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- 12/02/2016 - Helena Nader, presidente da SBPC, fala na CNEN sobre conquistas e dificuldades em pesquisa, tecnologia e inovaçãoO evento, que inaugura o ciclo de palestras “Grandes Nomes, Grandes Temas” no ano comemorativo ao 60º aniversário da CNEN, será realizado no dia 19 de fevereiro, no Rio de Janeiro
O evento, que inaugura o ciclo de palestras “Grandes Nomes, Grandes Temas” no ano comemorativo ao 60º aniversário da CNEN, será realizado no dia 19 de fevereiro, no Rio de Janeiro
Fonte: Jornal da Ciência
A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) abre na próxima sexta-feira (19), às 10h30, o ciclo de palestras "Grandes Nomes, Grandes Temas”, e traz como primeira convidada a pesquisadora e professora Helena Nader, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que vai falar sobre Pesquisa, Tecnologia e Inovação: conquistas e dificuldades.
O projeto, que faz parte da programação comemorativa dos 60 anos da instituição, pretende promover mensalmente encontros do público com grandes especialistas brasileiros em diferentes temas e áreas do conhecimento, em palestras que ocorrerão na sede da CNEN, em Botafogo (RJ), ou em qualquer de suas unidades de pesquisa.
Ciência e Inovação
Em janeiro deste ano, a aprovação do Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação pautou uma série de ações de incentivo à pesquisa e ao desenvolvimento científico e tecnológico, incluindo uma legislação mais ágil e flexível para o setor e a regulação das relações das entidades públicas com as privadas. Ainda que os vetos apresentados a alguns de seus artigos anunciem novos debates, a legislação, que promete impulsionar o crescimento do País, foi recebida com entusiasmo pela comunidade científica.
Na opinião de Helena Nader, para quem o principal mérito da nova legislação é tornar transparentes as regras que regulam a parceria das universidades e instituições de pesquisa públicas com o empresariado, o novo código abre um cenário de grandes promessas e desafios.
Sobre a palestrante
Pesquisadora 1A do CNPq e professora titular da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Helena Bonciani Nader graduou-se em ciências biológicas (1970) doutorou-se em biologia molecular também pela Unifesp (1974) e fez seu pós-doutorado (1977) na Universidade do Sul da Califórnia (USC), EUA. Com 120 trabalhos completos e 11 livros publicados, é também responsável pela titulação de 45 mestres, 43 doutores e 15 pós-doutores. Presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência desde 2011, Helena Nader é membro da Academia de Ciências de São Paulo e da Academia Brasileira de Ciências, além de detentora de diversos outros títulos de reconhecimento e premiações nacionais e internacionais.
Serviço
Grandes Nomes, Grandes Temas
"Pesquisa, Tecnologia e Inovação – Helena Nader”
19 de fevereiro, às 10h30
Auditório da Sede da CNEN – Rua General Severiano, 90 / Térreo, Botafogo, Rio de Janeiro (RJ)
*Participação gratuita, sem necessidade de inscrição. Certificados de participação podem ser solicitados previamente pelo e-mail comunicacao@cnen.gov.br e só serão fornecidos no dia do evento. Mais informações: (021) 2173-7138
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- 11/02/2016 - ONU oferece tecnologia para diagnóstico antecipado de ZikaFonte: Revista Época
Da EFEViena - A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) anunciou nesta quinta-feira que entregará a países da América Latina e do Caribe tecnologia nuclear especializada para a detecção antecipada de contágios do Zika vírus.
"A AIEA tenta responder de forma rápida às crises desta natureza", afirmou em comunicado o diretor-geral da agência nuclear da ONU, Yukiya Amano.
"Ajudar os países com tecnologia nuclear para reforçar suas capacidades de atendimento sanitário é parte fundamental de nosso trabalho de desenvolvimento no mundo todo. Estamos bem preparados para oferecer esta assistência", acrescentou o diplomata japonês.
"Neste caso, ajudaremos os países da América Latina e do Caribe a estabelecer ou fortalecer seus sistemas de alarme antecipado para o Zika vírus", declarou.
A AIEA ressaltou que esta assistência acontece em resposta aos pedidos de vários países durante uma recente visita à América Central.
A ajuda consistirá na entrega de equipamentos especializados e os conhecimentos técnicos para empregá-los, e terá um custo total de 400 mil euros.
A técnica empregada para a detecção é conhecida como RT-PCR dentro do campo do diagnóstico molecular e, segundo a AIEA, já foi usada com sucesso no surto de ebola na África Ocidental em 2014.
A assistência inclui equipamentos de RT-PCR, bens de consumo e assessoria técnica, assim como a formação sobre como utilizar esta tecnologia para detectar o vírus e diferenciá-lo de outros, como dengue e chicungunha.
A AIEA destacou que a partir de março oferecerá cursos em seu laboratório de Seibersdorf, nos arredores de Viena, a especialistas dos 28 países da América Latina e do Caribe que desejem formar-se no uso do RT-PCR. EFE
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- 11/02/2016 - Brasileiros integram consórcio que observou ondas gravitacionais e buracos negrosPesquisadores do Inpe e da Unesp participam de descobertas que abrem novas perspectivas para o estudo do Universo
Pesquisadores do Inpe e da Unesp participam de descobertas que abrem novas perspectivas para o estudo do Universo
Fonte: Agência Fapesp
Após uma série de rumores nos últimos meses, um consórcio internacional de cientistas, integrado por pesquisadores do Brasil, confirmou ontem (11/02) ter feito a primeira detecção direta de ondas gravitacionais – oscilações do espaço-tempo previstas por Albert Einstein (1879 –1955) há um século – geradas pela colisão e fusão de dois buracos negros.
O anúncio foi feito por cientistas do projeto Ligo (sigla em inglês de Laser Interferometer Gravitacional-wave Observatory) em uma coletiva de imprensa promovida pela National Science Foundation (NSF) em Washington, nos Estados Unidos, e publicado em um artigo na revistaPhysical Review Letters.
A colaboração científica reúne mais de mil cientistas de mais de 90 universidades e instituições de pesquisa de 15 países, além dos Estados Unidos.
Entre os participantes do projeto estãoOdylio Denys de Aguiar,Marcio Constâncio Júnior,César Augusto Costa,Allan Douglas dos Santos Silva, Elvis Camilo Ferreira e Marcos André Okada,todos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), eRiccardo Sturani, pesquisador do Instituto de Física Teórica da Universidade Estadual Paulista (IFT-Unesp).
Os pesquisadores do Brasil participam da colaboração científica Ligo por meio de projetos apoiados pela FAPESP.
"Senhoras e senhores, nós detectamos ondas gravitacionais. Nós conseguimos”, anunciou David Reitze, diretor executivo do projeto Ligo, durante o evento.
Usando detectores gêmeos do projeto Ligo, situados um em Livingston, em Louisiana, e o outro em Hanford, em Washington, nos Estados Unidos – a três mil quilômetros de distância um do outro –, os pesquisadores afirmaram ter observado, pela primeira vez, ondas gravitacionais a partir de um evento cataclísmico, denominado GW 150914, em uma galáxia distante mais de 1 bilhão de anos-luz da Terra.
As ondas gravitacionais foram detectadas em 14 de setembro de 2015, às 6h51 no horário de Brasília, pelos detectores do Ligo.
Os pesquisadores afirmaram que as ondas gravitacionais foram produzidas durante os momentos finais da fusão de dois buracos negros que giraram um em torno do outro, como dois piões, irradiando energia como ondas gravitacionais.
Essas ondas gravitacionais têm um som característico, chamado de sinal sonoro, que pode ser usado para medir as massas de dois objetos.
Após girarem em torno um do outro, os dois buracos negros se fundiram em um único e mais massivo buraco negro em rotação.
Eles estimam que a energia de pico liberada sob a forma de ondas gravitacionais durante os momentos finais da fusão dos buracos negros foi dez vezes maior do que a luminosidade combinada (a taxa na qual a energia é liberada como luz) de todas as galáxias no Universo observável.
"Foi a primeira vez que isso foi observado”, afirmou Reitze. "Os buracos negros têm apenas 150 quilômetros de diâmetro, mas 30 vezes a massa do Sol. Quando se fundem há uma grande explosão de ondas gravitacionais”, explicou.
Sistema de detecção
Causadas por alguns dos fenômenos mais violentos do Cosmos, como colisões e fusões de estrelas massivas compactas, a existência das ondas gravitacionais foi prevista por Einstein, em 1915, em sua Teoria da Relatividade Geral.
O cientista postulou que objetos massivos acelerados distorciam o espaço-tempo, produzindo mudanças no campo gravitacional – as ondas gravitacionais – que se deslocam para fora da massa e viajam à velocidade da luz através do Universo, levando informações sobre suas origens, além de pistas valiosas sobre a natureza da própria gravidade.
Essas ondas gravitacionais, contudo, têm amplitude um milhão de vezes menor do que o diâmetro de um próton e chegam à Terra com uma amplitude muito pequena.
A fim de tentar detectar e localizar fontes de ondas gravitacionais, os pesquisadores usaram uma técnica conhecida como interferometria a laser, que utiliza detectores distantes entre si para medir as diferenças das observações.
Dessa forma, por meio dos detectores do Ligo – que foram desenvolvidos e são operados pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT) e o California Institute of Technology (Caltech), ambos dos Estados Unidos –, eles conseguiram observar as ondas gravitacionais produzidas pela colisão e fusão de dois buracos negros há cerca de 1,3 bilhão de anos-luz da Terra que foram convertidas em trechos de som.
"Essa primeira observação das ondas gravitacionais abre uma nova janela de observação do Universo e marca o início de uma nova era na pesquisa em Astronomia e Astrofísica”, avaliou César Augusto Costa, pesquisador do Inpe.
O grupo de pesquisadores do Inpe, liderado por Aguiar, trabalha no aperfeiçoamento da instrumentação de isolamento vibracional do Ligo, que irá operar com espelhos resfriados, e na caracterização dos detectores, buscando determinar fontes de ruído.
Já o grupo do IFT-Unesp, dirigido por Sturani, trabalha na modelagem e análise dos dados de sinais de sistemas estelares binários coascentes.
A modelagem é particularmente importante porque as ondas gravitacionais têm interação muito fraca com toda a matéria, tornando necessários, além de detectores de alto desempenho, técnicas de análises eficazes e uma modelagem teórica precisa dos sinais, explicou Sturani.
"Essa primeira observação de ondas gravitacionais pelo Ligo é resultado de uma tomada de dados que ocorreu entre agosto e setembro do ano passado. A última tomada de dados terminou agora em janeiro e a análise completa deverá ser publicada em abril”, disse.
Além do artigo na revistaPhysical Review Letters, os pesquisadores devem publicar nos próximos meses mais doze outros resultados da colaboração.
O artigoObservation of Gravitational Waves from a Binary Black Hole Merger(doi: http://dx.doi.org/10.1103/PhysRevLett.116.061102), da LIGO Scientific Collaboration e Virgo Collaboration, pode ser lido emhttp://link.aps.org/doi/10.1103/PhysRevLett.116.061102.
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- 10/02/2016 - Comissão obriga uso de sistema de rastreamento em veículos de transporte de material radiativoFonte: SEGS
Proposta segue para análise da Comissão de Viação e Transportes Carvalho alterou o projeto original obrigando o rastreamento apenas para veículos de transporte de material radioativo.
A Comissão de Minas e Energia aprovou proposta que torna obrigatória a utilização permanente de sistema de rastreamento nos veículos empregados para o transporte de material radioativo.
Pelo texto, a obrigação passará a constar das normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear, previstas na Lei 6.189/74. A proposta inclui dispositivo na lei.
O texto aprovado é o substitutivo do relator, deputado Augusto Carvalho (SD-DF), ao Projeto de Lei 2766/15, do Senado Federal. O projeto original é mais genérico, tornando obrigatório o sistema de rastreamento por satélite nos veículos e nas embarcações utilizados para o transporte de quaisquer cargas perigosas.
Segundo o relator, ao atingir indiscriminadamente o transporte de toda e qualquer produto perigoso, a medida incluiria, por exemplo, a distribuição urbana de gás de cozinha e a de combustíveis. "Tal alteração teria impacto significativo no custo de distribuição desses produtos”, disse.
Augusto Carvalho também retirou do texto a referência específica ao sistema de rastreamento por satélite. "Basta a menção à obrigatoriedade de utilização de sistemas de rastreamento nos veículos empregados no transporte dessas cargas, já que a tecnologia hoje empregada poderá, com o passar do tempo, evoluir para outra mais fácil e barata do que a atual”, salientou.
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- 04/02/2016 - Uerj avança em sua contribuição no acelerador de partículas LHCFonte: Planeta Universitário
Ao longo dos últimos anos, vem crescendo a participação de cientistas brasileiros em projetos de pesquisa internacionais no terreno da chamada fronteira do conhecimento. Ou, em outras palavras, em áreas tidas como vitais para se saber o que deverá guiar as ações humanas nas próximas décadas. Por meio de alguns de seus programas, como o estágio de Doutorandos no Exterior, (doutoradosanduíche), e acordos bilaterais com instituições de renome no exterior,a FAPERJ tem contribuído, de forma crescente, para fomentar essa cooperação com centros internacionais de excelência em pesquisa. Um desses exemplos é a participação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), em parceria com o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), no megaprojeto Centro Europeu de Energia Nuclear (Cern), responsável pela criação do acelerador de partículas subatômicas mais potente do mundo, o LHC (Large Hadron Collider, ou Grande Colisor de Hádrons).
Criado há mais de dez anos e instalado num túnel de 27 km de circunferência a 100 metros da superfície, na fronteira franco-suíça, em Genebra, o LHC conta com experimentos e a colaboração científica de projetos da Uerj, como o Compact Muon Solenoid (CMS). "Com o apoio da FAPERJ, por meio do Edital Apoio a Colaborações Internacionais em Física de Altas Energias, a Uerj participa do desenvolvimento do detector CMS, que fica inserido no acelerador LHC. Essa melhoria do detector vai produzir eventos físicos mais ‘limpos’, ou seja, com melhor definição, o que possibilitará novas descobertas. Outra contribuição nossa é o CT-PPS – CMS-TOTEM Precision Proton Spectrometer –, que está sendo construído em conjunto com italianos e portugueses, que também fará avançar bastante o espectro da Física estudado no CMS”, explicou o físico Alberto Santoro, coordenador do grupo brasileiro da Uerj no CMS.
"O CMS tem 21m de comprimento, 15m de altura e pesa 12 mil toneladas", contou Santoro, acrescentando que as informações entre os cientistas são trocadas por meio de uma arquitetura informacional desenvolvida especialmente para o projeto, chamada Grid, financiada pela FAPERJ e pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O LHC pode contribuir para que os pesquisadores descubram como foi formada a matéria após o Big Bang, a grande explosão que deu origem ao universo – e que ainda é um mistério para a ciência –, e outras questões da física subatômica. Os detectores acoplados no acelerador de partículas serão os olhos eletrônicos dos cientistas no LHC após o início do experimento, quando, por medidas de segurança, ninguém poderá circular pelo túnel. Através deles, se poderá observar o resultado das colisões das partículas provenientes dos feixes de partículas que viajarão no LHC, a velocidades próximas à da luz. A ideia principal do experimento é entender melhor a estrutura da matéria. Outra meta é entender o que é a matéria escura.
Para saber mais sobre os projetos do Cern, veja a página http://cms.web.cern.ch .
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- 04/02/2016 - IPEN-CNEN/SP e Cena-USP desenvolvem projeto conjunto para esterilização do Aedes aegypti com radiação nuclearAtendendo à demanda do MCTI e da ONU, que propõe o combate ao vetor da zika, dengue e chikungunya, mosquitos machos serão expostos à radiação gama para se tornarem inférteis
Atendendo à demanda do MCTI e da ONU, que propõe o combate ao vetor da zika, dengue e chikungunya, mosquitos machos serão expostos à radiação gama para se tornarem inférteis
Fonte: Jornal da CiênciaUm novo método para tornar mosquitos machos inférteis por radiação nuclear pode ajudar a reduzir as populações do Aedes aegypti, transmissor de zika, dengue e chikungunya. Através da aplicação da Técnica do Inseto Estéril (TIE), um grupo de cientistas brasileiros vai avaliar os efeitos da radiação ionizante nas fases do ciclo evolutivo (ovo, larva, pupa e adultos) do Aedes aegypti como um método alternativo de controle de manejo integrado dessa praga, declarada emergência de saúde pública internacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A pesquisa "Efeitos da radiação ionizante nas fases do ciclo evolutivo do Aedes aegypti visando o seu controle através da TIE” será realizada no Laboratório de Radiobiologia e Ambiente, do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena/USP), em Piracicaba/SP, e nos laboratórios do Centro de Tecnologia das Radiações do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen/CNEN-SP). O trabalho atende a uma demanda do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) visando diminuir a incidência das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.
A técnica consiste em expor os machos do Aedes aegypti a raios-X ou gama e com isso tornar o esperma estéril. Esses mosquitos machos criados em laboratório poderiam, então, ser liberados para cruzar com as fêmeas da espécie cujos ovos nunca se desenvolveriam. Dessa maneira, reduz-se o número de insetos numa determinada área sem matar animais ou usar produtos químicos.
Após a irradiação, serão avaliadas as viabilidades dos ovos, larvas, pupas e adultos provenientes dos adultos emergidos em cada fase do ciclo evolutivo do inseto irradiado, para se determinar as doses letais e esterilizantes.
Os procedimentos de irradiação serão realizados em equipamento de raios-X modelo RS-2400V e em irradiadores gama de Cobalto-60 (Panorâmico, Gammacell e Multipropósito), também sob diferentes condições quanto à taxa e dose de radiação absorvida. Já a cultura do mosquito será mantida nas instalações do laboratório do Cena/USP, sob condições controladas pré-definidas.
De acordo com os pesquisadores Walter Arthur, do Cena, e Anna Lucia Casanas Haasis Villavicencio, do Ipen, a vantagem da TIE é que os mosquitos estéreis podem ser mais facilmente aceitos como alternativa de controle do Aedes aegypti.
"No controle com mosquitos transgênicos, por exemplo, os insetos morrem na fase de larva; no controle com mosquitos estéreis, a larva não chega eclodir dos ovos. Além disso, alguns países não aceitam a utilização de transgênicos, porque não se sabe o que poderá ocorrer com liberação massiva desses. Assim, a liberação de insetos estéreis é uma das alternativas mais viáveis de controle do Aedes aegypti”, justificam os pesquisadores.
Uma geração de mosquitos machos estéreis, que leva cerca de um mês para ser produzida, deve superar a quantidade dos mosquitos machos nativos – em 10 ou 20 vezes – para deixar uma marca na população do inseto. "Isso requer milhões de machos, tornando o método mais apto para vilas ou cidades do que para metrópoles”, disse, em entrevista coletiva, Aldo Malavasi, vice-diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
O projeto Cena-Ipen, apresentado em janeiro ao MCTI, foi orçado em aproximadamente R$ 500 mil, sendo R$242 mil para execução este ano e R$242 mil para 2017. Os recursos serão destinados à ampliação dos laboratórios, compra de matérias e cinco bolsas de Iniciação Científica. Além de Walter (coordenador) e Anna Lúcia, também integram a equipe os pesquisadores Thiago Mastrangelo, do Cena/USP, o doutorando André Ricardo Machi, do Ipen/USP, e Marcio A. Gava, da ASR/LAB, de São Carlos.
"Se o Brasil soltar um grande número de machos estéreis, levaria poucos meses para reduzir a população, mas isso tem que ser combinado com outros métodos”, declarou Malavasi. Já está agendada para o dia 16 de fevereiro uma reunião entre autoridades brasileiras e especialistas da AIEA, que tem sede em Viena, para discutir como melhor implementar a TIE no País que é sede dos Jogos Olímpicos, em agosto deste ano.
Leia também:
G1 - Agência da ONU propõe esterilizar Aedes aegypti com radiação
International Atomic Energy Agency – Nuclear Technique Can Help Control Disease-Transmitting Mosquitoes (Técnica Nuclear pode ajudar a controlar mosquitos transmissores de doenças)
O Estado de S. Paulo - Brasil analisará uso de radiação contra ‘Aedes’
O Estado de S. Paulo não autoriza a reprodução do seu conteúdo na íntegra para quem não é assinante. No entanto, é possível fazer um cadastro rápido que dá direito a um determinado número de acessos.
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- 03/02/2016 - ScriptLattes ajuda analisar a produção científica no BrasilFonte: Agência USP de NotíciasCom a intenção de colaborar para a identificação de áreas de pesquisa, relatórios, diagnósticos, planejamento e internacionalização, pesquisadores do Centro de Matemática, Computação e Cognição (CMCC) da Universidade Federal do ABC (UFABC) e do Instituto de Matemática e Estatística (IME) da USP em São Paulo, desenvolveram a ferramenta, em software livre, ScriptLattes que auxilia a análise de produção científica no país.
O ScriptLattes, por meio da Plataforma Lattes, sistema de cadastro de pesquisadores brasileiros disponibilizada e mantida pelo Conselho Nacional de Produção Científica (CNPq), extrai informações cadastradas, podendo criar relatórios de produtividade, mapas geográficos, redes de colaboração e contribui para o diagnóstico e análise de áreas de atuação e localização de grupos e temas de estudo para o planejamento de ações.
De acordo com o pesquisador da UFABC, Jesus Mena-Chalco, é possível identificar respostas referentes à área de cientometria e/ou bibliometria e também para gestores de políticas públicas científicas. "O ScriptLattes auxila na investigação da produção acadêmica para diferentes áreas, sub-áreas ou especialidades do conhecimento, assim como no estudo da forma de colaboração acadêmica em coautoria.”
O pesquisador explica que, os dados de ferramentas similares ao ScriptLattes podem ser úteis para identificar informações sobre, por exemplo, especialistas de determinados saberes do conhecimento, grupos de pesquisadores mais colaborativos, áreas carentes de pesquisadores, migrações de pesquisadores e genealogia acadêmica de cientistas para todas as áreas.
"É importante destacar que, como a fonte de dados é a Plataforma Lattes, as áreas que não são bem representadas nas bases bibliográficas internacionais (a exemplo da Web of Science e Scopus), como as Ciências Sociais Aplicadas e Humanidades, podem ser analisadas de forma mais abrangente”, salienta Mena.
A ferramenta colabora com secretarias de pós-graduação, na elaboração dos relatórios de produção acadêmica de seus docentes associados, com secretarias de pesquisa e extensão, na construção de relatórios de produção e colaboração acadêmica, com as bibliotecas, no registro das novas publicações realizadas pelos pesquisadores e também é utilizada por diferentes grupos de estudo, assim como para a análise de cooperação.
Em relação à exploração de dados bibliométricos, o pesquisador menciona: "artigos apontam que foram contabilizados 198 trabalhos acadêmicos que utilizaram o ScriptLattes em teses de doutorado, dissertações de mestrado, projetos de fim de curso, capítulos de livros, artigos em periódicos, em eventos e relatórios científicos . Por outro lado, também foram identificados 487 sites que utilizam e disponibilizam publicamente os resultados do ScriptLattes. Ao todo, desde setembro de 2009, o ScriptLattes foi baixado mais de 9221 vezes do repositório registrado no SourceForge”.
O ScriptLattes teve início em 2005 sob idealização do pesquisador e docente do IME, Roberto Cesar Junior, com a proposta da criação de um programa para a coleta, automática, de dados, como relatórios de produção de bibliografia, dos professores do departamento de Ciência da Computacao do IME, registradas na plataforma Lattes.
A ferramenta é composta, atualmente, pela linguagem de programação Python, adquiriu o nome de ScriptLattes e, a partir de 2008, obteve mais funcionalidades como a identificação de redes de coautoria e o mapa de geolocalização de pesquisadores, após o registro no SourceGorge, em colaboração com o Centro de Competência em Software Livre (CCSL) da USP e o Núcleo de Apoio à Pesquisa em Software Livre (NAP-SoL) sediado no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP em São Carlos.
Projeto Genealogia Científica
Com o objetivo de produzir uma plataforma livre sobre genealogia acadêmica de pesquisadores brasileiros, os docentes trabalham com colaboradores, alunos de mestrado e doutorado para desenvolver uma estrutura que identifique as relações de orientação acadêmica de mestrado e doutorado para estudiosos relacionados com a ciência no Brasil.
Por meio do Projeto Universal do CNPq (Processo 461757/2014-1), os pesquisadores buscam responder questões como: Quais foram os pesquisadores (ou grupos de pesquisadores, ou instituições) que tiveram um papel importante para a formação e consolidação de diferentes grupos de pesquisa? Qual é a influência de um pesquisador orientador nas diferentes áreas do conhecimento? Existem padrões sobre formação interdisciplinar nas áreas de conhecimento?
Mena explica que "com a nova plataforma, poderemos ter elementos necessários para responder os questionamentos de análise por meio dos dados de orientação acadêmica coletados, principalmente dos últimos 30 anos”.
Mais informações: (16) 3373-8171, com Flávia Cayres, na assessoria do Núcleo de Apoio à Pesquisa em Software Livre (NAP-SoL).
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- 03/02/2016 - Celso Pansera convoca institutos do MCTI para combater o Aedes aegyptiEm reunião com diretores por videoconferência nesta quarta-feira, o ministro determinou uma inspeção em todas as entidades para eliminar eventuais focos do mosquito.
Em reunião com diretores por videoconferência nesta quarta-feira, o ministro determinou uma inspeção em todas as entidades para eliminar eventuais focos do mosquito.
Fonte: MCTIO ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Celso Pansera, determinou nesta quarta-feira (3) uma inspeção em todos os institutos de pesquisa e entidades vinculadas ao MCTI para eliminar eventuais focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus. A decisão foi transmitida aos diretores dos órgãos em reunião realizada pelo ministro por meio de videoconferência. A ação está alinhada com a determinação da presidenta Dilma Rousseff para mobilização nacional dos servidores públicos federais no combate ao mosquito.
"É uma ação importante. Discutimos a mobilização física, a limpeza dos espaços dos nossos prédios, dos jardins, dos locais de possíveis criadouros de mosquitos", afirmou o ministro. "Amanhã tenho um encontro com as empresas e institutos vinculados ao Ministério no Rio de Janeiro, também, para mobilizar as unidades", acrescentou.
O mutirão de limpeza nos institutos ligados ao MCTI integra o eixo de mobilização do Plano Nacional de Enfrentamento ao Aedes e à Microcefalia no âmbito dos ministérios, autarquias, fundações, agências e demais órgãos vinculados, envolvendo, segundo o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), cerca de 1,6 milhão de servidores.
O Plano Nacional trabalha em três frentes: prevenção e combate ao mosquito Aedes aegypti, melhoria da assistência às gestantes e crianças e realização de estudos e pesquisas na área. O Governo Federal também lançou uma página oficial na internet em que reúne informações sobre a prevenção e o combate à dengue, chikungunya e zika. No portal, é possível encontrar informações sobre as três doenças, seus principais sintomas e tratamentos, além de medidas para diminuir a proliferação do mosquito transmissor. Para acessar o conteúdo, clique aqui.
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- 03/02/2016 - Ver para onde a energia vai impulsiona fusão nuclearA técnica já permitiu multiplicar por quatro a transferência de energia do laser para a combustível de fusão nuclear.
A técnica já permitiu multiplicar por quatro a transferência de energia do laser para a combustível de fusão nuclear.
Fonte: Site Inovação Tecnológica
Redação do Site Inovação Tecnológica
Ver a energiaHá vários projetos de fusão nuclear em andamento, ainda que a física e a engenharia necessárias para criar uma "estrela artificial" não estejam completamente compreendidas.
A fusão a laser, por exemplo, alcançou patamares importantes no caminho rumo à produção da fusão nuclear propriamente dita, mas os pesquisadores ainda estão tentando descobrir formas de concentrar a energia do laser e fazer o alvo fundir-se por igual.
Agora, uma equipe da Universidade da Califórnia de San Diego, nos EUA, descobriu uma técnica para "ver" onde a energia está indo durante o processo de ignição que deverá levar à fusão dos núcleos de deutério e trício, ambos isótopos do hidrogênio, em um núcleo de hélio, liberando quantidades enormes de energia.
Isso poderá ajudar no desenvolvimento das cápsulas - as chamadas hohlraum- contendo o combustível para a fusão nuclear, que têm insistido em se comprimir de forma desigual, impedindo a geração da energia necessária para que os átomos se fundam.
Imagem da energia
A técnica consiste na inserção de átomos de cobre dentro da cápsula de combustível.
Quando o feixe de laser de alta intensidade atinge a cápsula, comprimindo-a, isso gera elétrons de alta energia que atingem os átomos de cobre, fazendo-os emitir raios X, que então são capturados para gerar uma imagem.
"Antes de desenvolvermos esta técnica, era como se estivéssemos olhando no escuro. Agora podemos entender melhor onde a energia está sendo depositada para que possamos investigar novos projetos experimentais para melhorar a transferência da energia para o combustível," disse Christopher McGuffey, coordenador da equipe.
E parece estar dando resultado. Ao testar a nova técnica, a equipe já conseguiu bater o recorde de eficiência na transferência de energia entre o laser e a cápsula de combustível, que chegou aos 7%.
Se parece pouco, isso é quatro vezes mais do que havia sido conseguido anteriormente. E os cálculos teóricos indicam ser possível alcançar 15% com a técnica utilizada, embora isso ainda precise ser aferido em novos experimentos.
Ignição rápida
A técnica conhecida como ignição rápida para iniciar a fusão nuclear consiste em duas etapas.
Em primeiro lugar, centenas de lasers comprimem a cápsula de combustível, cheia de deutério e trício, que atingem uma densidade extremamente elevada.
Em seguida, um laser de alta intensidade fornece energia para aquecer rapidamente o combustível comprimido, fazendo-o "inflamar", disparando a fusão nuclear.
O laboratório NIF (National Ignition Facility), nos Estados Unidos, está à frente no desenvolvimento da técnica de ignição rápida para fusão nuclear, mas os japoneses entraram firmes no páreo com a construção do laser mais potente do mundo, capaz de disparar 2 petawatts.
Bibliografia:
Visualizing fast electron energy transport into laser-compressed high-density fast-ignition targets
L. C. Jarrott, M. S. Wei, C. McGuffey, A. A. Solodov, W. Theobald, B. Qiao, C. Stoeckl, R. Betti, H. Chen, J. Delettrez, T. Döppner, E. M. Giraldez, V. Y. Glebov, H. Habara, T. Iwawaki, M. H. Key, R. W. Luo, F. J. Marshall, H. S. McLean, C. Mileham, P. K. Patel, J. J. Santos, H. Sawada, R. B. Stephens, T. Yabuuchi, F. N. Beg
Nature Physics
Vol.: Published online
DOI: 10.1038/nphys3614
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- 03/02/2016 - Inventado um plástico híbrido revolucionárioO novo polímero pode ser funcionalizado e recarregado, o que o torna útil em uma vasta gama de aplicações.
O novo polímero pode ser funcionalizado e recarregado, o que o torna útil em uma vasta gama de aplicações.
Fonte: Site Inovação Tecnológica
Redação do Site Inovação Tecnológica
Polímero funcionalizadoImagine um polímero com partes removíveis, capazes de liberar algo no ambiente ou no seu entorno - um medicamento, um defensivo etc. - e, em seguida, ser quimicamente regenerado para funcionar novamente.
Ou um polímero capaz de se contrair e expandir da mesma forma que os músculos biológicos.
Funções como essas exigem polímeros formados por seções rígidas e seções flexíveis, cada uma com propriedades totalmente diferentes, mescladas no mesmo material, em escala molecular.
Pois foi justamente isto que Zhilin Yu e Samuel Stupp, da Universidade Northwestern, nos EUA, acabam de criar.
Eles desenvolveram um polímero híbrido com potencial para ser usado em músculos artificiais, para a aplicação localizada de medicamentos ou biomoléculas, em materiais capazes de se autorreparar de danos, em bateriase numa infinidade de outras aplicações.
O novo polímero possui compartimentos em nanoescala que podem ser removidos e regenerados quimicamente várias vezes. Esses dois compartimentos podem ser ajustados ou preenchidos com os materiais necessários para cumprir a função desejada.
Polímeros híbridos
O polímero híbrido combina os dois tipos de polímeros conhecidos: aqueles formados com fortes ligações covalentes e aqueles formados com ligações fracas, não-covalentes, também conhecidos como "polímeros supramoleculares".
Depois da polimerização simultânea das ligações covalentes e não-covalentes, os dois compartimentos ficam interconectados, criando um filamento cilíndrico perfeito e muito longo.
O esqueleto covalente do polímero híbrido, sua parte mais rígida, possui uma seção transversal parecida uma estrela ninja - um núcleo duro com braços se espiralando para fora. Entre os braços fica o material mais macio, mais parecido com os materiais biológicos. Esta é a área que pode ser funcionalizada e recarregada, características que poderão ser úteis em uma vasta gama de aplicações.
"Nossa descoberta pode transformar o mundo dos polímeros e iniciar um terceiro capítulo em sua história: a história dos 'polímeros híbridos', depois do primeiro capítulo dos polímeros covalentes imensamente úteis e da recente classe mais emergente dos polímeros supramoleculares," disse o professor Stupp.
Bibliografia:
Simultaneous covalent and noncovalent hybrid polymerizations
Zhilin Yu, Faifan Tantakitti, Tao Yu, Liam C. Palmer, George C. Schatz, Samuel I. Stupp
Science
Vol.: 351, Issue 6272, pp. 497-502
DOI: 10.1126/science.aad4091
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- 02/02/2016 - Bloco científico é a primeira atividade da SNCT em PernambucoNesta quarta-feira, a troça carnavalesca Com Ciência na Cabeça e Frevo no Pé chegará a Garanhuns. O desfile lança no Estado a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 2016, marcada para outubro.
Nesta quarta-feira, a troça carnavalesca Com Ciência na Cabeça e Frevo no Pé chegará a Garanhuns. O desfile lança no Estado a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 2016, marcada para outubro.
Fonte: MCTINesta quarta-feira (3), a troça carnavalesca científica Com Ciência na Cabeça e Frevo no Pé chegará à cidade de Garanhuns (PE) para desfilar pelo terceiro ano consecutivo. Durante o desfile do bloco haverá o lançamento estadual da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), que terá como tema "Ciência alimentando o Brasil" e acontecerá de 17 a 23 de outubro em todo o País.
A agremiação passará pelas ruas de Garanhuns com frevo da Orquestra Manoel Rabelo e 13 bonecos gigantes de cientistas. Atualmente, estão representados na brincadeira Albert Einstein, Charles Darwin, Galileu Galilei, Marie Curie, Santos Dumont, Carlos Chagas, César Lattes, Paulo Freire, Milton Santos, Aziz Ab'Saber, Johanna Döbereiner, Leite Lopes e Naíde Teodósio.
A troça da ciência foi criada com o propósito de divulgação científica em 2005, a partir de parceria entre Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Coordenadoria de Ensino de Ciências do Nordeste (Cecine, da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE), Espaço Ciência e prefeituras de Recife e Olinda, dentre outros órgãos.
"Muita gente não conhece os cientistas, então os alunos e pesquisadores que acompanham o bloco também dão informações e de certa forma aproveitam a folia do Carnaval para ter contato com o público", explica o físico Antônio Pavão.
O grupo teve seu primeiro desfile durante o encerramento de uma reunião regional da SBPC em Recife que coincidiu com a semana pré-carnavalesca no campus da UFPE com o primeiro boneco da troça - Einstein, pois era o ano do centenário da Teoria da Relatividade. Os cientistas gigantes já estiveram presentes em reuniões anuais da SBPC e na Conferência Rio + 20 e já foram ilustrados em um cartão natalino da União Europeia de Ciências.
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- 02/02/2016 - Capes se reúne com instituições para discutir situação do Portal de PeriódicosO Confap, a SBPC, o CNPq e a ABC foram convidadas pela Capes para uma reunião realizada na última semana, em Brasília, que teve por objetivo debater as condições para a manutenção do Portal de Periódicos da instituição
O Confap, a SBPC, o CNPq e a ABC foram convidadas pela Capes para uma reunião realizada na última semana, em Brasília, que teve por objetivo debater as condições para a manutenção do Portal de Periódicos da instituição
Fonte: Jornal da CiênciaO Confap (Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa) foi convidado pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) a discutir, junto à SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), ao CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e à ABC (Academia Brasileira de Ciências), a atual situação do Portal de Periódicos da instituição. A reunião ocorreu dia 28 de janeiro, em Brasília (DF), com o objetivo de debater as condições para manutenção do Portal de Periódicos, instrumento de divulgação e valorização da pesquisa científica, tecnológica e de inovação brasileira.
O custo previsto para manutenção do Portal, atualmente, é de US$ 92 milhões. A Capes buscou trazer as principais instituições científicas para discutir possibilidades de redução de custos, como a revisão do conteúdo disponibilizado. "O custo é elevado, porém o retorno do investimento é muito grande. Há unanimidade no sentido de que o Portal é relevante e precisa continuar funcionando”, pondera Maria Zaira Turchi, vice-presidente do Confap.
O portal oferece acesso a textos completos disponíveis em mais de 37 mil publicações periódicas, internacionais e nacionais, e a diversas bases de dados que reúnem desde referências e resumos de trabalhos acadêmicos e científicos até normas técnicas, patentes, teses e dissertações dentre outros tipos de materiais, cobrindo todas as áreas do conhecimento. Inclui também uma seleção de importantes fontes de informação científica e tecnológica de acesso gratuito na web, pelo link: http://www-periodicos-capes-gov-br.ez387.periodicos.capes.gov.br/index.php?option=com_phome
"O País não pode ficar sem todas essas bases”, acrescentou a professora Zaira, que preside a Fapeg (Fundação de Amparo à Pesquisa de Goiás). "É possível negociar alguma redução, mas será preciso verificar quais interessam mais”. Ela representou o Conselho na reunião em Brasília e, segundo ela, o Confap, por meio de suas FAPs, deverá empreender mais esforços na defesa da relevância do Portal. A Fapesc (Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina), por exemplo, já se manifestou. Seu diretor técnico-científico, César Zucco, afirmou: "seria um desastre para os pesquisadores não terem mais acesso aos periódicos nas suas áreas”.
Antes da plataforma conjunta, quase todas as instituições tinham assinaturas de jornais e revistas científicas, mas atualmente as bibliotecas estão desatualizadas e sem recursos para reativar assinaturas. "O Brasil já economiza ao ter um portal único e é lamentável que tenhamos de voltar a discutir esse assunto”, lamentou Zucco, que presidiu a Sociedade Brasileira de Química e foi Membro do Conselho Superior da Capes, entre outros cargos.
Em carta aos editores das publicações científicas internacionais, a SBPC havia solicitado que eles estabelecessem os preços das assinaturas dentro das condições financeiras atuais do Ministério de Educação. "Trata-se de uma situação que exige o esforço de todos, para uma causa das mais relevantes para estudantes, professores e pesquisadores brasileiros”, diz o texto, que pode ser lido aqui.
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- 02/02/2016 - Agência da ONU propõe esterilizar Aedes aegypti com radiaçãoAgência de energia atômica terá reunião com autoridades brasileiras. Machos expostos à radiação tornam-se inférteis, diminuindo população.
Agência de energia atômica terá reunião com autoridades brasileiras. Machos expostos à radiação tornam-se inférteis, diminuindo população.
Fonte: G1Um novo método para tornar mosquitos machos inférteis por radiação nuclear poderia ajudar a reduzir as populações do Aedes aegypti, mosquito transmissor de zika, dengue e chikungunya, disse a agência de energia atômica da Organização das Nações Unidas nesta terça-feira (2).
Especialistas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que tem sede em Viena, vão se encontrar com autoridades brasileiras em 16 de fevereiro para discutir como melhor implementar a chamada Técnica do Inseto Estéril no país que é sede da Olimpíada de 2016.
"Se o Brasil soltar um grande número de machos estéreis, levaria poucos meses para reduzir a população, mas isso tem que ser combinado com outros métodos”, afirmou o vice-diretor-geral da AIEA, Aldo Malavasi, à imprensa.
Além da técnica, o alastramento do vírus zika, que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou uma emergência de saúde pública internacional, poderia ser enfrentado por esforços sanitários mais intensos, o uso de inseticidas ou armadilhas.
Entenda a técnica
A técnica, adaptada de métodos antigos usados para reduzir as populações de outros insetos, como a mosca-das-frutas, envolve expor os machos do mosquito Aedes aegypti a raios-X ou gama para tornar o esperma estéril.
Esses mosquitos machos criados em laboratório poderiam então ser soltos para cruzar com as fêmeas da espécie que, então, levariam ovos que nunca se desenvolveriam, reduzindo assim o número de insetos numa determinada área sem matar animais ou usar químicos.
"É planejamento familiar para insetos”, disse Jorge Hendrichs, chefe do setor de controle de pestes e insetos da AIEA, que oferece o conhecimento tecnológico para países membros interessados de forma gratuita para que eles possam planejar e gerir os seus próprios programas.
Uma geração de mosquitos machos estéreis leva cerca de um mês para ser produzida. Eles devem superar a quantidade dos mosquitos machos nativos em 10 ou 20 vezes para deixar uma marca na população do inseto.
Isso requer milhões de machos, tornando o método mais apto para vilas ou cidades do que para metrópoles, disse Malavasi.
Em testes durante vários meses na Itália, a técnica ajudou a cortar populações de mosquito em cerca de 80 por cento, e na China o sucesso chegou a 100 por cento, segundo Konstantinos Bourtzis, do laboratório de controle de insetos e pestes da AIEA.
Além do Brasil, outros países como México, Guatemala, El Salvador e Indonésia também requisitaram a tecnologia da AIEA.
Outros mosquitos modificados
Já existem outras técnicas em teste no Brasil que têm o objetivo de modificar o Aedes aegypti para diminuir a população total dos mosquitos ou para torná-los incapazes de transmitir doenças. É o caso dos mosquitos geneticamente modificados produzidos pela empresa Oxitec e dos mosquitos com bactéria Wolbachia pesquisados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
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- 01/02/2016 - O impacto de metais tóxicos na produtividade agrícolaEstudo avaliou os efeitos do alumínio e do cádmio no tomateiro e utilizou técnica de enxertia para investigar como uma parte da planta sinaliza para outra o estresse causado por metal
Estudo avaliou os efeitos do alumínio e do cádmio no tomateiro e utilizou técnica de enxertia para investigar como uma parte da planta sinaliza para outra o estresse causado por metal
Fonte: Agência Fapesp
José Tadeu Arantes
A contaminação do solo e da água por metais tóxicos constitui um grave problema para a agricultura, prejudicando os produtores, com a perda de produtividade das plantas afetadas; e os consumidores, com efeitos danosos que o consumo dessas plantas pode acarretar para a saúde.As várias facetas do problema foram estudadas em profundidade pelo projeto temático "Estresse oxidativo induzido por metais: novas abordagens”. Desenvolvida ao longo de cinco anos, de 2010 a 2015, a pesquisa teve o apoio da FAPESP.
"Os dois metais que estudamos foram o alumínio e o cádmio. E a planta eleita para a nossa investigação foi o tomateiro”, disse à Agência FAPESP o pesquisador responsável pelo projeto, Ricardo Antunes de Azevedo, professor titular da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP).
"Diferentemente do que ocorre com o zinco, o níquel e outros metais, o alumínio e o cádmio não são utilizados pelos seres vivos como nutrientes”, afirmou o pesquisador. "Ao contrário, sua toxicidade prejudica as plantas de várias maneiras – por exemplo, inibindo o desenvolvimento radicular e, assim, rebaixando a absorção de água e nutrientes pelas raízes. As consequências podem ir da diminuição da produtividade da lavoura até a morte das plantas.”
A grande quantidade de alumínio é uma característica natural da crosta terrestre. Ele é, de fato, o elemento metálico mais abundante da crosta. Como a hidrólise do alumínio produz íons de hidrogênio, a forte presença desse metal constitui um dos principais fatores de acidificação do solo. "Em pH neutro, o alumínio é geralmente inofensivo, mas, em solos ácidos, pode ter um impacto muito negativo no desenvolvimento das plantas”, informou Azevedo.
O cádmio também é encontrado, porém, em quantidade muito menor. Nesse caso, sua presença se deve principalmente à poluição ambiental decorrente de fatores antrópicos, como, por exemplo, a mineração desse metal e a fabricação e descarte de produtos derivados, como pilhas de níquel-cádmio, pigmentos etc.
"O grande problema em relação ao cádmio, que pode estar presente no solo ou na água de irrigação, decorre do fato de que ele é facilmente absorvido e acumulado pela planta mesmo quando em concentrações muito baixas no ambiente. E, se essa planta vier a ser utilizada por animais ou seres humanos, o metal tóxico poderá eventualmente chegar ao organismo do consumidor”, informou o pesquisador.
Um aspecto muitas vezes negligenciado da questão e apontado pelo estudioso é que a contaminação por cádmio pode ocorrer mesmo quando a planta não é diretamente ingerida. É o caso, por exemplo, do tabaco. As folhas da planta acumulam cádmio e, durante a queima, o metal é eventualmente transferido ao consumidor por meio do sistema respiratório. Pesquisas demonstraram que a concentração de cádmio tende a ser maior em fumantes do que em não fumantes.
Produtividade da lavoura
Além dos danos potenciais à saúde dos consumidores, a contaminação por cádmio pode comprometer também a produtividade da lavoura, devido principalmente ao estresse causado nas plantas. "As plantas sofrem dois tipos de estresses: abióticos, provocados por metais, falta de água, excesso de temperatura etc.; e bióticos, provocados por patógenos. Faz parte do metabolismo celular normal a produção de espécies reativas de oxigênio (EROs). Mas há um mecanismo de autorregulação que mantém essa produção abaixo do patamar crítico. Em situação de estresse, porém, ocorre um desbalanceamento e a produção de EROs torna-se muito maior. Dependendo do nível, isso pode levar até mesmo à morte da planta” explicou Azevedo.
A pesquisa abordou a questão por vários ângulos. Especialmente interessante foi o estudo feito com a técnica de enxertia. "Trata-se de uma técnica bastante antiga e muito disseminada na agricultura. Utilizamos a enxertia para entender como uma parte da planta, contaminada por cádmio, sinaliza para a outra parte, não contaminada, que está sendo estressada”, disse o pesquisador.
Na enxertia, o porta-enxerto é constituído pela raiz e base do caule; a ele é acoplado o enxerto, composto pela parte aérea da planta. O procedimento adotado no estudo foi cultivar plantas em presença do metal e plantas sem presença do metal e, depois, fazer a enxertia recíproca. "Em outras palavras, trocamos as partes de cima das plantas, conectando ao porta-enxerto contaminado o enxerto não contaminado e ao porta-enxerto não contaminado o enxerto contaminado. A ideia é simples, mas sua realização prática exigiu um grande número de controles, pois o próprio processo da enxertia já constitui um estresse para a planta, mesmo que temporário”, afirmou Azevedo.
O resultado foi publicado no artigo "Cadmium stress antioxidant responses and root-to-shoot communication in grafted tomato plants”, na revista Biometals.
A conclusão foi que ocorre a sinalização do estresse tanto em um sentido como no outro. Não apenas o metal da raiz é transportado para a parte aérea (o que era de esperar, apesar da quantidade transportada variar), mas também o metal da parte aérea é transportado para a raiz (e este não era um resultado intuitivo).
Outro tópico importante explorado pela pesquisa foi a genotoxicidade. No caso específico, tratou-se de investigar o efeito do metal tóxico na estrutura dos ácidos nucleicos da planta. Isto é, se o cádmio se ligava ou não ao DNA, e, caso a resposta fosse positiva, que consequências resultariam disso. "Verificamos que, sim, o cádmio altera bastante a taxa de divisão celular e provoca uma série de aberrações cromossômicas. Entre elas, a formação de quebras e pontes cromossômicas durante a mitose–o processo de divisão celular. Isso ocorre mesmo em concentrações muito baixas do metal. Estas não provocam nenhuma manifestação visível de que a planta esteja estressada. Mas as alterações intracelulares são muito expressivas”, declarou o pesquisador.
As consequências do efeito dos metais dependem de uma série de variáveis. Uma delas é o tipo de cultivar exposto ao metal. Há cultivares mais tolerantes e cultivares menos tolerantes. Ou seja, existe uma diversidade de mecanismos envolvidos, que podem modificar a taxa de absorção do cádmio pela planta ou reduzir o efeito do metal uma vez absorvido. Por isso, o projeto também envolveu a mutagênese e a seleção de mutantes mais tolerantes. Para o produtor, a compreensão de tais mecanismos possibilita que estes sejam explorados em programas de melhoramento, com vistas a obter plantas mais resistentes. Mas, para o consumidor, o consumo de uma planta mais resistente pode até mesmo significar, eventualmente, a absorção ainda maior do metal tóxico.
"Para um consumo totalmente seguro, seria preciso saber se o solo ou água utilizados no cultivo estavam ou não contaminados, e, estando, em que parte da planta se acumulou o metal, se naquela que será consumida ou naquela que será descartada. Há uma grande quantidade de fatores, o que torna o estudo bastante complexo”, ponderou Azevedo.
Por isso, outra vertente do projeto temático foi exatamente estudar o processo de fitorremediação, isto é, de recuperação de solos contaminados mediante o plantio de espécies vegetais altamente resistentes capazes de absorver e, assim, retirar os metais pesados do ambiente. São plantas como a Dolichos lablab, que acumulam grande quantidade de cádmio sem ter seu desenvolvimento afetado, podendo ser utilizadas como fitoestabilizadoras de cádmio.
Artigo a respeito foi submetido para publicação no Journal of Soils and Sediments e encontra-se atualmente no prelo: "Physiological and biochemical responses of Dolichos lablab L. to cadmium support its potential as a cadmium phytoremediator”.
No total, o projeto temático já ensejou mais de 50 artigos em publicações especializadas e há vários outros em processo de elaboração. Toda a experimentação foi realizada em estufa, em plantios no solo ou em sistema hidropônico. O tomateiro foi escolhido por ser uma planta-modelo em genética, com grande quantidade de cultivares e grande quantidade de mutantes. Além disso, uma das cultivares dessa espécie, a Micro-Tom (tomate-cereja miniatura), que produz uma planta de pequeno porte e frutos pequenos, tem um ciclo de vida muito curto, ao redor de 90 dias, o que constitui uma grande vantagem para a prática experimental. Finalmente, o tomate é um produto economicamente importante, consumido em larga escala no mundo inteiro, tanto in natura como por meio de derivados.
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- 29/01/2016 - Chefe de gabinete do MCTI participa de reuniões na CnenCarlos Azevedo se reuniu com o presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear, Renato Machado Cotta, e suas assessorias. Um dos projetos abordados foi o Reator Multipropósito Brasileiro.Carlos Azevedo se reuniu com o presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear, Renato Machado Cotta, e suas assessorias. Um dos projetos abordados foi o Reator Multipropósito Brasileiro.
Carlos Azevedo se reuniu com o presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear, Renato Machado Cotta, e suas assessorias. Um dos projetos abordados foi o Reator Multipropósito Brasileiro.Carlos Azevedo se reuniu com o presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear, Renato Machado Cotta, e suas assessorias. Um dos projetos abordados foi o Reator Multipropósito Brasileiro.
Fonte: MCTIO chefe de gabinete do ministro Celso Pansera, da Ciência, Tecnologia e Inovação, Carlos Azevedo, esteve na sede da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen/MCTI), no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (29), em reunião com o presidente da instituição, Renato Machado Cotta, e suas assessorias.
Dentre diversos temas, especial atenção foi dedicada ao Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), que está entre as ações prioritárias do Ministério. A previsão é que o empreendimento possibilite o atendimento integral da demanda nacional por insumos utilizados em diagnósticos e terapias da medicina nuclear e beneficie, também, a indústria e o desenvolvimento de mais pesquisas.
À tarde, no auditório, Azevedo apresentou aos servidores as linhas de ação do MCTI para a área. Em nome do ministro, ele destacou a importância do setor, do estimulo à pesquisa, do olhar atento para recursos humanos e da importância do diálogo com servidores, com os institutos e com as universidades. "Nosso paradigma é o do conhecimento, do incentivo à pesquisa e inovação, inclusive na área de regulação, e da qualificação das pessoas", afirmou o chefe de gabinete.
Ele destacou o papel estratégico da área nuclear e a deliberação de intensificar ainda mais a forte presença que já tem na agenda da ciência e tecnologia: "O desenvolvimento tecnológico das áreas nuclear e aeroespacial são características da maioridade de um País. Precisamos ver o que podemos fazer ainda melhor para a instituição e para o Brasil."
Depois da sessão de perguntas para Carlos Azevedo, ao final do encontro, o presidente da Cnen ressaltou que o ministro Pansera e sua equipe são grandes aliados e incentivadores da área nuclear. "Devemos continuar aproveitando esta janela de oportunidade para desenvolvermos ainda mais o setor", defendeu.
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- 28/01/2016 - Funcionários da Andrade Gutierrez culpam Eletronuclear por atrasos em Angra 3A obra foi retomada em 2009, após mais de 20 anos parada
A obra foi retomada em 2009, após mais de 20 anos parada
Fonte: Revista Época
Funcionários da Andrade Gutierrez, empresa que participou do consórcio para a construção da usina nuclear de Angra 3, sob investigação no âmbito da Operação Lava Jato, jogaram no colo da Eletronuclear a responsabilidade por atrasos e aumento de custos na obra, retomada em 2009 após mais de 20 anos parada. As testemunhas também relataram a má qualidade dos projetos, que eram responsabilidade da Engevix, e destacaram a "ética" e o "perfil técnico" dos acusados.
Os depoimentos, convocados pelas defesas de Flávio David Barra, ex-presidente da AG Energia, Otávio Marques de Azevedo, presidente da Andrade Gutierrez, e de Gustavo Botelho, diretor-superintendente da empresa (todos réus na ação que investiga desvios e pagamento de propina), foram colhidos na última segunda-feira, 25, pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.
Um dos funcionários afirmou que Azevedo "não participava das decisões" sobre a obra de Angra 3. Já o presidente da EDF no Brasil, Yann des Longchamps, que atua na área de energia e tem "relacionamento profissional" com Barra, destacou que o réu "nunca teve atitude contrária à ética profissional". O ex-presidente do Conselho de Administração da Eletronuclear, Armando Casado, disse nunca ter recebido oferta de propina. As declarações foram as primeiras de uma série que serão ouvidas pela Justiça Federal ao longo desta semana.
O gerente de obras Cauê Oliveira Bastos, que trabalhou na construção de Angra 3, afirmou à Justiça que pelo menos dois problemas atrapalharam o andamento das obras, que desde 2009 sofreram idas e vindas e, desde setembro de 2015, estão mais uma vez paralisadas. O primeiro foi o licenciamento, obtido em fatias junto à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
"Ficávamos restritos a trabalhar no trecho que era liberado (...). Não necessariamente é o melhor jeito de dar andamento à obra, às vezes você queria fazer uma parede externa e ficava limitado. Isso levou a aumento de prazos, queda de produtividade e coisas assim", disse.Outro obstáculo, "mais pesado" na visão de Bastos, era a qualidade precária dos projetos civis de Angra 3. "Como o projeto não era bom, não foi muito bem pensado, coisas que eram necessárias de fazer não eram previstas inicialmente. Então você tem que aditar para colocar aquilo no contrato", contou o gerente. O projeto de Angra 3 foi feito na década de 80. Em vez de nova licitação, o certame realizado naquela época (cuja vencedora foi a Andrade) foi revalidado em 2009 para retomar as construções.
O engenheiro de obras Paulo Fernando Rahme, da Andrade Gutierrez, também reclamou dos projetos. "Alguns projetos eram até ilegíveis. A gente recebia projetos deficientes, mesmo. E alguns não eram emitidos na data acordada", disse na audiência.
"Existia uma (empresa) projetista, a Engevix, que foi contratada pela Eletronuclear para fazer essa revisão dos projetos, mas isso não foi suficiente, os projetos continuaram a vir com falhas e a não serem emitidos na data", acrescentou. Rahme destacou ainda que as deliberações sobre a obra eram competência de Flávio Barra, e que Otávio Azevedo não participava das reuniões da AG Energia. Botelho, em sua descrição, tem "perfil técnico".Os problemas apontados seriam os motivos pelos quais a Andrade pleiteou uma série de aditivos ao contrato, em negociações tensas que chegaram a provocar paralisações nas obras devido às divergências entre a empresa e a Eletronuclear, segundo os funcionários.
Para a Polícia Federal e o Ministério Público, os aditivos acabaram sendo fonte de propinas para funcionários da Eletronuclear. Entre eles, o almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-presidente da estatal, que é suspeito de receber R$ 4,5 milhões em troca de favorecimento às empresas que atuavam na obra. Ele cumpre prisão domiciliar no Rio de Janeiro.
Procurada, a Andrade Gutierrez não quis comentar as afirmações feitas por seus funcionários. A Engevix e a Eletronuclear não se pronunciaram até a publicação desta reportagem.
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- 27/01/2016 - Apresentação da professora Raquel Rigotto disponível para downloadNão conseguiu assistir ao debate Mariana, Urânio e Angra 3: O nuclear em questão?, que realizamos na última quarta feira no Fórum Social Mundial, em Porto Alegre?
Não conseguiu assistir ao debate Mariana, Urânio e Angra 3: O nuclear em questão?, que realizamos na última quarta feira no Fórum Social Mundial, em Porto Alegre?
Não conseguiu assistir ao debate Mariana, Urânio e Angra 3: O nuclear em questão?, que realizamos na última quarta feira no Fórum Social Mundial, em Porto Alegre?
Bom, ainda não é possível voltar no tempo, mas pelo menos podemos saber um pouco do que foi discutido. Acesse e faça o download da apresentação da professora Raquel Rigotto, falando sobre os perigos do urânio e do contexto de sua mineração. Já está em nossa biblioteca.
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- 26/01/2016 - Brics cria fundo de R$ 24 milhões para financiar projetos conjuntos de pesquisaO Brasil vai contribuir com R$ 1,2 milhão. A primeira chamada multilateral deve ser lançada em abril de 2016 e terá a participação do CNPq
O Brasil vai contribuir com R$ 1,2 milhão. A primeira chamada multilateral deve ser lançada em abril de 2016 e terá a participação do CNPq
Fonte: Jornal da CiênciaOs países que compõem o grupo Brics deram um importante passo na cooperação em ciência, tecnologia e inovação (CT&I). Reunidos em Pequim, nesta quarta-feira (20), representantes do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul fecharam um acordo para criar um fundo de R$ 24 milhões para financiar projetos conjuntos de pesquisa científica. O Brasil vai contribuir com R$ 1,2 milhão. A primeira chamada multilateral deve ser lançada em abril de 2016 e terá a participação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Segundo o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Celso Pansera, a decisão está alinhada com a agenda "ousada” que deve ser adotada neste ano para os acordos de cooperação internacional em CT&I. "Nós queremos imprimir uma agenda muito ousada e bastante pretensiosa, uma agenda externa vigorosa do ministério ao longo de 2016, buscando recursos no exterior, com diversos parceiros”, disse o ministro.
"Os países do Brics são parceiros privilegiados nossos, caminham em linha com a estratégia do governo brasileiro, do ponto de vista da geopolítica do País. E tivemos sorte, pois a nossa delegação está na China, reunida com representantes do Brics na área de ciência e tecnologia, e já temos uma proposta concreta de criação de um fundo de R$ 24 milhões para ser usado imediatamente em desenvolvimento de ações conjuntas em CT&I entre os países do bloco. Da nossa parte, estamos entrando com R$ 1,2 milhão”, acrescentou.
O CNPq foi representado pelo Diretor de Ciências Agrárias, Biológicas e da Saúde, Marcelo Morales, que explicou que os recursos provenientes do Brasil representam R$ 1 milhão para área de segurança cibernética e ciberdefesa e R$ 200 mil para área de prevenção e monitoramento de desastres naturais. "A reunião foi um sucesso”, avaliou Morales.
Em Pequim, a II Reunião de Agências de Fomento à CT&I e a I Reunião do Grupo de Trabalho sobre Financiamento à CT&I do Brics foram marcadas pela expectativa de que os editais conjuntos aprofundem a colaboração entre os países em pesquisas de excelência para o conhecimento global e para a criação de produtos e processos inovadores.
"A criação de um mecanismo dos países do Brics para o financiamento de pesquisa e inovação é um marco histórico extremamente auspicioso. A reunião na China foi um grande sucesso. A partir de agora, a ciência, a tecnologia e a inovação são elementos centrais da parceria estratégica entre nossas nações”, disse o chefe da Assessoria de Assuntos Internacionais do MCTI, Danilo Zimbres.
De acordo com o assessor especial do ministro, Daniel Alvão, o acordo de Pequim reafirma o compromisso do governo brasileiro com a CT&I para superação dos desafios. "A estruturação do mecanismo de financiamento do setor de ciência, tecnologia e inovação do Brics é um acontecimento da maior relevância, pois reafirma a importância dada por seus países-membros à produção de conhecimentos científicos. Reafirma o compromisso do governo brasileiro e do MCTI com o incentivo à produção de ciência, tecnologia e inovação para a superação dos nossos desafios econômicos e sociais”, ressaltou.
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- 25/01/2016 - Brasil não consegue medir resultados de investimentos em ciência, diz ministroFonte: EBC Agência Brasil
Flávia Villela - Repórter da Agência BrasilO ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Celso Pansera, disse hoje (25) que o Brasil "não tem um sistema seguro de medição de resultados de pesquisas" na área.
"Não há medição, não sabemos qual o nível de eficiência que está sendo investido com ciência, tecnologia e inovação”, disse,durante apresentação da Proposta da Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação 2016-2019 à comunidade científica do Rio de Janeiro, no auditório da Academia Brasileira de Ciências (ABC), centro da capital fluminense.
"Já encomendamos um trabalho com diversos pesquisadores para formatar um sistema para medir a eficiência do que é investido em ciência e tecnologia no Brasil, qual o resultado, o que de fato é produzido e tem impacto na vida das pessoas. Há padrões internacionais, vamos adaptá-los a nossa realidade. Quanto mais eficiente, mais recursos", acrescentou.
Um dos membros da diretoria da ABC, o físico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Luiz Davidovich citou como exemplo da falta de acompanhamento de resultados de programas federais que requerem muito recursos, como o Ciência Sem Fronteiras.
"A decisão de continuar o programa requer uma avaliação do que foi feito. Será que o número enviado para fora foi grande demais, que os recursos para pagar custos com universidades nos Estados Unidos e na Inglaterra, por exemplo, que são caras, são revertidos de forma ótima para o país? Tudo isso precisa ser avaliado".
O físico também ressaltou que falta acompanhamento de projetos da iniciativa privada financiados com dinheiro público.
"A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) movimentou R$50 bilhões em subvenção há cerca de um ou dois anos para a iniciativa privada. Recursos dessa natureza e para empresas desse porte têm que ser muito bem avaliados, pois como os juros são abaixo dos do mercado há tentação grande de usar esse recursos para o fluxo de de caixa em vez de usar para inovação diferencial. A empresa continua fazendo a inovação que sempre fez e utiliza esses recursos para outras atividades”, citou.
Mais investimentos em ciência
Os cientistas que participaram do evento cobraram mais objetividade e mais recursos para investimentos em ciência e tecnologia. Eles também destacaram a necessidade de aumentar o percentual do Produto Interno Bruto investido no setor, que hoje é de cerca de 1%, bem como o número de cientistas no país. Nos países desenvolvidos, há cerca de 2 mil cientistas por milhão de habitantes. No Brasil, o número é de aproximadamente 600 cientistas por milhão de habitantes.
Pansera anunciou que está negociando a assinatura de um empréstimo de U$2 bilhões de dólares com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (Bid) para a ampliação da infraestrutura em pesquisa no país, em projetos voltados para segurança cibernética, hídrica, alimentar e segurança energética, entre outros. As unidades de pesquisa do ministério e os Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia estão entre os beneficiados pelo eventual empréstimo.
"Também já praticamentefechamoscom o BNDES [Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social] recursos do Fundo Amazônia, e o Funtel [Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações] nos repassou R$200 milhões e estamos negociando mais”, informou.
As contribuições ao documento podem ser feitas até sexta-feira (29) por e-mail ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
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- 23/01/2016 - 4ª Edição da Escola Internacional em Processamento Inteligente de Sinais (INFIERI)Entre os dias 23 de janeiro a 03 de fevereiro de 2017, a Cidade Universitária da USP, na capital, recebe a quarta edição da Escola Internacional em Processamento Inteligente de Sinais (Infieri), organizada internacionalmente pela Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN).
Entre os dias 23 de janeiro a 03 de fevereiro de 2017, a Cidade Universitária da USP, na capital, recebe a quarta edição da Escola Internacional em Processamento Inteligente de Sinais (Infieri), organizada internacionalmente pela Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN).
Fonte: IFUSP
O evento coloca em discussão temas relacionados às tecnologias avançadas nas áreas de semicondutores, nanotecnologia, empacotamento avançado e interconexões, telecomunicações, processamento de sinais em tempo real, filtragem e computação massivamente paralela e pretende debater sobre as motivações e desafios na construção de novos instrumentos tecnológicos.Para isso, a Escola Infieri 2016 irá realizar palestras e workshops em uma variedade de temáticasque vão desde aplicações multidisciplinares extraídas da exploração do Universo até a investigação do mundo das partículas elementares.
Esta é a primeira vez que o evento vem até a América do Sul, onde somente 60 alunos de doutorado e pós-doutorado do mundo inteiro são selecionados para participar.
Mais informações:
http://www.usp.br/ime/infieri2016/