Ipen na Mídia
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- 29/11/2018 - Exemplo a ser seguido - Editorial Estado de S. PauloNo ensino e na tecnologia, País precisa de gestão técnica e eficiente, não de diretrizes morais ou religiosas
No ensino e na tecnologia, País precisa de gestão técnica e eficiente, não de diretrizes morais ou religiosas
Fonte: Estado de S. Paulo
O relatório de 2017 das atividades da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) dá a dimensão exata da revolução que pode ocorrer quando as decisões governamentais em matéria de ensino e pesquisa são pensadas não em termos ideológicos ou eleiçoeiros, mas em nome do interesse público. Divulgado pela revista Pesquisa, o relatório informa que a agência investiu R$ 1,05 bilhão em 26 mil projetos de pesquisa científica e tecnológica no ano passado. Apesar de esse total ter ficado abaixo do que foi investido em 2016, a Fapesp conseguiu em 2017, sem comprometer o apoio às atividades tradicionais, como financiamento de bolsas de estudo, aumentar o apoio às novas propostas apresentadas pela comunidade científica.Uma delas é a Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe), que foi criada para ampliar o grau de inovação das pequenas empresas, com a colaboração das universidades. Criado há 20 anos, o programa teve, em 2017, o maior número de auxílios de sua história. Foram 269 projetos, cerca de 18% a mais do que em 2016. Em suas duas décadas de existência, ele apoiou projetos em 1.244 pequenas empresas sediadas em 132 cidades paulistas, formando empreendedores capazes de criar negócios sustentáveis e competitivos.
Outra iniciativa, também baseada em parcerias entre universidades e empresas, foi a aprovação de dois Centros de Pesquisa em Engenharia, um envolvendo a Unicamp e a Embrapa, no campo de mudanças climáticas, e o outro envolvendo a USP, a Unicamp, o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares e a Shell, no desenvolvimento de fontes renováveis de energia. Ao todo, a agência financia sete centros, que buscam inovações em áreas que vão de estudos sobre alvos moleculares contra doenças respiratórias a engenharia de manufatura avançada. Cada R$ 1 investido pela Fapesp envolve R$ 1 da empresa financiada e R$ 2 das universidades em que os centros estão localizados.
O relatório apresenta um balanço do sistema de ciência e tecnologia do Estado, integrado por 15 mil empresas inovadoras, 6 universidades públicas, 65 faculdades de tecnologia, 34 institutos públicos de pesquisa e 21 institutos privados. Esse sistema, para cujo desenvolvimento o papel da agência foi fundamental, responde por 30% das patentes depositadas no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual.
Nas atividades classificadas como regulares, a Fapesp investiu R$ 429 milhões em 14 mil bolsas de iniciação científica, mestrado, doutorado e pós-doutorado. Desse total, 76% foram destinados a bolsas no País e 24%, a bolsas no exterior. Com o objetivo de estimular a internacionalização das atividades de inovação e pesquisa, a Fapesp também concedeu 904 bolsas de estágio em pesquisa no exterior. Desse total, 480 bolsas financiaram estágios na Europa e 357, nos Estados. Por área do conhecimento, a Fapesp priorizou as ciências da vida, as ciências exatas e engenharia, que receberam 77% dos desembolsos.
Criada em 1960 para financiar a pós-graduação, apoiar o avanço do conhecimento e dar suporte à infraestrutura de pesquisa, a Fapesp recebe 1% da receita tributária do Estado, por determinação da Constituição estadual de 1989, e também pode fazer acordos e convênios com agências e empresas. Mantém, ainda, recursos patrimoniais investidos, cujo retorno financia parte de suas atividades. Por sempre ter privilegiado o princípio do mérito e fechado as portas a pressões políticas e ideológicas, a Fapesp cumpre de modo exemplar o papel para o qual foi criada, o que a tornou uma instituição respeitada mundialmente.
Nesse momento em que o País precisa de educação de qualidade, tecnologia de ponta e capital humano para a passagem a níveis mais sofisticados de produção, os valores institucionais da Fapesp devem servir de exemplo para o governo que assumirá os destinos do Brasil dentro de um mês. O que o País precisa, na área do ensino e tecnologia, é de uma gestão técnica e eficiente, como a que impera na Fapesp, e não de diretrizes morais ou religiosas.
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- 26/11/2018 - Cerimônia e premiação da ABDAN no Rio refletiu momentos de otimismo do setor nuclear para o próximo anoFonte: Site Petronotícias
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br)
O setor nuclear se reuniu em peso nesta segunda-feira (26) no Rio de Janeiro, durante o "2º Prêmio de Reconhecimento Nuclear 2018”. A cerimônia homenageou quatro importantes figuras do setor: o Almirante Humberto Moraes Ruivo; o pesquisador Rex Nazaré; o diplomata Marcel Biato; e o engenheiro José Augusto Perrota. O evento, organizado pela Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (Abdan), também serviu de termômetro para este novo momento da indústria nuclear brasileira. Nas rodas de conversa, o otimismo quanto ao novo governo e também os avanços conquistados ao longo de 2018 foram os assuntos mais comentados. A expectativa para 2019, portanto, é positiva.
Nesse sentido, o presidente da Abdan, Celso Cunha, destacou em seu discurso que um novo olhar começou a ser desenhado no Brasil sobre o setor nuclear, especialmente após o realinhamento da tarifa de Angra 3. "A conclusão dessa obra provocará uma onda de boas notícias para o setor nuclear e elétrico, como a geração de 9 mil empregos diretos e indiretos, além do aumento na arrecadação dos tributos, ajudando o Rio de Janeiro”, projetou. A construção do empreendimento está paralisada desde 2015.Contudo, ainda na visão de Cunha, ainda existem desafios que demandam certa urgência por parte do novo governo que assumirá o poder em janeiro. Um deles, evidentemente, é a renegociação da dívida da Eletronuclear com instituições financeiras. "Ainda precisamos que o PNDE 2027 e o PNE 2050 demonstrem de forma clara qual o papel que o novo governo reserva para a termo geração nuclear na matriz energética brasileira”, acrescentou.
Apesar do ano já se aproximar de seu fim, a Abdan ainda nutre uma expectativa de que a Modelagem do Estudo de Negócios para término da usina de Angra 3 seja definida peloComitê Gestor de Parceria Público-Privada. "Nós aguardamos ansiosamente a definição de mais este capítulo. Queremos que ele se encerre ainda em 2018”, pontuou o presidente da Abdan.
Ainda que os desafios existam, o sentimento do mercado, no geral, é positivo.Parte também deste otimismo em relação ao desenvolvimento nuclear passa, necessariamente, pelo RMB, que elevará o Brasil a outro patamar. O engenheiro José Augusto Perrota, um dos ganhadores do prêmio da Abdan neste ano, é o coordenador técnico do empreendimento.
Em sua fala, ele destacou a importância do projeto para o país. "Certamente, o RMB vai dar autonomia na produção de radiofármacos e contribuirá bastante no desenvolvimento científico e tecnológico do Brasil”.
O segundo homenageado foi o pesquisador Rex Nazaré, que hoje atua como assessor da presidência da Eletronuclear. Em sua trajetória de contribuição ao mercado nuclear, Nazaréacumula uma passagem de 35 anos na Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), onde foi Chefe de pesquisa da Carreira técnico-científica da instituição.
Em seu discurso, ele destacou também o papel da Abdan dentro do setor, já que a entidade tem colaborado para o debate a respeito dos benefícios da nuclear não apenas em termos de geração, mas também no aspecto social.
O terceiro homenageado do evento foi o diplomata Marcel Biato, que atualmente é Representante Permanente do Brasil junto à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Ele declarou que visão do exterior em relação ao Brasil tem se modificado. Os olhos do mundo para o país já são outros e cabe ao mercado aproveitar o momento de oportunidades. "A AIEA tem tem acesso a cursos, e redes de especialistas. Por isso, devemos trabalhar junto a agência. Meu papel é promover essa articulação. O Brasil está com uma nova perspectiva e a agência pode ser nossa aliada”, afirmou.
Por fim, o diretor da recém-criada Agência Naval de Segurança Nuclear e Qualidade, AlmiranteHumberto Moraes Ruivo, recebeu o prêmio e frisou o papel e contribuição da Abdan no que diz respeito ao desenvolvimento de novos talentos para a indústria nuclear brasileira. "Devemos reconhecer o esforço da Abdan para integrar o setor e também como ela ajuda a capacitar as novas gerações de profissional para vencermos os novos desafios que temos pela frente”, concluiu.
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- 21/11/2018 - Unidade móvel do IPEN levará inovação a empresas( Jornal da USP no Ar - Momento USP Inovação - Rádio USP)Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares tem o objetivo de aplicar tecnologia nuclear para fins pacíficos
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares tem o objetivo de aplicar tecnologia nuclear para fins pacíficos
Fonte: Jornal da USP no Rádio - Rádio USP
O Momento USP Inovação desta semana, com a participação de Verônica Lopes, da Agência USP de Inovação (Auspin), contou com a presença de Wilson Calvo,superintendente do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen). O órgão, que fica na Cidade Universitária, tem como objetivo coordenar aplicações da tecnologia nuclear para fins pacíficos como saúde, indústria, meio ambiente e agricultura e lançou recentemente um projeto de unidade móvel.Wilson conta que no Ipen há equipamentos, laboratórios, etc., que promovem o desenvolvimento de produtos e processos que vão para a sociedade. Mas havia o desejo de ter uma unidade que pudesse levar essa tecnologia até a indústria, para servir como demonstração. A unidade funciona como um laboratório móvel, que tem equipamentos analíticos e funciona com um acelerador de elétrons. Essa unidade vai até à empresa, que pode ser uma fabricante de tintas ou petroquímica, por exemplo, coleta efluentes, analisa e por fim aplica elétrons que vão degradar compostos orgânicos. "A gente consegue mostrar para a indústria que existem tecnologias alternativas ao invés de uma incineração ou de um processo convencional”, explica.
A logística deve funcionar tanto por meio do contato com empresas como Sabesp e Petrobras como através da divulgação, para que as empresas interessadas os procurem. Uma equipe técnica vai avaliar o problema a ser resolvido e em seguida a unidade se desloca. Depois, pode-se combinar com a empresa uma forma de prestação de serviço. Se a empresa se interessar, pode instalar seu próprio acelerador de elétrons com o Ipen.
O Ipen desenvolve trabalhos em áreas que beneficiam a sociedade. Um exemplo é o desenvolvimento de uma tecnologia de raio-x ou fótons que permite eliminar contaminação por fungos e insetos de obras de artes e esculturas em madeira, sem comprometer o valor histórico da obra. O superintende conta que já receberam esculturas em madeira do Mosteiro de São Bento, quadros de Portinari, da família Votorantim, Palácio dos Bandeirantes, Museu Afro Brasil, entre outros.
Na área médica, há o desenvolvimento de radiofármacos, materiais radioativos em quantidades bem pequenas que são ministrados no paciente para diagnóstico ou terapia de tratamento de câncer. "Com esse medicamento, às vezes você encontra tumores de 2, 3 milímetros, muito precoces.” E, na indústria alimentícia, as especiarias, como pimenta-do-reino e orégano, costumam ter uma quantidade de insetos e fungos, por serem produzidas no campo. "Para proteger a população e para que não faça parte do tempero, fazemos o processo de irradiação, que elimina insetos, reduz o fungo e permite que ele seja embalado e consumido”, afirma Wilson Calvo.
No dia 12 de dezembro, a partir das 9h, o Ipen estará de portas abertas. Toda a comunidade de servidores, alunos e parceiros poderão saber um pouco das atividades do instituto. Haverá espaços culturais contando a história do instituto, será possível conhecer o reator de pesquisa e haverá ainda um show de física e um trenzinho para as crianças conhecerem o campus, dentre outras atividades.
O Jornal da USP no Ar é uma parceria da Rádio USP, Faculdade de Medicina e Instituto de Estudos Avançados. Busca aprofundar temas da atualidade de maior repercussão, além de apresentar pesquisas, grupos de estudos e especialistas da Universidade de S. Paulo.
No ar de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 9h30, com apresentação de Roxane Ré.
Você pode sintonizar a Rádio USP em São Paulo FM 93,7, em Ribeirão Preto FM107,9 pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo do celular
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- 05/11/2018 - Oportunidades na área de segurança nuclear serão debatidas em workshop no IPENFonte: Defesa.TV
O Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear IPEN/USP promoverá, no período de 10 a 12 de dezembro , o Workshop Internacional "Career Opportunities for Graduates in Nuclear Security” (Oportunidades de Carreira para Graduados em Segurança Nuclear, em tradução livre). A realização é uma parceria entre IPEN, que organiza e sedia o encontro, Texas A&M University (Estados Unidos) e World Institute for Nuclear Security-WINS (Áustria), por meio do programa Partnership for Nuclear Security (PNS).
O objetivo do evento consiste em chamar a atenção, principalmente para novas gerações de profissionais e futuros membros da área nuclear, para os novos conceitos e oportunidades acadêmicas e técnicas na área de segurança nuclear, afirma Jorge Eduardo de Souza Sarkis, pesquisador do Centro de Lasers e Aplicações (CLA) e um dos coordenadores do workshop, junto a Delvonei Andrade, do Centro de Engenharia Nuclear (CEN) e Osvaldo Negrini, ex-diretor do Centro de Análises e Perícias da Polícia Científica do Estado de São Paulo e pesquisador associado do CLA.
Os interessados podem se inscrever e obter mais informações pelos e-mails jesarkis@ipen.br, delvonei@ipen.br e onegrini@ipen.br, dos professores Sarkis, Andrade e Negrini, respectivamente. São 60 vagas no total, porém, se houver mais candidatos, o evento, que é gratuito, será transmitido via web, possibilitando ao interessado acompanhar do seu computador. O período de inscrição é até 1º de dezembro. Para os alunos inscritos no Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear IPEN/USP que tenham presença mínima em 80% das palestras, será expedido um certificado IPEN/ Texas A& M /PNS.
Fonte: IPEN
Por Ana Paula Freire -
- 01/11/2018 - Usuários na BESSY II: NAFION, a talentosa membrana para células a combustível e impressão 4D (HZB Blog Science)Materiais de ionômero termoplásticos como Nafion têm muitos talentos: podem ser usados como membranas para troca de prótons em células de combustível, mas também atraíram a atenção como materiais de memória de forma: através de estímulos externos como calor ou um campo elétrico, é possível desencadeie uma mudança nas formas. Aplicações em têxteis, biomedicina, aeroespacial, sensores e revestimentos são possíveis.
Materiais de ionômero termoplásticos como Nafion têm muitos talentos: podem ser usados como membranas para troca de prótons em células de combustível, mas também atraíram a atenção como materiais de memória de forma: através de estímulos externos como calor ou um campo elétrico, é possível desencadeie uma mudança nas formas. Aplicações em têxteis, biomedicina, aeroespacial, sensores e revestimentos são possíveis.
Fonte: HBZ Blog Science (leia artigo no original)
Por Antonia Roetger
Nafion: uma membrana com memória de forma
Nafion é um desses materiais: como uma membrana em uma célula de combustível, sua alta condutividade de prótons permite uma passagem rápida de íons de hidrogênio (prótons).E sua forma interna desempenha um papel crucial.Agora, uma equipe do Brasil analisou no BESSY II quais processos ocorrem durante a transição de fase relevante de uma forma para outra.Isso pode até levar a materiais de impressão, que podem mudar de forma com o tempo, a chamada impressão 4D.
Topologia de Nafion revelando a estrutura da forma interna medida por microscopia de força atômica.
Via Email, me correspondi com o usuário BESSY-II Dr. Bruno Ribeiro de Matos, do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares - IPEN, São Paulo, Brasil.Ele fez muita pesquisa sobre Nafion e seu comportamento no BESSY II.Seus resultados são publicados em relatórios científicos, o periódico de acesso aberto da Nature.Aqui você pode ler a entrevista:
Dr. Ribeiro de Matos, em que tipo de materiais você está trabalhando e por quê?Bruno Ribeiro de Matos: Trabalhamos com polímeros que contêm íons, chamados polímeros ionoméricos.Várias empresas e grupos de pesquisa em todo o mundo desenvolveram polímeros contendo íons para diversas aplicações.Entre eles, células de combustível de eletrólito de polímero e impressão 4D, o que significa: Impressão de materiais que são capazes de mudar sua forma por um estímulo externo, como a temperatura.
O que você queria descobrir?
Bruno Ribeiro de Matos: Alguns ionômeros da família dos ionômeros de perfluorossulfonato (PIMs) exibem a mais alta condutividade conhecida entre os condutores sólidos de prótons. Mas ainda não entendemos por que essa alta condutividade é possível - quais são os mecanismos subjacentes, que permitem que esses íons pulem na matriz polimérica.Essa compreensão mais profunda poderia nos permitir projetar novos ionômeros de alto desempenho.Como você conseguiu obter mais informações sobre esses materais?
Bruno Ribeiro de Matos: Nosso grupo no IPEN está trabalhando em conjunto com pesquisadores do HZB, Dr. Lili Puskar e Dr. Ulrich Schade no BESSY II. Usamos dois métodos diferentes e combinamos os dados. Um deles é a espectroscopia de infravermelho distante (FIR), o outro método é a espectroscopia dielétrica de banda larga (BDS). Ambos fornecem informações sobre o ion-hopping entre diferentes escalas de comprimento da matriz de ionômetro. Nós estudamos nossas amostras em uma ampla gama de frequencias, de frequencias muito altas (~ 1012 - 1013Hz) para o infravermelho distante (FIR) em que os movimentos vibracionais de íons ocorrem, e dentro da faixa de baixa frequência ( ~ 10-2 - 107Hz - BDS) que reflete interações entre os movimentais de íons e a dinâmica da rede de polímeros.O que você esperava aprender com o experimento?
Bruno Ribeiro de Matos: Anteriormente, foi demonstrado que algumas propriedades intrigantes dos ionômeros estavam profundamente ligadas à chamada transição-a. Por exemplo, uma "memória de forma". A origem da transição-a , no entanto é obscurecida, uma vez que muitos processpos interdependentes ocorrem. Com o nosso experimento em BESSY II, encontramos uma conexão entre a forma dos blocos de construção do ionômero, a dinâmica da rede iônica e as propriedades mecânicas e de condução. Acreditamos que esta é uma regra prática para a seleção e desenvolvimento de materiais de ionômero de alto desempenho.Ao aquecer acima de 120 ° C, as hastes de Nafion-polímero se contraem e as ligações cruzadas iônicas são trocadas.Após aquecimento adicional> 140 ° C, as hastes tornam-se uma espécie de bobinas desarrumadas.Isso é reversível.
Quais resultados são realmente novos?Bruno Ribeiro de Matos: As medições FIR e BDS foram realizadas em condições não exploradas anteriormente. Houve uma correspondência muito boa entre as medições FIR e BDS, em que a primeira indicou o comportamento térmico das interações eletrostáticas entre grupos iônicos agregados, e a última mostrou que a forma de tais agregados iônicos transita de uma forma semelhante a haste para uma conformação espiralada. Isso acontece em uma condição crítica especificada pela dinâmica relativa de troca de íons e polarização de carga. Então, nós entendemos agora que a condutividade do próton não depende apenas da morfologia, mas de uma relação entre o tempo de relaxamento para polarização de carga das cadeias de ionômero e o tempo de relaxamento para o íon-hopping.
Quais são as possíveis novas aplicações?
Bruno Ribeiro de Matos: Esses materiais ionoméricos "falam” diretamente com a comunidade de células de combustível. No entanto, nossos resultados também são de grande interesse para outros tópicos de pesquisa, como design muscular artificial, eletrocatalisadores, mas também para impressão 3D e 4D. Esses materiais foram apontados como materiais de alto desempenho para impressão 3D. Tais ionómeros possuem uma propriedade interessante não encontrada em polímeros convencionais;eles têm a capacidade de memorizar diferentes formas que mudam com o tempo quando o estímulo apropriado é aplicado, como calor, umidade e potencial elétrico. Essa assim chamada propriedade de memória de forma adiciona outra dimensão ao produto final: tempo (impressão 4D). Pode ser usado, por exemplo, como um material de embalagem de alimentos que é capaz de encolher quando é permitido aquecer quando removido da prateleira refrigerada do supermercado, protegendo assim os alimentos.
E quais são os próximos passos?
Bruno Ribeiro de Matos: Realizamos todas as caracterizações das amostras no estado seco, pois a presença de água aumenta a complexidade na compreensão dos dados. Agora podemos avançar e realizar nossos experimentos para amostras na forma hidratada e com diferentes graus de conteúdo iônico. A investigação dos ionômeros no estado úmido é um passo preliminar para a compreensão do papel de um solvente na dinâmica dos relaxamentos e na forma dos blocos de ionômero. Este desenvolvimento é considerado um passo fundamental para o avanço de ambas as células de combustível de eletrólito de polímero e tecnologias de impressão 4D.
Obrigado e vejo você novamente no BESSY II!
Os resultados são publicados em relatórios científicos (2018), o periódico natureza acesso aberto.
Interação da dinâmica de relaxamento de α / β e da forma dos blocos de construção dos ionómeros.
Bruno R. Matos, Rodolfo Politano, José Fernando Q. Rey, Daniel Hermida-Merino, Ulrich Schade, Ljiljana Puskar e Fabio C. Fonseca
Jaqueline da Souza (hoje estudante de doutorado no IPEN) foi aluna de verão na HZB em 2017. Em sua curtapostagem,ela descreve seu projeto de verão na HZB na Nafion.
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- 31/10/2018 - CEO da New Midia palestra sobre o impacto da Internet das Coisas na educaçãoSandra Janostiac, da startup do Cietec, ministra palestra no Campus Google São Paulo e apresenta suas tecnologias para o setor educacional
Sandra Janostiac, da startup do Cietec, ministra palestra no Campus Google São Paulo e apresenta suas tecnologias para o setor educacional
Fonte: Site Segs
A Internet das Coisas (IoT) representa o segmento com maior taxa de crescimento atual no contexto de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). De acordo com a Internet World Stats, o número de usuários conectados foi de 3,8 bilhões, em março de 2017. Este cenário criou condições para o crescimento do uso de novas tecnologias como recursos educacionais. Para discutir o impacto que a transformação tecnológica pode trazer à educação, a empresária Sandra A. S. Biasi Janostiac, CEO da New Midia, startup da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de São Paulo USP/IPEN–Cietec, ministrará palestra sobre o tema, no dia 08 de novembro, às 10 horas, no Campus da Google, em São Paulo (SP).Durante a palestra, Sandra abordará o que é Internet das Coisas, como a evolução tecnológica impactará o cotidiano escolar, os desafios e oportunidades deste novo cenário, além do projeto "Future Classroom Lab”, da European Schoolnet (EUN), que apoia a divulgação e a expansão de abordagens pedagógicas inovadoras e avançadas com as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) para o ensino e a aprendizagem em ambiente de Sala de Aula do Futuro.
A New Midia é uma das empresas pioneiras na criação de tecnologias para o setor educacional. Um dos seus principais projetos está sendo desenvolvido no Cietec. Trata-se da Catraca Virtual, tecnologia idealizada para monitorar e liberar o acesso de pessoas em ambientes que controlam a circulação de pessoas para segurança, substituindo as tradicionais catracas físicas. A Catraca Virtual funciona por meio de dispositivos de IoT que interagem com uma plataforma de serviços, trazendo vários benefícios para escolas, hospitais e empresas.
Segundo Sandra, as novas tecnologias poderão ajudar as escolas a superar o desafio de capacitar alunos, às competências necessárias para o século XXI. "A escola do futuro tem como missão desenvolver em seus alunos, habilidades socioemocionais, tais como, pensamento crítico, comunicação, criatividade, trabalho em equipe, resolução de conflito e flexibilidade”, explica a executiva.
De acordo com Sergio Risola, diretor-executivo do Cietec, fortalecer startups que geram negócios de impacto na sociedade é um dos principais objetivos do Cietec. "Somos a maior fábrica de startups do Brasil, oferecemos todos os subsídios para o desenvolvimento e sucesso de projetos que contribuem para a sociedade”, afirma Risola.
Serviço:
Palestra - Internet das Coisas (IOT), escola do futuro e competências do século XXI
Data: 08 de novembro de 2018
Horário: 10 horas
Local: Campus Google São Paulo (Rua Coronel Oscar Porto, 70 – Paraíso. São Paulo/SP)
Inscrições: http://bit.ly/2CkSV7T
Sobre o Cietec
O Cietec - Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia, fundado em abril de 1998, tem como missão incentivar o empreendedorismo e a inovação tecnológica por meio da criação, fortalecimento e a consolidação de empresas de base tecnológica. O Cietec apoia a transformação de conhecimento em produtos e serviços para o mercado, a inserção no ecossistema de inovação, a capacitação técnica e de comercialização, contribuindo para o aumento da competitividade no Brasil. O Cietec é a entidade gestora da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica USP/IPEN, onde são conduzidos processos de incubação de empresas inovadoras, em diferentes níveis de maturidade. Nesses processos, são oferecidos serviços de apoio para demandas nas áreas de gestão tecnológica, empresarial e mercadológica, aproximação com o investimento-anjo, capital semente e venture capital, recursos de fomento público, além de infraestrutura física para a instalação e operação dessas empresas.
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- 29/10/2018 - Comitiva de especialistas da Argentina conhecem as atividades do Setor Nuclear da MarinhaFonte: Defesa.Net
No período de 24 a 28 de setembro, uma Comitiva de especialistas argentinos, acompanhada pelo Assessor-Chefe de Relações Institucionais e Comunicação Social da DGDNTM, Contra-Almirante (RM1) José Roberto Bueno Junior, teve a oportunidade de conhecer algumas atividades desenvolvidas pela Diretoria-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha (DGDNTM), bem como de outras instituições ligadas ao Setor Nuclear Brasileiro.
A Comitiva argentina foi composta pelo Subsecretário de Energia Nuclear, Julián Galdano; pelo Diretor Nacional de Política Nuclear, Facundo Deluchi; Gerente Geral da Comissão Nacional de Energia Atômica da Argentina, Enrique Cinat; pelo Gerente de Projetos Nucleares da INVAP, Juan Pablo Ordoñez; pelo Gerente-Geral da Combustíveis Nucleares Argentinos (CONUAR), Pablo Schroeder; e pelo Presidente da Dioxitek, Alberto Guevara.
No dia 25 de setembro, a Comitiva visitou as instalações do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), organização militar executora do Programa Nuclear da Marinha do Brasil, cujo propósito é capacitar o País no domínio dos processos tecnológicos, industriais e operacionais de instalações nucleares aplicáveis à propulsão naval.
Na ocasião, também tiveram oportunidade de conhecer o Instituto de Pesquisas Nucleares (IPEN), localizado dentro do campus da Universidade de São Paulo (USP). Já no dia 26 de setembro, os especialistas argentinos conheceram as atividades desenvolvidas no Centro Industrial Nuclear de Aramar (CINA), em especial o Laboratório de Geração de Energia Nucleoelétrica (LABGENE) e o projeto do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB).
Os dias 27 e 28 de setembro foram dedicados às visitas ao Complexo Naval de Itaguaí (CNI) e à Agência Naval de Segurança Nuclear e Qualidade (AgNSNQ).
A Comitiva de especialistas argentinos pode constatar a grandiosidade do PROSUB, que dotará a indústria brasileira de defesa com tecnologia de propulsão nuclear de ponta, como previsto na Estratégia Nacional de Defesa.
A concretização do Programa fortalece, ainda, setores da indústria nacional de importância estratégica para o desenvolvimento econômico do País, priorizando a aquisição de componentes fabricados no Brasil, sendo, portanto, um forte incentivo ao nosso parque industrial. -
- 17/10/2018 - Parceria entre USP e Ipen já formou 2 mil alunos em Tecnologia Nuclear (Jornal da USP no Rádio - Momento USP Inovação)Instituto oferece produtos e serviços cruciais na área de medicina e indústria automobilística
Instituto oferece produtos e serviços cruciais na área de medicina e indústria automobilística
Fonte: Momento USP Inovação - Jornal da USP no Rádio - Rádio USP
O Momento USP Inovação desta semana, com a participação de Verônica Lopes, da Agência USP de Inovação (Auspin), apresenta a importância do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), localizado na Cidade Universitária. Wilson Calvo, superintende do Ipen, falou a respeito do órgão, que surgiu em 1956, a partir de um convênio firmado entre a USP e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), para promover projetos da área nuclear. O objetivo era coordenar a parte de aplicações da tecnologia nuclear para fins pacíficos como saúde, indústria, meio ambiente e agricultura.
Para Wilson Calvo, o instituto é especial porque tem o lado técnico administrativo ligado à Comissão Nacional de Energia Nuclear, que é uma instituição do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), tem também um vínculo com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo e com a USP, onde mantém disciplinas para graduação e pós-graduação no Programa de Tecnologia Nuclear. Hoje já foram formados mais de 2.800 profissionais em tecnologia nuclear, na área de reatores, aplicações e materiais. "Seria muito difícil ser o que o Ipen é sem a USP”, comenta. Uma das grandes vertentes do instituto é a formação de capital humano, desde a parte de iniciação científica, graduação e também pós-graduação. Muitos dos projetos e equipamentos que existem na Universidade e no Ipen foram conquistados graças a essa parceria.
O superintendente diz que não adianta pesquisar, desenvolver e inovar, se isso não for transferido para a Universidade ou para a sociedade. Além dos projetos com a USP, há 16 anos a incubadora, que é uma parceria entre Ipen e USP e é administrada pelo Cietec, foi criada. Há mais de 112 empresas, que geram um faturamento de 15 milhões por ano. A ideia é abrigar alunos, pós-graduandos e startups para que os produtos desenvolvidos no Ipen cheguem à sociedade.
Ele traz exemplos que mostram a importância do Ipen para a sociedade. Na área de saúde, uma das maiores missões é suprir hospitais e clínicas com a questão de radiofármacos, usados para diagnósticos e terapia de doenças como câncer. O instituto é responsável, desde sua criação, por 40 milhões de procedimentos na medicina nuclear. Na área industrial, radiam fios e cabos elétricos para a indústria automobilística. Há ainda a preservação de bens culturais e a esterilização de produtos médico-cirúrgicos.
O Ipen possui ainda um Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT), cuja missão é tornar o que é desenvolvido no instituto disponível para a sociedade. Há convênios de inovação e educacionais firmados e também a organização de workshops, para os quais órgãos como a Auspin, a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) são convidados a ministrar palestras. Há ainda feiras de inovação tecnológica para divulgar esses produtos e processos para que possam ser compartilhados em parceria com a iniciativa privada.
- O Jornal da USP no Ar é uma parceria da Rádio USP, Faculdade de Medicina e Instituto de Estudos Avançados. Busca aprofundar temas da atualidade de maior repercussão, além de apresentar pesquisas, grupos de estudos e especialistas da Universidade de S. Paulo.
No ar de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 9h30, com apresentação de Roxane Ré.
Você pode sintonizar a Rádio USP em São Paulo FM 93,7, em Ribeirão Preto FM107,9 pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo do celular
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- 05/10/2018 - UFRJ promove VI Semana da Engenharia NuclearPanorama da energia nuclear no Brasil e o papel das instituições de P&D fazem parte da programação do evento
Panorama da energia nuclear no Brasil e o papel das instituições de P&D fazem parte da programação do evento
Fonte: Site segs
Entre os dias 15 e 19 de outubro, a Escola Politécnica e a Coppe/UFRJ promovem a VI Semana da Engenharia Nuclear (SEN), encontro que busca proporcionar a integração e o debate entre os setores relacionados a Engenharia, Física e Energia Nuclear do país, além de ser um espaço apropriado para o desenvolvimento, aprendizado e fomento da capacidade de inovação. As atividades serão abertas ao público e ocorrem no Centro de Tecnologia da UFRJ, na Ilha do Fundão.Organizada por alunos de graduação em Engenharia Nuclear do Departamento de Engenharia Nuclear (DNC) da Poli-UFRJ e alunos de pós-graduação do Programa de Engenharia Nuclear (PEN) da COPPE/UFRJ, a semana conta com uma programação que inclui palestras, mesas-redondas, apresentações de trabalho, visitas técnicas e workshops. Estão previstos debates a respeito do panorama atual da energia nuclear no país; uso da tecnologia nuclear, além da energia; energia nuclear do futuro; e o papel das instituições P&D no setor.
De acordo com o prof. Paulo Frutuoso, coordenador do Programa de Engenharia Nuclear da COPPE/UFRJ, será uma oportunidade única de interação dos alunos com profissionais e empresas que investem no setor como Eletronuclear, Nuclep, Rosatom e Marinha do Brasil. "O evento é essencial para que os estudantes que estão iniciando os seus cursos possam ter contato com profissionais da área e conhecer melhor o desenvolvimento técnico e as possíveis oportunidades em um futuro próximo”, explica.
A cerimônia de abertura será no dia 15, às 10h30, no auditório Horta Barbosa, com a presença dos professores do DNC da Poli-UFRJ, Paulo Frutuoso e Ademir Xavier; do presidente da Eletronuclear, Leonam Guimarães; além de representantes do setor Nuclear. Quem estiver interessado, pode conferir a programação completa e fazer inscrição pelo site (http://www.nuclear.ufrj.br/semana2018/). Mais informações podem ser obtidas pelo e-mailseen@poli.ufrj.br.
Serviço:
VI Semana de Engenharia Nuclear UFRJ
Dias: de 15 a 19 de outubro
Horário: 9h às 17h30
Local: Av. Athos da Silveira Ramos, 149 – Bloco A (Centro de Tecnologia da UFRJ) – Cidade Universitária (Ilha do Fundão)
Inscrições: Alunos de graduação: R$ 10; mestrado e doutorado: R$ 20; profissionais: R$ 30.
Mais informações: www.nuclear.ufrj.br/semana2018 ouseen@poli.ufrj.brPROGRAMAÇÃO:
15 DE OUTUBRO – SEGUNDA-FEIRA (AUDITÓRIO HORTA BARBOSA)
10h00 – 10h30: Credenciamento e Café da Manhã
10h30 -12h00: Abertura VI SEN
- Prof. Dr. Paulo Fernando Frutuoso (Coordenador do PEN/COPPE); Prof. Dr. Ademir Xavier (Coordenador da graduação em Engenharia Nuclear da Poli-UFRJ); Dr. Leonam Guimarães (Eletronuclear); representantes: ABACC; Nuclep; Framatome; Rosatom; Westinghouse; e LAS/ANS.
12h-14h: Almoço
14h-15h30: Painel 1: Panorama Atual da Energia Nuclear no Brasil
- Dr. Felipe Gonçalves (FGV Energia); Sr. Roberto Cardoso Tavares (Eletronuclear); Sr. André Osório (EPE)
15h30-16h30: Palestra: Comemoração de 50 anos do PEN
- Prof. Dr. Paulo Fernando Frutuoso (Coordenador do PEN/COPPE); Prof. Dr. Fernando Carvalho (Colaborador do PEN/COPPE) 16h30-18h00: Coquetel de Abertura16 DE OUTUBRO – TERÇA-FEIRA (AUDITÓRIO DA COPPE)
9h-10h30: Painel: O uso da tecnologia nuclear além da Energia
- Representante da Rosatom; Prof. Dr. Davi Ferreira de Oliveira (PEN/COPPE); Dr. Sérgio Altino de Almeida (Rede D’Or)
10h30-11h: Coffee Break
11h-12h30: Painel: Desenvolvimento do Programa Nuclear da Marinha e o Submarino Brasileiro
- Sr. Tuxaua Linhares (Agência Naval de Segurança Nuclear e Qualidade); Almirante Othon Luiz da Silva (Marinha do Brasil); Sr. Ricardo Corrêa (Nuclep)
12h30-14h: Almoço
14h-15h: Palestra: O Programa Nuclear Autônomo
- Dr. Rex Nazaré (IME)
15h-15h30: Coffee Break
15h30-17h: Painel: A energia nuclear do futuro – Reatores Rápidos, Modulares e Fusão Nuclear
- Sr. Carlos Leipner (Westinghouse); Dr. Ricardo Galvão (INPE) e Dr. Paulo Berquó (IEN/CNEN)17 DE OUTUBRO – QUARTA-FEIRA (AUDITÓRIO DA COPPE)
9h-10h30: Sessão Técnica de Trabalhos (Anfiteatro do PEN)
8h-12h: Minicurso: Matlab (I131-A/I228)
12h-14h: Almoço
14h-15h: Mesa Redonda 1: Oportunidades para o egresso da Engenharia Nuclear da UFRJ
- Contra-almirante Luciano Pagano (AMAZUL); Sra. Fernanda Werner (InnoEnergy)
15h-19h: Minicurso: RELAP (I228)
18 DE OUTUBRO – QUINTA-FEIRA (AUDITÓRIO DA COPPE)
9h-10h30: Painel: Salvaguardas e não-proliferação nuclear
- Dr. Monica Herz (PUC-Rio); Dr. Marco Marzo (ABACC) e Sr. Orpet Peixoto (LAS/ANS).
10h30-11h: Coffee Break
11h00-12h30: Mesa Redonda: Ex-alunos
- Sra. Alice Cunha (Westinghouse); Sra. Fernanda Werner (InnoEnergy); Sr. Mario Hugo Botelho (Amazul)
12h30-13h30: Almoço
13h30-15h: Painel: Análise de Segurança Probabilística
- Sr. Luiz Eurípedes Massière (Eletronuclear); Sr. Daniel Corrêa de Guamá (Eletronuclear); Sr. Diogo Baliza Maia (Eletronuclear) e Dr. Marco Antônio Bayout Alvarenga (CNEN).
13h-17h: Minicurso: Excel (I131-A)
15h-19h: Minicurso: RELAP (I228)19 DE OUTUBRO – SEXTA-FEIRA (AUDITÓRIO DA COPPE)
9h-10h30: Painel: O papel das instituições P&D na área nuclear no Brasil
- Representante do CDTN/CNEN; Dr. Francisco Ferreira (Reator Argonauta –IEN/CNEN); Dr. Jorge Eduardo de Souza Sarkis (IPEN/CNEN)
10h30-11h: Coffee Break
11h-12h30: Painel: A comunicação no setor nuclear brasileiro
- Dra. Cássia Helena (CNEN); Sra. Tariana Brocardo (USP); Jornalista da ABDAN.
12h30-13h30: Almoço
14h-15h: Palestra: "RMB: Desafios e perspectivas”
- Dr. José Augusto Perrota (IPEN/CNEN)
15h-15h50: Quiz
15h50-16h30: Premiação e Encerramento
16h30-20h: Cerimônia de Encerramento
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- 03/10/2018 - Projeto no Ipen tem duas oportunidades com bolsa da FAPESPPesquisa em radiofármacos, radiações e empreendedorismo aplicado à saúde tem uma vaga de jovem pesquisador e uma de pós-doutorado
Pesquisa em radiofármacos, radiações e empreendedorismo aplicado à saúde tem uma vaga de jovem pesquisador e uma de pós-doutorado
Fonte: Agência Fapesp
Um projeto de pesquisa conduzido no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) oferece duas oportunidades com bolsas da FAPESP. O prazo de inscrição se encerra no dia 11 de outubro de 2018.
As vagas estão vinculadas ao projeto "Capacitação científica, tecnológica e em infraestrutura em radiofármacos, radiações e empreendedorismo a serviço da saúde", coordenado pelo professor Marcelo Linardi.
O projeto conta com equipe constituída por grupo multidisciplinar de pesquisadores participantes do Ipen e de diversas instituições brasileiras. O objetivo do projeto é a investigação de novos materiais e métodos para aplicação na área da saúde. Os pesquisadores envolvidos no projeto atuam em diversos campos do conhecimento e aplicam distintas metodologias em suas investigações.
Uma das vagas é de pós-doutorado e se destina a desenvolver projeto específico, com o tema "Estudo da Interferência de Radiofármacos na Neuroimunomodulação em Animais de Laboratório”.
O bolsista selecionado atuará na área de neuroimunomodulação para a padronização de modelos tumorais para testes em radiofármacos no Centro de Biotecnologia do Ipen.
É fundamental para a vaga ter conhecimento e ou experiência prévia em síntese de nanoestruturas por métodos químicos e caracterização de nanopartículas magnéticas, difração de raios X e interações hiperfinas. É desejável que o candidato tenha algum conhecimento em caracterização por técnicas físicas (microscopia eletrônica de transmissão e de varredura, difração de nêutrons e outras).
A outra vaga é para jovem pesquisador na área de neuroimunomodulação, que atuará na padronização de modelos tumorais para testes em radiofármacos no Centro de Biotecnologia do Ipen. A pesquisa deverá estar voltada ao tema de padronização de modelos tumorais para testar radiofármacos, inicialmente aplicados a tumores prostáticos.
É recomendável que o candidato possua doutorado em Farmacologia, Fisiologia, Imunologia ou Veterinária, com forte histórico de publicação e bom desempenho em inglês falado e escrito. Além disso, é desejável que o candidato tenha experiência comprovada em Boas Práticas de Laboratório (BPL), técnicas de imageamento; manutenção e avaliação do crescimento de células tumorais; cirurgia em roedores; estudos de interação social em roedores; RT-PCR para estudos qualitativos da expressão de genes; técnicas neuroquímicas em modelos animais.
As inscrições podem ser feitas por e-mail para egp01@ipen.br. No caso da vaga para pós-doutorado, o candidato deve colocar o título "Bolsa - PD Institutos – CRPq” e anexar currículo Lattes, impressão das páginas do MyCitation (Google Scholar) e Web of Science e plano de trabalho, em português ou inglês, com no máximo cinco páginas. Para a vaga de jovem pesquisador, o título do e-mail deve ser "Bolsa – JP – IPEN”, e devem ser anexados currículo Lattes e diploma de doutorado.
Mais informações sobre as vagas: www.fapesp.br/oportunidades/2371ewww.fapesp.br/oportunidades/2373.
O candidato selecionado para jovem pesquisador receberá bolsa da FAPESP no valor de R$ 8.152,20 mensais e isenta de imposto de renda, com duração de 24 meses. O projeto Jovem Pesquisador selecionado, revisado por pares, poderá receber um Auxílio à Pesquisa, conforme descrito em www.fapesp.br/jp.
A oportunidade de pós-doutorado está aberta a brasileiros e estrangeiros. O selecionado receberá Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP no valor de R$ 7.373,10 mensais e Reserva Técnica equivalente a 15% do valor anual da bolsa para atender a despesas imprevistas e diretamente relacionadas à atividade de pesquisa.
Caso o bolsista de PD resida em domicílio fora da cidade onde se localiza a instituição-sede da pesquisa e precise se mudar, ele poderá ter direito a um Auxílio-Instalação. Mais informações sobre a Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP estão disponíveis em www.fapesp.br/bolsas/pd.
Outras vagas de bolsas, em diversas áreas do conhecimento, estão no site FAPESP-Oportunidades, em www.fapesp.br/oportunidades.
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- 26/09/2018 - Incubadora de negócios da USP auxilia no lançamento de produtos (Momento USP Inovação - Jornal da USP no Rádio)Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia da USP transforma ideias em produtos
Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia da USP transforma ideias em produtos
Fonte: Rádio USP - Jornal da USP
O Momento USP Inovação desta semana nos leva a conhecer o Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec) da USP. E para isso conversa com Sérgio Risola, diretor executivo do centro.Risola conta que o centro de inovação foi criado há 20 anos. O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em conjunto com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), ambos da USP, e com apoio da Secretaria do Estado, criou o Cietec. O projeto foi pensado como uma célula que tivesse a função de incubar e acelerar negócios universitários, a exemplo de grandes universidades que já tinham seus próprios centros dessa natureza.
Mas o que é uma incubadora, como o Cietec? O diretor explica que uma incubadora de empresas acolhe uma ideia, ou um produto prototipado, e dá apoio para que a ideia ou produto cresça e se desenvolva. Não só intelectualmente, mas trazendo designe estruturação jurídica para a empresa, por exemplo. Ele lembra também que uma grande apoiadora do projeto, e que dá muitos insumos para que se desenvolvam as ideias e produtos apresentados, é a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Risola fala ainda sobre como o Cietec se relaciona com a inovação. O centro é uma incubadora que apoia negócios inovadores e que têm tecnologia embutida, seja ela pequena (incremental) ou disruptivas (novas e grandes tecnologias). Exemplos dessa inovação são uma empresa que tem menos de um ano e desenvolve medicamentos no tratamento de tumores e uma empresa que desenvolveu um inseticida biológico, que atua no controle de larvas do mosquito vetor da dengue (Aedes aegypti), o DengueTech, patenteado e aprovado pela Anvisa. Ele conta também que o vínculo da empresa com a USP é bem-vindo, porém não obrigatório, basta demonstrar a necessidade de obter mais conhecimento na área, conhecimento esse que reside na universidade e no centro de inovação. Essa política é muito enriquecedora para a empresa, que cresce com o conhecimento empírico que ela já tem previamente, somado ao mais teórico, dos acadêmicos.
O Momento USP Inovação tem a participação de Verônica Lopes, da Agência USP de Inovação.
Download do áudio- O Jornal da USP no Ar é uma parceria da Rádio USP, Faculdade de Medicina e Instituto de Estudos Avançados. Busca aprofundar temas da atualidade de maior repercussão, além de apresentar pesquisas, grupos de estudos e especialistas da Universidade de S. Paulo.
No ar de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 9h30, com apresentação de Roxane Ré.
Você pode sintonizar a Rádio USP em São Paulo FM 93,7, em Ribeirão Preto FM107,9 pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo do celular.
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- 25/09/2018 - Cietec promove Rodada de Negócios Internacional Ryme+Evento visa ajudar empresas brasileiras a estabelecerem parcerias com o mercado internacional
Evento visa ajudar empresas brasileiras a estabelecerem parcerias com o mercado internacional
Fonte: AGUSPIN - Agência USP de Inovação
Por Mariana Gonçalves
O Cietec, entidade gestora da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de São Paulo USP/Ipen, junto com parceiros da Espanha, França, Portugal, Israel e Uruguai, trazem ao Brasil a 1ª Rodada de Negócios Internacional RYME+, que acontece entre os dias 25 e 26 de setembro, na sede da entidade, em São Paulo. O evento é voltado para empresas que atuam nos setores de saúde e bem-estar, energia, materiais e sustentabilidade industrial, cidades inteligentes e indústrias criativas.
O Ryme+ apoia o desenvolvimento de startups e PMEs contribuindo para uma maior competitividade do território SUDOE (Espanha, França e Portugal) nos países estrangeiros. Co-financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), garante a ida de 50 empresas ao mercado brasileiro para estabelecerem relações comerciais. A Rodada é gratuita e as startups que quiserem participar podem entrar em contato pelo e-mail: stela_projetoryme@cietec.org.Segundo Sergio Risola, diretor-executivo do Cietec, o objetivo de receber o RYME+ no País é ajudar às startups brasileiras a estabelecerem parcerias com o mercado internacional. "O Cietec conta com uma rede de contatos extremamente estratégica e rica para relacionamento que favorecem o desenvolvimento do empreendedorismo brasileiro”, informa Risola.
Confira a lista das empresas internacionais participantes:
Empresas de Portugal:
TUU– plataforma para gestão de projetos de investimento imobiliário, design, remodelação ou construção.
Enging– empresa especializada em desenvolver soluções industriais.
Wisecorp– plataforma de gerenciamento centralizado para alavancar os resultados do agronegócio.
Empresas da Espanha:
Bioquochem – empresa de biotecnologia que projeta, desenvolve e fabrica kits e dispositivos para a quantificação rápida e fácil de biomarcadores.
Visualtis – desenvolve soluções voltadas para empresas que desejam aumentar a
eficiência e a eficácia da comunicação com os clientes.MicruX – desenvolve plataformas microfluídicas inovadoras, sensores eletroquímicos e instrumentos analíticos portáteis baseados em Tecnologias Lab-on-a-Chip (LOC) para pesquisa e atividades industriais.
Empresas da França:
Emundus – aplicativo de gerenciamento de campanhas para candidatura em universidades e escolas de negócios que desejam melhorar sua capacidade de atrair e selecionar os melhores alunos.
Camileia – responsável por otimizar a gestão do seu portfólio de imóveis.
Sobre o Cietec
O Cietec – Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia, fuxndado em abril de 1998, tem como missão incentivar o empreendedorismo e a inovação tecnológica por meio da criação, fortalecimento e a consolidação de empresas de base tecnológica. O Cietec apoia a transformação de conhecimento em produtos e serviços para o mercado, a inserção no ecossistema de inovação, a capacitação técnica e de comercialização, contribuindo para o aumento da competitividade no Brasil. O Cietec é a entidade gestora da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica USP/IPEN, onde são conduzidos processos de incubação de empresas inovadoras, em diferentes níveis de maturidade. Nesses processos, são oferecidos serviços de apoio para demandas nas áreas de gestão tecnológica, empresarial e mercadológica, aproximação com o investimento-anjo, capital semente e venture capital, recursos de fomento público, além de infraestrutura física para a instalação e operação dessas empresas.Com informações da assessoria de imprensa do Cietec – Trama Comunicação – (11) 3388-3040 – www.tramacomunicacao.com.br
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- 25/09/2018 - Cietec promove Rodada de Negócios Internacional Ryme+Evento visa ajudar empresas brasileiras a estabelecerem parcerias com o mercado internacional
Evento visa ajudar empresas brasileiras a estabelecerem parcerias com o mercado internacional
Fonte: Site SEGS
O Cietec, entidade gestora da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de São Paulo USP/Ipen, junto com parceiros da Espanha, França, Portugal, Israel e Uruguai, trazem ao Brasil a 1ª Rodada de Negócios Internacional RYME+, que acontece entre os dias 25 e 26 de setembro, na sede da entidade, em São Paulo. O evento é voltado para empresas que atuam nos setores de saúde e bem-estar, energia, materiais e sustentabilidade industrial, cidades inteligentes e indústrias criativas.O Ryme+ apoia o desenvolvimento de startups e PMEs contribuindo para uma maior competitividade do território SUDOE (Espanha, França e Portugal) nos países estrangeiros. Co-financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), garante a ida de 50 empresas ao mercado brasileiro para estabelecerem relações comerciais. A Rodada é gratuita e as startups que quiserem participar podem entrar em contato pelo e-mail: stela_projetoryme@cietec.org.
Segundo Sergio Risola, diretor-executivo do Cietec, o objetivo de receber o RYME+ no País é ajudar às startups brasileiras a estabelecerem parcerias com o mercado internacional. "O Cietec conta com uma rede de contatos extremamente estratégica e rica para relacionamento que favorecem o desenvolvimento do empreendedorismo brasileiro”, informa Risola.
Confira a lista das empresas internacionais participantes:
Empresas de Portugal:
TUU - plataforma para gestão de projetos de investimento imobiliário, design, remodelação ou construção.
Enging - empresa especializada em desenvolver soluções industriais.
Wisecorp - plataforma de gerenciamento centralizado para alavancar os resultados do agronegócio.Empresas da Espanha:
Bioquochem – empresa de biotecnologia que projeta, desenvolve e fabrica kits e dispositivos para a quantificação rápida e fácil de biomarcadores.
Visualtis - desenvolve soluções voltadas para empresas que desejam aumentar a
eficiência e a eficácia da comunicação com os clientes.
MicruX - desenvolve plataformas microfluídicas inovadoras, sensores eletroquímicos e instrumentos analíticos portáteis baseados em Tecnologias Lab-on-a-Chip (LOC) para pesquisa e atividades industriais.
Empresas da França:
Emundus - aplicativo de gerenciamento de campanhas para candidatura em universidades e escolas de negócios que desejam melhorar sua capacidade de atrair e selecionar os melhores alunos.
Camileia - responsável por otimizar a gestão do seu portfólio de imóveis.Serviço: 1ª Rodada de Negócios Internacional RYME+
Data: 25 e 26 de setembro de 2018
Local: Cietec (Av. Prof. Lineu Prestes, 2242)
Inscrições: stela_projetoryme@cietec.org
Sobre o Cietec
O Cietec - Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia, fuxndado em abril de 1998, tem como missão incentivar o empreendedorismo e a inovação tecnológica por meio da criação, fortalecimento e a consolidação de empresas de base tecnológica. O Cietec apoia a transformação de conhecimento em produtos e serviços para o mercado, a inserção no ecossistema de inovação, a capacitação técnica e de comercialização, contribuindo para o aumento da competitividade no Brasil. O Cietec é a entidade gestora da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica USP/IPEN, onde são conduzidos processos de incubação de empresas inovadoras, em diferentes níveis de maturidade. Nesses processos, são oferecidos serviços de apoio para demandas nas áreas de gestão tecnológica, empresarial e mercadológica, aproximação com o investimento-anjo, capital semente e venture capital, recursos de fomento público, além de infraestrutura física para a instalação e operação dessas empresas.
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- 18/09/2018 - Programa interativo revela estrutura de cristais para estudantes - Jornal da USPAlunos podem construir cristais passo a passo e ver sua estrutura em imagens tridimensionais
Alunos podem construir cristais passo a passo e ver sua estrutura em imagens tridimensionais
Fonte: Jornal da USP
PorJúlio Bernardes
Editorias:Ciências Exatas e da Terra,Tecnologia
URL Curta:jornal.usp.br/?p=194607
Entender como os átomos dos elementos químicos formam cristais não é uma tarefa simples, principalmente para estudantes que aprendem sobre as propriedades dos materiais. Por essa razão, uma pesquisa do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), instituição associada à USP, criou o programa de computador CrystalWalk. Por meio dele, os alunos podem construir cristais passo a passo e ver sua estrutura em imagens tridimensionais. O CrystalWalk é um software livre que pode ser utilizado on-line e em dispositivos como computadores, tablets e smartphones."Cristais são sólidos onde os átomos estão distribuídos de modo organizado no espaço”, explica o professor Ricardo Leal Neto, do Grupo de Visualização Científica em Materiais do Ipen. "Um cristalógrafo estuda essa organização do ponto de vista das simetrias dos cristais, pois delas dependem suas propriedades químicas e físicas, como, por exemplo, as propriedades ópticas.”
Ricardo Leal Neto, orientador da pesquisa, aponta que o Crystal Walk é um software interativo que procura desafiar os estudantes a desvendar estruturas básicas de cristais, o que é importante do ponto de vista didático – Foto: Marcos Santos/USP Imagens
Devido à complexidade das simetrias, Leal Neto aponta que ensinar sobre cristais não é fácil. "As necessidades dos cristalógrafos e dos estudantes de engenharia de materiais são diferentes. Existem softwares cristalográficos que constroem cristais com base nas simetrias, a partir de 236 grupos espaciais”, conta. "Porém, nos livros didáticos sobre ciências dos materiais, as simetrias são reduzidas a um grupo de 14 redes espaciais, sem deixar claro que são diferentes das estruturas cristalinas, o que dificulta o aprendizado.”
Construindo cristais..
No CrystalWalk, os alunos participam do processo de construção dos cristais, passo a passo, com comandos que possibilitam escolher estruturas básicas e os átomos que entrarão em sua composição. "Ele foi construído com uma preocupação didática, sua interface foi projetada para criar empatia e reduzir complexidades apontadas por estudantes”, afirma o pesquisador Fernando Bardella, que desenvolveu o CrystalWalk em sua tese de doutorado. Segundo Leal Neto, orientador da pesquisa, a abordagem é bastante interativa e demanda uma participação ativa do usuário em todo o processo. "Apesar de limitante e bastante restritivo para o uso de cristalógrafos, no CrystalWalk estudantes são desafiados a desvendar estruturas básicas de cristais, o que é considerado importante do ponto de vista didático”, destaca.
Também foram incorporadas funcionalidades didáticas e interativas para aumentar o alcance social da ferramenta, como a criação de narrativas didáticas sobre a construção de cristais e compartilhamento com outros dispositivos por meio de QR Code (código de reconhecimento). "O usuário pode ver as imagens por meio de realidade virtual assistida, utilizando o mouse e o teclado de um computador, ou com óculos 3D que fazem estereografia por cores, uma tecnologia mais acessível”, relata o pesquisador. A pesquisa também avaliou outras tecnologias que possibilitam diferentes níveis de imersão, como o Oculus Rift (óculos com controles manuais) e o Google Cardboard (óculos adaptados para telefones celulares).
Fernando Bardella, que desenvolveu o Crystal Walk, relata que o Grupo de Visualização Científica em Materiais pesquisa tecnologia experimental que projeta estruturas cristalinas virtuais em objetos reais – Foto: Marcos Santos/USP Imagens
Os pesquisadores destacam que o CrystalWalk tem uma proposta de acessibilidade e democratização, e por isso a portabilidade da aplicação é uma característica importante para que funcione no maior número de dispositivos possível, como desktops, tablets e smartphones. "Desenvolvido utilizando a plataforma WebGL/HTML5, o CrystalWalk possui código aberto, é gratuito e disponível on-line”, descreve Bardella. O site com o programa é http://gvcm.ipen.br/CrystalWalk.
Sala de aula
Alunos utilizando o CrystalWalk em sala de aula - Foto: Cedida pelo pesquisador
O CrystalWalk já está sendo utilizado em sala de aula também em outras instituições. "Ele é um software de cristalografia para não cristalógrafos, e pode ser usado por alunos de graduação ou pós-graduação em engenharia de materiais, de química, física e geologia, entre outras áreas”, acrescenta Leal Neto. Alunos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), por exemplo, utilizam o CrystalWalk no laboratório de manufatura aditiva, lançando mão de recursos da aplicação específicos para impressão 3D de modelos.Atualmente, o grupo estuda o potencial imersivo em ambientes intermediários de virtualidade por meio da plataforma de computação holográfica Microsoft Hololens, tecnologia experimental de realidade mista capaz de projetar hologramas diretamente na retina do usuário. "Nesta plataforma, estruturas cristalinas virtuais são sobrepostas ao mundo real”, destaca Bardella. "Como este é um trabalho multidisciplinar, a ideia é buscar alunos de iniciação científica e mestrado de diversas áreas para participarem dos projetos de pesquisa do grupo.” A página do grupo de pesquisa é http://gvcm.ipen.br.
Mais informações: e-mail - gvcm@ipen.br, com Fernando Bardella, André Montes Rodrigues e o professor Ricardo Leal Neto ( lealneto@ipen.br).
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- 18/09/2018 - Equipamento amplia inclusão escolar de crianças com deficiências severas - Blog EstadãoFonte: Estadão - Blog Vencer Limites
Luiz Alexandre Souza Ventura
Um equipamento simples e inovador está ajudando a ampliar a inclusão de crianças com deficiências severas na AACD Lar Escola, em São Paulo. Batizado de Greg Maker, o dispositivo é ligado ao computador por conexão USB, usa uma placa que, por meio de fios com ‘garra jacaré’, transfere as funções de teclado e mouse para os mais diversos objetos, como CDs, massinhas, pratos, frutas, plantas e bonecos."Existem alunos com restrições severas de comunicação. Quando eles se expressam, é muito difícil compreendê-los, e foi possível entendê-los com o uso do Greg Maker”, afirma a coordenadora pedagógica da Escola de Educação Especial da AACD Lar Escola, Roberta Galasso.
"Estamos falando sobre estudantes muito absortos por causa das complexidades das deficiências congnitivas, mas que conseguiram participar da atividade, interagir, se comunicar e responder aos exercícios propostos”, diz a professora.O equipamento foi desenvolvido pela startup Engrenar, especializada em acessibilidade digital e tecnologia assistiva, residente no Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia, entidade gestora da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de São Paulo USP/Ipen – Cietec, instalada no campus Ipen, na Cidade Universitária.
A AACD Lar Escola atende estudantes de 6 a 17 anos com deficiências físicas e intelectuais, quase todos (95%) com paralisia cerebral. "Uma aluna que convive com movimento involutários, mas consegue usar o teclado normal do computador com uma ponteira ligada a um capacete, está começando a usar o Greg Maker em casa”, comenta a coordenadora da escola.
O currículo da unidade é desenvolvido em projetos. No semestre passado, o tema foi a Rússia. Cada sala elaborou suas práticas com base nesse assunto central, destacando história, cultura e meio ambiente. Em uma das atividades, voltada à gastronomia russa, os estudantes aprenderam sobre pratos típicos e os principais alimentos consumidos no país europeu.
"Fizemos uma relação dos alimentos (batata, beterrada e outros itens), que foram reunidos in natura dentro de uma caixa de papelão. E buscamos algumas receitas da Rússia. O Greg Maker foi ligado nestes alimentos e a atividade pedia os produtos da receita de uma sopa, por exemplo. Quando o aluno tocava no item escolhido por ele para integrar essa receita, o nome do item era apresentado em áudio pelo computador”, conta a professora.
"Em outra sala, na pesquisa sobre os objetos mais importantes da Rússia, surgiu a Matryoshka. Então, os alunos montaram uma réplica da figura, confeccionada com material reciclado, com a placa do Greg Maker ligada nas costas desse boneco. Foi gravada uma música, com a voz dos alunos, e essa música era acionada quando as crianças tocavam na Matryoshka. Ela falava com eles”, explica a pedagoga.
Para Roberta Galasso, o Greg Maker é uma ferramenta socioeducativa que pode incrementar as atividades escolares para crianças com deficiência. "Essa ferramenta pode ser potencializada em casa, pelos pais desses estudantes, replicando o que já foi feito na escola”, destaca a coordenadora.
"É um processo que requer preparação e aprendizado. Não basta instalar e começar a usar”, ressalta a educadora. A próxima fase de uso do Greg Maker na AACD Lar Escola será com peças de Lego, aliando o equipamento à robótica, com as primeiras atividades previstas para o fim do ano.
COMO OBTER – Quem tiver interesse em obter o Greg Maker deve entrar em contato pelo telefone (11) 3039-8319 ou no email contato@gregmaker.com.br. O equipamento custa R$ 300,00 (trezentos reais).
IMAGEM 02:Quem tiver interesse em obter o Greg Maker deve entrar em contato pelo telefone (11) 3039-8319 ou no email contato @gregmaker.com.br. O equipamento custa R$ 300,00. Descrição #pracegover:Dispositivo sendo acoplado a CDs. Crédito: Divulgação
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- 13/09/2018 - Presidente da CNEN e Diretor do IPEN visitam a FundacentroParceria entre as instituições deve acontecer até o final do ano
Parceria entre as instituições deve acontecer até o final do ano
Fonte: Site Fundacentro
Por ACS/ Alexandra Rinaldi
O Presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Paulo Roberto Pertusi e o Diretor Superintendente do IPEN, Wilson Aparecido Parejo Calvo visitaram, pela primeira vez, o Centro Técnico Nacional da Fundacentro, em São Paulo, na manhã de quinta (13).Recepcionados pelo Presidente Substituto e Diretor Técnico da Fundacentro, Robson Spinelli Gomes, pelo Diretor de Administração e Finanças, Ricardo Felix; Allan David Soares, Diretor Executivo Substituto; Benedito Silva Guimarães, Chefe da Auditoria Interna e Ricardo Cardoso da Silva, Procurador-Chefe, os dirigentes de ambas as instituições assistiram ao filme institucional na Presidência, seguindo posteriormente, por visita técnica nas coordenações técnicas da entidade.
O primeiro setor a ser visitado foi a biblioteca Eduardo Gabriel Saad, onde a coordenadora, Erika Alves dos Santos explanou sobre o download de publicações, atendimento a demandas nacionais e internacionais, bem como sobre os mais de 100 mil títulos disponíveis para consulta do público.
Posteriormente, os dirigentes do CNEN e IPEN visitaram a Galeria dos Presidentes, na entrada do auditório, momento em que Spinelli destacou os diferentes momentos da história da instituição.
A primeira coordenação técnica a receber os dirigentes foi a Coordenação de Higiene do Trabalho. Walter Pedreira, chefe, apresentou os laboratórios de Química Orgânica, Química Inorgânica, Laboratório de Difratometria de Raios X, Serviço de Instrumentação, Laboratório de Microscopia e Laboratório de Gravimetria, responsáveis por diferentes análises de particulados no ambiente de trabalho, como também pelo monitoramento de trabalhadores à exposição ocupacional aos agentes de riscos físicos e químicos presentes nos ambientes laborais.
Durante a visita no Serviço de Instrumentação foi apresentado o Geiger Muller, primeiro equipamento adquirido pela Fundacentro para medir níveis de radiação ionizante e fabricado no IPEN. Para Paulo Pertusi, ao conhecer a estrutura da Fundacentro, bem como os equipamentos disponíveis, observou que de maneira geral, os órgãos públicos são muito bem equipados, mas que precisam ser melhor aproveitados em seu pleno potencial.
Seguindo a visita, os dirigentes passaram pelo Serviço de Informática, subordinado à Diretoria de Administração e Finanças. Recepcionados por Diego Ricardi dos Anjos e Norisvaldo Ferraz Junior, os visitantes receberam informações sobre o monitoramento de acessos de usuários em São Paulo e nos demais estados onde a Fundacentro está presente, o monitoramento remoto por gráficos dos laboratórios da instituição, utilização do aplicativo SST Fácil, como também do software IBUTG.
Na Coordenação de Segurança nos Processos de Trabalho, o chefe, José Damásio de Aquino, explanou sobre como são feitos os ensaios de respiradores e técnicas de ensaio de equipamentos de proteção individual de forma geral.
Unidas pela parceria
Spinelli lembra da cooperação técnica da Fundacentro durante a década de 90 com liberação de recursos para aquisição de instrumentação e equipamentos naquela época para o Centro Regional de Ciências Nuclerares CRCN/CNEN.
A Fundacentro e o IPEN não estão ligadas somente pela carreira de ciência e tecnologia e pela cultura de pesquisa, mas pelo longo histórico de parceria. Entram para a história, ações de formação de profissionais da Fundacentro formados pelo IPEN, pela atuação em conjunto em bancas de mestrado e doutorado de ambas instituições.
Agora a intenção de Spinelli, Presidente em Exercício, é ampliar esta parceria também com o a CNEN, promovendo melhor interação entre as três entidades de pesquisa para que juntas possam desenvolver ações de intercâmbio técnico-científico com vistas a estabelecer ações de prevenção de adoecimentos e acidentes ocupacionais. Para isso, será firmado um Protocolo de Intenções entre as instituições.
Para Pertusi que recebeu o convite de forma positiva, a CNEN já vem realizando reuniões mensais com as demais unidades de pesquisa para integrar o universo de instituições da área nuclear. "É importante para a CNEN se abrir para outras instituições no sentido de ampliar as ações técnicas em áreas de conhecimento correlatas”, até porque a CNEN sempre foi muito fechada em razão de sua atuação na área nuclear. Vejo um campo muito grande de interação entre a Fundacentro e a CNEN”, destacou.
Os visitantes receberam no final da visita, o livro "As doenças dos trabalhadores” de Bernardino Ramazzini, "Fundacentro – Meio século de Segurança e Saúde no Trabalho” e outras publicações técnicas.
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- 31/08/2018 - Nova luz no monitoramento de reações químicas - Agência FapespPesquisas com materiais que poderão ser usados em futuros dispositivos eletrônicos são destaques em eventos com apoio da FAPESP e da DFG
Pesquisas com materiais que poderão ser usados em futuros dispositivos eletrônicos são destaques em eventos com apoio da FAPESP e da DFG
Fonte: Agência Fapesp
André JuliãoAs telas coloridas de smartphones, TVs, tablets e outros dispositivos cada vez mais presentes no dia a dia dependem de materiais com propriedades especiais, sejam luminescentes, magnéticos ou com condutividade elétrica particular. O mesmo vale para as lâmpadas de LED.
Como atuam os mecanismos durante a formação desses novos materiais e como podem ser melhorados os processos de transformação de matéria-prima em produtos foram os temas do workshop New Light on Monitoring Chemical Reactions, ocorrido em agosto na Christian-Albrechts-Universität (CAU) na cidade de Kiel, Alemanha.
O evento foi financiado pela FAPESP do lado brasileiro e pela Sociedade Alemã de Amparo à Pesquisa (DFG), como resultado da chamada FAPESP-DFG Joint Workshops 2017.
"Foram dias bastante produtivos, com muitas trocas de informações científicas para trabalhos futuros”, disse Hermi Felinto de Brito, professor do Instituto de Química da USP e um dos organizadores do encontro, à Agência FAPESP.
Entre os 40 pesquisadores e pós-graduandos presentes dos campos da Química, Física e Engenharia, 16 eram brasileiros oriundos de diferentes instituições do Estado de São Paulo, como da USP (São Paulo, São Carlos e Ribeirão Preto), do Ipen, da Unesp de Araraquara, Unicamp e do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS).
"Nossos dispositivos estão se tornando cada vez menores e mais potentes. Por isso, precisamos desenvolver novos materiais para o futuro”, disse ao site da CAU a brasileira radicada na Alemanha Huayna Terraschke, pesquisadora do Instituto de Química Inorgânica da CAU e coorganizadora do evento.
"O que acontece no nível químico durante a síntese desses materiais ainda não foi esclarecido para a maioria deles. Se aprendermos mais sobre seus processos e mecanismos fundamentais, poderemos, por exemplo, fabricar baterias e dispositivos de armazenamento mais eficientes no futuro”, disse o professor Wolfgang Bensch, diretor do Instituto de Química da universidade alemã.
Os pesquisadores brasileiros participaram ainda de uma visita técnica ao laboratório sincrotron DESY (Deutsches Elektronen-Synchrotron), na cidade de Hamburgo, para observar alguns dos métodos de análise in situ.
Como parte do acordo de colaboração bilateral Brasil-Alemanha, haverá outro workshop, desta vez no Brasil. O evento será sediado no Instituto de Química da USP, no período de 4 a 6 de dezembro deste ano.
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- 15/08/2018 - Bastidores do programa nuclear brasileiro e o acordo com a Argentina - Agência FapespArtigo de José Goldemberg e colaboradores mostra como os dois países convergiram para fazer do Cone Sul uma zona desnuclearizada
Artigo de José Goldemberg e colaboradores mostra como os dois países convergiram para fazer do Cone Sul uma zona desnuclearizada
Fonte: Agência Fapesp
José Tadeu ArantesO risco de um conflito nuclear, com consequências apocalípticas, perpassou todo o período da Guerra Fria, polarizada pelos Estados Unidos e a União Soviética desde o final da Segunda Guerra Mundial até o início da década de 1990.
Cunhou-se no período a expressão "Equilíbrio do Terror”, baseada na suposição de que uma conflagração real poderia ser evitada se houvesse equivalência no poder de destruição dos arsenais das duas superpotências. O cenário tornou-se mais complexo ao longo da década de 1960 e depois, com a emergência de novos detentores de tecnologia e armamentos nucleares.
Na América do Sul, a queda dos regimes militares possibilitou que as duas nações mais desenvolvidas da região, Brasil e Argentina, abrissem mão de perspectivas de uso não pacífico da energia nuclear e criassem, em 1991, a Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares (ABACC), que se tornou também um importante ponto de apoio para a estruturação do Mercosul.
O físico José Goldemberg, presidente da FAPESP, analisou a evolução ocorrida no desenvolvimento nuclear dos dois países. Especialista em energia, Goldemberg escreveu, junto com Carlos Feu Alvim e Olga Mafra, da Ecen Consultoria, o artigo The Denuclearization of Brazil and Argentina, publicado noJournal for Peace and Nuclear Disarmament, periódico mantido pela Universidade de Nagasaki, no Japão.
O artigo – o primeiro do número inaugural do periódico – apresenta um panorama amplo das iniciativas internacionais voltadas para a desnuclearização e se aprofunda na descrição dos esforços nucleares brasileiro e argentino e nas tratativas que resultaram na criação da ABACC e em seu posterior desenvolvimento.
Secretário da Ciência e Tecnologia do Brasil durante o biênio 1990-1991, Goldemberg participou diretamente da negociação. E revelou, em primeira mão, os detalhes desse processo à Agência FAPESP.
"Houve uma conferência entre os presidentes Collor, do Brasil, e Menem, da Argentina, em Foz do Iguaçu. Lá aconteceu uma reunião da qual participaram quatro pessoas: Collor, Menem, um assessor de Menem e eu. Nessa reunião, foi discutido o fato de que tanto o Brasil quanto a Argentina apareciam na imprensa como países que estavam competindo pela produção de armas nucleares. Isso, além de não ser verdade, poderia provocar sanções da parte dos norte-americanos e europeus. Para pôr fim aos boatos e deixar tudo transparente, foi decidida a criação de uma agência bilateral”, disse Goldemberg.
"A criação da ABACC foi uma medida efetiva, que liberou aos brasileiros o acesso à inspeção das instalações argentinas, e aos argentinos o acesso à inspeção das instalações brasileiras. Posteriormente, os dois países aderiram ao Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, facultando à Agência Internacional de Energia Atômica (International Atomic Energy Agency – IAEA) a participação no sistema de inspeções”, acrescentou.
Como descreve o artigo, o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (NPT) foi firmado por 189 países em 1970. Mas Brasil, Argentina e outros países consideraram esse acordo discriminatório, por congelar uma situação assimétrica, impedindo a proliferação da tecnologia e das armas nucleares, mas preservando os arsenais existentes.
Um acordo global mais equânime, o Tratado de Proibição das Armas Nucleares, só viria à votação quase meio século depois. Aprovado por 122 países na Assembleia Geral da ONU em julho de 2017, com apenas uma abstenção e um voto contrário, esse acordo tem como perspectiva a eliminação dos artefatos bélicos nucleares, levando em tese à completa desnuclearização do planeta no que se refere ao uso militar. Porém sua efetividade encontra-se comprometida, uma vez que os Estados Unidos, o Reino Unido e a França, três potências nucleares, declararam que "não participaram da negociação do tratado, e não pretendem assinar, ratificar ou fazer parte dele”.
Diante da dificuldade de uma solução abrangente, o artigo aponta os compromissos regionais como formas mais efetivas de enfrentamento do problema, com a criação de zonas desnuclearizadas. "Notavelmente, os acordos mais bem-sucedidos sobre desarmamento foram negociados primeiro na arena bilateral”, afirma o texto. No contexto latino-americano, o acordo brasileiro-argentino desempenha papel proeminente.
"Entre as 10 maiores economias do mundo, o Brasil é a única com domínio do ciclo de combustível nuclear que não possui nem depende de armas nucleares para sua proteção (...) a Argentina, atualmente na 27ª posição no ranking das economias mundiais, não tem ambições globais que possam motivar o desenvolvimento de armas nucleares”, argumenta o artigo.
Evidentemente, pela lógica impiedosa da geopolítica, se um dos dois países se engajasse em uma corrida nuclear, o outro se sentiria compelido a fazer o mesmo. Mas a criação da ABACC afastou essa ameaça do horizonte.
"A ABACC não apenas cria barreiras à proliferação por meio de salvaguardas como também reduz drasticamente a motivação para ter armas, construindo confiança entre os países da região”, enfatizou Goldemberg.
Corrida regional
A expectativa de um desenvolvimento nuclear independente foi uma ideia que prosperou bem cedo no Brasil e na Argentina, tanto no meio científico quanto no meio militar. No Brasil, começou a ganhar corpo desde o início dos anos 1950, quando foi criado o CNPq (inicialmente Conselho Nacional de Pesquisas, e, depois de 1974, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).
"Em 1956, sob o programa ‘Atoms for Peace’, o Brasil recebeu dos Estados Unidos um reator de pesquisa alimentado por urânio enriquecido em 90%. O reator foi instalado na Universidade de São Paulo, sob a jurisdição do governo federal”, informa o artigo. Mas o programa ‘Atoms for Peace’ foi criticado por importantes cientistas e militares pelo fato de tornar o país dependente do fornecimento de urânio enriquecido pelos Estados Unidos.
Como o enriquecimento do urânio parecia, na época, um objetivo muito distante para o Brasil, desenhou-se um projeto alternativo de reator alimentado por urânio natural. "O chamado Grupo do Tório propôs o uso de um reator de urânio natural, moderado por água pesada, com uma camada de tório 232 que se transformaria em urânio 233 e poderia ser utilizada posteriormente em substituição ao urânio 235. Desta forma, o Brasil poderia substituir o uso de urânio enriquecido por tório, que é abundante no país”, descreve o artigo.
No entanto, este projeto não ganhou apoio governamental e foi abandonado quando o governo decidiu, por razões políticas, adotar a tecnologia de reatores de água pressurizada (PWR). No final dos anos 1960, um reator de água pressurizada de 624 megawatts foi adquirido pelo governo federal da empresa norte-americana Westinghouse e instalado em Angra dos Reis, sob fortes críticas de cientistas e militares.
Enquanto isso, a Argentina adotava um programa mais independente, baseado em reatores canadenses abastecidos por urânio natural e moderados por água pesada, e no Atucha I, construído em cooperação com a Alemanha. Inicialmente baseado em urânio natural e depois modificado para utilizar urânio fracamente enriquecido, o Atucha I serviu de modelo para o Atucha II, vários anos mais tarde.
"A perspectiva de que a Argentina poderia, com o tempo, tornar-se autossuficiente para construir reatores próprios e desenvolver o reprocessamento nuclear tornou-se um assunto espinhoso entre o Brasil e a Argentina, alimentado pelo fato de ambos os países, assim como a Índia, não haverem aderido ao Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (NPT)”, prossegue o artigo.
Em reação, o governo militar brasileiro, na época comandado pelo general Ernesto Geisel, anunciou, em 1975, um ambicioso acordo de cooperação nuclear com a Alemanha Ocidental, com vistas a assegurar ao país o completo domínio do ciclo de combustível. Esse acordo, firmado sem consulta à comunidade científica, foi fortemente criticado como opção econômica e tecnológica.
"A justificativa oferecida pelo governo para o acordo era que o programa nuclear constituía uma resposta à crise do petróleo de 1973, que na época representava uma grave ameaça à balança comercial do país. Na verdade, esta foi a resposta errada porque a eletricidade no Brasil era produzida principalmente por usinas hidrelétricas e não por petróleo, de modo que construir reatores nucleares não reduziria a importação de petróleo, que era usado no transporte e na indústria. Houve também fortes reclamações de que o chamado acordo nuclear com a Alemanha não contemplava uma contribuição justa de insumos da indústria e das instituições tecnológicas locais”, afirma o artigo.
Além disso, o acordo foi visto pelo governo norte-americano, sob a administração Carter, como um possível caminho para o desenvolvimento de armas nucleares pelo regime militar brasileiro.
Em resposta, os Estados Unidos cancelaram as garantias de fornecimento de urânio enriquecido, necessário para reabastecer o reator de Angra I. E, como sintetizou o artigo, "o acordo Brasil-Alemanha desmoronou sob pressão dos EUA devido às suas próprias fraquezas”.
Mas a ambição nuclear continuou na pauta do regime militar. E adquiriu formas concretas sob o governo do general João Batista de Oliveira Figueiredo, quando três programas paralelos, tocados respectivamente pelo Exército, Marinha e Aeronáutica, foram iniciados.
Deles, o da Marinha, instalado no Centro Experimental de Aramar, em Iperó-SP, conduzido por pesquisadores treinados no Massachusetts Institute of Technology (MIT), e nominalmente destinado à construção de um submarino nuclear brasileiro, foi o que mais prosperou, obtendo urânio enriquecido em 20% por ultracentrifugação.
Documento secreto do Conselho de Segurança Nacional, divulgado pela imprensa após a redemocratização do país, justificava o programa nuclear paralelo e definia, como um dos objetivos, a fabricação de explosivos nucleares, "com finalidades pacíficas”.
Mas, como demonstra o artigo, a falta de coordenação entre as várias iniciativas e o enorme empate de dinheiro no acordo com a Alemanha tornaram esse esforço pouco efetivo. Enquanto isso, agentes do Serviço Nacional de Informação, SNI, lotados na embaixada do Brasil em Buenos Aires, transmitiam informes ultrassecretos ao governo e à cúpula militar sobre o desenvolvimento acelerado da Argentina no setor.
"Não há evidência de que, durante os respectivos períodos militares, Brasil e Argentina tenham efetivamente se engajado na produção da bomba. Empenharam-se, sim, no desenvolvimento de tecnologias que poderiam preparar os países para a subsequente fabricação de armas nucleares”, disse Goldemberg.
Mesmo assim, os Estados Unidos viram esses esforços com grande suspeita e bloquearam a transferência ao país de equipamentos que poderiam facilitá-los. Instituições que nada tinham a ver com o programa nuclear, como a Petrobras, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e as universidades, foram prejudicadas, impedidas de receber computadores de alta velocidade comprados de companhias norte-americanas.
Fins pacíficos
Após a redemocratização do Brasil, a Constituição de 1988 estabeleceu claramente que "toda atividade nuclear em território nacional deve ser admitida apenas para fins pacíficos e sob aprovação do Congresso Nacional”. A construção de confiança entre Brasil e Argentina e o acordo efetivo entre os dois países foi decorrência da redemocratização. Goldemberg contou como participou do processo.
Encerrado seu mandato como reitor da Universidade de São Paulo, e exercendo há apenas dois meses e meio o cargo de secretário da Educação do Estado de São Paulo, ele foi convidado, um dia antes da posse de Fernando Collor de Mello, a assumir a Secretaria de Ciência e Tecnologia da Presidência da República.
Com a extinção do Ministério de Ciência e Tecnologia, a Secretaria passava a coordenar órgãos como o CNPq, a Finep e outros, mas, estando lotada diretamente na Presidência, ficava também em sintonia com os problemas políticos.
"E havia, na época, um problema político sério que eram as frequentes matérias da imprensa sobre o suposto programa secreto das Forças Armadas voltado para a produção de armas nucleares. O presidente me interrogou sobre isso. E eu lhe respondi que as atividades nucleares do Ipen [Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares] eu conhecia bem, por ter sido reitor da Universidade de São Paulo. Lá era feito enriquecimento do urânio, mas nada que pudesse ser voltado para a produção bélica. Porém os jornais diziam que havia atividades no Exército, na Marinha e na Aeronáutica. E isso eu não sabia se era verdade”, disse.
Collor pediu-lhe então que visitasse essas instalações e chamou um general para acompanhá-lo. O físico foi e constatou que não havia, na realidade, preparativos avançados para a produção de armas nucleares. Mas existiam grupos dentro dessas estruturas que procuravam transmitir tal imagem, com o objetivo de realçar sua própria importância.
Nesse contexto, surgiu a notícia da descoberta, em Cachimbo, no Pará, de poços muito profundos, que a imprensa alegava terem sido construídos para testes nucleares subterrâneos. "Collor foi a Cachimbo e, em um gesto simbólico, atirou uma pá de cal em um dos poços, sinalizando assim o não engajamento do Brasil na produção de armas nucleares”, relatou Goldemberg.
A reunião dos presidentes Collor e Menem em Foz do Iguaçu, que resultou na criação da ABACC, ocorreu pouco depois. Segundo Goldemberg, antes disso, o Itamaraty havia participado de entendimentos, mas sem resultados concretos. Foi a ABACC que pôs um ponto final na desconfiança mútua. "Durante as tratativas, houve o questionamento de por que não apelar diretamente para a mediação da Agência Internacional de Energia Atômica. Mas o argumento de que a IAEA era dominada pelas grandes potências prevaleceu”, detalhou o físico.
"Mais tarde, no governo Fernando Henrique Cardoso, foi firmado o acordo com a IAEA. Eu já não estava mais no governo, mas o presidente Fernando Henrique me perguntou se não seria o caso de extinguir a ABACC, uma vez que a IAEA poderia fazer a mediação e se encarregar das inspeções. Eu lhe disse que achava melhor preservar a ABACC, porque há sempre suspeitas de que as agências internacionais possam ser manipuladas pelas grandes potências. A ABACC foi mantida e está funcionando muito bem até agora. Graças a ela, o Cone Sul da América Latina ficou desnuclearizado”, disse Goldemberg.
O resultado foi tão positivo que inspirou o governo da Índia a tentar uma solução semelhante. Mas as tratativas com o Paquistão não prosperaram. Estima-se que a Índia possua 135 artefatos nucleares, e o Paquistão, 145, segundo a Arms Control Association.
O artigoThe Denuclearization of Brazil and Argentina(https://doi.org/10.1080/25751654.2018.1479129), de José Goldemberg, Carlos Feu Alvim e Olga Y. Mafra, pode ser lido em www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/25751654.2018.1479129.
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- 14/08/2018 - ´Muito mais que uma injustiça social, uma perversidade que condena a maior parte da nossa população”, diz ministro do GSI sobre a dificuldade para tratamento nuclear no SUS ´ - Diário de PetrópolisFalta de acesso e dificuldade para aquisição de insumos foram pautas das principais reuniões e debates, durante o Congresso Brasileiro de Medicina Nuclear. O encontro ocorreu de 10 a 12 de agosto, em São Paulo
Falta de acesso e dificuldade para aquisição de insumos foram pautas das principais reuniões e debates, durante o Congresso Brasileiro de Medicina Nuclear. O encontro ocorreu de 10 a 12 de agosto, em São Paulo
Fonte: Diário de Petrópolis
Na 32ª edição, além da programação científica, o Congresso Brasileiro de Medicina Nuclear (CBMN) abordou a necessidade de expansão da especialidade no País. O general Sergio Etchegoyen, ministro do Gabinete de Segurança Institucional da presidência, representantes da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), produtores e fornecedores de radiofármacos participaram do evento.Em discurso, o general Etchegoyen destacou que "pessoas perdem a vida porque sequer sabem que existem os recursos da Medicina Nuclear, que podem antecipar diagnósticos, curar, controlar ou melhorar (doenças). As pessoas não têm ideia! 75% da nossa população tem um acesso muito reduzido a isso”.
Para Juliano Cerci, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), "é preciso lutar para que o acesso verdadeiro e universal à saúde seja garantido à população. Não adianta termos a melhor medicina nuclear, o melhor produto, o melhor profissional, o melhor equipamento, se isto não chega à comunidade da forma necessária”.
Durante o congresso ficou definido que a SBMN participará de fóruns com produtores e ANVISA para registro de radiofármacos, além de encontros com o CNEN, produtores privados e responsáveis por clínicas nucleares, a fim de desburocratizar o abastecimento de insumos para a especialidade.
De acordo com o ministro do GSI, o investimento do Ministério da Saúde na produção de radiofármacos e o financiamento de parte da construção do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) ajudará a expandir a medicina nuclear "nos próximos 50 anos, a partir da inauguração do RMB, o Ministério terá os seus radioisótopos e radiofármacos a preço de custo. Esse é o custo do financiamento. Parece-me absolutamente justo”, afirmou.
O dr Drauzio Varella, também esteve em reunião no Congresso "nós viemos discutir o impacto da medicina nuclear tanto no tratamento de várias doenças, como no diagnóstico e estadiamento de vários tumores malignos, e quais as dificuldades para levar estes recursos e toda esta tecnologia para os pacientes do SUS”.
No final deste mês está prevista uma visita conjunta da SBMN, do dr Drauzio e da comitiva do ministro ao IPEN e ao Centro Experimental Aramar, na região de Sorocaba, onde será construído o RMB.
Histórico
O encontro ocorreu quase três meses após a crise do IPEN, que desabasteceu hospitais importantes como o HC de Campinas e do Câncer de Barretos. Atualmente, o instituto está desinterditado em caráter excepcional da ANVISA e precisa realizar adequações.
Desde 2009, o Brasil enfrenta problemas no abastecimento de radioisótopos utilizados em cerca de 80% dos procedimentos médicos nucleares. O principal motivo foi a paralização do reator canadense que abastecia integralmente o mercado brasileiro e 40% do mundo. Estes insumos vêm sendo produzidos exclusivamente pelo IPEN no Brasil ou importados, o que esbarra na burocracia, altos custos e uma série de exigências para autorização.
Sobre a SBMN
Fundada na década de 60, a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN) é constituída por médicos especialistas em medicina nuclear e outros profissionais de áreas correlatas, como tecnólogos, radiofarmacêuticos, biomédicos, físicos e químicos, contando com quase 1 mil sócios atualmente. Tem por objetivo integrar e favorecer o desenvolvimento da comunidade médica nuclear e demais profissionais envolvidos no emprego de fontes abertas de radionuclídeos com finalidades diagnósticas ou terapêuticas, promovendo atividades científicas e de intercâmbio entre profissionais de todo o País.
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- 13/08/2018 - Muito mais que uma injustiça social, uma perversidade que condena a maior parte da nossa população”, diz ministro do GSI sobre a dificuldade para tratamento nuclear no SUS - Jornal Dia a DiaFalta de acesso e dificuldade para aquisição de insumos foram pautas das principais reuniões e debates, durante o Congresso Brasileiro de Medicina Nuclear. O encontro ocorreu de 10 a 12 de agosto, em São Paulo
Falta de acesso e dificuldade para aquisição de insumos foram pautas das principais reuniões e debates, durante o Congresso Brasileiro de Medicina Nuclear. O encontro ocorreu de 10 a 12 de agosto, em São Paulo
Fonte: Jornal Dia a Dia
Na 32ª edição, além da programação científica, o Congresso Brasileiro de Medicina Nuclear (CBMN) abordou a necessidade de expansão da especialidade no País. O general Sergio Etchegoyen, ministro do Gabinete de Segurança Institucional da presidência, representantes da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), produtores e fornecedores de radiofármacos participaram do evento.
Em discurso, o general Etchegoyen destacou que "pessoas perdem a vida porque sequer sabem que existem os recursos da Medicina Nuclear, que podem antecipar diagnósticos, curar, controlar ou melhorar (doenças). As pessoas não têm ideia! 75% da nossa população tem um acesso muito reduzido a isso”.
Para Juliano Cerci, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), "é preciso lutar para que o acesso verdadeiro e universal à saúde seja garantido à população. Não adianta termos a melhor medicina nuclear, o melhor produto, o melhor profissional, o melhor equipamento, se isto não chega à comunidade da forma necessária”.
Durante o congresso ficou definido que a SBMN participará de fóruns com produtores e ANVISA para registro de radiofármacos, além de encontros com o CNEN, produtores privados e responsáveis por clínicas nucleares, a fim de desburocratizar o abastecimento de insumos para a especialidade.
De acordo com o ministro do GSI, o investimento do Ministério da Saúde na produção de radiofármacos e o financiamento de parte da construção do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) ajudará a expandir a medicina nuclear "nos próximos 50 anos, a partir da inauguração do RMB, o Ministério terá os seus radioisótopos e radiofármacos a preço de custo. Esse é o custo do financiamento. Parece-me absolutamente justo”, afirmou.
O dr Drauzio Varella, também esteve em reunião no Congresso "nós viemos discutir o impacto da medicina nuclear tanto no tratamento de várias doenças, como no diagnóstico e estadiamento de vários tumores malignos, e quais as dificuldades para levar estes recursos e toda esta tecnologia para os pacientes do SUS”.
No final deste mês está prevista uma visita conjunta da SBMN, do dr Drauzio e da comitiva do ministro ao IPEN e ao Centro Experimental Aramar, na região de Sorocaba, onde será construído o RMB.
Histórico
O encontro ocorreu quase três meses após a crise do IPEN, que desabasteceu hospitais importantes como o HC de Campinas e do Câncer de Barretos. Atualmente, o instituto está desinterditado em caráter excepcional da ANVISA e precisa realizar adequações.
Desde 2009, o Brasil enfrenta problemas no abastecimento de radioisótopos utilizados em cerca de 80% dos procedimentos médicos nucleares. O principal motivo foi a paralização do reator canadense que abastecia integralmente o mercado brasileiro e 40% do mundo. Estes insumos vêm sendo produzidos exclusivamente pelo IPEN no Brasil ou importados, o que esbarra na burocracia, altos custos e uma série de exigências para autorização.
Sobre a SBMN
Fundada na década de 60, a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN) é constituída por médicos especialistas em medicina nuclear e outros profissionais de áreas correlatas, como tecnólogos, radiofarmacêuticos, biomédicos, físicos e químicos, contando com quase 1 mil sócios atualmente. Tem por objetivo integrar e favorecer o desenvolvimento da comunidade médica nuclear e demais profissionais envolvidos no emprego de fontes abertas de radionuclídeos com finalidades diagnósticas ou terapêuticas, promovendo atividades científicas e de intercâmbio entre profissionais de todo o País.
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