Clipping de Notícias
-
- 07/10/2021 - Congresso aprova crédito extra para produção de remédios contra o câncerParlamentares aumentam o volume de recursos para assegurar a produção de radiofármacos, após instituto interromper o fornecimento por falta de verba para adquirir matéria-prima. Deputado de oposição critica "chantagem" do governo
Parlamentares aumentam o volume de recursos para assegurar a produção de radiofármacos, após instituto interromper o fornecimento por falta de verba para adquirir matéria-prima. Deputado de oposição critica "chantagem" do governo
Fonte: Correio Braziliense
Em sessão conjunta nesta quinta-feira, o Congresso Nacional aprovou o PLN 16/21, que destina um crédito suplementar para o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). A ideia é garantir o funcionamento de instalações de pesquisa e laboratórios e também viabilizar a continuidade da produção de radiofármacos— utilizados principalmente em exames e tratamentos de câncer.
O projeto foi apreciado poucas semanas depois de o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), responsável pela produção de radiofármacos, interromper o fornecimento dos medicamentos por falta de verba para adquirir matéria-prima. O Instituto chegou a ficar dois dias sem produzir radiofármacos em setembro até que o Ministério da Economia liberou R$ 19 milhões em crédito suplementar— que foi considerada insuficiente para manter os trabalhos até o fim do ano.
No PLN aprovado ontem, os recursos para a produção foram aumentados de R$ 26 milhões (como constava no texto original) para R$ 63 milhões. Vários parlamentares comemoraram a aprovação do projeto e ressaltaram que ele deve evitar novos apagões na produção de radiofármacos. Já o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) creditou a falta de recursos do Ipen ao governo federal.
"Chantagem"
Segundo ele, o PLN 16 foi, portanto, uma espécie de "chantagem”. "Fazem, digamos, uma verdadeira chantagem, porque é o mesmo governo que retirou dinheiro do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), que fabrica radioisótopos para radioterapia em quem tem câncer — portanto, é um motivo mais do que nobre apoiar recursos para o Ipen. Porém, é preciso registrar que está faltando dinheiro para o Ipen porque o governo cortou no orçamento”, afirmou.
O senador Alvaro Dias (Podemos-PR), por sua vez, defendeu a análise de outra proposta, de sua autoria, que quebra o monopólio da produção de radioisótopos e radiofármacos. O projeto praticamente não andou ao longo dos últimos 11 anos e voltou a tramitar esta semana, quando um requerimento para realização de audiência pública com o Ipen e o Instituto de Energia Nuclear (Ien) foi aprovado na Comissão Especial.
Infraestrutura
O Congresso também aprovou um PLN para reforçar o caixa de ministérios e projetos de infraestrutura. Serão mais de R$ 2 bilhões para esta finalidade. Os parlamentares também aprovaram um projeto do Executivo que destina R$ 944,4 mil para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) custear a observação internacional das eleições e para a divulgar a urna eletrônica fora do país.
-
- 07/10/2021 - Comissão que analisa produção de radioisótopos ouve autor da proposta nesta quintaProdução desses insumos já foi paralisada por dez dias neste ano e falta de recursos pode acarretar nova interrupção
Produção desses insumos já foi paralisada por dez dias neste ano e falta de recursos pode acarretar nova interrupção
Fonte: Agência Câmara de NotíciasA comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa a produção de radioisótopos de uso médico pela iniciativa privada reúne-se nesta quinta-feira (7) com o autor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 517/10, senador Alvaro Dias (Podemos-PR).
Essa PEC autoriza a iniciativa privada a produzir, sob regime de permissão, todos os radioisótopos de uso médico, quebrando o monopólio estatal no setor. A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) continuará no controle da atividade.
Hoje a iniciativa privada pode comercializar e utilizar apenas radioisótopos com meia-vida igual ou inferior a duas horas. Os outros radioisótopos só podem ser produzidos pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em São Paulo, e pelo Instituto de Engenharia Nuclear (IEN), no Rio de Janeiro.
Sem dinheiro
No mês passado, no entanto, o Ipen, que é vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, suspendeu essa produção por falta de recursos. Alguns dias depois o Ministério da Economia liberou um crédito suplementar de R$ 19 milhões. Mas o Ipen afirma que precisa de R$ 89 milhões para o fornecimento de radioisótopos até o final deste ano.
A falta desses produtos pode prejudicar cerca de 2 milhões de pessoas.
Na terça-feira o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, voltou a afirmar, na Câmara dos Deputados, que o País corre o risco de enfrentar novas paralisações na produção de radiofármacos, caso o Congresso Nacional não aprove R$ 89,7 milhões em créditos suplementares para reforçar o caixa do ministério.Pontes já havia feito o alerta na semana passada à Comissão de Seguridade Social e Família.
A audiência com o senador Álvaro Dias foi sugerida pelo relator da comissão especial, deputado General Peternelli (PSL-SP), e será a primeira de uma série de debates previstos no plano de trabalho. A reunião desta quinta está marcada para as 9 horas, no plenário 6.
Tramitação
A admissibilidade da PEC foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania em 2013, mas a comissão especial só foi instalada no dia 28 de setembro.
-
- 06/10/2021 - INB esclarece sobre transferência de resíduos radioativosFonte: INB
O descomissionamento de uma instalação nuclear visa à segura e eficiente redução do passivo nuclear, baseado na boa gestão dos resíduos e, sempre que razoável, na reabilitação das áreas para outros usos. Cada unidade da Indústrias Nucleares do Brasil - INB tem suas peculiaridades, considerando o inventário do passivo ambiental existente, o local onde está localizada, a densidade populacional no seu entorno e as facilidades para a monitoração e gerenciamento dos resíduos.
O descomissionamento de qualquer unidade tem igual importância para a INB e receberá as intervenções necessárias garantindo o gerenciamento seguro dos resíduos e para que, dentro dos princípios da razoabilidade, as áreas possam ser liberadas para uso da sociedade atendendo os requisitos e orientações dos órgãos ambientais (Ibama) e nuclear (CNEN).
Com o crescimento da cidade de São Paulo, a região onde está a Unidade em Descomissionamento de São Paulo (UDSP) tem grande densidade populacional com intensa circulação de pessoas. Desta forma, o descomissionamento desta área é necessário para mitigar os riscos de exposição da população e para sua liberação para usos requeridos pelo atual contexto do local.
O Ministério Público Federal em São Paulo demandou à INB a retirada dos resíduos armazenados na UDSP.
Faz parte da estratégia para o descomissionamento da UDSP, a transferência de todos os resíduos ali armazenados. Portanto é necessário definir o melhor local para receber este material. Juntamente com a proposta de local, serão definidas as exigências para o transporte, a necessidade ou não de reembalar os resíduos e o projeto da edificação que irá abriga-los no novo local.
A INB estuda as opções possíveis e, assim que tiver uma proposta, irá submeter a solução que julgar mais adequada à aprovação dos órgãos fiscalizadores, que são o Ibama e a CNEN.
É importante ressaltar que nenhum material será transferido sem que previamente seja apresentada e discutida a solução com todas as partes envolvidas.
Sobre os resíduos
O material denominado de Torta II é um resíduo radioativo, proveniente do tratamento químico da monazita.É considerado um material de baixa radioatividade e precisa ser estocado seguindo normas de segurança.
A monazita era processada para produzir compostos de terras raras, utilizadas em cerâmicas, composição de materiais eletrônicos, supercondutores, imãs permanentes e ligas metálicas especiais.
A Torta II contém urânio em baixa quantidade, tório e terras raras. O material é proveniente da Usina Santo Amaro (USAM), que foi desativada no início dos anos 1990. As instalações onde a Torta II está estocada são fiscalizadas periodicamente pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
Na Unidade em Descomissionamento de Caldas (UDC), em Minas Gerais, estão estocadas 12.500 toneladas do material. No depósito de Interlagos, na capital de São Paulo, estão cerca de 590 toneladas de Torta II. Na UDSP ainda se encontram, aproximadamente, mais 600 toneladas de outros materiais (classificados como objetos contaminados na superfície – OCS), que são resíduos do próprio descomissionamento.
Condições de armazenamento na UDC
A INB trabalha na direção de promover melhorias nas condições de armazenamento de resíduos na UDC, em Caldas. Vários destes serviços foram inicialmente previstos para o ano 2020, mas tiveram que ser adiados devido à pandemia da covid-19.
Em junho deste ano, foi realizada a substituição total das telhas da cobertura e do fechamento lateral de galpão utilizado para estocagem de Torta II. O trabalho foi fiscalizado pela CNEN e transcorreu com toda a segurança.
Além dessas medidas, estão em andamento as seguintes providências: construção de novo ponto de controle de acesso à área de estocagem de Torta II; substituição das coberturas dos silos de concreto e remediação das condições dos embalados, estando a próxima operação de remediação prevista para iniciar em dezembro de 2021.
Na UDC, a INB dispõe de condições apropriadas para a monitoração dos rejeitos e resíduos ali armazenados. São laboratórios adequados e recursos humanos especializados, aptos para a correta gestão dos resíduos. São monitorados rotineiramente 120 pontos localizados dentro e no entorno da UDC, cobrindo um raio de cerca de 10 km da instalação. O monitoramento realizado ao longo de um ano totalizam mais de 40 mil resultados que são compilados, interpretados e avaliados anualmente por meio da emissão de relatórios submetidos à CNEN.
Sobre o Descomissionamento
Nas unidades da INB em descomissionamento, as instalações, o solo, as águas e os equipamentos são permanentemente monitorados, assim como os materiais estocados, de modo a proteger o meio ambiente e assegurar a saúde dos trabalhadores das unidades e dos moradores da região onde elas estão localizadas. A INB manterá, até o fim do descomissionamento, todas as práticas que asseguram a segurança das unidades, das populações no entorno e do meio ambiente.
-
- 05/10/2021 - Produção de remédios contra câncer pode ser suspensa no Brasil por falta de verbaIpen produz 25 medicamentos diferentes, que representam 85% da produção nacional
Ipen produz 25 medicamentos diferentes, que representam 85% da produção nacional
Fonte: CNN BrasilO Brasil pode ter uma nova suspensão na produção de remédios usados no tratamento do câncer. A informação foi revelada pelo ministro de Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, nesta terça-feira (5).De acordo com o chefe da pasta, a paralisação pode acontecer por falta de orçamento. O mesmo problema já havia acontecido em setembro, durante 10 dias."A gente conseguiu essa transferência de R$ 19 milhões agora, mas daqui a uma semana ou duas no máximo vai parar a produção de novo”, disse Pontes.O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) produz 25 medicamentos diferentes, que representam 85% da produção nacional, e 700 mil tratamentos de câncer que utilizam a medicina nuclear.O instituto importa radioisótopos da África do Sul, da Rússia e da Holanda, e adquire apenas os insumos aqui no Brasil. Para manter a produção, o Ipen aguarda a aprovação de um projeto de lei no Congresso Nacional, que liberaria o orçamento de R$ 34,6 milhões.Enquanto isso, o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações busca formas de conseguir mais R$ 55,1 milhões para produzir os medicamentos até o fim do ano. -
- 05/10/2021 - Pele de tilápia do Ceará é usada em cirurgias de crianças com deformidades nos dedos das mãosMétodo foi capaz de reduzir o número da troca de curativos e o desconforto dos pacientes, além de diminuir os custos do tratamento.
Método foi capaz de reduzir o número da troca de curativos e o desconforto dos pacientes, além de diminuir os custos do tratamento.
Fonte: Diário do Nordeste
Depois de ser utilizada no tratamento de queimaduras, cirurgias ginecológicas, procedimentos odontológicos e veterinários, a pesquisa cearense da pele da tilápia começou a aplicar o curativo biológico em crianças que precisam passar por cirurgias para corrigir os dedos das mãos que nasceram grudados.
Em setembro, três procedimentos foram realizados no Hospital Sobrapar - Crânio e Face, em Campinas, São Paulo, com peles doadas por uma piscicultura do município cearense de Itarema. Ainda há mais sete cirurgias programadas.
Até então, para corrigir a sindactilia - anormalidade embriológica que ocasiona a junção de três ou mais dedos das mãos ou dos pés, chamada Síndrome de Apert -, as cirurgias poderiam remover pele do abdômen para enxertar no local.
Contudo, o processo convencional causa mais dor, exige maior quantidade de curativos e nem sempre traz resultados satisfatórios, especialmente nos casos mais graves.
O médico cearense Edmar Maciel, coordenador geral da pesquisa da pele de tilápia e que acompanhou os processos, elenca diversos benefícios do novo uso:
- redução do tempo cirúrgico
COMO FUNCIONA A CIRURGIA
- ausência de cicatriz no abdômen
- menor morbidade
- redução de 50% no número de curativos
- alívio da dor nos curativos
- redução nos custos do tratamento
- boa pega do enxerto após a última cirurgia"Os pacientes que têm essa síndrome têm problemas nos crânios, nos pés e nas mãos, mas o projeto abrange somente cirurgias das mãos”, explica. O trabalho foi desenvolvido após um ano de preparação e espera pela aprovação em Comitês de Ética.A pele da tilápia é colocada no primeiro procedimento. Com cinco dias, é aberto o curativo para avaliar se houve melhora. Entre 10 e 12 dias, remove-se "a capa” da pele e é realizada mais uma enxertia com a pele do próprio paciente.
As peles de tilápia foram doadas pela piscicultura Bomar, de Itarema; processadas com a colaboração da empresa Biotec Soluções; irradiadas no IPEN, em São Paulo, e enviadas em parceria com a empresa LATAM.
BALANÇO POSITIVO
Entre 2016 e 2021, mais de 300 pessoas vítimas de queimaduras já foram tratadas no Ceará com pele de tilápia, de acordo com a Universidade Federal do Ceará (UFC). Em nenhum deles houve casos de rejeição ou infecção. O método é mais simples e barato, além de menos doloroso.
Atualmente, pesquisas envolvendo a pele da tilápia envolvem 262 pesquisadores em nove estados do Brasil e mais oito países.
USO COMERCIAL
Atualmente, a pele é elaborada pelo Núcleo de Pesquisas e Desenvolvimento de Medicamentos (NPDM) da UFC para uso exclusivo da pesquisa, não sendo produzida de forma industrial e não podendo ser comercializada.
Porém, Edmar Maciel afirma que a equipe está em processo de escolha da empresa que vai registrar o produto na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para, depois do registro, iniciar a comercialização.
Em maio de 2019, o Governo Federal firmou um compromisso de que, tão logo a pele seja registrada, uma comissão analisará a viabilidade de o material ser utilizado no tratamento de queimaduras em todo o Sistema Único de Saúde (SUS).
-
- 05/10/2021 - Produção de radiofármacos pode parar de novo em outubro, diz ministroContinuidade depende da aprovação de suplementação orçamentária
Continuidade depende da aprovação de suplementação orçamentária
Fonte: Agência Brasil
O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, dissehoje(5) que uma nova paralisação na produção de radiofármacos pode ocorrer em meados deste mês, caso o Congresso não aprove ainda nesta semana a suplementação orçamentária necessária para a importação dos insumos nucleares necessários.
Os radiofármacos são essenciais para a medicina nuclear, que é aplicada em tratamentos de câncer por radioterapia e na realização de exames de imagem. O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), responsável por 85% da produção nacional, já interrompeu a produção este ano, em20 de setembro.
A interrupção durou até 1ode outubro e levou alguns hospitais a anunciarem a interrupção de tratamentos e exames. A produção foi retomada após o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), responsável pela gestão do Ipen,teranunciado a liberação de R$ 19 milhões para a importação de insumos.
A verba contingencial, contudo, é suficiente para apenas duas semanas, de acordo com a própria pasta.
"O problema não está solucionado. A gente conseguiu essa transferência de R$ 19 milhões agora, mas daqui a um semana ou duas, no máximo, vai parar a produção de novo, enquanto não for aprovado esse PLN [projeto de lei do Congresso Nacional] com R$ 34 [milhões], depois outro com R$ 55 [milhões] até o final de ano”, disse Pontes.
O ministro compareceu nestaterça-feira (5) à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados para explicar a situação. Ele aproveitou a ocasião para fazer um apelo pela aprovação da suplementação orçamentária do Ipen. "Meu filho teve câncer, então entendo a angustia a ansiedade das famílias”, afirmou.
O problema ocorre porque o orçamento de 2021 foi enviado ao Congresso pelo Ministério da Economia com corte da verba prevista para a operação do Ipen. Segundo Pontes, isso ocorre todos os anos ao menos desde 2012, mas, como o orçamento deste ano foi aprovado com atraso, somente em abril, não houve tempo hábil para encontrar uma solução.
O ministro sugeriu que o Congresso aprove uma espécie de blindagem no orçamento para a produção de radiofármacos, obrigando que a receita do Ipen, que lucra com a produção dos radiofármacos, seja reaplicada no próprio instituto, não entrando na conta comum do Tesouro Nacional.
"O mais absurdo aqui é que não há uma questão fiscal”, afirmou o presidente da Comissão de Fiscalização, deputado Elias Vaz (PSB-GO), que destacou o fato de o Ipenterreceita própria suficiente para bancar a própria produção. "Estamos falando de vidas humanas, pessoas que estão fazendo o tratamento de uma doença grave, e é interrompida porque não tem o remédio”, acrescentou Vaz.
Emergencialmente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou uma resolução, em29 de setembro, para permitir a importação excepcional de radiofármacos.
Após a medida, alguns hospitais anunciaram a importação emergencial, como o Hospital Mãe de Deus, de Porto Alegre. "A medida é necessária devido à crise no fornecimento de radiofármacos e radioisótopos que atinge todo o país”, informou o HMD.Edição: Nádia Franco
-
- 05/10/2021 - Híbrido Etanol: Físico do IPEN vê 'semente plantada' em AraraquaraUm dos palestrantes do evento desta quarta, Dr. Fabio Coral Fonseca aponta que debate pode gerar impactos positivos no futuro
Um dos palestrantes do evento desta quarta, Dr. Fabio Coral Fonseca aponta que debate pode gerar impactos positivos no futuro
Fonte: A Cidade On - Araraquara
Um debate que visa definir novos rumos na busca de um futuro sustentável. É dessa forma que o Dr. Fabio Coral Fonseca, tecnologista sênior do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) e gerente do Centro de Células a Combustível e Hidrogênio (CECCO), avalia o evento "Híbrido Etanol: O Motor do Futuro - Uma agenda de desenvolvimento, emprego e sustentabilidade". O encontro será realizado nesta quarta-feira (6), às 9 horas, com transmissão ao vivo pelo site motordofuturo.com.br e compartilhamento nas redes sociais da Prefeitura de Araraquara.
O físico é um dos palestrantes que integram o ciclo de debates que contará com a participação de pesquisadores, universidades, representantes das entidades dos trabalhadores, direção da Volkswagen e da Toyota, além de representantes da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) e outras instituições.
Ele se mostra animado com a oportunidade de aprofundar publicamente o assunto que é tema de suas pesquisas. "Trabalhamos há 20 anos com células a combustível e trabalhamos também há 20 anos tentando utilizar o etanol como combustível desses dispositivos geradores de energia. Temos bastante satisfação em ver esse tema de pesquisa nossa evoluindo e sendo tão evidente agora em que a sociedade moderna começa de fato a agir um pouco mais em relação aos problemas de energia limpa, aos desafios futuros de termos uma economia mais limpa e um futuro mais sustentável", aponta.
O pesquisador acrescenta que o evento vem para fortalecer o segmento de pesquisas iniciado há duas décadas e que visa atender as exigências de promover uma mobilidade que não afete o meio ambiente. "Em um evento como esse, podemos discutir em alto nível direcionamentos que plantam uma semente e acabam tendo um impacto futuro importante para a cidade, para a nossa sociedade. Da mesma forma que o Brasil investiu há 20 anos para começarmos a aprender a fazer esse tipo de dispositivo, esse tipo de evento é uma continuidade disso. É importante para tentarmos, de fato, chegar e atingir um impacto positivo na sociedade", completa.
Vale destacar que o Dr. Fabio Coral Fonseca possui um currículo conceituado para fortalecer a troca de informações sobre o assunto proposto no encontro. Bacharel em Física pela Universidade de São Paulo (USP) em 1993, ele obteve doutorado pela USP (2001), após estágio sanduíche na Université Lille 1 (França). Foi bolsista FAPESP de pós-doutorado no Forschungszentrum Jülich, Alemanha (2008). Desde 2005 é bolsista de produtividade do CNPq. É tecnologista sênior do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) e gerente do Centro de Células a Combustível e Hidrogênio (CECCO) desde 2013. Tem experiência na área de Ciência de Materiais com ênfase em eletrocerâmicas, atuando principalmente na pesquisa e desenvolvimento de materiais para células a combustível. É pesquisador principal e coordena a divisão de pesquisa do Centro de Inovação em Novas Energias (CPE Fapesp-Shell).
Divisão em painéis
O evento desta quarta-feira foi dividido em três painéis, que abordarão assuntos, previsões e propostas relativas ao tema. O Painel 1, marcado para as 9h30, apresenta a proposta "Carro híbrido a etanol (desafios e oportunidades da academia ao mercado)", enquanto o Painel 2, às 10h30, leva o tema "Carro híbrido: Um conceito sustentável - Carro elétrico é mesmo sustentável?" e o Painel 3, às 11h30, tem o assunto "O novo ciclo do etanol: Qual o caminho para o etanol se consolidar como principal fonte sustentável de energia para o futuro?".
Os convidados
A mediação do Painel 1 será de Wagner Firmino de Santana (presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC) e os convidados são Pablo Di Si (presidente e CEO da Volkswagen Região SAM - América do Sul, América Central e Caribe), Dr. Alessandro Pansanato Rizzato (diretor do IPT Open Experience no Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo - IPT) e Dr. Fabio Coral Fonseca.
O Dr. Rodrigo Fernando Costa Marques (do Instituto de Química da UNESP/Araraquara) fará a mediação do Painel 2, que contará com os palestrantes: Rafael Chang (presidente da Toyota do Brasil), Dr. Pedro Teixeira Lacava (professor associado do Instituto Tecnológico de Aeronáutica-ITA e um dos coordenadores do Laboratório de Combustão, Propulsão e Energia-LCPE) e Wellington Messias Damasceno (diretor administrativo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC - SMABC).
Já o Painel 3 terá mediação de Erick Pereira da Silva (presidente da FEM-CUT/SP) e os convidados são o Dr. Eduardo Leão de Sousa (diretor executivo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar - UNICA), a Dra. Laís Forti Thomaz (da Universidade Federal de Goiás-UFG, Faculdade de Ciências Sociais) e Edinho Silva (prefeito de Araraquara, graduado em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Paulista-UNESP de Araraquara e mestre em Engenharia de Produção na Universidade Federal de São Carlos-UFSCar).
A organização do encontro será da Prefeitura de Araraquara e a realização, além da própria Prefeitura, conta também com o CEAR, a Federação dos Sindicatos de Metalúrgicos da CUT-SP (FEM-CUT/SP) e o Instituto de Química da Unesp Araraquara (CEMPEQC). O evento tem o apoio da EPTV, Cidade On Araraquara, G1, CBN Araraquara, Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Consórcio de Municípios da Região Central do Estado de São Paulo, Volkswagen, Toyota, UNICA e Posto Fiel. -
- 05/10/2021 - Pele de tilápia tem nova aplicação em humanos: Síndrome de ApertPele de tilápia é usada em cirurgias de crianças com deformidades em dedos das mãos
Pele de tilápia é usada em cirurgias de crianças com deformidades em dedos das mãos
O gupo de Pesquisa em Pele de Tilápia, em parceria com demais instituições, iniciou, em setembro, um projeto de cooperação com o Hospital Sobrapar – Crânio e Face, instituição privada de natureza filantrópica localizada em Campinas/SP para aplicação de pele de tilápia no tratamento médico. Desenvolvida por pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC), a pesquisa está auxiliando na recuperação cirúrgica de crianças nascidas com deformidades craniofaciais e sindactilia, anormalidade embriológica que ocasiona a junção de três ou mais dedos das mãos ou dos pés, chamada Síndrome de Apert.
Tendo como vice-presidente o cirurgião plástico Cássio Eduardo Raposo do Amaral, o Sobrapar promove o tratamento e a reabilitação de pacientes com anomalias craniofaciais congênitas ou adquiridas, resultantes de traumas, tumores e queimaduras. A instituição atua nas áreas de cirurgia plástica reconstrutora e cirurgia crânio-maxilo-facial, atendendo pacientes de todo o País, usuários do SUS – Sistema Único de Saúde, e pacientes em situação de vulnerabilidade socioeconômica de outros países.
Já foram realizadas três de um total de 10 cirurgias previstas no projeto de parceria entre o Sobrapar e os pesquisadores da UFC. Os procedimentos, realizados nas duas mãos de três crianças previamente selecionadas, ocorreram no período de 12 a 14 de setembro último, utilizando peles de tilápia liofilizadas, que são peles desidratadas, esterilizadas e embaladas a vácuo, e irradiadas no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN-CNEN), produzidas pelo Banco de Pele da UFC.
Segundo o Coordenador Geral da Pesquisa, Edmar Maciel – que participou das três primeiras cirurgias realizadas pelo Dr. Cassio Eduardo e sua equipe, para a liberação de dedos das mãos – no tratamento convencional as crianças são submetidas a várias cirurgias e curativos, que causam desconforto, dores e mais trabalho para a equipe na troca de uma quantidade maior de curativos. Além disso, "o resultado da auto enxertia pode não ser satisfatório, especialmente nas mãos tipo III (as mais graves), devido às más condições da área receptora”, o que acaba aumentando os custos do tratamento”.
Com a utilização da pele de tilápia, Maciel destaca os seguintes resultados: redução do tempo cirúrgico, ausência de cicatriz inestética no abdômen, menor morbidade, excelente leito receptor para enxertia, redução em 50% no número de curativos, alívio da dor nos curativos, redução nos custos do tratamento e boa pega do enxerto após a última cirurgia.
Após um ano de preparação e espera para a aprovação do projeto pelo Comitê de Ética, o Coordenador Geral da Pesquisa e o vice-presidente do Sobrapar comemoram a obtenção dos primeiros resultados. A expectativa, segundo eles, é de ampliação dos trabalhos frente ao "sucesso inicial” já registrado.
As peles de tilápia empregadas no projeto foram doadas pela Piscicultura Bomar, em Itarema-CE; o processamento das peles teve a colaboração da empresa Biotec Soluções.
As peles de tilápia são recebidas e acondicionadas pelo Laboratório de efeitos da radiação Ionizante em tecidos biológicos coordenado pela pesquisadora Monica Mathor e radioesterilizadas no Irradiador Multipropósito de Cobalto-60 do Centro de Tecnologia das Radiações (CETER) IPEN-CNEN. O envio das peles e da equipe é uma parceria com a empresa LATAM.
Fonte: Cleide Castro, assessoria do Grupo de Pesquisa em Pele de Tilápia
-
- 04/10/2021 - Física desenvolve dispositivo que otimiza cirurgias de câncer de mamaFonte: UolSuzana Villaverde
colaboração para UniversaO tratamento do câncer tem evoluído muito nos últimos anos. Isso vem ocorrendo graças à soma de avanços científicos que parecem pequenos quando vistos de maneira isolada, mas têm uma contribuição importante para o todo.
É o que acontece com o trabalho da física paulista Maria Elisa Rostelato, 66, finalista na categoria Inovação em Câncer de Mama, do Prêmio Inspiradoras 2021. Há 32 anos, ela realiza estudos para o tratamento oncológico no Centro de Tecnologias das Radiações do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em São Paulo.
O trabalho na área ao qual ela vem se dedicando mais recentemente tem impacto na redução do número de cirurgias a que as pacientes precisam ser submetidas durante o tratamento de câncer de mama e também na eficácia desses procedimentos.
"Diminuir a quantidade de intervenções é um jeito de trazer mais conforto para a paciente durante o tratamento. É o que mais me interessa.
Tecnologia de ponta
O objetivo da pesquisadora é em melhorar a vida de quem está em tratamento de câncer, mas seu dia a dia fica bem distante dos consultórios. O que ela faz é tecnologia de ponta, desenvolvida dentro do laboratório.
Tratam-se das sementes de iodo-125, implantes cilíndricos de 4,5 milímetros de comprimento por 0,8 milímetros de diâmetro. Funcionam assim: inseridos diretamente no local que será tratado, eles liberam material radioativo (iodo).
Foram minuciosamente desenvolvidos por Maria Elisa ao longo de três anos e tornaram-se objeto de sua tese de doutorado, distinguida com menção honrosa em prêmio do Ministério da Saúde e UNESCO em 2006. Desde então, a técnica vem sendo usada amplamente para debelar cânceres de próstata e de olhos. Nesses casos, ela é capaz de reduzir e até eliminar os tumores.
Em 2015, uma dupla de profissionais da Beneficiência Portuguesa ? o físico Cristiano Duarte e o mastologista Sérgio Mendes ? propuseram que ela adaptasse a tecnologia para o câncer de mama. Desafio aceito e superado.
Nesta nova modalidade, as sementes têm funções diferentes. Elas são usadas em casos de tumores muito pequenos, com menos de um centímetro de diâmetro, para apontar o lugar exato onde estão as células cancerígenas. Dessa maneira, funcionam como guias para médicos ou médicas durante a operação, o que aumenta a precisão dos tratamentos.
Mais eficiência nas cirurgias
Já existem outras técnicas para orientar as cirurgias. Alguns exemplos: a inserção de um clipe metálico ou mesmo de um líquido no tecido mamário. Mas elas possuem algumas desvantagens em relação às sementes. O clipe não é tão simples de ser encontrado durante a operação, e o líquido não é tão preciso.
"As sementes de iodo-125 permitem localizar com precisão a área lesada e, por ser um material radioativo, diferente dos clipes metálicos inertes usados hoje, consegue ser facilmente encontrada na cirurgia. Assim a gente reduz a necessidade de um novo procedimento para puncionar o tecido.
Dispositivos como as sementes de iodo-125 também são desenvolvidos em outras partes do mundo. O de Maria Elisa é 100% nacional, uma outra vantagem. "Por ser fabricado no país, o implante sai mais barato", diz o mastologista Sérgio Mendes, que hoje atua no Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Em 2015, quando ele e o físico Cristiano Duarte procuraram Maria Elisa para desenvolver a técnica em tumores de mama, aplicaram as sementes em 28 mulheres. O trabalho chegou a receber um prêmio no Simpósio Internacional de Câncer de Mama no Instituto Sírio Libanês de Ensino e Pesquisa. No ano de 2018, foi premiado também pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares do Estado de São Paulo (IPEN). Infelizmente, porém, não pode ser publicado devido à perda de alguns dados.
Nem por isso a pesquisadora abandonou seus objetivos. Agora está em colaboração com a Unifesp para que seja realizado um novo estudo clínico.
De olho no que é novo
Maria Elisa conhece a importância do avanço das tecnologias para o tratamento de câncer também de um outro ponto de vista. Em 1981, ela perdeu a mãe para a doença. Na época, era incomum que tumores tão pequenos quanto aqueles que são o alvo das sementes de iodo-125 fossem identificados. Com isso, as mulheres recebiam o diagnóstico só quando a doença já estava muito avançada, o que reduzia o sucesso das terapias.
Foi o que aconteceu. "Ela sentiu um caroço muito grande. Quando foi investigar, já estava com metástase nos ossos. É uma lembrança muito forte que eu tenho. A possibilidade hoje de marcar tumores tão no início é um grande avanço em relação a casos como o de minha mãe", diz.
Embora não atue diretamente com as impactadas pelas suas inovações, Maria Elisa não deixa de pensar sempre nelas. Se emociona, por exemplo, ao lembrar da mulher que recebeu o primeiro dispositivo que desenvolveu.
Tratava-se da versão nacional de um fio de irídio, que se assemelha a um pequeno arame, só que radioativo, para uso no tratamento local de tumores variados. Na época, a tecnologia era produzida por uma única empresa americana e sua manufatura era um segredo industrial.
Como era algo experimental, para a aplicação prática do dispositivo, havia um desafio: ele precisava ter a mesma radiação ao longo de todo comprimento. "Eu medi várias vezes até me sentir segura e entreguei para o médico utilizar em uma paciente com câncer de coxa", diz.
Mais tarde, o médico que fez a aplicação levou a física para conhecer a beneficiada por sua invenção. "Ela estava tão agradecida! Foi muito importante para mim ver que o trabalho tem um efeito direto na vida de alguém", conta.
Além da preocupação com as pessoas, Maria Elisa conta sobre outro sentimento que move seu trabalho, desde quando escolheu estudar física nuclear:
"Quando já existe um caminho, você se orienta por aquilo que já foi feito. Quando não há, você precisa acessar sua criatividade e eu sempre quis estar na borda da ciência, na fronteira. Não me interessa o que já está definido, minha busca é pelo que é novo.
Maria Elisa Rostelato
Sobre o Prêmio Inspiradoras 2021
O Prêmio Inspiradoras é uma iniciativa de Universa e do Instituto Avon, que tem como missão descobrir, reconhecer e dar maior visibilidade a mulheres que se destacam na luta para transformar a vida das brasileiras. São 21 finalistas, divididas em sete categorias. Além de Inovação em Câncer de Mama, tem também: Informação para vida, Conscientização e Acolhimento, Acesso à Justiça, Equidade e Cidadania, Esporte e Cultura e Representantes Avon, dedicada às representantes da marca que realizam trabalhos de impacto.
Para escolher suas favoritas, basta clicar na votação a seguir. Está difícil se decidir? Não tem problema: você pode votar quantas vezes quiser. Também vale fazer campanha, enviando este e os outros conteúdos da premiação para quem você quiser. Para saber mais detalhes sobre a votação, é só consultar o Regulamento.
No mês que vem, durante dos 21 dias de enfrentamento à violência, uma série de lives com as finalistas de todas as categorias vai debater este e outros temas relacionados ao universo feminino. Dá para acompanhar as novidades no portal Universa e em nossas redes sociais.
-
- 04/10/2021 - Pós-doutorado em espectroscopia Raman e Plasmônica no IPENBolsista trabalhará com análise e mapeamento por imagem de tecido biológico por meio de técnicas de microscopia eletrônica
Bolsista trabalhará com análise e mapeamento por imagem de tecido biológico por meio de técnicas de microscopia eletrônica
Fonte: Agência FAPESPUma oportunidade de pós-doutorado com bolsa da FAPESP esta disponível no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), no âmbito do projeto "Capacitação científica, tecnológica e em infraestrutura em radiofármacos, radiações e empreendedorismo a serviço da saúde (PDIp)”, que faz parte do Programa Modernização de Institutos Estaduais de Pesquisa. As inscrições terminam na quinta-feira (07/10).O bolsista trabalhará com análise e mapeamento por imagem de tecido biológico e dispositivos aplicados à saúde por técnicas de microscopia STM-AFM Raman-SNOM.Dentre as pesquisas realizadas com essas técnicas estão a obtenção de nanopartículas com revestimento de materiais biocompatíveis para aperfeiçoamento das propriedades magnéticas; distribuição espacial dos modos de luz em guias de onda para circuitos optofluídicos; e a descrição do efeito de biofármacos na fisiologia de membrana da célula.Os candidatos devem ter concluído o doutorado há menos de sete anos, ter experiência nas áreas de espectroscopia Raman e plasmônica, incluindo também microscopia óptica de varredura em campo próximo e microscopia de força atômica.Para fazer a inscrição é preciso enviar e-mail para egp02@ipen.br com os seguintes documentos: currículo Lattes atualizado, carta de interesse e duas cartas de recomendação emitidas por profissionais da área de atuação.Mais informações sobre a vaga em: www.fapesp.br/oportunidades/4475.A oportunidade de pós-doutorado está aberta a brasileiros e estrangeiros. O selecionado receberá Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP no valor de R$ 7.373,10 mensais e Reserva Técnica equivalente a 10% do valor anual da bolsa para atender a despesas imprevistas e diretamente relacionadas à atividade de pesquisa.Caso o bolsista de PD resida em domicílio fora da cidade na qual se localiza a instituição-sede da pesquisa e precise se mudar, poderá ter direito a um auxílio-instalação. Mais informações sobre a Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP estão disponíveis em www.fapesp.br/bolsas/pd.Outras vagas de bolsas, em diversas áreas do conhecimento, estão no site FAPESP-Oportunidades, em www.fapesp.br/oportunidades. -
- 04/10/2021 - Inovação em Câncer de Mama - Conheça as finalistasFonte: Uol UniversaTratar uma doença como câncer de mama é uma tarefa com desafios em diversas áreas. Eles vão desde encontrar técnicas para diagnósticos cada vez mais precisos e precoces, passando pelo desenvolvimento de terapias mais eficazes, até a garantia de que as pacientes sejam atendidas como e quando é indicado.
Avanços em todas essas áreas têm conquistado taxas crescentes de sucesso no controle da doença. E, consequentemente, uma qualidade de vida muito melhor para as pacientes.
Tudo isso é resultado do trabalho de pessoas que ousaram fazer algo diferente, que se dedicaram exaustivamente para resolver um problema. A categoria Inovação em Câncer de Mama, do Prêmio Inspiradoras 2021 é reservada a elas: mulheres que descobriram, desenvolveram ou implementaram tecnologias ou metodologias na área.
A premiação é uma iniciativa de Universa e do Instituto Avon, que tem como missão descobrir, reconhecer e dar maior visibilidade a mulheres que se destacam na luta para transformar a vida das brasileiras. O foco está em três principais causas: violência contra a mulher, câncer de mama e equidade de gênero.
A seguir você conhece o trabalho e um pouco da história de vida das finalistas: as pesquisadoras Dirce Maria Carraro e Maria Elisa Rostelato e a mastologista Hilka Espírito Santo.
Saiba quem são elas
Dirce Maria Carraro
A cientista pesquisa a frequência e o risco de cânceres de mama hereditários no Brasil. Foi ela quem primeiro identificou, por exemplo, que, no país, há uma alta porcentagem de mulheres com mutações nos genes BRCA1 e BRCA2, associados a um tipo de câncer de mama, que normalmente acometem diversas mulheres de uma mesma família. Informações do tipo podem impactar em novas formas de tratamento e políticas públicas que beneficiam as pacientes.
Hilka Espírito Santo
Durante a segunda onda da pandemia de Covid-19 no Amazonas, o sistema de saúde colapsou. Além de leitos e medicamentos, faltava o essencial: oxigênio. Com isso, não havia mais espaço para tratar pacientes de outras doenças, incluindo o câncer de mama. Hilka então mobilizou uma força-tarefa para levar 22 mulheres em estado grave ao Rio de Janeiro para realizar cirurgias e dar continuidade ao tratamento.
Maria Elisa Rostelato
O pensamento da pesquisadora está sempre focado no bem-estar das pacientes de câncer. Mas sua atuação diária fica longe delas. Há 32 anos, ela desenvolve tecnologia de ponta para debelar os tumores. Recentemente, vem se dedicando a um dispositivo que ajuda na identificação de cânceres de mama durante a cirurgia. As sementes de iodo-125, como são chamadas, também são 100% nacionais e, portanto, mais baratas do que as semelhantes feitas fora do Brasil.
O que vem pela frente
Ao longo deste mês, você vai conhecer também as finalistas das outras seis categorias que fazem parte do Prêmio Inspiradoras 2021, além de Inovação em Câncer de Mama. São elas: Informação para vida, Conscientização e Acolhimento, Acesso à Justiça, Equidade e Cidadania, Esporte e Cultura e Representantes Avon, dedicada às representantes da marca que realizam trabalhos de impacto.
Para escolher suas favoritas, basta clicar na votação a seguir. Está difícil se decidir? Não tem problema: você pode votar quantas vezes quiser. Também vale fazer campanha, enviando este e os outros conteúdos da premiação para quem você quiser.
No mês que vem, durante dos 21 dias de enfrentamento à violência, uma série de lives com as finalistas de todas as categorias vai debater este e outros temas relacionados ao universo feminino. Dá para acompanhar as novidades no portal Universa e em nossas redes sociais.
-
- 04/10/2021 - A poluição que esfria o clima global - Revista FAPESPEmissão de partículas de aerossóis, que pioram a qualidade do ar e afetam a saúde, reduz um terço do aquecimento do planeta
Emissão de partículas de aerossóis, que pioram a qualidade do ar e afetam a saúde, reduz um terço do aquecimento do planeta
Fonte: Revista FapespDepois das emissões de gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono (CO2) e o metano (CH4), a produção de aerossóis, que são pequenas partículas em suspensão na atmosfera, é a maior influência das atividades humanas sobre o clima global. Desde o período pré-industrial, em meados do século XIX, a temperatura média da superfície terrestre aumentou cerca de 1,1 grau Celsius (ºC), de acordo com o mais recente relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), divulgado em agosto deste ano. Essa elevação teria sido maior, de cerca de 1,6 ºC, se não houvesse os aerossóis, em especial os liberados por processos promovidos pelo homem, que são uma forma de poluição atmosférica.
Em outras palavras, os aerossóis – termo técnico que abrange um conjunto amplo de partículas que ficam em suspensão na atmosfera, de diferentes tamanhos e composição, de origem natural ou antropogênica, produzidas por atividades humanas – reduziram em 0,5 ºC o aquecimento provocado pelos gases de efeito estufa. "Os aerossóis mascaram um terço do aquecimento global que já ocorreu”, diz o físico Paulo Artaxo, da Universidade de São Paulo (USP), um dos autores do relatório do IPCC e estudioso do papel dos aerossóis sobre a dinâmica do clima.
Na definição adotada pelo IPCC, os aerossóis são partículas em suspensão com diâmetros da ordem de poucos nanômetros a alguns micrômetros. Em razão de suas propriedades e composição, a meia-vida dessas partículas varia de alguns dias a semanas na troposfera, a região atmosférica mais perto da superfície terrestre. É um efeito de curto prazo no clima, sobretudo quando comparado aos milhares de anos de duração do CO2 na atmosfera. Mas sua influência pode transcender o impacto climático apenas local.
Os aerossóis alteram o balanço enérgico do planeta de duas formas. Influenciam a temperatura da atmosfera ao espalhar ou absorver em diferentes graus a radiação solar que chega ao planeta e interagem no processo de formação de nuvens e, por consequência, das chuvas, um mecanismo climático intrincado, ainda não totalmente compreendido pela ciência. "Os aerossóis são a base dos núcleos de condensação que formam as nuvens e a chuva”, explica Artaxo, membro da coordenação do Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG).
Aumentar deliberadamente a produção dessas partículas em suspensão na atmosfera seria uma forma de combater o aquecimento global se não fosse por um detalhe que torna essa ideia turva: os aerossóis produzidos pelas atividades industriais e agrícolas pioram a qualidade do ar e estão associados a uma série de doenças e aumento de mortalidade (ver reportagem). De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os poluentes atmosféricos urbanos são responsáveis por cerca de 7 milhões de pessoas mortas por ano. Há ainda outro empecilho que inviabiliza a adoção dessa estratégia. Os processos típicos da civilização humana que estimulam a produção de aerossóis antropogênicos são os mesmos que mais emitem gases de efeito estufa. Não é por acaso que o efeito de resfriamento dos aerossóis é mais proeminente no hemisfério Norte, mais industrializado (e poluído) do que o Sul, e nas áreas urbanas de uma forma em geral.
Estudo de pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica (NCAR), nos Estados Unidos, publicado em julho deste ano no periódico Geophysical Research Letters, indica que a fumaça dos grandes incêndios florestais ocorridos na Austrália entre o fim de 2019 e o início de 2020 foi o fator mais importante que influenciou o clima no ano passado. "A principal força climática de 2020 não foi a pandemia de Covid-19”, disse, em material de divulgação do estudo, o climatologista John Fasullo, do NCAR, principal autor do artigo. "Foi a explosão de incêndios florestais na Austrália.”
A queima da vegetação na Oceania liberou aerossóis que aumentaram o brilho das nuvens, sobretudo no fim de 2019. Essa alteração aumenta a reflexão da luz solar de volta ao espaço. O resultado, segundo o estudo, foi que a pluma de partículas provenientes dos incêndios da Austrália teria resfriado o clima global em 0,06 ºC em 2020. O efeito da pandemia de Covid-19, que reduziu a atividade industrial do planeta e a emissão de gases de efeito estufa, também vai na direção da redução do aquecimento.
A maioria dos aerossóis, de origem natural ou liberados por atividades humanas, esfria o clima porque espalha e reflete os raios solares que, sem sua presença, chegariam com maior intensidade à Terra. Na natureza, as cinzas de erupções vulcânicas, o sal marinho e os grãos de areia de desertos podem atuar como aerossóis capazes de resfriar o clima. Mas, segundo dados do IPCC, a maior parte do efeito resfriador provém de partículas em suspensão produzidas ou associadas a atividades humanas, como as emitidas por veículos ou na queima de combustíveis fósseis.
A queima de combustíveis fósseis, como petróleo e carvão, que libera dióxido de carbono, principal gás de efeito estufa, também emite dióxido de enxofre (SO2), gás que é um dos precursores dos aerossóis de sulfato. Entre 2010 e 2019, essa classe de partículas em suspensão, sozinha, foi a que mais contribuiu para reduzir o aquecimento global, segundo relatório do IPCC. Aerossóis de nitrato também promovem algum resfriamento do clima, mas em menor escala. Esse tipo de partícula em suspensão é gerado pelo smog urbano, o nevoeiro de poluição presente nas grandes cidades, ou deriva da amônia, composto presente em fertilizantes agrícolas.
Uma minoria dos aerossóis, no entanto, absorve a luz solar e esquenta a atmosfera. O chamado carbono negro, a popular fumaça preta ou fuligem que sai dos escapamentos de automóveis e das chaminés de fábricas, é o mais importante tipo de material particulado em suspensão que, além de poluir o ar, eleva a temperatura da atmosfera. Ele é produzido pela queima incompleta de combustíveis fósseis e de biomassa. Em vez de refletir os raios solares como os aerossóis de cor clara, o carbono negro os absorve e aquece o ar. "Nos últimos dois anos, temos observado um aumento na cidade de São Paulo da fumaça oriunda das queimadas no Pantanal e da Amazônia”, comenta o físico Eduardo Landulfo, coordenador do laboratório de aplicações ambientais de laser do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen).
Há 20 anos, o Ipen mantém um radar que acompanha a evolução da poluição atmosférica, como os aerossóis, por meio do emprego da tecnologia de Lidar, que usa o laser para medir distâncias. Landulfo comanda a operação do radar, que faz parte da Latin American Lidar Network (Lalinet), e é um dos principais pesquisadores de um projeto financiado pela FAPESP para estudar a qualidade do ar e do clima na região metropolitana da capital paulista. Em agosto de 2019, dados do radar e de observações feitas por satélites da agência espacial norte-americana (Nasa) foram usados para estudar uma grande pluma de material particulado proveniente de queimadas no Centro-Oeste que escureceu por uma tarde a Grande São Paulo e tingiu de negro a forte chuva que caiu sobre a região.
Um tipo de partícula em suspensão que começa a ganhar mais atenção da ciência são os chamados bioaerossóis ou aerossóis de origem biológica. Liberados pelos ecossistemas terrestres e marinhos, os bioaerossóis são principalmente bactérias, grãos de pólen, esporos de fungos, algas, partes de vegetais e animais, além dos vírus. Algumas dessas partículas podem liberar toxinas ou serem patológicas aos seres humanos. O vírus Sars-CoV-2 da Covid-19, por exemplo, pode ser encontrado em aerossóis. "A influência dos aerossóis biológicos sobre o clima global ainda é pouco conhecida”, comenta o biólogo Fábio Luiz Teixeira Gonçalves, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP. Com doutorado em meteorologia, Gonçalves coordena um projeto, com financiamento da FAPESP, que pesquisa a influência de aerossóis com a bactéria Pseudomonas syringae, patógeno de vários cultivos agrícolas, na formação de chuva e núcleos de gelo nas nuvens entre o sul de Minas Gerais e o oeste do Paraná. "Esses aerossóis biológicos são importantes para a ocorrência de chuvas de granizo, que afetam negativamente a agricultura, além de impactar as geadas”, explica o biólogo.
-
- 03/10/2021 - Governo busca novo destino para lixo radioativo estocado em São PauloA Indústrias Nucleares do Brasil já se comprometeu a tirar 1.179 toneladas de resíduos hoje guardadas no bairro de Interlagos, na capital paulista; meta é levar os rejeitos para Itu (SP) ou Caldas (MG) - mas cidades são contra
A Indústrias Nucleares do Brasil já se comprometeu a tirar 1.179 toneladas de resíduos hoje guardadas no bairro de Interlagos, na capital paulista; meta é levar os rejeitos para Itu (SP) ou Caldas (MG) - mas cidades são contra
Fonte: Terra
O governo Jair Bolsonaro, que a todo instante repete a promessa de erguer novas usinas nucleares pelo País, simplesmente não tem ideia de onde vai armazenar nada menos que 1.179 toneladas de rejeitos radioativos, um lixão nuclear que, para surpresa de muita gente, está hoje guardado em galpões velhos localizado no bairro de Interlagos, na zona sul de São Paulo. O material não poderá mais ficar no local, que é cercado por prédios residenciais e terá de ser desocupado. A questão é para onde levar as centenas de tonéis de lata que guardam os rejeitos.A estatal federal Indústrias Nucleares do Brasil (INB), responsável pela guarida do lixão radioativo e dona do terreno em Interlagos, já manifestou a sua intenção ao Ministério Público Federal de São Paulo de, preferencialmente, enviar o material para a pequena cidade de Caldas, município de 15 mil habitantes localizado no Interior de Minas Gerais. A INB tem uma base em Caldas e já guarda rejeitos por lá. Uma segunda opção seria deslocar o lixo perigoso para a estrutura que a estatal possui na cidade de Itu, no interior paulista. Só falta combinar com as cidades.
O lixão nuclear da INB virou praticamente um assunto proibido nos dois municípios, que não querem saber de virar depósito de rejeito radioativo. Indignados, os prefeitos prometem uma batalha contra a empresa. "A prefeitura da Estância Turística de Itu, mesmo sem ter sido notificada oficialmente sobre esta intenção da INB, se opõe totalmente ao recebimento do material na cidade", disse à reportagem o prefeito Guilherme Gazzola (PL). "As instalações da INB em Itu ficam em um terreno que, no ano de 1991, foi declarado área de proteção ambiental (APA), o que torna a possibilidade da vinda desse material para a cidade ainda mais absurda."
Gazzola diz ainda que, assim como o município mineiro de Caldas, Itu é uma estância turística e tem neste setor uma de suas principais atividades econômicas. "A vinda de rejeito radioativo só causaria reflexos negativos para Itu, que vive um momento de franco desenvolvimento urbano e econômico. O poder público municipal declara que se mobilizará de maneira rígida para impedir qualquer ação neste sentido."
A resistência ao plano da estatal ganha traços ainda mais fortes quando se trata de Caldas. A cidade é o destino preferido da INB, porque já abriga uma boa quantidade do mesmo lixo nuclear em suas dependências. Falta combinar com a população e a prefeitura. "A INB nunca respeitou o município e tem uma péssima relação com a cidade. Não há nenhuma transparência sobre nada, sequer nos informam sobre a qualidade da água que tratam aqui. Agora, em vez de fazer o descomissionamento (desmonte) da base deles na cidade, que prometeram, mas não fizeram, querem fazer de Caldas um depósito de rejeito", diz o prefeito Ailton Goulart (MDB).
Para tentar impedir que o plano avance, Goulart diz que vai acionar o governo estadual, INB, Ibama, Ministério de Minas e Energia e tudo o mais que for necessário para derrubar a ideia. "A INB nunca pagou nenhum royalty pelo que faz no município, isso sem contar que temos um alto índice de câncer na região. A gente sabe que são péssimas as condições de armazenagem aqui, mas eles nem mandam relatórios para nós. Então, não vou aceitar isso de forma passiva. O que eu puder fazer para impedir esse lixo de vir para o município, vou fazer", afirma o prefeito, que é nascido e criado em Caldas.
Sem saber qual será o destino de seu rejeito radioativo, a INB tem que iniciar o plano nos próximos meses, o qual inclui a preparação de uma área específica, com infraestrutura e segurança necessária para guardar esse tipo de material. Seja qual for o destino do lixão, a estatal pretende liberar a área de Interlagos até 2025. Para isso, já começou a fazer o processo de descontaminação da área externa do terreno de 60 mil metros quadrados. Quando liberar o espaço, este será entregue à prefeitura, para uso irrestrito.
"Por que querem trazer esse lixo para cá? Por que há interesse imobiliário por lá, em Interlagos? Não queremos esse material aqui em nossa cidade. Não vamos aceitar isso", diz Ailton Goulart.
Das 1.179 toneladas de rejeitos radioativos guardados nos galpões de Interlagos, 590 toneladas dizem respeito ao material conhecido pelo nome de "Torta II". O restante inclui resíduos e materiais diversos associados a esse produto. A Torta II é um rejeito extraído no tratamento químico da monazita, um fosfato que combina metais pesados de terras raras, urânio e tório. Esse material pertencia à antiga empresa Nuclemon, a Usina de Santo Amaro, que funcionava em São Paulo até a década de 80. Com o fechamento da usina, todo seu rejeito foi transferido para a INB, que distribuiu o lixo radioativo entre Caldas e o bairro de Interlagos.
Atualmente, a unidade da INB em Caldas armazena 12.534 toneladas de Torta II, quase 11 vezes o volume guardado nos galpões de Interlagos. A cidade mineira aguarda, na realidade, o desmonte e a retirada do material de seu território, e não o aumento do lixo confinado ali.
Os focos do conflito - Perguntas e respostas
O que é o rejeito radioativo?
A chamada "Torta II" é um resíduo proveniente do tratamento químico da monazita, um fosfato que inclui terras raras, urânio e tório, que são metais pesados. Esse material pertencia à antiga Nuclemon, a Usina de Santo Amaro, em São Paulo. Nos anos 80, com o fechamento da usina e a venda do terreno, parte desse rejeito foi transferida para a INB Caldas. Esse material é considerado de baixa radioatividade, mas precisa ser estocado seguindo diversas normas de segurança para evitar contaminações.
O que há na base da INB em Interlagos?
É nesta unidade instalada numa área de 60 mil m² que estão armazenados materiais de baixa radioatividade. A área foi fechada em 1992. Cabe à INB a guarda de 1.179 toneladas de rejeitos, o que inclui 590 toneladas da chamada "Torta II" e demais resíduos radioativos associados à sua produção. A estatal trabalha na descontaminação do solo das áreas externas da unidade e 24 mil metros quadrados estão prontos para serem entregues à Prefeitura de São Paulo.
O que há na base de Itu?
Na base de Itu fica a Unidade de Estocagem de Botuxim (UEB). Em uma área de 300 mil m², também foram alocadas 3,5 mil toneladas da mesma "Torta II". O material é da mesma usina Santo Amaro, desativada nos anos 1990.
O que há em Caldas (MG)?
A cidade foi pioneira na exploração do urânio no Brasil, em 1982. Em 1995, a INB decidiu que a operação era economicamente inviável e encerrou as atividades. Dez anos depois, foi iniciada a descontaminação de instalações e terrenos. Nesta área estão armazenadas mais de 12 mil toneladas da Torta II. Hoje a exploração de urânio pela INB se concentra em Caetité (BA)
-
- 01/10/2021 - Projeto de divulgação científica homenageia os pioneiros da física no BrasilFonte: Agência FapespAgência FAPESP – O Instituto Sul-Americano para Pesquisa Fundamental (ICTP-SAIFR) lançou novo programa de divulgação científica intitulado "Pioneiros da Física Brasileira”. A iniciativa foi concebida para homenagear cientistas que contribuíram decisivamente para o desenvolvimento da física no Brasil.
A primeira homenagem foi feita a Sérgio Mascarenhas, pioneiro da física do estado sólido no Brasil que faleceu em maio deste ano. Mascarenhas também enveredou por diversas áreas de fronteira da física, contribuindo para importantes avanços e descobertas no campo da física médica, biofísica molecular, neurofísica e física do solo. Junto ao ICTP, em Trieste, desenvolveu por mais de uma década importante colaboração com o professor Abdus Salam (Prêmio Nobel em 1979), impulsionando o ensino e a disseminação de conhecimentos nessas áreas nascentes da física em muitos países da África, Ásia e América Latina.
A biografia poderá ser acessada no site do ICTP-SAIFR. O próximo tema da programação abordará as pesquisas pioneiras sobre raios cósmicos e a incrível trajetória do físico russo-italiano Gleb Wataghin, considerado por muitos como o "pai da física” no Brasil.
O ICTP-SAIFR é um centro de pesquisas com apoio da FAPESP e sede no Instituto de Física Teórica da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
-
- 01/10/2021 - Brasileiros com câncer continuam sem tratamento por falta de verbas para a Medicina NuclearFonte: Blog Jornalista Tania MalheirosÉ cada vez mais dramática a situação de brasileiros com câncer que precisam de medicamentos produzidos com insumos radioativos no Brasil. Até a manhã desta sexta-feira (01/10) o Congresso não havia liberado os R$ 34 milhões necessários à importação de radioisótopos para o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares da Comissão Nacional de Energia Nuclear (IPEN-CNEN), do Ministério da Ciência, Tecnologias e Inovações.Com os radioisótopos importados da África do Sul, Holanda e Rússia são produzidos os radiofármacos (medicamentos) utilizados no diagnóstico e tratamento de pacientes com câncer, em cerca de 440 clínicas particulares e do Sistema Único de Saúde (SUS). A crise começou no dia 21 de setembro, quando o IPEN-CNEN suspendeu a produção do produto. O orçamento insuficiente deste ano, de apenas R$ 63 milhões, provocou o problema.
Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), médico nuclear George Coura, mesmo que a liberação dos R$ 34 milhões ocorra hoje (1/10), terá que ser publicada no Diário Oficial da União (DOU), acarretando mais atraso na distribuição dos medicamentos.
A situação mais dramática está sendo vivenciada por centenas de milhares de pacientes com câncer de tireoide, que dependem de iodo-131 (radiofármaco). Segundo o presidente da SBMN, não há perspectiva positiva para esse contingente de pacientes, que teve o tratamento interrompido há cerca de um mês. "Não haverá retomada antes do dia próximo dia 11, se a verba não for liberada nas próximas horas”, alertou George Coura.
FIM DE ANO/ANO NOVO -
Para evitar caos maior o Congresso Nacional teria que aprovar urgente o Projeto de Lei (PL-16), que libera R$ 690 milhões para o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. Desse total, R$ 34 milhões seriam destinados ao IPEN-CNEN para a importação dos radioisótopos.
Os outros R$ 55 milhões para a aquisição dos radioisótopos, que garantiriam o tratamento até o final do ano, terão que ser liberados por Medida Provisória (MP), informou George Coura. "Em geral, todos os anos, as verbas para a importação dos radioisótopos têm sido insuficientes, mas nunca implicaram na suspensão do fornecimento, como agora”, comentou George Coura.
Para que a crise não se repita em 2022, a Lei Orçamentaria Anual terá que destinar pelo menos R$ 182 milhões para a aquisição dos radioisótopos, na avaliação do presidente da SBMN.
"Me restrinjo até a fazer qualquer análise para 2022, porque não temos ainda notícias sobre os R$ 55 milhões para o final de 2021. Não basta liberar o dinheiro. Tem que se posicionar perante os fornecedores internacionais. Cada semana de atraso sobre a aprovação da PL-16, mais uma semana de interrupção do tratamento”, comentou. Quem responde pela crise? "Prefiro supor que em algum momento do processo, a gravidade do problema não foi analisada como deveria”.
-
- 29/09/2021 - Anvisa autoriza importação excepcional de produtos para medicina nuclearObjetivo é reduzir o risco de desabastecimento desses medicamentos no Brasil, utilizados em procedimentos de diagnósticos e para tratamento de diferentes tipos de câncer
Objetivo é reduzir o risco de desabastecimento desses medicamentos no Brasil, utilizados em procedimentos de diagnósticos e para tratamento de diferentes tipos de câncer
Fonte: GZHA Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, nesta quarta-feira (29), a importação temporária e excepcional de radiofármacos. O objetivo é reduzir o risco de desabastecimento desses produtos no Brasil, tendo em vista problemas recentes na produção nacional.
O diretor Alex Campos, relator da matéria, destacou que as entidades do setor de medicina nuclear informaram que o quadro é de iminente desastre sanitário:
— O cenário é de perplexidade e causa temor, porque as pessoas, muitas vezes, precisam desses produtos para sobreviver.
A medida alcança os radiofármacos listados na Instrução Normativa 81/2020, que define a lista de radiofármacos passíveis de apresentar dados de literatura para comprovação da sua segurança e eficácia. O procedimento excepcional vai permitir a importação tanto por órgãos e entidades públicas quanto por pessoas jurídicas de direito privado.
Os radiofármacos são medicamentos utilizados em diferentes procedimentos de diagnósticos e, também, para tratamento de diferentes tipos de câncer. Como são produtos com características específicas, como emissão de radiação,possuem requisitos técnicos especiais para o seu desenvolvimento, produção, controle de qualidade, distribuição e controle de estabilidade, entre outros aspectos.
Autorização excepcional
O importador deverá garantir que orientações de uso, conservação, manuseio e dispensação sejam providas aos profissionais de saúde em português. Também será de responsabilidade do importador a avaliação do controle de temperatura durante o transporte dos produtos importados, além de estabelecer mecanismos para a realização de monitoramento de queixas técnicas e eventos adversos dos produtos importados, notificar as queixas técnicas à Anvisa e cumprir eventuais medidas de fiscalização.
Por sua vez, caberá à unidade de saúde destinatária da importação a rastreabilidade da utilização dos produtos importados até a sua administração no paciente, além de avaliar o benefício-risco da utilização do radiofármaco em seus pacientes.
Os principais pontos para a importação dos produtos radiofármacos sem registro no país são:
- necessidade de apresentação de comprovante de regularização do produto e de comprovação de cumprimento de Boas Práticas de Fabricação da empresa fabricante;
- sujeição dos produtos importados às ações de monitoramento durante o seu uso no país;
- realização de ensaios de controle pela empresa fabricante;
- restrição da importação a uma lista predefinida de produtos, todos de uso consagrado e, portanto, cujas características de segurança e eficácia são de amplo conhecimento, associado à sua indisponibilidade no país.
Motivo de decisão
A decisão da Anvisa veio após a indicação de entidades do setor de medicina nuclear no Brasil que apontaram o risco de falta de produtos para continuidade de diagnósticos e tratamentos no país. No início de setembro, o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) comunicou aos serviços de medicina nuclear a suspensão temporária da fabricação de vários produtos, motivada por problemas logísticos e financeiros.
As entidades representativas do setor indicaram preocupação com o iminente desabastecimento de radiofármacos no Brasil. Segundo a avaliação feita, a falta desses produtos poderia impactar diretamente o diagnóstico de doença arterial coronariana, que é a principal causa de morte no Brasil; o diagnóstico e o tratamento de diversos tipos de câncer, que constituem a segunda maior causa de morte no país; e o diagnóstico do tromboembolismo pulmonar, com incidência significativamente aumentada durante a pandemia de covid-19, dentre outras condições clínicas.
De acordo com o diretor da Anvisa Rômison Mota, "há necessidade de um olhar atento ao Instituto tão importante na produção de radiofármacos”. A diretora Meiruze Freitas também destacou serem "muito importantes todos os esforços públicos no sentido de restabelecer a produção nacional”. Para a diretora Cristiane Jourdan, neste momento, a regulamentação específica aprovada trará as respostas necessárias que são exigidas para abastecer o mercado com segurança.Nesse sentido,o diretor-presidente da Agência, Antonio Barra Torres,destacou que "a base da pirâmide regulatória é o interesse da saúde do cidadão”.
A Anvisa reforça que a norma tem o objetivo de possibilitar a importação, em caráter temporário e excepcional, dos radiofármacos considerados de uso consagrado no Brasil, de modo a mitigar o risco de desabastecimento e evitar a interrupção dos serviços de medicina nuclear e terapias oncológicas, considerando a missão precípua da Agência de promover a saúde da população, atuando de forma eficiente, ágil e transparente, com soluções regulatórias sistêmicas e isonômicas.
-
- 29/09/2021 - Dois ministros, promessas antigas e um projeto de reator para salvar vidas paradoFonte: Blog Jornalista Tania MalheirosPoucos projetos nacionais são tão mencionados em discursos dentro e fora do Brasil, como o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), que tornaria o país autossuficiente na produção de radioisótopos utilizados na Medicina Nuclear para o diagnóstico e tratamento contra o câncer. Pode ter passado despercebido, mas na semana passada, na Conferência Geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), em Viena, na Áustria, o ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, fez questão de mencionar o RMB como prioridade de sua gestão.Em audiência na Câmara dos Deputados, anteontem (27/9), para explicar sobre a falta recursos destinados à produção de radioisótopo no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares da Comissão Nacional de Energia Nuclear (IPEN-CNEN), o ministro da Ciência Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, voltou a lembrar que o Brasil depende do RMB para alcançar a sua independência no produção dos radioisótopos.
Quem está sentindo o problema na pele é a população doente que na semana passada esteve na iminência de parar o tratamento por falta de radiofármacos (medicamentos) produzidos a partir dos radioisótopos, lembrou um médico da área da medicina nuclear. Os radioisótopos possibilitam que os médicos vejam o funcionamento de órgãos e tecidos vivos por meio de imagens como as tomografias, radiografias e cintilografias. O problema da falta de verba foi resolvido momentaneamente com a liberação de R$ 19 milhões para o IPEN.
Em 10 dias, se outros R$ 34 milhões não forem liberados, o risco do desabastecimento volta a ocorrer. Logo em seguida serão necessários R$ 55 milhões para atender à demanda dos pacientes até o final do ano, comentou Marcos Pontes.O valor liberado pelo governo este ano foi de cerca de R$ 63 milhões, muito aquém do necessário. Na Câmara, os parlamentares criticaram Marcos Pontes, que não teria levado a gravidade do problema ao Congresso.
IMPORTAÇÃO -
O IPEN produz uma parte dos radioisótopos, mas gasta cerca de R$ 60 milhões (de acordo com a alta do dólar) importando o produto da África do Sul, Rússia, Holanda e Argentina. O Brasil importa 4% da produção mundial do radioisótopo molibdênio-99. O decaimento radioativo do molibdênio-99 produz o radioisótopo tecnécio-99m utilizado nos radiofármacos mais empregado na medicina nuclear. Até o ano passado o IPEN gastava US$ 15 milhões por ano com essa importação, que gerava um faturamento de R$ 120 milhões, ano, recursos que seguiram direto para o caixa do governo.
Para se ter ideia da importância do RMB, basta verificar a demanda dos radioisótopos para a população. Cerca de dois milhões de procedimentos médicos são realizados, por ano, utilizando radioisótopos, em 440 clínicas cadastradas para realizar o trabalho semanalmente. Cerca de 440 mil pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e o restante pela rede privada.
TIRADO DA CARTOLA -
Por incrível que pareça, apesar de ser frequentemente lembrado e tirado da cartola quando interessa, o projeto do RMB, continua parado há anos. A construção do RMB foi orçada em US$ 500 milhões, quando idealizada em 2009. Até o ano passado, foram aplicados apenas R$ 230 milhões. Para a sua entrada em funcionamento teriam que ser aplicados, em média, cerca de US$ 100 milhões por cinco anos.
Em cerimônia disputada em 2018 o projeto do RMB teve até lançamento de pedra fundamental, com a presença do presidente Michel Temer. Agora, enquanto o Brasil permanece na dependência de importação de radioisótopos, pacientes com câncer sofrem com a incerteza sobre a manutenção do tratamento. Mas o RMB permanece em alta nos discursos. O projeto (veja a maquete) está numa área de dois milhões de metros quadrados em Iperó, a 130 quilômetros de São Paulo. Parado.
-
- 29/09/2021 - Anvisa aprova importação de remédios para tratamento de câncer por agentes públicos e privadosMedida visa evitar o desabastecimento dos medicamentos em hospitais e clínicas
Medida visa evitar o desabastecimento dos medicamentos em hospitais e clínicas
Fonte: UOL
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou, nesta quarta-feira (29), critérios para importação de radiofármacos, medicamentos para tratamento câncer. A decisão foi tomada devido um risco de desabastecimento no país.
Segundo Alex Machado Campos, diretor da Anvisa, o novo critério permite que 18 produtos poderão ser importados por agentes públicos e privados até o dia 31 de dezembro. Anteriormente, eles eram providos predominantemente pelo IPEN (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares).
A aprovação acontece após desfalque na produção de radiofármacos gerado por um corte de verba federal no Ipen.
"Um quadro desolador. Como se não bastasse a crise da Covid, que já impacta a vida dos hospitais, pacientes, estamos diante de uma situação extremamente grave. A iniciativa não dá solução ao que está ocorrendo, mas pode ser uma alternativa imediata para essa crise”, disse o diretor da Anvisa.
Problemas financeiros
Em meio a pandemia, os cortes de verba do Ipen, órgão vinculado ao MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação) e à CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear), afetaram a produção de medicamentos.
Devido a esse cenário, o governo federal liberou, na última semana, aproximadamente R$ 19 milhões para suprir a demanda de hospitais e clinicas em todo país.
Essa verba ajuda, mas não resolve o problema para conciliar tratamentos e diagnósticos nas próximas semanas. Hospitais brasileiros já planejam cancelar ou adiar procedimentos por causa desse desfalque.
-
- 29/09/2021 - Anvisa autoriza importação de radiofármacosMedicina nuclear diz que quadro é de iminente desastre sanitário
Medicina nuclear diz que quadro é de iminente desastre sanitário
Fonte: Agência Brasil
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou hoje (29) a importação de medicamentos para tratamento de câncer por radioterapia, os chamados radiofármacos. Esses medicamentos também são utilizados para exames de diagnóstico por imagem. A autorização da Anvisa é temporária e excepcional.
Segundo a agência, as entidades do setor de medicina nuclear informaram que o quadro é de iminente desastre sanitário, com o risco de falta de produtos para continuidade de diagnósticos e tratamentos no país. "O cenário é de perplexidade e causa temor porque as pessoas, muitas vezes, precisam desses produtos para sobreviver”, afirmou o diretor da Anvisa Alex Campos.
No início de setembro, o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) comunicou aos serviços de medicina nuclear a suspensão temporária da fabricação de vários produtos, motivada por problemas logísticos e financeiros.
Segundo a avaliação feita, a falta desses produtos poderia impactar diretamente o diagnóstico de doença arterial coronariana, principal causa de morte no Brasil; o diagnóstico e o tratamento de diversos tipos de câncer, que constituem a segunda maior causa de morte no país; e o diagnóstico do tromboembolismo pulmonar, com incidência significativamente aumentada durante a pandemia da covid-19, dentre outras condições clínicas.
De acordo com o órgão, o importador deverá garantir que orientações de uso, conservação, manuseio e dispensação sejam providas aos profissionais de saúde em português. Além disso, o importador deverá avaliar o controle de temperatura durante o transporte dos produtos importados.
À unidade de saúde destinatária da importação caberá a rastreabilidade da utilização dos produtos importados até a sua administração no paciente, além de avaliar o benefício-risco da utilização do radiofármaco em seus pacientes.
-
- 29/09/2021 - Nota em defesa do IPEN e de apoio ao RMBFonte: Sociedade Brasileira de Física
O IPEN (Instituto de Pesquisa Energéticas e Nucleares) é um dos maiores institutos da área nuclear no Brasil. Vinculado à Comissão Nacional de Energia Nuclear, esse instituto foi fundado em 1956. É uma instituição de excelência que desenvolve pesquisas com diversas aplicações e conta, entre suas várias instalações, com o maior reator nuclear de pesquisa do Brasil. Esse reator é um equipamento indispensável não só para pesquisa, mas também para formação de recursos humanos e produção de radioisótopos para os mais diversos fins.
Nos últimos anos o IPEN vem sendo atingido por graves problemas, como a falta de reposição de recursos humanos e a falta de orçamento para realizar suas atividades. Mesmo com as recentes restrições devido à pandemia, com os frequentes cortes de verbas e falta de reposição de mão de obra, o Instituto manteve-se ativo, produzindo e distribuindo radiofármacos, que são essenciais aos procedimentos de medicina nuclear utilizados nos mais diversos hospitais espalhados pelo país. No último mês, no entanto, a falta de repasse de verbas para o Instituto, somada à alta dos insumos cotados em dólar, atingiu fortemente a atividade de produção de radiofármacos, que teve que ser totalmente paralisada. Isso causou enorme prejuízo para toda a área de medicina nuclear no Brasil, com um significativo impacto no diagnóstico das doenças cardiovasculares, oncológicas, renais, pulmonares, afetando os tratamentos de câncer nos hospitais que precisam desses radiofármacos.
A falta de reposição de mão de obra, que tem atingido o Instituto de forma contundente, em curto prazo poderá inviabilizar as atividades do Instituto, que em 2009 contava com 1020 funcionários, e nos dias atuais tem menos de 600 funcionários. A falta de reposição de pessoal técnico poderá acarretar sensível prejuízo na transferência de conhecimento e atraso no desenvolvimento de um setor tão estratégico como o nuclear.
A SBF, como entidade que representa parte da ciência brasileira, manifesta-se neste documento pela defesa do investimento e apoio às atividades do IPEN. Além disso, também reitera seu apoio ao empreendimento Reator Multipropósito Brasileiro (RMB). No que se refere à questão dos radiofármacos, o RMB dá ao Brasil a perspectiva de garantir o suprimento por muitos anos, representando a soberania nacional no setor, consolidando a liderança estratégica na América Latina, mitigando o país de eventuais crises de abastecimento por falta de oferta internacional, oscilações cambiais ou dificuldades logísticas. Além do reator propriamente dito, outras instalações estão previstas no campus RMB, de modo que o empreendimento está sendo projetado para ser um polo de desenvolvimento do setor nuclear no Brasil.