Clipping de Notícias
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- 21/06/2021 - Webminicursos da SBPCFonte: Agência FapespAgência FAPESP – Estão abertas até 30 de junho de 2021 as matrículas para os 34 webminicursos oferecidos no âmbito da 73ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Com o tema "Todas as ciências são humanas e essenciais à sociedade”, o evento será realizado de forma virtual, com a parceria da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), entre os dias 18 e 24 de julho. Todas as informações sobre as inscrições estão disponíveis no site da Reunião Anual.
Em 2020, foram oferecidos 27 webminicursos e neste ano serão 34. Outra novidade é a possibilidade de cada aluno poder se inscrever em até cinco deles. Isso é possível porque seis horas dos cursos serão gravadas e disponibilizadas por um mês, de sexta-feira (25/06) a 25 de julho.
O aluno poderá assisti-los quantas vezes quiser dentro de sua disponibilidade de tempo. A forma virtual também permite que os interessados, em qualquer lugar do país ou até mesmo no exterior, possam frequentá-los.
Os minicursos abrangerão temas de várias áreas do conhecimento. Para quem se interessa por exatas, serão ofertados, por exemplo, os seguintes cursos: "O uso dos experimentos mentais como uma possível metodologia de ensino para matemática”, "Modelagem matemática e computacional na COVID-19″ e "Recursos e estratégias para o ensino on-line e ativo da química”.
Em divulgação científica, os cursos apresentam os temas "Divulgação científica: o desafio de incluir diferentes públicos”, "Metodologia e divulgação científica” e "Redes sociais para divulgação da ciência”.
Na área de educação, os webminicursos são os seguintes: "Ensino de ciências como brinquedos científicos de baixo custo”, "Educação na prisão – formação de professores para atuação em contextos de privação de liberdade” e "Movimentos sociais populares e educação no campo”.
Cada matrícula dará direito a um certificado de oito horas, desde que a pessoa tenha presença total nas aulas. O controle da frequência será feito por meio da Plataforma Moodle. Esses certificados têm sido validados como atividades extracurriculares na maioria das universidades.
Os webminicursos contam com quatro aulas, sendo as três primeiras videoaulas gravadas e disponibilizadas para os inscritos. A última será ao vivo, pelo Zoom.
Os interessados poderão se inscrever em até cinco minicursos. A lista completa está em https://reunioes.sbpcnet.org.br/73RA/lista_mc.php.
A Reunião Anual da SBPC é realizada ininterruptamente desde 1949, em um Estado brasileiro a cada ano. Em 2020, pela primeira vez, precisou ser adaptada para o formato virtual, devido ao agravamento da pandemia de coronavírus, decisão que será mantida em 2021. O objetivo é debater políticas públicas nas áreas de ciência, tecnologia, inovação e educação edifundir os avanços da ciência nas várias áreas do conhecimento para toda a população.
Mais informações no site oficial do evento.
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- 19/06/2021 - The IAEA’s response and assistance network grows to 36 countriesFonte: IAEA
Brazil is the latest country to join the Response and Assistance Network (RANET), strengthening this global network’s capacity to provide international assistance in nuclear and radiological emergencies, irrespective of their cause. Through its designated Competent Authority, the Directorate for Radiation Protection and Nuclear Safety of the National Nuclear Energy Commission (CNEN), Brazil formalized its participation in RANET by becoming the latest Assistance Convention State Party to register National Assistance Capabilities (NACs). Following Argentina and Mexico, Brazil becomes the third South American country to join RANET."This only means a more robust nuclear emergency response between State Parties,” said Rodrigo Bonifácio, researcher and quality manager at CNEN’s Laboratório de Poços de Caldas (LAPOC), and NAC Coordinator for Brazil. "Brazil is in a position to support other countries because of the expertise that we have developed and acquired from participating in different international networks (including the IAEA’s ALMERA network) and based on the experience gained by our professionals, both nationally and internationally.”
RANET is an integrated network of States whose assistance capabilities help mitigate the emergencies’ actual or potential consequences to human health, the environment, and property by promptly mobilizing experts and providing equipment and materials. If a country determines that an effective response to nuclear or radiological emergencies requires resources beyond its national capacity, a request for international assistance is sent through RANET.
Brazil’s registration bolsters RANET’s National Assistance Capabilities that currently include radiation survey, radiation sampling and analysis, expertise in several measurement techniques, as well as tools such as measuring systems and radiation survey instruments. LAPOC’s laboratories also have the capability to provide analytical support in measuring the presence of radiation in food and in the environment.
RANET assistance capabilities
Like Brazil, all State Parties to the Assistance Convention can register a wide range of assistance capabilities, categorized into the following eight areas:
(Image: K. Vargas /IAEA)
Any State in the network can update their capabilities any time and, when required, can request these assistance capabilities. When a request arrives, the IAEA swiftly coordinates between the requesting and the assisting States an assistance agreement that addresses the specific needs of the requesting State.
RANET assistance was successfully coordinated and delivered recently in September 2020, when Lebanon sought assistance from the IAEA, following the explosion in Beirut’s port. In this assistance mission, Danish, French and IAEA experts conducted radiation surveys and analysis under pandemic conditions and confirmed that no hazard was presented by materials containing naturally occurring radionuclides stored at the port. French and Swiss laboratories analyzed samples collected by the Lebanese experts and confirmed that they did not contain elevated radiation levels. The Assistance Mission also provided expert recommendations and training of local authorities to promote nuclear safety and security in the country.
A global network with a regional strategy
"The ready availability of assistance capabilities in each region is key to ensuring timely delivery and effective response in an emergency,” said Kilian Smith, IAEA RANET Officer. "We want to achieve a broad deployment of expertise and capabilities around the world.” Communication and assistance delivery are accelerated when the requesting and assisting States lie in close proximity to each other, he added.
Brazil, for example, is an invaluable resource for RANET because it could provide timely assistance to its neighbors in Latin America. "At the regional level, Brazil has been asked to provide support regarding regulatory and radiological security,” Bonifácio said about their international track record.
What’s in it for State Parties
The Member States that offer assistance also benefit. These offers help Member States identify areas in their response capacities that can be strengthened. Bonifácio summarized the benefit Brazil derives from its RANET membership: "By contributing, we learn, and by giving assistance, we are presented with new challenges that can expand our capabilities.” He also added that, by joining RANET, "we can show that we have a good grasp of knowledge in nuclear power. We want this field to be more acceptable among our stakeholders; joining RANET is one of the rare opportunities we have to show them our expertise in this area.”
36 Strong and growing
Since its establishment in 2000, the assistance network has expanded to 36 State Parties: Argentina, Australia, Austria, Belarus, Belgium, Brazil, Bulgaria, Canada, China, Czech Republic, Denmark, Egypt, Finland, France, Germany, Hungary, India, Ireland, Israel, Japan, the Republic of Korea, Mexico, Nigeria, Norway, Pakistan, Romania, the Russian Federation, Slovenia, Spain, Sri Lanka, Sweden, Switzerland, Turkey, Ukraine, United Kingdom and the United States of America.
More information about RANET can be found on the IAEA website and through this EPR-RANET publication.
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- 18/06/2021 - PGR contesta norma do Ceará que proíbe ou restringe usinas e depósitos nuclearesA Procuradoria Geral da República pediu anulação de dispositivos presentes em 19 unidades da Federação
A Procuradoria Geral da República pediu anulação de dispositivos presentes em 19 unidades da Federação
Fonte: O PovoO procurador-geral da República, Augusto Aras, ajuizou Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) para requerer a anulação de dispositivos das Constituições de 18 estados, incluindo o Ceará, e da Lei Orgânica do Distrito Federal, que impedem ou restringem a implantação de usinas nucleares, o tratamento de material radioativo ou a construção de depósitos de lixo atômico em seus territórios.
Nas ações, a argumentação comum é a que a União tem competência privativa para editar leis que disponham sobre atividades nucleares de qualquer natureza, transporte e utilização de materiais radioativos e localização de usinas nucleares.
O procurador-geral aponta a Lei federal 4.118/1962, que instituiu a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), a Lei federal 6.189/1974, que regula as normas sobre instalações nucleares e transporte de material nuclear, e a Lei 10.308/2001, que regula aspectos relacionados aos depósitos de rejeitos radioativos e à seleção dos locais de armazenamento.
Segundo Aras, não há espaço legislativo para que estados, Distrito Federal e municípios editem normas paralelas sobre a matéria. A disciplina pelos entes subnacionais dependeria de prévia edição de lei complementar federal, ainda não editada. (Com STF)
As ações ajuizadas são
ADIs 6858 (AM)
6894 (MT)
6895 (PB)
6896 (GO)
6897 (PE)
6898 (PR)
6899 (MA)
6900 (DF)
6901 (BA)
6902 (AP)
6903 (AL)
6904 (AC)
6905 (RO)
6906 (RN)
6907 (RR)
6908 (RJ)
6909 (PI)
6910 (PA)
6913 (CE) -
- 17/06/2021 - Em solenidade online, Rogério Lins é empossado na Diretoria de Gestão Institucional (DGI)Fonte: Gov.br - MCTIEm cerimônia online realizada na manhã desta quinta-feira (17/6), tomou posse o novo titular da Diretoria de Gestão Institucional (DGI) da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Rogério Felipe Lins Barbosa. A nomeação para o cargo foi publicada ontem no Diário Oficinal da União. O presidente da CNEN, Paulo Roberto Pertusi, empossou e deu as boas-vindas ao novo diretor.
Na solenidade estiveram presentes os outros dois diretores da CNEN: Madison Coelho de Almeida, da Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento (DPD), e Ricardo Fraga Gutterres, da Diretoria de Radioproteção e Segurança Nuclear (DRS). Também participaram o diretor-substituto da DGI, Pedro Maffia, diretores de unidades e outras lideranças da CNEN e convidados pessoais do novo diretor.
Rogério Lins é Capitão de Mar e Guerra da Marinha do Brasil, instituição na qual ocupou postos de destaque. Engenheiro Mecânico, formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Lins concluiu também mestrado pelo Instituto Militar de Engenharia (IME) e Doutorado em Ciências Navais pela Escola de Guerra Naval.
Solenidade de posse onlineEm 2015, o novo diretor passou a atuar no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), onde ocupou os cargos de assessor técnico na Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação e de coordenador do Programa Técnico-Científico Nuclear. Desde abril de 2020, Rogério Lins colabora com a CNEN, onde vinha ocupando o cargo de coordenador-geral de Planejamento e Avaliação.
Durante a solenidade de posse, o presidente Pertusi destacou o papel fundamental da DGI para o bom desempenho das atividades finalísticas da CNEN e fez referência à boa formação e capacidade do novo diretor para conduzir a gestão desta área. Rogério Lins agradeceu Pertusi pela confiança depositada e manifestou sua satisfação em poder colaborar ainda mais com o desenvolvimento da CNEN.
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- 16/06/2021 - CERN, LAr and nEXO Experiments: Detectors for Astroparticles and Accelerator TechnologyFonte: Agência FapespAgência FAPESP – O Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP) promove amanhã (17/06) o colóquio on-line "CERN, LAr and nEXO Experiments: Detectors for Astroparticles and Accelerator Technology”.
A palestrante será a pesquisadora Ibtesam Badhrees, primeira mulher saudita membro da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear e professora na Carleton University (Canadá). Ela falará sobre seu trabalho recente e sua experiência na área de física de partículas e astrofísica.
Os Colóquios do IF-USP são realizados por pesquisadores e especialistas que trazem novidades de sua área ou desenvolvimentos de seu último trabalho.
O evento será transmitido às 16 horas, pelo canal do IF-USP no YouTube e pela plataforma Zoom. Não há necessidade de inscrição prévia.
Mais informações: http://portal.if.usp.br/pesquisa/pt-br/node/2066.
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- 15/06/2021 - Nissan e IPEN seguem com acordo por uso bioetanolFonte: Garagem360
Erica FrancoA Nissan e o IPEN (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares) assinaram um novo acordo, a fim de seguir no desenvolvimento do uso de bioetanol para veículos movidos à Célula de Combustível Célula de Combustível de Óxido Sólido (SOFC). O SOFC tem a capacidade de gerar energia elétrica a partir da utilização do bioetanol.A nova parceria foi oficializada por meio de uma cerimônia virtual. Estiveram presentes o presidente da Nissan Mercosul e diretor geral do Brasil, Airton Cousseau e o superintendente do IPEN, Wilson Calvo. O primeiro acordo entre a montadora e o Instituto aconteceu em 2019.
Acordo entre Nissan e IPEN prevê uso do bioetanol em escala comercial
O principal objetivo da parceria é a avaliar, além de viabilizar componentes. Assim, torná-los adequados para uso em possíveis projetos de escala comercial.
Um dos desafios, por exemplo, é estudar a possibilidade de integrar o reformador (peça importante do sistema) à célula de combustível. Além disso, demais estudos visam buscar soluções, a fim de reduzir o tamanho do sistema.
Com esta parceria, a Nissan se insere no conceito "Nissan Intelligent Mobility”. No caso, uma visão da marca para transformar a maneira como os carros são conduzidos e integrados na sociedade.
"Seguimos avançando com as pesquisas. E esse novo acordo representa um novo passo do projeto global de Célula de Combustível de Óxido Sólido da Nissan, que também é muito interessante para o Brasil. Isto, por se encaixar perfeitamente na nossa matriz energética”, esclarece o presidente da Nissan Mercosul e diretor geral da Nissan do Brasil, Airton Cousseau.
"Assim, pelo conhecimento técnico das instituições brasileiras, como o IPEN, as parcerias locais são fundamentais para contribuir com a iniciativa global da marca”, completa o presidente.
Já o superintendente do IPEN, Wilson Calvo, ressalta que o acordo firmado com a Nissan demonstra a excelência do Instituto e o compromisso em prol da sociedade. Dessa forma, promovendo a transformação do conhecimento científico em produtos e serviços de valor agregado ao mercado.
"O IPEN/CNEN tem a inovação em sua visão. Além disso, abriga a Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de São Paulo (USP/IPEN-CIETEC) que conta, atualmente, com 93 startups. Assim, consolidando um ecossistema de inovação e empreendedorismo”, completa Calvo.
Primeiros testes para o uso de bioetanol para veículos movidos a Célula de Combustível Célula de Combustível
De acordo com a montadora e o IPEN, o primeiro período de testes com o protótipo real do sistema foi realizado no Brasil entre 2016 e 2017. Dois veículos e-NV200 equipados com o sistema SOFC foram testados pela equipe de Pesquisa e Desenvolvimento da Nissan do Brasil.
Assim, demonstraram que a tecnologia se adapta perfeitamente ao uso cotidiano e ao combustível brasileiro. Ainda mais, pelo fato de o país ter infraestrutura já existente para abastecimento com etanol em todo o seu território.
Atualmente, de acordo com os parceiros, os testes seguem em evolução conduzida pela área de Pesquisa e Desenvolvimento da Nissan no Japão. Também, com constante colaboração da equipe brasileira e dos parceiros locais, como o IPEN/CNEN.
"É um prazer interagir com o time de pesquisa da Nissan. Além disso, poder colaborar com um desenvolvimento global da marca”, avalia o pesquisador do IPEN/CNEN, afirma Fabio Coral Fonseca.
"Eletrificar o etanol, um combustível renovável e estratégico para o país, tem um enorme potencial no contexto das novas energias sustentáveis. A Nissan tem a visão de que investir globalmente em pesquisa é um caminho para superar os desafios existentes para conquistar novas tecnologias. Ver os desenvolvimentos do IPEN participando desse processo é muito gratificante”, comemora Fonseca.
Sistema gerador de potência
Vale ressaltar que a tecnologia de Célula de Combustível de Óxido Sólido da Nissan conta com sistema gerador de potência. No caso, que se utiliza da reação química do íon oxigênio com diversos combustíveis. Por exemplo: o etanol e o gás natural. Assim, transformando os componentes em hidrogênio na célula, a fim de gerar eletricidade.
De acordo com a Nissan e o IPEN, o sistema é limpo, altamente eficiente e funciona 100% com etanol ou água misturada ao etanol. Além disso, suas emissões são tão limpas quanto à atmosfera. Inserindo-se, assim, como parte do ciclo natural do carbono e sendo absorvido durante a plantação da cana-de-açúcar.
O Parque Tecnológico de Itaipu (PTI) e o Instituto de Tecnologia Aplicada e Inovação (ITAI) integram mais uma parceria com a Nissan e o IPEN. Um dos focos, por exemplo, é no desenvolvimento nacional de carregadores bidirecionais para veículos elétricos.
Tais carregadores devem criar um novo ecossistema. Com isto, possibilitando que os carros funcionem como uma solução para compartilhamento de energia.
Nissan LEAF: elétrico com zero emissão de poluentes
Vale ressaltar, também, que a Nissan já tem o seu modelo com zero emissão – um dos ícones mundiais dos modelos elétricos: o Nissan Leaf. O modelo já superou a marca de mais de 500 mil unidades comercializadas globalmente.
No Brasil, no início de 2021, o elétrico da Nissan atingiu 150 unidades vendidas.Veja aqui.
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- 15/06/2021 - Nissan e IPEN assinam acordo para desenvolver bioetanol no BrasilCombustível será utilizado em veículos movidos a célula de combustível
Combustível será utilizado em veículos movidos a célula de combustível
Fonte: R7A Nissan e o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares – IPEN selaram um acordo para desenvolver o bioetanol em carros movidos com células de combustível de óxido sólido no Brasil. A nova tecnologia permite ao etanol gerar o hidrogênio para aumentar o desempenho do veículo sem poluir o meio ambiente.
A marca, que já havia apresentado o protótipo e-NV200, agora trabalha para deixá-lo comercialmente viável, uma vez que busca aperfeiçoar o reformador dentro do módulo Solid Oxide Fuel Cell – SOFC, que são as células de combustível. Esse novo projeto busca reduzir o tamanho do sistema e, também, das baterias, o que diminuiria os custos do veículo e, ao mesmo tempo, aumentaria a eficiência energética.
Veículo deve ter uma autonomia de 600 quilômetros com um tanque de 30 litros
NISSAN/REPRODUÇÃOO conceito deve ser desenvolvido até 2025, porém, a companhia não fala sobre os custos de produção, já que ainda depende de como será o formato final do projeto para cotar as peças de fornecedores.
A tecnologia não deve ficar restrita apenas ao mercado brasileiro, uma vez que a Nissan pretende utilizá-lo globalmente. Por isso, também deve ser aplicado o biogás pensando em países como China, Índia e Tailândia que não utilizam o etanol, mas sim o gás natural.
Tecnologia não deve ficar restrita apenas ao mercado brasileiro
NISSAN/REPRODUÇÃOComo o carro funciona
Pode parecer complicado, já que a tecnologia ainda está em desenvolvimento. Contudo, no futuro um dono de um carro como este irá utilizá-lo como os de hoje, ou seja, basta parar em um posto e abastecer com o bioetanol ou etanol.
Ao fazer isso, o combustível passará por um reformador, que fará uma reação química por meio de calor, separando o hidrogênio e uma pequena parte de CO2. O hidrogênio é levado para as células de combustível sólido, onde gera energia para o trem de força elétrico. Já o CO2 vira vapor d’água e sai pelo escapamento em uma pequena quantidade que não prejudica o meio ambiente. Desta maneira, o veículo deve ter uma autonomia de 600 quilômetros com um tanque de 30 litros.
*Em colaboração Felipe Salomão
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- 14/06/2021 - Nissan acelera projeto de carro elétrico com célula de etanolTecnologia em desenvolvimento com o IPEN poderá usar também gás natural e biogás
Tecnologia em desenvolvimento com o IPEN poderá usar também gás natural e biogás
Fonte: GZHO desenvolvimento de tecnologia de célula de combustível que utiliza etanol para gerar energia e alimentar as baterias de um carro elétrico será acelerado. A Nissan anunciou nesta segunda-feira (14) a renovação do convênio com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) para continuidade do projeto de veículo elétrico equipado com célula de combustível de etanol. A autonomia fica em torno de 600 quilômetros e, além do etanol, o sistema também poderá ser usado gás natural e biogás.Reação química
Energia elétrica gerada a partir do etanolO trabalho conjunto das engenharias brasileira e japonesa da Nissan com o IPEN, desenvolve tecnologia para que veículos elétricos utilizem a Célula de Combustível de Óxido Sólido (SOFC) que gera energia elétrica a partir da utilização do etanol.
O sistema produz energia elétrica através de reação química utilizando etanol e elimina a necessidade de recarga das baterias do carro por fonte externa em pontos especiais.
O etanol passa por um equipamento, o reformador, que extrair o hidrogênio que será combinado com o oxigênio do ar na célula de combustível. A reação química gera a eletricidade que alimenta o motor elétrico.
O sistema SOFC utiliza bateria menor em relação às dos atuais carros elétricos convencionais e dispensa a recarga em pontos especiais ou tomadas residenciais. O etanol utilizado na reação química fica no tanque normal do carro que pode ser abastecido nos postos de combustíveis existentes em todo país.
Tecnologia avançada
Van elétrica e-NV200O presidente da Nissan Mercosul e diretor geral da Nissan Brasil, Airton Cousseau destaca que não existirá problema de recarga pois a infraestrutura já está criada sendo a mesma utilizada para os veículos atuais que rodam no pais.
- É uma tecnologia impressionante que vai ajudar não só a Nissan em nível global, mas também o Brasil, já que é o maior produtor mundial de etanol -, disse o presidente da Nissan Mercosul e diretor geral da marca no Brasil, Airton Cousseau, durante apresentação do projeto à imprensa, que contou também com a participação do superintendente do Ipen, Wilson Calvo.
Água e etanol
Protótipos rodaram dois anos no BrasilO desafio do projeto da célula de etanol fazer a tecnologia comercialmente viável. O anúncio da nova fase contou também com a presença do presidente do IPEN. Wilson Cavo. O executivo lembrou que a primeira fase do projeto foi desenvolvida em 2019 complementado estudos feitos pela Nissan. Os primeiros testes foram feitos pela montadora em 2016 e 2017 com dois protótipos que rodaram no país e foram abastecidos em postos de combustível com etanol.
Se pudermos ter condições de exportar essa tecnologia, seria sensacional, pois mercado existe.
AIRTON COSSEAU
Presidente da Nissan Mercosul e diretor geral da marca no BrasilOs protótipos, a van elétrica e-NV200 que integra a gama de veículos Nissan vendidos no Japão foi equipada com o módulo SOFC. Nos testes, a tecnologia respondeu bem ao etanol brasileiro ao rodar pelo país.
Com o tanque de 60 litros abastecido com partes iguais de 50% de etanol e água, a autonomia dos dois protótipos superou os 600 quilômetros.
Próximos passos
Testes continuam na Nissan japonesaOs testes continuam em desenvolvimento pela Nissan no Japão e os novos desafios começam pela redução do tamanho do sistema, integração do reformador à célula de combustível, a viabilização em escala comercial e na redução do custo dos veículos.
O desenvolvimento da tecnologia deverá estar concluído por volta de 2025. O gerente de engenharia da Nisssan Brasil, Ricardo Abe, estima que e em menos dos cinco anos seguintes deverão rodar os primeiros veículos com a célula de combustível de etanol.
Eletrificar o etanol, um combustível renovável e estratégico para o país, tem um enorme potencial no contexto das novas energias sustentáveis
FABIO CORAL FONSECA
Pesquisador do IPEN/CNENComo um dos principais produtores de etanol no mundo, a participação do Brasil é fundamental para o desenvolvimento de carros elétricos que utilizem a tecnologia SOFC de combustíveis alternativos. Além do Brasil, a tecnologia deverá ser usada em outros mercados pois sistema permite o uso de outro tipo de combustível para gerar o hidrogênio, como o gás natural e o biogás.
Cousseau lembrou que a tecnologia será vantajosa nos Estados Unidos que têm o E85 de etanol de milho (85% álcool e 15% gasolina) sendo hoje o segundo maior mercado do mundo em eletrificação ou a China onde um dos principais combustíveis para veículos é o gás natural.
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- 14/06/2021 - Nissan inicia projeto para lançar célula de combustível a etanol no BrasilNova parceria com o Ipen quer tornar a tecnologia comercialmente viável e adaptá-la ao uso de gás natural e biogás para que possa ser exportada no futuro
Nova parceria com o Ipen quer tornar a tecnologia comercialmente viável e adaptá-la ao uso de gás natural e biogás para que possa ser exportada no futuro
Fonte: Automotive BusinessA Nissan anunciou nesta segunda-feira, 14, uma nova parceria com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) para que possam desenvolver em conjunto uma tecnologia comercialmente viável de célula de combustível a etanol.
"É uma tecnologia impressionante que vai ajudar não só a Nissan em nível global, mas também o Brasil, já que é o maior produtor mundial de etanol”, disse Airton Cousseau, presidente da Nissan Mercosul e diretor geral da marca no Brasil, durante apresentação do projeto à imprensa, que contou também com a participação do superintendente do Ipen, Wilson Calvo.O sistema adotado pela Nissan é a SOFC (Solid Oxide Fuel Cell, em português Célula de Combustível de Óxido Sólido), que utiliza o etanol para criar eletricidade. Nessa tecnologia, o etanol passa por um equipamento chamado reformador, que vai extrair o hidrogênio, que por sua vez será combinado ao oxigênio do ar na célula propriamente dita. É a reação química dentro da célula (eletrólise) que vai gerar a eletricidade que alimentará o motor elétrico.Há duas grandes vantagens dos veículos com célula SOFC em relação aos automóveis elétricos tradicionais. Como a eletricidade vem do etanol que está no tanque, o carro não precisa de uma enorme bateria, que chega a representar 25% do peso total do veículo. Basta uma versão muito menor, que seria constantemente recarregada pela célula de combustível."Recarga" rápida e em qualquer lugarO segundo benefício é a facilidade e rapidez de abastecimento. Não é necessário que haja uma rede de carregadores distribuídos pelo país nem é preciso esperar mais de uma hora para recarregar a bateria, como ocorre num automóvel elétrico convencional. O veículo equipado com célula SOFC aproveita a rede de postos de combustível que já vendem etanol no Brasil, enquanto o tempo de abastecimento é o mesmo para encher um tanque normal. "Não existe problema de recarga porque a infraestrutura já está criada. É a mesma que usamos para o veículos que já rodam no Brasil”, diz Airton Cousseau.O grande desafio, no entanto, é tornar essa tecnologia comercialmente viável, que será o foco desta segunda fase do projeto da Nissan com o Ipen – ambas já tinham desenvolvido um projeto em 2019. Ele fazia parte de um longo desenvolvimento, que começou com os testes de dois protótipos no Brasil em 2016 e 2017, quando rodaram abastecidos em postos regulares com o etanol brasileiro. Os protótipos eram a van elétrica e-NV200 (vendida normalmente no Japão) que foi adaptada para receber o módulo SOFC.Nos testes realizados na época, os protótipos mostraram uma autonomia de mais de 600 km, segundo a Nissan, para um tanque de 60 litros, que era abastecido metade com álcool e metade com água, aproximadamente. Considerando o preço médio do litro do etanol no Brasil a R$ 4,39 (segundo a ANP), o custo para rodar 600 km seria de R$ 131,70 (30 litros de álcool), o que daria R$ 0,22 por quilômetro rodado.Não é Emissão ZeroAo contrário do que ocorre com um carro elétrico a bateria, o veículo com célula a etanol produz algum nível de emissão de CO2, mas os engenheiros dizem que é muito mais baixo que qualquer motor a combustão, inclusive abastecido com álcool. A tecnologia, porém, é chamada de ciclo zero de emissão porque o pouco CO2 emitido seria todo absorvido durante o cultivo da cana-de-açúcar.Ricardo Abe, gerente sênior de engenharia da Nissan, explica que o objetivo é desenvolver um equipamento que seria comercializado não apenas no mercado brasileiro, pois o sistema pode permitir o uso de outro tipo de combustível para gerar o hidrogênio, dependendo da disponibilidade do país. "É uma solução de eletrificação não só para o Brasil, mas para outros mercados também. Todos que tenham etanol, gás natural e biogás”, esclarece o engenheiro.Airton Cousseau deu alguns exemplos onde essa tecnologia será mais vantajosa. "Os Estados Unidos têm o E85 de etanol de milho [85% álcool e 15% gasolina]e é hoje o segundo maior mercado do mundo em que a eletrificação vem sendo puxada com força. Há também locais da China onde um dos principais combustíveis para veículos é o gás natural”, lembrou o executivo. "Se pudermos ter condições de exportar essa tecnologia, seria sensacional, pois mercado existe.”A Nissan diz que é cedo para dar estimativas de valores de um veículo com célula SOFC. "Não temos ideia de custo até porque precisa definir uma cadeia de fornecedores e ter um preço que seja competitivo”, comenta Ricardo Abe. O objetivo inicial será tentar integrar o reformador à célula principal, para deixar o conjunto mais compacto e leve. E também não há previsão de lançamento, já que esta fase do projeto deve se estender até 2025. -
- 13/06/2021 - Justiça determina LATAM a transportar radiofármacos para o MaranhãoEm caso de descumprimento, a companhia aérea será condenada ao pagamento de multa no valor de R$ 30 mil, por ocorrência.
Em caso de descumprimento, a companhia aérea será condenada ao pagamento de multa no valor de R$ 30 mil, por ocorrência.
Fonte: O ImparcialA Vara de Direitos Difusos e Coletivos de São Luís determinou que a Latam Cargo Brasil deve continuar a transportar radiofármacos que são produzidos no Sudeste para São Luís. Em caso de descumprimento, a companhia aérea será condenada ao pagamento de multa no valor de R$ 30 mil, por ocorrência.
O pedido foi realizado pela Defensoria Pública do Estado (DPE/MA) em Ação Pública Civil movida contra a empresa após o translado diário dos insumos ser interrompido e causar transtornos aos pacientes oncológicos, que vinham enfrentando demora de agendamento e até mesmo suspensão de seus tratamentos de Medicina Nuclear no Hospital Aldenora Bello. As denúncias para a Ação Pública Civil tomou como base as denúncias dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).
"Nessa decisão, proferida em ACP movida pela Defensoria Pública, impomos à empresa Latam o retorno do transporte dos radiofármacos para garantir o tratamento conhecido como Iodoterapia, voltado aos pacientes com câncer de tireóide. As pessoas sem condições de buscar o serviço na rede privada ou mesmo se deslocar para outra cidade, estavam praticamente condenados à morte com a suspensão desse transporte”, afirmou o titular da Vara de Interesses Difusos e Coletivos da Comarca da Ilha de São Luís., o juiz Douglas Martins.
Suspensão de Transporte
A Defensoria Pública foi informada através da Fundação Antonio Jorge Dino e da Clínica de Endocrinologia e Medicina Nuclear do Maranhão, responsáveis pela compra e aplicação dos insumos, que a Latam resolveu, por decisão unilateral, suspender o transporte das substancias radioativas Gálio67, Iodo131 e Tecnécio99m, sem informar os motivos. A companha aérea comunicou a clínica, em dezembro de 2020, que, a partir de 15 de março de 2021, iria suspender o serviço.
Nenhuma das substâncias são produzidas na região Nordeste do país e a interrupção do serviço de transporte e consequente suspensão do serviço de tratamento e diagnóstico poderiam provocar prejuízos graves a centenas de pessoas, segundo a DPE.
Os radiofármacos são medicamentos administrados, em sua maioria, por via intravenosa e utilizados em Medicina Nuclear para fins de diagnóstico e/ou terapia de doenças. O Iodo 131 é utilizado em tratamento de cânceres de tireóide e hipertireoidismo; o Tecnécio 99m, em diagnóstico de doença arterial coronariana, demências, epilepsias e distúrbios de função e obstrução renais; e o Gálio 67, em exames diagnósticos e de estadiamento de diversos tipos de cânceres nos adultos e, principalmente, em crianças.
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- 13/06/2021 - CNEN é notificada de extravio de iodo-131Fonte: Comissão Nacional de Energia Nuclear
A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) foi informada na tarde do último sábado (12/6) do extravio de uma embalagem para uso exclusivo médico-hospitalar contendo o elemento radioativo iodo-131 (I-131), colocando-se imediatamente em ação para acompanhar os esforços destinados à localização do material e para colaborar com o que for necessário a este fim. O conteúdo extraviado serviria para duas a quatro doses aplicadas em procedimentos de diagnóstico e é considerado de baixo risco. Mesmo com a periculosidade relativamente pequena, a CNEN, com a cautela e precaução necessárias para estes casos, acionou a sua equipe de emergência e a Coordenação de Resposta a Emergência (CoRE).O material foi produzido pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN/CNEN), em São Paulo. A empresa encarregada do transporte, autorizada pela CNEN a esse tipo de operação, coletou no Instituto, no dia 7 de junho, um lote com 15 embalados de I-131. Destes, 14 foram regularmente entregues a seus destinatários.
A falta de um deles teria sido percebida quando o veículo de entrega chegou a um hospital de Belo Horizonte e o material não foi localizado no compartimento de carga. A empresa transportadora busca verificar se o material foi indevidamente entregue a outro cliente. A CNEN está averiguando os procedimentos e abriu uma sindicância para apurar o ocorrido.
O iodo-131 está acondicionado em embalagens de chumbo que o blindam e evitam qualquer irradiação para o ambiente. Estas embalagens estão em um balde plástico especialmente preparado para este tipo de transporte (foto abaixo). Tanto o balde quanto as embalagens em seu interior estão identificados com o trifólio, símbolo da radiação. Como todo radiofármaco, o seu uso ou manipulação inadequados podem vir a causar danos à saúde. Caso alguém localize o material, é importante entrar em contato com a CNEN pelos telefones (21) 99769 7313 ou (21) 99872 4624, ou com as autoridades de segurança mais próximas.
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- 09/06/2021 - Medicina nuclear do Brasil recebe grande avanço com isótopos promissores da corporação russa RosatomNesta semana, os lados russo e brasileiro celebraram um novo contrato que prevê entregas dos isótopos médicos mais promissores na indústria farmacêutica nuclear do Brasil – Lu-177 e Ac-225.
Nesta semana, os lados russo e brasileiro celebraram um novo contrato que prevê entregas dos isótopos médicos mais promissores na indústria farmacêutica nuclear do Brasil – Lu-177 e Ac-225.
Fonte: Sputnik BrasilIsotope – fornecedor oficial de isótopos e parte integrante da Corporação Estatal de Energia Nuclear Rosatom – assinou um novo contrato de cinco anos com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares do Brasil (IPEN), um departamento da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN)."Esse contrato é o resultado de muitos anos de trabalho escrupuloso de ambos os lados. Ele tem um importante significado social, já que abre novas possibilidades para o tratamento de milhares de pacientes [...] A cooperação com o IPEN/CNEN é um exemplo da cooperação internacional destinada à introdução de altas tecnologias no tratamento de oncologia em todo o mundo", comentou a CEO da Rusatom Healthcare, Natalia Komarova.O acordo estipula remessas mensais de isótopos lutécio-177 e actínio-225 ao Brasil. Acreditando-se que sejam promissores na indústria farmacêutica nuclear, as referidas variantes de elementos químicos receberam a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para posterior registro do radiofármaco DOT-IPEN-177, fabricado pelo IPEN/CNEN.Segundo avaliações dos cientistas que trabalham no desenvolvimento de remédios modernos, os medicamentos com lutécio-177 demonstram alta eficácia na terapia dirigida de uma série de doenças oncológicas, como câncer do pulmão, formas do câncer da próstata e tumores neuroendócrinos, entre outras.O actínio-225, por sua vez, utiliza-se atualmente na elaboração do radiofármaco na base do actínio-225 – o PSMA, que se espera vir a ser um novo produto da medicina nuclear do Brasil fabricado pelo IPEN/CNEN. Desde outubro de 2020, a empresa russa Isotope forneceu com sucesso vários lotes de Ac-225 ao IPEN/CNEN a fim de que a entidade brasileira avaliasse a qualidade do material russo.Vale destacar que a Corporação Estatal de Energia Nuclear Rosatom é a única companhia do mundo que disponibiliza capacidades tecnológicas para a produção de todos os tipos de lutécio-177 e ainda procura aumentar os volumes de suas entregas."A corporação estatal Rosatom, possuindo uma base tecnológica única de reatores de pesquisa, produz a linha mais ampla de isótopos para fins medicinais. Uma das tarefas-chave da Rusatom Healthcare é aumentar a acessibilidade dos produtos de radionuclídeos que são a fundação da medicina nuclear", ressaltou a CEO da empresa.Hoje em dia, no mundo existem dezenas de radiofármacos na base dos isótopos Lu-177 e Ac-225 em diferentes fases de testes clínicos. Do ponto de vista da comunidade científica mundial, os radiofármacos inovadores vão dar uma contribuição significativa no combate às doenças oncológicas mais comuns.O contrato celebrado consolida ainda mais as posições da corporação russa como o maior fornecedor de radioisótopos nos mercados da América Latina.As relações entre a Rosatom e IPEN-CNEN no âmbito da medicina nuclear têm se desenvolvido ativamente a partir de 2017, quando foi assinado o contrato para fornecimento dos tradicionais isótopos medicinais molibdênio-99 e iodo-131. No momento, a companhia estatal russa provém cerca de 50% das necessidades do Brasil em isótopos medicinais. -
- 08/06/2021 - INB alcança 91% da meta de movimentação de material na mina de urânio em CaetitéFonte: Agência SertãoA Indústrias Nucleares do Brasil (INB) informou que as atividades na Mina do Engenho, em Caetité/BA, atingiram no mês de abril a movimentação total de 68.134 m³ de material, o que representa 91% da meta planejada de 75.000 m3/mês. Segundo a estatal, a lavra engloba as atividades de perfuração, detonação, carregamento, transporte e disposição de material; em caso de estéril – rochas que não apresentam urânio ou que apresentam em concentrações inferiores ao mínimo necessário para minerar.
Este material é destinado para a Pilha de Estéril e se for minério, para o pátio de estocagem. A mineração de urânio foi retomada na Unidade de Concentração de Urânio-URA da Indústrias Nucleares do Brasil–INB em dezembro de 2020.
O índice foi comemorado pelo diretor de Recursos Minerais, Rogério Mendes Carvalho, que ressaltou a superação de dificuldades da mineração. "Esta produção e performance foram alcançadas em um mês onde a Unidade ainda trabalhava com severas restrições quanto a movimentação de minério e com limitações de disposição de estéril na ‘Pilha de estéril e de minério lixiviado’”.
De acordo com o gerente de Planejamento e Lavra, Adriano Quadros, a INB estava aguardando a emissão da Autorização de Supressão de Vegetação (ASV), também conhecido como desmatamento, que foi concedida no dia 1º de junho pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) possibilitando, dessa forma, a ampliação da área de disposição de estéril.
Além disso, informou que a INB está construindo uma bacia para o bombeamento das águas de chuvas que poderão vir a acumular no fundo das cavas da Mina visando atender às questões ambientais e ao futuro aproveitamento da água na Usina de Beneficiamento da URA. Após a construção da bacia e a sua operacionalização, a INB poderá iniciar a movimentação de minério da cava 2 da Mina para o pátio de estocagem de minério/britagem, atendendo assim uma das exigências da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
A nota pulicada no site da empresa afirma que o superintendente de Produção de Caetité, José Tomaz Pontara Júnior, está otimista com as perspectivas na Mina. "Os resultados da Mina estão aumentando a cada dia para atingir a meta que foi estabelecida”, antecipou Tomaz. "Entretanto, para que a URA consiga atingir sua maior meta, que é a entrega e o embarque de 120 t do nosso produto, ainda neste ano de 2021, é muito importante que a Usina de Beneficiamento esteja operando plenamente em regime de 24 h, sete dias por semana”, ponderou. "Além da Usina é necessário fortalecer a sinergia entre as áreas de apoio, principalmente, a de Manutenção e a de Suprimentos, para que a tempo e a hora consigam ajudar o pessoal da produção a fazer essa entrega” acrescenta.
Tomaz Pontara destaca ainda que a INB está trabalhando para aumentar a capacidade de produção da Usina de Beneficiamento nos próximos anos e também para consolidar os dados dos recursos minerais disponíveis na região, que têm o potencial de manter a URA operando por vários anos. "O futuro da URA é muito bom, porque temos o mais importante no empreendimento mineiro: os recursos minerais e os recursos humanos. A somatória deles garante o sucesso de qualquer empreendimento mineiro”, finaliza.
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- 07/06/2021 - O investimento em tecnologias não militares das Forças ArmadasIrradiação de alimentos, que prolonga a vida de frutas, e dispositivos de assistência cardiovascular são alguns dos projetos para a utilização de recursos concebidos a princípio com propósitos de defesa
Irradiação de alimentos, que prolonga a vida de frutas, e dispositivos de assistência cardiovascular são alguns dos projetos para a utilização de recursos concebidos a princípio com propósitos de defesa
Fonte: Defesa.NetO exemplo, convenhamos, é radical, porém ilustra de maneira extraordinária quanto uma tecnologia originalmente concebida para fins militares pode encontrar utilidades, nada bélicas, no dia a dia de pessoas comuns.Foi nos laboratórios das Forças Armadas americanas que, na década de 1960, nasceu este sinônimo da era digital: a internet. Em plena Guerra Fria, havia a preocupação do Pentágono de que arquivos secretos fossem preservados, mesmo na remota hipótese de um ataque soviético ao território dos Estados Unidos.Surgiu então a Arpanet, que conectava, por meio de cabos telefônicos, computadores do governo, os quais, desse modo, podiam compartilhar entre si documentos sigilosos. Pois a Arpanet viria a ser a matriz da web, a onipresente rede mundial que conhecemos hoje.Histórias parecidas à da internet têm o GPS, os equipamentos de ressonância magnética, o Teflon das panelas e frigideiras. Todos carregam consigo o traço da dualidade."Na verdade, essa é uma característica dos produtos de defesa mundo afora: algo a princípio desenhado para um emprego operacional militar ou estratégico, ou ao menos testado pioneiramente com tal fim, e que sempre transborda para o uso civil, com mais ou menos pressa, dependendo do segmento”, observou Marcos Degaut, que responde por essa área no Ministério da Defesa.No Brasil, a dualidade já integrava a Estratégia Nacional de Defesa, aprovada em 2008, e se manteve na Política Nacional de Defesa, de 2012, a qual explicitava, segundo Degaut, "que o fomento dessa indústria deve considerar o uso diversificado das tecnologias”."Inovação” é o mantra das Forças Armadas do país nesse front. Não é outra a bússola que orienta, por exemplo, os esforços para a instalação de centros de irradiação que utilizem tecnologias nucleares de esterilização de alimentos.Empregado especialmente em frutas e proteína animal, esse recurso — desenvolvido nos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial e consolidado em decorrência das viagens tripuladas ao espaço — multiplica por três a vida útil de tais produtos, eliminando a contaminação por micro-organismos.Isso, sem transmitir radioatividade, ao contrário do que se poderia supor. O sistema é usado em larga escala pelos americanos, no México e, sobretudo, nas nações asiáticas.
Em São Paulo até existem centros de irradiação desenvolvidos a partir de tecnologias nucleares que tiveram origem nos estudos da área militar, mas eles são usados apenas no campo médico — o primeiro a se interessar pela técnica, investindo em equipamentos para esterilização de instrumental cirúrgico, máscaras, luvas, seringas descartáveis, agulhas, cateteres e materiais para implantes, entre outros.
Não por acaso, os 16 irradiadores que funcionam hoje no Brasil atendem, exclusivamente, esse setor. A ideia agora é estender a utilização para a agricultura, como forma de ajudar a impulsionar as exportações.
O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República criou em 2009 — e ampliou no ano passado — um grupo de trabalho para estudar a aplicação da energia nuclear em vários setores da sociedade, e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento imediatamente encampou a proposta — e a está levando adiante.
É a Amazul — Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A., empresa vinculada à Marinha — que realiza tratativas com a Pasta comandada pela ministra Tereza Cristina e outros órgãos federais, além da iniciativa privada, para a implantação de centros de irradiação no país. "A aplicação dessa tecnologia não tem limites”, disse o almirante Antonio Carlos Soares Guerreiro, diretor presidente da Amazul.
O setor exportador de frutas já manifestou interesse no projeto. "Esse recurso nos possibilita alcançar mercados longínquos sem qualquer risco, o que pode nos trazer vantagem pelo lado comercial”, afirmou Luiz Roberto Barcelos, da Comissão Nacional de Fruticultura da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Jorge Souza, gerente técnico da Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Frutas (Abrafrutas) ressaltou que, ao triplicar, em média, a vida dos produtos nas prateleiras, a tecnologia aumenta a competitividade nacional do setor. E permite que os alimentos cheguem à mesa "saborosos e livres de contaminação”.
Apesar de o tema ser pouco difundido por aqui, o Brasil importa alimentos irradiados, "como o alho, da China”, destacou Luís Rangel, assessor especial do Ministério da Agricultura, especializado em defesa agropecuária. "Irradiação é a bala de prata para a venda de produtos para o exterior porque dispensa qualquer outro tratamento químico ou hidrotérmico que busque eliminar fungos ou micro-organismos”, afirmou ele.
De acordo com o almirante Guerreiro, a tecnologia seria importante para eliminar o desperdício de frutas dentro do próprio território brasileiro, onde um produto leva dias, às vezes semanas, para chegar a seu destino.
Segundo ele, 25% da produção vai para o lixo entre sair do campo e encontrar o consumidor final. "O morango, por exemplo, começa a se deteriorar a partir do terceiro dia de colhido; se for irradiado, esse processo só tem início após o 21º dia”, atestou Guerreiro.
O diretor presidente da Amazul sublinhou que hoje não existe nenhum local no Brasil que irradie alimentos. Daí a importância da parceria firmada entre a empresa e o Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena), da Universidade de São Paulo (USP), que já estuda a irradiação desse tipo de produto.
O agronegócio respondeu por 21,4% do PIB em 2019, atingiu 26% no ano passado e a expectativa é de que cresça pelo menos 3% em 2021, mesmo com a pandemia. Atualmente, o país é o terceiro maior produtor de frutas do globo. Entretanto, figura apenas no 23º lugar como exportador, desempenho que pode crescer de maneira exponencial com a irradiação.
Em todo o planeta, cerca de 500 mil toneladas de alimentos são irradiadas anualmente para exportação. A China é a campeã, com 40%, seguida pelos Estados Unidos (20%) e pelo Vietnã (13%).
O almirante Guerreiro cita ainda outros usos da irradiação fora de seu campo de trabalho. Os irradiadores do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), por exemplo, matam os fungos que ameaçam documentos e publicações do acervo histórico de São Paulo; obras de arte também são irradiadas para sua conservação; e até pneus são esterilizados por esse método a fim de ganharem aderência e se tornarem mais resistentes.
O processo de irradiação de alimentos, todavia, é somente um entre vários desdobramentos do emprego dual de tecnologia pela Marinha que beneficia a sociedade civil. Em parceria com a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), a Amazul está concluindo o projeto detalhado do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), primeiro grande passo capaz de levar o país alcançar a autossuficiência na produção de insumos (radioisótopos) para a fabricação de radiofármacos empregados no diagnóstico e no tratamento do câncer e de outras doenças.
O Brasil não produz esses radiofármacos, que são utilizados, por exemplo, em exames com contraste — o país gasta cerca de R$ 80 milhões na importação de radioisótopos para a produção dos insumos.
O RMB, que está sendo desenvolvido com a participação da companhia argentina Invap, vai permitir que os exames sejam ampliados para largas faixas da população porque ficarão muito mais baratos.
Hoje em dia o número de procedimentos com aplicação de radiofármacos por aqui é em torno de 2 milhões ao ano, volume três vezes inferior ao do Chile e da Argentina. Desse total, apenas 6,3% são realizados no Sistema Único de Saúde (SUS).
O reator — e toda a planta laboratorial que está em andamento — foi orçado em US$ 500 milhões. Conforme assegurou o almirante Guerreiro, não há ainda sinalização da liberação dos recursos para sua construção. Apesar disso, ele estima que o projeto detalhado esteja pronto até o final do ano.
Outro projeto de alta complexidade também oriundo do uso dual da tecnologia militar pela Marinha é o que prevê o desenvolvimento de um dispositivo de assistência cardiovascular para auxiliar o bombeamento de sangue em pacientes com insuficiência cardíaca que estão na fila de espera do transplante.
O micromotor desse dispositivo de assistência ventricular será desenvolvido a partir de tecnologia utilizada nas ultracentrífugas da Marinha, que são empregadas para o enriquecimento do urânio destinado ao submarino de propulsão nuclear e também às usinas de Angra. O aparelho resultará de uma parceria entre Amazul, Fundação Zerbini e Instituto do Coração.
No Exército, projetos duais de peso incluem o sistema de veículos terrestres remotamente controlados, que integra técnicas e conhecimentos da Inteligência Artificial (IA) e da robótica.
No âmbito militar, eles podem ser usados na desativação de minas antipessoais. Já no plano civil, o mesmo equipamento terá utilidade na coleta de dados de meio ambiente em lugares de difícil acesso.
O Exército desenvolveu também o sistema aéreo remotamente pilotado, empregado em operações militares de reconhecimento de locais e que pode ser estendido para a indústria agropecuária.
O secretário de produtos de Defesa do Ministério da Defesa, Marcos Degaut, lembrou que a indústria química foi altamente beneficiada com o desenvolvimento do sistema Astros para fabricação de foguetes e mísseis.
Para produzi-los, a empresa Avibras teve de desenvolver e recuperar uma fábrica de um insumo básico que se chama PBHT, que havia sido desativada em 1995 e que é matéria-prima fundamental tanto como propelente de foguetes militares como civis e para lançamento de satélites. "Por conta desse projeto do Exército com a Avibras, recuperamos a capacidade de produção de PBHT nos últimos dois anos. Hoje podemos, inclusive, exportar esse produto, que é amplamente empregado em vários setores, caso do automobilístico”, atestou Degaut.
Por fim, a Aeronáutica também tem procurado enfatizar as características duais de seus avanços tecnológicos. No final de 2020, a Força Aérea Brasileira (FAB) adquiriu o satélite radar SAR, da empresa finlandesa Iceye, para ser operado pelo Centro de Operações Espaciais da Aeronáutica.
O satélite foi comprado sem licitação, por ser considerado um projeto estratégico, a ser empregado em áreas ligadas à segurança nacional.
Esse será o primeiro satélite do sistema do Projeto Lessonia-1, previsto no Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (Pese), cujo principal objetivo é prover infraestrutura espacial para ser usada estrategicamente, e de modo potencializador, no Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz), no Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron) e no Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Sisdabra).
O aparelho será ainda utilizado estrategicamente no Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), o maior projeto de vigilância ambiental da Terra.
Com previsão de entrar em funcionamento no segundo semestre de 2022, o satélite de sensoriamento remoto para radar de órbita baixa deverá ter uma de suas bandas destinadas ao uso civil. Embora o objetivo primordial do satélite seja uso militar, não será restrito às ações na área de defesa. A banda civil do satélite permitirá a utilização também para o controle de queimadas e desmatamento, a detecção de óleo no mar e do crescimento de cidades, por exemplo.
Segundo o Ministério da Defesa, toda a infraestrutura de solo para a operação, o treinamento e o suporte logístico do sistema do satélite radar foi orçada em um total de US$ 33,8 milhões, cerca de R$ 179 milhões.
O equipamento permite detectar o solo, mesmo que haja nuvens, de noite ou de dia, diferentemente de outros equipamentos que poderiam ser considerados semelhantes. Por isso, ainda segundo a FAB, ele é eficiente para a atuação na defesa nacional.
Em outra frente, o Centro de Operações Espaciais do Comando da Aeronáutica opera uma das bandas do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), uma parceria com o Ministério das Comunicações.
Pelo contrato firmado entre as partes, 30% do satélite se destinam ao uso estratégico das Forças Armadas, em apoio às operações militares com comunicações consideradas seguras, e os outros 70% são pilotados pela Telebrás, que utiliza o equipamento para distribuir internet de banda larga para comunidades isoladas.
Nos dias atuais, há 14 mil pontos instalados em 2.958 municípios, sendo a maior parte (10.600) em área rural. No total, 2,6 milhões de alunos foram conectados à internet pelo projeto, incluindo 248 escolas indígenas e 97 unidades quilombolas. Para elas, a sucessora da velha Arpanet não deixou de ser uma arma tecnológica — mas sem nada de bélica.
- Fonte: Revista Época, Por: Tânia Monteiro
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- 07/06/2021 - Os Desafios da Importação na Ciência e as Soluções trazidas pela Fundep para o Cenário da PandemiaEntre as cinco fundações nacionais e públicas que mais importam produtos de pesquisa, Fundep mira nova estrutura para diminuir os impactos das oscilações da economia brasileira e mundial
Entre as cinco fundações nacionais e públicas que mais importam produtos de pesquisa, Fundep mira nova estrutura para diminuir os impactos das oscilações da economia brasileira e mundial
Fonte: Site FundepQuem vê os resultados de pesquisas científicas nem sempre tem a chance de saber como um cientista chegou a eles. Alguns podem salvar vidas, melhorar setores econômicos ou criar inovações que serão lembradas por anos a fio. Desde o processo de planejamento da pesquisa até a sua concretização são diversas fases e participantes que constroem, tijolo por tijolo, um resultado. E neste contexto, desde o início da pandemia de covid-19, em 2020, trabalhar com a importação de insumos e equipamentos se tornou uma tarefa desafiadora.
Há pressões de todos os lados. Real desvalorizado frente ao dólar nos últimos dois anos, plantas de produção fechadas e com demanda represada em diversos países e, consequentemente, um aumento da espera para conseguir itens básicos. A Fundep está entre as cinco fundações nacionais e públicas que mais importam produtos para a pesquisa no Brasil e trabalha com itens heterogêneos – do setor naval, mineração, saúde – em função da sua atuação em diversas áreas do conhecimento. Há mais de 15 anos na Fundação, o coordenador de importação e exportação, Guilherme Matos, diz que o cenário atual na pandemia é bastante complexo.
Para tentar mitigar o alto custo do dólar, a tentativa tem sido reduzir o custo logístico fazendo aquisições mais consolidadas em blocos, e criar uma previsibilidade nos projetos. No entanto, situações como a escassez de voos em função da pandemia e a interrupção do canal de Suez, têm sido barreiras duras de serem transpostas. São mais de mil transações de importação feitas pela Fundep anualmente, 1/3 delas de fornecedores diferentes. "O analista precisa ser camaleão, entender um pouco como funciona cada área para negociar e inserir no plano de trabalho que temos. O valor do trabalho é esse. A intermediação é importante”, ressalta.
A aposta para diminuir os impactos das oscilações da economia brasileira e mundial é criar uma nova estrutura de compras fora do país. Uma trading pensada no final de 2019 e que deve começar a operar no segundo semestre deste ano a um custo inicial de US$ 10 mil. "A ideia é ter uma trading fora do país, com apoio da Fundepar (agência de investimentos da Fundep), para conseguir garantir poder de compra nos projetos e previsibilidade do custo. Ainda que não seja uma compra para agora, eu poderia deixar o recurso previamente alocado para uma aquisição”, diz. A vantagem seria uma proteção de desvalorização do recurso e aumento da confiabilidade dos parceiros que vendem para a Fundep.
A importância de um processo bem feito de importação pode ser vista em projetos recentes nos quais a Fundep teve participação. A construção de um nanoscópio por professores da UFMG, capitaneados pelo físico Ado Jorio, só foi possível tendo a importação como um alicerce. Mais do que isso, ela é responsável por prover boa parte dos materiais utilizados no trabalho do pesquisador mineiro. "Se você retirar o pagamento de pessoal e pensar só em equipamentos e insumos, 90% do que eu trabalho é importado. Tudo o que faço tem ótica, fontes de luz, lasers, detectores, parte ótica de alta qualidade, espelhos, filtros, tudo é importado”, explica. Segundo ele a importação de um único produto para o Brasil pode levar de quatro a seis meses. "Se você estiver nos EUA, na Europa, no Japão, você pega o telefone e o produto chega no dia seguinte”, diz.
Além da continuidade e desenvolvimento de pesquisas, a importação ajuda pesquisadores a garantir que o Brasil e Minas Gerais tenham equipamentos de boa qualidade que ajudam na atração de profissionais de ponta, dispostos a atuar no Estado. É o que conta o professor Gilberto Medeiros, do centro de Microscopia da UFMG, que atuou junto com Guilherme Matos e outros parceiros para conseguir trazer ao Brasil um microscópio doado pela Hewlett-Packard Company (HP). O equipamento, utilizado por cientistas do Brasil e do exterior, saiu de Palo Alto, no Vale do Silício e foi colocado em funcionamento em 2019.
Medeiros compara a chegada de equipamentos de qualidade via importação a uma maratona de longa distância em que é necessário estar sempre à frente. "Se você tem uma universidade com um parque de instrumentos bons, você vai conseguir atrair pesquisadores bons. Se não tem, às vezes a pessoa não quer começar do zero. Isso serve também para fazer boas contratações”, salienta. Para trazer o microscópio americano ao Brasil, foram necessários quase dois anos entre armazenamento na Califórnia, desembaraço aduaneiro e outros processos de registro.
Importação para a Fronteira do Conhecimento
No Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), a demanda por importação também é alta e complexa. Fernando Moreira, gerente do Escritório de Gestão de Projetos do Instituto, relata que em apenas um projeto foram importados seis equipamentos de grande porte para o desenvolvimento de pesquisas de ponta. Um deles é o acelerador de elétrons, que teve um custo avaliado em torno de R$ 2 milhões. "Esse equipamento não é vendido de prateleira, ou seja, precisa ser montado. Com a atuação da Fundep, conseguimos importá-lo da Coréia”, explica Fernando.
O equipamento é usado para desinfecção de efluentes industriais. "Por meio de um feixe de elétrons com alta energia, o equipamento desinfeta resíduos líquidos que poluem rios, por exemplo”, comenta. O acelerador de elétrons está sendo montado em uma carreta para percorrer todo o Brasil, desenvolvendo pesquisa e ensino e contribuindo com o tratamento de efluentes. "Tivemos que reforçar o chassi da carreta, porque o acelerador é muito pesado! Agora, teremos um equipamento único, itinerante e multiusuário, trazendo inúmeros benefícios em escala nacional. A participação da Fundep foi fundamental para atender todas as especificidades do projeto. Toda a negociação com o fornecedor foi feita pela Fundação, sempre com acompanhamento do Ipen”, finaliza Fernando.
Outros Setores
Segundo a Academia Brasileira de Ciências, em 40 anos, a partir de 1980, a produção de insumos farmacêuticos no Brasil caiu de 55% para 5% da necessidade de consumo. Com isso, o processo importação no setor se tornou imprescindível para a pesquisa. Na área de conservação e restauração o cenário é muito parecido.
"A restauração necessita de pigmentos, vernizes, andaimes, solventes. São muitos equipamentos. Nós até tentamos fazer um equilíbrio entre a compra de material nacional e internacional, mas em todas as áreas, em restaurações de grande e pequeno porte, a importação é um processo necessário. E a Fundep nos dá um apoio logístico fundamental”, afirma Bethania Reis, ex-diretora do Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais (Cecor) ligado à Escola de Belas Artes da UFMG.
Ela cita a restauração do Presépio do Pipiripau, obra tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), como um dos casos no qual a chegada de insumos para pintura e recuperação foi essencial. A obra tem um palco de 45 cenas com 586 personagens e peças contando a história de Jesus Cristo desde o seu nascimento até a ressurreição.
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- 07/06/2021 - Ipen seleciona alunos para mestrado profissional gratuito em tecnologia das radiaçõesFonte: Agência FapespAgência FAPESP* – O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) recebe, até sexta-feira (11/06), inscrições para o mestrado profissional em Tecnologia das Radiações em Ciências da Saúde. O curso é voltado a profissionais que atuam em hospitais e clínicas, com radiações ionizantes e não ionizantes.
Podem se candidatar profissionais graduados em medicina, farmácia e bioquímica, odontologia, física médica,biologia, química, física, engenharias, radiologia ou áreas afins.
O objetivo do programa é tornar os profissionais aptos para o desenvolvimento de pesquisas, uso e implementação de novas técnicas ou processos com radiações para diagnóstico, terapia e aplicações diversas na área da saúde.
O curso tem período letivo semestral, com aulas de quartas às sextas-feiras, das 14hàs 19h30, e duração de dois anos. O número de vagas mínimo é 25. A modalidade é presencial, mas, devido à pandemia, o primeiro semestre do curso, de agosto a dezembro, terá aulas on-line, a maioria síncronas.
Os interessados devem se inscrever pelo e-mail smp@ipen.br. Deverão enviar os seguintes documentos: formulário de inscrição preenchido, foto colorida 3x4, diploma do curso de graduação registrado, histórico escolar do curso de graduação, documento de identificação, CPF e link para o currículo Lattes.
Os candidatos que tiverem suas inscrições homologadas poderão participar dos exames de proficiência em inglês. Os aprovados no exame de proficiência serão convocados para a entrevista com a Comissão do Processo seletivo do Programa.
O resultado final será divulgado em 2 de julho, pelo site do Ipen.
Mais informações: www.ipen.br/portal_por/portal/interna.php?secao_id=2954.
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- 04/06/2021 - 41º Prêmio José Reis de Divulgação Científica e Tecnológica recebe inscriçõesFonte: Agência FapespAgência FAPESP – O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) recebe, até 10 de junho de 2021, inscrições para o 41º Prêmio José Reis de Divulgação Científica e Tecnológica.
Criado em 1978, o prêmio visa revelar e reconhecer grandes nomes que contribuem significativamente para a formação de uma cultura científica e para tornar a ciência, a tecnologia e a inovação conhecidas da sociedade.
Na atual edição, a categoria contemplada é "Instituição e Veículo de Comunicação”, que premiará a instituição brasileira (de ensino e/ou pesquisa, centros e museus de ciência e tecnologia, órgãos governamentais, culturais, organizações não governamentais e empresas públicas ou privadas) ou veículo de comunicação coletiva com sede estabelecida no Brasil que tenha tornado acessível, ao público, conhecimento sobre ciência, tecnologia, inovação e seus avanços.
A premiação consiste em troféu e diploma para a instituição ou veículo de comunicação agraciado, além de passagem aérea e hospedagem para permitir que o dirigente ou representante da instituição/veículo de comunicação agraciada participe da cerimônia de entrega do prêmio, no Mês Nacional da Ciência, Tecnologia e Inovação, em outubro de 2021.
A inscrição poderá ser efetuada pelo dirigente institucional ou por seu representante legal e enviada ao CNPq, para SHIS Quadra 01 Conjunto B - Bloco B, 1º andar, Sala 101, Edifício Santos Dumont, Lago Sul, Brasília, DF, CEP 71605-170.
A seguinte documentação deverá acompanhar a inscrição: ficha de inscrição preenchida, currículo do dirigente da instituição ou do veículo de comunicação atualizado em 2021 na Plataforma Lattes, justificativa em que se evidencie significativa contribuição à divulgação e popularização científica, tecnológica, inovação e seus avanços e apresentação de trabalhos institucionais, que devem ser enviados impressos, podendo os arquivos de áudio e vídeo serem enviados em mídias.
Mais informações:www.premiojosereis.cnpq.br/web/pjr.
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- 01/06/2021 - Bolsistas da FAPESP poderão pedir prorrogação de três meses no prazo para conclusão das pesquisasFonte: Agência FapespAgência FAPESP – A FAPESP poderá prorrogar por três meses as bolsas no país com término de vigência até 31 de dezembro de 2021. Essa possibilidade se aplica a todas as modalidades de bolsas. A medida tem como objetivo minimizar os impactos das restrições decorrentes da pandemia de COVID-19 em diversas áreas de pesquisa e possibilitar aos bolsistas concluir seu trabalho e avançar em sua formação.
A FAPESP já tinha prorrogado excepcionalmente a vigência das bolsas no início da pandemia, conforme Portaria do Conselho Técnico-Administrativo nº 15, de 02 de abril de 2020, mas, desde então, as restrições sanitárias seguiram impedindo o acesso a instituições, laboratórios e empresas onde os bolsistas realizavam a pesquisa.
A prorrogação das bolsas terá impacto no orçamento da FAPESP e exigirá o reordenamento dos dispêndios com essa modalidade de fomento, de forma a não comprometer o atendimento a demandas da comunidade por novas bolsas. A Fundação, para tanto, estabeleceu um conjunto de procedimentos para garantir isonomia na análise das solicitações de prorrogação dos prazos de bolsa e efetividade da medida.
As solicitações de prorrogação de prazo de bolsas devem ser encaminhadas por meio do Sistema de Apoio à Gestão (SAGe), junto com um relatório resumido (máximo de cinco páginas), com dados quantitativos e qualitativos das atividades de pesquisas realizadas até a data do pedido de prorrogação, assim como das que ficaram comprometidas pelas restrições impostas pela pandemia e as alternativas implementadas.
O relatório deverá incluir também plano e cronograma de trabalho de pesquisa para os próximos meses, de forma a comprovar que o projeto poderá efetivamente ser concluído ao final do prazo da prorrogação.
A prorrogação de bolsas de pesquisa, cuja continuidade envolva atividades presenciais, dependerá de que não haja riscos sanitários ao bolsista. Os outorgados, portanto, devem firmar compromisso de seguir todos os procedimentos e protocolos de segurança fixados pelo local onde a pesquisa está sendo realizada.
A prorrogação também está condicionada à garantia de que a instituição ou empresa onde está sendo realizada a pesquisa esteja apta a garantir a continuidade do projeto. As solicitações de prorrogação de bolsas desenvolvidas em universidade e instituições de pesquisas deverão incluir declaração assinada pelo bolsista, orientador/supervisor e pela instituição-sede, atestando a viabilidade de continuidade da pesquisa. No caso de bolsas em empresas, essa declaração deverá ser assinada pelo bolsista, pelo pesquisador responsável pelo projeto e pelo representante legal da empresa.
Os bolsistas que já se beneficiaram com a prorrogação excepcional em abril de 2020 e que necessitarem de mais três meses de prazo para concluir seu projeto também poderão encaminhar solicitação à FAPESP.
A prorrogação excepcional não inclui bolsas concedidas em modalidades que permitam submissão regular de renovação à FAPESP. No caso das bolsas vinculadas a Auxílios à Pesquisa (BCO), a concessão de prorrogação – excepcional ou regular – não deverá ultrapassar a vigência do auxílio nem ultrapassar a quota de bolsa em seu orçamento. Quando isso ocorrer, o pesquisador responsável deverá solicitar previamente a prorrogação da vigência do auxílio e/ou alteração do seu orçamento.
Todas as solicitações de prorrogação excepcional submetidas à FAPESP serão analisadas por pares.
Para mais informações e para acesso aos modelos de declaração que deverão acompanhar os pedidos de prorrogação acesse https://fapesp.br/14938/comunicado-no-11-da-fapesp-sobre-a-covid-19.
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- 31/05/2021 - Morre o professor Sergio Mascarenhas: ciência de São Carlos e do Brasil estão de lutoFonte: São Carlos em RedeMorre hoje, 31, aos 93 anos o professor Sérgio Mascarenhas, um dos símbolos da ciência nacional e, por consequência, de São Carlos. Pioneiro em muitas áreas, o professor Sérgio Mascarenhas foi um físico-químico que, além de ter pesquisas relevantes em diversas áreas, como na medicina, foi o responsável por trazer um grande desenvolvimento social, científico e tecnológico para o Brasil. Recebeu diversos prêmios como a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico(2002). Foi professor visitante de algumas das principais universidades do mundo, como Princeton, Harvard e MIT, entre outras e tem um legado inestimável para São Carlos, pois aqui ajudou a criar a Embrapa Instrumentação Agropecuária, que é referência na área em todo o planeta.
Vida
Graduou-se em física na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro e em química na Universidade Federal do Rio de Janeiro entre 1947 e 1951. Lá teve aulas com cientistas de porte como César Lattes, Álvaro Alberto e Joaquim da Costa Ribeiro.
Após um período como professor nos Estados Unidos, decidiu ir para São Carlos, cidade do interior de São Paulo. Foi convidado para ser professor em Princeton, mas recusou a oferta – preferiu "tentar fazer a diferença no Brasil” (Como ele mesmo diz, "Cientista deve exercer sua função social”). Participou da escola de engenharia da USP e lá criou o Instituto de Física e Química da USP de São Carlos.
Quando o médico, industrial e político Ernesto Pereira Lopes quis criar uma universidade federal em São Carlos, reunindo várias escolas já existentes, recebeu de Mascarenhas uma ideia diferente: a de fazer uma universidade a partir do zero, abrindo as portas para áreas de conhecimento pouco exploradas pela ciência do Brasil até então – como a física do estado sólido. Ernesto não só concordou como o chamou para ser reitor dessa universidade, a Universidade Federal de São Carlos – UFSCar – em 1968. Em 1972, Mascarenhas criou a primeira Engenharia de Materiais da América Latina, na UFSCar.
Dez anos depois da criação do Instituto de Física e Química de São Carlos, colaborou na criação da Unidade de Apoio à Pesquisa e Desenvolvimento de Instrumentação - UAPDIA da Embrapa, hoje Embrapa Instrumentação. Lá desenvolveu, junto com Silvio Crestana, um sistema de tomografia de solo pioneiro no mundo.
Em 2005, Mascarenhas foi diagnosticado com a doença hidrocefalia. Indignado com os métodos invasivos da medicina para o tratamento – o crânio do paciente deveria ser perfurado para medir a pressão intracraniana – decidiu pesquisar novas formas de fazer esta medição, o que resultou em um novo método muito menos invasivo, no qual um aparelho é colocado no couro cabeludo do paciente. Esse projeto que revolucionou o tratamento de hidrocefalia, tumores cerebrais e traumatismo craniano foi desenvolvido em conjunto com a FAPESP e a Organização Mundial de Saúde, na faculdade de medicina da USP de Ribeirão Preto.
Além dessas realizações, ainda fundou o Instituto de Estudos Avançados de São Carlos, da USP, o Instituto de Pesquisas Adib Jatene e o Programa Internacional de Estudos e Projetos para a América Latina – PIEPAL.
Mascarenhas propôs a criação do curso universitário de Engenharia de Sistemas Complexos, inexistente no Brasil. Em 2020, se disse preocupado com a situação da ciência no país. Para ele, "Dizer como estão dizendo atualmente que o Brasil não precisa de ciência básica é não conhecer nada da evolução da humanidade. Da pesquisa básica nasce a ciência aplicada. O Brasil se não for pelo caminho da ciência, da computação, da inteligência artificial, da robótica, nanotecnologia, vai ficar cada vez mais colonizado pela tecnologia alheia […] O caminho para o desenvolvimento passa pela tecnologia, educação e empreendedorismo”.
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- 27/05/2021 - Enriquecimento de urânio do Irã 'no nível de países que estão fabricando bombas', diz chefe da AIEAAo falhar em dar explicações satisfatórias sobre vestígios de urânio encontrados em dois locais não declarados, o Irã arrisca sua frágil credibilidade ante inspetoria nuclear da ONU.
Ao falhar em dar explicações satisfatórias sobre vestígios de urânio encontrados em dois locais não declarados, o Irã arrisca sua frágil credibilidade ante inspetoria nuclear da ONU.
Fonte: Sputnik BrasilRafael Grossi, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), comentou que não fornecer explicações credíveis relativas aos vestígios de urânio encontrados em lugares onde não deveriam estar seria um "grande problema" para a credibilidade – e confiança – em Teerã, segundo o The Guardian."Isto afetará a credibilidade do seu país em geral, bem como as chances de um acordo maior e mais amplo que vocês queiram firmar com seus parceiros no Plano de Ação Conjunto Global [JCPOA]", explicou Grossi a oficiais iranianos, citado pela mídia.De igual modo, o diretor-geral da AIEA acrescentou que o Irã e os EUA não podem simplesmente voltar ao antigo acordo nuclear de 2015 nos mesmos termos, uma vezque seria necessária uma nova compreensão em como lidar com a República Islâmica que, agora, possui um maior conhecimento nuclear bem como centrífugas mais avançadas, reporta o jornal britânico."Um país com enriquecimento [de urânio] de 60% é algo muito sério – apenas países que estão fabricando bombas estão atingindo esse nível [...]. Esses 60% são níveis quase que para [desenvolver] uma arma, o enriquecimento para fins comerciais é [apenas] 2,3%", declarou Grossi, em conversa com o The Financial Times.Ao contrário de vários Estados análogos a Teerã, Grossi entende que a nação persa também tem o "direito soberano" de desenvolver seu programa nuclear, mas adverte que "esse é um aspecto que requer um olhar vigilante". O diretor-geral da AIEA explica que com a sofisticação atingida pelo Irã, é necessário "um sistema de verificação muito forte e robusto", de acordo com a mídia."Você não pode voltar a conter o gênio dentro da lâmpada– uma vez que você sabe como fazer algo, o único jeito de examinar isso é através de verificação", explicou Grossi, citado pelo Financial Times.Contudo, é importante sublinhar que o enriquecimento e purificação de urânio, bem como todo o desenvolvimento das capacidades nucleares da nação persa, podem ser considerados resultado direto da saída unilateral dos EUA do acordo nuclear, em maio de 2018, sob presidência de Donald Trump, e posterior imposição de sanções a Teerã.As sanções lançadas por Washington prejudicaram a economia iraniana, porém, o governo da República Islâmica retaliou, quebrando de forma lenta e contínua as restrições às suas atividades nucleares estabelecidas no JCPOA.Com a chegada do democrata Joe Biden à Casa Branca, os parceiros europeus enxergaram uma nova oportunidade para os dois Estados em conflito voltarem a negociações.Até agora, os diálogos para o regresso dos EUA e do Irã ao JCPOA, decorridos em Viena, têm se apresentado como passos positivos até que um acordo final possa ser oficializado.Apesar dos receios vindos do Ocidente ante a possível criação de uma arma nuclear, o Irã vem assegurando que não pretende fazê-lo, afirmando que seu programa nuclear apenas serve para objetivos civis.