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- 16/08/2023 - Recepção aos alunos da 5ª turma do Programa de Mestrado Profissional em Tecnologia das Radiações em Ciências da Saúde do IPENCom a participação de autoridades do IPEN e professores do curso, o evento aconteceu em 16 de agosto, no Auditório Prof. Dr. Alcídio Abrão, no Centro de Ensino
Com a participação de autoridades do IPEN e professores do curso, o evento aconteceu em 16 de agosto, no Auditório Prof. Dr. Alcídio Abrão, no Centro de Ensino
Foi com entusiasmo que a coordenadora do Programa de Mestrado Profissional em Tecnologia das Radiações em Ciências da Saúde do IPEN, a física Denise Zezell, recebeu os alunos da 5ª turma para a sessão de abertura das atividades e aula inaugural em 16 de agosto.
Estiveram presentes à cerimônia, realizada no Auditório Prof. Dr. Alcídio Abrão, no prédio de Ensino, a diretora do IPEN, Isolda Costa, o coordenador de Pesquisa, Desenvolvimento e Ensino, Niklaus Wetter, a gerente do Centro de Ensino, Martha Marques Ferreira Vieira e o Pesquisador Emérito do IPEN Marcelo Linardi, um dos idealizadores do programa. Na plateia, alunos e professores do curso assistiam aos pronunciamentos.
Isolda Costa ressaltou a excelência do Programa de Mestrado Profissional e a importância das 41 dissertações já realizadas. Ressaltou o apoio institucional e o perfil dos professores altamente qualificados. Marcelo Linardi comentou sobre aspectos históricos da formação do Programa, voltado para profissionais da área da Saúde. "Fizemos uma proposta altamente robusta para uma área que no Brasil não estava sendo atendida adequadamente e aproveitamos a estrutura já existente de ensino acadêmico e de instalações do Instituto. Enfim, nasceu como um Programa de Mestrado de sucesso”.
Após a sessão de abertura, o físico Oswaldo Baffa Filho, professor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (FFCLRP-USP), apresentou o tema "Magnetismo conectando aplicações em Física Médica" de forma on-line. Em seguida, o físico Renato Dimenstein, da Rad Dimenstein e Associados, realizou sua apresentação intitulada "Dosimetria Interna com radioisótopos em Medicina Nuclear".
Os professores Carlos Alberto Zeituni, Maria Elisa Rostelato, vice-coordenadora do Programa, e Carla de Souza iniciaram as aulas da disciplina sobre fundamentos de Radioterapia.
Mais informações sobre o Mestrado Profissional em Tecnologia das Radiações em Ciências da Saúde pelo tel. 11 2810-1572 ou pelo e-mailsmp@ipen.br
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- 16/08/2023 - Abertura da 5ª Turma do Mestrado Profissional em Tecnologia das Radiações em Ciências da SaúdeO evento acontece em 16 de agosto, às 14h, no Auditório Prof. Dr. Alcídio Abrão, 1º andar do prédio de Ensino
O evento acontece em 16 de agosto, às 14h, no Auditório Prof. Dr. Alcídio Abrão, 1º andar do prédio de Ensino
O Mestrado Profissional em Tecnologia das Radiações em Ciências da Saúde inicia em 16 de agosto, a partir das 14h, as aulas para a 5ª turma. Será realizada uma cerimônia de abertura com a participação da diretora do IPEN, Isolda Costa e demais gerentes.
O físico Oswaldo Baffa Filho, professor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (FFCLRP-USP), apresentará o tema "Magnetismo conectando aplicações em Física Médica" de forma on-line. Em seguida, o físico Renato Dimenstein, da Rad Dimenstein e Associados, discorrerá sobre "Dosimetria Interna com radioisótopos em Medicina Nuclear".
Após um café comemorativo, serão iniciadas as aulas para os 22 alunos inscritos. A primeira, será sobre fundamentos da radioterapia.
Mais informações pelo tel. 11 2810-1572 ou pelo e-mail smp@ipen.br
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- 16/08/2023 - Presidente da CNEN profere palestra sobre os desafios da autarquiaO evento, organizado pela ASSIPEN e SINDSEF, acontece em 16 de agosto, quarta-feira, às 15h, no auditório do IPEN
O evento, organizado pela ASSIPEN e SINDSEF, acontece em 16 de agosto, quarta-feira, às 15h, no auditório do IPEN
Servidor há 40 anos na Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Francisco Rondinelli Junior, teve sua nomeação publicada em março deste ano para o cargo de presidente interino da autarquia vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTI). A convite da Associação dos Servidores do IPEN (ASSIPEN) e do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal no Estado de São Paulo (SINDSEF-SP), Rondinelli apresentará a palestra "Perspectivas de soluções para os problemas da CNEN", no próximo dia 16 de agosto, quarta-feira, às 15h, no Auditório Prof. Rômulo Ribeiro Pieroni, anexo ao Bloco da Administração do IPEN.
Com graduação em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mestrado em Engenharia de Produção pela Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC) e doutorado em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento pela UFRJ, Rondinelli atuava como coordenador-geral de Aplicações das Radiações Ionizantes antes da nomeação.
O evento é integrante das atividades preparatórias para o Congresso dos Trabalhadores do IPEN, em organização pela ASSIPEN e o SINDSEF-SP.
Caso não possa participar presencialmente, acompanhe, via plataforma Zoom, pelo link abaixo:
https://us06web.zoom.us/j/84607616393?pwd=RXJJQTVQd3BMWU1zU01EajVxSHVFUT09
ID da reunião: 846 0761 6393
Senha de acesso: 910291
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- 15/08/2023 - Ex-aluno de Pós-doutorado do IPEN é selecionado para participar do 72º Lindau Nobel Laureate MeetingsVelaphi Thipe, ex-aluno de Pós-doutorado do IPEN, foi selecionado para participar do 72º Lindau Nobel Laureate Meetings, evento que promove o encontro de jovens cientistas de todo o mundo com ganhadores de Prêmios Nobel.
O meeting aconteceu entre os dias 25 e 30 de Junho na cidade de Lindau, Alemanha, e teve como principal objetivo promover a troca de conhecimentos e a colaboração entre cientistas de vários países.
Thipe desenvolveu atividades de Pós-doutorado com orientação do pesquisador Ademar Benévolo Lugão, do Centro de Química e Meio Ambiente (CEQMA) do IPEN.
Thipe desenvolveu suas atividades de Pós-doutorado com bolsa FAPESP (2019/15154-0) de março de 2020 a fevereiro de 2022 supervisionado por Ademar Benévolo Lugão, do Centro de Química e Meio Ambiente (CEQMA) do IPEN no projeto: "Smart Immunotherapeutic gold and palladium nanoparticles functionalized with immunomodulatory phytochemicals and their use as radiosensitizers for tumor ablation therapy." Essa iniciativa estava inserida no projeto FAPESP (2017/50332-0) "Capacitação Científica, Tecnológica e em Infraestrutura em Radiofármacos e Radiações a Serviço da Saúde" coordenado por Marcelo Linardi, coordenador de Pesquisa, Desenvolvimento e Ensino de 2013 a 2019.
Link para maiores informações sobre o evento aqui
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- 11/08/2023 - IPEN divulga resultado do processo seletivo para bolsas de Pós-DoutoradoA confirmação de interesse pela bolsa deverá ser comunicada até 18/08/2023
A confirmação de interesse pela bolsa deverá ser comunicada até 18/08/2023
A Coordenadoria de Pesquisa, Desenvolvimento e Ensino (COPDE), por meio do Escritório de Gestão de Projetos (SEEGP), divulga o resultado dos processos seletivos de bolsistas de Pós-Doutorado para atividades em projetos de fomento interno.
Os candidatos classificados deverão enviar mensagem por e-mail para seegp@ipen.br até 18/08/2023, sexta-feira, confirmando o interesse na bolsa. As bolsas terão início em 01/09/2023. O SEEGP orientará os classificados com relação aos documentos e informações para a implementação da bolsa.
Projeto: Influência do ácido fólico (Vitamina B9) em embriões de Danio rerio (zebrafish) expostos à radiação gama e à luz visível" (2020.06.IPEN.04.PD).
Classificado - Murilo Álison Vigilato Rodrigues.Projeto: "Estudo da utilização do grafeno para maximizar a eficiência da célula solar sensibilizada por corante" (2020.06.IPEN.28.PD)
Classificado - Não háProjeto: "Validação de metodologia para caracterização físico-química de nanoplásticos com análise de interações fisiológicas em cultivos celulares: testes in vitro e em amostras de necropsias de animais marinhos" (2020.06.IP#N33.PD2)
Classificada: Maria KuznetsovaProjeto: "Aplicação de feixes de íons energéticos e de nêutrons para o estudo de danos por irradiação em materiais nucleares" (2020.06.IPEN.34.PD2)
Classificado: Zacarias Eduardo Fabrim
Lista de espera: Isác Almeida da SilvaÍntegra do Resultado do Processo Seletivo
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- 03/08/2023 - Radiofarmácia Pública será tema de palestra promovida pela ASSIPEN e SINDSEF-SPO evento será realizado no dia 3 de agosto, às 14h, na sala 7, subsolo do Bloco A do IPEN
O evento será realizado no dia 3 de agosto, às 14h, na sala 7, subsolo do Bloco A do IPEN
As atividades relacionadas com a produção de radiofármacos para diagnóstico e terapia é uma das mais destacadas atividades desenvolvidas pelo IPEN na área da Saúde. Entretanto, muitos desafios se apresentam para a ampliação do uso de radiofármacos pela população brasileira. Assim, farmacêutico, doutor em Imunologia Básica e Aplicadas e gerente do Centro de Radiofarmácia do IPEN, Emerson Soares Bernardes, apresentará o tema "Radiofarmácia Pública: desafios atuais e oportunidades de crescimento" no dia 3 de agosto, quinta-feira, às 14h, na sala 7, subsolo do Bloco A.
O evento é integrante das atividades preparatórias para o Congresso dos Trabalhadores do IPEN, em organização pela Associação dos Servidores do IPEN (ASSIPEN) e o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal no Estado de São Paulo (SINDSEF-SP).
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- 28/07/2023 - EXPOT&C: Vila Nuclear atrai público com experiências “inusitadas” apresentadas pela CNENDiversidade de atrações da área nuclear, presentes em nosso cotidiano, têm levado centenas de visitantes ao espaço de 54m2 ocupada pelos Institutos da CNEN desde o primeiro dia. Exposição se encerra neste sábado, 29.
Diversidade de atrações da área nuclear, presentes em nosso cotidiano, têm levado centenas de visitantes ao espaço de 54m2 ocupada pelos Institutos da CNEN desde o primeiro dia. Exposição se encerra neste sábado, 29.
Pedrinhas que "pulam” da tela, visita a um reator nuclear de pesquisa, análise sensorial de alimentos irradiados e não-irradiados, um cintilômetro que lembra arma de "O exterminador do Futuro” e a experiência de vestir aquele traje "antirradiação” esquisito dos filmes de ficção científica. Essas são algumas das atrações que a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) trouxe para ExpoT&C, mostra de ciência, tecnologia e inovação que acontece no campus da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba.
Com expectativa de receber um público de seis mil visitantes, a ExpoT&C chega a sua 30ª edição e acontece no Centro Politécnico da UFPR, em concomitância com a 75ª Reunião Anual da SBPC. Este ano, os tradicionais estandes foram substituídos por uma "cidade”, para evidenciar que o conhecimento científico e tecnológico é desenvolvido de forma integrada e colaborativa. A CNEN e suas unidades técnico-científicas compõem a Vila Nuclear, área de 54m2.
Os simuladores do Laboratório de Realidade Virtual do Instituto de Engenharia Nuclear (IEN/CNEN), sediado no Rio de Janeiro, têm atraído a atenção dos visitantes, principalmente de crianças e jovens. As experiências vão desde o treinamento para uso de detetor de radiação, até visita virtual ao reator Argonauta, cuja maquete está exposta. Também é possível conhecer programas que mostram a sala de bombeamento da Usina de Angra II, da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, em Angra dos Reis.
De acordo com o pesquisador Eugenio Marins, é na sala de bombeamento que ocorrem os treinamentos para operações de comutação de bombas. Muito confuso para quem não é da área? Não importa, o que vale é a sensação de estar ali, em um local de acesso restrito. "Tudo que é proibido atrai de cara”, brinca Francisco José Silva, 15, estudante do ensino médio e, como diz, "candidato a cientista”.
"A ideia é mesmo colocar a criançada com os óculos, para verem a exposição do vídeo 3D, com a visão estereoscópica. Quando são um pouco maiores, passamos uma noção básica de como funciona a estereoscopia, explicamos como funciona a TV 3D, como as pedrinhas saem da tela”, conta Marins, referindo-se às imagens de vídeo sobre os tipos de geração de energia, representadas por uma espécie de "explosão” de pedras.
Foi exatamente o que fascinou a estudante Julia Graciano, 17, cursando o terceiro ano do ensino médio. "A sensação com os óculos 3D é incrível! Mas a experiência se torna muito mais gostosa porque recebemos a explicação de como funciona a realidade 3D. A gente vê de uma maneira, põe os óculos e muda completamente. A imagem sai da tela e vem até nós. Fiquei realmente impressionada”, diz Julia.
Laura Baraniuk, 17, também cursando o terceiro ano do ensino médio, se disse "impressionada” com os conceitos apresentados por Marins. "Adorei a experiência, achei super diferente. Mas é fato que ela se torna muito mais interessante com a explicação do pesquisador”.
O Projeto de Extensão Tecnológica denominado "Programa de capacitação técnico científica nas áreas nuclear, radiológica e correlatas (PCTC-IEN)” também integra as ações do IEN na ExpoT&C. Baseado na Lei de Inovação, o programa tem como objetivo auxiliar no desenvolvimento, aperfeiçoamento e difusão de soluções científicas e tecnológicas e na sua disponibilização à sociedade e ao mercado por meio de cursos.
De acordo com Valéria Pastura, coordenadora do Programa, os 14 cursos são voltados para alunos de cursos técnicos e de graduação, pós-graduandos e profissionais autônomos e de instituições públicas e privadas ligadas ao setor nuclear. "Mas está aberto também a interessados nas áreas nuclear, radiológica e correlatas, com atuação na América Latina e Caribe”.
"Mangas radioativas?”
Pesquisadores do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN/CNEN), em Belo Horizonte, trouxeram para a ExpoT&C diferentes exemplos de aplicações da tecnologia nuclear, entre elas, a irradiação de gemas (pedras semipreciosas) e de alimentos. A pesquisadora Carolina Braccini Freire explica o processo e as vantagens da irradiação: além de aumentar o tempo de prateleira, possibilita a diminuição da microbiota (micro-organismos que estão presentes em gêneros alimentícios).
Apesar da questão fitossanitária, há quem tenha receio de experimentar alimentos irradiados, embora certamente já o tenha feito sem saber. Maria Cristina Oliveira, 16, conta que a palavra "radiação” já provoca "aquele medinho”. Quando a Carolina explicou a tecnologia, as vantagens e a segurança, e depois mostrou protótipos de alimentos que são comumente irradiados e estão presentes nas refeições do dia a dia, ela se surpreendeu. "Nossa, não imaginava. Viva a ciência, que nos liberta de ignorância e preconceito”, comentou.
Temperos, frutas, verduras, legumes, carnes, grãos e industrializados são alguns dos alimentos que podem passar pelo processo de radiação. Na Vila Nuclear, é possível fazer uma análise sensorial de mangas irradiadas e não-irradiadas, sem identificá-las, e depois preencher o formulário avaliando itens como sabor, cor, aroma e textura.
"Os visitantes ouvem as explicações sobre a tecnologia e na sequência vêm degustar as mangas, sem saber qual é irradiada e qual não é. O resultado depende da maturação da fruta, mas arrisco dizer que as não-irradiadas fazem mais sucesso. Ao final do evento, vamos tabular as respostas ao questionário”, disse a pesquisadora Yasko Kodama, do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN/CNEN).
Para Raissa da Silva, 21, estudante de fisioterapia na UFPR, a diferença foi mais visual, embora também seja possível distinguir uma manga da outra quanto ao sabor. "A primeira tinha uma cor bem mais viva, isso é facilmente percebido; agora, no gosto, a segunda tem mais sabor”, disse, sem saber que a fruta "2” era justamente a irradiada. Foi a primeira vez que ela experimentou um alimento sabendo que havia passado pelo processo de radiação. "Foi bem ok”, garantiu.
Já Ludmila Bianca Batista, estudante de biologia da UFPR, foi longo perguntando se eram "mangas radioativas”. Yasko Kodama explicou que nenhum alimento que passa pelo processo fica radioativo ou contaminado. "Não há contato do alimento com material radioativo. É como quando você faz um raio x, você também não sai radioativo. Embora sejam emissões por fontes diferentes, em ambos os casos não há energia suficiente para modificar o núcleo dos átomos e torná-los radioativos”, acrescenta a pesquisadora.
Mesmo com a explicação, ao concluir sua análise sensorial, Ludmila cometeu ato falho: "Olha, eu gostei mais da manga radioativa, foi uma experiência muito legal”. E depois se desculpou, dizendo que será "mais cuidadosa daqui para a frente”.
Além da irradiação de alimentos, o CDTN promove divulgação científica de rejeitos radioativos, em uma perspectiva ambiental. "Trouxemos para a ExpoT&C uma câmara para mostrar como funciona a radiação e, por essa câmara, é possível explicar como se dá a aplicação da tecnologia nuclear no meio ambiente e em áreas correlatas”, afirmou Carolina.
Pequenas notáveis
Quem é acostumado a visitar feiras e exposições, não apenas de ciência, sabe que é muito comum exposição de maquetes. E a Vila Nuclear apresenta um conjunto delas, físicas e virtuais. Um dos destaques é a Unidade Móvel de Radiação, projeto do IPEN/CNEN. É uma carreta que funciona como um laboratório itinerante, com equipamentos analíticos e um acelerador de elétrons, e comentou sobre as possibilidades de aplicações. Uma delas é a viabilidade da tecnologia nuclear na indústria, particularmente no tratamento de efluentes industriais e domésticos.
Projeto de inovação desenvolvido com tecnologia nacional pelo IPEN/CNEN e a empresa Truckvan, a Unidade Móvel também possibilitará a realização de estudos para instalação de plantas de irradiação em escala industrial, o treinamento em operação e manutenção de aceleradores indústrias de elétrons, e prestações de serviços tecnológicos.
Entre as maquetes virtuais, temos a do IEN Virtual, do Reator Argonauta, da Radiofarmácia, a a já mencionada Sala de Bombeamento de Angra II, o simulador de Depósito de Rejeitos e até o simulador da entrada estádio do Maracanã – dá para acreditar? –, usado para treinar a coordenação entre os agentes da CNEN e agentes da segurança pública.
Para quem não sabe, a CNEN está sempre trabalhando na segurança nuclear e radiológica em grandes eventos no Brasil, como a Copa do Mundo de Futebol, em 2014, os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, em 2016. "Inclusive, nós fizemos a segurança na visita do Papa João II, quando foi ao Rio, em 1997, para o Encontro Mundial com as Famílias, no Aterro do Flamengo. A CNEN montou uma equipe para a segurança do Papa, o que demonstra a nossa importância histórica na área de segurança nuclear”, lembra a servidora Maria Lucia da Silva, do IEN/CNEN.
"Medicamentos radioativos”
Todo mundo sabe o que é uma farmácia, mas poucos sabem o que é uma radiofarmácia. É onde se manipula radiofármacos, que são utilizados pela medicina nuclear, para diagnósticos e tratamentos de cânceres e outras doenças. Como é uma área controlada, ou seja, de acesso restrito, o uso de simulador de realidade virtual permite visitação e manipulação de objetos, e, com isso, atende dois propósitos diferentes: o treinamento de profissionais que vão trabalhar naquele ambiente e a divulgação científica, levando informação ao público que não têm acesso.
"O simulador, com o equipamento adequado, permite não apenas conhecer as instalações, mas também a manipular objetos virtuais das áreas controladas da radiofarmácia. Você pode fazer de tudo, desde abrir portas, abrir as torneiras, segurar tubos de ensaios, até colocar os vidros no Gerador de Tc-99, simulando procedimentos realizados em uma radiofarmácia de verdade”, explicou Eugenio Marins.
Produzido no IPEN/CNEN, em São Paulo, o Gerador de Tc-99 é utilizado na medicina nuclear com finalidades diagnósticas, respondendo por 80% a 90% de todos os exames com esse fim. O Instituto é, atualmente, o maior produtor de radiofármacos no Brasil, com um total de 23 produtos, sendo 11 de uso clínico, 11 reagentes liofilizados e o próprio gerador99Mo/99mTc.
"Temos aqui expostos protótipos dos radiofármacos que o IPEN produz e um boneco de corpo humano com órgãos expostos, que permite aos visitantes conhecerem cada aplicação. Muitos visitantes se surpreendem com ao conheceram as aplicações da tecnologia nuclear na saúde”, conta Antonio Fernando Rodriguez Alvarez, servidor do Instituto.
A CNEN também trouxe para a ExpoT&C maquetes de um reator de potência (para geração de energia), do Reator Nuclear de Pesquisas IEA-R1, localizado no IPEN, e do núcleo do futuro Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), o maior empreendimento para a área nuclear no país, que dará autossuficiência ao Brasil com a produção de todos os radioisótopos necessários para aplicações médicas (radiofármacos) e industriais.
Uso seguro
Outra atração é o "passeio” pela maquete virtual do novo Centro Tecnológico Nuclear e Ambiental (Centena), que, além de armazenar definitivamente os rejeitos radioativos do país, vai contar com edificações de apoio operacional e instalações para pesquisa e desenvolvimento tecnológico. A divulgação de atividades do setor nuclear e treinamentos especializados serão também contempladas no Centro. Esse projeto é de competência da CNEN, sendo o CDTN responsável pela sua coordenação, em colaboração com os outros Institutos.
Também é possível fazer uma visita virtual aos laboratórios da área de metrologia das radiações ionizantes, do Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD/CNEN), sediado no Rio de Janeiro, e conhecer equipamentos de proteção individual (EPIs). O Instituto tem a missão de garantir o uso seguro das radiações no país. Uma de suas atrações é a pesquisa sobre gel aplicado ao tratamento e proteção radiológica em radioterapia.
De acordo com o pesquisador João Hamann, do Laboratório Nacional de Metrologia das Radiações Ionizantes (LNMRI/IRD), o objetivo da pesquisa foi desenvolver uma nova ferramenta de controle e qualidade na área de radioterapia voltada ao tratamento de tumores na região da cabeça. Para isso, a equipe do Instituto trouxe à ExpoT&C um crânio de resina em acrílico, preenchido com gelatinas, para demonstrar a técnica de aplicação do gel.
"Claustrofóbico”
Da ficção científica para a realidade. Quem passa pela Vila Nuclear pode experimentar aquele traje "antirradiação” esquisito que aparece nas telas de cinema, em filmes relacionados à área nuclear. E quem aceitou o desafio pode sentir por alguns momentos como é o trabalho de radioproteção utilizando todo aquele paramento. O calouro de engenharia química da UFPR, Matheus Otsuka, 19 anos, que o diga.
"Foi a primeira vez que eu vi de perto e pude experimentar. É uma sensação diferente, meio claustrofóbica, principalmente por causa da máscara. Mas é só no começo, depois, vai ficando tudo bem. Imagino que, com os profissionais, seja assim também”, disse. Ele se refere aos equipamentos de proteção individual (EPIs) utilizados nos trabalhos de proteção radiológica.
Aquele macacão geralmente branco, revestido 100% de polietileno, é o EPI que evita a contaminação externa por material radioativo líquido ou em pó. Já a máscara, que parece uma "nave” no rosto, serve para impedir contaminação interna, ou seja, por inalação.
Otsuka experimentou os dois e garante que "sobreviveu”. Depois, já desparamentado, utilizou um PRD (acrônico do inglês Personal Radiation Dosimeter) para simular monitoração radiológica em um outro visitante que se encorajou e também vestiu os EPIs. Alguns modelos de PRD identificam qual é o radionuclídeo presente (se houver), os tipos de energia, de radiação ionizante e não-ionizante e as diferenças entre elas.
"As pessoas têm curiosidade de saber o que é essa roupa e se realmente ela protege de material radioativo. A gente explica que o macacão não protege da radiação, a proteção contra a radiação é através de blindagem, tempo e distância. O que ele protege é contra a contaminação radioativa”, explica Walber Castro, supervisor de proteção radiológica da CNEN, na área de transportes de material radioativo.
Em parte, a curiosidade a que se refere Walber é porque, ao circularem pela rua que leva à Vila Nuclear, os visitantes se deparam com um boneco totalmente paramentado. Além disso, o servidor Carlos Henrique Romeiro passeia pela Vila como se fosse ele próprio um personagem da ficção, atraindo ainda mais o interesse do público.
Ainda na área de radioproteção, o Centro Regional de Ciências Nucleares do Nordeste (CRCN-NE), situado em Recife, apresentou exemplos de materiais que contêm radiação natural a fim de mostrar ao público que a radiação ionizante está presente no cotidiano e que não apresenta riscos, nessas condições naturais. O pesquisador José Carlos Pereira explcia aos visitantes o trabalho da proteção e todo o ciclo nuclear, seus instrumentos de medições, como detetores e EPIs utilizados pelos profissionais da área.
Exemplares de minério de urânio, torianita, areia monazítica, incrustações (resíduos que aderem à tubulação, na indústria do petróleo) são alguns dos materiais que contêm radiação natural. Com um cintilômetro que mais parece aquelas armas de "O exterminador do Futuro”, os pesquisadores demostram ao público as atividades radioativas presentes nesses materiais e que não oferecem nenhum risco à população. Também estão expostos dosímetros, instrumentos para quantificar o nível de radiação no indivíduo ocupacionalmente exposto, ou seja, os trabalhadores da área nuclear como um todo.
O estudante Pedro Henrique Franchini, 10, testou o cintilômetro em uma fonte selada de Césio-137 e ficou atento ao sinal sonoro emitido pelo equipamento, que indica a presença de radiação ionizante. Perguntado se a área nuclear desperta a sua curiosidade, ele disse que sim, mas não quis falar muito, estava atento ao material e às explicações dos pesquisadores. "É um tema interessante sim”, resumiu.
"Área estratégica”
Satisfeito com o que viu na Vila Nuclear, o presidente da CNEN, Francisco Rondinelli Júnior, disse que a instituição tem um "potencial enorme” para ocupar e promover a área nuclear, divulgando todas as suas atividades de pesquisa, tecnologia, inovação e serviços de excelência, em benefício da sociedade. "A ExpoT&C é um espaço muito fértil para fazermos essa promoção. Estou muito satisfeito com a dedicação dos nossos servidores para trazerem ao público as nossas atividades”, afirmou.
Rondinelli ressalta que o setor nuclear é importante não só pelo aspecto da geração de energia, que dá mais estabilidade ao sistema por meio das plantas nucleares de Angra, mas também pelas aplicações, seja na área médica, meio ambiente, indústria, agricultura, na educação – "a parte de formação de pessoal é importantíssima – e tudo isso nós queremos colocar novamente na agenda nacional de C&T, com resultados concretos, que é o que temos para entregar, mostrando o quanto somos uma área estratégica para o país”, concluiu.
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- 27/07/2023 - Doutoranda do IPEN participa de atividade virtual durante a 75ª Reunião Anual da SBPCNo dia 27 de julho, a doutoranda em Tecnologia Nuclear do IPEN, Gabryele Moreira dos Santos, participou da roda de conversa virtual "Ciência: Um substantivo feminino" durante a 75ª Reunião Anual da SBPC, que acontece na cidade de Curitiba.
A roda de conversa integra o projeto "Atenas: Os caminhos do conhecimento traçados pelas mulheres da ciência no século XXI" e tem como objetivo promover um ciclo de debates e relatos pessoais sobre as dificuldades encontradas pelas mulheres ao longo da trajetória acadêmico-científica.
A mediação ficou a cargo de Milena Soriano de Santo, graduanda da UEM (Universidade Estadual de Maringá) e contou também com as participações de: Dra. Susana de Souza Lalic (Professora Titular da UFS - Universidade Federal de Sergipe), Dra. Juliana Fonseca de Lima (Professora Adjunta da UERJ - Universidade Estadual do Rio de Janeiro) e Dra. Joanna Cecília da Silva Santos (Professora Assistente da Universidade de Notre Dame / EUA).
Para assistir a roda de conversa clique aqui
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- 27/07/2023 - Em visita à Vila Nuclear, ministra de C,T&I conhece a diversidade da CNEN e assegura concurso em breveLuciana Santos reiterou prioridade para o RMB e assegurou que as autarquias também serão contempladas com novas vagas, a exemplo do que ocorre com as unidades vinculadas
Luciana Santos reiterou prioridade para o RMB e assegurou que as autarquias também serão contempladas com novas vagas, a exemplo do que ocorre com as unidades vinculadas
A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, visitou a ExpoT&C, nesta quarta-feira, 26, e marcou presença na Vila Nuclear, onde conheceu algumas das atividades da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) em benefício da sociedade e reiterou os esforços do MCTI no sentido de fortalecer as instituições de ensino e pesquisa, inclusive com a realização de concursos públicos, e executar o projeto do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB).
Com a expectativa de receber seis mil visitantes, a ExpoT&C, mostra de ciência, tecnologia e inovação (C,T&I) está acontecendo no campus da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba, em concomitância com a 75ª Reunião Anual da SBPC. Diferentemente dos anos anteriores, os tradicionais estandes foram substituídos por uma "cidade”, onde está a Vila Nuclear, área de 54m2ocupada pela CNEN e suas unidades técnico-científicas.
Acompanhada de Francisco Rondinelli Jr. e Wilson Parejo Calvo, respectivamente presidente e diretor de Pesquisa e Desenvolvimento (DPD) da CNEN, a ministra conheceu os produtos do Laboratório de Realidade Virtual do Instituto de Engenharia Nuclear (IEN) e, na oportunidade, o pesquisador Eugenio Marins enfatizou a importância da implantação do projeto da Casa da Ciência Nuclear no IEN, um centro para divulgação científica na área nuclear.
A proposta do IEN/CNEN vem ao encontro da política de popularização da ciência que está sendo amplamente discutida no âmbito da Diretoria de Popularização da Ciência, Tecnologia e Educação Científica do MCTI, conduzida por Juana Nunes, que possui larga experiência em formulação de políticas públicas e articulação social. Em reunião ocorrida pela manhã, representantes da CNEN mencionaram a importância de editais específicos para ações de divulgação na área nuclear.
"O MCTI tem todo o interesse de fortalecer e ampliar a divulgação científica”, disse a ministra. A Casa da Ciência Nuclear procura justamente evidenciar a relevância da área nuclear para a população, guiada pelo campo de conhecimento CTSA (acrônimo para ciência, tecnologia, sociedade e meio ambiente), que busca construir um ambiente expositivo dentro da tendência atual, abordando as problematizações entre a ciência, tecnologia e sociedade.
O IEN/CNEN também apresentou o Projeto de Extensão Tecnológica, baseado na Lei de Inovação, o qual oferece cursos de extensão nas áreas nuclear, radiológica e correlatas. São 14 cursos de competência e inovação em capacitação.
Concurso e gestão do conhecimento
Outra reinvindicação à ministra foi quanto à necessidade imediata de reposição de pessoal, por meio de concurso público, para a CNEN. O pesquisador Giovanni Conturbia, do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN/CNEN), enfatizou que a precarização pode impactar a gestão do conhecimento. "Em uma ponta, temos muitos servidores se aposentando; em outra, bolsistas extremamente capacitados que não conseguem ser absorvidos pelas instituições”, disse.
De acordo com o pesquisador, o programa nuclear brasileiro teve um "desenvolvimento fabuloso” na década de 80, mas corre sérios riscos, caso não haja realmente uma política prioritária para fomentar a pesquisa na área. "A discrepância entre as duas pontas que mencionei tem uma implicação direta na gestão do conhecimento. Não podemos deixar a peteca cair. Felizmente, a ministra se mostrou sensível à questão e assegurou que em breve o MCTI anunciará concursos para as autarquias”.
Aplicações nucleares
A irradiação de alimentos, importante ferramenta para dinamizar o agronegócio brasileiro e potencializar a exportação, é uma das áreas de atuação no Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN/CNEN). A ministra Luciana viu protótipos de alimentos que podem passar pelo processo, que, além de aumentar o tempo de prateleira, possibilita a diminuição da microbiota (micro-organismos que estão presentes em gêneros alimentícios).
Além da irradiação, o CDNT/CNEN também atua na produção de radiofármacos, em especial, o FDG, marcado com Flúor-18, com o objetivo de rastreamento de câncer primário e metástases. O kit entregue à ministra é resultado do trabalho de divulgação científica no instituto.
"Como aluna da pós-graduação em Ciência e Técnicas Nucleares, a divulgação científica e a participação em eventos como a SBPC são de extrema importância para a inclusão dos alunos formados pelo CDTN no desafio de desmistificar a área nuclear para o público geral”, afirmou Natália Taveira.
O IPEN/CNEN tem uma linha de pesquisa que estuda o processo de irradiação para conservação frutas e de flores comestíveis. Na Vila Nuclear, o público pode fazer uma análise sensorial com mangas irradiadas e não-irradiadas, a fim de constatar eventuais diferenças de sabor, cor, aroma e textura. A ministra Luciana Santos topou a experiência, sem saber qual era uma e outra, e gostei das duas."Mas, ao final da análise, acabou apontando uma das duas, e foi justamente a manga irradiada”, entregou Kodama.
Na sequência, o titular da DPD/CNEN, Wilson Calvo, mostrou à ministra a maquete da Unidade Móvel de Radiação, uma carreta que funciona como um laboratório itinerante, com equipamentos analíticos e um acelerador de elétrons, e comentou sobre as possibilidades de aplicações. Uma delas é a viabilidade da tecnologia nuclear na indústria, particularmente no tratamento de efluentes industriais e domésticos.
Projeto de inovação desenvolvido com tecnologia nacional pelo IPEN/CNEN e a empresa Truckvan, a Unidade Móvel também possibilitará a realização de estudos para instalação de plantas de irradiação em escala industrial, o treinamento em operação e manutenção de aceleradores indústrias de elétrons, e prestações de serviços tecnológicos.
De acordo com Calvo, o Acordo de Cooperação firmado com a Truckvan prevê a transferência de tecnologia do IPEN/CNEN à empresa, na construção de outras unidades móveis. O projeto tem recursos da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), FINEP, CNPq e apoio da NUCLEP. "Faço questão de participar do lançamento da Unidade Móvel”, adiantou Luciana.
RMB: "estruturante e prioritário”
A ministra de C&T fez questão de ver a maquete do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), mencionado por ela como prioridade entre os projetos estruturantes do governo, em seu pronunciamento na abertura da 75ª Reunião Anual da SBPC. Conduzido pela CNEN, o RMB é o maior empreendimento para a área nuclear no país, na atualidade. Segundo explicou Calvo, apesar do nome, o projeto não limita a um reator nuclear.
"Trata-se de um novo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento que abrigará um Reator Nuclear de Pesquisa (30 MW), um Laboratório Nacional de Fusão Nuclear, um Acelerador de Alta Energia (70 MeV), Planta de Processamento de Radioisótopos, Laboratório de Ensaios de Materiais Pós-Irradiados, Laboratório de Análise por Ativação Neutrônica, Laboratório de Produção de Elementos Combustíveis, dentre outros”.
O RMB dará autossuficiência ao Brasil com a produção de todos os radioisótopos necessários para aplicações médicas (radiofármacos) e industriais. Além disso, será possível testar combustíveis nucleares para reatores de pesquisa, potência e propulsão naval. Em relação à p&d, será fundamental na caracterização de materiais por feixe de nêutrons, atuando de forma complementar ao Empreendimento Sirius.
Calvo também mencionou a capacitação de profissionais em Tecnologia Nuclear e em áreas estratégicas ao País no RMB. "É um projeto estruturante e de arreste tecnológico ao setor nuclear, que envolve várias entidades parceiras”, afirmou.
O RMB é coordenado pela CNEN, por meio de suas unidades técnico-científicas, em parceria com as Indústrias Nucleares Brasileiras (INB), a Marinha do Brasil, a Amazul, a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), Associação Brasileira de Energia Nuclear (ABEN), Sociedade Brasileira de Proteção Radiólogica (SBPR), INVAP S.E., dentre outras instituições públicas e privadas no País. O financiamento provém do FNDCT/FINEP/ou MCTI.
Segurança
O Centro Regional de Ciências Nucleares do Nordeste (CRCN-NE) apresentou exemplos de matérias que contêm radiação natural a fim de mostra ao público que a radiação ionizante está presente em nosso cotidiano e que não apresenta riscos, nessas condições naturais. O pesquisador José Carlos Pereira explicou o trabalho da proteção e todo o ciclo nuclear, seus instrumentos de medições, como detetores, e os equipamentos de proteção individual (EPIs) utilizados na área de radioproteção.
"Receber a ministra aqui foi gratificante e motivo de orgulho para nós, pois ela pode perceber a importância das atividades da CNEN em benefício da sociedade. A área nuclear é estratégica para o Brasil, e a CNEN detém conhecimentos e tecnologias para contribuir nesse contexto de melhorar a qualidade de vida população brasileira, por exemplo, na questão alimentar, da saúde, com diagnósticos e terapias, e na nossa área específica, que é a radioproteção”.
Em sua última parada na Vila Nuclear, a ministra Luciana conheceu as atividades que o Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD/CNEN) desenvolve para garantir o uso seguro das radiações no país. É possível ver de perto os equipamentos de proteção individual, detectores e detalhes de preparação das equipes de radioproteção, voltada à coleta e análise de amostras ambientais, além de ter contato com atividades da preparação de equipes para atendimento a emergências.
O servidor Carlos Henrique Romeiro, do IRD, estava paramentado com o EPI utilizado nos trabalhos de proteção radiológica, o que tem atraído muito o interesse do público, e não foi diferente na passagem da ministra. "Foi um momento marcante porque a presença da ministra é uma maneira de valorizar a área nuclear e os conhecimentos que produzimos, principalmente pela importância que exerce à frente do MCTI”, destacou Romeiro.
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- 25/07/2023 - Roda de conversa e dança marcaram o Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha em evento da ASSIPEN no auditório do IPENO contou com depoimentos sobre a necessidade de ações de combate ao racismo e finalizou com apresentação de dança afro.
O contou com depoimentos sobre a necessidade de ações de combate ao racismo e finalizou com apresentação de dança afro.
A Associação dos Servidores do IPEN (ASSIPEN) e o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal no Estado de São Paulo (SINDSEF-SP) organizaram uma roda de conversa com o objetivo de discutir questões voltadas ao combate do racismo e da situação social das mulheres negras na sociedade brasileira. O evento foi realizado em 25 de julho e marcou o Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha, além de ser preparatório para o Congresso dos Trabalhadores e Trabalhadoras do IPEN.
No primeiro bloco, o tema "Diferentes Expressões do Racismo na Sociedade” contou com as participações de Janaina dos Reis, membro da Executiva Nacional do Movimento Mulheres em Luta (MML) , Bernadete Aparecida Serafim, servidora aposentada do IPEN que atuava no Serviço Médico, Maria Inês dos Santos e Sheila Fernanda Dezen, mediadora do encontro, ambas do Serviço de Assistência à Saúde (SEGAS) do IPEN.
Depoimentos contundentes sobre a questão do racismo e da violência foram citados pela plateia que contava com grande participação de colaboradores de empresas terceirizadas.
Uma empolgante coreografia afro intitulada "Disritmia” tomou conta do palco e dos corredores do auditório do IPEN. Inspirada em conto homônimo de Elizandra Souza, a dança foi apresentada pela bailarina, coreógrafa e educadora Regina Santos acompanhada pelos músicos Leandro Perez e Thiago Barcelos Fialho. A coreografia apresentava diferentes ritmos de origem africana acompanhando o crescimento de uma menina negra até a maturidade e finalizou com grande parte do público participando da dança.
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- 25/07/2023 - Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha terá evento no auditório do IPENO encontro para discussões referentes ao racismo é organizado pela ASSIPEN E SINDSEF-SP e acontecerá no dia 25 de julho, às 13h
O encontro para discussões referentes ao racismo é organizado pela ASSIPEN E SINDSEF-SP e acontecerá no dia 25 de julho, às 13h
A Associação dos Servidores do IPEN (ASSIPEN) e o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal no Estado de São Paulo (SINDSEF-SP) promove um encontro para discussão de temas relevantes sobre o racismo e ações de combatê-lo no Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha, em 25 de julho, terça-feira, a partir das 13h, no Auditório Rômulo Ribeiro Pieroni, anexo ao Bloco A do IPEN. O evento faz parte das atividades preparatórias para o Congresso dos Trabalhadores do IPEN, em organização pelas entidades.
A roda de conversa terá como pauta a necessidade de combater as diferentes formas de expressão do racismo na sociedade com a participação de representantes de servidoras do IPEN e convidadas. A programação se encerra às 14h30 com uma apresentação de uma roda de dança afro.
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- 24/07/2023 - Pesquisador do IPEN participa de atividade virtual durante a 75ª Reunião Anual da SBPCNo dia 24 de julho, o pesquisador do IPEN, Daniel Perez, participou da mesa-redonda "Discutindo a formação de jovens cientistas nucleares" durante a 75ª Reunião Anual da SBPC, que acontece de 23 a 29 de julho na Universidade Federal do Paraná, Curitiba.
Também participaram da discussão os pesquisadores Ana Cláudia Camargo Miranda (Hospital Israelita Albert Einstein) e Edson Ramos de Andrade (IME - Instituto Militar de Engenharia), com mediação de Thiago de Salazar e Fernandes, presidente da SBBN - Sociedade Brasileira de Biociências Nucleares.
Para assistir a mesa-redonda clique aqui
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- 24/07/2023 - Ministra anuncia R$ 3,6 bi para infraestrutura de pesquisa e cita RMB como ação estruturante na abertura da SBPCPara Luciana Santos, conquistas nesses primeiros seis meses representam “uma virada de página” na história da C&T no país, deixando para trás episódios recentes de negação da ciência
Para Luciana Santos, conquistas nesses primeiros seis meses representam “uma virada de página” na história da C&T no país, deixando para trás episódios recentes de negação da ciência
A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, participou da sessão solene de abertura da 75ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), no Teatro Guaíra, em Curitiba, e anunciou investimento de R$ 3,6 bilhões na recuperação e expansão da infraestrutura da pesquisa nacional e o desenvolvimento de projetos estruturantes como o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), que tornará o país autossuficiente na produção de radioisótopos para o tratamento do câncer e de outras doenças.
Aplaudida de pé quando foi anunciada e em vários momentos de sua fala, Luciana fez um contundente discurso em defesa da democracia e da retomada da ciência, valores "criminosamente confrontados na história recente do país” com a implementação de políticas públicas que agravaram vulnerabilidades econômicas e sociais, levando o Brasil de volta ao "Mapa da Fome”. "Estamos resgatando valores civilizatórios, fortalecendo a nossa democracia e enfrentando as desigualdades que ainda persistem em nosso país”, afirmou.
Para a ministra, o tema da 75ª Reunião Anual – "Ciência e democracia para um Brasil justo e desenvolvido” – faz jus ao novo momento atual. "Ao reunir a inteligência nacional e homens e mulheres comprometidos com um Brasil mais justo, democrático e inclusivo, constitui espaço privilegiado de discussões sobre assuntos tão urgentes como desenvolvimento sustentável, diversidade, direitos humanos e fortalecimento da democracia. Retomamos o diálogo com a comunidade científica e outros segmentos que compõem o Sistema Nacional de C&T”.
A ministra destacou "conquistas” nesse primeiro semestre de governo, entre elas, o reajuste das bolsas de estudo e pesquisa, beneficiando 258 mil bolsistas da Capes e do CNPq, das Bolsas de Fomento Tecnológico e Extensão Inovadora, contemplando oito modalidades e 6.500 bolsistas, e o lançamento de editais de pesquisa no valor de R$ 590 milhões. Também mencionou o primeiro concurso público do MCTI em mais de dez anos, que terá um número maior de vagas para unidades de pesquisa e entidades vinculadas do que o previsto inicialmente.
De acordo com Luciana, do total de 814 vagas, 196 estão reservadas para a recomposição dos quadros técnicos das instituições que integram a estrutura do MCTI, um acréscimo de 38 vagas em relação à previsão inicial. O pacote anunciado pela ministra inclui as Diretrizes e Eixos Estruturantes que deverão nortear a elaboração da Nova Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, conforme portaria assinada em 10 de maio.
A partir das novas diretrizes, foram construídos dez Programas Estruturantes e Mobilizadores, com relevância e impacto sobre o desenvolvimento do país e foco na reindustrialização em novas bases tecnológicas, complementou a ministra. "Através desses programas, vamos potencializar os impactos dos investimentos para alcançar os objetivos que estão alinhados às diretrizes do governo, aos desafios da sociedade e à inserção soberana do Brasil no cenário internacional”.
Pró-Infra e Reator Multipropósito
Foi nesse momento que ela anunciou "com satisfação” os R$ 3,6 bilhões no âmbito do Programa de Recuperação e Expansão da Infraestrutura de Pesquisa Científica e Tecnológica em Universidades e Instituições de Ciência e Tecnológica – o Pró-Infra. "Assim como a ciência, o Pro-Infra está de volta”, disse. Os recursos, conforme explicou, serão distribuídos nos próximos dois anos por meio de editais da Finep.
Um dos objetivos é fortalecer todas as regiões do país e descentralizar a base tecnológica brasileira. Do total de recursos do Pró-Infra, R$ 300 milhões serão destinados exclusivamente para a consolidação e expansão da infraestrutura de pesquisa nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, em parceria com as Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (FAPs). "Nosso objetivo é ampliar o número de equipamentos científicos nestas regiões, descentralizando a base tecnológica do país”.
O anúncio do desenvolvimento conjunto de projetos estruturantes para o Brasil, como o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), em parceria com a Argentina, também foi um momento em que a fala da ministra foi interrompida por muitos aplausos. O RMB dará ao Brasil autossuficiente na produção de radioisótopos para terapia e tratamento do câncer e de outras doenças. Conduzido pela CNEN, com escritório no IPEN, o RMB é o maior empreendimento para a área nuclear, no país.
A ministra encerrou seu pronunciamento afirmando que há muitas razões para "otimismo”, destacando a recomposição integral do FNDCT e o fortalecimento do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, juntamente com a reinstalação do Conselho Nacional e a convocação da 5a Conferência Nacional. Para ela, essas conquistas representam "uma virada de página” na história da C&T no país, deixando para trás os episódios recentes de negação da ciência e dos seus benefícios para a humanidade.
A 75ª Reunião Anual da SBPC, cujo tema é "Ciência e democracia para um Brasil justo e desenvolvido”, vai até sábado, 29 de julho, com uma extensa agenda de atividades científicas e culturais, incluindo 131 debates presenciais e outros 93, realizados de forma virtual.
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- 24/07/2023 - ExpoT&C comemora 30 anos com proposta de integração das áreas científicas com vilas temáticasTradicionais estandes foram substituídos por uma “cidade”, para evidenciar que o conhecimento em C&T é desenvolvido de forma integrada e colaborativa. A CNEN está na Vila Nuclear
Tradicionais estandes foram substituídos por uma “cidade”, para evidenciar que o conhecimento em C&T é desenvolvido de forma integrada e colaborativa. A CNEN está na Vila Nuclear
A inauguração da ExpoT&C, mostra de ciência, tecnologia e inovação (C,T&I), nesta segunda-feira, 25, deu início às atividades da 75ª Reunião Anual da SBPC, no campus Centro Politécnico da UFPR, em Curitiba. Participaram da cerimônia o presidente da SBPC, Renato Janine Ribeiro, o secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social do MCTI, Inácio Arruda, o reitor da UFPR, Ricardo Marcelo Fonseca, e da vice-reitora da instituição, Graciela Bolzon de Muniz.
Com expectativa de receber um público de seis mil visitantes, a ExpoT&C chega a sua 30ª edição e acontece sempre em concomitância com as reuniões anuais da SBPC. Este ano, os tradicionais estandes foram substituídos por uma "cidade”, para evidenciar que o conhecimento científico e tecnológico é desenvolvido de forma integrada e colaborativa. A CNEN e suas unidades técnico-científicas compõem a Vila Nuclear, área de 54m2.
Essa integração proposta para a ExpoT&C foi mencionada por Janine Ribeiro, em seu pronunciamento, enfatizando que ciência e desenvolvimento tecnológico e industrial de um país estão ”extremamente relacionados”. Citou, como exemplo, o número de patentes produzidas pelos cientistas brasileiros. "A maioria esmagadora emana das universidades, ao contrário dos Estados Unidos, em que a maioria das patentes vêm de empresas”.
Para Janine, a ExpoT&C é mais uma oportunidade de a SBPC mostrar como a ciência pode contribuir para potencializar a produção do país, levando ao público as pesquisas produzidas nas instituições nacionais, suas aplicações e seu potencial de gerar riquezas. "É com grande satisfação que a gente abre a Expot&C e declara abertas as atividades da 75ª Reunião Anual da SBPC neste campus da UFPR”, disse Janine.
Representando a ministra de C,T&I, Luciana Santos, que chegaria mais tarde, o secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social do MCTI, Inácio Arruda, ressaltou o momento de retomada da ciência no país e reiterou o apoio do governo federal na promoção da popularização do conhecimento científico e da própria ciência como "fator de desenvolvimento da nossa nação”.
Na mesma linha, Ricardo Marcelo Fonseca, reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), destacou a importância de a Reunião Anual da SBPC voltar a Curitiba após 37 anos, afirmando que tanto a UFPR quanto a SBPC estão em consonância no objetivo de "demarcar muito esse retorno da ciência com protagonista da democracia no Brasil”.
"Vamos aproveitar esse clima bonito e aproveitar esse evento, que é uma grande parceria da ciência, da cultura e da educação”, afirmou a vice-reitora Graciela Bolzon de Muniz, ao mencionar a temperatura atípica em pleno inverno no Sul do país.
Também presente na cerimônia, Juana Nunes diretora de Popularização da Ciência, Tecnologia e Educação Científica do MCTI, vem conduzindo uma ampla discussão para o fortalecimento da política de popularização da ciência que está sendo no âmbito de sua Diretoria.
A ExpoT&C é aberta ao público e vai até sexta-feira, 29, no Centro Politécnico da UFPR. Os visitantes têm a oportunidade conhecer as instituições de ensino e pesquisa brasileiras e suas principais atividades em benefício da sociedade.
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- 24/07/2023 - Reunião Anual da SBPC celebra a democracia e retomada da ciência e seu papel na construção de um país mais justoRenato Janine Ribeiro afirmou que a ciência é a principal arma para restaurar a verdade e cortar pela raiz a 'erva daninha do ódio e da letalidade'
Renato Janine Ribeiro afirmou que a ciência é a principal arma para restaurar a verdade e cortar pela raiz a 'erva daninha do ódio e da letalidade'
"Ciência para o Progresso da Sociedade Brasileira”. Ao movimentar as palavras que compõem o nome da mais importante associação científica do país, durante contundente discurso de boas-vindas, o filósofo Renato Janine Ribeiro, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), deu a tônica do sentimento que tomou conta dos presentes na sessão solene de abertura da 75ª Reunião Anual da entidade, neste domingo, 23, no Teatro Guaíra, em Curitiba .
A ciência voltou, e "é nosso dever imperioso clamar por um sonoro nunca mais”, disse Janine, referindo-se ao período de ataques à democracia, à cultura do ódio e ao negacionismo científico durante a pandemia. "Num mundo de oito bilhões de habitantes, a covid ceifou quase sete milhões de vidas, menos de uma por mil – enquanto, no Brasil, com 203 milhões, passaram de 700 mil os mortos. A negação da ciência causou aqui meio milhão de lutos além da média internacional”.
Em sua segunda gestão como presidente da SBPC, Janine destacou que a ciência é fundamental para combater o ódio e restaurar a verdade. O discurso foi um misto de celebração, pela retomada da ciência, e de reflexão sobre os desafios últimos anos em que se promoveu o ódio, o armamento e mortes em massa. "É preciso, agora, cortar a erva daninha do ódio e da letalidade pela raiz; e a ciência é nossa principal arma para tanto”, acrescentou.
Logo no início de seu pronunciamento, Janine destacou as "ilegalidades que levaram à destituição de uma presidenta eleita pelo povo e, depois, às manipulações judiciais que impediram, em 2018, a candidatura à Presidência da República do favorito nas pesquisas de opinião, abrindo a via para anos de negação da ciência e da verdade. De acordo com o presidente da SBPC, a opção pelo ódio "encobre interesses econômicos sórdidos e inconfessos”.
Para Janine, "a devastação do meio ambiente brasileiro, em especial da Amazônia, proporcionou lucros imediatos a quem também se beneficiou do massacre dos povos da floresta”. O filósofo comentou sobre o assassinato do brasileiro Bruno Pereira e do britânico Dom Phillips "em nossa floresta tropical”, há um ano, o morticínio entre os indígenas Yanomami e a invasão de suas terras "em busca do lucro fácil e não sustentável”.
"A eles, e às centenas de milhares de mortos da covid, a SBPC presta agora seu preito. Tudo faremos para que essas perdas não tenham sido em vão”, afirmou Janine, sendo aplaudido pelo público.
Considerando que a ciência se transmite pela educação e admitindo que o Brasil avançou muito nesta área, entre os anos 1990 e meados da década passada, Janine entende que é preciso rever a reforma do ensino médio, "imposta”, por medida provisória, criando falsas expectativas nos estudantes. É prioridade rever isso, na opinião do filósofo. Ele reconhece que o ensino médio não era bom, mas entende que é um equívoco reduzir aulas de português e matemática, não dar formação em todas as ciências, inclusive sociologia e filosofia.
Ao anunciar que o ministro da Educação, Camilo Santana, confirmou presença na Reunião, Janine afirmou que será uma oportunidade de o titular do MEC escutar a comunidade, "que espera muito do atual governo, ao qual incumbe o resgate dos valores éticos que podem curar a alma de nosso país, tão ferida estes últimos anos em que se promoveu o ódio, o armamento, a morte”. O presidente da SBPC mencionou ainda a importância de valores éticos na ciência e na política, ponderando que o dever ético consiste em vencer a fome e a miséria.
Em defesa dos valores republicanos, Janine manifestou solidariedade ao ministro Alexandre de Moraes, referindo-se ao episódio de violência durante uma viagem em família, ressaltando que o crime contra a democracia "é um dos piores que existe” e não pode haver leniência com ele. Ao final das reflexões, o presidente da SBPC declarou aberta a 75ª Reunião Anual e convidou o público a gritar com ele "Viva a ciência, viva a SBPC, viva o Brasil, viva a democracia!”.
A cerimônia contou com a participação de várias lideranças do mundo acadêmico e político, incluindo a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, a presidente da Capes, Mercedes Bustamante, o prefeito de Curitiba, Rafael Greca, o presidente da Associação Nacional de Pós-Graduandos, Vinícius Soares, o reitor da UFPR, Ricardo Marcelo Fonseca, e o secretário de C&T do Paraná, Aldo Bona, representando o governador Ratinho Júnior, dentre outros.
Arte e diversidade
Grupos artísticos ligados à UFPR iniciaram a cerimônia de abertura da 75ª Reunião Anual da SBPC com a apresentação de bailarinos da Téssera Companhia de Dança. Sob a direção e coreografia de Rafael Pacheco, quatro personagens representando cavaleiros do apocalipse encantaram o público com um fragmento do espetáculo "Ponto Vermelho”. Na sequência, foi a vez da Companhia de Teatro UFPR, que se autodefine como "movimento coletivo, ação em bando, multidão”.
Atração musical da noite, sob a regência do maestro Márcio Steuernagel, a Orquestra Filarmônica da UFPR fez três apresentações: "Abertura em Ré Maior”, do compositor afrodescendente João de Deus de Castro Lobo (1794-1832), reconhecido como o principal autor mineiro de música sacra na primeira metade do século XIX; a canção "Boto”, de Tom Jobim e Jararaca, arranjo de Vicente Ribeiro, com o Grupo de MPB; e "O Trenzinho do Caipira”, de Villa-Lobos, em performance com o Coro da UFPR.
A 75ª Reunião Anual da SBPC, cujo tema é "Ciência e democracia para um Brasil justo e desenvolvido”, vai até sábado, 29 de julho, com uma extensa agenda de atividades científicas e culturais, incluindo 131 debates presenciais e outros 93, realizados de forma virtual.
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- 23/07/2023 - 75ª Reunião Anual da SBPC terá como tema ‘Ciência e democracia para um Brasil justo e desenvolvido’O evento é gratuito e acontece de 23 a 29 de julho de 2023 na UFPR, em Curitiba, PR. O IPEN e demais institutos de pesquisa da CNEN participarão da ExpoT&C
O evento é gratuito e acontece de 23 a 29 de julho de 2023 na UFPR, em Curitiba, PR. O IPEN e demais institutos de pesquisa da CNEN participarão da ExpoT&C
A 75ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) terá sua edição sediada na Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba, durante a semana de 23 a 29 de julho de 2023. O evento, considerado o maior encontro de cientistas e acadêmicos da América Latina, é gratuito e aberto ao público. A atual edição tem como tema central "Ciência e democracia para um Brasil justo e desenvolvido” e contará mais de 220 atividades programadas, dessas, 93 virtuais. Mesas-redondas, painéis, sessão de pôsteres , debates fazem parte da programação que contará, ainda, com atividades da SBPC Jovem, a SBPC Cultural e a ExpoT&C.
A abertura oficial aconteceu em 23 de julho, domingo, às 18h, no Teatro Guairá e contou com autoridades de diversos órgãos do governo, entre elas a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos.
Na ocasião, o presidente da CNEN, Francisco Rondinelli Junior, entregou à ministra um exemplar do livro "O IPEN e a Economia do Hidrogênio", compilado por Marcelo Linardi, Pesquisador Emérito do IPEN.
ExpoT&C
O IPEN e os demais institutos da CNEN participam da ExpoT&C que celebra seu 30º aniversário. No estande, estarão representadas de forma didática noções sobre energia nuclear, suas aplicações e as atividades desenvolvidas pelas unidades técnicas da CNEN. Do IPEN estarão presentes dando apoio os pesquisadores Giovanni de Lima C. Conturbia, da Coordenação de Pesquisa, Desenvolvimento e Ensino (COPDE) e Yasko Kodama, do Centro de Tecnologia das Radiações (CETER), a jornalista Ana Paula Freire Artaxo Netto e Antonio Fernando R. Alvarez, ambos do Serviço de Comunicação Institucional (SECOI) e Fabio MenaniP. Lima, da Coordenação de Planejamento e Gestão (COPLG).
A ExpoT&C reúne expositores de universidades, institutos de pesquisa, agências de fomento etc.
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- 19/07/2023 - Alunos e docentes do Instituto Militar de Engenharia visitaram o IPENA visita teve por objetivo ampliar o conhecimento e a interação dos alunos com instituições que atuam na área de pesquisa nuclear ou correlatas
A visita teve por objetivo ampliar o conhecimento e a interação dos alunos com instituições que atuam na área de pesquisa nuclear ou correlatas
Anualmente o IPEN recebe a visita de alunos e docentes do Instituto Militar de Engenharia (IME), localizado no bairro da Urca, no Rio de Janeiro. Neste ano, a visita foi realizada nos dias 18 e 19 de julho e permitiu à comitiva conhecer parte das atividades do IPEN nas áreas de reatores, ciclo do combustível nuclear, aplicações e gestão de rejeitos radioativos.
O grupo visitante, liderado pelo 2º Ten. Paulo Cezar Rocha Silveira, era formado por quinze alunos de Engenharia Nuclear e sete de Engenharia Química. Acompanhando o grupo, seis professores, entre eles o coordenador do curso de mestrado, Wallace Valory Nunes.
O primeiro dia de visita foi dedicado aos reatores de pesquisa em operação no IPEN. Pela manhã, o grupo foi recepcionado pelo responsável do Serviço de Operação do Reator IEA-R1, Alberto de Jesus Fernando que apresentou aspectos históricos, técnicos e aplicações do Reator. A sala de controle e o saguão da piscina onde o núcleo do reator está localizado foram pontos de destaque.
O Reator IPEN/MB-01, em operação desde 1988 e com concepção totalmente nacional, foi visitado no período da tarde. O responsável pelo Serviço de Operação do Reator IPEN/MB-01, Ulysses D´Utra Bitelli, recebeu a comitiva e os acompanhou à sala de controle e à instalação onde se encontra o núcleo do reator.
Após a visita técnica, a comitiva assistiu uma apresentação das atividades e pesquisas em desenvolvimento pelo Centro de Engenharia Nuclear, proferida por Julian Marco Barbosa Shorto, gerente substituto.
Como perspectiva futura para atuação de novos pesquisadores e tecnólogos, foi apresentado o projeto para construção do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), a ser localizado em Iperó, interior de São Paulo. A coordenadora técnica do RMB, Patrícia da Silva Pagetti de Oliveira, discorreu sobre aspectos técnicos do projeto e suas aplicações para a sociedade como a autonomia na produção de radioisótopos para processamento e uso como radiofármacos para diagnóstico e tratamento médico.
O Serviço de Gestão de Rejeitos Radioativos foi o primeiro local a ser visitado no segundo dia de atividades no IPEN. O gerente da área, Júlio Marumo e o doutorando Fernando Cogim Melges acompanharam os alunos e professores divididos em dois grupos que conheceram os laboratórios de pesquisa e caracterização de rejeitos e as instalações de tratamento e armazenamento de rejeitos radioativos.
O desenvolvimento e fabricação de elementos combustíveis para reatores de pesquisa foram destaque na segunda área visitada, o Centro do Combustível Nuclear. A gerente do Centro, Elita F. Urano de Carvalho e Michelangelo Durazzo, gerente adjunto para pesquisa, desenvolvimento e inovação, recepcionaram os visitantes e apresentaram os laboratórios e instalações técnicas. A responsável pela supervisão de radioproteção do local, Teresinha de Moraes da Silva, acompanhou o grupo.
A última área técnica visitada foi o Centro de Tecnologia das Radiações onde alunos e professores conheceram as atividades realizadas em três instalações: aceleradores de elétrons, fonte de cobalto-60 e o irradiador multipropósito. Tiveram oportunidade de observarem a montagem da unidade móvel para acelerador de elétrons, projeto desenvolvido pelo IPEN com apoio da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Samir Somessari, gerente adjunto do Centro, Yasko Kodama e Heitor G. Duarte ofereceram informações sobre os equipamentos e aplicações para pesquisa e prestação de serviço.
O encerramento da visita foi realizado no Espaço Cultural Marcello Damy , no Bloco de Administração do IPEN, ocasião em que a diretora substituta do IPEN, Isolda Costa foi homenageada pelos visitantes e comentou sobre a importância do diálogo entre as instituições que possuem forte atividade na área de ensino. No local o Instituto mantém uma exposição permanente com informações históricas e relacionadas aos desenvolvimentos científicos realizados.
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- 13/07/2023 - Pesquisa científica desenvolvida no IPEN é premiada em congresso na área de cerâmicaO Prêmio de Melhor Trabalho apresentado no 67º Congresso Brasileiro de Cerâmica foi para pesquisa desenvolvida na área de permeação gasosa em membranas cerâmicas, desenvolvida no Centro de Ciência e Tecnologia dos Materiais (CECTM)
O Prêmio de Melhor Trabalho apresentado no 67º Congresso Brasileiro de Cerâmica foi para pesquisa desenvolvida na área de permeação gasosa em membranas cerâmicas, desenvolvida no Centro de Ciência e Tecnologia dos Materiais (CECTM)
A Associação Brasileira de Cerâmica (ABC) concedeu à pesquisa "Projeto e validação de arranjo experimental para avaliação de permeação gasosa em membranas cerâmicas” o Prêmio de Melhor Trabalho apresentado no 67ºCongresso Brasileiro de Cerâmica, realizado em Florianópolis, SC, de12 a 15 de junho de 2023.
O trabalho científico premiado é de autoria de Sabrina G. M. Carvalho, bolsista de pós-doutorado; Eliana Navarro S. Muccillo, Pesquisadora e gerente do CECTM e Reginaldo Muccillo, Pesquisador Emérito do IPEN e atuando no CECTM, no Centro de Inovação em Novas Energias (CINE) e no Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF).
Sabrina Carvalho comenta que o trabalho apresentado mostra como foi projetado e construído no laboratório do CECTM um sistema para medir a permeação de gases, simultaneamente à caracterização elétrica, em membranas cerâmicas em diferentes temperaturas. O sistema tem sido utilizado para medir a eficiência de membranas para permeação de dióxido de carbono (CO2).
"Essas membranas podem ser utilizadas na indústria para diminuir a quantidade de dióxido de carbono lançada na atmosfera (processo de captura de CO2) diminuindo os impactos ambientais e contribuindo para a redução do efeito estufa”, explica Dra. Sabrina.
Graduada pelo Instituto de Física da USP, Sabrina G. M. Carvalho ingressou no IPEN no final de 2008, ainda como bolsista de Iniciação Científica. Concluiu o Mestrado e o Doutorado pela Pós-Graduação do IPEN-USP orientada por Reginaldo Muccillo, que a supervisiona na conclusão de seu pós-doutorado desenvolvido junto ao CINE, centro criado a partir de parceria entre a Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de São Paulo (FAPESP) e a Shell. -
- 12/07/2023 - Encontro sobre formação e atualização profissional na área de conservação e restauro de bens culturais tem participação de pós-doutoranda do IPENA pós-doutoranda do IPEN, Maria José Oliveira, participou da mesa redonda "Formação e atualização profissional na área de conservação e restauro de bens culturais” promovida pelo Arquivo Público do Estado de São Paulo, em 12 de julho.
Oliveira comentou sobre as atividades desenvolvidas no Centro de Tecnologia das Radiações (CETER) utilizando o irradiador multipropósito para a preservação de patrimônio histórico e cultural e suas pesquisas com resinas e polímeros no restauro de peças artísticas. Destacou, também, os programas de Pós-Graduação do IPEN. Participaram também do evento Cristina Sanches Morais, do SENAI-SP, Saulo Güths, da Universidade Federal de Santa Catarina, Andrea Cavicchioli, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (USP). A mediação ficou a cargo de Milton Vedoato, do Centro de Preservação APESP.
A programação apresentou algumas possibilidades de formação na área de conservação e restauro, a fim de fomentar a discussão sobre o tema e tornar mais visíveis ao público interessado uma introdução ao setor.
Assista ao encontro clicando aqui
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- 12/07/2023 - 'Ainda temos muito trabalho a fazer para trazer mais mulheres para cargos de liderança', diz Kalinina-Pohl, expert do CNSPara a diretora adjunta do Programa de Educação do CNS, o medo de se perder privilégios ainda é muito forte, impede o progresso e dificulta a mudança de paradigma. Educação, divulgação e engajamento são formas de combater esse medo.
Para a diretora adjunta do Programa de Educação do CNS, o medo de se perder privilégios ainda é muito forte, impede o progresso e dificulta a mudança de paradigma. Educação, divulgação e engajamento são formas de combater esse medo.
Na abertura do "1º Simpósio sobre Não-Proliferação Nuclear e Segurança para Mulheres em STEM na América Latina e Caribe”, realizado entre 19 e 23 de junho, no IPEN, Margarita Kalinina-Pohl fez questão de dizer que não era "doutora”, como a maioria dos presentes no evento. Entretanto, sua reconhecida expertise fez do encontro um dos mais importantes fóruns de diálogos e reflexões sobre a importância da desnuclearização em nível global e o papel das mulheres que atuam em ciência, tecnologia, engenharias e matemática na região, frente a esse cenário. Margarita é diretora do Programa de Segurança CBRN no James Martin Center for Nonproliferation Studies (CNS) no Middlebury Institute of International Studies em Monterey (Califórnia). Ao longo de sua carreira de 24 anos no CNS, ela ocupou vários cargos, incluindo o gerenciamento do CNS Visiting Fellows Program para especialistas em não proliferação e a liderança das atividades de capacitação e treinamento do Centro para vários públicos profissionais internacionais, incluindo professores universitários, jovens profissionais e profissionais nucleares e radiológicos especialistas em segurança. Ela liderou várias iniciativas destinadas a promover e capacitar as mulheres no setor nuclear, como cursos de treinamento para mulheres em STEM na África e o estabelecimento da Rede de Mulheres Nucleares do Mar Negro. Seus interesses de pesquisa atuais incluem vários aspectos da segurança nuclear e radiológica. Ela é autora e co-autora de vários artigos e relatórios abordando problemas de segurança radiológica e questões relacionadas a gênero em campos nucleares.. A seguir, a entrevista concedida após o evento, com um balanço do que foi apresentado e as perspectivas de novas colaborações:
Ao longo do Simpósio, a senhora mencionou a importância de iniciativas que promovam mais liderança feminina na área de não proliferação e segurança nuclear. Você já tem outros eventos voltados para mulheres na América Latina e no Caribe?
Embora tenhamos alcançado progressos visíveis na representação feminina nos campos de não proliferação e segurança nuclear, ainda temos muito trabalho a fazer para trazer mais mulheres para cargos de liderança. Uma maneira de fazer isso é promover políticas no local de trabalho que permitam que as mulheres prosperem. Outra forma é criar oportunidades para as mulheres fora do local de trabalho,que contribuam para o seu desenvolvimento profissional. E é aqui que podemos entrar. Esta foi a nossa primeira experiência na realização do evento especialmente pensado para mulheres da América Latina e Caribe (LAC). No entanto, temos engajado e oferecido oportunidades de treinamento para mulheres da ALC por meio de outros canais, como o Visiting Fellows Program, vários cursos curtos organizados por nosso centro em Monterey (Califórnia), Washington, DC, e nossa afiliada em Viena, Áustria ( Centro de Desarmamento e Não Proliferação de Viena). Na verdade, dois de nossos ex-bolsistas visitantes do México e das Bahamas foram palestrantes no Simpósio. Nosso Centro também realiza cursos anuais de verão sobre desarmamento e não-proliferação para diplomatas de países da América Latina e do Caribe.
A senhora também afirmou ter aprendidomuito com as experiências apresentadas no Simpósio. O que maisaimpressionou em estar em contato com tantas mulheres interessantes?
Trato nossos eventos como oportunidades de aprendizado não apenas para nosso público, mas também para os organizadores. Pessoalmente, aprendo muito com cada evento que organizo. A semana que passei com os participantes do nossoSimpósio no IPEN foi mais uma grande oportunidade de aprendizado. Em primeiro lugar, aprendi muito sobre como a indústria nuclear brasileira aborda questões relacionadas ao equilíbrio e diversidade de gênero e acho que podemos aprender muito com o seu país. Também quero parabenizar o IPEN por envolver representantes da indústria (a maioria deles mulheres) no Simpósio e organizar um painel inteiro com a participação deles.
A experiência da Dra. Costa [Isolda Costa, diretora do IPEN] foi muito inspiradora e foi muito apropriado ter o Simpósio organizado no IPEN, dirigido por ela, uma mulher. Ela é um grande modelo. Também gostei de ouvir os relatos da cientista eletronuclear/ex-operadora de reator e da estudante de doutorado sobre suas experiências como mulheres de cor trabalhando e estudando na área nuclear. O que mais me impressionou nessas e em outras histórias foi a resiliência que nossos colegas demonstraram ao superar desafios para atingir seus objetivos e se tornarem profissionais conceituados.Durante o evento, foi mencionada a possibilidade de um documento, que poderia ser um Guia de Boas Práticas. Os participantes aguardam o aval da organização para planejar este guia.Qualasuaopinião?
Eu acho que é uma ótima ideia! Cabe aos participantes decidir como querem proceder, mas seria bom ter uma organização para assumir a liderança na coleta e compilação de informações relevantes. Parece-me que esta organização deveria ser da região, para fazer este esforço valer a pena, e eu ficaria feliz em continuar discutindo isso com as partes interessadas.
Por que, apesar das mudanças já ocorrendo, ainda é tão difícil mobilizar a sociedade para a importância da equidade em todas as áreas do conhecimento, principalmente em STEM?
É uma ótima pergunta. Acho que o fator medo ainda é muito forte – um medo de que os privilegiados percam seus privilégios. Esse medo impede nosso progresso e dificulta a mudança de paradigma. Podemos combater esses medos por meio de educação, divulgação e engajamento. Equidade não é tirar direitos de um grupo e dá-los a outro. Trata-se de criar condições onde todos possam prosperar e atingir seus objetivos educacionais e profissionais. Os campos STEM ainda são amplamente homogêneos e desproporcionalmente compostos por homens – então vamos envolvê-los no diálogo sobre equidade e igualdade.
Algumas mulheres com quem conversei disseram que atuar como líder na área de não proliferação nuclear é mais do que um desafio, é um compromisso. Isso deixa você com uma sensação de "missão cumprida" noSimpósio?
Sim, concordo plenamente que ser um líder no campo da não proliferação nuclear é um compromisso e uma responsabilidade, especialmente por parte dos cientistas. No entanto, seria muito presunçoso da minha parte pensar que completamos nossa missão com apenas um evento aqui, mas espero que tenhamos plantado uma semente que brote em maior interesse e compromisso com a não proliferação nuclear na comunidade STEM regional. Também acho que precisamos de mais mulheres líderes em STEM para promover a paz e a segurança regional e internacional.
Finalmente, você comentou que a colaboração estabelecida no Simpósio deve continuar. Fale um pouco sobre isso.
Tentamos tornar cada esforço sustentável e, dado o interesse de nossos participantes nos tópicos abordados durante o Simpósio, acredito que devemos aproveitar esse momento para começar a construir uma comunidade de mulheres na ALC em STEM e políticas para ampliar suas vozes na não proliferação nuclear e segurança nuclear criando uma plataforma onde eles possam se encontrar, trocar ideias e encontrar oportunidades de desenvolvimento e crescimento profissional.