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- 01/06/2023 - CNEN restabelece parceria com o CENA/USPFonte: Site CNEN
No último dia 24 de maio, uma comitiva da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) liderada pelo presidente Francisco Rondinelli, e composta pelo diretor de Pesquisa e Desenvolvimento Wilson Calvo e Pedro Maffia, diretor de Gestão Institucional visitou o Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA), localizado na Universidade de São Paulo (USP). A visita teve como objetivo principal discutir o estabelecimento de cooperação entre as instituições, nas áreas acadêmica e de pesquisa em tecnologia nuclear, agricultura e meio ambiente.
Além de visitas a laboratórios, houve breve apresentação do presidente da Comissão, que tratou de temas como a abertura de editais para fomento à pesquisa integrada entre as instituições CENA, CNEN e o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), unidade CNEN em São Paulo.
Na oportunidade CNEN e CENA firmaram o compromisso de desenvolverem parcerias para o fomento do setor nuclear em especial na promoção da excelência acadêmica e na inovação da tecnologia deste setor.
Comitiva da CNEN é recebida no CENA/USP (Foto: Divulgação/CENA/USP)
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- 31/05/2023 - Concurso MCTI 2023 tem comissão formada para novo editalFoi formada a comissão organizadora do novo concurso MCTI, que tem edital com 814 vagas de nível superior autorizadas para este ano.
Foi formada a comissão organizadora do novo concurso MCTI, que tem edital com 814 vagas de nível superior autorizadas para este ano.
Fonte: Folha Dirigida
Foi publicada nesta quarta-feira, 31, a portaria que institui a comissão organizadora do concurso MCTI 2023. A equipe é formada por oito servidores, que deverão elaborar o projeto básico do edital.
Com o documento finalizado, a próxima etapa será a escolha e contratação da banca organizadora. Somente com a empresa contratada, o edital poderá ser publicado.
Conforme a portaria autorizativa, o edital deverá ser divulgado em até seis meses (após o aval), ou seja, até 10 de outubro deste ano.
Já as provas serão aplicadas dois meses após a publicação do edital. Sendo assim, respeitando o prazo, os candidatos serão avaliados ainda este ano, até o mês de dezembro.
Autorizado em abril, o concurso do Ministério da Ciência e Tecnologia em Inovação contará com 814 vagas de analista, tecnologista e pesquisador, todos de nível superior.
Confira a distribuição entre as carreiras:
- analista em ciência e tecnologia - 296 vagas e ganhos previstos de R$13.718,81;
- pesquisador - 253 vagas e R$16.798,48; e
- tecnologista - 265 vagas e R$13.718,81.
Veja como foi o último concurso MCTI
Realizado em 2012, o último concurso para o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação contou com 510 vagas em cargos dos níveis médio, médio/técnico e superior. Na época, os ganhos variavam entreR$2.705,38 e R$9.157,15.
Do total de vagas, 92 foram para o cargo de analista em ciência e tecnologia, sendo 35 na Administração Central, em Brasília, e 57 nas demais unidades, nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Amazonas, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Pará e Minas Gerais.
A seleção contou ainda com 330 vagas de assistente em ciência e tecnologia e 84 de tecnologista.
Com a organização do Cebraspe, os candidatos foram avaliados por meio de provas objetivas, discursivas e de títulos, em todas as capitais.
É importante ressaltar que em 2012 as carreiras de nível superior exigiram experiência de três anos ou mestrado. Para a seleção autorizada em 2023ainda não se sabe haverá essas exigências.
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- 30/05/2023 - Brasil tem potencial para ter uma das três maiores reservas de urânio do mundoServiço Geológico do Brasil desenvolve o Programa Avaliação do Potencial de Minerais Radioativos no Brasil, visando identificar áreas para prospecção do minério
Serviço Geológico do Brasil desenvolve o Programa Avaliação do Potencial de Minerais Radioativos no Brasil, visando identificar áreas para prospecção do minério
Fonte: Serviço Geológico do Brasil
A necessidade de diversificação da matriz energética aumenta investimentos para o desenvolvimento de tecnologias seguras, e a geração nuclear retorna ao planejamento da política energética mundial. Diante da perspectiva de retomada do crescimento da energia nuclear como fonte de energia, o mercado mundial de urânio ganha relevância e coloca o Brasil em posição de destaque.
Atualmente, o país detém a sétima maior reserva de urânio do mundo, com cerca de 310.000 tU. No entanto, existe potencial para estar entre as três maiores reservas globais. O Serviço Geológico do Brasil (SGB) tem papel determinante para identificar e avaliar a extensão das reservas brasileiras, bem como a análise de entraves e alternativas para a produção do urânio nacional e, por isso, fornece informações pertinentes à gestão estratégica da Política Nuclear Brasileira.
Por meio do Programa Avaliação do Potencial de Minerais Radioativos no Brasil, o SGB tem identificado novas áreas para prospecção do urânio, além de propor critérios de prospecção para os diferentes distritos e províncias minerais. A iniciativa também contribui para estimar com mais embasamento os recursos de minérios nucleares não descobertos e avaliar a viabilidade de aproveitamento econômico. A atuação está alinhada com o Plano Nacional de Energia (PNE) 2050, que recomenda a retomada da prospecção de recursos minerais para o desenvolvimento da energia nuclear no Brasil.O produto da primeira fase do programa – Mapa de Avaliação do Potencial de Urânio do Brasil (disponível aqui) – foi entregue em 2022. No mapa, é apresentado um conjunto de informações, com avaliação atualizada na escala 1:5.000.000, da distribuição dos depósitos e províncias uraníferas do Brasil. Há também delimitação das unidades geológicas mais favoráveis para ocorrência desse minério a partir de métodos de hierarquização mineral.
Potencial brasileiro – De acordo com pesquisadores da Diretoria de Geologia e Recursos Minerais (DGM) do SGB, desde os anos de 1970, com a descoberta das jazidas de Itatiaia, no Ceará, e Lagoa Real, na Bahia, o país já alcançava posição de destaque em termos de recursos significativos do minério. Desde então, já foram identificadas novas ocorrências de urânio no território brasileiro, como os depósitos de Serra das Gaivotas, em Minas Gerais; Rio Cristalino, no Pará; e Figueiras, no Paraná.
Atualmente, a única mina de urânio em operação no Brasil explora o depósito de Lagoa Real, em Caetité, no estado da Bahia, onde os recursos minerais são estimados em 99,1 mil toneladas. Mais de 38 anomalias (áreas de alta concentração de urânio) foram identificadas nessa área. Só essa mina tem capacidade de produzir cerca de 400 toneladas/ano, com potencial para chegar a 800 toneladas/ano. -
- 30/05/2023 - Eletronuclear promove encontro aberto sobre plano de emergênciaFonte: Diário do Vale
Angra dos Reis – A Eletronuclear fará, na próxima terça-feira (30), às 18h30, o ‘Encontro PEE 2023 – Plano de Emergência Externo do Estado do Rio de Janeiro’, voltado para o público em geral. Segundo a empresa, o encontro tem por objetivo esclarecer dúvidas da população e desmitificar o tema junto aos moradores, abordando aspectos relativos ao PEE e à segurança das usinas nucleares.
Entre as apresentações do encontro está a da própria Eletronuclear, que falará sobre a importância da empresa para a Costa Verde.
Também estarão presentes ao evento a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibam), a Defesa Civil do Estado do Rio e a Defesa Civil do município de Angra. Além destes, participarão representantes de entidades ligadas ao setor nuclear brasileiro, bem como de instituições que integram o Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro (Sipron), subordinado ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI).
A Eletronuclear informa que disponibilizará transporte para que os moradores da região tenham facilidade em participar do encontro. Os inscritos serão informados posteriormente sobre os pontos de embarque. O evento acontecerá no Clube Náutico da Praia Brava, que fica na Rua 10 da Vila Residencial de Praia Brava. Mais informações podem ser obtidas no site da Eletronuclear.
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- 26/05/2023 - Especialistas debatem a produção de hidrogênio verde como oportunidade para São Paulo e para o BrasilFonte: Agência FAPESP
As potencialidades do hidrogênio verde (H2V) serão o tema da próxima edição do Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação, que será realizada segunda-feira (29/05), de forma presencial, na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Integram a programação pesquisadores que buscam superar as complexidades e os desafios que envolvem a produção e o uso dessa energia.
O hidrogênio é um elemento abundante no planeta e pode ser usado em transporte, geração de energia elétrica, aquecimento residencial e industrial, armazenamento de energia e produção de produtos químicos. Mas precisa passar por uma série de etapas até se converter em energia verde. A produção de hidrogênio verde por meio de fontes renováveis de energia é considerada limpa e sustentável.
Os especialistas estão convencidos de que investimentos contínuos em pesquisa e desenvolvimento e na infraestrutura para produção, armazenamento e distribuição em larga escala possibilitarão que o H2V seja uma alternativa viável aos combustíveis fósseis.
A pesquisadora Lucia Helena Mascaro Sales, professora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e integrante do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais(CDMF), explica que o hidrogênio não está disponível na crosta terrestre na forma molecular, sendo necessários processos químicos para a sua produção. Atualmente, 94% do hidrogênio produzido no mundo vem de combustíveis fósseis, o que leva a emissão de grande quantidade de gases de efeito estufa, entre eles o CO2, que chega a cerca de 870 milhões de toneladas por ano. A produção verde requer investimentos em pesquisa e infraestrutura.
"Vários grupos de pesquisa no Brasil têm trabalhado na diminuição do consumo de energia na produção do hidrogênio verde, desenvolvimento de catalisadores mais baratos para a eletrólise da água, uso de biomassa para geração de H2V, desenvolvimento de membranas mais duráveis e formas alternativas de armazenamento e transporte. ”Segundo ela, outra questão importante é a segurança. "O hidrogênio é altamente inflamável e seu manuseio, armazenamento e transporte são desafios técnicos a serem enfrentados.”
O Brasil pode desempenhar um papel de destaque na corrida para a produção do H2V, uma vez que o país tem uma grande disponibilidade de fontes renováveis de energia, como solar e eólica, além de vastos recursos naturais. Ana Flávia Nogueira, professora do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (IQ-Unicamp) e coordenadora do Centro de Inovação em Novas Energias(CINE), diz que para impulsionar a produção do hidrogênio verde, principalmente no Estado de São Paulo, é necessário investir na implementação de mais usinas solares e eólicas.
"Embora o Estado de São Paulo seja o segundo colocado em geração solar fotovoltaica distribuída, aquela que encontramos em casas e prédios, estamos muito aquém em produção centralizada”, diz. A produção centralizada é importante para a instalação de grandes centrais de produção de H2V, uma vez que o hidrogênio produzido por eletrólise só é considerado verde se o sistema de produção é conectado a uma fonte renovável.
O hidrogênio também pode ser obtido a partir de etanol. O interesse da indústria pela pesquisa sobre produção e uso do hidrogênio verde é considerado fundamental para que ele deixe de ser apenas uma alternativa promissora. Daniel Gabriel Lopes, pesquisador e diretor da Hytron Energia e Gases Especiais, participará do evento. Ele trará para o debate as soluções tecnológicas em curso para tornar o H2V viável.
O evento terá início às 15 horas no auditório Teotônio Vilela da Alesp e será transmitido pelo YouTube. Interessados podem se inscrever em: www.al.sp.gov.br/ilp/cursos-eventos/detalheAtividade.jsp?id=9205.
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- 24/05/2023 - Curso de Química da UEMS/Naviraí desenvolve ações do 1º Ciclo Acadêmico de QuímicaAs ações começaram a ser desenvolvidas em abril de 2023 e tem promovido experiências diferentes aos acadêmicos da graduação
As ações começaram a ser desenvolvidas em abril de 2023 e tem promovido experiências diferentes aos acadêmicos da graduação
Fonte: Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul
O curso de licenciatura em Química da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), unidade de Naviraí, deu início em 2023 a uma série de atividades que fazem parte do1º Ciclo Acadêmico de Química. A coordenação do curso e do projeto explica que as atividades do 1º Ciclo Acadêmico de Química substituirão a tradicional semana acadêmica, que concentrava atividades em uma única semana. A ideia é que todos os meses, os alunos da graduação vivenciem uma ação diferente de aula.
O 1º Ciclo Acadêmico de Química prevê palestras presenciais e virtuais, oficinas, apresentações, visitas técnicas, confraternizações entre outras experiências de ensino, pesquisa, cultura e/ou extensão que enriquecem e complementam o conhecimento, além de promover o sentimento de pertencimento e integração à comunidade UEMS.
O projeto ainda espera que com as ações realizadas ao longo de 2023 sejam restaurados vínculos da comunidade acadêmica, que eventualmente, foram perdidos durante o período de afastamento social causado pela pandemia.
Conheça mais sobre o curso de Química da UEMS/Naviraí em www.uems.br/cursos/graduacao/quimica-licenciatura-navirai.
1º Ciclo Acadêmico de Química - ABRIL 2023
Um dia na UEMS
Como parte das ações do 1º Ciclo Acadêmico de Química foi realizada em abril de 2023 a atividade "Um dia na UEMS”, na qual o curso recebeu alunos da Educação de Jovens Adultos (EJA). Os acadêmicos foram responsáveis por apresentar o curso e as atribuições de um profissional de química. Alunos da Escola Municipal Marechal Cândido Rondon foram até a UEMS/Naviraí, visitaram as instalações, acompanharam experimentos e conheceram o curso de Química.
Os acadêmicos conduziram uma série de experimentos no laboratório e explicaram as atividades. A ação foi coordenada pelo prof. Dr. Wagner de Oliveira Valença e executada pelos acadêmicos do 2º. Ano de Química, dentro das atividades da disciplina de Química Geral Experimental.
Recepção e Integração Acadêmicos
Também no mês de abril, os acadêmicos do 3º ano da Graduação organizaram uma confraternização para a recepcionar os calouros do curso e integrá-los à comunidade acadêmica. O evento contou com a participação de alunos e professores do curso de Química. Além de confraternizar, os calouros também foram informados sobre as atividades do curso, projetos, bolsas e ações desenvolvidas pela UEMS.
1º Ciclo Acadêmico de Química - MAIO 2023
Competição de Foguetes de Garrafa PET
Na primeira ação do mês de maio, o 1º Ciclo Acadêmico de Química realizou uma competição com protótipos de foguetes de garrafas PET. A atividade envolveu acadêmicos de todos os anos e foi coordenada pelas professoras Dra. Daniela Cristina Manfroi Rodrigues e Dra. Tarsila Marília de Oliveira. A competição foi realizada em uma área aberta cedida pela Incorporadora São Bento.
A Competição de Foguetes de Garrafa PET foi cadastrada na Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG). A atividade consta no plano de ensino das disciplinas de Física 1 e Físico Química 1, sendo caracterizada por uma "metodologia ativa de ensino”, transformando os alunos de meros espectadores em solucionadores de problemas reais, aplicando os conceitos teóricos aprendidos em sala.
O evento teve a participação de 13 equipes dos cursos de Química e Engenharia de Alimentos, e contou com a participação da comunidade local que assistiram os lançamentos dos foguetes de garrafa PET e questionaram os acadêmicos sobre curiosidades e os processos envolvidos na atividade. Confira a classificação final:
- 1º. Lugar Equipe Missão Orbital, com o foguete atingindo 200 metros, com os acadêmicos do terceiro ano de Química Paulo, Fernando e Andreir.
- 2º. Lugar Equipe Tekoha, com o foguete atingindo 130 metros, com as acadêmicas do primeiro ano de química Natiely, Angescleia e Meria.
- 3º. Lugar Equipe Icarus, com o foguete atingindo 100 metros, com os acadêmicos do primeiro ano de Química, Luis Henrique, Gabriel Fonseca e Gabriel Soares.
Ao final da competição, os acadêmicos e professores participaram de uma confraternização organizada pelos alunos do 4º. Ano de Química, visando principalmente a integração entre a comunidade (docentes, discentes e técnicos).
1º Ciclo Acadêmico de Química 2023 - MAIO 2023
Visita Técnica ao IPEN
A segunda atividade do mês de maio do 1º Ciclo Acadêmico de Química, foi uma visita técnica ao Instituto de Pesquisas Energéticas (IPEN), localizado na Universidade de São Paulo (USP). A ação foi organizada pela Profa. Dra. Daniela Cristina Manfroi Rodrigues. 27 acadêmicos dos cursos da graduação em Química, Engenharia de Alimentos e da Pós-graduação em Recursos Naturais (PGRN) foram acompanhados pelos professores Ademir do Anjos, Daniela Manfroi Rodrigues e Tarsila Marilia de Oliveira até São Paulo para conhecerem as instalações do Reator Nuclear (IER1) e do Acelerador de Elétrons do IPEN. A atividade foi viabilizada pelo apoio da prefeitura de Naviraí, em especial a Gerência de Educação, que possibilitou o deslocamento até São Paulo.
O reator nuclear do IPEN é amplamente utilizado na produção de radioisótopos para fins médicos, para pesquisas nucleares, para irradiação de vários tipos de amostras com fins científicos, está em operação desde 1959 sendo pioneiro nesta área. Nesta etapa da visita os acadêmicos puderam entrar no prédio do reator, tiveram uma aula sobre fissão nuclear e radiação, adentraram a sala de operações e a piscina do reator com sua coloração azulada. O brilho azulado das águas ao redor do reator nuclear é ocasionada por um fenômeno chamado radiação de Cherenkov. Este fenômeno pode ser observado quando partículas carregadas, como por exemplo elétrons, se movimentam com velocidade muito alta na água.
O acelerador de elétrons do IPEN é um aparato tecnológico utilizado para desenvolvimento de novos produtos, processos, esterilização de alimentos, pesquisas em nanotecnologia, entre outros. Nesta etapa da visita, os acadêmicos foram conduzidos à sala de controle, entraram no recinto no qual estavam os aceleradores de elétrons e na fonte de radiação gama. Os acadêmicos tiveram a oportunidade, bastante impactante, de visitar e acompanhar o funcionamento do acelerador de elétrons instalado em uma carreta, combinado a um laboratório de análise de água, os quais foram projetados para levar esta tecnologia até as plantas industriais para tratamento in loco de efluentes e rejeitos industriais.
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- 19/05/2023 - Educação de Naviraí viabiliza viagem de acadêmicos da UEMS para visita técnica ao IPEN em SPUm grupo formado por acadêmicos do Curso de Licenciatura em Química da UEMS – Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, unidade de Naviraí, embarcou na terça-feira (16/05), para uma visita técnica ao IPEN – Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, instalado no campus da USP – Universidade de São Paulo, na capital paulista.
Um grupo formado por acadêmicos do Curso de Licenciatura em Química da UEMS – Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, unidade de Naviraí, embarcou na terça-feira (16/05), para uma visita técnica ao IPEN – Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, instalado no campus da USP – Universidade de São Paulo, na capital paulista.
Fonte: Site da Prefeitura de Naviraí
Para a viagem os acadêmicos contaram com apoio da Prefeitura de Naviraí, por meio da GEMED – Gerência Municipal de Educação, que viabilizou o transporte de ida e volta até a cidade de São Paulo. A visita técnica é uma oportunidade notória de aperfeiçoamento pessoal e profissional para os acadêmicos da unidade da UEMS em Naviraí e futuros profissionais de nossa cidade.
SOBRE O IPEN
O Pesquisas Energéticas e Nucleares atua em vários setores da atividade nuclear entre elas, nas aplicações das radiações e radioisótopos, em reatores nucleares, em materiais e no ciclo do combustível, em radioproteção e dosimetria, cujos resultados vêm proporcionando avanços significativos no domínio de tecnologias, na produção de materiais e na prestação de serviços de valor econômico e estratégico para o país, possibilitando estender os benefícios da energia nuclear à segmentos maiores de nossa população.
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- 16/05/2023 - Temperatura para fusão nuclear é alcançada em reator esférico de pequeno porteFonte: Inovação Tecnológica
Tokamak esférico
Para produzir energia comercialmente, as futuras usinas de fusão nuclear precisarão atingir temperaturas de 100 milhões de graus Celsius.
Pesquisadores conseguiram agora produzir as condições operacionais para atingir essas temperaturas em um tokamak esférico compacto.
Batizado de ST40, este dispositivo é único: Ele é muito menor que os outros tokamaks e tem um plasma mais esférico do que outros dispositivos de fusão nuclear.
Confirmar que um pequeno tokamak esférico consegue atingir uma das condições necessárias para a produção comercial de energia é animador porque aponta para usinas de fusão nuclear menores e mais baratas do que outras configurações.
É amplamente aceito que o tokamak esférico oferece a menor e mais econômica solução para a energia de fusão. Ao passar de um plasma em forma de rosquinha para um plasma em forma de maçã, o plasma é contido de forma mais eficiente.
O feito foi alcançado por uma equipe conjunta do Laboratório de Física de Plasma de Princeton (PPPL), Laboratório Nacional de Oak Ridge (ORNL) e da empresa emergente Tokamak Energy Ltd.
Compacto e econômico
Na demonstração, os plasmas no ST40 operaram em valores de campo magnético toroidal de pouco mais de 2 teslas e foram aquecidos por 1,8 milhão de watts de partículas neutras de alta energia.
Embora as descargas de plasma tenham durado apenas 150 milissegundos, o plasma mostrou temperaturas de íons de mais de 100 milhões de graus Celsius.
A combinação da maior eficiência do tokamak esférico com o confinamento magnético aprimorado possibilitado pela tecnologia de ímãs supercondutores de alta temperatura representa uma rota promissora para a geração de energia de fusão, sobretudo porque se baseará em máquinas muito compactas.
O ST40 gerou temperaturas de mais de 100 milhões de graus Kelvin (8,6 keV) - temperaturas acima de 5 keV só foram obtidas até agora em máquinas muito maiores e com uma energia de aquecimento muito mais elevada.
Bibliografia:
Artigo:Achievement of ion temperatures in excess of 100 million degrees Kelvin in the compact high-field spherical tokamak ST40
Autores: S. A. M. McNamara, O. Asunta, J. Bland, P. F. Buxton, C. Colgan, A. Dnestrovskii, M. Gemmell, M. Gryaznevich, D. Hoffman, F. Janky, J. B. Lister, H. F. Lowe, R. S. Mirfayzi, G. Naylor, V. Nemytov, J. Njau, T. Pyragius, A. Rengle, M. Romanelli, C. Romero, M. Sertoli, V. Shevchenko, J. Sinha, A. Sladkomedova, S. Sridhar, Y. Takase, P. Thomas, J. Varje, B. Vincent, H. V. Willett, J. Wood, D. Zakhar, D. J. Battaglia, S. M. Kaye, L. F. Delgado-Aparicio, R. Maingi, D. Mueller, M. Podesta, E. Delabie, B. Lomanowski, O. Marchuk
Revista: Nuclear Fusion
Vol.: 63, 054002
DOI: 10.1088/1741-4326/acbec8
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- 08/05/2023 - Livro apresenta painel detalhado da transição energética brasileiraFonte: Agência FAPESP
Graças à enorme disponibilidade de recursos naturais, o Brasil é o país que apresenta a matriz energética mais diversificada, com quase 83% de sua demanda de eletricidade atendida por fontes renováveis (hidráulica, eólica, biomassa, solar), com cerca de 25% de seu consumo de combustíveis suprido por bioetanol e biodiesel, e com reservas provadas de mais de 13 bilhões de barris de petróleo.
No entanto, o processo que resultou nessa matriz tem uma história bastante complexa, marcada pela posição caudatária do país em relação aos centros hegemônicos do capitalismo mundial, pelo confronto entre opções energéticas defendidas por atores políticos antagônicos e por algumas escolhas de pesado impacto ambiental.
Fruto de mais de dois anos de trabalho, reunindo 29 especialistas, o livro Energy transition in Brazil apresenta, em 15 capítulos, uma visão abrangente do tema: do longo caminho percorrido em busca da autossuficiência energética ao desafio de construir um futuro descarbonizado. Pesquisa de vanguarda em transição energética, combustíveis alternativos e digitalização fazem parte do escopo.
"No contexto da transição energética, há cinco expressões ou palavras-chave iniciadas pela letra ‘D’: diminuição do consumo; descarbonização; digitalização; descentralização; democratização. Esses ‘Ds’ definem as balizas de nosso livro. O primeiro capítulo, que trata do processo histórico que produziu a formação energética atual, embasa todos os demais. Estes trazem reflexões inovadoras sobre geopolítica, tecnologias de baixo carbono, geração de energia a partir do hidrogênio e muitos outros subtemas que compõem o quadro da transição energética brasileira”, diz Drielli Peyerl, coordenadora da obra.
Peyerl é pesquisadora do projeto "Energy transition through the lens of Sustainable Developments Goals – ENLENS” (Transição Energética através da lente dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), desenvolvido na Universidade de Amsterdã (Países Baixos). Também é colaboradora no Instituto de Energia e Meio Ambiente e no Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa(RCGI), ambos da Universidade de São Paulo (USP).
Ela conta que o livro em pauta, publicado pela Springer, uma editora de renome internacional, é o primeiro em inglês sobre a transição energética no Brasil com o enfoque citado anteriormente. E constitui um dos principais resultados de sua participação no Programa Jovens Pesquisadores da FAPESP. "Com esse auxílio, que se estendeu por quatro anos, eu pude nuclear um grupo de pesquisa em transição energética na USP, o Brazilian Energy Transition [BET], que continua atuante”, conta.
A pesquisadora participou de todos os capítulos do livro, mas dedicou-se especialmente ao primeiro, já mencionado, que trata do processo histórico, em conjunto com dois coautores: Stefania Relva Gomes e Vinicius Oliveira da Silva. "A revisão desse processo proporciona cinco lições importantes, mostrando que: a apropriação dos diferentes recursos energéticos muda de acordo com o contexto do período; o desenho de uma política pública consistente e de longo prazo é fundamental para o desenvolvimento e a inserção de novas tecnologias e fontes de energia nos diferentes setores da economia; a presença e os investimentos do Estado são decisivos para acelerar o processo de construção do setor de energia; a economia global molda diferentes realidades; e a compreensão do contexto histórico contribui diretamente para a perspectiva presente e futura da transição energética em curso no país”, resume.
Peyerl diferencia as transições longas das transições curtas. A primeira grande transição, ocorrida no século 19, foi a da lenha para o carvão como fonte de energia. E essa transição acentuou a então crescente dependência do Brasil em relação à Inglaterra por esse combustível fóssil, uma vez que a baixa qualidade do carvão encontrado no território brasileiro obrigou o país a importar carvão de procedência inglesa. "Junto com a matéria-prima, importou-se também a tecnologia e mão de obra especializada, inclusive para encontrar soluções para o problema do abastecimento interno de combustíveis fósseis”, pontua a pesquisadora.
A primeira termelétrica foi construída no Estado do Rio de Janeiro em 1883, com capacidade instalada de 52 kW. Mas, já em 1901, as hidrelétricas superavam em potência as termelétricas existentes no país. "Podemos considerar que a transição energética do setor elétrico brasileiro, dos combustíveis fósseis para as fontes renováveis, ocorreu no início do século 20”, sublinha Peyerl.
Investimentos maciços em hidrelétricas durante o governo de Juscelino Kubitschek e a construção de obras gigantescas como Itaipu durante a ditadura militar fizeram com que o Brasil ingressasse no século 21 com a predominância quase absoluta da fonte hidráulica no setor elétrico. Esse cenário viria a modificar-se substancialmente, no sentido de uma maior diversidade, nas duas décadas seguintes (veja o gráfico na galeria).
A descoberta de petróleo na Bahia em 1939, meses antes do início da Segunda Guerra Mundial, inaugurou uma nova etapa na transição energética brasileira. O período seguinte foi marcado pela acirrada disputa político-ideológica entre grupos nacionalistas, que defendiam o monopólio estatal da exploração do petróleo, e simpatizantes do capital estrangeiro, que propunham concessões e associações com as grandes petroleiras norte-americanas e europeias. A frase "O petróleo é nosso”, pronunciada por Getúlio Vargas, transformou-se em palavra de ordem em grandes manifestações públicas. E tudo isso culminou, em 1953, com a criação da Petrobras, monopolizando a pesquisa, a mineração, o refino, o comércio e o transporte de petróleo, xisto e derivados, bem como quaisquer atividades relacionadas ou similares.
"O paradoxal foi que, quando o país finalmente alcançou sua tão esperada autossuficiência em petróleo, em 2010, o mundo já havia ingressado na era de descarbonização”, comenta Peyerl. E acrescenta: "Inicialmente, a falta de recursos fósseis disponíveis era o fantasma da economia brasileira, mas, analisando a história, constatamos, no entanto, que essa carência impulsionou o desenvolvimento de técnicas novas e próprias e o aproveitamento de outros recursos energéticos”.
A pesquisadora enfatiza que "o Brasil enfrenta o desafio de remodelar seu setor energético, contribuindo para uma transição energética de baixo carbono”. Mas, especialmente em relação ao setor de transporte, adverte que "as fontes de transição energética ainda não estão em condições de substituir completamente ou mesmo suplantar os combustíveis fósseis” e que "estes continuarão a ser, por um tempo, um componente importante do planejamento energético brasileiro”.
Mais informações sobre o livro Energy transition in Brazil podem ser obtidas em:https://link.springer.com/book/10.1007/978-3-031-21033-4#toc.
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- 04/05/2023 - FAPESP e consórcio europeu lançam edital para apoiar pesquisas em ciência e engenharia de materiaisFonte: Agência FAPESP
A FAPESP lançou recentemente uma nova chamada de propostas com a M-ERA.NET, rede da União Europeia de fomento à pesquisa em ciência e engenharia de materiais. Trata-se do nono edital de apoio a pesquisas colaborativas lançado no âmbito do acordo de cooperação científica assinado pelas instituições em 2015.
O objetivo da chamada é fomentar projetos transnacionais ambiciosos em pesquisa e desenvolvimento tecnológico que abordem estudos e inovação em materiais – incluindo materiais para baterias e tecnologias energéticas com baixo teor de carbono. Entre os seis temas englobados estão: "Materiais sustentáveis para energia”, "Superfícies, revestimentos e interfaces inovadoras”, "Compósitos de alto desempenho”, "Materiais funcionais”, "Materiais avançados e tecnologia para aplicações em saúde” e "Materiais de nova geração para eletrônica avançada”.
As submissões deverão seguir as normas e orientações da modalidade Auxílio à Pesquisa Regular. A FAPESP apoiará a parte paulista dos projetos selecionados com um máximo de R$ 150 mil anuais por proposta. As propostas podem ter duração mínima de 24 meses e máxima de 36 meses.
O edital está aberto a pesquisadores afiliados a instituições de ensino superior ou pesquisa sediadas no Estado de São Paulo. Cada proposta deverá ser composta por um consórcio envolvendo três pesquisadores responsáveis de pelo menos três países diferentes participantes da chamada.
Os interessados devem submeter uma pré-proposta simultaneamente ao M-ERA.NET (acessando o edital original da chamada https://www.m-era.net/joint-calls/joint-call-2023) e à FAPESP, por meio do Sistema de Apoio à Gestão (SAGe). É necessário que o coordenador do consórcio internacional esteja cadastrado no sistema SAGe.
O prazo-limite para submissão de pré-propostas é 16 de maio. Em caso de aceite, pesquisadores serão convidados a enviar a proposta completa até 21 de novembro.
A chamada com orientações aos pesquisadores de São Paulo está disponível em: fapesp.br/15988.
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- 03/05/2023 - IPEN desenvolve projeto para separar isótopos lítio-6 e lítio-7 visando autossuficiência do BrasilPróxima etapa é desenvolver e projetar o ‘scale-up’ de produção do Lítio-7, o projeto a ser desenvolvido poderá dar autonomia às usinas Nucleares de Angra
Próxima etapa é desenvolver e projetar o ‘scale-up’ de produção do Lítio-7, o projeto a ser desenvolvido poderá dar autonomia às usinas Nucleares de Angra
Fonte: Jornal da Ciência
O lítio é um metal valorizado na área nuclear por ser utilizado nos reatores de potência. O IPEN/CNEN, em parceria com a Companhia Brasileira de Lítio (CBL) e a Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (FUNDEP), está desenvolvendo um projeto de separação isotópica do metal, assinado em 2020, no valor de aproximadamente R$2,5 milhões. O objetivo é que o Brasil tenha uma produção independente de lítio-7 (7Li). Caso seja bem-sucedido, o empreendimento pode dar sustentabilidade às usinas nucleares tipo PWR (Pressurized Water Reactor) de Angra I e Angra II, que dependem da importação do isótopo de7Li.
O projeto chamado "Separação Isotópica do Lítio via Troca Iônica” é desenvolvido por uma equipe de pesquisadores do IPEN/CNEN, coordenada por Oscar Vega, do Centro de Química e Meio Ambiente (CEQMA) do Instituto. Trata-se de uma forma pioneira, no Brasil, de separar os isótopos6Li e7Li para que, futuramente, seja produzido o7Li, muito importante para fins nucleares.
Método Inovador
O processo desenvolvido para separar os isótopos de 6Li e7Li tem como princípio a troca iônica. Vega garante que o método de separação isotópica do lítio sendo desenvolvido no IPEN/CNEN é "o caminho mais promissor”. Outra maneira é por meio da amálgama de mercúrio, mas Veja alerta para os "prejuízos terríveis por conta de o mercúrio, elemento de grande toxidade, ser descartado diretamente no meio ambiente”, explica.O pesquisador afirma que há outros meios para purificar o lítio, mas não compensam. Segundo ele, a técnica da troca iônica é o caminho mais inovador e promissor, sendo mais vantajosa na medida em que possibilita a separação isotópica somente com o uso de resinas que "vão retendo predominantemente o6Li e deixando o7Li passar”.Vega ressalta o caráter inovador do projeto, no Brasil, no que diz respeito ao desenvolvimento do produto desejado e da tecnologia utilizada para a separação dos isótopos – "Isso acontece apenas em países como China e Japão”, acrescenta.
O Lítio no Brasil
No Brasil, a principal aplicação do lítio para fins nucleares é nos reatores de fissão nuclear das usinas de Angra I e Angra II. Devido à baixa seção de choque com os nêutrons térmicos, o 7Li tem como função controlar o pH da água do circuito primário dos reatores PWR. O6Li tem maior seção de choque que o7Li, dificultando o fluxo dos nêutrons térmicos. "O 7Li é diretamente utilizado nos reatores de Angra, por esse motivo nós precisamos desse isótopo”, explica Vega.Atualmente, o maior fornecedor de 7Li para o Brasil é a Rússia*. "É necessário o Brasil desenvolver tecnologia nacional e não depender de outros países”, observa Vega. A CBL já realiza exportações de lítio para baterias e planeja, futuramente, iniciar as exportações de 7Li.
Na avaliação do pesquisador, o Brasil tem potencial para se tornar um dos grandes produtores e provedores do metal por ter "uma grande reserva de lítio” – cerca de 8% das reservas mundiais. A produção nacional de lítio provém do minério espodumênio, localizado no Vale de Jequitinhonha, entre Bahia e Minas Gerais.
A falta de lítio é a principal carência das usinas nucleares. O coordenador diz que o projeto desenvolvido tem o potencial de suprir essas necessidades e, consequentemente, estimularia a utilização de fontes de energia nucleares – "que produzem energia limpa” – em detrimento das fontes fósseis.
Mas, para que o Brasil inicie uma produção autônoma de lítio e possa exportar o metal, conforme os objetivos da CBL, ainda é necessário aumentar o enriquecimento do 7Li de 92% para 99%.
As fases do estudo
Dividido em três etapas, o projeto consiste na purificação, separação e produção do isótopo 7. A primeira delas foi destinada a separar o lítio de outras impurezas, tais como sódio (Na), cálcio (Ca) e potássio (K) e foi concluída em 2020, quando os pesquisadores atingiram um índice de purificação de 99,99% a partir do carbonato de lítio.A segunda etapa – estágio atual – visa a separação isotópica entre 6Li e7Li. Os isótopos encontram-se na proporção de 7,5% e 92,5%, respectivamente. O objetivo é conseguir aumentar a quantidade de 7Li de 92,5% para um valor acima de 99%. Os pesquisadores ainda buscam desenvolver todos os parâmetros de separação e otimizar o sistema.
Após serem finalizados os testes de otimização em escala de laboratório, a terceira etapa será a implantação de uma possível unidade de produção de7Li por parte da CBL. Nessa fase, segundo Vega, deverá ser firmado outro convênio entre a CBL e o IPEN para realizar a implantação da unidade de produção do7Li. Será necessário produzir 12 kg de hidróxido de 7Li mono-hidratado com 99% de pureza para suprir as necessidades das usinas de Angra I e II.
Atualmente, o maior fornecedor de7Li para o Brasil é a Rússia. "Especula-se que a Rússia não vai mais vender este produto para o Brasil. Diante desta situação, é necessário o Brasil desenvolver tecnologia nacional e não depender de outros países”, observa Vega. A CBL já realiza exportações de lítio para baterias e planeja, futuramente, iniciar as exportações de7Li.
Separando os isótopos
A separação de isótopos por troca iônica é um dos processos obtidos por cromatografia. A técnica consiste em duas fases: a primeira é chamada de "estacionária”, onde ficam as resinas de troca iônica. A segunda chama-se fase "móvel” e é constituída por uma solução líquida contendo os isótopos de interesse a serem separados.O experimento realizado pelos pesquisadores ocorreu a partir da utilização de três colunas empacotadas com resina de troca iônica em série: C1, C2 e C3. Uma amostra purificada de hidróxido de lítio (LiOH) foi carregada pelo líquido da fase móvel e circulada pelas três colunas.
A separação do lítio explora as diferenças entre os isótopos. Vega explica que "o 6Li tem um raio atômico maior, semelhante a uma bola de futebol americano, e o7Li, um raio menor, semelhante a uma bola normal”. Devido ao seu tamanho, a maior parte do6Li fica retida na resina e o7Li sai no efluente. "É como se eu conseguisse fazer com que as duas competissem uma com a outra e então eu faço com que uma delas caminhe mais rápido, se afaste uma da outra”, resume Vega.
Ao final do processo, nas amostras da coluna C1, a abundância do6Li foi maior que a natural. Na coluna C2, houve um aumento da abundância do7Li. O Resultado foi a separação dos isótopos do6Li e7Li, de modo que a abundância do7Li subiu de maneira significativa.
O projeto foi prorrogado por mais 10 meses e, de acordo com Vega, "Atingimos a separação isotópica, mas não chegamos a 99%. Ainda é preciso fazer vários experimentos nas colunas para otimizar o processo”.
Lítio-6 x lítio-7
Apesar de serem isótopos de um mesmo elemento, o líder do estudo explica que o 6Li e o7Li "se comportam de forma completamente distintas na área nuclear”, devido ao fato de os isótopos serem "nuclearmente diferentes”.Enquanto o 7Li tem uso nos reatores de fissão nuclear, o 6Li é utilizado na fusão nuclear. "Ambos possuem valor nuclear, mas a utilidade depende da finalidade”, diz Vega.
O pesquisador explica que, nas usinas de fissão nuclear, como é o caso de Angra I e Angra II, apenas o 7Li pode ser utilizado para refrigerar os reatores PWR (Pressurized Water Reactor), por serem capazes de controlar o pH da água sem absorver nêutrons, devido à baixa seção de choque do7Li.
"Não posso ter nem 1% de 6Li, porque ele vai começar a roubar nêutrons. A eficiência do aquecimento do reator vai decair”, ressalta Vega.
O mercado de lítio
Para além dos interesses nucleares, o lítio também possui amplo mercado. As principais aplicações são para baterias, cerâmicas e vidrarias, ar condicionado, medicamentos, polímeros, graxas lubrificantes e metalurgia.No mercado mundial, o lítio é vendido por toneladas e também sofre quedas e subidas no preço, assim como uma bolsa de valores. Vega destaca que, nos últimos cinco anos, houve uma valorização de 500% no preço do produto.
Um dos principais motivos do crescente é o aumento da demanda das baterias iônicas de lítio a partir do início do século XXI. De 2000 a 2020, a produção anual de lítio no mundo saltou de aproximadamente 200 mil toneladas por ano para 600 mil toneladas por ano. As baterias representavam cerca de 23% do consumo mundial de lítio até o ano de 2017.
A demanda causada pela aplicação de baterias de íon de lítio (Li-íon) aumentou significativamente o preço do lítio nas últimas décadas. Somente de 2000 a 2012, o preço do lítio foi de 2 mil dólares por tonelada para 6 mil dólares por tonelada.
Segundo estudos, o lítio apresenta uma variedade de propriedades economicamente benéficas e que oferecem diferentes aplicações químicas e técnicas. Dentre essas, o lítio é o metal que apresenta maior potencial eletroquímico.
"O Brasil não pode ser dependente”
Para Vinícius Alvarenga, superintendente da CBL, a tecnologia é estratégica porque trará autossuficiência ao Brasil, que além de dominar o ciclo da fissão nuclear, poderá também ser exportador do isótopo. Atualmente, Rússia e China são os principais fornecedores mundiais desse isótopo para as usinas nucleares de fissão, incluindo Angra I e Angra II."Hoje, deve haver mais de 450 usinas de fissão nuclear no mundo e apenas dois países dominando a tecnologia e o mercado de lítio. Isso dá a medida da importância estratégica e comercial para o Brasil também dominar esse ciclo e oferecer o isótopo 7 de lítio a países aliados. O país não pode continuar dependente”, diz Alvarenga.
É o mercado internacional o "grande vilão” para o Brasil competir em uma futura produção, considerando que o consumo das usinas de Angra, somente, é pequeno, não traria impacto econômico muito relevante, de acordo com Alvarenga. Segundo ele, o impacto econômico em nível mundial é o que faz dessa tecnologia estratégica para o país.
"Inclusive, poderíamos discutir as estratégias com a rede pública, com a União, para o nosso produto ser absorvido no mercado internacional. Aí sim, internacionalmente, teria um impacto mais relevante da tecnologia”, acrescentando que o projeto com o IPEN é algo "bastante distinto da produção da CBL” e, por isso, "muito relevante”.
"Começamos mais timidamente, com apenas uma pesquisadora, na purificação do composto químico de lítio, mas ao vislumbrarmos o avanço, nós intensificamos o investimento há dois anos, montando um laboratório nas instalações do IPEN e participando das despesas em desenvolvimento e tecnologia”, conta Alvarenga.
As expectativas da CBL é, no curto prazo, consolidar a separação isotópica. Já foi alcançado o índice de pureza da ordem de 99.35%, a meta é atingir 99.99%. Depois dessa fase, a produção. "Precisamos produzir uma certa quantidade que dê para iniciarmos testes de aplicação dos isótopos na Eletronuclear ou em outras usinas fora do Brasil. Temos a expectativa que isso se torne uma nova atividade comercial da CBL, no futuro”, concluiu.
Equipe multidisciplinar
O projeto está sendo desenvolvido por meio de cooperação entre áreas do IPEN-CNEN, com equipe liderada pelos Coordenadores Oscar Vega e Marycel Cotrim. Os outros integrantes são os pesquisadores Vanderlei Bergamaschi e João Coutinho Ferreira, do Centro de Célula a Combustível a Hidrogênio (CECCO), os técnicos João Batista de Andrade e Edson Takeshi, do Centro de Engenharia Química (CEQMA), além da pós-doc Juliana Otomo, as químicas Mariana Novais de Andrade, Maíse Pastore Gimenez, Letícia Nascimento e dos alunos de iniciação científica, Henrique Bataglia e Paulo Leão.
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- 02/05/2023 - 'Assumo esta posição em um momento crítico para a ciência brasileira', diz novo diretor científico da FAPESPA cerimônia de transmissão de cargo reuniu as principais lideranças de ciência e tecnologia do país e colocou os principais desafios para o avanço do conhecimento nos próximos anos.
A cerimônia de transmissão de cargo reuniu as principais lideranças de ciência e tecnologia do país e colocou os principais desafios para o avanço do conhecimento nos próximos anos.
Fonte: Agência FAPESP
Karina ToledoO novo diretor científico da FAPESP, Márcio de Castro Silva Filho, assume o cargo em um contexto de mudanças globais catalisadas pela pandemia da COVID-19, que se refletem nas políticas de ciência e tecnologia adotadas em todo o mundo. Alguns dos desafios que o gestor terá de enfrentar nos próximos anos foram elencados em evento realizado na última sexta-feira (28/04), no auditório da Fundação, com a presença das principais lideranças do setor de ciência e tecnologia do país. Entre eles destacam-se: reverter a queda de 35% na submissão de projetos e bolsas observada nos últimos dois anos, período em que muitas universidades e institutos tiveram suas atividades paralisadas ou reduzidas, fortalecer o apoio a jovens cientistas, dando-lhes condição de permanecer no país, e possibilitar o avanço de projetos científicos disrruptivos e inovadores."É um privilégio participar de uma instituição que tem sido fundamental para o avanço da ciência e da tecnologia do Brasil, bem como para o desenvolvimento do nosso Estado. Assumo esta posição em um momento crítico para a ciência brasileira. O país enfrenta grandes desafios, incluindo a escassez de recursos, a falta de investimentos e o enfraquecimento das instituições de pesquisa. No entanto, acredito que esses desafios também representam uma oportunidade para a FAPESP e para a comunidade científica brasileira”, disse Castro durante a cerimônia de transmissão do cargo.Na avaliação do novo diretor científico, que também é professor titular do Departamento de Genética da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP), os cientistas devem ser agentes da mudança, ajudando a superar obstáculos que dificultam o progresso e a construir uma sociedade mais justa e sustentável."Quero contribuir para uma FAPESP comprometida em fomentar a pesquisa em todas as áreas do conhecimento, incluindo ciências sociais e humanidades, a fim de que possamos entender melhor os desafios que enfrentamos e encontrar soluções mais abrangentes e integradas. É fundamental que a FAPESP tenha uma posição de liderança na cooperação nacional e internacional, promovendo intercâmbio de conhecimentos e experiências entre pesquisadores brasileiros e seus pares em todo o mundo”, afirmou.A colaboração internacional, segundo Castro, será fundamental para o enfrentamento de desafios globais relacionados com as mudanças climáticas, a saúde pública e a segurança alimentar.Luiz Eugênio Mello, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) que ocupava o cargo desde abril de 2020, ressaltou a importância de a FAPESP participar ativamente de fóruns internacionais sobre fomento à ciência, como é o caso do Global Research Council (GRC) – entidade que reúne as principais agências financiadoras de pesquisa do mundo."Lideramos e participamos ativamente dos principais fóruns de discussão internacional sobre como fomentar a ciência, quais critérios usar e como avaliar os resultados do que financiamos. A participação ativa nesses múltiplos fóruns foi aspecto central no meu mandato à frente da diretoria científica”, afirmou.Entre os avanços alcançados nos últimos anos Mello também destacou a revisão do Programa de Pesquisa em Políticas Públicas (PPPP) e as parcerias com secretarias estaduais que possibilitaram o lançamento de editais voltados a fomentar pesquisas que contribuam para a melhoria da educação básica e para o aproveitamento de resíduos urbanos e agroindustriais na produção de bioenergia."Tudo que pude fazer ao longo desses três anos é mérito de uma grande equipe. Assessores engajados, coordenadores dedicados e uma equipe técnica excepcional que compõe a Assessoria Científica. Foi uma honra ter recebido a incumbência de ser diretor científico da FAPESP”, afirmou Mello.Em nome do Conselho Superior, o presidente da FAPESP, Marco Antonio Zago, agradeceu a dedicação e seriedade com que Mello desempenhou sua missão ao longo dos três últimos anos, num momento particularmente difícil, afirmou, citando a pandemia de COVID-19. "Coube-lhe liderar a reação da FAPESP. Não sabíamos qual seria o futuro do mundo, da sociedade e, portanto, pisávamos num território absolutamente desconhecido. E isso não é coisa para principiante. Esta grande ameaça só pôde ser vencida pela ciência e a FAPESP teve um papel central na reação montada pelo Estado de São Paulo.”Zago relembrou o impacto que o fechamento da sociedade e dos laboratórios teve sobre os estudantes e pesquisadores, assim como a suspensão das viagens nacionais e internacionais, o repatriamento apressado dos brasileiros no exterior e a queda no interesse pela maioria dos temas que não fossem diretamente ligados à pandemia. Outro reflexo da pandemia, na avaliação do presidente da FAPESP, foi o "crescimento na nossa sociedade de um demônio que estava dormente: o obscurantismo, o descrédito da ciência, a emergência dos porta-vozes do caos e do negacionismo associados ao extremismo político”.Cenário futuroO presidente da FAPESP listou uma série de desafios com os quais o novo diretor científico terá de lidar. Um dos principais é ampliar o apoio a jovens cientistas por meio da criação e do fortalecimento de laboratórios de qualidade, capazes de absorver esses recursos humanos."Neste ambiente, o crescimento proporcional do pós-doutorado será inevitável e nós temos de rever o discurso de que a pesquisa no país se apoia apenas na pós-graduação. Esse ambiente está mudando e nós temos que reconhecer e tomar medidas. Precisamos aprender a ler o presente com os olhos do futuro e não olhando para o passado”, defendeu Zago, acrescentando ser fundamental ouvir atentamente os jovens durante o processo de estruturação dos novos caminhos.Na avaliação de Zago o progresso científico desacelerou nas últimas décadas e um dos desafios atuais é restabelecer a face disrruptiva e criativa da ciência. "As universidades, os institutos de pesquisa e as agências como a FAPESP terão papel central para alcançar esse objetivo. O apego ao passado, a subordinação às minúcias do currículo e a subserviência à burocracia ritualística não podem continuar se superpondo à excelência de ideias inovadoras e audaciosas. Essa é nossa busca. Quem nunca apoia projeto de alto risco nunca vai financiar uma grande e inovadora descoberta. Esta será uma preocupação importante do novo diretor científico.”O diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da FAPESP, Carlos Américo Pacheco, destacou que momentos de grandes desafios como o atual têm impulsionado grandes mudanças nas políticas de ciência e tecnologia no mundo inteiro. Como exemplo ele mencionou o contexto da Segunda Guerra Mundial, que levou ao desenvolvimento do Projeto Manhattan (que visava a construção de bombas atômicas pelos Estados Unidos), e o lançamento dos satélites russos Sputnik-1 e 2 (década de 1950), que motivou a criação da Nasa (Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço) e do projeto Darpa (que tinha a meta de desenvolver estudos novos, revolucionários e de risco na área de defesa e que resultou no surgimento da internet). Citou ainda o crescimento do Japão na indústria de semicondutores, que motivou a terceira leva de reformas e que, em 1980, resultou no Bayh-Dole Act (legislação que autorizou universidades, instituições de pesquisa sem fins lucrativos e pequenas empresas a patentear e comercializar invenções desenvolvidas em programas de pesquisa financiados pelo governo federal)."Agora vivemos um desses momentos, em parte por causa da pandemia e também pela rivalidade entre China e Estados Unidos, o que implica uma mudança radical das políticas de ciência e tecnologia do mundo inteiro. O Congresso americano consolidou um acordo que resultou na maior reestruturação da National Science Foundation [NSF] dos últimos 30 anos e na criação de uma diretoria transversal nova em tecnologias, inovação e parcerias. E o mundo inteiro está se movendo em torno disso. Esses modelos norte-americanos têm servido de inspiração para que a gente reflita sobre o que fazer”, afirmou.Pacheco elencou ainda uma série de drivers (elementos direcionadores) que têm mobilizado as mudanças nas agências de fomento à pesquisa de todo o mundo, com destaque para alterações nos processos decisórios e de análise de projetos em busca de maior ousadia e risco. "Essa é uma discussão que não é simples de fazer. Todo mundo tem focado cada vez mais na agenda de inovação, porque as universidades estão se transformando em hubs de inovação. Todos têm buscado aproximar as políticas de apoio a pesquisa às políticas públicas e de desenvolvimento. Todos têm feito políticas explícitas de integridade da pesquisa [boas práticas, ciência aberta, diversidade, inclusão etc.] e se preocupado com o impacto da pesquisa em múltiplas dimensões, não só econômico ou na qualidade de vida, mas no avanço do conhecimento”, pontuou.Na conclusão da cerimônia, o secretário de Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo, Vahan Agopyan, relembrou a importância que a FAPESP teve ao longo de sua carreira científica e afirmou que, para o governo estadual, ciência, tecnologia e inovação são "tópicos imprescindíveis para o desenvolvimento”."Foi fundamental termos o apoio da FAPESP para as universidades e instituições paulistas durante essa crise sanitária. E faço votos de sucesso ao Márcio de Castro. Que os ventos sejam favoráveis e você possa engrandecer ainda mais a instituição”, disse Agopyan.Também estiveram na cerimônia a presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Helena Nader, o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ricardo Galvão, a presidente da Academia de Ciências do Estado de São Paulo (Aciesp), Vanderlan Bolzani, o presidente do Conselho Nacional de Educação, Luiz Roberto Liza Curi, e o diretor administrativo da FAPESP, Fernando Menezes, além de reitores, vice-reitores, três ex-presidentes do CNPq – Esper Abraão Cavalheiro, Glaucius Oliva e Evaldo Ferreira Vilela – e outros representantes das principais universidades e institutos de pesquisa paulistas.Após o evento de transmissão de cargo, o presidente do CNPq inaugurou a série "Conferências FAPESP 2023", abordando o tema "Ciência no Brasil: Atualidades e Perspectivas" (leia mais em: agencia.fapesp.br/41278/). -
- 27/04/2023 - Material radioativo é encontrado dentro de equipamento em almoxarifado da UFGNíquel-63 estava envolto em placa de chumbo dentro de um equipamento inutilizado do Instituto de Química. Material foi levado para Abadia de Goiânia, onde será descartado corretamente.
Níquel-63 estava envolto em placa de chumbo dentro de um equipamento inutilizado do Instituto de Química. Material foi levado para Abadia de Goiânia, onde será descartado corretamente.
Fonte: Portal G1
Por Larissa Feitosa, g1 Goiás
Um material radioativo do tipo níquel-63 foi encontrado dentro do almoxarifado do Instituto de Química da Universidade Federal de Goiás (UFG), no Campus Samambaia, em Goiânia. A descoberta aconteceu na quarta-feira (26), durante uma inspeção que prepara o depósito para uma reforma.
De acordo com a UFG, o elemento estava envolto em placa de chumbo dentro de um equipamento que já estava inutilizado. E que após a descoberta, "o material foi manuseado de forma segura pelos técnicos, que estavam corretamente paramentados com os equipamentos de segurança previstos para a realização do trabalho”.
A vice-diretora do Instituto de Química da UFG, Danielle Cangussu, informou que após o material ter sido encontrado, a direção entrou em contato com a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), "que prestou as primeiras orientações e realizou visita ao local na manhã desta quinta-feira (27)”.
Alex Borges, tecnologista da CNEN, disse à TV Anhanguera que sua equipe realizou vários testes para medir a radioatividade do elemento. E garantiu que todos os resultados apontaram que o material não apresenta risco para ninguém.
"Se a pessoa abrir, ingerir de alguma forma, pode ser perigoso sim. Mas como não ocorreu, não tem nenhum tipo de risco", assegurou.
O material foi levado para um centro da CNEN, em Abadia de Goiânia, onde será encaminhado para o descarte correto. A UFG enfatizou que "a integridade física dos técnicos que tiveram contato com o local, quanto de toda a comunidade UFG está preservada”. Confira a nota na íntegra abaixo.
Nota informativa da UFG
"O Instituto de Química da UFG informa que ontem, 26/4, durante um trabalho programado de inspeção para preparação do Almoxarifado do IQ para realização de uma reforma do espaço físico, foi encontrado por técnicos de laboratório um material considerado radioativo. O elemento estava corretamente acondicionado, envolto em placa de chumbo, conforme orientação técnica para armazenamento. O material foi manuseado de forma segura pelos técnicos, que estavam corretamente paramentados com os equipamentos de segurança previstos para a realização desse trabalho.
Diante do fato, a Direção do Instituto de Química entrou em contato com a Comissão Regional de Ciências Nucleares (CNEN - Regional Goiás) que prestou as primeiras orientações e realizou visita ao local hoje pela manhã. Como se trata de um material inservível, ele será descartado corretamente, sob orientação do CNEN.
Vale destacar que todos os procedimentos foram e estão sendo realizados com a máxima segurança e não houve qualquer tipo de intercorrência que cause preocupação. A integridade física dos técnicos que tiveram contato com o local, quanto de toda a comunidade UFG está preservada."
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- 27/04/2023 - Superintendente do IPEN, Wilson Calvo, fala sobre aplicações da energia nuclear no Talk Show da Rádio Costa Azul - 93,1FMAs aplicações da energia nuclear nas áreas da saúde e agronegócio, além de aspectos da segurança nuclear foram temas comentados no programa de rádio disponível também no YouTube
As aplicações da energia nuclear nas áreas da saúde e agronegócio, além de aspectos da segurança nuclear foram temas comentados no programa de rádio disponível também no YouTube
Wilson Calvo, superintendente do IPEN, foi entrevistado em 27 de abril de 2023 pelo programa Talk Show da Rádio Costa Azul - 93,1 FM. Os apresentadores Renato Aguiar, Alinne Campos e Manolo Jordão conduziram a conversa que destacou aspectos relevantes da energia nuclear no cotidiano. Aplicações da radiação ionizante na Saúde, na área alimentícia e indústria foram abordadas na entrevista disponível pelo canal do programa no YouTube.
O programa Talk Show vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 8h às 10h.
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- 27/04/2023 - Márcio de Castro Silva assume a Diretoria Científica da FAPESPEm entrevista à Agência FAPESP, novo diretor revela que pretende ampliar parcerias com instituições, reforçar atuação internacional da Fundação e desburocratizar processos
Em entrevista à Agência FAPESP, novo diretor revela que pretende ampliar parcerias com instituições, reforçar atuação internacional da Fundação e desburocratizar processos
Fonte: Agência Fapesp
Claudia IziqueMárcio de Castro Silva Filho assume hoje (27/04) o cargo de diretor científico da FAPESP. "Estou honrado por ter meu nome indicado pelo Conselho Superior da Fundação e ratificado pelo governo do Estado de São Paulo”, diz Márcio de Castro. Ele substituiu Luiz Eugênio Mello, que ocupava a posição desde abril de 2020.Professor titular do Departamento de Genética da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) e, até ontem, pró-reitor de Pós-Graduação da Universidade de São Paulo (USP), Márcio de Castro se define como um gestor "aberto ao diálogo e ao entendimento”. Afirma que o período em que foi diretor da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e os sete anos na Pró-Reitoria da USP "deixaram um legado” que o estimulou a concorrer ao cargo de diretor científico da Fundação."A FAPESP é uma agência-modelo, que construiu uma história de sucesso com base no talento de seus servidores e empenho da comunidade de ciência, tecnologia e inovação, o que lhe garantiu, além de um percentual de orçamento, capacidade de planejamento e investimento”, afirmou. "A Fundação foi ousada ao implementar projetos que fizeram avançar o conhecimento não só em São Paulo como em todo o Brasil.”À frente da Diretoria Científica, ele considera haver espaço para ampliar a parceria da FAPESP com instituições, "sempre visando à excelência em pesquisa”. Pretende também reforçar iniciativas de pesquisa com propósitos específicos. "Não podemos desconsiderar que é preciso colaborar na solução de problemas que demandam diferentes áreas do conhecimento, estimulando a interdisciplinaridade.”Seus planos incluem a simplificação da análise de projetos. "Desburocratização de processos e mais autonomia permitirão simplificar a avaliação”, diz. "O sistema atual demanda muita informação que aumenta a carga de trabalho do pesquisador, o que pretendemos simplificar.”Márcio de Castro quer ampliar a articulação internacional da FAPESP. "É importante ter uma coordenação para definir aonde queremos ir e que parceiros devemos buscar para criar um ambiente internacional de pesquisa. Afinal, temos problemas complexos que exigem a soma de excelências.”
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- 18/04/2023 - Começa a funcionar um dos maiores reatores nucleares do mundo - com novas promessas de segurançaEquipamento gigante deixa a Finlândia mais próxima de se tornar neutra em carbono e independente da energia da Rússia
Equipamento gigante deixa a Finlândia mais próxima de se tornar neutra em carbono e independente da energia da Rússia
Fonte: Um Só Planeta - Globo.com
Por Um Só Planeta
Começou a funcionar no Finlândia o maior reator nuclear da Europa e terceiro maior do mundo. O equipamento deixa a Finlândia mais próxima de suas metas de neutralidade em carbono. Se o próximo governo mantiver as metas propostas em 2022, o país buscará se tornar neutro em carbono até 2035 e negativo em carbono até 2040.
A novidade também torna a Finlândia ainda menos dependente de importação de energia. A autonomia energética finlandesa vem avançando rapidamente desde 2019 e, se os planos seguirem como esperado, o país poderá dispensar importações de petróleo e gás da Rússia antes do próximo inverno. "A produção de energia de Olkiluoto 3 (o novo reator) estabiliza o preço da eletricidade e desempenha papel importante na transição verde da Finlândia”, afirmou Jarmo Tanhua, CEO da TVO, companhia que opera a usina.
O reator Olkiluoto 3 é um gigante de 1.600 megawatts, capacidade que o torna o maior reator da Europa e o coloca próximo do maior reator do mundo, Taishan, na China, com capacidade de 1.750 MW (isso não determina o "ranking" das maiores usinas nucleares do mundo, porque cada usina pode ter vários reatores).
A construção começou em 2005 e a previsão inicial era de que ficaria pronto em 2009 – ou seja, houve um atraso de 14 anos. A obra enfrentou problemas de tecnologia e disputas judiciais. Estima-se que o custo final tenha sido de 11 bilhões de euros, quase três vezes a previsão inicial, segundo reportagem daAP News. Atrasos de vários anos nessas obras têm sido comuns.
A Agência Internacional de Energia Atômica lista 56 reatores em construção no mundo, a maior parte na Ásia, e 421 em funcionamento. Os países com mais reatores são EUA (92), França (56) e China (55).
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- 18/04/2023 - Nota de esclarecimento sobre acidente com veículo transportando Fluor-18 em GoiásA Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), por meio de sua unidade localizada em Abadia de Goiás (GO), o Centro Regional de Ciências Nucleares (CRCN-CO), atendeu ao chamado do Corpo de Bombeiros Militar de Goiânia (CBMGO), na manhã de 17/04, devido a um acidente na Rodovia BR-153, KM 642, próximo a cidade de Morrinhos. O veículo envolvido transportava Fluor-18, material utilizado em Medicina Nuclear.
A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), por meio de sua unidade localizada em Abadia de Goiás (GO), o Centro Regional de Ciências Nucleares (CRCN-CO), atendeu ao chamado do Corpo de Bombeiros Militar de Goiânia (CBMGO), na manhã de 17/04, devido a um acidente na Rodovia BR-153, KM 642, próximo a cidade de Morrinhos. O veículo envolvido transportava Fluor-18, material utilizado em Medicina Nuclear.
Fonte: CNEN
Ao ser acionado, o CRCN-CO orientou à unidade do Corpo de Bombeiros que isolasse a área até a chegada da equipe de emergência da CNEN. Já no local, os servidores identificaram que se tratava de Fluor-18, Identificação ONU 2915, contido em 04 castelos de chumbo. Os embalados foram recolhidos e, após monitoração do veículo e dos locais adjacentes, constatou-se que não houve liberação de material radioativo, não oferecendo, portanto, qualquer tipo de risco para o meio ambiente ou para a população.
O material e o veículo acidentado, modelo Fiat Estrada, são de propriedade da empresa Indústria Brasileira de Farmoquímicos (IBF), com sede na Cidade de São José do Rio Preto (SP). Após a verificação da integridade dos embalados pela equipe de resposta a emergência da CNEN, eles foram recolhidos e retirados do local na tarde do mesmo dia por outro veículo enviado ao local pela própria IBF. -
- 18/04/2023 - Furgão carregado com material radioativo tomba na BR-153Segundo o Corpo de Bombeiros, produto é utilizado em radiodiagnosticos na medicina nuclear. Polícia diz que não houve derramamento de carga na pista, nem danos a recursos hídricos.
Segundo o Corpo de Bombeiros, produto é utilizado em radiodiagnosticos na medicina nuclear. Polícia diz que não houve derramamento de carga na pista, nem danos a recursos hídricos.
Fonte: Portal G1 com vídeo
Por Gabriela Macêdo, g1 Goiás
Um furgão carregado com material radiativo tombou na BR-153, em Morrinhos, no sul de Goiás. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o motorista perdeu o controle da direção, saiu da pista e tombou o veículo na faixa de domínio.
Segundo o Corpo de Bombeiros, o produto identificado era oFluor-Ipen, fluoreto de sódio (18 F), que geralmente é utilizado em radiodiagnosticos na medicina nuclear para o tratamento de cânceres.
O acidente aconteceu na segunda-feira (17), no km 642 da rodovia. A polícia explicou que não houve derramamento de carga na pista, de modo que a carga ficou dentro do veículo. Ainda de acordo com a (PRF), não ocorreram danos a recursos hídricos e não houve vítimas.
Como o nome da empresa que o furgão pertencia não foi divulgada, o g1 não conseguiu localizá-la para um posicionamento até a última atualização desta reportagem. A carga foi recolhida pelos órgãos competentes e o veículo foi liberado para o proprietário, que havia saído de São José do Rio Preto, em São Paulo, e seguia rumo a Goiânia.
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- 17/04/2023 - CNEN divulga Edital N°02/2023 - Seleção de candidato à Bolsa BEAO período para inscrições vai de 18/04 a 02/05/2023
O período para inscrições vai de 18/04 a 02/05/2023
A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) torna público o Edital CNEN nº02/2023 do seu Programa de Concessão de Bolsas de Estudos para a realização de processo seletivo de candidato à Bolsa de Estudos Avançados (BEA). As inscrições ocorrerão no período de 18/04/23 a 02/05/2023. Entre os requisitos para candidatura estão ter graduação na área de engenharia; doutorado em engenharia química, com pelo menos seis anos de prática, além de experiência no licenciamento e fiscalização de instalações mínero-industriais. -
- 16/04/2023 - Verbas cortadas, equipamentos quebrados e pesquisadores trabalhando de graça; veja o panorama da ciência no BrasilReportagem especial do Fantástico conversou com cientistas de todo o país sobre as condições de trabalho e o enfrentamento aos discursos anticiência.
Reportagem especial do Fantástico conversou com cientistas de todo o país sobre as condições de trabalho e o enfrentamento aos discursos anticiência.
Fonte: G1
O Fantástico rodou o país para conversar com cientistas e fazer um panorama depois de quatro anos de abandono e de um discurso anticientífico do governo anterior. A reportagem encontrou equipamentos parados, falta de luz em laboratórios e até pesquisadores trabalhando de graça - além de muitas mentes brilhantes que, por falta de oportunidades, preferiram sair do país.O diagnóstico dos cientistas é unânime: fazer ciência no Brasil nunca foi fácil, nunca jorrou dinheiro. Mas, mesmo para quem está acostumado com a vida dura, como os pesquisadores, os últimos quatro anos foram especialmente pesados.
O professor Ricardo Galvão foi pessoalmente atingido por esse discurso anticiência. Em 2019, ele era diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Inpe, quando o então presidente atacou os dados do instituto sobre desmatamento na Amazônia.
Galvão reagiu e acabou demitido. Agora, volta a um cargo de liderança, como presidente do CNPQ - o principal órgão federal para financiar ciência e tecnologia.
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