Clipping de Notícias
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- 29/10/2021 - IAEA at COP26: How Nuclear Power and Technologies Can Help Tackle Climate ChangeFonte: site IAEA
Joanne Liou,
IAEA Office of Public Information and CommunicationNuclear is, and will be, part of the solution if we are to achieve the goal of limiting global warming to below 2 degrees Celsius, said IAEA Director General Rafael Mariano Grossi, ahead of next week’s26th Conference of the Parties to the United Nations Framework Convention on Climate Change(COP26). Mr Grossi will attend the COP, taking place in Glasgow, Scotland, from 31 October to 12 November, where he will meet with world leaders, and will host and participate in events and discussions surrounding nuclear solutions to help meet climate goals.
The annual COP brings together countries to negotiate and accelerate action towards the goals of the2015 Paris Agreement– an agreement adopted by 196 countries aiming to limit global warming to below 2 degrees Celsius, preferably to 1.5 degree Celsius, compared to pre-industrial levels.
During this world forum, heads of state and government are expected to deliver plans to cut emissions, which could impact our everyday lives – from the vehicles we drive to how we heat our homes. The recent headlines stemming from the UN’sClimate ChangeandEmissions Gapreports, as well as theGreenhouse Gas Bulletinfrom the World Meteorological Organization, highlight the urgency for swift action to address climate change.
"Woods are burning, floods and hurricanes are multiplying, and temperatures are rising,” said Mr Grossi. "Now is the time for action, and this action must be based on science and on facts. According to the best science of our day, nuclear power is part of the solution.”
The IAEA recently released reports detailing theroles of nuclear science and technology in climate change adaptationand ofnuclear power in achieving the goals of the Paris Agreement and Agenda 2030 for Sustainable Development. At COP26, the Agency will showcase the twofold role of nuclear: to help realize a net zero world and to help adapt the management of agricultural systems and natural resources to cope with challenges posed by climate change.
"Nuclear energy provides more than a quarter of the world’s clean power,” Mr Grossi said. "Over the last half century, it has avoided the release of more than 70 giga-tonnes of greenhouse gasses. Without nuclear power, many of the world’s biggest economies would lack their main source of clean electricity.”
"COP26 is a chance we cannot waste,” Mr Grossi continued. "It may be one of our last best opportunities to agree on concrete steps to achieve sustainable prosperity for all. In the face of climate change, we are all one nation.”
He highlighted some examples of how nuclear techniques are being applied to adapt to consequences of climate change, such as tracking and quantifying carbon, water and nutrient movement and by inducing variability in crops to make them tolerant to drought, salinity or pests.
The IAEA will host and participate in severalevents at COP26, to contribute to an informed debate on the benefits and role of nuclear power and applications helping to meet climate goals, including decarbonizing sectors, such as industry and transport, through the production oflow-carbon hydrogen. Events will be livestreamed on theIAEA website.
AnAction Hubevent on Thursday, 4 November,#Atoms4Climate: From the Energy Crisis to Better Crops, How Can Nuclear Help Meet the Climate Challenges?,will see Mr Grossi discussing with Gillian Tett, author and Financial Times US editor-at-large, how the world can manage to overcome both the climate crisis and the energy supply crisis. They will debate whether evidence-based thinking or ideology will decide the energy mix of the future; whether nuclear energy is about to have its next renaissance; and how nuclear science helps communities adapt to the consequences of climate change.
Also on 4 November,at the eventNuclear Innovation for a Net Zero World,Mr Grossi and ministers, as well as industry leaders, will discuss the complementary role of nuclear power and renewables in the transition towards a carbon-neutral future. They will explore how international cooperation can help in the transition to net zero.
On Friday, 5 November, the role of youth in the net zero transition and the best ways to attract the young generation to nuclear science and technology will be addressed during the eventNet Zero World: The Youth Perspective Today & The Future. The winner of theIAEA Net Zero Challengewill present her project, and Mr Grossi will also announce the IAEA Climate Internships.
A two-part event on Saturday, 6 November,Contribution of Nuclear Science and Technology to Climate Change Adaptation,will first focus on the role of nuclear science and technology in climate-smart agriculture and overall climate adaptation. The second part will present the Blue Carbon initiative and the IAEA’s work on ocean acidification.
On Tuesday, 9 November, the WMO will join the IAEA forNuclear Sciences in Climate Studies: Fingerprinting Precipitation Origins Using Isotope Tracers.The event will highlight the precision techniques nuclear sciences offer to climate studies and will showcase the power of isotopes in evaluating the impact of climate change on water resources and water-related infrastructures.
The IAEA will also be participating in several events organized by others attending the COP, including an event by COP26 host, the United Kingdom –The Role of Nuclear Energy in a Net Zero Future.On Thursday, 4 November, 18:00 (UK time), Mr Grossi will join Fatih Birol, Executive Secretary of the International Energy Agency, and Greg Hands, UK Minister of State for Business, Energy and Clean Growth, to discuss the role of nuclear energy in transitioning to a diverse net zero energy mix that includes other low-carbon technologies like wind and solar.
The IAEA will join other UN organizations for side events on Tuesday, 9 November:Accelerating Implementation of SDG 7andOcean Action = Climate Action.
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- 28/10/2021 - Novo debate sobre quebra de patente para produzir radioisótopos fica para a próxima semanaFonte: Agência Câmara de NotíciasA comissão especial que analisa a possibilidade de produção de radioisótopos de uso médico pela iniciativa privada adiou para a próxima quinta-feira (4) a audiência pública que faria nesta tarde.
A quebra do monopólio governamental para a produção desses fármacos está prevista na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 517/10. Hoje, a iniciativa privada só pode comercializar e utilizar apenas aqueles com meia-vida igual ou inferior a duas horas.
O debate foi solicitado pelos deputados Alexandre Padilha (PT-SP) e Jorge Solla (PT-BA), que lembram que, em 20 de setembro de 2021, o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) suspendeu, por falta de recursos do governo federal, a produção de medicamentos para câncer.
"Essa grave situação colocou novamente em pauta a PEC que visa a quebra do monopólio da produção e comercialização de radiofármacos, medida sempre reivindicada por setores empresariais, ávidos por lucrarem, também com esta área da medicina", destacam os autores do pedido de debate.
Segundo os deputados, no entanto, a Associação dos Servidores do Ipen alerta que a quebra desse monopólio pode ser danosa à saúde da população brasileira e aponta que pode ser mais uma oportunidade de lucro envolvendo a Saúde da população.
A nova reunião será realizada às 14 horas, no plenário 5.
Da Redação – ND
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- 27/10/2021 - Brasil aumentará produção de urânio para geração de energia a partir de novembroEstatal nuclear do Ministério de Minas e Energia anuncia expectativa de reduzir a dependência de hidrelétricas
Estatal nuclear do Ministério de Minas e Energia anuncia expectativa de reduzir a dependência de hidrelétricas
Fonte: CNN BrasilStéfano Salles da CNN
no Rio de JaneiroO Brasil vai aumentar em 10% a produção de urânio enriquecido a partir de novembro com a proposta de fortalecer a produção de energia nuclear e reduzir a dependência de hidrelétricas, segundo o governo federal. O enriquecimento de urânio é o processo que permite ao material ser usado como combustível.
A informação partiu das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), estatal vinculada ao Ministério de Minas e Energia e que exerce o monopólio da produção e comercialização de materiais nucleares no país.
O setor elétrico enfrenta uma crise por conta do baixo nível de água dos reservatórios das hidrelétricas, o pior dos últimos 91 anos. O fato tem gerado aumento de gastos com as usinas termelétricas, mais caras.
O governo abriu processo de licenciamento para a nova cascata de ultracentrífugas, que são as instalações utilizadas para fazer o enriquecimento do material. Essa será a nona instalação do tipo na Fábrica de Combustível Nuclear (FCN), que fica em Resende, no estado do Rio de Janeiro. O material enriquecido na FCN alimenta as usinas de Angra 1 e 2, as duas únicas do parque nuclear brasileiro.
A produção brasileira de urânio enriquecido atende 60% da demanda anual da usina nuclear de Angra 1, o restante é importado da Europa. A projeção é que a fábrica em Resende seja capaz de atender 70% da necessidade da usina até 2023, quando deve ser inaugurada a décima cascata de enriquecimento de urânio.
A demanda pelo metal aumentará com a esperada conclusão das obras de Angra 3, paradas desde 2015, por causa de escândalos de corrupção da Operação Lava-Jato. No mesmo ano, o país esgotou a segunda jazida de onde extraía o metal. A retomada da primeira fase das obras, em com a construção do prédio do reator, já foi aprovada em edital e aguarda aval da Eletrobras para ser iniciada. A construção foi iniciada em 1984 e a previsão mais recente é de que seja concluída em 2026.
"Quando a implantação da Usina de Enriquecimento estiver concluída, o Brasil passará à condição de autossuficiência da produção do material. A previsão é que, até 2033, a INB seja capaz de atender, com produção totalmente nacional, as necessidades das usinas nucleares de Angra 1 e 2 e, em 2037, a demanda de Angra 3”, disse a INB, por meio de nota.
Exploração retomada
A exploração de urânio foi retomada em dezembro de 2020, na Mina do Engenho, em Caetité, no Sudoeste da Bahia, onde foi descoberta uma nova lavra. O país faz parte de um grupo seleto de 12 nações reconhecidas pela comunidade internacional por dominarem o ciclo do combustível.
De acordo com a Associação Nuclear Mundial, o Brasil tem a sétima maior reserva mundial de urânio e responde por 5% da oferta do metal no planeta. Participação e classificação que, de acordo com especialistas, podem melhorar porque 30% do território nacional pode conter o material, segundo mapeamento do Centro Nacional de Pesquisa Mineral (CNPM). Isso daria ao país o potencial de saltar para as primeiras posições do ranking.
Calcula-se que, atualmente, o Brasil precise de 47,5 milhões de toneladas de urânio enriquecido por ano para atender às duas usinas. A intensidade de enriquecimento do urânio para uso em Angra é de 4,25%. O gás é transformado em pó de dióxido de urânio e, com ele, são feitas pastilhas, que são transformadas no combustível nuclear e enviadas para uso.
O professor do curso de Engenharia Nuclear da UFRJ e ex-presidente da Eletrobras, Luiz Pinguelli Rosa, afirma que, a produção nacional é pequena, mas que a demanda também tem sido modesta.
"Produzimos pouco urânio aqui, mas a verdade é que, com dois reatores, a demanda também é muito pequena. Podemos ter um terceiro com a inauguração de Angra 3, e um quarto, com o projeto do submarino de propulsão nuclear que está em desenvolvimento pela Marinha”, explica. "A inauguração de novas cascatas é positiva porque coloca o Brasil no caminho da autossuficiência, com a retomada da exploração em Caetité”, completa.
Para a embarcação submarina, o nível necessário de enriquecimento de urânio é superior ao exigido pelos reatores das usinas, mas bem aquém do exigido para o desenvolvimento de armas nucleares, o que é proibido pela constituição e por convenções e acordos internacionais, como o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), do qual o Brasil é signatário, ao lado de outras 188 nações.
"O submarino de propulsão nuclear precisa de urânio enriquecido na proporção de cerca de 20%. Muito mais do que o necessário para transformá-lo em combustível, mas muito distante do que seria para armas nucleares, que demandariam algo na faixa dos 90%”, conclui o doutor em Física.
Aumento gradual da produção nacional
A energia nuclear é uma das apostas do governo para reduzir a dependência das hidrelétricas. Atualmente, o parque nuclear de Angra dos Reis tem 1.990 megawatts (MW) de capacidade instalada, o que corresponde a 1,1% da produção energética brasileira. Pode parecer pouco, mas isto equivale a 30% do abastecimento de todo o estado do Rio de Janeiro.
Quando Angra 3 ficar pronta, essa produção chegará a 3.395 MW, o que será suficiente para atender a 50% de toda a necessidade energética do estado. Para que isto seja possível, a demanda anual por urânio enriquecido a 4,25% passará das 47,5 toneladas atuais para 76, segundo as projeções mais recentes da INB.
Contudo, há possibilidade de a demanda ser ainda maior nas próximas décadas. O Plano Nacional de Energia 2050, divulgado em dezembro do ano passado, prevê que a capacidade instalada do parque nuclear brasileiro chegue a 10 GW. Isso significa quintuplicar a oferta atual, a partir de novas usinas no Sudeste e no Nordeste.
A FCN foi inaugurada em 1982 e começou a enriquecer urânio em escala comercial a partir de 2006. Desde então, o país tem aumentado a produção em Resende, com sucessivas inaugurações de cascatas de ultracentrífugas, o que ganhou impulso recente. A inauguração da sétima ocorreu em 2018, e a oitava entrou em funcionamento em 2019.
As ultracentrífugas brasileiras são produzidas pelo Centro Tecnológico da Marinha, em São Paulo. Presidente da Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (Abdan), Celso Cunha entende como natural a expansão da produção brasileira do urânio e a vê como um elemento estratégico para o setor e para o país.
"O Brasil é um dos poucos países que dominam o ciclo do combustível e, deste clube, é um dos raros que têm reservas relevantes de urânio. Nossas ultracentrífugas são um segredo de estado e estão entre as melhores do planeta”, destaca Cunha. "Se nós enriquecemos urânio, ampliar a fábrica para enriquecer mais é um caminho natural”, avalia.
Futuro da Eletronuclear
O governo tenta viabilizar a privatização da Eletrobras e de suas subsidiárias, mas a medida não afetará o programa nuclear brasileiro que, constitucionalmente, só pode ser tocado pelo estado. Os ativos da Eletronuclear e de Itaipu Binacional serão assumidos por uma nova estatal: a Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBpar).
A nova companhia ficaria em Brasília, de acordo com a previsão do decreto que a criou, mas uma coalização liderada pelo senador Carlos Portinho (PL-RJ) obteve do Ministério de Minas e Energia a promessa de que o órgão terá sua sede administrativa no Rio de Janeiro, onde estão concentradas as operações nucleares brasileiras.
"Em reunião comigo, o ministro Bento Albuquerque nos mostrou o estatuto da ENBpar. Em seu artigo segundo ele já prevê a sede no Rio de Janeiro, e isto é uma vitória. Ele disse que estava sensível ao nosso pleito e estava estudando a possibilidade de refazer o decreto, mas isso é uma iniciativa dele. Estando no estatuto já é uma parte dessa vitória. Vamos aguardar a movimentação com relação ao decreto, para saber se ele vai reeditar, ou se vai se dar por conformado com o estatuto”, afirma Portinho.
Em maio, o governo federal anunciou a criação da Autoridade Nacional de Segurança Nuclear (ANSN), produto da divisão da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) em dois órgãos. A autarquia ficará sediada no Rio de Janeiro e a lei que a cria foi sancionada no dia 18 de outubro deste ano pelo presidente Jair Bolsonaro. O ato foi publicado no Diário Oficial da União.
Procurado, o Ministério de Minas e Energia não se posicionou sobre onde ficará a sede da ENBpar.
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- 26/10/2021 - UFMG é pioneira em método de rastreamento de câncer de mamaUniversidade mineira é a primeira instituição no Brasil a usar marcador 18F-FES nos exames Pet Scan para rastreio do câncer de mama
Universidade mineira é a primeira instituição no Brasil a usar marcador 18F-FES nos exames Pet Scan para rastreio do câncer de mama
Fonte: Estado de MinasA partir desta terça-feira (26/10), os pacientes do Hospital das Clínicas (HC) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) poderão ter acesso, de forma inédita, a um diagnóstico por imagem mais aprimorada de câncer de mama.A universidade mineira se tornou a primeira instituição brasileira a usar o marcador 18F-FES nos exames Pet Scan (PET CT) para rastreio da doença. O feito é da Faculdade de Medicina da UFMG, através do Centro de Tecnologia e Medicina Molecular (CTMM).O objetivo é proporcionar uma melhora no diagnóstico da doença, assim como avaliar o uso do novo marcador. Os resultados serão somados às pesquisas internacionais sobre o tema.O que é são exames Pet Scan e o marcador 18F-FES?O PET Scan é um exame de imagem similar à tomografia computadorizada. A diferença é que ele possui uma maior capacidade de identificar, ainda no início, as alterações celulares que podem sugerir, ou não, a existência de um câncer.Até o momento, o exame era realizado com o marcador 18F-FDG. O marcador é capaz de identificar os locais de lesão do câncer de mama, contribuir no estadiamento das pacientes, tanto no estabelecimento de metástase, quanto no acompanhamento das respostas do tratamento.Já o marcador 18F-FES pode ser considerado uma versão mais avançada e moderna do modelo, que é específico para o rastreio de câncer de mama."O FDG capta muito pouco em alguns tipos de câncer de mama, por exemplo, quando o crescimento é mais lento. As células tumorais que gastam muita energia captam muita glicose e o FDG consegue identificar esse metabolismo acelerado, mas o 18F-FES consegue detectar mesmo os tumores pequenos e com metabolismo baixo”, explica o professor Marco Romano Silva, chefe do Departamento de Saúde Mental da Faculdade e coordenador do CTMM.Ele compartilha que o trabalho de seu departamento, assim como das universidades, é trazer benefícios para a população. "Nosso trabalho é introduzir maneiras novas de fazer diagnóstico, de fazer pesquisa para demonstrar o que realmente faz diferença no diagnóstico”, ressalta.Pesquisa associada ao uso clínicoEm um primeiro momento, quem terá a prioridade do acesso ao exame são os pacientes do Hospital das Clínicas (HC) da UFMG. Segundo o professor, a prioridade de atendimento do CTMM é o SUS, o que justifica a escolha pelo hospital.Para participar o paciente precisa de um encaminhamento e pedido médico do Setor de Mastologia do HC, além de preencher alguns critérios que serão informados pela equipe de saúde que acompanha o paciente e pela equipe da pesquisa.Quanto a parcerias, o Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN) da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) é parceiro do CTMM nesta pesquisa. O primeiro produz o radiofármaco, já o outro realiza a aplicação em pacientes com câncer de mama com indicação médica para seu uso."Quanto mais replicação de estudos existirem, melhor será para validar esse método do ponto de vista, também, da pesquisa internacional”, fala.De acordo com o professor, caso seja constatado que o uso do 18F-FES tem benefícios superiores ao marcador tradicional na população brasileira, ele pode ser incorporado no SUS. Isso poderia gerar economia ao sistema de saúde com diagnósticos mais precisos e economia no acompanhamento do tratamento, já que possibilitaria verificar se está ocorrendo o resultado ou não e modificar a estratégia terapêutica, caso necessário."Sermos os primeiros a oferecer o exame PET CT com marcador 18F-FES é muito emblemático na nossa missão, de sempre procurar o melhor para o sistema público de saúde”, conclui. -
- 21/10/2021 - Nova audiência discute quebra de monopólio estatal na produção de radioisótoposA comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa a produção de radioisótopos de uso médico pela iniciativa privada reliza nova audiência pública sobre o assunto na próxima terça-feira (26).
A comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa a produção de radioisótopos de uso médico pela iniciativa privada reliza nova audiência pública sobre o assunto na próxima terça-feira (26).
Fonte: Agência Câmara de Notícias
Desta vez os deputados vão ouvir o superintendente do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), Wilson Calvo, entre outros convidados. A instituição é responsável, junto com o Instituto de Engenharia Nuclear (IEN), pela produção de radioisótopos com meia-vida superior a duas horas.
A iniciativa privada só pode comercializar e utilizar apenas aqueles com meia-vida igual ou inferior a duas horas.A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 517/10, em análise na comissão especial, quebra esse monopólio e autoriza a iniciativa privada a produzir todos os radioisótopos de uso médico.
Produção suspensa
No mês passado, o Ipen, que é vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, suspendeu essa produção por falta de verba. Para permitir a retomada da produção, o Ministério da Economia liberou um crédito suplementar de R$ 19 milhões e o Congresso aprovou crédito extra de R$ 63 milhões.O atual ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, no entanto, disse que esses recursos precisam ser liberados rapidamente para evitar nova interrupção.
Segundo a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), o Ipen produz 85% dos radiofármacos usados no Brasil.
"Essa dependência de um único produtor/fornecedor, somada à necessidade de disponibilidade de logística de distribuição aérea altamente estruturada põe em risco o atendimento realizado em todo o País, considerando que esses insumos não podem compor estoques, devido ao seu tempo de vida útil ['meiavida']", alerta o deputado Zacharias Calil (DEM-GO), que propôs o debate.
Debatedores
Além do superintendente do Ipen, foram convidados para discutir o assunto:
- um representante do Comitê de Desenvolvimento do Programa Nuclear Brasileiro;
- a chefe de gabinete da Secretária Especial de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Maria Inez Gadelha;
- o presidente da SBMN, George Coura Filho;
- o ex-presidente da SBMN Cláudio Tinoco;
- o presidente da Associação Brasileira para Desenvolvimento Atividades Nucleares, Celso Cunha; e
- o diretor do Serviço de Medicina Nuclear da FMUSP, Carlos Alberto Buchpiguel.A reunião será realizada às 10 horas, no plenário 7.
Da Redação – ND
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- 20/10/2021 - Congresso Brasileiro de Metrologia das Radiações Ionizantes homenageia pesquisadora do IPEN-CNENFonte: IRD
O Congresso Brasileiro de Metrologia das Radiações Ionizantes (CBMRI) está em sua oitava edição, realizado de forma conjunta a outros cinco eventos sobre a ciência das medições, integrando o Metrologia 2021. A ideia desde a primeira edição foi reunir pesquisas atuais na área e mostrar a importância da metrologia das radiações ionizantes para a sociedade, além de homenagear pessoas que contribuíram com seu trabalho dedicado, pioneiro e inovador. Este ano, o Congresso distinguiu a gerente do Centro de Metrologia das Radiações Ionizantes do Ipen/CNEN, Maria da Penha Potiens, que trabalha no desenvolvimento e atualização de métodos de calibração e controle de qualidade da instrumentação em radiodiagnóstico, radioproteção, radioterapia e medicina nuclear. É também orientadora de mestrado e doutorado do Programa de Tecnologia Nuclear do Ipen, em parceria com a USP.
A entrega de uma placa foi feita pelo presidente do Congresso, José Guilherme Peixoto, do IRD, que lembra que este ano o tema das discussões do Metrologia 2021 foi a importância da ciência das medições para a saúde. As sessões plenárias do CBMRI foram coordenadas por mulheres, chamando a atenção sobre a temática da igualdade de gênero. Em anos anteriores, a distinção foi entregue a Rex Nazaré Alves (2014); Carlos Eduardo Veloso de Almeida (2015); Helen Khoury (2016); Linda Caldas (2017); Léa Contier de Freitas (2018); Teógenes Augusto da Silva (2019); José Ubiratan Delgado (2020).Sobre a homenagem, a pesquisadora destacou que representa um reconhecimento à metrologia das radiações que o Ipen vem oferecendo nos últimos anos. "É uma honra para mim representar esse trabalho. Como disse um colega em sessão plenária, a metrologia é a representação do uso seguro da radiação em todas as suas aplicações, o que pode significar que ajudamos a salvar vidas, já que o uso na medicina é cada vez maior. Depois que eu consegui estabelecer minha vida profissional, o mínimo que eu poderia fazer era devolver para a sociedade em serviços e conhecimento", afirmou a pesquisadora, que lembra emocionada que muita gente a ajudou na construção do seu conhecimento em metrologia. "Nunca estive só, muita gente, inclusive do IRD, me ajudou demais. Estamos sempre aprendendo”.
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- 19/10/2021 - Criação de autoridade de segurança nuclear é bem-vinda, diz especialistaGoverno Federal sancionou na segunda-feira (18) lei para criar órgão, que será sediado no Rio de Janeiro
Governo Federal sancionou na segunda-feira (18) lei para criar órgão, que será sediado no Rio de Janeiro
Fonte: CNN BrasilAmanda Garcia Bel Campos da CNN
Em São Paulo
A lei que cria a Autoridade Nacional de Segurança Nuclear, sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na segunda-feira (18) é "bem-vinda”, afirmou o professor de Engenharia Nuclear da Coppe/UFRJ, Aquilino Senra, à CNN.O especialista explica que a autoridade "incorpora as funções que já eram exercidas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e que tinham como objetivo estabelecer normas e regulamentos” para o setor.
Segundo ele, um dos questionamentos antes da divisão era a respeito da independência plena das atividades. "Esse foi o objetivo da lei, de fazer a segregação de funções que eram desenvolvidas e o objetivo é o mesmo, monitorar, regular e fiscalizar a segurança das atividades nucleares”, disse, nesta terça-feira (19).
O professor destacou que, no imaginário popular, "a energia nuclear é associada às bombas nucleares e acidentes em usinas”.
"Mas a energia nuclear tem centenas de outras aplicações socialmente aceitas, como na medicina, indústria, agricultura, monitoração do meio-ambiente, preservação de obras de arte.”
"Todas precisam ser monitoradas por uma agência, a autoridade que está sendo criada não é uma agência no sentido amplo, como a [Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis] ANP, [Agência Nacional de Energia Elétrica] Aneel, e outras, e a razão para isso é a dificuldade da autonomia financeira, nesse momento de redução de orçamento, o ideal é que fosse, mas é um passo adiante”, completou.
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- 18/10/2021 - Ipen paralisa produção de insumos para tratamento de câncer pela segunda vez em menos de 30 diasO instituto deveria distribuir às segundas o radiofármaco 'gerador de molibdênio-tecnécio', mas isso não aconteceu nesta semana por falta de insumos. A chegada está prevista para o fim do mês, com retomada da produção em 28 de outubro. Governo federal cortou 46% da verba do órgão em 2021.
O instituto deveria distribuir às segundas o radiofármaco 'gerador de molibdênio-tecnécio', mas isso não aconteceu nesta semana por falta de insumos. A chegada está prevista para o fim do mês, com retomada da produção em 28 de outubro. Governo federal cortou 46% da verba do órgão em 2021.
Fonte: G1Por Fabio Turci, TV Globo— São Paulo
O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) voltou a interromper nesta segunda-feira (18) a produção de radiofármacos usados para o diagnóstico de câncer no Brasil. Como de costume, o instituto deveria distribuir às segundas-feiras o radiofármaco conhecido como "gerador de molibdênio-tecnécio", mas não isso não ocorreu nesta semana por falta de insumos importados para a produção.
O radiofármaco em questão, representado pela sigla 99-Mo/99mTc, é o mais utilizado no país. A última produção do item foi em 15 de outubro. Cerca de 80% dos procedimentos que demandam radiofármacos no país utilizam esse produto.
Os novos insumos deveriam ter chegado à entidade em São Paulo na semana passada. Porém, isso não ocorreu. Segundo fontes do Ipen, a previsão é a de que os insumos cheguem apenas no fim deste mês, e a produção seja retomada em 28 de outubro.
O instituto vem passando por uma grave crise de produção por falta de verba neste segundo semestre. No início de setembro, o órgão, que pertence ao Ministério da Ciência e Tecnologia, afirmou que sofreu um grande corte de verba em 2021 e precisava de R$ 89,7 milhões para continuar a produção até dezembro, por causa da alta do preço do dólar na importação de material, paralisando pela primeira vez a produção dos produtos para o tratamento do câncer no país em 20 de setembro.
A verba adicional, entretanto, ainda não havia sido aprovada no Congresso Nacional, segundo um comunicado da diretoria do instituto. Por isso, uma portaria publicada em edição extra do Diário Oficial da União na quarta-feira ( 22) liberou R$ 19 milhões para órgão, segundo divulgou o Ministério da Ciência e Tecnologia.
O montante representava apenas 21% dos R$ 89,7 milhões necessários para que o instituto continuasse a produção até o fim do ano.
Na ocasião da liberação, o ministério afirmou que "a portaria permitirá a compra imediata de insumos importados para regularizar a produção dos radiofármacos".
Porém, menos de um mês depois da liberação da verba, o Ipen voltou a ter problemas na produção por causa da falta de insumos, que são importados do exterior.
O g1 procurou o Ipen para falar sobre o assunto e o instituto informou que, após a sanção presidencial à Lei 14.220/21, de 15 de outubro, foi autorizado o crédito de R$ 63 milhões à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) para a produção de radiofármacos.
"Aguardamos os recursos para essa semana e, assim, normalizar a produção a partir de novembro de 2021. Entretanto, a produção de geradores de tecnécio-99m ainda estará reduzida até o fim do mês de outubro por conta dos prazos com os produtores internacionais para envio de insumos e dos recursos orçamentários que ainda não haviam sido liberados", afirmou o instituto.
Cortes no orçamento
Enquanto o dinheiro do CNEN não chega, o Ipen está sem recursos para continuar a produção dos insumos usados para a detecção e o tratamento de câncer, após um corte de 46% da verba do instituto pelo governo federal em 2021.
No ano passado, a verba repassada ao Ipen pelo governo federal foi de R$ 165 milhões. Neste ano, até agosto, o instituto recebeu pouco mais de R$ 91 milhões.
A falta de verba foi anunciada pelo próprio órgão em setembro, através de comunicado distribuído a hospitais e clínicas que compram o material produzido pelo instituto em São Paulo.
"O Governo Federal vem atuando desde junho de 2021 em conjunto com Congresso Nacional para a recomposição total do orçamento do Instituto. O PLN 16/2021, previsto para ser votado na próxima semana, disponibilizará recursos ao Ipen no valor de R$ 34 milhões. A aprovação de um novo projeto de lei, da ordem de R$ 55 milhões, será necessária posteriormente para recompor o orçamento do Instituto até o fim do ano", informou.
A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo chegou a enviar um ofício ao Ministério da Saúde pedindo providências para evitar o risco de interrupção no tratamento de pacientes com câncer , que dependem de remédios produzidos pelo Ipen.
Segundo o governo de São Paulo, mensalmente, cerca de 14 mil procedimentos são realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) com dependência de radioisótopos e radiofármacos que estão em risco de desabastecimento no estado.
"Estes procedimentos incluem mais de 70 sessões mensais de iodoterapia realizadas para tratamento de câncer em São Paulo", diz o estado.
Também são feitos, em média, 750 exames de PET-CT, um tipo de tomografia computadorizada para diagnóstico da doença, além de 13,5 mil cintilografias ósseas e cardiovasculares, entre outras, utilizadas para detectar doenças como isquemia, infarto e embolia pulmonar, além de patologias relacionadas a tireoide e próstata todos os meses e que dependem da produção do Ipen.
Radiofármacos no Brasil
O Ipen é responsável pelo fornecimento de 25 tipos de radiofármacos aos laboratórios e hospitais de todo o Brasil. Cerca de 85% de toda a produção nacional desse tipo de medicamento, com material radioativo, sai da unidade.
Pacientes com câncer e médicos ouvidos pelo Jornal Hoje narraram que já enfrentavam a falta de medicamentos por causa da escassez de produtos no fim de setembro (veja mais abaixo).
Em carta enviada aos hospitais e laboratórios que consomem os produtos do instituto, o Ipen afirmou que ter feito um pedido ao governo para a aprovação de recursos extras no valor de R$ 89 milhões. A verba, no entanto, precisa passar por aprovação do Congresso Nacional e, depois, por sanção presidencial.
"Estão faltando mais de R$ 70 milhões para a gente terminar o ano. Sem contar a valorização do dólar, porque tem uma boa parte de insumos que são importados. Então, já era uma situação prevista e que vinham tentando brigar para reverter”, afirmou o diretor do Sindicato dos Servidores Públicos do Ipen no estado de São Paulo, Luiz Antonio Genova.
Falta de medicamentos
Os radiofármacos produzidos pelo Ipen têm duas funções. Uma é o tratamento em si que, no caso de alguns tipos de câncer, são a única opção. Outra é o diagnóstico por imagem - exames que ajudam a detectar a presença do câncer e de outras doenças, como Alzheimer.
Faz um ano que a gerente financeira Tatiana Mendonça descobriu um tumor neuroendócrino, um tipo raro de câncer que atinge o pâncreas ou o intestino. O primeiro tratamento não deu certo e a alternativa, agora, é uma medicação da categoria dos radiofármacos que são fornecidos pelo Ipen.
Tatiana começaria o novo tratamento em setembro, mas o remédio que ela precisa está em falta.
"[O tratamento] é longo porque o intervalo leva oito semanas para cada aplicação. Assim, vai me atrasar bastante, e tudo que a gente pudesse fazer antes, seria melhor. A gente trabalha contra o tempo. Mas a gente não tem nenhuma previsão de quando vamos poder iniciar [o tratamento]. A gente não sabe se vai ter, se eu vou precisar fazer de alguma outra forma ou se vai dar tempo... Então a gente fica bastante preocupada”, afirmou.
O desabastecimento causado pela paralisação no Ipen pode afetar cerca de 2 milhões de pessoas em todo o país, segundo a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN).
"Nós temos pacientes com problemas de câncer no pâncreas e no intestino que podem ser tratados com uma medicação que chama lutécio. O lutécio também esta em falta. Tenho três pacientes no hospital que trabalho que eu trataria nesta semana, mais especificamente amanhã. Mas tive que cancelar porque essa medicação esta em falta", afirmou o médico Dalton Alexandre dos Anjos, diretor da SBMN.
"Não sei o que falar pra esses pacientes. É tão ruim falar para eles que o tratamento não pode ser realizado porque a medicação está em falta”, completou.
Pedido de investigação do TCU
O deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) pediu na sexta-feira (17) ao Tribunal de Contas da União (TCU) que investigue a paralisação da produção de insumos pelo Ipen.
"É uma combinação macabra de desprezo à vida: ao cortar recursos para a produção de medicamentos e insumos para diagnósticos, com a ganância do lucro, ao ensaiar abrir este setor para interesses privados", afirmou o parlamentar.
No pedido feito ao TCU, o deputado federal Alexandre Padilha, que é membro da Comissão Externa da Câmara dos Deputados que discute ações contra o avanço do novo coronavírus, afirma que "a medida é imprescindível para a saúde pública no país”.
"A compra de insumos usados na radioterapia e nos exames de diagnóstico por imagem no tratamento do câncer não pode ser paralisada com a justificativa da pandemia do Sars-Cov-2. Tal possibilidade revelaria uma completa incompetência e má gestão do órgão público que afetaria diretamente entre 1,5 e 2 milhões de pessoas em todo o Brasil”, afirmou o documento do parlamentar.
O parlamentar também protocolou na Câmara dos Deputados um requerimento para que o ministro Marcos Pontes, do MCTI, seja ouvido pela casa e preste esclarecimentos sobre os cortes de verba do Ipen.
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) afirmou na quinta (16), por meio de nota, que "desde junho de 2021 vem trabalhando com o Ministério da Economia para a maior disponibilização de recursos para a produção de radiofármacos pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN)”.
"Para a recomposição do orçamento do Instituto, o Governo Federal por meio do MCTI está sensibilizando o Congresso Nacional pela votação e aprovação do PLN 16/2021 prevista para a próxima semana”, disse a nota da pasta.
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- 18/10/2021 - Sancionada lei de criação da Autoridade Nacional de Segurança NuclearA ANSN será responsável pela regulação, fiscalização e licenciamento no setor de energia nuclear
A ANSN será responsável pela regulação, fiscalização e licenciamento no setor de energia nuclear
Fonte: Gov.brPresidente da República, Jair Bolsonaro, sancionou lei originada na Medida Provisória nº 1049/2021 que cria a Autoridade Nacional de Segurança Nuclear (ANSN). A autarquia federal será responsável por monitorar, regular e fiscalizar as atividades e instalações nucleares no Brasil.
Com sede no Rio de Janeiro, a nova autarquia tem origem no desmembramento da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). As duas autarquias vão usar orçamento, estrutura e pessoal atualmente previstos para a CNEN. Desta forma, não haverá impacto orçamentário.
A ANSN ficará com a regulação, fiscalização e licenciamento, e a CNEN conduzirá os trabalhos de pesquisa e desenvolvimento do setor. Seguindo a competência de cada órgão, a CNEN continuará vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e a ANSN será vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME).
A criação da ANSN é uma consolidação de um novo marco legal nuclear em matéria de regulação, normatização, licenciamento, controle e fiscalização de elementos estratégicos. Segundo o texto, cabe à ANSN, entre outras atribuições, definir regras sobre: segurança nuclear; proteção radiológica; segurança física das atividades e das instalações nucleares.
Além disso, compete à nova autarquia regular e controlar estoques e reservas de minérios nucleares; e conceder licenças e autorizações para usinas nucleares, operadores de reator, pesquisas, e para o comércio interno e externo de minerais e minérios.
A criação da ANSN tem o objetivo de separar a pesquisa da regulação e, com isso, atender exigências de gestão e também obter mais celeridade nas atividades. Exigência da Convenção de Viena aderida pelo Brasil, a ANSN veio para cumprir o requisito de independência da autoridade nuclear, separando atividades que estavam sendo acumuladas pela CNEN. Além disso, permitirá que os setores de pesquisa e desenvolvimento e regulação atuem de forma separada com interlocutores distintos, trazendo benefícios para ambas as autarquias.
Com informações da Secretaria-Geral da Presidência da República
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- 18/10/2021 - Memórias e Histórias do CNPq – 70 anosFonte: Agência FapespAgência FAPESP – Para celebrar as sete décadas de contribuição do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para a ciência no Brasil, o Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST) promoverá amanhã (19/10) a nova edição do Encontro com a História em Casa. O tema será "Memórias e Histórias do CNPq – 70 anos”.
Desde a sua criação, em 1951, quando era chamado de Conselho Nacional de Pesquisas, a instituição atendia a uma antiga aspiração da comunidade científica por um órgão que promovesse e sistematizasse a pesquisa científica e o seu incentivo.
O encontro virtual, que integra a programação do MAST para o Mês Nacional da Ciência, Tecnologia e Inovações, promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), contará com a participação do físico e historiador da ciência Olival Freire, professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Ele fará uma homenagem ao historiador das ciências que mais publicou sobre a história do CNPq: o professor Shozo Motoyama (1940-2021).
O evento terá também a participação do professor Roberto Muniz, criador do "Projeto Memória do CNPq”, falando sobre o trabalho de documentação do acervo realizado no Centro de Memória da instituição. Por fim, a pesquisadora Gabriela Marinho, bolsista do Programa de Capacitação Institucional do MAST, fará uma introdução à história do fomento científico no Brasil a partir da base de dados sobre os cientistas que receberam bolsas e auxílios do CNPq, desde 1951 até 1973.
O encontro será transmitido a partir das 15 horas, pelo Canal do MAST no YouTube.
Mais informações pelo e-mail carlosbraz@mast.br.
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- 16/10/2021 - PODCAST - Fabio Coral FonsecaFonte: Revista FapespO físico Fabio Coral Fonseca, gerente do Centro de Células a Combustível e Hidrogênio do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, o Ipen, fala sobre a busca de uma tecnologia que permita usar etanol para movimentar carros elétricos.
Apresentação: Fabricio Marques
Produção, roteiro e edição: Sarah CaravieriLink para o podcast
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- 15/10/2021 - Elétricos movidos a etanolGrupos de pesquisa procuram desenvolver uma tecnologia que permita usar o combustível feito a partir da cana-de-açúcar na mobilidade elétrica
Grupos de pesquisa procuram desenvolver uma tecnologia que permita usar o combustível feito a partir da cana-de-açúcar na mobilidade elétrica
Fonte: Revista FapespCombustível renovável e amplamente disponível no país, o etanol está sendo avaliado como uma opção para movimentar veículos elétricos, substituindo a eletricidade da rede pública e dispensando o sistema de recarga do tipo plug-in, por meio de tomadas, das baterias de lítio. A corrida para que essa alternativa chegue ao mercado é disputada por grupos de pesquisa em universidades, empresas do setor automotivo e centros de estudos no Brasil e em outros países. A solução passa pelo desenvolvimento de um modelo de célula a combustível movida a etanol que seja técnica e economicamente viável. Espécie de bateria que converte a energia química em elétrica, as células a combustível tradicionalmente utilizam hidrogênio como insumo.
Algumas montadoras de automóveis e fabricantes de autopeças instalados no país firmaram acordos para o desenvolvimento dessa tecnologia. Parte desses entendimentos tem a participação do Centro de Inovação em Novas Energias (Cine), um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) apoiado pela FAPESP e a Shell que reúne pesquisadores das universidades Estadual de Campinas (Unicamp) e de São Paulo (USP) e do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen).
A parceria mais antiga e avançada envolve a montadora japonesa Nissan e o Ipen. Firmada em 2019, foi renovada em junho deste ano após obter avanços. "A tecnologia da célula a combustível a etanol permite abastecer o veículo com esse combustível em qualquer posto do país, como já ocorre hoje. A partir daí, o etanol é convertido [em moléculas de hidrogênio e gás carbônico] e o hidrogênio resultante do processo é injetado na célula, gerando a energia necessária para a propulsão do motor elétrico”, explica o físico Fabio Coral Fonseca, gerente do Centro de Células a Combustível e Hidrogênio do Ipen.
Hoje, os veículos automotores movidos a hidrogênio produzidos e comercializados no mundo por fabricantes como Toyota, Honda, BMW e Hyundai são dotados de tanques cheios desse gás. O combustível é bombeado para dentro da célula a combustível, onde sofre reações químicas e gera energia elétrica, que faz a propulsão do motor. O único resíduo devolvido à atmosfera pelo cano de escapamento é vapor d’água – ser ambientalmente sustentável é a grande vantagem dessa tecnologia.
A célula a combustível a etanol projetada pela Nissan e pelo Ipen aproveita o hidrogênio contido no etanol (C2H6O) para gerar energia. O processo, explica Fonseca, inicia-se quando um catalisador, composto por óxido de cério (CeO2) e metais preciosos, por exemplo, quebra as moléculas do etanol, separando o hidrogênio. Na sequência, esse gás é injetado em um dispositivo que opera entre 600 graus Celsius (oC) e 800oC. São as células a combustível de óxido sólido (SOFC), que levam esse nome porque seu eletrólito é composto por material sólido, geralmente um óxido. Reações eletroquímicas nas SOFC transformam o hidrogênio em eletricidade, que é armazenada numa bateria recarregável e utilizada para mover o veículo (ver infográfico).
A vantagem do novo sistema é que ele não demanda hidrogênio puro, como ocorre no modelo tradicional, e está apto a trabalhar com moléculas presentes no etanol, como o carbono, que é liberado durante o processo. "O veículo, portanto, não é isento de emissões de gases de efeito estufa, mas a emissão é neutralizada pelo plantio da cana-de-açúcar”, diz Fonseca. "É um combustível com cadeia produtiva sustentável.”
As pesquisas do Ipen têm como meta reduzir a temperatura de trabalho das SOFC para mais próximo de 600oC. Objetivam também substituir o uso de metais preciosos, como platina e irídio, que hoje fazem parte de sua composição, por outros economicamente mais acessíveis, como níquel, zircônio e nióbio. "Já estamos obtendo bons resultados trabalhando a 700oC”, informa Fonseca. Artigo detalhando esse avanço foi publicado em janeiro no International Journal of Hydrogen Energy.
Outra vantagem das SOFC reside em sua eficiência teórica, entre 10% e 20% superior às células a combustível tradicionais na conversão de energia química em elétrica. Em um primeiro protótipo de veículo dotado de célula a combustível a etanol, produzido pela Nissan em 2016, o automóvel abastecido com 30 litros de etanol rodou mais de 600 quilômetros.
Ricardo Abe, gerente sênior de engenharia da Nissan do Brasil, defende que as SOFC são uma solução para a eletrificação veicular, muito em razão da versatilidade de combustíveis que podem ser utilizados. "Elas podem ser alimentadas com etanol, biogás ou gás natural e utilizam infraestruturas de abastecimento já existentes”, informa. A Karma Automotive, companhia norte-americana especializada em veículos elétricos, anunciou que ainda este ano pretende realizar testes com carros movidos a célula a combustível a metanol, também conhecido como álcool metílico.
No Brasil, a montadora alemã Volkswagen anunciou em julho que irá constituir no país um centro de pesquisa e desenvolvimento (P&D) para biocombustíveis, e a célula a combustível a etanol é um dos objetivos. Procurada por Pesquisa FAPESP, a companhia informou que o centro de P&D ainda está em fase de estruturação e avaliou ser prematuro expor os trabalhos que serão desenvolvidos.
Plantação de cana de açúcar em Ipeúna, interior de São Paulo - Foto Leo Ramos ChavesUm consórcio de empresas reunindo as multinacionais Mercedes-Benz, Stellantis (Fiat, Chrysler, Opel, Peugeot e Citroën), Bosch, Umicore, especializada em processos limpos de produção, e a brasileira Ipiranga, estabeleceu dois acordos de parceria com o Ipen para o desenvolvimento de tecnologias para o uso de hidrogênio em veículos. Os projetos ainda estão em fase preliminar. Um deles envolve o uso de células a combustível de baixa temperatura, que opera por volta de 100oC, para o aproveitamento do etanol como combustível de carros elétricos. O outro projeto tem como meta um sistema que combine etanol e hidrogênio para abastecer os tradicionais motores a combustão.
Outro consórcio, formado por Volkswagen, Stellantis, Toyota, Ford, Shell, Bosch, AVL e a brasileira Caoa, também fechou um contrato de parceria com a Unicamp para desenvolver células a combustível a etanol. O projeto, coordenado pelo físico Hudson Zanin, da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação da Unicamp, é apoiado pela FAPESP e pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
Zanin explica que a proposta é utilizar células tipo SOFC de terceira geração que operam em temperaturas de 500oC a 600oC. As células serão produzidas na Unicamp por meio de manufatura aditiva (impressão tridimensional) e utilizará ligas metálicas, como aço inox, para formar camadas ultrafinas, robustas e termicamente seguras. Um modelo dessas células já está sendo produzido em escala experimental pela empresa inglesa Ceres Power Holdings. Na Europa, a nova célula está sendo projetada para trabalhar com metanol e gás natural. O trabalho da Unicamp prevê a construção de células SOFC de terceira geração no Brasil e o desenvolvimento de um catalisador próprio para operar com etanol. "Nossa expectativa é ter um modelo comercial dentro de cinco a sete anos”, diz Zanin.
Abe prefere não se comprometer com previsões sobre quando o sistema estará disponível para ser colocado no mercado. "Ainda estamos em fase de pesquisa e desenvolvimento. O fato é que identificamos o potencial e estamos acelerando os estudos voltados a desenvolver componentes para o projeto em escala comercial”, afirma. Para a química Ana Flávia Nogueira, diretora-executiva do Cine, a viabilidade da célula a combustível a etanol dependerá de sua internacionalização. "Para ter escala comercial, não pode ser uma tecnologia só do Brasil”, destaca. Zanin, porém, aposta que a tecnologia despertará o interesse de outros países produtores de cana-de-açúcar na África, América Latina e Ásia, principalmente na Índia, segundo maior produtor mundial, atrás apenas do Brasil.
O uso de um combustível renovável, como o etanol, no sistema de propulsão elétrica de veículos tem potencial de remover gargalos importantes relacionados à sustentabilidade ambiental. O hidrogênio é uma substância com alto poder calorífico, quase três vezes superior ao diesel, à gasolina e ao gás natural. Renovável, não emite poluentes na atmosfera, apenas vapor d’água.
Protótipo da Nissan equipado com célula a combustível movida a etanol - Foto NissanO problema é que produzir hidrogênio demanda muita energia. Ele é tradicionalmente obtido em um processo de eletrólise – a separação da molécula do hidrogênio (H2) do oxigênio (O) da água. Para ser ambientalmente sustentável, esse gás precisa ser classificado como verde, ou seja, não pode utilizar reservas de água potável e deve ser produzido com fontes renováveis de energia, como eólica, solar ou biocombustíveis, entre eles o etanol.
Outro desafio é que o hidrogênio é um elemento inflamável e precisa ser armazenado em tanques específicos, aptos a absorver choques e evitar explosões e qualquer vazamento. É preciso, ainda, construir uma rede de distribuição capaz de abastecer os veículos. "O uso do etanol permite aproveitar a rede de distribuição já existente e os tanques comuns utilizados nos veículos atuais”, diz Fonseca.
Os veículos elétricos tradicionais, do tipo plug-in, consomem eletricidade da rede de distribuição. No mundo, predomina uma matriz elétrica que utiliza combustíveis fósseis, o que reduz a sustentabilidade ambiental dessa solução. Outro problema são as baterias dos veículos, produzidas com lítio, um mineral que demanda muita água e energia em seu processo de extração. Além disso, gera impacto ambiental caso seu descarte, depois do uso da bateria, não seja feito de forma adequada, uma vez que se trata de um elemento inflamável. "Para ser verdadeiramente sustentável, o veículo elétrico precisa ter um combustível sustentável. É isso que a célula a combustível a etanol proporciona”, diz Zanin.
Para o Brasil, a tecnologia tem ainda uma outra utilidade. Permite sobrevida ao grande parque de produção de etanol, que corre o risco de cair em obsolescência quando os motores elétricos substituírem os atuais a combustão, o que deve ocorrer nas próximas décadas. O estudo "Electric vehicle outlook 2020”, da Bloomberg New Energy Finance, estima que 58% dos novos veículos comercializados no mundo em 2040 serão elétricos.
No Brasil, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) projeta que em 2031 o veículo elétrico já será vantajoso em termos de custos e, no mínimo, um terço dos carros novos no país em 2035 terá algum grau de eletrificação, seja plug-in ou híbridos, este último uma versão que une motor a combustão e propulsão elétrica.
Projetos
1.Rota sustentável para a conversão de metano com tecnologias eletroquímicas avançadas (nº 17/11937-4);ModalidadeCentros de Pesquisas em Engenharia (CPE);ConvênioBG E&P Brasil (Grupo Shell);Pesquisador responsávelFabio Coral Fonseca (Ipen);InvestimentoR$ 6.138.615,40.
2.Divisão para armazenamento de energia avançado (nº 17/11958-1);ModalidadeCentros de Pesquisas em Engenharia (CPE);ConvênioBG E&P Brasil (Grupo Shell);Pesquisador responsávelRubens Maciel Filho (Unicamp);InvestimentoR$ 7.407.307,17.
3.Divisão de pesquisa 1: portadores densos de energia (nº 17/11986-5);ModalidadeCentros de Pesquisas em Engenharia (CPE);ConvênioBG E&P Brasil (Grupo Shell);Pesquisadora responsávelAna Flávia Nogueira (Unicamp);InvestimentoR$ 7.997.384,81.
4.Estudos sobre o uso de bioetanol em células a combustível (nº 14/09087-4);ModalidadeAuxíio a pesquisa – Projeto temático;Pesquisador responsávelMarcelo Linardi (Ipen);InvestimentoR$ 2.997.714,00.Artigo científico
SILVA A. A. A.et al.The role of the ceria dopant on Ni / doped-ceria anodic layer cermets for direct ethanol solid oxide fuel cell.International Journal of Hydrogen Energy. 09 nov. 2020.
STEIL, M. C.et al.Durable direct ethanol anode-supported solid oxide fuel cell.Applied Energy. 1 ago. 2017 -
- 13/10/2021 - INB recebe licença inédita de dez anos para Fábrica de Combustível NuclearFonte: Diário do ValeResende – A Indústrias Nucleares do Brasil (INB) recebeu do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) a autorização de mais dez anos da Licença de Operação para a Fábrica de Combustível Nuclear (FCN), localizada em Resende/RJ. A licença inclui a Fábrica de Componentes e Montagem, a Fábrica de Reconversão e Pastilhas de Dióxido de Urânio e a Usina de Enriquecimento e vai até julho de 2031. As anteriores tinham entre 3 e 6 anos de validade.
O coordenador de Meio Ambiente e Proteção Radiológica Ambiental, Rodney Santos, explicou que o tempo ampliado de licença demonstra confiança do Ibama na INB e em seus processos. Desde 2013, a INB vem construindo um relacionamento mais próximo com o Instituto, que inclui visitas técnicas de ambas as partes, com objetivo de esclarecimento e atualização junto ao órgão ambiental sobre as atividades da empresa. "Essas reuniões foram muito proveitosas para entendimento recíproco e para que consolidássemos alguns trabalhos e exigências que estavam abertas”, destacou.
Conforme documento enviado à INB, a licença conta com algumas condicionantes, como continuidade dos programas ambientais realizados pela empresa e a construção de um depósito temporário de resíduos sólidos, cujo projeto básico já foi enviado ao órgão licenciador. Esse depósito é para armazenamento temporário de resíduos comuns como: vidro, metal, resíduos de construção civil, etc.
O coordenador frisou que para obter e manter a licença ambiental toda a empresa é envolvida: "Todos participam integralmente no cumprimento da licença, desde o presidente e diretores na gestão de recursos humanos e financeiro, até o operador de produção”.
Entre os programas exigidos pelo Ibama na nova licença estão: Programa de Avaliação Ambiental de Processos, Programa de Gerenciamento das Instalações e Adequações Ambientais, Programa de Educação Ambiental, Programa de Comunicação Social, Programa de Recuperação Ambiental em Bioma Mata Atlântica, Programa de Gerenciamento de Riscos Convencionais, Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, Programa de Monitoração Ambiental e Programa de Gerenciamento de Recepção de Dados Ambientais.
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- 11/10/2021 - FAPESP e Shell investirão R$ 63 milhões em pesquisas sobre mitigação de gases de efeito estufaFonte: Agência FapespAgência FAPESP – A FAPESP e a Shell anunciaram na sexta-feira (08/10) investimentos de R$ 63 milhões no Research Centre for Gas Innovation (RCGI), um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) com sede na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). Dessetotal, R$ 51 milhões serão aportados pela Shell, e R$ 12 milhões, pela Fundação. Esses recursos permitirão ao RCGI ampliar seu escopo de pesquisa para investigar também estratégias de mitigação das emissões de gases de efeito estufa (GEE).
O anúncio, realizado em solenidade na USP, contou com a presença do governador João Doria, da secretária de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen, do vice-presidente da FAPESP, Ronaldo Aloise Pilli, representando o presidente da Fundação, Marco Antonio Zago, do CEO da Shell do Brasil, André Lopes de Araújo, do reitor Vahan Agopyan, do vice-diretor da Poli, Reinado Giudici, e do diretor-geral do RCGI, Julio Meneghini.
"O bom papel é este. Quando o setor privado e o setor público, a academia, juntos, estabelecem metas e princípios para a execução de tarefas. É a continuidade disso que nos traz a satisfação de que estamos no caminho certo”, disse o governador. "O exemplo dessa parceria entre Shell, FAPESP e USP é muito simbólico. Estamos indo além no trabalho de redução de gases de efeito estufa e inovação do uso sustentável de gás natural pensando em biogás e hidrogênio, mas também avançando para captura e armazenamento de carbono”, afirmou a secretária de Desenvolvimento Econômico.
Constituído pela FAPESP e Shell em 2015, o RGCI conta com cerca de 400 pesquisadores atuando em 46 projetos de pesquisa focados em estudos avançados no uso sustentável do gás natural, biogás, hidrogênio, gestão, transporte, armazenamento e uso de CO2. Na avaliação do presidente da FAPESP, a ampliação do escopo de pesquisa direciona o RCGI para investigações relacionadas não apenas ao uso sustentável de energia, mas também às mudanças climáticas. "O combate às causas das mudanças climáticas globais é um importante desafio da humanidade, assumindo a posição de principal meta de todos os países, à medida que a ameaça da pandemia de COVID-19 se reduz”, sublinha.
Com a mudança de foco, o nome do RCGI passa a ser Research Centre for Greenhouse Gas Innovation, mantendo a mesma sigla, e incorporando cinco novos programas: Nature Based Solutions (NBS); Carbon Capture and Utilization (CCU); Bioenergy with Carbon Capture and Storage (BECCS); Greenhouse Gases (GHG) e Advocacy. Os cinco programas articulam 19 projetos de pesquisa, vários deles com potencial para serem disruptivos.
"O foco na mitigação do impacto das mudanças climáticas se alinha às estratégias da Shell do Brasil que mira a descarbonização”, disse o CEO da Shell do Brasil. O RCGI foi o primeiro CPE constituído pela empresa em parceria com a FAPESP; o segundo é o Centro de Inovação em Novas Energias (CINE), com sede nas universidades Estadual de Campinas (Unicamp) e de São Paulo (USP) e no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen). Araújo informou que um novo CPE está sendo planejado, o Offshore Innovations Science. "Ciência e tecnologia são fundamentais para a transformação da sociedade.”
O vice-presidente da FAPESP sublinhou, durante o evento, que, com o novo investimento da Fundação no RCGI, o total de recursos direcionados aos 22 CPEs constituídos pela FAPESP em parceria com empresas e universidades atinge a marca de R$ 1 bilhão. "Trata-se de um investimento de longo prazo, voltado para a solução de problemas. A pesquisa orientada para a missão tem orientado a FAPESP nos últimos anos”, ressaltou.
Os novos objetivos do RCGI foram apresentados pelo seu diretor-geral. "Sabemos que não bastam soluções que reduzam as emissões de gases de efeito estufa. É preciso ir além: capturar e armazenar carbono; transformar CO2 em matéria-prima para a indústria química; e superar gargalos de mercado, de regulação e de percepção pública”, destacou Meneghini. "É neste cenário que iremos atuar com nossos projetos”, resumiu.
O programa Nature Based Solutions, por exemplo, buscará soluções para promover o sequestro de carbono na vegetação e no solo com projetos de reflorestamento de espécies nativas, de restauração de pastagens degradadas, de sistemas integrados lavoura-floresta-pecuária. Também apoiará a prestação de serviços ecossistêmicos, além de dar suporte para a elaboração de políticas públicas e incentivar o bem-estar social.
Trilhar novas rotas químicas, biológicas ou eletroquímicas, transformando CO2 em matéria-prima para a indústria química, está no escopo do programa Carbon Capture and Utilization. Outra proposta inovadora é a aplicação da tecnologia de captura e armazenamento de carbono para a indústria de bioenergia, o que está previsto no programa Bioenergy with Carbon Capture and Storage. Nesse caso, o desafio será obter uma pegada negativa de carbono na cadeia de bioenergia, o que colocaria o Brasil na liderança mundial desse combustível.
Já o programa Greenhouse Gases trabalhará para encontrar meios de trazer maior confiabilidade no inventário de emissão de gases de efeito estufa do Brasil, além de desenvolver novas tecnologias para contê-las. "De nada adianta termos produtos e processos economicamente viáveis, com pegada zero de emissão, se não tivermos créditos de carbono de qualidade para comercializá-los”, ressaltou Meneghini. "Além disso, será necessário avaliar a viabilidade de cada um dos projetos em termos econômicos, jurídicos e sociais, a fim de desenvolver estratégias e apresentá-los aos grupos de interesse, o que caberá ao programa Advocacy.”
O vice-diretor-geral do RCGI, Alexandre Breda, executivo da Shell, também destaca que parte dos novos desafios do RCGI vai ao encontro das estratégias globais da empresa, que pretende ser neutra em carbono até 2050. "Além de um time excelente de cerca de 400 pesquisadores, hoje o centro tem um grau de maturidade e de organização que o habilita a enfrentar desafios complexos”, afirma.
Assista ao vídeo: https://youtu.be/78VRhZNl9M4
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- 09/10/2021 - Marcos Pontes diz que cortes na Ciência e Tecnologia ameaçam programas e bolsas e que foiO ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, fez referência ao corte de 90% dos recursos destinados à ciência em plena época de pandemia
O ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, fez referência ao corte de 90% dos recursos destinados à ciência em plena época de pandemia
Fonte: Site Brasil 247O ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, afirmou nessa sexta-feira (8) que o corte de dinheiro em sua pasta ameaçará programas, como o financiamento do Centro Nacional de Vacinas, e a concessão de bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ). O titular da pasta disse ainda que foi "pego de surpresa" pela decisão do Ministério da Economia, que determinou o corte de R$ 635 milhões do orçamento de bolsas de apoio à pesquisa e a projetos já agendados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
De acordo com o ministro, o dinheiro cortado seria usado para subvenção de empresas, para financiamentos de startups, para melhorar a infraestrutura de laboratórios de universidades, para manutenção de instituições, como o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) e bancar bolsas do CNPQ. Editais já lançados não poderão ser executados, se o corte não for revertido.
"Tudo isso passa a ficar em risco com a redistribuição desses recursos. Por isso que eu tenho falado da urgência da reposição para gente conseguir executar este ano. Não adianta vir o recurso em novembro, por que como a gente vai fazer um edital em um mês? Não é aplicável", disse.
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- 08/10/2021 - Comissão que analisa produção de radioisótopos faz novo debate na próxima quintaFonte: Agência Câmara de NotíciasA comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa a produção de radioisótopos de uso médico pela iniciativa privada realiza nova audiência pública na próxima quinta-feira (14).
O colegiado analisa a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 517/10, do Senado, que autoriza a iniciativa privada a produzir, sob regime de permissão, todos os radioisótopos de uso médico, quebrando o monopólio estatal no setor.
Hoje a iniciativa privada pode comercializar e utilizar apenas radioisótopos com meia-vida igual ou inferior a duas horas. Os outros radioisótopos só podem ser produzidos pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em São Paulo, e pelo Instituto de Engenharia Nuclear (IEN), no Rio de Janeiro.
No mês passado, no entanto, o Ipen, que é vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, suspendeu essa produção por falta de recursos. Alguns dias depois o Ministério da Economia liberou um crédito suplementar de R$ 19 milhões. Mas o Ipen afirma que precisa de R$ 89 milhões para o fornecimento de radioisótopos até o final deste ano.
Nesta quinta-feira (7), o Congresso Nacional aprovou um projeto que abre crédito suplementar de R$ 63 milhões para produção de radiofármacos. O texto ainda precisa ser sancionado pelo presidente da República.
A falta desses produtos pode prejudicar cerca de 2 milhões de pessoas.
Debatedores
Foram convidados para discutir o assunto com os deputados o representante do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI) contra-almirante Carlos André Coronha Macedo, e um representante da Amazul, entidade vinculada à Marinha do Brasil.
Desde 1979, a Marinha desenvolve um programa nuclear próprio em uma unidade localizada no município de Iperó (SP), cujo objetivo é construir um submarino de propulsão nuclear.
A audiência foi sugerida pelo relator da comissão especial, deputado General Peternelli (PSL-SP), e pelo deputado Zacharias Calil (DEM-GO)
A reunião será realizada às 9 horas, no plenário 13.
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- 08/10/2021 - Congresso aprova R$ 63 milhões para produção de radiofármacosNo total, projeto destina R$ 690 milhões para vários ministérios
No total, projeto destina R$ 690 milhões para vários ministérios
Fonte: Agência Câmara de NotíciasO Congresso Nacional aprovou nesta quinta-feira (7) o projeto que abre crédito suplementar de R$ 690 milhões para vários ministérios (PLN 16/21). Os recursos para produção de radiofármacos, que são utilizados em tratamentos contra o câncer, foram aumentados de R$ 26 milhões no texto original para R$ 63 milhões. O projeto foi aprovado por deputados e senadores e seguirá para sanção.
O presidente da Comissão Especial de Combate ao Câncer, deputado Weliton Prado (Pros-MG), comemorou a aprovação, lembrando da campanha Outubro Rosa, de prevenção ao câncer de mama. "É a doença que mais mata mulheres", observou.
"Os radiofármacos são fundamentais para salvar vidas. O câncer tem cura, mas se o tratamento demora, a doença avança e aumentam os custos de tratamento", disse o parlamentar.
A deputada Carmen Zanotto (Cidadania-SC) lembrou que a falta de recursos para os radiofármacos levou à interrupção do tratamento de pacientes ou de diagnósticos. "O País sofreu praticamente um colapso nesta área com dez dias sem a produção", afirmou.
Chantagem
O deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) acusou o governo de usar os radiofármacos para fazer uma chantagem pela aprovação do PLN 16/21. "Falta dinheiro para o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares porque o governo cortou", criticou.Chinaglia reclamou que os vetos que trancam a pauta deveriam ser votados antes dos PLNs que abrem créditos para o Orçamento deste ano. "A desculpa é a pandemia e as sessões remotas", lamentou.
O deputado ainda protestou contra o cancelamento de quase R$ 655 milhões que seriam destinados originalmente para projetos de pesquisa pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).
O senador Eduardo Gomes (MDB-TO) assumiu, no entanto, o compromisso de que o governo vai restabelecer os recursos não reembolsáveis para investimento em pesquisa. "Existem editais em andamento e projetos que podem ser executados neste ano", prometeu.
Já o senador Izalci Lucas (PSDB-DF) lamentou que 90% dos recursos do FNDCT estejam contingenciados. "Inovação tem que ser prioridade no País. Os poucos recursos do fundo são liberados no fim do ano para não dar tempo de lançar os editais. E então o dinheiro tem de ser devolvido para o Tesouro", relatou. "A expectativa era que, com o PLN 16/21, o edital para pesquisa saísse na semana que vem."
Contra o monopólio
O senador Alvaro Dias (Podemos-PR) defendeu a quebra do monopólio estatal da produção de radiofármacos. Ele é autor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 517/10, que autoriza a iniciativa privada a produzir, sob regime de permissão, todos os radioisótopos de uso médico.Alvaro Dias elogiou o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), por ter instalado a comissão especial para analisar a proposta. "Certamente vamos salvar vidas. Mesmo com todos os recursos, as estatais conseguem atender apenas metade da demanda de radiofármacos", ressaltou.
Outros ministérios
Aprovado pelo Congresso, o PLN 16/21 foi modificado pelo Poder Executivo e reduziu o valor originalmente alocado para pesquisa para atender outros ministérios. A suplementação ficou distribuída da seguinte forma:- Agricultura - R$ 58 milhões para modernização e fortalecimento da defesa agropecuária e sanidade agropecuária.
- Ciência e Tecnologia - R$ 7 milhões para gestão da política de ciência e tecnologia e fomento a projetos e programas.
- Comissão Nacional de Energia Nuclear - além dos R$ 63 milhões para produção de radiofármacos, outros R$ 19 milhões vão para o funcionamento das instalações laboratoriais que dão suporte operacional às atividades de produção, prestação de serviços, desenvolvimento e pesquisa.
- Educação - R$ 107 milhões vão para concessão de bolsas de estudo no ensino superior e R$ 5 milhões para o apoio ao desenvolvimento da educação básica.
- Saúde - R$ 50 milhões vão para o saneamento básico.
- Comunicação - R$ 100 milhões vão para apoio a iniciativas e projetos de inclusão digital.
- Desenvolvimento Regional - R$ 150 milhões vão para ações de proteção e defesa civil na gestão de riscos e desastres, R$ 100 milhões se destinam a integralização de cotas de moradia do Fundo de Arrendamento Residencial e R$ 2,2 milhões para obras de infraestrutura hídrica.
- Cidadania - R$ 28 milhões vão para projetos e eventos de esporte.
Reportagem – Francisco Brandão
Edição – Pierre Triboli
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- 07/10/2021 - Ministério da Economia corta 92% de recursos destinados à ciênciaDos R$ 690 milhões reservados para o Ministério da Ciência e Tecnologia, principalmente para bolsas e o CNPq, sobraram R$ 55,2 milhões
Dos R$ 690 milhões reservados para o Ministério da Ciência e Tecnologia, principalmente para bolsas e o CNPq, sobraram R$ 55,2 milhões
Fonte: MetrópolesNa noite desta quinta-feira (7/10), o presidente do Senado Federal,Rodrigo Pacheco (DEM-MG), recebeu um apelo em tom desesperado de oito entidades científicas. O grupo pede ajuda do Congresso para reverter uma decisão do Ministério da Economia, comunicada em ofício à Comissão Mista do Orçamento, de retirar 90% dos recursos que seriam destinados a vários projetos científicos, inclusive a bolsas e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Depois do pedido da equipe econômica do governo federal, dos R$ 690 milhões já previstos, sobraram apenas R$ 55 milhões (8% do total inicial). Os 92% retirados foram destinados a vários outros ministérios, como o Ministério do Desenvolvimento Regional, que agora receberá R$ 150 milhões para ações de proteção e Defesa Civil na gestão de riscos e desastres, R$ 100 milhões para a integralização de cotas de moradia do Fundo de Arrendamento Residencial e R$ 2,2 milhões para obras de infraestrutura hídrica.
O PLN 16 abria crédito suplementar e destinava o valor ao Ministério da Ciência e Tecnologia, utilizado principalmente para manutenção do CNPQ. Com a decisão, o valor mantido servirá apenas para o atendimento de despesas relacionadas à manutenção da produção de radiofármacos, que vinha ameaçada pela falta de dinheiro.
Na nota oficial, intitulada de Manobra do Ministério da Economia afronta a ciência nacional, as oito entidades científicas pedem aos parlamentares que revertam a decisão – o PLN 16 foi aprovado já nesta quinta-feira com a nova destinação de recursos. "Está em questão a sobrevivência da ciência e da inovação no país”, afirma o documento.
"A modificação do PLN 16, feita na última hora, no dia de hoje, pela Comissão Mista do Orçamento do Congresso Nacional, atendendo a ofício enviado ontem pelo Ministro da Economia, subtrai os recursos destinados a bolsas e apoio à pesquisa do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações e impossibilita projetos já agendados pelo CNPq. É um golpe duro na ciência e na inovação, que prejudica o desenvolvimento nacional. E que caminha na direção contrária da Lei 177/2021, aprovada por ampla maioria pelo Congresso Nacional.”
Entre as entidades que assinaram o apelo, está Associação Brasileira de Ciências, a SBPC, Andifes, Confap, Conif, Confies, Consecti e IBCHIS.
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- 07/10/2021 - Congresso aprova crédito extra para produção de remédios contra o câncerParlamentares aumentam o volume de recursos para assegurar a produção de radiofármacos, após instituto interromper o fornecimento por falta de verba para adquirir matéria-prima. Deputado de oposição critica "chantagem" do governo
Parlamentares aumentam o volume de recursos para assegurar a produção de radiofármacos, após instituto interromper o fornecimento por falta de verba para adquirir matéria-prima. Deputado de oposição critica "chantagem" do governo
Fonte: Correio Braziliense
Em sessão conjunta nesta quinta-feira, o Congresso Nacional aprovou o PLN 16/21, que destina um crédito suplementar para o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). A ideia é garantir o funcionamento de instalações de pesquisa e laboratórios e também viabilizar a continuidade da produção de radiofármacos— utilizados principalmente em exames e tratamentos de câncer.
O projeto foi apreciado poucas semanas depois de o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), responsável pela produção de radiofármacos, interromper o fornecimento dos medicamentos por falta de verba para adquirir matéria-prima. O Instituto chegou a ficar dois dias sem produzir radiofármacos em setembro até que o Ministério da Economia liberou R$ 19 milhões em crédito suplementar— que foi considerada insuficiente para manter os trabalhos até o fim do ano.
No PLN aprovado ontem, os recursos para a produção foram aumentados de R$ 26 milhões (como constava no texto original) para R$ 63 milhões. Vários parlamentares comemoraram a aprovação do projeto e ressaltaram que ele deve evitar novos apagões na produção de radiofármacos. Já o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) creditou a falta de recursos do Ipen ao governo federal.
"Chantagem"
Segundo ele, o PLN 16 foi, portanto, uma espécie de "chantagem”. "Fazem, digamos, uma verdadeira chantagem, porque é o mesmo governo que retirou dinheiro do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), que fabrica radioisótopos para radioterapia em quem tem câncer — portanto, é um motivo mais do que nobre apoiar recursos para o Ipen. Porém, é preciso registrar que está faltando dinheiro para o Ipen porque o governo cortou no orçamento”, afirmou.
O senador Alvaro Dias (Podemos-PR), por sua vez, defendeu a análise de outra proposta, de sua autoria, que quebra o monopólio da produção de radioisótopos e radiofármacos. O projeto praticamente não andou ao longo dos últimos 11 anos e voltou a tramitar esta semana, quando um requerimento para realização de audiência pública com o Ipen e o Instituto de Energia Nuclear (Ien) foi aprovado na Comissão Especial.
Infraestrutura
O Congresso também aprovou um PLN para reforçar o caixa de ministérios e projetos de infraestrutura. Serão mais de R$ 2 bilhões para esta finalidade. Os parlamentares também aprovaram um projeto do Executivo que destina R$ 944,4 mil para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) custear a observação internacional das eleições e para a divulgar a urna eletrônica fora do país.
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- 07/10/2021 - Comissão que analisa produção de radioisótopos ouve autor da proposta nesta quintaProdução desses insumos já foi paralisada por dez dias neste ano e falta de recursos pode acarretar nova interrupção
Produção desses insumos já foi paralisada por dez dias neste ano e falta de recursos pode acarretar nova interrupção
Fonte: Agência Câmara de NotíciasA comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa a produção de radioisótopos de uso médico pela iniciativa privada reúne-se nesta quinta-feira (7) com o autor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 517/10, senador Alvaro Dias (Podemos-PR).
Essa PEC autoriza a iniciativa privada a produzir, sob regime de permissão, todos os radioisótopos de uso médico, quebrando o monopólio estatal no setor. A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) continuará no controle da atividade.
Hoje a iniciativa privada pode comercializar e utilizar apenas radioisótopos com meia-vida igual ou inferior a duas horas. Os outros radioisótopos só podem ser produzidos pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em São Paulo, e pelo Instituto de Engenharia Nuclear (IEN), no Rio de Janeiro.
Sem dinheiro
No mês passado, no entanto, o Ipen, que é vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, suspendeu essa produção por falta de recursos. Alguns dias depois o Ministério da Economia liberou um crédito suplementar de R$ 19 milhões. Mas o Ipen afirma que precisa de R$ 89 milhões para o fornecimento de radioisótopos até o final deste ano.
A falta desses produtos pode prejudicar cerca de 2 milhões de pessoas.
Na terça-feira o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, voltou a afirmar, na Câmara dos Deputados, que o País corre o risco de enfrentar novas paralisações na produção de radiofármacos, caso o Congresso Nacional não aprove R$ 89,7 milhões em créditos suplementares para reforçar o caixa do ministério.Pontes já havia feito o alerta na semana passada à Comissão de Seguridade Social e Família.
A audiência com o senador Álvaro Dias foi sugerida pelo relator da comissão especial, deputado General Peternelli (PSL-SP), e será a primeira de uma série de debates previstos no plano de trabalho. A reunião desta quinta está marcada para as 9 horas, no plenário 6.
Tramitação
A admissibilidade da PEC foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania em 2013, mas a comissão especial só foi instalada no dia 28 de setembro.