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- 17/05/2016 - Superlaboratório terá raio-X brilhante que vai estudar relação entre átomos"É o projeto mais sofisticado da história da ciência brasileira", afirma diretor. G1 traz série com 4 reportagens sobre o centro de pesquisa de Campinas.
"É o projeto mais sofisticado da história da ciência brasileira", afirma diretor. G1 traz série com 4 reportagens sobre o centro de pesquisa de Campinas.
Fonte: G1Roberta SteganhaDo G1 Campinas e Região
"É o projeto mais sofisticado da história da ciência brasileira, do ponto de vista de escala, de desenvolvimento interno e tudo que foi projetado e vai ser construído", afirma Antônio José Roque da Silva, diretor do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) sobre o projeto Sirius, que teve sua pedra fundamental lançada em dezembro de 2014, em Campinas (SP).
O projeto consiste na construção de um superlaboratório de 68 mil m² em um terreno de 150 mil m² junto ao campus do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (Cnpem), onde está instalado o Polo II de Alta Tecnologia. A área total equivale a 21 campos de futebol. Já o custo estimado do Sirius é de, aproximadamente, R$ 1,3 bilhão. Todo o investimento vem de verbas públicas.
O Sirius irá abrigar um acelerador de partículas, que emitirá uma fonte de luz de alto brilho, a luz síncrotron, que funcionará como uma espécie de mega raio-X e permitirá analisar em escala nanométrica qualquer material. Cerca de 20% da parte civil da obra está pronta. A previsão é de que o laboratório esteja em funcionamento em 2018.
Atualmente, já há um acelerador mais antigo instalado no LNLS. O laboratório é a única fonte de luz síncrotron aberta ao uso da comunidade acadêmica e industrial na América Latina. Mas, segundo o diretor, é necessária uma luz mais brilhante para estudos avançados em áreas como medicina, biologia, química, física e ciências de materiais.
Neste sábado (21) completa 20 anos que os elétrons deram a primeira volta no acelerador de Campinas. Para marcar essa data, o G1 preparou uma série especial sobre o superlaboratório. Serão quatro reportagens que irão contar a história desse relevante projeto da ciência brasileira. Na primeira, entenda o que é e quais são os usos da luz síncrotron.
A luz síncrotron é um tipo de radiação que permite observar átomos e moléculas dentro de qualquer tipo de material. No entanto, ela só é obtida quando os elétrons, que são acelerados em um túnel em formato de anel em velocidade próxima à da luz, têm a sua trajetória desviada por um campo magnético. [veja exemplo no vídeo acima]
"Você fecha um círculo e quando eles fazem essas curvas, eles são acelerados ao longo dessa trajetória tangencialmente e emitem radiação. A grande característica dessa radiação é que ela cobre uma faixa ampla, vai desde o infravermelho, a parte importante é que chega no raio-X, então, você tem uma fonte de raio-X contínua", explica Silva.
O grande diferencial dessa radiação é a intensidade do brilho obtido, que permite analisar e estudar materiais em diferentes áreas do conhecimento em tempo real. "Não existe nenhuma matéria que ela [a luz] não seja capaz de estudar, porque os materiais são compostos de átomos. Ela penetra na matéria, interage, permite que você identifique quais áreas, átomos que compõem determinado material. Incluindo algumas vantagens, o seu alto brilho, intensidade, permite que você faça esses estudos em tempo real", destaca Silva.
Além do uso em tempo real, segundo o diretor, outra vantagem do síncrotron é que vários pesquisadores podem utilizar o produto gerado pelo acelerador de partículas em estações de trabalho de forma simultânea.
"Você distribuiu no entorno desse acelerador essas estações de trabalho, que são chamadas linhas de luz, onde você coleta a radiação que sai. No final é onde os pesquisadores de diferentes áreas do Brasil e do mundo vem fazer os seus experimentos", ressalta.
Os pesquisadores vem de diversas partes do mundo porque, segundo Silva, o síncrotron é a melhor ferramenta para investigar os diversos tipos de materiais existentes, já que penetra e mostra a constituição da matéria. "O raio-X penetra a matéria, então, eu posso enxergar dentro da matéria, penetrar o tecido, um pedaço de solo, cimento e pedaço de aço", destaca.
Silva afirma ainda que é a versatilidade da ferramenta que tem feito crescer o uso da luz síncrotron pelo mundo. "É a ferramenta que mais tem crescido em número de uso pela comunidade de ciência e tecnologia. Na área de medicina, por exemplo, você tem muita gente que vem estudar aqui questões sobre doenças degenerativas. Você tem pesquisadores que tem o interesse de pesquisar proteínas e que pode ter impacto para fármacos", explica.
Ainda segundo o diretor, regularmente, um grupo do Rio de Janeiro visita o LNLS para desenvolver estudos sobre o vírus da zika. "Um grupo do Rio de Janeiro que está utilizando organóides para fazer estudo da influência de zika no cérebro. Esse é um grupo que vem ao síncrotron de forma regular fazer pesquisas em mini cérebros", revela.
O pesquisador explica ainda que o que vai determinar o tipo de experimento que pode ser realizado no laboratório depende de algumas características do acelerador de partículas. A primeira é que quanto maior a energia dos elétrons, maior será a luz que sai do raio-X para os estudos.
"Então, quanto maior a energia, maior vai ser a energia do raio-X que sai. E por que é importante ter raio-X de alta energia? Porque ele penetra mais os materiais e permite que você faça mais estudos", afirma.
Outra questão, segundo Silva, é um parâmetro técnico chamado de emitância da máquina.
"Eu sempre comparo uma lanterna com uma ponteira laser. Então, uma lanterna tem uma área emissora grande e uma divergência grande. É bom se eu quiser iluminar uma sala, porque a radiação se espalha e eu enxergo uma região grande. Se eu quiser estudar uma pequena região, ela não é o melhor, porque eu não concentro a radiação. Uma ponteira laser tem uma área pequena e principalmente, tem uma divergência pequena, toda aquela luz não se espalha. Ele tem área menor, abertura angular menor, emitância menor e brilho mais alto", argumenta.
Além disso, existe uma outra característica chamada coerência, que é importante para reconstruir as propriedades dos materiais. "Imagina a onda lá do mar, ela tem lá na frente um anteparo que tem buraco, por exemplo, então algumas vão bater e voltar, outras vão atravessar e seguir em frente. Se todo mundo que bateu naquele anteparo está em fase, elas vão ser espalhadas e lá na frente elas vão interagir, ou interferir. E aquele padrão de interferência, ele agora carrega informação da distribuição dos buraquinhos que tinha lá no anteparo. Se eu examinar aquele padrão de interferência é possível reconstruir a informação do centro que espalhou. [...] E é isso que as luzes de síncrotron modernas têm", destaca.
Ainda segundo o diretor, essas características da luz síncrotron explicam sua importância tanto para pesquisa quanto para o mercado e reafirmam a necessidade do Brasil ter seu próprio laboratório.
Para Silva, o laboratório que está sendo construído em Campinas vem para colocar o país entre os maiores produtores de tecnologia do mundo.
"Em 30 anos, você sai da estaca zero e passa a ter um projeto que é liderança mundial", finaliza o diretor do laboratório.
Na segunda reportagem, conheça a história do LNLS e como apenas com tecnologia nacional se criou o primeiro e único laboratório de luz síncrotron da América Latina.
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- 17/05/2016 - SBMN lança primeiras recomendações da medicina nuclear brasileiraCintilografia de Perfusão Miocárdica, Cintilografia Óssea e PET/CT FDG-18F foram os três guidelines apresentados. Seis novos procedimentos estão já em andamento
Cintilografia de Perfusão Miocárdica, Cintilografia Óssea e PET/CT FDG-18F foram os três guidelines apresentados. Seis novos procedimentos estão já em andamento
Fonte: Jornal Dia a DiaCom o objetivo de aperfeiçoar e qualificar a prática da medicina nuclear no Brasil a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), entidade filiada a Associação Médica Brasileira (AMB), lançou os três primeiros guidelines de procedimentos: PET-CT FDG-18F; Cintilografia Óssea e Cintilografia Óssea Trifásica; e Cintilografia de Perfusão Miocárdica de Repouso e Esforço. Acesse a versão consolidada dos primeiros Guidelines.Segundo a diretora da Sociedade e coordenadora do projeto, Bárbara Amorim, "a SBMN iniciou um processo de alinhamento de condutas diagnósticas e terapêuticas no manejo do paciente submetido aos procedimentos com radiofármacos por meio de orientações técnicas que compreendem desde o preparo até a aplicação da substância”, esclarece ela.
Mais seis procedimentos estão sendo produzidos e em breve serão submetidos pela SBMN por meio de consulta pública a todos os membros associados à entidade e/ou que atuam com a medicina nuclear, para que emitam avaliações e sugestões. São eles: terapia neoplasias neuroendócrinas com Lutécio; Pesquisa de Linfonodo Sentinela; Cintilografia das mamas; Cintilografia Tireoide; SPECTCT de perfusão Cerebral; Cintilografia de Perfusão e Inalação Pulmonares.
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- 17/05/2016 - Nanopartículas levam medicamento direto a células tumorais e poupam as saudáveisFonte: Agência FAPESPA quimioterapia, apesar de ser uma das principais vias de tratamento de diversos tipos de câncer, provoca fortes efeitos adversos por atacar não só as células tumorais, mas também as saudáveis. Para minimizar esse tipo de dano à saúde já debilitada do paciente, pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) desenvolveram uma estratégia de ataque direto às células doentes, por meio de nanopartículas que levam o medicamento em altas concentrações até elas, evitando que as demais sejam atingidas.
Para isso, os pesquisadores utilizaram nanopartículas de sílica, componente químico de diversos minerais, carregadas de um candidato a fármaco contra câncer de próstata, a curcumina, e revestidas por uma vitamina que é naturalmente atraída pelas células tumorais, o folato. Nos testes in vitro, as nanopartículas mataram cerca de 70% das células tumorais de próstata, enquanto que apenas 10% das células saudáveis da mesma linhagem foram atingidas.
"A célula tumoral, em função do seu metabolismo diferenciado, em geral tem 200 vezes mais receptores de folato na sua superfície do que as saudáveis. Dessa forma, as nanopartículas revestidas dessa estrutura química ‘driblam’ as células que não precisam ser atacadas, sendo atraídas pelo seu verdadeiro alvo e entregando a carga de fármacos em maior concentração”, explicou Mateus Borba Cardoso, responsável pela pesquisa "Funcionalização de nanopartículas de sílica: aumentando a interação biológica”, realizada com apoio da FAPESP.
"Elas funcionam como caminhões, em que são colocadas grandes quantidades do que se deseja transportar - no caso, o fármaco a ser administrado - para que a célula tumoral seja atingida por uma quantidade superior de moléculas. Do contrário, as moléculas estariam dispersas, atingindo em menor quantidade as células que precisam ser atacadas, diminuindo sua eficiência e, ainda, alcançando aquelas que não são seu alvo”, disse.
De acordo com o pesquisador, a escolha da sílica como meio de transporte do fármaco e a adição de folato para direcioná-lo às células tumorais foram feitas, inicialmente, para enfrentar a dificuldade que certas drogas insolúveis apresentam de serem transportadas na água, nos fluidos biológicos ou no sangue. Diante disso, o grupo começou a trabalhar em metodologias para inserir as drogas nos poros das nanopartículas.
"A sílica é uma base sólida interessante por permitir que reações sejam feitas em sua superfície com certa facilidade. Os lipossomas, membranas que recobrem diversos medicamentos contra câncer, não permitem que o folato seja depositado em sua superfície, por exemplo. Dessa forma, é possível funcionalizar as nanopartículas da sílica, fazendo com que ela se comporte de uma maneira direcionada”, disse Cardoso.
A penetração do fármaco nos poros da sílica ocorre durante o processo de formação das nanopartículas do composto. As moléculas do medicamento tendem a se depositar entre os poros por se tratar de um ambiente mais estável do que a solução em que estão dispersas.
Os pesquisadores também fazem adaptações na síntese das moléculas das nanopartículas para que elas tenham certa afinidade com as do fármaco, "roubando-as” do meio num processo de atração eletroestática entre ambas.
Ao final, as nanopartículas são precipitadas em uma centrífuga, sendo separadas da solução e levando consigo grandes quantidades do medicamento, já aprisionado em seus poros.
Barreiras in vivo
Apesar de driblar as células saudáveis e atingir as tumorais com grandes quantidades de fármaco nos testes in vitro, as nanopartículas funcionalizadas pelos pesquisadores do CNPEM enfrentariam outros obstáculos in vivo para representarem uma alternativa viável aos efeitos adversos violentos da quimioterapia, relacionados a proteínas presentes no sangue que, em contato com a sílica, recobrem sua superfície, impedindo a identificação do folato.
Para enfrentar esse desafio os pesquisadores trabalham na funcionalização múltipla das nanopartículas, manipulando moléculas em sua superfície para obter diversas funções ao mesmo tempo.
"O estudo das interações de proteínas presentes no sangue com a superfície das nanopartículas nos permitirá propor métodos para impedir que as substâncias adicionadas sejam de alguma forma afetadas e percam sua função. Assim, a ação das nanopartículas no organismo não seria obstruída, tornando-se uma alternativa capaz de fazer frente à quimioterapia convencional, mas sem efeitos adversos mais agravados”, conta Cardoso.
De acordo com o pesquisador, as proteínas que recobrem as nanopartículas poderiam ser despistadas com a adição de grupos químicos que as repelem.
Os pesquisadores trabalham no desenvolvimento de estratégias para transporte de medicamentos contra linfomas, neoplasias malignas que atingem órgãos e estruturas do sistema linfático, fundamental na manutenção da defesa do organismo contra infecções. Em vez de folato, que é atraído, em geral, por qualquer célula tumoral, a superfície das nanopartículas têm sido recobertas por anticorpos monoclonais, que atuam nas células como uma chave numa fechadura.
"Dessa forma, apenas um tipo específico de célula, que reage a determinado anticorpo monoclonal, será atingido, o que pode levar ao desenvolvimento de tratamentos especializados voltados a diferentes tipos de câncer”, disse Cardoso.
Os resultados da pesquisa com funcionalização de nanopartículas de sílica contra células tumorais de próstata foram publicados no artigo Functionalized Silica Nanoparticles As an Alternative Platform for Targeted Drug-Delivery of Water Insoluble Drugs, publicado no periódico científico internacional Langmuir.
O trabalho, escolhido para ilustrar uma capa de abril da revista, é assinado por Cardoso, Luciane França de Oliveira e Karim Bouchmella, do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), Kaliandra de Almeida Gonçalves, do Laboratório Nacional de Biociências (LNBio), Jefferson Bettini, do Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano), e Jorg Kobarg, do Instituto de Biologia da Unicamp.
O artigo (10.1021/acs.langmuir.6b00214) pode ser lido em http://pubs.acs.org/doi/abs/10.1021/acs.langmuir.6b00214.
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- 13/05/2016 - MCTI lança Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação 2016 – 2019Além de estabelecer as ações para o período 2016 – 2019, o documento apresenta dados sobre a evolução do investimento brasileiro em ciência, tecnologia e inovação nos últimos anos
Além de estabelecer as ações para o período 2016 – 2019, o documento apresenta dados sobre a evolução do investimento brasileiro em ciência, tecnologia e inovação nos últimos anos
Fonte: Jornal da CiênciaO Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) lançou, nesta quinta-feira (12), a Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (Encti) 2016-2019. O documento coloca como condição para o Brasil dar um salto no desenvolvimento científico e tecnológico e elevar a competitividade de produtos e processos um Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCTI) robusto e articulado.
Para isso, estabelece como pilares a promoção da pesquisa científica básica e tecnológica; a modernização e ampliação da infraestrutura de CT&I, a ampliação do financiamento para o desenvolvimento da CT&I; a formação, atração e fixação de recursos humanos; e a promoção da inovação tecnológica nas empresas. Para cada um desses pilares, são indicadas ações prioritárias que vão contribuir para o fortalecimento do SNCTI, considerado o eixo estruturante.
O objetivo é posicionar o Brasil entre os países com maior desenvolvimento em CT&I; aprimorar as condições institucionais para elevar a produtividade a partir da inovação; reduzir assimetrias regionais na produção e no acesso à CT&I; desenvolver soluções inovadoras para a inclusão produtiva e social; e fortalecer as bases para a promoção do desenvolvimento sustentável.
Para alcançar esses objetivos, a Encti 2016 – 2019 aponta 11 áreas estratégicas. São elas: aeroespacial e defesa; água; alimentos; biomas e bioeconomia; ciências e tecnologias sociais; clima; economia e sociedade digital; energia; nuclear; saúde; e tecnologias convergentes e habilitadoras. A proposta é direcionar investimentos para essas áreas com consistência e coerência para potencializar os resultados.
Além disso, o documento busca posicionar o Brasil entre as nações mais desenvolvidas em CT&I. A Encti aponta que é possível chegar nesse estágio, desde que seguidas as diretrizes propostas pela iniciativa. Uma delas é a de alcançar a meta de investimento de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) no setor nos próximos anos. Atualmente, este patamar é superior a 1%.
A Encti 2016-2019, que substitui a Estratégia vigente desde 2012, foi elaborada pelo MCTI em estreita parceria com a comunidade científica e setor produtivo, além do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCTI). Uma consulta pública garantiu o engajamento da sociedade.
"A Encti é uma continuação do planejamento estruturado pelo MCTI nos últimos anos e que norteia as ações até 2019. Ela está articulada com diversas políticas setoriais, como de saúde, de defesa e industrial”, afirmou o diretor do Departamento de Políticas e Programas Técnicos do MCTI, Sávio Raeder. "Houve uma ampla consulta para definir as prioridades estabelecidas pelos atores do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. A Encti tem uma forte ligação com as demandas que a sociedade coloca como importantes e que a ciência, tecnologia e inovação podem ajudar a solucionar”, completou.
Investimentos e projetos
Além de estabelecer as ações para o período 2016 – 2019, o documento apresenta dados sobre a evolução do investimento brasileiro em ciência, tecnologia e inovação nos últimos anos. Desde 2000, por exemplo, as aplicações do governo federal na área aumentaram consideravelmente. No ano de 2013, por exemplo, os investimentos em CT&I alcançaram R$ 32,9 bilhões – valor 24,6% acima do dispendido em 2012.
A Encti revela ainda que o Brasil conta com uma ampla infraestrutura de pesquisa, por meio das unidades de pesquisa vinculadas ao MCTI. Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômia Aplicada, elaborado a pedido do ministério, identificou 196 laboratórios distribuídos em 25 unidades de pesquisa, que receberam R$ 107 milhões na recuperação e expansão das suas estruturas, no período entre 2004 e 2010.
Entre os projetos de pesquisa científica que prometem colocar o País na fronteira do conhecimento, a Encti cita o Sirius, novo anel de luz sincrotron do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS/MCTI), ligado ao Centro Nacional de Pesquisas em Energia e Materiais (Cnpem/MCTI); o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen/MCTI); e o Laboratório de Integração e Testes (LIT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCTI).
Outro destaque é a aquisição do Navio de Pesquisa Hidroceanográfico Vital de Oliveira em parceria com a Marinha do Brasil, Vale e Petrobras, e o uso compartilhado no Navio Hidroceanográfico Cruzeiro do Sul como Laboratório Nacional Embarcado. Esses laboratórios, aponta o documento, "são fundamentais para que a pesquisa nacional avance com autonomia e qualidade, condições fundamentais para o tratamento de temas estratégicos para o País, voltados para o uso sustentável do mar”.
Legislação
A atualização no marco regulatório também influi positivamente para o incentivo à inovação. Recentemente, a Emenda Constitucional nº 85/2015e aLei nº 13.243/2016 deram novo fôlego para estimular este setor no País. Atualmente, o MCTI tem uma consulta pública aberta para que a sociedade apresente contribuições para a regulamentação do Marco Legal em Ciência, Tecnologia e Inovação. O texto está disponível até o dia 12 de junho no site Participa.br.
INCTs
Outro avanço importante para CT&I é o fortalecimento do Programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs). Entre 2009 e 2014, foram apoiados 125 projetos em todo o Brasil, em diversas áreas do conhecimento, com um investimento total de R$ 825 milhões. Participam da iniciativa 6.794 pesquisadores e 1.937 instituições.
O Brasil também avançou na formação de pesquisadores. Entre 2010 e 2014, de acordo com CNPq, o número saltou de 128 mil para mais de 180 mil em todo o País, um crescimento de 39,9%. A formação de pesquisadores doutores foi ainda maior: cresceu 42,5% no período, passando de 81.726 para 116.427.
As regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste tiveram aumentos significativos no número de pesquisadores. A primeira teve um salto de 62,2%, enquanto as outras duas apresentaram 51% e 43,9% de aumento, respectivamente. Segundo o documento, isso representa uma "gradual redução das disparidades regionais sinalizadas pelo crescimento mais acelerado de pesquisadores, doutores ou não, nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste”.
Ciência sem Fronteiras
Parte importante da formação de recursos humanos é o Programa Ciência sem Fronteiras (CsF). Por meio dele, foram concedidas, até janeiro de 2016, 92 mil bolsas de estudo de graduação ou pós-graduação em cerca de 30 países. Engenharias e demais áreas tecnológicas; ciências exatas e da Terra; ciências da saúde; e computação e tecnologia da informação são algumas das áreas consideradas prioritárias da iniciativa.
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- 13/05/2016 - Luiz Davidovich: “O Ministério da Ciência foi Demolido”Para o presidente da Academia Brasileira de Ciência, a fusão do ministério ao das Comunicações desvaloriza a ciência e ameaça o futuro do país
Para o presidente da Academia Brasileira de Ciência, a fusão do ministério ao das Comunicações desvaloriza a ciência e ameaça o futuro do país
Fonte: Época
Na tarde de quinta-feira (12), durante uma cerimônia no Palácio do Planalto, Gilberto Kassab (PSD) assumiu a liderança de um ministério recém-criado – virou ministro da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações. O nomão une duas pastas que, durante os anos Dilma, operaram em separado. Antes de reagir ao anúncio do novo ministro, a comunidade científica nacional protestou contra a reestruturação. Desde o final de 2014, a ciência brasileira amarga a perda de recursos. Entre 2014 e 2015, o orçamento destinado ao Ministério da Ciência e Tecnologia foi reduzido em 25%. No ano seguinte, a queda foi de 37%. A contenção tem impacto direto no financiamento das pesquisas – e na qualidade da ciência feita no Brasil. Pesquisadores brasileiros temem que a união da pasta com o Ministério das Comunicações aprofunde a crise do setor: "Foram unidas áreas muito diferentes”, diz Luiz Davidovich, presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro. "Houve uma sinalização de que ciência e tecnologia não são tão importantes”.
Entidades do setor emitiram notas criticando a reestruturação. Um manifesto encabeçado pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e pela ABC chamou a medida de "artificial”: "É grande a diferença de procedimentos, objetivos e missões desses dois ministérios”, diz o texto, divulgado pelas entidades antes que a mudança nos ministérios fosse confirmada. "A junção dessas atividades díspares em um único Ministério enfraqueceria o setor de ciência, tecnologia e inovação, que, em outros países, ganha importância em uma economia mundial crescentemente baseada no conhecimento e é considerado o motor do desenvolvimento”. Nessa entrevista a ÉPOCA, Davidovich defende que, embora o corte de ministérios possa ser uma medida saudável, ele não deveria atingir a ciência: "Em época de crise, os países desenvolvidos aumentam os investimentos em ciência e tecnologia. Porque é uma maneira de superar os problemas”, afirma.
ÉPOCA - Há uma lógica na junção entre Ciência e Comunicações? As áreas são aparentadas?
Luiz Davidovich -Eu não entendo qual a lógica, realmente não sei. Acho que houve uma orientação mais geral de diminuir o número de ministérios, o que é uma proposta interessante, saudável. Mas, no caso da Ciência e Tecnologia e Comunicação, foram unidas coisas muito diferentes. O Ministério da Ciência e Tecnologia (Mcti) tem um leque de missões, e uma agenda de análises de projetos muito próprios. Por exemplo: o Mcti coordena cerca de 20 institutos de ciência e tecnologia que são voltados para temas de alto interesse da sociedade brasileira. Há instituto voltado para pesquisas amazônicas. Outro é voltado para energia nuclear, aplicações em radioisótopos, produção de rádiofármacos - que são substâncias importantíssimas para a saúde. Há institutos voltados para a área de astronomia. Outros, voltados para ciências físicas. Os programas e projetos desses institutos são analisados por comissões compostas pela comunidade científica e, eventualmente, pela comunidade empresarial ligada a pesquisa, desenvolvimento e inovação. E esse processo é avaliado por mérito científico e tecnológico. É essa a rotina de trabalho do Mcti. Já o ministério das Comunicações tem outra rotina de trabalho. E as decisões lá tem mais relação com rádio e televisão, correios e telégrafos. Aplica-se um método de avaliação de projetos que é necessariamente diferente. Essa junção, por isso, preocupa muito. O Mcti teve uma trajetória de mais de 30 anos muito bem sucedida. Foi graças a ele que temos agora, por exemplo, fundações de amparo à pesquisa em todos os Estados da federação. Temos secretarias de ciência e tecnologia em todos os Estados. O Mcti motivou o grande desenvolvimento do Brasil. As fundações de amparo e pesquisa são muito importantes na consideração dos problemas regionais do Brasil. Na aplicação de ciência e tecnologia para a solução de problemas regionais. A agenda do ministério das Comunicações é completamente diferente. Foi um erro fazer essa junção. Foi um erro prejudicial ao futuro do país.
ÉPOCA - Nesse novo ministério, dada a diferença de agendas das áreas, há o risco de a ciência ser relegada a um segundo plano?
Davidovich -Não sei se isso vai acontecer. Risco sempre existe. A comunicação é uma área evidentemente política no Brasil. O Mcti já está bastante desfalcado por causa dos cortes que ocorreram durante o governo Dilma. Não sei como a atenção do ministro vai ser dividida entre as duas áreas. Acho que existe forte pressão da Comunicação, mas espero estar enganado. Espero que ele consiga dar a área de ciência e tecnologia a importância que ela merece.
ÉPOCA - Como a comunidade científica recebeu a nomeação de Gilberto Kassab ao cargo?
Davidovich -Não costumo discutir nome de pessoas. Na Academia Brasileira de Ciências discutimos perfis - e esperamos sempre que os nomes indicados adaptem-se a esse perfil. Achamos que o ministro deve privilegiar o diálogo com a comunidade científica, com a comunidade empresarial voltada para a área de pesquisa e inovação. E deve ser uma pessoa sensível aos valores da ciência. Que entenda o papel da ciência e tecnologia para o desenvolvimento do Brasil. Eu acho que esse papel está mal entendido no Brasil de hoje. E essa falta de entendimento faz com que o país se atrase de maneira perigosa em relação a vários países com grande ímpeto desenvolvimentista. O Brasil aplica cerca de 1,5% do PIB em pesquisa e desenvolvimento. Já incluído o investimento privado. A União Europeia chegou a um acordo recentemente de que usará 3% do PIB em 2020. A China empregava 2,05% do PIB em ciência e tecnologia em 2014. Tem agora um projeto de, em cinco anos, alcançar 2,5% do PIB. A Coreia do Sul investe mais de 4% do PIB. Israel também. Nós investimos pouco. Com isso, o país não vai adiante. Você pode fazer ajustes fiscais, pode tomar medidas econômicas - e algumas são realmente necessárias. Mas isso não basta para que o país volte a crescer. Você precisa investir forte em ciência e tecnologia, especialmente em época de crise. E é isso que os nossos políticos têm dificuldade em entender. Em época de crise, os países desenvolvidos aumentam os investimentos em ciência e tecnologia. Porque é uma maneira de superar os problemas.ÉPOCA - O Brasil sempre sofreu com problemas de financiamento da ciência?
Davidovich -Houve momentos em que foram feitos importantes investimentos. De fato, isso precisa ser reconhecido, durante o governo Lula o investimento aumentou. Os fundos setoriais são uma invenção do final do governo FHC, mas foram contingenciados pela crise econômica que vivemos na época. Eles foram liberados no governo seguinte. Foi uma época de bonança que chegou a ser reconhecida no exterior. A gente colabora com pesquisadores de fora do Brasil, e o entusiasmo com a ciência nacional era muito grande. Os cortes recentes e a fusão dos ministérios causam danos sérios a nossa imagem. Havia muita esperança no deslanchar do país. Isso acabou. Houve uma sinalização de que ciência e tecnologia não são tão importantes.ÉPOCA - A junção dos ministérios, então, é um dos sinais dessa desvalorização?
Davidovich -Sim. O Mcti foi demolido. Ele deixou de ser um ministério para fazer parte de outro conjunto - e isso prejudica a interlocução da área com os mais altos poderes da república. São esses os sinais atuais. Eu espero ser desmentido. Torço para que daqui a pouco tempo a gente descubra que a ciência e a tecnologia terão apoio forte do governo.ÉPOCA - Depois de cortes sucessivos no financiamento, a qualidade da ciência brasileira já foi afetada?
Davidovich -Esses cortes aconteceram mais recentemente. Eles prejudicam as equipes do futuro. Prejudicam a formação de equipes que poderão, no futuro, lutar contra epidemias emergentes. Devido aos financiamentos do passado, temos hoje grupos competentes espalhados pelo Brasil, habilitados a ajudar a sociedade brasileira em temas muito importantes. Um exemplo disso é a epidemia de zika - imediatamente, grupos de pesquisadores se colocaram a pesquisar o vírus para tentar debelar essa doença. Esses grupos existem porque foram financiados por muito tempo. Se você corta o financiamento, corta as bolsas de pesquisadores, você impede a formação de novos profissionais. Isso vai repercutir no futuro. O governo tem de assumir o papel de liderança e dizer "olha, esse é o país da ciência, esse é o país da tecnologia”. Não é essa a sinalização que estamos recebendo. E isso pode prejudicar a nossa habilidade de combater doenças, de explorar recursos naturais de maneira sustentável, de desenvolver novas tecnologias.ÉPOCA - Existe uma preocupação quanto a possibilidade de uma "fuga de cérebros” da ciência brasileira. O temor de que os cientistas, sem condições de pesquisar no país, busquem oportunidades em instituições estrangeiras. Esse risco existe?
Davidovich -Isso vai depender muito de como vai se comportar o governo em relação ao financiamento de pesquisa. Eu e outros colegas vamos continuar aqui trabalhando porque achamos importante batalhar pelo país. Porque estamos, assim, contribuindo com esse país que ajudou na nossa educação. Temos essa visão, de um projeto de desenvolvimento para o Brasil. Agora, se a situação piora muito, fica difícil. Fica difícil para que as pessoas trilhem suas carreiras. Já temos alguns cientistas saindo do Brasil mas, por enquanto, o desejo das pessoas é de ficar e batalhar.ÉPOCA - O Ministério da Ciência havia negociado um empréstimo de US$1,4 bilhão com o Banco Interamericano de Desenvolvimento. Com as mudanças na pasta, já há explicações do que deve acontecer com esse dinheiro?
Davidovich -Olha, isso é parte do problema - eu não tenho nenhuma informação sobre os rumos desse dinheiro. E eu sou presidente da Academia Brasileira de Ciências. Eu lamento que a questão desse empréstimo esteja sendo levada sem diálogo com a comunidade científica. Nada garante que esse empréstimo será mantido. Nós o defendemos, como defendemos também a continuidade de outros programas muito importantes para o Brasil. Por exemplo, defendemos a continuidade dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia - institutos virtuais, que reúnem redes de pesquisa, e que estão distribuídos por várias áreas do conhecimento. São institutos muito importantes e que estão paralisados, por falta de verbas. O que vai acontecer com eles? Não tenho a menor ideia. Espero que o governo continue com esse programa. O problema é que os políticos estão preocupados com outras coisas. Não pensam muito sobre isso, com raras exceções. Construir redes de pesquisas, como a que esses institutos formam, é algo muito trabalhoso. Você tem que buscar outros times, tem que construir protocolos de cooperação. Isso leva muito tempo. Levou anos, mas foi feito no Brasil. Desmanchar as redes pode levar minutos. Isso é muito grave. Espero que haja uma reação rápida, para melhorar essa situação de financiamento da pesquisa.ÉPOCA - O que o novo ministro deve fazer para recuperar a ciência nacional?
Davidovich -O primeiro ponto é abrir diálogo com a comunidade científica e com o setor empresarial que está ligado à pesquisa, ao desenvolvimento e à inovação. Eu diria que esse é o item zero da lista. Para tomar conhecimento das propostas que existem, e que estão aí há muitos anos. O segundo ponto é conseguir reverter os cortes que ocorreram recentemente. Definir um financiamento decente para um país como o Brasil. Um financiamento consistente com o papel que a ciência e tecnologia devem desepenhar. Essa é uma área que tem de ser priorizada, seguindo o exemplo de outros países que, em momento de crise, aumentam os investimentos no setor. -
- 12/05/2016 - Rede Inova São Paulo lança plataforma de Ensino à Distância no X FORTECFoi lançada, em 12 de maio, a plataforma gratuita de de ensino à distância da Rede Inova São Paulo para capacitação de nível básico em temas na área de inovação tecnológica.
Foi lançada, em 12 de maio, a plataforma gratuita de de ensino à distância da Rede Inova São Paulo para capacitação de nível básico em temas na área de inovação tecnológica.
Fonte: Inova São PauloTexto: Marina Nania
Foi lançada hoje, 12 de maio, durante a décima edição do FORTEC, que esse ano acontece em Cuiabá, a plataforma de Ensino à Distância da Rede Inova São Paulo. O anúncio foi feito durante a apresentação da diretora de Propriedade Intelectual da Agência de Inovação InovaUnicamp, Patrícia Leal Gestic, na mesa redonda "NITs em Rede: Excelência Profissional e Olhar Empresarial”.
A plataforma é aberta e de uso gratuito, e contará com capacitações de nível básico em diversos temas relacionados às áreas de atuação dos núcleos de inovação tecnológica (NIT). "O objetivo da plataforma online é disponibilizar para os NITs em estruturação cursos de nivelamento em diversos temas de maneira acessível a todos”, aponta Patrícia, instrutora do Curso de Iniciação à Propriedade Intelectual, que já está disponível no website da plataforma. Futuramente, serão acrescentadas capacitações oferecidas pelos núcleos de inovação da USP, UNESP, UFSCar, IPT e do Centro Paula Souza.
A realização é parte integrante do Projeto Inova Capacita, iniciativa da Rede Inova São Paulo financiada pelo CNPq que tem como objetivos promover atividades de capacitação e fomento à inovação, empreendedorismo, criação de empresas nascentes e de serviços prestados à comunidade das ICTs. "A Rede Inova São Paulo foi criada com o intuito de fomentar o relacionamento colaborativo entre os NITs, visando potencializar atividades de parceria, transferência de tecnologia e licenciamento, e catalisar a interação entre ICT e empresa com o objetivo de alavancar negócios”, explica o diretor-executivo da Agência de Inovação Inova Unicamp e coordenador-executivo da Rede Inova São Paulo, Milton Mori.
Interessados em conhecer a plataforma podem acessá-la através do link http://inovasaopaulo.org.br/ead/ e realizar seu cadastro gratuitamente.
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- 12/05/2016 - Cientistas que dão show de comunicaçãoFonte: Agência FAPESPComo explicar um conceito científico complexo, como os conjuntos infinitos, em apenas 3 minutos? Isso para um público não especializado, usando apenas a voz e gestos, sem nenhum recurso de imagem e som. E sem Power Point.
O matemático Jackson Itikawa conseguiu e se tornou o primeiro vencedor da edição brasileira de uma das maiores competições de comunicação científica no mundo, o FameLab. Realizado pela primeira vez no Brasil pelo Conselho Britânico em parceria com a FAPESP, o evento teve final no dia 11 de maio, em São Paulo.
Perguntado por um dos jurados como explicaria para o público leigo por que a pesquisa teórica é tão importante quanto a pesquisa prática, Itikawa respondeu que é porque a primeira permite enxergar o mundo de outra forma, que chega até mesmo a ser mais bonita.
"Um dos grandes propósitos da humanidade quando criou as Artes foi enxergar o mundo de uma maneira que não é a usual. E, quando se faz pesquisa teórica, como em Matemática, temos a grande oportunidade não só de aprender ciência, como a de enxergar o mundo com outros olhos”, disse.
Para explicar o conceito dos conjuntos infinitos, elaborado pelo matemático russo Georg Ferdinand Ludwig Philipp Cantor (1845-1918), Itikawa usou a analogia do paradoxo do Hotel de Hilbert - um experimento mental matemático sobre conjuntos infinitos apresentado pelo matemático alemão David Hilbert (1862-1943), que imaginou um hotel com infinitos quartos que, mesmo todos ocupados, sempre restaria um para um novo hóspede.
Isso seria possível ao mover os hóspedes para outros quartos com números correspondentes ao dobro do que estavam. Dessa forma teriam infinitos quartos livres no hotel, que seriam os de números ímpares, imaginou Hilbert.
"A partir dessa teoria de conjuntos infinitos foram desenvolvidas outras teorias matemáticas, que afetam a Física quântica e a Filosofia, por exemplo. Quando Cantor mostrou que existem infinitos maiores que outros – como o infinito dos números reais, que é maior do que o infinito dos números naturais - houve um questionamento inclusive na religião, na época, que passou a se perguntar o quão infinito pode ser Deus”, explicou Itikawa, que realiza pós-doutorado no Instituto de Ciências Matemáticas e Computação (ICMC) da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, com Bolsa da FAPESP - projeto "Centros uniformes isócronos em sistemas diferenciais polinomiais planares de grau 5”.
Itikawa representará o Brasil na final mundial do FameLab, prevista para ocorrer entre os dias 12 e 16 de junho durante o Festival de Ciência de Cheltenham, na Inglaterra. A final reunirá 32 concorrentes, ganhadores das etapas da competição em diversos países.
"O FameLab atende um dos objetivos da FAPESP que, além de apoiar as melhores pesquisas científicas e tecnológicas realizadas no Estado de São Paulo, também tem a preocupação de criar oportunidades para que essas pesquisas sejam comunicadas ao público em geral”, disse Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, na abertura da final brasileira.
Lançado em 2004 com o Festival de Ciência de Cheltenham, o FameLab tem como objetivos incentivar o desenvolvimento de competências de comunicação entre pesquisadores e promover o engajamento público em ciência.
A ideia da competição é que, ao estimular os participantes a se envolver com o público, eles têm a oportunidade de promover suas carreiras, abrir futuras possibilidades de cooperação e contribuir para derrubar barreiras de comunicação entre a ciência e a sociedade.
"Tirar os pesquisadores de suas ‘caixas’ - que muitas vezes pensam que, por serem especialistas acadêmicos, não precisam se comunicar - é muito importante para que possam mostrar o que fazem de uma forma interessante, atingindo públicos diferentes e adequando a mensagem para cada um deles”, disse Eric Klug, vice-diretor do Conselho Britânico em São Paulo, na abertura do evento.
Os objetivos do FameLab são tanto melhorar as habilidades de comunicação dos pesquisadores, como torná-los bons divulgadores de ciência, explicou Fernanda Medeiros, diretora-adjunta de educação do Conselho Britânico.
"A comunicação da ciência é fundamental hoje até para justificar os investimentos em pesquisa. Por isso, muito países vêm solicitando que seus pesquisadores melhorem suas habilidades nesse campo para que o público consiga entender a importância do trabalho que realizam e atrair futuros talentos para a área”, disse Medeiros.
Ela contou que a ideia de realizar uma edição no Brasil do FameLab surgiu a partir da constatação de que não havia no país nenhuma iniciativa voltada a treinar especificamente as habilidades de comunicação científica oral de pesquisadores brasileiros e em razão do aumento da visibilidade da ciência produzida no país.
"A ciência no Brasil vem crescendo e ganhando maior reconhecimento internacional por meio do aumento de parcerias e acordos de cooperações com universidades e instituições de pesquisa do Reino Unido. Identificamos que era um momento muito oportuno para trazer o FameLab para o Brasil”, disse Medeiros.
Processo de seleção
A fim de selecionar os participantes da edição brasileira da competição, a FAPESP e o Conselho Britânico lançaram em março deste ano uma chamada de propostas voltada a estudantes de mestrado, doutorado, doutorado direto e pós-doutorado, com Bolsa da Fundação vigente até 30 de junho, nas áreas de Ciências da Vida, Exatas e Engenharias, e fluentes em português e inglês.
Os candidatos foram desafiados a fazer apresentações em vídeo, em português e inglês, com duração de 3 minutos cada, sobre um tópico de ciência ou tecnologia sem usar recursos de edição ou efeitos especiais.
Um comitê, formado por pesquisadores, especialistas em comunicação e jornalistas, indicados pela FAPESP e pelo Conselho Britânico, selecionou nove candidatos com base no conteúdo, na clareza e carisma dos candidatos demonstrados nos vídeos.
Os finalistas participaram de um treinamento intensivo, em inglês, na FAPESP, nos dias 9 e 10 de maio, com o especialista britânico Malcolm Love, responsável pelos treinamentos em comunicação científica do FameLab em diversos países, para prepará-los para a final, realizada na sede do Conselho Britânico, em São Paulo.
Professor da University of the West of England (UWE) e produtor e apresentador de programas de rádio e TV em emissoras como a BBC, Love realizou uma série de exercícios com os participantes durante os dois dias do treinamento para melhorar suas habilidades de comunicação oral e ajudá-los a encarar a plateia na apresentação final.
"O FameLab é um exercício muito interessante para os pesquisadores porque os encoraja a encarar o público de frente”, disse Love, que foi um dos fundadores do Festival de Ciência de Cheltenham.
Algumas das dicas que o especialista deu para os finalistas da competição foi explorar a linguagem corporal e "falar mais com menos palavras”, ao usar analogias que estimulem a imaginação do público.
As dicas foram levadas à risca por Itikawa, que ganhou a competição tanto pelo voto do público como do júri, composto por Flávia Rodrigues, professora e treinadora do programa Research Connect do Conselho Britânico; Henrique Pereira, vencedor na categoria empreendedorismo este ano do prêmio Education UK Alumni Awards, concedido pelo Conselho Britânico em parceria com instituições de ensino superior britânicas; Julia Knights, primeira-secretária e diretora de ciência e inovação da Embaixada Britânica em Brasília; Mayana Zatz, professora do Instituto de Biociências da USP e coordenadora do Centro de Pesquisa sobre o Genoma Humano e Células-Tronco (CEH-CEL) - um dos CEPIDs apoiados pela FAPESP; e a jornalista Mônica Teixeira, coordenadora do Núcleo de Divulgação Científica da USP.
O vencedor do FameLab Brasil foi anunciado por Joanna Crellin, consulesa-geral do Reino Unido em São Paulo.
Mais informações sobre o FameLab Brasil: www.britishcouncil.org.br/famelabVeja o vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=6zA316Ku3As
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- 12/05/2016 - Casos de câncer de mama não têm elo com césio-137, aponta estudoPesquisa mostra que níveis de radiação estão dentro dos padrões exigidos. Acidente causou mortes e deixou pessoas com sequelas, em Goiânia.
Pesquisa mostra que níveis de radiação estão dentro dos padrões exigidos. Acidente causou mortes e deixou pessoas com sequelas, em Goiânia.
Fonte: G1
Um estudo da Sociedade Brasileira de Mastologia mostra que os novos casos de câncer de mama em mulheres de Goiânia não têm relação com o acidente radiológico com o césio-137, ocorrido em setembro de 1987. Além disso, a pesquisa aponta que não há ligação entre a doença e níveis de renda ou adensamento populacional.
De acordo como presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia Ruffo de Freitas Júnior, a pesquisa não foi motivada por um aumento no número de casos de câncer de mama na região. "Existe o aumento no número de casos, isso infelizmente acontece. Mas esse aumento em Goiânia tem a mesma proporção de outras cidades. Isso já mostra que não existe uma relação entre o césio e os tumores”, disse.
Durante o estudo, foram medidos, entre 2010 e 2014, os níveis de radiação em milhares de pontos na região central da cidade, local onde aconteceu o acidente radiológico, e não foi encontrado nenhum nível fora dos padrões estabelecidos nacional e internacionalmente. Além disso, foi feito um mapeamento de onde as mulheres que têm a doença moram.
"Colocando o mapa das medições da radiação e de onde as pacientes vivem, percebemos que não há qualquer ligação entre as duas análises”, esclareceu o presidente da entidade.
Diante dessas conclusões, Júnior destaca a importância do estudo. "Isso coloca uma pedra em cima da questão que todo o país questiona, que é sobre o acidente e as consequências. Isso tem uma implicação social, financeira e médica para toda a população. Podemos assegurar com muita tranquilidade que não há relação entre o césio e o câncer de mama”, explicou.
Ainda de acordo com o médico, grande parte da doença está ligada à mudança de vida, atividades físicas e consumo de hormônios pela população.
Câncer
O médico destacou que o principal fator para dar uma maior chance de cura para as pacientes é o diagnóstico no estágio inicial, possibilitado pelos exames de rotina. Atualmente, cerca de 50 mil novos casos são registrados anualmente em todo o Brasil.Para a psicóloga Márcia de Faria Veloso, esses números estão ligados a vários fatores. "Falta de informação, de conscientização, medo de um diagnóstico de câncer, medo de dor ao realizar a mamografia e outras questões que impedem elas de chegar a tempo em um estágio inicial do câncer, que tem cura”, disse.
Para a pensionista Berenice Rosa Guimarães, a doença é muito chocante, mas participar de grupos de assistência aos pacientes ajuda no tratamento. "Você quer morrer, você acha que chegou no fundo do poço, que acabou a vida para você. Mas aí vem a força, a gente vira uma irmã, família”, disse.
Césio-137
A tragédia envolvendo o césio-137 deixou centenas de pessoas mortas contaminadas pelo elemento e outras tantas com sequelas irreversíveis. O incidente teve início depois que dois jovens catadores de papel encontraram e abriram um aparelho contendo o elemento radioativo. A peça foi achada em um prédio abandonado, onde funcionava uma clínica desativada.Mesmo passadas mais de duas décadas da tragédia, o acidente ainda deixa resquícios de medo. Um exemplo é a situação do local onde morava uma das pessoas que encontraram a peça. A casa em que vivia o catador foi demolida no mesmo ano em que tudo ocorreu. Apesar de o solo ter sido todo retirado e ter sido substituído por várias camadas de concreto, nunca mais qualquer tipo de construção foi feita no local.
Riscos
Segundo o supervisor de radiodivisão César Luis Vieira, que também trabalhou na época do acidente, o risco de contaminação em Goiânia foi praticamente extinto. "Se for comparar o resultado de hoje com o da época, é uma diferença [de radiação] quase mil vezes menor", afirma.César explica ainda que o nível de radiação da cidade é considerado dentro dos padrões normais. "Não há nenhum lugar que não tenha material radioativo, como, por exemplo, o urânio, que está no solo. É o que a gente chama de radiação natural, mas que não oferece risco", complementa.
Cerca de 6 mil toneladas de lixo radioativo foram recolhidas na capital goiana após o acidente. Todo esse material com suspeita de contaminação foi levado para a unidade de do Cnen em Abadia de Goiás, na Região Metropolitana da capita, onde foi enterrado.
Passadas mais de duas décadas, os resíduos já perderam metade da radiação. No entanto, o risco completo de radiação só deve desaparecer em pelo menos 275 anos.
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- 12/05/2016 - Fusão de ministérios é confirmada, apesar de desaprovação da comunidade científicaPasta unificada entre MCTI e Ministério das Comunicações será comandada por Gilberto Kassab; Marco Antonio Raupp, ex-ministro de CT&I, vai chefiar secretaria para fazer elo com cientistas
Pasta unificada entre MCTI e Ministério das Comunicações será comandada por Gilberto Kassab; Marco Antonio Raupp, ex-ministro de CT&I, vai chefiar secretaria para fazer elo com cientistas
Fonte: Jornal da CiênciaA fusão entre o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e o Ministério das Comunicações foi confirmada por fontes da equipe do vice-presidente Michel Temer (PMDB), apesar de contestações da comunidade científica. O peemedebista assume interinamente a Presidência da República a partir de hoje, 12, após a presidente Dilma Rousseff (PT) ter sido afastada do cargo pelo Senado Federal, com 55 votos a favor e 22 contra, numa sessão que durou mais de 20 horas.
A iniciativa de Temer faz parte da estratégia de enxugar a máquina pública, reduzindo de 32 para 23 o número de ministérios. Na proposta, o Ministério da Educação incorpora o Ministério da Cultura. Essa será uma das medidas do pacote de Temer, a serem anunciadas na tarde desta quinta-feira, em cerimônia de posse, na tentativa da retomada de crescimento da economia brasileira que enfrenta uma das maiores taxas de recessão da história.
Fontes confirmaram ao Jornal da Ciência que Gilberto Kassab, presidente do PSD e ex-ministro das Cidades no governo Dilma, vai comandar a chamada pasta turbinada. Anteciparam ainda que a secretaria de ciência, tecnologia e inovação da pasta será ocupada pelo cientista Marco Antonio Raupp, que comandou o MCTI de 2012 a 2014. A intenção é que Raupp ocupe a segunda cadeira mais importante da pasta, depois de Kassab, para poder fazer elo com a comunidade científica e minimizar as críticas à fusão da pasta de CT&I.
Graduado em física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), doutor em matemática pela Universidade de Chicago e livre-docente pela Universidade de São Paulo (USP), Raupp ocupou vários cargos em importantes instituições nas áreas de ciência e tecnologia. Foi diretor geral do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e diretor da Agência Espacial Brasileira (AEB). Hoje é diretor geral do Parque Tecnológico de São José dos Campos, cargo que já havia ocupado no período de 2008 a 2011 e que foi retomado após deixar a pasta de CT&I em 2014.
Descontentamento da comunidade científica
A comunidade científica desaprova a fusão entre as pastas de CT&I e das Comunicações. Na tarde desta quarta-feira, a SBPC, juntamente com outras 13 instituições, encaminharam um manifesto endereçado a Temer, alertando sobre os impactos negativos da unificação das duas pastas. Sob o título O MCTI É O MOTOR DO DESENVOLVIMENTO NACIONAL, o documento alerta que essa é uma medida artificial que prejudica o desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação do País, considerando a disparidade acentuada da missão duas partes.
"É grande a diferença de procedimentos, objetivos e missões desses dois ministérios. A agenda do MCTI é baseada em critérios de mérito científico e tecnológico, os programas são formatados e avaliados por comissões técnicas que têm a participação da comunidade científica e também da comunidade empresarial envolvida em atividades de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação. Essa sistemática é bem diferente da adotada pelo Ministério das Comunicações, que envolve relações políticas e práticas de gestão distantes da vida cotidiana do MCTI”, destaca o documento.
Em defesa de uma política de Estado
Antes mesmo de ser noticiada pela imprensa uma eventual fusão da pasta de CT&I, a SBPC e a ABC, na última sexta-feira, 06, divulgaram uma nota reforçando a importância da preservação do MCTI e suas agências, no caso de eventuais reformas administrativas.
"Consideramos, portanto, preocupante quando programas partidários de governo não vislumbram Ciência, Tecnologia e Inovação como um instrumento imperativo para alavancar o desenvolvimento econômico e social do País”, desta a carta, sob o título "Em defesa de uma política de Estado para a ciência, a tecnologia e a inovação”.
Na carta, as duas instituições científicas alertam que o aumento do impacto da ciência e da tecnologia brasileiras nas últimas décadas, com aplicações relevantes em vários setores da economia, deve-se a políticas de longo prazo. "Esse ciclo foi recentemente interrompido por cortes substanciais nos orçamentos do MCTI e do MEC, que paralisam redes de pesquisa, reduzem a oferta de bolsas, precarizam a investigação científica, a inovação e a educação”, destacam no documento.
Enquanto o governo brasileiro encolhe investimentos na área de ciência, tecnologia e inovação – área estratégica para o desenvolvimento de qualquer nação -, a carta da SBPC e da ABC alerta ainda que, em meio à crise global, a China investe pesado em ciência e tecnologia, ao prever investimento de 2,5% do PIB para 2020, com a esperança de que a inovação ajude o País a enfrentar a desaceleração econômica chinesa.
A presidente do Conselho Nacional de Secretários Estaduais para Assuntos de Ciência, Tecnologia e Inovação (Consecti), Francilene Garcia, também lamentou o fato de a ciência, tecnologia e inovação no Brasil ser colocada "à margem” e não ser tratada como estratégica para alavancar o desenvolvimento nacional e para que o Brasil possa enfrentar a crise econômica.
A presidente do Consecti reiterou que o papel do MCTI é fundamental para manutenção de políticas públicas e de desenvolvimento continuado na área de ciência, tecnologia e inovação. Ela reforça ainda que a ausência de um órgão que possa elaborar, reprogramar e estabelecer prioridades e atuar em segmentos estratégicos com foco nas ações de ciência, tecnologia e inovação será extremamente prejudicial ao País.
Francilene Garcia entende que se a pretensão do governo Temer é colocar o Brasil na rota do desenvolvimento sustentável, a área de ciência, tecnologia e inovação tem de ser considerada como a agenda prioritária.
"Se continuarmos a perder a dimensão dessas áreas estratégicas vamos cada vez mais ficar abaixo de todos os rankings econômicos sustentáveis”, alertou Garcia.
Viviane Monteiro/ Jornal da Ciência
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- 10/05/2016 - Ministério de Ciência e Tecnologia pode se transformar em 'puxadinho', alerta LasierFonte: Agência SenadoO presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT), Lasier Martins (PDT-RS), lamentou nesta terça-feira (10) a possível fusão dos ministérios de Ciência e Tecnologia e de Comunicações. Segundo notícias veiculadas pela imprensa, o vice-presidente Michel Temer - que pode assumir o governo no caso de impedimento da presidente Dilma Rousseff - teria oferecido ao PSD esse novo ministério.
Para Lasier, se a notícia for confirmada, o possível governo Temer transformaria a pasta de Ciência e Tecnologia em um "puxadinho” do Ministério das Comunicações.
- Esse deveria ser um ministério autônomo. Oxalá que isso não se confirme - disse o senador.
Na presidência da comissão desde março, Lasier tem criticado reiteradamente a falta de prestígio do setor de ciência e tecnologia no atual governo.
Pauta
Na reunião desta terça-feira (10) foram lidos ofícios e requerimentos. Por falta de quórum, os itens da pauta serão analisados na sessão da próxima semana.
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- 10/05/2016 - CETEM, CNEN e Agência de Energia Atômica realizam workshop em estratégia de exploração de urânioO evento, que acontecerá de 31 de maio a 3 de junho, discutirá critérios de classificação dos recursos, reservas minerais e implantação de tecnologia e gerenciamento sustentáveis de extração de urânio e tório do Projeto INT 2019/9001/01
O evento, que acontecerá de 31 de maio a 3 de junho, discutirá critérios de classificação dos recursos, reservas minerais e implantação de tecnologia e gerenciamento sustentáveis de extração de urânio e tório do Projeto INT 2019/9001/01
O Centro de Tecnologia Mineral (CETEM/MCTI), a Comissão de Energia Nuclear (CNEN) e a Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA) realizam de 31 de maio a 3 de junho, no Rio, "Reunião de Coordenação e Workshop em estratégia de exploração de urânio, avaliação de recursos e estudos de viabilidade”. O evento discutirá critérios de classificação dos recursos, reservas minerais e implantação de tecnologia e gerenciamento sustentáveis de extração de urânio e tório do Projeto INT 2019/9001/01.
O workshop vai abordar desafios críticos e prioridades na exploração e produção de urânio; metodologias empregadas; viabilidades econômicas, processos de mineração, recuperação de áreas utilizadas e reintegração social, além de avaliar regulamentações e atuação governamental. A reunião fará, também, levantamento da situação dos estados membros em relação a recursos e produção dos países que enviarão instituições e órgãos responsáveis por energia nuclear no Reino Unido, Argélia, Argentina, Chade, China, Equador, Egito, Gabão, Gana, Indonésia, Iraque, Quirguistão, Madagascar, Malásia, Mali, Malawi, Mongólia, Marrocos, Nepal, Nigéria, Paquistão, Paraguai, Filipinas, Sri Lanka, Tailândia, Tunísia, Uganda, Tanzânia, República Democrática do Congo e Zâmbia.
São esperados 45 especialistas renomados do mundo todo nas áreas de mineração e geologia com conhecimento pleno no estudo e aplicação do urânio e tório. Pelo Brasil cientistas da Eletronuclear, INB e CNEN estarão presentes. Os dois primeiros dias estão reservados para discussões e palestras; o terceiro dia para visita aos laboratórios do CETEM e no quarto dia, o de encerramento do Workshop, acontecerá na CNEN, em Botafogo.
Local:
Centro de Tecnologia Mineral-CETEM
Endereço:
Av. Pedro Calmon, 900-Cidade Universitária
Ilha do Fundão-RJData:
De 31 de maio a 3 de junho
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- 09/05/2016 - Novo documento reduz risco de ataque terrorista com materiais nuclearesEmenda que aumenta proteção de instalações e transporte nuclear ‘internacionaliza e fortalece’ segurança, além de aumentar trocar de informações, dizem diplomatas.
Emenda que aumenta proteção de instalações e transporte nuclear ‘internacionaliza e fortalece’ segurança, além de aumentar trocar de informações, dizem diplomatas.
Fonte: Gazeta Russa
De acordo com diversos diplomatas, o mundo se tornou um lugar um tanto mais seguro esta semana, após a entrada em vigor, neste domingo (8) da Emenda à Convenção sobre a Proteção Física do Material Nuclear (CPFMN).
O documento torna juridicamente vinculativo aos Estados a proteção das instalações nucleares e materiais nucleares ao longo de sua vida útil, criminaliza qualquer forma de sabotagem, seja roubo ou contrabando de material nuclear, e estabelece a troca de informações no setor por meio da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
"Demorou quase 11 anos para chegarmos aqui”, disse o diretor-geral da AIEA, Yukiya Amano, na cerimônia de inauguração do novo regime internacional, realizada na sexta-feira passada (6), em Viena.
"A entrada em vigor [da emenda] irá reduzir o risco de um ataque terrorista envolvendo materiais nucleares, que teria consequências catastróficas. O mundo será, como resultado, um lugar mais seguro”, acrescentou.
Longo caminho
A Convenção (CPFMN) original foi assinada por 152 Estados em 1979, mas entrou em vigor apenas em 1987. O documento estipulava que os países, que carregam responsabilidade total pela proteção de materiais e instalações nucleares, também devessem protegê-los durante o transporte internacional.
No entanto, cada vez mais países começaram a desenvolver seus programas nucleares, e mais material nuclear passou a circular em todo o mundo. Assim, o risco de que alguns caíssem nas mãos de terroristas também crescia.
Em 2005, a emenda foi sugerida a fim de expandir os regulamentos da convenção para uso, armazenamento e transporte doméstico, relegando a coordenação à AIEA. Mas, como foi percebida por alguns Estados, particularmente pelos países em desenvolvimento que pretendiam construir suas indústrias nucleares pacíficas, como uma afronta a seus direitos soberanos, levou quase 11 anos para que dois terços das partes da Convenção ratificassem a alteração.
Nos últimos meses, diante da Cúpula de Segurança Nuclear em Washington, no final de março, que não teve a participação da Rússia, o apoio de 102 países foi, enfim, alcançado.
"Levou tempo para que os Estados chegassem à conclusão de que não é apenas uma questão doméstica. Porque se há um problema com a segurança nuclear em seu próprio país, pode ser um problema em nível mundial. E esta corrente é tão forte quanto seu elo mais fraco”, disse à Gazeta Russa Laura Rockwood, diretora do Centro de Viena para Desarmamento e Não Proliferação.
"A Rússia foi o primeiro Estado com armas nucleares a integrar a parte da emenda, portanto, eles foram o grande promoter desta já há algum tempo”, completou Rockwood.
Segundo ela, foi a demora da ratificação pelos Estados Unidos que teria contribuído para o atraso generalizado do processo, devido às "dificuldades de trabalhar dentro de uma democracia onde diferentes ramos do governo têm diferentes prioridades e interesses distintos”.
Novos desenvolvimentos
"Pressupomos que a emenda e a convenção fortalecida se tornarão ainda mais eficazes na luta contra o terrorismo nuclear e o tráfico ilícito de materiais nucleares”, declarou na sexta (6), o representante permanente da Rússia para as organizações internacionais em Viena, o embaixador Vladímir Voronkov.
A abordagem da Rússia sempre foi, segundo ele, de que todos os outros instrumentos de segurança nuclear, como a segurança cibernética, detecção nuclear, forense e etc., devam se basear na melhoria da proteção física.
"Agora, a ideia é que a AIEA realize em dezembro uma conferência de alto nível sobre segurança nuclear, na qual a Rússia pretende estar presente em nível ministerial”, anunciou Voronkov.
O diplomata disse ainda que a ênfase sobre o papel de coordenação da AIEA no domínio da segurança nuclear segue a linha da política russa de reforçar a agência como um mecanismo internacional legítimo e inclusivo, onde todos os Estados-membros estão envolvidos no processo de tomada de decisão.
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- 09/05/2016 - Coreia do Norte aprova ampliação de arsenal nuclearMedida entrou em discussão no primeiro congresso do partido único em quase 40 anos
Medida entrou em discussão no primeiro congresso do partido único em quase 40 anos
Fonte: Zero HoraO primeiro congresso do partido único da Coreia do Norte em quase 40 anos aprovou formalmente a política de seu líder, Kim Jong-un, para o desenvolvimento do arsenal nuclear do país, que poderá ser utilizado em caso de ameaça de outra potência.
Os delegados da reunião do Partido dos Trabalhadores da Coreia (PTC) também se pronunciaram a favor de um trabalho pela reunificação da península da Coreia, dividida em dois Estados. No entanto, Seul rejeitou nesta segunda-feira as propostas norte-coreanas para melhorar o relacionamento.
No congresso, tecnicamente o principal órgão de decisão da Coreia do Norte, milhares de delegados aprovaram, no domingo, o projeto que busca "impulsionar a força nuclear de autodefesa, tanto em qualidade como em quantidade", afirmou a agência oficial de notícias KCNA. Além disso, o encontro ratificou o princípio político segundo o qual Pyongyang só utilizará suas armas nucleares no caso de sua soberania ser ameaçada por outra potência.
O partido único reiterou que o programa continuará enquanto "os imperialistas persistirem em sua ameaça nuclear", argumento utilizado há muito tempo por Pyongyang em referência, sobretudo, aos Estados Unidos.
Durante um discurso longo, de três horas, no sábado, Kim Jong-un disse que o país deseja melhorar suas relações com as nações anteriormente "hostis" e propor negociações militares com a Coreia do Sul para reduzir a tensão na fronteira.
Propaganda
Seul rejeitou as propostas, incluindo a votação para trabalhar pela desnuclearização mundial, algo que chamou de "ato de propaganda".
– Não há sinceridade nenhuma quando fala da necessidade de conversações militares, ao mesmo tempo em que se autoproclama um Estado com armas nucleares e faz provocações nucleares e balísticas – disse o porta-voz do ministério da Defesa, Moon Sang-gyun.
Moon também afirmou que a assembleia política norte-coreana serve apenas para reafirmar a vontade de Pyongyang de desenvolver seu arsenal nuclear. Ele relatou que Seul pretende conter as ambições com pressões e sanções.
A China, único aliado importante de Pyongyang, também minimizou as promessas do regime norte-coreano. Segundo o jornal oficial chinês Global Times, a atitude de Kim Jong-un "não mudou e tampouco se resolveu sua maior contradição com o mundo exterior". "Enquanto Pyongyang resistir a renunciar a suas armas nucleares, a normalização das relações com o mundo exterior será muito pouco provável", afirma o jornal em um editorial.
A China foi a grande ausente da assembleia política – talvez um reflexo de um afastamento do regime comandado por Kim Jong-un. A comunidade internacional adotou uma série de sanções contra Pyongyang depois do primeiro teste norte-coreano com bomba atômica, em 2006. Desde então, o regime executou mais três e vários disparos de mísseis.
O mais recente deles aconteceu em janeiro, e Pyongyang o apresentou como um teste com uma bomba de hidrogênio. Analistas, no entanto, duvidaram do anúncio e afirmaram que a energia liberada foi muito menor do que a necessária.
As especulações sobre a possibilidade de um quinto teste nuclear norte-coreano durante o congresso, que deve durar três ou quatro dias, aumentaram nas últimas semanas.
Consagração do líder
Kim Jong-un ainda não era nascido quando aconteceu o último congresso, em 1980, que consagrou seu pai, Kim Jong-il, como herdeiro do regime dinástico fundado por seu avô, Kim Il-sung, há quase 70 anos.
A assembleia política, iniciada na sexta-feira, é considerada a consagração do líder norte-coreano de 33 anos e a confirmação da estratégia "byungjin", um desenvolvimento paralelo da economia e dos programas nucleares.
Um jornalista da BBC foi detido e será expulso da Coreia do Norte por seu trabalho antes do congresso. A informação foi divulgada nesta segunda-feira pela emissora de rádio e televisão britânica. O repórter Rupert Wingfield-Hayes foi detido na sexta-feira, ao lado de outros dois funcionários da BBC, e interrogado durante oito horas, denunciou a empresa de comunicação em seu site.
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- 06/05/2016 - Panorama completo da energia nuclear no mundo - edição de 2016Fonte: ABENSaiu a mais nova edição do importante documento intitulado "Panorama da Energia Nuclear no Mundo", elaborado pela Eletronuclear. A publicação compila informações de todo o globo sobre geração nuclear; distribuição dos reatores; situação da energia nuclear em alguns países e regiões; alguns acordos comerciais e de cooperação nuclear; algumas aplicações nucleares; ambiente e sociedade; combustível; combustível irradiado, radiação e gestão de rejeitos; proliferação e riscos para a segurança e descomissionamento. O documento está disponível em versão PDF na seção "Publicações Técnicas" do site da Associação Brasileira de Energia Nuclear (Aben), aqui.
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- 06/05/2016 - Capes define a concessão de bolsas aos cursos de pós-graduação em 2016 – Programas DS, PROSUP, Proex e PNPDA Coordenação disponibilizou, nesta quinta-feira (5), 1.622 bolsas no País, nas modalidades de mestrado, doutorado e pós-doutorado para cadastramento de novos bolsistas no Sistema de Acompanhamento e Concessão
A Coordenação disponibilizou, nesta quinta-feira (5), 1.622 bolsas no País, nas modalidades de mestrado, doutorado e pós-doutorado para cadastramento de novos bolsistas no Sistema de Acompanhamento e Concessão
Fonte: Jornal da CiênciaA concessão de bolsas é um instrumento básico de apoio aos programas de pós-graduação stricto sensu em prol da excelência acadêmica. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) disponibilizou nesta quinta-feira (5), 1.622 bolsas no País, nas modalidades de mestrado, doutorado e pós-doutorado para cadastramento de novos bolsistas no Sistema de Acompanhamento e Concessão (SAC). Tais bolsas atendem a 888 PPGs e 55 Pró-Reitorias em todo o Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG).
Assim, em 2016, encontram-se disponíveis para uso dos PPGs e Pró-Reitorias de todo o País 85.093 bolsas nos três níveis no âmbito dos Programas Demanda Social (DS), Programa de Suporte à Pós-Graduação de Instituições de Ensino Particulares (PROSUP), Programa de Excelência Acadêmica (Proex) e Programa Nacional de Pós-doutorado (PNPD). A concessão de bolsas para esses programas foi calculada com base na taxa de utilização das bolsas pelos cursos no período de março de 2015 a março de 2016.
Com o objetivo de atender de forma mais adequada o conjunto de programas de pós-graduação de cada instituição e assegurar maior utilização das cotas de bolsas/taxas em 2016, a Capes permitirá, entre 1° de junho e 30 de setembro, o remanejamento de cotas de bolsas entre os programas de pós-graduação de uma mesma Instituição. Esse remanejamento é opcional e pode ser feito independentemente da área do conhecimento, cabendo às instituições avaliar a forma de fazê-lo.
Em adição às bolsas dos programas DS, PROSUP, PROEX e PNPD, a Capes mantem 5.257 bolsas de pós-graduação (ativas em abril de 2016) que são concedidas por meio de acordos com as Fundações Estaduais de Apoio a Pesquisa (FAPs) e de editais associados a áreas e temas estratégicos.
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- 06/05/2016 - Brasileiros disputam competição internacional de comunicação científicaFonte: Agência FAPESPA competição de comunicação científica FameLab, criada no Reino Unido, terá sua primeira final brasileira no dia 11 de maio, em São Paulo. O objetivo é revelar cientistas que, entre outras competências e potencialidades, têm talento para a comunicação em público.
Desafiados a produzir um vídeo de até 3 minutos sobre um tema científico, os finalistas foram avaliados em três critérios: conteúdo, clareza e carisma. As apresentações, em geral produções domésticas, não contaram com recursos de edição ou efeitos especiais. Um comitê formado por especialistas em comunicação e por cientistas selecionou 11 nomes.
Os escolhidos terão a oportunidade de desenvolver suas habilidades em sessões agendadas para 9 e 10 de maio em master classes ministradas pelo especialista britânico Malcolm Love, conhecido por seu trabalho na rede de televisão BBC e pela experiência em capacitações de comunicação científica.
Após aprimoramento de técnicas com Love, os 11 selecionados farão suas apresentações ao público no auditório do Centro Britânico Brasileiro, em São Paulo, em 11 de maio. Dali sairá o vencedor que representará o Brasil na final internacional do FameLab, entre 7 e 12 de junho, em Cheltenham, na Inglaterra, ao lado de cientistas de diversos países.
Sucesso em todas as nações em que está presente, o FameLab no Brasil é fruto de uma parceria entre o British Council, organização internacional britânica para educação e relações culturais, e a FAPESP.
Interessados em assistir à final brasileira no dia 11, a partir das 17h, devem escrever até 10 de maio paracentro.info@britishcouncil.org.br informando nome completo, telefone, e-mail e RG.
O Centro Britânico Brasileiro fica na rua Ferreira de Araújo, 741, 1º andar, Pinheiros, São Paulo.
Mais informações: www.britishcouncil.org.br/famelab
Os finalistas
Bianca Assis Barbosa Martins - concentra sua pesquisa em biologia molecular e fitossanidade; investiga marcadores moleculares de resistência de plantas a herbicidas. Graduada em Engenharia Agronômica na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) em 2005, tem mestrado na área de fitotecnia (2008) e doutorado em Weed Science pela Oregon State University - Crop and Soil Science Department (2014), onde atuou como professora de graduação sobre manejo e controle de plantas daninhas. Com apoio da FAPESP, desenvolve o projeto de pós-doutorado "Elucidando os mecanismos de resistência a herbicidas em populações de capim-arroz (Equinochloa crus-galli L.) do Brasil”.
Camila Sampaio Machado - graduada em Física pela Universidade de São Paulo (USP) em 2010, tem interesse na área de Física de Partículas e de Física Hadrônica. Concluiu mestrado na USP e doutorado no Instituto de Física Teórica da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e realiza atualmente, com bolsa Estágio de Pesquisa - Doutorado, o projeto "Espalhamento de bóson vetoriais transversos no contexto da teoria de campos efetiva” no European Organization for Nuclear Research (CERN), na Suíça.
Cibele dos Santos Borges - é graduada em Engenharia Biotecnológica, em 2010, e mestre em Biologia Celular Estrutural e Funcional, em 2013, pela Unesp. Atualmente é aluna de doutorado do Programa Biologia Geral e Aplicada no Instituto de Biociências da Unesp, com bolsas da FAPESP, concluiu projetos de iniciação científica (durante a graduação) e mestrado. Atualmente, desenvolve o projeto de doutorado na área de Farmácia/Análise Toxicológica relacionado a fertilidade.
Gisele Antoniazzi Cardoso - tem experiência na área de Genética e Biologia Molecular com ênfase na análise da expressão gênica. Graduada em Ciências Biomédicas pela Metrocamp, em Campinas, contou com bolsas da FAPESP na iniciação científica, mestrado em Genética e Biologia Molecular na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e atualmente é aluna de doutorado em genética, no Instituto de Biociências da USP.
Gustavo Satoru Kajitani - bacharel em Ciências Biológicas pela USP, em 2013, adquiriu na graduação experiência na área de Biologia Geral, com ênfase em Biologia Molecular. Com bolsas da FAPESP, realizou iniciação científica, mestrado e é aluno de doutorado pelo programa Interunidades em Biotecnologia, na USP. Atua sobre o tema Reparo de DNA, com enfoque no efeito específico de fotolesões geradas por irradiação ultravioleta. Tem experiência e interesse sobre extensão universitária, tendo organizado e ministrado cursos.
Ingrid Regina Avanzi - atualmente é doutoranda com bolsa FAPESP no Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental da Universidade de São Paulo (Procam-USP). Está no Canadá com bolsa Estágio de Pesquisa na Universidade de Toronto. Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Santa Cecília (bacharelado e licenciatura) e mestrado em Ciência Ambiental pela USP (2012). Tem experiência na área de Ciências Ambientais e Microbiologia, com ênfase no tratamento de locais contaminados com metais pesados e hidrocarbonetos aromáticos.
Jackson Itikawa - participou de dois projetos de iniciação científica e, com apoio da FAPESP, obteve bolsa também para mestrado e doutorado. Atualmente faz pós-doutorado vinculado ao projeto temático "Singularidades de aplicações diferenciáveis: teoria e aplicações”, apoiado pela Fundação, com projeto em Sistemas Dinâmicos. Jackson é bacharel em Matemática e em Engenharia Elétrica, ambos na USP, e tem um PhD em Matemática pela Universitat Autònoma de Barcelona, Espanha.
João Victor Cabral Costa - graduado em Farmácia-Bioquímica pela USP em 2014, foi bolsista do programa Ciência sem Fronteiras (CsF/Capes) na University of Minnesota. Tem experiência em pesquisa científica e extensão universitária e atualmente é mestrando no Laboratório de Neurobiologia Molecular e Funcional do Departamento de Farmacologia do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, com bolsa FAPESP.
Leonardo Coelho Rabello de Lima - bacharelado em Educação Física (2010) e mestre (2013), tem bolsa FAPESP para desenvolvimento de projeto de doutorado em Desenvolvimento Humano e Tecnologias pela Unesp. Pesquisa nas áreas de fisiologia do exercício, dano muscular induzido pelo exercício, economia de corrida, treinamento, potencialização pós-ativação e handebol.
Manoela Romanó de Orte - é bolsista FAPESP para desenvolvimento de projeto de pós-doutorado sobre Metais pesados, Bioensaios e Ecotoxicologia no Instituto de Saúde e Sociedade da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Graduada em Oceanografia pela Universidade Federal do Paraná (2006), obteve mestrado na Espanha, na Universidad de Santiago de Compostela e na Universidad de Cádiz. Nesta universidade também concluiu o doutorado, em 2013. Tem experiência em oceanografia, com ênfase em interação entre os organismos marinhos e os parâmetros ambientais, ecotoxicologia e biogeoquímica.
Raphael Fernandes Casseb - obteve bolsas da FAPESP para realizar iniciação científica no Instituto de Física da Unicamp, doutorado direto em Neurociências com foco em doenças neurodegenerativas na Faculdade de Ciências Médicas da mesma universidade. Realizou estágio no exterior (doutorado) na Universidade de Calgary, no Canadá. Raphael é graduado em Física Médica pela Unicamp e tem interesse em ensino e pesquisa em Neurociências, Física, Física Médica e Matemática, com foco na união dessas áreas para o estudo do cérebro. Atualmente está em fase de conclusão da graduação de licenciatura em Física e participa de projetos de divulgação das pesquisas do Laboratório de Física Médica, onde trabalha.
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- 05/05/2016 - “O desprezo brasileiro pelas gerações do futuro”Academia de Ciências do Estado de São Paulo divulga carta com seu posicionamento sobre a indicação do bispo Marcos Pereira como Ministro da Ciência e Tecnologia, caso Michel Temer assuma o governo
Academia de Ciências do Estado de São Paulo divulga carta com seu posicionamento sobre a indicação do bispo Marcos Pereira como Ministro da Ciência e Tecnologia, caso Michel Temer assuma o governo
Fonte: Jornal da CiênciaO desprezo brasileiro pelas gerações do futuro
Posição da Academia de Ciências do Estado de São Paulo sobre a indicação de um religioso como Ministro da Ciência e Tecnologia
Qual a probabilidade do sucessor do Papa Francisco ser um cientista? Todos concordam que é nula. A não ser que o Vaticano ficasse no Brasil, onde um deputado que é bispo licenciado de uma igreja evangélica aparece cotado para ser Ministro da Ciência e Tecnologia.
O problema de existir no Brasil uma probabilidade de que algo tão inusitado aconteça não se relaciona com uma disputa histórica entre a ciência e a religião de como interpretar o mundo. Isto porque, no Brasil, a religião e a ciência coexistem pacifica e civilizadamente. Mas as duas formas de ver o mundo são muito diferentes bem como a formação e os métodos. Para gerir o MCTI é preciso ter formação em ciência, ou conhecê-la com profundidade.
O que a simples possibilidade de que um pastor de uma igreja evangélica seja cogitado para Ministro da Ciência e Tecnologia indica? Há duas possibilidades:
A primeira é que a indicação vem de um grupo que não tem a mínima ideia do que é ciência ou tecnologia e, possivelmente, nem mesmo sobre o que é religião. A incompatibilidade entre as visões de mundo das duas alas é histórica e não é preciso sequer ter um curso superior para ter ouvido isto várias vezes durante o ensino médio. Esta possibilidade, portanto pode ser descartada, pois qualquer grupo que esteja aconselhando o vice-presidente para montar uma estrutura de governo já deve saber disto e obviamente não cometeria um erro tão grosseiro.
A segunda é que a importância dada à ciência e à tecnologia pelo grupo que trabalha na montagem de um eventual novo governo para o Brasil considere o setor supérfluo a tal ponto que sequer pensaram em ser um pouquinho mais coerentes ao cogitar a indicação de um ministro para uma pasta tão importante. Será que mais uma vez, em meio a atual crise política, o loteamento de cargos irá prevalecer?
É óbvio o status que a Ciência e a Tecnologia tem nas grandes democracias cujas economias dominam o mundo, como os EUA, Canadá, Comunidade Europeia e Japão. Seria mero acaso que os países cujo desempenho econômico têm sido melhor e cujas democracias têm se solidificado mais são aqueles que cuidam melhor da Ciência e Tecnologia?
Historicamente, o Brasil tem tido períodos de lucidez e investido em Ciência e Tecnologia. Criou o CNPq e instituiu um Ministério de Ciência e Tecnologia. Muitos Estados criaram Fundações de Amparo à Pesquisa (as FAPs) e passaram a fomentar pesquisa localmente. Mas alguns políticos parecem ainda não ter compreendido a importância do setor para a sociedade. Alguns ainda parecem crer que a ciência é inútil, pois não conseguem enxergar o futuro, que é o produto mais importante da ciência.
O sinal dado pelo governo que provavelmente irá se despedir em breve foi absolutamente lamentável, utilizando o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação como uma moeda de barganha política e com isto colocando o futuro do Brasil em risco.
Os políticos brasileiros precisam entender que defender que o Brasil tenha uma ciência forte, capaz de gerar novas tecnologias e manter o País na vanguarda do mundo de forma a torná-lo mais competitivo, não é uma questão corporativa dos cientistas. É uma necessidade da sociedade.
É da segurança e riqueza das futuras gerações que estamos falando. Por isso, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação deveria ter o mesmo nível de importância que o Ministério da Fazenda, se o governo realmente quiser pensar no real futuro do Brasil e não no que vai acontecer nos próximos 2 ou 4 anos.
Este é o motivo pelo qual o MCTI não pode, em hipótese alguma, ser moeda de barganha política, mas sim um ministério estratégico para o Brasil.
Diretoria da Academia de Ciências do Estado de São Paulo
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- 04/05/2016 - Centenário da Academia Brasileira de Ciências é comemorado no RioABC realizou a Reunião Magna celebrando os cem anos de sua criação nesta terça-feira (3), no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. Emília Ribeiro Curi, ministra em exercício do MCTI, ressaltou o papel da Academia para o desenvolvimento científico do País e defendeu a parceria entre governo, academia e setor privado. A presidente da SBPC, Helena Nader, participou da solenidade
ABC realizou a Reunião Magna celebrando os cem anos de sua criação nesta terça-feira (3), no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. Emília Ribeiro Curi, ministra em exercício do MCTI, ressaltou o papel da Academia para o desenvolvimento científico do País e defendeu a parceria entre governo, academia e setor privado. A presidente da SBPC, Helena Nader, participou da solenidade
Fonte: Jornal da CiênciaUma solenidade no Museu do Amanhã, na noite desta terça-feira (3), marcou a comemoração do centenário da Academia Brasileira de Ciências (ABC), reunindo cientistas nacionais e de outros países, que vieram especialmente para a data. O governo federal foi representado pela ministra em exercício do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Emilia Ribeiro Curi.
Os presentes foram saudados pelo cientista Jacob Palis, atual presidente da ABC. Em seguida, o historiador e cientista político José Murilo de Carvalho lembrou a história da entidade, desde sua fundação, 100 anos atrás.
O novo presidente da ABC, o físico Luiz Davidovich, destacou que o País não pode prescindir de investir pesado em ciência e tecnologia para chegar ao desenvolvimento pleno. Segundo ele, a economia brasileira não deve se basear em matérias-primas extrativas e produção agrícola.
"É indispensável fazer ciência, tecnologia e inovação em um País como o Brasil. Temos um desenvolvimento científico tardio. As primeiras universidades brasileiras apareceram no início do século 20. Precisamos correr mais que os outros. E para isso precisamos de investimento pesado. Não se trata de migalhas, mas de um plano consistente para o futuro do País. Ressentimos a falta de um plano de longo prazo”, disse Davidovich, que toma posse com presidente da ABC nesta quarta-feira (4).
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- 03/05/2016 - Pesquisadores desenvolvem tecido que ajuda no combate ao câncerTecido biodegradável pode ser usado na consolidação pós-cirúrgica. Objetivo seria evitar tratamentos de radioterapia.
Tecido biodegradável pode ser usado na consolidação pós-cirúrgica. Objetivo seria evitar tratamentos de radioterapia.
Fonte: G1Um novo tecido de nanofibras absorvível pelo organismo, que pode ser empregado com remédios contra tumores, permitirá fazer tratamentos locais para combater o câncer, segundo explicou em comunicado a Universidade Politécnica da Catalunha (UPC).
Pesquisadores do Hospital Sant Joan de Déu e da UPC, desenvolveram o tecido, que serve para que os cirurgiões possam cobrir, durante a intervenção para retiradada do tumor, a zona operada para eliminar os restos tumorais que possam ter ficado.
Segundo explicou a UPC na nota, este sistema de administração local do tratamento antitumor é menos tóxico e mais efetivo que o habitual tratamento de consolidação pós-cirúrgico, a radioterapia.
O tratamento consiste na colocação da membrana no leito cirúrgico depois da extração do tumor, para que atue diretamente na região afetada com altas concentrações de fármaco.
Os pesquisadores provaram a eficácia deste novo sistema de administração do tratamento antitumor em animais e iniciaram os trâmites para obter a autorização da Agência Europeia de Medicamentos (EMA), e assim poder iniciar as fases pré-clínica e clínica de seu primeiro fármaco orientado ao tratamento dos Sarcomas de Tecidos Brandos (STS).
O câncer é a doença que causa mais mortes infantis em toda Europa: anualmente, morrem 3.000 menores de 14 anos na Europa.
Estima-se que no mundo todo sejam diagnosticados 250 mil novos casos por ano, 90 mil deles não aguentam o tratamento e morrem.
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- 03/05/2016 - Método para metástases ósseas pode detetar doença cardiovascularFonte: SIC Notícias
Uma investigação desenvolvida na Universidade de Coimbra (UC) revelou que um radiofármaco utilizado na deteção de metástases ósseas pode ser eficaz também na identificação precoce da doença cardiovascular, foi hoje anunciado.
O radiofármaco fluoreto de sódio marcado com fluor-18, "usado classicamente na deteção de metástases ósseas, parece ser eficaz na identificação precoce da doença cardiovascular", de acordo com um estudo piloto realizado no Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS), em Coimbra, afirma a UC numa nota hoje divulgada.
O método, que recorre a imagem não invasiva, foi aplicado a "indivíduos com risco cardiovascular, seguidos na consulta externa de cardiologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), por uma equipa multidisciplinar liderada pela docente e investigadora da Faculdade de Medicina da UC Maria João Ferreira.
Os investigadores verificaram que é possível "identificar placas ateroscleróticas em processo de microcalcificação ativa, mais vulneráveis" e, por isso, "mais sujeitas a rotura, o que parece relacionar-se com o risco de se associarem a quadros agudos, como o enfarte do miocárdio ou o acidente vascular cerebral", adianta a UC.
"O seu reconhecimento pode condicionar tratamentos que visam a sua estabilização e, consequentemente, a diminuição do risco de eventos cardiovasculares", acrescenta.
Os resultados obtidos "são muito promissores e parecem apoiar esta nova aplicação deste 'velho' marcador", sustenta Maria João Ferreira.
"Mas há ainda muito trabalho a ser desenvolvido" e é "indispensável" dar continuidade ao "esforço de uma equipa onde a investigação básica e clínica interagem de forma profícua", sublinha a investigadora.
"A importância deste conhecimento poderá, num futuro que se antevê próximo, relacionar-se com o risco cardiovascular do indivíduo e, por isso, com a sua orientação terapêutica", admite Maria João Ferreira.
Apostar em novos métodos de diagnóstico precoce das doenças do foro cardíaco é muito relevante porque, salienta a docente da Faculdade de Medicina de Coimbra, "a doença cardiovascular, nas suas várias componentes, é uma das principais causas de morte".
De acordo com estatísticas europeias, a doença cardiovascular é responsável por cerca de 42% das mortes nos homens e 51% nas mulheres, salienta a investigadora.
"Trata-se por isso de uma entidade clínica associada a enormes custos, de difícil contabilização, que urge tratar e sobretudo prevenir", salienta Maria João Ferreira.
"O diagnóstico precoce, bem como a estratificação de risco, são dois pilares importantes em qualquer estratégia que vise lidar com esta doença", conclui a especialista.