Clipping de Notícias
-
- 02/06/2016 - Ministério da Ciência não acabou, diz KassabEm reunião na USP a convite do reitor Marco Antonio Zago, ministro afirma que a fusão resultou no fim da pasta de Comunicações
Em reunião na USP a convite do reitor Marco Antonio Zago, ministro afirma que a fusão resultou no fim da pasta de Comunicações
Fonte: O Estado de S. Paulo
FÁBIO DE CASTRO E HERTON ESCOBAR -
SÃO PAULO -Apesar dos crescentes protestos da comunidade científica contra a fusão dos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e das Comunicações, a decisão vai "valorizar e fortalecer a ciência, a tecnologia e a academia”, de acordo com Gilberto Kassab, titular da nova pasta. Segundo ele, "o MCTI não foi extinto”. "Foi extinto o Ministério das Comunicações.”
O ministro participou nesta quarta-feira, 1º, aconvite do reitor da Universidade de São Paulo (USP), Marco Antonio Zago, de uma reunião com alguns dos mais importantes cientistas do Estado de São Paulo. Kassab tentou tranquilizar os pesquisadores, depois de uma reação negativa da comunidade científica brasileira à fusão dos ministérios.Entidades como a Academia Brasileira de Ciências (ABC), a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro já haviam se manifestado contra a fusão. No dia 25, uma centena de pesquisadores lançou a Frente Contra a Extinção do MCTI, na Coordenadoria de Pós-Graduação em Engenharia (Coppe), da UFRJ. "Respeito as opiniões divergentes. Mas, em relação à fusão, há cada vez mais conscientização da comunidade científica de que o MCTI não foi extinto e sim o Ministério das Comunicações. A estrutura de Comunicações é que foi incorporada ”, disse Kassab aoEstado.
O ministro afirmou que a reunião desta quarta-feira na USP é um indício de que os cientistas estão mudando de ideia sobre a fusão. A reportagem acompanhou o encontro, de cerca de duas horas. Diversos pesquisadores fizeram perguntas e comentários, mas não abordaram o tema da fusão. "Acho que só o tempo vai mostrar que a ciência, a universidade e a pesquisa serão valorizadas por um ministério fortalecido. As preocupações são legítimas, mas só o tempo mostrará que foi uma decisão correta.”
Segundo Kassab, embora tenha contribuído para "enxugar a máquina”, a fusão dos ministérios não teve como objetivo principal economizar recursos, mas aumentar a eficiência na gestão do governo federal. "Estamos em um regime presidencialista, o que torna fundamental a proximidade entre o ministro e o presidente. Com 40 ministérios, isso era inviável. Agora, com 23, a proximidade será muito maior. Com Comunicações, o ministério terá mais peso político. Isso trará desdobramentos positivos para termos melhores resultados nas nossas ações”, declarou.
Kassab afirmou que os investimentos em ciências foram incipientes nas últimas duas décadas e caíram ainda mais nos últimos cinco anos. Ele prometeu aos cientistas que lutará por mais recursos, apesar da crise econômica. "Vivemos em uma conjuntura econômica muito desfavorável. Vamos trazer mais apoio político para que o ministério possa enfrentar a crise. Cabe a nós fortalecer o direcionamento de recursos e parcerias com a comunidade científica”, disse. "Meu empenho será muito grande para conseguir mais recursos. Meu papel é político. Não vou dominar todos os assuntos (de ciência), mas vou me cercar de uma boa assessoria e dialogar com a comunidade científica”, acrescentou o ministro.
Empréstimo
Segundo Kassab, o ministério está aguardando a aprovação de um empréstimo de US$ 1,4 bilhão com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), solicitado em abril pelo então ministro do MCTI Celso Pansera. "Mas primeiramente tem de ser aprovado pela área econômica do governo e pelo Senado”, disse. O ministro afirmou que está traçando um plano diretor para o ministério. "É um instrumento básico de gestão. Pedi à equipe que preparasse uma proposta, que deverá ficar pronta na próxima semana.”
Para ex-ministro, ‘a ciência estádesprestigiada’
A fusão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) com a pasta das Comunicações enfraquece a ciência brasileira e compromete o futuro do País, segundo o ex-ministro Sérgio Rezende, professor e pesquisador da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
"A economia de recursos é irrisória, praticamente nula”, diz o físico, que comandou o MCTI de 2005 a 2010, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Já o desestímulo para se investir em ciência, tecnologia e inovação é enorme, segundo ele, sinalizando "mais uma vez” que o setor não é visto como prioridade.
"Nos últimos dois anos, o orçamento de ciência e tecnologia caiu muito. Vários programas foram interrompidos, congelados, e não acredito que vai haver melhora, porque a situação é ruim e a ciência está desprestigiada”, disse Rezende, em entrevista ao Estado.
Ele cita a recente suspensão da Lei do Bem, que permitia a empresas abater do Imposto de Renda os investimentos feitos em inovação. "É um tiro no pé”, afirma Rezende. "Quando você não investe em ciência, tecnologia e inovação, você está comprometendo o futuro.” O resultado, segundo Rezende, é um ambiente de desânimo que ameaça fomentar a fuga de cérebros para o exterior, além de desestimular a entrada de jovens talentos nas carreiras acadêmicas e científicas.
Um dos grandes problemas na gestão de Dilma Rousseff, segundo Rezende, foi a troca constante de ministros – seis em apenas cinco anos e meio. "Não há como ter continuidade dessa forma.” Para ele, uma medida importante do ministro Gilberto Kassab, portanto, seria manter as lideranças das principais agências de fomento da pasta: a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). E obter recursos para elas.
-
- 01/06/2016 - Ministro defende fórum permanente para consolidar CT&I como setor estratégicoEm reunião com o Conselho Universitário da USP, Gilberto Kassab afirmou que o setor é fundamental para a retomada do crescimento econômico e o desenvolvimento sustentável do Brasil.
Em reunião com o Conselho Universitário da USP, Gilberto Kassab afirmou que o setor é fundamental para a retomada do crescimento econômico e o desenvolvimento sustentável do Brasil.
Fonte: MCTIC
O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, disse nesta quarta-feira (1º), em reunião do Conselho Universitário da Universidade de São Paulo (USP), que é favorável à criação de um fórum permanente e interministerial para ouvir a comunidade científica e aprimorar as políticas públicas do setor. Segundo o ministro, ciência, tecnologia e inovação (CT&I) é fundamental para o país retomar o crescimento econômico e se desenvolver de forma sustentável. O fórum proposto teria condições de consolidar o caráter estratégico da CT&I em sintonia mais estreita com todas as áreas do governo.
Kassab prometeu, ainda, trabalhar pelo aumento do limite de R$ 8 mil para dispensa de licitação em contratos de bens e serviços destinados a atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D). O objetivo é ampliar esse valor para R$ 30 mil e acelerar a compra de insumos e equipamentos destinados aos projetos científicos, como propôs o Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação.
"Isso porque os pesquisadores e as universidades perdem muito tempo de trabalho, pois demoram, no mínimo, três meses para comprar insumo ou equipamento, devido à necessidade de concorrência porque a legislação ainda mantém um limite fixado há décadas e sem correção."
Fusão
O titular do MCTIC reiterou que o antigo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) não foi extinto e, na verdade, incorporou o Ministério das Comunicações. "Isso não vai interferir no orçamento de CT&I, mas, por outro lado, deve aumentar o peso político da pasta, pela aproximação com a Presidência da República", disse. "O tempo vai mostrar que o setor pode se valorizar com um ministério fortalecido, com desdobramentos como a vinda de mais recursos, a melhoria do ambiente de P&D e o aumento da eficiência administrativa."
Para Kassab, CT&I e comunicações possuem afinidade temática e são compatíveis em termos de agenda e recursos. "As comunicações hoje dependem efetivamente de muita tecnologia, de bastante investimento em transformação", explicou. "Essa convivência vai ser muito saudável para a pesquisa, para a ciência, para a tecnologia, que terão o peso das comunicações como parceira dentro do ministério. E também para as comunicações, que terão a oportunidade de chegar com muito mais proximidade ao mundo acadêmico, ao universo das pesquisas."
O ministro destacou a representatividade do encontro, liderado pelo reitor da USP, Marco Antonio Zago. Também participaram da reunião o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do MCTIC, Jailson de Andrade, o presidente da Fapesp, José Goldemberg, os reitores da Unesp, Julio Cezar Durigan; da Universidade Federal do ABC, Klaus Capelle; da Universidade Federal de São Carlos, Targino de Araújo Filho e a pró-reitora de pós-graduação e pesquisa, Maria Lucia Oliveira de Souza Formigoni.
-
- 01/06/2016 - Físicos podem ter detectado uma quinta força da naturezaFonte: Hype Science
A física pode ser bastante intensa às vezes, mas um dos aspectos mais simples dela é que tudo no universo é controlado por apenas quatro forças fundamentais: gravidade, eletromagnetismo e as forças nucleares forte e fraca. Agora, no entanto, físicos na Hungria acreditam que podem ter encontrado evidência de uma quinta força misteriosa da natureza.
Se for comprovada, essa descoberta significaria que precisamos repensar a nossa compreensão de como o universo realmente funciona. As informações são do site Science Alert.
Porém, antes de tratar disso, vamos voltar a essas quatro forças por um segundo, porque elas são muito importantes. Elas são uma parte fundamental do modelo padrão da física, que explica todo o comportamento e as partículas que vemos no universo. A gravidade é responsável por manter juntos os planetas e a força eletromagnética é responsável por manter nossas moléculas juntas.
"No menor nível, estão as outras duas forças: a força nuclear forte é a cola dos núcleos atômicos e a força nuclear fraca ajuda alguns átomos a passar pelo decaimento radioativo”, escreve Ryan F. Mandelbaum para a revista "Popular Science”. "Essas forças pareciam explicar a física que podemos observar, mais ou menos”.
Bóson super leve
As provas desta quinta força foram descobertas no ano passado, quando uma equipe da Academia Húngara de Ciências informou que tinha disparado prótons em lítio-7 e, nas cinzas nucleares, haviam detectado um novo bóson super leve que era apenas 34 vezes mais pesado do que um elétron.
Por mais impressionante que isso possa parecer, o artigo ficou em grande medida esquecido, até que uma equipe dos Estados Unidos publicou sua própria análise dos dados no final do mês passado, no site arXiv.
Na análise, a equipe dos EUA, liderada por Jonathan Feng, da Universidade da Califórnia em Irvine, mostrou que os dados não entram em conflito com experiências anteriores e calculou que o novo bóson poderia realmente estar carregando uma quinta força fundamental – e foi aí que o mundo científico começou a se interessar.
Esse artigo ainda não foi revisado por pares, por isso não podemos ficar muito animados, mas, estando público no arXiv, os outros físicos podem analisar os resultados e adicionar suas próprias conclusões, que é o que está acontecendo atualmente. Como relata a revista Nature, os pesquisadores ao redor do mundo estão correndo para realizar testes de acompanhamento a fim de verificar a descoberta da Hungria, e podemos esperar resultados dentro de cerca de um ano.
Descoberta inesperada
Mas, se você for como eu, provavelmente está se perguntando: "O que um bóson super leve tem a ver com uma nova força da natureza?”. Bom, vamos lá.
Esta não é a primeira vez que pesquisadores afirmam ter detectado uma quinta força (tem até uma página na Wikipedia para as possibilidades dessa quinta força), mas a busca por ela tem ficado cada vez mais quente ao longo da última década. Muitos cientistas acreditam que pode haver uma partícula por aí chamada de "fóton escuro”, que poderia levar uma nova força que poderia explicar a matéria escura – essa substância invisível que compõe mais de 80% da massa do universo.
Isso é o que a equipe húngara, liderada pelo físico Attila Krasznahorkay, estava procurando. Para fazer isso, os cientistas dispararam prótons em alvos finos de lítio-7, uma colisão que criou núcleos instáveis de berílio-8, que, então, decaíram em pares de elétrons e pósitrons.
"De acordo com o modelo padrão, os físicos deveriam ver que o número de pares observados cai à medida que o ângulo que separa a trajetória do elétron e do pósitron aumenta”, escreve Edwin Cartlidge na "Nature”. Mas não foi isso que a equipe viu – a cerca de 140 graus, o número desses pares saltou, criando um pequeno "inchaço” antes de cair novamente em ângulos maiores.
De acordo com Krasznahorkay e sua equipe, este "inchaço” era evidência de uma nova partícula. Eles calcularam que a massa desta nova partícula seria de cerca de 17 megaelectronvolts, o que não era esperado para o "fóton escuro”, mas pode ser uma evidência de algo completamente diferente.
"Estamos muito confiantes sobre nossos resultados experimentais”, afirmou Krasznahorkay à "Nature”. Ele diz que a chance do "inchaço” ser uma anomalia é de cerca de 1 em 200 bilhões (só não podemos esquecer que nenhuma outra equipe confirmou isso ainda).
Esperança e precaução
A análise feita pelo grupo norte-americano não envolveu uma repetição do experimento, apenas cálculos para verificar se, pelo menos teoricamente, a proposta de bóson super leve que Krasznahorkay detectou poderia ser capaz de transportar uma nova força fundamental.
Como todos os bons cientistas, a comunidade da física até agora está muito cética a respeito das supostas descobertas, especialmente porque o bóson super leve era algo que ninguém esperava encontrar.
"Certamente não é a primeira coisa que eu teria escrito se eu pudesse mudar o modelo padrão à vontade”, disse Jesse Thaler, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), que não estava envolvido em nenhum dos estudos, à "Nature”. No entanto, ele admitiu que está prestando atenção ao que vem por aí. "Talvez nós estejamos tendo o nosso primeiro vislumbre da física para além do universo visível”. [Science Alert]
-
- 31/05/2016 - Câmara aprova regime de urgência para 12 projetos de reajuste de servidoresFonte: Agência Câmara Notícias'
O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (31) o regime deurgênciapara 12 projetos de lei com recomposições salariais de diversas carreiras federais. O mérito das matérias será analisado em outras sessões futuras.Confira as urgências aprovadas:
- PL2742/15(Câmara dos Deputados)
- PL 4244/15 (Senado Federal)
- PL 4250/15 (servidores de diversas carreiras do Executivo)
- PL 4251/15 (carreiras da educação)
- PL 4252/15 (agências reguladoras)
- PL 4253/15 (servidores de ex-territórios)
- PL 4254/15 (diversas carreiras, inclusive honorários de sucumbência para AGU)
- PL 4255/15 (forças armadas)
- PL7922/14 (servidores da Defensoria Pública)
- PL2647/15 (Procuradoria-Geral da República)
- PL 2747/15 (defensores públicos da União)
- PL2743/15 (Tribunal de Contas da União)
Posição contrária
O deputado Nelson Marchezan Junior (PSDB-RS) fez questão de marcar sua posição contrária a dar caráter de urgência aos projetos de aumentos salariais. O deputado disse que não é hora de aumentar despesas, levando em conta o deficit nas contas públicas. "Não é contrário a uma carreira, mas dentro de um cenário em que o Brasil vive, neste momento em que temos projeção de deficit nas contas públicas. Não me parece que seja justiça para todos os brasileiros”, afirmou.O deputado Daniel Coelho (PSDB-PE) destacou que essa é a posição pessoal de Marchezan, não do partido. "Não é a posição do partido, que vai votar a favor dos projetos”, disse.
A postura recebeu críticas do PT, que se referiu aos tempos de arrocho do governo tucano. O deputado Givaldo Vieira (PT-ES) cobrou a aprovação também do mérito das propostas. "São aumentos pactuados e colocados no orçamento federal”, disse.
ÍNTEGRA DA PROPOSTA:
Reportagem – Eduardo Piovesan e Carol Siqueira
Edição – Pierre Triboli
-
- 31/05/2016 - Gilberto Kassab defende fusão dos ministérios em encontro com a AbertSegundo o ministro, sinergia entre comunicações, ciência e inovação permitiu a reorganização das pastas. "Novo ministério terá força para avançar ainda mais", afirmou
Segundo o ministro, sinergia entre comunicações, ciência e inovação permitiu a reorganização das pastas. "Novo ministério terá força para avançar ainda mais", afirmou
Fonte: MCTIO ministro Gilberto Kassab defendeu nesta terça-feira (31) a fusão entre os ministérios que resultou na pasta da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Em almoço oferecido pelo Conselho Superior da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), ele afirmou que existe o consenso de que o governo reorganizou a estrutura ministerial.
"Existe muita sinergia e vinculação entre as comunicações, a ciência, a inovação e a pesquisa. Serão cinco secretarias diretamente ligadas ao ministro, que terá mais força perante à sociedade, e o legitimará a conseguir avançar mais em todos os setores desse novo ministério", disse Kassab.
Segundo o ministro, os desafios são "inúmeros" em virtude dos avanços e conquistas dos últimos anos. "O que temos em relação à radiodifusão e à tecnologia comparado ao que tínhamos há 30 anos são melhorias notáveis. Vou ter uma relação com o setor harmônica e companheira, para que possamos solucionar problemas e trazer progressos para o Brasil."
Kassab apontou ainda uma "convergência" entre a visão dos radiodifusores e a do MCTIC. "Vamos desburocratizar, trazer mais tecnologia, avançar na internet, na transferência do analógico para o digital e proporcionar segurança aos investidores, senão o setor não progride. Vamos avançar rápido", assegurou.
Durante o evento, o presidente da Abert, Daniel Slavieiro, declarou apoio à transferência de competências e o fortalecimento da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Para Slavieiro, o ministério precisa de mudanças estruturais. "O radiodifusor tem convido com processos morosos que são meramente burocráticos, cartoriais, por conta de falta de estrutura, falta de investimento em sistemas", afirmou.
Sobre o setor de rádio, Slavieiro reconheceu a migração da faixa AM para FM como a questão mais significativa nas últimas décadas, mas defendeu a revisão dos valores das multas, notificações e processos de aumento de potência. Sobre TV, pediu uma diretriz firme do ministério para que o cronograma de desligamento do sinal analógico seja cumprido.
Participaram do almoço representantes das câmaras de rádio e televisão da Abert e de associações estaduais, além dos futuros secretários do MCTIC Vanda Bonna Nogueira (Radiodifusão), Maxmiliano Martinhão (de Inclusão e Internet) e André Borges (Telecomunicações).
-
- 31/05/2016 - Cnen desenvolve projeto conceitual em dessalinização nuclearMétodo envolve a utilização de um pequeno reator nuclear para produzir água potável a partir da água salgada. Iniciativa é desenvolvida em parceria com a Marinha do Brasil e universidades
Método envolve a utilização de um pequeno reator nuclear para produzir água potável a partir da água salgada. Iniciativa é desenvolvida em parceria com a Marinha do Brasil e universidades
Fonte: Jornal da CiênciaA parceria entre a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen/MCTIC), a Marinha do Brasil e universidades está prestes a dar um novo passo. O esforço conjunto dessas três frentes foi a responsável a dar ao País o domínio do processo de enriquecimento de urânio e, agora, leva ao desenvolvimento de um projeto nacional em dessalinização nuclear. A ação visa enfrentar a necessidade de se garantir, simultaneamente, seguranças energética, hídrica e alimentar.
Para tanto, o projeto conceitual de um reator de pequeno porte, tendo como ponto de partida o Laboratório de Geração Nucleoelétrica (Labgene), da Marinha. O equipamento foi combinado a diferentes sistemas de dessalinização e iniciado com o envolvimento dos institutos de pesquisa da Cnen, a Marinha e universidades brasileiras, a partir da colaboração em rede de pesquisadores especializados na área.
A segurança hídrica é uma preocupação em todo o mundo. No Brasil, a recente redução no nível de reservatórios que abastecem grandes cidades e a existência de regiões de seca ostensiva tornam o tema relevante. Uma das alternativas mais viáveis está nos processos de dessalinização está nos processos feitos para obtenção de água potável aplicados atualmente em 150 países, dos quais se destacam Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Catar, Barein e Omã, que obtêm cerca de 90% da água potável por meio de processos de dessalinização. Juntas, essas nações produzem cerca de 45% de toda a água dessalinizada do mundo.
O Brasil possui apenas uma usina de dessalinização, no arquipélago de Fernando de Noronha, na costa de Pernambuco. Também há projetos em andamento em outros estados brasileiros, como Ceará, Pernambuco e Bahia.
Em todo o mundo, uma parcela significativa da dessalinização ocorre com a utilização de reatores nucleares - Canadá, Rússia, Paquistão e Argentina já utilizam este método. Na avaliação da Cnen, "este seria um caminho viável e econômico de resolver a escassez de água em nível nacional, já que o Brasil é o país com a sexta maior reserva de urânio, que serve como combustível para reatores nucleares, e tem autonomia no seu enriquecimento e na produção dos elementos combustíveis”.
Multifunção
O grupo de trabalho que estruturou a proposta destaca que a ação poderia servir tanto para dessalinizar água quanto para gerar eletricidade. O calor gerado na reação nuclear seria parcialmente aproveitado para a geração de energia elétrica e outra parte seria empregada, com melhor aproveitamento do calor residual, no processo de dessalinização.
Além disso, é sugerida a criação, em torno do empreendimento, de um parque agroindustrial abastecido pela eletricidade gerada e, também, o desenvolvimento de atividades agrárias que possam ser irrigadas com excedentes de água da região, a partir da garantia do abastecimento da população e de determinados processos com a água dessalinizada produzida.
"Nas próximas décadas, certamente a energia nuclear deverá desempenhar papel crescente e importante na produção de eletricidade e na dessalinização da água, para suprir a necessidade crescente de suprimento de água potável no mundo. Para países em desenvolvimento, pequenas usinas modulares apresentam-se como solução interessante para a produção simultânea de eletricidade e água dessalinizada”, diz trecho de documento da Cnen.
-
- 31/05/2016 - Firme contra a fusão do Ministério da CT&I, SBPC cobra recursos para pesquisa, desenvolvimento e inovaçãoCientistas se reuniram com o ministro Gilberto Kassab no escritório da Presidência da República, em São Paulo (SP), na última quarta-feira, 25
Cientistas se reuniram com o ministro Gilberto Kassab no escritório da Presidência da República, em São Paulo (SP), na última quarta-feira, 25
Fonte: Jornal da CiênciaNa última quarta-feira, 25, cientistas se reuniram com o ministro Gilberto Kassab no escritório da Presidência da República, em São Paulo (SP), oportunidade em que foi destacada a necessidade de recuperar e manter as fontes de fomento para pesquisa, desenvolvimento e inovação. Participou da reunião a presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena B. Nader, que na véspera, 24 de maio, reforçou as críticas à fusão do MCTI com o Ministério das Comunicações, na audiência pública realizada pela Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT) do Senado Federal. No evento, por unanimidade, senadores se manifestaram contra a medida e a chamaram de "absurda” e "insana”.
Também participaram do encontro com o ministro o reitor da Universidade de São Paulo (USP), Marco Antonio Zago, o diretor do Instituto Butantan, Jorge Kalil, e a diretora do Centro de Pesquisa do Genoma Humano e Células-Tronco, Mayana Zatz. O ministro estava acompanhado dos secretários de sua pasta, Jailson de Andrade (Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento) e Álvaro Prata (Inovação).
Os cientistas reforçaram, na reunião, as preocupações sobre a fusão, já declaradas publicamente, e cobraram agilidade na execução de medidas em andamento no Ministério, na tentativa de dar dinamismo à ciência brasileira, hoje fragilizada pelos constantes contingenciamentos de recursos no orçamento da pasta. Uma delas é o empréstimo junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para pesquisas, na ordem de US$ 1,4 bilhão ao longo de quatro anos, a fim de recompor o caixa do Ministério.
O orçamento previsto neste ano para o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), principal fonte de recursos para pesquisa, desenvolvimento e inovação, é de cerca de R$ 1 bilhão, contra R$ 3,01 bilhões do ano passado. Assegurar fontes de fomento para essa área será um dos desafios a ser enfrentado pelo Ministério em um ano de forte recessão econômica.
Crítica ao enfraquecimento da ciência
A presidente da SBPC criticou a diminuição do financiamento para a pesquisa, desenvolvimento e inovação e disse que o orçamento previsto para este ano é equivalente ao de 2001. "Esse dado é muito grave. Aumentou o número de pesquisadores, o número de projetos de pesquisas, e o financiamento é o mesmo de 15 anos atrás”, disse na audiência pública, no Senado Federal, no dia 24 de maio. Enquanto isso, ela destacou que economias em desenvolvimento, como a Coreia e a China, colocam o fomento à ciência, tecnologia e inovação no topo da agenda do desenvolvimento. O premier chinês Li Keqiang, durante o Congresso Nacional do Povo, em março deste ano, na elaboração do 13º plano (2016-2020) do governo central para o desenvolvimento econômico, decidiu aumentar ainda mais os investimentos de ciência, ou seja, os investimentos em P&D em relação ao PIB deverão chegar a 2,5% (atualmente 2,1%).
Política de Estado
Defensora de uma política de Estado para a ciência, a tecnologia e a inovação, Helena Nader acrescentou, ainda na audiência pública, que o MCTI é um órgão transversal que perpassa por todos os demais ministérios. Para ela, a fusão da pasta deve prejudicar a sinergia do órgão. Mesmo com poucos recursos, afirmou que, além de gerir a ciência, o Ministério possui uma estrutura complexa, com muitos institutos vinculados que fazem a ponte com a área de inovação.
Para Nader, a ciência e a educação devem ser entendidas e tratadas como política de Estado. "O Brasil caminhou e podemos dizer que, nos últimos anos, ciência e tecnologia e educação vêm avançando progressivamente para atingir o status de políticas de Estado. Portanto, não podemos admitir a possibilidade de retrocessos”, declarou em artigo publicado na Folha de São Paulo, em 06 de maio.
Ações pela manutenção do MCTI
Logo após o anúncio da fusão entre as pastas de CT&I e das Comunicações, a SBPC, juntamente como a Academia Brasileira de Ciências (ABC), e outras 12 entidades, publicaram um manifesto conjunto, em que consideram que a unificação das pastas é "uma medida artificial que prejudicaria o desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação do País”.
A presidente da SBPC manifestou em entrevistas à imprensa preocupação com o impacto no desenvolvimento do País. "O futuro é pequeno para países dependentes de commodities. E é isso que somos hoje”, disse, em entrevista ao O Globo, em 12 de maio. Durante esse mês, Helena Nader reforçou a posição da SBPC contrária à unificação dos ministérios em mais de uma dezena de entrevistas à imprensa. Somente para Folha de S. Paulo foram quatro entrevistas; para O Globo, duas. E ainda para a rádio UFMG Educativa; o jornal O Tempo, de Belo Horizonte; e Correio Braziliense. Os correspondentes no Brasil da revista Nature e do jornal The New York Times também entrevistaram a presidente da SBPC.
-
- 30/05/2016 - Pessoas estão tomando radiação indevidamente, aponta debateFonte: Agência SenadoAparelhos de radiologia são utilizados de forma inadequada por pessoas sem a habilitação necessária em aeroportos, penitenciárias e órgãos públicos, denunciaram participantes de audiência pública promovida nesta segunda-feira (30) pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH). A legislação em vigor exige que os operadores de equipamentos emissores de radiação ionizante tenham diploma de técnico ou tecnólogo em radiologia.
A falta de conhecimento técnico pode acarretar problemas de saúde para a população, exposta muitas vezes a uma quantidade de radiação superior ao necessário e recomendável afirmou Adriano Levay, presidente dos Conselho Regional de Técnicos em Radiologia do Distrito Federal.
— Câmara e Senado, fóruns, tribunais de Justiça no Brasil inteiro, aeroportos, por onde passam milhões anualmente, estão fazendo as pessoas tomarem radiação de graça — disse Levay.
O uso de bodyscanner – como são chamados os aparelhos de escaneamento corporal – é suspeito de causar problemas de saúde, incluindo abortos. De acordo com a presidente do Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia (Conter), Valdelice Teodoro, foi identificado que várias mulheres teriam perdido seus bebês após visitarem parentes em uma unidade prisional de Vila Velha (ES). Segundo ela, o uso inadequado dos equipamentos está diretamente relacionado à falta de conhecimentos específicos de agentes penitenciários sobre anatomia e radiação:
— Quem está olhando não entende que aquela massa que está no ventre da pessoa é um feto e pede para passar pelo aparelho de novo e de novo — contou Valdelice.
Debatedores também denunciaram a falta do dosímetro em hospitais. O equipamento é usado para monitorar a radiação dentro da sala de radiologia. Aparelhos velhos e sem manutenção também expõem profissionais e pacientes dos hospitais a potenciais problemas de saúde, alertou Ubiratan Gonçalves Pereira, secretário da Federação Nacional de Técnicos e Tecnólogos em Radiologia (Fenatra). Segundo ele, falta fiscalização:
— Esses levantamentos radiométricos são obrigatórios em todas as clínicas radiológicas. Infelizmente nem todos cumprem. E assim como nem todos cumprem, a Vigilância Sanitária e a CNEN [Comissão Nacional de Energia Nuclear], mais uma vez, não fiscalizam — apontou.
Durante a audiência, debatedores também acusaram empresas de descumprir obrigações trabalhistas como pagamento de adicional de insalubridade e jornada de 24 horas semanais.
— Esse não é sempre o caso, mas qualquer ocorrência desse tipo em um setor tão sensível representa um grande risco e isso tem de ser alertado. Risco para o profissional, que tem diretamente sua saúde comprometida em razão da imprudência de alguns empregadores, e risco para a população, que muitas vezes é atendida por profissionais sem as devidas qualificações exigidas em lei e sequer têm conhecimento desse perigo — avaliou o senador Paulo Paim (PT-RS), presidente da CDH.
-
- 24/05/2016 - Ipen abre inscrições para workshop sobre Inovação TecnológicaProgramação está voltada para o incentivo ao empreendedorismo, transferência de tecnologia e proteção da propriedade intelectual
Programação está voltada para o incentivo ao empreendedorismo, transferência de tecnologia e proteção da propriedade intelectual
Fonte: Jornal da CiênciaNos dias 6 e 7 de junho, o Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) realizará o "Workshop sobre inovação no Ipen”. Os objetivos são promover a cultura de proteção de propriedade intelectual, discutir aspectos gerais sobre a Lei da Inovação e incentivar o empreendedorismo no âmbito da pesquisa científica. A expectativa é de envolver nesses debates estudantes de graduação e pós-graduação do Ipen e da USP, mas o evento é destinado a todos os interessados da comunidade acadêmica em geral e do setor empresarial.
O workshop será no auditório do Ipen, Rômulo Ribeiro Pieroni, no campus do Instituto. De acordo com Anderson Zanardi de Freitas, gerente do NIT, este ano programação está voltada para o incentivo ao empreendedorismo, transferência de tecnologia e proteção da propriedade intelectual, com palestras e um curso sobre propriedade intelectual ministrado pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi). As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até o dia de abertura, no site do evento ou pelo Portal do Ipen/NIT.
No primeiro dia, com início às 9h30, a administradora Alessandra Ferreira de Andrade, coordenadora do Centro de Empreendedorismo da Fundação Armando Álvares Penteado – FAAP e Diretora da Associação Comercial de São Paulo, apresentará o tema "Formando Empreendedores – Case Empreenda FAAP – Planejamento, Metodologia e Cases de Alunos”. Em seguida, às 10h, o jornalista Marcelo Pimenta, que é professor da ESPM, fundador do Laboratorium e escritor do "Blog do Empreendedor” (Jornal O Estado de São Paulo) abordará "Empreendedorismo inovador no ambiente acadêmico”.
Às 10h45, o também jornalista Luiz Augusto Ferreira, que atuou por três anos como coordenador de Empreendedorismo da Prefeitura de São Paulo e em 2013 assumiu o Banco Confia Microfinanças e Empreendedorismo, vai falar sobre o tema "Banco Confia Microcrédito”, a propósito das linhas de crédito para quem pretende inovar. Em seguida, às 11h15, estará em pauta a experiência de inovação na Unicamp, com Milton Mori, professor titular da Faculdade de Engenharia Química da Unicamp e diretor executivo da Agência de Inovação Inova-Unicamp desde julho 2013. O tema de sua apresentação será "Empreendedorismo da Inova – Unicamp”.
Na parte da tarde, a partir das 13h30, João Cristofolini abordará "O que a escola não nos ensina”, descrevendo as sete habilidades essenciais para uma vida de sucesso que não se aprende na escola. Ele tem experiência acumulada de empreendimentos nas áreas de educação, tecnologia, saúde e social e, em 2015, recebeu o prêmio Ozires Silva como destaque por fomentar o empreendedorismo no País.
Gilcler Regina é um dos palestrantes mais requisitados para eventos motivacionais e convenções de vendas, tendo realizado mais de 3 mil palestras por todo o Brasil, além de Japão e Portugal. É autor de dez livros publicados e vai abordar o tema "Empreendedorismo – vocação de aprendizado”. Às 15h15, o público conhecerá experiências de "Spin-offs acadêmicas e sua importância no desenvolvimento econômico”, na palestra de Mariana de Oliveira Santos, gestora Executiva do Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC).
Encerrando o primeiro dia, Alexandre Sarmento, diretor da Horizon Line, consultoria em desenvolvimento humano e organizacional, falará sobre "Empreendedor pensando fora da caixa”. Formado em Tecnologia da Informação e em Letras, diversas outras especializações em Liderança, Negociação, Projetos, Empreendedorismo, Gestão de Pessoas, Estratégia de Negócios, T.I, Gestão do Conhecimento, Inovação, Coach, PNL e Mentoring.
No segundo dia, as atividades começam às 9h30, com representante da Johari Consultoria e Treinamento, que abordará o tema: "Empreendedorismo e carreira”, uma visão sobre gestão da carreira de empreendedor para alunos. A partir das 11h15 até às 18h, com intervalo para almoço, haverá o mini curso sobre Propriedade Intelectual – Área de Materiais, ministrado por Frederico de Carvalho Nunes, pesquisador em propriedade intelectual do Inpi.
O Auditório Rômulo Ribeiro Pieroni está localizado no Campus do Ipen, na Avenida Prof. Lineu Prestes, 2242, Cidade Universitária São Paulo. Informações pelos telefones: (11) 3133-9151/9152
SERVIÇO
O quê: Workshop sobre Inovação Tecnológica
Quando: Dias 6 e 7 de junho
Onde: Rômulo Ribeiro Pieroni está localizado no Campus do Ipen, na Avenida Prof. Lineu Prestes, 2242, Cidade Universitária São Paulo
Inscrições: até o dia do evento, no link https://sites.google.com/site/nitipensp/workshop/iv-work-sobre-inovacao—ipen
-
- 24/05/2016 - Senadores e comunidade científica manifestam-se contra fusão de ministériosFonte: Agência SenadoEm audiência pública na Comissão de Ciência e Tecnologia nesta terça-feira (24), a comunidade científica e senadores manifestaram-se unanimemente contra a fusão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação com o das Comunicações. A alteração na estrutura administrativa do governo foi feita pelo presidente da República interino, Michel Temer, por meio de medida provisória (MP 726/2016), publicada no dia 12 deste mês, mesmo dia em que tomou posse.
O presidente da comissão, senador Lasier Martins (PDT-RS), afirmou que encaminhará ofício a Temer pedindo o restabelecimento da autonomia do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
A presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader, afirmou que o Brasil precisa entender que ciência, tecnologia e inovação devem ser objeto de uma política de Estado. O MCTI é um ministério transversal, que perpassa todas as áreas do conhecimento, explicou a pesquisadora.
Helena Nader disse ainda que a ciência brasileira, embora jovem, está bem em termos de interdisciplinaridade. No que se refere à inovação, entretanto, o país não mostra bons resultados por causa do número de patentes.
— O Brasil está muito bem com suas universidades, com o número de citações. Nós estamos mal é em número de patentes. Esse é um calcanhar de Aquiles que temos que resolver — afirmou.
A presidente da SBPC criticou ainda os valores orçamentários destinados ao Ministério da Ciência e Tecnologia, observando que equivalem ao que foi direcionado à pasta em 2001.
— Isso é assustador na minha visão. Aumentou o número de pesquisadores, aumentou o número de pesquisas e o financiamento é o mesmo de 15 anos atrás — disse.
Para Elíbio Leopoldo Rech Filho, titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC), o Brasil precisa aumentar os recursos destinados à Pesquisa e Desenvolvimento que, atualmente, ficam em torno de 2% do PIB, enquanto em outros países correspondem a 3%. Segundo o acadêmico, a descontinuidade nos processos do ministério poderá ser um atraso perigoso e irrecuperável para o país.
Manoel Santana Cardoso, superintendente Científico, Tecnológico e de Inovação da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal, afirmou que a fusão entre os dois ministérios representa um risco à ciência e tecnologia no país, porque é um setor que precisa de autonomia e de reforçar sua agenda.
— Não é uma questão de não ver a importância do Ministério das Comunicações. Mas Ciência e Tecnologia tem que ter uma agenda própria, tem que ter um órgão que a represente de maneira autônoma.
Da mesma forma se manifestou o secretário-executivo da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Gustavo Henrique de Sousa Balduíno. Ele questionou qual seria a verdadeira motivação para unir as duas pastas e afirmou que a fusão é um retrocesso.
— Não podemos pautar o projeto estratégico do país por respostas simbólicas em momentos de conveniência da política e, certamente, a fusão do Ministério de Ciência e Tecnologia não é resposta para isso.
Risco
Os senadores Jorge Viana (PT-AC), Cristovam Buarque (PPS-DF), Hélio José (PMDB-DF), Flexa Ribeiro (PSDB-PA) e o deputado Celso Pansera (PMDB-RJ), ex-ministro da Ciência e Tecnologia, criticaram a fusão dos dois ministérios. Para Jorge Viana, um dos autores de requerimento para a audiência pública, a fusão é um absurdo e o país está correndo um risco.
— Agora o Brasil quer fazer o pior dos negócios, que é pôr uma pedra em cima do conhecimento, do desenvolvimento científico. Nós tínhamos que estar pedindo desculpas à comunidade científica, porque só agora nós fizemos o marco regulatório. Eu não vou discutir outros, mas o fim do Ministério da Cultura e o da Ciência e Tecnologia são inconcebíveis — disse.
Segundo Cristovam, o ensino superior deveria ser incorporado ao MCTI para que o Ministério da Educação desse uma atenção especial à educação de base. Ele chamou de insanidade a extinção da pasta.
O ministro anterior da Ciência e Tecnologia, deputado Celso Pansera, concorda com Cristovam. Ele pediu o apoio dos senadores para conseguir remanejamento de verba do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e para ampliar o valor do déficit fiscal para o ministério na proposta que altera a meta fiscal de 2016 (PLN 1/2016).
— Seria importante que os senadores aqui presentes nos ajudassem na aprovação dessa emenda, ampliando em 600 milhões o orçamento do Ministério, o que fará com que ele respire um pouquinho, os contratos, a Finep, com o orçamento do CNPq voltando a oferecer as bolsas para o exterior, que foram cortadas por falta de orçamento — pediu Pansera.
De acordo com o presidente da CCT, Lasier Martins, as participações do público durante a audiência pelo portal e-Cidadania foram majoritariamente contra a fusão dos dois ministérios.
A comissão pretende ouvir o novo ministro da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações, Gilberto Kassab, em uma próxima audiência pública, ainda com data a definir.
-
- 24/05/2016 - Enxergando o Câncer: O papel do diagnóstico por imagem na evolução da oncologiaFonte: MaxpressHistoricamente, a oncologia, especialidade médica dedicada ao estudo e tratamento do câncer, teve como sua primeira disciplina a cirurgia. Datando de milhares de anos atrás, antes mesmo da descoberta da anestesia e da assepsia 150 anos atrás, as cirurgias oncológicas possuíam baixos índices de cura acompanhados por altas taxas de morbidade e mortalidade. Com o passar dos anos e com o desenvolvimento científico e tecnológico, a especialidade passou a se desenvolver, valendo-se, entre outras coisas, da evolução das técnicas de imagem.
Segundo o médico nuclear e diretor do serviço especializado MND Campinas, Celso Dario Ramos, as informações propiciadas a partir do desenvolvimento da radiologia, por exemplo, foram decisivas para o maior entendimento da configuração dos tumores e de sua operabilidade. A sofisticação e sensibilidade crescente das imagens passaram a guiar cirurgiões e oncologistas, ajudando a aperfeiçoar as margens cirúrgicas, mostrando a extensão dos tumores e até aonde ele deve ser removido.
"Mais do que isso, as técnicas de imagem cada vez melhores diminuíram drasticamente a realização de cirurgias desnecessárias. Se tomarmos como exemplo o tratamento para câncer de esôfago e compararmos as imagens tradicionais com aquelas obtidas pelo PET/CT vemos que a técnica mais recente chega a mudar a estratégia de intervenção em 40% dos casos, causando a queda do número de cirurgias desnecessárias para a remoção do tumor. Isso porque com ele é possível detectar focos de metástases em linfonodos, o que muda o tratamento a ser seguido”, explica.
O PET, sigla em inglês para a Tomografia por Emissão de Pósitrons, é um dos principais avanços da medicina nuclear, especialidade que usa quantidades mínimas de substâncias radioativas (radiofármacos) como ferramenta para obter imagens e oferecer tratamentos precisos para diversas doenças. Incorporado à prática médica há mais de duas décadas, o PET foi melhorado com a incorporação das técnicas de tomografia computadorizada. Dessa forma, o PET/CT une os avanços das duas tecnologias para permitir ao médico obter maior resolução anatômica dos órgãos e tecidos humanos em pleno funcionamento.
O diretor da MND ainda conta que o PET/CT está entre o que há de mais avançado para o diagnóstico preciso, sendo utilizado também em especialidades como neurologia, cardiologia e endocrinologia, entre outras. Por fundir a imagem anatômica com a funcional, o exame define o local exato onde o tumor está.
"Na oncologia, o PET propicia ainda um estadiamento mais preciso do câncer, possibilitando a escolha do melhor tratamento, seja quimioterapia, radioterapia, cirurgia ou paliativo, diminuindo a morbidade da doença. Em outras palavras, à luz do conhecimento atual, não é mais possível praticar oncologia com elevada qualidade sem dispor dessa tecnologia”, ressalta o especialista.
Acesso da população
Atualmente, na saúde suplementar (planos de saúde), há a indicação para o exame PET, prevista em portaria, para oito casos: detecção de nódulo pulmonar solitário, câncer de mama metastático, câncer de cabeça e pescoço, melanoma, câncer de esôfago, tumor pulmonar para células não pequenas, linfoma e câncer colorretal.
"Muitas indicações importantes estão de fora. A lista não foi estendida para câncer de tireoide, colo do útero, testículo e ovário, entre outros, uma prática que já é comum em diversos países em todo o mundo. O Uruguai, nosso vizinho de América Latina, é um exemplo que contempla os também outros tipos de câncer na saúde suplementar”, comenta.
Na saúde pública, porém, a realidade é outra. Apenas três indicações são ressarcidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS): câncer de pulmão de células não pequenas, câncer colorretal com metástase exclusivamente hepática com potencial ressecável e linfomas de Hodgkin e não Hodgkin.
"Seria necessário que essa lista de indicações fosse ampliada. Até o presente momento, não houve a decisão final do Ministério da Saúde (MS) de oferecer PET/CT aos pacientes mais carentes, como ocorre em diversos países, inclusive da América Latina”, finaliza o diretor da MND Campinas.
-
- 23/05/2016 - CCT vai debater a fusão de ministérios no governo TemerSBPC confirmou presença e convida os representantes de todas as Sociedades Científicas a participar do debate que acontecerá amanhã, dia 24, no Senado
SBPC confirmou presença e convida os representantes de todas as Sociedades Científicas a participar do debate que acontecerá amanhã, dia 24, no Senado
Fonte: Jornal da CiênciaA Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT) fará, na terça-feira (24), às 8h45, audiência pública interativa para debater a fusão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação com o Ministério das Comunicações, proposta pelo governo interino de Michel Temer.
Com a proposta de ouvir a comunidade científica, representantes das universidades e das fundações estaduais de pesquisa, a comissão convidou para a audiência a presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader e o membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Elibio Leopoldo Rech Filho.
Também fazem parte da lista de convidados o Presidente do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), Sérgio Luiz Gargioni e o secretário-executivo da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Gustavo Henrique de Sousa Balduíno.
A audiência pública será interativa. Estarão disponíveis canais para o contato com os senadores e convidados. São eles: Portal e-Cidadania e o Alô Senado, por meio do número-0800612211.
Como acompanhar e participar
Participe:http://bit.ly/audienciainterativa
Portal e-Cidadania: www.senado.gov.br/ecidadania
Alô Senado (0800-612211)
-
- 21/05/2016 - Ciência Aberta no LNLSO evento acontece dia 21 de maio, em Campinas, e faz parte das comemorações dos 20 anos da primeira volta de elétrons no LNLS
O evento acontece dia 21 de maio, em Campinas, e faz parte das comemorações dos 20 anos da primeira volta de elétrons no LNLS
Fonte: Agência Fapesp
O Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) comemorará os 20 anos da primeira volta de elétrons em sua fonte de luz síncrotron com o evento "Ciência Aberta”.A celebração ocorrerá no campus do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas (SP), no dia 21 de maio de 2016, das 10 às 16 horas.
O evento, gratuito e aberto ao público, contará com visitas guiadas às instalações do LNLS, espaço dedicado à manipulação de microscópios, praça de alimentação com food trucks, palestras informais no formato "Chopp com Ciência”, brinquedos para recreação infantil, além da presença do Caminhão Oficina Desafio, da Unicamp.
O público poderá conhecer o funcionamento e as utilidades das fontes de luz síncrotron visitando as instalações do LNLS. Haverá duas opções de roteiro, um tour expresso, com 15 minutos de duração, e uma rota estendida, com visitação aos prédios de apoio e à sala de controle do acelerador de elétrons.
Ao final das visitas, os participantes poderão observar, em microscópios, materiais do cotidiano, como cristais de açúcar, sal, areia, insetos, fios de cabelo, ovos de peixe ou microrganismos presentes na água.
Os participantes também terão a chance de conhecer um pouco mais sobre o Projeto Sirius, a nova fonte de luz síncrotron brasileira, projetada pelo LNLS. O diretor do LNLS, José Roque, falará sobre o projeto na sessão "Chopp com Ciência”.
Mais informações: http://pages.cnpem.br/cienciaabertalnls
-
- 20/05/2016 - SBPC convida comunidade científica a participar de debate sobre a fusão entre o MCTI e o Ministério das ComunicaçõesA presidente da SBPC, Helena Nader, confirmou presença e acredita ser imprescindível a participação de representantes de todas as Sociedades Científicas no debate que acontecerá na próxima terça-feira, dia 24, no Senado
A presidente da SBPC, Helena Nader, confirmou presença e acredita ser imprescindível a participação de representantes de todas as Sociedades Científicas no debate que acontecerá na próxima terça-feira, dia 24, no Senado
Fonte: Jornal da CiênciaA Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) convida toda a comunidade científica a participar de audiência pública na próxima terça-feira (24) que irá discutir a fusão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) com o Ministério das Comunicações. O debate começa às 8h45, no Anexo II do Senado Federal – Ala Alexandre Costa – Plenário 7. A presidente da SBPC, Helena Nader, já confirmou presença e acredita ser "imprescindível ter também a presença de representantes de todas as Sociedades Científicas no Plenário”.
Junto com Helena Nader, a vice-presidente da SBPC, Vanderlan Bolzani, o diretor da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Elibio Rech, e outros representantes da comunidade científica, vão participar como expositores no debate.
O convite partiu do senador Lasier Martins, presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática do Senado Federal, em atenção ao Requerimento nº 20/2016-CCT.
-
- 19/05/2016 - Festival no Rio exibe filmes de 22 países sobre a era atômicaFonte: EBC - Agência Brasil
Alana Gandra - Repórter da Agência BrasilCom a exibição de 49 filmes independentes de 22 países sobre a era atômica, o International Uranium Film Festival do Rio de Janeiro começa hoje (20), às 18h, na Cinemateca do Museu de Arte Moderna (MAM). A mostra reúne, até o dia 29, 14 cineastas de 11 países. Há sessões em diversos horários. A entrada custa R$ 8, e a programação completa está disponível no site do festival.
O festival foi idealizado pelo jornalista alemão Norbert G. Suchanek e pela socióloga brasileira Márcia Gomes de Oliveira. "O festival é carioca, nasceu aqui”, destacou Márcia à Agência Brasil. Além de fundadora, ela é diretora executiva do festival. A ideia surgiu em 2006, quando Suchanek e Márcia decidiram promover um festival de cinema que tirasse da invisibilidade os efeitos da radioatividade gerados pela era atômica.
O festival ganhou forma em 2010 e teve a primeira edição em 2011. A mostra exibe filmes independentes de todos os gêneros – incluindo ficção, documentário, animação, arte, experimental – sobre energia nuclear, mineração de urânio, armas nucleares e os perigos da radioatividade.
No total, a mostra recebeu este ano mais de 3 mil filmes dos cinco continentes. A seleção dos melhores foi feita por um júri convidado. As produções ganharam o troféu Einstein Amarelo. Também são entregues menções honrosas. A premiação está programada para o dia 29, após a sessão de encerramento do festival. "Por ser único do mundo na temática nuclear, a gente é convidado a circular com os melhores do ano. A gente faz a edição principal, todo ano, no MAM, e depois circula pelo mundo com os melhores da edição”, informou Márcia.
Chernobyl
Este ano, o festival tem como foco os 30 anos do acidente nuclear de Chernobyl. No momento do desastre, 31 pessoas morreram, mas estima-se que o número de óbitos seja de centenas de milhares em decorrência de casos de câncer. Até hoje, não há consenso sobre o número de vítimas.
Estão confirmados cineastas que abordaram a tragédia em filmes de variados gêneros, inclusive animação. Segundo a socióloga, o festival dá um esclarecimento do que é viver na era nuclear, "que é algo muito maior do que a gente imagina”.
No dia 26 de abril de 1986, o reator número 4 da usina de Chernobyl explodiu, lançando grandes quantidades de partículas radiativas na atmosfera. Essas partículas se espalharam por boa parte da União Soviética e da Europa ocidental.
Einstein Amarelo
Receberá o troféu este ano como melhor longa-metragem docudrama (obra cujo gênero se situa entre a ficção e o documentário) o filme The Man who Saved the World (O Homem que Salvou o Mundo), da Dinamarca, cujo diretor, Peter Anthony, participará da mostra entre os dias 26 e 29. Como melhor longa-metragem documentário, foi escolhido pelo júri o filme Fukushima: a Nuclear Story, da Itália. O prêmio de melhor série para TV ficou com Uranium – Twisting the Dragon's Tail (Urânio – Torcendo a Cauda do Dragão), da Austrália. O diretor Wain Fimeri participará do festival.
Os demais premiados dessa edição são Graffiti (Espanha), como melhor curta-metragem de ficção; e Lucens (Suíça), melhor animação. Serão concedidas ainda diversas menções honrosas, entre as quais se destaca a Menção Honrosa Paz Mundial, para a qual foi indicado Kunihiko Bonkohara, sobrevivente de Hiroshima e vice-presidente da Associação Hibakusha Brasil pela Paz, em São Paulo.
Na abertura do festival, às 18h, será prestada homenagem ao primeiro filme atômico brasileiro Bahia Sci-Fci, que conta os bastidores do filme Abrigo Nuclear, de Roberto Pires, considerado a primeira ficção científica brasileira sobre energia nuclear, produzida no período da ditadura militar, em 1981. O diretor de Bahia Sci-Fci é Petrus Pires.
-
- 19/05/2016 - Diretor da Poli-USP é agraciado com o Prêmio LagrangeFonte: SegsConcedido pela Society for Industrial and Applied Mathematics (SIAM), o prêmio é um reconhecimento por sua contribuição ao avanço do conhecimento sobre Sistemas Não Lineares e Complexidade.
O diretor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), José Roberto Castilho Piqueira, professor titular do Departamento de Engenharia de Telecomunicações e Controle (PTC), foi agraciado com o Prêmio Lagrange, concedido pela Society for Industrial and Applied Mathematics (SIAM), dos Estados Unidos (EUA), durante a sexta edição da Conferência Internacional em Sistemas Não Lineares e Complexidade, que se realiza até sexta-feira (20/05) no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos (SP).
Todo ano, um comitê internacional seleciona um pesquisador para homenagear no congresso internacional da SIAM, como um reconhecimento doseu trabalho científico desenvolvido ao longo da carreira acadêmica. Piqueira recebeu o diploma referente ao prêmio nesta terça-feira (17/05) das mãos do doutor Albert Luo, durante a Conferência. Na ocasião, o diretor da Poli também proferiu palestra "Hopf bifurcation and chaos in phase-locked loops", considerada a principal do congresso.
Localizada no estado da Filadélfia, a SIAM reúne uma comunidade internacional de mais de 14 mil membros e quase 500 instituições acadêmicas, industriais e de serviços de pesquisa e desenvolvimento, consultorias e organizações militares e governamentais de vários lugares do mundo. Seu objetivo é contribuir com o desenvolvimento da Matemática Aplicada, combinada com metodologias computacionais,para ajudar a encontrar soluções para diversos problemas da sociedade.
"Estudo os sistemas não lineares e complexos desde que comecei meu programa de doutorado, em 1984. De lá para cá, convivi com excelentes pesquisadores de diversos países e encontrei em meus alunos de graduação e pós-graduação ótimos parceiros de trabalho. Esta honraria se deve muito a eles e, principalmente, ao meu orientador de doutorado, o saudoso professor Jocelyn Bennaton", ressalta Piqueira. "Ser lembrado em uma ocasião como esta é um forte incentivo para continuar a pesquisa e minha gratidão a meus colegas é imensa", afirmou Piqueira.
O diretor da Poli é graduado em Engenharia Elétrica pela Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (1974). Tem mestrado em Engenharia Elétrica pela mesma Escola (1983) e é doutor em Engenharia Elétrica pela Poli-USP (1987), onde também é livre-docente (em Controle e Automação - 1997). Tem 100 artigos indexados na principal coleção da Web of Science, orientou 23 mestrados, 22 doutorados e supervisionou nove pós-doutorados.
Ele participa ainda do corpo editorial do periódico Journal of Control, Automation and Electrical Systems (Springer). É presidente do Conselho Superior do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) e membro efetivo da Academia Nacional de Engenharia. Tem experiência nas áreas de Engenharia Elétrica e Biomédica, com ênfase em Teoria Geral dos Circuitos Elétricos, atuando principalmente nos seguintes temas: dinâmica, bifurcação, sincronismo, caos e modelos matemáticos.
-
- 19/05/2016 - Proposta que altera Constituição Federal pode enfraquecer mais as pesquisas científicasSenado Federal prevê votar Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº143/2015 nesta quinta-feira. Medida desvincula 25% da receita de estados e municípios de áreas como saúde, tecnologia e pesquisa
Senado Federal prevê votar Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº143/2015 nesta quinta-feira. Medida desvincula 25% da receita de estados e municípios de áreas como saúde, tecnologia e pesquisa
Fonte: Jornal da CiênciaA proposta que altera a Constituição Federal para desvincular 25% da receita de estados e municípios de áreas especificas - como saúde, tecnologia e pesquisa – e permitir que esses recursos sejam aplicados em outras áreas pelos próximos quatro anos, deve enfraquecer mais as pesquisas científicas e tecnológicas nos estados e agravar ainda mais os quadros da saúde no País. A avaliação é dos titulares do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) e da Academia Brasileira das Ciências (ABC).
Os especialistas esperam que não avance a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 143/2015, prevista para ser votada nesta quinta-feira, 19, no Plenário do Senado Federal, em segundo turno. A proposta foi aprovada em primeiro turno em 13 de abril. Depois dessa fase, se aprovada, será encaminhada ao crivo da Câmara dos Deputados. Como se trata de uma PEC, sua promulgação é realizada pelo Congresso Nacional e não precisa passar pelo Palácio do Planalto.
O presidente do Confap, Sérgio Gargioni, disse que a eventual aprovação da PEC deve enfraquecer ainda mais a pesquisa científica nos Estados, porque a medida deve interferir no orçamento de Fundações de Amparo à Pesquisa, mesmo que as receitas sejam prevista nas emendas constitucionais estaduais. Essas legislações estaduais obedecem à Constituição Federal.
Gargioni acredita que os impactos seriam maiores na saúde, em que o orçamento vinculado é de 12% das receitas provenientes dos tributos estaduais e municipais. Já a parcela de recursos vinculada para pesquisa científica responde por 1% da receita dos estados.
"Os impactos maiores seriam na saúde, mas haveria impacto também nas fundações de amparo à pesquisa que hoje já enfrentam dificuldade de receber os investimentos nos Estados”, avalia. "Hoje já é difícil acessar esses recursos, mesmo com a vinculação”, lamenta.
Desvinculação dos recursos dificulta pressão
Gargioni discorda da medida que prevê alterar a Constituição Federal para desvincular os percentuais das receitas dos estados para essas áreas específicas, porque isso retira a legalidade dos desembolsos. "Sem a vinculação desses recursos, as pesquisas enfraqueceriam ainda mais nos Estados, ficando mais difícil fazer pressão, porque a liberação deles ficaria ao sabor da autoridade de plantão”, complementa.
Dessa forma, Gargioni entende que um eventual avanço da PEC 143/15 no Congresso Nacional abre margem para impactos negativos na maioria das fundações de amparo à pesquisa que fomentam as pesquisas científicas nos Estados.
"Os recursos poderiam ir para mais ou para menos. Mas o eixo dessa decisão é permitir para menos, já que se abre espaço para que os recursos sejam aplicados em outras áreas”, analisa.
Em São Paulo, por exemplo, o orçamento da Fapesp hoje responde a 1% da receita o ICMS recolhido no Estado e sua aplicação tem sido fiel, assim como em Goiás, Pernambuco e em Santa Catarina. Já o orçamento da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj) tem gerado discussão entre cientistas e uma queda de braço, em decorrência da PEC 19/2016, que sugere reduzir em até 50% do orçamento da instituição, hoje um dos maiores do País, 2% da receita do Estado. Em março, a comunidade científica se mobilizou para a derrubada dessa PEC na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Onde seriam aplicados os recursos?
Com a mesma opinião, o presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), David Luiz Davidovich, acredita que a PEC nº 143/2015 deve surtir impactos negativos sobre o orçamento das fundações de amparo à pesquisa nos Estados. Ele destacou a importância das vinculações das receitas para pesquisa, diante dos benefícios concedidos à população. Ele questiona onde seriam aplicadas as receitas que deixariam de ser aplicadas na saúde e pesquisas científicas.
"E as receitas dessas vinculações seriam aplicadas em quê? Em salários?”, questionou. "Essas reservas têm sido fundamentais para o desenvolvimento do País gerando até cobiça por certos setores que querem ganhos imediatos e não olham o futuro”, destacou.
Físico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Davidovich declarou que há algum tempo as reclamações eram de que o Brasil estava crescendo menos do que outros países e que isso ameaçava o protagonismo internacional do país adquirido na primeira década deste século. "Agora começamos a andar para trás. O que está em jogo não é mais o fato de crescermos menos. Estamos dando passos para trás e isso é uma ameaça ao futuro do País”, concluiu.
-
- 19/05/2016 - Kassab recebe Gargioni em Brasília, na primeira semana como ministroNa quarta-feira, 18 de maio, o presidente do Confap, Sergio Gargioni, se encontrou com o novo Ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações para discutir uma pauta mínima de medidas urgentes propostas pelo Conselho
Na quarta-feira, 18 de maio, o presidente do Confap, Sergio Gargioni, se encontrou com o novo Ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações para discutir uma pauta mínima de medidas urgentes propostas pelo Conselho
Fonte: Jornal da CiênciaSergio Gargioni, presidente do Confap (Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa), trocou ideias com Gilberto Kassab, Ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, a convite deste novo membro do governo Michel Temer, na capital federal, dia 18 de maio. Eles discutiram os seis pontos elencados por Gargioni numa carta em que também disse: "O conhecimento adquirido durante sua bem sucedida carreira de gestor público e decorrente de seu prestígio político garante as condições necessárias para enfrentar desafios presentes e futuros. Não podemos deixar de manifestar, no entanto, seríssima preocupação com a redução drástica dos investimentos em ciência, tecnologia e inovação.”
O primeiro dos seis pontos pede a derrubada de vetos presidenciais que resultaram na Lei 13.245/2016 (Novo Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação), promulgada em 11 de janeiro. "Os vetos limitam sobremaneira os principais avanços conseguidos na simplificação e efetividade na relação público-privada, academia e empresas. Além disto, urge concluir a regulamentação dessa lei para que a sociedade possa se beneficiar dela de imediato”, lê-se no documento.
No item 2, pede a conclusão das negociações com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) do empréstimo de 1,4 bilhão de dólares para socorrer as agências de financiamento da pesquisa, notadamente o CNPq e a FINEP além de atender emergencialmente os Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia. "O BID acenou para desembolso imediato de 300 milhões de dólares ainda este ano, tão logo o Governo Brasileiro dê sinal verde”, destaca Gargioni.
Ele ainda pediu, na carta, para que o novo ministro tente recompor o FNDCT (Fundo Nacional de Ciência e Tecnologia) e o orçamento acompanhado da devida programação financeira no montante equivalente ao executado em 2014; regulamentar o Fundo Social para permitir o aporte de recursos para atividades de CTI; fortalecer a parceria do MCTIC e suas agências com os sistemas estaduais de ciência e tecnologia, notadamente com as Fundações Estaduais e Amparo à Pesquisa, adotando critérios regionais diferenciados na composição financeira e outras responsabilidades, favorecendo os estados de menor infraestrutura científica e tecnológica; fortalecer a atuação institucional do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações como coordenador do Sistema Nacional de CTI e dialogar com as todas as entidades representativas da sociedade.
Íntegra da carta aqui.
-
- 19/05/2016 - Representantes de agência visitam INBFonte: A Voz da CidadeRESENDE
O presidente da INB, João Carlos Derzi Tupinambá, recepcionou, na última terça-feira, a comitiva de representantes da Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares (ABACC) que visitaram a Fábrica de Combustível Nuclear (FCN) das Indústrias Nucleares do Brasil, localizada no distrito de Engenheiro Passos, a cerca de 30 quilômetros da zona urbana do município.
Os representantes visitaram todas as instalações da Fábrica de Combustível Nuclear e conheceram o processo de fabricação e montagem dos Elementos Combustíveis que compõem as recargas das usinas Angra 1 e 2. A comitiva da ABACC foi composta pelo secretário da Agência, Sergio Gabriel Solmesky, o secretário-Adjunto, Odilon Marcuzzo do Canto, além da Oficial Administrativo-Financeiro, Diana Carolina Navoni e a Oficial de Relações Institucionais, Selam Chi Barreiro.
Após a visita, Marcuzzo falou sobre as suas impressões a respeito das instalações da INB e também sobre a importância da ABACC, criada em 1991 pelos governos do Brasil e da Argentina com a missão de verificar se os materiais nucleares existentes em ambos os países estão sendo utilizados para fins exclusivamente pacíficos. "Cada vez que venho à INB me dá mais orgulho de ser brasileiro. A ABACC é uma criação de Brasil e Argentina, é um capital político do mais alto valor dos dois países. A sociedade não tem percepção do que isso significa no cenário internacional. A aliança servirá como exemplo de que países competidores na área nuclear podem se transformar em parceiros do mais alto nível”, disse o secretário-Adjunto.
O presidente da INB, João Carlos Derzi Tupinambá, recepcionou a comitiva ao lado dos diretores de Finanças e Administração, Marcelo Xavier, e de Enriquecimento Isotópico, Álvaro Luís de Alves Pinto, e dos superintendentes Ezio Ribeiro, de Enriquecimento Isotópico, e Luiz Antônio, de Produção do Combustível Nuclear.
Para o presidente João Carlos Tupinambá, que acompanhou os representantes ao lado dos diretores de Finanças e Administração, Marcelo Xavier, e de Enriquecimento Isotópico, Álvaro Luís de Alves Pinto, além dos superintendentes Ezio Ribeiro, de Enriquecimento Isotópico, e Luiz Antônio, de Produção do Combustível Nuclear, a visita foi importante para as instituições."A visita da ABACC à FCN representa um passo importante para estreitar as relações dessa prestigiosa instituição com a INB”, completou.
-
- 17/05/2016 - CCT ouvirá cientistas e Kassab, novo ministro da Ciência e TecnologiaFonte: Agência SenadoO novo ministro de Ciência, Tecnologia e Comunicações, Gilberto Kassab, será convidado a apresentar planos e prioridades de sua gestão à Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação (CCT). Requerimento com esse objetivo foi aprovado nesta terça-feira (17), mas a audiência só será marcada depois que a comissão ouvir a comunidade científica, proposta que também acolhida. Essa audiência já está agendada para a próxima semana.
A CCT antecipou o debate com a comunidade científica para que seus representantes pudessem pautar suas demandas. Será também uma oportunidade para que possam falar de seus receios a respeito da fusão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação com o das Comunicações. A medida foi confirmada pelo vice-presidente Michel Temer na semana passada, assim que ele assumiu como presidente interino, como parte do enxugamento na estrutura dos ministérios. Das 32 pastas existentes, restaram 23.
Assim que abriu a reunião do dia, o presidente da CCT, senador Lasier Martins (PDT-RS), anunciou que colocaria em pauta requerimento de sua autoria tratando do convite para que Kassab falasse à comissão sobre seus planos para a área de ciência e tecnologia, afetada por cortes no orçamento desde o ano passado e continuado contingenciamento de recursos dos fundos setoriais.
Lasier comentou ainda que seria importante abordar o ministro sobre a insatisfação da classe científica com a pouca atenção dada ao setor, sentimento reforçado agora com a fusão das pastas. Em seguida, o senador Jorge Viana (PT-AC) sugeriu que dirigentes de entidades científicas fossem também convidados para o mesmo debate.Aloysio Nunes (PSDB-SP) advertiu que Kassab poderia se sentir constrangido e recusar o convite. Por fim, prevaleceu a ideia de ouvir os cientistas e o ministro separadamente.
A comunidade científica será representada, na semana que vem, pelas seguintes entidades: a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a Academia Brasileira de Ciências, o Colégio de Gestores de Tecnologia da Informação e Comunicação das Instituições Federais de Ensino e o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa.
Telecomunicações
Durante os debates, o senador Hélio José (PMDB-DF) argumentou que o setor de comunicações não poderia ficar de fora das discussões com o novo ministro. Como solução, ficou acertado que Kassab será convidado para uma segunda audiência, que tratará exclusivamente de temas desse setor. Antes, haverá um debate com entidades de defesa do consumidor e representantes de empresas de telecomunicações. Já aprovado, o requerimento prevê ainda a participação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Acidentes de engenharia
Outra audiência aprovada, com data ainda a ser agendada, debaterá as causas da recorrência dos acidentes de engenharia no Brasil, inclusive o risco potencial de um acidente nas Usinas de Angra dos Reis. O autor do pedido, senador Cristovam Buarque (PPS-DF), lembrou que o país é "campeão” em acidentes, ao lado de China e Índia, países que têm problemas e população maiores.
Para o senador, os indicadores mostram que "algo está errado”, exigindo urgente atenção para ocorrências mais graves não venham a acontecer. "Isso porque uma coisa é a onda derrubar uma ciclovia; outra é um acidente em uma central nuclear, cujos dois grandes exemplos do mundo que nós temos, que são Chernobyl e Fukushima”, alertou.
Serão convidados o doutor em Física Luiz Pinguelli Rosa, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e representantes da Eletrobrás e da Associação dos Fiscais de Radioproteção e Segurança Nuclear, o ativista Chico Whitaker, entre outros especialistas.