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- 20/09/2021 - Órgão federal suspende parte da produção de remédios para tratamento de câncerPresidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear, George Coura Filho estima que entre 1,5 milhão e 2 milhões de pessoas podem ser prejudicadas com a falta de distribuição de radiofármacos
Presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear, George Coura Filho estima que entre 1,5 milhão e 2 milhões de pessoas podem ser prejudicadas com a falta de distribuição de radiofármacos
Fonte: CNN BrasilO Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) afirmou que, a partir desta segunda-feira (20), alguns radiofármacos fundamentais para o diagnóstico e tratamento do câncer deixaram de ser produzidos por falta de insumos.
Desde sexta-feira (17), segundo o Ipen, o titular do órgão, Wilson Aparecido Parejo Calvo, tenta uma alternativa junto ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para conseguir importar os insumos necessários para a produção de produtos como iodo, Lutécio 177, entre outros. Com a paralisação, há risco de desabastecimento por algumas semanas.
Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), George Coura Filho, o último carregamento de iodo, muito usado no tratamento do câncer na tireoide, foi entregue hoje, e o fornecimento de Lutécio 177, usado no tratamento de tumor neuroendócrino, foi suspenso.
"Também o envio do gerador de molibdênio tecnécio, usado na cintilografia, teve seu último carregamento entregue no domingo”, disse Coura Filho. "Estamos sem nenhuma outra opção, é desesperador.”
Busca por soluções
Coura Filho informou que já procurou sem sucesso todos os ministérios para tentar resolver o problema, mas não houve resposta até o momento, "só ciência do recebimento das minhas demandas”, explicou.
Ele avalia que entre 1,5 milhão e 2 milhões de pessoas podem ser prejudicadas com a falta de distribuição dos radiofármacos do Ipen, e não apenas os doentes de câncer. Os remédios do Ipen representam cerca de 10% dos medicamentos usados para tratar a doença.
Procurado, o MCTI disse que continua aguardando a votação do PLN 16/2021 esta semana para solucionar o problema. Essa estratégia é criticada pelo setor médico, que argumenta não poder esperar o tempo incerto do trâmite de um projeto no Congresso para dar continuidade aos tratamentos de câncer no país.
Orçamento do Ipen
O Ipen fabrica 25 diferentes radiofármacos, ou 85% do fornecimento nacional. Para manter a produção, o órgão aguarda a aprovação pelo Congresso Nacional do projeto de lei que adicionaria R$ 34,6 milhões ao seu orçamento. Outros R$ 55,1 milhões estão sendo buscados pelo MCTI para completar os R$ 89,7 milhões que o instituto precisa para produzir os radiofármacos até dezembro deste ano.
O órgão importa radioisótopos de produtores na África do Sul, Holanda e Rússia, além de adquirir insumos nacionais para produção de radioisótopos e radiofármacos utilizados no tratamento do câncer. O material é usado na radioterapia e exames de diagnóstico por imagem, entre outros.
Um documento do órgão aos serviços de medicina nuclear deixava claro que o Ipen estava fazendo todos os esforços para manter a produção, mas destacava o cenário desafiador e o momento delicado que a medicina passa diante da pandemia do novo coronavírus.
Situação era conhecida desde o início do ano, diz pesquisador
"Durante toda a pandemia os servidores do Ipen conseguiram manter a produção, e parar agora por falta de planejamento é muito frustrante. É uma situação que já se tinha conhecimento desde o início do ano, quando aprovaram o orçamento, o Ipen informou que só teria recursos até agosto”, disse o diretor do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal do Estado de São Paulo (Sindsef-SP) e pesquisador do Ipen, Luis Antonio Genova.
"O Brasil compra toda semana os insumos para a produção dos radiofármacos, que chegam na quinta-feira (23) para serem processados pelo Ipen. Se algo não for feito, ficaremos um bom tempo sem poder fazer o tratamento dos pacientes”, disse Genova.
Segundo ele, os ministérios da Economia e Saúde também estão tentando arrumar recursos para garantir o abastecimento de hospitais e clínicas nas próximas semanas, mas a situação já é grave.
No Ministério de Ciência, a informação oficial é de que aguardam para esta semana a votação do PLN 16/2021, que amplia o orçamento do Ipen. Genova observou, porém, que esse caminho leva tempo e deixaria o mercado desabastecido por algumas semanas.
‘Não avisamos aos pacientes ainda’
Conselheira da Associação Brasileira para Atividades Nucleares (Abdan) e chefe-executiva da Uddo Diagnósticos, Beatriz Cancegliero explicou que ainda não avisou seus pacientes sobre a falta dos produtos, na expectativa de que o problema se resolva nos próximos dias.
"Não avisamos ainda, pois estamos aguardando uma resposta mais certa ou oficial da SBMN, da Abdan, ou mesmo do Ipen, para tomarmos alguma atitude neste sentido ou mesmo nos programarmos quanto aos atendimentos”, informou.
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- 20/09/2021 - Órgão federal suspende produção de remédios de câncer usados por ao menos 1,5 milhão de pacientesRadiofármacos são fundamentais para o diagnóstico e tratamento de câncer e deixaram de ser produzidos diante da ausência de insumos. Ministério diz esperar liberação de verba pelo Congresso
Radiofármacos são fundamentais para o diagnóstico e tratamento de câncer e deixaram de ser produzidos diante da ausência de insumos. Ministério diz esperar liberação de verba pelo Congresso
Fonte: Terra
O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) confirmou que a partir desta segunda-feira, 20, alguns radiofármacos fundamentais para o diagnóstico e tratamento do câncer deixaram de ser produzidos por falta de insumos, conforme antecipado pelo Broadcast/Estadão na semana passada.
Desde sexta-feira, 17, segundo o Ipen, o titular do órgão, Wilson Aparecido Parejo Calvo, tenta uma alternativa junto ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para conseguir importar os insumos necessários para a produção de produtos como iodo, Lutécio 177, entre outros. Com a paralisação, há risco de desabastecimento por algumas semanas.
Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), George Coura Filho, o último carregamento de iodo, muito usado no tratamento do câncer na tireóide, foi entregue hoje, e o fornecimento de Lutécio 177, usado no tratamento de tumor neuroendócrino, foi suspenso. "Também o envio do gerador de molibdênio tecnécio, usado na cintilografia, teve seu último carregamento entregue no domingo", disse Coura Filho ao Broadcast. "Estamos sem nenhuma outra opção, é desesperador."
Ele informou que já procurou sem sucesso todos os ministérios para tentar resolver o problema, mas não houve resposta até o momento, "só ciência do recebimento das minhas demandas", explicou. Coura Filho avalia que entre 1,5 milhão e 2 milhões de pessoas podem ser prejudicadas com a falta de distribuição dos radiofármacos do Ipen, e não apenas os doentes de câncer. Os remédios do Ipen representam cerca de 10% dos medicamentos usados para tratar a doença.
Procurado, o MCTI disse que continua aguardando a votação do PLN 16/2021 esta semana para solucionar o problema. Essa estratégia é criticada pelo setor médico, que argumenta não poder esperar o tempo incerto do trâmite de um projeto no Congresso para dar continuidade aos tratamentos de câncer no País.
O Ipen fabrica 25 diferentes radiofármacos, ou 85% do fornecimento nacional. Para manter a produção, o órgão aguarda a aprovação pelo Congresso Nacional do projeto de lei que adicionaria R$ 34,6 milhões ao seu orçamento. Outros R$ 55,1 milhões estão sendo buscados pelo MCTI para completar os R$ 89,7 milhões que o instituto precisa para produzir os radiofármacos até dezembro deste ano.
O órgão importa radioisótopos de produtores na África do Sul, Holanda e Rússia, além de adquirir insumos nacionais para produção de radioisótopos e radiofármacos utilizados no tratamento do câncer. O material é usado na radioterapia e exames de diagnóstico por imagem, entre outros.
Na semana passada, o Estadão revelou que a produção corria risco de ser interrompida. Um documento do órgão aos serviços de medicina nuclear deixava claro que o Ipen estava fazendo todos os esforços para manter a produção, mas destacava o cenário desafiador e o momento delicado que a medicina passa diante da pandemia do coronavírus.
Situação era conhecida desde o início do ano, diz pesquisador
"Durante toda a pandemia os servidores do Ipen conseguiram manter a produção, e parar agora por falta de planejamento é muito frustrante. É uma situação que já se tinha conhecimento desde o início do ano, quando aprovaram o orçamento, o Ipen informou que só teria recursos até agosto", disse o diretor do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal do Estado de São Paulo (Sindsef-SP) e pesquisador do Ipen, Luis Antonio Genova.
"O Brasil compra toda semana os insumos para a produção dos radiofármacos, que chegam na quinta-feira para serem processados pelo Ipen. Se algo não for feito, ficaremos um bom tempo sem poder fazer o tratamento dos pacientes", disse Genova. Segundo ele, os ministérios da Economia e Saúde também estão tentando arrumar recursos para garantir o abastecimento de hospitais e clínicas nas próximas semanas, mas a situação já é grave.
No Ministério de Ciência, a informação oficial é de que aguardam para esta semana a votação do PLN 16/2021, que amplia o orçamento do Ipen. Genova observou, porém, que esse caminho leva tempo e deixaria o mercado desabastecido por algumas semanas.
'Não avisamos aos pacientes ainda'
Conselheira da Associação Brasileira para Atividades Nucleares (Abdan) e chefe-executiva da Uddo Diagnósticos, Beatriz Cancegliero explicou que ainda não avisou seus pacientes sobre a falta dos produtos, na expectativa de que o problema se resolva nos próximos dias. "Não avisamos ainda pois estamos aguardando uma resposta mais certa ou oficial da SBMN, da Abdan. ou mesmo do Ipen, para tomarmos alguma atitude neste sentido ou mesmo nos programarmos quanto aos atendimentos", informou.
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- 20/09/2021 - Produção de remédios de câncer usados por 1,5 milhão é suspensaPor falta de insumos, instituto deixa de produzir radiofármacos fundamentais para diagnóstico e tratamento da doença
Por falta de insumos, instituto deixa de produzir radiofármacos fundamentais para diagnóstico e tratamento da doença
Fonte: R7
O Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares) confirmou que a partir desta segunda-feira (20) alguns radiofármacos fundamentais para o diagnóstico e tratamento do câncer deixaram de ser produzidos por falta de insumos.
Desde sexta-feira, segundo o Ipen, o titular do órgão, Wilson Aparecido Parejo Calvo, tenta uma alternativa junto ao MCTU (Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações) para conseguir importar os insumos necessários para a produção de produtos como iodo, Lutécio 177, entre outros.
Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear, George Coura Filho, o último carregamento de iodo, muito usado no tratamento do câncer na tireóide, foi entregue hoje, e o fornecimento de Lutécio 177, usado no tratamento de tumor neuroendócrino, foi suspenso.
"Também o envio do gerador de molibdênio tecnécio, usado na cintilografia, teve seu último carregamento entregue no domingo", disse Coura Filho.
Ele informou que já procurou sem sucesso todos os ministérios para tentar resolver o problema, mas não houve resposta até o momento, "só ciência do recebimento das minhas demandas", explicou.
Coura Filho avalia que entre 1,5 milhão e 2 milhões de pessoas podem ser prejudicadas com a falta de distribuição dos radiofármacos do Ipen, e não apenas os doentes de câncer. Os remédios do Ipen representam cerca de 10% dos medicamentos usados para tratar a doença.
Procurado, o ministério disse que continua aguardando a votação do PLN 16/2021 esta semana para solucionar o problema.
Essa estratégia é criticada pelo setor médico, que argumenta não poder esperar o tempo incerto do trâmite de um projeto no Congresso Nacional para dar continuidade aos tratamentos de câncer no país.
O Ipen fabrica 25 diferentes radiofármacos, ou 85% do fornecimento nacional. Para manter a produção, o órgão aguarda a aprovação pelo Congresso Nacional do projeto de lei que adicionaria R$ 34,6 milhões ao seu orçamento. Outros R$ 55,1 milhões estão sendo buscados pelo MCTI para completar os R$ 89,7 milhões que o instituto precisa para produzir os radiofármacos até dezembro deste ano.
O órgão importa radioisótopos de produtores na África do Sul, Holanda e Rússia, além de adquirir insumos nacionais para produção de radioisótopos e radiofármacos utilizados no tratamento do câncer. O material é usado na radioterapia e exames de diagnóstico por imagem, entre outros.
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- 20/09/2021 - Ipen suspende produção de remédios de câncer usados por ao menos 1,5 milhão de pacientesFonte: Tribuna do NorteO Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) confirmou que a partir desta segunda-feira, 20, alguns radiofármacos fundamentais para o diagnóstico e tratamento do câncer deixaram de ser produzidos por falta de insumos.Desde sexta-feira, segundo o Ipen, o titular do órgão tenta uma alternativa junto ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para conseguir importar os insumos necessários para a produção de produtos como iodo, Lutécio 177, entre outros.Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), George Coura Filho, o último carregamento de iodo, muito usado no tratamento do câncer na tireóide, foi entregue hoje, e o fornecimento de Lutécio 177, usado no tratamento de tumor neuroendócrino, foi suspenso.Desde sexta-feira, segundo o Ipen, o titular do órgão, Wilson Aparecido Parejo Calvo, tenta uma alternativa junto ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para conseguir importar os insumos necessários para a produção de produtos como iodo, Lutécio 177, entre outros. Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), George Coura Filho, o último carregamento de iodo, muito usado no tratamento do câncer na tireóide, foi entregue hoje, e o fornecimento de Lutécio 177, usado no tratamento de tumor neuroendócrino, foi suspenso."Também envio do gerador de molibdênio tecnécio, usado na cintilografia, teve seu último carregamento entregue no domingo", disse Coura Filho ao Broadcast.Ele informou que já procurou sem sucesso todos os ministérios para tentar resolver o problema, mas não houve resposta até o momento, "só ciência do recebimento das minhas demandas", explicou. Coura Filho avalia que entre 1,5 milhão e 2 milhões de pessoas podem ser prejudicadas com a falta de distribuição dos radiofármacos do Ipen, e não apenas os doentes de câncer. Os remédios do Ipen representam cerca de 10% dos medicamentos usados para tratar a doença.Procurado, o MCTI disse que continua aguardando a votação do PLN 16/2021 esta semana para solucionar o problema. Essa estratégia é criticada pelo setor médico, que argumenta não poder esperar o tempo incerto do trâmite de um projeto no Congresso Nacional para dar continuidade aos tratamentos de câncer no País.O Ipen fabrica 25 diferentes radiofármacos, ou 85% do fornecimento nacional. Para manter a produção, o órgão aguarda a aprovação pelo Congresso Nacional do projeto de lei que adicionaria R$ 34,6 milhões ao seu orçamento. Outros R$ 55,1 milhões estão sendo buscados pelo MCTI para completar os R$ 89,7 milhões que o instituto precisa para produzir os radiofármacos até dezembro deste ano.O órgão importa radioisótopos de produtores na África do Sul, Holanda e Rússia, além de adquirir insumos nacionais para produção de radioisótopos e radiofármacos utilizados no tratamento do câncer. O material é usado na radioterapia e exames de diagnóstico por imagem, entre outros.Na semana passada, o Estadão revelou que a produção corria risco de ser interrompida. Um documento do órgão aos serviços de medicina nuclear deixava claro que o Ipen estava fazendo todos os esforços para manter a produção, mas destacava o cenário desafiador e o momento delicado que a medicina passa diante da pandemia do coronavírus. -
- 20/09/2021 - Falta de verba suspende produção de medicamentos para diagnóstico e tratamento de câncerFonte: Jornal NacionalSem verba, o Ipen não conseguiu mais comprar os insumos usados na produção desses medicamentos. A Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear estima que até 2 milhões de pacientes possam ser afetados.Assista aqui a matéria exibida pela TV Globo no Jornal Nacional de 20/09. -
- 20/09/2021 - Falta de verba na medicina nuclear começa a paralisar o diagnóstico e tratamento contra o câncer. Ricos só terão atendimento em outros paísesFonte: Blog Jornalista Tania MalheirosBrasileiros portadores de tumores neuroendócrinos (pulmão, sistema respiratório e gastrointestinal), sejam ricos ou pobres, não puderam realizar nesta segunda-feira (20/9) o tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), clínicas particulares e até mesmo no Instituto Nacional do Câncer. A informação é do presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), o médico nuclear George Coura, que desde a semana passada vem alertando sobre o desabastecimento de radioisótopos (substância radioativa) produzida pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares da Comissão Nacional de Energia Nuclear (IPEN-CNEN), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, pela falta de verbas. O problema vai afetar outros tratamentos, avisou.Segundo fontes do setor, há quatro anos o orçamento do Ipen para a produção do radioisótopo vem sofrendo importantes cortes. Este ano, por exemplo, o orçamento seria de R$ 63,9 milhões – considerado insuficiente.
É com o radioisótopo como o lutécio-177, que o Ipen produz o radiofármaco usado no tratamento de tumores neuroendócrinos.O presidente da SBMN alerta que a cada semana a paralisação de um dos vários radioisótopos vai afetar a um tipo de tratamento contra o câncer.
"Estamos diante de um potencial desabastecimento generalizado e de crise sanitária, na impossibilidade de o paciente ser tratado ou de realizar os exames. Só não terá o problema quem puder pegar um avião para ser tratado em outro país”, comentou.
A cada semana a situação vai se agravar, afirmou, porque outros medicamentos essenciais deixarão de ser produzidos. O Brasil importa radioisótopos de produtores da África do Sul, Holanda e Rússia, além de aquisição de insumos nacionais.
Os radioisótopos possibilitam que os médicos vejam o funcionamento de órgãos e tecidos vivos por meio de imagens como as tomografias, radiografias e cintilografias. Cerca de dois milhões de procedimentos médicos são realizados por ano utilizando radioisótopos, em 440 clínicas cadastradas para realizar o trabalho semanalmente. Cerca de 440 mil pelo SUS e o restante pela rede privada.
A SBMN reitera que a falta de parte dos insumos já está sendo extremamente prejudicial aos pacientes – que ficam sem alternativas para seguirem com diagnósticos e tratamentos – e a notícia de que não há previsão da retomada regular da produção dos radiofármacos possa agravar mais ainda a situação.
MINISTRO PEDE DINHEIRO
Em entrevista ao "Pânico”, programa de TV, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, admitiu que vai faltar o medicamento no Brasil. A situação é de emergência, avisou. Segundo ele, o orçamento para a compra é de R$ 90 milhões – maior do que o orçamento do Ipem. O ministro informou que para tentar resolver o problema, pediu ao ministério da Economia R$ 18 milhões para esta semana; e que vai tentar uma liberação de R$34 milhões junto ao Congresso; mais R$ 55 milhões até o final do ano.
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- 20/09/2021 - Ipen suspende produção de insumos para tratamento de câncer por tempo indefinido; já há registros de falta de remédiosGoverno federal cortou 46% da verba do órgão em 2021e precisa de R$ 89,7 milhões para continuar produção até dezembro, mas verba extra ainda não foi aprovada no Congresso. Hospitais já começaram a cancelar tratamentos por causa do desabastecimento.
Governo federal cortou 46% da verba do órgão em 2021e precisa de R$ 89,7 milhões para continuar produção até dezembro, mas verba extra ainda não foi aprovada no Congresso. Hospitais já começaram a cancelar tratamentos por causa do desabastecimento.
Fonte: G1O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), do governo federal, paralisou por tempo indeterminado nesta segunda-feira (20) a produção de radiofármacos e radioisótopos usados para o tratamento de câncer no Brasil.
O Ipen é responsável pelo fornecimento de 25 tipos de radiofármacos aos laboratórios e hospitais de todo o Brasil. Cerca de 85% de toda a produção nacional desse tipo de medicamento, com material radioativo, sai de lá.
Para a tarde desta segunda (20), está prevista a entrega do último carregamento de Iodo-131, usado na detecção do câncer de tireoide. Depois, ninguém sabe quando será o próximo. Pacientes com câncer e médicos ouvidos pelo Jornal Hoje narraram que já enfrentam falta de medicamentos por causa da escassez de produtos (veja mais abaixo).
Conforme o anúncio feito na terça-feira (14), o instituto está sem verba para continuar a produção dos insumos usados para a detecção e o tratamento de câncer, após um corte de 46% da verba do instituto pelo governo federal em 2021.
No ano passado, a verba repassada ao Ipen pelo governo federal foi de R$ 165 milhões. Neste ano, até agosto, o instituto recebeu pouco mais de R$ 91 milhões.
Em carta enviada na semana passada aos hospitais e laboratórios que consomem os produtos do instituto, o Ipen afirmou que ter feito um pedido ao governo para a aprovação de recursos extras no valor de R$ 89 milhões. A verba, no entanto, precisa passar por aprovação do Congresso Nacional e, depois, por sanção presidencial.
"Estão faltando mais de R$ 70 milhões para a gente terminar o ano. Sem contar a valorização do dólar, porque tem uma boa parte de insumos que são importados. Então, já era uma situação prevista e que vinham tentando brigar para reverter”, afirmou o diretor do Sindicato dos Servidores Públicos do Ipen no estado de São Paulo, Luiz Antonio Genova.
Falta de medicamentos
Os radiofármacos produzidos pelo Ipen têm duas funções. Uma é o tratamento em si que, no caso de alguns tipos de câncer, são a única opção. Outra é o diagnóstico por imagem - exames que ajudam a detectar a presença do câncer e de outras doenças, como Alzheimer.
Faz um ano que a gerente financeira Tatiana Mendonça descobriu um tumor neuroendócrino, um tipo raro de câncer que atinge o pâncreas ou o intestino. O primeiro tratamento não deu certo e a alternativa, agora, é uma medicação da categoria dos radiofármacos que são fornecidos pelo Ipen.
Tatiana começaria o novo tratamento na terça-feira (21), mas o remédio que ela precisa está em falta.
"[O tratamento] é longo porque o intervalo leva oito semanas para cada aplicação. Assim, vai me atrasar bastante, e tudo que a gente pudesse fazer antes, seria melhor. A gente trabalha contra o tempo. Mas a gente não tem nenhuma previsão de quando vamos poder iniciar [o tratamento]. A gente não sabe se vai ter, se eu vou precisar fazer de alguma outra forma ou se vai dar tempo... Então a gente fica bastante preocupada”, afirmou.
O desabastecimento causado pela paralisação no Ipen pode afetar cerca de 2 milhões de pessoas em todo o país, segundo a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN).
"Nós temos pacientes com problemas de câncer no pâncreas e no intestino que podem ser tratados com uma medicação que chama lutécio. O lutécio também esta em falta. Tenho três pacientes no hospital que trabalho que eu trataria nesta semana, mais especificamente amanhã. Mas tive que cancelar porque essa medicação esta em falta", afirmou o médico Dalton Alexandre dos Anjos, diretor da SBMN.
"Não sei o que falar pra esses pacientes. É tão ruim falar para eles que o tratamento não pode ser realizado porque a medicação está em falta”, completou.
Pedido de investigação do TCU
O deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) pediu na sexta-feira (17) ao Tribunal de Contas da União (TCU) que investigue a paralisação da produção de insumos pelo Ipen.
"É uma combinação macabra de desprezo à vida: ao cortar recursos para a produção de medicamentos e insumos para diagnósticos, com a ganância do lucro, ao ensaiar abrir este setor para interesses privados", afirmou o parlamentar.
No pedido feito ao TCU, o deputado federal Alexandre Padilha, que é membro da Comissão Externa da Câmara dos Deputados que discute ações contra o avanço do novo coronavírus, afirma que "a medida é imprescindível para a saúde pública no país”.
"A compra de insumos usados na radioterapia e nos exames de diagnóstico por imagem no tratamento do câncer não pode ser paralisada com a justificativa da pandemia do Sars-Cov-2. Tal possibilidade revelaria uma completa incompetência e má gestão do órgão público que afetaria diretamente entre 1,5 e 2 milhões de pessoas em todo o Brasil”, afirmou o documento do parlamentar.
O parlamentar também protocolou na Câmara dos Deputados um requerimento para que o ministro Marcos Pontes, do MCTI, seja ouvido pela casa e preste esclarecimentos sobre os cortes de verba do Ipen.
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) afirmou na quinta (16), por meio de nota, que "desde junho de 2021 vem trabalhando com o Ministério da Economia para a maior disponibilização de recursos para a produção de radiofármacos pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN)”.
"Para a recomposição do orçamento do Instituto, o Governo Federal por meio do MCTI está sensibilizando o Congresso Nacional pela votação e aprovação do PLN 16/2021 prevista para a próxima semana”, disse a nota da pasta.
Paralisação no Ipen
O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) anunciou na terça-feira (14) a suspensão da produção de produtos radiofármacos e radioisótopos usados para o tratamento de câncer no Brasil.
Em comunicado enviado aos serviços de medicina nuclear brasileiros que compram os produtos do Ipen, o órgão afirmou que precisa de R$ 89,7 milhões para continuar a produção dos insumos até o fim de dezembro deste ano, entretanto, a verba ainda não foi aprovada no Congresso Nacional.
"Enfrentamos a grande redução dos recursos atribuídos pela Lei Orçamentária Anual (LOA) à CNEN e à forte e desfavorável variação cambial, em 2021. Visando à recomposição dessas perdas orçamentárias, o IPEN-CNEN, com o apoio do MCTI, trabalharam fortemente junto ao Ministério da Economia (ME), desde o 1° semestre deste ano. Entretanto, esses créditos suplementares de R$ 89,7 milhões, programados na forma de Projeto de Lei, necessitam de aprovação no Congresso Nacional e sanção da Presidência da República”, disse o instituto.
"O fato desses recursos orçamentários extras ainda não estarem disponíveis no Instituto, até o momento, implica na inexistência de lastro em crédito orçamentário. Nesse sentido, a impossibilidade nas aquisições e contratações pelo IPEN-CNEN, implicará na suspensão temporária da produção dos geradores de 99Mo/99mTc e dos radiofármacos provenientes de iodo-131, gálio-67, tálio-201 e lutécio-177, dentre outros, a partir de 20/09/2021”, afirmou o comunicado da entidade.
A suspensão na produção vai afetar diretamente o tratamento de câncer no Brasil e o diagnóstico da doenças, já que os materiais do Ipen são utilizados no tratamento de câncer e em exames de imagem, como raio-x, tomografia, ressonância magnética, cintilogafia e mamografia, entre outros exames que são essenciais para o diagnóstico de doenças no Brasil.
Segundo a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), o Ipen fornece 85% dos radiofármacos e radioisótopos utilizados no país, o que pode prejudicar cerca de 2 milhões de pessoas.
No comunicado enviado às clínicas e hospitais brasileiros, o Ipen reconheceu o problema e disse que já é do conhecimento do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTI), presidido pelo ministro astronauta Marcos Pontes.
"O IPEN-CNEN, a CNEN e o MCTI entendem perfeitamente, de forma solidária, que a ausência temporária dos geradores de 99Mo/99mTc e dos radiofármacos aos hospitais e às clínicas no País, resultará em transtornos familiares de grande monta. Sobretudo, nos pacientes que necessitam de atendimento, e que têm seu procedimento de Medicina Nuclear interrompido, seja este pelo SUS ou via Sistema de Saúde Suplementar”, afirmou o instituto.
O Ipen afirma que esgotou todas as possibilidades de diálogo com o governo federal para ter mais verba e não paralisar a produção, mas que não teve sucesso.
"Acredita-se que essas instabilidades nas produções de radiofármacos sejam apenas por poucos dias, com a obtenção dos créditos orçamentários suplementares de R$ 89,7 milhões, ao IPEN-CNEN. (...) O IPEN-CNEN e a CNEN esgotaram todos os meios para que se evitasse a descontinuidade, recebendo inclusive assessoria da Advocacia Geral da União (AGU), nesse contexto”, declarou o comunicado do instituto.
Assista aqui a matéria exibida no Rede Globo no Jornal Hoje
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- 20/09/2021 - Eletronuclear e Rosatom assinam em Viena um amplo memorando de cooperação para o Setor Nuclear no BrasilFonte: PetronnotíciasA estatal russa ROSATOM e a Eletronuclear assinaram um memorando de entendimento (MoU) durante a realização da Conferência Geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que está sendo realizada em Viena, na Áustria. O memorando prevê o desenvolvimento da cooperação na área nuclear. Na verdade, as duas empresas buscam estabelecer um novo acordo, assim como o anterior, não exclusivo, para troca de informações entre as empresas. Entretanto, o escopo do novo MoU é mais amplo, abrangendo temas como: novos projetos de usinas nucleares de larga escala; pequenos reatores modulares terrestres e flutuantes; soluções para as etapas iniciais e finais do ciclo de combustível nuclear e tratamento de combustível nuclear usado; desenvolvimento do ciclo do combustível nuclear avançado/inovador; reciclagem de materiais nucleares; suporte no ciclo de vida de novas usinas, incluindo operação, manutenção e descomissionamento; extensão da vida útil; desenvolvimento de economia do hidrogênio; melhores práticas de gestão de P&D+I no setor nuclear, bem como metodologia para aceleração e implementação de projetos de desenvolvimento tecnológico; e melhores práticas em conscientização e opinião pública.
Kirill Komarov, primeiro-diretor-geral-adjunto e diretor da Unidade de Desenvolvimento e Negócios Internacionais, assinou o memorando pela Rosatom. Para ele, "O Brasil é um dos principais parceiros da ROSATOM na América Latina em várias áreas, principalmente no campo da medicina nuclear. Estou certo de que a assinatura do memorando nos ajudará a abrir uma nova etapa de fecunda cooperação bilateral, visto que o país tem trilhado um caminho para ampliar a participação da geração nuclear no balanço energético nacional"
Há também vistas para o reprocessamento de materiais nucleares, o fechamento do ciclo de combustível nuclear e a gestão de resíduos radioativos, além da implementação de projetos conjuntos na área de educação e treinamento, do aumento da aceitação pública da energia nuclear e outras frentes. Por parte da Eletronuclear, quem assinou o memorando foi o próprio presidente da empresa, Leonam dos Santos Guimarães: "Para a Eletronuclear, esse instrumento de cooperação mútua assinado com a Rosatom, representa uma excelente oportunidade na expansão futura de nossos negócios, e em especial, no atendimento à necessidade de expansão da geração nucleoelétrica em nosso país.”
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- 20/09/2021 - Ipen suspende parte da produção de medicamentos por falta de recursosO Ipen, Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, anunciou que, a partir desta segunda-feira (20), está suspensa a produção de alguns produtos e medicamentos usados para o tratamento de câncer. O motivo é a falta de recursos. E já tem remédio faltando.
O Ipen, Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, anunciou que, a partir desta segunda-feira (20), está suspensa a produção de alguns produtos e medicamentos usados para o tratamento de câncer. O motivo é a falta de recursos. E já tem remédio faltando.
Assista aqui a matéria veiculada hoje no Jornal Hoje, da TV Globo.
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- 20/09/2021 - Produção de remédios para tratamento do câncer está suspensaInstituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares paralisou produção de remédios para tratamento do câncer por falta de verbas federais
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares paralisou produção de remédios para tratamento do câncer por falta de verbas federais
Fonte: Band News
A produção de remédios para o tratamento e diagnóstico do câncer está suspensa pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares por falta de verbas federais.
O órgão é vinculado ao Ministério de Ciência e Tecnologia e responsável por grande parte do fornecimento de medicamentos de radiofármacos utilizados no país.
O médico e primeiro secretário da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear afirma que a autarquia vem sofrendo com a redução no orçamento há anos.
Segundo Gustavo do Vale Gomes, a alta do dólar também impactou por causa da necessidade de importação dos materiais.
Os materiais fabricados pelo Ipen são usados em tratamentos oncológicos, além de exames de imagens, como radiografias, tomografia e ressonância magnética.
Na última semana, o Ministério da Ciência afirmou que desde junho de 2021 vem trabalhando com o da Economia por mais recursos para o Ipen.
A Pasta acrescenta que tenta sensibilizar o Congresso pela votação e aprovação de um projeto de lei que aumentaria o orçamento do Instituto.
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- 20/09/2021 - Ipen suspende produção de insumosCorte pode prejudicar o tratamento de pacientes contra o câncer.
Corte pode prejudicar o tratamento de pacientes contra o câncer.
A falta de recursos orçamentários da União que ocasiona a interrupção temporária no fornecimento de radiofármacos pelo IPEN-CNEN a clínicas e hospitais é pauta de diversos órgãos da imprensa.
Assista aqui a matéria exibida pela TV Globo no programa Bom Dia São Paulo de 20/09 com o âncora Rodrigo Bocardi e a repórter Carol Ianelli.
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- 17/09/2021 - Deputado pede que TCU investigue suspensão da produção de insumos no Ipen para tratamento de câncer no BrasilO órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia afirmou que teve grande corte de verba em 2021 e precisa de R$ 89,7 milhões para continuar produção até dezembro, por causa da alta do preço do dólar na importação de material. Verba extra ainda não foi aprovada no Congresso Nacional.
O órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia afirmou que teve grande corte de verba em 2021 e precisa de R$ 89,7 milhões para continuar produção até dezembro, por causa da alta do preço do dólar na importação de material. Verba extra ainda não foi aprovada no Congresso Nacional.
Fonte: G1
O deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) pediu nesta sexta-feira (17) ao Tribunal de Contas da União (TCU) que investigue a paralisação, a partir do dia 20 de setembro, da produção de insumos pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) do governo federal, por falta de verba.
"É uma combinação macabra de desprezo à vida: ao cortar recursos para a produção de medicamentos e insumos para diagnósticos, com a ganância do lucro, ao ensaiar abrir este setor para interesses privados", afirmou o parlamentar.
A suspensão na produção vai afetar diretamente o tratamento de câncer no Brasil e o diagnóstico da doenças, já que os materiais do Ipen são utilizados em exames de imagem, como raio-x, tomografia, ressonância magnética, cintilogafia e mamografia.
Em comunicado enviado aos serviços de medicina nuclear brasileiros que compram os produtos do Ipen, o órgão afirmou que teve grande corte no orçamento federal em 2021 e precisa de R$ 89,7 milhões para continuar a produção dos insumos até o fim de dezembro deste ano, por causa da alta do preço do dólar para importação de material.
No pedido feito ao TCU, o deputado federal Alexandre Padilha, que é membro da Comissão Externa da Câmara dos Deputados que discute ações contra o avanço do novo coronavírus, afirma que "a medida é imprescindível para a saúde pública no país”, já que a paralisação pode afetar cerca de 2 milhões de pessoas no país que se tratam de algum tipo de câncer no país.
"A compra de insumos usados na radioterapia e nos exames de diagnóstico por imagem no tratamento do câncer não pode ser paralisada com a justificativa da pandemia do Sars-Cov-2. Tal possibilidade revelaria uma completa incompetência e má gestão do órgão público que afetaria diretamente entre 1,5 e 2 milhões de pessoas em todo o Brasil”, afirmou o documento do parlamentar.
Procurado peloG1, o TCU não se manifestou até a última atualização dessa reportagem.
O Ministério da Ciência e Tecnologia afirmou na quinta (16), por meio de nota, que "desde junho de 2021 vem trabalhando com o Ministério da Economia para a maior disponibilização de recursos para a produção de radiofármacos pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN)”.
"Para a recomposição do orçamento do Instituto, o Governo Federal por meio do MCTI está sensibilizando o Congresso Nacional pela votação e aprovação do PLN 16/2021 prevista para a próxima semana”, disse a nota da pasta.
Paralisação no Ipen
O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) anunciou na terça-feira (14) a suspensão da produção de produtos radiofármacos e radioisótopos usados para o tratamento de câncer no Brasil.
Em comunicado enviado aos serviços de medicina nuclear brasileiros que compram os produtos do Ipen, o órgão afirmou que precisa de R$ 89,7 milhões para continuar a produção dos insumos até o fim de dezembro deste ano, entretanto, a verba ainda não foi aprovada no Congresso Nacional.
"Enfrentamos a grande redução dos recursos atribuídos pela Lei Orçamentária Anual (LOA) à CNEN e à forte e desfavorável variação cambial, em 2021. Visando à recomposição dessas perdas orçamentárias, o IPEN-CNEN, com o apoio do MCTI, trabalharam fortemente junto ao Ministério da Economia (ME), desde o 1° semestre deste ano. Entretanto, esses créditos suplementares de R$ 89,7 milhões, programados na forma de Projeto de Lei, necessitam de aprovação no Congresso Nacional e sanção da Presidência da República”, disse o instituto.
"O fato desses recursos orçamentários extras ainda não estarem disponíveis no Instituto, até o momento, implica na inexistência de lastro em crédito orçamentário. Nesse sentido, a impossibilidade nas aquisições e contratações pelo IPEN-CNEN, implicará na suspensão temporária da produção dos geradores de 99Mo/99mTc e dos radiofármacos provenientes de iodo-131, gálio-67, tálio-201 e lutécio-177, dentre outros, a partir de 20/09/2021”, afirmou o comunicado da entidade.
A suspensão na produção vai afetar diretamente o tratamento de câncer no Brasil e o diagnóstico da doenças, já que os materiais do Ipen são utilizados no tratamento de câncer e em exames de imagem, como raio-x, tomografia, ressonância magnética, cintilogafia e mamografia, entre outros exames que são essenciais para o diagnóstico de doenças no Brasil.
Segundo a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), o Ipen fornece 85% dos radiofármacos e radioisótopos utilizados no país, o que pode prejudicar cerca de 2 milhões de pessoas.
No comunicado enviado às clínicas e hospitais brasileiros, o Ipen reconheceu o problema e disse que já é do conhecimento do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTI), presidido pelo ministro astronauta Marcos Pontes.
"O IPEN-CNEN, a CNEN e o MCTI entendem perfeitamente, de forma solidária, que a ausência temporária dos geradores de 99Mo/99mTc e dos radiofármacos aos hospitais e às clínicas no País, resultará em transtornos familiares de grande monta. Sobretudo, nos pacientes que necessitam de atendimento, e que têm seu procedimento de Medicina Nuclear interrompido, seja este pelo SUS ou via Sistema de Saúde Suplementar”, afirmou o instituto.
O Ipen afirma que esgotou todas as possibilidades de diálogo com o governo federal para ter mais verba e não paralisar a produção, mas que não teve sucesso.
"Acredita-se que essas instabilidades nas produções de radiofármacos sejam apenas por poucos dias, com a obtenção dos créditos orçamentários suplementares de R$ 89,7 milhões, ao IPEN-CNEN. (...) O IPEN-CNEN e a CNEN esgotaram todos os meios para que se evitasse a descontinuidade, recebendo inclusive assessoria da Advocacia Geral da União (AGU), nesse contexto”, declarou o comunicado do instituto.
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- 16/09/2021 - Nota à imprensa sobre produção de radiofármacosA respeito da produção de radiofármacos pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), vinculado ao MCTI por meio da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN/MCTI)
A respeito da produção de radiofármacos pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), vinculado ao MCTI por meio da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN/MCTI)
Fonte: site do MCTI
O MCTI – Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações esclarece que desde junho de 2021 vem trabalhando com o Ministério da Economia para a maior disponibilização de recursos para a produção de radiofármacos pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), vinculado a esta pasta por meio da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN/MCTI).
Para a recomposição do orçamento do Instituto, o Governo Federal por meio do MCTI está sensibilizando o Congresso Nacional pela votação e aprovação do PLN 16/2021 prevista para a próxima semana.
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- 16/09/2021 - Sardenberg analisa o aumento no IOF para custear o novo Bolsa FamíliaO jornalista econômico Carlos Alberto Sardenberg analisa o aumento do IOF e a gestão do orçamento. Cita, entre os exemplos, a falta de recursos orçamentários no IPEN-CNEN para a manutenção da produção rotineira de radiofármacos utilizados no diagnóstico e terapia em medicina nuclear.
O jornalista econômico Carlos Alberto Sardenberg analisa o aumento do IOF e a gestão do orçamento. Cita, entre os exemplos, a falta de recursos orçamentários no IPEN-CNEN para a manutenção da produção rotineira de radiofármacos utilizados no diagnóstico e terapia em medicina nuclear.
Assista aqui a matéria veiculada hoje no Jornal da Globo, da TV Globo. -
- 16/09/2021 - Sem verba, Ipen vai parar de fabricar produtos para diagnóstico e tratamento do câncerSociedade Brasileira de Medicina Nuclear avalia que a suspensão vá atingir até 2 milhões de pacientes.
Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear avalia que a suspensão vá atingir até 2 milhões de pacientes.
A falta de recursos orçamentários para o IPEN-CNEN, que permitiriam a continuidade na produção de radiofármacos para diagnóstico e terapia em medicina nuclear, repercute na imprensa.Assista aqui matéria veiculada hoje no Jornal Nacional, da TV Globo. -
- 16/09/2021 - Frutas e produtos cárneos despertam interesse no mercado da irradiação de alimentosA aplicação dessa tecnologia para a conservação dos alimentos foi apresentada durante o Seminário sobre Irradiação de Alimentos
A aplicação dessa tecnologia para a conservação dos alimentos foi apresentada durante o Seminário sobre Irradiação de Alimentos
Fonte: Mapa
Empresas que atuam com equipamentos para a irradiação de alimentos apontam que frutas e produtos cárneos são os itens do agro que, a princípio, mais interessam aos investidores. A discussão surgiu na tarde desta quarta-feira (15), durante o último dia do Seminário sobre Irradiação de Alimentos, promovido pela Sociedade Brasileira de Proteção Radiológica (SBPR), com apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Em todo o mundo, as frutas têm sido irradiadas com segurança em larga escala. Em média, elas duram três vezes mais depois da exposição a essa forma de energia. Proteínas foram incluídas na lista de interesse em função de uma sazonalidade menor e da boa aceitação do produto irradiado em outros países.
De acordo com os debatedores, 186 centros de irradiação estão implantados em 47 países e o consumo de alimentos irradiados é permitido em 60 países. O Brasil trabalha no desenvolvimento de uma política de Estado para adotar a irradiação de alimentos, processo que amplia a durabilidade de forma segura, reduzindo o desperdício e expandindo o mercado exportador.
Durante o seminário, empresários participaram de uma rodada de negócios moderada por Luís Eduardo Rangel, do Mapa. Ruan Souza, representante da estatal russa Rosatom, disse que os produtos cárneos teriam capacidade maior para viabilizar um projeto de irradiação. "Frigoríficos brasileiros têm três ou quatro grandes mercados de exportação. Precisamos entender a aceitação no mercado externo, porque no mercado interno ainda é necessário trabalhar a opinião pública”, explicou.
Juliano Campos Nogueira, diretor comercial da Nuctech do Brasil, também destacou que o Brasil ainda não tem a cultura de irradiação de alimentos, por isso defendeu a instalação de um irradiador multipropósito, que pudesse atender a área médica e o agro, reduzindo custos operacionais. "O Brasil precisa quantificar as perdas. Quanto o produtor perde por não irradiar as frutas, por exemplo? A irradiação iria ampliar as exportações? Sabemos que a China consome frutas irradiadas”, explicou.
Gerardo Meave Flores, da Efoods Imports no México, concorda. Segundo ele, o Brasil tem potencial para instalar de cinco a sete plantas de irradiação de alimentos para o consumo nacional e exportação. "O agro brasileiro tem muitos produtos que podem se beneficiar. Os países que compram querem sanidade”, disse Flores. O processo de irradiação favorece a segurança dos alimentos.
Mauro Ferreira, do Grupo IBA, também vê com entusiasmo o mercado de irradiação de alimentos no Brasil. "As indústrias vão competir, vão querer se instalar aqui. O agro é a estrela do país e um incentivo do governo, numa janela de tempo, poderia dar o start nesse processo”, avaliou, citando a necessidade de envolver universidades nessa etapa inicial.
Segurança
O Seminário de Irradiação de Alimentos durou dois dias e atraiu mais de mil inscritos em ambiente virtual. Durante a programação, especialistas na tecnologia explicaram conceitos básicos e falaram das possibilidades de aplicação da técnica. Jaqueline Calábria, da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), explicou que o processo é muito criterioso e bastante controlado. "Os alimentos não ficam radioativos, assim como os pacientes submetidos à radiação não ficam radioativos. A aplicação no agro não tem capacidade de modificar a estrutura nuclear”, afirmou. Segundo ela, além de aumentar a vida útil, a irradiação permite a eliminação de pragas.
O pesquisador da Embrapa Agroindústria de Alimentos, Murillo Freire, apresentou resultados de pesquisas em produtos vegetais, como mangas, água de coco, suco de laranja, agrião e beterraba minimamente processados, entre outros. "A irradiação é um método de conservação de alimentos que deve ser utilizado em conjunto com outras boas práticas agrícolas, sempre pensando em manter as características sensoriais dos produtos”, falou.
Na abertura do evento, o secretário executivo do Mapa, Marcos Montes Cordeiro, reforçou a necessidade de se quebrar tabus em relação à irradiação. "A desmistificação deve ocorrer não só no Brasil, mas no mundo todo, e estamos trabalhando nesse sentido. O poder público poderá oferecer os instrumentos necessários à iniciativa privada, que já manifestou interesse no assunto”, disse ele.
O diretor titular de Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Roberto Ignacio Betancourt, afirmou esperar que o evento estimule o avanço da irradiação de alimentos no Brasil. "Estamos ficando para trás. Precisamos dessa importante ferramenta para diversificar nossa pauta de exportações, incluindo produtos de alto valor agregado”, explicou.
O contra-almirante Carlos André Coronha Macedo, secretário de Coordenação de Sistemas do Gabinete da Segurança Institucional da Presidência da República, disse que a segurança alimentar é uma política de Estado no Brasil, que vai reduzir o desperdício e permitir o acesso a mercados internacionais. "É um imenso potencial tecnológico que vai fortalecer o Programa Nuclear Brasileiro”, disse.
Experiências Internacionais
Durante o Seminário, também foram apresentadas experiências internacionais do uso da irradiação em alimentos. Daniel Perticaro, presidente da Alati (Associação Latinoamericana de Tecnologia de Irradiação) falou do potencial do uso da tecnologia na América Latina e Caribe, onde 630 milhões de consumidores podem se beneficiar da irradiação de alimentos.
Gerardo Flores, do México, mostrou que naquele país os supermercados e consumidores já entenderam que se trata de uma tecnologia limpa, que traz benefícios para a alimentação. Segundo ele, é fundamental que se construam alianças estratégicas para a primeira instalação de irradiador em escala comercial, inclusive com o envolvimento dos governos locais.
Miguel Zambada, vice-presidente de Operações da Gateway America em Hidalgo, no Texas, abordou os benefícios e aceitação da irradiação em alimentos nos Estados Unidos. A empresa está instalada em um aeroporto, o que facilita a logística. Mais uma vez, as articulações institucionais foram citadas como mecanismo de sucesso das operações.
A palestra da Radiation Advisory Services, ligada ao governo da Nova Zelândia, foi apresentada por Gustavo Varca, da E-Beam. Ele mostrou um panorama sobre o comércio internacional de produtos frescos tratados por radiação, com foco na Austrália, Nova Zelândia e Ásia. Também frisou que acordos bilaterais entre países que desejam comercializar produtos irradiados precisam ser muito bem definidos, prevendo padrões, riscos e procedimentos.
Comunicação
Várias palestras apontaram a comunicação com o consumidor como um dos grandes problemas para o uso da tecnologia no Brasil. A diretora da Comunicação da SBPR, Denise Levy, apresentou uma pesquisa que a sociedade realiza desde 2017, entrevistando consumidores para captar suas percepções a respeito de alimentos irradiados. Os dados indicam que, após uma breve explicação sobre a tecnologia, eventual rejeição de consumidores se dissipa.
A superintendente federal de Agricultura de São Paulo, Andréa Moura, mostrou as ações do governo federal em relação ao estímulo para a adoção da tecnologia, o comprometimento do Mapa com o tema e as ações de comunicação já desenvolvidas. Entrevistas da alta cúpula do ministério e um plano de comunicação que prevê eventos e uso de redes sociais estão em andamento.
Participaram da mesa de abertura do seminário, além de autoridades já citadas, Josilto de Oliveira Aquino, presidente da SBPR; Edna Morais Oliveira, representando a Embrapa; Paulo Roberto Pertusi, presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e Anna Lucia Villavicencio, presidente do Seminário sobre Irradiação de Alimentos, que leva o título "Tecnologia e inovação na mesa dos brasileiros”.
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- 16/09/2021 - Governo adia construção de reator capaz de produzir insumos para a medicina nuclear. Desabastecimento em clínicas de tratamento contra o câncer pode ocorrer nos próximos diasFonte: Tania Malheiros - Jornalista
Enquanto o governo adia a construção do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), em Iperó (SP), que daria independência à produção de material radioativo para a realização de exames e tratamento contra o câncer e outras doenças, os centros de medicina nuclear correm o risco de ficar desabastecidos. O drama para pacientes que dependem de tratamento deve ocorrer a partir da próxima segunda-feira (20/09), quando o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) terá a produção suspensa de todos os fármacos e de isótopos radioativos por falta de verbas.À noite, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações divulgou nota informando que desde junho de 2021 vem trabalhando com o Ministério da Economia para a maior disponibilização de recursos para a produção de radiofármacos pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), vinculado a esta pasta por meio da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN/MCTI). Para a recomposição do orçamento do Instituto, o Governo Federal por meio do MCTI está sensibilizando o Congresso Nacional pela votação e aprovação do PLN 16/2021 prevista para a próxima semana.
"Tão logo tenhamos a informação quanto ao recebimento dos recursos orçamentários extras e, consequentemente, à normalização nos fornecimentos, entraremos em contato imediatamente por meio do Serviço de Gestão Comercial do IPEN-CNEN”, consta parte de comunicado do IPEN/CNEN enviado aos serviços de medicina nuclear.
O problema é gravíssimo e pode afetar milhares de pessoas. Cerca de dois milhões de procedimentos médicos são realizados, por ano, utilizando radioisótopos, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em 440 clinicas cadastradas para realizar o trabalho semanalmente. Somente o RMB, dará autonomia ao Brasil na área de produção de radioisótopos. Mas o projeto não recebe nenhuma verba há anos, conforme o blog vem divulgando desde março do ano passado.
A suspensão da produção anunciada pelo IPEN agora, segundo a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), "causará importantes danos à sociedade como um todo”, seja em pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), seja por permitir diagnósticos mais precisos para cirurgias, por exemplo. Na nota da SBMN, o IPEN anunciou que depende da liberação de verbas orçamentárias extraordinárias para a retomada de seu funcionamento. "Até que isso aconteça, a Medicina Nuclear Brasileira fica de mãos atadas e os pacientes, sem seus devidos procedimentos médicos”, afirmou o presidente da SBMN, George Coura Filho.
Empolgados discursos
O projeto de construção do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) costuma motivar empolgados discursos políticos pela autossuficiência nacional na produção de radioisótopos e fontes radioativas, aplicados no diagnóstico e tratamento de doenças como o câncer. Mas o projeto não sai do papel. Os radioisótopos possibilitam que os médicos vejam o funcionamento de órgãos e tecidos vivos por meio de imagens como as tomografias, radiografias e cintilografias.
A falta de decisão de governos para destravar a construção do RMB levará o país este ano a gastar mais de R$ 60 milhões (de acordo com a alta do dólar), importando radioisótopos da África do Sul, Rússia, Holanda e principalmente da Argentina. O Brasil importa cerca de 4% da produção mundial anual do radioisótopo molibdênio-99. O decaimento radioativo do molibdênio-99 produz o radioisótopo tecnécio-99m, utilizado nos radiofármacos (substância química) mais empregados na medicina nuclear. Para se ter ideia da necessidade do RMB, cerca de dois milhões de procedimentos médicos são realizados, por ano, utilizando radioisótopos, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em 440 clinicas cadastradas para realizar o trabalho semanalmente.
Cerca de 440 mil pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e o restante pela rede privada. O apelo social do projeto é que a partir do funcionamento do RMB, haveria um aumento significativo da utilização do serviço pelo SUS. As informações são do engenheiro civil, mestre em engenharia nuclear e doutor em tecnologia nuclear, José Augusto Perrotta, coordenador do RMB, tecnologista sênior da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), responsável pelo empreendimento. A construção do RMB foi orçada em US$ 500 milhões, quando idealizada em 2009. Até hoje foram aplicados apenas R$ 230 milhões. Para a sua entrada em funcionamento, teriam que ser aplicados, em média, cerca de US$ 100 milhões, ao longo de cinco anos.
Crise mundial
O projeto do RMB ganhou força em 2009, a partir da crise mundial provocada pela paralisação do reator canadense National Research Universal (NRU), que atendia na época a cerca de 30% da demanda mundial de molibdênio-99. "O problema gerou o primeiro desabastecimento internacional do medicamento, algo sem precedentes”, comentou Perrotta. Quatro reatores de pesquisa estão em funcionamento no Brasil. Somente o reator EIA-R1, instalado no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), produz radioisótopos. O EIA-R1 funciona há 63 anos, e espera-se que tenha mais 10 anos de vida. Contudo, ele não tem capacidade de produzir radioisótopos em escala necessária. Por isso, o IPEN, através da CNEN, importa todo o molibdênio-99 utilizado na produção de radiofármacos.
Segundo Perrotta, a CNEN gasta US$ 15 milhões por ano com essa importação, que gera um faturamento de R$ 120 milhões, ano, recursos que vão direto para o caixa do governo. Sem o EIA-R1, o país ficará ainda mais dependente, alerta Perrotta, em seus mais de 40 anos de experiência no setor nuclear no Brasil e exterior. "Alguns estádios para as olimpíadas custaram mais do que o valor do RMB”, comentou Perrotta. Lembrou que a Argentina iniciou projeto semelhante no mesmo tempo que o Brasil. Mas o projeto argentino já está com 70% das obras prontas. "Acreditamos que podemos recuperar o tempo perdido”, acredita.
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- 16/09/2021 - Nota à ImprensaA respeito da produção de radiofármacos pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), vinculado ao MCTI por meio da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN/MCTI)
A respeito da produção de radiofármacos pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), vinculado ao MCTI por meio da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN/MCTI)
Fonte: MCTI
O MCTI - Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações esclarece que desde junho de 2021 vem trabalhando com o Ministério da Economia para a maior disponibilização de recursos para a produção de radiofármacos pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), vinculado a esta pasta por meio da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN/MCTI).
Para a recomposição do orçamento do Instituto, o Governo Federal por meio do MCTI está sensibilizando o Congresso Nacional pela votação e aprovação do PLN 16/2021 prevista para a próxima semana.
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- 16/09/2021 - Ipen anuncia suspensão de produção de insumos para tratamento de câncer no Brasil por falta de verba federalO órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia afirmou que teve grande corte de verba em 2021 e precisa de R$ 89,7 milhões para continuar produção até dezembro, por causa da alta do preço do dólar na importação de material. Verba extra ainda não foi aprovada no Congresso Nacional
O órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia afirmou que teve grande corte de verba em 2021 e precisa de R$ 89,7 milhões para continuar produção até dezembro, por causa da alta do preço do dólar na importação de material. Verba extra ainda não foi aprovada no Congresso Nacional
Fonte: G1
O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTI) do governo federal, anunciou na terça-feira (14) a suspensão da produção de produtos radiofármacos e radioisótopos usados para o tratamento de câncer no Brasil a partir da próxima segunda-feira (20).
Em comunicado enviado aos serviços de medicina nuclear brasileiros que compram os produtos do Ipen, o órgão afirmou que teve grande corte no orçamento federal em 2021 e precisa de R$ 89,7 milhões para continuar a produção dos insumos até o fim de dezembro deste ano, por causa da alta do preço do dólar para importação de material.
A verba adicional, entretanto, ainda não foi aprovada no Congresso Nacional, segundo o comunicado.
"Enfrentamos a grande redução dos recursos atribuídos pela Lei Orçamentária Anual (LOA) à CNEN e à forte e desfavorável variação cambial, em 2021. Visando à recomposição dessas perdas orçamentárias, o IPEN-CNEN, com o apoio do MCTI, trabalharam fortemente junto ao Ministério da Economia (ME), desde o 1° semestre deste ano. Entretanto, esses créditos suplementares de R$ 89,7 milhões, programados na forma de Projeto de Lei, necessitam de aprovação no Congresso Nacional e sanção da Presidência da República”, disse o instituto.
"O fato desses recursos orçamentários extras ainda não estarem disponíveis no Instituto, até o momento, implica na inexistência de lastro em crédito orçamentário. Nesse sentido, a impossibilidade nas aquisições e contratações pelo IPEN-CNEN, implicará na suspensão temporária da produção dos geradores de 99Mo/99mTc e dos radiofármacos provenientes de iodo-131, gálio-67, tálio-201 e lutécio-177, dentre outros, a partir de 20/09/2021”, afirmou o comunicado da entidade.Segundo a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), o Ipen fornece 85% dos radiofármacos e radioisótopos utilizados no país.
A suspensão na produção vai afetar diretamente o tratamento de câncer no Brasil e o diagnóstico da doença, já que os materiais do Ipen são utilizados no tratamento de câncer e em exames de imagem, como raio-x, tomografia, ressonância magnética, cintilogafia e mamografia, entre outros exames que são essenciais para o diagnóstico de doenças no Brasil.
No comunicado enviado às clínicas e hospitais brasileiros, o Ipen reconheceu o problema e disse que já é do conhecimento do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTI), presidido pelo ministro astronauta Marcos Pontes.
"O IPEN-CNEN, a CNEN e o MCTI entendem perfeitamente, de forma solidária, que a ausência temporária dos geradores de 99Mo/99mTc e dos radiofármacos aos hospitais e às clínicas no País, resultará em transtornos familiares de grande monta. Sobretudo, nos pacientes que necessitam de atendimento, e que têm seu procedimento de Medicina Nuclear interrompido, seja este pelo SUS ou via Sistema de Saúde Suplementar”, afirmou o instituto.
Procurado pelo G1, o Ministério da Ciência e Tecnologia afirmou que "desde junho de 2021 vem trabalhando com o Ministério da Economia para a maior disponibilização de recursos para a produção de radiofármacos pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN)”.
"Para a recomposição do orçamento do Instituto, o Governo Federal por meio do MCTI está sensibilizando o Congresso Nacional pela votação e aprovação do PLN 16/2021 prevista para a próxima semana”, disse a nota da pasta.
O Ipen afirma que esgotou todas as possibilidades de diálogo com o governo federal para ter mais verba e não paralisar a produção, mas que não teve sucesso.
"Acredita-se que essas instabilidades nas produções de radiofármacos sejam apenas por poucos dias, com a obtenção dos créditos orçamentários suplementares de R$ 89,7 milhões, ao IPEN-CNEN. (...) O IPEN-CNEN e a CNEN esgotaram todos os meios para que se evitasse a descontinuidade, recebendo inclusive assessoria da Advocacia Geral da União (AGU), nesse contexto”, declarou o comunicado do instituto.
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- 16/09/2021 - Produção de remédio contra câncer corre risco de apagão por falta de verba do IpenÓrgão vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia está sem recursos para comprar insumos usados na radioterapia e nos exames de diagnóstico por imagem; corte afeta entre 1,5 milhão e 2 milhões de pessoas
Órgão vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia está sem recursos para comprar insumos usados na radioterapia e nos exames de diagnóstico por imagem; corte afeta entre 1,5 milhão e 2 milhões de pessoas
Fonte: TerraO Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), informou esta semana aos serviços de medicina nuclear que, a partir do próximo dia 20, vai suspender temporariamente sua produção, diante da impossibilidade orçamentária para aquisições e contratações. O órgão importa radioisótopos de produtores na África do Sul, Holanda e Rússia, além de adquirir insumos nacionais para produção de radioisótopos e radiofármacos utilizados no tratamento do câncer. O material é usado na radioterapia e exames de diagnóstico por imagem, entre outros.No documento que o Estadão teve acesso, o Ipen explica que está fazendo todos os esforços para manter a produção, mas destaca o cenário desafiador e o momento delicado que a medicina passa diante da pandemia do coronavírus. "O IPEN-CNEN, a CNEN e o MCTI entendem perfeitamente, de forma solidária, que a ausência temporária dos geradores de 99Mo/99mTc e dos radiofármacos aos hospitais e às clínicas no País, resultará em transtornos familiares de grande monta", admite na carta ao mercado. Procurado, o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) não respondeu aos questionamentos da reportagem.O caso no Ipen ocorre na mesma semana em que o governo do presidente Jair Bolsonaro criou uma nova estatal dentro do plano de privatização da Eletrobras, a Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional, a ENBpar. Serão destinados R$ 4 bilhões do Orçamento deste ano para constituir a nova empresa pública, segundo o Ministério da Economia.O presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), George Coura Filho, avalia que entre 1,5 milhão e 2 milhões de pessoas serão prejudicadas com a falta de distribuição dos radiofármacos do Ipen, e não apenas os doentes de câncer. Ele recebeu na terça-feira a carta do Ipen, e junto com outras entidades vai tentar junto aos ministérios relacionados uma saída para o problema. Os remédios do Ipen representam cerca de 10% dos medicamentos usados para tratar a doença."O Ipen é produtor quase exclusivo no Brasil dos isótopos radioativos que são utilizados na medicina nuclear. Por exemplo, no diagnóstico de cintilografia óssea para procurar metástase óssea em paciente com câncer, na cintilografia miocárdica para avaliar pacientes com doença coronariana, infartados", explicou.O Ipen fabrica 25 diferentes radiofármacos, ou 85% do fornecimento nacional. Para manter a produção, o órgão aguarda a aprovação pelo Congresso Nacional de um Projeto de Lei que adicionaria R$ 34,6 milhões ao seu orçamento. Outros R$ 55,1 milhões estão sendo buscados pelo MCTIC para completar os R$ 89,7 milhões que o instituto precisa para produzir os radiofármacos até dezembro deste ano."O fato de recursos orçamentários extras ainda não estarem disponíveis no Instituto, até o momento, implica na inexistência de lastro em crédito orçamentário. Tão logo tenhamos a informação quanto ao recebimento dos recursos orçamentários extras e, consequentemente, à normalização nos fornecimentos, entraremos em contato imediatamente", informa o Ipen na carta aos estabelecimentos que utilizam a medicina nuclear.Um dos mais prejudicados será o paciente com câncer de tireóide, que depende 100% do iodo radioativo, sob risco de perder a chance de cura. "O universo de pacientes vai muito além do câncer. Tem paciente pediátrico que a gente faz cintilografia renal dinâmica, para avaliar obstrução, o que numa criança pode resultar na perda do rim se não for feito", alertou George Coura Filho.De acordo com a presidente da Uddo Diagnósticos Médicos, Beatriz Cancegliero, também conselheira da Abdan, a medicina nuclear atende no Brasil cerca de 10 mil pacientes por dia, sendo que a grande maioria, cerca de 70%, pela saúde pública. "Todos os procedimentos de medicina nuclear em câmaras de cintilografia são realizados 100% com material do Ipen que é o tecnécio (material radioativo) de monopólio do estado brasileiro. Os materiais para tratamento também são de referência do IPEN, sendo o iodo 131 o de maior utilização, usado para o tratamento de câncer de tireoide e hoje também somente comercializado pelo IPEN/CNEN", informou.Para o presidente da Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares (Abdan), Celso Cunha, a crise é grave e haverá um apagão no tratamento de câncer no País. Ele explica que o Ipen não está conseguindo importar um mineral chamado molibdênio, que serve de base, após processado pelo Ipen, para a produção de vários produtos."O molibdênio vem de fora e a legislação impede que a importação seja feita por empresas privadas. Sem dinheiro, o mercado ficará desabastecido e as clínicas que fazem o diagnóstico e tratamento de câncer vão parar", alerta Cunha.Em publicação do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Federal de São Paulo (Sindsef-SP), a falta de recursos para o Ipen é classificada de "desastre sem precedentes". O sindicato informa que o problema vem sendo relatado desde o início do ano e que o Ipen tem feito "malabarismo" para se manter em atividade.