta semana, os lados russo e brasileiro celebraram um novo contrato que prevê entregas dos isótopos médicos mais promissores na indústria farmacêutica nuclear do Brasil – Lu-177 e Ac-225.
Nesta semana, os lados russo e brasileiro celebraram um novo contrato que prevê entregas dos isótopos médicos mais promissores na indústria farmacêutica nuclear do Brasil – Lu-177 e Ac-225.
Fonte: Sputnik BrasilIsotope – fornecedor oficial de isótopos e parte integrante da Corporação Estatal de Energia Nuclear Rosatom – assinou um novo contrato de cinco anos com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares do Brasil (IPEN), um departamento da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN)."Esse contrato é o resultado de muitos anos de trabalho escrupuloso de ambos os lados. Ele tem um importante significado social, já que abre novas possibilidades para o tratamento de milhares de pacientes [...] A cooperação com o IPEN/CNEN é um exemplo da cooperação internacional destinada à introdução de altas tecnologias no tratamento de oncologia em todo o mundo", comentou a CEO da Rusatom Healthcare, Natalia Komarova.O acordo estipula remessas mensais de isótopos lutécio-177 e actínio-225 ao Brasil. Acreditando-se que sejam promissores na indústria farmacêutica nuclear, as referidas variantes de elementos químicos receberam a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para posterior registro do radiofármaco DOT-IPEN-177, fabricado pelo IPEN/CNEN.Segundo avaliações dos cientistas que trabalham no desenvolvimento de remédios modernos, os medicamentos com lutécio-177 demonstram alta eficácia na terapia dirigida de uma série de doenças oncológicas, como câncer do pulmão, formas do câncer da próstata e tumores neuroendócrinos, entre outras.O actínio-225, por sua vez, utiliza-se atualmente na elaboração do radiofármaco na base do actínio-225 – o PSMA, que se espera vir a ser um novo produto da medicina nuclear do Brasil fabricado pelo IPEN/CNEN. Desde outubro de 2020, a empresa russa Isotope forneceu com sucesso vários lotes de Ac-225 ao IPEN/CNEN a fim de que a entidade brasileira avaliasse a qualidade do material russo.Vale destacar que a Corporação Estatal de Energia Nuclear Rosatom é a única companhia do mundo que disponibiliza capacidades tecnológicas para a produção de todos os tipos de lutécio-177 e ainda procura aumentar os volumes de suas entregas."A corporação estatal Rosatom, possuindo uma base tecnológica única de reatores de pesquisa, produz a linha mais ampla de isótopos para fins medicinais. Uma das tarefas-chave da Rusatom Healthcare é aumentar a acessibilidade dos produtos de radionuclídeos que são a fundação da medicina nuclear", ressaltou a CEO da empresa.Hoje em dia, no mundo existem dezenas de radiofármacos na base dos isótopos Lu-177 e Ac-225 em diferentes fases de testes clínicos. Do ponto de vista da comunidade científica mundial, os radiofármacos inovadores vão dar uma contribuição significativa no combate às doenças oncológicas mais comuns.O contrato celebrado consolida ainda mais as posições da corporação russa como o maior fornecedor de radioisótopos nos mercados da América Latina.As relações entre a Rosatom e IPEN-CNEN no âmbito da medicina nuclear têm se desenvolvido ativamente a partir de 2017, quando foi assinado o contrato para fornecimento dos tradicionais isótopos medicinais molibdênio-99 e iodo-131. No momento, a companhia estatal russa provém cerca de 50% das necessidades do Brasil em isótopos medicinais. -
- 08/06/2021 - INB alcança 91% da meta de movimentação de material na mina de urânio em CaetitéFonte: Agência SertãoA Indústrias Nucleares do Brasil (INB) informou que as atividades na Mina do Engenho, em Caetité/BA, atingiram no mês de abril a movimentação total de 68.134 m³ de material, o que representa 91% da meta planejada de 75.000 m3/mês. Segundo a estatal, a lavra engloba as atividades de perfuração, detonação, carregamento, transporte e disposição de material; em caso de estéril – rochas que não apresentam urânio ou que apresentam em concentrações inferiores ao mínimo necessário para minerar.
Este material é destinado para a Pilha de Estéril e se for minério, para o pátio de estocagem. A mineração de urânio foi retomada na Unidade de Concentração de Urânio-URA da Indústrias Nucleares do Brasil–INB em dezembro de 2020.
O índice foi comemorado pelo diretor de Recursos Minerais, Rogério Mendes Carvalho, que ressaltou a superação de dificuldades da mineração. "Esta produção e performance foram alcançadas em um mês onde a Unidade ainda trabalhava com severas restrições quanto a movimentação de minério e com limitações de disposição de estéril na ‘Pilha de estéril e de minério lixiviado’”.
De acordo com o gerente de Planejamento e Lavra, Adriano Quadros, a INB estava aguardando a emissão da Autorização de Supressão de Vegetação (ASV), também conhecido como desmatamento, que foi concedida no dia 1º de junho pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) possibilitando, dessa forma, a ampliação da área de disposição de estéril.
Além disso, informou que a INB está construindo uma bacia para o bombeamento das águas de chuvas que poderão vir a acumular no fundo das cavas da Mina visando atender às questões ambientais e ao futuro aproveitamento da água na Usina de Beneficiamento da URA. Após a construção da bacia e a sua operacionalização, a INB poderá iniciar a movimentação de minério da cava 2 da Mina para o pátio de estocagem de minério/britagem, atendendo assim uma das exigências da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
A nota pulicada no site da empresa afirma que o superintendente de Produção de Caetité, José Tomaz Pontara Júnior, está otimista com as perspectivas na Mina. "Os resultados da Mina estão aumentando a cada dia para atingir a meta que foi estabelecida”, antecipou Tomaz. "Entretanto, para que a URA consiga atingir sua maior meta, que é a entrega e o embarque de 120 t do nosso produto, ainda neste ano de 2021, é muito importante que a Usina de Beneficiamento esteja operando plenamente em regime de 24 h, sete dias por semana”, ponderou. "Além da Usina é necessário fortalecer a sinergia entre as áreas de apoio, principalmente, a de Manutenção e a de Suprimentos, para que a tempo e a hora consigam ajudar o pessoal da produção a fazer essa entrega” acrescenta.
Tomaz Pontara destaca ainda que a INB está trabalhando para aumentar a capacidade de produção da Usina de Beneficiamento nos próximos anos e também para consolidar os dados dos recursos minerais disponíveis na região, que têm o potencial de manter a URA operando por vários anos. "O futuro da URA é muito bom, porque temos o mais importante no empreendimento mineiro: os recursos minerais e os recursos humanos. A somatória deles garante o sucesso de qualquer empreendimento mineiro”, finaliza.
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- 07/06/2021 - O investimento em tecnologias não militares das Forças ArmadasIrradiação de alimentos, que prolonga a vida de frutas, e dispositivos de assistência cardiovascular são alguns dos projetos para a utilização de recursos concebidos a princípio com propósitos de defesa
Irradiação de alimentos, que prolonga a vida de frutas, e dispositivos de assistência cardiovascular são alguns dos projetos para a utilização de recursos concebidos a princípio com propósitos de defesa
Fonte: Defesa.NetO exemplo, convenhamos, é radical, porém ilustra de maneira extraordinária quanto uma tecnologia originalmente concebida para fins militares pode encontrar utilidades, nada bélicas, no dia a dia de pessoas comuns.Foi nos laboratórios das Forças Armadas americanas que, na década de 1960, nasceu este sinônimo da era digital: a internet. Em plena Guerra Fria, havia a preocupação do Pentágono de que arquivos secretos fossem preservados, mesmo na remota hipótese de um ataque soviético ao território dos Estados Unidos.Surgiu então a Arpanet, que conectava, por meio de cabos telefônicos, computadores do governo, os quais, desse modo, podiam compartilhar entre si documentos sigilosos. Pois a Arpanet viria a ser a matriz da web, a onipresente rede mundial que conhecemos hoje.Histórias parecidas à da internet têm o GPS, os equipamentos de ressonância magnética, o Teflon das panelas e frigideiras. Todos carregam consigo o traço da dualidade."Na verdade, essa é uma característica dos produtos de defesa mundo afora: algo a princípio desenhado para um emprego operacional militar ou estratégico, ou ao menos testado pioneiramente com tal fim, e que sempre transborda para o uso civil, com mais ou menos pressa, dependendo do segmento”, observou Marcos Degaut, que responde por essa área no Ministério da Defesa.No Brasil, a dualidade já integrava a Estratégia Nacional de Defesa, aprovada em 2008, e se manteve na Política Nacional de Defesa, de 2012, a qual explicitava, segundo Degaut, "que o fomento dessa indústria deve considerar o uso diversificado das tecnologias”."Inovação” é o mantra das Forças Armadas do país nesse front. Não é outra a bússola que orienta, por exemplo, os esforços para a instalação de centros de irradiação que utilizem tecnologias nucleares de esterilização de alimentos.Empregado especialmente em frutas e proteína animal, esse recurso — desenvolvido nos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial e consolidado em decorrência das viagens tripuladas ao espaço — multiplica por três a vida útil de tais produtos, eliminando a contaminação por micro-organismos.Isso, sem transmitir radioatividade, ao contrário do que se poderia supor. O sistema é usado em larga escala pelos americanos, no México e, sobretudo, nas nações asiáticas.
Em São Paulo até existem centros de irradiação desenvolvidos a partir de tecnologias nucleares que tiveram origem nos estudos da área militar, mas eles são usados apenas no campo médico — o primeiro a se interessar pela técnica, investindo em equipamentos para esterilização de instrumental cirúrgico, máscaras, luvas, seringas descartáveis, agulhas, cateteres e materiais para implantes, entre outros.
Não por acaso, os 16 irradiadores que funcionam hoje no Brasil atendem, exclusivamente, esse setor. A ideia agora é estender a utilização para a agricultura, como forma de ajudar a impulsionar as exportações.
O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República criou em 2009 — e ampliou no ano passado — um grupo de trabalho para estudar a aplicação da energia nuclear em vários setores da sociedade, e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento imediatamente encampou a proposta — e a está levando adiante.
É a Amazul — Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A., empresa vinculada à Marinha — que realiza tratativas com a Pasta comandada pela ministra Tereza Cristina e outros órgãos federais, além da iniciativa privada, para a implantação de centros de irradiação no país. "A aplicação dessa tecnologia não tem limites”, disse o almirante Antonio Carlos Soares Guerreiro, diretor presidente da Amazul.
O setor exportador de frutas já manifestou interesse no projeto. "Esse recurso nos possibilita alcançar mercados longínquos sem qualquer risco, o que pode nos trazer vantagem pelo lado comercial”, afirmou Luiz Roberto Barcelos, da Comissão Nacional de Fruticultura da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Jorge Souza, gerente técnico da Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Frutas (Abrafrutas) ressaltou que, ao triplicar, em média, a vida dos produtos nas prateleiras, a tecnologia aumenta a competitividade nacional do setor. E permite que os alimentos cheguem à mesa "saborosos e livres de contaminação”.
Apesar de o tema ser pouco difundido por aqui, o Brasil importa alimentos irradiados, "como o alho, da China”, destacou Luís Rangel, assessor especial do Ministério da Agricultura, especializado em defesa agropecuária. "Irradiação é a bala de prata para a venda de produtos para o exterior porque dispensa qualquer outro tratamento químico ou hidrotérmico que busque eliminar fungos ou micro-organismos”, afirmou ele.
De acordo com o almirante Guerreiro, a tecnologia seria importante para eliminar o desperdício de frutas dentro do próprio território brasileiro, onde um produto leva dias, às vezes semanas, para chegar a seu destino.
Segundo ele, 25% da produção vai para o lixo entre sair do campo e encontrar o consumidor final. "O morango, por exemplo, começa a se deteriorar a partir do terceiro dia de colhido; se for irradiado, esse processo só tem início após o 21º dia”, atestou Guerreiro.
O diretor presidente da Amazul sublinhou que hoje não existe nenhum local no Brasil que irradie alimentos. Daí a importância da parceria firmada entre a empresa e o Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena), da Universidade de São Paulo (USP), que já estuda a irradiação desse tipo de produto.
O agronegócio respondeu por 21,4% do PIB em 2019, atingiu 26% no ano passado e a expectativa é de que cresça pelo menos 3% em 2021, mesmo com a pandemia. Atualmente, o país é o terceiro maior produtor de frutas do globo. Entretanto, figura apenas no 23º lugar como exportador, desempenho que pode crescer de maneira exponencial com a irradiação.
Em todo o planeta, cerca de 500 mil toneladas de alimentos são irradiadas anualmente para exportação. A China é a campeã, com 40%, seguida pelos Estados Unidos (20%) e pelo Vietnã (13%).
O almirante Guerreiro cita ainda outros usos da irradiação fora de seu campo de trabalho. Os irradiadores do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), por exemplo, matam os fungos que ameaçam documentos e publicações do acervo histórico de São Paulo; obras de arte também são irradiadas para sua conservação; e até pneus são esterilizados por esse método a fim de ganharem aderência e se tornarem mais resistentes.
O processo de irradiação de alimentos, todavia, é somente um entre vários desdobramentos do emprego dual de tecnologia pela Marinha que beneficia a sociedade civil. Em parceria com a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), a Amazul está concluindo o projeto detalhado do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), primeiro grande passo capaz de levar o país alcançar a autossuficiência na produção de insumos (radioisótopos) para a fabricação de radiofármacos empregados no diagnóstico e no tratamento do câncer e de outras doenças.
O Brasil não produz esses radiofármacos, que são utilizados, por exemplo, em exames com contraste — o país gasta cerca de R$ 80 milhões na importação de radioisótopos para a produção dos insumos.
O RMB, que está sendo desenvolvido com a participação da companhia argentina Invap, vai permitir que os exames sejam ampliados para largas faixas da população porque ficarão muito mais baratos.
Hoje em dia o número de procedimentos com aplicação de radiofármacos por aqui é em torno de 2 milhões ao ano, volume três vezes inferior ao do Chile e da Argentina. Desse total, apenas 6,3% são realizados no Sistema Único de Saúde (SUS).
O reator — e toda a planta laboratorial que está em andamento — foi orçado em US$ 500 milhões. Conforme assegurou o almirante Guerreiro, não há ainda sinalização da liberação dos recursos para sua construção. Apesar disso, ele estima que o projeto detalhado esteja pronto até o final do ano.
Outro projeto de alta complexidade também oriundo do uso dual da tecnologia militar pela Marinha é o que prevê o desenvolvimento de um dispositivo de assistência cardiovascular para auxiliar o bombeamento de sangue em pacientes com insuficiência cardíaca que estão na fila de espera do transplante.
O micromotor desse dispositivo de assistência ventricular será desenvolvido a partir de tecnologia utilizada nas ultracentrífugas da Marinha, que são empregadas para o enriquecimento do urânio destinado ao submarino de propulsão nuclear e também às usinas de Angra. O aparelho resultará de uma parceria entre Amazul, Fundação Zerbini e Instituto do Coração.
No Exército, projetos duais de peso incluem o sistema de veículos terrestres remotamente controlados, que integra técnicas e conhecimentos da Inteligência Artificial (IA) e da robótica.
No âmbito militar, eles podem ser usados na desativação de minas antipessoais. Já no plano civil, o mesmo equipamento terá utilidade na coleta de dados de meio ambiente em lugares de difícil acesso.
O Exército desenvolveu também o sistema aéreo remotamente pilotado, empregado em operações militares de reconhecimento de locais e que pode ser estendido para a indústria agropecuária.
O secretário de produtos de Defesa do Ministério da Defesa, Marcos Degaut, lembrou que a indústria química foi altamente beneficiada com o desenvolvimento do sistema Astros para fabricação de foguetes e mísseis.
Para produzi-los, a empresa Avibras teve de desenvolver e recuperar uma fábrica de um insumo básico que se chama PBHT, que havia sido desativada em 1995 e que é matéria-prima fundamental tanto como propelente de foguetes militares como civis e para lançamento de satélites. "Por conta desse projeto do Exército com a Avibras, recuperamos a capacidade de produção de PBHT nos últimos dois anos. Hoje podemos, inclusive, exportar esse produto, que é amplamente empregado em vários setores, caso do automobilístico”, atestou Degaut.
Por fim, a Aeronáutica também tem procurado enfatizar as características duais de seus avanços tecnológicos. No final de 2020, a Força Aérea Brasileira (FAB) adquiriu o satélite radar SAR, da empresa finlandesa Iceye, para ser operado pelo Centro de Operações Espaciais da Aeronáutica.
O satélite foi comprado sem licitação, por ser considerado um projeto estratégico, a ser empregado em áreas ligadas à segurança nacional.
Esse será o primeiro satélite do sistema do Projeto Lessonia-1, previsto no Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (Pese), cujo principal objetivo é prover infraestrutura espacial para ser usada estrategicamente, e de modo potencializador, no Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz), no Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron) e no Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Sisdabra).
O aparelho será ainda utilizado estrategicamente no Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), o maior projeto de vigilância ambiental da Terra.
Com previsão de entrar em funcionamento no segundo semestre de 2022, o satélite de sensoriamento remoto para radar de órbita baixa deverá ter uma de suas bandas destinadas ao uso civil. Embora o objetivo primordial do satélite seja uso militar, não será restrito às ações na área de defesa. A banda civil do satélite permitirá a utilização também para o controle de queimadas e desmatamento, a detecção de óleo no mar e do crescimento de cidades, por exemplo.
Segundo o Ministério da Defesa, toda a infraestrutura de solo para a operação, o treinamento e o suporte logístico do sistema do satélite radar foi orçada em um total de US$ 33,8 milhões, cerca de R$ 179 milhões.
O equipamento permite detectar o solo, mesmo que haja nuvens, de noite ou de dia, diferentemente de outros equipamentos que poderiam ser considerados semelhantes. Por isso, ainda segundo a FAB, ele é eficiente para a atuação na defesa nacional.
Em outra frente, o Centro de Operações Espaciais do Comando da Aeronáutica opera uma das bandas do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), uma parceria com o Ministério das Comunicações.
Pelo contrato firmado entre as partes, 30% do satélite se destinam ao uso estratégico das Forças Armadas, em apoio às operações militares com comunicações consideradas seguras, e os outros 70% são pilotados pela Telebrás, que utiliza o equipamento para distribuir internet de banda larga para comunidades isoladas.
Nos dias atuais, há 14 mil pontos instalados em 2.958 municípios, sendo a maior parte (10.600) em área rural. No total, 2,6 milhões de alunos foram conectados à internet pelo projeto, incluindo 248 escolas indígenas e 97 unidades quilombolas. Para elas, a sucessora da velha Arpanet não deixou de ser uma arma tecnológica — mas sem nada de bélica.
- Fonte: Revista Época, Por: Tânia Monteiro