Ipen na Mídia
-
- 05/12/2017 - José Carlos Bressiani recebe o Prêmio Mérito Nuclear 2017Fonte: ABENNa sexta-feira (01/12) o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Comissão Nacional de Energia Nuclear - Cnen, José Carlos Bressiani, recebeu o Prêmio Mérito Nuclear 2017, concedido pela Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares - Abdan.
Esta é a primeira vez que a Abdan homenageia as pessoas que vem contribuindo com a indústria nuclear ao longo das décadas.
Dr. Bressiani, engenheiro de Materiais e servidor do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares - Ipen desde 1975, exerce o cargo de diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Comissão Nacional de Energia Nuclear desde julho de 2017. "Ele representa a academia e, ao mesmo tempo, a nossa área de interesse. É uma pessoa muito ligada à ciência", disse Celso Cunha, presidente da Abdan. Bressiani atuou como orientador de 16 dissertações de mestrado e 18 teses de doutorado, é autor/co-autor de mais de 370 trabalhos científicos (revistas, capítulos de livros e anais), foi membro de diversos conselhos técnicos, de conselhos universitários e de comissão de pós-graduação.
O prêmio Mérito Nuclear é uma das novidades da entidade em 2017 e se repetirá regularmente. "A ideia é que em todos os anos sejam premiadas as pessoas que mais contribuem com o setor. Será um momento para nós juntarmos todos esses agentes que estimulam o segmento", afirmou o presidente da Abdan, Celso Cunha.
Além de José Carlos Bressiani, foram premiados o Almirante de Esquadra Bento Costa Lima de Albuquerque Junior, diretor-geral de Desenvolvimento Nuclear Tecnológico da Marinha; Leonam dos Santos Guimarães, presidente da Eletronuclear e Ronaldo Arthur Cruz Fabrício, vice-presidente executivo da Abdan.
-
- 04/12/2017 - Amazônia é uma das principais fontes emissoras de metano do mundoÁrvores localizadas em áreas alagáveis emitem por volta de 15 milhões de toneladas por ano desse gás de efeito estufa
Árvores localizadas em áreas alagáveis emitem por volta de 15 milhões de toneladas por ano desse gás de efeito estufa
Fonte: Revista FAPESPAs árvores situadas em áreas alagáveis na Amazônia emitem por ano entre 15 e 20 milhões de toneladas de metano (CH4), o equivalente ao que é emanado por todos os oceanos juntos. A conclusão é de um grupo de pesquisadores ingleses e brasileiros, entre eles a bióloga Luana Basso, do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), e a química Luciana Vanni Gatti, do Laboratório de Gases de Efeito Estufa do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Em um estudo publicado na edição desta segunda-feira (04/12) na revista Nature, o grupo constatou que essas árvores são uma das principais fontes emissoras do gás. O metano absorve até 23 vezes mais calor do que o dióxido de carbono (CO2), sendo, por isso, um dos três principais gases de efeito estufa. Segundo o grupo, apesar de ser um processo natural da floresta, a quantidade de metano emitida por essas árvores impressiona e, somada à emissão de outras fontes naturais, de proveniente de rebanhos e da queima de biomassa na região, pode ter impactos significativos.
Há algum tempo os dados sobre a emissão de metano na Amazônia intrigam os pesquisadores. Até então, os números mais recentes disponíveis na literatura especializada, obtidos a partir de observações via satélite por outros grupos de pesquisa, indicavam que a floresta emitia por ano cerca de 30 milhões de toneladas de CH4. Em 2011, Luciana e Luana Basso, à época sua aluna de doutorado no Ipen, verificou que a realidade era diferente. Seus dados indicavam uma emissão quase 50% maior, de 42,7 milhões de toneladas por ano. Apesar de ter verificado na prática uma diferença significativa em relação ao valor até então conhecido, as pesquisadoras não souberam explicar de onde vinha o metano excedente. À época, o grupo coordenado por Luciana estava interessado em obter uma amostra representativa do balanço de carbono de toda a bacia amazônica.
A cada duas semanas, sua equipe sobrevoava as regiões de Santarém, no Pará, Rio Branco, no Acre, Tabatinga, no Amazonas, e Alta Floresta, em Mato Grosso, colhendo amostras de ar, que eram armazenadas em frascos de vidro. Em seguida, analisava os índices de concentração de vários gases, entre eles CO2, monóxido de carbono (CO) e CH4. Dessa forma, obteve medidas que refletiam todo o processo de emissão e absorção de CO e CO2 pela floresta desde o oceano Atlântico até os locais em que colheu as amostras. Assim, pôde medir a reação dos estoques de carbono da floresta à seca em diferentes áreas, concluindo que durante os períodos de estiagem a floresta liberava mais CO2 para a atmosfera do que absorvia (ver Pesquisa FAPESP edição on-line).
Esse estudo foi publicado em fevereiro de 2014 na revista Nature, e a quantidade excedente de metano emitido pela floresta observado por Luciana - de 30 milhões para os 42,7 milhões de toneladas - permaneceu uma incógnita. Em 2015, Luciana apresentou suas estimativas em uma reunião realizada no Brasil. Entre os presentes, estava o biólogo Vincent Gauci, da Universidade Aberta, no Reino Unido, cuja equipe, trabalhando separadamente, havia acabado de medir as emissões de CH4 diretamente dos troncos das árvores da Amazônia. Eles selecionaram uma amostra de 2.300 árvores em regiões adjacentes aos rios Negro, Solimões, Amazonas e Tapajós. Instalaram pequenas câmaras em volta dos troncos para coletar o ar e, assim, determinaram a quantidade de CH4 emitida pelas árvores. Fizeram medições durante os anos de 2013 e 2014. Em laboratório, após analisar os índices de concentração de CH4, o grupo britânico verificou que a região estava emitindo exatamente a diferença entre o que havia sido registrado na literatura e as estimativas obtidas pela equipe de Luciana.
"Conversamos após aquela apresentação e decidimos escrever um artigo reunindo os dados dos nossos grupos”, explica Luciana. No estudo publicado agora na Nature, os pesquisadores explicam que as árvores funcionam como chaminés, canalizando o metano do solo submerso por meio dos troncos e liberando-o para a atmosfera. "Isso faz das árvores em regiões alagáveis uma das principais fontes emissoras de metano da Amazônia”, explica Luana Basso, que atualmente é professora da Universidade Paulista (Unip), em São Paulo.
Durante a estação seca, entre junho e novembro, as áreas antes alagadas são invadidas por ervas e gramíneas. Na estação chuvosa, entre novembro e abril, as águas voltam a subir e essa vegetação fica submersa. A vegetação no fundo morre, produzindo metano ao se decompor. "O metano é gerado quando uma substância orgânica se decompõe sem oxigênio” explica Luciana Gatti. Desse modo, as ervas, gramíneas, folhas e galhos nas áreas alagada emitem o gás metano em abundância por meio das árvores. "É importante conhecer a dinâmica de produção desse e outros gases de efeito estufa para que possamos prever como a floresta se comportará em diferentes cenários de mudanças climáticas”, destaca a química.
-
- 29/11/2017 - Congresso de metrologia debate garantia da qualidade e homenageia Linda CaldasDurante o Congresso de Metrologia 2017, realizado em Fortaleza, CE, a pesquisadora Linda Caldas, do IPEN, foi homenageada
Durante o Congresso de Metrologia 2017, realizado em Fortaleza, CE, a pesquisadora Linda Caldas, do IPEN, foi homenageada
Profissionais e pesquisadores estiveram reunidos de 26 a 29 de novembro, em Fortaleza, para o Congresso Metrologia 2017, evento promovido pela Sociedade Brasileira de Metrologia, Inmetro e IRD, que tem como objetivo disseminar a cultura da metrologia e avaliação da conformidade como fatores essenciais ao desenvolvimento sustentável. Da mesa de abertura participaram o secretário da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Ceará, Inácio Arruda; o presidente do Inmetro, Carlos Augusto Azevedo; o presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear, Paulo Roberto Pertusi; o presidente da Sociedade Brasileira de Metrologia, João Carlos Guimarães Lerch; o diretor do Instituto de Radioproteção e Dosimetria, Renato Di Prinzio; o presidente do Congresso, Américo Tristão Bernardes.
O evento reuniu seis encontros científicos simultâneos, na área de metrologia, entre eles a quarta edição do Congresso Brasileiro de Metrologia das Radiações Ionizantes. Demanda por calibração, preço do produto e garantia da qualidade foram temas do CBMRI, já em sua quarta edição. O IRD levou à área de exposições do evento uma apresentação em realidade virtual dos laboratórios da área de metrologia.
Promovido pela Sociedade Brasileira de Metrologia, Inmetro e IRD, o congresso geral reuniu 300 trabalhos inscritos, sendo 273 aprovados para apresentação em 35 sessões paralelas e duas sessões pôster. Destes, 100 serão publicados em periódico internacional. Dos trabalhos apresentados no CBMRI, foram 59 em formato poster e sete em formato oral. Os melhores foram selecionados para publicação no Journal of Physics: Conference Series.
Homenagem
A pesquisadora do Ipen Linda Caldas foi a homenageada desta edição do CBMRI, que anualmente destaca personalidades importantes na área, por seu trabalho dedicado, pioneirismo e inovação na área de metrologia das radiações ionizantes no Brasil.
Desde o início dos anos 70, ainda como aluna de graduação de física da USP, Linda Caldas ingressou no grupo de dosimetria do Ipen e desde então vem atuando na área de metrologia das radiações. Nunca deixou de atuar como pesquisadora, mesmo assumindo atividades de direção. Foi chefe da divisão de calibração e dosimetria, gerente do centro de metrologia das radiações e diretora de segurança nuclear do instituto. Já orientou 59 alunos de pós graduação, sendo 27 de mestrado e 32 de doutorado, e outros 14 de pós-doutorado. Publicou 236 trabalhos científicos e coordenou 22 projetos nos editais Pro-engenharia, Pro-equipamentos, Procad, temáticos da Fapesp, entre outros. Em 2012 se tornou membro titular da Academia de Ciências do Estado de São Paulo
"Se olharmos o panorama nacional na área de calibração e dosimetria, vamos encontrar seus alunos, que hoje são orientadores e professores, em diversas instituições. Ela sempre se empenhou em apoiar instituições parceiras, principalmente da região Nordeste, por meio da coordenação de projetos multi-institucionais. O mais impactante talvez tenha sido o INCT, que beneficiou oito instituições públicas em todo o Brasil", frisou em discurso o coodenador do CBMRI, José Guilherme Pereira Peixoto. "Por trás da profissional competente há uma mulher extremamente sensível, humilde e disposta a ajudar sempre com educação e delicadeza características", acrescentou.
Texto e fotos: Lilian Bueno/ Ascom IRD
-
- 15/11/2017 - Vahan Agopyan é o novo reitor da USPProfessor da Escola Politécnica encabeçava a lista tríplice enviada ao governador Geraldo Alckmin
Professor da Escola Politécnica encabeçava a lista tríplice enviada ao governador Geraldo Alckmin
Fonte: Agência FAPESPO engenheiro Vahan Agopyan foi nomeado reitor da Universidade de São Paulo (USP) pelo governador Geraldo Alckmin na última segunda-feira (13). Vice-reitor na gestão do atual reitor, Marco Antonio Zago, e professor titular da Escola Politécnica (Poli), Agopyan, de 65 anos, encabeçava a lista tríplice de candidatos à reitoria por ter recebido o maior número de votos do colégio eleitoral que se reuniu em 30 de outubro. Ele assumirá o cargo no dia 25 de janeiro de 2018 para um mandato de 4 anos.
A chapa vencedora, composta por Agopyan como candidato a reitor e Antonio Carlos Hernandes, professor titular do Instituto de Física de São Carlos (IFSC), como vice, teve 1.092 votos. Em segundo lugar ficou a chapa de Maria Arminda do Nascimento Arruda e Paulo Borba Casella (840 votos) e, em terceiro, Ildo Luis Sauer e Tércio Ambrizzi (594 votos). Uma quarta chapa, a de Ricardo Ribeiro Terra e Albérico Borges Ferreira da Silva, recebeu 163 votos. Cada um dos 1.949 eleitores poderia votar em até três nomes. O colégio eleitoral é composto por integrantes do Conselho Universitário, dos Conselhos Centrais (Graduação, Pós-Graduação, Pesquisa e Cultura e Extensão Universitária), das Congregações das Unidades e dos Conselhos Deliberativos de Museus e Institutos Especializados. A prerrogativa da escolha de um dos nomes da lista tríplice é do governador.
Em entrevista à Pesquisa FAPESP, Agopyan falou sobre os desafios da gestão da universidade. "Quando assumi a vice-reitoria em 2014, a USP começava a enfrentar uma grave crise financeira. Hoje o risco de colapso está superado e, por isso, devemos virar a página, mas sem perder de vista a política de austeridade”, diz Agopyan, que é formado em engenharia civil pela Poli, com doutorado pela King’s College London. Nos últimos anos, a crise levou o atual reitor, Marco Antonio Zago, a reduzir os gastos com a folha de pagamentos, que consomem 98% dos cerca de R$ 5 bilhões repassados neste ano à instituição pelo tesouro estadual. O déficit vem caindo: em 2016, foi de R$ 660 milhões, ante R$ 988 milhões em 2015 e R$ 1 bilhão em 2014.
"Reduzimos 20% do quadro de funcionários não docentes da USP. Nos próximos anos, não pretendo promover mais cortes, mas sim investir em treinamento em gestão, como forma de qualificar nossos funcionários”, propõe Agopyan, alertando que não poderá abrir vagas por pelo menos mais um ano.
O novo reitor diz que é necessário ampliar a interação da USP com a sociedade. De acordo com ele, isso inclui apostar em práticas de ensino que levem alunos de graduação e pós-graduação a ter contato com problemas reais enfrentados pela população. "Isso é importante para mostrar à sociedade a importância do ensino e da pesquisa promovidos pela USP”, afirma Agopyan.
Outro ponto que merece mais atenção, na sua avaliação, é a transferência de conhecimento produzido na universidade. "A USP ainda faz isso de maneira tímida”, observa Agopyan. "Minha proposta é de ampliar e acelerar iniciativas de transferência do conhecimento à sociedade, por meio, por exemplo, da realização de cursos de extensão e convênios com empresas”.
Para um ambiente saudável de pesquisa, Agopyan enfatiza o papel da reitoria na promoção de medidas que simplifiquem a vida dos pesquisadores. "Devemos criar mais centros de apoio administrativo, para ajudar os pesquisadores a lidar com questões burocráticas, e também investir na manutenção de laboratórios multiusuários”, afirma o novo reitor.
Professor da USP desde 1975, Agopyan foi diretor da Poli e diretor-presidente do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). Foi presidente do Conselho Superior do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) e membro do Conselho Superior da FAPESP. Nos últimos anos, dedicou-se a estudos de qualidade e sustentabilidade na construção civil. Já o novo vice-reitor, Antonio Carlos Hernandes, é professor do IFSC desde 2008. Graduou-se em Física pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e obteve título de doutor em Física Aplicada pela USP.
-
- 05/10/2017 - Processo transforma cinzas de biomassa em sílicas industriais - Informativo SRQ – IVSolução pode gerar fonte de renda adicional ao setor sucroalcooleiro
Solução pode gerar fonte de renda adicional ao setor sucroalcooleiro
Fonte: Informativo SRQ - IV - set. out. 2017
Pesquisadoras do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) desenvolveram um processo que transforma cinzas da biomassa de cana-de-açúcar em sílica gel e em nanosílica de alta pureza, ambas na forma de pó. O trabalho foi coordenado pela professora Denise Alves Fungaro e teve a olaboração das pós-doutorandas Luciana Cavalcanti de Azevedo e Suzimara Rovani. Intitulado "Produção de Sílica Gel e Nanosílica de Alta Pureza a partir de Cinzas da Biomassa de Cana-de-Açúcar com Alto Potencial de Comercialização”, o trabalho foi reconhecido pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), que concedeu o Prêmio Kurt Politzer de Tecnologia 2016, na categoria Pesquisador, a Denise, entrevistada pelo Informativo.A pesquisadora ressalta que a obtenção da sílica (ou óxido de silício - SiO2) ocorre tradicionalmente pela extração do cristal de quartzo presente na Natureza em jazidas ou lavras de areia (conhecida como areia industrial, areia de quartzo, areia quartzosa ou areia de sílica), processo que pode gerar impactos ambientais significativos. "As rochas e os minerais ocorrem em quantidade finita e não renovável. A exploração de minérios de forma indiscriminada pode ocasionar a destruição da flora, a extinção da fauna, a erosão dos solos e a poluição do ar e das águas”, alerta.
O processo desenvolvido pelo grupo do Ipen utiliza as cinzas resultantes da queima do bagaço da cana, que radicionalmente são destinadas pelas usinas do setor sucroalcooleiro à fabricação de fertilizantes.
No entanto, Denise esclarece que as cinzas, por terem poucos nutrientes, não geram um desempenho satisfatório nesse campo, podendo ser mais úteis na produção de sílicas, por meio de um processo mais sustentável e menos dispendioso se comparado ao método tradicional.
"Estima-se que o custo de produção da nanosílica a partir de cinzas da biomassa de cana é cerca de 40% menor, considerando o baixo custo das matériasprimas e a baixa quantidade de energia utilizada no processo”, destaca a coordenadora da pesquisa.
Com base nos mais recentes números relativos à cana-de-açúcar divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), é possível aferir a disponibilidade da matéria-prima necessária para a produção da sílica gel e da nanosílica de alta pureza. A estimativa para a safra 2017/2018 de cana-de-açúcar é de 647,63 milhões de toneladas (na safra 2016/2017, foram colhidas 657,18 milhões de toneladas). Cada tonelada gera de 250 a 270 kg de bagaço, cuja queima com as palhas e pontas (mais 200 kg por tonelada) resulta em 1% a 4% de cinzas.
SUSTENTABILIDADE – A nanosílica desenvolvida é uma alternativa à sílica de alta pureza comercialmente disponível, fabricada por meio de um processo de fusão de areia industrial com soda cáustica em fornos de alta temperatura operados entre 1.300 ºC e 1.500 ºC (ou em temperaturas mais elevadas para produzir materiais com características vítreas).
"No nosso processo, a nanosílica de alta pureza é obtida em temperaturas entre 350 ºC e 550 ºC. Logo, há uma grande economia de custo energético”, salienta Denise.
No processo desenvolvido na pesquisa, as cinzas primeiramente são submetidas a uma fusão com hidróxido de sódio. Em seguida, a mistura fundida é submetida a refluxo de água para solubilização do silicato de sódio. Na última etapa, é adicionado ácido para precipitar a sílica. Todo o processo está incluído em um depósito de patente submetido ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).
A pesquisa está na fase de desenvolvimento em escala de laboratório. Os projetos em andamento no Ipen estão voltados para a avaliação do uso da nanosílica no tratamento de efluente têxtil e de água contaminada com interferentes endócrinos, como o bisfenol-A. Nesse mesmo enfoque de utilização, o processo de preparação de membrana para nanofiltração tem sido objeto de estudo.
Outra pesquisa busca analisar o uso da nanosílica de alta pureza na produção de biopolímeros termoplásticos como potenciais substitutos dos plásticos convencionais. "A próxima etapa da linha de pesquisa será direcionada para o aumento de escala e avaliação da viabilidade econômica do processo de obtenção dos produtos”, informa Denise.
ESTATÍSTICAS – De acordo com informações do relatório "A indústria mineral paulista: síntese setorial do mercado produtor” (http://bit.ly/2hhwdBq), publicado neste ano pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), as reservas brasileiras de areia industrial em 2013 eram de 1,2 bilhão de toneladas lavráveis. As jazidas mais importantes deste bem mineral estão localizadas nos estados de São Paulo (60%, com cerca de 546 milhões de toneladas de reservas lavráveis), Minas Gerais, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Sergipe e Pernambuco.
A mesma publicação informa ainda que os dados oficiais sobre a demanda por areia industrial no país, de acordo com o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), apontam que os segmentos vidreiro (37,5%) e de fundição (37,5%) são responsáveis pela maior parte do consumo (75%). Para esses setores, de acordo com Denise, a areia industrial é vendida no estado bruto, não beneficiado, e tem um baixo valor de comercialização. Os demais 25% correspondem a um número expressivo de segmentos industriais, como indústrias cerâmicas (branca e de revestimento), cimenteiras e de ferro-ligas.
A pesquisadora enfatiza que, apesar de possuir as maiores reservas mundiais de rocha de quartzo e grandes reservas de areia industrial, o Brasil tem dependência externa dos produtos industrializados onde a nanosílica de alta pureza é empregada. Dessa forma, trata-se de um mercado que, segundo ela, apresenta um potencial expressivo, pois o valor comercial global estimado da sílica para aplicações que necessitam de um material de alta pureza foi de US$ 1,7 milhão em 2016.
A sílica gel e a nanosílica sintetizadas pelo grupo do Ipen, por apresentarem grau de pureza acima de 99%, possuem, de acordo com Denise, alto valor agregado e potencial de geração de receitas para as indústrias ucroalcooleiras, que poderiam comercializá-las como matérias-primas para os fabricantes de tintas, polímeros, cerâmicas, revestimentos, indústria automobilística, agentes de limpeza, catalisadores, adsorventes, desumidificantes e produtos alimentícios, criando assim um novo nicho econômico para os subprodutos da fabricação de açúcar e álcool.
Outras aplicações possíveis para os produtos envolvem segmentos que possuem demanda crescente na atualidade, tais como a indústria de microeletrônica (para a fabricação de semicondutores, circuitos integrados etc.); fabricação de células solares para geração de energia elétrica por fotoconversão de energia solar e uso em bateria recarregável do tipo íon-lítio.
Contatos com a professora Denise Fungaro podem ser feitos pelo e-mail dfungaro@ipen.br
-
- 27/09/2017 - Chapinha pode transformar cabelo em carvão, mostra pesquisa - Bem EstarOs fios de cabelo perdem líquido quando em temperaturas muito altas. Quando a temperatura da chapinha passa dos 200°C, o cabelo pode virar carvão. Por isso, é imprescindível o uso do protetor térmico.
Os fios de cabelo perdem líquido quando em temperaturas muito altas. Quando a temperatura da chapinha passa dos 200°C, o cabelo pode virar carvão. Por isso, é imprescindível o uso do protetor térmico.
Fonte: Programa Bem Estar - Rede Globo
Matéria divulgada no programa Bem Estar, da Rede Globo, divulga pesquisa desenvolvida por Cibele Lima, doutora em Ciências Farmacêuticas pela USP, relacionada a tratamento de cabelo. Os ensaios científicos foram realizados em laboratório do Centro de Tecnologia das Radiações do IPEN.
Link para a matéria no YouTube
-
- 26/09/2017 - CTMSP e Ipen prontificam novo elemento combustível para o Reator Multipropósito BrasileiroFonte: AbenO Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) e o Centro Tecnológico da Marinha (CTMSP) prontificaram o primeiro combustível nuclear para o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB). Este marco confirma a capacitação tecnológica do Brasil na área nuclear, produzindo combustível metálico com urânio enriquecido a 19,9% a ser testado dentro do reator do Ipen/MB-01 dentro das etapas de qualificação exigidas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen).
O primeiro combustível nuclear tipo placa a ser testado no Reator Nuclear de Pesquisas Ipen/MB-01 foi lançado durante a celebração do 61º aniversário do Ipen no dia 31 de agosto de 2017. É o primeiro de uma série de 19 elementos combustíveis que comporão o núcleo do Reator Multipropósito Brasileiro (RBM), importante iniciativa civil para a pesquisa nuclear no País no momento.
O Ipen/MB-01 permite simulação de todas as características nucleares de um reator de grande porte, em escala reduzida, além de possibilitar pesquisa na área de física de reatores. É utilizado, ainda, para a formação de operadores de reatores da Eletrobras Eletronuclear e do Centro de Instrução e Adestramento Nuclear de Aramar (Ciana).
O RMB destina-se a dar autonomia ao País na produção de radioisótopos e ampliar a capacidade nacional em pesquisa de técnicas nucleares. Será construído no setor norte do Centro Industrial Nuclear de Aramar (Cina), dentro de parceria entre a Cnen a Marinha do Brasil, para ampliar o uso de medicina nuclear aos brasileiros, além de testes com materiais nucleares para o PNM/Prosub.
-
- 22/09/2017 - Alta intensidade e altamente popular - Agência FapespO Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) tem papel fundamental no desenvolvimento de lasers e na popularização no país do uso nas mais variadas áreas desses pulsos de amplificação da luz por emissão estimulada de radiação
O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) tem papel fundamental no desenvolvimento de lasers e na popularização no país do uso nas mais variadas áreas desses pulsos de amplificação da luz por emissão estimulada de radiação
Fonte: Agência Fapesp
Heitor Shimizu, de Lincoln (EUA)O uso de lasers nos mais variados procedimentos em medicina e odontologia hoje é algo comum. Mas no Brasil na década de 1980, se alguém dissesse que recebeu aplicações de laser no rosto ou na boca – e estava feliz com o resultado – seria encarado com suspeita.
O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) tem papel fundamental no desenvolvimento de lasers e na popularização no país do uso nas mais variadas áreas desses pulsos de amplificação da luz por emissão estimulada de radiação.
Foi no início da década de 1980 que pesquisadores do IPEN dominaram a técnica de crescimento do cristal YLiF4 (fluoreto de ítrio e lítio) adicionado com o íon terra-rara neodímio – esta adição, conhecida como dopagem, faz com que o cristal adquira propriedades de semicondução do outro elemento.
"O YLiF4 é birrefringente, quer dizer, tem índices de refração diferentes para diferentes direções de propagação da luz. O cristal deu origem aos primeiros lasers de estado sólido produzidos no Brasil, que foram feitos com componentes nacionais ou adaptados para as nossas necessidades”, disse Nilson Dias Vieira Junior, pesquisador do IPEN e um dos palestrantes na FAPESP Week Nebraska-Texas, que reúne pesquisadores dos Estados Unidos e do Brasil até 22 de setembro nas cidades de Lincoln (Nebraska) e Lubbock (Texas). Ele falou no evento sobre aplicações de lasers de alta intensidade.
Vieira Junior entrou no IPEN em 1979. "Fui convidado pelo [físico] Spero Morato para trabalhar no desenvolvimento do primeiro laser em estado sólido no Brasil. Dois anos depois, conseguimos fazer funcionar, dando início ao Grupo de Desenvolvimento de Lasers, uma área de processos especiais no instituto”, disse à Agência FAPESP.
O pesquisador conta que, depois dos primeiros lasers pulsados e contínuos, o IPEN produziu cristais dopados com outro elemento químico, o hólmio. Esses cristais permitiram produzir lasers com emissão em comprimento de onda de poucos micrômetros, mais adequados a aplicações médicas e odontológicas. Tiveram início também aplicações em processamento de materiais.
"Desenvolvemos lasers pulsados, lasers contínuos, cobrimos toda a tecnologia de desenvolvimento de laser e conseguimos a nacionalização vertical de todo o processo”, disse Vieira Junior.
Com lasers disponíveis, começaram a surgir aplicações. "Ajudamos no desenvolvimento de um implante coclear com o uso de laser para a obtenção de componentes com cerca de 300 micrômetros de diâmetro. Fizemos uma solda para um protótipo de foguete da Agência Espacial Brasileira. Em 1992, iniciamos o desenvolvimento de um laser de hólmio, com energia extremamente elevada, que foi utilizado na remoção de materiais em dentes”, disse.
"Além do desenvolvimento dos lasers é preciso destacar a formação de pessoal. Desde o início, vimos a importância de trabalhar com profissionais das mais diversas áreas e entendemos que também podíamos contribuir com capacitação. Passamos a oferecer diversas ações para difusão das aplicações de lasers no Brasil”, disse Vieira Junior, que foi superintendente do IPEN de 2008 a 2012 e membro do Conselho Superior da FAPESP de 2000 a 2006.
O Grupo de Desenvolvimento de Lasers deu origem ao atual Centro de Lasers e Aplicações (CLA) do IPEN, por meio do qual foi criado o primeiro programa de Mestrado Profissional em Lasers em Odontologia no país, oferecido em conjunto com a Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo.
"Trabalhamos juntos desde o início, IPEN e Odontologia da USP. Formamos mais de 160 mestres, com resultados como o desenvolvimento de muitos métodos terapêuticos atualmente em uso clínico”, disse Vieira Junior.
Entre os métodos destacam-se a prevenção da cárie dental por laser, a redução microbiana em endodontia e periodontia por lasers em baixa intensidade, a fluxometria laser Doppler e a mitigação de efeitos indesejados da radioterapia e quimioterapia, como a mucosite oral.
Atualmente, o CLA atua no desenvolvimento de técnicas terapêuticas com o uso de nanomateriais. Esta linha de pesquisa investiga efeitos de nanopartículas de prata e de pontos quânticos (quantum dots) para terapia e diagnóstico óptico.
Vieira Junior se anima com a popularização dos lasers em aplicações médicas e odontológicas, mas alerta para os cuidados que se deve ter com o uso. "O laser é um instrumento para aplicações e hoje está muito disponível. O nicho de aplicações é enorme, mas é preciso entender os processos envolvidos em seu uso”, disse.
"Nossa contribuição no IPEN sempre foi muito forte quanto à divulgação do conhecimento para usar lasers de maneira correta. Criamos protocolos de segurança, para o paciente e para quem opera os equipamentos. É preciso saber qual a dose, o local a ser aplicado, que tipo de laser pode ser usado. Não é porque é popular que pode ser usado para qualquer coisa. O laser é um instrumento capaz de curar mas também de prejudicar, ser for mal utilizado. O apontador laser, de luz verde, pode até mesmo cegar uma pessoa”, disse Vieira Junior.
Materiais e intensidade
Em processamento de materiais, o IPEN desenvolve aplicações que atendem a demandas de empresas, públicas e privadas, em funções como corte, furação ou soldagem, entre muitas outras. Soldagens de materiais dissimilares para a indústria aeroespacial e para a área médica são exemplos de sucesso. "O instituto dispõe também de uma unidade de processamento com lasers de duração de femtossegundos, para produzir microestruturas”, disse Vieira Junior.
O CLA também desenvolve competência científica e tecnológica em lasers para aplicações em monitoramento ambiental e na área nuclear, formando recursos humanos e gerando produtos e serviços. O crescimento da demanda por lasers e o amadurecimento da tecnologia levou à criação da Lasertools, spin-off do IPEN.
O desenvolvimento de lasers no IPEN contou com apoio da FAPESP desde o início. A FAPESP já concedeu mais de 1,3 mil auxílios e bolsas a pesquisadores do instituto. Atualmente, pesquisadores do IPEN conduzem 18 projetos apoiados pela FAPESP por meio de Auxílios à Pesquisa.
Pesquisadores do IPEN têm também publicado em títulos de alto impacto. Em 2015, por exemplo, Vieira Junior e colegas publicaram naScientific ReportdaNature, artigo em que descrevem a síntese de diamante a partir de grafite por compressão dinâmica com laser ultrarrápido. O trabalho foi feito em parceria com pesquisadores do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) e do Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano), no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas.
Graças ao desenvolvimento no IPEN de lasers de alta densidade – entre os quais o mais intenso do hemisfério Sul, com 0,5 TW de potência –, os pesquisadores foram capazes de produzir em laboratório altíssimas condições termodinâmicas de pressão e temperatura, necessárias para a transformação de carbono em diamante, como descrito no artigo.
"Um dos próximos passos é acelerar partículas carregadas com o laser para energias elevadas, energias comparáveis com o repouso do elétron, que são energias relativísticas. O objetivo final é acelerar prótons para uso em medicina nuclear. Temos que caracterizar, otimizar, entender os fenômenos básicos, em sintonia com os grandes centros de desenvolvimento de lasers no mundo”, disse Vieira Junior.
Nilson Dias Vieira Junior, pesquisador do IPEN e um dos palestrantes na FAPESP Week Nebraska-Texas (foto: Heitor Shimizu/Agência FAPESP)
-
- 15/09/2017 - Em solenidade alusiva aos 30 anos do acidente com césio-137, servidores e ex-servidores da Cnen foram homenageados pela Câmara Municipal de GoiâniaFonte: AbenO diretor do Centro Regional de Ciências Nucleares do Centro-Oeste (CRCN-CO), Rugles César Barbosa, o chefe da Divisão de Rejeitos Radioativos (Direj) da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), Walter Mendes Ferreira, o ex-presidente da Cnen Rex Nazaré Alves e o ex-servidor da instituição Luiz Hiroshi Sakamoto foram homenageados na noite de quarta-feira (13/09) pela Câmara Municipal de Goiânia, cidade onde ocorreu o acidente com césio-137 em setembro de 1987. Em sessão especial do legislativo municipal, denominada "Não Podemos Esquecer: césio-137 - 30 Anos Depois", eles receberam diplomas de honra ao mérito, documento que registrou um agradecimento da cidade pela "generosidade e destacada atuação" nas ações relativas ao acidente com césio-137.
Walter Ferreira é físico e foi o responsável por identificar a ocorrência do acidente com césio-137. Em setembro de 1987, ele estava em Goiânia quando foi levantada a suspeita de que estaria havendo uma contaminação com material radioativo. Com um equipamento que detecta radioatividade, ele confirmou a ocorrência do acidente e acionou as autoridades competentes, entre elas a Cnen, que imediatamente deslocou para a cidade uma grande equipe de técnicos especializados da área nuclear.
Nos meses seguintes, Walter Ferreira integrou as equipes que atuaram na identificação e primeiros atendimentos aos radioacidentados e também nas ações de remediação das áreas contaminadas pelo césio-137. Ele ingressou nos quadros da Cnen, onde atualmente chefia a Direj, setor responsável pelo gerenciamento dos rejeitos radioativos gerados em todo o país.
Na Câmara Municipal, Rugles César Barbosa, também recebeu um diploma de honra ao mérito, em reconhecimento pelos bons trabalhos prestados à comunidade local. Rugles Barbosa é o diretor do Centro Regional de Ciência Nucleares do Centro-Oeste (CRCN-CO), unidade da Cnen localizada em Abadia de Goiás, na região metropolitana de Goiânia, onde estão os depósitos com rejeitos radioativos oriundos do acidente com césio-137. Ele frisou que não participou das ações de atendimento a vítimas e recuperação das áreas afetadas em Goiânia e, portanto, considera a homenagem um reconhecimento a todos os servidores do CRCN-CO, pelo empenho e dedicação que sempre demonstraram.
O ex-servidor da Cnen Luis Hiroshi Sakamoto também recebeu diploma de honra ao mérito da Câmara Municipal. Ele atuou nas ações de descontaminação das áreas afetadas em Goiânia e na adequação do armazenamento dos rejeitos radioativos em Abadia de Goiás. Rex Nazaré Alves, ex-presidente da Cnen, também foi um dos selecionados para receber a homenagem, mas não pôde comparecer à solenidade. Ele presidia a Cnen em 1987, quando ocorreu o acidente radioativo.
Nesta mesma semana em que foi homenageado pela Câmara Municipal de Goiânia, Walter Ferreira também participou de outros eventos alusivos aos 30 anos do acidente. Na terça-feira (12/09), representou a Cnen em mesa redonda organizada pelo Memorial do Ministério Público Federal em Goiás, dentro da programação do evento denominado "Césio-137. 30 Anos do Acidente em Goiânia. Memórias e Reflexões".
O chefe da Direj/Cnen participou ainda da programação do Congresso Internacional de Bombeiros e Emergências (CIBE-BRAZIL), que ocorre de 13 a 15 de setembro, em Goiânia. No evento, proferiu uma palestra sobre o acidente e as lições aprendidas nestes últimos 30 anos. Além disso, foi um dos instrutores de um curso sobre noções de radioproteção em acidentes radiológicos, junto com Sandra Bellintani, servidora do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), unidade da Cnen em São Paulo. À época do acidente, Sandra também atuou nas ações de recuperação da cidade de Goiânia e atendimento aos radioacidentados, tendo um destacado papel nestas atividades.
-
- 12/09/2017 - Césio-137: Técnico que aparece em foto histórica é localizado 30 anos depois do acidente - Popular de GoiâniaMatias Puga Sanches participou da missão de recuperação das poucas lembranças que restaram da menina Leide das Neves
Matias Puga Sanches participou da missão de recuperação das poucas lembranças que restaram da menina Leide das Neves
Fonte: O Popular, Goiânia
Galtiery Rodrigues
O plano era ficar na Alemanha por mais um mês, curtindo férias, depois de concluir um curso de especialização, mas o chamado às pressas fez com que Matias Puga Sanches, hoje com 65 anos, deixasse tudo de lado e viesse parar em Goiânia. Hoje aposentado e morando em São Paulo, o ex-supervisor de Proteção Radiológica da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) é o técnico que aparece na foto veiculada na capa da edição do POPULAR do último domingo (10) vestindo roupas especiais e trabalhando na medição do cabeçote do aparelho de radioterapia que continha a cápsula de césio 137.Da Alemanha, ele foi para o quintal da casa da menina Leide das Neves, no Setor Norte Ferroviário, onde a foto foi registrada pelo fotógrafo Lailson Damásio. A garotinha se tornou a vítima-símbolo do acidente radiológico, falecendo em outubro de 1987 com apenas seis anos. Matias Puga participou da missão de recuperação das poucas lembranças que restaram da garota, antes que a casa fosse demolida e tudo virasse rejeito radioativo. "Aquele foi o momento mais crucial do nosso trabalho. Entramos na casa para resgatar fotos e a certidão de nascimento da menina, a pedido da família”, relembra Matias.
A mãe da garota, a dona de casa Lourdes das Neves Ferreira, hoje com 65 anos, receberia emocionada dias depois, das mãos da pesquisadora Sandra Bellintani, que era quem acompanhava Matias na missão, as únicas fotos da filha, que hoje são mantidas em quadros e guardadas em casa. A função dele era medir os níveis de radiação para abrir o caminho e garantir a segurança da entrada no local. "Aquele cabeçote já não tinha mais material (césio)”, conta, mas a cautela era necessária, pois o lote estava entre os principais pontos de contaminação.
Damásio, que trabalhava para O POPULAR e tinha 22 anos na época, lembra que, no momento da foto, eram muitos os curiosos, vizinhos e profissionais da imprensa em volta do local. "Ele (Matias) ficava gritando e pedindo para a gente se afastar.” O fotógrafo estava a 50 metros do técnico da CNEN, mas não chegou a trocar palavras com ele. "Estou surpreso em saber que ele ainda está vivo e jamais imaginei que aquela foto seria marcante, histórica”, diz. Matias tinha 35 anos em 1987, e chegou a Goiânia no início de outubro onde ficou até o dia 20 de dezembro daquele ano.
Casa foi demolida sem precisar
O trabalho dos técnicos que ajudaram no processo de descontaminação dos locais
atingidos pelo césio 137, há 30 anos, era "acompanhado” de perto pela comoção e pelo temor da população. O ex-supervisor de Proteção Radiológica da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Matias Puga Sanches, que ficou em Goiânia por mais de dois meses realizando o trabalho, conta que uma residência chegou a ser demolida sem necessidade por causa do medo da proprietária de voltar a entrar no local.
A casa ficava ao lado do lote onde morava a família da menina Leide das Neves, uma das mais conhecidas vítimas do acidente, que morreu em outubro de 1987. O imóvel foi considerado um dos principais focos de contaminação na época, causando forte inquietação na vizinhança.
"A proprietária disse que não entraria mais na casa e não restou outra alternativa, diante da resistência da família, a não ser a demolição.”
Césio no corpo
O técnico não saiu totalmente ileso do trabalho. Ele se recorda de que era época de muitas frutas em Goiânia e os pés carregados de goiabas eram um convite para comê-las. "Por ação do vento, o material (radioativo) ficou em suspensão no ar e, por consequência, acabava ficando nessas frutas. Nas nossas medições encontramos césio no meu corpo”, relata. A quantidade, no entanto, segundo ele, estava em níveis seguros e insuficientes para gerar qualquer doença.
O hábito de comer frutas de árvores próximas aos locais contaminados foi, inclusive, uma forma encontrada pelos técnicos de desmistificar os medos e tranquilizar as pessoas. Alguns chegaram até a participar de uma partida de futebol no antigo Estádio Olímpico, onde foi feito o monitoramento inicial da população
-
- 06/09/2017 - Qual foi a bomba que a Coreia do Norte explodiu?No último domingo (3), o governo norte-coreano anunciou ter testado com sucesso uma bomba de hidrogênio. Mas há controvérsias sobre o tipo de arma que de fato foi testado.
No último domingo (3), o governo norte-coreano anunciou ter testado com sucesso uma bomba de hidrogênio. Mas há controvérsias sobre o tipo de arma que de fato foi testado.
Fonte: Revista ÉpocaA Coreia do Norte fez seis testes nucleares desde 2006. O último deles ocorreu no domingo (3). Segundo o governo do país, trata-se de uma bomba de hidrogênio, uma arma nuclear com grande capacidade de destruição. Num teste de janeiro de 2016, a Coreia do Norte também afirmou ter explodido uma bomba de hidrogênio. Mas alguns especialistas em energia nuclear desconfiam que o país tenha de fato desenvolvido uma bomba desse porte. Parte deles defende que a arma detonada foi uma bomba atômica turbinada. ÉPOCA entrevistou o pesquisador do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IpenCenen-SP, USP) Luís Antônio Albiac Terremoto para esclarecer as dúvidas em torno do teste nuclear pela Coreia do Norte.
O que é uma arma nuclear?
É todo dispositivo com fins bélicos que usa uma reação nuclear para obter liberação de grande quantidade de energia em intervalos de tempo extremamente curtos. Existem dois tipos de reações nucleares usados nessa arma: a fissão nuclear e a fusão nuclear. A fissão nuclear é a divisão de núcleos dos elementos químicos urânio e plutônio. A fusão nuclear é o mesmo tipo de reação nuclear que ocorre no Sol. Na fusão que ocorre em uma arma nuclear, a forma mais comum de reação é a fusão de núcleos de dois tipos de hidrogênio, deutério e trítio, em átomos de hélio.
Qual é a diferença entre bomba atômica, bomba atômica turbinada e bomba de hidrogênio?
A bomba atômica usa a fissão nuclear para obter energia. Sendo 1 quiloton o equivalente a 1.000 toneladas do explosivo TNT (trinitrotolueno), uma bomba atômica libera, geralmente, até algumas dezenas de quilotons. Para ter ideia da dimensão das explosões, a arma que destruiu Hiroshima em 1945 tinha 15 quilotons. Alguns especialistas estimam que o teste do último final de semana na Coreia do Norte liberou cerca de 100 quilotons. Uma bomba atômica turbinada usa um arranjo semelhante ao da bomba atômica tradicional, com uma diferença: coloca-se um composto de deutério e lítio no centro da bomba que é submetido a uma fusão nuclear. Por causa desse mecanismo, a bomba acaba liberando mais energia que pode ir de algumas dezenas a centenas de quilotons. Esse tipo de fusão é desencadeado diretamente pela fissão nuclear dos átomos de urânio e plutônio. Já uma bomba de hidrogênio é mais complexa e usa dois estágios de reação. Em um primeiro momento, ocorre a fissão nuclear. Depois, essa fissão é usada como "gatilho” para um segundo estágio, em que ocorre a fusão nuclear. Nesse caso, a fusão nuclear é desencadeada de forma indireta depois da detonação do primeiro estágio e libera ainda mais energia, podendo ir de centenas de quilotons a dezenas de megatons (1 megaton equivale a 1 milhão de toneladas de TNT). O tamanho de uma bomba de hidrogênio, em média, é três vezes maior que o de uma bomba atômica convencional e mede cerca de 1,5 metro de comprimento e 50 centímetros de largura.
O que é uma bomba termonuclear?
Uma bomba termonuclear é aquela que usa a fusão nuclear como fonte da maior parte da energia liberada. Existem dois tipos de bomba termonuclear: a bomba de hidrogênio e a bomba de nêutrons. Enquanto a bomba de hidrogênio é projetada para causar uma destruição generalizada, a bomba de nêutrons causa danos menores a construções e maiores aos seres vivos, devido à quantidade de radiação liberada.
Por que existem dúvidas quanto ao tipo de bomba testada na Coreia do Norte?
O problema na identificação do tipo de bomba está relacionado principalmente ao fato de o teste ter sido subterrâneo. Em um teste atmosférico, é possível detectar gases radioativos gerados na explosão que revelam o tipo da bomba. Num teste subterrâneo, essa análise é mais difícil e pode ser feita apenas se houver vazamento dos produtos das reações nucleares. Além disso, os abalos sísmicos gerados na região da explosão não são fonte de informação confiável para descobrir que tipo de bomba foi detonado. A depender das características do solo da região, a forma como a bomba foi colocada antes da detonação também interfere na intensidade dos tremores. Em geral, essas informações não são divulgadas pelo país que realizou o teste nuclear.
É possível que o teste nuclear do último final de semana tenha sido de uma bomba de hidrogênio?
O pesquisador do Ipen Luís Antônio Albiac Terremoto acredita que o teste realizado pela Coreia do Norte tenha sido de uma bomba de hidrogênio. Para chegar a essa conclusão, ele não se baseia apenas nesse último teste, já que não é possível identificar com certeza o tipo de bomba apenas a partir da última explosão. Ele analisou todos os cinco testes nucleares anteriores da Coreia do Norte e percebeu uma linha de desenvolvimento de tecnologia. Na escala de Richter, a bomba de outubro de 2006 causou um tremor de magnitude 4,1, a de maio de 2009 causou 4,5, a de fevereiro de 2013 e de janeiro de 2016 causaram 5,1, a de setembro de 2016 causou 5,3 e agora, em setembro de 2017, causou 6,3. Para o pesquisador, percebe-se que a Coreia do Norte está caminhando no desenvolvimento de uma bomba com dois estágios de reações nucleares e provavelmente conseguiu ter sucesso no teste de uma bomba de hidrogênio. "Para chegar a esse desenvolvimento com tão poucos testes, os norte-coreanos não estão trabalhando com amadores, mas sim com cientistas que provavelmente já têm uma experiência de trabalho direto com outros programas nucleares bélicos”, diz.
-
- 06/09/2017 - Cinza da cana-de-açúcar é transformada em sílica para indústrias - Jornal da USPProcesso converte resíduo em matéria-prima para tintas, pneus, revestimentos e desumidificantes
Processo converte resíduo em matéria-prima para tintas, pneus, revestimentos e desumidificantes
Fonte: Jornal da USP
A sílica gel e a nanosílica de alta pureza são dois materiais, na forma de um pó branco, com inúmeras aplicações na indústria, como tintas, pneus de carro, cerâmicas, revestimentos, filtros de água, agentes desumidificantes e desidratantes para alimentos e medicamentos. No entanto, a obtenção da sílica industrial a partir da areia pode causar impacto ambiental. Para reduzir os danos ao meio ambiente, em uma pesquisa realizada no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), associado à USP, foi desenvolvida técnica para obter sílica a partir das cinzas de biomassa de cana-de-açúcar, o que também agrega valor a um resíduo hoje gerado em grande quantidade pela indústria sucro-alcooleira.
O projeto intituladoProdução de Sílica Gel e Nanosílica de Alta Pureza a partir de Cinzas da Biomassa de Cana-de-Açúcar com Alto Potencial de Comercializaçãorecebeu o Prêmio Kurt Politzer de Tecnologia 2016, oferecido pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), na categoria Pesquisador. "A sílica produzida pela indústria é extraída da areia por meio de um processo que usa temperaturas superiores a 1.000 graus Celsius”, afirma a química e professora Denise Alves Fungaro, que coordenou a pesquisa. "Além de retirar a areia do meio ambiente, degradando um recurso natural, o processo industrial exige um grande gasto de energia.”
As cinzas de biomassa de cana-de-açúcar são produzidas na queima do bagaço, um resíduo da produção de açúcar e álcool, que deve ser disposto no meio ambiente de forma controlada. "Normalmente, o bagaço é queimado para gerar energia nas usinas, só que as cinzas que sobram do processo não são reaproveitadas para produção de produtos, sendo colocadas no solo com outros resíduos industriais, como a torta e o vinhoto”, aponta a química. "A princípio, essa utilização dos resíduos funcionaria como fertilizante para o solo, mas as cinzas possuem nutrientes escassos com baixa dissolução, não sendo muito eficientes para essa função. Além disso, a toxicidade do resíduo também não é avaliada.”
O interesse em estudar a obtenção de sílica das cinzas do bagaço de cana veio da experiência do grupo de pesquisa do Ipen com cinzas de carvão mineral, um resíduo que pode ser transformado em materiais com alto valor agregado, por ser fonte de sílica e alumina. "Estudos relatados na literatura apontaram que as cinzas de biomassa de cana-de-açúcar possuem, no mínimo, 60% de sílica. Esse fato, aliado à grande produção de cana-de-açúcar no Brasil, gerando esse resíduo muito abundante e não aproveitado, deu início a essa linha de pesquisa”, conta Denise. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a estimativa de produção para a safra 2016/2017 era de 684,77 milhões de toneladas de cana. Cada tonelada gera de 250 a 270 quilos (kg) de bagaço, cuja queima com as palhas e pontas (mais 200 kg por tonelada) resulta em 1% a 4% de cinzas.
Pureza
No processo desenvolvido na pesquisa, as cinzas primeiro são submetidas à fusão com hidróxido de sódio a 500° C. "Em seguida, para obtenção da sílica em pó, a mistura fundida passa por um refluxo de água até que todo o silicato de sódio esteja dissolvido e por fim é adicionado um ácido para precipitar a sílica”, relata a química. "Ao final, são obtidas sílica gel e nanosílica de alta pureza (acima de 99%), dois produtos com granulometria diferente, na forma de pó de cor branca, condição necessária para o seu aproveitamento pela indústria.”
Além do aproveitamento do resíduo, a técnica para obtenção da sílica utiliza uma fonte renovável (a biomassa dacana) como matéria-prima. "Como a fusão é feita a uma temperatura mais baixa do que no processo industrial tradicional, há um menor gasto de energia, além de otimizar o consumo de água”, ressalta Denise. "Também não é preciso dispor de aterros para o descarte adequado do resíduo.”
Após a premiação, a técnica desenvolvida teve a patente depositada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). "A nanosílica é um material com grande potencial de comercialização devido às suas diversas aplicações industriais”, observa Denise. "A ideia é fazer com que o processo seja conhecido e adotado por empresas, em especial as indústrias do setor sucro-alcooleiro.”
O prêmio, oferecido pela Abiquim, tem como objetivo principal estimular a pesquisa e a inovação na área química no âmbito nacional, reconhecendo projetos de inovação tecnológica na área de química que demonstrem a inventividade e a criatividade de empresas e pesquisadores. A pesquisa teve a participação das pós-doutorandas do Ipen, cuja pós-graduação é vinculada à USP, professoras Luciana Cavalcanti de Azevedo e Suzimara Rovani. A professora Denise foi indicada pelo reitor Marco Antonio Zago para compor o Conselho Deliberativo do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP a partir de setembro.
-
- 05/09/2017 - Pesquisadora da USP avalia os riscos do uso da chapinha nos cabelos - Diário OficialAplicá-la em temperaturaa partir de 200ºC provoca início da perda de queratina, o que compromete a força e a elasticidade dos cabelos
Aplicá-la em temperaturaa partir de 200ºC provoca início da perda de queratina, o que compromete a força e a elasticidade dos cabelos
Fonte: Diário Oficial do Poder Executivo - Estado de S. Paulo
A mulher que tinge seus cabelos, em geral, gosta de escová-los e finalizá--los com a popular chapinha, pois o resultado é uma madeixa lisa e brilhante. No entanto, a pesquisadora Cibele Rosana Ribeiro de Castro Lima avaliou os malefícios do uso de equipamentos térmicos (prancha e secador) nos fios e recomenda alguns cuidados indispensáveis para garantir a saúde capilar.
Sua pesquisa integra a tese de doutorado na Universidade de São Paulo (USP) e inclui mechas virgens de cabelos das seguintes etnias: oriental, caucasiano, afro e brasileiro. O oriental é proveniente de pessoas do Japão, China e Coreia(fio liso em toda a extensão e o mais resistente entre todas as etnias). O caucasiano tem ancestralidade europeia(fio levemente ondulado e de cor castanho-escura). O fio afro foi coletado de pessoa de origem africanae é considerado o mais frágil entre todos os analisados. A pesquisadora diz que esse tipo de cabelo é o demenor resistência ao estiramento e quebra mais facilmente ao ser penteado. A mecha brasileira analisadaé lisa, levemente ondulada e de cor castanho-escura.
"Na primeira parte do trabalho, queria ver o comportamento térmico das mechas virgens submetidas à alta temperatura”, informa a pesquisadora. Ela observa que, após lavar e secar os fios, os tipos caucasiano e oriental apresentaram comprometimento da queratina quando o dispositivo térmico alcançou 236ºC de temperatura. No crespo, o mesmo dano foi observado quando o aparelho chegou a 223ºC.
Irreversíveis
"Diante de temperaturas muito altas, verificamos que os prejuízos aos cabelos foram irreversíveis. Isso significa queo calor excessivo aumenta a porosidade dos fios, danifica a cutícula (parte superficial) e o córtex (estrutura interna, onde é armazenada a queratina, responsável pela força e elasticidade dos fios)”, comenta. Com a temperatura a partir de 200ºC, segundo Cibele, inicia-se o processo de degradação da queratina, o qual atinge sua plenitude nos fiosafros a 223ºC; e entre os caucasianos e orientais, a 236ºC.
No dia a dia, o estrago do cabelo é proporcional ao grau da temperatura ou ao tempo de permanência da prancha em contato com os fios, alerta. No mercado, há chapinhas que atingem 150ºC ou acima de 300ºC para uso profissional.
"Ao utilizá-la em casa, atente à temperatura, que não deve ultrapassar 200ºC. O uso incorreto causa danos microscópicos aos fios, os quais somente são notados a longo prazo, quando eles começam a ficar quebradiços”,avisa a pesquisadora. Outra recomendação é nunca aplicar a prancha com os cabelos molhados, para evitar o comprometimento da queratina em temperatura inferior a 200ºC.
De cerâmica
A especialista ensina que, para prevenir problema capilar irreversível, é necessário utilizar creme protetor térmico específico para cada tipo de cabelo antes de iniciar a escovação e, sobretudo, não pressionar a chapinha nos fios. Para Cibele, uma boa opção é adquirir o aparelho de cerâmica o qual mantém a temperatura estável.
"Antigamente, era comum a fabricação de chapinha de aço, que não oferecia estabilidade e queimava o cabelo”, informa. "O ideal é que o aparelho deslize nos fios em mechas pequenas. A chapinha não é prejudicial se for usada de forma adequada”, esclarece. Como não há tratamento para recuperar os fios que perderam a queratina, a única saída é cortar os cabelos em toda a extensão comprometida.
Se preferir ir ao salão de beleza, ela destaca a importância de identificar um profissional confiável, apto a fazer a escovação na temperatura e forma apropriadas, para garantir a saúde das madeixas.
Cibele também comparou mechas virgens submetidas a dispositivos térmicos em relação a outras que passaram por descoloração e, depois, a mesma técnica de aquecimento. Ela notou que os prejuízos causados por esses aparelhos afetam todos os tipos de cabelos, que se tornam mais fragilizados, porosos e sem uniformidade. "Após a descoloração,os cabelos ficam mais porosos, pois o processo químico elimina parte da cutícula e outros componentes vitais do cabelo, como proteínas, por exemplo”, explica.
Liso, perfeito
Escova progressiva e botox, que prometem o liso perfeito, podem ser prejudiciais por causa da aplicação de produtos químicos associados ao uso da chapinha, geralmente, em elevadas tempera turas, alerta. Nessa mesma pesquisa, Cibele quis saber o efeito da descoloração seguida de alisamento por chapinha em cabelos com características brasileiras. O resultado foi ainda pior. Segundo a pesquisadora, o cabelo descolorido ficou extremamente frágil, mais poroso e as cutículas abriram. Em contato com o calor intenso do aparelho, houve mais perda de queratina do que em comparaçãoaos cabelos virgens.
A pesquisadora afirma que os protetores térmicos disponíveis no mercado são eficazes se a chapinha for usada corretamente. No estudo de proteção térmica, foram testados dois produtos: um condicionador leave-on (que não recomenda enxágue após a aplicação) e uma mistura de silicone. Como resultado, o cabelo descolorido respondeu melhor ao silicone, e o virgem, ao leave-on.
Cibele explica que isso ocorreu porque o silicone forma um filme em volta da cutícula, impedindo que o calor danifique a parte interior do fio. Enquanto o leave-on, por ter bastante água em sua composição (cerca de 60% a 70%), penetra no fio com mais facilidade, sem se fixar na superfície do cabelo.
Nas mechas de cabelos virgens, por serem mais uniformes, o leave-on permaneceu nas camadas externas, o que não ocorreu com os descoloridos. É importante, também, a escolha adequada do cosmético e "seu nível de proteçãodependerá da composição química, do tipo de produto e do estado em que os cabelos se encontram”.
A pesquisa foi realizada durante um ano nos laboratórios do Instituto de Química (IQ) da USP, em parceria com a Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) e o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), com a orientação do professor Jivaldo do Rosário Matos, do IQ da USP, e cooperação da professora Luci Brocardo Machado, do Ipen.
Viviane GomesImprensa Oficial – Conteúdo EditorialJornal da USP
Clique sobre a imagem para ler a versão PDF
-
- 03/09/2017 - Césio 137: o mais grave acidente radioativo do Brasil completa 30 anosSubstância radioativa se espalhou por Goiânia e ocasionou quatro mortes, além de deixar mais de mil afetados e um trauma que jamais será esquecido.
Substância radioativa se espalhou por Goiânia e ocasionou quatro mortes, além de deixar mais de mil afetados e um trauma que jamais será esquecido.
Fonte: Fantástico - TV Globo
O mais grave acidente radioativo do Brasil completa 30 anos, e o Fantástico volta ao cenário da tragédia do césio 137, em Goiânia. Hoje, no local, há um terreno concretado, mas, na época, funcionava um ferro velho, onde dois funcionários romperam um equipamento de radioterapia. A substância radioativa se espalhou pela cidade e ocasionou quatro mortes, além de deixar mais de mil pessoas afetadas pela radiação e um trauma que não será esquecido.
Na reportagem especial você vê fotos inéditas da época e o depoimento exclusivo de um dos condenados. Pela primeira vez, o físico responsável pelo aparelho de radioterapia apresenta sua versão sobre o acidente. O programa também vai ao depósito do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, onde até hoje está o lixo atômico, e mostra o que mudou nas regras de descarte de equipamentos hospitalares.
Link para a matéria no site do G1:
http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2017/09/cesio-137-o-mais-grave-acidente-radioativo-do-brasil-completa-30-anos.html
(Foram entrevistados, no IPEN, Francisco Biazini, Sandra Bellintani e José Cláudio Dellamano).
-
- 12/07/2017 - Centro de inovação da USP capacitará startups em parceria com a Samsung - FolhaFonte: Folha de S. PauloO Cietec (Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia), entidade gestora da Incubadora de Base tecnológica do IPEN (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares) da USP, foi escolhido pelo terceiro ano consecutivo para ser uma das incubadoras participantes do Programa de Promoção da Economia Criativa.
O programa, uma parceria entre a Samsung, Anprotec (Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores) e a CCEI Daegu (Centro de Economia Criativa e Inovação, da Coreia do Sul), tem como objetivo estimular e apoiar o desenvolvimento e a aceleração de empreendimentos que tenham base tecnológica e que atuem em áreas de interesse da Samsung. Nestes três anos de participação, o Cietec incubou cinco empresas, sendo duas internas e três externas.
"Participar de um programa como esse é muito importante, pois estamos vendo crescer no país uma cultura de inovação" explica Sérgio Risola, diretor-executivo do Cietec. "Estamos felizes de participar pelo terceiro ano consecutivo da iniciativa e já estamos vendo ótimos resultados nas empresas incubadas em anos anteriores".
Ingresso e seleção
Para ingressar na Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de São Paulo USP/IPEN - Cietec, as empresas que atuam nas áreas de interesse do Programa devem se inscrever até o dia 20 de agosto pelo portal da Anprotec. Na segunda etapa as propostas serão avaliadas por uma banca especializada, formada por Samsung, Anprotec e as incubadoras selecionadas.
A seleção final premiará até 20 startups com um valor que pode chegar a R$ 250 mil por empreendimento. Além disso, as empresas selecionadas terão à disposição toda a infraestrutura da incubadora e acesso a treinamentos, assessorias e redes de investidores.
-
- 12/07/2017 - Centro de inovação da USP capacitará startups em parceria com a Samsung - Site RicMaisFonte: Site RicMais
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Cietec (Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia), entidade gestora da Incubadora de Base tecnológica do IPEN (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares) da USP, foi escolhido pelo terceiro ano consecutivo para ser uma das incubadoras participantes do Programa de Promoção da Economia Criativa.O programa, uma parceria entre a Samsung, Anprotec (Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores) e a CCEI Daegu (Centro de Economia Criativa e Inovação, da Coreia do Sul), tem como objetivo estimular e apoiar o desenvolvimento e a aceleração de empreendimentos que tenham base tecnológica e que atuem em áreas de interesse da Samsung. Nestes três anos de participação, o Cietec incubou cinco empresas, sendo duas internas e três externas.
"Participar de um programa como esse é muito importante, pois estamos vendo crescer no país uma cultura de inovação" explica Sérgio Risola, diretor-executivo do Cietec. "Estamos felizes de participar pelo terceiro ano consecutivo da iniciativa e já estamos vendo ótimos resultados nas empresas incubadas em anos anteriores".
INGRESSO E SELEÇÃO
Para ingressar na Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de São Paulo USP/IPEN - Cietec, as empresas que atuam nas áreas de interesse do Programa devem se inscrever até o dia 20 de agosto pelo portal da Anprotec. Na segunda etapa, as propostas serão avaliadas por uma banca especializada, formada por Samsung, Anprotec e as incubadoras selecionadas.
A seleção final premiará até 20 startups com um valor que pode chegar a R$ 250 mil por empreendimento. Além disso, as empresas selecionadas terão à disposição toda a infraestrutura da incubadora e acesso a treinamentos, assessorias e redes de investidores.
-
- 11/07/2017 - Revista Superinteressante em visita ao Reator IEA-R1O vídeo documentando a visita de equipe da Revista Superinteressante ao Reator IEA-R1 encontra-se no perfil da revista no Facebook
O vídeo documentando a visita de equipe da Revista Superinteressante ao Reator IEA-R1 encontra-se no perfil da revista no Facebook
Fonte: Revista Superinteressante
O jornalista Bruno Garattoni e o cinegrafista Thiago Akira Almeida visitaram o Reator Nuclear para Pesquisa IEA-R1 em 11 de julho de 2017. O operador de Reator Julio Tondin recepcionou-os no Centro do Reator de Pesquisa (CRPq) do IPEN. O resultado da visita encontra-se documentado em vídeo publicado no perfil da Revista Superinteressante no Facebook. -
- 04/07/2017 - Bressiani assume Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento da CNENFonte: Site CNEN
José Carlos Bressiani foi empossado, na manhã desta terça-feira (4/7), no cargo de diretor da Diretoria Pesquisa e Desenvolvimento (DPD)da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). A cerimônia de posse foi realizadana sede da instituição, no Rio de Janeiro, com a presença do presidente da CNEN, Paulo Roberto Pertusi, além dos demais membros da direção. Dentre inúmeros cargos de relevância, Bressiani foi diretor doInstituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares – Ipen/CNEN,de 2012 a 2017.Bressiani é engenheiro de materiais pela Universidade Federal de São Carlos, mestre pelo Ipen, doutor pelo Instituto Max-Planck/Universidade de Stuttgart – Alemanha e pesquisador do Ipen/CNEN desde 1975. É coordenador de vários projetos de pesquisa financiados por FINEP, CNPq, PADCT, CAPES e FAPESP. Dentre eles, três são de cooperação internacional, sendo dois com instituições alemãs e um envolvendo instituições do Canadá e da Argentina. Bressiani atuou como orientador de 16 dissertações de mestrado e 18 teses de doutorado, é autor/co-autor de mais de 370 trabalhos científicos (revistas, capítulos de livros e anais), foi membro de diversos conselhos técnicos, de conselhos universitários e de comissão de pós-graduação.
-
- 29/06/2017 - CDMF teve trabalho premiado no 61º Congresso Brasileiro de Cerâmica 2017Prof. Dr. Reginaldo Muccillo orienta pesquisadora com trabalho premiado no 61 CBC
Prof. Dr. Reginaldo Muccillo orienta pesquisadora com trabalho premiado no 61 CBC
Fonte: Site CDMF
Daniela Caceta
O trabalho "Propriedades físicas de compósitos de céria-samária/carbonatos fundidos para aplicação como membranas para separação de CO2” da bolsista de pós-doutorado/CNPq, Dra. Tatiane Cristina Porfírio, apresentado no 61 Congresso Brasileiro de Cerâmica em Gramado (RS), foi premiado como a melhor contribuição do congresso, o evento contou com mais de 400 participantes no 4 a 7 de Junho de 2017.
ApresentadoraTatiane Cristina PorfirioAutores(Instituição)Porfirio, T.C.(Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares);
Muccillo, R.(Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares)ResumoQuestões ambientais como efeito estufa, emissões de CO2, aquecimento global e alterações climáticas têm impulsionado pesquisas no desenvolvimento de tecnologias para redução dos níveis de dióxido de carbono na atmosfera provenientes da queima de combustíveis fósseis. Uma das soluções mais investigadas nos últimos anos é a captura de CO2 através de membranas inorgânicas compósitas com condução iônica. As membranas são constituídas de uma fase sólida que serve de suporte para uma fase líquida composta de uma mistura eutética de carbonatos alcalinos. Neste trabalho, a fase cerâmica constituída por uma estrutura porosa de céria-samária, foi preparada com frações volumétricas entre 0 e 50% de fluoreto de lítio – LiF como formador de poros. A consolidação foi feita por aquecimento até próximo do ponto de fusão de LiF para formar uma fase líquida, seguida por sua eliminação por capilaridade sob aquecimento a 1500°C, promovendo a porosidade intergranular e a densificação da estrutura esqueletal. A densidade aparente foi avaliada pelo método de Arquimedes, a distribuição de poros por microscopia eletrônica de varredura e as propriedades elétricas por espectroscopia de impedância eletroquímica na faixa de frequência de 5 Hz – 13 MHz e temperaturas de 250 a 500°C. Os principais resultados mostram elevada densidade esqueletal e que as propriedades elétricas do eletrólito são fortemente afetadas pela fração de poros presentes na cerâmica. A membrana compósita para separação de dióxido de carbono foi formada a partir da impregnação dos poros com uma mistura eutética de carbonatos de lítio e potássio – (LiK)2CO3 – a alta temperatura, sob vácuo. O aumento da condutividade total foi verificado por espectroscopia de impedância entre 250 e 850°C. A percolação dos carbonatos fundidos entre os poros da cerâmica foi verificada por microscopia eletrônica de varredura e microscopia de varredura por sonda.
-
- 27/06/2017 - Você sabia que existe um reator nuclear dentro da USP? - Jornal da USPConheça o IEA-R1, reator de pesquisa do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares - Reportagem da TV USP
Conheça o IEA-R1, reator de pesquisa do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares - Reportagem da TV USP
Fonte: Jornal da USP
Quem entra na Cidade Universitáriapela portaria 3 pode nem se dar conta, mas estará passando bem próximo de um reator nuclear. Ele fica no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, o Ipen, entidade associada à USP que ocupa uma área de 500mil m² do campus do Butantã.
Um reator nuclear é um sistema capaz de controlar a reação nuclear – caso contrário, essa reação, chamada também de fissão nuclear, liberaria uma quantidade imensa de energia, como acontece na explosão de bombas atômicas. E se engana quem pensa quea aplicação de um reator como esse é apenas para aobtenção de energia: a indústria e a medicina também podem se beneficiar dessas reações que acontecem no átomo.
Estas duas áreas são justamente o foco do IEA-R1, como é chamado o reator do Ipen. Trata-se de um reator de pesquisa tipo piscinaque utiliza água leve como moderador. Isso significa que a água leve é o elemento utilizado para reduzir a velocidade dos nêutrons liberados no processo de fissão.
Frederico Antonio Genezini é gerente do Centro do Reator Nuclear de Pesquisa (CRPq), área responsável pela operação e utilização do IEA-R1, e fala sobre as principais características do reator:
Visitas ao Ipen devem ser agendadas pelo e-mailpergunta@ipen.br. São aceitos grupos de 8 a 18 pessoas, com idade mínima de 18 anos. As visitas ocorrem às terças e quartas, no período da manhã. Mais informações sobre o Ipen nosite do instituto.