Clipping de Notícias
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- 15/11/2022 - SENAI-SP lança 'O IPEN e a Economia do Hidrogênio' , de Marcelo LinardiFonte: Tania Malheiros - Jornalista
Acaba de sair do forno o livro "O IPEN (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares) e a Economia do Hidrogênio”, do engenheiro químico Marcelo Linardi, pela editora SENAI, de São Paulo, com 288 páginas, um importante trabalho sobre o tema, que no momento está sendo debatido no Brasil e no mundo. As mudanças climáticas apontam para a relevância do estudo da utilização do hidrogênio, considerado o pilar da descarbonização e, desde fevereiro de 2021, foram anunciados em todo o mundo 131 projetos de grande escala, em um total de 359, com investimentos estimados em cerca de US$ 500 bilhões até 2050.De acordo com o Marcelo Linardi, mais de 30 países possuem estratégias para o hidrogênio e a capacidade de sua produção pode ultrapassar 10 milhões de toneladas/ano, em 2030. Até 2050, a demanda por hidrogênio verde (de origem renovável) deverá chegar de 300 milhões de toneladas, segundo as previsões mais pessimistas, e a 800 milhões de toneladas, no cenário mais otimista, promovendo o desenvolvimento socioeconômico, tecnológico, a sustentabilidade e a proteção do meio ambiente.
"Internamente, entre as maiores riquezas do Brasil estão as inúmeras fontes de produção de hidrogênio, em sua maioria renovável, de Norte a Sul, de Leste a Oeste. Temos sol, vento, água, biomassa, energia geotérmica, energia dos oceanos, biocombustíveis, e ainda vários tios de resíduos”, comenta Linardi. Para a diretora de Relações Institucionais da Associação da Associação Brasileira de Hidrogênio (ABH2), Monica Saraiva Panik, o hidrogênio já está entre as mais importantes fontes de energia no futuro.
"Vislumbramos o sonho do hidrogênio tornando-se realidade, quando tantos pesquisadores e especialistas do IPEN e de outros institutos de ensino e pesquisa têm trabalhado, incansavelmente, durante os últimos 30 anos, nesse tema, no Brasil. De fato, considerando a imensa porta de oportunidades que se abriu em 2021, o que importa que tenha demorado tanto tempo? As experiências bem sucedidas serviram de legado e as experiências frustradas, de aprendizado. E agora, é preciso aproveitar esse momento do nascer do sol do hidrogênio, pelo qual todos nós espetávamos e que é tão maravilhoso que parece que ainda estamos sonhando. Mas não estamos”, escreveu a diretora da Associação, ao prefaciar o livro.
Hoje, segundo eles, já está garantido que o hidrogênio passou a ser finalmente considerado veto energético importante e a sua demanda mundial está vinculada às metas de descarbonização. "Não se trata de mais uma onda ou moda, e sim de um processo sem volta”, afirmaram.
Em fevereiro de 2021, segundo eles, o governo do Estado do Ceará lançou o primeiro hub de hidrogênio verde, atraindo outros estados. Para a presidente da ABH2, a obra de Marcelo Linardi, além de promover um resgate histórico, tem o mérito de demonstrar o legado cientifico, tecnológico e de formação de recursos humanos especializados que o IPEN deixou em áreas da economia do hidrogênio para o Brasil. Ela espera que o trabalho "estimule instituições de pesquisa e desenvolvimento do País a continuar contribuindo para a realizado do sonho, em parceria com órgãos do governo responsáveis”.
No Brasil, segundo ela, o hidrogênio pode combinar a rota da eletrificação com a de biocombustíveis e o sonho brasileiro de ter um veiculo a hidrogênio movido a etanol pode virar, finalmente, realidade, conforma descrito no livro, que contou com a coautoria de uma equipe formada por 27 pesquisadores. Entre os temas estão a infraestrutura e ensino, as células a combustível, o programa brasileiro, os resultados institucionais das pesquisas nos últimos 20 anos, publicações de estaque e patentes, os grandes projetos entre outros. Para obter o trabalho, escreva para o endereço: dpde@ipen.br.
Marcelo Linardi - Perfil
Pesquisador emérito do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Marcelo Linardi, é graduado em Engenharia Química pela Universidade Estadual de Campinas (1983), com mestrado em Ciências Nucleares pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (1987), doutorado em Engenharia Química - Universitat Karlsruhe (1992) e Pós-Doc pela Universidade de Darmstadt, Alemanha em 1998. Na área da Química, tem experiência em Eletroquímica, atuando principalmente nos seguintes temas: célula a combustível, eletroquímica, eletrocatálise, hidrogênio e etanol. Orientou 10 teses de doutorado, 10 dissertações de mestrado, 15 trabalhos de iniciação científica, 7 estágios e 5 pós-doc, na CPG USP/IPEN.
Atuou no Programa Brasileiro de Células a Combustível e Hidrogênio do Ministério de Ciência e Tecnologia. Escreveu o primeiro livro em língua portuguesa sobre ciência e tecnologia de células a combustível. Possui atualmente mais de 100 publicações internacionais arbitradas, incluindo uma publicação na Advanced Materials, revista mais prestigiada na área de materiais do mundo.
Participou de mais de 100 eventos científicos nacionais e internacionais e ministrou vária palestras e conferências como convidado. Ocupou o cargo de Diretor de P&D e Ensino do IPEN de 2013 a 2019, onde atuou em Inovação, Ensino, Projeto Institucionais e Gestão de Tecnologias. Coordena projetos institucionais na FAPESP, chamada da Secretaria do Estado de SP, na área de radiofarmácia e nanotecnologia; e na FINEP, de equipamentos multiusuários. É responsável por várias ações de Internacionalização do instituto, como o livro sobre o passado, presente e futuro da inovação tecnológica no IPEN; e o livro sobre o IPEN, entre outros.
**NOTA DO IPEN**
A obra "O IPEN e a Economia do Hidrogênio” pode ser acessada para download no Repositório Digital da Produção Técnico-Científica do Instituto.
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- 11/11/2022 - Uso de máscaras em ambientes fechados volta a ser obrigatório na USPMedida passa a valer a partir do dia 16 de novembro em salas de aula, auditórios, museus, laboratórios, bibliotecas, locais de atendimento ao público e setores administrativos
Medida passa a valer a partir do dia 16 de novembro em salas de aula, auditórios, museus, laboratórios, bibliotecas, locais de atendimento ao público e setores administrativos
Fonte: Jornal da USP
Adriana Cruz
A partir do dia 16 de novembro (quarta-feira), o uso de máscaras volta a ser obrigatório em ambientes fechados da Universidade, incluindo salas de aula, auditórios, museus, laboratórios, bibliotecas, locais de atendimento ao público e setores administrativos. Nos ambientes externos, o uso de máscara é recomendado em situações de aglomeração. O esquema vacinal completo contra a covid-19 continua obrigatório para docentes, servidores técnicos e administrativos e estudantes.
A decisão da Comissão Assessora de Saúde da Reitoria, divulgada hoje, dia 11 de novembro, foi tomada em função do aumento no número de pessoas com sintomas gripais e diagnósticos positivos de infecção pelo coronavírus entre a comunidade universitária nas últimas semanas.
De acordo com o comunicado, "recomenda-se a não realização de eventos festivos, confraternizações, coffee breaks ou qualquer outro evento similar que estimule os participantes a retirar a máscara para ingestão de alimentos e, consequentemente, aumente a possibilidade de transmissão do vírus”.
O documento com as diretrizes sanitárias atualizadas, assinado pelo reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior e pela vice-reitora Maria Arminda do Nascimento Arruda, pode ser acessado neste link.
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- 10/11/2022 - Novo microscópio do Ipen permite ver interior de célula vivaFonte: Ciência SP
O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) inaugurou um laboratório multiusuário com o que há de mais avançado em microscopia óptica de varredura de campo próximo.
O Snom é um microscópio subnano a laser capaz de realizar medidas em amostras líquidas e de controlar a temperatura da amostra, características que lhe garantem o acesso a células vivas. Adquirido com apoio da FAPESP, o equipamento será fundamental para o avanço em vários campos de pesquisa, entre eles plasmônica, guias de ondas fotônicas, micro e nanolasers, fotovoltaicos, fotocondutores, fenômenos biológicos celulares, fluorescência de zeptólitros e espectroscopia de correlação. Uma das possibilidades é mapear o interior de células vivas de forma não invasiva.
O Ipen é uma das três instituições no mundo que dispõem de um microscópio equivalente.
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- 09/11/2022 - Pesquisadores fazem esclarecimento técnico sobre programas nucleares nacionaisResposta a artigo publicado no Jornal da Ciência na última segunda-feira intitulado 'O que o Brasil real vai apresentar na COP-27'
Resposta a artigo publicado no Jornal da Ciência na última segunda-feira intitulado 'O que o Brasil real vai apresentar na COP-27'
Fonte: Jornal da Ciência
Leia a íntegra:
Prezado Editor,
O Jornal da Ciência publicou em 07/11/2022 o artigo O que o Brasil real vai apresentar na COP27, de autoria do Prof. Heitor Scalambrini Costa. Sem prejuízo de outros, discordarmos do parágrafo intitulado A insistência em programas nucleares, com as indesejáveis usinas e submarinos nucleares. Devido ao alcance desse jornal, julgamos procedente o esclarecimento técnico, visando não perpetuarmos mitos e desinformação, independente de posicionamentos individuais sobre a política nuclear brasileira e/ou prioridades de qualquer governo.
O Brasil é um país que domina a tecnologia nuclear em toda sua extensão. A capacidade nacional instalada percorre desde as mais simples utilizações típicas de monitoração de áreas industriais, procedimentos diagnósticos ou terapias de diversas doenças, até os complexos processos de controle da fissão nuclear para operação de reatores de pesquisa e centrais de geração de energia elétrica. O país é internacionalmente reconhecido neste campo e respeitado, sobretudo, pelo deliberado posicionamento de não reciprocidade às inciativas de desenvolvimento armamentista nuclear. É imprescindível notar que o desenvolvimento de armas de origem nuclear, as bombas atômicas, esbarram nos limites de enriquecimento da matéria fundamental destes projetos, o elemento radioativo base, que pode ser urânio, plutônio ou outro de estrutura semelhante. É importante notar que reatores nucleares não são bombas atômicas sob controle. Considerando-se que o urânio seja o modelo, como o é no Brasil, para haver disponibilização de energia efetiva para qualquer utilização, é necessário que seja operado um procedimento que minera dentro do isótopo mais abundante, o U-238, uma fração mais rara, o U-235 (cerca de 7 átomos a cada 1000), o qual apresenta as condições energéticas necessárias para o processo de fissão nuclear e consequente liberação de energia útil, processo denominado enriquecimento. Entretanto, por um breve equívoco de avaliação se pode admitir equivalência de capacidades entre reatores nucleares e artefatos bélicos, haja vista funcionarem sob os mesmos princípios físicos – a fissão nuclear. A fundamental diferença reside no fato de que para ocorrer processos controlados de fissão o enriquecimento de urânio apresenta baixos índices, em torno de valores máximos próximos a 20%. De outra forma, para haver uma explosão de interesse bélico esses índices são próximos a 100%. Este salto quantitativo no enriquecimento do urânio não é uma tarefa simples de cumprir, exigindo alto investimento e desenvolvimento de um parque industrial que, nos moldes de cobertura geográfica atuais, seria de difícil ocultação, além de um pensionamento político nacional contrário ao que vem adotando o Brasil. A Constituição Brasileira de 1988 afirma no seu artigo 21, parágrafo 23, inciso (a) que toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional. O Brasil possui acordos em vigência sobre controle e contabilidade mútua de todas as instalações e materiais nucleares com a Argentina, através da Agência Brasil-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares (ABACC) e da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Essa contabilidade e controle inclui as instalações e materiais em operação pelas Forças Armadas do Brasil. O Brasil aderiu ao Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) e é signatário do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBT, do inglês). O CTBT foi celebrado em 1996 e hoje conta com mais de 180 países signatários, dentre eles o Brasil. Uma vez signatário e adimplente quanto às suas responsabilidades, que incluem treinamento de pessoal e hospedagem de pontos de monitoramento com dados abertos aos países integrantes do Tratado, o Brasil deixa claro seu posicionamento.
A referência à insistência de programas nucleares leva a um questionamento sobre a responsabilidade do país em aplicar os benefícios da energia nuclear para a sociedade. Os institutos de pesquisas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), participantes do Programa Nuclear Brasileiro (PNB), buscam, de uma forma geral, o conhecimento da ciência nuclear, desenvolvem tecnologias, criam inovações que se convertem em produtos e serviços para aplicação à sociedade e contribuem à formação de pesquisadores e técnicos do setor. Essas atividades são fortemente relacionadas ao desenvolvimento científico e tecnológico do país e devem ser preservadas e incentivadas à despeito da utilização da energia nuclear para geração de eletricidade.
O desenvolvimento de equipamentos que sejam atendidos pela tecnologia de produção de energia nuclear, ainda que seja para utilização no campo da Defesa Nacional, não produz argumentos suficientes para tornar esta aplicação bélica. Fácil referência se faz ao caso do desenvolvimento brasileiro de submarinos propulsados à energia nuclear, cujo estudo é desenvolvido sob coordenação da Marinha do Brasil. Neste caso o submarino porta um motor nuclear, que é um reator e possui nível de enriquecimento incapaz de gerar explosão nuclear, não podendo ser confundido com um artefato bélico nuclear. Deste modo, qualquer tentativa de associar a propulsão nuclear, caso do submarino, com artefatos bélicos nucleares (bombas atômicas) é inconsistente tanto com relação às diferenças na abordagem física dos processos, como também com relação ao posicionamento político internacional do Brasil no campo das salvaguardas e CTBT.
À disposição para esclarecimentos adicionais,
Edson Ramos de Andrade, D.Sc., inspetor delegado do Comprehensive Nuclear-Test-Ban Treaty Organization (CTBTO) e professor dos PPGs em Engenharia Nuclear e Engenharia de Defesa do IME
Frederico Genezini, D.Sc., Gerente do Centro do Reator de Pesquisa do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares
Débora Peres Menezes, D. Phil., Profa. Titular da Universidade Federal
de Santa CatarinaJosé Augusto Perrotta, D.Sc., pesquisador emérito do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares
Silvia Maria Velasques de Oliveira, D.Sc., pesquisadora aposentada da Comissão Nacional de Energia Nuclear
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- 31/10/2022 - Nova radioterapia é promissora contra tumores preservando tecido saudável; entendaUma nova radioterapia, criada em Israel, oferece resultados promissores tanto no objetivo principal - eliminar tumores - quanto em preservar células saudáveis, algo que as radioterapias convencionais nem sempre conseguem fazer.
Uma nova radioterapia, criada em Israel, oferece resultados promissores tanto no objetivo principal - eliminar tumores - quanto em preservar células saudáveis, algo que as radioterapias convencionais nem sempre conseguem fazer.
Fonte: BBC News
Giulia Granchi
Da BBC News Brasil em São PauloChamada de DaRT (Diffusing Alpha emitters Radiation Therapy), a técnica é aplicada através de um laser focado na erradicação das células cancerígenas, poupando os tecidos saudáveis ao redor do tumor. O tratamento, que está disponível só para grupos de estudos, pretende colaborar para a remissão do câncer de boca, língua, pâncreas e o câncer de mama.
A pesquisa foi desenvolvida no Centro Médico Hadassah, em Jerusalém, Israel, e será implementada em outros hospitais, como o Memorial Sloan Kettering Center e o Dana Farber-Cancer Institute, nos Estados Unidos. Os cientistas buscam parcerias em diferentes países.
"Gostaríamos de ter a pesquisa instituída também em algum hospital brasileiro, já que o país possui uma grande diversidade étnica e altas taxas de câncer", diz o professor Aron Popovtzer, principal responsável pelos estudos da técnica.
Os primeiros resultados publicados em periódico científico estão disponíveis no International Journal of Radiation Oncology desde 2018, mas outros estudos estão sendo realizados desde então.
Na publicação, os cientistas descrevem o que aconteceu com 13 pacientes com câncer de pele ou cabeça e pescoço resistente à radiação. Em um acompanhamento médio de cinco meses, todos os tumores responderam ao tratamento; nove tumores tiveram resposta completa, três tumores apresentaram resposta parcial e um tumor não foi destruído com sucesso e foi considerado "em observação". Nenhuma toxicidade importante foi notada.
Popovtzer explica com exclusividade para a BBC News Brasil a ação da DaRT no corpo humano e em qual estágio a terapia está.
Como a DaRT se diferencia de outras radioterapiasAs radioterapias comumente usadas atualmente têm a radiação beta ou radiação gama, que são executadas com fótons ou elétrons ou até prótons - diferentemente da DaRT, que emite partículas alfa.
Popovtzer esclarece que essas radiações padrão têm a vantagem de viajar por distâncias consideradas longas (de vários centímetros), podendo ser irradiadas de fora do corpo para o meio dele.
"Mas entre os problemas da radiação padrão está o fato de serem dependentes do oxigênio, criando radicais livres que destroem, muitas vezes, apenas uma das fitas de DNA da célula cancerosa, e infelizmente, isso significa que a outra pode se reparar e, portanto, não necessariamente matará todo o tumor."
Aplicadores usados para a inserção das 'sementes' que levam a radiação DaRT através de um procedimento minimamente invasivoA DaRT, explica o professor, só consegue viajar alguns milímetros, mas é muito eficaz na forma como ataca diretamente o tumor.
"Essa radioterapia tem o poder de 'matar' ambas as fitas de DNA e portanto, as células não conseguem se regenerar. É uma terapia nova porque ao longo dos anos, apesar de sabermos que as partículas alfa têm características específicas que a tornam muito eficaz para a radiação, simplesmente não sabíamos como usá-la."
O processo de criação da nova radioterapia
Há quinze anos, os professores Yona Keisari e Itzhak Kelson, da Universidade de Tel Aviv, descobriram uma maneira de usar a radiação alfa para destruir tumores.
Antes disso, como citado pelo professor Popovtzer, sabia-se do potencial da radiação alfa, mas ela não podia alcançar mais do que cerca de 50 mícrons (1/20 de milímetro) dentro do tecido humano. O tratamento de um tumor de, digamos, 5 centímetros exigiria centenas de milhares de fontes emissoras de alfa de curto alcance - o que seria teoricamente impossível.
Mas os cientistas descobriram que, quando entregue através de um isótopo (átomo) específico do elemento rádio, a radiação alfa poderia viajar até 3 mm - o suficiente para alcançar tumores sólidos - liberando átomos que se difundem dentro de um tumor e então emitem suas próprias partículas alfa.
Quais são os resultados obtidos até agora?
"Nossos estudos iniciais foram feitos em camundongos e mostraram que a DaRT tinha um poder maior de destruição de tumores quando comparada a radiação padrão", aponta Popovtzer.
"E isso nos levou ao nosso primeiro estudo em seres humanos, a publicação de 2018 no International Journal of Radiation Oncology."
Desde então, outras três publicações clínicas, descrevendo bons resultados em erradicar tumores e proteger tecidos saudáveis, foram completadas.
"Mais recentemente temos usado uma nova tecnologia que é baseada em software de computador para garantir que cobrimos todo o tecido que precisamos", complementa Popovtzer.
"O que você faz para usar essa tecnologia é colocar 'sementes' intersticiais [dentro da pele] no corpo, o que é feito com anestesia local."
"A vantagem, em relação à braquiterapia [radioterapia interna usada em alguma parte específica do corpo] , é que as sementes são muito finas e, portanto, é muito fácil fazer isso. E a DaRT tem uma tendência especial de entrar apenas em áreas com ele passa por vasos sanguíneos deficientes, uma característica presente nos tumores", diz o professor.
Agora, a equipe de cientistas está fazendo estudos simultâneos para ver como a DaRT funciona em tipos de cânceres distintos e com populações de diferentes países.
"Por enquanto os pacientes beneficiados são apenas aqueles que fazem parte dos estudos. O objetivo é conseguir a aprovação do FDA (Food and Drug Administration) [a agência reguladora de saúde dos Estados Unidos], a qual as decisões o governo de Israel tende a abraçar, para podermos instituir a tecnologia em hospitais diversos, e com o passar do tempo, esperançosamente, barateá-la, já que o custo ainda é alto." -
- 27/10/2022 - Estatal INB passará a ser controlada pela ENBPARFonte: Petronotícias
Movimentações e rearranjos no setor nuclear brasileiro. A Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar) assumirá o controle acionário da estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB). A Assembleia Geral da ENBPar autorizou o aumento do capital social por meio do aporte das ações que a União detém no capital da INB. Isso, na prática, significa que a ENBPar passa a ter o controle acionário da INB.
Assim, a INB passa para a condição de uma estatal não dependente da União e, portanto, não receberá mais recursos financeiros do Tesouro Nacional para pagamento de despesas com pessoal, de custeio geral ou de capital. Para lembrar, a INB é a estatal responsável pelas atividades de mineração de urânio e fabricação do combustível para usinas nucleares.
De acordo com o Ministério de Minas e Energia (MME), a medida trará mais autonomia orçamentária e financeira na gestão do caixa da empresa. "A INB terá maior flexibilidade para estabelecer parcerias com a iniciativa privada, pois a nova legislação permite que sejam feitos outros modelos de associação entre a empresa e parceiros privados para exploração de jazidas minerais que possuam minérios nucleares. A iniciativa deverá atrair novos investidores e desonerar o contribuinte, gerando emprego e renda para a população”, afirmou o MME.
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- 27/10/2022 - ABDAN comemora 35 anos com avanços no Programa Nuclear Brasileiro e novas parcerias internacionaisCelebrando os feitos alcançados no passado e mirando nos próximos objetivos do futuro, a Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN) chega nesta quinta-feira (27) aos seus 35 anos de existência. Quando foi criada, em outubro de 1987, o setor nuclear brasileiro enfrentava dois grandes desafios: as obras de Angra 2 estavam paralisadas, enquanto Angra 1 passava por problemas técnicos que afetariam os seus primeiros anos de operação.
Celebrando os feitos alcançados no passado e mirando nos próximos objetivos do futuro, a Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN) chega nesta quinta-feira (27) aos seus 35 anos de existência. Quando foi criada, em outubro de 1987, o setor nuclear brasileiro enfrentava dois grandes desafios: as obras de Angra 2 estavam paralisadas, enquanto Angra 1 passava por problemas técnicos que afetariam os seus primeiros anos de operação.
Fonte: Petronotícias
Por Davi de Souza
"A ABDAN teve um papel muito importante no sentido de manter viva a importância do uso da tecnologia nuclear. Então, no passado, a ABDAN participou ativamente dessas discussões e incentivou as empresas a participarem do projeto nuclear brasileiro”, afirmou o presidente da entidade, Celso Cunha. O setor nuclear brasileiro conseguiu concluir Angra 2 e resolver os problemas que afetavam Angra 1. Contudo, atualmente existem ainda muitos desafios pela frente: o término de Angra 3, a construção do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), a democratização do acesso à medicina nuclear, entre outros. Todos esses são os assuntos que devem pautar a ABDAN pelos próximos anos. Cunha falou também das parcerias internacionais que estão sendo estabelecidas nos últimos anos pela associação – inclusive, um novo convênio do tipo será anunciado ainda neste mês. "O que podemos esperar da ABDAN é uma instituição cada vez mais forte. Para isso, estamos trabalhando com mais associados e com mais força, no sentido de demonstrar os benefícios que a tecnologia nuclear pode proporcionar aos brasileiros”, declarou.
Voltando um pouco no tempo, poderia falar do momento da criação da ABDAN, em 1987, e qual foi o papel da instituição naquele contexto?
Há 35 anos atrás, quando a ABDAN foi criada, as obras de Angra 2 estavam paralisadas. Era um momento de dificuldade do Programa Nuclear Brasileiro. Além disso, a usina de Angra 1 também sofria com problemas técnicos. Foi nesse contexto que a associação surgiu. A ABDAN teve um papel muito importante no sentido de manter viva a importância do uso da tecnologia nuclear. Então, no passado, a ABDAN participou ativamente dessas discussões e incentivou as empresas a participarem do projeto nuclear brasileiro.
Hoje, 35 anos depois, a instituição está com uma pujança cada vez mais significativa, não apenas com atuação nacional, mas também fazendo voos internacionais. Hoje, somos uma instituição com 31 empresas associadas, focando não apenas no segmento de geração de energia, mas também nas áreas de medicina nuclear e irradiação de alimentos. Esse é o papel da ABDAN atualmente: incentivar cada vez mais a cadeia produtiva do setor nuclear como um todo.
Gostaria de ouvir mais sobre esse processo de ampliação dos setores de atuação da associação e os resultados alcançados até aqui.No ano de 2018, a diretoria da associação concordou que o objetivo da ABDAN é desenvolver atividades nucleares em vários setores, como define o próprio estatuto da instituição. Até aquele momento, ainda estávamos concentrados apenas na questão da geração de energia. Foi a partir de então que a ABDAN começou a cuidar da área da medicina nuclear. Esse é um setor que ainda precisa endereçar muitas questões. A conclusão do Reator Multipropósito Brasileiro é uma delas. O projeto executivo do empreendimento já está finalizado. Agora, é preciso garantir as verbas federais para tirar o projeto do papel.
Mas também conseguimos avanços, como a flexibilização na legislação que permitiu a entrada de agentes privados na produção de radiofármacos. Esse foi um trabalho árduo e esperamos que os brasileiros colham o fruto disso em breve. O acesso aos serviços de medicina nuclear no Brasil ainda é muito desigual. As regiões Sudeste e Sul possuem mais acesso, enquanto o Norte e o Centro-Oeste ainda têm muitas dificuldades. Precisamos romper essa fronteira e avançar.
A ABDAN passou a abraçar não apenas a medicina nuclear, mas também a irradiação de alimentos. Hoje, existe um desperdício de mais de 30% dos alimentos produzidos. É muita coisa. São alimentos que poderíamos colocar na mesa do brasileiro e de pessoas em outras partes do mundo. Por isso, esse também é um tema que está na pauta da ABDAN.
Além da atuação nacional, poderia falar também do movimento de expansão internacional da associação?
Nos últimos anos, a ABDAN conseguiu estabelecer parcerias internacionais muito fortes. Assinamos convênios com a World Nuclear Association (WNA), com a Nuclear Energy Institute (NEI) e, mais recentemente, com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Neste mês de novembro, a expectativa é que devemos anunciar mais uma parceria com uma instituição internacional do setor nuclear.Especificamente falando do nosso convênio com a AIEA, essa parceria começou há dois anos e já deu frutos. Na questão dos pequenos reatores modulares (SMR), por exemplo, já estamos avançando. Mais recentemente, a ABDAN renovou seu convênio com a AIEA. Desta vez, a parceria terá duração de quatro anos e não abrangerá apenas o setor de geração, mas também os segmentos de irradiação e medicina nuclear. Vamos começar a pautar esses dois assuntos. A AIEA é o principal órgão do setor nuclear mundial e, por isso, esse convênio é tão fundamental.
Quais serão as novidades que a ABDAN pretende apresentar para o mercado nuclear brasileiro?
Estamos avançando no debate junto com outros países e angariando cada vez mais apoio no sentido de fortalecer a nossa cadeia produtiva. Isso é um tema importante. Nesse bojo, vamos realizar mais missões internacionais e levar nossas empresas para fora do Brasil. A ideia é que as companhias nacionais possam fornecer não só no Brasil, mas também em outros países. São ações que estão na pauta. Além disso, estamos trabalhando com as pequenas empresas e vamos avançar cada vez mais nesse sentido.O que podemos esperar da ABDAN é uma instituição cada vez mais forte. Para isso, estamos trabalhando com mais associados e com mais força, no sentido de demonstrar os benefícios que a tecnologia nuclear pode proporcionar aos brasileiros. Afinal, nosso país domina o ciclo do combustível, temos capacidade de produção, temos minério etc. Temos todas as condições para desenvolver ainda mais esse setor. Precisamos de coordenação para que os projetos no segmento continuem.
Por fim, poderia deixar uma mensagem para os atuais colaboradores da ABDAN e também para aqueles que ajudaram a construir a história da entidade no passado?O que torna a ABDAN um grande player no setor nuclear é a sua forma de trabalhar. A associação atua sempre de forma colaborativa. Como eu costumo dizer: "nada surge do nada”. Se chegamos até aqui, foi porque outros nos precederam. Outros ajudaram a pavimentar esse caminho e reconhecemos o valor da contribuição dessas pessoas. Mas tão importante quanto reconhecer o que já foi construído é apontar que existe um futuro no qual vamos trabalhar de braços dados com todos. A ABDAN estará de braços dados a todos aqueles que quiserem colaborar em prol do povo brasileiro. E que venham mais 35 anos!
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- 26/10/2022 - Anvisa prorroga por mais 5 meses a importação de radiofármacosFonte: Agência Brasil
Por Lucas Pordeus Leon - Repórter da Rádio Nacional - Brasília
A Anvisa prorrogou, nesta quarta-feira, por mais cinco meses, a resolução que permite a importação de radiofármacos em caráter temporário e excepcional.
o diretor da Anvisa, Daniel Pereira explicou que esses insumos são utilizados para diagnóstico e tratamento de doenças, como a arterial coronariana e vários tipos de câncer. Desde setembro do ano passado, tem sido necessário importar radiofármacos sem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária para evitar a escassez desses medicamentos no Brasil.
O responsável pela produção dos radiofármacos no Brasil é o Ipen, Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, entidade ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia. O órgão suspendeu parte da produção, em setembro de 2021, devido a problemas financeiros e logísticos.
O Ipen informou a Anvisa que só deve regularizar a situação em março do próximo ano. Por isso, a autorização da importação dos radiofármaco sem caráter excepcional foi prorrogada pela Anvisa até o dia 31 do mesmo mês.
Edição: Bianca Paiva / Beatriz Arcoverde
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- 26/10/2022 - Treinamento para ações em caso de acidente nuclear é realizado em Angra dos Reis (reportagem em vídeo)Fonte: RJ1 - G1
Objetivo é avaliar a eficácia da estrutura de resposta e dos procedimentos do plano de emergência externo do Estado do Rio de Janeiro.
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- 26/10/2022 - STF declara inconstitucional proibição de lixo radioativo em RoraimaPedido pela inconstitucionalidade foi formulado pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, e defendido pelo advogado-geral da União, Bruno Bianco
Pedido pela inconstitucionalidade foi formulado pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, e defendido pelo advogado-geral da União, Bruno Bianco
Fonte: Folha BV (Roraima)
Por Lucas Luckezie
O plenário do STF (Supremo Tribunal Federal) declarou inconstitucional o trecho da Constituição de Roraima que proíbe a utilização do território estadual como depositário de lixo radioativo, atômico, rejeitos industriais tóxicos e corrosivos. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (26).
O relator da ação foi o ministro Gilmar Mendes, cujo voto favorável à inconstitucionalidade foi acompanhado com ressalvas por Edson Fachin e pela presidente do STF, Rosa Weber. A líder da Corte, inclusive, já comunicou a decisão, por ofício, aos presidentes da Assembleia Legislativa de Roraima, deputado Soldado Sampaio (Republicanos), e do Tribunal de Justiça do Estado, desembargador Cristóvão Suter.
A proibição está no artigo 167, que também proibia a implantação de indústrias de minérios radioativos com vistas à geração de energia nuclear no Estado. O pedido pela inconstitucionalidade foi formulado pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, no âmbito da ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) 6.907, que tramitava na Corte desde junho de 2021. Veja o trecho declarado inconstitucional:
Art. 167. É vedada a utilização do território estadual como depositário de lixo radioativo, atômico, rejeitos industriais tóxicos ou corrosivos.Parágrafo único. Fica vedada a implantação de instalações industriais no Estado para fins de enriquecimento de minerais radioativos, com vistas à geração de energia nuclear.
Aras entendeu que a proibição feita pela Constituição Estadual, ao disciplinar a implantação de instalações nucleares e depósito de material radioativo ou atômico no território estadual, afrontou três artigos da Constituição Federal de 1988, que conferem à União competência privativa para legislar sobre a matéria. Ele reiterou a manifestação na fase final do processo.
"As normas impugnadas nesta ação, portanto, disciplinam e estabelecem restrições para o exercício de atividades nucleares em âmbito estadual, temática sobre a qual somente lei federal poderia dispor”, defendeu Aras, citando ainda ações diretas que declararam inconstitucionais leis de Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul que tratam de tema semelhante.
Solicitado por Aras a se manifestar nos autos, o advogado-geral da União, Bruno Bianco, que representa o governo federal em ações judiciais, endossou o pedido de inconstitucionalidade, ao entender que compete privativamente à União legislar sobre as atividades nucleares e a localização das usinas que operem com reator nuclear e sobre o transporte e o destino final de materiais radioativos.
A Assembleia também se manifestou a pedido de Aras. Os procuradores geral e adjunto da Casa, Paulo Luis de Moura e Sergio Mateus, defenderam a constitucionalidade da proibição, sob à análise da Carta Magna brasileira. "Como bem retrata o texto constitucional, a ideia de monopólio e exploração de serviços e instalações nucleares é vinculada estritamente ao desenvolvimento dessas atividades, matéria essa não disciplinada pelo texto da Constituição Estadual”.
Para o Legislativo estadual, "o constituinte decorrente do Estado de Roraima, ao impor um comando negativo sobre o tema, legisla não violando a regra de repartição de competências inserida no inc. XXVI, do art. 22, da CRFB, ao contrário, encontra amparo normativo no art. 24, incs. VI, XII e §2º, complementando a legislação federal existente, atendendo as peculiaridades locais e maximizando a proteção já estabelecida pelo texto da Constituição da República”.
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- 25/10/2022 - Técnica evita a degradação de compostos antioxidantes presentes em alimentosEstratégia criado no Centro de Pesquisa em Alimentos da USP aumenta a estabilidade de moléculas conhecidas como antocianinas e poderá ser usada na produção de suplementos alimentares e corantes naturais
Estratégia criado no Centro de Pesquisa em Alimentos da USP aumenta a estabilidade de moléculas conhecidas como antocianinas e poderá ser usada na produção de suplementos alimentares e corantes naturais
Fonte:Agência Fapesp
Agência FAPESP* – Amora, morango, açaí, uva, acerola, repolho roxo e berinjela são alguns dos alimentos ricos em antocianinas, compostos naturais com poder antioxidante que, aliados a um estilo de vida saudável, reduzem os riscos de doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes e alguns tipos de cânceres. O problema é que menos de 5% das antocianinas mantêm sua estrutura molecular intacta até o fim do processo digestivo. A maior parte dessas moléculas acaba se degradando antes de ser absorvida pelas células.Com o intuito de solucionar esse problema, o Centro de Pesquisa em Alimentos (FoRC) desenvolveu uma estratégia para proporcionar maior estabilidade à estrutura molecular dos compostos. O FoRC é um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP sediado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP)."Para diminuir a degradação das antocianinas, que ocorre durante a digestão, principalmente no pH intestinal e pela ação das bactérias intestinais, desenvolvemos cápsulas em escala nanométrica. Essas nanocápsulas recobrem a estrutura das antocianinas, aumentando a estabilidade química tanto durante o armazenamento quanto na digestão humana”, explica a nutricionista Thiécla Katiane Osvaldt Rosales, autora da pesquisa.Rosales é responsável pelo desenvolvimento da metodologia, que foi patenteada e publicada em três periódicos: Food Hydrocolloids, AntioxidantseColloids and Surfaces B: Biointerfaces.Outros artigos com os resultados da pesquisa estão em fase de revisão. O trabalho é fruto do seu doutorado, feito sob a orientação do farmacêutico-bioquímico João Paulo Fabi, professor da FCF-USP e membro do FoRC.As nanocápsulas são feitas de compostos naturais: pectina, um polissacarídeo extraído de citros, e lisozima, uma proteína encontrada na clara do ovo. Foram realizados testes in vitro, com microscopia eletrônica e de varredura, para avaliar a tecnologia em quatro aspectos: estabilidade, capacidade de proteção física e química, capacidade de absorção pelas células e toxicidade.Proteção sem toxicidadeUm dos testes aplicados foi o InfoGest, um protocolo reconhecido internacionalmente que simula a digestão gastrointestinal humana, levando em consideração diversas variáveis, como temperatura corporal, movimentos peristálticos, ação das enzimas e pH fisiológicos."Nesse teste constatamos que aproximadamente 42% das antocianinas iniciais tinham sido protegidas da degradação no final da digestão simulada ou mantinham suas estruturas moleculares intactas dentro das nanocápsulas ou tinham sido liberadas gradativamente para absorção celular. No grupo-controle, com as antocianinas livres, menos de 13% das moléculas iniciais se encontravam nessas mesmas condições, in vitro”, conta Rosales.Os ensaios foram feitos com o auxílio de marcadores fluorescentes, que evidenciaram não apenas a absorção das nanopartículas como também a não alteração das proporções entre células vivas e mortas: "Quando a célula absorvia a antocianina nanoencapsulada, a cor verde no interior da estrutura celular era visualizada pelo microscópio”, exemplifica. Foram usados tanto o modelo bidimensional, com células aderidas à placa de cultura, quanto tridimensional, com células em esferoides, mimetizando o microambiente intestinal.O próximo passo da pesquisa, já em nível de pós-doutorado, será a realização de testes in vivo. Essa etapa será feita no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em parceria com o FoRC. "Precisamos saber se as nanopartículas continuarão estáveis em um organismo vivo. Além disso, teremos condições de acompanhar in vivo, também com marcadores, como se dá a absorção das nanopartículas e sua biodisponibilidade [aproveitamento no metabolismo]”, acrescenta a pesquisadora.Aplicações promissorasO objetivo final da pesquisa é fazer a transferência da tecnologia para o desenvolvimento de suplementos alimentares com ação antioxidante e usados como adjuvantes no tratamento de doenças. Outra possível aplicação seria a produção de corantes naturais.Segundo Rosales, a tecnologia é acessível por não requerer equipamentos sofisticados ou caros. Além disso, os compostos naturais da matéria-prima ocorrem em abundância. A pectina, por exemplo, é fartamente encontrada em resíduos da indústria alimentícia, como casca de citros e de maçãs.O artigo Nanoencapsulation of anthocyanins from blackberry (Rubus spp.) through pectin and lysozyme self-assemblingpode ser lido em:www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0268005X20329374?via%3Dihub.Já o estudo Nanotechnology as a Tool to Mitigate the Effects of Intestinal Microbiota on Metabolization of Anthocyanins está acessível em:www.mdpi.com/2076-3921/11/3/506.E a pesquisa Nanoencapsulated anthocyanin as a functional ingredient: Technological application and future perspectives pode ser conferida em:www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0927776522003903.* Com informações do FoRC. -
- 25/10/2022 - Exercício parcial de energia nuclear em AngraEvento de abertura relacionado à ação aconteceu no auditório da Defesa Civil
Evento de abertura relacionado à ação aconteceu no auditório da Defesa Civil
Fonte: Prefeitura de Angra dos Reis
Realizado em anos pares, o exercício parcial de energia nuclear, cuja cerimônia de abertura aconteceu na manhã desta terça-feira, 25 de outubro, tem como objetivo ajudar na preparação das entidades e órgãos envolvidos na construção do próximo exercício geral das usinas nucleares de Angra dos Reis.
A abertura oficial da ação foi efetuada às 9h30, no auditório da Secretaria de Proteção e Defesa Civil, no São Bento. Estavam presentes representantes da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), da diretoria da Eletronuclear, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, da Defesa Civil do estado do Rio de Janeiro, da Marinha do Brasil e da própria Prefeitura de Angra. A introdução para o exercício começa hoje, com a parte de apresentação do cenário e da preparação dos avaliadores. Amanhã, 26, ele passa a ser realizado na prática, sendo finalizado na quinta-feira, 27.
– Esse é um exercício parcial, coordenado pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro e gerenciado pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. Não haverá movimentação externa, apenas de comunicação entre os órgãos envolvidos, onde será avaliada a capacidade de resposta relacionada ao exercício, com o objetivo de proteger os trabalhadores da usina, o meio ambiente e a população em geral – explica o secretário de Proteção e Defesa Civil, Jairo Fiães.
Todos os representantes das entidades diretamente ligadas ao exercício parcial de energia nuclear puderam falar durante a cerimônia sobre suas expectativas e desejos relacionados à ação, e o contra-almirante Marcelo da Silva Gomes, secretário de Coordenação de Sistema do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, sublinhou justamente a importância do exercício como uma preparação para a atividade que acontecerá em 2023.
– Existem vários avaliadores que vão analisar todos os procedimentos e situações que serão geradas aqui pelo GSI. São essas avaliações que vão permitir o aprimoramento do exercício e dos planos atrelados a ele, de emergência externa e de emergência local, sempre lembrando que o foco de tudo isso é a proteção da população, do meio ambiente, das instalações nucleares e de seus trabalhadores. -
- 25/10/2022 - Eduardo Grand Court assumiu a presidência da EletronuclearFonte: Petronotícias
A Eletronuclear entrou em uma nova fase. A empresa realizou no início desta semana o ato de posse do seu novo presidente, Eduardo Grivot de Grand Court (foto). Ele assumiu o posto no lugar de Leonam dos Santos Guimarães, que estava no comando da companhia desde outubro de 2017. O novo presidente diz que as prioridades de sua gestão serão a conclusão das obras de Angra 3 (que estão paralisadas desde 2015) e a extensão da vida útil de Angra 1.
Court teve uma carreira de mais de 40 anos na Eletronuclear. Antes de assumir o comando da estatal, ele exercia o papel de presidente do Conselho de Administração da Eletronuclear – posto ao qual ele renunciou antes de ocupar a presidência da empresa. Além disso, o executivo também atuava como diretor de Gestão Corporativa e Sustentabilidade da Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional S.A (ENBPar).
Além de Court, também tomaram posse nesta semana os novos diretores da Eletronuclear. Para a Diretoria de Operação e Comercialização, o novo titular é Ricardo Luis Pereira dos Santos, ex-diretor Técnico, que continuará acumulando, interinamente, a Diretoria da Usina Nuclear Angra 3. Na Diretoria Técnica, quem assume é Sinval Zaidan Gama, ex-diretor de Operação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e ex-presidente da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf).
Por fim, a Diretoria Administrativa será ocupada pelo almirante Hélio Mourinho Garcia Júnior, que exerceu recentemente o cargo de subsecretário de Planejamento, Orçamento e Administração do Ministério de Minas e Energia (MME). Marcello Cabral continua como diretor Financeiro.
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- 24/10/2022 - Equipe do Ipen vence a 1ª edição do HackAtom, competição científica apoiada pela RosatomFonte: site Defesa em Foco
A equipe HackIPEN, do IPEN, foi a vencedora do Brazil HackAtom, competição científica por equipes com a finalidade de desenvolver ideias sobre um tema relacionado à energia nuclear. Promovida pelo Instituto, em parceria com o Instituto de Engenharia Física (MEPhI) de Moscou e Corporação Estadual de Energia Atômica Rosatom, a disputa envolveu nove equipes de até cinco participantes para a realização de duas tarefas e aconteceu de forma híbrida, nos dias 18 e 19.
Noé Gabriel Pinheiro Machado, Sandro Minarrine Cotrim Schott, Priscila Santos Rodrigues e Maria Eduarda Zaganin Rigo, do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear IPEN/USP, eJabison Rafael de Aguiar Bezerra, graduando de engenharia nuclear e bolsista de inicação científica,foram os vencedores. Em segundo lugar, veio a equipe Hackerspace, com estudantes do Instituto de Física da USP (IFUSP) e também do IPEN, e em terceiro, a Nuclear, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
A primeira tarefa foi mais simples. As equipes receberam vários dados brutos de consumo de energia de uma usina nuclear e precisavam analisar esses dados e elaborar um algoritmo que previsse o futuro da usina (em relação ao consumo, não à geração), com escala temporal definida pelos próprios estudantes, desde que coerentes com a proposta. As três primeiras colocadas concluíram o trabalho com êxito, de acordo com Julian Shorto, pesquisador do IPEN e um dos coordenadores do HackAtom.
O desafio maior, segundo Shorto, foi na segunda tarefa, em que as equipes receberam dados brutos de temperatura e pressão uma usina nuclear, durante um período de tempo, e também alguns sinais na instrumentação, como detetores de vibração, e teriam que encontrar a correlação entre esses dados e elaborar uma previsão. "Foi mais difícil, porque, aparentemente, não havia correlação. Eles tentaram, usaram técnicas de inteligência artificial, mas nenhum conseguiu resolver totalmente”.
Shorto atribui a dois fatores: o tempo de 24h para a resolução do desafio – muito curto, na avaliação dele, e o fato de os participantes não terem vivência de uma usina, o que torna missão quase impossível correlacionar dados "sem a prática da vida real”, o que, conforme o pesquisador, "naturalmente indicaria pistas para eles atuarem”. "Para quem não conhece nada de uma usina, ter apenas 24 horas é bem difícil. Eles foram até surpreendentes nos resultados obtidos”, avaliou.
Na reta final, das nove equipes inscritas, apenas quatro se mantiveram na disputa. Shorto acredita que, apesar do pouco tempo para o grau de complexidade dos desafios, o Brazil HackAtom cumpriu seu objetivo, de incentivar o interesse de alunos da física nuclear e de outras ciências exatas e tecnologias pela área nuclear. "O que podemos melhorar, em edições futuras, é o contato com as equipes, talvez oferecendo um tutor para cada uma, por exemplo, e também trabalhar com um pouco mais tempo, antes do evento, sobre questões gerais.
A equipe de professores foi composta por oito membros, sendo três do IPEN – Shorto, Delvonei Andrade e Luis Antonio Albiac Terremoto. Da Rússia, participaram Dmitry Samokhin, Alex Nakhabov, Dmitry Raspopov, Alla Udalova, Dmitry Savkin. Cada avaliador deu duas notas, uma para o resultado em si e outra para a apresentação da equipe. Ao final, a equipe vencedora obteve maior pontuação com sete dos oito avaliadores.
Parceria promissora
Niklaus Ursus Vetter, gerente de Internacionalização do IPEN, comentou sobre "o estreitamento dos laços acadêmicos entre MEPhI e IPEN”, que, por meio de um acordo bilateral, propiciou intercâmbio de vários alunos de pós e de cursos de pós-graduação da USP ministrados por professores russos em colaboração com docentes do IPEN. "Com a realização do evento HackAtom no IPEN, esse acordo chega a outro patamar. Estamos visando, agora, a dupla titulação IPEN – MEPhI, para oferecer aos alunos um mestrado internacional que possa resultar em um aumento de suas oportunidades de carreira”.
"Para nós, o HackAtom não é apenas um evento para promover a tecnologia nuclear, é uma possibilidade de interagir com os jovens talentosos capazes de apresentar soluções realmente interessantes e inovadoras. Estamos realizando este evento no Brasil pela primeira vez em conjunto com nosso parceiro IPEN e esperamos que o HackAtom se torne nosso evento anual comum e atraia o maior número possível de participantes de diferentes universidades e institutos”, disse Valery Karezin, diretor de Projetos do Escritório de Projetos para o Desenvolvimento da Educação e Cooperação Internacional da Rosatom, após o anúncio dos vencedores.
Ruan Nunes, vice-diretor do Centro Regional da Rosatom para a América Latina, falou sobre a "grande satisfação” de poder promover e acompanhar a primeira edição do HackAtom e destacou a disposição e a participação "notáveis” das equipes. "A capacidade de resolver problemas complexos em 24 horas demonstra o quão preparados são os cientistas e estudantes da área. Nada resta além da dar os parabéns aos participantes, ao IPEN e a MEphi. Vamos aguardar ansiosos a próxima edição no ano que vem”.
Wetter, Karezin, Nunes e Dmitry Savkin, vice-reitor de Relações Internacionais do MEPhI participaram do anúncio dos vencedores. Está programada para o final do mês uma cerimônia de premiação. O HackAtom é realizado fora da Rússia desde 2021, a primeira competição foi organizada na Bulgária e depois em outros países, entre eles, Hungria e Argentina.
Equipes
1o. lugar: HackIPEN – Noé Gabriel Pinheiro Machado, Sandro Minarrine Cotrim Schott, Jabison Rafael de Aguiar Bezerra Priscila Santos Rodrigues, Maria Eduarda Zaganin Rigo.
2olugar: Hackerspace (FUSP/IPEN): Victor Keichi Tsutsumiuchi, Cristhian Ferreira Talacimon, Ícaro Vaz Freire, Ricardo Laranjeira Couro Pitta e Júlio de Oliveira Júnior.
3olugar: Nuclear(UFRJ): João Victor Faria de Souza, João Victor Sigaud Andrade Guimarães, Gabriel Faria Beserra, William Luna Salgado e Vinícius Souza Pinheiro Silva
Fonte: site IPEN -
- 21/10/2022 - 'É inacreditável', diz ministro sobre a usina de urânio do Ceará ainda não funcionarO ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, criticou o fato de a usina de urânio e fosfato de Santa Quitéria, no interior do Ceará, ainda não estar em operação, após tantos anos de imbróglios.
O ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, criticou o fato de a usina de urânio e fosfato de Santa Quitéria, no interior do Ceará, ainda não estar em operação, após tantos anos de imbróglios.
Fonte: Diário do Nordeste
Victor Ximenes
"É inacreditável não conseguir minerar em Santa Quitéria. Esse projeto significa emprego para o Ceará", disse Sachsida, em palestra a grandes empresários cearenses, no Seminário Energia Brasil, na tarde desta sexta-feira, em Fortaleza.
No entanto, o ministro mostrou-se otimista com o destravamento do lendário projeto, que vem se arrastando desde os anos 1980.
O empreendimento está em fase de obtenção de licenciamento ambiental, após a realização de audiência públicas em junho deste ano. O cronograma prevê início das obras em 2023.
A previsão do consórcio responsável — formado por INB (Indústrias Nucleares do Brasil) e Galvani — é que sejam gerados 8.400 postos de trabalho diretos e indiretos criados durante a construção e outros 2.800 na fase de operação.
Crescimento da EconomiaNo seminário, Sachsida – que foi secretário de Política Econômica e chefe da Assessoria Especial do ministro Paulo Guedes –, também listou uma série de ações do Ministério da Economia, chamadas por ele de "microrreformas", para melhorar o ambiente de negócios e estimular os investimentos privados. Entre elas, estão medidas que reduziram impostos e desburocratizaram setores; bem como os marcos legais, como o do saneamento.
Ele teceu críticas às estimativas erradas do mercado financeiro sobre o desempenho da economia nacional em 2022 e enalteceu os resultados alcançados que, segundo ele, colocam o Brasil em destaque global, à frente da Alemanha, da Inglaterra e da China.
Hidrogênio VerdeO ministro também destacou a importância do hidrogênio verde para o futuro da matriz energética e afirmou que o Governo Federal vem dando suporte à pauta, que recebe grande atenção no empresariado cearense.
Inclusive, está em formulação, em Brasília, um programa nacional com diretrizes para o desenvolvimento da economia do hidrogênio. -
- 16/10/2022 - Projeto bilionário: por que o submarino atômico brasileiro não sai do papelO primeiro submarino atômico do Brasil está sendo produzido desde 1978. O projeto, que deveria ter sido finalizado em 1991, ganhou outra data de entrega, agora para 2029. Os 31 anos de atraso se devem a diversos fatores, como sanções internacionais, a complexidade do projeto e a dificuldade em conseguir a autorização de uso do combustível. Apesar de avançar lentamente, os gastos com o projeto já passaram dos 30 bilhões de reais.
O primeiro submarino atômico do Brasil está sendo produzido desde 1978. O projeto, que deveria ter sido finalizado em 1991, ganhou outra data de entrega, agora para 2029. Os 31 anos de atraso se devem a diversos fatores, como sanções internacionais, a complexidade do projeto e a dificuldade em conseguir a autorização de uso do combustível. Apesar de avançar lentamente, os gastos com o projeto já passaram dos 30 bilhões de reais.
Fonte: UOL
Como está o projeto atualmente?
O primeiro submarino nuclear no Brasil tem nome: Submarino Nuclear Álvaro Alberto (SN-10). O projeto é desenvolvido pela Marinha Brasileira, sob responsabilidade da Itaguaí Construções Navais (ICN).
Além disso, a iniciativa faz parte do Programa de Desenvolvimento de Submarinos, um acordo firmado entre o Brasil e a França, em 2009, para a aceleração do desenvolvimento do projeto nuclear da Marinha.... Isso significa que boa parte do projeto é feita em parceria com profissionais franceses, com transferência de tecnologia e apoio na construção da embarcação.
No momento, o foco é conseguir o aval internacional para o uso do combustível necessário para a embarcação. Porém, alguns órgãos internacionais estão dificultando o andamento do projeto. Isso se deve principalmente à singularidade desse projeto no Brasil, que seria o primeiro a envolver esse tipo de força nuclear para objetivos militares.
O último pedido formal do Brasil à AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica, parte da ONU) foi feito em junho de 2022. O objetivo é obter autorização para empregar urânio enriquecido no reator do submarino.
Porém, para conseguir essa autorização, o governo terá que mudar alguns posicionamentos. O Brasil ainda resiste a aderir aos Protocolos Adicionais do Tratado de Não Proliferação Nuclear.
Esse tratado supervisiona componentes nucleares, como o urânio enriquecido, e permite que a AIEA fiscalize o programa nuclear dos países para verificar se as obrigações contidas no tratado estão sendo respeitadas pelos signatários.
Portanto, esse posicionamento fez com que essas organizações internacionais ficassem inseguras em relação aos possíveis efeitos colaterais que poderiam resultar da falta de fiscalização, por exemplo.
A estrutura do submarino
Com a complexidade do projeto e dificuldade em fazê-lo avançar, fica o questionamento: quais as vantagens de um submarino nuclear para o Brasil?.
Um submarino de propulsão nuclear é bem diferente dos modelos convencionais. A propulsão nuclear, que gera energia pela quebra de núcleos atômicos, dispensa o oxigênio necessário para a queima do diesel.
De acordo com informações da Marinha, o submarino nuclear brasileiro será capaz de deslocar 6 mil toneladas, capacidade de mergulhar até 350 metros ou mais e poderá chegar aos 26 nós de velocidade.
Assim, a estrutura, além de ser mais potente e rápida, consegue ficar submersa por mais tempo sem ter que subir à superfície para reabastecer o oxigênio. Por isso, o submarino poderá alcançar uma autonomia de até 3 meses, sem nenhuma emergência associada ao fator humano.
Além de uma novidade para o Brasil, esse poder bélico seria um diferencial, já que apenas EUA, Rússia, China, França, Reino Unido e Índia operam esse tipo de armamento até então. -
- 14/10/2022 - ENBPar passa a controlar Indústrias Nucleares do BrasilDecreto presidencial que autoriza o aumento de capital social da Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar), por meio do aporte das ações da União no capital da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), foi publicado no Diário Oficial da União de hoje (14).
Decreto presidencial que autoriza o aumento de capital social da Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar), por meio do aporte das ações da União no capital da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), foi publicado no Diário Oficial da União de hoje (14).
Fonte: Agência Brasil
Segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), a medida garantirá "maior eficiência operacional” à INB, de forma a fortalecer a formação de parcerias e a atração de investimentos privados. "Com o decreto, a INB se tornará uma estatal não dependente da União e, portanto, não receberá mais recursos financeiros do Tesouro para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio geral ou de capital”, informou a pasta.
"A INB já havia atingido a autossuficiência financeira neste ano e agora passa a ser uma subsidiária da ENBPar”, acrescentou.
Em nota, o MME afirma que a alteração acionária trará maior autonomia orçamentária e financeira "e mais eficiência na gestão do caixa por parte da INB”, que passará ater"maior flexibilidade para estabelecer parcerias com a iniciativa privada”, uma vez que, com a nova legislação, será possível desenvolver "outros modelos de associação com parceiros privados para exploração de jazidas minerais que possuam minérios nucleares”.
Com esses minériossão desenvolvidastecnologias de diversos tipos,inclusive para equipamentos que fazem uso de radiação para tratar doenças como câncer; ou para evitar proliferação de fungos em alimentos.
Edição: Graça Adjuto
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- 13/10/2022 - Livro reúne estudos sobre o uso de nanomateriais na conversão de CO2 em combustíveis e outros químicosObra lançada pela Royal Society of Chemistry conta com capítulo escrito por pesquisadoras brasileiras apoiadas pela FAPESP
Obra lançada pela Royal Society of Chemistry conta com capítulo escrito por pesquisadoras brasileiras apoiadas pela FAPESP
Fonte: Agência FAPESP
Lançado recentemente pela Royal Society of Chemistry, o livro 2D Nanomaterials for CO2 Conversion into Chemicals and Fuels traz em seus 16 capítulos vários estudos que investigam as oportunidades do uso de nanomateriais 2D na redução eletroquímica de CO2, dando ênfase nas suas propriedades únicas e no grande número de aplicações que esses materiais apresentam.A edição atende principalmente ao crescente interesse entre pesquisadores acadêmicos e industriais em entender as funcionalidades dos compósitos nanomateriais 2D.Um dos capítulos, intitulado "Photoelectrochemical CO2 Conversion Through the Utilization of Non-oxide Two-dimensional Nanomaterials”, foi escrito por quatro pesquisadoras brasileiras: Lucia Mascaro, Juliana Ferreira de Brito, Patrícia Gon Corradini e Anelisse Brunca da Silva.As autoras estão ligadas ao Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) – um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) sediado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) – e ao Centro de Inovação em Novas Energias (CINE), um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) constituído em parceria com a Shell na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com a participação de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen).No capítulo são apresentados os avanços do uso de nanomateriais bidimensionais não óxidos para a redução fotoeletrocatalítica de dióxido de carbono em meio aquoso. Esses fotocatalisadores vêm recebendo atenção significativa em reações complexas que envolvem várias etapas, como redução de CO2 e divisão de água, devido às suas características catalíticas.Entre os diversos fotocatalisadores bidimensionais não óxidos relatados na literatura, o capítulo também examina os dicalcogenetos de metais de transição bidimensionais, nitretos, carbonitretos, estruturas metal-orgânicas e heterojunções desses catalisadores.O livro pode ser comprado pelo site da Royal Society of Chemistry.* Com informações da Assessoria de Comunicação do CDMF.
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- 13/10/2022 - Acordo de cooperação entre CNEN e AIEA fortalece ensino e treinamento em radioproteção no BrasilFonte: Site CNEN
Um acordo de cooperação entre a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) foi assinado pelo Presidente da CNEN, Paulo Roberto Pertusi, e pela Chefe do Departamento de Segurança e Radioproteção da Agência, Lydie Evrard, no último dia 30 de setembro, na sede do organismo internacional, em Viena, durante o período de realização da 66ª sessão da Conferência-Geral AIEA. O acordo tem como objetivo fortalecer no Brasil a implementação da abordagem estratégica para educação e treinamento em radiação, transporte e segurança de rejeitos, por meio de um centro de formação para países de língua portuguesa.
O "Practical Arragement” ora assinado consubstancia o papel de destaque do Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD/CNEN) neste contexto. Desde 2011, o IRD/CNEN tornou-se centro regional de treinamento em radioproteção para países de língua portuguesa em parceria com a AIEA. Oferece anualmente o curso de especialização lato sensu em proteção radiológica e segurança de fontes radioativas, com mais de 10 edições realizadas, abrangendo 110 participantes de diversos estados brasileiros e de oito países africanos de língua portuguesa. Também foram realizados 34 treinamentos especializados em áreas como fundamentos de radioproteção, metrologia, emergência, entre outros, com mais de 1.138 participantes.
De acordo com a AIEA, o instituto pode dar uma valiosa contribuição para a divulgação das normas de segurança da Agência e das melhores práticas em nível regional e inter-regional, com benefício para os países de língua portuguesa em todo o mundo. Para isso, O IRD/CNEN disponibiliza laboratórios, infraestrutura e pessoal altamente especializado para disseminar conhecimento e contribuir com o fortalecimento da cultura de segurança no mundo, que se traduz no uso seguro das radiações ionizantes em suas diversas aplicações em saúde, indústria, agricultura, meio ambiente, entre outras. Outros quatro centros de treinamento regionais AIEA estão localizados na África, Ásia e região do Pacífico, Europa e América Latina, oferecendo cursos em inglês, francês, espanhol, árabe e russo.
Para saber mais acesse
https://www.gov.br/ird/pt-br/assuntos/ensino/pos-graduacao-lato-sensu/o-curso
https://www.gov.br/ird/pt-br/assuntos/ensino/cursos-regulares
https://www.iaea.org/services/training/pgec
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- 11/10/2022 - Brasil HackAtomEstão prorrogadas até sexta (14/10) as inscrições para o Brasil HackAtom, competição científica por equipes para desenvolver ideias sobre um tema relacionado à energia nuclear. O evento, que ocorrerá nos dias 18 e 19 de outubro, é promovido pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em parceria com o Instituto de Engenharia Física (MEPhI) de Moscou (Rússia), com apoio da Rosatom.
Estão prorrogadas até sexta (14/10) as inscrições para o Brasil HackAtom, competição científica por equipes para desenvolver ideias sobre um tema relacionado à energia nuclear. O evento, que ocorrerá nos dias 18 e 19 de outubro, é promovido pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em parceria com o Instituto de Engenharia Física (MEPhI) de Moscou (Rússia), com apoio da Rosatom.
Fonte: Agência Fapesp
A competição é inspirada em um hackathon, um evento tipo sprint de design, no qual diferentes especialistas em tecnologia da informação colaboram em projetos de software. Nessas competições, o objetivo é criar software ou hardware em funcionamento ao final do evento.
No Brasil HackAtom, a ideia é promover o contato dos alunos com questões práticas da área nuclear de maneira lúdica. Eles terão que demonstrar capacidade de trabalhar em equipe para buscar soluções criativas e inovadoras.
Serão formadas equipes de dois a cinco estudantes, a depender do número de inscritos. Alunos de diferentes especialidades podem compor as equipes, desde que sejam da mesma universidade.
Apesar de o HackAtom ter sido idealizado para a modalidade on-line, as equipes podem optar pelo trabalho off-line, sendo responsáveis pela escolha do local e pelo cumprimento das exigências epidemiológicas. Elas deverão ser formadas antecipadamente e, depois de registradas, indicadas pelas instituições participantes. Não há restrições sobre quais tecnologias serão usadas.
Para cada equipe, haverá um responsável dos organizadores, que auxiliará em eventuais problemas, bem como indicará quanto tempo possuem.
Não há requisitos rígidos para os participantes, que podem ser de qualquer instituição de ensino brasileira, mas é preferível que tenham conhecimentos básicos em matemática, física, análise de dados e ciência da computação. As equipes definem o número de participantes na apresentação do projeto ecada uma dispõe de dez minutos. A língua oficial é o inglês.
As inscrições devem ser feitas por formulário on-line.
Mais informações: https://bit.ly/3RLgGcp.