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- 10/01/2022 - Codemge abre consulta para alienação da participação no MGgrafenoIniciativa visa a instalação da primeira planta industrial do material no país
Iniciativa visa a instalação da primeira planta industrial do material no país
Fonte: Agência MinasA Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge) abre consulta pública, de 10 a 28/1/2022, com a finalidade de receber manifestações de interesse do mercado para assumir posição contratual no MGgrafeno, incluindo posterior transferência da tecnologia desenvolvida no projeto.
O MGgrafeno é uma iniciativa da Codemge, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), que visa a instalação da primeira planta industrial de grafeno do Brasil.
Localizada em Belo Horizonte/MG, no CDTN, a planta-piloto é operacional desde 2018 e conta com laboratórios de alta tecnologia, equipamentos de ponta e mão de obra especializada na produção, caracterização e aplicação do material. Em 2021, o projeto alcançou a marca de 1,25 tonelada∕ano de capacidade produtiva de grafeno.
Outras informações a respeito da oportunidade de investimento, bem como os pré-requisitos das propostas e dos participantes, encontram-se disponíveis neste link.
Para análise interna da consulta, os interessados devem encaminhar as seguintes informações/documentos:
• Carta de manifestação de interesse preenchida (confira aqui);
• Estatuto ou Contrato Social em vigor, devidamente registrado no órgão competente, com respectiva(s) alteração(ões), ou última consolidação;
• Documentação do(s) representante(s) legal(is) da pessoa jurídica interessada que comprove os devidos poderes de representação, acompanhada de documento de identidade;
• Balanço Patrimonial Anual de 2020 da pessoa jurídica interessada, assinado pelo responsável técnico de contabilidade.
As manifestações de interesse, acompanhadas da documentação citada, e os pedidos de esclarecimento deverão ser encaminhados, no prazo indicado, para o e-mail consultapublicagrafeno@codemge.com.br. A Codemge divulgará as respostas no site da companhia, na página da consulta pública (http://www.codemge.com.br/consultaspublicas/).
MGgrafeno
Criado em 2016, o projeto MGgrafeno teve como objetivo inicial agregar valor ao grafite natural produzido no estado de Minas Gerais. A iniciativa tem trabalhado com foco na consolidação de processos e no desenvolvimento de tecnologia própria, 100% nacional.
O grafeno do projeto é obtido por meio da esfoliação mecânica, assistida quimicamente em meio aquoso, do grafite natural. O processo é reprodutível, escalável e com custo baixo. Todo o resíduo gerado é reutilizado ou reciclado, o ar é monitorado e 100% da água retorna ao ciclo, tornando a planta segura e sustentável.
Trabalham no MGgrafeno 60 profissionais, sendo 18 doutores e oito mestres, entre químicos, físicos, biólogos e engenheiros.
Três tipos de produtos são desenvolvidos no projeto MGgrafeno: grafeno de poucas camadas (um a cinco camadas, centrada em dois); nanoplacas de grafeno (seis a dez camadas, centrada em seis); nanografite – material com pelo menos uma dimensão em escala nanométrica. Cada produto tem aplicações específicas. Além da produção de grafeno em escala, o projeto já testou e demonstrou mais de 20 aplicações e materiais, com diversos parceiros empresariais.
Programa de gestão de portfólio
Com o objetivo de se tornar vetor de soluções para o desenvolvimento deMinas Gerais, promovendo a conexão entre o público e o privado, a Codemge instituiu em 2021 o Programa de Gestão de Portfólio. A ação, em curso, revisa sua carteira de ativos com foco na simplificação, na eficiência e em garantir maior retorno de iniciativas para Minas.
O programa inclui fundos de investimentos em participações e participações acionárias diretas, projetos de P&D, ativos imobiliários, direitos minerários, entre outros ativos. As oportunidades oferecidas a investidores são divulgadas pelo site da Codemge, em conformidade com a legislação e com as melhores práticas de mercado e de governança corporativa.
Codemge
A Codemge é uma empresa estatal, integrante da administração pública indireta do estado de Minas Gerais, organizada sob a forma de sociedade por ações. Tem como missão contribuir para o desenvolvimento de Minas Gerais, impulsionando estrategicamente a economia mineira. Integrante do Grupo Codemge, do qual a Codemig faz parte, a companhia é responsável por diversos ativos econômicos, em várias frentes de atuação, enquanto a Codemig se dedica ao nióbio. -
- 07/01/2022 - José Carlos, renomado pesquisador capivariano, da roça para doutorado em Stuttgart Universität, AlemanhaDr. José Carlos Bressiani, segundo filho do saudoso casal Otília Veronez Bressiani/Éttore Bressiani, o carismático Telê, trabalhou na roça, no armazem da família, na Fazenda Bressiani, onde morava, cursando até o 3º ano escolar primário, na Escola do Bairro Barnabé. Depois veio para Capivari cursar o 4º ano, morando com o avô Carlos Bressiani. Completado o primeiro ciclo escolar, parou de estudar, voltou para o trabalho no sítio por três anos.
Dr. José Carlos Bressiani, segundo filho do saudoso casal Otília Veronez Bressiani/Éttore Bressiani, o carismático Telê, trabalhou na roça, no armazem da família, na Fazenda Bressiani, onde morava, cursando até o 3º ano escolar primário, na Escola do Bairro Barnabé. Depois veio para Capivari cursar o 4º ano, morando com o avô Carlos Bressiani. Completado o primeiro ciclo escolar, parou de estudar, voltou para o trabalho no sítio por três anos.
Fonte: Correio de Capivari
Ávido por conhecimento, fez um cursinho de três meses com a profª Dorilda, prestou exame de admissão, sendo aprovado para cursar o Científico no Ginásio Padre Fabiano.
No término do Científico, sem cursinho, prestou vestibular e foi aprovado na Universidade Federal de São Carlos (1974), para a Faculdade de Engenharia de Materiais.
Tornou-se um dos pesquisadores mais respeitado na área, no Brasil e no mundo.
Continuou estudando, con cluindo seu mestrado em Tecnologia Nuclear pela Universidade de São Paulo (1980) e doutorado (Dr. rer. nat.) na área de Materiais – Stuttgart Universität (1984), Alemanha.Aposentou-se após 44 anos de trabalho no IPEN.
Foi agraciado com o título de Pesquisador Emérito do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares – IPEN em 30/08/2021 durante as comemorações de 65 anos do IPEN e 45 anos do Programa de Pós-Graduação do Instituto junto a USP.Vamos registrar aqui um pouco da vida acadêmica deste extraordinário capivariano, dr José Carlos Bressiani, que saiu da roça, estudou com fervor e extrema dedicação, ganhou os degraus do conhecimento, sendo reconhecido nacionalmente pelos seus trabalhos e pesquisas no IPEN – Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares.
Formou-se Engenheiro de Materiais pela Universidade Federal de São Carlos (1974), conquistou o mestrado em Tecnologia Nuclear pela Universidade de São Paulo (1980) e doutorado (Dr. rer. nat.) na área de Materiais – Stuttgart Universität (1984), Alemanha.
Pesquisador do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares – IPEN/CNEN-SP de 01/1975 até 09/2019 e professor de pós-graduação no Programa de Tecnologia Nuclear do IPEN, curso vinculado à Universidade de São Paulo até 2015.
Especialista na área de Engenharia de Materiais, com ênfase em Materiais Cerâmicos e Biomateriais. Chefe da Divisão de Materiais Cerâmicos de 1988 a 04/2004, Diretor de Pesquisa, Desenvolvimento e Ensino de 06/2004 a 12/2012 e Superintendente do IPEN de 12/2012 a 12/2016. Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear – RJ) de 07/2017 até 05/2019.
Foi membro da comissão setorial do RHAE-MCT (1988 a 1990); coordenador, vice-coordenador e membro do Grupo Técnico do Sub-programa de Novos Materiais do PADCT-MCT (08/1990 a 04/1995); membro da comissão organizadora de mais 40 congressos nacionais e internacionais; duas vezes Presidente da Associação Brasileira de Cerâmica (05/1991 a 06/1992 e 06/1998 a 06/2000) e Diretor da mesma de 1987 até 07/2014. Membro da Comissão de Pós-Graduação do IPEN a partir de 1997, Vice-Presidente a partir de 05/2000 e Presidente a partir de 01/2005 até 06/2013.
Diretor do Centro Franco-Brasileiro de Documentação Técnica e Científica, CenDoTeC de 05/2004 até 09/2013. Membro do Conselho de Administração das Indústrias Nucleares do Brasil – INB, de 01/2010 até 03/2014. Membro do Conselho Superior do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo de 02/2010 a 01/2014. Fundador e editor adjunto da revista Materials Research de 10/1998 até 2015;
Foi membro da comissão Editorial das revistas Cerâmica, Tile & Brick International e "Interceran – International Ceramic Review; ex-membro dos Comitês Assessores do CNPq e da do Conselho Técnico CAPES. Membro do Conselho Fiscal das Indústrias Nucleares do Brasil – INB, de 04/2014 a 03/2015.
Membro – Científico do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas – CBPF de 10/2014 a 10/2016.
Orientou mais de trinta mestrados e doutorados e publicou mais de 300 artigos científicos em revistas e anais de congressos.
Aposentou-se em 09/2019 após 44 anos de trabalho no IPEN.
Foi agraciado com o título de Pesquisador Emérito do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares – IPEN em 30/08/2021 durante as comemorações de 65 anos do IPEN e 45 anos do Programa de Pós-Graduação do Instituto junto a USP. -
- 05/01/2022 - FAPESP e Shell lançam chamada para constituir Centro de Inovação OffshoreNovo centro visa incorporar tecnologias e processos sustentáveis e de baixa emissão de carbono à produção de energia offshore
Novo centro visa incorporar tecnologias e processos sustentáveis e de baixa emissão de carbono à produção de energia offshore
Fonte: Agência FAPESP
A FAPESP e a Shell anunciaram a abertura de uma chamada de propostas para constituição do Centro de Inovação Offshore Shell Brasil-FAPESP (OIC). Propostas serão recebidas até 29 de março de 2022."Há mais de cinco anos a Shell e a FAPESP vêm investindo conjuntamente em pesquisa. Este modelo de parceria, com investimentos públicos e privados, potencializa exponencialmente a capacidade de geração de respostas. Esperamos que os pesquisadores do Estado de São Paulo apresentem propostas com perguntas científicas que valorizem ainda mais estes investimentos. O acordo propicia que o aporte de R$ 35 milhões pela FAPESP viabilize o aporte de R$ 52 milhões por parte da Shell nas diferentes instituições acadêmicas lideradas pela USP", afirmou Luiz Eugênio Mello, diretor científico da FAPESP.O OIC será o terceiro Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) constituído em parceria entre a FAPESP e a Shell. Já estão em operação o Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI), com sede na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e o Centro de Inovação em Novas Energias (CINE), com sedes na USP, na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen).No segundo semestre de 2022, após anúncio dos resultados, o OIC se juntará ao portfólio de núcleos mantidos pelos dez CPEs da FAPESP, que viabiliza sinergias entre a iniciativa privada e o setor acadêmico visando produzir e disseminar pesquisa de nível mundial, bem como gerar alto impacto econômico e social por meio da inovação.O novo centro se concentrará em pesquisas e tecnologias com potencial de impactar positivamente a forma como a indústria de energia offshore é construída e operada – iniciando a transição para a esperada produção de energia com redução de emissões e sustentabilidade.O edital define cinco áreas tecnológicas que devem ser abordadas pelo novo centro: processos inovadores; baixa emissão de gás carbônico offshore; saúde segurança e meio ambiente; materiais inovadores e nanotecnologia; e ciências computacionais e digitais.As propostas para a constituição do OIC devem prever no plano de pesquisa o desenvolvimento de um ou mais projetos para cada área tecnológica, com objetivos e metas específicos.O Centro de Inovação Offshore deverá ter sede em uma instituição de ensino superior e pesquisa no Estado de São Paulo, que será responsável pela coordenação científica dos projetos do centro e pela gestão e custeio das atividades administrativas ali desempenhadas.A instituição-sede também gerenciará, no âmbito da execução dos projetos, a participação de instituições parceiras, ou seja, outras empresas, instituições credenciadas, universidades ou startups que irão compor o seu ecossistema de pesquisa.Caberá também à instituição-sede apoiar o pesquisador responsável que responderá pela iniciativa do OIC e que liderará o comitê executivo do centro, órgão encarregado da supervisão de todas suas operações diárias. O pesquisador responsável terá como pares membros das instituições de pesquisa envolvidas, como os coordenadores de inovação e difusão, bem como da Shell (à qual cabem as posições do diretor-adjunto e do representante de inovação).FAPESP e Shell financiarão o novo centro por até cinco anos, renováveis por outros cinco, mediante aportes anuais de até R$ 17,5 milhões. Ao final de sua vigência, o OIC captará um volume total de recursos da ordem de R$ 87,5 milhões, divididos entre FAPESP e Shell na proporção de 40% e 60%, respectivamente.Propostas devem ser submetidas por meio do SAGe (https://fapesp.br/sage). Após o recebimento de todas as avaliações, revisores nomeados em conjunto por FAPESP e Shell enviarão um feedback aos proponentes.A chamada de propostas está disponível em: fapesp.br/15247. -
- 04/01/2022 - Estatal criada para permitir privatização de Eletrobras entra em operaçãoA ENBPar vai assumir a gestão de empresas como Eletronuclear e Itaipu e de políticas públicas
A ENBPar vai assumir a gestão de empresas como Eletronuclear e Itaipu e de políticas públicas
Fonte: ExameA nova estatal criada pelo governo para permitir a privatização da Eletrobras foi ativada nesta terça-feira. A Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional S.A. (ENBPar) é vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME), tem sede em Brasília e fará a gestão de empresas como a Itaipu Binacional e Eletronuclear, além de tocar políticas públicas.
A nota do MME que informa sobre a ativação da estatal cita que CEO da ENBPar será Ney Zanella dos Santos. Ele é Vice- Almirante da Marinha, presidente do Conselho de Administração da Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A (NUCLEP) e atuava como assessor especial de Gestão Estratégica do MME.
De acordo com a pasta, a gestão da Eletronuclear e Itaipu só passará para a ENBPar após a capitalização da Petrobras. A empresa vai tocar políticas como a universalização de energia elétrica (Luz Para Todos), Mais Luz para a Amazônia, contratos do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfra) e ações do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel).
Essas são atividades que estão sob comando da Eletrobras e não podem ser repassadas para a iniciativa privada.
A ENBPar vai assumir a administração de bens da União que estavam sob gestão da Eletrobras e dos contratos do Fundo Reserva Global de Reversão (RGR), assinados antes de 17 de novembro de 2016, que tratam de reversão, encampação, expansão e melhoria dos serviços públicos de energia elétrica.
O Ministério de Minas e Energia foi questionado a respeito de estrutura da estatal, início da administração das outras empresas e orçamento da ENBPar, mas não respondeu até a publicação desta matéria.
Em 2021, o governo havia separado R$ 4 bilhões no Orçamento para a constituição da ENBpar. Os recursos seriam usados para aquisição do controle da Eletronuclear e da parte que a Eletrobras possui no capital de Itaipu.
Na ocasião deste anúncio, o MME havia informado que, após a constituição, a nova estatal não dependeria de recursos da União para custeio de despesas, já que terá receitas das participações em Itaipu e na Eletronuclear, e também oriundas da gestão de políticas públicas.
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- 01/01/2022 - Japão vai ajudar Bill Gates na construção de reator nuclear experimentalAs obras do projeto do reator Natrium vão começar daqui a dois anos e vão contar com financiamento conjunto entre autoridades dos EUA e do Japão.
As obras do projeto do reator Natrium vão começar daqui a dois anos e vão contar com financiamento conjunto entre autoridades dos EUA e do Japão.
Fonte: Sputnik BrasilDuas grandes empresas industriais japonesas estão planejando se unir à empresa de capital de risco de Bill Gates a fim de fornecer suporte técnico para um reator nuclear de alta tecnologia que será construído no estado americano de Wyoming.As partes devem assinar um acordo em janeiro com a Agência de Energia Atômica do Japão (JAEA) e a Mitsubishi Heavy Industries para fornecer assistência industrial e dados dos próprios reatores avançados do Japão, informou o diário japonês Yomiuri no sábado (31), citando várias fontes próximas ao assunto.A Terra Power, um empreendimento de energia nuclear estabelecido por Gates, está planejando inaugurar a planta do reator Natrium em Wyoming já em 2028, com financiamento de autoridades norte-americanas para cobrir metade do projeto estimado em US$ 4 bilhões (cerca de R$ 22.3 bilhões).As obras de construção de um reator rápido compotência de 345.000 quilowatts, usando sódio como refrigerante, vão começar em 2024.A empresa de capital de risco de Gates planejava inicialmente trabalhar com a estatal China National Nuclear, mas as restrições aos acordos nucleares com Pequim, introduzidas pelo ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, forçaram a empresa a abandonar o plano. Os EUA têm uma longa história de rivalidade com a China e a Rússia, que também cogita construir e exportar reatores avançados.A JAEA, que tem vasta experiência em operar reatores rápidos resfriados a sódio, como o protótipo de reator rápido de Monju na província de Fukui e o reator experimental rápido Joyo na província de Ibaraki, fornecerá dados operacionais e projetos para a Terra Power.O Japão teve a amarga experiência de descomissionar seu protótipo de reator avançado Monju em 2016, um projeto que custou US$ 8,5 bilhões (cerca de R$ 47.4), mas proporcionou poucos resultados e anos de controvérsia. A instalação de Monju registrou acidentes, violações regulatórias e acobertamentos desde sua concepção. O desastre nuclear de Fukushima, em 2011, também contribuiu para o fechamento do reator. -
- 31/12/2021 - Alemanha desativa mais três usinas nuclearesFonte: Isto ÉDesligamento ocorre nesta sexta-feira e faz parte do plano do governo alemão de eliminar a energia nuclear do país até 2022. Greenpeace celebrou o fato projetando frase em uma das usinas. A Alemanha vai desativar na noite desta sexta-feira (31/12) mais três usinas nucleares, como parte do plano para eliminar a energia nuclear no país até 2022.
As usinas de Brokdorf, no estado de Schleswig-Holstein, e Grohnde, na Baixa Saxônia, devem parar de funcionar perto da meia-noite. A de Gundremmingen, na Baviera, deve encerrar a operação às 22h.
No entanto, a demolição legalmente prevista levará muitos anos para ser concluída.
Para celebrar o feito, na noite de quinta-feira, a organização não governamental Greenpeace projetou a frase "Por uma Europa sem energia nuclear” na torre de resfriamento da usina de Grohnde.
"A eletricidade vinda do vento e do sol já é significativamente mais barata do que a nuclear, e é mais segura. Para que a expansão das energias renováveis progrida com rapidez suficiente, a Comissão [da União Europeia] não deve classificar as energias perigosas e sujas, como a nuclear e o gás, como sustentáveis”, enfatizou o Greenpeace.
+ O economista Paulo Gala revela os caminhos para investir bem em 2022
+ Ministério da Agricultura suspende venda de 24 marcas de azeite irregulares
+ São Paulo suspende rodízio de automóveis em dezembro; veja as datas"Satisfação e Alegria”
Na cúpula do reator da usina Brokdorf, foi projetado "Fim! Finalmente!”.
"Estamos aliviados que o pior cenário de um colapso central como o de Chernobyl e Fukushima não ocorreu aqui”, declarou a Organização Antinuclear, responsável pelo ato.
Por mais de três décadas, centenas de milhares de pessoas se manifestaram contra a construção e operação da usina de Brokdorf.
"Isso nos enche de satisfação e alegria. O esforço valeu a pena”, anunciou a organização.
Fase final da eliminação do nuclear
Em 2022, apenas três usinas nucleares seguirão em funcionamento na Alemanha: uma na Baviera, uma em Baden-Württemberg e uma na Baixa Saxônia. No fim do próximo ano, elas também serão desligadas. No entanto, duas usinas que produzem combustível e outros elementos para exportação continuarão operando.
Em 2011, o governo alemão anunciou a eliminação progressiva da energia nuclear no país, após o devastador acidente com o reator em Fukushima, no Japão.
Recentemente, no entanto, o número de pessoas favoráveis à energia nuclear voltou a crescer porque, ao contrário da produção de eletricidade a partir do carvão, por exemplo, ela produz muito menos dióxido de carbono, prejudicial ao clima.
Outros países
Enquanto a Alemanha está eliminando todas as suas usinas nucleares, outros países como França, Reino Unido, Estados Unidos, Índia, Rússia e China continuam dependendo desse tipo de energia.
Globalmente, cerca de 440 reatores nucleares ainda estão em operação, fornecendo cerca de 10% da energia mundial. Cerca de 50 reatores nucleares estavam em construção este ano, 18 deles na China. Mais 300 usinas nucleares estão atualmente em fase de planejamento.
As emissões da energia nuclear são significativamente mais baixas do que as do carvão, petróleo e gás natural. Ainda assim, em comparação com a energia eólica e solar, os custos da tecnologia são muito mais altos e a construção de usinas nucleares leva muito mais tempo.
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- 29/12/2021 - Esvaziar IPEN “põe em risco a vida de 2 milhões de pessoas” que se tratam de câncer, alerta diretor do institutoGoverno cortou verbas do Instituto que fabrica radiofármacos usados no tratamento e no diagnóstico de câncer. Ao mesmo tempo, parlamentares ligados ao Planalto iniciaram tramitação da PEC para esvaziar instituto e privatizar o setor
Governo cortou verbas do Instituto que fabrica radiofármacos usados no tratamento e no diagnóstico de câncer. Ao mesmo tempo, parlamentares ligados ao Planalto iniciaram tramitação da PEC para esvaziar instituto e privatizar o setor
Fonte: Hora do Povo
O governo Bolsonaro cortou 44,8% dos recursos destinados à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), na Lei Orçamentária Anual 2021. O corte levou à paralisação, pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), da produção de radiofármacos e radioisótopos usados para o tratamento de câncer no Brasil. Em 2020, a verba repassada ao IPEN pelo governo federal foi de R$ 165 milhões. Neste ano, até agosto, o instituto recebeu pouco mais de R$ 91 milhões.Corte de Verbas
Este corte abrupto de verbas colocou em risco a vida de cerca de 2 milhões de pessoas em todo o país, segundo a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN). O IPEN é responsável pelo fornecimento de 25 tipos de radiofármacos aos laboratórios e hospitais de todo o Brasil. Cerca de 85% de toda a produção nacional desse tipo de medicamento, com material radioativo, sai de lá.
Os radiofármacos produzidos pelo IPEN têm duas funções. Uma é o tratamento em si que, no caso de alguns tipos de câncer, são a única opção. Outra é o diagnóstico por imagem – exames que ajudam a detectar a presença do câncer e de outras doenças. Com a falta de verbas, hospitais chegaram a cancelar tratamentos por causa do desabastecimento.
Paralelo aos cortes de verbas do governo que ameaçaram a vida das pessoas, avançou no Congresso Nacional a tramitação de uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que tem o objetivo de esvaziar a atuação do IPEN e transferir para grupos privados a responsabilidade pela importação e fabricação dos radiofármacos.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 517/10, do Senado, de autoria do senador Álvaro Dias (Podemos-PR), prevê a quebra do monopólio governamental para a produção dos radioisótopos. Hoje, a produção e a comercialização desses fármacos no Brasil são realizadas por intermédio da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e seus institutos, como o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), em São Paulo.
Segurança Nacional
A Constituição já autoriza, sob regime de permissão, a comercialização e a utilização de radioisótopos para pesquisa e uso médico. A produção por empresas privadas é permitida no caso de radiofármacos de curta duração (meia-vida igual ou inferior a duas horas). Ao defender a aprovação do texto da PEC, o General Peternelli, relator do projeto na Câmara, argumentou que a produção pela iniciativa privada "resultará em menores custos para a pesquisa, a produção e o uso de radiofármacos, pois eliminará gastos relacionados com o processo de importação, frete, seguros e câmbio”.
O superintendente do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, da Comissão Nacional de Energia Nuclear (IPEN-CNEN), Wilson Calvo, enviou carta aos parlamentares da Comissão Especial da Câmara dos Deputados e contestou as afirmações do relator. "Atualmente, o preço do gerador de 2.000mCi (radiofármaco) produzido pelo IPEN-CNEN é de R$ 6.835,00 e o praticado pela iniciativa privada é de R$17.200,00. Mesmo com a correção pela variação cambial do radioisótopo (99Mo), o preço desse gerador praticado pelo instituto passaria a R$8.885,50. Além disso, tratam-se de produtos injetáveis e o rigor da ANVISA e a saúde dos pacientes são prioritários”, informa Wilson Calvo.
Em entrevista ao HP, o superintendente do IPEN alertou que a PEC-517/2010, que abre caminho para a quebra do monopólio da União, não garante o investimento do Estado, imprescindível à modernização das instalações de produção do Centro de Radiofarmácia do IPEN/CNEN.
Calvo informou que, depois de ter sido adiada a votação algumas vezes e terem sido canceladas em duas ocasiões audiências públicas com entidades representativas da comunidade científica, a Proposta de Emenda à Constituição que autoriza a iniciativa privada a produzir e comercializar todos os radioisótopos de uso na medicina foi aprovada, no último dia 15 de dezembro, e deverá seguir para apreciação do Plenário da Câmara dos Deputados.
O especialista explicou que radioisótopos são os insumos necessários para a obtenção de radiofármacos (medicamentos que emitem radiação) utilizados no diagnóstico e tratamento de doenças, principalmente contra o câncer, cuja produção, atualmente, é monopólio da União, sob a responsabilidade do IPEN/CNEN.
50 Milhões de Procedimentos
"Nós não somos contra a iniciativa privada, mas o texto da PEC não garante, por exemplo, os recursos para a obtenção das boas práticas de fabricação (BPF) no IPEN/CNEN e o consequente registro definitivo dos produtos junto à Anvisa”, afirmou Calvo. Entre os 24 radiofármacos produzidos pelo IPEN/CNEN, atualmente, estão os geradores de 99mTc, responsáveis por 85% dos diagnósticos de doenças em Medicina Nuclear, e 21 produtos possuem registro na Anvisa "por meio de uso consagrado, com mais de 50 milhões de procedimentos realizados no País”.
Para produzir os geradores de 99mTc, o IPEN/CNEN depende 100% da importação do insumo, o radioisótopo 99Mo, fornecido pela Rússia, África do Sul e Holanda. Em mais de seis décadas de atuação, o Instituto só teve a produção comprometida em três situações: em 2009, com a paralisação do então principal produtor mundial de radioisótopos, o Reator Nuclear NRU, do Canadá; no auge da pandemia de Covid-19, em 2020, que comprometeu a logística de voos internacionais; e este ano, após o corte de 44,8% nos recursos destinados à CNEN, na Lei Orçamentária Anual 2021.
"E mesmo em 2020, com a pandemia, o IPEN/CNEN não deixou de abastecer as clínicas e os hospitais. Inclusive, na ocasião, nossos esforços foram reconhecidos pela própria SBMN [Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear] e pela Casa Civil [pronunciamento em cadeia nacional do ministro Braga Neto]”, ressalta Calvo. Em carta enviada ao superintendente, a diretoria da SBMN agradeceu ao Instituto "pela sua atuação, que possibilitou a chegada de insumos vindos da África do Sul até o Instituto de forma segura, em operação de repatriação de brasileiros e ação integrada com a CNEN, Casa Civil e os Ministérios da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e das Relações Exteriores (MRE)”.
Reator Multipropósito Brasileiro
Para o superintendente do IPEN, a principal saída para o Brasil é a consolidação do Projeto Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), a ser instalado em Iperó (SP), que vai garantir ao País autossuficiência na produção de radioisótopos, principalmente do 99Mo. "Além disso, o RMB pode ser também um potencial exportador desse radioisótopo, saindo o Brasil da condição de dependência total para a de fornecedor mundial. Mas isso deveria estar contemplado no texto da PEC-517/2010, e não está”, adverte Calvo.
Um dos pontos levantados por Calvo, em todas as suas manifestações sobre a PEC-517/2010, é justamente a necessidade de adoção de uma matriz autossustentável para o Instituto, de maneira que não dependa exclusivamente do Estado e que, no futuro, venha a ser praticado no RMB. Ou seja, um modelo em que os recursos da comercialização dos itens a serem produzidos e dos futuros serviços tecnológicos prestados sejam revertidos ao próprio produtor.
Essas medidas, segundo o superintendente do IPEN/CNEN, possibilitarão ampliar a oferta de diagnósticos e terapias a preços mais acessíveis ao Sistema Único de Saúde (SUS), expandindo e democratizando o atendimento aos usuários da rede pública. "Atualmente, dos 2 milhões de procedimentos realizados por ano, somente 25% são destinados à população que depende da rede pública de saúde. Entretanto, esta proposta de ampliação encontra-se em risco, da forma como está o texto da PEC-517/2010”.
Os países com maior número de procedimentos (diagnósticos e terapias) em Medicina Nuclear possuem seus próprios reatores nucleares de pesquisa, para produção dos radioisótopos localmente, tais como, Estados Unidos e Argentina, dentre outros. A entrega da comercialização dos radiofármacos para a iniciativa privada retirará do IPEN uma de suas principais fontes de receitas exatamente no momento em que está sendo construído o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) que tornará o Brasil, não só autossuficiente em produção de radiosótopos, mas também exportador do produto.
O IPEN-CNEN possui um Plano de Ação firmado com a ANVISA até 2025 e vem trabalhando na modernização de suas instalações de produção dos radiofármacos e geradores de 99Mo/99mTc no Centro de Radiofarmácia. Dessa forma, produzirá no conceito de Boas Práticas de Fabricação (BPF), e registrará seus 24 produtos atuais não mais na RDC 263/2019 (radiofármacos de uso consagrado) e sim na RDC 451/2020, a qual dispõe sobre o registro, notificação, importação e controle de qualidade de radiofármacos e substitui a RDC 64/2009, que criou esta classe de medicamentos no Brasil. O Centro de Radiofarmácia terá capacidade para duplicar sua produção, preparando-se, principalmente, para a entrada em operação do RMB.
Investimentos em Tecnologia Nacional"É uma pena que todo o investimento de R$ 14 milhões que está sendo feito para modernizar a Radiofarmácia do IPEN, por meio do nosso projeto aprovado na FAPESP, corra o risco de se perder com a entrada da iniciativa privada no mercado, se passar essa PEC do jeito que está sendo proposta. Lamentavelmente, nem mesmo a mídia está interessada nessa discussão, que pode significar um retrocesso na medicina nuclear do Brasil, no sentido de desfavorecer a população usuária do Sistema público de saúde”, comentou Marcelo Linardi, pesquisador aposentado e coordenador do Projeto "Capacitação científica, tecnológica e em infraestrutura em radiofármacos, radiações e empreendedorismo a serviço da saúde (PDIp)”.
Os geradores de 99Mo/99mTc são responsáveis por 85% dos diagnósticos de doenças em Medicina Nuclear. Principalmente, representam 72,8% do faturamento/arrecadação anual no Instituto, no total de R$ 120 milhões em 2019. Os radiofármacos de iodo-131 (131I), lutécio-177(177Lu) e gálio-67 (67Ga) respondem, respectivamente, por 13,18%, 4,38% e 2,71%. Assim, dos 24 produtos distribuídos pelo IPEN-CNEN apenas esses 4 (quatro) têm grande interesse comercial pelo setor privado.
O novo Modelo de Gestão ao Centro de Radiofarmácia do IPEN-CNEN, juntamente com a produção nacional de radioisótopos no RMB, possibilitará ampliar os procedimentos de diagnósticos e terapias, a preços muito mais acessíveis aos pacientes do SUS, democratizando-se a Medicina Nuclear no País. Atualmente, dos próximos 2 milhões de procedimentos por ano, somente 25% são destinados à população mais carente, a qual mais necessita de Política Pública do Estado.
O deputado Alexandre Padilha (PT-SP), vem tentando impedir a aprovação da PEC, afirmando que a produção de radiofármacos é questão de "soberania nacional” e será equacionada com a construção do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), em São Paulo. "A falta de recursos para a aquisição de insumos necessários para a produção de radiofármacos não pode servir de justificativa para a privatização de produtos que envolvem a segurança e soberania do País”, disse o deputado.
O reator poderá produzir os radioisótopos importados pelo IPEN. O tratamento é feito em cerca de 440 clinicas privadas e do Sistema Único de Saúde (SUS).
Na avaliação da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), a proposta de emenda à Constituição, se aprovada, vai retirar recursos do setor nuclear público brasileiro e prejudicar pacientes do Sistema Único de Saúde, com um possível encarecimento da produção. "Não podemos entregar a produção de insumos para a rede privada, sucatear o IPEN e encarecer produtos para o SUS”, afirmou a deputada.
Convocada duas vezes a se manifestar em audiência pública, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) foi comunicada do cancelamento poucas horas do início previsto para sua participação. Entretanto, em Carta Aberta divulgada em 18 de novembro, o presidente Renato Janine Ribeiro alertou que a "quebra do monopólio causará danos gravíssimos”, podendo trazer irremediáveis prejuízos à saúde da população brasileira”.
Segundo Janine, a aprovação da PEC-517/2010 também vai "afetar o desenvolvimento cientifico e tecnológico nesta área tão estratégica da medicina nuclear”. O presidente da SBPC lamentou o "cancelamento em cima da hora” e solicitou que a comunidade cientifica fosse ouvida para que pudesse "apresentar seus argumentos contrários a aprovação desta PEC”. De acordo com o presidente da SBPC, a entidade não obteve resposta da Comissão.
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- 27/12/2021 - Negociações para salvar acordo nuclear iraniano são retomadas em VienaFonte: UOLViena, 27 dez 2021 (AFP) - As negociações para tentar salvar o acordo nuclear iraniano, retomadas nesta segunda-feira (27) em Viena, serão "muito difíceis", alertou o coordenador da União Europeia (UE), Enrique Mora.Após cinco meses de interrupção, as conversas para salvar o acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano de 2015 foram retomadas no fim de novembro em Viena entre os países negociadores (Alemanha, França, Reino Unido, China, Irã e Rússia).Mora, que preside a reunião, indicou que todas as partes mostraram "uma clara vontade de trabalhar para o sucesso desta negociação", o que é "um bom presságio"."Vamos trabalhar seriamente nos próximos dias e semanas... será muito difícil", completou.Os negociadores trabalharão até a sexta-feira e darão uma pausa nas conversas durante o fim de semana por razões logísticas, revelou Mora.O acordo alcançado em 2015 concedia à República Islâmica o levantamento de parte das sanções que sufocavam sua economia em troca de uma redução drástica de seu programa nuclear, sob controle estrito da ONU.O que está em jogo nessa nova rodada de negociações é conseguir o retorno dos Estados Unidos ao pacto, depois que o país deixou o acordo em 2018 e restabeleceu as sanções contra o Irã. Os Estados Unidos participam indiretamente das negociações, já que Teerã se recusa a manter negociações diretas com Washington."Hoje se abre um novo ciclo de negociações. A questão das garantias e verificação" do levantamento das sanções americanas se Washington voltar ao acordo "está na ordem do dia", declarou o ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir-Abdollahian.- Petróleo iraniano -"O mais importante para nós é chegar a um ponto em que possamos verificar que o petróleo iraniano é vendido facilmente e sem limites, que o dinheiro do petróleo chegue às contas bancárias iranianas em moeda estrangeira e que possamos nos beneficiar de todas as receitas nos diferentes cenários econômicos", completou o chanceler."Chegamos a um documento comum sobre o programa nuclear e sobre as sanções. Hoje começarão as primeiras negociações [sobre este tema]", acrescentou.O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do Irã, Saeed Khatibzadeh, havia aconselhado "todos os participantes nas negociações a virem a Viena com a vontade de chegar a um bom acordo", já que o Irã se nega a "perder tempo e energia".Também lembrou que a delegação iraniana "se concentrará em dois assuntos: o levantamento das sanciones e a atividade nuclear".- 'O tempo está acabando' -Os Estados Unidos advertiram o Irã que não desejam que as discussões durem uma eternidade, mas, por ora, não deram nenhum ultimato.Restam apenas "umas poucas semanas" para salvar o acordo nuclear iraniano se Teerã continuar expandindo suas atividades atômicas no ritmo atual, assinalou na semana passada o negociador americano Rob Malley, que também alertou para uma "crise" em caso de fracasso da diplomacia.O mesmo tom é adotado por parte de França, Alemanha e Reino Unido (E3): "O tempo está acabando. Na falta de um progresso rápido, dada a velocidade de avanço do programa nuclear do Irã, o acordo logo se transformará em letra morta", advertiram altos funcionários.Em resposta ao restabelecimento das sanções contra si, o Irã deixou de cumprir gradualmente as limitações impostas a seu programa nuclear, apesar de negar qualquer intenção de desenvolver uma arma atômica.Nesse sentido, o diretor da Organização Iraniana de Energia Atômica, Mohammad Eslami, garantiu no sábado que a República Islâmica não tem a intenção de enriquecer urânio em mais de 60%, mesmo em caso de fracasso das negociações.O representante permanente da Rússia para as Organizações Internacionais em Viena, Mikhail Ulyanov, classificou a declaração iraniana como uma "mensagem positiva".Já o ministro das Relações Exteriores de Israel, Yair Lapid, cujo país teme que o Irã, país inimigo, venha a se equipar com a arma atômica, declarou nesta segunda-feira que "frear o programa nuclear de Teerã" é "o primeiro desafio para a política externa e de segurança de Israel"."Preferimos atuar através da cooperação internacional, mas, se for necessário, vamos nos defender sozinhos", acrescentou Lapid. -
- 22/12/2021 - INB e CDTN firmam contrato inédito que viabilizará estudos para o descomissionamentoFonte: INBNesta terça-feira (21/12), foi realizada a assinatura do contrato entre a Indústrias Nucleares do Brasil - INB e o Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear – CDTN para a realização de estudos hidrológicos, hidrogeológicos e isotópicos relacionados à Unidade em Descomissionamento de Caldas – UDC. O presidente da INB, Carlos Freire Moreira, abriu a solenidade que aconteceu através de uma plataforma de videoconferência. "Esse marco de hoje é o primeiro passo de outras oportunidades que surgirão de trabalho em conjunto”, afirmou.
Essa é a primeira vez que as duas instituições firmam um contrato. O diretor de Recursos Minerais da INB, Rogério Mendes Carvalho, destacou que similarmente ao que acontece com o ciclo do combustível nuclear, a mineração também tem um ciclo que começa com a prospecção e a exploração, passa pela engenharia e produção e termina no descomissionamento. "Cada vez mais, é importante a realização de uma mineração cuidadosa, responsável e bem planejada. As políticas de ESG (Environmental, Social e Governance) devem ser os pilares de sustentação do negócio da empresa e esse planejamento tem que ser realizado do início ao fim das atividades. Esse contrato permitirá à INB e ao CDTN o uso das melhores práticas, ferramentas e tecnologias pra obtenção de resultados”, disse.
O trabalho será fundamental para a UDC conforme explica o superintendente de Descomissionamento, Diógenes Salgado Filho: "Nós tínhamos propostas em nível conceitual. Com esses estudos, poderemos definir soluções para duas áreas vitais para a Unidade. Com isso, vamos poder caminhar a passos largos para o descomissionamento”.
O CDTN é uma das unidades de pesquisa da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), autarquia vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). As principais atividades do Centro hoje envolvem as áreas de tecnologia nuclear, minerais e materiais, saúde e meio ambiente. O diretor do CDTN, Luiz Carlos Duarte Ladeira, estava presente na cerimônia e afirmou: "O CDTN possui as condições para um olhar global que o diferencia de outros órgãos ou empresas e que, por isso, pode trabalhar desde o levantamento dos dados, passando pelas análises, tratando os resultados e modelagem e finalmente chegando ao diagnóstico, esperando que seja a resposta que a INB vem buscando ao longo desses anos”.
O presidente da CNEN, Paulo Roberto Pertusi, destacou a importância deste momento. "Esse evento é muito mais que uma assinatura do contrato, o simbolismo que representa para a área nuclear brasileira é muito grande. Tenho certeza que esse momento é o prenúncio de vários outros que acontecerão no setor nuclear brasileiro”, enfatizou. Pertusi também ressaltou que fica feliz em ver a INB atuando de forma autônoma, que ao se tornar empresa pública se desvinculou da CNEN que era sua maior acionista e reforçou a importância do trabalho da INB. "Uma atividade fantástica, que o país precisa conhecer e reconhecer esse trabalho fundamental para soberania brasileira”.
O documento foi assinado eletronicamente e comemorado por todos. Acompanharam a cerimônia outros representantes da INB, do CDTN, da CNEN e da Fundep.
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- 21/12/2021 - Gabryele Moreira estuda desigualdade de gênero na física nuclearEssa #MulherCientista é a primeira brasileira negra a receber o Prêmio Marie Curie da Agência Internacional de Energia Atômica – graças a suas pesquisas em desigualdade de gênero e em física médica.
Essa #MulherCientista é a primeira brasileira negra a receber o Prêmio Marie Curie da Agência Internacional de Energia Atômica – graças a suas pesquisas em desigualdade de gênero e em física médica.
Fonte: Super InteressanteNatural da periferia de Salvador (BA), Gabryele Moreira teve um choque quando foi realizar seu mestrado em tecnologia nuclear no Instituto de Pesquisas Energéticas Nucleares (IPEN), em São Paulo. "Eu conseguia me reconhecer nas pessoas quando estava na Bahia. Mas, quando cheguei ao IPEN, percebi que as pessoas pretas como eu eram minoria”, conta à Super.A pesquisadora da área nuclear teve muita influência de professoras negras quando estudava em uma escola pública próxima a uma unidade da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Foram essas mulheres que mostraram à Gabryele a importância do ensino superior, e a possibilidade de ingressar em universidades públicas a partir do sistema de cotas. Em São Paulo, por outro lado, ela não encontrava pessoas de sua cor à frente das salas de aula.Gabryele conta que começou a perceber, a partir do cotidiano do instituto, como o mundo da energia nuclear é dominado por homens brancos. Foi então que ela conheceu a WiN (Women in Nuclear), organização sem fins lucrativos que trabalha para que mais mulheres participem do setor nuclear, ocupando espaços de liderança."Às vezes, você precisa ter um choque para transformá-lo, em algum momento, em uma revolução”, afirma Gabryele. "Não dá para cruzar os braços.” Então, a pesquisadora decidiu investigar a desigualdade de gênero na área nuclear, partindo do IPEN – que é vinculado à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e localizado na Universidade de São Paulo (USP).
Junto às pesquisadoras Priscila Rodrigues, Karoline Suzart e Nelida Mastro, ela desenvolveu um estudo do perfil sociocultural das mulheres do instituto. Elas responderam perguntas sobre sua cor, naturalidade, áreas que atuam e se ocupam cargos de chefia. O formulário também questionava se elas eram orientadas, em seus estudos, por homens ou mulheres. A pesquisa ouviu também mulheres das áreas técnica e administrativa do IPEN.
Um total de 105 mulheres responderam ao questionário. Cerca de 84% delas se declararam brancas; 9,6% negras e 6,7% amarelas. "A maioria das mulheres são orientadas por homens brancos e há poucas mulheres em cargos de chefia. A gente também percebeu que a maioria das mulheres estavam na área de física médica”, explica Gabryele.
A física médica é uma área da física nuclear aplicada à saúde, que envolve a produção de medicamentos para tratamento de câncer – dos quais 85% produzidos no Brasil são feitos no IPEN. Pesquisadores da área são responsáveis por equipamentos usados na radiologia, além do planejamento e cálculo de doses para tratamentos de câncer.
Gabryele, que se formou em Física Médica pela Universidade Federal de Sergipe (UFS) em 2018, indica que as descobertas do estudo demonstram a feminilização da área de saúde – fenômeno que acontece porque as mulheres tradicionalmente estão envolvidas em tarefas relacionadas a cuidar, educar e servir.
A investigação e a pesquisa de mestrado – sobre análise de amostras biológicas, geológicas e ambientais em reator nuclear – renderam à Gabryele o Prêmio Marie Curie da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA, em inglês), ligada à Organização das Nações Unidas (ONU). Ela é a primeira mulher preta brasileira a receber a premiação.
O prêmio oferece uma bolsa de 10 mil a 40 mil euros para que pesquisadoras se mantenham na área nuclear. Gabryele também terá a possibilidade de estudar no exterior, fazendo um estágio na IAEA – na sede em Viena (Áustria) ou em instituições vinculadas.
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- 20/12/2021 - Crise climática traz uma nova chance para a energia nuclearEnergia nuclear é uma das fontes de baixo carbono mais confiáveis disponíveis no mundo
Energia nuclear é uma das fontes de baixo carbono mais confiáveis disponíveis no mundo
Fonte: CNN BrasilCriada na Finlândia, Iida Ruishalme sempre teve uma grande afinidade com a natureza, principalmente com a floresta, onde adorava fazer caminhadas com seus cães. Hoje, ela está preocupada que suas filhas não vivenciem dias tão idílicos com a aceleração da crise climática. No mês passado, a finlandesa embarcou em um trem noturno saindo da Suíça para se juntar a protestos pela energia nuclear na capital alemã, Berlim.
Ruishalme concorda que o mundo precisa de mais usinas de energia eólica e painéis solares. No entanto, o que ela e seus colegas manifestantes realmente querem é um compromisso com outra coisa: a energia nuclear.
"Temos que dar uma chance a essa tecnologia”, escreveu a mulher, uma das fundadoras da organização Mothers for Nuclear, juntando-se a dezenas de outras pessoas segurando cartazes na frente do Portão de Brandenburgo, um cartão-postal de Berlim.
A energia nuclear é uma das fontes de baixo carbono mais confiáveis disponíveis no mundo, mas as lembranças dos acidentes de Fukushima, Chernobyl e Three Mile Island ainda são muito vívidas, alimentando o ceticismo e o medo e impedindo investidores de financiar novos projetos.
As usinas nucleares também são notoriamente caras de construir. A construção tende a ultrapassar o orçamento e o prazo. Energia eólica e solar normalmente saem mais baratas. Como armazenar com segurança o lixo radioativo produzido pelas usinas é outra dor de cabeça.
A Alemanha começou a fechar seu parque nuclear depois do desastre de Fukushima de 2011 no Japão, quando um terremoto e tsunami provocaram o derretimento de três reatores em um dos piores acidentes nucleares de todos os tempos. Todos os seis reatores ainda em operação na Alemanha devem ser fechados até o final do ano que vem.
No entanto, a escala da crise climática está encorajando outros governos e investidores a dar outra olhada na indústria nuclear.
O investimento pesado em energia nuclear dependerá do que as pessoas têm estômago para fazer. A ativista finlandesa Ruishalme, por exemplo, espera que as pessoas coloquem suas ansiedades de lado.
"Nossos instintos não produzem soluções prontas”, afirmou, acrescentando que também já considerou isso "muito arriscado”, mas mudou de ideia depois de pesquisar os prós e os contras.
Grande decisão da Europa
A energia nuclear representa atualmente cerca de 10% da produção mundial de eletricidade. Em alguns países, a participação é ainda maior. Os Estados Unidos e o Reino Unido geram cerca de 20% de sua eletricidade a partir da fonte nuclear. Na França, são 70%, de acordo com a World Nuclear Association (Associação Nuclear Mundial).
O mundo está agora em uma encruzilhada nesse tema: a energia nuclear poderia ser expandida como uma fonte robusta para manter as emissões baixas ou todo o dinheiro pode ser gasto em fontes renováveis, que são mais rápidas de construir e mais lucrativas, mas muitas vezes isso acontece de forma desigual.
Os defensores enfatizam que a energia nuclear circula mesmo quando o sol não brilha e o vento não sopra.
"Precisamos que as energias renováveis sejam complementadas por uma fonte de energia confiável, 24 horas por dia, sete dias por semana”, afirmou James Hansen, cientista climático da Universidade Columbia que também participou da manifestação em Berlim.
O governo do Reino Unido concorda. Ele apoia a construção da primeira usina nuclear do país em mais de duas décadas no sudoeste da Inglaterra. Enquanto isso, o pacote de infraestrutura do presidente dos EUA, Joe Biden, inclui US$ 6 bilhões (cerca de R$ 34 bilhões) em subsídios para manter as usinas mais antigas funcionando. Já o presidente Emmanuel Macron anunciou recentemente que a França começaria a construir novas usinas pela primeira vez em quase 20 anos.
Isso coloca a França e a Alemanha em conflito antes da decisão crucial da União Europeia sobre classificar a energia nuclear como "verde” ou "transitória” em uma lista controversa de fontes de energia sustentáveis que será revelada na quarta-feira (22). O resultado pode desencadear uma onda de novos investimentos ou deixar a fonte nuclear de fora.
O chefe do clima da UE, Frans Timmermans, indicou recentemente que tanto a energia nuclear quanto o gás natural (que é composto principalmente do gás metano do efeito estufa) podem se qualificar para o financiamento verde.
"Acho que precisamos encontrar uma maneira de reconhecer que essas duas fontes de energia desempenham um papel na transição energética”, afirmou em um evento organizado pelo site Politico. "Isso não os torna verdes, mas reconhece o fato de que a energia nuclear, tendo emissões zero, é muito importante para reduzir as emissões, e que o gás natural será muito importante na transição do carvão para a energia renovável”.
Enquanto a energia nuclear produz emissões zero quando gerada, o urânio necessário para fazê-la precisa ser minerado, e esse processo emite gases de efeito estufa. No entanto, uma análise feita pela Comissão Europeia concluiu que as emissões da energia nuclear são aproximadamente as mesmas da energia eólica e menores que as da energia solar quando todo o ciclo de produção é levado em consideração.
Hansen, da Universidade Columbia, um defensor de longa data da energia nuclear, disse que ela é fundamental nos esforços globais de descarbonização e que a Alemanha não deve usar sua influência política para impedir novos investimentos.
"A consequência de tratá-la como não sustentável é que não teremos um caminho para limitar as mudanças climáticas ao nível que os jovens estão exigindo agora”, disse. "É muito importante que a Alemanha não possa impor essa política ao resto da Europa e ao mundo”.
Mas os políticos e especialistas alemães argumentam que os altos custos e o tempo necessário para construir novas fábricas (não menos do que cinco anos, e muitas vezes muito mais) significam que o dinheiro seria mais bem gasto em outro lugar.
A última palavra da ciência do clima apoiada pela ONU mostra que o mundo deveria reduzir as emissões quase pela metade nesta década para ter qualquer chance de limitar o aquecimento global a 1,50 C até o final do século, um limite vital para evitar o agravamento dos impactos climáticos. O mundo também deve buscar as emissões zero (net zero) em meados do século, significando que as emissões devem ser reduzidas o máximo possível e o restante deve ser capturado ou compensado.
As promessas atuais, incluindo aquelas feitas na recente cúpula do clima, a COP26 na Escócia, apenas fazem o mundo atingir um quarto desse caminho, de acordo com o Climate Action Tracker.
A Agência Internacional de Energia diz que a geração de energia nuclear deve ser mais do que o dobro entre 2020 e 2050 na busca pela emissão zero. Sua participação no mix de eletricidade diminuirá, mas isso porque a demanda por energia aumentará à medida que o mundo eletrificará o maior número possível de máquinas, incluindo carros e outros veículos.
No entanto, Ben Wealer, que pesquisa economia de energia nuclear na Universidade Técnica de Berlim, argumenta que o mundo não pode esperar novas usinas nucleares, especialmente porque os próximos oito anos são tão cruciais para a descarbonização.
"Olhando para os prazos, as usinas nucleares podem não ser uma grande ajuda no combate às mudanças climáticas”, opinou. "Elas bloqueiam o dinheiro necessário para as energias renováveis”.
Mesmo que o mundo tivesse mais tempo, os atrasos são um problema. A planta de Hinkley Point C no Reino Unido, por exemplo, citada acima como o projeto do sul da Inglaterra, deve ser concluída em meados de 2026, seis meses depois do planejado, e seus custos estão aumentando. O preço mais recente foi de £ 23 bilhões (cerca de R$ 173 bilhões), cerca de £ 5 bilhões (cerca de R$ 37 bilhões) a mais do que quando o projeto foi lançado em 2016.
Autoridades alemãs também argumentam que a falta de um plano global para armazenar lixo tóxico deve desqualificar a energia nuclear como uma fonte de energia "sustentável”.
Christoph Hamann, membro do escritório federal alemão para gestão de resíduos nucleares, enfatizou que os esforços do governo para construir locais subterrâneos onde os resíduos possam ser armazenados indefinidamente continuam sendo um trabalho contínuo.
"É um lixo muito tóxico e altamente radioativo, que está produzindo problemas pelas próximas dezenas de milhares, ou mesmo centenas de milhares de anos. Ao usar a energia nuclear, estamos legando esse problema para as gerações futuras”, disse Hamann.
Onda de financiamento
Não é apenas a Europa que tem ponderado a respeito da energia nuclear. O movimento mais forte em favor da energia acontece na China, onde há 18 reatores em construção, já que o maior emissor do mundo tenta se afastar do carvão. Isso é mais de 30% dos reatores sendo construídos globalmente, de acordo com a World Nuclear Association.
Além disso, o debate ficou mais complexo com o desenvolvimento de novas tecnologias nucleares, mostrando sinais de que podem gerar melhores retornos financeiros.
O governo dos EUA tem apoiado a TerraPower, a startup liderada por Bill Gates. A empresa, que quer erguer um projeto nuclear de próxima geração em um antigo centro de carvão em Wyoming, utiliza sal fundido para transferir calor do reator e usá-lo para gerar eletricidade, o que simplificaria a construção e permitiria o ajuste da produção para atender à demanda em constante mudança.
Enquanto isso, a Grã-Bretanha está apoiando que a empresa de engenharia Rolls-Royce construa reatores nucleares menores, que têm custos iniciais mais baixos. O argumento de venda pode ajudar a atrair investidores privados.
"É muitíssimo difícil para qualquer país alcançar ambições de emissões líquidas zero sem energia nuclear”, pontuou Tom Samson, CEO do novo empreendimento da Rolls-Royce.
As peças do reator Rolls-Royce são projetadas de forma que quase tudo possa ser construído e montado em uma fábrica, limitando o tempo necessário para montar seus componentes em um canteiro de obras caro. Inicialmente, a produção é estimada em £ 2,2 bilhões (cerca de R$ 15,6 bilhões) por unidade.
"Se você olhar para o passado, vai encontrar muitos exemplos de grandes projetos nucleares que tiveram dificuldades”, disse Samson. "Projetamos o nosso para ser diferente”.
Cerca de £ 210 milhões (cerca de R$ 1,585 bilhão) em financiamento do governo do Reino Unido permitirão que a empresa comece a se buscar aprovações regulatórias. Ela espera abrir três usinas na Grã-Bretanha e produzir cerca de duas unidades por ano, o que abasteceria dois milhões de residências. A primeira unidade deverá entrar em serviço no Reino Unido em 2031.
Para efeitos de comparação, espera-se que a estação de energia de Hinkley forneça eletricidade para seis milhões de residências.
Samson também enfatiza que reatores menores produzem poucos resíduos. Segundo ele, o combustível usado de um pequeno reator modular operando por 60 anos encheria uma piscina olímpica.
Fissão ou fusão?
De acordo com dados da empresa de pesquisas e dados PitchBook, startups de energia nuclear levantaram US$ 676 milhões (cerca de R$ 3,850 bilhões) em financiamento de capital de risco globalmente nos primeiros nove meses de 2021. Isso é mais do que o valor total arrecadado nos últimos cinco anos combinados.
O valor inclui o financiamento para startups que exploram a fusão nuclear, que tem atraído mais atenção. Os geradores de energia nuclear atualmente em operação usam tecnologia de fissão, que envolve a divisão do núcleo de um átomo. A fusão é o processo de combinar dois núcleos para criar energia – frequentemente chamada de energia do sol ou das estrelas.
Os cientistas ainda estão tentando descobrir como gerenciar com sucesso uma reação de fusão e transformá-la em um projeto comercialmente viável. Mas os investidores estão cada vez mais entusiasmados com seu potencial, uma vez que não produz resíduos radioativos remanescentes e a tecnologia não apresenta risco de derretimento no estilo de Fukushima, nem depende do urânio.
A Helion, uma startup de fusão com sede nos Estados Unidos, anunciou no mês passado que arrecadou US$ 500 milhões (cerca de R$ 2,850 bilhões) em uma rodada liderada por Sam Altman, o ex-presidente da Y Combinator.
Enquanto o mundo pondera qual caminho usar a energia nuclear, pode levar anos até que esteja claro qual é o caminho certo a seguir. Um olhar sobre a Alemanha e a França daqui a 10 ou 20 anos pode fornecer a resposta.
Em última análise, os argumentos sobre emissões, confiabilidade e economia podem ser deixados de lado. O verdadeiro futuro da energia nuclear pode depender da opinião pública.
"Se houver um acidente nuclear, algo grande, isso pode matar toda o setor”, afirmou Henning Gloystein, diretor de energia, clima e recursos do Eurasia Group.
Xiaofei Lu contribuiu nesta reportagem.
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- 16/12/2021 - Proposta macabra. Facada no projeto do reator multipropósito.Fonte: Blog Tania MalheirosEm mais um ano marcado pelo sofrimento dos brasileiros com a pandemia da Covid-19, a alta do desemprego e a crise econômica sanitária que o governo Bolsonaro colocou o país, temos sofrido também a descontinuidade de políticas e serviços públicos, como forma primária de justificar a redução dos investimentos e sua posterior privatização. Um dos principais exemplos desta agenda nefasta é o desfinanciamento do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), que por mais de uma vez, interrompeu a produção de radiofármacos devido a suspensão de repasses do governo federal.O IPEN é uma das principais instituições de pesquisa técnico-científica e de desenvolvimento tecnológico do nosso país. Administrado pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), autarquia do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), o órgão é fundamental na garantia do direito à saúde, através da produção de radiofármacos.
É uma indústria radiofarmacêutica de excelência e, além de sofrer com a ausência de recursos, foi golpeada com a PEC 517/2010, de autoria do Senador Álvaro Dias, que busca determinar que, sob regime de permissão, serão autorizadas a comercialização e a utilização de radioisótopos para a pesquisa e usos agrícolas e industriais, e a produção, a comercialização e a utilização de radioisótopos para a pesquisa e uso médicos.
Discutimos a PEC por mais de um mês e meio na Comissão Especial criada para analisar a proposta e junto com outros parlamentares da oposição, após muitas obstruções, impedimos que o texto original fosse aprovado pelo que ele significa de ataques ao direito à saúde dos brasileiros e a soberania nacional. Um projeto macabro de concentração e abandono da maioria da população brasileira no acesso a esses serviços.
A quebra do monopólio para os radioisótopos de meia-vida curta não proporciona a democratização do acesso, pelo contrário. A atuação da iniciativa privada se concentrou nas capitais do Sul e Sudeste, onde evidentemente há retorno dos investimentos. Desta forma, a expansão do acesso e dos serviços não se deu pela quebra do monopólio, ação que fica evidente ao identificarmos que o IPEN continua responsável pela quase totalidade da oferta dos radiofármacos usados no SUS e na saúde suplementar no Brasil.
Com destaques, o texto foi aprovado na Comissão e caso também seja no plenário da Câmara dos Deputados vai significar que: o governo federal vai se sentir desobrigado a manter investimentos no IPEN; uma empresa que registrar qualquer produto na Anvisa, o IPEN estará impedido de o produzir; medicamentos que já são caros ficarão ainda mais e aumento de lobbies para pressão no orçamento do SUS e aumento na mensalidade dos planos de saúde.
Além da área da saúde, a proposta dá uma facada no projeto do reator multipropósito, que garante soberania de produção do insumo para que o Brasil não precise mais importar.
Esse relatório vai asfixiar o IPEN, aumentar o valor dos insumos, tirar mais dinheiro do SUS e dos usuários dos planos de saúde, concentrar os serviços para um mercado menos aquecido e inviabilizar o projeto do reator multipropósito.
Todas as audiências públicas da Comissão foram acompanhadas pelos trabalhadores do IPEN que, durante mais de 60 anos de atividade, exerceu o seu papel de principal fornecedor de radiofármacos para clínicas e hospitais instalados por todo o país e nunca faltou com o que a Constituição brasileira estabelece como obrigação do Estado. Inclusive, em conjunturas extremamente adversas, como a atual de pandemia, com o atendimento de 100% da demanda.
A tramitação da PEC segue no Congresso e qualquer marco legal em relação aos radioisótopos deveria ter como ponto central o direito à saúde e à vida, estabelecidos com a nossa Constituição, que determina que o direito à saúde da população não deve ser algo movido aos interesses do mercado. Pode haver parceria privada no desenvolvimento e tecnologia, mas desde que liderada pelo interesse público, pelo SUS. Vamos permanecer na luta para que o direito seja garantido.
Alexandre Padilha - Médico, professor universitário, deputado federal (PT-SP), ministro da Coordenação Política de Lula e da Saúde de Dilma e Secretário de Saúde na gestão Fernando Haddad na cidade de SP.
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- 15/12/2021 - Medicina nuclear: produção de medicamentos para combater o câncer nas mãos da iniciativa privadaFonte: Blog Tania MalheirosA comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa a possibilidade de produção de radioisótopos de uso médico pela iniciativa privada concluiu na noite desta quarta-feira (15) a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 517/10, de autoria do senador Álvaro Dias (PSDB-PR). O último destaque ao relatório do deputado General Peternelli (PSL-SP) foi rejeitado. O texto poderá seguir para análise do Plenário da Câmara.A proposta aprovada quebra o monopólio do governo para a fabricação de radioisótopos. Atualmente, a produção e a comercialização desses fármacos no Brasil são realizadas pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares da Comissão Nacional de Energia Nuclear (IPEN-CNEN). O General defende que a privatização reduzirá os custos da produção. A direção do IPEN afirma que é o contrário.
A Constituição autoriza hoje, sob regime de permissão, a comercialização e a utilização de radioisótopos para pesquisa e uso médico. A produção por empresas privadas, no entanto, só é aceita no caso de radiofármacos de curta duração (meia-vida igual ou inferior a duas horas).
Radioisótopos ou radiofármacos são substâncias que emitem radiação usadas no diagnóstico e no tratamento de diversas doenças, principalmente o câncer. Um exemplo é o iodo-131, que emite raios gama e permite diagnosticar doenças na glândula tireoide.
Os deputados Alexandre Padilha (PT-SP), Jorge Solla (PT-BA) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ), entre outros, criticaram a matéria. Na avaliação dos parlamentares, a PEC 517/10, se aprovada, vai retirar recursos do setor nuclear público brasileiro e prejudicar pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), com um possível encarecimento da produção.
São dois milhões de procedimentos por ano por clinicas privadas e do SUS. "Apenas reivindicamos que a regulação desse processo fosse pública, pelo SUS. A lógica do preço cobrado desse radiofármaco tem que ser a da regulação pública. Não pode ser a lógica da iniciativa privada, que pratica hoje um preço quase três vezes maior que o do País”, afirmou o deputado Alexandre Padilha.
Fonte: Agência Câmara de Notícias – Foto: General Peternelli. Leia diversas matérias sobre o assunto, entre elas, a carta do presidente do IPEN, na semana passada.
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- 11/12/2021 - Estudante da USP é primeira brasileira preta premiada com bolsa de agência nuclear internacionalAna Gabryele Moreira, natural de Salvador (BA), é mestranda na capital paulista e terá incentivo após analisar a participação das mulheres na área nuclear do IPEN. Ela recebeu o Prêmio Marie Curie da Agência Internacional de Energia Atômica.
Ana Gabryele Moreira, natural de Salvador (BA), é mestranda na capital paulista e terá incentivo após analisar a participação das mulheres na área nuclear do IPEN. Ela recebeu o Prêmio Marie Curie da Agência Internacional de Energia Atômica.
Fonte: G1
Estudante de física médica na Universidade de São Paulo (USP), Ana Gabryele Moreira, de 29 anos, seguirá o mestrado fora do país em 2022. Isso porque ela se tornou a primeira mulher preta brasileira a receber o Prêmio Marie Curie da Agência Internacional de Energia Atômica (de sigla IAEA, em inglês), ligada à Organização das Nações Unidas (ONU).
Nascida no bairro de Cajazeiras, área periférica da capital baiana Salvador, a jovem contou com uma série de mulheres a incentivando em sua trajetória escolar. Ela levou o prêmio justamente através de uma análise sobre a participação delas na área nuclear.
Com a conquista do prêmio, a jovem preta terá uma bolsa de 10 mil a 40 mil euros para estudar no exterior a partir do ano que vem. Ainda não está definido o local, podendo ser a sede da Agência, que fica em Viena, na Áustria.
Em 2020, a IAEA iniciou um trabalho para incentivar mulheres a ingressarem no mundo da energia nuclear. Como explica Gabryele, contemplada nesta segunda edição do prêmio, a área é praticamente toda dominada por homens brancos.
"Desenvolvi uma pesquisa junto ao instituto e a WiN Brasil para entender o perfil sociocultural dessas mulheres. Foi perguntado cor, naturalidade, se são orientadas por homens ou mulheres, áreas que mais atuam, mulheres que são referências no instituto pra elas, se tem cargo de chefia", conta, sobre a pesquisa "Estudo do perfil sociocultural de mulheres que atuam em um instituto nuclear brasileiro", feito por ela, Priscila Rodrigues, Karoline Suzart e Nelida Mastro.
Resultados da pesquisa
Ana Gabryele traçou o perfil sociocultural dessas mulheres. Nos resultados, com base em respostas voluntárias, as raras mulheres que ocupam espaços são divididas em 84% brancas e apenas 10% pretas. "Não há nenhuma indígena e há poucas mulheres ocupando cargos de chefia", completa.
O estudo da física nuclear contempla, além do estudo na área nuclear em reatores e usinas, a produção de medicamentos para tratamento de câncer, utilizados hoje pelo SUS. São calibrados equipamentos utilizados na radiologia, detectores de radiação e é feito o planejamento e cálculo de doses corretas para tratamentos de câncer, como em Física Médica, por exemplo.
São funções, como conta a estudante preta, mais voltadas para a saúde. E é onde as mulheres aparecem mais. "Escolher áreas da biomédica sugere feminilização da ocupação. A profissionalização feminina, há séculos, estava relacionada a funções que mulheres desempenham tradicionalmente, atividades como cuidar, educar, servir, que eram entendidas como dom ou vocação".
Apesar de estudar tecnologia nuclear, Ana também segue como estudante de física médica. Paralelamente, busca mostrar os trabalhos dessas mulheres, entre elas Linda Caldas, Constância Pagano, Mitiko Saiki, Denise Furgaro e Maria Elisa Rostelato. "São as mais citadas e reconhecidas entre as mulheres do instituto", pontua.
"Teve o trabalho de um homem, aqui no Brasil, em que ele cita 16 homens na física nuclear, nenhuma mulher. E trazemos justamente essa crítica, que tem mulheres muito boas trabalhando na física nuclear do Brasil, reconhecidas internacionalmente, e mulheres não são citas", exemplifica, ao citar o livro "O Programa Nuclear Brasileiro", de Carlo Patti, analisado em uma dissertação de Camila Faiçal Cruz.
Trajetória até o estudo internacional
Desde a formação em escola que ficava próximo a uma unidade da Universidade Federal da Bahia, onde explicavam a importância do ensino superior, foram as mulheres responsáveis por instigar Ana Gabryele. Ela é a primeira pessoa da família a ingressar na universidade pública graças, como ela conta, ao sistema de cotas.
Filha de um trabalhador de transporte coletivo e uma dona de casa, ela tentou por cinco anos entrar na UFBA, até passar na Universidade Federal de Sergipe, depois de ter feito um curso tecnológico em radiologia. Ali, recebeu o conselho de ir para a física médica. Deu certo.
"A partir disso, durante toda a minha graduação, dependi de auxílio permanência e moradia estudantil, como o Reuni. Sem todos esses auxílios não seria possível para mim permanecer na universidade", relembra. "Eu sou apenas uma dos milhares de jovens com origens e trajetórias semelhantes: periféricas e pretas, que precisam desta oportunidade e condições para poder sonhar com o que estou vivendo agora. Esses auxílios sofrem cortes orçamentários, devido a ações do governo federal no atual momento", critica.
As professoras do ensino básico deram lugar às orientadoras Divanizia Nascimento, Ana Maia, Susana Lalic, Marcia Attie e Laélia Campos, do curso de Física Médica da Universidade Federal do Sergipe, onde Ana se formou. Elas incentivam as estudantes durante a graduação a conquistarem novas possibilidades no meio acadêmico. Foram elas as responsáveis por provocarem Ana a se mudar e estudar em São Paulo, no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), dentro da USP – onde fica o primeiro reator nuclear do Brasil e onde algumas delas se formaram.
É nele que são produzidos 25 medicamentos diferentes para o tratamento de câncer, os chamados radiofármacos. Cerca de 85% destes medicamentos no país são feitas no instituto.
O IPEN é vinculado à Comissão Nacional de Energia Nuclear, a CNEN, que fiscaliza e regulamenta o uso da energia nuclear em todo o país. Internacionalmente, o CNEN se reporta à Agência Internacional de Energia Atômica. Estava feito o elo para Ana Gabryele tentar - e conseguir - sua bolsa.
"A área nuclear é muito voltada para homens brancos e a agência está com projeto de equidade de gênero", diz Ana. Para alterar a situação atual, surgiu o WiN (Mulheres na área nuclear, em tradução livre do inglês) – entre eles Win Brasil (Mulheres do Setor Nuclear Brasil), entidade presidida por Danila Dias.
"O propósito é fazer análise quantitativa, promover ações, eventos científicos, desmistificar e incentivar meninas e mulheres a entrarem na área, além de garantir que se tenha um espaço para elas se sentirem acolhidas", afirma a estudante.
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- 08/12/2021 - Medicina Nuclear: adiada votação visando privatizar a produção de medicamentos contra o câncerFonte: Blog Tania MalheirosA Comissão Especial da Câmara dos Deputados adiou a votação da proposta que prevê a possibilidade de produção de radioisótopos de uso médico pela iniciativa privada, que estava marcada para esta quarta-feira (8). A nova data da votação ainda não foi marcada. A produção de radiofármacos (medicamentos que emitem radiação para o combate ao câncer), a partir de radioisótopos (insumos) é de responsabilidade do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares da Comissão Nacional de Energia Nuclear (IPEN-CNEN), com mais de 60 anos de existência.Os destaques apresentados pelo PT estavam previstos para serem votados pelo colegiado hoje, mas a reunião foi encerrada em razão do início das votações no Plenário. O deputado Alexandre Padilha (PT-SP), que apresentou os destaques, pediu para que cada um dos três tópicos da proposta seja votado separadamente. O texto-base do relator, deputado General Peternelli (PSL-SP) já foi aprovado na semana passada.
A quebra do monopólio para a produção desses fármacos está prevista na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 517/10, do senador Álvaro Dias (PSDB-PR), que tem sido condenada por entidades como a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). O presidente da SBPC, Renato Janine Ribeiro, vem denunciando que sua presença tem sido vetada nas audiências e alerta que a quebra do monopólio causará danos gravíssimos.
"Entendemos que poderá trazer irremediáveis prejuízos à saúde da população brasileira, além de afetar o desenvolvimento cientifico e tecnológico nesta área tão estratégica da medicina nuclear, a comunidade cientifica gostaria de ser ouvida para que possa apresentar seus argumentos contrários a aprovação desta PEC.”
A Constituição autoriza hoje, sob regime de permissão, a comercialização e a utilização de radioisótopos para pesquisa e uso médico. A produção por empresas privadas, no entanto, só é permitida no caso de radiofármacos de curta duração (meia-vida igual ou inferior a duas horas). Radioisótopos ou radiofármacos são substâncias que emitem radiação e que são usadas no diagnóstico e no tratamento de diversas doenças, principalmente o câncer. Um exemplo é o iodo-131, que emite raios gama e permite diagnosticar doenças na glândula tireoide.
SOBERANIA DO PAÍS
Autor dos destaques que ainda podem alterar a proposta, o deputado Alexandre Padilha (PT-SP) discorda dos argumentos do relator de que a abertura para o setor privado seja a solução. "A falta de recursos para a aquisição de insumos necessários para a produção de radiofármacos, bem como os limites fiscais, não podem servir de justificativa para a privatização de produtos que envolvem a segurança e soberania do País”, disse.
Alexandre Padilha destaca ainda que está em construção no País o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), em Iperó, São Paulo. Entre os objetivos do RMB está a produção de radioisótopos e de radiofármacos a fim de suprir toda a demanda nacional, incluindo a de molibdênio-99, gerador do tecnécio-99m, que é o radioisótopo mais utilizado na medicina nuclear.
Fonte: Agência Câmara de Notícias - SBPC
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- 06/12/2021 - Água consumida em Poços de Caldas não apresenta contaminação radioativa, afirma relatório inéditoFonte: BandNewsUm relatório científico intitulado "Nota Técnica Nº 02/2021/LAB-PROQ-LAPOC/SECTEC/LAPOC/CGRC/DRS”, elaborado por profissionais do Laboratório de Poços de Caldas (LAPOC) da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), apresentou a seguinte conclusão: "as águas fornecidas pelas estações de tratamento da Prefeitura de Poços de Caldas - MG não apresentam níveis de radioatividade que motive temor por parte dos habitantes do município, pelo fato dessas águas serem adequadas ao consumo humano e, portanto, em conformidade com a legislação”. Além disso, o documento destacou a importância dos processos de tratamento de água realizados no município: "o processo adotado no tratamento contribui substancialmente para reduzir ainda mais a radioatividade”.
De acordo com o documento, a motivação para a realização do estudo surgiu da veiculação de informações sem comprovação científica, sobretudo em redes sociais, acerca de uma suposta contaminação radioativa nas águas do município de Poços de Caldas. O trabalho coletou amostras de água no decorrer do ano de 2020 nos reservatórios de Estações de Tratamento de Água municipais, realizou análises de parâmetros radiométricos e comparou os resultados com a legislação vigente do Ministério da Saúde, concluindo que "a qualidade das águas está em conformidade com a legislação vigente, sendo, portanto, apropriada ao consumo humano”.
O estudo foi conduzido pelos doutores Marcos R. L. do Nascimento, Henrique T. FukumaeHeber L. C. Alberti, todos do LAPOC/CNEN. Para Marcos Nascimento, "esse trabalho visou esclarecer cientificamente esse tema para a população de Poços de Caldas, pois é um assunto de interesse para a saúde pública”. Ainda segundo o químico, pesquisa semelhante já se iniciou para o município de Caldas (MG), sendo que os resultados devem ser divulgados no início de 2023, considerando que as amostragens serão feitas ao longo do ano de 2022. -
- 03/12/2021 - CNEN participa da 18ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) em Brasília - 3 a 10 de dezembroFonte: site da CNEN
A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) participa, de 3 a 10 de dezembro, da 18ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), promovida pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). Em um estande montado no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, em Brasília, a Comissão apresenta aplicações da energia nuclear realizadas em diferentes áreas e que beneficiam a sociedade brasileira. A instituição também mostra suas atividades no licenciamento e controle do uso das radiações ionizantes no Brasil e os principais projetos que desenvolve na atualidade, como o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB).
No Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade estão reunidas diversas instituições brasileiras que atuam na área de pesquisa, desenvolvimento e inovação. A abertura oficial do evento ocorreu na tarde da última sexta-feira (3/12). Na ocasião, estiveram presentes o presidente da CNEN, Paulo Roberto Pertusi, e o titular da Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento (DPD) da instituição, Madison Coelho de Almeida. Após a solenidade de abertura, ambos estiveram no estande da CNEN e conversaram com os expositores e com o público. Na tarde de quarta-feira (8/12), o ministro Marcos Pontes, do MCTI, foi conhecer o estande da CNEN, onde foi recebido pelos expositores e pelo presidente da instituição.
Este ano, o estande da CNEN conta com cerca de 20 expositores vindos de diferentes unidades da instituição. Há servidores do Instituto de Engenharia Nuclear (IEN/CNEN), do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN/CNEN), do Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD/CNEN), do Centro Regional de Ciências Nucleares do Nordeste (CRCN-NE/CNEN), do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN/CNEN) e do Escritório de Brasília (ESBRA/CNEN). Em suas diferentes áreas de atuação, os profissionais explicam como a tecnologia nuclear beneficia os brasileiros através de diversas e diversificadas aplicações.
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- 03/12/2021 - Rio é forte candidato a receber quarta usina nuclear do país, diz ministroEstudos do Ministério de Minas e Energia devem terminar no início de 2022; ES e PB também estão no páreo
Estudos do Ministério de Minas e Energia devem terminar no início de 2022; ES e PB também estão no páreo
Fonte: CNN BrasilO ministro Bento Albuquerque disse à CNN que o estado do Rio de Janeiro é um ‘forte candidato’ a receber a quarta usina de energia nuclear do Brasil. A intenção do governo federal é aumentar a quantidade de energia gerada a partir desse tipo de fonte, antes mesmo da conclusão de Angra 3, até como maneira de diminuir os impactos futuros de uma nova crise hídrica.
"Nós já iniciamos os estudos, a Empresa de Pesquisa Energética junto com a própria Eletrobras, de eventuais sítios, ou seja, locais, onde essa usina possa ser construída”, disse o ministro. Com previsão pra terminar no ano que vem, a CNN apurou que os estudos ainda cogitam outros locais do país como Espírito Santo e Pernambuco.
A viabilidade está condicionada à proximidade ao mar, já que a água é usada como elemento de resfriamento. Também são consideradas as características do terreno e a localização geográfica para que a energia gerada chegue ao Sistema Interligado Nacional.
"O Rio é um estado privilegiado no que diz respeito não só à sua posição geográfica, que é na região Sudeste do país, mas também pelo potencial energético que possui, não só na produção de petróleo e gás mas também na geração nuclear – e também por todo parque industrial que existe no Rio de Janeiro. Então o estado do Rio de Janeiro é um grande concorrente e outros estados da federação também”, afirmou Bento Albuquerque.
Depois de anos de paralisação, as obras de Angra 3 foram retomadas pela atual gestão de Jair Bolsonaro (PL). A previsão do Ministério de Minas e Energia é que elas continuem até 2026. A quarta usina nuclear viria antes disso.
Hoje menos de 3% da matriz energética brasileira vem das duas usinas nuclear que o país controla: Angra 1 e Angra 2. "Seria muito bom se nós tivéssemos 3% e se Angra 3 já estivesse em operação”, disse Bento Albuquerque.
A implementação de uma quarta usina nuclear no Brasil já está prevista no Plano Nacional de Energia e a intenção do ministro é ver nesse tipo de fonte, usinas que sejam "mais eficientes, menores que as atuais, com menor custo também e com segurança total”.
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- 02/12/2021 - Comissão especial aprova texto-base da PEC que autoriza empresas privadas a produzir radiofármacosAinda restam votar destaques apresentados pelo PT, que é contra a quebra do monopólio estatal
Ainda restam votar destaques apresentados pelo PT, que é contra a quebra do monopólio estatal
Fonte: Agência Câmara de NotíciasA comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa a possibilidade de produção de radioisótopos de uso médico pela iniciativa privada aprovou na quarta-feira (1º) o texto-base do relator, deputado General Peternelli (PSL-SP). O colegiado marcou para 8 de dezembro a votação dos três destaques apresentados pelo PT.
A quebra do monopólio governamental para a produção desses fármacos está prevista na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 517/10, do Senado.
Atualmente, a Constituição já autoriza, sob regime de permissão, a comercialização e a utilização de radioisótopos para pesquisa e uso médico. A produção por empresas privadas, no entanto, só é permitida no caso de radiofármacos de curta duração (meia-vida igual ou inferior a duas horas).
Radioisótopos ou radiofármacos são substâncias que emitem radiação usadas no diagnóstico e no tratamento de diversas doenças, principalmente o câncer. Um exemplo é o iodo-131, que emite raios gama e permite diagnosticar doenças na glândula tireóide.
Redução de custos
Ao defender a aprovação do texto, Peternelli argumentou que a produção pela iniciativa privada "resultará em menores custos para a pesquisa, a produção e o uso de radiofármacos, pois eliminará gastos relacionados com o processo de importação, frete, seguros e câmbio”.
O Sistema Único de Saúde (SUS) possui 65 procedimentos incorporados que utilizam radiofármacos, sendo 54 para diagnóstico e 11 terapêuticos.
Hoje, a produção e a comercialização de radioisótopos no Brasil são realizadas por intermédio da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) e seus institutos, como o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em São Paulo.
Destaques
Autor dos destaques que ainda podem alterar a proposta, o deputado Alexandre Padilha (PT-SP) discorda que a abertura para o setor privado seja a solução. "A falta de recursos para a aquisição de insumos necessários para a produção de radiofármacos, bem como os limites fiscais, não podem servir de justificativa para a privatização de produtos que envolvem a segurança e soberania do País”, disse.
Alexandre Padilha destaca ainda que está em construção no País o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), em Iperó, São Paulo. Entre os objetivos do RMB está a produção de radioisótopos e de radiofármacos a fim de suprir toda a demanda nacional, incluindo a de molibdênio-99, gerador do tecnécio-99m, que é o radioisótopo mais utilizado na medicina nuclear.
Saiba mais sobre a tramitação de PECs
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- 02/12/2021 - CNS recomenda ao governo investimento de R$ 89,7 milhões para que SUS continue produção de radiofármacos até o final do anoFonte: Conselho Nacional da SaúdeO Conselho Nacional de Saúde (CNS) recomendou nesta quarta (1/12) a regularização imediata da produção e fornecimento de radiofármacos e a retomada do Complexo Econômico e Industrial da Saúde para a produção de medicamentos. A área vem passando por processo de desfinanciamento que tem prejudicado a população brasileira, especialmente quem depende de tratamentos radiofarmacológicos via Sistema Único de Saúde (SUS).
O documento é direcionado ao Governo Federal e ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. Segundo a recomendação, diante dos cortes recentes no orçamento, o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) teve que suspender a compra dos insumos, o que prejudicou toda a cadeia de produção e distribuição de radiofármacos e radioisótopos usados para o tratamento de câncer no Brasil.
O Ipen é responsável pelo fornecimento de 25 radiofármacos aos laboratórios e hospitais de todo o Brasil, que corresponde cerca de 85% de toda a produção nacional. Em 2020, a verba repassada ao Ipen, pelo Governo Federal, foi de R$ 165 milhões e até agosto de 2021, o instituto recebeu pouco mais de R$ 91 milhões, o que significa um corte de 46% dos recursos.
Segundo o CNS, o Ipen precisa de R$ 89,7 milhões em créditos suplementares para reforçar o caixa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e continuar com produção de radiofármacos até dezembro do corrente ano.
O documento informa ainda que o desabastecimento causado pela paralisação no Ipen pode afetar cerca de 2 milhões de pessoas em todo o país, segundo a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN).